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3 i Jacob Dolinger DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO gi] ——— (Parte Geral) 2 | 8 Jacob Dolinger g g | DIGIT | INTERMANORIAN Esta obra tom come mero $e consttuie una ponte enite & gorecdo dos grandes mesres da dscplina & nove grapto quo ‘desponta com espino abet par 8s necossidades do drt Be sie na sus conrontagéo com of demas sietemas juriicas num ‘mundo cada voz menor ada yaz mais complexe. A presents obra lnitowae pate goral da cine do colito as lois, procuranto, sempre quepossivl presenta a matéia sab um enfoque comparave @'enrquecsso pla produrde ju. Prudenca, aqui o dalhures. EF (DRIVAnD j || (PARTE GERAL) GEES - 'TO INTERNACIONAL PRIVADO Atende pelo reembolso postal “oda 0 ioe reat 2 LIVRAMIA E EDITORA RENOVAR LTDA mara sds Aen 102521 ~ Ceo BI cep 201.000 Te 381-28, $1. 1618 Fs S2135 ‘VRARIA: Re Aoi 0a Ces = ‘ar pth lesan, Sn 98 arson S236 Dancer: tev Ants Mel, 19 — Si Cibo WI Cons Brit ao Lopes Siskind — Preside Gio Tate Iai Enya Roa (Coo Atego ‘ler ste Toes a Ctr Gomer atop Burne “Tope ies Geis Li, M1477 hat Caiogrtona ne Sen Nn or ero io —_—_<—<—<— iri aaa Feb T Sede a Ride nae Mewao, t ane 4589. ” se ; 038s B ov sis 3 Pies pod as 87) PREFACIO — DEDICATORIA (da 1" edigao) Este manual fest com a mente «0 crag vlados& meméria do qurido mest, Profesor Oscar Tendo, qe 0 aor fenton pel primers yet nima noite de 1954, por oarto do fame vertbuar ao ingresto a Faculdade de Dito da eno Univeral do Dist Feder "Tes cone este de Drei Interaconal Pablo em 1956 cenoramente em 1988 como profewor da dpa ermda nee trabalho. Maio anot depos reebewane em seu abet rer n0 Solar da Marques, quand emimorme a prestar or exes do oncuroalnredoctci da dpi que mais de pertohetoer dene a mas em que se emer epontiiou. Pontxiomentc ntowre com sua presengn nba sla dic, quando nds tc recipen de dada intevengtocrrgicn ‘anata Teo denn festa obra, Tendo eserevea que ma confi, aim como, rior anor antes, seu mest, Ral Pedennciny dear nas sue dos 0 “Diccio Interaconal Cm pendade"serscentodo que ofara com bunidade conan Subrsindoc nacriade da diiplina na Uniesidae do Esa do Ri de Janio, eno procirado sou sa loan tern nan quite de Die Tnternacona ‘O mere canon a rogenc dena din dpi, que ‘ers entre outrrtpioranaconaiade ea ond uric do ia il gue paint sn neo orrores da pereguiggo religions no weho continentee qe fre 2 lcd de sor recebdo nena tera caer, cape hhosptalidade aos refugtdos © sofeidos de todos of tempos e de todas as origens, Dai meu edobrado interese por estas matéras femeu especial gosto na transmisedo da orientacho humanitria da Jursprudénela nacional desde os tempos de Rui Barbosa e Pedro Tesh, no erato da expulaso de esrangeiros. cine mais meu mestre naquela nota 11" edicio de ua obra “ax goragbcs que nor suctdent aio melhores do quc a8 oss quivocamse os mestres de ontem que nao acetam a colaboragio {ios joven. Nestes ha sempre tim expirto renovador © inquieto, Sbestas as suas janelas para hosizontes mais vastos” “Assim inspirado, convogues para colaborar neste manual qua tro jovens extudiosoe ds maria. A profesora Vera Maria Barreira Jat professora Nadia de Araijo a0 professor Luis Roberto Darrovo, (ue contribufram com seu tempo e suas intligéncias, 0 sincero agradecimento do autor "Ea professors Carmen Beatre de Lemos Tiburcio Rodrigues, | Gunilaizada com os lablrintos do direito internacional privado, fo dual vem se dedicanda com esmero ¢ expirto cinco, & ‘Special gratidae do sutor por nea constance,inteligente e devowada ‘Colaboragio neste como em outros tabalhos. ota obra tem como Gnico merito o de constitu uma ponte centre a geragdo. dos grandes mestzes da uiselplina, professores ‘Osear Tenéri ¢ Haroldo Valladzo, ea nova geragio que despont= com espiito aberto parn ax neceaidades do direto brasileiro na Soa confromtagio com os demas sistemas juridicos num mundo ‘cada yer menor ¢ cada ver nals complexo, ‘entre estes novos jurists, ho de surge grandes mestes para «6 Dieito Internacional e 0 Digeito Comparado que saberio dar fu colaboragao para o desenvolvimento do eomércio internacio- nal no sea sentido mals ample ‘0 presente manual limitouse & parte geral da ciéncia do conflita dat lel, procurando-e, sempre que possvel,apresentar a Inaéria sob um enfoque comparativo eenriquecido pela producto Jjrisprudencial, daqui e dalures, "A disciplina exige tratimento ainda mais acentuadamente compatativojurisprudenclal para o direto civil internacional, 0 Gircho do comercio internacional, o direte procestal inernacio- tal ¢0 direito penal internacional ‘Mas, "0 dia € curt ea tarts a cumpri € vasa" (fea dos Pais, capitulo 2 mishinah 20) inDICE reficio — Dedicaéria ve XV pcopituo © DOMINIO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 1 0 objet sine ‘ADenominacio 6 {© Relacionamento om s+ Outras Discpins Juris ° Direto Internacional Prado e Dieito Internacional Paice 11 {Sociedade tmernacional” ° ce {A Otca da Discplina 4 © DireitoPablco no Ambito do Divito lmernacional Prado 16 Os Confitosinerepaca 0 (+ Confitos Inerpenoais. 21 hace Sinéticon 4 capitate 1 DIREITO INTERTEMPORAL E DIREITO INTERNACIONAL, PRIVADO : 3 Sobreiitos © Confit Bidimensionas 2 Dircito Intertemporal Internacional. = 26 Ditto Internacional Intertemporal. "7 Jjurisprudeneia Francesa (DireltoInteremporl Internacional). 29 Jjurisprudencia Brasileira (Direito Internacional Intertemporal). 30 > Capitate It DIREITO UNIFORME, DIREITO INTERNACIONAL PRIVA- DO E DIREITO COMPARADO. Direto Uniforme. - Dieeta Uniform. Entusnsmo Pasagero pele Diets Uniforme. A Unilormizagzo do Direto Econdmieo Diteto Uniforme e Dieto Internacional Privado: Teoria de ‘Accra Métodos de Direito Intemacional Privado Diteita Internacional Prvado Uniormizado (Os Quatro Fatores Resumes. Direto Comparado.. - pane ees AS NORMAS DO ‘DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO [Norms Indieta. os ‘Norms Qualifcadoras ‘strutura da Norma de D.LP: Normas Unilsterais, Norma Bilaterais, Normas Jusapostas a cok Sy eee ice Lo ee —————— i a oma Trad de Montoiagan Céigo Basan. “a — Eanes inuaramericana sobre BLE “Restatement ef the Law of Conflict of Lave" ‘As Consengies da Hala Liga das ages Naces Unidas | Academia de Direito Internacional Outs IneigBes en . “Juwisprudéncia internacional. Confitos Entre Fontes — Lel¥ Tata. - CConflto entre Constiuigio e rata... Jusaprstencia Braleira : JJrispradéneia dor Faies da Comunidade Europe coon Capitulo VE HISTORIA E TEORIA DO DIREITO INTERNACIONAL, PRIVADO et : Antguidade = ss (Os Birbaror © a Peronalidade das Les. (© Regime Feudal e 4 Terstrialidade das Leis, (0s Gentros de Mercincia da dade Média ‘Teoras Eatadras ——— BacolaTallana —— ' ecola Francesa = Frcola Holandess.— oattinas Mederma. “Jor Story Friedrich Catt yon Savin som Paaquale Mancini. = (© Método do DIP —— copitto TP) J NACIONALIDADE son | Nacionatdadee Drei Intermacional Privo. 7 Noclo de Nacionalidade, : ‘\ Nacionalidade e Cidadania. — | aque de Nacionalidade on - The Sangin - tus Domi J Mas taborin co 109 100 ne nz ns us ne 120— 12 123 197 130 135 135 137 138 iat nat 1a Me 4s Mudanga de Nacionatdade Diseito de Adquiir. Direito de Nie Adu Direito de Nao Perder.. Direito Braileizo da Nacionalidade: Neconalidade Ovigindria ipdtese Inconsttulonal de Nacionaldade Brasileira DireitosFspectais dos Porengueses Perda da Nacionalidade Reaquisgio da Nacionaidade Nacionaidade da Mer Cassa ‘Gontlitos de Nacionaidade, Posiivos © Negativos. ‘Principe Intemacionais sobre a Nacionalidade, Jorispacencia Internacional : ‘Garo Canerao. aso Tellech (Garo Nottebobim Jusisprdeneia Brasia “Capitulo VHT Rho A CONDIGAO JURIDIEA DO ESTRANGEIRO. A ENTRADA DO ESTRANGEIRO. ‘Visco de Entrada - Fixagio em Determinada Regiio do Tertnio Nacional. © DIREITO DOS ESTRANGEIROS ADMITIDOS. (0s Direitos do Esrangeio no Br. a Exerecio de Atvidader Politica. ‘Outras Restricoes a (Gasicario de Direon = Dineito Compara. ‘Cargo Pablic ‘Aasimilagio dos Esvangeiros. : Registro Profisional de Estrangeiros Temporivis. aatuto do Refagiado 14s M6 152 156 170 13 i i a 181 1st 11 191 SAIDA COMPULSORIA DO ESTRANGEIRO ala Explaio do Exrangeio. a9 [Natureza da Ato de Expulsio zs ‘Competencia para Expl: 2 Delesa do Expulsando at 226 Joviapredéncia Brasleir ‘Gao Ronald Arthur Biggs 2 (Gn Zyl Bae 2s (Go Padre Vio Mico I as ‘Vow do Ministo Clos Thompron Foes a Indenizacio por Expl 20 conou et) APLICAGAO, PROVA f INTERPRETAGKO DO DIREITO | PstRANGEnRo. 24s 5} anureza juridica da Lei Estrangeira — Fato ou Lei? 3 4 Apteacae do Drei Exrangs. 20 | Prost Die Extangete BI (Somumes. bt | merpetaio do ico Barge é daspiacto os | Janspradénca Bria apna) Pine Saeco 2 | as REGRAS DE CONEXAO — LEI DETERMINADORA [ bo Estatuto PEssoat. eh 201 } ae Regis de Cone nnn 2 | AigumesRepess de Cone oo 204 | LE DETERMINADORA DO ESTATUTO PESSOAL www 265 0 tetnto Pont 25 ese 2 Naconatade = omen kat gonin fant ho mn ‘Conceitilgzo de Domichio Legfalacdes Interns em Matéia de Estanuto Peso DMutdanea de Extatuto Pessoal, Conltos Mave (0 Estatuto Peso os Tratados e Convenes (Os Traados de Montevideu (0 Codigo de Bustamante nn © Batts ose Distingdes em Matéria de Capacidade internacional Prado Drei [Anteprojeto de Lei Geral de Aplicagio das NornasJurdicas Excevio do Direto Cambiisio ‘Ouiras Regras de Coneso para o Estatuto Pesoul Religion . Residencia FOF one Capitato XI REENVIO cs ss [A Fonte Jurigprudental do Reenvio.cwncnsnnnnn Debate em Tare do Reema nnn “Argumentos contra © Reenvio - ‘Angumentes Favorives 20 Reem. “Teorias Conducentes 20 Reenlononoom "Teoria da Subsidinredade — ‘Teoria da Delegaco. Teoria da Ordem PSbIic nen ‘Teoria ds Coordenaglo dos Sistema. Reenvio de 2" gra “Terminologia ——— Exceqies #Aceltgio do ReenMo on : “Autouomia da Vontade. : Forma dos Atos Sistema Britinio de Duplo Reno. "Textos Legis Relatvos a0 Renesas (© Direto Couvencional 0 Reensio Jurisprudéncia Francens Gao do Banco Otiomano Jurispradéncia Tunsina: Forge, 2 Ei 26 230 282 28 25 201 an 205 395 293 88 (0 Reemvia no DLP. Brasileiro - 318 Dotsina| 318 Jurispradnca. : 319 Capituto XT TEORIA DAS QUALIFICAGOES aor © Proceso de Qualifcacio. ser Conceituar + Csificar = Quaificar 528 (0 Confito das Qualiicagbes 328, 0s Bxemplon em nnmmnnnn 320 {0 Caro Bartolo, ou a Sucessio to Maton 330 (0 Testameno Olsgafo do Holandés 380 © Casaments do Grego Oriodoro. sat Determinacio da Lei Qualicadora. 331 ‘Quuliiesric pela Lx or SOL ase ‘Qualiieacie pela Lx conse ~ 333, ‘Gunleacie por referincia conceit antOnomos € univers. - 384 ‘A Qualifcagto 20 Direta Intersacional Privado Brasileio..-- $88 Jorisprudéncia ngless. ce 389 10 Cao Cotn. ~ 339 ‘Oggen v. Open 240 Jurisprudéncia Americana. ae Jorispradencia Bralelrann - 32 Nocder Qualificadoras cm Textos Convenciona. 346 Capitto XIE 0S ORDEM PUBLICA gevcnnnnnennnnnnninnnnnmnne $4 'A Nog da Oalem Pablica no Diseito Internacional Privado... 549 Histérco 351 CCaracterisicas a Ordem Publica vo 382 Relativdade/Iosabildade. I se Contemporaneidade. 353, Fator Exsgeno. ‘os Ties Nivels da Ordem Pablica 358 Subst de Lx Cause pela Les Fo 36 © Papel do Juiz Legitacio, Tratados ¢ Convengoes -Aplcagoes do Principio da Ordem Publica Jurisprudéneta ‘Orden Piles no Plano lateral ‘A Orden Publica Estraugeta € a Ordem Publi Conelusio CCopituto XIV FRAUDE A LE Nocéo. Fundamentor da Froude & Le no DIP veo Fraude Lei no D.LP.¢ “Forum Shopping” Gonseqiéncne da Froude & Le [A Fraude Lei nas Relagdes Families Jurlaprudéneia Feaacem — Gao Vidal (Caso Baffcmont Legisago on Fontes Internacionai. Frade a Lei Eavangera Capitulo XV A. QUESTAO PREVIA ssn Capito XVI INSTITUIGAO DESCONHECIDA. ‘Algumas Reteréncias Legisativas a Hipotexs A Convencis Interamericona de Regras Gerais de DAP. CCapitute XVIE ‘TEORIA DOS DIREITOS ADQUIRIDOS. A Teoria de Piles, ‘Waiwera 370 sa. 388 388 383 386 05 395, 396 209 407 408 409 an a A Conuibuigio de Machado Vila Diplomas Interracionai © Gisigo Ct Fortuguds| Direitos Adguirdos ¢ Ordem Publica © Principio no Direto Posi Brasileiro scrim uiro Fundamanta do Principio dos Direntos Adgulrdos Diretos Adquirdose Instiuicio Desconhecia Direitor Adquirdos e Fraude a Lei ‘A Teoria Americana dos "Vested Right” Capitulo XvIE PESSOA JURIDICA, ve : CCitri de Determinacio da Nacionalidade das Pesos Juri ica Ccriterio da eomporacio CGritso da Sede Social ritrio do Controle Direito Convendonal “Trandor de Montevidén Cdigo Bustamante nnn . “rata de Homa. CConvencio de Bruxelas. Convencio da Hai. CConvencio de Estrasburge. - Convencées da OFA, (Convengio do BIRD. Jusisprudéncia Earangeira Banco Ouonano onan Sociedades de Navegacio Marina Susitomo Sti America lc. Lim M.Avagiano e outs, Jorisprdéncia ci Core Internacional (0 Guo Barcelon Traction, Light and Power Company Limi ted Yo pieito Positive Beall. : JJsispradéncia Base ae 426 a8 2 480 40 433 496 487 488 a 4 45 a7 “7 “7 “0 ny 455, Pariipacio de Sociedade Estrangeira em Sociedade Bras tei 455, Emprease de Mineraczo cece 487 ‘Resrigho ie Pena jrideas de Diteto Pico 58, BIBLIOGRAFIA. - . 461 Apéntive 1 — Poojete de Leh 8? 4995/98 cso 478 * apéndice 11 — A Nacionalidade Brasileira na Evolugio das Constinugde. vn “81 Capitulo 1 © DOMINIO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. 0 objeto A tntemnacionalizagio da vida © das atsidades humanas acar ‘eta uma série de fendmenos de naturezajurfica que devem ser cnfientados pelos Extador iroladamente peas entidades regionals € internacionais no plano eoletvo. i varias coneepedes sobre o abjeto do Dirlto Internacional Privado, A mais anpla €a francesa, que entende abranger a disc- pina quateo materaedstintn: a nacionalidade: a condicao juridica flo extrangeiro;o conflto dar les e o confit de juristigdes, hae ‘endo ainda ma corrent, iderada por Antoine Pillt, que adicio- nna, como quino t6pico, o* direitos adguirides na sua dimensio internacional ‘A nacionaldade cuida da caracterizacio do nacional de cada siado, as formas orginislas e drivadas de aquisgio da nacions- lidade perda da nacionalidade e sua reaquisicio, os conflitos potitivos © negativor de nacionalidade, ocasionando, respectivae ‘mente, x dupla nacionalidade ea apatridia, os efitos do casamento sobre a nacionaldade da mulher © as eventuas ferries 208 na- ‘onais por natualizaco. aim condicio juridica do estrangeiro vers os direitos do strane ieiro de entrar © permanecer no pais; una vex domiciiado ou Fesdente no tetitrio nacional, tala de seus direitos no plano SINTON FILLET, Pps de Dot nts pp 7 econémico (civil, comercial); social (tabalhista, previdenctiri); pbc (foncionalismoy; politico (eleitora, incluindo sestigdes {Que soe em determinadar dress da auvidade humana (© confito de eis estuda a relagoes humanas ligadasa dois ow sais satemasjuridicos eujas normas nio coincidem, cabendo-he Ueterminar qual dos sistemas rerdaplicado (© confi de jurisdicdes euida'de definir a competéncia do Jusicéio de cada pais na solueio dos confit que envolvem pee ous coims ow interes que extravasam or imitesde wmasaberania "A teoria dos direltas adquridos como objeto do Dizeito Inter nacional Privado versa a mobilidade das rlagBes joridicas, que 3s ever nascem ein uma jurisdicio, repercutindo seus efeitos em ‘uta, rujeita a legsacio divers ‘A Alemanhat restringe 0 objeto da cigncia ao conto das ei os pater angloaxtes, notadamente a Gri-Bretanha” eos Esados Unidos, que denominanna de "Conflict of Laws", ineluer em seu objeto 0 conflito das lei 0 conflito das jurisdiges © 0 reco- ‘hecimento de sentencas esrangeirs, ‘Os paises da Europa Oriental também ineluem 0 confito das .€0 conflto das urisdigbes no abjeto da discptina "No Bail divergem os autores, entendendo alguns que o ob- {eto ae Creinrereve 20 condiurde leis, acetando, todavia que se ‘crtude's nacionaidade ea condiio jurdica do estrangeiro como suposiosdidatics da disciplina® Etendemos que o extudo do homem na sua dimensio inter scional, na defem de seus direitos alézn-de-seu abla ral, range o exame de nia nacionalidade, o etudo de zeur dircitos ‘como estrangeiro, ab cortes macionais a que pode recorrer e ds "ice ano MonaIs “TMhe Cont of Ln” i. 7. 4 Resmnon the La Cone of Lavy Sco or 2. pg. 2 5 ISR SEG oni atm ee, Se a eine SERBS eet enn de Ds acc de ESopete de ate, CLOVIS BEVEAQUA “Pinca emestuts de Dio Inet aa! pg 128, HAROLDO VALLADAO, DLP ps0 ihordo objet abana Direito Internacional Prvado nfo matsse resuringe— como se Sistentou ouifora—a institigoes do direito privado, ana igual monte no campo do direto pblico: questoesfisais, nancelas, Inonetiniocambiat, penaireadministravasassumem aspectos in temnacionais e exigem que se recorra a regras e prineipios do Direito tnternacional Prvado” “Ajusaposiete deves temas, naconatidade, condicio jurtdica dos estrangeiro,conflito de les e conto de jursdigdes, tem sido ‘hjet de interesantes clasificagdes. Henri Batol e Paul Lagar- chem que o Direio Internacional Privado estuda 0 sujeltos flo direito, o cxereicio dos direitos e a sancio dos direitos: os ‘neltos, a0 tratar de nacionalidade © da condo juridica do ex trangeifor 0 extciclo, a0 versa os contltos de leis, € a sancio, quando se dedica ao confito de jurisdicoes Pille? classficava or temas em gozo dos direitos, exercicio dos direitos ¢ recoahecimento dos direitos. O goro dos direitos se refere a condicio dos estrangeiros, em que se extuda 0 que podem Co que nie podem farer, «to decidido exclusivamente pela lei tio foro, lex fort O exerciclo dos direitos tata de como exercer 0 tlivito, oque poder serna conformidade dali local ou de aguma Iclesrangeira, ocolha que o Diseito Internacional rivado do foro hii de efetuan Eo reconhecimento dos direitos versa os efeitos intemacionais dos direitos adquiridos no esrangeiro. “Amilear de Castro iustra a composicao do tema da condo Jjuridiea do estringeito com o do confit de leis mediante 0 exe plo de um estrangeio de 17 anos, domicilado em seu pats que, {de passagem pelo Brasil, desea fazer seu testamento. Condicso Juridica do estrangeiro — pode um estrangeiro efetuar 0 ato de Testamento no Brasil, ou estard este ato entre 08 vedados 208 ¢ trangeiros no pai? A resposta 6 de que oestrangeiro tem condicio jridiea para tear no Bras Seguese a segunda questio: que lei ‘Gul, relatia capacidade es normas testamentiras sed aplicada, o: F aseronve raze trincpes de Droit ternational Prt, pg. 27 ©960. to AMILGAR DE CAIRO, op py © som Responde o Dircita Intemacional Privade que o# aspectox formais #20 regs pela lei local, eos aspectos de substincia de ‘apacidade pela lel do pais ext que o jovem eatd domiciiado. Se ‘sta ei veda o testamento aos menores de 18 anos, ele tem 0 go2o a0 direto de testar no Brasil, mas nao poderéexerct-lo, enyquanto ‘que as pessoas domieiiadas no Brasil ¢ por iso regidas por nossa Tei podem testara partir de 16 anos le idade. artigo 1.627. do S-C0igo Cr. ss Concebese a presenga de todos os abjetosacima enunciados ‘numa tniea hipétese, de um homem nascide em Paris, de pa brasileiro, easado com uma francess, que tena fimo, na capital francesa, juntamente com sua esposs, com quem € exado pelo regime de separagio de bens, um contrato de compra do controle acionfrio de uma sociedade brasileira, proprietiria de am rgio Jomalisticn e que descumpre ar obrigacdesasumidas com o vende. ‘dor no que tange ao pagamento parcelade do prego da aquisicio. A caructerizacio da nacionalidade do adquirente & de suma relevincia, em face da proibicao legal brasileira de conole de ‘empresa jomalistica por esrangeiro." “Temos aqui questdes de nacionalidade no que tange ao vario (Gerd brasileiro ou francés?) e de condicio juridica da extrangeiro zo que tinge sm espo que parcpou da operacioaguiinda parte das agbes waneaciona ‘Saber qual o tribunal competente pata julgar a acio do ver \dedor contra o casal de compradores envolveconfte de jurisdigio, is que, firmado o contrato em Paris por uma francesa, sa justice se considerars competence!” mas, como o contrato devia et cam Dido no Brasil justica brasileira também se considerard compe tente." Decdida esta questo, cabert definir que lei ser aplicala para 0 exame de validade formal do contrato, de sua substnci, ‘Le, a interpretagio de suas eldusulas, entendimento dos direitos « obrigaedes das partes eas conseqdéncias dem eventual inadime plemento, sendo também necessirlo taber da possbilidade de se confirmar e executar a sentenca prolaada em tum dos paites na Juisdigdo do outro 1: Sie ont ge ‘Temos af os temas do contlito de jurisdides € do eontito de lei, eis que diversas as normas que reyem estas matérias nor dos paites Sdo dois problemas ~aindicagio do fora competente eda Tei aplicdvel — que devem ser examinadas autonomamente, nesta ‘ordem cronoligica. Uma vee determinada ajurisdiedo competente, ‘© wibunal assim designado decidir sobre a li aplicével Diante de uma situagdo juridica conexa com duas ou mais Fegisiagbes, yu conitin suns dies, eonfiantes extabelncae 2 thivida sobre qual das legislagBes deve ser aplicada, nao cabendo 40 jurist, no estrito campo do Direito Internacional Privado,20- Incionar 0 confito; sua missio se retringe a optar pelo sistema Jjuridico a ser aplicado dentre as varias legslacdes coneciadas co 2 hipétesejurtica, ‘© Direito Intemacional Privado, 20 trabalhar com o condita ‘das eis, inegavelmente o campo mais amplo e importante de ve, objeto, hd de eiar regras para orlentaro Jue sobre a excolha da lela ser aplicada. O confito entre as legslgies permaneee, mas a situacio concreta € rezohida mediante a aplicagio de uma das leis, escolhida de acordo com as regras xa, se pelo legisadon, seja pela Doutrina ou peta jursprudéncia, ‘A referénca a um "confit de leis” pode dar aidéia errénea de que s€ configura colisio ou choque entre normas legne de diverss sistem juridicos, 0 que nao &exato, eis que cada sistema legisla para s. Quando o legislador francés estabelece a maioridade vil 208 18 anos" enquanto o legislador brasileiro favo aos 27 ‘anos nfo hi efedvamente um confito, uma colisio, um choque. ‘Sio normas diferentes sobre o mesmo institut juridico, uma ides Izada para sociedade francesa, a outra para sociedad brasileira, ‘Todava, ocorrem hipsteses em que o apicador da lel deverd dec dir se se trata de caso regido pels lei de wm ou de outro sistema, Estado Juiz diante da "eoncorréncia” ow do "concursa” de dust leis diferentes bre a mesma quexto juridica. Ea ciéncia do *confita das le" cabe orientar sobre a escolha ater felta entre a duas normas concorrentes.™ 1 igo Gt arts, arg 88 1 Geto Gl r,t '% CLOVIS NEWTON DE LEMOS, “Quo Fndmenas de Ditto Iter ‘Sonal rteda" pop 3 A Donominacso Hii um generalizado delete entze os extidiosos do Direito Internacional Privo 1m demonsirar que tenominagao da ds- Ciplina € incorreta e ao mesmo tempo manterse fl acl, ‘A principal fonte do Direito Internacional Prado a leg sfojinterna de cada sistema, razdo porque ni cabe falar em dieito ‘Internacional, uma vez que 2 autoria de wins regras€incernace ‘internacional: Denotaeasslin a perleitadlsiacgo entre 0 Ditto Iiternaconal Pablico e 0 Direito Internacional Privado, pois em. ‘quanto aquele é egido primordialmente por Tratados ¢ Conver 6es, multe bilateral, controlda » obrervincia de suas norinas por Grgios internationals regionais, fo Direito internacional Privado € preponderantemente composto de norma provduldas Tio, A nacionalidade & fendmeno eminente- nal, €nenhumna soberania concebe qualquer interfe- réncia de fontes estranhas na elaboracao de min politica ¢ de sas formas, A condigio jurfiea do extrangeto ¢iguafinente materia regida por normas internas, espeitados determinsdos principios acordados pels aces. As regras sobre competéncia dos trbnnais de cada pass sio indubitavelmente de nspiracao © de autoria do legislador de cada jurisdic. ‘= Em matéria de conflito de leis produrinse efetvamente uma considerivel obra convencional, especialmente na segunda metade do século XX, mas grande parte das convengies nto vigora por falta de mimero minimo de ratSeagéer, c, assim, va de regra, as solugies sio encantradas-nas-normas internas de cada sistema sobre a aplicagio da lei no expaco. A obra convencional permancee ‘como pano de fundo, de valor tedrico-doutrindro, a frtalecer 0 entendimento do jurisconsulto quando coincide com as regras nacional, com a opinize da doutrina a produgio jurisprudencial, “Assim, semosampla diversidade nas solugSes nacional para os confitos de lel, e conseqientemente €difell comeber a den ‘hago “internacional” que sugere uniformidade. ‘Ouira erica que se faz 4 denominacio "internacional" € de ‘que este termo di déia de uma selacao juridies entre Esiados, ‘quando, em verdade,o Direito Internacional Pride praticimente 6 trata de interests de pessoas privadas,ejam Hai jurideas, ‘€ quando culda de interestes do Ertado, exe Tigur tosomente ‘coma membro da sociedad comerei ‘a manifestao de ente soberano “0 Direit Tnetnacional Pablco, ext im, versa interemes es tanais confios entre sobcranias,o que earntcrza sua internacio- nalidade. "ayanto.a-cigneia que em como seu principal objeto o con- | ito das tes, sano esiabelecer regras para a opcio dente as | sigs, € ure cireito eminentemente nacional, dat ser incorreta sua denominagio "internacional". E-como exta céneia também ~estnds'9 colitosinterespacas, nfo interacionais,bem-como os interpewonis ver mais adante, neste capitulo), certamente que a lenominagZo contrast com 0 contetido da dscipina. ‘rosegue a erties sobre a denominagao de ciencia; concen trando agora seu poder de Togo sobre o termo =privado". Se i cluidas esto 1a dscptina quentbes de Direto Process, Fic Monetitio, Faanceir, Administrativo © Penal, como se falar ext Aiveito privado? A justifeativaapresentadn & de que 0 "prado" fo ex cm relagdoA norma, nab agsjelioSnteessado escola dale e este éscmpre privado. A erica ndo descansa e replicase o ou opeio entre duas norma urfdicas ‘Provenientes de sistemas ditersoy fe 26 Gate portanto.de-um so- bredireito™ a decidir sobre qual de dots dreltos dea ser aplicado, SE sas nornas devem respetare seguir a orientacio dos grandes ‘incpios imanentes do Dirlto Tnternacional PObico, poi tam- ‘sem na solu daa qustses priv inernacionals Md que se Star para os interesespblico-polican de natureza interacio- "al se, enti, ae trata do ordemamento da competéncia dat com Deténcins, scguramente seri um dieito publica endo um direito Privado, por mis privados que sjam os nteresnesenvolvidos, se 4o, pos, extineo 6 termo “privado” conto na denominario ‘A altcrnatva aventada,"Direlto Prado Internacional’, x {aria alguns aipector da erties levntadae, poi internacional referria Gosonente 4 exfera internacional dos interesee evo dos, mas vériospontos da critica permaneceriam rilidos ‘Matas ouas sugestées para denominagio da clénca fram oferecidas pels exttionos Entre ns, Raul Pederniras ei 1 Lagu es re, Dirt det Dt ht donne. ncologismo, *Nomantologiasignificando oestude (laa) do ox Fromto (ant) das leis (nom) ‘Entendemos que a melhor proposta é a de Arminjon; que sugeriu “Direito Intersstemético", pois abrange todos os tipos de ‘ituagBes confltantes:conflitos interespaciais, tanto os internacio- halt como os internor, e confits interpessoais, inclusive 0s pro- blemar de naturezajursdicional, eis que cobre todas as sieuagoes fem que se defrontam dois sstemas juridicos com reterencra a uma Felagdo de direto. ‘Segundo Arminjon’ "um agrupamento de pessoas unidas por uma regra juriica ‘que ordena os prinelpals aspectos de aa vida socal e feqiente- ‘mente dispondo de instituiées jursdicionais e administrative + um sistema juridico, (0s outros aspectos extudados, nacionalidade © condicio diea do estangetro, iguram como pressuposios, © a rigor no fexigem cobertura da denominagio, mas com algum esforco de Imaginagzo podem ser considerados como integrados na denomi- nag proposta, pois quando se examina a nacionalidade de al [gem ou a condi jurdica de um estrangeiro isto também pode Scr considerado como Uma ands intersistematiea, ‘No entanto, apesar de toda a eitca ao "Direito Internacional Privado”, a denominagio € manda. Disamos que didaticamente ‘com bons resultados, pois que a critica val ensinando tido 0 que © Direito Internacional Privado ndo €, faeliando destarte a com: Preensio do que realmente sj ‘A denominagio fol formlada pela primeira vez por Joseph Story nos Eatados Unidos, em 1894, ¢ tlizada como titulo de ‘obra por Foclix, na Franca, em 1843," ganhando acetagio quase “univetal. Os angloamerieanos preferem a denominacio * Cnfct of Laus", mais adequada, pols se refere a0 principal objeto da ‘Géncia,¢, se considerarids que abrange todo tipe de conflto, 8 amangon, ‘atin tages ttn opener Ge prank part ee ee ‘Pier pi nn rr ese sme ek a SAesFOrLIK “Take de Dra ieratonal ve ou do fon es hs de rice de Droit Intrmaonl Prive, tomo pig. “Un inclusive o de aatureza jurisdicional, a denominacio € completa, pols eles no incluemn no objeto da disdplina a nacionalidade e @ Eondicio juries da extrangelro.” Aplicada do DP x Outras Discipinas Jurdias ara melhor compreensio de nossa daipina ha que exai- thas ate “afinidades com os demais ramos de Direito™* Mais cor eto ¢reeriraaplieacio do Direto Internacional Privado as demais ‘iseiplinas, Nie héafinidade propriamente dita, mas infhuéncia do Direito Internacional Primado sobre 2 aplicagio das normas de todos.on campos da dieeto ‘Numa stuigio juriccs que se desensola em um espago nacion nal, entre nacionsis domiciiados no mesmo terrtério, ausente ‘qualquer fatorexterno, como na hipStere de brasileiros, domiei- jos no Basi, que assinam em territério brasileiro escritura pi bic de compea'e venda de imével situado no Brasil, aplicase ‘unicamente ali Brasileira, por inexstir elagio alguma com sist ‘ma jurico esrangeiro, no havendo, asim, interes algum para ‘oDireito Internacional Prvado.Fatesé surge quando ocoree al ‘ator extraterstoxal, seja no plano-subjeivo da relacio juridic, ‘ej em algum aspecto abjetvo da mesma. E ocorrendo ito, ¢ em Iavendo divda sobre a opeio que deva ser fit, 0 comando incl pprovém das rene do Direito Internacional Privado que-desermi ‘plicado. Ai temos superordens- mento, o sobratireto decidindo sobre o direto a ser aplicado. (0 Diseito Internacional Privo éa projecto do direito interno sobre o plano internacional, como formulou Bartin® ou, como bem, 2A denominago “Confit of Lave” abun» ULRICH HUBER, holand, {orton oy lanes De cota gum deraruin dverinperi™ ‘igun sre snpioanerance nan » Senominaie “Prone Inericons Ege" Cha on fngnara © ARTHUR ROHN tor ander Uni, ‘eR Naira id sce ites o memo i, de CE 2 'OSCANTENGN “Deco nro Po 8 2 ‘ape 8 ao colo por Ferrer Correia profewor de Coimbra, o Direto international Prvado€» dient arnacional univer {reno cena NWerer Gechnid® consbni dinendo que @ DLR no € amas do qu un Diet Pid expec ow aj agua pare 29 Dintue taao que conemaphe or ce que toutim cement ‘ando nubente tm nacionaidades e/08 domictios dit enuSina momen de conta matrimony treo ue deter {argue pice! sformadadee promise corm do proprio ato cierto do casrmnth, gual ih apie 20 FZgime de bent que se itied ene 0 calc evcrtulmente tune srg necerine esabelecer lel ape is Felgen pe bai emue os conjugese para ov procemor de tepareeto, virco Sudcanulagiodocbanento-Tenorsfquectantoat 0 caament9 Sma dimenso intermacional e par ante scorrer-nor ss eat Go Dich Inemaconal Prado ‘inno & fimado em Nova York wm contrat de compra ¢ sendsdeimével cla no Bra ow quand ee € dad em {usnn hiptceira para una operaio decree Reads nage. {Eamtre fnaneio que saber que lc segem a forma 2 ‘honda da conusio, bem atin o eo sel ce iweido. Et Simenso incernaionl do deo das come edo to dar Ob ren Gidadio portgués, domicindo no Bras, que aqsi more deiando bent hetdevorso Base em sua tera natal spresena ‘Quen suceva en nn dimen intersacona ‘Sea eapacdade cl adguinas por joven ancts as 16 nos seri recone quando ees aca so Bascom menor se 21 Shox € quando do dimcnsonsmento intraaconal dor norma Sores dpecitade No Diretto Comer plcaco das rer sore a nacions tide da peso jute, gue tveem onc rconhecimento et fon pertorlitade como cidade dcpendes das regan Go Dico Privado, asim como a validade e a exeqhibilidade Ae tuulor de crédito firmados no exterior, ¢ os efeltos da fl 11 TERNER CORRAL Dt ner nde 2/8 de uma socledide, decretada pela jurisicio onde a mesma tem {ua mate solve as ilais ¢ nubelddvia extabelecdas em outror plees,entse eruits outras questbes compoem 2 dimensio inter Pacional da Direkt Comerc ‘Empresa citrangeira com filial no Brasil wansfere empregado para trabathar no exterior e 14 estando, apée algum tempo, € Eespedido, Onde process a empregadora? Que lel regerd a sse- Iugio unilateral do vinculo empregaticio? Temos af a dimensio {nteraacional de direto trabalhist ‘Empresa bnileia estabelece uma sbsidiria na Finlindla que te dedicn a pers ¢,suferindo luczos, page imposto de renda em FHilsingue e repaten o resultado para o Bri. Pagard imposto sobre _arenda tamben no Brasil Dimensiointemacional do direto Bsc ‘Marea regitrada na Suics,cujo produto € vendido no Bra, preci ser iguamente regstrada no Brasil para manter seu dreto ‘de exchosdade no mereado local Regulamentos cambiasfranceses que vedam operagSesfinan- ceiras ou monetiriae com nowo pale, introduzidos apéea eelebra ‘sho de um contrato de exportaco para o Bras regido por nosst Iti, podem jusiicar @ Inadimplemento do exportador? 1 "R explosio de um navio em alto-mar em conseqUéncia de bbomba nele colorada quando se encanteava em porto brasileiro sors julgada onde e por que lls? ‘Advoyado ‘ormado na afamada Universidade americana de Harvard pode advoger no Brasl? Tlustram eras hipéteses a dimensio Internacional do direito indurrial, do creito monetisiocambial, do direto penal € do direito adminiseasvo. DinsiaInteraconal Privads ¢ Dito Internacional Pilico A relagdo entre o Dircito Internacional Pritado ¢ 0 Dircito Internacional Bblico tem sido objeto de muta reflexio ede cons derive divergéncis. Mancini." um dos principais pensadores do tin tnt pug 25ers por CRURENTE fn "ke Drow Gt epee is nde prone ac a9 me Dircito Internacional Privado do século XIX, se referin& obrigacso {que deriva do Diteto Internacional Pablo sobre cada Estado » i tange ao tratamento dos estrangeiros em seu teritrio. “A. ‘Sencia considera ene trntamento como umn rigoroso deverdejusticn imermacional, do qual um Estado ndo se pode strat sem volar 9 tireito das gentes, sem romper of lagos que o unem & espécie Ihumana dentro de wma grande comunidade de direito, fundada lire weormunidade a soeiablidade da natureea husnana.” Tiienne Bastin" tece virine consideracSes a respeito da in- fnuéncia do Ditelto Internacional Pablico sobre o Direto Interna- tonal Privado, dizendo que parceem ligados un 20 outro como Aloe ramos de um gaiho comum e que ambos, o Direito Interna- Sonal Publieo co Diseto Intemnacional Prvado, pertencem a uma Aisciplina comm, consstalndo uma ciéncia™ ans Kelen® entende que os grandes princpios do Direto Internacional Prvado emanam do Direto Internacional Pablico, como aaplicagio das lei de outros Estados, a vedacio a0 questio- ‘hamento da vlidade de atos pratcados por outros Estados dentro ide sun jurtdigio «0 reconhecimento da validade dos direitos Adquiridos no extrangeiro sob a égide da Je Toca. (Clon Bevilaqua® e Rodsigo Otivio™ consideram 0 Direto Internacional Privado como diseplina antnoma ‘Arminjon™, invocando Hareiion™, refuta » dependéncia do Direito Internacional Prvado a0 Direto Internacional Pablico, eis ‘que aquele € muito mais antigo do que este, considerando que desde o inicio do aéculo XIV (e mesmo anteriormente) jf erm onmnuladas as cegras precise téenieas que os tribunals aplicam té os dias atuale para soluelonar os confitos de le aque fim que os Estados slada nao se haviam constitu, a noqlo de Soberania ainda nao se formara, em suma nao exista ainda odircio fdas gentes, que #6 foi erado no séeulo XVL Qual seria entio 0 fundamento do Direito Internacional Privado se este dependesse ‘do Direito Internacional Publico? 2 E- BABIN, “Eee de rot Inertial Poe, yg 28. SLI BARIIN, opp 200 2 HANS KELSEN, rcp of eration Law”, pg 80/1 Guovrs nevis, op. ce pg 118 5 RODRICO OTAVIO, “Denese! Pade”, lps 204/5. 2 PARMINION, op ip 38. SS HARRISON, "On Jrtpreence and Conic 0 an es ‘sa argumentacio no é comincente, is que em seus primo ‘los o Ditelto Tsternacional Prvado cuidava de confit entre leis trunieipats, senco que as regras entio conebidas foram evoluindo par. alma, aplicarse aos coilitos de leis dos Estados, quando je hhaviam consolididos os prineipios do Direito Internacional Privado. ‘Nio se hi necesariamente de seguir aqueles que pretendem que o Dircito Internacional Privedo emana do Direito nternacio- nl Fable, ww sc que a dietptinas eejam peratelas,galhos da Inesinadrvore, sis também no devemos manter a ida da auto- homin da now disiplina. Ha, inequivocamente — aqui sim — “Minidade entre as duas disciplina juridicas, ambas voltadas para Tuettbes que ale or mlopl iadientos internacional, Gir teaieaaa i queries polteeas, miliares © ccondmieas dos Estados em suas manfestagdes soberanas, a outra concentrada nos interescs partclares, dos quais os Extados pardclpam cada ver ais intensamente. Amnbas diseiptinas tm sido objeto de reciproca Colaboragio por juristas de todo o mundo, para amnbas tem sido “laborados ttados e convener por arganisinosinternacionais€ Fegionals, on ‘princes gor de dito mcombacidor pela gies ‘oilzadat”— nogio amentada no Regulamento da Corte Interna onal de Jastce — norteiam e limitam 0 leislador e o aplicador ‘Gs le em quesices que dizem respeito tanto a0 Direito nernacto- ‘al Publico como ao Privado. ‘Modernamente se estida a interagio entre o Direito Interns: ‘ional Publica ¢ 0 Digeito Internacional Privado.* Philip Jessup ‘descnvolven & nogso “Transnational Law", que funde © Direito Internacional Publica, @ Direito Internacional Privado © novos ‘impos do diceto que no se enquadram em qualquer wna desas ‘wadiconais diapinas™ HAROLD 6. MAIER, “Extent Jurca Crome a inter Hence "38 viena NER, “Dra nce! ps tat [Steno plete dee noon ecomplrene REVUE, 197, pa JPSQUBRaAG PTLSAENEED, “Put ow n he vr! Arena Coe lam ey nd ne pao mer Seen wt toh pep SP OSCAR SCHACHTER, “PRG Jp’ Lie and Iden, Amen Jour of iSraiasCouwannie frp sens Demin Internacional os rnen de guerra, o Dicto do Desenatunento Enondeice a6 ‘era apeatce is enprent ulema, Em 1974 Frangs eI assinaram Acordo de Cooperacio Clen ‘fico, Técnico Industral eem 184 a Corte de Cascio francesa, Julgando uma eats relacionada com estes acordos disse que "at ‘partes volvidasnestesacordos estavam situadas no maisalto nivel Estavam na eneruidhade do dito sernacionalproado com 0 dito inlemacinal publica, havendo motivor pars se questionar sly jal dor dois or aeordos extavam coberto" ‘A “Secndade Internacional” ‘As hipéteses aventadas para iustrar a dimensio internacional das nornas jurdiens do direto interno demonstra que alm das ‘ociedadesinternas, regidas porta propria legiiacko, existe uma ‘outra sociedade maior, composta pelo encontro de elementos des- tas tociedades nacionas, que compoe a “sociedade internacional ‘Anteriormente se flava na "zociedade universal dor indivi duos" > Brocher ¢ Piet eriaram a formula da “sociedad interna: “ippal”divalgada na Franca por Bailfl.”¢anteriormenteaceita ‘no Brasl por Clvis Bevliqus™ e Rodrigo Ossvio.” A Ota da Discipina 0 Dizeito Internacional Privado, em seu objeto preponder te, 0 do conflto dat leis, pode ser encarado de dae formas dif Fentes. primeira forma ¢ 0 enfoque que compara leis de diversos Sistema, dlivergenter entre si O tesla da obra de Ulich Huber ‘aracieria bem esta maneira de vera dsciplina De anf lara tivenaram in dives impor Neste cnfoque procursse solucionar ‘A quentio determinando a extensio territorial da les indagen- ose “qual a extensio da aplieacao de minkia le?” Esta vio € ‘aracterizada por seu uniateralismo, lead 20 método wnat 2 FETA, ti de ch arma id 8; 8 200 [ree gue rd ammo cpio wires hr do LE ina enc crncions ds ios on aden? "OO CLOVIS MHVILAQLA. op. ct pig 86/7. 2 RODRIGO OTAVIO, op sp BW HAROLDOVALLADKO, DLE, RK railsta," que procura decidir sobre a extensio da aplcacio da forma Legal de acordo com os intercesee governamentais na pl ‘Gio de sua le em hipdteses de eonfito. Brainerd Currie den ‘minou exte méodo de “government interest sali" " Por exe :méiodo procursse oalcanee extraterritorial dedeterminadas nor ‘as internas desu sistema jie. ‘O outro enlogue do contlto dass que ews 8 Método diverso ‘fy €0-mulilteraLamo que, ao invés de indagar sabre s extensio da, “aplicicio de determinada lei, procura saber qual a lel aplesvel © para as diferentes relacdes juridieas. Fste [01 0 mnétodo proposto por Savigny que repercute atualmente nas conhecidas teorias que Drocuram detecar'o “centro de gravidade” de uma relaco juridiea ‘nulinacional 02a relagio mais significative como estabelecido no Restatement. ‘Um profevor americano, do Estado de Louisiana" explica bem a distingio entre ov dol inétados, assim excrevendo* 0 método unilateral foca diretamente sobre 0 contesido das leis substantvas concorrentese tents resolver o problema con fliual delineando o raio de ago pretendido para as leis em questo, com base nos seus objetivos O metodo mulisteral lassie as relagdesjuriicas em extegorins preestbelecias, ‘emprestadar do direitointemo, e em seul sribui cada 3m ‘estas relagSes 2 uma ordem juridicn » qual ela pertence’ Diersamen-e do que ocorre no métod unilateral, © eafoque, nara ma de out cteoninaa- Esso, 0 tes de Gn" Ui dor Exadorenvoidor de quesua cies apiads ce EER tp ina AE appanage an asa oe is como ado ae anes Gs Conic of aes ieee ce etre Soyo ier reeset ‘km | compan 108, pa 8 * settSmtestonl pe ts newb colinion de Loeonc, REVUE 195, Sobre estas dae manciras de enfocar a dis das lets encontrainos interessante divergencia em nossa doutrins. Haroldo Valladio casita Savigny como tendo abordado a ciéncia fo conflito de leis do ponto de vista das leis em caus,® enquanto Pontes de Miranda considera que Savigny concentrow sua andlse 8 evticnndose por itor "O roal de Saian raliata e no tet visto diferenca emenci entre o superdirete © 0 direito, em querer aplicar a andlise das felagdes, em que, como chlista, excels, a Direit Internacion Privado, que é um direto sobte Tes enio sobre relagdes."* 0 Dineito Pica no Ambito do Dinsto Internacional Prvado. + confitos de leis de que versa o Direito Internacional Privax do abrangem todas a categoria de leis, anto de direlto prindo ome de direito pablice, ou 9 as daquele ramo? Kata @ uma d fais interesantereconttovertidas questoessuscitadas na doutrina Pasquale Fiore™ exelvi do Direito Internacional Privado © ‘ireito penal internacional os outros campos do direito integra ‘dos no direito publi, Segundo esta corrente doutringra a leis penais, scals ¢ mo- netirias esto fora doaleanice do Direit Internacional Privado, ei ‘que nao se eoncebe aplicélas extraterrtoraimente. "Pals algum ‘Fimais consideraras leis fseais de outro pal", exclamagio profe- rida em 1775 por Lord Mansfeld na Csmara Alta britinica, or Pauemomntats re {3 Eetmrecnte SAVIGNT ined © protien do conto dwt SS niet ein oro ee ate ae eee ie cniuts tance: Spec ge de de Sern nee oer eS Serna esa aes mae es en reek Tera at ois a ot Sher loon init eoeersnmmcran nec SRA cee Ts lise consi rouse famosa e foi freqientementeinvocada em dois séculos de Jurisprudéncia angloamerieana, ‘Ouira escola advoga a inchasio do Dieito Penal no campo do Diseito Internacional Privdo. Franz Despagnet® assim como Foe- lie" considerayem conjuntamente of confites de leis civs © os Confltos de leis penals,sequidos por Varelles Sommiéres,* para Shor 2 Bisete Internacional Priado € umn “potpourri que con tm of elementos de tae ax partes do Direto” “Tunbém Antonio Sanches de Bustamante assim entendia, tanto ‘que inclulu no seu Gadigo de Direlto Internacional Privado — 0 digo Bustamante — um lio dedicado ao conflito das es penal. E antes, 0 Tratado de Lima, de 1878, jé ineluira um titulo dledicado & matéria penal (0 primeiro autor brasileiro de Direito Internacional Privado, Pimena Bueno, assim escreveu"“O Direito Internacional Privado ‘complexo de leis posits, atos, precedentes, mximas e prin ‘ipios ecebidosou raconais, segundo os quaisas nacbesclizaas “aplcam as suas ei particulates, ow congentem a aplicacio de leis Drivadas estrangeiras dentro de seu terrtério nas questoes de cx Fier particular, que afetam siditos eatrangeiros em materia cv administration” O ttslo quarto da obra > comercial criminal emama ‘do Marqués de So Vicente ¢ dedicado abs “ats iitos ou crim- Inowos e a juredigdo sespectva. Eduardo Expinola," Rodrigo Otsvio, Oscar Ten6rio™ ¢ Hae roo Valludo" tunbém inchiem o Direito Penal no Direito Inter nacional Privado sg aggpssroams at mend 8 Sn Square Si i a ae: ENG: Hic de FANGOIS HIGAUK: recede Dok lncerandooa Rive? 2, Shy es pana read Ce ane Ap emi Ginn ie te ecaniraas Srp, oy ge hc ERENCE oe, macnn 27 eee {8 OSCAR TENORID, DIP. Tah, pig, 22 Se ae lie rele isan Pontes de Miranda caceveu que 0 Dirto Penal nio ett compreenddo no DLE "No iro Penal ineroonal xo em Joe nterenesemincntmente socala--tod ce € lignan {iio etnda Ringo eprniva € dere pice Clos Bow ligin ann nd inclu drlo pena to Sno do a Nos USA 0 Ratan of he a Send Cant f ane no coda especiamente de codine de Gre penal mst o comer tio’ Reg do Raton exclarece que “muitos don pinclios Ascaris neste Reston so aplicive 30 diet cial im 1075, na reaa atl Go Come ants de Dicer temnclonal Pio Piers Lave apreneoton comune sobre © tema, ntilada “0 Ditco Pubic Exrangero © Dis Ie ‘cemclonal rao" em que procamou ques napiabiiade do ‘iret poblcncaangen ¢ im dogma tm uct. No ht tom ignera a notin carangece em mata de Beenen de imporaio ou exporacto, de concord on de controle de ‘tb, Lav alan que a topraenla de os ples tr Sed aed Suis vn acta sper normme de ico Pile erangetro Ne meso an em mt seo biel, o lito de Direto Insemaconal, amido em Wisbaden® apovet ua feos toncenente A plongto do deo pics sangeio em gue Alara que" cite pon tale a una dope gel Aire Crngeio dcigead como drei apical psa rope de tonite de Ib sao ropresenn selon splaedo, 2 s- ‘eres do rapt a0 plaipo da ordem pica™"A Reached innate decir que 0 pretemo pringo-dsdnaplcabiade Alc do dic. public castgeeondo cnr tendaments aoadn dace da ones pln “Gpetenocnprga dian da pin ds ocenpublon wR Inada reamivou que a Reschigo nso versra questo sats dla eerente sas jaa Soqurias pr oa Sordadeenangaira on um orpsieno pic emangele Be stat em dopant dice bcos Reainens nd so 8 PONTES DE AIRANDA, opt pi 97 5 LOUIS BEVIEAQUA. op. pp 20/121. fe Reratment fhe Lave Sad Conder of Law, a1 pg 8 Gen tt tol EWU, 0% 290 conhece até hoje que 0 judiciio de algum Estado tena admitido Droceaso de cobrana fiscal promovide por organism piblico de ‘outro Estado, 05 Contos Inerspaciais © contito de lei, matéra-prima do Direito Internacional Pi. sao, nko acorre apenas ante 0 confronto, a concorrénca, de lis auténomas, divergentes,oriundas dle tegslaces de diferentes pa S53, como se poderia pensar 4 vista das nogaes al aqui expostas. Em verdad, nos seus primérdios,o Direlto Internacional Pr ‘ado se ocupavado conflto entre leis das cidade do norte da Lilia (Médena, Bolonha e outas) edasprorinciasfrancessda Bretanha de Normand, ‘Que lel se aplicaria a um contrato firmatlo entre um eidadio de Bolonha e ottro de Madena, que regime de bens vigoraria no ‘camimento entre tim bretio ¢ uma normanda? Estas as quesibes ‘que ocuparaan es jsinternacionalttas dos éculos XIV 3 XVII [Na segunds parte de referido periodo surgisam os conflitos Intercoloniais ov metopolitano-coloniais. Bm umn relaciojuridiea nie cidadio da metropole com outro de uma colnia do alm ‘mar que Te seria aplicada? ‘Extas no eram questdes de confit de lei emanadas de sobe- sania diferentes ‘Eo mesmo acorreu no século XIX e no s6culoatual nos pftes {que continham divers regimes leis, como a Polinis, apt a I" (Guerra Mundial, onde vigoraram concomitantemente leis da Alema- ‘ha, da Rusia, do Império austro-hngaro e o Céigo de Napoleso. 