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Os residuos de construgao e de demoligao 11 PANORAMA ATUAL Nos tiltimos anos, a construgdo civil brasileira vem aumentando sua participagdo na economia nacional. Cerca de 15% do PIB brasileiro é do setor da construgio, o que o torna um dos mais las ultimas décadas, importantes ramos de produgio do pais. 0s residuos de construgao e de demolico (RCD) vém recebendo tengo crescente por parte de construtores e pesquisadores em todo o mundo (Yuan etal, 2012). Isto se deve, principalmen- te, 20 fato de que os RCDs esto se tornando um dos principais agentes para a poluigio ambiental (Yuan; Shen; Li, 2011; Jailon; Poon; Chiang, 2009). A construcio civil, nos moldes como é hoje conduzida, apresen- ta-se como grande geradora de residuos. No Brasil, onde boa parte dos processos construtivos € essencialmente manual e cuja execuco se da praticamente no canteiro de obras, os resi- duos de construcéo e de demolicéo, além de potencialmente degradadores do meio ambiente, ocasionam problemas logisti- cos e prejuizos financeiros. Dessa maneira, é preciso diferenciar a gestio dos RCDs do seu gerenciamento, Gestao ¢ um processo amplo composto por politicas piblicas, leis e regulamentos que balizam e direcio- nam a atuacdo dos agentes do setor. Jé 0 gerenciamento se ocupa das atividades operacionais cotidianas e do trato direto com os residuos. Com isso, o gerenciamento aborda as ages desenvolvidas por empreendedores construtores no sentido 9p apepnuenb eu omvaume ojad jaarsuodsad 198 & nossed eja ‘oquieasa ov oxSmminsqns urd ‘529021 Bp ossad01d op oBdzI0Iae bv ered nmqmuos wpaott y "TeENSNpU OBSNJonay B @ EPEOUL ep cquaunins 0 ssoosty soywaUiCUE stop uIe opel9|s7e oyun jo} sosinsar ap opSepidoide 2 oumsucs ep ossso01d 2383 ‘sopmase ap soyafgo aquauraiwanbasuo> a puayqord win sas & uressed osn a ogdnpoid ap sonpisex soln oumsuo> ap sapepissaaeu onpratput o# aodut apeparos v afoy, *wawioy op eougaaaigos e ered saqueroyns wee soqeUN[e soonod a sajad seunfpe sayue og “sietraew sosionip 2 soynur ap oxdendoide sonbax afoy seueumy sapepissazau seonod cunsar exo sayue anb o a ‘stemyeu sosmaz sop opseridorde fens noquoumne wewoy © “eL9IS!y BP OBtO] oF ‘end as-ear98q0 “yeo0y oonun lun wo seo9jaquise as 9 epewigu a8 ap Texrep apod wauIoy fo ‘emgnouide wp oqwaape o 9 rerTfUIE 2 [eros oBSeZItIEBIO ap seuuioj seaou se Wod ‘ogyug “seurOAND set TaDatreUIOd 9 TeNUS apod app a ‘opSaiord ap eurarsys nas reomnde nowuaissod 0 ‘080} op ajonuoa 2 opSera8 ap ossanoid op ofuyurop 0 “epingas wy ‘seunre 9 sequaureLay ‘sora(qo ap ogSoazuog exed soquaUs -nusut ap oBaidma ojad ‘eppugnbas eu ‘2 seiuawinsan exed seunue ap sajad ap osn od a1uewiyerrr‘sepeprsseoau sens & sopuse ered sreanieu sosmoa1 ap najea as axduras owewny 125 0 SOOrI9S SONa|S3H $00 WHNIKO Yy ZL (e12939) suarpy fo &asso9un pooumpa, jouonwn 2 {enpnsny) fouphs warsom fo Kyssomun 2 Ayssonwun yaiffuy Aerseren) mishowyy wvesbueqay nisionun fey) Buoy buoy fo Aasiaawun Az 2 Aassanun anuyparsiea 6uoy Guoyz ay, co¥s GOY we sayuEyodun esmbsod ap somud> sun3|y ssopeonsyos steur waBeyepout 9 oxSejnuns ap searusg; vind syeur uio9]o4 as sesinbsod se anb 9 eanzodsiod & ‘wigaog “(Utz “ways !ueng) oAMEDSeP oN cebyowap 6p oeSnnsu09 ap sONOSA! 