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Adequação da linguagem ao contexto
Objetivo
Refletir sobre a escolha de nossas palavras de acordo com o contexto de
comunicação em que estamos. É muito importante usar a linguagem adequada à
situação, pois, dependendo do público com quem vamos falar ou para quem vamos
escrever, precisamos nos expressar de forma mais ou menos formal; além disso,
devemos levar em conta outros critérios para nossa organização textual, tais como a
polidez, a clareza, entre outros.
Usar uma linguagem adequada à situação de uso é uma etapa importante para que
nossa comunicação tenha maiores possibilidades de êxito!
Adaptado
Como pudemos notar, a escolha das palavras deve levar em conta o contexto
comunicativo em que estamos. Se a situação é informal (uma conversa entre amigos,
por exemplo), podemos usar um vocabulário mais coloquial. Já em uma situação
formal, o registro deve seguir a norma culta da Língua Portuguesa.
Variedades linguísticas*
O modo de falar do brasileiro
Alfredina Nery
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua
história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações
linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.
Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: pranta/planta;
broco/bloco.
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Desnasalização das vogais postônicas: home/homem.
Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles ama.
Antigamente
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Língua e status
Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta
lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou
regiões para perceber que há preconceito em relação a elas.
Essa falta de adequação compromete a qualidade do texto e pode ser observada pelo
uso de expressões e palavras inadequadas que, embora sejam aceitas na fala, em
contextos informais, não devem fazer parte do texto escrito.
que nem: muito usada na oralidade, deve ser evitada e substituída por como
ou igual.
Ex.: Errado: Ele é honesto que nem eu.
Correto: Ele é honesto como eu.
através de: não use essa expressão com o sentido de por meio de ou por
intermédio de, por, pelo e pela. O sentido dessa locução é por dentro de, de
um lado para outro de, por entre e ao longo de.
Ex.: Errado: Soube da demissão de José através do Manoel.
Correto: Soube da demissão de José por intermédio do Manoel.
Correto: Soube da demissão de José pelo Manoel.
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sentido, usa-se a palavra inverter. Se a ideia for de mudança, usam-se as
palavras alterar, mudar ou modificar.
Ex.: Errado: O candidato precisava reverter o resultado da pesquisa de intenção
de voto.
Correto: O candidato precisava alterar o resultado da pesquisa de intenção
de voto.
junto a: essa locução significa ao lado, próximo a, perto de. Muitas vezes, é
usada de maneira errada.
Ex.: Errado: Fiz uma solicitação de empréstimo junto ao banco.
Correto: Fiz uma solicitação de empréstimo no banco.
¹ Texto disponível em: http://www.escreverbem.com.br/pt-br/escreva_13.html
Acesso em: 01/09/2012.
O que é um gênero? ³
Piada, anúncio, poema, romance, carta de leitor, notícia, biografia, requerimento,
editorial, palestra, receita... São muitos os gêneros de texto que circulam por aí. São
as situações que definem qual utilizar.
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Em todas as situações acima, usamos diferentes gêneros de texto (a definição de
texto, aliás, é: um enunciado verbal que faz sentido para alguém em determinada
situação). Situações diversas, finalidades diversas, diferentes gêneros. Não importa
qual o gênero, todo texto pode ser analisado sob três características:
3) Fale com boa intensidade - nem alto nem baixo demais -, sempre de acordo com
o ambiente.
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5) Fale com bom ritmo, alternando a altura e a velocidade da fala para manter
aceso o interesse dos ouvintes.
Síntese
Até aqui, aprendemos que é muito importante levar em conta o contexto em que
estamos falando ou escrevendo para que nossa comunicação seja eficiente.
Se estamos em uma situação formal, devemos usar uma linguagem mais próxima da
norma culta da Língua Portuguesa. Se, por outro lado, estamos em uma situação
informal, ou diante de alguém com pequeno domínio da linguagem padrão, podemos
falar de forma mais coloquial, para ser compreendidos ou para agirmos de forma
natural ao contexto.
A escolha do gênero que vamos usar nesta ou naquela situação também interfere no
registro linguístico que vamos utilizar. Há gêneros mais formais, principalmente os
escritos, e gêneros mais informais (normalmente ligados à oralidade).
Nossa língua, como qualquer outra, é muito rica e variada; no entanto, é preciso
estar atento ao momento em que estamos nos comunicando, escolhendo as palavras
de acordo com cada situação.