'E até nos clas stuais temos 0 México com wm Gédigo Gv para cada provi, os Extados Unidos cijo regime federativo ‘Un dor cas cliscos € Miliken v, Prat julgado em 1895. Daniel ¢ Sara Pratt vviam ean Massachusetts, cya legilagio coms 1 Supreme Jud Coure of Muchas 1578, 125, Mus. 74, 28 Am. Rep. utd Rete and Rovnberg “Contes oF Law, pa 0 deravaa mulher eatada como eivlmente incapaz. Sara Pratt frmow lima garantia a favor de Danel Prat perante a Deering, Milken Se Gia, sediada no Estado de Maine, cujas leis tratavam a mulher ‘asa como plenamente eapaz. Daniel Prat ficou devendo ¢ a sociedade acionou a fiadora, ‘Prat no foro de Massachuses pela soma de 360 dares e doze (© Tubunal de Massachuseus considero que o contrat se realizara no Estado de Maine, pois quem aasina um contato em Massachusetts ¢ enviao & outa parte em outro Estado, via mens igero ot sia correlo, € como se dvesse ido aquele outro Estado e Hr aminado 0 contrat, Por isto decidis a corte que a hipStese era regida pela lei do Faado de Maine, julgando a acio procedente 'Na Sula," onde os canes mantém considerivel autonomia legislativa, podem ocorrer conflitos entre leis de dois canties™ Exes confltos interespacais, que abrangem conflto interpro- vinci, interesadvais, intescantonal integra o Direto Internacional Privado? {8 © CODIGO CIVIL SUICO, de 1907, vigendo des 1912, deixow amp marge Tope rc epi cnc et nt Sanpete act SEMORAESTAE hte ergs 9's Ss Coane dene Pear er ono Mi erases + ela ep tx Se, ‘hin as nhs ee ep eit a ak Silos catacnsoconmc cons oseacmscert cect ‘ecu apoch ert pat Fens nt na ‘eh price ea Eg Co vo SENG Ea edt sere de hi de ian ear uli nae ihe arse ‘rate cm vu sage Iv “a non oD ar Pros do Diels Sagan ds bos canbe ceca mre ta at ‘elaine que no mo cio igor tees G&tgo Gd ‘Sama SO Otc aes ASCO se a ue erie Cant fo ne ae ‘ieee ati ade BI ee rebecca “Também eta qusstio sobre-o alcange da discptina constica, ins coperinisada-Ma Francs, segue do depoiment de Loustouarn e Bourel a doutrina é uninime tno reconhecimento da analogia entre estes conflis eos confitos S> No Brasil, Oscar Tenério™ sustenta que-os canfltorquenio Jamintesnacanainnio formam bjeiada nous dciplinn, Pontes Ue Mirnds alow mesa jzose Exc njensimento ea {Miocio de que os conflton de eizsio aqueles que emapamy de ‘SSbcranas diferentes eno no ocorre com confit entre lls de Fegibes, andes, estados ferentes, mas integrados em um s6 Ee —j excola que nega a03conflitosinterlocasa cidadania de DLP. cxtido, o obstante, como fendmeno de caritersupletivo para ‘norma do-confito-de leis. Haroldo Valladio® mantém posigéo firme de que 0 Direito Internacional Privado cobre-rlagies sociis interconeciadas no '6-no plano ds diferentes nacSes, mas de diferentes provincias © {efibes, dai nio aceitar 4 conceituacao do D.LP. como o direito da "Not Estados Unidos a solugio dos confltosinterestaduals © internacionais segue as mesmas normas, criadas pelos tribunals © comtolidadas ro Rastatement 0: Contes Inrpesaais |Alémn dos confitos interespaciis, abrangendo os internacio- raise of interno, existem outros conflitos, em que nio figura ‘qualquer aapesto espacial, max em que entram em linka de conta Inais te una legslagao, aplicaveis nfo por consderacdes de loce- TizagSo mas par mativos de natureza subjetia, decorrentes de de- terminadas quibficacSes pessoas. — 1 LOUSSOUAR ROUREL, “Dri acral Prep 12, 00115 Ste ‘Teagasc ie [JAN ANTONIO CREMADES, Chane, 198, ge 0 888/8 7 OSCAR TENERIO, op. lg 38/38, fr FoNTES DE MIRANDA op tL pa 42 ese, (8 HAROLDO VALLADAO, ope. [AS etnias, 08 grupos, ax tibos, as casas at religies sho as cum Federaga, hem. come regras oriumear We MSTEMAE pessoas, determinantes de ection sistemas jridicos dentre cujas normas © como as einjasca8tligies. {ulz deverd optar em hipétese de contronto, SEO quad sndtico dé uma idéia de muliplicidade de expécies ‘Nos palses da Europa Oriental até a 2° Guerra Mundial os de normas de sobredireito, onde se inserem 0s diversos ipos de casamenton eram celebrados © regidos pela rligiio de cada um, ‘conflitoe que mos focalzando.” fegime este que vigora stalmente em Israel © nos bade 9 reto matrimonial € de competéncia lgistatvacjursd- ‘onal das respeeiasreligides, ‘As nonmas que. rege. ot varied e dversidade destes tip Diet Internacional Primo? Esa fo pico anterior © também quanto a esta ocprre ‘ivergéncia down “Arminjon™ foi o mals veemente defensor da integracio de | todos estes contitor no Diteto Internacional Prada, que paraele saismals longe do. que a divsio dos sntemas Teglativos entre | soberaion. Tadas-as coletvidades ou comunidades que ‘rum ¢mantém um sistema juridico den me ‘erriton-on Miesi-independentemente de- qualquer ‘ansttuem um elemento no leque de sstemasjridics potencial mente emt confi asdiconal ow leilativo com ondemais st mas, € estes confltos abedecem ix norma tragadas pela ciéncia {que ve convencionow denominar de Direitofmernacional Pvado. | assim compreendeae bem a denominacio que Arminjon si- seria para noms dscipina, por ua lareza eabrangéncia “dircito Interistematico"™ “Temon pois, no.dominio-do Direto Internacional Privado 35 qesierde-hacioualidade,dov-iceitosdoestrangeiro, do confito Melee do.confta de jursdigoes.~ 0 confito de Jes toda naturens © de toda 1 P ARNON, “Ober et Method de rotenone a Ree ‘Tolcoun tna bsp oc mp" Stews Copies ee ‘Shute dijon tes donnent enn Recel es Co 1 tte quadomgue 9 etna cabrado pelo Prof AMO CLAUDIO DE to 4 pg 7 Tinh TONS Pace Revd alone de Det de Pan m8 SR ARINJON, op, spre noe 1, 2 ‘vembro dei ae QUADRO SINOTICO TMeoRs se trp) rons ements Ra ese teecioun Cosas tma tes ees capes tor ee era ones en dn ender cme negate neon ent Ses pac o De Internal sds Capitulo Tt DIREITO INTERTEMPORAL E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO- Solmadinios¢ CnftosBidimensionais ‘Acima das normasjurtdicas materais destinadas & soluglo dos conflitos de imereses, sobrepGemse as regras sobre 0 campo da Aaplicacio destas norma, Sio.as regras que compaem o chamnado Sobrediita, que deterninamn qual a norma competente na hipotese eserem potercalmente aplicveis duas normas diferentes & mer fenre duas normas pode ocorrer com relagio 20 {ator tempo 00 40 fatorespaco (ou sistema). 'Na primes hipatese temos a dvida entre aplicar all antiga ‘ow lei nom ena segunda, entre a Tei do foro ou a lei etranha {onflitorinerespaciais), 04 entao uma dentre duas leis em vigor ‘ho mesmo espa, mas ematiadas de sistemas juridicos diversos {conflitosinterpessoas). ‘A primtira€regida pelo Drei Transitéro, também denomt nado Direito Intertemporal, e segunda pelo Dieta Internacion Privado, Resalese o paralelismo entre estes dois Iogum lges— sobre as leis — que optam entre leis autbnomas e diferentes, ‘A este propdsito veremos oportunamente como a teoria dos siretos adquirdos em Direito Internacional Pivado se inspira na teoria que, soba mesma denominacdo, constitu principio central do Direito Intertemporal ‘SituagSes pecais se vericam em que ocorte superposicio de um confit expacial sobre um confito temporal Ha duaships- teses:conflta emporal de normas de D.LP. conflto espacial de normas tempore, Vejamolas, iit Intertemporal Internacional © confito temporal de normas de D-LP. xe di em conseqién- cia de alteragio na legsiacdo interna relatva 2 conflitos de leis, Interespaciais ou interpesronis. Na France, até 1804, vigia a regra confial do dreito do domo pela qual as pesios eram regidas ‘quanto A sua eapacidade pela lei do local em que ertiverem domi Gliadas. Ext norma fol alterada com o advento do Cédigo de Napoleio, que determinou foste aplicada is pessoas a lel do pais {de sua nacionalidade.’ O mesmo ocorrew ia Alemanha com entrada em vigor do. Cédigo Civil, que, igualmente, eubsttaiu a regra domiciiar pela lei da nacionalidade-* "No Brasil ocorrew o inverso coma promulgacso do Decretoei ‘4057 de 4 de setembro de 1942 —a Lei de Introducio a0 Cédligo Gril — que Grmow a regra domiciiar, substituindo a egra da nacionalidade contida na Introdicio x0 Codigo Gl de 1916. Estes confit so solucionados pelo Direito Intertemporal Internacional, ou se, o dizeto que rege 08 conflits temporal das regrat do Direto Internacional Priva ‘Alguns etrtores do infcio do século' pretenderam que, sendo © Direito Internacional Priado wm direito pablic, nine regras ‘dever ter aplieacao imediat, sem consideracio a siniaes urtd- ‘ar i contolidadas. Mas prevaleceu a orientagio de que sobre & transitoriedade das normasde Direito Internacional Privado dever Incidi as mesma regras que nortelam os confit temporals das ‘normas juriicas em geral,regendo-e o sobredireito espacial de corde com as regras do sobredirelto temporal © Direito Intertemporal Internacional segue, assim, orienta. ‘fo idéntiea ao Direito Intertemporal comm, 4 ig i act ag pr 0m 17 Fra nono deo 5 Serato pig 206 espe da each do DIL trae em mtr de Jet regedor de tate pesen {CW BATIFOL' PAUL LAGARDE, “Dro Iteration! PAW". rg, Sos sis. sta tem sido a erientario da doutrina braslleira como se vé fem Haroldo Valladio’e em Osear Tenorio (0 Insttu:o do Diselto Internacional, em sia sessio de Dijon, 1981, aprovot Resolugio” segundo a qua: "0 efeito no tempo da modificacio de uma regra de direito Internacional privado € determinado pelo sstema xo qual referda regra pertence"™ Hs, contudo, autoridades que questonam exta equiparacio das regras confitais 26 regras de dirlto interno, Pierre Mayer? fobeerva que agilas ndo témn a mesma naturesn destan, As normes fe direito interno so substancal esofvem alteracao para adaptar © direito @ evolugzo dos fatos (de naturera economia, tenia, Dsicoligica, ec). Ja as regrar conflitaain de carter indireto, sic Absuraus, indileretes ao contetdo do dirito que mandam aplica, As reqras sobre o confito de lei sio adotadae viando oljetivos Dréprios (por sxemplo, de melhor atender as previses das partes), © que deveria levar & sobrevivénein da regra anterior” insite Interasional Intertemporal © outro fendmeno — confito espacial de normas temporais —ocorre quando a regra de DLLP. do foro indica a aplicacko de + teins mete ; Segrauuaaia ene 5 See Ine ia je ai emeratree ener fevered 1960, vide REVUE 198.566. eve de Ravens Se ee mene jeer te ee a marae SABER oS ee cee tine, com fendamento a nna reps do BLE face arta peso {ane omic eis que smbor eveOnjogesexaasn domuclisdos ma Franca’ O Seance agama gr ier Ore Pane eens cones ieee ogee ‘gusto reg do eu BAP, eats orm siete ue deena © ‘plcaczo dale de macionalidac da pares, com base na opiniao de PIERRE SAVER sce s mance deep cona orga ito estangeiro © neste vamos encontrar uma al- fcmeio temporal no direta interno, sto é, uma lei antiga modifi ‘Gds por let mais recente, igendo fi regra de Direito Transitério {que manda atender A lei now sobre fato ocorrido na vigencia da [anterior Como proceder —aceitar 0 direito esrangeiro como lum todo, inclusive 4un regraretroativa, ou apliear o diritoestran- {geo material anterior, em rexpeito & regra do Direito Intertem>- Porat do foro que determina a aplicagao ds norma vigente 2 época {a ocorréncia do fato? ‘A resposta da Dovatrina € de que devers ser respitada a regra de Dineito Intertemporal do sistema juridico decarado competen- te, ow agja, 0 Ditelto Transitério interno do Estado estangelro. ‘Como dizem Loussouarn e Bourel"'o Direito Intertemporal wna ‘questio puramente interna, sendo, pois, lgico considerar que @ ‘peta do DLP. tem efeitos amplos, incuindose ela 0 direito UGunsiério do sistema jurdieo indicado. (0 dieitoextrangeiro tem de ser apicado na sua “plenitude”, dir Orcar Tendrio™, ou na sua “integridade”, como recomenda Hiarolde Valladio.” 'Na jt referida reunifo do Instituto de Direit Internacional, foi deliberado que! *O efeito temporal de uma mudanca no direito aplicivel 6 determinado por este dreito™ “Todava, hi uma hipétere em que exta rqra srk de dif sustentagio — quando 0 Direto Intertemporal eangeiro nie Tespciar dircted adic, que ae constr no foro em prin- ‘Slo fundamental. Com apicar uma regra nove do divitoestran- feito que, em conflto com regra anteion,nio respeita decto guisio sob apie desta "ADoutrina, tanto exrangeira! como. brasileira esa que -aplcagi inegeal do dino evtangeio, inclusive nas regres de gene hm ieee ron cee a ame mcmie m1 mers leghiagdo posto, na conforma 52 BAMIFOL e LAGARDE op. 0 HERRE MAYER. pig 190 1: ikRoLn VALLADRO, Sacai ENON, pac sm, WHESON DESO Direito Intertemporal, sofre restricéo sempre que contiver norma, ‘que sea chocaste & ordem piblica do foro, como na hipotese em fque nao respeit os diteitor adquiridos, que, no sistema juridico brasileiro, sao protegidos por regra constitucional, desde'a Cara, ‘de 1946, avalmente, contida no artigo 5, § XXXVI da Carta de 1988, _Jurisprudencia Francza (Dito Intertemporal Internacional) ‘Um casal de espanisis, domiciiado na Franea, eujo Cédigo (Givil determina a splicacio da lei da naclonalidade para questoes de familin, nfo podendo divorciarse na France, por forea da lei ‘spanhola, oteve em 1971 separacio judicial em Corte francesa. ‘Advindo em 1075 a Lei 617 que reformou a legiiacio sobre 0 AdivGrcio © admit a conesio domiciiar em hipstese de contlito de leis, © mario requereu a conversio da separacio em divérco, ‘negada pela Corte de Apelagio de Rowen" que qualiicoua questio ‘como de Direits Intertemporal Intemaconal, ou sea, de confito temporal de reas de Direito Internacional Privo, que deveria ser aolucionade de acordo com ae regras do Delt Tatertemporal dda Ie interna, 'Na pla interno, a Lei de 1975 dispSs em seu artigo 24alinea que, sempre queaaeio de separacio de corpos ier sido requerida antes ania vigénca, aplirarse lied leiantiga, tendo a Corte de Cassacio decidilo que o mesmo deve ocorrer para a conversio da separacio em dv6reo, ou sea sea separacio foi requerida antes da ova tanto exe pedide de scparagio, como asua utara conversio| em divérci, continuario regios pea ei antiga Ente critéro de Direto Intertemporal interno se estende 20 Direito Intertemporal Internacional, rao pela qual o Tribunal de Rowen deu provimento. apelagio do eSnjuge mulher, reformando sentenea de imdncia inferior que hava deferido 0 pedido do ‘Onjuge varko de conversio da separagio em divérelo, Na espécie, Segundo o Tribunal de Rouen, havia de se aplcar a regra antiga do D.LP. da apleagio da lei nacional,» espanhola, que nao admitia fo divsrco, ZA.CAMPOS BATALI. “iad Flmentr de Dirt Ttermacional Pde", tie tia ” Jorspradéncia Braslva (Dito internacional Intertemporal) Um casal de alemes contraiu nipcins em 1948 no pais de sua nacionalidade, onde eram domiciato O Cédigo Cri alemio previa a separacia de bens quando da extincSo ds sociedad com. Jal. Em 1987 foi promulgada a lei sobre igualdade do homem © ‘da mulher, que, dentre outrasregras dispoe que o regime comuss €oda comunhio de aquestos, deteminande, inclusive, que a nove regime te aplique aos matrimOnios celebrador anterioriicate ‘© Trtbunal de Justica do Rio de Janeiro," julgando questio entre sobrevivente do car contra 0 crpdlio do eonjuge falecido, aplicon o now diselto alemdo sobre regime de bens, aeitando & retroatividade de sua norma a casamento contrade antes da nova Da Asim, o Teibunal aplicow a lel lem, conforme determinado pelo artigo 7, § 4, da Lei de Introducio a0 Codigo Civilque remete Amatéra de regime de bens a lei do domicio dos nubentes, em hnavendo confit temporal da Immaterial estrangeira, sega regra do Direito intertemporalalemo, que ordenaaaplicagio dali nova, Inclusive para casamentoscelebrador anteriormente Exta decisio obedecen integralmente o dircko estrangeto, Inclusive no ponto em que o mesmo determina »retroatvidade da lei relat ao regime de bens, 0 que nao ocorre no Brasil tanto ‘que a Lei 6.515/77, que introdurit o divérco no Brasil e substitu © tegime da comuntiio universal pelo da comunhlo parcial aplieada aos matriménios celebrador a partir da vigencia da lei ws nie fuente po Temund 8 JUeTCA 30 EDO SBD peu Bo Te NM Oe arate ieeptptnge pen ‘ance nckake mametoe cae “Ania, tinden doleaorearmene fons omens ss ee ae Te nae ex es Seu gen nce Sap oinie ae the tates a ena Seal ascents Lian. Capitulo OT DIREITO UNIFORME, DIREITO INTERNACIONAL, PRIVADO E DIREITO COMPARADO. Dirato Uniforme © Dieito Internacional Privado trata basicamente dasrelagies hhumanas vineuhlas arstemar juridicosautinomos © divergentes, ‘mas esta disipina também hd de considerar a hipdteses etn que (0s direitos autéaomos nio divergem, mas, pelo contrrio, colnet ‘dem em suas rezas. Ditse af fendmeno do Direto Uniform. © primeiro aspecto a ser anaisado é 0 do Direito Uniforme expontineo, que ocorre quando coincidem of direitos primtios de dois ou mais ordenamentos,xeja naturale carualiente”seja porque téma mesma origem, ow porque sofreram influéncias iden- teas, ou, ainda, quando paises adotam sistema juridicos elssicos total ou parcalmente, como o Japao, que seguiu a legilacio cil lem’, a Turquis', que adotou 0 Cédigo Civile 0 Gédigo ce Obr- sages sugos ¢ 0 Brasl, que observ infhuéncias da leielacties ete 2A Com cx pect intercon cig cia eigen {niga tom vtnime ns copia se Cogs Caneel eens pe ‘ecg som anf cndonmence negro oop ga dss Giige de Hocena Ma opens infec ek wig ae ree co ‘gue 9 modelo do ogo, ce igs de NEUCHATEL: ore emi tegral de cédigos TGFopeus ocorveu em alguns ‘pendéncia nos tempos mo- ‘ra termos universas prevalece a diversidade dos sistemas ju: siicos,dversidade esta que decorre da disparidade de condigies ‘ccondimieas, soca, religi- Sas e polfieas, como explanado por Montesquiew.* Lembram o§ futores'o dito de Aristteles de que “o dielto no € como o fog0, {que arde do mesmo modo na Pérsia © na Grécia”, ‘A lversidade, segundo Pasquale Fore’, é um fato natural € necessrio, Natural porque legslacio de cada Estado deve cons UUtir o rellexo exato das necemidades especiais de cada powo, de facordo com 9 estado atval de sua cultura eo nivel de sua cilizacio. E necessisio porque a vida do direito postive depende de sew progress, de sua evolucio, esta permanente variagéo contsibui part. a heterogeneidade das diferentes legislacdes Ito significa que $Sntemasjuridicos coma mesma origem, eriados pela mesma fonte, vio se diersifieando & medida que evoluem de acordo com 2s nnecesidadese influéncias de seu meio ambiente. Divito Uniformizade Enquanto o Dirato Unifrme pontine & resltante da natural coincidéncia de legisla influenciadas pelos mesmos fatores Ga inicativa unilateral de um Estado de seguir norma do direito positvo de outro, ji o Dirato Uniforme drgdo resulta de esforco Comum de dois ot mais Extados no sentido de uniformizar certas Snwimigdesjuridieas, geralmente por causa de sua natureza inter nacional. Sera teenicamente mais apropriado denominar esta cx tegoria Dinsio Unifrmizado, para distinguita do Dinite Unifrme de ‘atiterespontineo, Masa Doutrina mantém o mesmo termo para stabos os fenémenos 5 MONTESQUIEY, “0 Pypte dat Lio ka. 8 { SubvnbL “Pcp cre dit ain SP pRIBUMLE rome, “Le Dri tral Par ge 1/2 Entusasmo Pasgeivo Plo Divito Uniforme Pasquale Mancini, jusinternacionalieta italiano que criow im- portante exola de D.1P, liderou um entusistico movimento em. prol da adocio do Dircito Uniforme, mediante a aprovacio de featados internationais, e Ernst Zitelmann, uma dav principals figuras do jusinternacionalismo slemio, advogou o *wellnek, um ireito mundial uniforme. 'No Bras, Joao Monteiro? defendeu 0 Direito Uniforme com seeméneia, proclamand todo seu idealsmo em palavrasreproduzs {das por Imar Peana Marinho, "uma lingua para todosos povos, um ‘ireto para todln as sockedades, Ei o ideal a humanidade confede- rada na harmoniainteligente da permuta universal de todas as Imanifestagées de vida humana; 0 Kormor na arte, que €a waducio ‘Sensiel do expirito;o Kosmor na politica, que deve er o movimento Togico da compostura socal; Koemosna céncia, que i devia ser © rigoroso fil co equilfoio humano; ¢ inakmente 9 Kosmos na Tnguaigem e no direito, que sfo as duas asionaincias sobre as quais corvem seguros dos os fendmenos da natureza pensante.” Discorrendo sobre o Dire Uniforme Iimar Penna Marinho* csclarece sua natureza por meio de uma sutldistingzo entre este endmeno eo Direito Internacional Privado: “a0, contririo do Direito Internacional Privdo, que € sempre superdieito porque 6 regula as lina, as extremidades, no espago, das leis, o direito Tuniforme i ser um dimito de ise nunca um dito sobre lis." ‘Em outras palavras, 9 Direto Uniforme (que, na disingSo acima estabelecila, vem a ser 0 Direito Uniformizado) estabelece Tegrat materia eubstancinis, deta, que se aplicario wniforme- mente ao Itgis, ax stuagbes jurfdcas que venham a ocorrer em ‘duas ou mais juradigdes, enquanto que o Direito Internacional Prindo € composto de regras indiretas, que apenssindicam qual fircito substandal — dente srtemas juridicos contendo normas tivergentes —haverd de seraplicado. Aquee €direito este, dreto sobre dreto + Joho MONTERO, “Unvelaace do Disko — Compl do Dario — Luddde do Dre pnd OSCAR TENORIO, DLP, 1% pag 38 noe. MISA PENNA VARIN, “Duh Compara ~ Diet inrnactonal Prk {ado Dirt pe 80 ie [Narra Clivis Bevilsqua® que, tendo se fundado em Roms, ex 1928, um Instituto Internacional para tabalhar no sentido da lunificagzo do direto privado, [ol o governo brasileizo convidado a imanifestarse 4 respeito, ineumbindo a le, Clévs, de redigir parecer, tendo opinado pela “possbiidade dessa unificacio,aten~ [endo aos diferentes modos empregados pelos povos para aleancar ‘ese fim, muito embora a realizacdo de tl objetivo ainda se com Servasse muito dstanciado no nosso tempo". O Instituto foi deno- tminado UNIDROIT (Unification doi) ¢ continua tabalhando até fsdiasatuais para a unificagdo do dirito privado, tendo preparado Slgumas Convengies que vgoram em virios plies. (© entusiamo pela uniformizacio que tomou conta de pree- rminentesjurisas no fim do século passido e também no presente eeulo fol endo amortecdo pelo realimo dagueles que passaram S reconhiecer © proclamar ton inexeqdibildade, tachandowo de u6pieo, Pacificouse a doutrina, que reconhece hoje a impraicailida- de de direcionar em sentido uniforme as instisicSes de Direito ‘Givi dependentes em cada pats de antecedentes, radicdes, ‘uencias e necenidades diversas. A uniformizagio, ou se di espon- taneamente, ou nfo ze verifiea. Mesmo que possiel fosse unifor Inizar Direito Civil, os aplcadores da let em cada pais chegariam Ainterpretagies divert, como, ads, ocorre com freqiéncia, no plano interno, onde vemos Tibunais de um pals interpretar 2 Inesma tei de forma diverss,o que levou René Rodiére" a falar na inccessdade de se criar wma Corte Internacional de Justica Givi, para unificar as juriprudéncias nacionas A Uniformisago do Dito Eansmico (© mesmo jé ndo ocorre com 0 Direito Comercial e diseiplinas fins (industrial, Intelecsual, Maritimo, Aerondutico) em que 08 intereses coincides, tormando possvel, e quigi até necessria, 2 ‘uniformizagio de certs inautaies juridias “Temos a o Dieita Uniforme dirgido, ot mais corretamente, Direito Uniformirsdo (ou Diteito Internacional Uniformizado), 9 CLOVIS BEVILAQUA, op it pis 16/17, ot 94 fo RENE RODIERE nvedacton su bse Comper pt. 190 rato de entendimentos entre Extadot ¢ que se concentram nas [iividades econdmicas de natureza internacional. Als, est € outro ‘specto que e ditingue do Direito Uniforme expontines, que ‘corre com insituges Upicamenteinternas, Assim, quando dots sudden, por terem sofride influgnelss ienticas, ou quando wm Seque oexenplo do outro, abrigam normasidéntias sobre alguma inmttuicio de direte intetno, teremos o Direto Uniforme expon- tdnco. Neste campo nao se deve insisir na eriagio de Direito Unitorme diigida, Ley uniformizado, pois nio hi real interesse fem uniformizarinsituigbes internas por meio de convencoes. A ‘tas cabe recorrer para uniformizacio de instinagdesjurdieas que tun, toa ow parcalmente, no plano internacional, como os ‘crédito, os transports, ar comunicacoes, a propriedade ‘intelectual, a compra e venda, © todas 38 atividades hhumanas naturalmente extraterritorial. ‘Data see de convengaes interacionais regendo a uniform ago de repr: sobre compra ¢ yends internacional, ansportes Comespondéncia postal, telegrafics, radiotlegrifica, propriedade {hdustral, propriedade intelectual, direito mario, dreito aéreo, rculagio rodoviirla, dreto cambidrio", direco de trabalho, © ‘novasdiseipinas que vo compondo o Direito Econdmico Interna- ‘dona incite Unifemee Dinsito Internacional Private “Toi de Aver «Fite Qual o papel do Dircito Uniforme no estudo do Direito Inter nacional Prado? Ha ui importante lic de Tobias Asser sobre 2 distindo entre o Direito Uniforme e o Direito Internacional Privado, Escreveu 0 jusinternacionalstaholandés: “Respeitamos = oberania ea autonomia dos Ertados. No aspiramos& unifcacio {eral do drcto privado, Ao conta, ¢ precisamente a diversidade Series nacionais que far sentir a necendade de uma solugSo ‘oniforme doe conflios internacionais"™* Em outras palaras, 0 DireitoIneernacional Privado entra em agio quando nao ha Diseito set re om {Boe ab vat.ab CSD i. 35] JETTA not eg Uniforme, quande acorrem os conilites entre normas legais de temas ridicos diverts. Cabe entdo 20 D.LE. encontrar sole ‘ao. (Asser propugnava pela uniformizacio do D.LP, que exami- ‘naremos adiante-) ‘Segundo esa colocagio o Direito Uniforme é a antitese do Direito Internacional Privados onde hd Drei Uniforme inexistem ‘onfitose, portato, nfo hique recorrerse ao dreto internacional privado, Ete éncionado quando, nio havendounlformidade nem Uniformizacio, ocorrem conflitos de leix Duas céncias, ov dois, ‘métadoe diferentes, que agem autSnomae independentemente. ‘Em seu elisico "Método do’ Direto Internacional Privado" “Jouephus Jt, outro grande jusinternacionalista holandés, apés tlntetzara escola de Aster como tendo aribuido a0 Direito Unifor- Ime o papel de guilhotina do Diseito Internacional Privado, dele ‘iscorda nos seguintestermion “Noss cigncia deve se considerada, ‘como o direito priv da sociedade universal das pessoas, e, deste ponto de vis, direito uniforme nfo é4 neyacio de nossa ciéncia, fi pelo contri, tama das formas pela quas pode manifestarse.” Para Jtt a wniformidade (Direlto Uniforme) e a harmoniza- io Direito Internacional Privado) se completam. Quando a pri Incira for exeqaivel, dlapensarse a segunda, e quando nio for ppossvel uniformnizarharmonizar-sed o eonfito por intermédlo das {egras do Direto Internacional Privado Entendo que st poses de Aver ¢ Jia podem ser conciiadas| se accitarmos que quando faavain de *Direito Uniforme” os dois iustres holandeses no se referiam a0 mesmo feniomeno. “Asser, ao dizer que no arpirara 8 unificagSo geral dos direitos privados, © que, a0 contririo, cm preciamente a dversidade das leis nacionais que fazin sentir a necesridade de uma solucio dot confitor internacionais,referiase 2s seqras de dieito privado cx trtamente interno, como ae normas do Direito Cv, que somente ‘quando diversas de uma nagio para outra orasionazn 0 funciona ‘mento do DLP, mas, quando uniformes, exeuen-no “ita, 20 proclamar que o Direito Uniforme nio é a neyacio do Direito Imernacional Privido, mas, pelo contririo, uma das formas pelar quais ele se manifesta, feferinse A uniformizacio convencional de norms sobre relagdesjuriieas de carter inter- 1s TTA, tad de Derech lntrciona Prada ig 28 ese. nacional, come o comérla internacional, que constitai outra so- Tgio dos confitor, solucio que antecede & das regras de o pela le aplicdvel dentre duas leis divergentes. _Méodos da Dineo Internacional Privado -Modernamente o Direta Internacional Privado segue aorien- tagio de Jita,utllzandoe de dois métodos para resolver as rela ‘bes jutidicasintermacionais © método uniformizador, que unifor- Ia eroluciora, eo método conflitual, que coordena ¢ harmoniza, Ulilizindo-se deste quando aquele se tora impossvel. De um lado Uniformiza as normas disiplimadoras do comércio internacional (Direito Unifermizada), por meio de tratados e convencées, até ‘onde eto sia acetivel para os plies interessades Por outro lado, ‘labora formulas paa slugio dos conflito, formulas que devermi- ‘nem a leis interne serem aplicadas. 0 método conflitual, Le, de rolucio dos conflos. Dinsito Internacional Prvado Uniformizalo Na media em que este Direito Internacional Pride conti- tual € eriado por fontes internas, como o Cdigo Gill fancds, a [ei de Introdugio a0 Cédigo Givi alemdo, as Disposicoes Sobre as ‘Leis em Geral cla Telia, Lei de Introducio ao Codigo Civil basi leiro, que indeam uma opcio entre at normas dvergentes de fiversorordenamentar, que constitiem os confitos de T° gra (¥ Direlto Civil de um Estado x Direito Cisl de outro Estado) fatal mente surgirao confltos de 2" gras, ot ej, oF conflitos entre as fegris de soligdo dos confitos (D.LP. de um Esado x DLP. de ‘utro Estado), consequencia natural do carer interno do Direito Internacional Privado (que analisamos 20 atar da sa denomina- io), agravanco as difculdades, pois que freqlentemente solucies SSdotadas em tm foro, por indleacao de suas regras de D.LP. nso ferio accitas em outrajursdicio, que dixpoe de regras confisais {iferentes Yvon Loussouaro'" sntetiza com felicidade os problemas {que advém da eriagio ee um Direito Internacional Priva interno Dor cada legizador ‘atl rnd Prana REVUE, 197/310 Do eariter nacional ¢ particuarsta das reas do confito de Tere reulta que tnesmo caso corse oraco de ser submetido a En egiagio diferente, dependendo do eibunal em que for JMlgada semi, inglés ow frances, que freqentemente con Iuge na bata prelminarsobrea competénciajudicial, cada Ser dus partes proturando arr Kugioparaaquelajurisicso ce eee condlicual designe s lei que the € mais favorsvel.” xa categoria de confitos pode ser solucionada pela unifor mizagio Ge regras de salugso de confitos, ou sj, pelo Direito Tntcrnacional Privado Uniformizado, ideaizado por Mancini © At werStpatéra que consituia o tema central da primeira senso do Tnstto de Direito Internacional, realzada em 1874, em Genebra, Cu ondem do dia rezava -reguinte: “Da utllidade de tomar ‘iigatGrias para todos os Estados, sob forma de um ou varios Cudlor Internacionais, um certo nimero de regras gers de di ‘a internacional privdo, para assegurarasolucio uniforme dos ‘oniitos entre as diferentes legislacdes civ criminain”* Dene ss conclasoes gerais do Instituto destacase a seguinte: *0 Instituto reconhece s evidente uilidade e até a necestida- Ue, em ceras matériag, de tntados, por melo dos quais 08 ado chides adotem, de comum acordo, regras obrign {Gras ¢ uniformes de direito internacional privado, de acordo ‘com as quais as autoridades publica e especialmente os ib Sain dos Enaidos contstantes deciirdo as questbes concernien- {en ds pessoas, aos bene, aoe ats, sucestOes, ax procedimen {ove julgamentos estrangeiros”™ .diferenciando nitidamenteo Direto Uniforme (te. Unifor- mizado) do Direto Internacional Privado Uniformizado,conctuta 6 Instituto mais adiante com a seguinte deelaragio: “Exes tratados no deverto impor aos Estados contratantes & Cunlfounidade completa de seur edigos e de was leis; nfo 0 povderiam fazer sem atravancar 0 progress da cvilizaco. Mas, rein tocar a independéncia legisla, estes tatados deveriam Vim reson as in eT IP Actermina: qual dentre aslegilagdes, que extejam em confito, serdaplicvel a diferentes relagbes de dreito..""" (0s Quatro Far Rerumies “Temos entio, resumidamente 0s seguintesfatores: 1. Dinste Unifrme — InstivuigBes ou normas de earéter interno, que espontineamente recebem © mesmo tatamento pels lei {42 dos ou man sistemas juridios; em raros casos exta unifor tnidade realtard de coordenagio internacional. 2, Divito Intemaconal Unifrmizado — Ativdades de carter inter. nacional, cbjeto de convengoes internacionais que uniform ‘ram as regnsjutidieas direipinadoras da matéria por meio de iets uniformes. Esta uniformizago evita os conflitos de I gra, Diet ntemacinal Prignds — Nio ocorvendo os fatores acim, serifcammsr confios de I® graw nas situagées erelagdes hum thas conecadas com sistemas juridicos autOnomos ¢ diverge tes, co DP de cada pats determina aaplcacio de uma dente fsicis em confito,ewolhida por um sistema de opedes (regras de conexie). Exe fator corresponde 20 método conti 4, DinitoIntomacionalPrivado Unifrmizado — Para evitat contitos enve as repras do D.LP. de dois ou mais sistemas — conditos ‘he graueriamese convengdes intemacionais que esabele- ‘Cem regra de conex3o aceitas pelos paises signatarios, nifor- thisando as sas regras de Dielto Internacional Privado. ‘Na inexis cia dos fatores n® 1 ox 2, ocorrem os conftos de 1 grau,¢ 08 dstemasjuricos secorrem ao fator n°. ‘Para vier que este acarreteconfltos de 2 grav, procurast produsie ofr n° 4 ‘Movdernanente estes fatores colaboram entre si, complemen tandos. Into ihustrado pela evolugio das frmulas sdotadas por Ieis uniformesrelativas a compra e venda intemacional. A primeira ‘onveneio produsit 2 Lei Uniforme sobre a venda de bens mveis Corpercos sprovada na Faia exn Ide julho de 1964, que dia em. Wid pie = seu artigo 2 que “as regras de direito internacional privado sio ‘Creludas pela aplicacio da presente Ici, ressalvados Os casos em ‘Que esta dsponia de forma diversa™. Ja Convencio das Nacoes, Unidas sobre Gontratos para a Venda internacional de Bens, apro- vada ei Viena em 1980, dispBe em seu artigo 7, ainea Il que “uestoesrelavas a assustos regidos por esta Convencio, que nao tenham sido expressamente solucionadas pela mesma, deverio ser sohucionaclae de acordo com os principios gerais em que a Conven- to se basa, ou, na auséncia de tas principios, de acordo com a Tel apliivel por forea das regras de diteito internacional privado™ 'Na primeira Convencio entendewse quea uniformizacao com vencional das regrar sobre compra e venda internacional exclu toulmente o método confliual, Jé a segunda ilustra o moderno Digeito Internacional Privado em que os dois métodos operam em ciflcamente as questbes da aplicagio da lel no espaco. ‘A evolucio da codifieagio do DLP. no século XIX se completa ‘com 0 Cédigo germinico, de 1896, o BGB, que fol precedido por Juma lei de introducio, o EGBGB (BGB = ~Burgeichs Gesebuc", 0 livro das lee do cidadio; EGBGR = * Binfurumgsgst sum BGI, 4 Leide Introdueio a0 BGB). Promulgado em 1896, pasou a viger ‘em 1900, Osirés principals sistemas eusopeus de D.LP.no regime cod (cade sia-o-francés, italiano «o-alemia, que influenciaram as dlemaislegilagoes européins c latinoamericanas, O legiriador francés linitowse a introduzir alguns dispositives| csparsos em sev Cédigo Civil Ja otaliano e oalemao concentraram ‘hits vegras de DLP. em leis que precedem seu cdigos evs Ohl ei oxen gency compando up iro dducio a0 Cévtigo Civil ea TOTS, wabstuida em 1042 pela Lei de Introdugio a0 Cédigo Givi Estas legslagder produsiram um mimero escasso de segras, deixando considerivel margem para a criatvdade da doutrina © da jurisprudéncia. As leisagSes modernas sio mais detalhadas € ‘contém vegras mais expecificas que ser analsadas oportunamers te. Nos tltimos 30 anos, 5 paises reformaram — ou criaram — fas legislagies sobre © Diteito Internacional Privado: Polbnia (1905), Portugal (1966), Espana (1974), Republica Demoerdtica Vision anpevton pecio dat sacs Jrtcasineraconsis foram ojo ie ac RG noROEL DE MOURA RAMOS "hupecs econ Godip sa Fara Bin pg. 4 dn meen pws we Alesni (1975), Joreinia (1976), Austia (1978), Hungria (1979), ‘Yemen do Norte (1979), Yemen do Sul («/d), Burund (1980), Togs (1980), Iagostinia (1982), Turquia (1982), Grecia (1988), Pera (1984), Sudzo (1980), Paraguat (1985), Emirados Arabes (1985), China (1986), Alemanka (1986), Sufga (1987), Mexico (1987), Burkina Faso (1989), Rumania (1902) e Hala (1995), destacando- te por sua impoctincia as novas les alems, suc ¢ italiana. Alguns paises introduziram alteragGes especificas sobre aspectos cvs € procesauais intemacionais do divércio como a Franga ea Holanda; 2 Eopanha, a Bulgaria © 0 Japio!alteraram suas regras conliuais Telatias ao direito de familia, A provincia de Quebec promulgou ‘mn 199] um nore Cédigo Civil, que contém un lio inteiramente dledicado ii questBes de Direito Internacional Privado, ea Ingla- terra aprovou ¢ Private Intemational Law (Miscallancous Provisions) ‘Act de 1995, em que fous novesregras sobre julgamentos ¢ laudos frbitrais condenatdrios de valores em moeda estrangeira,avalida- ‘de de casamentos celebrados sob égide de Tei que autoriza a poli- fgamia © regras de conllito de leis em matéria de responsabiidade cl "No Brasil ale inteadutésia cecebe tratamento-especial-consi- ladora.das demaisieis Em voto proferide pelo “Ministro Lie Galloti no julgamento do governador Muniz Faleio ‘contra 4 Assembléia Legisiatva do Estado de Alagoas (rumoroso ‘aso politico ei que o legisiativo estadual pretendia afastar 0 governador) se Io aeguinte:".. Lei de Introduglo, que a0 cor {hirio do que & primeira vst se poderia supor, tem, como lembra Veni, ciado por Espinols, Serpa Lopes ¢ Carvalho Santos, um aleance vasto; tio ae cinge 30 Cadigo Civil, a despeito de vir a ele fnexado, mas protal seus efeitos a todos os Cédigos e a todas as Aisposicdes legslativas, aja qual for 2 sua naturesa publica ow privada”* 4 Vide cH RI, “New panes Prat Intermatonal Le The 1990 Hore ‘hm Comp tow 19 pg poets de orem de Le de ntroduct a0 Cig Cimon te endo Scr 2.05 Sona pein se nies con de orem pbs iter “ecg dy igure de dirdy come por srempla no decent ‘gue autre bom ape a emirada tn igor da LICK: de 1942, A Dontrina _Em-nenliusn campo de direito a Doutsina tem tanta desenvol- tora como.ne DALE, em rasdo da parciménia do legislador. Como ‘screvem autores franceses' a Doutrina interpreta as decides judi ‘ais em matéra de Direito Internacional Privado e com base nas Imesmas elabors os principios da matériasinversamente, a Dowtsina serve de offentagio para os uibunalg, que, muito mais do que em Diseito Cv recorrei a ligio dos douurinadores para decidir ques: tes de Direito Internacional Privado. ‘Asim, a Doutrina desempenha 0 ddplo papel de insérprete da Jurspoudéncia edeseu.guia.eorientadar’ Daf o amplo campo de agio e a relevinela da obra do juris “© Codigo Bustamante tem sido objeto de varios etudos pro- ‘movidos pelo Comité Jurdico Interamericano, gio da OFA, que props tent unificar 0 Codigo Bustamante, os Tratados de Mon- eideu eo Retatonent norteamericano.” ‘Em 1952 0 Comité Juridico Interamericano concluiu que a mais importante alteracio que se deve introduzit no Codigo Bus tamante é substitu a segra contida em seu artigo 7, que nfo se (defina pela lei da nacionalidade ow do domiefio, sugerindo que fo mesmo fosse substiuide pelasregras enunciadas no Tratado de Direito Civil de Montevidéa, nos seus artigos 1° e 2, que seriam ‘consolidados em um s6 artigo com a seguinte redagio “A existéncia, o estado © a eapacidade das pessoas fisieas se regem pela lide seu domiciio, Nao se reconhecerd ineapa- Guiade de natureza penal, nem empoueo por motivos de ‘eligi, raga, nacionalidade ow opinizo. A rmudanca de domi Cio nao restringe a capacidade adquitida” 4 Sentnea Enrangcra 9903, Reta doe Tunis vol 196. TASER Sheps Demat proto Ayn oe ne rt FESR, oUS ta dre onal de sao sla pial — For fy $0% fo Lidge uromente eno corpo do acardio ve Ae cca mo Bal tig sonata 0 coer Pet No pra etc nT eto ta, “pela ports a Cai uel or a rar, £130 ern pr dra usu’ ue ojos nace Fe Pea rout Ops Cas Brg cena Cie Ce aca posal de me fs damage ar om oe te Ce saan ccs omen ermine efor ‘Sen oot 8 uno Cig om re damage dow 187 See et mae Havan t hfeodaytranal ‘ik wii a Bra Nive wma: ha gi om io de in oa a Coon Havana“ efOMCEO SAR AEE, Dow a ee it Otic deer aes Asano wie Dee ‘SRSA MURR RASC MAANe Cobia we octane Pee ott cr» endénes de reingrs apienie so Cigo Bums 0 Cee ieee inemedsbie ‘Um dos prncipaisargumentos apresentados neste debate em favor da regra do domicilio € 2 de que Brasil, que, em 1928, Ae re Pe Codigo, anda seman so pitnctpn da acionalidade,alterou soa posicdo, tendo aderido em 1942 3 posi ‘Goda maioria abwoluta dos paises americanos, de determinate Eades a capuidade dae pessoas pela le de seu domiciio. ~~ ‘Awsim, Hearia unilormizado em todo continente americano, {do norte © do sul, o principio do domicilio como critério fixador {do estado dla pesto fsica, eis que nos Estados Unidos também se Aplica a fei doaeliar para 0 estado da pessoa. ‘Restaria examinar ima mela centena de artigos do Codigo que se relerem a -let pessoal, para decidir quando esta regra seria, Substitutda pela da let do domiefio © quancio seria substinatda por utra regra™ Nada resultou desta recomendacio, € nos siimos anos os pales latineanericanos deixaram de lado a idéia de reformular © Iodernirar o Codigo —aua extensso parece desestimular a tarefa Me passaram a aprovar pequenas convencSes sobre assntos espe ‘iflcas,conforme a seguir se expoe. CConferénca Espciatisada bteramerizana sobre DLP. Em 1975, 20 Panam, em 1979, em Montevidéu, em 1984, em LaPaz,cim 198), aovamente em Montevidén e em 1994, no México, realzaramse a3, 24,a 3, 4 ea 5" Conferénclas Especialiradas Interamerieanas sobre Direito Internacional Privado, patrocinadas pela Organizario dot Estados Americanos, tendo sido aprovadas Inimeras comengdes especifeas sobre varias matérias de Direito Internacional Privado: letras de cimbio: nota promiss6riase fat ram cheques, arbtragem comercial; carta rogat6rias; obtenao de prow no exterior, regime legal de procuracoes a serem utlizadas po exterior, sociedades mereantis; normas gerais de direito inter hhacional privado; efiicia extraterritorial das sentencas ¢ laudos frbitrais esrangeiros; cumprimento de medidas cautelares, prow f informagio acerea de direto estrangeiro: adogio de menores; “evotucao de eriancas obrigagics alimenticias; contratos de trans- porte internacional de bens ia rodovisea; lel aplicivel aos contra: 6 idem, pigs 99 ees tos internacionais ¢ aspectos cvs ¢ penais do trifico internacional de menores. "Enquato ac abandona, ou pelo menos se aio pret de reforma do Cédigo Bustamante, \abse criando uma série de con- venga xpecifcas, as quals, quad passarems ~Givigorar em nuimero subsancial de paises da América Latina, tro ‘ubsutuido as correspondentes dsposigées to Cédigo. ‘Como bem diz Valladio,” of Tratados de Montevidéu © 0 Gédigo Bustamante abarearaim muito, desejaram uniformizar de forma completa e total o D.LP, com wma orientacio sstemstica © sigida, o que consttui uma utopia equivalentea de um Direito Civil tinieo para todas as nagdes, _Jé as Convencdes produzidas pela Conferéncia Especializada Interamericana sobre D.LP. merecem toda atencio por parte dos palses americanos, sendo de lamentar 0 pequeno mimero de rat ‘acoes registado até o presente momento. O Brasil passou 19 anos sem ratifcar qualquer das convencées da CIDIP, tendo finalmente satiicado ués convengoes em 1994," ¢ em 195, até novembro,j& Inaviam sido ratificadas mals ses convengies € um protocolo”, "Restatement ofthe Law of Canfi of Lass” ‘Nos Estados Unidos a asta experiéncia judicial oi consolidada “numa obra realizada pelo. Amicon Law Institue, que produit 0 * Restatement ofthe Lew of Confit of Laws", a exemplo do que fer em ‘outros ramos do direlto. "Esta obra nio tem forca de lei, mas tem mais peso do que wma cobra doultringtia, Tratree de wma consolidacSo, um reordenamen 27 HAROLDO VALLADAO, DLR, pig. 08. 2 Ae comenes nd fa ges rca de Pant, 175, ‘aplctamente pelos Decetn Lagann 49.9 ede forse de 19. ‘2°he convengie aidan em HE Drew Lepans S de# de sr Spyovaa Goneneo ntramescana sobre Norms Gerais de Deo nternacona ‘iva, Deere Legh nde 10 des pron s Gamenche see rome {iu serch do Be Earn, aca Eu 1. de git n 9, de 6 de ambo, apr 3 Convencso sre Arbitragem Comer Intrmacia Been Lepunivot a dene spore Gemeachseee {Conus de Ls om hea de Sides Meter Decree Leas S020 jo srs Comencio me Hci Exerc to dos prinespios decorrentes de uma longa experiéncia jurspru- encial e doutrinéria em fungio dos conflites do direto dos dife- rentes estados americanos. A primeira consolidagao americana do Direito Internacional Privado fot elaborada em 1934; ante o desen- volvimento das decsbes dos seus trbunais e as novas teorias pro- ppostas pelos grandes mestres da disciplina, o Jnsutwe produsiy novo Restatement publicado em 1972, sob a denominacio * Restate ‘ment Second As Convenes da ifeia A Hsia, sede das Conferéncins de Paz" da Corte Internacio- nal de Arbitragem, da Corte Internacional de Justica e da Academia de Digeito Internacional, tem sido nos thtimos cem anoso principal feentro de estudee, elaboracio e aplicagio de normas de Direito Internacional Pablico e de Diteito Internacional Privado, Tnspirado por Tobias Michael Carl Asser, o grande jusinterna- cionalist holand#s, ot Paiser Baixos enviaram em 1892 um convite 0s patses europeus, para participar de uma Conferéneia fa Hala, ‘fim de claborer estudas em torno da coifieacao do Direito Internacional Privado. A conferéncia realizouse em 1808 com 2 partcipacio de delegacies de 13 Estados europeus ¢ a partir dest Teunido a Hala passou a ser a sede da Conferéncia de Direito Internacional Priva. 