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Jé a Revolucdo Industrial, na medida em que dinamizou 03 processos produtivos e “propiciou” ao homem produzir mais em menos tempo, aumentou o uso e a apropria- ‘80 dos recursos naturais industrializados. E interessante verificar qué, ao longo da histéria, algumas inicia- tivas pontuais que tratavam de resfduos foram desenvolvidas Na Europa, no inicio do século XIX, ha registros de processa: ‘mento de entulho de construcées em escérie de alto-forno, Holanda, por exemplo, em 1920, alguns rejeitos foram utiliza dos e aproveitados em construgdes. Apés @ Segunda Guerra Mundial, os escombros das construgies europeias destruidas durante a guerra foram utilizados como agregados para produ zir concreto e asfalto. J4 na Alemanha, foram utilizados, no fabrico de concreto, 12 milhdes de metros eiibicos de agregados oriundos da alvenari Em fungdo da escassez de petrdleo nas décadas de 1950 a 1970, utilizou-se asfalto velho para produgio de novas camadas de pavimento, Em 1989, com a derrubada do muro de Berlim, os restos do muro foram, e ainda sio, vendi dos como souvenir. claro observar que, naquéla época, o aproveitamento de residuos no possuia viés ambiental. Atualmente 0 que se observa é uma sociedade que, embora mais consciente com relagio a alguns aspectos de consumo, continua a compelir o individuo a consumir, fortemente estimulads por grupos econémicos que buscam a continuidade de suas atividades lucrativas. Por outro lado, surgem iniciativas que propdem minimizar a gera- «fo dos residuos, melharar seu uso e seu transporte, fornecer tratamento edequado, reciclar etc. A crescente demanda por construgées sustentiveis, denominadas “verdes”, e das novas exigéncias de consumidores, legisladores ¢ auditores de processos de certificagio ambiental, por exemplo, comegam a impor uma melhor adequacao dos processos das construtoras © empreendedoras nesse sentido, 110s resiuos de construgdo e de demalggo sabe-se que a sustentabilidade possui trés dimensdes: ambiental, social e econémica. Os rssiduos de construgio e de demoli- do repercutem nessas trés dimensées concomitantemente, quer pelos impactos 20 meio ambiente, quer por atividades umanas na cadeia da reciclagem (que néo s6 buscam atenuar mazelas sociais, como também geram emprego € renda - macro e microeconomias} Exercicios 4 Pesquise sobre a Primeirs e a Segunda Leis da Termodinamica eas correlacione com a geracao de residues sélidos. 2 Vé até uma cooperativa para coleta de materiais reciclaveis. Busque se informar qual 9 perfil dos trabalhadores deste local. 1.3 O CONCEITO DE RESIDUO DA CONSTRUGAO CIVIL. A construgao civil é uma grande geradora de res{duos. © geren- ciamento dos residuos da construcio civil tem por intuito assegurar a correta gestio dos residuos durante as atividades cotidianas de execugao das obras e dos servicos de engenha- ria, Ele se fundamenta essencialmente nas estratégias de nao geragdo, minimizagio, reutilizagio, reciclagem @ descarte adequado dos residues sélidos, primando pelas estratégias de reducio da geracio de residuos na fonte, como ilustra a Fig. 11. Esse assunto vem ganhando importancia e destaque no cendrio ica Nacional de nacional, especialmente pela aprovagio da P Residuos Sélidos (PNRS), em 2010, impondo diversas obrigagdes aos governantes e &s corpora que regulamentou 0 setor, des, buscando sempre a qualidade produtiva, da seguranga