Por fim, devemos levar em conta outros aspectos para uma boa interação verbal com
as pessoas: devemos evitar as marcas de oralidade, usar sempre formas polidas de
comunicação e procurar a objetividade e a clareza. Esses princípios, com certeza,
facilitam a comunicação diária de todos nós.
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Estratégias para acentuar, pontuar e usar
a ortografia correta
Objetivo
Ortografia, acentuação gráfica e pontuação são três temas que geram dúvidas para a
maioria das pessoas. Como fenômenos ligados exclusivamente à escrita, foram
aprendidos na escola e, muitas vezes, de forma insuficiente.
Vamos destacar alguns pontos de cada uma desses assuntos, uma vez que seria
impossível esgotá-los. Principalmente, procuraremos construir um conjunto de
estratégias que podem ajudar você a superar problemas ortográficos, colocação de
acentos gráficos e uso da pontuação.
Ortografia
Todo mundo, vez ou outra, tem dúvidas sobre a ortografia de algumas palavras. Além
disso, quando escrevemos uma palavra errada do ponto de vista ortográfico, nosso
texto pode ficar comprometido, causando em nosso leitor uma péssima impressão.
Curiosidades
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Alguns padrões ortográficos
Pode não parecer, mas em nossa ortografia há várias regras que podemos seguir para
escrever as palavras corretamente. Vamos ver algumas delas.
O sufixo “-izar” é usado para verbos derivados de palavras que não têm “-s”
no radical (e também para os derivados de substantivos e adjetivos
terminados em - ico, - ismo, - ista). Assim, temos:
Local – Localizar
Exorcismo – Exorcizar
Socialista – Socializar
Dogmático – Dogmatizar
Por sua vez, o sufixo “isar” está associado a derivados de radicais com “s”.
Assim, temos:
Liso – Alisar
Análise – Analisar
Friso – Frisar
Aviso – Avisar
Conceitos úteis
Radical é o elemento principal da palavra, a base de seu significado. O radical
não sofre variação. Em “relampeja”, o radical é “relamp-” (elemento
invariável); em “pedreiro”, é “pedr-”. Os radicais são elementos comuns às
palavras da mesma família etimológica, que possuem a mesma origem. Veja:
Pedreiro
Pedrada
Pedras
Sufixo é um elemento Ditongo é o encontro de uma
significativo secundário que se vogal e uma semivogal, ou vice-
junta ao radical para formar versa, em uma mesma sílaba.
palavras novas. Os sufixos vêm
sempre depois do radical. Trégua
Bondoso Farmácia
Arruaceiro Mágoa
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Uso do “G” e do “J”
Emprega-se a letra “g”:
nas palavras terminadas em -ágio, -égio, - ígio, -ógio, -úgio.
Exemplos: relógio, colégio, refúgio.
nas palavras terminadas em –gem.
Exemplos: viagem, ferrugem, massagem.
Emprega-se o “j”:
nas palavras de origem tupi e africana.
Exemplos: canjica, pajé, jacaré, jabuticaba.
nos verbos terminados em –jar ou –jear.
Exemplos: arranjar, viajar, sujar, lisonjear.
SOUZA, Jésus, YOUSSEF, Samira. Minigramática. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 34,
adaptado.
Saiba algumas regras de ortografia (especialmente das palavras que você usa
sempre, mas não consegue saber como são escritas). Consulte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/ortografia.shtml.
Leia bastante: quanto mais lemos, mais fixamos a ortografia das palavras, de
forma natural.
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Se não tiver certeza da ortografia de um termo e não houver como fazer a
consulta, troque por um sinônimo, um termo de sentido equivalente.
Faça associações entre termos de uma mesma família. Por exemplo, “fingir”,
“fingido”, “fingimento”.
Acentuação gráfica
Da mesma forma que a ortografia, a acentuação gráfica das palavras é um tema que
gera muitas dúvidas e, quando não empregada de maneira adequada, pode provocar
no leitor má impressão sobre nossa escrita.
Agora que já vimos o conceito de sílaba tônica, vamos estudar as regras básicas de
acentuação gráfica da Língua Portuguesa.
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São acentuadas as paroxítonas terminadas em:
i, is
l, n, r, x, ps
Nova Ortografia
Alfabeto
Como era Nova Regra Como ficou
Trema
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Acentuação
O acento nos ditongos -éi e -ói permanece nas palavras oxítonas e monossílabos tônicos
de som aberto: herói, constrói, dói, anéis, papéis, anzóis.