'A2" Conferincia realizowse no ano seguinte, em 1804, apro- vando uma convencio sobre processo cv ‘AS*Conferéncia,realizada em 1900, aprovou trés conveng&es, relaivas ao casamento, div6reio e separagio de corpos ¢ tutela de Em 1904 teve gar a 4* Conferéncta, que aprovou virias con- vengdersobreo dreto de familia, direto das sucessbes e uma nova convengio sobre procesto cv Interrompense a atividade da Conferéncia até 1925, quando se realizou a 5! Conferéncia que apreciow alguns projetos de con se Apoua da oturacio de HELIO TORNAGHT “Comenrios 30 Giga de ‘tana Ch al St de qe" forma A oon mal & pants (iu és comin certs da capil i lan, Den Han land" La ei aging cA na noe. Universi Fosters Ubariantia ” BIB OSCR we vengfo, inclusive sobre faléncias ¢ execugies de sentenas estar {geiras, mas sem qualquer aprovacio. ‘© ano de 1928 viu realizarse a 6* Conferéncia que discutiu virios projetos, mas também nada aprovou. "A Conferéncia 26 volta reuninac em 1951, ¢, novamente em 1956, 1960 e 1964, respectvamente 7, 8,9" e 10% Confereneas, Seguemse a sessio extraordinaria de 1966, ¢ as 11%, 125, 13% U4, 15%, 16417" € 18" Conferéndias, realizadas, respectivamente, em 1968, 1972, 1976, 1980, 1984, 1988, 1903 (em que se comemo- rou o centenatio da primeira Conferéncia) e em 1996. Em 1951 foi asinado, tendo entrado em vigor em 1955, 0 Estamto da Conferéncia da Hala de Diselto Internacional Privado, ‘que Ihe deu foros de organizagio internacional de cardter perma. nente, com sede na Haia, composta de Estados membros que acel- tem o Fstatato partiepem do orcamento do Burrow permanente ‘das comissbes especais,cabendo 4 Comissdo de Fado holande- ‘5, conselheira do governo deste pais, zelar pelo bom funciona mento da Conferénein e preparar a ordem do dia das conferencing, apés consultar os palsesmembros. Sio atualmente membros da ‘Conferéneia 41 paises dos cinco continentes. Da América i0 pases membros a Argentina, Canadé, Chile, Estados Unides, Méieo, Suriname, Uruguai e Venezuela ‘A Conferéncia se relaciona em pé de igualdade com as demais ‘organizacées internacionais como © Consetho da Europa, com a ‘qual fimnou acordo para delimitar rediprocamente seus campos de Atividade, com as Nagdes Unidas, com 2 qual tem acordo sobre Tormas de colaboragao entre ot respectivos Secrewriados, com 3 ‘Comunidade Eeonémica Buropéta, com a International Law ASso- Em cada sessio quactrienal as delegacBes dos patses membros dda Conferéna debatem projetos sobve varios topicos de Internacional Privado, preparados com antecedéncia e resutantes de comunicagdes reciprocas, permanentes, entre o Bureau da Com feréneia ¢ ox paser membros. "Avariedade de temas exige a participagio de virios especialis- tas em cada delegagdo, cada um dedicado a uma das matérias ‘abu ar ucnt pogeva das ops te ita tmcrtasonal ee constantes da agenda da Conferéncia, 0 que estimula a toca de potas de vista sobre todo o dominio do Direito Internacional Privado, ascegurando 3 Conferéncia um carster de centro cientifico deste ramo do dreto Originariamente, em 1893, desejouse erlar uma Convencio ampla, cobrindo todos 0s problemas atinentes ao conflito de lei, mar a idéia foi a>anclonsada por demais ambicioss. A Conferéncia, ‘optott por convencdes sobre materia expecifias, no campo do ‘conflito das leis, conflto das juridigdes © cooperacio judiisrin internacional De 1951 a 1994" foram aprovadas 31 convengdes sobre direito de famtia (obrigagbes alimentares, protecio de menores, adocio, Aisércio e separeeio de corpos, regimes matrimonias,celebracio ‘ereconhecimento de validade de casamento, sequestro de menores f cooperacio em matéria de adogio internacional), direto suces- S6rio (forma e cisposicdes testamentirias, administracio interna- onal de sucessées e lel aplicével), dreito comercial (vendas inter- hacionais,reconecimento de personalidace de sociedadesestra- geiras, responsatilidade civil por produtos fabricados, contratos de Intermediagio e de representacio), diteito processal internacio- nal (proceso chil, smplificagio da leglizagao de ator publicor cstrangeiros, nolificagso no etrangeiro, acordos de eleicio de foro, reconhecimento © execucio de sentencas estrangelras em smatéria civel e comercial, obtencio de prova no estrangeiro em ‘materia civil ou comercial, acess internacional & Jusica) outras ‘convengGes como a que regula os confitos entre les a nacional dade ¢ lei do domiciho, acidentes rodovisrios e trues Tnicialmente cra necessirio que seis paises aprowasiem ma Conveneio para ue ela entrase em vigorsatualmente este nimero ‘std redusido 4 tr Dar 31 Convengoes aprovadas, 24 estvam Vigorando a 1° de margo de 1905. (0 Brasil ratiicou o Exatuto da Conferéncia da Haia de Direito| Internacional Privado em 1971, mas jamais ratificou qualquer wma ‘das Convengées da Conferéncia, dela se retirando em 1977, m dante dentinciado Estatuo, agravando asim o isolamento do pais ‘em matéria de Direito Internacional Privado e provocindo a per 19 Vide REVUE, 19, pg. 19, tad a1 de marco 1985. plexidade dos meios académicos, nacionais ¢ estrangeiros. Nos Sktimos anon, quatro eminentes mestres do Direito Internacional brasileiro ocuparam posigdes do mais alto destaque no Ministério «das Relagaes Exteriores, promovendo o andamento do processo de ratificagao das convengdes da CIDIP no Congresso Nacional, espe fandose que or esforgos também envidados para a volta a Hala ‘ejam igualmente coroados de éxito™ ‘A 18! Conferéncia da Haia aprovou uma convengio sobre a competéncia das autoridades, lei aplicivel, reconhecimento, exe- ‘cucio © cooperagio em materia de responsbilidade paternal © medidas de protecio de menores. Para a 19¥ Conferéncia esti inserita na ordem do dia dos rabalhos a questio da competéncia, do reconhecimento © exeeucio de sentencas estrangeiras em ma: téria civil © comercial. Na pauta futura da Conferéncia da Hala esto projetados dversos temas como protecio de adultos, conflitos de juisdigio, let aplicvel, cooperagio judieira e administrative internacional em matéria de responsabildade pelos danoe causa ‘dosao meio ambiente, da competéncia judicaria, reconhecimento ‘eexecucio de decisdes em matéria de sucess6es, competéncia, le aplicivel, reconhecimento e execucio de julgamentosFelativos 208, ‘asais no casados, lel aplesvel a concorsénciadesleal, lei aplicavel as cessdes de crédito, os problemas juridicosinternacionaiscatsa- dos pelas trocas de dados da informitica e a protecto da vida prima em matéria de Muxo internacional de dados, le aplicivel 4s garantias bancésiase lei aplicivel A concorréneia desleal Liga das Nagies¢ Nog Unidas A Liga das Nagdes, entidade internacional que precedeu Organizagio das Nacées Unidas, também se dedicou 2 elabora de diplomas sobre o Direto Internacional Privado, Emi 1923 patro- nou um Protocolo relativo a Clivsulas de Arbtragem, assinade em Genebra, que © Brasil raficou, seguide de uma Convencio sp ae pa eee ee {pits prior pesados Coven Vide REVUE 158 pg firmada em Genetra em 1927 sobre Reconhecimento ¢ Execugio de Sentencas Azbirais Estrangeiras, Em 1980 a Liga organizou na Hala a 1? Conferéneia para a Codificagio do Dircto Internacional, que aprovou uma Convencio obre cerlas quesioesrelativas aos Conflitos de Nacionalidade e Protocolos relatos a Obrigagées Militares em casos de Dupla Na ionalidade © de Apatridia, ratfcados pelo Brasil por meio do Decreto 21.798, de 6 de setembro de 1952. “Também em 930, ob os auspicios da organizagio internacio- nal, foram aprovedas trés Convengoes sobre letras de cimbio € potas promissorias, una adotando Lei Uniforme, a segunda regue Jando ot confitos de leis e a texecira sobre o direito de selo. No no seguinte ués convencSes semelhantes foram adotadas sobre 0 Cheque. O Brasil ratifeou todas exts convenes "hs Nacoes Unidas promoveram Convencoes sobre o Estanato dos Refugiatlos (Genebra, 1951), 0 Estatnto dos Apatridas (Nowa ‘York, 1954), Cobrana de Alimentos (Nova York, 1956) ¢ Reconhe fimento ¢ Execusio de Sentencas Arbitrais Estrangeiras (Nova York, 1958). "Na déeada de60 a ONU criou um 6rgio especial para promover a harmonizacvo eunificagao do direito do coméscio internacional, | UNCITRAL (Unitd Nations Commission on Intemational Trade La), ‘que patrocinow uma Convencio sobre Presericio na Venda Interna- ‘Sonal de Bene (Nova York, 1974) e,ap6slongos anos de trabalhos € ‘studos, aprovou uma Convengio sobre Lei Uniforme para a Con pra e Venda Internacional (Viena, 1980), bem como outras Convers ‘Goes para roger aspectos xpecificos do Comércio Internacional Academia de Divs Internacional Gentro de altos estutlos de diteito internacional (piblico & privado) © de ciencias conexas, dedicase a Academia de Dircivo Internacional da Haia 30 exame aprofundado das questbes refe renter relagbes juridieas internacionais. Este objeto € atingido por meio de cursos que tém lugar de junho a agosto de cada ano fem sua sede no Palade La Pate, na Hala, proferdos por profes ores universiivies, homens de Estado e alts funcionsrios diplo- Indticos, Or cursar slo divididos ein dois periods de wés semanas ada um, yersanco 0 Diteito Internacional Pablico, © Direito Ine ternacional Privado € o funcion ‘es internacionais regionain ‘Ac atividades da Academia dveram inicio em 1928, tendo sido interrompidas em 1939 pela 2" Guerra Mundial, e, reinicindas em 1049, promequern anualmente sem interrupeao, Os cursos sia pu bilcados no Mecwal des Cours — atualmente com mais de 230 vole ‘mes — conatituind esta colegioa maior e melhor fonte de estado, ddo direito internacional ‘A Academia estimula o estudo, a pesquisa e a publicacio de teses, proporcionando bolas a candidates bem qualificados vento € estrutura das organiza OuirasInsttuicios © Consetho da Europa, 30 qual pertencem Alemanha, Austria, Belgica, Chipre, Dinamarca, Espanha, Franga, Grécia, Irian, Ie Janda, Hala, Liechtenstein, Laxcemburgo, Malta, Noruega, Paves Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suica e Turquia, aprovou algumas convencies relativas a questoes de direito process in- femnacional e de direito internacional privado como extradicio, aeistGncia mutua em represtdo ao rime, propriedade industrial ¢ Giretos de estrangeiros. 'A Comunidade Beonimica Europa (Mercado Comuim Europeu) promoveu virias Convengdes sobre drei internacional, destacan- ‘dose as Convencdes de Bruxelas, Lugano S. Sebastian sobre Com ‘eténcia Judiidria e Efeitos de Julgamentos Estrangeiros ¢ 8 Con vengio sobre Lei Aplicivel is Obrigagoes Contratuais (Roma, 1980, 'A Gimaya de Comécio Internacional com sede cm Pari, também contribuin para o Diteito Internacional Prado, principalmente ‘com suas Regras Sobre termoe comerciais (*Jncoterm" ey" oer ‘atonal commercial tems”) (© UNDDROFT, com sede em Roma, se dedica a estudos com- parativos € uniformizadores: o Inutitula de Dinsto Internacional ex Resolugdes e Frojetos tem inspirado as organizagaes internaciong ‘© regionais encarregadas de preparar projetos de convenoes, A Tnterational Les» Avsociation também tem tazido relevante contr Diez. ‘A Unido Escandinava de DLP, a Unido Eslava de DLP, 0 grupo Benelux ¢ 05 Estados da Europa oriental, todos tm prodsido convengées que regem determinados aspectos do Diseito interna: ‘onal Priva, Jorsprudénca Intenacional Entre as duas grandes guerras mundiais funcionou na laa a Corte Permanente de Justca Internacional, patrocinada pela Liga ‘das Nacées, substtuida, apos a 2 Guerra, sob a éyide das Nacoes Unidas, pela Corte Internacional de Justga. Escass foi a produezo {urisprudencial das duas Cortes em matéria de Direito Internacio- nal Privado, Sobre nacionalidade expedi 0 Aviso de 7 de feverciro de 1928 a respeito do conflto entre a Franca © a Inglaterra relativo aos ‘decrets francesesreferentes 2 aguisigio de nacionalidade na Toe ‘e no Marrocos, tendo a Corte Feconhecido a validade das Aisporigdes frances. Em 1955 a Corte decidiu o caso Notetohm, em que no foi reconhecida a nacionalidade, por naturalizacio, concedida por Liechtenstein a um cidadio alemio que resin na Guatemala.” Sobrea condi juridica do estrangeiro, a Corte Permanente Jjulgou em 1926 um caso referentea expropriacio sem indenizacio ‘de usinasalemas na Silésta apde a anexacio da Srea pela Poldn fem que se prochimou © principio internacional de protegio a propriedade privda, ‘Em matéria de conflte de eis destaca-seojulgamento,em 1929, dos empréstimosemitidos na Franca pelos governs sdrvo e brasil ro, em que a Corte decidiu pela aplicagso do diveito do pais Aevedor. Em 195E, com o caso Boll julgou wma questio de fai, aplicando o direitsueco a uma eranea residente na Holanda Em Borelona Traction, Light and Power Company.” Corte negow em 1970 legitimidade & Belgica para defender interesses dos acio- hstas de nacionaldade belga, porque a sociedade fora consitida fe acordo com 0 direito canadense, ¢ somente este pals, © no @ Belgica, poderia questionar a legalidade da decretacao da falencia da Sociedade pela jusea espanbola, [No eas Ambatican a Corte decidiu ex 1956 favoravelmente & reclamagio da Gtécia contra 0 Reino Unido, que nao deveria ter Julgade o easo antes de submetélo 3 arbitragem, conforme Trat dos irmados entre a Grécia e o Reino Unido. Em 1989 a Corte 1 Vide At FLESCH “Reco Arar ls Cane" pg 3 5 Vie Cpt nbre Peo Jorn julgou improcedente a reclamagio do governo norteamericano ‘Cat que reivindieavaindenizagio por danos sfridos por cidadios Stmetieanos em conseqiéncia de atos do govern italiano que te- fam levado a faleneta da Elatronica Siula SPA, (Eli) controlada [por capitas americans ‘© nimero reduride de casos submetidos & Corte se deve a0 ato de que as questoes de Direito Internacional Privado geralmen te afetam particulares, que no tém acesso 4 Corte, ¢ 08 Estados Faramente prontifican a advogar os interesses de seus cidadios perante a jurisdicio internacional na Hai, 'No eampo do dircito comercial internacional as diversas Cor- tes de arbitragem internacional tém produzide consideravel juris prudéncia que aos poucos val se constituindo em importante fonte fowal privad, tanto em sua manifestagio de ‘Como, © principalmente, de solugSes de card- Confit entre Fontes — Lei. Tratado ‘io freqientes as stuagSes em que se chocam a fonte interna ‘com a foate internacional, A lel interna indica uma solugéo para ‘determinado confito ¢ um watado ou convengio, ratificado pelo pais indiea outra solugde, Que camino seguir? O conflito pode Se dar entre lel anterior ¢ tratado posterior, como também entre ‘tatado anterior e lei posterior. E que dizer quando ocorrer confito entre tim tratado e a Constituicio? Para a boa compreensio da problemtica temos que invocar ‘© conhecido debate entre os dualistas € 5 monistas. Aqueles che fados por Triepel e Anzilot, estes liderados por Hans Kelsen. “Teepe, apds examinar detidamente as distintas caractersticas do direito ingernacional ¢ do digeito interno, concluin que eles Constituem sistemas juridicos dstintos; so dois eireulos que nao ‘Se sobrepem uin sobre-o outro, apenas se langenciam. As relzcoes ‘que regem sao diversi, dafndo hater concorréneia nem acareeIen\ onflitos entre as fontes que regem os dois sistemas juridicos. direita interno rege relagdes de dircito inua-esaaié © od internacional, rlagoes jurkicas inteFestatais. Nio ha conus portanto, no hé contlito.” 40 Vide ALFRED VERDROSS, “Derecho Internacional Paco" igs 68 sg xa é, segundo Triepel, a teoria dualista das relagBes entre 0 direito international eo direite interno, aceitaprincipalmente pela ‘dowtrina italiana.* 'O principal adversirio desta tcoria foi Hans Kelsen®, que sustentava no ser possivel admit a existéncia de dois sistemas juridicos,vdlidos,um independente do outro. Asrelagbes dedireito interno « de direito internacional convergem, se superpoem, © hi aque se encontrar un método que discipline estas duas categorias, ‘Sentro de uina Snica ordem juridica ® sta afirmagio da unieidade {da ordem juridia € denominada de monismo. ‘Com 9 tempo surgirum ts excolas monistas:a que defende a primazia do direto intemo sobre o direito internacional; a que Sefende a primasia do direto internacional sobre o direto interno ‘ca que os equipara, dependendo a prevaléncia de uma fonte sobre ‘ outra da ordemeronoligica de wa criagSo (monismo moderado). ‘Kelsen inelmouse pela primazia do direito internacional so- breodireit intemo, formulando a conhecida imagem da pirimide ‘das normas, em que uina norma tem sa origem e tira sua obriga- toriedade da norma que Ihe € imediatamente superior. No vértice dda pirtmide encontrase a norma fundamental, que vem a sera fegra do Direito Internacional Pablico, pect sunt wanda. ‘Em virias eonstituigdes européias encontram-se regras sobre a relagio entre direito internacional eo direto interno. ‘A Constitucio da Austria, de 1929, artigo 9 declara que “as regras do direite internacional geralmente reconhecidas sio con- Sileradas parte integral do direito federal” 'No mesmo sentido a Consituicio da Alemanha, de 1949, artigo 25: "Ax normas gerais de direito internacional piblico cont tituem parte integrante do direito federal", ea Constitaic ialia- ha, de 1947, artigo 10: "O ordenamento jurdico italiano se com 4 idem, p68. ee EAU eed cops nouns THER aan cue teot mrane nec Ses ne east meme eaac Forma as normas do dlrito internacional geralmente reconheci- dan” Estes dispostivos tém sido interpretados restitivamente, ou sj, s6 as regras gers de direito internacional tém primazia sobre © direito interno, nao se aplicando © prinetpio constitucional aos tratadoe em geral”™ ‘Na Holanda e aa Franca as regras constitucionais sio mais abrangentes, Na Holanda reza a Constituigio de 1983: “Art. 4 — As disposicdes legais em vigor no Reino deixario de se aplicar quando colirem com disposicBes de tratados ‘brigatrias para todas as pessoas ou com decisdes de organi- [Na Franga o artigo 55 da Constiuigio de 1958 prescreve: 0s tratados ow acordos regularmente ratifeados ou aprova- dos tem, a partir de sua publicagio, wma autoridade superior Aidas leis desde que respeitados pela ovtra parte sgnatiria” Anteriormente » jurisprudéncia francesa dava primazia & let posterior que contivesse diporitive confliante com watado ante- For, num monismo moderate que equiparava as duas fontes com pprevalencia do diploma legal posterior ‘Mestno apés ‘0 citado disposi constitucional, os conflitos centre leis ¢tratados anteriores tem susctadlo problemas nos wibur ‘als franceses, prineipalmente a questio da competéncia para cons tutar 0 cimprimenta do tratado pelas outras partes signatarias "Nos Estados Unidos a posicio hierarquica dos uatados figura no artigo 6%, 2" segéo da Consttuigio, que asim determina: "Esta Constituigao © a leis complementares ¢ todos os tratados ji cele- ‘brados ou por celebrar of a autoridade dos Estados Unidos cons- tituirto a lel miprema do pats" ‘Srcko comuritio sobre © dete tnterno. moLEEANG FRIEDMANN, “The ‘Glanging Sivere of uno Li pap 10K serps & Comins ‘Smt A rire ae roc carne { LOUSSOUARN ROUREy op. pgs 26 «sop. Vide GEORGE A. BER. Man streneh Sica and Svench Cote Two Problems Supremacy” The Inemssonal sed Compan tn Quarry, 190 pi 338 Thera is BUA Re dees © tents field “This Conon [A doutrina americana interpreta exte dispositive no sentido de ywiparagio da Ie interna © do tratado internacional, com prem inci do posterior, numa perfeita aderéncia a0 que se conhece como monisino moderado, ‘A Corte Suprema doe EUA tem repetidamente decidide que as leis federais tao no mesmo nivel dos tatados e que quando fuma lei conflia: com tratado anteriormente aprovado, devese ‘cumprir a order: da le interna 'No Brasil a doutrina-indinouse para. o monismo absohuto, advogando que-e-tratade-sempre prevalece sobre a ireto posit exte principio fol consagrado pelo Cédigo Tributie so Nacional, eujo artigo 98 prescreve: SB ener mae or which shall ‘nade ‘der the aio of the Uae Sate edits 12 to Reemen fe La Ted Te Fregn elo {Eovatthe Usted Sten ene te obec atemedat picts don tindos tprovedor pelos Exton Unidos quando islet, commence dos ‘on aeiefecung international agent AIRED « COVEIE, 354 US 18 amecedio por lor Moron, 2 Cure 454, ‘ares ton, US. 10, Win) Roberton 24'S 190 Eage us Roberoon, SNEENEY COVENT OLIVER E NOWESEEECH “Chur and Matern on he ao Suc egar fc e“Oael Saas Falctin Libro Orpantation’, Armee Joural Inertia! Law 1088, Fe astra prennc i arunanieteronaas cm le mena cm ‘pneu veleincin T PLO (OL) ears em cuoqu como Acoso fede ‘peo anne Nes ncn cop cca OY. {ibuipowaipac™—o-AntTeroram Ano ubangia sede da mio da OL? Jima te Noes Un ‘amet a mune a OL as Niches Unis Siorcrsm queso Core Ifecenclnal de frie sepade gus ox Exton Unidos Svea saber ‘Brean com 2 erpuietietnreaionalsatnagem, sen tbe vedo re Ey iat A Coe go ctr arden os nope prea ic ineraion e oer a Sratpune cf irepn renocin ie Cour afineUneed Sater A Rep OLOUIS [ENKIN®, Hares Law Rese 100, yg) ew epben de LOUIS HENRE sea SU wasn Por Att Coo 1 Os ratados ¢ as convengies internacionals revogam out mo- ‘ifeam a legislagio tibutiria interna, e serio observados pela fque thes sobrevenha.” ‘Assim entenderam no campe do Direito Internacional Privado (Oscar Tendrio® e Haroldo Valladio. “Amfesr de Castro" regue a doutsina italiana do dualismo, dizendo que *tratado no € le; € ato internacional que obriga o povo Comiderado em bloco; que obriga o governo na ordem externa € ‘Sho o povo na ordem interna. Nao é admissivel que um s6 ato, 20 mesmo tempo, posa ser trtado e ato legislativo ordinsrio; nem se ‘concebe que win tratado normativo se converta em ato legilaivo lel ‘ou deereto), Formas uridieasinconfundives e inconversves, cada ‘qual com sua esfera pr6pria de agio. O waado explana relagdes nize governantes (horizontas, endo a8 pessoas coordenads) en- tanto a Ieie 0 decreto explicam relagées do governo com seus sitos(vertieas entre subordinantes e subordinados)" Confit entre Constituio ¢ Trotado Dinergenosss Doutrinasobee a cventual confite entre Tatado «Consiga, Valadao™ stent que a norma constucional pox ht VICENTE MAROTTA RANGE. “Os Confit ene 0 Diet i iatdosIneraconsi, teu Ge Soceade Brats de Deh ‘Sale, pg, MIRO FRAGA “© Gonit ee Ta ‘dora enorma de Deter «C130 ALBUGUERQUE MELLO, “Cons ‘ig e Reaches nteracionst A Nova Catan 9 Bio lcetiasonat “A 'Reopimaa ¢ Sugeno" cordcanio de JACOB DOLINGER, pig 12 es Fancaente tories pln dott bre stinteraa eso Guan ‘Saige power Agus Observese ques Come de Vena oie 0 Dcto {Er Thulin de 00, dpoe cn cu ago £7 qe "map uo pode lvoe ‘Spi’ enw ico rn mo ia faroadpeme e STAMILCAR DE CASTRO, “Dro Interaconal Pode” 12. Sr HAROLDO VALLADAG, DIP. 7/06 ad terior no revoge o tratado anteriormente aprovaio, mas que a hhorma convencianal, que vier a ser aprovada € raificada apds a Nigencia do texto constitucional e que com ela colidi, ndo prevar Tecers, "pois nese caso decorrerin dum ato internacional invalio, tnio vigorante, pois nao podia ter sido aprovado nem raificado™ ‘Oscar Tensro’ excreve que “enquanto se generaliza entre os| internacionalitas earopeus 0 preceito de que as mudangas const tucionais ja qual for a sua origem, no invalidam os tratados, 0 principio da supremacta constitcional no Brasil induz aaceitagio fla tese adversa",e ransereve ligio de Aurelino Leal em “Teoria © Pritica da Constiuigao Federal Brasileira", parte primeira, pig (698, que assim escreveu: "A mim me parece que se os assuntos regulados nos tratados forem compativeis com as altragGes intro- fduzidas no regime constieucional, nada h que se oponbaa que as tmesmas continue em vigor. Se, porém, as modificagbesfeiasn Tei suprema colidirem com a matéria regulada nos acordos inter nacionais, nio se me afigura que ot mesmos prevalecam contra a nova orientagio constitucional, a menos que © poder constiuinte Consigne na reformna uma disposicio garantindo a sua vigénca.” "A niorma constitucional do artigo 102, incso Il, lebra & da Constituido que outorgn a0 Supremo Tribunal Federal a compe- téncia para julgir recurso extriordingsio de causa decidida em Sinica ou illtima instincia quando a decisio recorrida declara a “inconsttucionalidade de tratado ou lei federal” signifiea para Valladio inconsttucionalidade de tratado fatifcado em contra ‘Gio a norma censttucional jé vigente, e para Tenério abrange Spanqur pote em que otto conse em noma contin Hildebrands Accioly™ versando este tema no campo do Dire to Internacional Pablo, diz que "a propria lel constitucional no pode isentar o Exado de responsbilidade por vilacio de seus Jieveres internacional” einvoca ima deco da Corte Permanente fe Jusica Internacional, que decidiu em 1982 no sentido de que 3 OSCAR TENORIO, DIP, 11/94. Vide no meno ator: “Le de Indo so ‘Cadgs Gui, pag. 8, onde iain ees emtendimento da sprees (StEnerinctotinaa abr regs comico St iMDEnRANDO ACEIOL “Manat de Dro Intermconal Fabio" px so ‘sum Estado nio pode invocar contra outro Estado sua prépria onsite pars enter» brgeees que he camber co de do dicho incrnaional ou Se watts vigentcr ‘versa poo doutrniia de Carle Masinian” para aqem "3 Constuci € st sprem dope contra ata ea ‘trespio, io premiccem reohighs dos poder federa cone Aiuigoey decrtes on sntenas feral nem trade ou uae ‘et outro aioe diplomdtcor; Eos orentarto fl segulda eles Ministor da tur do SEF no ogamento do RE 108-173"" ‘ cidige Bosamante em eu artigo # lain os precios contitaconsicna categoria dees de otc pableaimereacionl rm, consderando que ao ConvengScs de Dic Tnteroaional Pvado respiam sordem pies internacional decade pts ‘tiie, contends sempre tan dposive expres com carey Sa, concutse que quando tina regraconvnconal fir norea Snsitucona lo. jest peeaecet cm cnsderacdeordem INES ncesaconl do fora _Jurisprudéncia Brasilia A matériaprima do debate na Doutrina e na Jursprudéncia brasileira a respeito do confit entre fonte interna efonte inter nacional, envolvendo, naturalmente, a discussio em torno da orien lucio dualista ou monista e esta com suas subdivsées, centrownse nas ConvencSes de Genebra de 1930 e de 1951, respectivamente sobre letras de clmbio e notas promissrias¢ sobre cheques Existe no Brasil Iegislagio interna sobre lewas de cimbio © notas promissérias — 0 Decreto 2.044 de 1908 —e sabre cheque ‘Unhamos a Lei 2.591 de 1912. Por outro lato o Brasil aderiu as Convengses sobre letra de ‘imbio € nots promisséria (convencio que adous let wniforme, 5 gqttos wasn, “Hemet «oka Di’ ig 24 56 RE 109,173, RI} 121/270, 272,296 Mana adate note Dente © SF Otecraue do Pretencr LUIS ROBERTO BARKOSO. 5 Jleam' Conencto spon mu Hain cn 1012 sobre lea de nti © nota reas fmenton de eto Tntracinal Privd™ ‘convencio para regular conflitos de leis ¢ convencio relaiva a0 Imposto de elo) e As correspondentes trés convencdes sobre che ‘que, em 26 de agosto de 1942 — por ato do Poder Executing —e ‘0 Congreso National aprovou estas Comvencoes em 1964, pelo Decreto Leyislatvo n? 54 — ato do Poder Legisiatva — tendo a Presidéncia da Repiblica decretado que as convencSes ajam exe- cculadas e cumpridas, por Decreto n" 57.663 de 1966 no que cou cere is leuas e notas e por Decreto n° 57.505, também de 1966, para os cheques. Golocouse a partir de 1966 a questio de saber se estas con vengSes Se aplicirlam tosomente para relagdes cambiriasinter- rnacionais em qu: algum dos participantes ot algum dos atosfor- Imadlores do titulo de crédito lvesse sede no exterior, ose foram 35 convencoes aprovadas para serem igualmente cumpridas no Brasil internamente, substtuindo, assim, a legislacso de 1908 e de 1912, respectivamente para letras, nota © cheques. Em 17 de mao de 1968 o Supremo equiparou a Convencio a lei interna, a0 jugar interessante questio de conflitejursdicional suscitado por ji7 estadual de Sto Paulo”, que se considerava incompetence parajulgar umaagio executiva cambial cis que, aps 4 aprovagio da Convencio de Genebra, as nots promissérias pas. saram a disciplirarse por este diploma, e assim, nos termos do artigo 119, Il ea Constituigio Federal de 1967, a competéncia seria exclusivamente cla Jurtiga Federal, una vez que ali re dia aque a esta Justia cabe julgar "as causas fundadas em tratado ou fem conuata da Uniso com Estado extrangeiro ou organismo inter- nacional”, (© Supremo Pretério decidin pela competéncia da Justica e& tadual, tendo o Relator, Ministro Eloy da Rocha, declarade que 0 fireito entrado pela via de recepeio do watado esté no mesmo plano de igualdade que o intemamente elaborado, nao sendo Superior a este. Nossa Constituigio nio contém norma expressa de predominancia do direito internacional como a francesa. Admitra, Seria, como dechra Bernard Schwartz, consitucionalista norte: Americano, dar # Conveneio, nao forca de lei, mas de restricio ‘constitueional, e isso 56 a propria Constimicio poderia estabele- 5 Cont de vio 1663, I] 48/66 cet", Observase nesta decisio nitda inclinagio para © monismo moderado, ‘Ao Tribunal de Justica do Parané coube decidir uma questio 1e envolia a preserigio da cobranga de um cheaue (0 prazo da Tei brasileira era de cineo anos evi artigo 15 da lei do cheque, « © prazo da Convencio de Genebra € de seis meses, artigo 52 da Lei Uniforme) Reformando decisio de 1 instincia, 0 Tribunal paranaense entenden que a Convengio de Genebra nio afetow a vigéncia da lei brasileira sobre o cheque, porque “as eonvencées nio tém 0 poder de modificara legislagio interna de cada nacio paricipante, fis que os tratdos e as convencdes ndo sio auto-xecutive's, de- pendendo, para que entre no quadro da legislagio interna, de lei claborada pelo Congresso, Para vigorar no Basil a Lei Uniforme de Genebra, hd necessidade de uma nova let cambial em substitu Gio a0 Decreto 2.044 de 1908. Permanecem vigentes 2s Leis 2.044 de 1908 © 2.591 de 1912, e demais leis porteriores que regulam & cemisso, circulacio e pagamento de letra de eémbio, notas pro- rmissGrias e cheques". Temos aqui adesio a escola dualista Esta decisio do Tribunal paranaense foi objeto de Recurso Extraordindro,® julgado pela Suprema Corte em 4 de agosto de 1971, que acompanhou & unanimidade o voto do Relator, Ministro Oswaldo Triguelro, do seguinte teor: “Os que entendem que essa incorporacio depend ainda de legistagio especial acentuam que, no sistema brasileiro, let 56 se revoga por outa lei, e que as nossas Constitugdes jamais consagraram norma pertinente 2 imediata eficicia dos trata fos, celebrados pelo Brasil, quando colidentes com o direto interno, Para esse efeito, sem duvida,inexisteregra constita- onal expressa. Penso, todavia, que o principio esta implicto rho contexto da lei maior. ‘Ort 64 1, da Consttuigio de 1946 incluiu na competéncia ‘exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente 30° bre os tratados e convengies celebrados com Estados estran- _eiros pelo Presidente da Repiiblics. O principio foi reprodi- 9 RE71.154, RI 56/2. ido pela Constituicio de 1967 (art. 47, 1) € mantide pela Vigente Emenda Constitucional n® 1 (art. 44,1) ‘Nio me parece curial que o Brasil firme um watado, que ‘ese tratado seja aprovado definitvamente pelo Congresso Nacional, cue em seguida seja promulgado e, apesar de tudo isso, sua validade ainda fique dependendo de novo ato do Poder Legilativo, A prevalecer este ertério, o tratado, apée sia ratfieaio, vigoratia apenas no plano internacional, po- ‘1€1m ao no Ambito do direito interno, 0 que colocaria 0 Brasil ha privilegiada posiglo de poder exigir a observincia do pac- fuatlo pels outras partes contratantes, sem far sujeito 4 obs {cdo reciproca. A objecio seria ponderivel sea aprovacio do {ratado estvesse confiads 2 outro 6rgio, que no o Congresso Nacional, Mas, e aprovacio € ato do mesmo poder elabors- dor do dircito escrito, nao se justificaria, que, além de solene mente aprovar os termos do tratado, 0 Congresso Nacional finda teste de confirmilos, epetitivamente, ex novo diplo- ma legal. “Acresce que a aprovacio dos tratados obedece a0 mesmo processo de elaboracio da lei, com a observiricia de idéntieas Formalidaces de tramitacio. & certo que se dispensa a sancio presidencil, Mas esta seria desnecessiria, porque, quando felebra un tratado e o submete 4 aprovacio legislatva, 0 Presidente obviamente manifesta ma concordncia. Por outro Jado, a Consttuicio inch, na competéncia do Supremo Te ‘bunal aatsibuigio de ulgar, mediante recurso extraordindrio, causa oriundas da instincia inferior, quando a decisio for ‘ontriria letra de tratado ou de lei federal "A meu ver, essa norma consagra a vigencia dos tratados, independentemente de lei especial, Porque, se ex vigencla ‘dependesse de lel referencia a tratado, no dispositive cons titucional, seria de todo ociosa, Por outras palavras, a Const- tuicdo. prove a negativa de vigéncia da let e a negativa dé vigencia de traado,exigido para a validade deste a aprovagio pelo Congress, poréin no sun reproducao Formal em texto 1 leginiagho interna ‘Ente € sls, 9 ponto de vista do Governo brasileiro, como se verifica do parecer n° 738, da Consultoria-Geral, aprova- {do pelo Presidente da Replica e publicado no Didrio Oficial de 269-1968 (p, 8.420). As conchusées desse parecer estio ‘condensadas em ementa do seguinte teor “hs disposiges das ConvengSes concluidas em Genebra a 26- 80 e 19-51, spromdas pelo D. Leg. 54, de 89.68, ¢ promub fdas pelos Decretos 57-595 e 87.063, de 7 « 241.65, respec: tivamente, com as reservas li consignadas, acham-ae em vigor ‘ess eficicia nio se restinge aosator de carter internacional, endo que alcanca, igualmente, ax relagdes de digcito interno, Estio em vigor no Brasil a Lei Uniforme sobre Letra de ‘Cambio e Nota Promissoria, assinadas em Genebra em 7630 2 Lei Uniforme sobre Cheque, ali asinada ern 198-81, ambos com a5 necessrias adaptacies aos textos ainda vigentes de nosso diseito e a elas anterior, em face das rescrvas a elas oferecidas pelo Brasil, no momento em que a clas ades Neste trabalho, o entio ProcuradorGeral, De. Adroaido Mesquita da Costa, analisou longa eruditamente a contro- vérsia, sob os seus virios aspectos. E, a propésito, rememorot (debates travador na Assembléia Nacional Constituinte de 1946, quando teve oportunidade de impugnar artigo do Pro- Jjeto em discussio, no qual se dina: os tatados e convencoes ‘que celebrar na forma desta Consttuicio passario a fazer parte da legislagzo interna. O eminente jurta crticon ee preceito por sus superfiuidade, rustentaide que, entte nds, Consoante o direito existente desde 1801, a aprovacio dos tratados ¢ convenges € da competéncin do Congreso Nacio- nal, que sobre elas resolve definitivamente e, cou a votacao final, thes atsibui forea de lei. Esta impugnacio foi acolhida pela Constiminte, que expungiu do texto em elaboracio Lispositve censursdo.” Com esta decisio a Suprema Corte brasileira rejeitou o dua- lismo do Tribunal paranaense, mae nio se manifestou sobre a uestio da primazia do direito interno ow do drcito internacional. 'No mesmo ano de 1971 © Tribunal Pleno pronunciowse em sentido idéntico no RE 70.356." s6 que na hipstese a Convencio de Genebra nao era aplieével por se tratar de titulo emitido ante de a conven¢io entrar em vigor no Brail. Em seu voto diaia 0 RE 70956, 5748, Ministro Relator Blac Pinto: "Nao resta divida de que, desde a vigéncia do D. 37.663,/66, as Convengdes de Genebra se incorpo: ‘aram ao direito brasileiro, eevogando as disposicdes anteriores em sentido contravie” ‘Alguns anos depois a Suprema Corte brasileira julgou © Re- curso Extraordindrio 80.004 em que decid pela validade de um ‘decreto-lei de 1959 que continkia uma regra contrériaa Convencio {de Genebra sobre letras de cimbio e notas promisérias. (© acérilio é muito longo e apresenta a inusitada caraeteristica de conter sete vot0s justfiendos com ampla argumentacio, cada ‘um com orientacio propria, revelando da parte de todos os Mine twos que partciparam do debate, um esmerado conhecimento de {questses internacionais, vendo merecer a atengio dos extudion Sos, mesino dos que dicordam de sua conclusio. ‘A-ementa do acérdio assim rera “Convencio de Genebra — Lei Uniforme sobre Letras de Cimbio «€ Notas Promissias — Aval aposto & Nota Promissoria nao regis twada no prazo legal — Impossbilidade de ser o avalista acionalo mesmo pelas vias ordinaras. Validade do Decretolet n* 427, de 221-69. Emboraa Convencio de Genebra que previn uma lei uniforme sobre letras de clmbio e nots promisdrias tenha aplcabilidade ho direito interno bratileiro, nao se robrepoe cla as leis do pais, disso decorrendc a constitucionalidade e conreqiente valdade do Decretorei n?427/1969 que institu o registro obrigatorio da Nota PromissGria em Reparticio Fazendria, sob pena de mulidade do titulo, Sendo o aval um instinuto do direito exmbiario, inexistente sera ele se recoahecida a nulidade de titulo cambial a que fot posto, Recurso extrsordinitio conhecido e provide.” Esclarecase que © Decreto-lei 427, de 1969, posteriormente revogado pelo Decretolei n" 1700/79, condicionou a exes abil ade de uma nota promistéria a seu registro no Ministétio da Fazenda, com o que as autoridades tributiiae viwam impede o mercado financeio paralelo,alimentado por ganhos no revelados 20 Imposto de Renda 2 RE 0004 ry xyson 8 95 CGoube 20 professor de Direio Comercial Rubens Requido®, dh Universidade do Farad anc a ese de qu, enanciando «Le Uniforme de Genebra em su artigo 75, os ste requsitos que Uevem compor a nou promiséria, «como eta enuncacio € de farts tai, Drteso 47, 9atesceia a. re Sto. do registro fzendaio, cou em choque com Conveneio, uc ns ordcm hieranquca das fontes de deo € superio, © por tino sem validade 0 Decretote ‘WGamos alguns voor enunciados no julgamento do Recurso xtraordinasio 80.004 Minisro Xavier de Albuguerque— reprodus a ligio de Haroldo Val- lado" que invoca varias decsbes mais antgas da Suprema Corte, recorda a decisio do RE 71.154, acima transcrita, definese pelo primada do direito internacional sobre o direito interno, wansere- ve parte do estudo do Professor Rubens Requiso © confirma 0 seGrdio paranaense que negara validade ao Decretoel 427. Mo- a da fonte internacional, rismo, com pe Minisvo Cunha Peizto — esposa duas teses, primeiramente a do Imitie 0 estrangeiro entre os cidadios € darihe participagio na religito e nos scificios” Em sua explinacio sobre os dois grandes centros cuturals Jjuridicos da Antiguidade, diz FusteP que o estrangeito, por nio pparticipar na religize, nfo tinha direito algum, a leis da cidade fio existiam pare ele. Nao podia ser proprietirio, nio podia cas se, o8 filhos nates da undo de um eidadio e uma estrangeira ‘eram considerados bastards, no podia o alienigena contratar ‘com cidadios e nio podia exercer 0 comércio, vedado Ihe era hherdar de wim cidadio © um eidadio dele nio podia herdar. 1 FUSTEL DE-COLLANGES, “A Gilad Amp”, pg 20/1 2 FUSTEL, op. ct pg 2 ‘Quando se verficon a necessidade de haver jusica para 0 finda PusteP quem informa, criowse wm wibunal ‘excepeional. Roma tinka pretor para julgar 0 estrangeiro, 0 preor Deraginus, e, em Atenas, 0 juiz dos estrangeiros era 0 polomarca, © Imagistrado cnearregado dos cuidados da guerra e de todas as Felagbes com o inimigo, 'Na fndia antiga 0s nascidos fora do terrtsrio eram considera ‘los impuros, em nivel abaixo dos pains e dos sudras 'No Egito 36 os ribeirintios do Nilo eram puros, resto da terra ‘ora a sede da impuresa. O egipeio nao abracaria um grego, ni se Servirin da faca le tm grego, mio comeria carne de win boi que tivesee sido cortado com a faca de um grego, nem comeria na compania de estrangciror* 'Na Caldéia e na Astra no havia reconhecimento de direitos do estrangeiro, Jd na Pérsia revelowse certatolerincia para com ‘determinados pavos estrangciros, o mesmo ocorrendo na China, antiga? ‘A conclusio que os autores tram deste panorama da Antigui- dade € de que, nio tendo os estrangeiros partcipacio na-vda Juridica, os direitos locas jamais entravam em choque com direitos ‘srangeiros, inexistind possiblidade de conflito¢, portant, des- ‘onheelde ¢ Direito Internacional Privo. = Luiz, Gama e Silva lembrava em sia aulae da USP* que no Pentatenco encontramse vrias referénciasao trato do estrangeiro, ppregando-se a igualdade cestabelecende-se penas para quem ofen este o peregrine’. |e Pte ren ee Fe ET aaa ads lho Tetamento on eines eho no Lio Pao, 22/90: Mo “amttecerin;nem afer © stranger, porque ame Wi fonts earangeros SESS iL Ln 18/5034 Se igus htm ‘Gs tonesexrangeion no gio no Lao Nimeron 18/18: ~Serd tm mes le ‘na encama ordenagao tno para ws como pa os ue aio caraageres 20 Sono pa Veen que 2 lf monic, a tes de Scrinar © Sar © Werner Goldschmidt observa que as vezes as cidades gregus ‘celebravam entre si convénios de ajuda judicial em que determina ‘vam que juizes seriam competentes para Iitgior que viewem a Dcorrer entre pestoas das diferentes cidades, que continham, ex: Ccepcionalmente normas asinalando 0 direito que seria aplieivel, Roma origina romanos, foi ciado o jus gentium, destinado a disciplinar estas ‘elagdesjuridiew. Descortinam af alguns autores uma manifestaczo de Direto Intersacioial Privado, pois que encerrava uma solucio pra o conflta entre regimes juridicos diversos, ‘Mas, advertem Outros autores’ o jus genium "no era out coita endo um complexo de normas de direito material como tal dis Amilear de Castro, “o jus genium era a negacio do Direito Internacional Prado, jd que se destinava 3 dire apre- ‘dagio de relagier extabelecidas entre peregeinos, uns com of om ros, ou entre romanos e peregrinos"” ‘Deacjamn cam isto ov auwores indicar que o jus gmtium nio representava uit sistema de normas indiretas,indicadoras de dirt tovaplicvel, mat era ele proprio um sistema uniforme de normas iret, substantivas, a ser aplicado a romanos e peregrinos sem sistingdes. E Ditto Uniforme ndo seria Direito Internacional ‘ado, mat, pelo contrério, sua antitese. "A doutrina moderna considera o direito uniforme como um ‘dos métodos utdlaados pela ciéncia que visa solucionar os confitos ‘de les, Neste expirito poderia dizerae que quando os romanos Tormularam ura sistema juridico uniforme que pasrow a ser aplica- do para as relages ju tarde para todos, inclusive romanos entre si, criaram efetivamente ‘trang, como m outers, aching com conde, cip ‘Shots jrtcatie 4 popula jude. ite 4 ee espa JORO WARBA. iio,“ Feral rain Come pa 2 Jeleanea pag 72 eRtise «frames stabs 0214584 over “ om an uma solucio para os conflitos de les, no que se de primérdio do Direito Internacional Privado. (0s Bérbaos« « Pesomalidade das Les A iomasio do Impétio Romano pelos itharos.no_sésslo-¥ acajeiou alteragées no panorama juridico europe, institciona: lizando-se o sistema que se convencionou denominar da persona- siape seer sa id pela ;permitindo que cada grupo humano de seu império ‘ivesse de acardo com stas préprissinsttuigdes, tolerdncia esta que tempo eno mesmo territério, paras. uma verdadeira Torre de Babel, concehendo-se €-segidas por es diversas ‘Oscar Tenéri invocando a ligio do historiador do DALP, M, Majer mona gue ex cra era de ‘época, cis qué-na venda aplicavase a lel do vendedor, na tational do decujus e a miulher se submetia 0 Regime Feudal ¢ a Tertriatade das Leis A perronalidade das lei ocationava a conservacio dat leit QPanigas! em que cada agrupamento humano mandnhase fel 20s contumes dea gre ‘Ocorre que mistura dos povos através dos casamentor, 0 Dawerimcnto dr ose} wis, dr mirage que leva pov 1) EDWARD GIBBON, “The Decline and Fall of the Roman Esp, c. XM Ve MONTESQUIEU, “0 fap das Le, Lio X30 cap. 208 {ancn era ila pl don anon on fran pls lets dot german, ‘rte ple ls dele so oman pls oman; os connor ‘Eo pc av wn dec a erm pram Tis ol pg. 71 {3 Osean TENON, “Die Inermonl Prentice hia he edn hs pon he VER ESO para lugares de condicSes diferentes, jam ocasionando a ruptura {a tradigdes e dos habitos ancest ‘Outrossim, aevolucio social pede novas lise estas s6 se criam {dentro de‘um quidro de origem e de autoridade terrtoriais, E ainda hi a considerar que a evolucio dos fendmenos socio. econdmicos acarretou transformagées no panorama polio da Europa, que repereutiram no plano juridico, com a fixagio do hhomem sobre a tera, a organizacio dos feudos e a sua autonomia rob o comando de wim senhor feudal, que nio admitia outa lei ‘eno aquela porele determinada. Com 0 regime feudal encerrase © periodo da personalidade da lei e insalase o da terrtorialidade da le, wansformagio ocorrida no século IX ‘Submetidas as populacées exclusivamente as leis vigentes em seus terrtsrios, ose vrifcava conflito de leis, daf inexistente na Epoca feudal qualquer interesse pelo D.LP. "Novas alterazdes no plano econémico iriam alterar mais uma vex 0 panorama, para dar inicio ao lento desenvolvimento de una + Centos de Merncia da Made Média A Iulia no eve um regime feudal muito acentuado, expecial- ‘mente no norte, sujas cdadesreptblieas mantiveram clewado grat ‘esoberania foram se tornando centros de comércio com intenso ‘movimento mercantilinterurbano. Excreve Ferrer Correia que & partir do século XI as cidades do norte da Iulia, como Médena, Bolonha, Florenca, Padua, Génova e Venera, que haviam se torna do importantes centros comerciais, comecam a reduzir a escrito o ‘eu direito conmietudingrio © a firmar os estatutos local, que se ‘ocupam principalmente das relagdes juridicas de direito privado, ‘iferindo uns dos outros. “Ora ets cidades italianas do Norte ‘entregamse em larga eseala ao exercicio do comérclo esto origina contatos cada vee mais Fequentes entre habitantes de diferentes fidades. Mercadores de Bolona ou Florenca passim amide at portas de Médera ou Veneza, para ai etabelecer relagdes de co- nércio com mereadores locals. Muito cedo aconlece tornarae fre ‘qbente o caso deser demandado perante as justicas de wina cidade 1 FERRER CORREIA. op. cit, pg 200/20 tum habitante de outra cidade, E surge entio a pergunta: qual o ‘estatuto aplicévelnestes casos?” (Os autores transcrevern um texto latino encontrado pelo ternacionalistaehistoiador do Direito Internacional Privado, Karl [Neumeyer, que seria "o mais remoto vestigio de dieitointernacio= nal privado de que até agora se tem notiia")" ¢ que asim rezs: “Mas, perguntase: se homens de diversas provincas, a5 qu diversos contumes, itgam perante tm mesmo juiz, qual ser julgado? parecer mais preferivel ‘emais sil, porque deve julgar conforme aquilo que a ee, juz, For vista como melhor. De acordo com Aldricws” Mais prefeeer, “mas ii, “melhor. Esta era uma solugio ambigua ¢ insatsftéra, sutenta Martin Wolf,” pois € duvidoso shore mais til significa o dreito que tenha conexto ‘ais eal com a matéria sob igi, ou se o mestre Arico se releria A qualidade do direto em 5. Esta solucio parece a mais provivel, ‘onclul, Outros autores preferiam interpretar de acordo conn primeira opeio apresentada por Wolf. ‘Com este parecer de Aldrieus, jurista bolonhés da segunda rmetade do séeulo XI], teria naseido a ciéneia do DALP, dai alguns autores atribuirem a’ ext ciéncia oito séculot de existencia. J& ‘outros estudiosos considera que, originariamente, ¢ durante lon fo tempo, at quesises de caster intemacional cram analiadas ‘como parte integrante do direito primério, e que s6 no século XIX que a eéneia adquiriu autonomia cientiia. "Amilear de Castro™ observa que apesar de serem conhecidas as demonstragées histricas de Meijers no sentido de que, coneo- ‘mitantemente ao que ocorria no norte da Italia, também nos Par SesBaixos, na Frana, Alemanha e Inglaterra a atencio dos et ‘iosos era despertada para os problemas causados pela diversidade {dos costumes das diferentes localidades, ado ha divida de que 0 parecer de Aldricus € at6 hoje o mais antigo documento em que Se esbocou dlaramente a problemdtiea do confito de leis ede una tolugio para 0 mesmo, 1 ANMILCAR DE CASTRO, opt pig. 127 1) MARIN WOLEF, "Dec ncaa Pv", pg. 2. 