ambiental em todas as obras. ‘Assim, 0 gerenciamento de residuos deve atuar como um conjun to de acdes operacionais que busca minimizar a geracio de residuos em um empreendimento ou atividade. Usualmen- te estruturado por meio de um programa ou plano, costuma wa vprpaur eu epupuodury seu! eyUe® soperosse sonpiser sop ojuaureysusi08 0 ‘wssy “oouproduarte> oyaurey>uar08 op s9in o urene|duauon ogu anb soannnstics sosse2o1d we sopeur3iso “eles no ‘,so19]osqo, steyreyeur 10d soysoduio> ovs ceSyjouiap ap steuereut so anb 9 aiueazi3e oxng “oydexedas TPUTP ap as-wrewi0} oedtjourep ap sonpysar so ‘sopermistur 294 ‘euin ‘sonpisaz so axque adaquose onb oeSerosse ap ossaz0xd 0 aigos erouangu! zanbjenb wenssod ogu aqawyensn sazopeia8 snas nb ef ersadso oquowroyen woronbar opsijourop sp sonp}sa1s0 -srernenput sossazoad ap sewuatuanoid opt suayy soryno 9 sepod ‘exfapeut ap seSad 9 suadeyequia sapues3 ‘sopezrminut soonspuiop sortiouredinba @ stangut owod “jedi junta eotjqnd 2y2I09 ejad opracuras ogu osounjoa jeTs9Iew Zod arusure2iseq sopmmansucs sonpyser sejenbe sosoumnjea sonp -ysa1 owio9 auyap (4002 “LNAV) ZUIST YAN BunIOU B ope] O3INO 10d ‘eIqo ap sougnaus so soper a saodemnqni ‘soonjesse oywauzaed ‘seypou ‘[eie3 ura soya1U09 ‘sojos ‘ouaxza) Bp oBSeALIs2 Bp opSezedaid ep saqueynsai so ogSnunsuod ep sonpisax ow1e> sop snjout waquiey oFisq “euTeN=UI No eSt[2> ‘seIgo ap soUTMAUA ap sopeureys ayuaumusod “1 eomg[e seoSey ‘svoSernqny ‘soon -sejd ‘sozpra ‘soontgyse somwounard ‘sey ‘sossa8 'sesseureB1e ‘so1i0} ‘sopesuaduzo> 9 sexopeur ‘sequN ‘sepo9 ‘seuysar ‘syeISUt ‘seypou'sojos [e308 wi oyox>uI09 ‘sooteng129 503019 ‘Sojo{f|:a10> ste; ‘sous1i03 ap opSeneoso ep 9 ovSexedard ep saqueyynsox so 9 aid ogSnNsUED ap SB:q0 ap saodqOUNaP 2 soredat ‘seULOJaX ‘sogdnnstios ap saquamtenoid so owc> [Al oxSnNsuE> ep sonpysor suyap oBdnjosar wss4 -{Zo0z “eWEWOD) ZOE gti EUIEUOD opinjosay ejad sopisojaqeasa stedioutid somaunpasoid 2 sou -au9 ‘saayniaiyp sens ana1 [141 ovdnnst0d ep sonpIsex sop 01903 jequotqure opSeurureyueo no oeSinjod resne> ap zedvo (epeprunuioo ep sapeptane sexino op 2 opStisa 9p ‘soStaias ap ‘sjosjsBe ‘syejoxourod ‘sarejenrdsoy ‘seons9ut0p ‘sreqsnpur sopepiane ap 2ynsaz anb ‘oprgssnuas no oprios Lbyowep ap @ ozSnysuoo ap SONA 90 | L ‘Sonpisad 2p oWuawetoueiaB ap BuzSIS op BMbuEIOH (210 ovawessensda‘osesipon 2p - ‘sapepun‘sopeausn soa pentane syaly ——...opentapeauessaq euaque soup wed sonar seREOLG = an ouaueyanoidess qwsous ote songs So jaicue eats rauaeore coptejoede ny sossonet sop opto ‘x sednjaucas0as8e 8 seme sagbe ANON a8 6) opin ‘sewn ‘ssejequa eons op an no ownasvos osteraid wn ue ‘onpsas wn 3p oBSe06 e woqaa ar ogden opeisa ou) epuEisqns no etisreti ap euuoy sanbjenb owos eprigs onpysox euysp (er007 LNA) POODT HAN BuUOU e ‘uUISsy jentuodstp enuooua es anb odutos ov oprasp oquownrajoaussap apurei8 wr as-eupe ‘e123 -snpur eu atuaurpetpadsa ‘sopyros sonpysaz ap oquourersuaza8 0 anb ap 018; ov artaujedrsutid anap as oss] soseo sassau soprige sonpysaz sop ow 1eoua1ad ou sepeyope se seojeue seomyezd Fapajaqeisa winten 9 ‘(2% sososeS 9 sopinby] sayuanya ‘soon, -S9tuop 5010852 OWOD sfeI) Optigs onpysaz wm oWLOD oprpUALD 488 essod opdtoutap ap a ogSzisuoD ap onpysaz opon waU eI0quIg ‘sonp}sa1 ap oonspuBord no/a osnsouse ‘owoueuten 2 opseysede> ap sapepane ‘(ow stexodurey ‘soresueuy ‘souewiny stenayeW) sosimses @ soxtaumpaooid ‘seongid ‘sapepriqesuodsai ap oxSeBaqap 2 085 ‘equmrfap ‘oquauzefoueyd nos & sopeuorseyax sopnayuo> seBuE3qe 30 BY SopInS sonpise! ap ouaueCuE) OL Gerenciment de restos stgos na contugo cil que os servigos de desconstrucio precisam contemplar ages de segregacio de residugs na fonte Outro ponto que costuma suscitar dtivida é 0 conceito de lixo, A maioria dos dicionérios da lingua portuguesa reporta aquilo que no se deseja mais, éem utilidade, que se quer descartar. Na area da gestiio de resfduos, entende-se por lixo os restos das atividades considerados pelos geradores como iniiteis, indese- Javeis ou descartaveis, e que se apresentam, geralmente, em estado sélido, semissélido ou semiliquido (Curitiba, 2006). Por lixo domiciliar entende-se aquele originado da vida diéria das unidades familiares, constituidos por cascas de frutas, verduras, produtos deteriorados, restos de alimentos, jornais revistas, embalagens em geral, papel higiénico, fraldas descar taveis, entre outros (Curitiba, 2006). J6 0 lixo comercial é entendido como aquele originado dos diver sos estabelecimentos coinerciais e de prestagio de servicos. Eo lixo piblico é aquele oriundo de limpeza de vias piblicas (Curitiba, 2006), Existem também os residuos ambulatoriais e 08 residuos de servigos de saiide, estabelecidos e classificados segundo a Resolugio Conama n® 283 (Conama, 2001), gerados no atendimento emergencial a acidentes de trabalho, Outro conceito que costuma ensejar problemas no gerenciamento de residues é 0 conceito de calica, também entendido por entu- Tho ou metratha. ‘Trata-se de residuos da construgio civil, de demoligées ou restos de obras que, via de regra, em fungio da auséncia de cuidados com o gerenciamento de residuos, costu- ma ser um canglomerado — heterogéneo - de materia. Embora seja difundido que a calica seja passivel de reaproveitamen- to, por causa de sua heterogeneidade cotiiposicional, nem sempre € 0 que ocorre, porque em meio a calica podem estar presentes materiais indesejéveis, tais como metais, phisticos, contaminan- tesete, os quais, durante determinados tipos de benaficiamento (cominuicéo sem segregacio prévia, por exemplo}, podem acar strugdo @ de demoico retar problemas ou acidentes nos equipamentos mecanicos ou em materiais secundarios de baixa qualidade. Assim, sempre que possivel, é desejavel que os residuos que compéem a caliga sejam segregados e classificados ainda na fonte, Do ponto de vista documental, a adocéo do termo calica em documentos do gerenciamento costuma gerar problercas. Por exemplo: se um motorista de caminhéo coletor de residuos caracteriza sua carga como caliga, como saber o que trans: porta efetivamente o veiculo? Materiais ceramicos misturados a restos de concrete? Solo misturado com madeira? Lixo em meio a gesso? £ importante, portanto, ressaltar a necessida- de de capacitagao e treinamento dos funcionérios envolvidos no processo a fim de padronizar as nomenclaturas associa: das ao processo de gerenciamento, especialmente motoristas, apontadores, operadores de balanca e almoxarifes devem estar aptos a “destrinchar” o conceito de caliga no sentido de melhor discriminar os resfduos. Os materiais de construgio so classificados em matéria-prima priméria ou matéria-prima secundéria, Matérias-primas primérias so os