O acento no ditongo aberto –éu permanece: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Não se acentuam o -u
tônico nas formas verbais
argúi, apazigúe, averigúe, rizotônicas(acento na raiz), argui, apazigue, averigue,
enxagúe, obliqúe quando precedido de g ou enxague, oblique
q e seguido de -e ou -i
(grupos que/quie gue/gui).
Não se acentuam o -i e -u
baiúca, boiúna cheiínho, saiínha tônicos das palavras baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha,
feiúra, feiúme paroxítonas quando feiura, feiume
precedidas de ditongo.
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Estratégias para resolver problemas de acentuação gráfica
A maioria das palavras da língua não recebe acento; portanto, na dúvida, não
acentue.
Pontuação
Na língua escrita, a pontuação dá ritmo e melodia à frase, servindo ainda como
instrumento de clareza na construção do sentido daquilo que queremos dizer.
Quando bem empregada, auxilia na organização das ideias e funciona como
elemento de articulação das partes do texto (a chamada “coesão textual”).
A vírgula ( , )
O ponto ( . )
O ponto-e-vírgula ( ; )
Os dois pontos ( : )
O ponto de interrogação ( ? )
O ponto de exclamação ( ! )
As reticências ( ... )
As aspas ( “ ” )
16 Os parênteses ( ( ) )
O travessão ( – )
Entendendo o uso de alguns sinais de entoação
DOIS-PONTOS ( : )
- Parta agora.
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno, posto que é
chama, mas que seja infinito enquanto dure”.
RETICÊNCIAS ( ... )
Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns
longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)
PARÊNTESES ( ( ) )
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Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
TRAVESSÃO ( – )
O ponto
O ponto é usado, principalmente, para indicar o final de um período, seja ele simples
(com uma só oração) ou composto (com duas ou mais orações). É importante
destacar que um parágrafo organizado de forma clara apresenta, entre outras
características, períodos menores, compostos por uma ou poucas orações. Assim, a
presença de pontos indica que procuramos organizar nosso pensamento de forma
pausada, dividindo as informações nos períodos.
Observe:
“O corpo do leão Ariel foi cremado no final da tarde
deste domingo (31), em São Paulo. Ariel morreu há
quatro dias em pleno tratamento para voltar a
caminhar. Uma doença degenerativa deixou o animal
sem o movimento das quatro patas. O caso repercutiu
no Brasil e exterior e mobilizou mais de 60 mil
internautas.”
Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/07/31/corpo-do-leao-
ariel-e-cremado-e-cinzas-serao-colocadas-em-futuro-zoologico.jhtm
Acesso em: 01/09/12
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Nesse período de aproximadamente quatro linhas, há quatro pontos, o que significa
que os períodos são curtos, com informações objetivas.
A vírgula
A vírgula marca pausas de pequena duração e é organizada por um conjunto de
regras. Vamos nos concentrar em dois aspectos centrais dessas ocorrências:
A vírgula nunca deve ser usada para separar o sujeito de seu predicado.
Observe:
Esse é um erro muito comum no uso da vírgula. Veja que o sujeito é “João” e
seu predicado é “sabia a resposta”. Não podemos separar o sujeito do
predicado. O correto, nesse caso, deve ser:
Síntese
Ortografia, acentuação gráfica e pontuação são três temas da Língua Portuguesa que
costumam gerar muitas dúvidas na hora de escrever. Além disso, quando usados de
forma inadequada, as letras, acentos e sinais de pontuação podem provocar uma
péssima impressão em nosso leitor.
Para auxiliá-lo nesses assuntos, indicamos algumas estratégias. Sugerimos que você:
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Se estiver escrevendo no computador, preste atenção nos termos que o
corretor ortográfico destaca. Ele costuma corrigir ortografias incorretas.
Faça associações entre termos de uma mesma família. Por exemplo, “fingir”,
“fingido”, “fingimento”.
A maioria das palavras da língua não recebe acento; portanto, na dúvida, não
coloque.
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Bibliografia
ABREU, Antonio Soarez. Gramática mínima. São Paulo: Ateliê Editorial, 2006. BAGNO,
Marcos. A língua de Eulália. São Paulo: Contexto, 2008.
SAVIOLI, Francisco Platão; FIORIN, José Luiz. Lições de texto – leitura e redação. São
Paulo: Ática, 2006.
SACCONI, Luiz Antonio. Guia ortográfico e ortofônico. São Paulo: Nova Geração,
2009. SOUZA, Jésus, YOUSSEF, Samira. Minigramática. São Paulo: Saraiva, 2001.
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