1 AMILCAR DE CASTRO, opt pug a8. Teorias Estatutéinas [As cidades do norte da Iulia, que se caracterizavam por sua soberania dispunham de legilacio propria, independente do di {oromanoe do direto germanico:Tasleissmunicipaisou provi ‘erun-conhecidas camo Estas, eontendo normas sobre-os mais varladas campos do direto, inuindo prescrigoes administraivas, O) ieee aE ave cle dete comet tec cannot «scones qu ene sv memos vere @)| vm fr ota da eps do sro dose 87 {eee XVI periods em qucsurgiam desea sores Sing» sera uncon prt Cae eos etna, om mre de ‘As primeinestrés excol XIV), a frances: (século XVP) € a holandesa (século XVID). Sobre sta dvisio € pacfiaa doutrina. A quarta excola, identificads como 2 escola alems do século XVIII ou como a segunda escola francesa, fo século XVI, nada de noso trouxe a0 D.LP, limitando-se 9 “desenvolver e aperfeigoar 0 que é fora eriado até o final do séeulo XVII pelas wes lamosis escolas estat Exe itaiona ~ Os exionne do-ditstg romano dag séculs XI. targinals © intilienres “ue Iiroduatam noe SNUG extos ©| rourancs, em que on cmmentmaen: procurando encontsr ¥'me Thor inerpretacio dat antiga les. O texto de Aldricos, acim teanarioy € um produto desma época © dese po de eamdes © Lomentirioe. "AcscolaHallana tve como precursor, nda no silo XIN, 0 romanisia Accwsies que glosu um texto romano qu, 9 EO, nenbuma redo inka coma dtcipling do DALP "No Gasdigo, wma das partes components do Corpus fs Cis de Justiniano, cacontense uma consitaiio intitulada “Ds Bxeelen ‘Tindade e Fé Guslica"* que ee inka com a segulnts pala 1p Po co de cing — ne na ot fle ta sper “Queremor que todos os povon (Gand phat) que vvem sob noe nei region pr sm Clem, Aoem aii thes Aponte Sio Bere wan a0 omanos” xm conc cto ‘Cgjee dnbe una cercerttic pec, pos Hee & trem imperial aoe povos que vain sb muro ‘sel consinaie Acer intr urn ots que dain 0 sequivie “Porgy ot um bolones for acon tm Moen 0 SEE juno Sopa on easter de Modena oe qua ng Sal subtly por cis Go que a ci geo pous de now ‘Semence em Cutts pars o ena Se Mena nao € cope pica prs jugar o belo: s coe onden da inper- [ove rohanas te alta aqeles que nd siam sob ua upd oon demenca™ . ‘ince ndagagio da escola dow glomnores se rfeia& hipstte do miles que este seu tate durante wa ae fein a Vines, © a devern st regio pel el de Mane Ge Goal do esator) ou pelo esate de Venees (el do ugar ‘cbc do a0)? Ths lomores seguinae not seule XIV XV a escola dos prglomtiores modcinanents denoninados“eometrinaa’= {Inc tsdiiam comendror tls em qu deacnaa die ‘oes cette sande dor texor nian no dee de ‘Sinacar de Caro" perdiamse em prolas digress outing thy a vrs em slelo conta pamagem losin; coms foes ‘oespondente, visto consi die tn, dso comm, Sues presse wethicr ar necrndnder Hala" © aor ‘Spar x grandes gure deat ceo pe lomores, ino dt Fa, Barolo (S14 1957) ea (1927-1000 aor expences ‘niveratarsiiana da eps DanesPeirareae cence, Os dott {por conutbuta iaeaniemente pars untae pata Ela, ent diidida pliicament: ch varias ides nde enenics ‘Or pirglomdores descr a dingo ene regres pro cess gras de fs Aquelas inte vei r- fers pela 1 do foro, cea! datas obeeeram & epee Ear aoc que ovdconss apa dll do foal ere due 29 A lou de ACCURSIUS dau de 1228 BP AMILCAR DE CASTRO, opt ig 198 0 ato juridico se cealizava, Esta stima regra nha naquela época {im sentido amplo, pois abrangia tanto a forma como o fundo dos tos juridicos, “Também foi esta escola que determinou que os delitos devem ser submetidos 2 lei do lugar de sua perpetracio (lee loci dlc), hhorina hoje adotada no Direito Internacional Privado como regra bhisca no 23 no campo do direito penal, como também para a responsabilidade civil Entre or pérglosadores destaca-e a figura ea obra de Bartolo de Sassoferato, um dor mais eminentes criadores da toria © dae ‘normas do DIP. que viveu de 1814 1357, tendo lecionado direito sucessivamente en Bologna, Pisa e Perugia [Bartolo dstingui entre os direitos reals eos direitos pesoas, nogio importante para a elucidagao de muita questOes ent q correm confit, como, por exemplo na sucessio do inglés que jeixasse bens na a terra ena Ilia. Segundo all inglesa daquels, epoca, a sucessiose uansmitiaexclusivamente para o primogenito, ‘o que nao ocorris na legislagio italiana. Regerse-ia a sucessao pela Tei pessoal do falecido ou pela lei territorial dos bens? "Especulao famoso pos-glosador em torno da redacio das leis _sucessGriasenvolvidas® Se clas se referirem diretamente aos bets hherdados, aplicarsed a lei da situacio dos bens que compaem a hheranca, mas se se referirem a pessoa, niclandose a norma com tuma referéncia ao primogénito, tudo depender se ofalecido € ou ‘io inglés: na paimeira hip6tese o primogenito fica com todo @ patriménio sito ma Inglaterra se no € inglés norma nao se relere ‘rele, nem mesmo com relagio értolo estbeleceu que a let do hngar do contrat €adosada para as obrigaces dele cinanadas, enquanto que a lei do lugar de sua execucio rege as conseqiéneias da negligencia ouda mora na \exceucio:" criou a teoria dos estatutor extrangeiros de carster jodioso, inaplicaveisno foro, origem da teoria da ordem piblica do Direita Internacional Privado, «em matéta testamentaria decidin lque at formalidaces ob desiltima sontade Bes fxadas por Bartolo (algumasjé haviam sido for- :muladas por outros representantes da escola italiana como Jacobus 2 Vide “Basta he Confit of Lane pig. 15/6. SC MARIOLO, op. pag De 22 Baldvin, Cinus de Pistia € Guilherme de Cuneo, mas foram de- senvolidas por Bartolo) chegaram até nosios dias, endo cle 0 {grande propulsor do Direito Internacional Privado. Por oeatido do 600* aniersario do nascimento de Bartolo, em 1914, a "Harvard Univenity Press” publicou uma tadugio do ‘easalo que Bartolo escreveu sobre 6 Conflito das Leis efetuada por Joseph Henry Beale, grande autoridade norte-americana em D1 na primeira metade do século XX. Em sua introdugao,o radutor ‘screve: “Bartolws de Sasoferato € a mai imponente figura entre br jurists da Tdade Media. A ele ae deve a primeira manifestacio Sobre as doutrinas do Conflito das Leis, que se tornou css texto que € 0 ponto de partida ea autoridade invocada para todas 1 obras subseqentes sobre a matéria durante quinhentos anos.” F-Laurent™ asim excreveu sobre 9 poeglorador: "Longo foi © seinade de Bértolo nos tibunale e na eléneta juridica. Alguns chamarsm'no 0 pai do direito, outros olampizo do drei. Disa fque a substincia da verdade se encontra em suas obras, e que 0 melhor que os advogudos € os Juires podem fazer € seguir suas opines” cola franensa — A ercola francesa se deserwolveu no stealo XVI, ‘wazendo valiosa contibuicio para 0 progresso do Digeito Interna ‘onal Privido, Nela pontificaram Charles Dumoulin Bernard ‘'Argentre. O primeito introduaiu a teoria da autonomia da vor tade, langando. as bases do. processo qualifieador © D'Argenteé advogou a teoria do territorialismo. Dumoulin, que viveu de 1500 a 1566, foi advogado parisiense ‘emais tarde lecionou em universidades alemis. Sua principal com Uuibuigao situase no plano dos contratos. Entendiase que o funds ‘mento para a aplicagio da lei do lugar da assinatura do contrato para as questées de fundo derivara da presungio de que as partes, 40 escolher um local, deaejavam submetense Se lei nele vigentes, “Todavia ninguém se dera conta da conseqiéncia logics deste fundamento, que acabou sen in, a0 afr ‘mar que se as partes descjarem, poderio perfeitamente escolher foutra lei, coma, por exemplo,a fei do local da situagio do bem. Assim nascew a teoria da autonomia da vontade, de grande impor: ‘dncia no campo do direito internacional das obrigaeSer. Dumoslin aplicou sua idéia a um caro concreto que se tomnou famoso. Em 1525 contrairam niipelas em Paris dois jovens, tendo a mulher adquiride na constineta do casamento unn bem immével ‘ho sul do pals, onde vigorava o regime dota, pelo qual 6 imével pertencersheva com exclusividade, enquanto que no norte, inelu- five Pars, 0 regime era o da comunhio. Deveria aplicarse = lei pparsiense, do domicitio do casl, ou a lei do local da seuacao do imével? Em seu parecer Dumnoulin introduziu um novo elemento —a vontade tieita dos cSnjuges a0 contrair nipcias em Paris, Se os Cénjuges tivesem expliciado ao casir que adotaram 0 regime da ‘comunhio, este xe aplicaria a todos ov bens, onde quer que situa dos. Na ausénein desta manifestagio, admiteae interpretar suas vontades,e a escalhia de Paris como domieiio matrimonial indica a vontade de adotar o regime de bens af vigente "Assim raciorinando, Dumoulin classificow © regime de bens ta eategoria dos contratos> exta foi a primeira manifestgao da teoria das qualifcagdes que procura a correta clasifcagio dos aoe ce niegcios juridicos, para que se hes poss apicara regra de DLP. dequada e que ués € meio séeulos mais tarde ira ser introdusida tha teoria do-D.LP. por Etienne Bartin, um dos grandes mestres franceses. [D'Argentré (1519-1590) era magisvado na Bretanha, © mia contribuigio para o D.LP esti contda na obra que escrevew como comentirio ao artigo 218 dos Costumes da Bretanha *De statue pevsonalidus et walius". A Bretanha do século XVI ainda extava ‘muito influenciada pelo regime feudal e se esforcava para manter suas partcularidades poltcas e juridicas contra as tentadvas de tunifencio. D'Argentré defendia a indepencdéncin da soa terra no plano jurdico, pelo que considerava os confit entre seus costa mes € das outras regides como conflitos de dois sistemas sobera- hos ¢ auténomo: e nao como meros confites interregional, par sveis de eliminario pela uniicagao. Por advogara independéncia e 2 utonomia, D'Argentré crow ‘uma teoria particulars, preocupando-se exchisivamente com fig, 204 ¢ LOUSSCUARN © BOUREL “Dra lnernutanal Pe’, pp 0 ‘Siccrsmtinene de DUMOULIN de dear sept Maeopos dete os imeresss retin roca api es sempre {fue Fosse posite, Parteuarn sige tertorialimo, ou 8, tie bei Bean a pf toa fie rsdcto neni’. Por outro lado, lis estrangeiras nfo deve ‘iim ser splendas ha Bretana, pelo que todos & bens imdveis ‘Hesem se terri etodaras peoas nel domiciadasdeveriam fer regdas peas et oct exingindose a0 maximo» aplicagao date eseangeia Dipsgentesistematiza » dingo entre o.estantn real (con- cemente os bens), de arte terstoral eo ext pesoa ccbienis 4 penta) hipesttofiande-aquele-em-deitmento desc, Guus ice centri tequeades relate} peropaliade Reconhecendo'simposiidade de camificar toda a ins tuicdee estas category, erou una tercia, os eataniton mse, tm que integrou os extatnue que concernemm ds ponoas e i colas Conjuntamente,aplicande a eta categoria smesmas regrar do que "Todas intvlcOes reals © mists seriam regia pela Ie teritorial cas inaitigdes penal pela lel pewoal, dodo © Ctiterido domiclo da penta (endo desua naconalsade),opclo ta ambé de carter territorial, [Nevidesooresnaterers den exit comme, deer ser considerado real “omnia stain dub ali ‘argent cra um dogmadco que punta acca de to a lei o norma, da cl, € que o ue apie sun propria ee 36 terceptlonalente admite invocar lel esrangelra, a € ne holes incinagho de mits dovtsnadores @ magatador ein todst a5 porter denne ha Panga, as dias de D'Argentré nfo foram bem recebidas, sas na Holanda eta Grieetanha foram ito bern acolbida. A rejeieo de lls trangelrasencontrou em D'Angentre seu primero grande defentor Segliseta Huber ja pertencente& peda ex ols eau, ‘Bola holandest — A Holanda aspirava emanciparse, dat ter sido ) muito bem-rinda a teoria territorial de D’Argentré, de fundo J cminentemente nacionalista, Paul e Jean Voet, Christian Roden: \ burs: € Ulrich Huber, as figuras principais do Direito Internacional Priado holandés do xéculo XVI, comentaram a idéias da escola stautrafrancen,prinipalmentea dovtrina de D’Argenté, ns eno asin a ela extra holandesa holandess eoluieam pra um tritodalimo and. mais odo que D’Argenté,e que, enquanto exe admit que Gnbensindvessegusena penton, de acorde com orocardo modi Sequin posenam, and cubmetdon a0 etait peso. jin ‘hnuctonatioasholandesessubmetiam o movi estat Fea ‘Muber® notbilizowse por se escrito "De ofc log dee a. as leis de cad Estado imperam dentro das suas fronteirat © ~ brigam a todos os siditor deste Estado, mas no produzem cfcitos além destes limites; by siditos de cada Rauado sio todos aqueles que se encontram no ~ gen terete; of soberanos de cada Estado conduzemse de modo a tomar possvel que a leis de cada pats, depois de terem sido aplicadas ‘dentro das wins fronteiras, conservem sua forga eeficiia além fas fronteira, 0 que ocorre pela teoria da comitar getium, cortesi internacional, que permite a aplicagio extraterritorial fas leis interas [Eventualmente a comitar passou a ser interpretada nao como mera cortesiaestendida a outro pas, cua legislarso seria atendida, tas como aplicgio do dveita etrangeiro que constitu a ratis: ‘Go de uma exigencia da prépria justiea que se desejaaleangar na Solucio do caso ‘H.C. Mois. mestre britinieo do D.LP, sintetiza a teoria| Ihuberiana da seguinte formar "Nas suas duas primeiras méximas Huber proclama, ais claramente do que qualquer um antes dele, 1 Para FRANCOIS RIGAUX, “Pécs de Droit International Pit, pig. 4, © Tri enaens Pai propramote io com na hand, SSecanues« mans Segundo BRIE2 STUB, opt, pag 260. RO. [BENDUNG © nie MUMER ters lo pameto Jutta da ra aetna que Se ‘fer aos conto Se lee ages ders MNJ HC MORRIS "The Cone f Law, pg. 518 ‘que todas as lei so territoriais endo podem ter forga.eefeivoalém ‘Jas limites do pais ean que foram promulgadas, mat obrigam todae as pessoas quae encoatram dentro do pais sejam elas nama ou ‘xtangeiras, Esa insntncia de Huber na naturera territorial da lei conquistou a simpatia dos magistrados ingleses © americanos, Em seguida, na sua terceiraregra, Huber oferece duas explicacoes Isto ocorre simplesmente porque 0 outro soberano conente que assim se faa. Sua segunda explicacio € de que nio se aplica e ‘executa o direlto estrangeiro como tal, masse reconhece osditeitos a que 0 mesino deu origem. Esta terceia regra também contém as ralves da doutrina da ordem publica" ‘Huber, com seu territoralimo e sua teoria de que sé se admite aplicar « norma juridica estrangeira na medida em que ela tenha Criado direitos adquiridos — vested ight tno direito angloamericano. ~ teve enorme inluéncis outrinas Modernas “Transcorid o culo XVIM em que se aperfeicoaram aidan dos extttiroe den tér eval sem que nada de epecianente ‘orginal tiene sorgido no panorama do DLP, icin jordicn [inaugurao aéculo XIX corn Codigo Chil de Napotedo (804), ego do Codigo Ci tlio (1888) © encernd-se com © ) Gatigo Coil alemio (1890), contendo artes legge regan Innes sobre a slug don conlton dees, conforme er isto 30 Tonge do estado da dcptinn, ariclamente, € nest época que sirgem © pontifcam as imaores figuras do moderno iret Internacional Prvado doi “6 0 wecho de HUBER santo por MORRIS ra” Smeg il ct yy of tert soberancs nro po a coma (1) aig er ohne [St ga goerment para ge sro aids vio hiner de wm ‘gwen aft ene ne ssa fo toa 2 pte Ee jr ty a hrc pl fa of gis of ck gran of 12 ajar dents gue nt eatoom dane so poder ou dion dee gorermo ot de sot ian (9) No (i) temon ssn no (2) ox ron sagan © 2 (Gr Seserm de onde ple, v0 Cautores consagrados ¢ reverenciados até os dias de hoje: Savigny, _p historiador © Hésofo, © Story. o grande sistematizador. | JOSEPH STORY — Juiz da Suprema Corte norte-americana, lustre ‘comentarista da Consttuigio de seu pais, professor da afamada ‘Universidade de Harvard, publicou em 1834 “Comentaries on the Conflict of Laws foreign and domestic, in regard to marriages, vorces, wills, scessions and judgments”. Lorenzen, wm dos prin- ‘pais autores americanos de D.LP.do sécolo atal,referiwae obra de Story como tendo "a mais notivel € importante obra sobre o ‘conflto das leis que aparcceu desde 0 século XIII em qualquer pals, em qualquer lingua” 2° - ‘A respeito as obras de Story e Savigny é interessante repro- auzir 0 depoimento de Dicey." consagrado constitacionalista Dri nico e a maior autoridade em D.LP. da Gri-Bretanha que, logo pds a publicagio da primeira edigio de seu “Confit of Law tin 1896, assim exrevew a respeito de sa propria obra. um amigo: "'Na aparéncia lembra o livre de Story. Mas no posso gabarme de ‘qualquer outra semelbanca. Poi apor ter ldo muito sobre 0 Con fito dar Leis, estou certo de que Story © Savigny escreveram o: Sinicos grandes lsros sobre a matéria e considerando 0 estado da ‘cpeculacio juridica no tempo e no pale de Story, pareceme que fentre os doi, Story empreendeu a maior facanha.” Savigny Fecebeu un exemplar do Inro de Story, que the foi ‘enviado pelo proprio autor.” a ela se referindo no preficio de sua ‘obra como "a excelente obra de Story, Ho rica em informacées, tio Gel A pesquia™ ‘Em aula maugural proferida na Universidade de Harvard no dia 28 de agosto de 1829, Story apresentow o plano de sua obra Sobre o conflite ds lei, dizendo que nla we dedcaria 20 “exame de uma yariedade de questdes muito inerestantes que decorrem Mie 6 MORRIS op. ig 10, cr de STORY mrt Ei spree dues toe nae Uns Set Ce de ere er ‘gna pr Cort fiero, 2 ost mars KU H NADELMASN “Okeroa ISec aon senate Snes of td rr Sey Posen deb que se costuma ‘denominar de lr forte lex lick Eni estas questoes, iguram dt fixagao do domiciio no estrangeito, dos easamentos, div6rcios € {dos crimes que contém um elemento de estraneidader as quests dos testamentos e das sicesses das liberalidades e dos contratom, do efeito da presericio estrangeira, do proceso extrangeiro dos Jjulgamentos estrangeiros. E também, de forma incidental, a ques. io da natureza e da extensio do poder de jurindigio dos tibunais nna administragio de justica aos extrangeiros ¢ sobre o valor ¢ 0 feito a ser reconhecido as ordens dos tribunais estrangeiros™ [Esté af uma sintese feliz do campo de estudos da nossa disci plina por um autor americano que tinka un horizonte europew «da materia, consciente de que conflitos ocorrem nio 8 no plano interno dos E.U.A. em que as legislagses estaduais divergem entre i, como também no plano internacional (o que nio inspitou os Jusinternacionalisas norteamerieanos), uiizando a sistema anglo- americano de examinar e comentar a experiencia dos uibunaix Na primeira edigdo de sew lvro, Story citou cerea de quinhentaa decades da jurisprudéncia e na segunda edigdo, este miimero foi ‘entiquecido para aproximadamente setecentosjulgados.™ Story expde os principios tervtorialistas de D’Argentré, aper- feicoados por Huber, sem se comprometer coin suas teorias © mestre de Harvard foi o primeiro a empregar a denomina- so *Direito Internacional Privado", ¢, nie aceitando a divisio da ‘matéria em estattos pessoas, reais ¢ mistos como o faziam oF autores europeus de sua époce, versa ot iniimeros temas separader ‘mente, como delineara em roa aula inaugural. A comitas gouium dos holandeses significado a gentileza ine ‘ernacional come justficadora de aplicagao de leis estrangeiras, fol substituida por Story pela nogio de que a 9 ‘strangeiro se faz na busca da boa justica, Em suas edigdes posteriores,Siory* tanscreve uma decisio da Suprema Corte norteamericana, no caso Bank of Augusta. Fala 55 CE NADELMANN, opt pi 2 H STONY ps ley 73 MENTA BUENO, o rine ar tee de ‘inp com retrts re Parers Se Bae asa es fem que o Justice Tane, 20 expor a razio para apicar lel estrangeia, disse que “€ ocieso enumerar os exemplos em que, na pritica sgeneralizada dos paises cviizados, a8 les de um pai, por cortesia ‘das nagdes, sio reconhecidas e executadas em territrio de pais estrangeiro. Os casos de contratos tealizados em pais estrangeiro io exemplos conhecidos e as cortes de justica os tém executado de acordo com asleis do lugar em que firmados, sempre que estas no sejam repugnantes as les locals. E um ato woluntirio da nagio que a oferece... centrbuindo tio poderosamente para promover & Justica entre os individuos ea produzir uma comunicaio amistosa entre as soberanics a que os mesmos pertencem, que as cortes de Justica 0 consideraram continuadamente como parte da lei volun- ‘ria das nagSes. Com toda verdade, et dito no “Confito das Leis de Story que ‘A fala de uma regra postiva que afirme ou negue, ‘ou restrinja os efeitos das leis estrangeiras, as cortes de jusica presume a adocio ticita das mesmas por seu governo, resalvado, quando seam reyognantes 3 sua politica ou prejudise aos us ‘Story reforca esta teoria com uma decisio de tribunal britinico no caso Warrmders. Warender,em que Lorde Brougham, apis tecer consideragées sobre a aplicagso de leis esrangeiras em materia ‘contratual, assim concluit: “Por conteguinte, as cartes em cujo pa surge a questio, ecorrem a lei do pais em que te fez o contento, ‘io ex comitate mai ex dbitajustitiae™ Story" se refere a um comentitio de Redfield que contribui para esclarecer a raz da aplicagio da lei estrangeira, dizendo que “nao se pode pretender que os tbunai, quando se referenn i lel do Estado estrangeiro, fzem-no por cortesia, assim como nie se pode dizer que quando alguém invoca uin diciondio estrangeiro tara melhor compreender 9 exato significado dos termosutilizados ‘ho contrato redigido naquela lingua estrangeira, lo por cortesia (© conhecimento da lingua estrangeira no & suais indispensivel ddo que o da lei exrangeira para a exata compreensio das termor soberania¢independcia nig proce por dese de obedience, stn plo sent ‘onto fren ane dane SStOR op. toc se prossegue Story™, exelarecendo mais ainda: “Se em wm caso perante corte americana, os direitos das partes dependem de wma, trannacio que teve lugar na Franca ea tansagio é de wm carter sobre o qual a lel francesa a lei norte-americana sio diferentes, apresentase a questio se a transagio se rege pela lei francesa ot rio, Se a corte decide que ela se rege pel lei francesa, extard ‘obrigada a aplicar esa lei ao far os direitos das partes, no por cortesia e urbanidade para com a Franca, mas porque a justica assim exige. Os direitos das partes dependem, em parte, das cir ccunstincias da transacio, e em parte, da lei que dew 3 transacio sua forea e seus efeitos. Seria to injusto aplicar uma lei diferente ‘como seria determinar of direitos das partes de acordo com wna ‘wansagio diferente da que foi realizads. Ao aplicar a lei francesa, 4 corte no concede a metma efeitor na América, mas apenas Feconhece 0 fato que teve efeito na Franca, (Aqui se encontra a nnatcente da teoria angloamericana dos west rights, pela qual no se aplca lei estrangeira mas Wo-somente se reconhecem os efeitos ‘que ela jf tenha produzido, que te casa com a outta teoria dos angloamericanos de que lei extrangeira €aceita como fatoe n como lei) ‘Ao estudar as vrias questdes juridlicas que se colocam dante 4o aplicador da lei, Story foi estabelecendo regras sobre a lela ser utilizda para cada setor do direito. Para o estado e a eapacidade fas pessoas fixou a regea geral do. domicilio, excetuada 4 eapact dade de contratar, para a qual adotava a let do local do contato; iF 0 casamento sujeltava a capacidade, a forma ea validade i let ‘do lugar da celebragio; em materia de regime de bess em havendo ‘contrato, respeitrse'ia o que tivesse sido pactuado, inexistindo acto, os moveis re regeriam pela lei dodomiclio conjugal, os Im6vels pela lei do lugar de sua siuacio. Para os contratos, let do lugar de sua feitara, com ressalvas para a lei do lugar de sua ‘execugio; os bens mévels pela lei do domiesio do proprietrio © (0s iméveis pela lei do local; sucesdes, a mesina ditincio. entre méveis © imévels.Estabelecen com clareza a resalva da ordem iio de leis estrangeiras repugnantes 20 6 STORY, opt ig 46/7 mi note ers A dh por}. Thora Grande fot a influgneia de Story nio $6 not Estados Unidos, ‘como tambéin na Europa. Foeix, autor do importante "Tite di Droit International Prive ou du confit des lois de différentes na- tions en matire de doit privé", publicado na Franca em 1843, feacreveu no preficio A sua segunda edigio: “este resultado a que ‘nos conduziram nossas pesquisas © nossas melitagoes, encontra moo confirmado e desenvolvido na sibia obra de Story, professor de direito na Universidade de Harvard em Cambridge ¢ juiz ds ‘Suprema Corte dos Estados Unidos da América do Norte” "A obra de Story influenciow marcantemente a consolidacio das regras de DLP. norteamericanas, elaborada em 1934 pelo Instituto do Direto Americano, sob a diregio do Professor Joreph Henry Beale, tamméim de Harvard, 0 Reteement ofthe Law of Confit of Lane. FRIEDRICH CARL VON SAVIGNY — Professor de Berlim, mem bbro do Instituto de Franca, escreveu S3stom des heutigen Romischen ‘Rechts Sistema do Direito Romano tual — em que se concentra zo direto privade de sua época com origem no direito romano. ‘0 oltavoe thio volume da obra foi dedicado pefo autor 36 questies decorrentes dos limites do império das regras de direito| no tempo € no expaco, em que sio expostas teorias que parecem Incomplets ¢ inacabadas "ndo por fraqueza do autor mas pela pnatureza expectal da diseiplina” Savigny foi o grande inovador do moderne Dieito Internacio- nal Privado, discordando com veeméncia das teorias territorialistas ‘de Huber ¢ de seas contemporsineos “Imtimeros autores", diz Savigny, “tentaram resolver eatas ques tet pelo prineipo da independéncia e soberania dos Estados, ¢ partem das seguiates duas premissas I) cada Estado pode exigit ‘que em toda extensio de seu territério nio se reconhecam outras leis que nao as sus: 2°) nenhum Estado pode estender a aplicacio de suas les além de seus nthecida no Bras riteipalmente pela wadveso frmcen de GUENOUR, ca Sequoia cag to pla cn Par 35» 180, SSTSAVIGAY. “Trl de Dro Roman" ose volume: pg. Savigny sustenta que quanto mais as relagdes entre os diversos ‘povos se ampliam mais nos devemos convencer da necessidade de Fenunciar 20 principio da exclusio, para adotar o principio con ttario, O interesse dos povos ¢ dos individuos exige igualdade no trstamento das questbesjuridieas, de forma que em caso de colisio de les, a solugio venha a ser sempre a mesma, eja em que pais se realizar 0 jolgamento. Isto, aie Savigy, decorre de um ponto de vista que ele deno- mina de “comunidad de direto ene 0s diferentes povos"” se- ‘gundo o qual para encontrar a lei aplicivel a cada hipétese ha que Geterminar para cada relaglo jurica 0 direito mais de confor midade com nature propria eessencial desta relagio".O direito mais conforme para cada relagio juridica € encontrado por meio da localizacio da sede da relagéo em caus. Ent sede € representada pelo domicilio das pessoas no que tange a seu extado © capacidad, pela localizagio da coisa para ‘qualficslae regélae pelo lngar da solucio das obrigagGes para as questdes juridieas delas decorrentes. ‘Savigny reconhece que ha excecBes 20 principio da comuni- dade de direito entre os povos, por forea de determinadas leis que cexistem em cada nagio € que tm natureza rigorosamente obriga- {Gria, nfo admitindo a excalha de leis de outrafonte, havendo, por outro lado, instiuigdes de certos paises que nio sio reconhecidas fem outros paises, nio podendo pretender reconheci tribunais destes {A poligamia, a proibigio de aquisi¢io de propriedade imobi- liéria por judeus,oinsinuto da morte civil ea excravido slo quatro institigdes exemplificadas pelo professor de Berlin como inaph- Civeis em foros que nio nas admitem, consttuindo-e assim em excegdes ao principio da comunidade, excegdescujo niimero, con ‘lui Savigny" haverd constantemente de diminuir, através do de- senvolvimento natural do direito no seio dos viios povos to dos 8 SAVIONY, op, pg 90. { SAVIGNY op, pe 109 €18 Vide no prime cpt dete bo, “ric (h Decpina"*O saad de SAVIONY wove reat tue na pn da ‘Sacre spend ESMINE, “erste ony PASQUALE MANCINI — Logo abaixo de Story e Savigny, € para ‘certos autores ombreando com eles, aparece a figura do italiano Pasquale S. Mancini, eriador do moderno Direto Internacional Privado italiano, fundador ¢ presidente do Instituto de Direito “Também Mancini falou na comunidade de direito ao defender 0 dlireito dos estangeiros. Em 1858 assim se pronunciou o mestre f homem pblica italiano perante o Instituto de Direito Interna- ‘ional: *O tatamento dos estrangeiros nao pode depender da ‘comitase da vontede soberana earbitrria de cada Estado. Aciéncia 6 pode considerar este tratamento como umn dever rigoroso de Justigainternacicnal, de que uma nagio nio pode fugir sem violar ‘odireito das genes, sem romper 0 lago que a une a espécie humana ‘dentro de uma grande comunidade de drt, fundada sobre a come hidade e a sociabilidade da natureza humana.” ‘A principal lio de Mancini em D.LP. consta de uma aula inaugural proferida na Universidade de Turim, iniciada em 1851 ce concluida em 1852, zob o titulo “Dalla nasionaid comme funda- ‘mono del dirs delle gene", em que estabeleceu a nadonalidade Como eriterio determinador da lel ser aplicada 3 pessoa em todas ‘as matérias atinentes 4 seu estado © & Sia capacidade, contrari ‘mente a0 principio de Savigny, que optara pelo domiciio. "Em Mancini hava o elemento politico. Batalhador pela wn cagio da Repibiica italiana, quis valoriar 0 direito italiano para fs itallanos, por forea do qual o italiano seria sempre regido por sa lei nacional, onde quer que se encontrasse. ‘A igualdade dos estrangeiros fol consagrada no artigo 3° do (Cédigo Ci italiano de 1865 ("Lo strani dammeso a garde ditt uit atiibutt of adina")* 0 principio da nacionalidade como {¢ HAROLDO VALIADAO, “in Inman Pao 10 Gtincrnatonal™ ug 697 etm obra foi dedicada peo autor franeéaa MANCINI fom aarguntemactae-*Desieo nes eniona Mancini membra do Palaets me istics alo rico te nora cen am rn ma ‘SPER prs ent sg 18h Pui rie in rare, liga 0 DLP. a0 Direito das Gentes, da qual se torna uma manifestagio. ‘No método individual emprega-se a Lei, a Doutrinae a Juris prudéncia nacienais, jf no segundo método, o universal Internacional, aLei Uniforme eo Tratado so as principaisfontes, 5°]. JETTA, op. Spa 21 Dati explea as dua excolas asim: 08 “particulaistas” (seguir ove do mio nda cnseram ie blend DILP ao proprios de eada Estado, por isto as solugbes dever ser Chcontadar nas Tonics inernay © fonterimerhacionss a6 se dive recorrer para marie epecicas,copatiuindo excegies & fegra dat 0 DA. ser umna dcp nacional, ot “univeraliss” Pensam que os problemas vedo pelo DLP. concernem a sode {ede incrnacionale portant tem naturera internacional, deven- {fo reebersolugd interact ‘i Loussouarn e Boure tm outraexplanacio: os “universe lisa aceite na vneagio do DILP, he na possbidade de regrasuniformizadas de DLE — o DLP uniformizado — dal a ppimazia dat fontesinternacionais or "paticularstas” negam a posibildade desta nifermivagio Para lex DIL. €uma projeeao {So alretoimerao no plan imernacional e foro o dirtios inter nos io diferentes igure diferentes correspondem projegiex ferentea “Antoine Pile 6 conheeido como defenjor do universalimo © da sobminio do DLP. x0 Diteito International Pubic, tendo erideado a prefertnca deta pelo regime particular, que de- fui no metodo individual Piles quelecionou epublicou nos séculbe XIX e XX, claborou a veoria do fan socal ds leis que clenifiava em tetitoials © ctstrritriaia Aquels ttm apbeacio gers, para todo, act i pero € em detcrminado espace, eats tm aplegio permanente Bars algons rena no top "A el pode conicr as duas caracternicas, mat nas relacBct internactonats uma dean terd que se sacrfcar em prol da outa AODLP. ‘ioral Para ato que ex investiga a fngdo sek te drige fundamentalmente pars proteger ox invdvos ov para Zeta pea ordem socal Aquela sorio exteaperiorian apican do 403 pence onde quer que se encontre Assegundsssfoteritorais tem apleag a todos que se encontram sobye o mesmo treo, sbrangidon pela novus que vs proeger» prem soi $1 HENRY RATIFFOL © PAUL LAGARDE, opt ig. 24 Sr LOUSSOUARN BOUREL, “Dro Ineratona ine, ig 22 [As normas extraterritorial cuidam do individuo, de sua pro- tecio, sio as nonnas respeitantes 20 estado, 4 capacidade, As rela- {es de familia e de sucesso. As teritoriss io as leis politicas, morais, de seguranea, pro- priedade, crédito pablico, faléncia, wibutos.* Depois de Jita e Pille, a moderna doutrina de Direito Inter- nacional Privado € examinada & luz destes dois métodos — 0. luniverslita e o paricularista: 0 método universalist, de horizon tesamplos, preocupado com o homem na Sociedade internacional, 4 procura de tohigdes internacionais, a serem definidas por Con- veneer ¢ Tratados (tanto as que indicam ar opedes entre dunt legislagdes come as que as uniformizam), 0 Direito Internacional Privado como diciplina orientada pelos prinefpios do Direito In- ternacional Pablco, e, método particularist, que vé 0 DLP. como a splicagio do direito posit interno sobre as relagdes privadas no plano internacional, para o qual a principal fonte € 8 legislagdo interna de cada pats. 5s Otmervoue a anclhanga com 2 primera © a trees enteprin de it ‘Seley de MANCINI a les rian plo pinion seconaade 0 i ihocae Natee btn que FRET Sper aeraius quam 30 ‘nevada D-League ange aca acing, pts toncetrs ‘Sundin ma xtento teen dace on eager como ome ‘eae sgn ne no primete epi cada Dap). Capitulo VIL NACIONALIDADE, [Nacionaldade e Dito Internacional Privado Pontes de Miranda! sustenta que a nacionalidade € um direito substancial, integrado no direito publico. “Nao se expliea que se insira nos programas de Direito Intemational Privtlo — salve como matéria introdutéria — disciplina tio diferente. O Dircts Internacional Privo € um superdireto das leis de dreito privado, ‘Tratase, pois, de um vicio impunido, a corrigitse™ Em seus comentarios 4 Constituicio de 1967/1960! Pontes é ia preciso: "Nem existe, no Direito Internacional Privado, qual. ‘quer notma sobre as leis de nacionalidade; nem as leis sobre he, onalidade io les de dteito privado, Falta Iberia, portanto, qual quer wm dos dois caracteres das regras de Dircito liternacionel Privado: a) serem regras juridicas sobre regras jurilieas, les sobre leis, direito sobre direito:b) serem tas regras juridicay, tai les, tal Alireito, direito privado, As leis sobre a aquisicio e a perda da nacionalidade pertencem ao direlto substancial {direito materiale direito formal juer ramo do sobredireito, seja 0 {ntemacional privudo, seja0 administrative internacional 4, TONTES DE MIRANDA “Nacional de Orgem ¢Naturtiaco no Direto Io”, pretcio, ade JAGON DOLINGER (c sue“ Comenaion s Eoee inc a prio SS racine aera eae Pic em senda pies cabs incorprcia no dee senses E PONIES DE MIRANDA, “Comemas!Consiaicie de 967 coms Enea ‘Toda 100? somo Mpg S90 [No sew tratado eapectfico sobre a diciplina, Pontes faz uma tigeita concessio programétiea, “como a aplicagio da lei nacional poe que se aaa qual a nacionalidade da pessoa, convém, nos Cursos € uatados, resolver s questio preliminar. Mas este expedien- Ter de ondem prétea, que justfiea, a certo ponto, ineluirse 0 ‘pita Kminar sobre nacionalidade, nao muda, nem pode mudar ‘fnatureza do assunto.." ‘0 reconhecimento da nacionalidade como matéria preliminar aa questses de Direito Internacional Privado — eis que em muitos paltes 0 status pesoal & regido pela lei da nacionalidade — Evidentemente a mais cSmoda justificativa para introduzir a maté- fia nos cursos de DLP 'A objecio de Pontes de que as leis sobre nacionalidade nio so leis de direito privdo no constitu problema para aescola que Aceitaintroduszie no DLP. questses ligadas ao dreito pablico, como © processal, 0 penal, 0 administrativo, o fiscal, e outros mais. Jé inocu eh a en se sae ames meee foes ates area ree a ese te cra meer ne pace eee eee ere ee ei eee ec aera oc arom ae sma 1,FONTESDEMRANDA "Hat de Dio ntrmanl Pde 1° pONTES DE MIRANDA, idem, pig 37. 136 ‘Assim sendo, mesmo que as regras sobre a nacionalidade nio sejam exracteristiamente de D-LP, tem com est dsciplna juridica considerivel afindade ‘De mais tai, os programas de Direito Consttucional e de Direito Internacional Pablico de nossas Faculdades de Direito tém, ido muito breves sobre a matéria, provavelmente confiantes de {que 2 cadeira de Direito Internacional Privado dela culdarapro- prisdamente, Seesta nlo o fizer, 0 curso juridico ficaré desfalcado So esuido de um dos mais importantes capiulos da ciéneia juries: f estudo da nacionalidade, seguido do estudo da condigao juridica do estrangeito SR afericio da nacionalidade de cada um é importante pois icingue entre nacionais e estrangeiros, cujos direitos nao sio os Imesmos, Nos plses que adotam o-eritério da nacionalidade para +o estatuto pessoal, a nacionalidade € pressuposto da maior importincia para o Direito Internacional Privado, e a protegio, iplomtica das pessoas quando no exterior depende igualmente ‘da determinagie de sua naconalidade. ‘Avnaciomalidade é geralmente del cofplideo que hgre lMinIdUG 3G Esado, ou, en ‘0 elo entre a pesos fiiea e um determinado Estado. alidade comporta duas Hatado a que pertenes, Qu 0 (Gscrano: que ontén uma sie de obrigagBes do fndvfduo para ‘om a Baldo (og lesldade, servic militar, et), com ‘arid da prow dplomavea que o Endo etende hae quer que © eneone no estngeio? Extn dimensdo jr fico poi: Es uur dimensio és horizontal, que fz do nacional steno dum: comunidad, da popelogzo que conrbtio Estado Aguiadimenb ecole {UL LAGARDE, “La National Frames” i 5 POnTES DE MIRANDA, “Comentiriont Comatigio de 1967, com Binenda flee eo WS le pees mca oreote Nacionalidade ¢ Cidadania A confusio entre nacionalidade e cidadania parece advie os norteamericanos, conforme acentuado por virios autores?” Dar. ‘deat invoeaa Emenda XIV Constimicio americana que proclama (que: “todas as pessoas nascidas ow naturalizadas nos Estados Uni- dos, c sujetas& sua jurisdicio sto cidados dos Estados Unidos." fem que 0 voesbulo cidadao tem o mesmo valor que nacional Tim verdade nio é bem assim, ei que a intencio do legslador americano com esta Emenda Constitucional aprorada em 1868 fol ‘alvaguardar 0s direitos do negro amerieano que acabara de ser Uhertado da escravidio, detxando bem claro que todor sio cfetiva- mente cidadion? ‘A Enciclopedia Britinics? distingue entre “national” ¢ “cit zen", explcando que a “nacionalidade € distinta da cidadania, termo is vezes uado para denotar 0 status dos nacionais que tem todos 0s privilégios politicos. Antes que 0 Congreso americane thes concedesse cidadania, no sentide total da palavra, os indios americanos eram referidos ie vezes como “noncitven nationals” jeattaecchuas tatiana metarrarananeas eae eee aa i Rvp ae i oe i a ns i tse fee erat eel Se ‘ambin ido do xtado ee ede (edo d eeracio norteamericia) oo {ae pag 11/4,reteemoe dtincdo que xia ere o ian american Awualmente os autores americanos realmente confundes cionalidade e eidadania, como se pode observar ao longo dos vos textos de Diseite Internacional Publico utlizados nas Paculdades fe Direito norteamericanas" Hans Kelsen, que vivew a ultima ‘apa de sia vids nos Estados Unidos, também confunde os dois "Entre nés a dstingio € clara e praticamente aceita por todos fo autores, no seatido de que a nacionalidade-&a-xineula juridico ‘que une, liga, viacula_o.individuo a0 Estado e a cidadania repre Fen om contetdo adicional, de cariter polio, que fculta 3 "pesoi ceftor direitor politicos, como 0 de volar ese eleito ‘A cidadania pressupdeanacionalidade, au sea, para srt {dos direitos polfcos, ha de se ser nacional, enquanto que 0 nacio- nal pode perder ou ter seus direitos politicos suspensos (artigo 15 dda Constitnicio), deixando de ser cidadio. A excecio entre nés diz respeito aos portugueses, que podem oxercer certos direitos politicos sem serem nacional, Por outro lado a nacionalidade acentua 0 aspectointernacio nal a distinguir entre nacionais e estrangelros, enquanto que a / eidadania valoiza 0 aspecto nacional.” "Nossa Conatituigdes distinguem a nacionalidade da cdadania 2 Constituigio de 1946 isto ficou precisamente colocado em seu titulo IV "Da Declaragio de Direitos",cujo eapitlo Ise inttulava “Da Nacionalidade eda Cidadania”,cuidancdo os artigos 129 ¢ 150 ‘ds aquisigo e ds perda da nacionalidade brasileirs, enquanto que FONTS BE MIRANDA. em ny cnn somtintonal i, ies se nemo ine ‘aio dr grrr) frocdimento to erase Sete co pica wan €— quan oo deo 12 'Em eles elevational Lan, dc HANS KELSEN de pg 872 « 78 “tet rnaiaty ede nan of nda wo op clogs fo {in te Stari. many ae ene irl hn porcio nd no ogut 8 duce lncrscona 1 Vldcsrepese JOSE FRANCISCO REZ Le Dr International de Nati. ae Recor tomo 198 pu Ste RLIMIANOEL GENS DE MOURA RAMOS "Do Dus Portauts da Neconaiade” gy 475. 189 ‘© artigo 191 versava sobre os eleitores brasileiros, matéria ainente 2 eidadania, 'Na Constiuigio de 1988, exemplo da carta anterior no titulo relaivo aoe direitos fundamentals, figura um capitulo dedieado & “nacionalidade” outro aos “direitos politicos", compondo estes a caracteriticas da cidadani, 'No capftulo sobre a nacionalidade enunciam-4e quem sto brie slleitos, come se adquire quando se perde a nacionalidade bra: Sileira (artigo 12), e no capitulo intitulado “Dos Direits Politico Ccuidase dos direitos de volar eer cleito — expreswoes da cdadania (artigo 14) — e da sua perda e suspensio (artigo 15) [No artigo 1° dentre os fundamentos da Republica Federativa {do Brasil como Estado Democrdtico de Dieito entunciam-se a so. bberania ea cidadania, esta como manifestagao dos direitos politicos dos membros componentes do povo, conforme o parigrafo dinica ‘do mesmo artigo, No artigo 22, incso XML, exabelece a Constituiczo a compe- ‘éncia da Unio para legiar sobre "nacionalidade, cidadania « naturalizagao™, em que a naturalizagio € redundante, ela que im. cluida na nacionalidade, entre os atos legislativos para os quals a Consttuicho veda a delegacio — artigo 68, § 1" — Fgura a legisacio sobre nacionali- dade sobre a cidadania (incizo I), que estio igualmente diseri- ‘minados no inciso LXXI do artigo 5* 20 tratar do. mandado de injungao. $6 0 cidadio — e no 0 nacional — tem legitimidade para propor acio popular (artigo 5%, inci LXXII}), para propor leis ‘complementares ¢ ordingrias (artigo 61) e para denunciar iregu- laridades perante 0 Tribunal de Contas da Unido (artigo 74, § 2), “Apesir dea Constituigio #6 enunciar a condicio de “edadio"™ para 08 cargos de Ministro do Supremo Tribunal Federal artigo 101) para os membros do Consetho da Repiibliea (artigo 89, inci Vil) para o Advogado-Geral da Unita artigo 131.81"), ¢evidente {que a mesma condigio se aplicaa cargos em que a Constituigio #8 fala em “brasileiros", como os Ministrox do Tribunal de Comtas da Unio (artigo 73, § 19, Ministros do Superior Tribunal de Justa {artigo 104, parigrafo tinico), Juses dos Tribunais Reyionaia Pede- tas (artigo 107), Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (ars ‘igo 111,§ 19), Ministros do Superior Tribunal Militar (artigo 128, srgrfo inc}, «tm para os utes dot THs Regonas {fo Tabaino (ari 115) nest nem tend fio tte & si naconaiade rae “Adem condicio de cdadlo & cequsto para © suaiquer cargo pibles,conforneaigo SY da Copataet. ago 18 que ciioa da prda‘ou shapes dos dren polos ettine Hace hipciers: A primei pula dn perda Se aclonaldade (ancclamenio da naturales preva Lo artigo 12,844 ntl donde atonar qu oimeto ccorrerd pare quem perder a naionaldads porter adguisdo outa naconaidade por Fatratiagaowelunira (al do mento artigo 12 § 4) — te ism af se dard perda dos etn plc qu perida a taclonaldade perdida eas hada Au outas qtr hptesce de perda ou mtpenio de cio polices, ectfadasnetcse Ia V do arige 1a, s6 totam de peda da cdadana, mas nfo de petda da naconaldade (are Nereis fe "H¢momeno deo form ve es alg deter analy oie Sigs ne mae oa Siento ea nacinalve detvads ov recta ota Sirs ATE fr me de dl Ccurior aoe inde ne ernenta to rvcnen a a= Satie 'Semudoaliade do pau em quem ce eos “Sawa te acne opt ca ds sa toto «ques wie se conan em Cao ces, aor ‘aban ipo oa spun oma com oe reno fan ano seta depts to main eter dom unui combat om eae ie {oar seu combnadoom sain no pts opt pa coi dsp ‘Rctonalade devas ca core por va de uur aun pense yor med cae iGo dome sr te npc ene se Sete nana ‘Tus songuinis — Provém da antiguidade o sistema pelo qual os fihos adquirem a nacionalidade de seus pais, aedorosamente defendida ‘nos tempos modernos por Mancini, na Telia, no afi de manter as Fania italianas no exterior ligadas 4 maeparia* [Neste sistema o fiko adquire a nacionalidade que os pais tinham a época de seu_nascimento, no sendo.afeide por cien= ‘uals mudaneas de nacionalidade que posteriormente ocorram a seus pais. Tendo os pais nacionalidades diferentes, o filho seguir nacionalidade do pai, seguindo a nacionalidade da me em caso ‘deserfilho natural ou de ser desconhecido opal. Ignorados ambos (8 pals, o filho tera sua nacionalidade fixada pelo critério do oe Os paises emigratérios mantiveram-e fis a este ertéro, ‘Temse sugerido substituir a denominacao ‘us samguins pl dle “critério da filiagio", els que nio € @ sangue, mas a nacionall- sade dos pais que fica a nacionalidade do Filho, ‘us soli — Neste sistema a nacionalidade origindtia se estabelece pelo wento, independentemente da naci sistema que vigiu no regime feudal, em que o homem ‘estava lgado a terra, e que foi abolido na Europa, tendo renascide ‘no continente amerieano, composto de paises de imigracio, que ‘desejaram integrar 0s filhos dos imigrantes & nova nacionalidade € cvilar o desenvolvimento de comnidades estrangeiras que st ctermizariam caso mantide o criterio do jus songuinis us domicli — Houve quem defendesse o domietio como eritésio. autdnomo para a aquisicio de nacionalidade, como que um “unt ‘apiio aquisitvo” a favor de quem se encontrasse domieiiado em pals por tempo determinado.” Mas 0 que se admite na prétiea € \omietio como elemento componente da aquisicao da nacional dade, tanto originria como secundéria. Na-originiia temos crea MANCIN om 1874 no CLUNET, 3 pig 286. no se quer pete Homenagem te wader de somo el sepa mer hoe foal ‘Sore drat sgl a Set ct ee ame Poe {que deverd a leginlacio deste wrvitivio rer alguéim Que al meu, ¢ rato de ‘onto penal rpm asa iprehatse Mele PENNA MARINITO,“Trmdo soe Nasndiade ol 4g hipdtese do flho de braslecos que-natce-no exterior © que vem no Brasil antes de atingir a maioridade (Constiulcio da Repabiica Federaiva do Brasil, artigo 12,1, «) € na nacionalidade secundiria, © domietio é elemento assegurador da naturatizagio. (Constituigao, artigo 12,1, 8). No plano internacional, domietio, serve para solucicnar certas confitos de nacionalidade. A melhor itustragio € 0 artigo 5* da Convencio sobre Nacionalidade da Hats, 1980, que dispGe que em um terceiro Estado, o individuo que possi varias nacionalidades, tera reconhecida a nacionalidae do pals no qual tenfa sua residéncia habieual ¢ principal, ue, domi ‘ii, formula iguilmente adotada pelo CAdigo Bustamante. em seu artigo 10. us lnbris — Hi legislagbes que admitem o servico cm prol do Estado.como elementa favorecedor¢ failitador para aconsecucio «a naturalizacio." Na legislagso brasileira, ter prestado ou poder DrestarservigosFelevantes a pais redr do quatro para um ano © prazo de residéncia no Brasil como requisito para 4 naturalizagie (Lei 6.815 /80, artigo 113, I, pardgrato nico) e eatrangeiro que Liver wabalhado dez anos ininterruptos em representagio diploma {ica ou consular brasileira no exterior fea inteiramente dispensado {do requis da residéncia no pas para obter sa naturalzagao (Let 5.815, artigo 114, 1), Muclanca de Nacinalidede A liberdade individual na aquisigio secundaria de nacion ade € a expressio dos direitor de mudar e de néo mudar de nnacionalidade, facaldades extas que asim se subsividem: ‘a—direito de perder (renumciar) b—direito de adquicir — direito de nio adquirie 2. Direito de mio mudar_ {1 Sci de ndo air ipso de Pender — Quando um individo-reques naturalizacéo.em uum pais, geralinente se_Ihe-exige-que-renuincie 4 nacionalidade anterior. Certas legislagSes admitem a remtncia teita, que Ocorre 1. Direito de mudar 16 Vide ILMAR PENNA MARINHO, opt pg. 78/0 quando o cidadio naturaizado volta a seu pais de origem © lt permaneee além de determinado periodo, considerandose ter re- hhunciado & nacionalidade que adquirira mediante a naturalizacao, ‘O diseito de perder € reconhecido por quase todas as legisla Dina de Adpuirs — 2 tgor le um diceito ubjetivo, ‘cirque, geralmente, a outorga de nacionaldade derlvada depende {de fancesto dos governos, que + decidem dscricionarlamente, Ihavendo, contudo,hipdteses de naturaliagio constitucional, que no dependem da dcrieio do govern, como a do artigo 12,11, Ieera ha atval Constitiggo,« do artigo 145, I, & n® Le 2 da Consiuigdo de 1967/60. Dirto de no Adguirr— Bate direto se manifesta principalmente ne caos de cessio e anexacio de tervtério de uma para outra soberania, geralmente como conseqiéncia de guerra e de tratados de paz. Na Europa era comum a noxa soberania impor sua nacie. nalidade dr pessoas domiciladas no texritério anexado, 0 que repre sentava grave desrespeito3-autonomia da vontade do individuo,” "Narra Hans Kelsen™ que no caso Romano ¥. Comma, julgado pela Egyptian Mixed Court of Appeal em 1925, foi decidido com Felagio a0 Estado papal, ufo terior fora anexado pela Ilia em 1870, que todos os nacionas do Extado anexado haviamac tornado automaticamente cidadios do Estado anexador, sem necesidade de uma declaragio expressa de sua parte, nio havendo opcio de ‘acionalidade nor cabs em que 0 antigo Estado desaparece intel ramente. mente, caberia conceder i pessoa a opeio entre cellar a nacionalylade do Estido anexador ou tomnarse aparida fe que protegem {Rdoe det dpte nara i tines "a de cota Ede eve pre ‘que, no caso de fihow de connules de carrera ou de funnies de pases ‘Retgsto encarregudcs de mie ic pore Covers oe poe das ‘Bese repatio ou prot made nana do pie. onde ston ‘tos con, on, se conermem mcm ew pi pie 75/6 " ve Dieta de ndo Prr— Na bipStesedo-teretrioanesad,cabe 3s pesons ne domiciadas petmanceer com a nac © Hor desde quc oyspeatve Estado nao senha desapaecido com a anexaci. Exe dirt nio fo respetado em muitos perfodos da Insta moderna Veremos adinte ax questes suscidas por dis posiivos de nossa Consttuigio Imperial e pela primeira Const ‘Bo Republicans” Poder tm Etado desis wm cidad de sia nacionalidade? Aponta Kelien® para o carater modesto da Convencio pare a Reducio da Apatdia, patrocinada pela ONU, cujo artigo apenas dispde que “os Eaadoscontratante nfo desta uma pesos de sis nacionalidade se into car sua apatrdia™ ‘A rigor o principio eat imanente no artigo 15 da Declaracio Universal dos Dirctos do Homem, aprovada pela Assembéia Geral das Nagies Unidas em 10 de desembro de 1948 que dspde: "1. Toda pesioa tem direto a uma nactonalidade. 2. Ninguém poders see privado arbitrariamente de sia nacio- nalidadee a ninguéim seri negado 0 dieito de trocar de nacionaliade.” ‘A primeira parte da alinea 2 impede que um Estado retire arbitrariamente a nacionalidade de um eidadtio x ‘Ji parte final € de diel implementagio, eis que a toca de nnacionalidade implica em perder uma e adquiie outta A primeira parte, como vimos, deve ser livre, mas 2 segunda parte depende 2 A Convene see Nacionaldade de Monteridéainads 228 de desemteo {de Tosa cpromalgeia no Brant plo Deere 2573, de 18 de tll de 158 ‘ips em tu argo que "no coo de wansfertnca de ma pre do tris ‘om non n+ des oe pr ana 2 Hare PABLO A RAMELUA, op. sag B4 que “quando Unio Soni, fot Deccs de edenembo de ope de Sn stone or rfapados ‘tet quem eaconumam no cerangeir es Alemania dpts por Dect de 25 ‘ihe “international Lagat Marta”, 1381/1207, ireitos ¢ Deverce do Homem provada em Bogotd, em 1948, foi redigida mais consentancamente ‘com a realidade, Reva seu artigo 19 que “Toda pessoa tem dirita {A nacionalidade que legalmente Ihe corresponda, podendo muds- late amsim o deacjan, pela de qualquer outro pals que estiver disposto a concedeta" E a Convencio Americana sobre Direitos Humanos (Costa ‘ica, 1969), em seu artigo 20, diz que: “1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Toda pessoa tem direito i nacionalidade do Estado em exjo territério houver nascdo, se nio tiver dieito 4 outra 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua naciona- Tidade nem do direito de muds.” Dito Brasileiro da: Nacionalidade: Nacioalidade Origindria [No Brasil como na maioria dos palses da Amériea Latina, a nacionalidade tem sido materia de direito constitucionl, regula: mentada por leis ordingrias. Ja Consuuicio do Imperio ocupa- ‘vase em caracterizar quem eram os edadoe brasiliros.Dizin em. ‘seu artigo 6 que "sio cidadios brasleiros os que tverem naseido rho Brasil, quer sejam ingénuos ou hibertos, ainda que © pai seja ‘strangeiro, uma vez que este nao resia por servigo de sia magi" Ea nacionalidade origindria que prods brasleinos nator, stabelecerase assim o principio do ius sol Em seguida diia a Constituiezo que também seriam brasleiros “os flhos de pat rasiliroc os ilegitimos de mie brasileira nascidos ‘em pais estrangeiro, que vierem ertabelecer domiciio no Impéri™ FFexse, assim, uma concenso parcial a0 ts senguins, dandothe Torea desde que acoplado ao ius domici 'A terceia hipétese de cdadania brasileira (Ielase nacionall- ‘dade brasleirs) ¢ a de “Sihos dle pai brasileiro, que extivesse em pals estangeiro, em servico do Impeério, embora eles nio venham Stubelecer domieiio no Brasil 1 0 jus sanguin combinado com 0 elemento funcional A Constituicio Imperial falava nos “nascidos em Portugal © suas posseasdes que, zendo j residentes no Brasil na €poca em que se proclamou a independéncia nas provinclas, onde habitavam, aderiram a esta, express ou tacitamente, pela continuacio de sua residéncia” Esta aceitagio ticita da nacionalidade brasileira baseada em continuagio de resdéncia no pats que acabara de proclamar sua Independéncia fot ampliada na Constiuicio de 1891, cujo artigo 69 enumerava entre or cladior brasileiror “om estrangeiros que, achando-se no Brasil aos 15 de novembro de 1889, ndo declararem, dentro em seis meses depois de entrar em vigor a Consttuic3o, 0 into de contermr a nacionalidade de origem", representando ‘um reflexo da residade européla, em que multas populagGes ha- ‘iam sido forcadae a novas nacionalidades como conseqiiencia de cessbes e anexagies de terrtéro, ‘Na Consiticio de 1801 davase a0 estrangeiro 2 opcio de clara que conservava a nacionaliade de origem, enquanto que 1a Carta Imperiala continuacio da residéncia no pais pelos ports {gueses era suficierte para importhesa nova nacionalidade. No atual regime da nacionalidade brasileira a manifestarso express da on" {ade ¢emencal para qualquer troca de nacionaldade, tanto quando te watar de adquitiea brasileira, como de toca por outra “A primeira Constimicio Republicana também estendia 2 na- Cionalitade brasileira aos “estrangeiros que possuirem bens imé- ‘eis no Brasil e forem casados com braaleiros ou tveren flhos brasileros, contanto que residam no Brasil, salvo se manifestarem sintencio de nao mudar de nacionalidade”. Fsta forma de nitica de nacionalidade brasileira cetsou com a Const fuigio de 1984 (art 106, lera 0. ‘Avsalmente = nacionalidade & regida pelo artigo 12 da Cons: tivaigdo de 1085" e pela legslacio ordindria, Proclama o artigo 12 da Constuigio: “Sao brasliron: 22 0 Thal Federal de Recanosjlando2Aptcio hel 933995 ce Migs Serine 0 Se eng Ge 176 colton nce Goff Gomme de ‘last mo sala de que dopo nr on Coy de, ini pc cpl ean no nome dea Ging n't enade do Gomi, cmpors ccs Henne Se Fc ans spl cme ao 1d Conn en ACOH DOLINGER 1 ctr Camtemetnf Consrgi”, vol, page 99 1. 