materiais naturais, “virgens", de origem mineral ou vegetal, que necessitam ser processados antes de sua utilizacao. Eles sto, em geral, homogeneos (na medida em que nao esto contaminados com outros materiais}, e, como exemplos, tém-se a pedra britada, a areia, a argila e os deri vados de petréleo no conereto asféltico, Jé as matérias-primas secundérias so aquelas que foram recuperadas ou que podem ser reutilizadas, Esses materiais necessitam ser coletados, separados, classificados, preparados ou tratados antes de seu uso, Raramente so uniformes. © critério para estabelecer se um material ¢ matéria-prima ou residuo deve estar atrelado a0 uso que se pretende deste mate- rial, Assim, o que é residuo em um setor ou proceso produtivo pode ser matéria-prima em outra, Fazer esse discernimento é CGorenciamenta de residues s6idos na construgdo ci muito importante quando se trata do transporte dos residuos de sua relacdo com os aspectos legais. Veja um exemplo; uma das filiais de ura construtora esta execu- tando uma obra em determinado Estado e, como consequéncia, hé geragéo de resfduos (pneus de trator usados). Supondo que hhaja uma lei federal que proiba o transporte interestadual de residuos, seria permitido a essa empresa promover uma gestio centralizada de seus residuos, isto é, transportar tais pneus & matriz, situada em outro Estado? £, portanto, crucial na reso- lugdo deste caso classificd-los ou ndo como residuos. Se a construtora considerar tais pneus como matérias-primas para outro proceso (de recapagem, reaproveitamento, reciclagem etc), seria necessério viabilizar documentacaoespecifica? Estas ¢ tantas outras questées, sujeitas a diversas interpretagées, poder suscitar ditvida tanto a quem promove o gerenciamen- to dos residuos quanto’a seus drgios de fiscalizacdo. Embora parega excecio, ha diversas situades em que a conceituacao do residuo pode levar a diferentes fundamentacdes legais. Considerando a demanda’ ambiental do constante reaproveita- mento dos residuos gerados, é preciso utilizar estratégias de reutilizacao (reaplicagio de um residuo sem transformacao), reciclagem (processo de reaproveitamento de um res{duo), beneficiamento (ato de submeter um residuo a operacées e/ou processos que tenham por objetivo doté-los de condigées que permitam sua utilizagéio como matéria-prima ou produto) ou, quando necessirio, definigo de seu destino. Assim, entende -se por aterto de res{duos da construcio civil a drea onde serao empregadas técnicas de disposi¢io no solo de resfduos da construgéo civil Classe “A” (sistemd'de classificagio apresen- tado adiante}, visando seu reaproveitamento ou ainda futura utilizagao da dea, valendo-se da tecnologia para confiné-los a0 menor volume possivel, sem causar danos & satide piblica ou aomelo ambiente. 11 Os residuos de construgdo e de demaligao Por todos esses itens, é possivel verifiar, portanto, que, por se tratar de uma ciéncia relativamente nova, ha dissonancias quanto aos conceitos utilizados, ea mao de obra nio é especia~ lizada e/ou treinada, criando, assim, uma barreira ao processo de melhor gerenciamento de resfauos da construcdo. Exercicios 3 Explique, com suas palavras, 0 conceito de residuos da cons- trugio civil 4 Residuo sdlido e lixo sao conceitos equivalentes? Explique.

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