7 1 —natos 8) or narcidos na Repablica Federativa do Brasil, ainda que de paisestrangeiros, desde que estes no estejam a servico de seu pas” Ea regra decorrente do principio ius sol, em que a Repiblica Federativa clo Brasil deve ser entendida como toda extensio terres: tre, vial, Iacustre, maritima © aérea delimitada pelas normas do Direito Internacional Pablico. © Brasil nio toma em consideracio a nacionalidade dos pas, ‘excenuada a hipdtese de estarem no Brasil a servigo de seu pals ‘quando se reconhece 2 aplicacio do su sanguinic: ‘A referéncia aos pais no plural — “ainda que de pals estran- {elros, desde que estes nio estejam a servic de seu pais”, no significa necessariamente que ambos pais estrangeiros devem estar aservigo de seu pals, para que o filho aqui nascido ndo seja brasi- Teizo, bastando que wm deles — pai ou mie — esteja a servigo de seu pais para exclu o filho aqui nascido da regra sobre a nacio- nalidade adquirida ius sot Als, para excluir a operagio do fus sli ‘asta que um dos pais sia extrangeiro © esteja a servigo de seu pais, ‘mesino que 0 outro genitor sea brasileiro, Esta interpretagao da letra a se harmoniza com a regra contida na letra 6 que trata da hipotese inversa — filho naseido no exterior, de pai ou me brasi- Teito representando o Brasil no exterior, que resulta na nacional dade brasileira origindvia do filho. Voltaremos a tratar da letra a6 {a polémica que mecta na doutrina, ao discutiradiante o dispost tivo do artigo 2 da Lei S18 de 1049, sob o tépico ~iptete Incons- ‘ucional de Nacionalidade Brasilia” b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ow mae bra sileira, desde que qualquer deles extejn 8 servigo da Republica Federativa do Brasil” Entenslemos que este dsposivo guarda simetria com a parte final da alinea a assim como reconhecemos que o filho do extran- sgeiro que se encontia no Brasil a servico de feu pafe nao adquire ‘nossa nacionalidade pelo fato de ter nascido em terrtéri brasil +, também o filho do brasileiro a servigo de noo pais exterion, ue Hf nasce, € considerado brasileira nato. Esta regra combine © us sanguints com o elemento funcional. "A serviga da Repiblica Federativa do Brasil” abrange toda e qualquer missio do governo federal, dos governos estaduais e municipais, bem assim das ene ppresas de economia mista, pois controladas pelo aionista governs ‘mental, suas atividades encerram interesse publica, 6) 08 ascidos no estrangeiro, de pai braileiro ou de mie brasileira, desde que venham a resdir na Repablica Pederativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira’ Esta tereeira hipitese de aquisicio origindria de nacionalidade brasileira tem sido objeto de sucessiva alteracBes, cabendo fazerse ‘uma retrospective para melhor compreensio da matéra, ‘A Constituigio de 1967, dspés em seu artigo 140, I, letra eque slo brarileiros natos “os nascidos no estrangeiro, de pal ou mie brasileiros, nao estando éstes a servigo do Brasil, desde que, regi trados em reparticio brasileira competente no exterior, ou no registrados, venham a residir no Brasil antes de lingir maforida- de, Neste caso, aleancado esta, deverdo, dentro de quatro anos, optar pela nacionalidade brasileira"; a carta de 1968, manteve a mesma orientacio, alterando ligeiramente a formulacio que cou ‘asim no artigo 145, I,¢ "or nascdos no estrangeiro, de pai bras leiro.ou mie brasileira, embora nao estejam éster a servigo do Brasi, desde que registrados em repartcio brasileira competente no exterior ob, nio registrados, venkam a residir no terrt6rio nacional antes deatingit a maioridade; neste caso, alcancada esta, deverio, dentro ce quatro anos, optar pela nacionalidade brasil ‘a Basicamente, como se vé,a mesma regra se continha em ambas Cartas constitucienais, amas igualmente obscuras na parte exen- dal, que se prestra a das interpretagdes:regisirado ou no regi- trado em reparticio brasileira competente no exterior, deveria 0 fiho vir resiir no Brasil e optar pela nacionalidade brasileira, ou dirseia que a exigéncia de rexidéncta, eguida de opcio, 36 vsara a hipétese de no ter sido registrado no exterior, mas em tendo Sido registrado, sto seria sufiiente para que fosse considerada brasileiro nato "Haroldo Valladio® crticou a orientacio de aceitaroregitrono ‘exterior como sufciente para ser considerado brasileiro nato dizen- ‘do que “nunca #0 direito bratileiro 0 Fegistro civil das pesoas 25 HAROLDO VALLADAO, DIP 1.14. lig 292 LUIS ROBERTO BARROSO, ‘Se A Nom Conaioe 3 Dir netetna™, rgd por cob Do sein ecrerc em abn so ola "Duss Guests Conon abe [Dirt Dante ds Naionalidde” p47. "Cam le, parece mustentive {qe mapromencn to ancin coma an epara turcrstca pee pre EScpnragaveatesraeyemnins re nara naturss foi meio de aquisgio de nacionalidade, mas serve apenas ‘de prova dus condiges estabelecidas pela Constitaio para tl fim, fej local de nascimento ou filiagao. E jamais o registro feito pelo, pa daria 20 filho a nacionalidade brasileira que € rigorosamente pessoal em nosso dirito, legal, doutrinria e jurisprudencial. Desde © Império cua wn adquirea ou perdea por si para si nem 0 pal pelo filho nem o marido pela mulher”. Pontes de Miranda" consi Aerou que com o dispost na letra eo Brasil adotou o us sanguinis sem abandonar 0 ius sal, eserevendo que *€ interessante notarse ‘como o Brasil, que no artigo 145, 1, consagrou o fur sa, xe vole, ‘com tanta dlecisi, para teoria oposta do fs sanguin” ‘AJurisprudéncia, apés alguma hesitagio, aceitou esta intepre- tagdo, entendendo desnecessirias a residencia © a opgi0, que #6 setiam exigidas na hipétese de nao ter havido registro no exterior” "A Constituigio de 1988, em redagao mais precisa, corright a ‘obscuridade contida nos textos de 67 € 69, assim dispondor “om hnateidos no estrangeito, de pai brasileiro ou mie brasileira, desde ‘que sejam registrados em reparticio brasileira competente, ot Yenham a residir na Repablica Federativa do Brasil antes da maio- Fidade e, aleangada esta, optem em qualquer tempo pela naciona Tidade brasileira”. Ficou, assim, confirmada a interpretagio dada 0s textos das cartas anteriores, claro que 0 pal ou mie brasileros, que o registassem ‘competente, seria brasileiro nato, independenjemente de vit 20 Brasil e/ou exercer opcio. Assim, o registro civil seria suficiente para outorgar ao nascido no exterior a condiio de brasileiro nat aplicacio de jus sanguinis puro e simples. Ficamos na ae] ‘celética de aplicarmos a nacionalidade originéra tanto pelo crite Fio do fus sali como do sus songuinis. Neste regime havia manifesto ‘eselibrio nite as das hipotesescontdas na mesma eta edo 12 FONTES DE nIRANDA, “coments & Cnn de 12cm eed {2 Vide MIGUEL, JERONVRO FERRANTE, cm “Naconadade aero Ne {ove Nmuratet, pg 9, onde creve gue “nes pee io debs (pochte trices — fore sachanmetia prs Si angen Vide bunal Federal de Recuron no icc eros a 79071, Disa ‘Mipcmo tbonl Feder we Hertel Fauacnliire 96518 Rents reas, ‘texto constinucional para efeto de aquisicio de nacionalidade bra- sileira origindria: I) registro em reparticao brasileira competente 4ap6s-0 nascimen'o no exterior (consulado brasileiro), ¢ 2°) resi- ‘déncia no Brasil antes da matoridade, acrescida da opcio, depots {do registro no Brasil cis que 2 opeio €forgosamente precedida do registro para comprovacio de identidade. Porque, entio, pergun- tivamon 0 rogisire realizado no exterior € sufllente para earacte- riaar o staturde brasileiro nato, enquanto que a residéneia no pai acreseida de regitro nio € sifciente e pede a opcio pela nacio- nalidade brasileira? Havia nisto, aryumentivamos, grave incon sgruencia, ‘AEmenda Consttucional de Revsio n*3, de 7 dejunho de 1994, Mans de Seguransy m0: wo. 100/597 Relagdes Exteriores a respeito da negativa de Ihe ser concedido passaporte — no que foram bemesucedidos — narrando o Ministre © caso do esentor Augusto Boal, que asim procedeu, obtend ‘ordem judicial para que the fosee concedide o passaporte Outra solusio seria recorrer 3s NagSes Unidas, Comissio de ‘Refugiados, cup Alto-Comissariacdo expede passaportes para pes soas em situagin irregular de ordem politica, © mesmo podendo ser obtido junto 4 Cruz Vermelha Internacional. E diz ainda 0 Minisiro Ramathete: “Estados como a Franca, por forea da Decks. ragio dos Direiios do Homem que assinow, passaram a praticar © diteito de aio, Ainda ha poucos dias recebemos a noticia em todo ‘© mundo, do Presidente do Ira, evadindo-se de seu pais, que se encontra asilado na Franea. O direito de ailo praticado na Franca igera as conseqbéncias da tatela a0 exilao inclusive o de fornecer Ihe salo-conduio ou documento semethante.” E resume © Magistrado az opedes quc se apresentavarn a Im ppetrante e que nio foram wtiizadar: “Toda wma orden jridica internacional achava-se posta para socorro da Impetrante em situa. ‘lo tio dramatica, mas Cuja sida era para ela lvremente apeional fou naturalzarse francesa para regularimr soa presenga naquele pals, ou impetrar Mandado de Seguranga no Brasl e obter seu passaporte ou irpedi-o ao AltoComisariato de Refugiados, 4 Cre Vermelha ow a Franga mesmo, um documento de asilado politico, Agiu porém com equivoco e naturalizowse francesa.” Regisirese ainda o voto de Ministro Rafael Mayer que pondera, ‘que o proprio oreenamentojuridico brasileiro prevé a reaquisicio de nadonalidade nessas circunstincias, desde que o brasileiro que pperdew a sua nacionalidade, domicliado no Brasil, a requeira 40 Executvo [No final deta obra opresentamos © Apéndice I contondo a8 reas sobre nacionaidade coma disportar nar consiuiies basi, desde © Imperial, de 1824, a a Benda Rviional n* 3 de 1994 & Consttuicin ‘de 1988. Este quadso foi elaborado pelo estudante de dito da UERY, Fernando Luts Goncalves de Moras, do grupo de boistas de iniciagio ientifin coordensdss pela Profssora CARMEN TIBURCIO, que sitar. (revsd das infarmagercontidas no quad Capitulo VIII A. CONDIGAO JURIDIC DO ESTRANGEIRO Para a boa sistematizacio do estudo da condicio jurdica do cstrangelro, dvidimos a matéria em trés partes: 1) a entrada do ‘strangeiro; 2) 0s direitos do estrangeiro uma vez admitido; 8) a saida compuls6ria, ‘© tatamento que os povos concediam aos estrangeiros resi- dentes em seu terrt6ro figura entre os aspectos mais importantes fa determimecio de seu grau de civiliagao e de humanitarimo. ‘Vimos como os povos antigos decriminavam estrangeiro, até que, inspirados por seus proprios interesees, foram introduzindo paulatinamentealteragées para permitira participacio dosalienige- ‘as no deserwolvimento econémico das sociedades em aie vivian. ‘As velhas sociedades européias ndo progredirum mbstan mente nesta matéria, mantendo regras discriminat6ras contra © estrangeiro 'No continente americano, onde se criaram novas sociedades, resultantes ce composicdes populacionais mistas, desenvolvewse nova mentaidade. © principio de igualdade de todos perante a ‘tanto no campo politico, como no plano das atvidades econé micas, Fxado nas legislagSes americanas, acabou influenciando os over europe. 1) A ENTRADA DO ESTRANGEIRO Referindose & questio imigratéria, escreveu Oscar Tenério* “ser necessisio que haja uma coneiliagio entre os interesses dos 1 OSCAR TENORIO, “Ditco Ineracona Privo" 1 pig 50 Estados os da comunidad internacional, Embora mavéria de See aqgedacie bila 0 Enaie que prose, em carter Aboluo, aor seus nacional a mudanga de domiefio © a tanspo- Scio das fronteiras em busca de outras plage. Violaria a solidaic~ dade internacional se proibiee, imeiramente, a entrada de strane (0 internacionalisa britinico Tan Brownlie’ excreveu que “um Estado pode decidir nie admit estrangeivos ou pode impor con dices a sua entrada", Hans Kelsen*formulow o mesmo principio, ‘izendo que “segundo o direito internacional, nenhusm Estado tem obrigacio de admit estrangeiros em seu terrtério", invocando ‘ecisio da Suprema Corte norte-americana* "Na deco da Suprema Corte americana invocada por Kelsen proclamow-se: “f.um principio accita om dirsito intern ‘oda nagio-soberana.tem_o poder, ‘xtencial A sua antopreservacd ‘os.em sexs dominios, ow admitrlos somente em casos ¢ segundo condicées que Ihe parecam adequados” ‘© governo norteamericano insiteia sew primeiro programa de controle da imigracio em 1882, que foi considerado perfetar ‘mente vildo,’reconhecido 0 pader governamental de controlar a lumigragio faculdade inerente_A soberania nacional, decidindo a Suprema Corte americana em casos subseqiientes que o Congresso Americano tem 0 poder de regulamentar do contra classes e ragas se asim entender. 4 Go Nohinrs Hts Untied Senee M2 US, 6 2 1802, La Chae Chan Pag 8 US vee fo Brasil. Carta Régia de D. Jofo VI de 1808 concedes a abertini dos poses, estimulando grandemente a imigracto.” A Consttuicio Imperial dispds que "qualquer pode conservanse out sair do Império camo Ihe convenha, levindo eonsigo os seus bens, iguardados o# regulamentos policiais ¢ salvo o prejuiso de tercei- +o", regra esta mis bem explicitada na Constiteicio Republicana: “Em tempo de paz, qualquer pessoa pode entrar no territrio nacional ou dele sai, com a nia fortuna © bens, quando e como The convier,independentemente de pasaporte”, posteriormente retiradas as expressdes “quando © como the convier, inde ‘pendentemente de pasaporte” —No.sécule XX esta tiberalidade foi minguando, nfuenciado pela legislagio americana, que em 1924 institu o sistema de ‘quotas, pelo qual sé seria permitida a entrada de grupos humans Uveriminados por nacionalidade, a razio de 2% anuais sobre 0 ‘imero destes nacionals existentes nos Estados U isp que “a entrada de imigrantes no terrt6rio nacional sofreri_ caer geri da interest tne © capac de isa ido nian, nis pede, poten. coments cedef,anvalmente, 0 lini (ent sces-o-nimern tot: dox spect aacionatfaadas aa ‘Ante esta inovacio, perdeu seu efeito pritico a disposigio constitucional contida na Let Mator de 1891, mantiea na Emenda de 19265, que o Consttuinte de 1934 repetin no artigo 113, § 14 "Em tempo de paz, slvas at exigénciat de pasaporte quanto a 1 Por deeeto de 25 de novembre de 1808 do Principe Regent fl peri & esemarts an carngeronreadentn no laa to sguies 5, Sm dag 81 cenurada de estrangeiros cat restries da lei, qualquer pode entrar fo terrtério nacional, ele fixar residéncia ou dele sic” uot foi manti a 2 que, mais cocrente, omitiu do artigo 122 — correspondente ao artigo 113 da Consttigao de 1984 — a proclamacso referente A Hberdade de cota no pa de 1940" a : esta ‘ech ue tesla dena an em de a sual: wer os seus bens ‘ele permanccer ou dele sis. rspeiados os preceitos da Lait, € ‘eterminow a instwigio de wm, gro federal com a incumbencia ‘de coordenar a selegio, entrada, distabuigao e fxacio dos imigran- tes, bem como a sua naturalizacio e colonizacio.” vmantiveram as normas especificas sobre a Uberdade de 2 fixacio da competéncia da Unigo para legslar sobre "er ¢ imigracio, entrada, exiradiedo © expulsio de estrangeiros”” Ale ssit com seus bens", repetindo no artigo 28, inciso XV, a ‘competéncla da Unido para legisar sobre “emigragio eimigragio, entrada, extradicio e expulsio de estrangei ‘No plano internacional a Convengio de Havana de 1928 sobre a Coniligio dos Estrangeiros™ dispGe em seu artigo IY que os Estados tém o direito de extabelecer, por meio de les, as condigdes ‘de entrada « residéncia dos estrangeiros em seus teritrion Oct te pl Cnn de 04 sre 'ebdc fone em deseo de 198 Vale]AOON DOLINGER “OSCAR [TENONO "Vide Obs" “Eons frien om Homenagem s OSCAR TEN. lO" pe. 6 1s Conmigo de 10 de novembro de 198%, ar. 11 1 Comat de 194 rage 2 1 Const de 1946 rio 162 «partonic Me Sim de 08) Bends 60, a 15,8 5, © a 15,86, 17 'Rrg lin XVI ers pda Conmigo ed Benda, 1 Sintomne Ral ae ecco 04d 81138 ¢ proms plo ‘A Dedarseio Universal dos Direitos do Home dispde em seu artigo 18, alinea 2, que “Toda peso tem-ndireia desaitdc ‘Aentrada em autro palss6 aparece no cas especial de perseguig Reza 0 artigo 14 da Declaragio que “Toda pessoa em caso de _perseguigio tem o direto de buscar aslo ede desrutido em outro bait. J a.Caswengio sobre Aso Diplomatic” dispoe que “Todo 'No regime ca Constituicdo de 1967, emendada em 1969, vight durante cerea de 12 anos o Decretolei n® 941, de 1310.69, 0 * Extauito do Sstrangeiro", englobancdo diversas matéria ainentes A entrada ea vida do estrangeiro no Brasil. Eate diploma legal foi substivuido pela Lei n® 6.815, de 19 de aagoito de 1980, que rege atualmente os insttutos da Admissio € Entrada do eitrangeiro no terrtério nacional, os virios pos de visto, a transformagio de um em outro, a prorrogacio do prazo de ‘estada, a condigio do aslado, o registro do estangeiro, sua sada fc seu retorne a0 territrio nacional, sua documentacio para via- ‘gem, a Deporagio, a Expulsio, a Extradigio, os Dieitos e Deveres, ddo Extrangeiro, a Naturalizagio e a criacio do Conselho Nacional, de Imigracio ‘A filosofia da anal legislacdo brasileira sobre a entrada. permangncia de estangeiro no Brasil inspire Segucanea nacional organizacio institucional «nos. interesses_ se Adi ape eG ee i it Soha cael tarugesiae at mae sche baie eaeies (ete eee fee Se ee eee SERCO‘ ei ee dear query ince 9 posto ede rere 3 Seu pats produmanto + “Dedaracto de Exrstargy sob o beto de Dear Ener peniooener ian Sep © Say and to etarn"). Vide Proceedings of the 67th. Annual Meeting (175), Se eae eg rm DiS ise timate 1s, palitcos, socioecondmicos eulturais do rail, inclusive na defesa do wabalhador nacional ‘Siovirios 0s ipos de visto de entrada que podem serconcedidos 20 estrangeiro, expecificados na let como sendo de transite, de ‘aris, temporirio, permanente, de cortesi,ofcalediplomstico.* -ALlei proibe concede visto ao estrangeiro menor de dezoito. " anos desacompanhade de responsivel legal ou sem sma autorizacia [nteresses nacionais, pessoa anteri i “quem tver sido conddenado ou processado ein outro pas por crime passive fo segundo 0. confssio religioss * 7, © kgisasor crow o Consetho Nacional de Imigragio, vine lado ao Minato do Teal enti poreprvcnats dot Minisésor do Taba Justa, RelagesHaeites gear Sa, nna Come «do Conv aca de Deseo Mimeio Genco c Teena” ‘ie a et Conse ofa © coordena a aides de ‘migrate, formar oeics fo eben ta nl ges tori, estabelecer normas de selegio de imigrantes,vsando propor ionar miodeobra especializada aos virior stores da economia nacional e& captacio de recursos para stores espeeificos, proio ver ou fomentar estado de problemas relativos A imigragio, defini as regides destinadas 3 lmigracio dirigida, efetuaro levantamento periodico das necessidades de mio-de-obra estrangeira qualifcada, pra admisio em cardter permanente om temporério, dirinir a5 ‘vidas € solucionar os casos omissos no que respeita 3 admissie peeves ‘de imigrantes e opinar sobre alteragio da legislacéo relatva & innigragao. “Nos Estados1nidos o sistema de quotas insiuido em 1924 fot substitufdo em 1965, quando o legislador fixou tm teto geral de 290.000 imigrantes por ano, com um limite de 20.000 imigrantes de cada nacionabidale. Fste limite maximo de 200.000 imigrantes Anuals€ divididoem oito categorias, que se sucedem na prioridade, lamas com 20% co total outra com 103% e ainda outras com 6% sta leislacio tem sofrdo sucess alteracdes para acomodar- se As necessidades politicas que se modifiam com frequncia, Na ‘écada de 30 e 30% anos da 2 conflagracio mundial ot Estados ‘Unidos mantiveram ma politica de rigido respeito a0 regime de quotas, recusando sstematicamente alterla, mesmo face 2 mais hedionda perseguicio raciabreligiosa que a hist6ra da humanidade {ji testemunhou, shegando a proibir 0 desembarque de refugiados ‘que conseguiram escapar da Alemanha hilerista ese encontravam fem dguas terrtoriais norteamericanas, inclusive vehos, mulheres © ‘riangas, forgand>>osa retornar no navi “St. Louis" para a Europa, ‘onde a maioria pareceu nos campos de tortura e exterinini. “Finos slimes anos tstemunhamos critérios humanidrios que vém regendo a politica imigratéria americana em momentos de ‘rae que beneficiaram refugiados hingsros, cutinos, vetnamitar, ‘cambojanos, haitanos ¢ outros {A Jurieprudéncia da Suprema Cort ‘ado casos interesantes, destacando-s "El em se um grupo de intelectisisdefendewa tese de que tinha odireita fe ter garanida + admissdo de um pensador marxista, que preten fia vistar 0s Estos Unidos para dar uma série de conferéncias ‘corse que, de acordo com as normas imigratorias americans, © pensador em questio esava impedido de entrar no pats devido 2 Sua ideologia. A Corte negou o pedido, reafirmando a teoria de ue © proprio esrangeiro itadimitido nio tem legitimidade para uestionar a norma legal que o impede de vie aos Estados Unidos, Eque o pretense dice constitucional dos intelectuais de ouvir © ‘onferencsta no tem a forga de se contrapor a autoridade supre- fma do Congrese de impedir a admissio dos estrangeiros que entenda indesejavel. 1 ands Mand 408 US. 788, 706 (1972. ‘Alguns anos depois, em Falla. Bal a Corte evolu ligeira- mente, admitindo que 9 poder do Congresso nesta matéria esti ‘ujeito a “limitada revisio judicial”. Entendem Charles e Ellen Gordon que este poder de revisio aplicarsesi em caso de gritante (Cost blatant”) diseriminagso, baseada exelusivamente em razio ‘de raga ou religiio.” Na Franca a legislacio™ dispée que “o aceso a0 terrtério francés pode ser reeurado a todo estrangeiro cuja presenga cone. situa uma ameaca a ordem pablica, ow que ja tenha sido anterior- mente expulso do territ6rio" 'No Brasil a Lei n* 6815/80, moclficada pela Lei 6.964/81, em seu artigo 36, dispSe que o visio cancedido pela autoridade con silat brasileira configura mera expeciatiade-dircita. podendo a ‘entrada, estada ou o regisiro do estrangeiro ser obstado se acorrer ‘qualquer dos casos enumerados no artigo 7* ou a inconveniéncia, ‘dasua presenca no Brasil. O artigo 7 verm virias hipdteses em que se hi de negar visto ao estrangeiro, entre as quais a da pesioa ‘onsideradia nociva 4 ordem publica, 4 anteriormente expulsa do pais, condenada ou procesmda em outro pals por crime doloso, ‘0 § 2" do artigo 26 dispae que o impedimento & entrada de ‘qualquer dos integrantes da famniia poderd extenderse a todo o ‘grupo familiar. "Em parecer apresentado ao Instituto dos Advogados Brasilei- 10s por ocasiio da promulgacio da Lei 6.15 este dispostvo foi considerado como violador do expirito do § 13 do artiga 159 da Constimuicio de 1969 pelo qual nenhiima pena passard da pessoa do delingiiente, atualmente figurand no inciso XLV do artigo 5* 4a Constitsigio de 1988, [este particular Le 6.815 nao alterou o regime anteriormen: te vigente, pois © principio da extensio do impedimento jase 1 Flow Bat 480 US. 287 (1970, mitaw pn 27 m Sg Std de angen paca main oy one ‘ie Ttematonal Log Mtr 105, par 310, © fee -2°2008 de de norembwo de 145, conorme eda ards pet to 600 de 10 de janeiro de 1800» ei br nh BL. de 20 de ound he "i epecraments can CLUNE 1900/476¢ LUNE, 188/540. 18 ‘encontrava fimmaclo no Decretoei 941, eujo artigo 41 (correspon ‘dente ao artigo 26 da lei nova) assim rezava em seu § 2 0 impotimento do chefe de familia estendense a seus de- pendentes, mas o desembarque destes, no entanto, poderi ser Butorizado desde que pessoa domiciiada no pai, de compro- ‘ala idoneidade morale inanceira, asima a respontabi fe por ta manutencio © eventual retirada do territério| brasileiro.” Ao invés de estender 0 impedimento aos “dependentes” a nova lei vai um pouco além ao abranger "todo o grupo familar” ( dispositive de 1980 nio repete a resalva contida no §2" do artigo. 441 do Diploma de 1969, mas, econheca-se que também no exclu 4 posibilidade do desembarque mediante garantia oferecida por terceiro, poisa extensio do impedimento a todo o grupo familiar nnio € obrigatria como no Decretolei 941 (“estenderaed") “y Aeixada 20 critério da autoridade (“poders*..) (©-impedimenio A entrada do-estrangeiro que nfo atende i! scondicies fxadas em nose legisacio nao representa pena. Seja ‘quando se configure alguma das hipéteses do artigo 7, seja no ‘so de inconvenignela da presenca do alie brasileiro, a proibicio & sua entrada ou estada no pals € questio stinente & protegio de nowa seguranga interna, da ordem piblica, ‘numa natural manifestagio do poder toberano, sem qualquer ca racteristiea de pena no sentido da regra constitucional invoceda, rho parecer apresentado a0 IAB. Haroldo Valladio” excreve que a expulsio no é uma pena, _aplisivel por um juiz ow tribunal, eonsiial medida de alta politica sadministauva, fundada no direito de defesa do Estado, sendo, pois, ‘mmenuncivel_ "Nelson Hungria,* em sew comentisto ao artigo 101 do antigo Cédigo Penal ("A imposicio de medida de seguranca nio impede a expulsio de estrangeiro"),afirma que o legislador braileire no Inchuina expalsio de estrangeiro no clenco das penas e acrescenta: 2 HAROLDO WALLADAO, “Dir Internacional Prado" pig A ft NELSON HUNGRUA, “Comentarios Cogn Penal ve i pag 285. “Segundo critério adotado pela matoria das legstaces (entre ts gus non) a enpuo Se carangeto are ec de rope atvade to indie icons & Bene nas A proprtmenno socende€ tem edie ite wor Sr therente wo ptr de poids denads au pr faculdade discredits do: Poder Eeccutne, see eka: Incferdnia do Poder ude (avo cane taccrchea™ (© Ministro Djacy Fale, relator do Habeas Corpus n® 58.40, impetrado a favor do Padre Vito Miracapillo, asim se manifestou: “Ni resta dia de que a expulsio nio se apresenta como pena propriamente dita, mas, sim, como medida dle poli Administrativa, a cargo do Chefe do Poder Executivo, como delegado da nacio” E acrescentou: 'N -see cme sc on in pn. gna og a -mwe diepae ‘epetir, as aractersticas de uma pena propriamente dita. E ‘wma medida administrauva de elevado aleance politico confe- rida a0 Governo, ante a majestade da soberania do Estado.” [No voto do Minisro Moreira Alves lemos Eexpulsio de estrangeiro nlo é pena, masato politica, pelo ‘qual o Presidente da Republica, no exercicio da soberinia ‘nacional, como seu representante, declara que a presenca do ‘estrangeiro € inconveniente ou nociva aos intereses do pas” (©.que foi dite sobre.a expulsio da cstrangeiro se apliea, com ‘mais azo ainda. 20 impedimentoa sus entrada no pas, Niosesdo, ‘ssia.uma.pena-soas.uma medida discricionsria no ambito da con veniéncia do Ftade-tem este faculdade de impedira entrada de ‘quem quer que seja.e esiender esta proibicio a quem entender, Inclusive-a toda o grupe familar 9 98/584 Visto de Entrada Em matéria de visto de entrada para estrangeiro o governo, Draileiro segue poliica de reciprocidade, dispondo © Decreto ‘82.507 de 1078 que "as autorizagdes de vistos de entrada de estan geiros no Brasil e as isengoes © dispensas de visto para todas a5 ‘categoriassomente poderao ser concedidas se houver reciprocida- de de tratamento para brasileiros" ‘Assim, quardo 0 governo francés, alterando a politica até centio praticida, introdurin em 1982 a obrigatoriedade de visto para brasileiros vajarem para a Franca como taristas, 0 governo brasileiro estabeeceu o mesmo requisito para viagem de tarstas franceses para 0 Brasil, "Também amerieanos e brasileiros precisam reciprocamente de vistos de entrada. Durante muitos anor o brasileiro recebia visto para ingresto miltplo nos F-U.A, wilido por alguns anos, enquan to que o americana #6 conseguia visto para ingressir no Braail coin validade para trés meses. O govern americano decid igualmente Festringit o perfodo de validade do visto de entrada para brasleios ‘a trés meses, 0 que acabou levando a um novo entendimento entre (dois pases, pelo qual of vist sio reciprocamente concedidos om validade para dev anos. “Aci 6.815 80 faculta a dispensa de visto de wsista 20 nacional ae pals que dispense idéntico tratamento a0 brasileiro, reeiproc “dade esta. a ser estabelecida mediante acordo int * ‘Fxacdo em Déerminada Regio do Torito Navioal 0 Imigrogio Dirigide CO farige TBlta Let 6.815 prevé que a concessio de visia pes- manente} or prazo nao superiora cinco anor, 20 exercico de atividade certa e a fixagio em regtio deter Iminada do terrtiio brasileiro. E 0 artigo 101 dispde que nesta hipétese 0 estrangeiro no poderd, dentro do prazo fixado ma ‘portunidade da concessio do visto, mudar de eomiciio nem de atividade profissional ou exereéla fora daquela regio. O dispos fivo ressalva 0 caso excepeional em que 0 Mininerio da Justics, ‘ouvide © Miniséro do Trabalho, autorize outra rolucio, Antigo 10 eu pra nico eatigo 150. Entenderam alguns que exte dispositivo volaria o § 20 do artigo 158 da Consttuigao de 1967/69 que protege a pessoa contra ‘violencia ow coagio em sua liberdade de locomogao, por ilegalida- Ue ow abuso de poder, regra contida no incio LXVIM do artigo 5° ‘da Constituigao de 1988. ‘A critics no procede por inimeras razSes. Primeiramente ue se adimitise que 0 disposto nos artigos 18.¢ 101 cons: {itiLum cereeamenin a liberdade de lacomocio, esta nfo teria ‘advindo de ato legal ou abusive de-poder, mas-decorrente de acordo de vautades na oposiunidade-da concessia- da visia-de Ora, pede que o estrangeiro admitido no pais & eondicio de se ‘stabelecer em determinada localidade para exercerativdade certa se locomova liremente pelo pals. A proibicio € osomente de “mudanea de domicilio ou de atividade profissional~ 'Nio hd como considerar uma violencia ou coacio, a exigent overnamental de que pelo prazo contratado, o estrangeiro se omicilie eatuenno locale na atividade que pactuou come condicso A sua obtengio de visto permanent. “Fi anteriormente, 0 Decretlet 941 em seu artigo 18 previra “inigracia diigida” e no artigo 117 dispunha que "o estangeiro ‘que houver entrado no Brasil sob o regime de imigracio diigda para exercer atvidade determinada nao poders, dentro do prazo €ontratual ou do que Ihe for fxado na oportunidade da concessio {do visto, dedicarse a atvidade diferente.” Os critcos da nova lei lembraram que a Constituigio federal, no capitulo dedicado aos direitos individuais, estabelece o livre exereicio de qualquer trabalho, oficio on profisio, No entanto, Jamais se invocou esta norma como impeditina da regra sobre “imigracio dirigida” contida nalegslacio de 1969. Alas, o preceito constitucional invocado ressala a ~observincia das condigoes de ‘capacidade que a let ordindria extabelecer”, ena. atual Constituieso “atendidas a8 qualificacdes profissionais que a lei estabelecer” (ar- sigo 5°, XIN). ‘A imigracio dirigida j vinha regulada no Decreto-ei nt 406 de 4 de maio de 1988, cujo artigo 17 estabelece que “0 agricultor fou téenico de indtstria rural nao poder abandonar a profisio ise durante o periodo de quatro anos consecutivos... dispondo no artigo 34 que: oadmitiddo como agricultor ou técnico de indistrias rurais nio podera empregarse em zonas urbanas antes de decor- Fido 0 prazo de 4 anos a que ze refere 0 artigo 17", ena artigo 66 fra determinada a perda do direito de permanéncia para o imi grante que desrespeitasse a imigracio ditigida, ‘Tambémo Decretolei 7.967 de 18 de setembro de 1945 previu sta proibieio em seu artigo 45: “O estrangeiro que houver entrado ‘ho Brasil no sistema da imigragao dirigida a que se refere o art 38, tendo sido contratado para exercer trabalho determinada, no poders, dentio do prazo contratual, sive autorizacio do érgio Competente depois da rescisio ot! modifieacao do conteato, dedi arse aatividede diferente.” E verdade que 0 Decreto-ei 406 de 1988, 0 Decreto-et 7.967 de 1945 eo Decretoei 941 de 1969 io todos de autoria de regimes ditaorias pelos quais o Brasil passou, mas eles continuaram vigen do em perfodos demoeriticos de nossa histria. No vemos ater ‘ado 208 prineipios liberaig inseridos na Let Maor pelas normas aque regem a imigragio dirgida Parece-nos que o estrangeiro que ver 20 Brasil pelo regime da imigracao disigida ou contratada sempre poders deixar 6 pais ‘quando isto Ihe aprouver, mas enqvanto aqui permanecer, ts fruindo os beneficios da imigragio eda permanésiia que The foram concedidas, terd que cumprir a sua contrapartida, respeitando as ‘condicdes oferecidas e aceitas para a concestio do seu visto de Permanente, pelo prazo preestabelecido. Asim, nada hi-nos atti ‘gos 18.c 101 a Lei 6.815 que_possa ser considerado come atenta 2) © DIREITO DOS ESTRANGEIROS ADMITIDOS Mans Keken® sintetizou com felicidade o denominador co- ‘mum da sitwacio jurdica do estrangeiro em terra alhein, O Estado rio tom abrigacia de sdmitic-estangeisos erm seu tervtsrio. Mas una vez adimitides devenvIhes ser concedidos um minima. de dit ‘eitos. isto-€, uma_posicio de igualdade cam_oe-cidadios pelo ‘menasno que tange a seguranca de suas pessoas e propriedades, 15 HANS KELSES, op. ci, pg 506 ‘© que_nio_significa que eles devam_ter 08 mesmos direitas dos dado E conclui que o statusjuridico concedido aos etrangeiros ‘nio pode fear abaixo de um certo standard minimo de eivilizacio, Em 1934, julgando (Corte Permanente de LJostiga Internacional refesinse "a ODrigagio que cabe a todos os Entdos de respeitar em seus territorios os direitos adquiridos dos cestrangeiros" > ‘A Deslaracda Universal. os Drcitox do Homem.proclama em. seu ariigo 2" que sados.os direitos pos-ela enunciadns correspor” dem a, sle-origem nacional Cédigo Bustamante)artgo IF, dspde que “os estrangeiros aque periencair re dos Estados contratantes gozain, no territrio dos cemais, dos mesmos direitos civis que se concedem ‘tos nacionais. Cada Fstado contratante pode, por motivos de or- ‘dem pibica, recusar ou sueitar a condigoes expeciais o exercicio, ‘de determinados direitos cvs aos nacionais dos outros, ¢ qualquer ‘deses Estados pode, em casos idénticos,recusar ou sujeitar a con ‘gies expeciais 0 mesmo exereicio dos nacionais do. primeiro” [Nam a6 artigo temos o principio da jgualdade, a reserva das exce ses motivadas pela ordem publica ea faculdade de exercer reci- procidade negativa, ie. negar direitos a estrangeitos de patses em ‘hue nio se praticn a igualdade, Este terceiro item do artigo T? do {Cédigo Bustamante nao é praicado pelo direito brasileiro que no admite a represi ‘0 segundo artigo do Césigo também trata dos estrangeiros, jgualandoos ao" nacionais no campo das garantias individu, ko as retrigdes que em cada um estabelegam a Constituigao € as les, prevenindo o Tratado que esta identidade de garantias individuais nose estende a0 desempenho de funeSes publics, a0 Aireto de sulrigio e outros direitos polftcos ‘A Convencio de Havana de 1928, sobre Direitos dos Estran .geiros, determina em seu artigo 5" a obrigaeio dos Estados “con- fcederem aos estrangeiros domiciliador ou de pastagem em seu territério todas as garantia individuals que concedem a seus pro pirios nacionais © 0 gozo dos direitos cvs exenciais. ‘A igualdade dos extrangeirosenacionais ver prevista em outzos 36 No Chinas Etat cr 4 gue non fein Suprema Corte americana Bigg eyo ei a ct ptt of a ot en 8 a diplomas intermacionais, destacandose 0 Pacto Internacional de Direitor Eeondmicos, Socials e Culturais, Nova York, 1912-1966, artigo 2, o Pacta Internacional de Direitos Cvis e Politicos, Nowa ‘York, 19-12-1966, artigos 2" € 26, ambos patrocinados pela Organiza ‘das Nagdes Unidas, «2 Convencio Americana Sobre Direitos Humanos, de So Jose da Gosta Rlea, 22-11-1968, artigo P "A dowtrina jusinternacionalisia, especialmente os autores de Direito Internacional Public, vem dicutindo hs muito tempo a ‘extensio dos dteitos do estrangeiro em comparacio com os dire tos dos nacions, xendo interessante 0 debate que te tava em materia de indeaizacio por expropriacio de bens. “A respsita deste tema eapecifio hi um relatGrio apresentado Segundo ete entendimento, nos Rstados ehilizados 0 stran- seiro nto pode pretender mais proteo para sua pesioa © seus bens do que gram sor cidados do Estado sob pena de desrespelto a0 grinepio da igualdade Hi una teori de que o estrangero,cnjo status decoree dite \amente do direto internacional, pode benefcarse de watamento Jfriviegiado, ov sj, tratamento melhor do que o dspensado aos acionas © satus destes, de acordo com a pola interna do ‘we Tear em nivel inferior 3 resultante ds principios que ema nam do direto das gentes.” 0: Dinsitos do Exrangero no Brasil [Na legslacio brasileira hs dois momentos legisiativos que nos ‘io uma vista ponorimica da simmagio do estrangeiro.no Bravia ‘utigo caput da, Constimigio Federal. 0 argo 3* do Codigo ‘Gy, Enncia o primeira que *todos sto iguais perante a lei sem lstincao de qualquer naturesa, garantndo-e aos brasileiros e aos ‘strangeiros resdentes no pats a inviolabilidade do direito a vida, liberdade, 4 iqualdade, A seguranca e & propriedade, nos termos ‘Seguintex” E dapde 0 artigo 3" do Cadigo Civil que 7a lei nto b> Ve RENATO RIBEIRO, “Nnonsieton of Farin Proper in Internationa Toate 00 198, istingue entre nacionais ¢ estrangeiros quanto & aquisicio © a0 i010 dos direitos cvs" 'A referéneia na Consttuicio aos estrangeiros residents no pas, ‘que nio Bigura no dispositive do Cédigo Civil, expicase por que {I itorma constiucional em muitos de seus ineisos enuncia direitos politicos que 26 tim aplicacio a estrangeiros que residam no ter- trio nacional Na evolucio de nosso Direto Constinuciona, somente a Cons- timuicio Imperial de 1824 distinguiu os cidadios, dedicandoshes ‘ceruas garantias com exclusivdade. Assim, o talo VIN nutulavase “das disposicdes geraise garantias dos direitos cise politicos dos cidaddos brasleios" © 0 artigo 179, consagrador da invilabildade dos direitos cvis e politicos “que tem por base a liberdade, a seguranga individual e a propriedade” Toi garantida pela Const tulcio do Império para ot “cidadaos brasileiror", especiicando-te centre as alineas do disportvo virios direitos dedicados exclusiva: mente ao “eidadio" ‘Segundo nota do governo imperial de 12 de dezembro de 1846 adotavarse 0 regime da reciprocidade. Dizia a nota que "na falta fou terminagio de tratados, os siditor extrangeiros no Brasil cont huardo a gozar provisoriamente dos mesmos vores concedidos 30 ‘comércio aos siditos dos outros Estados pela els do lmpério em, {eral e pelos prineipios do Direito das gentes, havendo no memo Sonido declaacto da pare do outro Extads" Evoluiu nosso direito com a Carta Republicana de 1891, cujo artigo 72 dispés que a *Constitugio assegura a brasleros e a ‘strangeiros residentes no pair a inviolabilidade dos direitos c cementes a lberdade, 4 seguranca indivdal e & propriedade..” mtendo-se esta equiparagio nas Cartas que se seguem, Emenda ‘de 1926 (art. 72), Consttuigdes de 1934 (art 118), 1987 (are 122), 1946 (art 141), 1967 (art 150), 1969 (art 153). ‘A tesidéncia no pals nio € condicio para o recuse a0 Judi slirio_que i sua_prestacio.jurisdicional.mesmo aos exrangeiros ‘csidentes ne exicsion. com base no principio fxado-no artigo 2° do Codigo Gy.” 3 Vide RODRIGO OTAVIO, “Dirck do Earangeo no Bra, pg. 19. Bode ser tna por bul ou ssrngare nie endemic na pie™ Recast ‘Grint tm anda de Soguranes 8894 jugndo pelo STF em 221 106s ip 2/100. xeric de Atvidades Politicos Na. o-artigo 107 da Lei 6815 veda ao estrangeito o exericio de ida de namaeza pola su probicio consia do Decretolei 94] em seu artigo 119, ec amteriormente no Dectetoiei 888 de 184.1896 epuamenade pelo Deerto 016 de 2481038. principio vem conmarado em inimeres diplomas interne: "A Conrengio de Havana de 1998, sobre a Gon trangeiron copula em seu argo que 10 dos Ex: "0 estrangeiro no se deve ingesir nas atividades politcas privativasdos cidadios do pais no qual e encontre se tal fzer Ficard sujito aa anges prevstas na legislacio loc ‘Vimos como o Cédigo Bustamante, em seu artigo 2, alinea 2 exclul da iguildade entre estrangeiros ¢ nacionais 0 desempenho das funebes pablicas “e outros direitos politicos ‘A Declaracio Universal dos Direitos do Homem no artigo 21 Aispe que teda pessoa tem direito de partcipar do Governo de seu pais € tem direto de acesso as fungGes piblcas de seu pas ‘A Declaracio Americana dos Direitos © Deveres do Homem, artigo 38, asim dispde “Todo exrangeiro tem o dever de se abster de tomar parte nas atsidades politieas que, de scordo com a Lei, jam privativas fos cldacdos do Estado em que se encontrar” ‘A Conveacio Européia sobre Direitos Humanos ¢ Diretos Fundamentals em seu artigo 16 dispe que nenbuma das prevshes dda Convengio deve ser entendida como afetando os direitos dos palsessignativios de restringir a auvidade politica dos extrangeiros, preservando 0 direito dos pate contratantes de expulsar estan feizos por causa do exercicio de atividades politic, ‘Todasia.prnibicin daLei6815 devesecexaminadacanalisada Este disposivo assegura a brasileivose esuangedros reidentes| ro pats a invitabildade dos direitos concernentes& vida, a liber dade, a igualcade, 3 seguranca ¢ 4 propriedade, Vrios incigos deste artigo versa, 1 proclama a Hberdade de manifesta IX aliberdade de comunieacio, o ineso XVI direito pacifica e-0 XVII fala na liberdade de associacé. ‘stes direitos se aplicam igualmente aos nacionals€ igeiros residentes no pais. estrangeiro tem lierdade” paca se Seu pensunento, sida isto-no plano teérico,no plano intelectual, ‘Mas divesa & a “atividade de natuceza politica", ingeréncia “nos negécios publicas da Brasil” esta avidade Ihe € vedada por ei. into que vem preceituado no artigo 107, cpus da Lei 6.815. ‘Ae lineas Le Ido art_107sio auto-expliciveis: vedam aos ‘estrangeiros atividades politcas relacionadas a outro pais © a ob- tence de adesio de terceios a idéas poitcas por meio de coacio a i aux comentirios a Const de 1801" {jf caidava da distingio entre os planos teérieo © pritico, asim ‘ecrevendo no liar do século: “E evidente que no ve advoga, aqui, a proibicio aos estran- igciros das discussdex puramente dovtringsias ¢ ciemtifieas so ‘bre matéria politica, mas to-somente a das que entendem com fo modo porque se conduz a governagio do Estado, a critica © ‘posicio aos atos das autridades, a propaganda, mesmo mo- ‘lerada © pacifes, contra a ordem polidea existente, a incite ‘Gio, mesmo indireta, 4 desobedincia As leis do pais, mudan- {Gh das instituigbes, Ainda que tudo isso se faca nos termos o8 hala temperantes © comedidos, seria inépeia toler. A hos- pitalidade que autorizse esta imixtio e impertinéncia seria fnal-entendida e nociva, e sobretido derrogatéria do dircito fim vireude do qual no ciao, e nao a0 forastero, € que cabe Singeréncia, tl coma a Teta faculta e pelos meios que ela tstabelece, nos negéeios publices.” 2 oKonaanast0, “conic ee ra — Comes ‘Ao que Rodrigo Otévio" acreseenta "De fat, se bem tudo isto se ache compreendido de um modo lato, na prtiea da iberdade assegurada pela Consttuigao aos cstrangeircs residentes no pals, € certo, entretanto, que a Dritica de ais aos corresponde ao exereicio da atividade po- Titca reserada por todos os prineipios, aos cdadios." Bento de Fara" também dé seu incondicional apoio a distin. ‘do de Barbalho. (© artigo 110 da Let 6.815 6 M + sempae que considerarconvenicnte aos inieseses nadionas, i Enblcdes actsicas flere” ‘Ente disposiivo se choca com.o caput do art. 158 da Constitui ‘a vigente A epoca da promulgagio da lei e com vitios de seus Farigrafoy pehipuimence 0 8, © chocese igualmente com o ‘usiga 5° aan Constitnicio centre outros, com scus ncisos IN, IXexv “A regia ive encontrava no artigo 122 do Decretoei 941 fot apropriadamerte-erieada por Dardeau de Carvalho. “0 an. 183, § 8, da Constiwicio, assegura a0 estrangeiro residente ‘sive manifestagio do peasamento, de conviecio politica ox filos6fica, bem como a prestagio de informacdes, ndependentemente de censurs, salvo quanto a diversies ¢ cespeticulor piblicos, xespondendo cada um, nos termos da Tet, pelos ebusos que cometer’ Na livre manifestacio do pen samento evidentemente esta incluida a Uberdade de realizar onfereneas e congresior, de modo que se torna discutiel perante # Consttuigao a prerrogativa concedida a0 Ministro fs Justiga de impediriher a realiagio, mixime quando a propria Constituigao responsabiliza eada um pelos abusos que 4 RODRIGO OTVIO, op. cs pg 14. {BENTO DEFARLA “Dr Cini lt arom io dir nessa ionil pigs A sop Veo acodao do SIP mo hae cpa 38409 Mpceni nu si epultie dafadre Vio Mirella pags 20. ‘Shagorav DECARVALAO,"Sinacio isa do Earangcirne Br". ut * cometer, A realzagio de exibigdes artisticas ¢ foleléricas, no tentanto, est sem dvida compreendida no Ambito da censur {quando assumirem a feigao de “espeticulos ou diversses pi Dlica’. Nao fcam sujetas A censura previa, evidentemente, a5, cexibicdes avtinicase foleldricas reallzadas em recintos fecha- fos, como as entidades de extrangeitos sob pena de eontrad- to entre 6 at. 122 € o art. 120 (do Decretorlei 941/68) que, ‘como vimos, assegura aos estrangeiros ampla liberdade de fssociagao ou reunio para fins culeurais ou reereativos.” exicu_o-tesitador de 1980 a oportunidad. de-coriic 0 Steina-exchuinda totalmente odispostive,que-¢ desnecesirio ‘Um autor inglés" sumariza 0 status politico do estrangeiro da seguinte forma: "as les internas raramente concedem 08 estran- {eiros direitos eleitorais oo direito de acesto aos cargos piblicos, Gonsearientersente, os eatangeiros em um Estado iberal demo: ‘rdtco usufruem de um status polio diferente do que os nacio- ‘ais, Normalmente-no-se garanie aos estrangeiros liberdade de. ‘avidade politica € nenhum dos direitos necessirios para tszer uma conitiicio 4 formacio do Exado Thes € faculiada™. Invo- ‘ando dispositivos do Tratado do Conseiho Econdmico Europeu (tereado Comum Europeu), diz Bvans que “os imigrantess6 tem. ireito 4 igualdade no campo econdmico e social, mas no no politico". -Excctuados os portugueses, ox esirangeiros nio-votam cm clei ‘lo alguma no Brasil. A Constituigso de 1988 vedow thes expressa- ‘mente este exercicio no artigo 14, fo 24, *ndo poder alt. Taree cowno eleliores os rtrangeitas™ ‘Aleino Pinto Falcio® sugeriu & ultima Constitwinte que admi- {and eropcan Cocamuniy Lav “The lnrandonl Gmparne tr Ga {ee pag ENERO MNTO FALCAO, “Ds tnepacio do turangire Donne ma smutsinaa”*A Nowe Coniaugie ce Dede neescenal” etedeme pot JACOB DOLINGER. RUT BARBOSA propin que a» eurangeiros omem adios ‘etdeen monty n pea" Onaage iter gnemon ie tom lao, aque npendende = hebesde? ROT ABOSA SComenuor Conta Ferd Broa Bp 8 tise a participigio dos estrangeiros domiciiados no pais em parte {do proceso eletoral, para “ensejar uma absoreio que taduza a ‘fetiva partiipacto de maior niimero na pritiea democratiea™. A sugestio nao foi atendida. Ouiras Restgis Ma restrcdes no Direito Gonstitucional & atagio do estran- geiro entre nes Para certs cargos a Carta Magna sGadmite bras ‘ekos.atos. & Canginico de 8A edna para i ocngor enquanto que na Consttaigse de 1987/9 eram 24 oF cargor poi ticos vedados 205 naturalzados” Somente brasileiens (nates. nae ualizados) somassaee aos cigs publics. (atigo 27D, podem ‘edesons imagens, e, em caso de. naturalzados 34 apéa 10 ano ‘Exambém 46 estes brasileros poder ‘rier intelectual. (artigo-222)-destas “emp, (Os esirangeirosficam na dependéncia de lei que regulamen- tari.a ocupacio eutlizacio da faixa de 150 quildmetros de largura, ao longo das Gonteiras terrestres (artigo 20, § 2") e de oven lel {que deverd regular e limitar a aquisigao ou 0 arrendamento da propriedade rural (artigo 190). "A Constimicio promulgada em 1988 inchiia no artigo 170, Inciso IX, ent os principios regentes da ordem econdamiea “tra: ‘tamento favorecide para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte", restringia em seu artigo 176, § I, pesquisa fealara de recursos minerais e 0 aproveltamento de potenciais de ‘energia hidrfilicn a “brasleiros ou empresa brasileira de capital nacional", normas estas que se coadunavam com 0 artigo 171, que Gistinguia ence "empress brasileira" e “empresa bralera de cx pital nacional’, cujo controle efetivo deveria fear "sob a ttalar Gade direta ou indireta de pessoas fisicas domicliadase residentes to Pais ou de entidades de direito publico interno." AEmenda Consttucionaln* 6de 15 deagosto de 1995 revogou o artigo 171, aerou a redagio do incio IK do artigo 170, que Sgora se refer a "empress peseno porte contd 8 iS racine c que tenham sun sede adminitagso.no Pa" © ierousretagiodo§ Iv doartgo 176 que ficouscndobreueion tu empres consid soba les bases que tenha nia sede admiiaogio no Pair, voltando pratcamentei regs da Cone ‘iuiho de 1968, argo 168, § 1, que com referencia exporaczo dlostecunosmincrise potencnite ener hide evbeece- ‘exclude n-brairrouasocedadesorganieadas no Pai" ‘Ouua reauigio consitacional enada fore eonnto dere ars relaconadas com namos e nmegacto © srigo 178, como Fromlgado em 1888, preva no ine Il ' predominancs don inndoresnacionns enavios de bandetaereqiros brain cdo uit exportador ow imporador’, dspondo no parigrafo 2 que Eovio racion os artadores, os proprictros, ox comandantes€ dois tercon pelo menon dor tipulantes de crarcagdesnaionai= tino § 3 Sa mmegnclo de caboigem ea interior to private de miarcacdes nani sv ene necenidade bla, segundo tinpuner ale Todas eoasdspon bs foram evga pelabnenda Conrsteconal 9, que a subusi pelo purgrao nico ve em ‘Na erdenacio do tansporte agus il eaabelecerd ss conde ocr em quo transporte de mereadoraa na caboragem ea nates {fo imertor poder ser eos por embareagdeestangetras™ “Tambein Emenda Constaconal 8 poderdrepercti nas asvidades de eaangeiron no Bras, poi enquanto ® argo 21, incso Xda Cart de 1986 dgpania sobre a competenea da Unio Av explocsy detamente ow mediante concesio a empress 100 ‘Scnoolescondro etal” os seg teleOnicon, telegram de {tamimindo de dador¢ demi scrgenpablcor de tlecomunica (Gen eguradaa precio de scrcor de informacBes por en EScs Ge Seco prado stoves ca ee pubes de telecommute ‘Ges exporada pa Unio" referida Emenda ei reqra do cto pons cenplorer dnetamente ou mediante aorinagl cnr ‘ssio bu pens, ox ervigos de telecomunicne 0 ermon Gra, que dapordtobre a organiza dow serinon 3 eras de Sim Siglo gular « outros tapectos anacionaie, feand, a ‘im. renga. limitacosempremssob controle scons eat Imporent ateraco se eu com a Emenda Consateconal n= 11, de de be 1996, que acrexcentou dois parrafos 20 artigo 207 da Gonstituicio coma seguinte redacio: § 1" facultado {As universidades admitr profesores, enicos ecientistas estrange fos, na forma ea lei. § 2" O disposto neste artigo aplicese Ae institigdes de pesquisa centifica¢ tecnologica™™ Al lira contém ua 3 ‘Bancos, soguros, petrdleo, minas, Aguas, energia hidréulica, ‘pesca, educagio,atuacao sindieal io algumas das auvidades vedadas {otal ou parcalmente aoe alienigenas, bem como a compra de tras. {de Gronteira, terrax rurss,tereasalém de determinada extensio, 0 tensino de eertas diciplinas, 0 exerccio de eertas profisdes como sdvogado,” quinico, corretar de titulos da Divida Publica, corretor de navos,lilocro, despachante aduaneiro, radutor piblico, atv ‘dades de radioamador, bem como aexigéncia de um minimo de2/3 ‘cempregados brasieivos em todas az empresas. "AS restricbes partcipacio do estrangeico na sida ccondimica ‘do pais também s80-enconitadas nos ‘dos, ainda que em escala menor Os Estados Unidos, alarmados coma invasto de capitals japoneses, toma passos protecionistas. Recentemente foi promulgada o "Commercial Fahing Industry ‘Vewel Ant-Reflagging Act” (1987), que restringe a participagio de ‘Strangeiros na propriedade © construcio de bareos destinados 3 Stividade pesqueira nos USA. Chamam a isto "americanizagio dda indstia pesqueira’ Cassifiacto de Diets A condicfo juriica do enrangeiro & anal porn “JuRGEED tur de Guoifench dos dros em Cinco eategoRae ho 4 Oa perden pandesiesaat que ag dejaram se refi nontenetrone Squealer’ Gor ind ay omen ea ‘gl dauet naci. haber couuda mend ped tse gra [ssi to pope de foo soma ae eons sr AT inst, mn On ay tronic, bas ae ‘stale no an pede ongem 2 Sie Freie US ay ney he An ogi siceto de entrada, estada cestabelecimento:2.osdircitos piblicos, 5.03 dicetos privados: 4 os diteins econimiens.e soriais. os ditsitos police ‘A primeira categoria corresponde 3s normas imigratrias © de ppermanéncia dos estrangeiros no pais, i quis estdo vinculadas as regras sobre expulsio e deportacdo do extrangeiro, direitos estes que decorrem do poder disericionsrio do Estado. ‘© segundo grupo trata dos direitos que emanam das garantias constiucionais que equiparam 0 estrangeiro ao nacional, nas ad. item exeecées que o legislador estabeleca." © terceiro grupo, dos direitos privadoy, correspondle aos dire tos civis, em que hd plena equiparagio entre nacionais eestrangel ros, e destes Rigaux destaca os direitos econdimicos, que compaem, ‘© quarto grupo e se referem ao exercicio de atividades lucrativas, Scja por trabalhadores empregados, sea por tabalhadores inde. pendentes, autSnomos, inclusive ax atvidades profisionals, entre 85 quals hi algumas que 86 so permitidas nos nacionais belgas, como a de advogado, agente de cimbio, comandante de navio Delga, e outras profisSes que $6 podem ser exercidas por extra _eiros de pais que admite 0 exercicio desta profisia por belgas. [Neste quarto grupo Sguram ainda o direitos socal, que fie «luem os direitos’ aposentadori, seguro por acldente de wabalho, 08 quais os estrangeiros também tem dircito ‘A ikima categoria compéese dos direitos politica, as fancBes publicas, que #6 08 belgas padem exercer, xewalvada pela Const luigo a possibilidade de concessbes leislativas espectfias™ Diveito Comparade Os céadigos civis europeus estabelecerat rigidos sistemas de restrigdo as atividades dos estrangetos. (0 Cédigo Civil frances dispoe em seu artigo 11 que “o estran- Sule eso dea Bele jade In protecon sccore es fomnne t Eee heme cathe pra cna ito de 188, vide JACOB DOLINGER © Ouuron “Cs. ‘entrar & Contdegio™ Sl, pgs 10ST {eiro gozard na Franca dos mesmos direitos cvis do que os queso fu serio permitidos aos franceses pelos tratados da nagao 4 qual pertenca o estrangeiro", conhecido como o sistema da reciprock dade diplomitica, que faz depender o gozo dos diritos civs da existencia de tratado neste sentido com 0 pais da origem do estran- seit (© Codigo Civil austriaco de 1811, artigo 33 « as Dispose sabe 4s Leis em Goal da Ilia, arigo 16%, extabeleceram 0 regime de reciprocidade pelo qual ox estrangeiros tem of mestnos direitos que ‘0s austriacos = os talianos tém em seus patses de origem. Portugal, ‘no artigo 14 do Cédigo Gil, seque o mesmo criteria, ‘Alntrodugio a0 Cédigo Civil alemio estabeleeia em seu artigo 31 a possibilidade de se insituir um direito de retorsio (repress) ‘contra um Esado estrangeiro, seus nacionaisesucessores pelo qual se restrngiriam os direitos dos nacionais de palses contra os quais © Chanceler do Império entendesee eabivel uma represilia, Este lsposiivo fo: eliminado pela Revisio do EGBGB de 1986, (© Giédigo Civil da Russia (1964) em sew artigo 562 dispde que “os estrange-os na RSFSR tém a mesma capacidade que os cila- dios sovietices,regra esta que poderd ter derroggda pelas leis da Unio Sovietica’-E acrescenta ha alinea I: “A tiulo de retorsio 0 Consetho de Ministros da Unido Sovie- tica pode estabelecer restrigtes aos cadios de Estados em que ‘xistam restrigdes especiais 4 capacidade civil dos cidadios soviet os", regra eda que vem repetida em lei de 1981, expecifica sobre oestamuto docstrangeiro. Em polo oposto a estes eéiigos europeus encontramos 0 Cé- Aigo Civil brasleito, artigo 3%, e 0 Cédigo Civil chileno,cujo artigo, 57 diz que “a lei nfo reconhece distingio entre o chileno 9 estrangeiro quanto aquisicio exo goro dos direitos cvs regulados por este Cédigo". Na Europa encontramos o Cédigo Chil grego ‘de 1941, emeujoartigo 4¥se le que “a estrangeiro gora dos mesmos Aizeitos cvs do que © nacional ‘A regra do artigo 11 do Gédigo Givi frances foi sendo paul tinamente dilda peta jurisprudénci, culminando com a decisio da Corte de Cassagio de 27 de julho de 1948 no sentido de que “os estrangeiros gozam dos direitos que nao Ihes s80 especialmente proibidos", 0 que tansformou o dispositive em letra morta. [Na Belgica, cujo Codigo Ci, pautado no Cédigo de Napole comtém 0 mesiso artigo 11, a Carte Suprema decidia em 1 ‘outubro de 1880 que oF" direitos iis” que o dispositive faz depen {der de reiprocidade so apenas direitos doindividuo que oneram ‘© Estado (como, por exemplo, 0 direito de asisténcia publica em ‘caso de necesridade), mas nao abrange os diteltos naturais como o ‘de easar de pleitear em jo, de propriedade, ede sucessio. Nestes Sktimos direitos ov estangeiros se equiparam aos belgas™ Congo Pubic [No Brasil é constitucionsl a vedacio aos estrangeiros de exer- ser cangos piilicas* ‘0 Superior Tribunal de Justia julgou em 1998 interessante Dipétese,relatva @ uma portuguesa que se inscreveu € passou no concurso para professora pablica do Estado do Rio Grande do So 1 Vide BATIFFOL c LAGARDE, “Dro aeration! Pri tomo I pig. 190 SiqeLOUSsoUAR e BOUREL, "bcc de drat terasonal pany TH SSC eRe tan, Janie” gy. 20/30. ‘Sate plat cord es ht ca cn ets ecco te ua prteridn por SAN THACO DANTAS co 198 9a Pow res on dels auros pons tarncerticer de iamnano price Fes © ordur ot cern tls sene de cna neta os tendo so impedida de assumir 0 cargo por nio ter feito a com- provacio de quitgio eleitoral em Portugal Como 20 tbe, o= ortugueses goram no Brasil de igualdade de direitos e deveres ‘com os Brasileiros, da teem disco de exescer caxgo.piblic, {que a aitoridade estadual achou que, asim como os brasileiro, ‘também os portugueses devem fazer prova de estar quites com suas ‘brigagdexclltonia,O acdrdio do Tribunal do Rio Grande do Sul {ot lavrado nos sequintestermos: “Acomtece que a impetrante, como reconhece, precisna apre- sentar, no memento da incrido, a prova de quitago clitoral ‘leg dificuleadesdiplométieas para obterocomprovante, pelo {ato deser portugues, residindo nacidade de Rio Grande, onde ‘ vice-consulido se encontraa fechado, tendo que se dvigir& Capital do Estdo, sede do consulado portugues mais préximo, Folinformada que necesiaria de aproximadiamente seis meses para conseguir aquele documento. Ora, € comezinho que 0 Eandidatoa concurs pdblico deve aprescntar toda a documen- taeio no ato da insergio, Quando esta for incompleta e conee- ido prazo 20 candidato, este deve observito, cumprindo a Posada fase do concurso e alcancada aquela da «omc, foidhe concedido prazo ce trinta dias para fferecer a prova da quitacio clitoral, conforme dispacm ox frtigos 17, nV, © 18,8 2, ambos da Lei Estadual n* 6672, de 22 de abril de 1974, No entanto, a impetrante nio apresentow quelaprova. pelo que nfo pode tomar pose” [No Tribunal Superior de Justiga, o Minis Gomes de Barros, referindoe 20 pronuneiamento do Procurador da Josten como ‘ibrante”, deu provimento a0 reeurso, com baze na reerida pro- smog que assim argumentot fem inteirarazio a recorrente, dada a sua consdigio de por- tuguesa, ou ica, estrangeira, Nao hd que fazer qualquer ex _gencia de que spresente provade que esti quite eletoralmente ‘com o pais de origem, Portugal. Nao foi essa a mens legis do Tegisiador, sshendo-se que, em certos paises, sequer € obrigar torio 0 volo. Que interes a0 Brasil asituacio eleitoral de umn ‘cetrangeira ra aia terra de origem? O maximo que se poderia ‘exigr da recorrente seria um documento da jurisdigao eleito- fal brasileira em que constasse extar cla detembaragada de votar nas nossas eeigbes, Entretanto, podese dizer que basta ria a apresentagio da carteira de identidade ou passaporte da recorrente, para se saber de sua situagio. Ali se constataria sua condigio de portuguesa, ea impraticabilidade de ser exi- ‘gida.a tal quitagio eleitoral com a acso portuguesa, Realmen- fe, bom senso teve aquela pessoa que the aceito a inserigaa, dizendo "que ndo haveria problema quanto ao titulo (clei toral), porque ‘tu és pormguesa eaos portigueses nfo se exige * (tem 11.2 da petgio inicial). Assim, na agdo manda impetrante, além de afirmar 0 ato dito ilegal da autoridade coatora, comprovou elicazmente a vil to proprio, com dano irreparivel, qual ses, 0 de fungio decorrente de aprovacio em coneurso pablico, ao qual se colocow em segundo hugar”™. Nos Estados Unidos certas loi estaduais vedam 0 acesso de esangeitasa uma variedade de cargos piblicas. ea conatituciona- lidade destas proibigoes tem sido questionada perante-osscibunais, que tim decid defo disercal, segundo a naturcza do Em * Hampton x Mow Sun Wong” Sa Suprema Corte americana decid ser inconstitucional a proibigio de acesso de estrangeiros «cargos prblicos em geral,versando a espécie cargos em virios ‘gos governamentals, inclusive oservico posta. Em caso anterior a Suprema Corte decidira contra a validade de uma lei do Estado {de Connecticut que vedava a inscricao de estrangeiros ia Order dos Advogados™ Assim também a Corte Federal de Nova York decidiu que a ‘exigéncia de nacionalidade americana para o exercicio das profi. ses de engenbir de stoterapeuta con nals novedorgu Entretanto as leis novaiorquinas que profbem estrangeiros de servirem no departamento de policiae na rede de escola pibicas \daquele Estado foram consideradas constitucionais pela Suprema, 5 Recs cy Manda de Spurn 117, Reva do 7.85, pig 284 2 “Ameren Joa omen La 096 pg Sa Buiter gies oa nao an”, 174, pp 394 © ites Ne, Dats Cor, 177, “American Journal feta: Sonat ine a7 208, 08 Corte, pois estas aivdades integram a a ‘que € exchusiva dos cidadios" ‘A funcao polcial,entendewa Suprema Cortenorteamericana, envolve poderes disericionsrios para prender, efetuar buscas © ou- tras atividades que interferem com o direito & privacidade dos indlviduos, fungoes estas que devem ser rests a cdadios, "a {quem o Estadlorazoavelmente presume estarem mais Famiarizados Com as eradigacs americanas do que estrangeiros™ Esta decisio foi confirmada em Cabal. Chave Salida" em que se diseutiua lei do Extado da California que exige a qualidade de hnacional para as fangdes de “probation officer” que tem o poder de prender e de decidir sobre a instauragio de medidas judiiais contra delingdentesjuvenis. Exes fancionirios, declarou a Supreme Court” partcipam do poder soberano de exercer coercio sobre 05 individos", data limitacdo deste encargo a cidadios, “Quanto aos profesores de escolas pablieas,entendeu a Supre- ma Corte em Ambach +. Noneid que, devido & sua influéncia 0 ‘desenvolvimerto dos estadantes e sua "obrigagio de promover as Virtudescivea, devese inclutlos na categoria dos que partiipam {da “fungdo. governamental", sendo, pois, interesse legiimo do Estado que semente cidadios exercam a atividade docente mas sexcolas publics. Asimilaga dos strangers (© legistador brasileiro tem envidado esforgos para estimular a integracio do alienigena no seio da sociedade brasileira Entendemos, contudo, que enquanto for mantido 0 regime de disparidad: politica entre brasileiros natos naturalizados, 2 asimilagio farse- lentae difcultos 44 iy «Gonna “American Jour of Interational Law”, 1978, pg 923, € fet Sout Amran ca of mena Bs Kieren Journal of Iteration La’, 1002, pg 617. (S vide wpa naa 99 tbre sue inronouro tavon ferent ema frofingey ide TAURENCE HL TRIBE, "Amencom Conttonal Lan pg Waar sea tf Reno tp 39d Derg 36,19 de 14 qe pono React Sever a tga no seen oc ocaeiro através especialmente, A Constivuigao de 1891, em seu artigo 41, § 3%, estabelecia para ser eleito presidente ou vicepresidente da Republica a condigao de brasileiro nate, (© argo 3° do Deereto n* 58A de 14 de dezembro de 1889 \ispunta: “Os estrangeiror naturaliados por este deereto gozario de todos os direitos civs e politicos dos cidadios natos, podendo ‘desempenhar todos os cargos piblicos, exceto ode chefe desta.” Para ser eleito deputado federal bastara ter a condigio de idadio brasileiro por mais de quatro anos © para senador, por mais de sis anos™ Esta situagio foi se alterando nas sucessivas eartas até que na Consttuigio de 1967/9 contarame as dezenas os cargos federais « estaduais vedados a brasleiros natualizados. A Constituicho de 1988 — como ja mos — reduriu para tete os cargos publicos vedados aos naturalizadon, ‘Nao € esta ainda a melhor formula para incentivaraintegracio social. Nos Estados Unidos, o regime continua como originaria- mente fixado hii 200 anos — 26a Presidencia da Republica (c naturalmente, também a vicepresidéneia) exigem a condigio de Em outro local eserevemos a respeito: “A dinmica da adapta- ‘ioe da assimilacdo dos cidados nascidonalhures 4 mentaldade, 4 realidade da nova piula depende, em considerivel proporeio, fa receptvidade da legilagio eam aceitilos como parte cletiva ¢ integral da cidadania. Impedir o acesso de cidadior naturalizados As atividades politias resulta em frustrar 8 pria da contiibuicio ‘de elementos de valor que abracaram coun sinceridace a nacions Tidade brasileira e que poderiamn trazer destacada contibuicio 20 apsimoramento de coisa prea, hhomem moderne € um ser cosmopolits, universalisa, mais, nclinado aabracar wma idéia polliea do quea se apegar comm cega Tealdade a esta ou iquela iaeitsicio. As lealdades e-a: eventual lwaigées ocorrem em fungi das realdades estvacdes vigentes no momento das respectvas decisbes, com pouca ou quicé nenhuma, lependéncia das origens individuai, ‘Um Presidente americano fo aeestorado em matéria de seg ranca nacional e politica externa por wm cidadio naturalizado que nnascera na Alemanha e que chegara aos Extados Unidos como, ‘refugiado de guerra. Seguluse outro Presidente, que escolhew para ‘© mesmo posto um eidadio naturalieado, originario da Poloni pals integrado 20 grupo comunista europe, em permanente ad versidade com of Estados Unidos. Eno se ouviu num ou nowtro ‘aso qualquer preocupagio relia a lealdade e conflabilidade ‘deste dois intelecuais que durante anos asessoraram a Casa Brat ‘ana conducio de sua politica externa, inlusive com os governos ‘dos paises nor quae cles haviann nace, Regis Prfisionl de Estrangeires Temporvios A estrangeite que ingressa no Brasil com visto de tureta de. ‘udnsito ou temparitioesuidanie € vedadoo exercicio deatividades. remuneradas, ‘lei prevé aconcessio de visto temporsrio paraumaxariedade. de categorias prefissionais, com prazos que variam de noventa dist ‘até o tempo cortespondente 4 duracio da missio, do conuato ou {a prestagio de vervigoss” permitida, no caso de cientisas, profes: sores, enicos ou profssionais em geralyainscrigio temporaria em entidade fiscalizdora do exercicio de profissdo regulamentada." ‘Com fundanento neste dispositvo 0 Conselho Federal de Engenharia, Argutetara e Agronomia baixow resolugso que regula, © registro no érgio de classe de profssionals estrangesros, com vista tempordsior Esatuta do Refugio ( sofriments inenarrévelvivenciado por mithies de criaturas Ihumanas que sobreviveram a grande cauistrofe do séeulo XX, a Segunda Guerra Mundial (que ceifou a vida de mais de quarenta, milhoes de pessoas), levou as Nagdes Unidas a elaborar uma das ‘mais importante: conven¢desinternacionais, que regula a situagio jjridica dos refgiados sta convensio foi aprovada pela Axsembléia Geral da ONU em 28 de julho ce 1051, vigendo a partir de 21 de abril de 1954, 6 Let 9 0818/00, 98 pass sigatisiogwmlamen pela mena so favorivel.coma que. Pigncedida aos nacionais com slags Uberdade da pritica de Sonislglio « lerdade-na-educacio sclgios de seus Shes” ‘Excctuadas as hipotenes em que a Convencio preveja teamento thas favorivel, oF Estados contratantes se comprometem a once {ler aoe refugiados uatamento idenica ao que dedicam aos estran- geiros em ger” "No e-tange is. aggms da Digeto-Inesnacional Pade, 0 _ ssi ee endo oe da doh iio lenda dame pel Jedo-pas de sa residenca™ "A Gonvengio se ocupa dos direitos artisticos,inelecaas e de propriedade industrial do refugiado, seu direito de aceso 208 Cunais, de acesso ao mercado de trabalho, de se engajar na ini prada e nas prfisdesIberais ‘isposivosexpeciais foram claborsdos arepeito de raciona- so de produtosexcass,habitagao, educa piblic, legsla- ‘ho teabalista e previdencisia, ‘Aeapulsi do refugiadas6 € admitida em hipstexe de “seg rangi nacional ow ordem public’, Ihe sendo facllado 9 drei de'se defender tempo suicente para que enconte ou pals ‘ive queiraabrigio, sendo prosbida terminantemente a expulio {ta devolugio para‘um paisem que sua vida ou iberdade posta ‘star amescadas por cxisa le ma rac, Feligiz, naconalidade, ‘ineulaglo a determinado grupe socal ou opinigo poles, ‘Os pace signatirioe devem facilitar a isimilagao © nature tinacio dos refugiados™ “Todavia o aleance dest Convengfo se linitou a pessoas que sc tornaram refugiades como conreqiencia de ator ocoridos ates del" de janeiro de 1951 Com a passagem do tempo © em decorréncia de ovtra con sles politiear no cenasio mon, que cauraram mats desstres Csofrimentoy,elaramae nov suagbes de refugiadoso que evo 4 aprovacio pela ONU do "Protocolo de 1967 sobre o Stats de Refugiados” aim deciminar restrgfo que limita a CanvengSo Ae stuagdes ocorrias até I¥ de janctro de 1951 poets 4 Avago 38 Em 1985 foi aprovads « Gonvencio da Basiléiartatva 3 coo- peracio internacional em materia de ajuda administrativa aos re Figindos™ (© Brasil, que ratificara a Convencéo sobre Refugiados, tam ‘bém ratifcou o seu Protocolo de 1967, mediante o Decreto Legis lativo nt 95 de 50 de novembro de 1971 e subsequence Decreto Exccutivo n* 70946 de 7 de agosto de 1972 “Quanto ao asilo diplomtco, tem ele evoluido desde o século XV, pratcado com mais frequéncia na América Latina, que regu lamentou a insttuicdo em varios atados © convencées, vigendo atualmente a Convengio Interamerieana de Caracas de 1954, apro- ‘ada no Brasil pelo Decreto Legilavo 34 de 128-64 e promulgada pelo Decreto 55929, de 14-465, 6.815/80, artigos 28 ¢ 29. ersa.asobrigugsesde astada, paliico no ierrrio-nagional (© Contello da Europa adotou em 1981 uma Recomendacio sobre Asilo, em que aconetha que todos os pedidos de ail sjam tratados “objetim e imparciamente’, ¢ lembra o prineipio que veda a devolugio do pretendente a asilo a0 pais do qual fugi.” (Instituto de Direlto Internacional, em sua sexio de 1951, em Bath, aproveu uma Resolueto que expressa a experanca de que faa Estado continue, na medida do posse, a conceder alo em feu teritério ts pestons que fogem de seu domitio © que os Estados se faciltem mutwamente no cimprimento deste poder de hhumanidade atavés da conclusio de tatados™ A Constituigio francesa fohalteada em 1908 para introdusiro artigo 581, que autora as auteridades da Repablica a conceder aslo a “todo ‘strangeiro pereguido em razio de sua agi em favor daliberdade ‘ou que solicta a proteedo da Franga por outro motivo" ” Na Brasil ‘o-Chnseiho Nacional de imigracio. pela cesolucio n* 28, de 9 de fstrangeiro detentor do satus de refugindo, ou asilado, a perma REVUE, 1989/996 1 Mnwermasnal Legal Materia” 1082/90. 1% RICHARD FLENDER, “Inerpaonal Migrson Lav", pig, 226. Noe Eatador Sam se teenie tu denn foc ore “oteratna! Let aera 1058/1058, = oF CLUNE, 008 pg. 271, ‘egrasseletinascontidas no artigo 16parsgrafo 8) SAIDA COMPULSORIA DO ESTRANGEIRO Em matéri de remogio forcada da pessoa Fisica do terrtério ‘de um pais cabe distinguir os diversos insiutos existentes, Eaibo proc yo in sa en ea de sutt™nade,remetenderine pesson procesada No pat sic SoC or aime punido ma lepacte de sos os patie, nose Skuta te rere nactnal de pansoliciado Exe tore crudado no drcto penal ntermacanal eo dite proce Expl 0 proceno peo qual pata expe de we teritio corse eine, ema de-cine-l pealicada owe cay pocteninnocta soe necesennaconab, fcandothe edad 0 Tetorno a0 pais donde foi expulso Siperatds} 0 proceno de devolucio de estrangeico que aqui a Ra. « rere de dersore eengein oh Tidate on de sia procedéncia, Enquanto que na expulsio, a emo- ‘co re di por pritics ocorrida aps a chegada ¢ a fixagdo do fxtrangeiro no terrt6ro do pals, 4 deportacio se origina exclus ‘amente de sta entrada om ertada irregular no pal.™ (0 deportado podert rewornar a0 Brasil, desde que atenda is cxigencins da le ‘strangeiro que, dentro do prazo de reis meses, contados da data fe seu derembarque, apresentar sintomas ou manifesacies de ‘doengas expecifcadas no art. 4 destas Norma, a eritéio da auto dade sanitiria”™ Sea re mie BECIO MIRANIIN no C3545 jig no Tre Ue ne mnimonid)e aplica a cidados expelidos de sua paca igo Criminal de 1830, arigo 50, cominava para certos crimesa pena do banimento, com a consequéncia legal da privagao {dos direitos de cidadio bratileiro e inibiczo perpétua de volver 0 territério nacional. A Constitucdo de 1801, artigo 72, § 20, procla- mou que “fica sbolida a pena de galés ea de banimento judicial [No entanto, em nossa aeidentada vida politica, dvemos vivias ex periéncias de nacionais banidos do territério nacional em Eases fonvulsionadas da vida politica "A ditadura de Vargne © 0 regime militar i vimento de 1964 praticaram o banimento. ‘Caso histrico foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal em 14 de janeiro de 1908, quando Olympio Lima e outros impetraram habeas corpusa favor de Gastio de Orleans, Conde d’Eu, sua mulher, D. Isabel de Orleans, Condessa dEu e seus fhos Pedro de Alein tara, Luis de Oreane e Braganca © Antonio de Orleans e Braganca, do duque de Saxe, vivo de D. Leopoldina e zeus flhos Pedro de Save ¢ Coburgo ¢ Augusto Leopoldo, todos membros da familia ide D. Pedro Il, eximperador do Brasil (© pedido de habear corpur dia que, banidos do terrtério nacional or pacentes, pelo Decreto nt 7A de 21 de dezembro de 1889, foi este dereto revogade pela Conatituicho Federal, que no 46 deisou de o aprovar expressamente, como também explicit mente o revogou, quando aboliu a pena de banimento judicial “ntretanta” —lése na parte expositva do Acordao —, "dizer fos linpetrantes, or membros da dinastia destonada permanecem ‘ha Europa, desvados da comunhio brasileira e privados nio s6 da liberdade fisica de entrar e demorar no Brasil quanto das Uberda des civ que a Constiticao garante a brasileiros e estrangeiros e ‘don direitos politicos dos Brasileiros" ‘© Supremo ‘Tribunal Federal, por maioria de yotos, nio eo- nhecew da medida porque os impetranies no haviam produsido ‘qualquer prova de que os pacientes tenham tentado volte a0 Bras Encontrando ebsticulo material da parte do governo brasleso, “Quando, porén, o constrangimento consiste, no em prisio, mas cm fato impediivo, qual o da hipétese, que se taduz, em ultima waurado pelo mo Den 4388 18 main 194 4 eae empresa terme anilise, pela proibicio de entrar no terrt6rio do pats, ppetmanéneia dos pacientes no esrangeiro para caracterizar a pet sracio do constrangimentos compre determinar, também, o ato positivo do poder, pelo qual € mantida e continuada a primitia Destaquese voto vencide do Miniswo Alberto Torres que entenden conhecer do haber conpure negilo com fundamento nas consideragaes que vio aqui resumidas: +0 que nessa petigio € requerido envolve a revogacio do Decreto n. TAA, de 20 de novembro de 1889, que baniw do territorio do Brasil ao St D. Pedro It ¢ mais membros da inastia que até 15 de novembro daquele ano einara em. ‘virtue do artigo 4 da Constituicio Imperial. “Tal decreto fol ato do Governo Provissrio que, surgindo da revolugio triunfante, enfixava em suas mios todos s poderes _majertiticos; era una conseqléncia necessriae fatal da abo- ligio do Império, medida complementar da proclamagao da Repliblica e integrante das que entio se tomaram a bem da nova ortem politica ato, assim, de cardter consttucional, por ‘entender com a vida constitucional da Nagio, como outros praticador pelo referido Governo, na fase inicial do regime ue a revolugio estabeleceu. “Quando se he pudesse contestar ese cardter, e seria isso subversio de principios e desconhecimento dos fatos, restava- Ihe a qualidade de medida de ordem puramente politica. A nova ordem de coisas a impés a bem do regime instituldo em Iugar do antigo, como condi¢io indecindvel da establidade ceseguranca dele, arredandoe do pals, por esse meio, elemen- tos proprios a produrir perigosas agitagSes e graves perturba: ‘es da par interna e capazes de agar a nacao as contingén cas da guerra cv “Eafirmam irrefragavelmente esa qualidade a indole e esitn- da do ato (diverso em si do banimento judicial), os fins, 0 ‘momento, a clrcunstincias dee, ¢ 0s termos mesinos do de creto ctado, "Ora, providéncias de tal naturera escapam & agio do Poder Judicidrio, achandose inteiramente fora de sua mistlo const "Nas medides de Governo, de administra, de policia, entre as quais se meluem as que entendem com a seguranca da fordem politica e paz interna, como-a de que se tata, 20 Poder Exeeutivo, para desempenho de sua funcio e pela responsabi- lidade que Ihe eabe, sempre foi reconhecida uma esfera de gio sua propria, exclusiva ¢, em certo sentido discricionéria (calvo lite lega. “Eesidelas conhecer fost Hieito a0 Poder Judickrio para revor sgélas (que, em hima anilise € o que se pretende no caso Yertente), esta lio na eafera execttiva seria a negacao dos Drincipios ea divisio dos poderes e da responsabilidade do Governa. “Enea doutrna inspins-se nos principios orginicos do regime adotado em nossa Consttuigio e reflete a jurisprudéncia ame- ‘cana, tendo sido preconirada pelo grande Marshall no eéle- bre caso Marbury w Madison, onde ficou estabelecido que de ‘medidas de natureza puramente politica nunca podem ot tuibunals tomar conhecimento, “Ora, nos casos que nos ocupa, trate, como fica demonstra- do, de medida dessa natareza; e certo néo é a este Tribunal ‘que cabe declarar ter chegado 0 momento de ser ela abolida, por nio ser mais necessésla ou por qualquer outra razio; no The compete conhecer disso revogar © banimento ou ter por caduco 0 decreto que 9 ettabelecet, “A apreciagia do momento, da oportunidade, da convenién- cia de suprimirse ou anularse aquele ato ndo éaeste Teibunal gue incumbe" E ainda acrescentou o Ministro Alberto Torres em seu impor- Mas dizem os requerentes que o artigo 72, § 20, da Const- tuigio revogou o banimento da dinastia deposta (e isto até ‘agora a nirguém havia ocorrido!). No € exato isso: nem o IhistGrico, nem o espiito, nem os termos da tal disposicio astorizam esa afirmativa *Nio podia ter sido, evidentemente, no fol propésito dos ‘constituintes, votando o citado pardgrafo, suprimiraqu telosa provstencia do Decreto #. 78A. “Dos Anais do Congreso Constituinte (voll, pig. 81) vése {que a comissio incummbida de dar parecer sobre 0 projeto de Consttuicie propés completanse 0 penramento humanittio do art 72, § 1" (supressio da pens de galés) “abolindo-se também (sie) a pea de banimento que nao mais figura nos cbdigos modernos “Nao aludiu ela ai, € tio pouco na discussio, 20 banimento dcterminado por aqucle decreto, E,ninguém, dentro ou fora {do Congreso, manifestou tal pensamento, TE que nio foi com o intuito de revogar este ato que for apresentada a emenda da comissio, weae dos termos dela "§ 21. Acrescentese—e de banimento judicial’ (Anaie it, pig 130), “E estas palaras:banimento judicial — inteiramente excluem © ato anterior do Governo Provisério, de 20 de dezembro de 1890, ato nao penal nem judicisio do Poder Publico, mas de ratureza inteiramente diversi, como acima demonsirado fc Vemos do voto do Ministro Alberto Torres algumas posicdes Jmportantes, que vamos encontrar, com certa coerénca, a0 long da jurisprudéncia patria durante todo 0 século que se iniciava quando daquele julgamento, até hoje, a vésperas do séeulo XXI: 4) a influgneia da jurisprudéneia da Suprema Gorte american b) 2 political question exchuda da apreciacio do Judicisio:c) a diser ‘onariedade das medidas governamentais em matéria de sida ‘compulséria do territério nacional, que vamos reencontrar em ‘itioscas0s mais modernos, entre os quais se destaca 0 do Padre Vitto Miacapillo, que reportamos mais adiante neste capitulo. Ainda de serassinalado 0 recurso & iterpretacio histériea contida no voto do Ministzo Alberto Torres, amparandose nos anal da ‘Congresso para se capacitar da ment lg. (dese o_confinsmenta dentro do-terrtério nacional. © cexpresiiente Jinio Quadros foi desterrado pelo regime militar para o interior de Goits por um perfodo de algumas semanas. Bxpulsdo do Bstrengere 4 vimos que a expulsio do estrangeiro nocivo est inserida no poder discicioritio do Estado, represemtando uma manifestagio {Grsta soberants, dceorréncta fégica de acu poder de admie ou recusar a entraca do estrangeiro. te aero pont principal ae distin o arama carangeiro: ene uel ni ‘uscer cm seu solo pitia (06 os regimes de forea ousam banr seus scion if 9 suanssin iia. sx gamansaano Esto, mesmo depois ceslo-adiude em seu terruGria-en-cardter per anente, sua 0 dizeto de expulsio se for considerado pert rose "i disin Grotus™ que todo Estado possi o dirito soberano de expulsar os etrangeiros que desafiam sua ordem polities © que se dedicam a atvidades sedicionas ‘A jursprudincia norteamericana adotou esta orientagio, c> tandose™ocasoFong Yue Ting, julgado em 1893 pela Suprema Corte forteamericans em que o justice Gray declaron que o direto de expulsar estrangeiron, na guerra ou na paz, € um direito inerente € inalienavel de qualquer nacio soberana e independente,cxer- ‘ial para sua seguranga,independéncia paz Em caso julgado em 1952, a Suprema Corte americana dct rou que o estrangeiro defruta de ampla oportunidade econdmica, pode invocar a srotecio do habeas cpus, recorrer & protecto dos Drincipios frmatios no" Bllof Right e sua propriedade nfo pode fer retirada sem just indenizagio, Mas permanecer no pals "no € um direito mas uma questio de permissio e tolerdncia © 0 fgoverno tem o poder de farer cesar sua hospialidade, pols 8 faculdade de deportaro esangeiro ¢ inerente&soberania do pas Enquanto pertanece no pats, a Consttuiglo o protege, mas 3¢ permanece ou nfo, € decisio do governo" = 2 Vide AC EVANS. pg 2 1S Vida re eA 2R0, Conn Acad” a 1057 p65 251 SUENGIcLOMsbt meant ee a eon Se i te Cotsen vinens ey rig ene ‘Sepak sore ing SU cae Hot poss ep SS et gic como saris agoce qe hog ponies Se _Recomendam osautores®.gue estudama insisito.daexpalsio -que-o Estado tie abusedeste-dvcita. devendo-norteacat_pela “principio da humanidad, Observam igualmente qe» poiigso {fo genocidio inclu a expulsio em maska de um grupo Iunano. 'No Brasil, o primeiro autor de Direito Internacional Privado, Pimenta Bueno" resumiu a questio com clareza a0 dizer que © tstrangeio no tem entrada no trritSrfo por dieito proprio, mas por concessio do governo e sob condiglo de nio se tornar prejit {cial ao bem do Estado. “Conseqientemente, deade que falta'@ Sus deveres, que infinge as leis, pode ser expulso © 0 governo a {ue cle pertence no tem direito de oporse-" fofo Barbalhoy' Rodrigo Ouévio® c Bento de Faria” admitiram ‘0 direTo do Fatado expulsar os esrangeirosindesejveis, caja pre ‘ena constiqua perigo ou aja suscetvel de provocar inconvenién- | Give Bevtigig fla no “Aireito de expulsio dos estangeiros aque Sorennrpeicons to grupo socal om que te cnconean™ Gs powor curopeus, lembra Clovis, até or mais beri, se rexerva tee direito “que x pode jsifiear como medida acauteladora dos crn, et ope cn i scores in et a to ‘Sikes er ak ns eet Sogn ee Se aa aemenetae beeen seceded See tie Carat ate snd the recom of peech and aecations a aa of Feet legate prot Se eee Sear aaron Eceeress Shp ache ee ame SNS es ay aan ince Soca ence la abr timat rata Recent te’ or nts cS Rae Sec SEER afte coumatenan ie ean Sear montis seamaster [ellen ou da spurann nacional. REVUE, 1090/199, Faetinacs asc e SBOE races SESS OHS an SSE gna El 2a Gh a seers 2G SESaTacta pn en inceretes Sociaise como ato de policiamento einerente soberania do Estado" ‘A liberdade do Exado estabclecer regras nfo apenas sobre a entrada ea estada de esirangeinns em seu serritGrio.smastambésa. belecida pela Convencio de Havana de 6" o direito & explo: Os Estados podem, por motivos de ordem fou de seguranca piblics, expulsar o estrangeiro domiciliado, resi dente, om simplesmente de pasagem por seu territ6rio." ‘A Gonstituigio Republicana de 1891 garania no art. 72" a * brasileiro ea etrangeiros residentes no paisa involabildade dos direitos concernentes 4 liberdade, & seguranca individual e & pro- priedade” nos termos enumerados nos 31 itens que se seguiam 20 fap do artigo Diante dest texto formaram-e és escolas de pensamento em. matéria de expulsio, Uma defendia 0 poder do governo expuliar ‘strangeiros indeseéveis como manifestagio da soberania nacional fem defesa da seguranga nacional. A segunda escola defendia a Jmpossiblidade legal dese expulsaro estangeiro sem leLespecifica ‘que segulassea inatinuto, Ea tercei escola se colocava radical iente contra a expulkio considerando inconstitucional eventual IegistacSo ordinaria sobre a matéria, pois que os esrangeizosresi- denies no Brasil desfrutsvam da_garantia.deigualdate. com os ‘brasiliror contida no artigo 72 do texto consttucional, Estar rés ecolas enfrentaramse durante muitos anos no Si premo Tibunal Federal, repereutindo na doutrina patria, sendo ‘que a terceira corrente inspirowse nat defesas apresentadas pelo ‘Mdvogado Rui Barbom ¢ teve no Ministro Pedro Lesa seu mais ‘entusistico seguidor “Em muita decides de Habeas Corpus vingou esta tese Uberal Rui Barboss.” assim se expressava “Isto € o que esta na Constitigio. Pode ser inconvenience, pode ser incompativel com as exigencias da seguranca politica, ‘4 poicial, Nao 0 negaremos. Mas como na Consttuigso esti, A Gonsinico tnprial de 1824 resin, diversmente ems atgo 17, "A ‘oaadedos dos cise pliscor doe aoe brace ‘RUT BARDOSA, Obras completay a. XXXII tome I, Tabalos Jrtos pig 2/18 emendarem-na pelos meios constiucionais. A tanto, porém, pio vai nem © prestigio doutrinal de Jodo Barbalhe, nem futoridade judiidria do Supremo Tribunal Federal, criada, iio para derrogar a Constituigso, mas para a manter Porque © motivo alegado nos acérdion a que se socorre a sentenca apelada e-no livro daquele autor, al também citado, cise 1 ‘perigo i tranguilidade publi’ ou no ‘pericltar do Estado" ‘que a presenca do estrangeiro pode trazer ¢ coun a expulsio do estrangeiro se remove.” Respondia Rodrigo Oxsvio™ “Nio nos parece procedente, data nia, a abservagio do St. Ruy Barbosa de que, sexe pudeste deduzir dos textos const- tucionais a faculdade de deportar estrangeiros, » conchusio seria de que essa faculdade também existia ein relagio aos rcionais, pela uniformidade de condigdes em que a Const tuigdo 0s coloca e em relagio.a Uberdade civil E parece-nos ‘que o argumento nao prevalece porque o principie imanente dda soberania que, em nosso conceito, ubsiste enquanto nao for expressamente revogado, nia se relere ao direito de ex pltar os maus elementos do territério do Estado, mas de os cexpulsar quando esses maur elementos sejam individuos cs ttangeiros. E tanto mais procede esta observagio quando € ‘certo como registra Joao Monteiro que a Constituigio Federal no artigo 72 nao te refere também so direito de igualdad Em todo 0 caso 0 assunto é melindroro © digno eertamente ‘da maior ponderagio” ‘nm. 102f.a Emenda& Constiniio introduziuo patsgrao $8. no astigo 72, que autorizasa a governe 2 expular esrangelros do ‘lie Suprimiu do pardgrafo 10 do mesmo artige (Em tempo de paz qualquer pessoa pode entrar no terrtrio nacional ow dele Sir, com a sua fortuna e bens, quando e como Ihe conve, nde pendentemente de passaporte")o echo final —"quando.e como Ihe conver, independentemente de pataporte encerande dh 8 RODRIGO OTAVIO, op. i, pg 150 vergéncia doutriniia e pacficando a Jurisprudéncia a favor da expulsio na eonformidade da legislacio expecifica™ Nature do Ato de Sxpulo | vimor no inicio deste capitulo que a ‘do ado, como maniesiacaa dasa sohetania, ‘Outrossim, 0 ato administrtivo de expulsio no € um ato arbitrrio, Tratae de ato discriciondtio, segundo entendimento, o ‘0 Minisiro José Carlos Moreira Alves™ do Supremo Tribunal Federal assim distinguiu 0 at arbitrrio do ato disricioniti: "A distinglo entre oatoarbitrtio e ato dscricionsro esté em que, no primero, hi liberdade incondicionada, 30 passa que, ‘no segundo, a Hiberdade da autoridade administra € teres: + / ‘vita quanto a oportanidade ou a conveniéncia da prética do ato, mas condicionada as hipétetes previstar na lei, o que implica diver que, com relagio a esta, © Poter udicirio pode examinar a legalidade do ato, inclusive para verificar a exis téncia de abuso ov de desvio de poder sendolhe, porem, vedado aprecar se 0 ato € justo ol injusto, conveniente ou Inconventente, oportano ow inoportuno.” Vor discordante¢ isolada, 0 Ministro Gunha Peixoto apresen- ‘ou teoria diversa no mesmo julgamento, assim se pronunciando: a natureza do decreto de expulbio que, a meu ver, no 6 Aiscricionério, como se sustenta. Tratase, a0 contritio, de ato administratwo vinculado ..e, como conseqiéncia, o Poder Juictirio nao 56 pode, como tem 0 dever de examinar sa legalidade em toda rua extensio, Demonstri-e o prdprio pa rigrafo do artigo 69,"20 declarar devero expulando ser posto Vide JACOB DOLINGER. “Faas Juices em Homenagem ao Profane HAROLDO VALLADAD®, "bas hmm ao poder Ge expla cangeer cm liberdade quando, etando preso, houver alguma medida Jjudiciria relat & expulsio" Competénci para Bspulsar Resa o artigo 65 da Lei 6815/80 que “caberd exehusivamente 0 Presidente da Republica resolver sobre a conveniéncia ea opor~ tunidade da expulsto ou de sua revogacio". Esta também era a hhorma contida no artigo 75 do Decretolei 941/69, originandose ddo Decretorlei n° 479 de 8 de junho de 1938 em seu artigo 8%" Presidente da Repiblica seré 0 sinico juiz da conveniéncia da ex- pls ou da sia revogagio..” O Decreto-lei 392 de 27 de abril de 1938 26 dispunhia em seu artigo 5* que "a expulsio bem como a sua revogagio farse-io por decreto ¢ serio processdos no Minis- teria da Justiga © Negécios Interiorea™ Defesa do Expulando A lei versa a expulsio nos artigos 65 a 75 ¢ 0 Regulamento”™ {dela se ocupa nos artigos 100 a 108, tratando do inquerito, prisio. administratva, medida judicial suspensiva do ato expuls6rio, dre to de defesa, pedido de reconsideracio do ato, iberdade vigiada € ddemais normas processiais. 'A mais comm defesa em cazos de expulsio tem sido a exie- ‘éncia de familia brasileira constituda pelo expulsando, (© Decreto-lei 941/69 dispunha em seu art. 74 que o estan ieieo que dvesse cSnjuge brasileiro do qual nio estivese deaquita- do ou separado, ou que tvesse Gho brasleizo dependente da ‘economia paterna, nio podria ser expuleo (0 Decretolei n* 392, de 27 de abril de 1938, nada dispunha a respeito, mas 6 Decretouei 479, de 8 de junho de 1938, que Fevogou o diploma anterior determinava em zeu artigo 3° que no seria expulso 0 estrangeiro que: a) Uvesse mais de 25 anos de Fesidéncia legitima no pais; © b) verse Gllos brasileiros vvor, briundos de mipeiaslegitimas. atéria foi introduzida sia Constituigio de 1946 em seu artigo 145: “0 governo ‘ederal poders expulsar do territério nacional 0 cestrangeiro nocivo 4 ordem publica, salvo seo seu cOnjuge for brasileiro © ¢ Gverfilho brasileiro dependente da economia paterna.” A Constitnigio de 1967 sua Emenda de 1969 jé niio mais teataram da mati Escreve Pontes de Mirand* “A Constituicio de 1967 nio alude 8 expulo. Asim, a regra juridiea que se continha no artigo, 143 da Constimigio de 1946 apenas persiste como regra jurica ordinaria” ‘Em parecer sprovado pelo Instituto dos Advogados Brasileiros, dentre outras, langouse candenteeritea a0 legslador de 1980 por ‘io ter mantido aresalva da familia brasileira na Lei 815, afirman- dose que ito vioava o artigo 175 da Constituicdo entio vigente Este dispositve constituconal proclama a protecio da familia pelos Poderes Piblicos. Como a faculdade concedida pelo legisla ‘lor sor poderes pablices de expultar estrangeiro nocivo a0 pa ‘que tenha cOnjuge ov filho brasileiro viola o principio da protecio familia éalgo que excapa A nossa compreensio, "A mesma Constituieio proclamava a competéndia da Unio para legislar sobre “emigracto © imigracio; entrada, extradicio € xpulaio de estrngeiro™" sem qualquer restric [Na Franea aexpulsio nao ¢ afetada pela existéncia de cnjuge e/ou fitho franceses de expulsando," ‘O mesmo ocorre nos Estados Unides, em que a existéncia de Snjuge, tho ou pai americanos s6susta a deportacio por entrada ilegal no pis mas nto socorr em hipotese de exp {© PONTES DE MIRANDA, opi, tomo Vp. 5 ( Nene snide ttom » promuscaments Bo Ministre DECIO MIRANDA, no ‘Fatal Fede de Renta ugar HG 24s tmpeerado por Ronald Bae Ocoee, pot, qur tuo panes expo ote Sogn» propia Co ‘oso ge comsoee ei dingriadenrangeira gue tenke ho bene “npendens dr ecmera psc Area loga subse apen densa reprodsda rei Si ae os {01 Laat ne Reperute de Brit Internation-Dallos, ol, pi 604 (968) =A [or des conseratne ors pe ten qu aoa uae cone {ede napa aes pour ean eee (et GORDON © GORDON, op. ce pig 4752 A Lei 6.964 de 9-12-81 introduziu virias alteragdes na Lei 8815/80, © atendendo ao clamor pilblico, assim reformulot artigo 74da lei anterios, aqualmente artigo 75: quando o estrangeiro tver: a) cBnjuge brasileiro do qual nio esteja divorcindo ou separado, de fato ou de dircito, « desde que 0 casamento tenha sido celebrado hé mais de cinco anos: ou b) fllho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sa guarda e dele dependa economieamente."™ Constinicio de a com peténcin dos jules federais para processr ejulgar ov ermes de Ingreso ou permanéncin irregular de esuangere casos de de. portacio —e como € da competéncia da Minit da Justies ox har a prisio do deportando, poders ext media sii habeas Corpus 20 Superior Tesbunal de Jug (artigo 108 9) mo a expulsio de estrangeio cab exclisiamente a0 Pre. -sidente da Republica.o habeas corpusimpetsado pelo expulsande € ula pelo STF (artigo 102, 1,1. Jursprudéncia Brasileira A sida compulséria do estrangeiro do territério nacional tem ‘sido freqiientemente levada aos erbunsis, princpalimente & Supte- ‘ion inpedven da ext" Esando lemamencesscreaepacne ‘Kpeninc conic, denny nse conerentte ote ‘pulsio,consoanteletns se boar 13 da Lei BB1580, Habess Corpus 02.458, a ~ co (Goris ot 8 304, 186/785, o ST deta que“ yeconhceimeat de be Sains pasagatar nagenea eu Sau aceon eee SMart eenenmeeraenevaptprereer ventory ene tae SE tctealeia cece joauncate de fhe sees em a postr aa Sel 1 Rev do Superior Ina define 9 pap ma Corte, devido & competéncia do Presidente da Reptilia para dlecretara expulsio de extrangeiros, Em estudo imerido na poliantéia em homenagem a0 Professor Valladio analisamos a evolucio da legslacio brasileira sobre expe sho do estrangeire no periodo republicano (do Decreto 1.600, de 1898, até a legislacio de 1980/1) e, paralelamente,fizemos umn Tevantamento da douteina e da jursprudencia da Suprema Corte sobre este tema ‘A Siimula 241 do STE,“ vedada a expulsio de estrangeiro casdo com brasieira Ou que tenha filho brasileiro, dependente ‘da economia patema”, esd pesjudieada devido 4 alteraeio operada pelo legslador. Caso Ronald Arthur Biggs — Biggs tornow-se mundialmente conhe- «do por ter partiipado do asalto a um trem pagador ocorrido na GrisBretanha, ter sido condenado a longa pena de reclusio, eon sequindo fugir da prisio ingles. Vivew na Australia, donde yeio para.o Brasil no final da década de 60, residinda no Rio de Janeiro, ‘durante alguns anos rob nome falso. Preso pela Policia Federal, nio era possivel extraditilo para a GrisBretanha, porque o Brasil ¢ este pals nio tnkaen tratdo de ‘extradigio, € 0 governo britinico nao se dispunha 8 reciprocidade, ‘onforme deciarado pela Miso diplométiea britiniea no Brasil, Determinada saa deportagio pelo Ministro da Justica em vista de sua entrada e permanéncta irregular no Brasil, Biggs isnpetrou ‘habeas corpus junto 30 Tribunal Federal de Recursos, sustentaid) ‘star vivendo mattimonialmente com eidads brasileira, grivida de ‘seu filho que irianaseer dentro de alguns meses, ‘© entendimento do wibunal fot no sentido de nfo extender a ‘essalva de filho brasileiro consignada pelo legislador em materia de ‘expulsioao easo da deportacio, sendo denegadaa ordem por cinco votos contra quate, resealvando 0 AcSrdaa que a deportagso ni se poseria efetivar para o pals de origem de Biggs (extradicao vedads) nem para qualquer outro que mantiveste couvengia ou tratado de extradicao com a Inglaterra Biggs permaneceu no Brasil. Su JACOR DOLINGEE ona. pp 190146 10 vow do Minto Reh no Hay Corpus B56 RE) 150s AO ‘ude dete dos ics honor ne wntmente dar eeeayelan varias Fedo! Uborinla BIDIOTOC® wwe Caso Zyla Biateh — Em 1948 o Supremo Tribunal Federal julgou Gm habeas conus intentado a favor de Zjsla Bialek, polonesa, resi= ‘dente em Sio Paulo, presa por envolvimento com © movimento Comunista, O Ministro Edgar Costa asim relatou a espécie: “O. advogado Joao Bernardes da Silva impetra ordem de habeas cous tm favor ce Zila Bialeck, polonesa, residente em Sao Paulo, e pres tna Gasa de Detengio dessa cidade, alegando, em resumo 0 seguin= te: A Paciente velo para @ Brasil com 6 anos apenas e nunca mais voltow a0 seu pats de oFigem, estando, assim, completamente ass Inilada nos nossos costumes © clilizagio, Diplomacla em datlogra- fia e estenografis, profissio com que se mantinha e suxiiava a ua familia, exerceu o cargo de dalografa e extendgrafa em Sio Paul, ‘como funciondria emunerada. Porque tivese comparecido a uma, seasio cinematografica que deveria realizarse num cinema daquela Cidade, organizada por elementos comunisas, foi ha mais de dots meres presa por investigadores da Ordem Politica e Social, e depois de ter estado incomunicivel por virios dias nesse Departamento, foi removida para a Casa da Detengio, onde se encontra na mais ‘deplorivel situagio. lmpetrada uma ordem de habeas corpus 20 Juiz ‘da Vara Criminal de Sio Paulo, 0 pedido nio foi conhecido por ter sido aquete Juizo informado que a paciente estaya prest pot fordem ea dispasicio do St Minisuo da Justica, donde a compe- téneia deste Tribunal para conhecer do que ora Ihe € impetrado, Acrescenta o impetrante que, eegundo se depreende daquelas in- formagées, a prisio da paciente teria sido ordenada para fim de sa expulsio do territério nacional, e nos termos do art. 319 a 3 do Codigo de Processo Penal, combinado com 0 art. 10 do Deere torlei nt 392, de 276-1988, e art. 5 do Decretolein? 479, de 86-38, segundo os quais — “enquanto nio se consumar a expuliio, 0 “Ministro da Justia e Negécios Interiores poder ordenar ou man- tera deteneio do expulsando ou, quando for o esto, mandar que continue preso™ ‘O Ministro Relator prossegue n reproduzindo os termos do pedide, Joa impetragio, e, ainda i "Nada hd, pois, que justiique e legalize a prsio de estrangeiros| antes mesmo do conhecimento do procesro de expulsio por Jo a ope 39400 ed rae stor Mo oe on parte do Ministério competente. A Constitugio de 1946 refere enoart. 143a0s cos em que o estrangeiro nao poder ser ex: [uso e autoriza expulsio de outros, atribuiao Governo Federal poderes dentre os quais nio se menciona o de prender.. (© Ministro da Justica, respondendo A solictacio de informa: «es, enviow offcio 20 Tribunal, asim esclarecendo: 1) que, em 8 ‘de maio tkimo, este Ministerio sutorizou a manutencio da prisio ‘de Zjla Bialeck, para efeito de expulsio do teritdrio nacional, por texercer atividade: polieas contririas 20s interessesnacionais, na forma do Decretce n* 88, de 18 de abril de 1938; 2) que, contra 4 mesma ja have sido instaurado 0 competente inquerito, cujos Sutos foram semetidos pela Secretaria de Seguranea do Estado de ‘io Paulo a este Ministerio em 16 de junho de 1948; 3) que, 0 proceso se encontra em fase Gnal de’estudos, neste Ministério, Aguardando providéncias de cardter administrative, qual seja, 8 traducio de varios documentos escritos em idioma hebraico, apreendidos pela policia paulista, na residéncia desa aliensgena” "A decisio da Suprema Corte, por voto de desempate do Pre- sidente Ministro José Linhares, foi no sentido de conceder a me- ida de habeas coxpus, 2 fim de ser posta a paciente em liberdade ‘igiada, sem prejuizo da expuliio, contra cinco votos que denega- tam a medida, A Corte entendeu, por unanimidade, que cabia 20 Poder Executivo, com exclusividade, decidir sobre a expulsio, maz fque o Poder Judelirio tem poder para examinar a legalidade da prisio, legalidade exta que disidiu 6 Tbunal meio a meio, dai o (desempate do Presidente, que concedeu a ordem contra seu pré- rio ponto de vista, fazendo-o na conformidade da wadicio do [Direita brasileira de que cm matéria penal o volo de desempate eejafavorsivel a0 cu, \ucia exclusiva do Poder Executive dedecidir sabre espulsio ficon bem caracterizads no voto do Relator, partes do qual aqui se wans- * Base direto (de expwlsfo) esti expresso — tal como na reforma de 1926¢ nas Constitugdes de 1934 ¢ 1987 —na de 1946, ‘gente, que no artigo 148 autoriz o Governo Federal expulbar do {erritério nacional o estrangeiro nocivo 3 ordem pablia, com wna Sinica excecior se for exsado com brasileiro ou brasileira © civer filho também brasileira, Auibula a reforma de 1926 esse direito 20 A orientacio da Supreme Tribunal Federal quanto A comps Poder Executivo'; as ConstiuigBes de $4 ¢ 37, “Unio Federal’; 4 Constituigao vigenteae ‘Governo Federal’. Nosentidadareforma dle 1926 deve ser entendida a exprenio usada pela Consituigie vigente: ‘Gayetna Eederal esti empregada no art. 143 como signi. feativo de —:pader executive, — oainica quecstéhabiiiadaeé ‘ade, conveniéncia « gpocuuidade da expulsio. Da‘ o dispositive tioart 8° do Decretofei nt 479 de que —"o Presidente da Replica Serdo Unico Jus da conveniéncia da expulsio e da sia revogagio™ Escapa, asim, a0 Poder Judicldrio conhecer da procedéncia das razses ou motivs que ditaram a medida, porque como observa Tafayette em seu Direito Internacional (vol. I", § 144, nota 2) — ‘chamar o Poder Juiciio a intervie em deliberagSes tals €dexco- nhecer a natureza a missio e os hibitos de wm poder rigorosamen- te adstito a decidir questes pelas normas da lei e a jugar tio- somente da justica dos atos, isto €, da conformidade oi no con. formidade deles com o principio de dieito, absoluamente sem ‘ompeténca para tomar como clementos de suas decisdes motivos de convenigneia, de interese poco, ou de wlade publica CConsideravao insgne juriconralto 4 expulsia de estrangeito — ‘como ainda hoje pode ser comiderada— com o cariter de tima ‘medida de poliia, como exprimindo wma necestdade politica ou lima conveniéneia de adminisagio, e, pois, de exclusa compe: ‘éncia do Poder Executivo" ‘Assim colocada a incompeténeia do Judiciéio para apreciar 0 iérito da expulsio, pasta 0 Ministo Edgar Costa a cuidar da competéncia do Juticirio para decidir sobre a soltura de_um expulsando preso 4 disposigio do governo. E assim votot: “Se, entretanto, disericionaria € a faculdade de expulsar estrangeiro, dai nio e segue que o ato-do Exeeutivo estea imine, de todo, da acio fscaizadora do Poder Judicirio, e este Tribunal repetdas ‘eres, invocado a se maniesiar, o tem feito para amparsr direitos Eoneulcados ou fazer ceaar a ilegalidade do constrangimento ale ‘ado, sem porém, se arvorar ‘em revisor do ato do Executive no tocante 3 oportunidiade © 2 conveniencia ca medida, assim, por ‘exemplo, quando o expulsando se inchit na excegio constituconal fe ser casado com branleirae ter flho brsuleio, ou no caso de txcesto injustifiado de pristo prevent, Da ietidade,c io da ‘nti, da expulsio pode e tem conhecido 0 Judicario™ Em seguida tratou o Relator do insurgimento do impetrante conta a prisio ca paciente, eputando-ainconstitucional. Inicial ‘mente 0 Relator demonstra que a prsio preventiva de expulsando nao € inconsttuciona, invocando um voto de Eduardo Espinola e lum echo de seu Tratado de direto civil brasileiro (volume VI, pig. 449, nota). Concluiu o Minstro Eagar Cortafundamentando © deferimnento do habeas carpus, dizendo que "tem entendido, por +ém, 0 Tribunal que essa prisio preventiva ndo pode see manta por tempo indeterminado, sutorizando, quando excessiva, por de- ‘mora da conclusio do respectivo inquérito, a concessio do haboat Corpus sem prejuizo do processo de expulsio. E-senda-este-um rocesso denamceza adininistrativa-a-priso-evcedente 00 dias, Sem_a-conclusio de pracessa-com o conseqiente decreto de ex pulsio. deveser considerada coma consirangimento ilegal cd tar do-que-dispie-alei sabre a prisia.adminisiatia, Ora, das infor ‘macbes prestadas pelo Sr. Minstro da Justica se mostra que ante: Hormente a 8 de maio jé se encontrava pres a paciente, pois fo hess data que aqucle Ministério autorizou a manutencio de sia Prisio. Est ela, portanto, press hi mais de 90 diaee, segundo ainda informa o Sr. Ministro da Justica, 0 processo de expulsio se encon- tea ainda em estidos, dependendo de diligencias de eardter adm. nisuativo, isto é ndo esti sequer encerrado, Nessas condibes, € por esse motivo, concedo a ordem, sem prejuzo, porém, do pro- ‘esto de expulsio”, (Qs Ministros que se manifestaram contririos A concessio da mgdida considenvam que a prisio ainda nio asingira.o nivel de ‘excessiv, coma [ora teconhecida-por.eles em outros casos ante: ores, mormente posque-o processo ainda-se-cncontrava ci fase. He investigagbes Do voto do Ministro Ribeiro da Costa, que deferiu a medida, ‘exaimnoso seguante wecho: "No cao em aprego,a prisio, embora legal iniialmente, para oefeito do procesto jd agora € prolongada, injustamente, extando a pedir wma providencia dessa Corte, porque sr tata de uta jovem que, eatrangeira, radicouse em nosto pats aqui sdquisiu conhecimentos part, mediante cles, prover a aun dedicavise a0 trabalho honestamente, em Sio Paulo, ‘quando foi pres, permanecendo deta, para o efeito da expulsio. [Levacla a prisio comum, aise acha em promiscuidade com crime novos comune —o que também nao se tolera de forma alguna. [Nio poo compreender como se prenda estrangeiras por efeito te proves de expulsio ese or mantenha em promiseuldade com riminosos comune. Além dist, o iustre advogado informa que a paciente estf afetada de tuberculose pulmonar. Pareceme que 0 Felaxamento da prisio da paciente atende até aos interesies da propria sociedade. Assim, mantenho 0 meu voto anterior, conce- Sendo liberdade vigiada & paciente” Caso Padre Vito Miracopto — Em 30 de outubro de 1980 a Suprema Corte Brasileira julgou o Habeas Corpus n* 58.400" impetrada, contra o Sr. Presidente da Repablica, General Joao Batists Figuey: redo, que hava decretado a expulsio do prelado, de nacionalidade italiana A €poca dliscutiase no pais a Lei 6815, de 1981980, que pprovocava veementes erficas por ter omitido qualquer ressalva, familiar 3 expulsio, mantendo tosomente a estigio A expulsio que redundasse em extradigio inadmitida Viva o Brasil o inicio do retomo a0 regime democritico, recuperada a liberdade de imprensa, a Ordem dos Advogados ‘empenhada no restabelecimento dos direitos e garantiae indivi: ‘unis, 0 pais afetado pela onda de jovens argentinos fugidos do ‘embate com 0 poder militar, ea inguietacio de certossetores com 4 atuacio sécio-politic de padres extrangeiros no norte e nordeste do Brasil, [Neste clima 0 Presidente da Replica, por sugestio do Minis: two da Justia, decretou a expulsio do Padre Miracapillo, sob a acusagio de que, tendose reewsado a oficiar a8 missas em Acao de Gragas nos dias 7 e 11 de setembto, por ocasiio das comemoragées dda Semana da Patria e do aniversirio da cidade de Palmares, Pernambuco, teria oclérigo declarado que entre o8 motivs de ua recusa figurava o fato de 0 powo brasileiro ndo ser efetiamente independente, reduzido & condicio de pedinte ¢ desamparado de seus direitos Segundo a Justificativa da expulsio o fato se enguadrava no artigo 106 da Lal 6.815 (artigo 107, segundo a redacio dada pela Lei 6964/81): wry 96/000 “0 estrangtiro admitide no terrtério brasileiro no pode cexercer atividade de nanureza politica, nem seimiseuir, dire fu indiretanente, nos negécios pablicos do Brasil", invocandose ainda o artigo 64 eapute a leva d de seu parigrafo Ainico (artigo 69 atual) "E passvel de expulsio o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar conia a seguranga nacional, a ordem politia ou so- ‘ial, a trangiiidade ow moralidade publica € a economia poptlar, ow cujo pracedimento Lorne nocivo & convenieneia Parigrafo nico, E passive também de expulsio 0 extrangeiro que 4) desrespeitar prosbicéo especialmente previsia em lei para cestrangeiro” Ojulgamen:o do Habess Corpus prendewaatengio do mundo Jjurfieo brasileiro © 0 acérdio do Supremo Tibunal Federal re- ‘presenta uma valom contribuigio &andlise do direito de expulsio, {do direlto do esrangeiro no Brasil em geral, consticuindo-e ex Juma ligdo comparativa de grande importincia sobre a evoluglo © fo estado desler insitutos em paises democriticos como a Talis, 3 Franca, 2.GriBietanha, a Suiea eos Estados Unidos. ‘Vrios ministros da Suprema Corte contribuiram 30 julgamen- to com longor eeruditor wtos e, ante a relevincla da matéria © @ euldado quea Suprema Corte ela dedicou, eproduzimos techos do voto do eminente Ministro Thompson Flores que em sua ma- nifestagio fer un resamo dos votor anteriores de seus pares. Pate 0 Voto do Minisow Carlos Thompson Flore “Sou o perilimo dos juzes a proferir voto, © os que me precederam, cada ui fandamentando o seu, praticamente j& decidir os pedidos com sua denegacio, no que interes Permita, porém, 0 Bgrégio Tribunal, pars bem definir no caso, como conve, ¢ ace a larga repercussio ele abuida pelo SGrgios de divulgacio (imprensafalada ecritae televisions), meu entendimento sobre 0 diteito de expulsio, agora sob a égide da Lei 6.815/80, em vigor deste 21 de agosto findo, "quando se verifcaram os fatos que teriam originade o ato aqui impugnado ma via do Habeas Corpus. O longo, erudito © meditado voto do eminente Relator (Mi nistro Djaci Faleio) bem examinou as questbes suscitadas, ‘especialmente as que vieram integrar o amplo e bem dedurido memorial anteontem distibuid, 'S. Exa, comecou pelo exame da leyislagio italiana, por certo, fem atencio a Patria do expulsando. Passou, apés, 20 direto francés, terra das liberdades, desde a queda da Bastia. Por fim, observou como € considerado pela Nagio NorteAmerica- na, que se diz camped na igualdade dos direitos humanos, da ‘qual tanto se ufana ‘Tudo fer pars, cotejando taisprincipios com a legislagio bra- sileir su aplicagio pelo Supremo Tribunal Federal, mostrar como aqui no Brasil tal direito€ cereado e disciplinado cor ‘mals segura garantine 20 allenfgena que te pretende expulsar. Dispde ele, o paciente, de um procedimento administatvo conde Ihe €saregurada a necessia defesa, desde o Interroga- trio. E pode usar até do pedido de reconsideracio contra 0 ato expulsério, 9 qual gorava até do efeito suspensivo, ein Tormea expres. ‘Tas prerrogativas exstem no direto estrangeiro? Jamais, com tantas garantias, eeomo € por demais sabido,e assim conclu o eminente Relator, Alem disro, a0 direito sufgo se referiu o eminente Ministra Cordeiro Guerra, lembrando o caso de expulsio da extudante suiga que na Bahia estara indiciada em crime contra 4 Seg ranga Nacional e aqui examinado pelo Supremo Tribunal Fe- eral no HC 54.222DF, do qual V. Exa, Senor Presidente, fol relator Sobre o direito inglés comentou o eminente Mints: two Leitio de Abreu, acentuand que € bastante ma palavra de rangi cm destenio 4 Raina para jstiiar in ‘Tudo isto, Senhor Presidente, rememorei, em homenagem is sustentagdes orais ¢ 3 compacta asistencia, especialmente de tminentes integrantes da igreja Cadlica, & qual pertence 0 expulsando, para que tenkam conhecimento do exame que ‘Supremo Tribunal Federal, com a independéncia serenida- de, diariamente, slencionamente, como € de seu dever, dé 3s questées que the sdo submetdas. [Nio desta, apenas, mas de todas que the vém para sereim {ulgadas,e sobre as quai, como Tribunal Supremo da Federa- ‘Go, sejam quais forem a partes, ja 8, Exa. 0 Presidente da Repablica, sam ax Mesar do. Congresso Nacional, profere julgamento finale definitive Eo faz, querosublinhar, nao em Conselho, em pronunciamen- to secreto e reservado, como acontece na generalidade dat [ages mais adiantadas, como a Iulia, a Franca ¢ os Estados Unidos, por sua Suprema Corte mas em sessio publica, para «que cada win dos presentesamista ao voto a descoberto de cada jum de seus joes, oF quae assumem integral responsabilidade pelos wotor que vém de proferir e constam dos julgados publ ados. A tal tipo de julgamento clasifcou o eminente const it, Professor Schwartz, quando visit esta Corte, € rio. Disee ele, entio, que © ula mento agus ze fzia em “praca pica” Senhor presi¢ente, eho posicto definida perante o Supreme ‘Tribunal Federal, ¢ poderia ste dispensar tl afirmatvs,diver- samente do eminente Misiatro Moreira Alves, que o fez porque Se manifestara pela vex primeira sobre o tema Hi pouco mais de doze anos, pois foi em fins de marco de 1968, logo apis ingressar nesta Corte, vindo da Presidéncia do ‘Tebunal de Jestica do meu Estado, 0 Rio Grande do Sul, que, a0 julgar © HC n* 45.067 do DE, impetrado em favor: do fidcono francés Guy Michel, e do qual era Relator sorteado 0 tminente Ministro Vietor Nunes, o qual €referido pelo Fro- fessor Harold> Valladio, em seu clisicg “Direlto Internacio. ral Privado” deade a 3" ecicio, pig. 498 (RT) 49/820), com ligeiras obsersagdeso eminente Relator, Ministro DjnciFaleio, teve a bondade de rememorar mea voto, proferido, entio, de improviso, mas que formou.a maioria da Corte, entio compos ta de 16 Minitros, somando der deles, inclusive do saudoso Ministro Atiomar Baleciro, posto que conhecido pela forma liberal pela qual sempre apreciava os Habeas Corpus e seus recursor, também o denegot,acompanhando-me e qualfican- {do.0 ato impugnado como ato politico ¢ dscriciondrio, como ( clerigo em questio fora surpreendide quando, pela madru- ada, dstibuia, na cidade de Volta Redonda, Estado do Rio Se Janeiro, impressos considerados subversivos Ape procedimento administrative, regulado entio pelo De- cretolei 479/68, que procedeu ao Decreto-lei 941/09, estava tle sendo, ademais, processido criminalmente pela citada in- fragio, merecera expullso Houvera por bem o Presidente da Replica, o saudoso Pre- sidente Costa Siva, com base naquele decreto‘ei, de expuk ‘slo porque considerou que a presenga do estrangeiro se [Considerei, entio, em meu voto, como o fizeram os demais jnfes, que tal ato € de soberania politicojuridica, disciciond- ro, atribuido ao Chefe da Na¢io, que encarna a Nacionalida- de, € como tl, sueito apenas As exigéncias impostas pela lei FE de sua legalidade,simplesmente, que se fax 0 controle pelo Poder Judiidro, 0 juizo da conveniéncia e da oportunidade /da medida € privat do Chefe da Nacio, e sa apreciagio € politica, propria, no alto sentido da expresso, «qual, jamais, ‘ Judiciario podersreapreciar como tal, pois se assim o zee, ‘estar invadindo Srea da competéncia do Poder Executivo, ¢ Jdescumprriao prineipio que se insculpe no artigo 6 da Carta Major, “cinon esti” e que vem de tempos demasiado re- motos, inspirado na propria lio de Montesquieu, i citado pelo eminente Relator, no pertinente ao direto de liberdade {dos cidadios em gers Estas as afirmagses, no tocante & conceituagiojuridiea do ato de expulsio, a que tenho, repetidas vezes, © cocrentemente, Seguldo, com base nas mesmar premissar. Recordome qe, nas recentemente, maio de 1976, a0 ser julgado o HC54222, {do qual foi relator 6 eminente Presidente, Ministro Antonio Neder, caso da Suiga, longamente o reforcet (R7J 78/362), io poderia, pois, Senhor Presidente, dear de reiterlo aqul agers. ‘O que fero expulsando? Negouse a rerar missa comemorativa 4 data nacional de *7 de Setembro", € iso, desde 1823, ou feja, ha mais de século e meio, ¢ 0 fr, festvamente. Poderia, evidentemente, fazélo, posto que estranhamente Protegese o artigo 153, § 2", da Constituicao: “Ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senio fem virtude de le.” Ele alguma obriga o vgisio a rezar missa, ‘Mas, a tora eviéncia, nao foi por esse proceder, 0 que seria até ridiculo, que se originow o ato expulsrio. “Todavia, em aficio dicular, jstificou porque nao o fazia. O tal ‘oficio civular foi aqui lido e redo, E mais, nio ze limitow 3 tal tipo de circular. Sequin adiante, instruindo outro, também circular Lewos, hi posto, o eminente Ministro Soares Muiioz, {que bem os interpretou, © sobre os quals, também, se deteve © eminente Ministro Cunha Peixoto, cm seu voto. Outros tos adicionais,e em coeréneia aqueles, atuou o vigirio italiano. E, notese, numa localidade de bisonhos paroquianos, todos brasilcire, modestor agricultores, sobre os quais persuadia de ‘como deveriam atwar na busca de seus pretensos direitos E este o proceder que a lei nega permis a extrangeiros, ro que asin agitava a pacata populagso do longinquo municipio de Rabe Ho, no Estado de Pernambuco, onde ocorrem graves probe mas polfice-sociais? Juiz nico para bern avaliar a importincia do ocorrido, apre- ‘dando 0 procedimento que se instaurava, houve por bem Udcterminar 3 expedicio de decreto expulsério, apés 0 proce ‘dimento administrative proprio. Félo no exercicio regular do direito que a Constinuicio ¢ as Teis 0 asseguram, Suspendewa o eminente Relator para admitir 0 exame da legalidade do ato presidencial, medida que, se nio tomasse, tormaria rustra o Habeas Corpus. $6 por isto © nada mais. E também 6 por iso, 0 Plendrio a referendou, como costume: ramente tem feito Fotalem oeminente Relator, requisitou os autos do procedimen: ratvo porque dase, no memorial a cada, que Fora 1 defera do expulsando no processo em questi. Seu atendimento se fer no mesmo dia de ontem. Mera argi- lo, porém. E que religiosumente exercera 0 expulsand, de fe 0 imterrogatrio, assistdo pelo defensor que cle proprio constituira, o qual, como advogado, ofereceu longa e bem Seduzida defess. © proprio Decreto 66.689/70, nio afetado pela Lei n* 6.815/80, no particular, assegura até, em seu artigo 79, § 7%, ue, se 0 expulsando nao apresentar defesa, a wutoridade processante 0 dari, e para o fim de defesa, o que bem mostra, como ela se exerce em nosso terttéro.™ Mas, no caso, ela fo loferecida e hem deduzida, como jéaliemei. Nela nio se arro- Jovy, sequer uma testemana e diigencia alguma foi suplicada, }O expulsando, que raiicou todo oscu procedimento, confion ‘que dispunha do direito de tnta iberdade para "agi, falar € Jexrever” como te brasileiro forse. Por sso postulon 0 argu ‘samento do procedimento. E noteve, do ato expuls6rio sequer tentou usr do pedido de reconsideragdo a que se refere 0 artigo 82 do Deeretores n" 941/69, hoje limitado a 10 dias pelo aruigo 71 da Let n* 6815/80, como esclareceu 0 emi- hente relator a pergunta minha. Agora, no memorial propugna o contraditério © acena com (08 §§ 15 ¢ 16 do artigo 158 da Consiuigao, Dizem eles ‘Art 158. A Constiticio asegura aos brasileros © 208 et luangeiros residentes no pais inviolabilidade dos direitos concernentes 3 vida, 3 Hberdade, | aeguranca e proprieds: de, nos terms seguintes: $15. A lei amegurara aor acusadon ampla defers, com os recursos a ela inerentes. Nao havers foro privilegiado nem tsibunals de exeneie. § 16. instrucdo criminal seré contaditéria,observada a lel Anterior, no relativ ao crime e8 pena salvo quando agravar asituagio do réu.” © [A invoeacio € de todo impertinente, data maxima vena. Refe- remse ambos a0 procedimento criminal. Dai ax expresses acusado", "foro", em primeiro: e, no segundo, “instructo criminal, “erime © pena” ¢ "réu". Por excecie, apenas, aos procestos adminisrativos visando plicar penas 20s funcionérios faltosos. [Nada disso 0 processo adminitrativo de expulsio cogita. An- tes, ele tem diacplinacao propria, Nem visa a plicacio de pena pois a expulbio, cujo ato presidencial € apenas de soberan. nio visn pur, endo defender 4 nacionalidade daquele que ‘strangeiro, comousse nocivo ou inconveniente aos interesses da Paria que o teeebeu, Por tlio, para nao deixar sem resposta a invocagio feta ao artigo 158, eseu § 1", da citada Consteuicao, também invocada Certo, ao assigurar af o elenco das garantias individuals a que se refere 6 cpus do citado artige 183, nao distinguiu a Cons tituigio entre brasileios © estrangeiror, e seu § 1" extatul © principio da sonomia, quer no pertinente ao *eredo relic. 0", quer noalusivo a “conviegbes politeas™ ‘Mas 6 mister considerilo, ante 0 disposto no § 20, sob cujo pilio também te procuron amparar o expulsando, A liberdade de locomocio nele prevista se estende aos casos ‘de expulsio por construcio prevoriana. Requer, porém, que, como ali se diz, haja: "congo em sua fee delocomocio por ilegalidade ou abuso de poder” [Nada disso ccorreu. O direito de permanccer 0 extrangeiro no Brasil € sempre precirio, no sentida jurica do termo, Depende do comportamento que adotat [A toda evidéacia, nio poderia nivelarse a0 nacional. Ambos se regem pela mesma Constitugio, a qual reconhece que Tes Jtferentes cuidam da conduta pibica de cada um, Esto € da tadicio, desde o Império, e mesmo sem legislagio ‘specifica, como em certa época ocorren. Mas 0 Suprema ‘Tribunal Federal, em pronunciamentos virios, dle longingua Epoca, sempre asim 0 considerow, {: _retensa sonoma entre o nacional ¢ oestrangeiro, portan- to, inexiste, como ndo poderis, em verdade, ocorret, ho pate ticular. Nem 0 proprio diplomats, que dispbe de posicio qus- Licada, gor do direito de aq permanecer, como ocorre na legilacdo pertnente asinalam o autores. tin concluso, Senhior Presidente, in cay 0 procedimento Iota pelo paciete nada teve com oexerciio de seusacer- ‘cio. Fol manifesumente polico, no sentido proprio, ese {inca no rol da lei nociose inconvenfentes aos imteresses nacionais Eo que dispoem ov artigos G5 e 70 da Lei 6815/80, Invocados no Deeretoexpulsério aqui impugnad, fem remate, Senhor Presidente, acompanho os demai vos indeferinds os wes primeiros pedidon de habns corpus, 58.409, 58.11 © 58488, e no conhecendo daquele que guarda © sa, E como voto, pedindo escuss por ets obseracies em voto qui claborado, pots se entendeu a mais do que desjara” Erta tem se mantio a jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal em todos os casos em que or expulsandos tentam se socor- rerdo Judicirie para impedir a expulsio decretada pelo Execativo. 'No Habeas Corpus n® 68:402,"" julgado em 1991, a Corte reiterou que "a alo de expulsio do estrangeiro €m ato politica que se reconhece ao Estado, que se basia na nocividade da per- oo a Indenizaco por Espulsio No inicio do século registraram-se alguns caos de GORGE) ndo reclamagdes de paises pela expulsio sofrida por seus fs em outros paises 'No caso Till, ae autoridades belgas haviam expubado um Inglés que desejara discursar numa reuniio publica sobre a exis indica O arbitra decidiv que a Gri-Bretanha nada nha a rec ‘mar da Bélgica que exercera a plenitude de sua soberania 20 ‘decidir que © comportamento do alienigena merecia a expulbi. [No caso Boffl, um italiano foi expulso da Venezuela por ter publicado um artigo em que eriticara uma decisfo judicial © outro Malate Gabe de Mato cr seu tos suniicon's expat de “edn pice artigo em que recomendava a leitura de um jornal ocialista, Neste ‘aso 0 arbitrodecidiu que a Venezuela havia apresentado razio inadequada para justiiear a expulsio e concedew & Ilia urna Indenizacio ce 2.000 bolivares" “Também no caso Maal arbitragem decidiu que a expulsio de ‘um cidadtio amerieano da Venezuela foi exeeutada com desneces siria dureza ¢ indignidade, concedendo uma compensagao aos Estados Unidos. Emi todas estas aitragens nfo se questionon-o-diveiin ea e_apenas que-em.cerboscasosa forma pela qual se efetua a expali sar a uma obri de indenizar a Esiada da nacionalidade do-expulando,"™ ‘Nilo ha noticia de qualquer procedimento desta naturcza con- ra nosso pair, cujo Judicivio, sempre que provocado, examino « julgou com critéria as medias de expulsio de estrangelros Em sua 60" Conferéncia realizada na Cairo, em 1002, Jnder tile Ast pip Delis amdede que ov esador que, por suas pllicas inte 23¢ rnaren fugiados- pratcam.am ato nteraconalmence Hl queer eign de somusn sa comes nle ue cies cridos dever ser obrigadon 8 (orgados a dea pita a mesma forma commo sta obigadas, pelo ditstnetcnacional-acompensarosesttangeios (expulsos), 181A. EVANS op. ip. 1 1 Ameren Jour Capitulo 1X APLICAGAO, PROVA E INTERPRETAGAO DO DIREITO ESTRANGEIRO A grande conquista do Direito Internacional Privado & a apl cacio do dito exrangese sempre que 5 rlaao furdlerer inaiorconesio com ovitostema Jurdicp do ue CaN 9-0 fo __ Asim Teremos oportunidade de verificar como 0 jie ou © ‘sibunal apica a questo juridica que Ihe € submetida lei de outro Pals, ja porque se discute a gapacidade de-peston fica de marin. ‘al os porque ali erteja domicilads, seja porque © contrato foi firmado no estrangeiro on porque bem Le esteja Sado ou porgve se discute matéria atinente & moeda de outro pals, enfim sempre quea matéria submetida a consideragio judicial timzmente ligada a outro sistema juridico, determina cio do direito vigente no mesino. ‘A aplieagio de norma juridiea estrangeira sosita divergencia sobre a natureza que se deve atribuir no foro 4 el estrangeira apliervet———— Naturca uriicn ta Lei Estongeira — Fato ow Lait ‘Tobias Asser! assim formulou a questio: a aplicagio da lei ‘strangeira sed da mesma maneira e sob as mesmas condigbes do ‘que a aplicagio dalei nacional? Questio genériea que compreende ‘rlas indagagdesespecificas Devers o juz apliear a lel estrangeira ‘mesmo que as partes nio a invoquem, Le. aplicandoa de oficio? Que fard se homer divide. ou conttadigio.celacion: 1 T.M.C.ASSER,fement de Det Intrmatonal Pino ds Confit de La “isposio-na lei estrangeisa? Impors & parte que invoca direto Ssttangeiro a obrigario de provtlo? Caso afirmativo, ex prova ferd procesada de acordo com as regras sobre prova de fats? Eni, a violagio ou aplicacio exxbnea do diteito extrangeico c= © ap ilinit nacional — a cascto? Decorrio um séeulo, pode-te dizer que a colocacio da i sgades do jusinternacionailta holandés continua perfeita para in trodusir a temstica da aplicagio do direito estrangeiro Fato ou Direlto, esta a grande questio, __-® E-Asser responde® que'o Juiz deveré aplicar a ei estrangeira er afcio, independentemente de invocagio das partes, eis que sua ‘brigagio é julgar cada agio de acordo com o direito que o rege Decidese, portanto, pela valoracio legal da norma estrangeira. TInvoes a autoridade de Bar na Alemanha e de Laurent a Belgica; na Franca foi acompanhado por André Weis? para quem ‘jie que, ao invés de aplicar ale estrangeira indicada, reeorre a Seu préprio direito,estard faltando com seu dever! SSeguindo esta orientagio, Ftienne Barn’ afrmou que se uma lei estangeira € aplicavel, a determinagio de seu conteddo e de seu sentido constitu "o ponto juridico do processo” ‘No entanto, a jurisprudéncia francesa, seguida de boa parte dos autores de Dieta Inteacional Pada sempre tow ode Teh enrangeiro como ato, No diver de Baffle Lagarde” quand: oi ravi erangeivo nig effi a nasa Ganka o qu ao apes a at propra Bie sie pom ‘here Tgien, fuio'€ UHL mat © que € admiido "de fato" no Shungiy ct alo procizs o gee low ory mano gor & Arar {Em dsinguido a anatto do jus quando apn seu proprio dria Se quando aplicadireto estangciro: no primeira sata ele ama : {2xDRE TESS TMi de Daneman ie pig, $98 Fe a ee manne amet ae , ou Plerve Mayer tenta suaviear a qualificagio da lei estrangeira ‘como fato, como seguinte raciocinio: a lei estrangeira€ Ie, cis que femana de um Estado e sua aplicacao pelo ju fsa os direitos e a8 ‘obrigagées das partes; mas s cxistencia de wma let estrangeira de determinado contetido € um fato, Ihustrando: a regra espanhola que proibia 0 divércio era uma regra de direito, mas também constituia um fato,suscetivel de ser provado, que odireto espanhol proibia o divérda. A conseqiléncia € que na Franca s6 se aplicava alt extrangeira {determinada pelas normas do D. 1. P- quand invocada pelas partes, oFientacio conagrada no ac6rdia Biibalem que a Corte Suprema da Franca decidiu ndo se poder obrigar ox juszesfrancesesa aplcar exoffcoa lei estrangeia. Eta orientagso vinha send ertcada por certa doutrina francesa, que considersva anorinal depender a apli- cacio da lei estangeira da iniciativa dae partes ou da boa vontade dos juiees? Finalmente em 1988 deu-se uma radical transformagio na posicio da Cone de Cassagio, que decidiu em dois caros que o# teibunaisfranceses sio obrigados a aplcar a lei estrangeiradeter- minada petas regras de conflito, que ndo pode ser substicnida pela lei francesa, O >rimeiro caso era de wma investigagio de paterni- dade entre partes de nacionalidade argelina, a0 qual, de acordo com 0 artigo 311-14 do Cédigo Civil francés, deveria aplicarse a Tei do pais da nacionalidade da mite, mas como esta regra do dircito Internacional privado francés nio fora invocada pelas partes, as instinciasinferores aplicaram 2 lei frances, (© segundo caso versava a sucessio de tum suica que faeces \domicitiado na Suiga e que fizera em vida wna doacio camuflada 4 sua amante; neste caso também foi apliado 0 diteto interno francés porque az partes no pletearam a aplicagio da lei suiga, lei do time domictio do faleido, que seria 3 let competente para (0 «aso, conforme ae regras do D.1.. francés, eum nee ac an eo Reap esate se ama Bice Ei oe SeTAPUSRAN Saar 25 Em ambos os casos a Corte casiou as decsées, determinando {que se aplleasse a let indicada pelasregras de conexio francesas” Exranhamente, em 1990, a Corte de Casacio voltow a sua original orientacdo, decidinda no easo Cove, que nao se aplica le ‘strangeina ao ligio por nio ter sido pleiteado pela partes" Este ‘ogremo & poricdo antiga vem se manifestando nos timos anos era ‘ittas decides da Corte de Cassacio, como no caso Amafod, juga ‘em novembro de 1998, em que foi decidido que em matérias em que 4 partes tem lire disposi de seus direitos, nio € suficiente Tequerer a aplicagio de le esrangeira; hi que prov”, 'Na Teil a Corte de Cassicto decidiu em 1966 que a lei es lrangeira deve ser considerada como direito © nio como fato, donde conclui que as partes nlo tem obrigacio de oferecer a prova, cabendo a0 juiz a obrigacio de empregar todos os meios, Inclusive a colaboracio das partes, para averiguar o contesido da lei estrangeira, posgio harménica com a da maioria dos autores itallanos, No cntanto em 1980 a Corte modificou sun posicio, decidindo que “o conhecimento da lei estrangeira nao ext inch do na ciéncia oficial e obrigatéria do magistrad italiano”. E disse ida. a Corte Suprema italiana que cabe & parte que invoca a plicagio do direito estrangeiro slegar e provar a relacio da casa ‘com 0 direito estrangeiro e provar que a lei etrangeira contém regras diferentes da let alana. ‘Na GriBretanha a teoria do direito estrangeiro como fato € consagrada pela unanimidade dos extudionos dos tibunats, Dicey fe Morris entnciam na regra 185" de sua obra que “sempre que for aplicada lei extrangeira de acordo com este Digeto, devers ser 20 Vide aba desis da Cor de Cag na REVUE, 180/38 coments onGes LEQUETTE na REVUE, 1909/97 cde ANDRE PONGARD ebro Gr cane de Gana, na REVUE 10/007 11 REVET, 1991756 endone na cman Tne pa npc deo ppt ‘ewe mc fran rang a epee! ie ra 12 REvUr tts pag Son. ue mens mame dei “Deere tt prs nts ibe anton eb dy nod I pate ed gat {ten sued range df ged on ae oan iin ew te a apes a fd nt ene “eer port prt nt dei rang nego 9 ode Fen fice en Sie tn naa invocada © provda como tm fato a plena stsfagio do tribunal por meio de prov peril ou outro inclu. Na musencia de prova Ssiusria do dietoesrangero, o trbunal aphearé diets ingles ‘Como diz Lord Parker: “Toda decsio de nossoswibuna consi na apliengdo de noua propia lel ase fats do cana ne Eonformidade de que cou consti por provieapropriadas Ui des fon pode ser o ext desu let entrangelry mas no li eaurangeire sim A noma propria lel que sed efcto™ ‘Como conseqinda desta reg, expe Morris “ale estran- gcira deve ser provada em cada es, no podendo ser cedure {de anteriores decades inlets nas quate a mesma regra do direlio ‘arn clos pean tibuna Dat extrem deb iferentesem dilerentes cats areas na mesa reg do dteo tsurangero, devo a dierents provassobre'a mesma tegta” ‘Nos Esados Unidos, onde as questoes de fto io residas pelo iri as questier de dicto pela Corte, jursprudeneta Aedlu quea prom ea interpreta dele exeangeiar€ mater ds competenia fos uibunal, Ley do magitrade © nao do jr Noventanto permancce naguele pass teora de que 0 dco éstrangeiro deve ser invocad pelt parte iterssaa No Bra Tenera de Freitas verso a questo no artigo 6° de seu Eabogo, que anim erat “A apicago de les extrangeras os Cavor em que exe Cédigo a autrien nunca terd lugar ano a Fequerimente dix partes interesadae,incumbiado 2 erty como prom de um fat leg, cs exnencn de tas ein” comentando, die o grande jurita pério que “excloiae a smaisfrteobjegio contra splcagi das er esringiras fundada 1 Dynan Aten — Gt Tn Co, i, lg en 138 pe "one fdr opueG.@-castins pag Ta {JH € MORRIS, The Conte! of Lan, pg, 12 ide Faye «trast aay ov eco pel Cre de Apc Novant 109, SCHLESINGE e otron “Complane Law pag © se [ede SCHLESINGER «otro op ct pig BT ese pig 120 ete Quant ‘ie jaCOM DOLINGER “appa, Pose aspen coe Cae “mp Sd at atonal an Asso orale ero ad [Compra Law 1 a2 ondespeinto wn trance waa ig om ei no ei joes 2 em que os juzes no tém obrignc 0. A leh sguindo a opeao domi EXtciramente, pois Savigny, ao prociamar a comunidad de dieito Centre os diferentes povos, admitia a aplicacio extraterritorial das {eis como tais, numa abertara real para o universalism juriico; ‘Considerar le extrangeira com fato nao contribui para esta idea” 'A Consolidagio de Carlos de Carvalho" em seu artigo 46 dizia aque “quem funda seu dreito em lei estrangeira devera provar que tla existe e esti em vigor” Esta orientagio fol abandonada pelo moderno direto positivo brasileiro, Dispoe o artigo 14 da Lei de lntroducio a0 Cdigo Civil Drasileiro de 1942" que "nao conhecendo a lei estrangeira, poder fo ji exigr de quem a invoca prova do texto © da vigencia Paderseia entender que o dispositive significa que a parte que Invoca deverd provar 0 direito estrangeiro, nio se aplicando 0 Dinelpio jura novit cura, por nao ae Ihe ecofihecer foros de Tel, © Portamto também o atval legialador brasileiro consideraria a lei Extrangeira como fo ‘Serpa Lopes” conjuga o exame deste dspositvo com a regra contida no artigo 212 do Cédigo de Processo Civil de 1959, que Gispunha que “aquele que alegar dieito estadual, municipal, cox tumelto, singular ow estrangeira, devers provarthe © teor ea vigencia, salvo se 0 juiz dispensar a prov ‘Amos os dispostivos, dizia Serpa Lopes, possuem efeitos én ticog, tendo 0 legtlador seguido um criterio que parte do pressu- posto de que o uz conhece a lei, mas permitelhe determinar a parte que o prove, se nio.a conhecer. “as cventuatsdividas que pudessem permaneccersio sanadas por ‘Serpa Lopes coma invoeagio do Cédigo Bustamante, cujo artigo 408 raph ape ae an ee ‘ature inn ce Face ari cant So pie 300 eee cece ada ae 28 determina que “os julzes e tibus Splicirio de ofice, quando for o caso, as leis dos desnas, sem prejuizo dos meios probatérios a que este capitulo se refere”. Se- [em as vias formas de provardirlto estrangeiro, mas oimpor- fante € que ojuiz aplica 0 direto dos outros Estados de ofici, em Sbedienciaa qualquer uma das regras de aplicagio do dircito estran- tito estabelecidas pelo Direito Internacional Privado. ‘Expliea ainda © autor que de um modo geral, em primeira Jinha, temos. pressuposigao de sero direito estrangeiro conhecido {do juiz, presuposigao susceivel de ser, ed mutt, delida pelo ms fgsttado, o qual, por esse modo, fz nascer a obrigacio de provar pera 0 que diego direito extrangeiro, ou ainda, para © que con- {estar a existéncia desee mesmo direito™ 'No novo Cédigo procestual brasileiro o artigo 897 ordena que ‘a parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ov ‘consuetudinario, provarihed 0 teor ea vigéncia se assim 0 deter fina o jue" ‘O mas importante, em nosso entender, tanto neste dispositive como no seu correspondente no cédigo anterior € que ale esa feira fo! comparada go direito municipal eestadual que constituem Iie no fata, quc.com-relacio a todos, o aparente Onus criado, ‘pelo legilador nao aearreta conseqincias para a parte que nao. Render o exigido pelo juz. Peli Tormulacio for 7a Protocolo Adicional aos Tratados de Montevidéu, de 1889, eujo artigo 2 diz que a aplicacio da tet ‘strangeira se processira de oficio pelo juiz da causa “sem prejuizo ‘de'as partes noderem alegar e promar a existéncia e 0 contetdo da fel invocada’. Deixa ene texto claro que a colaboracio das partes ta invocacie © prova do dreit estrangelto € opcional nie afeia © principio da sia aplicagio de offclo pelo juiz da causa. Foi tantida a mesma redagao no texto do Protocolo de 1940 Aplicao do Dist Estrangero CCaracte-izada a norma estrangeira como lel enio fato, segue se que sua ignorineia nio € admitda, que 0 Juiz pode aplicila ex dffein, que pode ser ivocida sempre, © que pode ser objeto de recurso esperial © de agio resciséria. O recurso especial se dar ‘quando nostos tribunals negarem vigéncia 4 lei estrangeira com- ppetente, on aplicando-s, Ihe derem interpretacio divergent da ‘gue Ihe tena sido dada por outro acérddo, também de tribunal "Neste sentido dispde o artigo 412 do Cédigo Bustamante que ‘em todo Estado contratante onde existiro recurso de cassacio, ou Jnstinicio correspondente, poderi ele ser interposto por inratio, fnterpretacio erronea ou aplicacio indevida de uma lei de ontro Estado contratante nas condigbes em que o recurso seiainterpost ‘quanto a0 direito nacional ‘Ao aplicar 0 direto estrangeiro determinado por regra do DALE o magistrado deverd atentar pars a lel estrangeira na sua totalidade, seguindo todas a suas remindes, inelufdas suas regras de dizelto intertemporal, sobre hierarquia das leis, seu drei con vencional, seu direito estadual, muntepal, cantonal, zonal, seu Aizeto religioso, suas leis consttucionais,ordindria, decretos, ete [No projeto de Lei Geral de Aplicagio das Normas Jurfieas, ‘baseado no Anteprojeto do Profestor Valladio, o artigo 75 diz que ojjui aplieard de ofiio o direito extadval, municipal, particular 0 estrangeiro, declarado competente, sendothe, porém, facutado ‘eterminar diligéncias para apuracio do teor, vigéncia e interpre- tagio de tal direto,redagio esta que elimina qualquer divida sobre a -natureza da norma juridiea eatrangeira quando aplicada cin nosso tribunals. ‘A Conferéncia Interamericana Especializada sobre Diteito la- ternacional Prvado, realizada em Montevidéu em 1979 (CIDIP 1} aprovou uma Convengio sobre Regras Gerais de Direto Interna tonal Privado,cnjo artigo 2" dspie que os juizese as autoridades aplicario 0 dreito estrangeiro da mesma forma que ele seria apl- ‘do pelos juizes do Estado cuja lei € aplicada, sem prejuizo do sireto das partes de pleiteare provar aexistinciae 0 contetido da tei estrangeira invocad, E no artigo #estabelece a Convencio que todos os recursos prevists na lel do foro serso admitidos nos casos em que o direita fle qualquer um dos outsos Estados seja phiivel ‘Prova do Ditto Esrangeire to jut ou & pai cberé apa 0 dircto erangeio, sua csi eu thc nt pedi a fe inca Comparnda para E “ast jure done eavangelo oe Ihe coubersmuea ——— =e monde comunidad enon non cai Ieee cas gor gunnncm » corlecinente ecprece date flagoes do dleentes powos: Vila inciatvas foram orquestadas Serpe mo itn ual to seelo XIN veande rar wm ‘Shen de epaer'e petaneme woe de publengoe lois SSepradertas mas ener projet no loan Exo "Armcteame melior beam preserva edit ean sire Pu cmuneato no Sogo Busta aigs €09 9 11 que Sen dns opie) cert lege de do drogen em) & sees na yea legisnco se deaeje concer 8) informa SeGpiomtade ser fortes pelo mats luna, pela roca: Cia Geral pea Secretaria on po Mina doses ‘No fed exduid,naureemtey reuse oar dosing sis do ro em caus ao ere lea en pubagtosutenaca, | Wis Ehatvanssearancn cetera dena decom ocose Tin deca dsvogutin devttamente cerieadon qe) SSdslnsrtosn rate comalator da prof. ones alsa atm des decries cscs de pro sionstbre sor dal dese ptf) &comum sere eet tor sor isiunspesoattnente ps deporem a epee wriuasde dene cs ata sio eda da esa senate dos pofsionas da medina; pita, de Sats te "A ttces sug taiana de Piet Internacional Pada dinpdcs repeetramee noe ages Ie 14 que o come da ire acer anerigan eras Para connegr ino sparir Poser a sindns coaborse rice ie mpontinde de se descobris tor dai carangei tn So oes dete soi de chcabnagien, propor ‘Sopelinsdor toa pgy 2 egy SERPA LOVES. op. cy ph SBE dose as mais variadas soluedes,comor a) rejeicio da demanda, po tio provadaaleique fundamenta o pedido,ndo deve elaser provid ')julgar de acordo com o dirito provavelmentevigente;c)presin- ‘eo de que a Ici estrangeira ¢ identica & let nacional do foro: d) plicar, por analogia, odieito mais préximo possivel (numa pesquisa as afinidades étnicosjuridicas da legislagio desejada e ndo localiza- 4a, com outros sistemas juridicos de mais fil loealizacio). Solucio interesante €afornecida pelo Cédigo Civil portugues fem seu artigo 28, inciso 2 — recurso lei subsdiariamente com- petente, que, como expse Valladio,® representa aplicar 0 mesmo processo que se utiliza em matéria de fator de conexio, ou ej, ‘quando o legislador determina aaplicacio da lei da nacionalidade ‘apalida ser regido pela lei do domieiio,e quando se determina, ‘aplicagio dalei do domictio,a pessoa sem domictio tera aplieada, fa lei de sua residéncia, e nio tendo esta, a let do local onde se tencontre (artigo 7, § 8, da Lei de Introducio 20 Codigo Chil), ‘O mesmo se processa em matéria de imposribilidade de averigua- ‘Gio do contetido da lei apicével, recorrendo-se & lei subsiinria mente competente. (© legislador portugués admite ainda outra solugdo: “na im- possibilidade ee determinar o contetido do diseito aplicivel, 0 ‘Tribunal recorrerd ds regras do direito comm portugues” ” ‘Ale sulga determina a aplicacao de sa lel interna na hipStese dle se tornar impossvel conhecer 0 te da lel estrangeira,enquan= {to que lallana dispoe que nesta hipSteseo juz deverd aplicar lel indicada & base de outros fatores de conexao para a matéria, 16 aplicando a lei aliana na auséncia dester times, Haroldo Valladio" sustenta que a impossibilidade de conhe- ‘imento da let estrangeira € problema raro, cada dia de menor reste pritico, poiss questao conectada com uma ll estrangeira tras, na sua propria natureza, a marca de tal lei que a modelou, {que aparece nas proprias pecas constantes do procesto, ¢, com a facilidade atual dos meios de comunicacio e os admiravels progres: s0s do Direito Comparado, sera faclmente spurado, [Nem sempre é tio fcil como se verfica de vrias decisSes das Cortes europétas. O Tribunal de Grande Instancede Paris, julgando 26 HAROLDO VALLADAO, DIP, Png 72/2 Gig Gt pr on Be 3 ‘em 1970 umm acidente automobilisico ocorrido em Andorra, pe: ‘queno territério encravado na fronteira franco-espanhola, com, ‘uma popalagio de menos de der mil habitantes, decid que, tendo, a corte constando 2 inexisténcia de um direito especifico andor: Frno, que em materia de responsabilidad civil se inspira nos prin ‘ipios gerain do direito romano e do direto candnico, aplicaria a Jel francesa” ‘Outro case, muito interessante, dizi respeito a um liigio entre lum eidadio americano e um refugiado polonés com relagao a fatos ‘corridos em Eharbine, na Mandchiria, sob ocupaga militar 4 viética, no periodo que se seguiu ao desaparecimento do Estado {de Mandehucus, devido & partida dos japoneses e antes do estabe- lecimento da autoridade chinesa; 9 mesmo Tribunal francés con ‘lui pela imposibilidade de descobrira lei vigente naquele local, hhaquela época, aplicon direto frances.” 'No caso de uma empresa francesa que contratow um operitio inisno para tabalhar na Libia, onde sofreu acidente fatal, ni0 se conseguiu fizer prova do direto Ibio sobre indenizagio por Acidente de trabalho, pelo que a Corte de Apelacao de Parisjulgou, fem 1985, de aeordo com a lei francesa, como direito ubsidirio.® ‘NaAlemarha, vriosjulgados do Bundagerichshof—a Suprema Conte — decidram que na imposabiidade de determinar o teor dt Jel estrangeira, deve o judicirioalemao aplicar saa propria lei* ‘A moderna lei suiga é a melhor indieagao de que existe preo- cupagio sobre impossibilidade de descobrira lei estrangeira, haja vista que o artigo 16, em suaalinea segunda, dispoe que "a le sca Serd aplicada se for impossvel averiguar © conteddo do diveto estrangeiro™ ‘Novas tentativas tim sido envidadas no sentido da troca de Informagses leyislativas, senso no plano wniversal, 20 menos 0 plano regional ‘© Conselho da Europa aprovou em 1968" a Convengie Euro- péla de Infornacio sobre Lei Estrangeira, cobrindo as areas de Uireito cule comercial. Em 1978 aprovowse wm Protocolo Adicio wpa tm mo scien ifn ral Convengio que estendeu or objetivos da Convencio ae direito penal "A Conferéncia Interamericana Especializada sobre Direito Io ternacional Privado, realizada em Monteyidéu em 1979 (CIDIP 1), provos uma Convencio Interamerieana sobre Prova eInformacio {de Lei Estrangeira.* Ambas as ConvengSes garantem a cooperacio reciproca na obtengio de informacdes sobre as leis vigentes nos Dalseemembros. 'No plano do direito internacional devese, as vezes,recorrer 0 direto interno de determinado pais, como foi dito pela Corte Permanente de Justiga Internacional no caso dos Empréstimos Sérvios e Brasileiros, ¢ em tais hipsteses, acreseentow 0 Tribunal, a prova do direito interno & apresentada pelas partes ou € obtida por meios das pesquisas que a prdpria Corte considere necessrio, fempreender Costumes — © Cédigo de Processo Civil de 1959 dizpunha no artigo 261 que “oF usos costumes comercial estrangeiros provar ‘seo por ato auténtico devidamente legalizado do pais em que tenks originado” 'No Brasil, segundo o artigo 4* da Lei de Introd « costumes fazem parte do direto, els que suprem as Tei. O costume ter identico valor no plano do Direito Internacional Privado, desde que no direito estrangeiro aplcivel se Ihe atribua ‘© mesmo valor de fonte de direto. Conelutse que a prova dos isos © costumes comercinis de Estados estrangeiros se sulbnete aos mes- ‘mos meios de prova do direito extrangeira em geral.™ Inurprsao do Divito Etrangiro Aaplicagio do dizeito estrangeiro como lei nso eagota a temé tica, Hi que se examinar a natureza desta aplicagio © a interpre- ‘agio a ser dada lei estangeira aplicada no foro. Os internacionalisusitalianos entendem que, 30 aplicarse a lei estrangeira, ela € incorporada no direito do foro. Dividem-se fem dar eacolas ada respyda materiale 4d respedo format 5 Vat Oscak TENOW, ope pg 5/80 EL een, © sistema juridico italiano produz uma regra de direito interno | dete pee ncn tana pcs a oot nr exrnge Ine de dao tc emtenineno © ead poe eet desnatrar a vom aco Bet yer eran ve gga ata cnr por Rotaoneshaege 2 scr tt en Sees spb treaties eens rin See sere rep earners engese \ spain octane sarang ne Se ep Thndone caja oc ) scare inc capac dg eee ph ie por Ene bar oc acres aces cages eam caninum fence, pra per ean ap crow dn 20 desman pr ei ons See porno Meds paa and det peo aang {2 LEREROURS FIGEONNIERE, apoio pr LOUSSOUARN ROUREE, op Sepag 308 [SY ETIENNE BAKE “Principe de Det ntermasonal Pr” gh 29/4, Na Franca prevaleceu a segunda concepeo que levou & nogio —acima foalizada — da norma juridicaestrangeira como um fato, polsse nao ha incorporacio ne direito do foro, ea norma aplicivel € aquilo que é no sistema estrangeiro, no se trata de dreito, mas 4e fato, racioeinio que, em boa hora, fol suavizado. por Pierre Mayer, como jf apontado no info deste capitulo His, portanto, «és manciras de conceber a aplicagio da lei cestrangeira: 1. vecepgio material, que incorpora © nacionaliza a norma ‘strangeirs, a qual passa a ser parte integrante do direito do fore, sendo, pois, interpretada como se direito local fosse; 2, recepcio formal, pela qual, mesmo incorporandose no sistema juridico do foro, conserva o sentido que Ihe € dado pelo sistema juridico estrangeiro, havendo incarporacio mas non nalizagio; 5. aplicacio da norma juridica estrangeira sem qualqucr in orporacio ou integracio no regime juridieo do foro: a aplicacto € de uma lei estrangeira pura e sua interpretagio serd excluses. mente aqueta que Ihe € dada pelo sstema juridico estrangeivo. ‘A dlistineZo entre a segunda e a terccira excolas € aparcnte- ‘mente muito tnue, eis que, segundo ambas, a lei estrangeira deve gels no stems do fore manter 4 nuninterpretagio de acord com odio couangena como ocr 4 segunda esol Mais segur, portant erect ect mas oe 2 comeiéncla de que os rates dea deram de cosuiene a ovina extangire come fat. Sobre a interpretaio propramente dia da norma jurdea stranger, tno Snii do slo pasado tm mand oles die gue, ao aplcaro dro belg © baal ingles ee eee dere como se eavese"sentado" a Belge, lito nao con on stein btn de consderar all esters come one fato. a Ne Bélgea a Corte de Castigo decid que 0 apa ali Sancet deve acer iterpetago que Ie € dada peepupra ncn daguete pay meno cn we aan da pliant te Sisposivocomum ao Codigo Cal da Panga cao Codes Ca Belgica, e que tém sido interpretadosdiversamente pelos tribunais {os dois paises.” ‘A Corte Permanente de Justica Internacional declaron que, 20 aplicar lei esuangeira, devese atribuirthe a interpretacio que the @ dada pela jursprudéncia de seu pais. Doutra forma nao seria ‘do direto indicado.*° No Bras seguimos a repr do Gédgo Bustamante artigo 400.) G que determin: que, ao aplicar dircto estrangeica, deve-se atender ( taro seidoque seThe do pac de sua-orgem o que significa Fespetara inerpretacio doutrndria ejurlpradenciataue se prot (dare par ds qua ona sport ets asa ojuiatenderdaos fins soca que serge cs exigencis do ben ‘comum. Porno, na aplicaie da norma urideaestangeia deer ‘ss atender fila que ispiraram olegablr extrangeio. i medida em que ous deva jugar cone jupare arma jovisicto én qual eananaa norma apie cabernet conolar 2 consvacioratiade da fet esuangeia. Ecventalmente até ter ‘on decst ccmparaa coma de outs uibunais da era jure fico para ett de recur epee ‘Mas so, sera ir long derma cabe © recuro especial para ‘nifomizarajurisprodentia terior a apnea eh eae girs competente «na hipéiere de negara de incl da tl Scangeits spiel ean comando das reras de D- LP > CLUNET, 1961360, do HENKIN c ouvon op. oe, Vie FRANGOIS RIGAUX, “Dri Insermaional ine /Aic ERURER CRRA Tata 8s on ie Seige” page 250 mph ‘oleae do Dweto Exryngeiro pelo Jase Nasional” pH, i com nie {oped -Setem dar ob » cstactonaidade So diploma feitgels Conte Suprema Carte do pa teen Speman AR ae hes re See rede Se cae eerie Ao aplicar o direto estrangeiro convenciona, tanta mulilate- ral como bilateral, a interpretgio devers atender 8 intengio cor tum dos contratantes, 0 Aproximagio, ou ainda Substisicio, € a aplies odo direito estrangeiro alterado para adapta ie circunstancias Toca. Assim, quando 0 Brasil no admitia 0 divércio « o Japio 93 ‘onhecia ess forma de separacio, concedia-se em nossoe tribunals esquites de casas nipo-brasileiros, interpretando-e liberalmente © direito japonés, no sentido de que se admitia @ divércio, plus, coin mais razio, admitira o desquite, minus Este sistema e argumentacio ldgica também tern possiblitado 1 homologacio no Brasil pelo STF de divircios decretados no ‘exterior por autoridades extrajudicidras, com o rei da Dinamarca, © prefeito do Japio e outros. ‘Chama-se isto de igerpretacio construtiva,aproximacio excep ional, correspondéncia, equivalencia, representando a busca corte paratva de instinigdes semelhantes, equipardvess, para aprove mento de decises ocorridae no exterior e para possbilitar decises aserem aqui prolatadas, com fundamento ext le estrangeira.” Jrispradéncia Brasileira No Recurso Extraordindvio 93.131, Banco do Brasil S/A vs, Anténio Champalimaud, o Supremo Tribunal Federal, por saa 2° ‘Turma, em acdrdio da lavra do Ministro Moreira Alves", decid (que ati estrangeira,aplicada por foca de dspsitin de. I. P. brasileiro ~o antigo 9 da Lat de Inodupzo a0 Cétigo Civil — se epuipara 3 legistagdo federal pare to de admissbidade de urs exrardindria. como a Corte conciuin que a decisia da Tribunal de Justin ‘de Minas Gerais negara vigencin a diversos artigos do Gadigo Civil, portugués, conheceu do Reeurso Extraordinério, provendo-, tina Conte acomanhow o Mist Dcy Flea, que delaron gu 6 exo a Teleatangeira no ¢ pave de came merges ns plane consul ‘Soe Supra Sopa sqm aa meee PE om tre {2 Yae Hamid valiAbio. tp 0 Tratavase dev artigos 837,592 e 595 do Céuigo Civil portugues ue versam a dacio em pagamento es rubsrogagso de obriguesen, fm que o eminente Ministro Moreira Alves cuidou de interprecay (9s dispositios da lei portuguesa com fundamento na doutina ¢ ra jurisprudéncis deste pais, invocando a autoridade de Pires de Lima, Antunes Varell, Vaz Serra e Almeida Costa, bem como de Rui de Alarcacio e M. Henrique Mesquit,ilustres comentadores da lei portuguesa, Capitulo X AS REGRAS DE CONEXAO — LEI DETERMINADORA DO ESTATUTO PESSOAL As Regras de Conexto = Suatusum non ligat nis subdtos” — os extanatos (lls) +6 regem ‘08 siditos — prineipio derivado de glosas do infclo do séeulo XII, ‘fustrado pela famora hipstese de bolonhés de passagem em M6 dena, que nio devia ser julgado de acordo com as leis desta loca lidade, por nio ser eidadio da mesma. "Enea regrs negatva fot paulatinamente convertda em regra ppostya, no sentido de que as pestoassf0 regidas pelo direto do local de que sio widitor. No século XIV Bartolo consagroua na. dlistingdo entre as regras quod dispont circa personam das gras quod Alsponit circa rev, as primeirassio as normas juridicas que vsam 38 ‘pessoas, aplicando-sethes onde quer que se encontrem, com efeito ‘cas segunda sho regrasteritorias, els que 96 se plicam as colt stuadas no terrtéri de euja soberania emanam. ‘As ets de conexio slo as normas estatuidas pelo DLP, que indicam odireto aplicavel dr diversas stuagSesjuridicasconectadas ‘de um sistema legal. “O-primeito momento é a caracterizagio da questio juridica, ‘que pode vertar 0 estado ot a capacidade da pessoa, asituagio de tum bem, sm sto 08 fato juridico. 261 ii Cada wma detascatogorias tina sa sede jurdica, que dove ter lcalcadn,o estado « 8 capacklade da pessoa se localiza no pals de sa nacionalidade ou de seu domietio, cosa se localiza fo pais em que eater situada © 0 ato juridico no local onde tver \ Sg consxotdo on onde deva ser cummprido ‘Umma ver loalzada esta sede Juridica, encontrado extéo ee “nto de emexin indicandone em sequids a aplicagso do dircito gente neste local, o que conatials mre de tonedo do DIP. A | Coneeio vem a ser aligagio,o concato, entre wma toagso da vida \ anorma que va reget "Temos, pois, clauifcagio (ou qualifcagio), localinagio © de terminagao do dreto aplicivel Asien, no artigo 0 dx Lei de Introdusio ao Cédigo Chil baile ("Para qualiicar ereger at obrigacies, apicarse a leh do pas em que te consttuirem®), aclastifieagso € a constituicio de obrigacdes e especificamente a expécie dos contatos, wa loca: uacio €o pais enrque'a mesma se constiuiy eo direito determi nado € 0 deste pas (0 processo de locaizagio que leva ao elemento de conexio toma em consideragio um de ts diferentes aspectos: 0 sujeito, © objeto ou o ato juridico, mido dependenda da clasificacio que se ‘iver estabelecida iniclalmente ‘Quando se ata de decidir por quedireito ser regido oexatuto pessoal e a capacidade do sujelto a localizacio da sede da relagio Juridica se fara em funcio do ttlar da mesma— osujeito do dire No tratamento do estatuto real, ha de se lorairar a rede ‘dos atos juridicos, ua rede se define ou pelo local da constituigio da obrigaeto, ou pelo local da sa execu Tata clasificagso tripartite que vem das escolae estatutiris & ‘mantida até hoje pela doutrina frances, qc divide as regras ert tees categoria: 3) 0 extatuto pessoal regido pela lei nacional b) 0 ‘estatuto real regido pela lei da situacio dos bens; €) 08 fatos€atos Juridicos submetidos & lei do local de sua ocorréncia ou & leh ‘escothida pelas partes, escolha express ou tieita" 1 BATIFOL ¢ LAGARDE, “Droit Inieratonal Pi" tomo .a*278 290 28, [Na Europa recorrese Se vezes a0 “centro de gravidade” de ‘uma relagio juridiea, que representa o local com @ qual ela esté ‘ais intimantente ligada. Nos Estados Unidos o Restatement Se- cond exprime amesina idéia com a expressio a "mais significa relagio™ (mast significant relationship), regras esas que dio mais Tiberdade de escolha 20 aplicador da leh, ‘Ghassicamente as regras confituaisselimitavam a uma s6 co- nexio, jd modemamente temos as regras de conexdes tltiplas, fem que se indica sucesivamente os diversos pontos de contato da teria, determinando-e a aplicagao subsdldria das les vigentes ‘os sistemas juridicos correspondentes a estas variadas conexdet ‘A lei sulga de DLP. de 1987, visando minorar o sparente wecanicismo dat regras de conexao, dispse em seu artigo 15 que 0 diseito desigmdo pela lei do DLP. desars, exeepcionalmente, de ser apliado, quando, de acordo com o conjunto de crcanstin- ‘as, que manifesto que a causa tem uma ligagio muito frsea com teste direto, e que demonstre uma relagio muito mais forte coin ‘outro direto” ea manifestagio do principio do “centro de grave dade". Modernamente este ipo de Fessalva tem side denominado recap cause" “Harold Valladio* apresenta uma clasificagio objetiva dar regras de cones clasifiandas em reas, pestoais © insttucio- nals Ar resin siotodasaquelae que encerram uin elemento espacial Situagio da coisa, lngar do ato ou do fato, gar da origem ou do nascimento, do domietio ou da residéncia habitual; to pesoais pnacionalidade, va fur samguinis 2 religizo, «rags ribo, avontade SOUR Sinan maces International Piva, Héigao: Universria para ov wée primcres, © REVUE festa an i oases Each ines Pe cerecrs ure savant a ns “ar Samana mes er nen een yamine Seserts ars ce celoeme sre homers ere rend niie Srppt part aab ace cmene ‘express ou ticit, sie institucionais o pavilhio ou a matricula {do navio ou da aeronave e 0 fro. Algumas regras de conexéo Lex patrie— Lei da nacionalidade da pessoa fisca, pela qual se rege seu estatuto pessoal, sua eapacidlade, eegunde determinadas Tegislacoes, Lex domiiti —~ Lei do domietio que rege 0 ertatuto, a capaci- dade da pessoa fisica em legislagdex de outros pate, “Les loc actus — Lei do local da realizagio do ato jurico para reger sua substineia; Locus mgt actum — Lei do local da realizagio do ato juridico para reger sas formalidades; ‘Let lc contractus — A lei do local onde 0 contrato foi firmado para reger sua interpretagio e seu cumprimento; o, paraa mesma Finalidade, a Lex loci soluionls — A tei do local onde a obrigaeées, ou a ‘obrigagio principal do contrato, deve ser cumprida, ou tinda, ‘Les voluntatis— A lei do pais escolhida pelos contratantes; Les loc daiti — A el do lugar onde o ata ifeto foi cometido, ‘que rege a obrigagio de indentzar Lex ri sitar ou Lex situs — A coisa € regia pela lei do local em ‘que ext sitmada, _Mobtia sepcuntur personam — O bem mével & regido, segundo certs legislagdes, pela lei do local em que seu proprietéio est domiciliado;| Les loc eeleratonis — © easamento € regido, no que tange 8 suas formalidades, pela lei do local de sua celebracior "The proper aw ofthe contract — No satema do DLP. brtinico, {25 fee nia stemaJurteo com o qual a relago jurdea fem mais intima e real conexo; ‘Lex moneiae — A lel do pair em caja moeda a divida ou outra ‘obrigagio legal € express; Lex loi executionis — A lei da jursdigio em que se efetua a execusio forgada de uma obrigacio, via de segra se confundindo coma lex fore Les fri — A lei do foro no qual se trava a demanda judi Falase em lex causae, em sentido genérica, como referencia & Jei determinada por uma das varias regrae de conendo, geralmente fem contraposigao a lex fo. Existem ainda regrat de conexio que orientam o direto pro- cessual internacional ‘Forum sei stae— Competéneia do foro em que se situa a coisa; Forum obligations — Competéncia do fora do local em que a ‘obrigacdo deva ser cumprida, Forum deci — Competéncia do foro em que ocorreu o elit, ‘Um principio que tem aplicacio em certas reas do direto, principalmente em questoes de familia, de sucesso e de determi nnadas instituigées do direito comercial é oda fei mais faverdvel pelo {qual se procura aplcara lei mais protetora do incapaz, do herdeiro que garantaavalidade do negécio LEI DETERMINADORA DO ESTATUTO PESSOAL 7 (BD) (© estatuto pessoal lato sonrw engloba o estado da pessoa ¢ sua capacidade. O estado da pessoa, segundo autores francesey, € Aefinido como “o conjunto de atributos constiniivos de win inde viualidade juridia”. Into abrange todos or acontecimentosjuridi- ‘camente relevantes que marcam a vida de uma pesvoa, eomegando pelo nascimento e aquisicio da personalidade, questies atinentes 4 filiacio, legtima ou ilegitima, a0 nome, a0 relacionamento com (8 pals, 20 pitio poder, a0 catamento, aot deveres conjugals, 4 separagio, ao divéreio e i morte. Ea capacidade € a aptidio da pessoa individual de exercer os ireitos,partctlarmente of direitos primdos e contrairobrigaedes, © legislador civil brasileiro de 1916,n0 artigo 8 da Introducio 20 (Cédigo Civil, lou em “expacidade civil, direitos de familia, rela- ‘des pessoas dos einjuges eo regime de bens no easamento* ena Lei de Introdueio a0 Cédigo Civil de 1942, artigo 7, referiuse a “regras sobre o comego efi dla personalidade, © nome, a capaci dade e 05 direitos de familia’, tendo ambos dspoitivos sido inter pretados como exemplificativs, i. ndo exclusives de outros tens Sepiimo A Deh Intercom Ora po H Came odes 1 'SURVILLE © ARTHUYS, “Cours Elements Dr ternational Pri pol {que compiem o esatuto civ Sobre os direitos da personalidade, iret & vida, ao corpo, 4 Hberdade, 2 honra, a imagem, entende Valladio® que or mesmos dependem da lei brasileira, ie. dae for, rio se submetendo a le do estatuto pessoal.” Para reger este extatto pesoal hs de se recorrera um sistema Juridieo que € indicado pelo D.LP. de cada pais, e, em certos casos, Tambem pelo direito convencional. Os principas critérios para a Lseiplina juriea do exatuto pessoal to o da nacionalidade eo ‘do domicile da pessoa. “Antes, vejanios um outro sistema que adota o eritério da ter- ritorialidade, Teritritidads — Eo regime de Digeitn nternacional Privado que determina a plicagio irestrita da fe oes, let do foro, sem tomar em conside- ‘oie a nacionalidade ou 0 domicilio da pessoa. Vigeu no D.LP mexicano, determinado pelo artigo 12 do C6- ‘digo Chil de 1926, que entrow em vigor em 1982, © que asi tlispunha: “as leis tuenicanas, inclusive as referentes a0 estado e & ‘apacidade das pessoas se aplicam a todos habitantes da Repablica, Sejum nacionais ou estrangeiros, estejam domiciiados nela ou es: {jam ein trinsito". A reforma do Cadigo Ci (© do cédigo de Processo Ciul) de 1987 substitaia esta regra pela contida no novo artigo 13, alinen 2, que dispoe "o estado e a capacidade das pessoas fisies aio regidos pelo direto do local de seu domietio™ "A (ex)Unito Soviiea adotava o regime da terrtorialidade. “Na URSS aplicase estsitamente 0 principio da lersitoralidade, ou sejaaleisoviética tos estrangeiros, mesmo quando se tata de seu fstado e sa eapacidade"” ‘Stephen Sedary" tambéam ensina que a capacidade dos estran- igciros no territério da Unido Sovitia, bem como a dos cidadios + ymonoowmaniong ttt SRE noe amass meneame ase Si janee eae akmieeaana Soha WiSrernes seat "Bie 1 Ln in he Soci . ae an ee 08 soviticos no exterior, era rida de acordo com o direitosovietico, tdversamente doque acorri nos demas passes da Buropa Oriental fem que estes aspectos cram deaididos pela lei da nacionalidad.”” [A Russia promnulgou em 1964 wm novo Codigo Civil" no qual nada, ncontranios que indicarse qualquer alteragao no critéio exposto pelos autores aqui referidos.J& agora, com as alteracbes politics Preondmicas que vem ocoriendo na Ress © nos demais paises ‘que compunham a Unito Sovitica, comega a processarse uma ‘formulacio em seu diteito privado, que irdrepercutir no sistema de contlivo de eis. Chile, Colombia, Equador e Sio Sahador também adotam 0 principio da terstorialidade, como veremos mais adiante, Nacionalidade Os autores franceses" entendem que a regra que manda teger| fo extatuto pessoal pela lei da nacionalidade advem do Ancien Dri, {Que seguia a nowna de que oextatuto s6 rege os siditos. Observese {Que naqueles tempos or confltoseram esseneialmenteinterprovir Sais apliandose o regime do domiciio de origem (e nio a nogio fque se adota stualmente para © domitio) © que, raduzido para {Ermos atias signifies rege a pessoa pela lei de sa nacir ‘Enumeramse as vantagens de reger o estatuto pela lei da nacionalidade como sendo a5 seguintes: 1 Ale nacional mais adquada, eis que as legislacdes refletem ‘scones eas radigies nacional, ee maneira que € conveniente tanter as pessas sob a égide da lei de seu pats nacional, quando ‘vem allures, Fosrivelmente este argumento teria inspirado Ns Jeno na fixagio do evtério da nacionalidade no artigo 5°, a IL, de sew Cadgo. ‘6 grande defensor do principio da nacionalidade para reger| © esatuto pessoal foi Pasquale Mancini, que, em sua famosa aula Inaugural na Universidade de Turim nos anos 1851 © 1852, expos fa tese "Dalla nacional comma fundamento del dint delle gente”, Com a qual luteu pela unifieacio da Telia, 1 Yer tm ne ri den ura) onen URS MOUS [REGopE crm. Dei ARErURLGue DE RUSE (1964) eraducio por RENE. Mid IERRE MAYER, “Drat Ieternatona Foie" ig 988 ‘a penoa que emigra para outro ‘ide de sua terra de origem ese adapta ado pais que o acalhew, ‘Maso argumenta € acito na hipotese do francés que ve dom ho Iraque ou na China, pois ele ado se adapta aos costumes Tuculmanos ou ehincses, senda certo que sofrera se tiesse que Submeter sua vida a de soa famfia as leis daqueles paises. Dat © Gireto mglés, que determina a aplicagio da lei do domiciio, refer Seo domictig de origem, decorrendo desta sua conceituacio que ‘familia ingles, meno vivendo em cardter definitive na India ow ‘na Afvica, ndo abandonon efetivamente seu domictio de origem, pelo que continua regida pela" common lau’. Isto pode perdurar por eracoes de ingleses viendo ininterraptamente no exterior. 2. O argumento da atabilidads, els que a nacionalidade € um componente mais etivel do que o domiilio, que ve muda e roca Com muito mals facllidade e freqiénela do que a nacionalidade. Est garante uum direito permanente para 0 estatuto pessoal menos sujeito a eventuais mudangas que visem fraudar a lel '3 © argumento da cota, egundo 0 qual é mais fill deter- ‘minat a nacionalidade de uma pesioa do que seu domicfio, na Inedida em que este depende de um fator intencional, que pode se transformar em fonte de imprevisibilidade para ot terceiron ede ‘difeuldades para os tibunais Domictio (Os defensores do domicto como critériodeterminador da lel jue deve reger © esatuto pewoal enunclam as fuss Vntagens, Uesacandose cinco rasben = T.'Alei do domiciio crresponde ao interesse do imgrante, pois connece melhor leglagio do pas onde vive © wabalha do {jue ade sua patra no descja ser disriminado por leas regras {rica dentro da sociedade na qual se integrou 2: On increas dos trceiros que contrat ¢convlvem com o imigrante sao melhor atendidos splcandosedbe a Tei foal, els {Que a et da maclonaldade do estrangeio thes € desconecida, Podendo levsos a contratar com um incapaz sem dio se con. 1s Ania Juropradtcia france deci, Acne Lit que tn nionl (td are que se cocontatatecarangezo er ap, pert eh 8 208 3,0 intereste do Exalo € 0 de assimilar todos os estrangeiros {que vivem em seu meio em cariter Aefnitivo, ea aplcagio da lei Gomiciliar facilita sobremaneira esta adaptacio e integragio na ccltura, na mentalidade, enfim na vida do pats. “Como 0 estatuto pessoal abrange © direito de familia e considerando o mimero cada ver maior de casamentos entre pes- Soas de nacionalidades diversas, a submissio a0 direito da naciona- Tidade ocasiona conflitos de leis no seio da familia, com cénjuges regidos por kis diversas, © mesmo ocorrendo entre pais e filhos, mormente nos pales em que a nacionalidade origindria € deter- ‘minada pelo ius sls ja regencia do estatuto pessoal, e suas impli ‘agdes nas relagdes familiares, pela lei do domictio, simplifica Sobremancir as stuagdes juridicas que se formam no Ambito con- _ingal, paternal, Glial e parent 5, Considerando que a competéncia juriadicional évia de regea eterminada pelo dotnieli, conforme 0 adigio "actor spuiterfo- ‘um ve", a aplicacao do sistema juridico domiciiar proporciona a coincidéncia da competénciajurisdicional com a competéncia le Bal, ou seja, o ju julgard de acorda com sua prépria lei, sempre fala bem conhecida do que a lei extrangedra Tilorofieamente hi una razio de grande peso a favor da let domiciliae exposta por Werner Goldschmid™ para quem 2 nacio- nalidade como meio téenico de constitue @ populacto politica de tim Estado um conceit extranho 4 esfera do Direito Internacio- nal Privado, Efetivamente, di 0 mestre de Buenos Aires, 0 DLP. & © instrumento pelo qual a sociedade internacional defende sua lunidade contra o fracionamento que € amneagado pela multplic dade dor Estados, ¢ esta mulplicidade € edificada justamente Sobre o prinsipio da nacionalidade Por meio da nacionalidade, prossegue Goldschmidt, um Esta do determina sua populagio, conseryandoa, e, podendo, aumen- ta nc oe ele cocaine 18 Astrea, entre o uaa LEREBOURS PIGEONNIERE, sowentam se SASeta laren es te jer SS epee Daan RGR Siete "bewnernd occ EEERUSSEES ahttmctensetnion ee tandoa. Jé 0 ponte de conesio do DLP, 20 contri, tem por objeto colocar cada caso sob a égide do direito do pals ao qual pertence. Fortanto, a nacionalidade € antifuncional no Direito Internacional Privado, Este raciocinio decorre da filosofia savigniana do Direito In- ternacional Privado, erigida sobre a teoria da“ comunidad juridica entre as nagdes", que resultou na nogio da “sociedade internacio- pal", segundo a qual na relagdes internacional de earater privado eve'se olhar acima do divisor das nacionalidades © descortinar 0 ‘universalism imanente nas relagdes juridieas humanas que extra vasam of limites do terrtério de um pas ‘Antes que sealeance o universalitmo no plano politica, haver- se4 de consolidislo no plano econdmico,« itt +6 seré possivel se «plano juriicoprepararo camino pela superasio dos acon: © pprinespio da terrtorialidade, que manda apliea ‘mente ales for inclusive para os estrangeiros cle passagem pelo pais, representa odesprezoaquase oitocentos nas de exolugao do Dirt Internacional Privado, que nos ensina que a Justia de cada pais ha de reconhecer, conhecer eaplicar norma uriicasesrangeiras quando 8 ‘pessoa, a coi 10 to juridi tverem malorligagio com a direito ‘ctrangeiro do que com 0 sistema juridie do fore, "Jano outro extrem, o principio da nacionalidade, que detes- sina invarivel aplicagio da lei ptt ts pessons, mesmo quando omictiadas e integradas em outra sociedade, representa aman tencio da filosofia da época dos brbaros (la rae dmigry, a ltla suit, contestando o conceito que toda relacio humana deve ser Submetida ao sistema juridico que Ihe é mais préximo e adequado, ‘eque a sociedade internacional requer que os principios de juries Se sobreponham aos eventuaisintereses nacionats ma media em ‘que as relacdes humanas se internacionalizam e se universaliztn, AAs duas teorias opostas — terrtorialidae e nacionalidade — indo mais se coadunam com as realidades da hodierna vida inter ‘nacional. O prineipio domielliar € © meiotermo mais adequado as exigencias do coméco sntemaciona, na sia acepea mals ampla que abrange todas ar relagbes humans exirterritoriais, ‘Diz José Joaquim Caicedo Caillat tenia det domi cobra cada dia mayor ura tanto en Amica como on Europa. Es sin dda, ta 14 JOSE JOAQUIN CAICEDO CASTILA “Lae locrina del porvens de um porvenrinmetiatoy ensamos que no pasar ‘ruches eis sin gut la wnidad juriica del contnente americana se rai (on tomo de ta dorina” Concrituagio do Dymictio — Apresentase questio assa7 complexa ‘quando surge disida tobre o domicilio da pessoa. Qual a concei- ftacio que deveri ser seguida para localizlo? Vejase a divergéncia reinante na conceituagio do domicitio: na Franga, dspe artigo 102 da Codigo Civil que « domieilio de todo francés, quanto a0 exercicio dor diceitos evs, €o lugar em {que ele tem seu frincipal extabelecimento, Critério seguide pelo Gésdigo Civil chileno, artigo 27 (“EI domicio de wna persona se hall en el lugar donde tee siento principal de sus nec ¢ interes). Na Inglaterra a peso € considerada domiciiada no pais em {que tem sua residéneia permanente (permanent home). Esta diver- {éncia pode acarretarconflito positivo — quando ambas legislagSes ‘onsiderarem a mesma pessoa domiciliada em seu territorio —e conflito negative — quando ambas a considerarein domiciliada no outro pais— fenémeno do adémida, pessoa sem domiciio. ‘Anowa leiguic: de D.LP, arigo30, conceituae domicile da pesioa fica *no Estado em que reside com intengio de al permanecer” ‘0 Géddigo Givi argentino, artigo 89, define o domiciio como © lugar onde a pesioa tem estabelecda a sede principal de sua residencia e de Seus negécios (se nio coincidiem, prevalece o ‘esuabelecimento da familia, ex vi art 4, que reza "si wna persona lene estaieida su jamin em wn Igor sus negocios en ote el primero 5 el lugar desu domi"), enquanto que 0 Cdigo Civil brasileiro i preferéncia A residéneta com Snimo definitive (art. 31). Dir-sed que sea pestoa tem seu extatto regio pela lel do seu domictlio, eabers a esa lek conceituar o domicilio, Mas isto repre sentaria uma petigio de principio, poste a divin reside justamen- te-em descobrir o domietlio da pessoa, nuina hipotese em que, de ‘de Derecho Tnternacinal Organizado por et Comité Juridica lnterameric, J 'bicey ana Monn, Me Cots of Lane, regan 3. Sobre aco ‘conceit domicilar impés €« projetada ciminacBo do dons of rin, sea 12 ‘Site devs ob vot pg 1a tee 18 Vie wn ore NORATIA vine WaT REVUE 1068/303. scond com frets conics a pesos poder er domi TereeC i sauce pay, Rearemoe scm saber qual mae pessoal te foro, am et que nos poss ajar Ui erelo viioso ‘Duane da diergemein canceital das legiagdesentouse fr snus convenctonat © Tratadode Direit Gi aprovado et Mon {Eade cm 1899 alspoe em se artigo 5 que let do logo em que ‘epesearTesge determina av condigiesExigidas para que a esr dice se consi em domietio, 9 que fo modifeado no Tatado Sprowedo em 1010, no qual se cogs readneia habitual ¢ Sinn dE'neln permanecer ena fata dee clemento a residénen da {hn obo luge do centro principal de seus negéeios, 0, na lta de todos exes a simples readéncia. ‘Codigo Businmance artigo 32 enabelece que “o conceit, aquisition perda © reaquiiono do domicto gral © especial dat ‘ato talus ou jurden eperses pea tel testo, deven [ose sentar também para o argo 25 as questGes sobre a mi dea de domo das pesoes nasa o juries trdo reso thar de condo com ai Go buna cent for de un dos Exados ‘hterendos, cs senio, pla do fuga em qu se pretenda trade Fido atime domi Tid perfesdade na dovtrina sobre ainterpretagio do artigo 22 do Chaige Bustamante. OvearTendrio™ considera a formula ihr, pore ne ata caera “Nao abesnon, por el, € et flo Tugar onde a peswn se encontrs, oa 8 le do higer onde se Controvere™ Gs ke fo Vicor N Romero del Prado também reelaoseguranc > brea cones interpretagio ase daa a0 argo 22, dnendo que Spuece™ que o Codigo segunu a slugio da le for "if Frederico Duseher Bigg” 20 ansisar ox argos 22 25, pent que Codigo Bustamante “gue corto modo ol stem de toi THaroldo Valo" interpreta oartgo 22 como referindo& expo" 2 scan TENOR, te enw 0 Cig Cit Bs 8. do", page 7445, " raBeRICO DUNCHER BIGCS, “Derecho Interconal rbd pi, 270 5 tenn tne qe 8 so de Cio, BUSTAMANTE Y SRVEN Poderia parecer que sendo 0 artigo 25 caro sobre a compe- téncia da lel Go tribunal — lx fori — que 0 artigo 22, a0 referee {ile territoria, quis designara ler causa, ou seja, lei do domiciio,, i... lei do pals onde se pretende que a pessoa esteja domiciiada, rat isto nos fri ear na peticao de principio aque aeima aludimos. Haroldo Vlado sustenta que o donniclio deve ser qualifcado pela lei interessds, a lei invocada, ou seja, @ ler eawiag a que Senomina de “sistema juridico territorial de cio domiclio se tata", sendo o domietlio brasileiro fixado pela lei brasileira © 0 domicilio Tors do Brasil pea lei estrangeira de sua constiuiglo ‘Assim, em seu. Projeto de Lei Geral prope que “a constituigio de ‘um domicilio no Brasil serd regido exclusivamente segundo a le brasileira.” ¢ "o domiciio fora do Brasil depende da lel eatran _geira de sua constiticao. ‘Nao nos parece sausfatsria esta solucio, Vejase a hipétese de alguém que te encontra fora do Brasil, em condicées que a lei ‘strangeira considers-o domiciliado em seu territério, enquanto que o direito brasleiro, segundo sua conceinuacio de domiclio, cons Alero domiciado no Brasil’ Quem, por exemplo, iver sua resdén- ‘a com anime definitivo no Brasil sera considerado domicilido no Brasil egunde o artigo 31 do nosso Cdigo Civil, enquanto que se 8 rchna pesos Grer teu principal negocio a Veriewiela sevd coast dlerada domicliada naquele pais, segundo 0 artigo 27 do Cdigo CGonlveneruelan (El domi de una perona della eal lugar donde eno asinto principal de sus negocios enters") ‘Assim, preferimos a posi de Oscar Tendrio™ de que alex for € a competente para determinar qual a lei conceituadora do domi tllio. Diz o ikstre mestre: "no podemos admitr que a Lei de Inuoducio, a> determinar que a capacidade da pessoa se rege pelo domiclio, oconceito do domiclioejao da lei estrangeira, Toda vez, pols, que a Lai de Inuodugio se refere a domiclio, 0 conceito € Fornecido pelodireito braieiro"-Este* toda vex” deveserentendido sib einet et t ed ni at pee Se ee eee pein Tatas Mh Pe ees emcee como sempre que a Lei de Introduio se drigir 20 julgador brasil ‘ro, por se tntar de matéria submetida a competénca jurisdicons {de nosso judicsrio, 0 domiciio referdo pela let introdutsria sera ‘entendido conforme conceituado por nosia lel. O francés residente na Inglaterra, com seu principal negocio na Franga, que €conside- ‘do domiciiado na Inglaterra pela ei deste pats (onde mantém seu tom) considerado comieiiado na Franga pela lei francesa, sera tido no foro brasileiro como domiciiado na Inglaterra, na confor- ‘midade de nossa eonceituacio domiciia ‘Ontra divergéncia entre autores brasleios € quanto a dispa- ridade ou identidade da conceituacio do domiefio em matéria de digeito interna e de direto internacional privado. Oscar Tendrio®™ fustenta que 0 conceito do domiciio € um 26 em cada pais, mio ‘havendo domictlio para efeitos relativos ao direito interno e dom- éflio de interesse para 6 Direlto Internacional Privado, Pode haver, tie Tenério, duas operacées do mesmo processo de determinacao ‘lo domiciio: extabelecido que a pestoa tem domiciio em deter- ‘minado pai, cumpre saber a seyuir,easo haja necessidade, em que Tugar do pais a penoa tem seu domietlio. ‘Serpa Lopes® distingue domietio interno “euja nogio e efeitos rio se referem senio aos nacionais, como o domiefio eleitoral, ou aos estrangeiros pars efeitos de naturalizagso ot pagamento de impostor” © 0 domiciio internacional, “o domiclio em sentido téenico, do ponte de vista do confito de leis. Haroldo Valladio também advoga conceinuagdes diversas do domiciio para efeitos internos e para efeitos de Direito Interna- ‘ional Privado, como te vé nos parigrafos do artigo 19 de se Anteprojeto, cujo caput jé acima transcrevemos, O § 1° propor “Considerase domiciiado no territério brasileiro quem nele se fixar com a intencio de permanecer em definitiv, © qual re pre sume se residir por mais de cinco anos, salvo se for estrangeiro a servigo do governo do seu pais."™ Naturalmente que, segundo qualquer teoria, poderio surgir contitos positives e negatives de domictlio, Uma hipétese €a do 1 OSCAR TENORIO, DIP, 1 pg. 2 SPA LOPS cn aa Po da ened iy 50 Vide HAKOLDO VALLADAO, opi, pgs 886, 40, 341 «3, Brasil considers: & pestoa domicilinds em seu terrtério © outra Tegislagao consideréla domiciliada em seu teritrio; outra €ambos ‘considerarem que a pessoa ni exté domicliada em seus eritdros, f terceira hipotese se di na divergéncia entre duas outras leis, fstranhas 20 fore, em que ambas consideram a pessoa domicliada fou nio domicilada em seus territérios, Na primeira € na terceira hipoteses prevalecerd a conceitaagao da le or, e na segunda potece ha de ve secorver a fatores subsidiros, que iremos estadar Inaisadiante ‘© problems criado pela diversdade de conceituagdes do do- imictio foi objewa de una Resolugso do Comité de Ministros do Gonsetho da Europa, de 18 de janeiro de 1972, entre cujos consi ‘derandos se diz que como a eficicia de toda obra de unificacio de “dieitos nacionas depende grandemente da unificacio dos concei- tor fundamentais destes direitos, €"altamente desejavel proceder 2 uma unificagio progressva dos conceitosjuridicos de ‘domiciio" f ‘residéncia™ ‘A proposta conceituacio do Consetho da Europa diz que *o conceito do domicilio implica um lago juridico entre uma pessoa ‘Cum pais. que resultado fato que esta pessoa estabelece ou mantém Noluntariamente sua vesidéncia Unica ow prinepal neste pals com 2 intencio de alifazer emanter o centro de seustnteresies pessoas, Sociais e econdmicos. Esta intengao pode er deduzida da duracio dda residencia bem como da existéncia de outros lagos de natureza pessoal ou profrsional entre esa pessoa e o pais.” "ho referirs: tanto a "residencia” como a0 “centro de iateres- ses econbmicor’ ¢ “Iago de natureza profsional”, a proposta pode agradar tanto franceses como ingleses, pois no se decidin Entre 0 “home” dos ingleses ou “o principal esabelecimento™ dos Tranceses Em 1979, m 9% Conferéncia Interamericana Fspecializada so- bre Direito Internacional Privado (CIDIP 1), realizada em Monte vidéu, foi aprovada uma Convencio sobre Domiciio de Pessoas [Naturais em Direito Internacional Pritado para estabelecer “as fegras uniformes que regem o domicflo de pessoas naturals em tireto internacional privado", ejo artigo T®dispde que o domick Tio das pessoas naturas sera determinado pelas eveunstincas que ‘specifica na ordem seguinte: sua residéncia habitual; o local de Seu principal negéeio; lugar da simples residéncia; lugar onde a pessoa se encontrar»® LegilaiesInternas em Mosiia de Etatuto Pessoal ‘Vimos que alguns paises adotam o critério da territoriaidade, Julgandlo sempre de acordo com sua prépria lei, 0 que representa, ‘comme jé dito, uma negacio do Dizeito Internacional Privad ‘A maioria das legislagdes internas opta entre os critérios do domiciio ¢ da nacionalidade, havendo um pequeno niimero de ‘pases que tem umn regime hibride: lei nacional para seus cidadios ¢ lei domiciiar para os estrangeiros residentes em seu territéro." ‘Dor c6digos modernos, © napoleSnico liderou 0 grupo de paises que adota o ertério da nacionalidade. No artigo, II, dispe que "as eis relaiasao estado eA eapacidade das pessoas regem os franceses mesmo quando sesidentesem pais estrangeiro" Est norma, redigida de forma unilateral, pois 56 versa a stuacio do frances no exterior, fos bilnteralizada pela jurisprudéncia que interpretowa como signicando que "0 estado ea capacidade das pessoas sio regis por sua lei nacional”. ‘Aos poicos a Franca vai restringindo o principio da naciona- lidade: primeiramente doutrina e jurisprudéncia reconheceram ‘que 9 principio no pode se aplicar os apatridas, por nao texem Tei nacional, nem aos refugiados, eis que desvinculados de qualquer ligacio com a sua patria, ‘Seguiramse alteragbes no direito de fami inwodusin regras deter hi uma lei de 1972 nando a aplicagio da lei da residéncia ual em matéria de filaeio © uma lei de 197 introduaiu umn ‘Beatin © domichio uoplonane consti comatonsto ne exer be sin 6 dis psn encomtram cm mudo cents ow artes fora de sek Cows ome 08 rg. 7 cee mente cn 18 i 09 0 novo artigo no Césdigo CiviP*, que regula contflito de leis relativo, to divoreio e Aseparacio de corpos, estabelecendo que estes int tos sho regidos pela lei francesa quando ambos 0s cBnjuges si0 Franceses, o qianido sio domiciiados na Francs, ouainda quando rnenhuans lei extrangeira se considere aplicivel os tribunais fran- exes sejam competentes para conbecer a causa, “Apes esta reform, tim casal de expanhéis domiciliados na ranga, que, pelo regime napolednico, nao poderia ter seu divércio, deeretado em corte frances, poders agora obtéo, pois passowse ‘da competénicia da lei nacional para a lei do domictlic 'Na Alemanha, a Introducio a0 Cédigo Civil (EGBGB) dispoe fem seu artigo 7 que a capacidade de uma pesioa ¢ regulada pela Tei do Estado de sua nacionalidade™ 'Na Itilia, a “Disposicdes sobre as Leis em Geral” de 1942 tambéin adotiram o principio da lei da nacionalidade, artigo 17 “Qrentado ea sapacidade das pestoas e as relagdes de familia sio regulados pels leis do Estado a que elas pertencem”, principio Imantido em vias regras da nova le italiana de 1998 sobre‘ direito internacional prvado. ‘© meso ertério € seguido pelo Cédigo Civil portugués, ar- ‘igo 51, "a Ici pesoal &a da nacionalidade dos individuos" [Na Austria a Lei 304, de 1978, que estabeleceu novas regras de Direito Intemnactonal Privado, em substituigio 208 dispositivos ‘cntidos no Cédigo Civil de 1810, firmou em seu artigo 9 0 principio da micionalidade, prevendo a lei da residéncia habitual pata os apdtrias e para os refugiados a lei do domiciio, ou, em falando, a lel da residéncia habitval "A nova lei de D:LP. na Suiga, de 1987, manteve em sew artigo 35 0 ertério domlciliar extabclecido na antiga lei, de 1891, ‘lei da nacionalidade rege o «stato pessoal na Espanha, como determina o Cédigo Civil expanhol de 1888, artigo 9, red tid de forms unilateral “Las leyes relatias alos derechos y de- eres de familia, o al estado, condicidn y eapacidad legal de las personas obligan a los espafoles, aun que residan en pais extram 10 Vide FERRER CORREIA, “Lice de Ds ncaa ae {ero", inspirado no Gédigo de Napoleio e bilatealizado pelo De ‘retolei de 31 de maio de 1974, artigo 02, § "A lel pessoal das [pessoas fisicas €aquela que € determinada por sa nacionalidade” ‘A lei nacional também rege a "capacidade juridica da pessoa fini" na Grécia, conforme artigo 5* do Cédigo Civil de 1940, [Na Tehecosloviquia « Lei de 4 de dezembro de 1963, artigo 3, na Poldnia a Lei de 12 de novembro de 1965, artigo 9, © 0 Decretoletn® 13, de 31 de maio de 1979, da Hungria, artigo 1, determinam a aplieagio da lei da naclonalidade. ‘A Suécia ea Finlindia adotam um sstema mist, pelo qual o5| ‘escandinavos so regidos pela lei de seu domiclio, por serem paises ‘préximos, com sistemas juridicos afins aplicando a lel da naciona- lidage para as pessoas de outros paises" 'Na América Latina vamos encontrar algumas legislagSes com regime hibrido, combinando o critério da nadionalidade para seus inacionais no exterior com o ertério da domiclio (ou da resdéncia (08 do territério) para of estrangeiros em seu territrio. (© Gaeigo Civil do Chile, de 1855, dispée em sew artigo 14 que ‘lei € obrigatéria para todos os habitantes da Republic, inclusive tt estrangelron.” Frederico Duncker Biggs” diz que “de acuerdo con ste sistema, la ley chilena obliga todas las peronas que habitan en ek teritorio dela Replica, ean nacionales 0 exanjeas, domicladas ¢ ‘ransents, desde triple puto de vista desu pena, sus bieesstuades en Chile y sus acoso contatosgjecutadas 0 cdlerados dentro dela Repi- bic, © que coloca 0 sistema chileno ao lado do anterior regime mexicano, da terrtoralidade, ‘Jioscidadios chilenos continuam regidos pela lei chilena para seu exudo e capacidade, mermo quando residentes ou domiciia- dos no exterior, tempre que se tratar de atos que tenham de ter efeitos no Chile e umber nas relagdes de direito de fazniia, tepecificamente aquelae relacionadas entre os cOnjuges e entre parentes chilenos Dee e eee enn eee eet Seer ge sn Sao ene erase Sati cmeceereee are os © Cédigo Civil colombiano de 1873, por zeus artigos 18 (con- Jugado com o antigo 57 do Cédigo Politico e Municipal) ¢19, segue o crtério do Cédigo dhileno. ‘Alvaro Lecompte Luna” diz que o sistema adotado pela lei colombiana € o da ~territorialidade absoluta” porque rege todo fs habtantes, inclusive os estrangeiros, sejam domiciliados na Co- Tombia ou “trameuntes”. Marco Gerardo Monroy Cabra® também ‘ensina que o dteto colombiano adota a aplicacio da lei territorial, Equador e El Sahador, por terem seguido o Cédigo chileno, seguem a mesma orientagio terrtorialista para os estrangeiros € Teta pacionalilade para seus cidadios. 'No Unugusi o Cédigo Civil de 1868 continha as mesmas dis. posigdes dos C&ligo chileno e colombiano nos artigos $*e 4, mas textes foram altrados pela Lei 10.084, de 1941, que aditou 20 digo, entre outros, 0 artigo 2.208, que Sxa o'domicilo como regulador do entado ¢ da eapacidade das pessoas." (© Gédigo Civil da Argentina consagra nos artigos 6 © 7" 0 principio da let domiallia. ‘0 artigo 5*do antigo Cédigo Civil peruano optara pela lei do domieflio para reger 0 estado, a capacidade eos diteitos de familia, ‘exclufdos of peruanos que contiuarlam sempre sob a égide de fa le nacional, regime este severamente critieado por Luiz Alva rrido, citado por Gallardo" segundo o qual "um cédigo perde seu ‘valor doutringrco se nlo se pronuncia por um dos prineipios que servem de base nesta materia sja em favor da nacionalidade, seja fem favor do domicfio", e segundo Bustamante y Rivero, também Tembrado por Gallardo, 0 Cédigo Civil peruano exprime um ab- ssurdo chocanteao estabelecer duas regras diferentes, aplicével uma para os extrangeirot e outra para os peruanos (© novo Cédigo Civil peruano, de 1984, artigo 2.070, dispOs sobre a aplicagio generalizada da lei do domiciio para reger 0 tntado e 2 capacidade da pessoa fisica, 1 ALVARO LECOMPTE LUNA, “Eaquema de Derecho Tnterncionsl Piao", ig 58 Bhaiico cegnpo MoNROY CABRA, “Toa de Dee Ieraona {Astin & Cig Chil co em harmona com ot Taos de Diet Cini de IERICARDO CALLARDO, “Solution de Confit de Lols dans tes Fae de Tamsique Land yap ae © Céaigo Civil venezuelano em seu artigo 9° dspie que “las Lees cocermentes al estado 9 enpacidad de las fersonas ebligan a los eneolans, aunque idan tengan su damicio em pais extranjes; 6 ‘artigo 8 diz que “lx aulonidad de la lyse extiende a tadas las psanas Inaciomale 0 extranjeras qu se encusntven en la Replica", o que dia Impressio de pretender aplicar a ei local a todos, mesmo que nio omictiados, mas apenas de passagem pelo pais; € bem verdade {que este dispostivo nao se refere expressamente a0 estatuto pes soal, podendo-e entendé-lo.como norma geralrelativa 4 lis i perativas, de aplicacio generalizada.® "Nos Estados Unidos o domicilio € 0 critério preferido. Diz 0 ‘comentario ®ra n* 11 do Resatomant of the Law Second que “wana pessoa pode ir a diferentes Estados em sua vida. E dese}vel que ‘certos de seus interesses juridicos sejam sempre regidos por uina lei Por esta razio, cada sistema juridico avibui a toda pessoa uma “Tei pessoal’, que a acompanka em suas viagens e determina alguns de seus mais importantes interestesjuridicos. Nos paitesangloame- Ficanos, esta € a lei do domicfio da pessoa..” Dicey" diz o mesino em poucas palavras: "0 status de uma pessoa depende inteiamente da lei de eu domicitio.” ‘Mudanca de Estatuto Pasoal — Confltos Méveis ‘Se uma pessoa muda de domiciio ow de nacionalidade, como into afetaré sa capacidade? Imaginemos um francés de 18 anos, que apésatingiea maioridade estabelece eu domiciio em pais que segue o principio domiciliar, o Brasil, por exemplo, cua legisagio 56 veconece a plena capacidade aos21 anos de idade, Como serd considerado? Capaz ou felativamente incapaz? {8 FERRERCORRELA op i. pg. 268, ouiparn a Vinenila ao Fer come endo en sinc nt hn cone care san open Soe ne ur ntsc q's Pu colon SE DICEY snd MORRIS op cit pg 26. ria legisagdes previram este problema. O artigo 74da Lei de Introducio 0 Cédigo Chit alemao dispde igs Cl pornogues enbelece a mesma regra no artigo 29, a0 dispor que "a mudanca da lei pessoal ndo prejudica a ‘maioridade adquirida segundo a lei pessoal anterior e 0 novo c6digo peruano, artigo 2.070, ainea 2, dispde que a mudanga de omiciio no modifica o estado e mio restringe a capacidade Adquirida em virtude da lel domicile anterior. (© Tiatado de Montevidén de 1940, que adota o reg Alomieti, ressva em seu artigo 2" que a mudana de dom: “= Fodeve dar stuagiolnversa, quando osujito de uma relacéo Juridica € incapaz segundo sua lei pestoal, em seguida adquire ‘outa nacionalidade ou muda seu domicilio © sua nova lel pessoal considers-o capaz. Poders pleitear a nulidade de ato pratieado anteriormente com base na lei contemporanea ao mesma? On Agora, esando submetido a outra lei, qualquer pretensio relativa ‘tos anteriores regersest pela lei atual? ‘Questio interessante foi diseutida nos tribunis franceses, emt ‘um dos mais Famosos casos da jurisprudéncia de Direito Interna ional Privado. Maria Cristina de Borbon, com 18 anos de idade, {envio espanhol, assinou em 1951 um contrato de casamento com Antenor Patine, boliviano, adotando a jovem, por forea do casa- ‘mento, a naciosalidade boliviana. Em 1985 a Sra, Patino ingress fem corte francesa, peiteando a declaragio da mulidade do contra ‘o, com fundanento na sia menoridade a época, agdo esta que Segundo ale espanhola 6 prescreve em 30 ans, Patio defendew se, sustentando que pels lei bolviana tratavese de nulidade relat va, eyja aedo prescreve em 10 anos, ‘A qual das duas leis se refere o artigo 8, alinea IH, do Cédigo Givi francés? Alei da nacionalidade no momento da assinatra do contrato — lei espanhola, nulidade abuoluts, 6 preseritivel em 80 anos — ou 4 Id da nacionalidade a época em que se pretende a ecreacio da nulidade —lei bolvians, nulidade relativ,jé pres ceria a acao? [A Corte de Cassagio Francesa decid que as regrasreferentes A habitiiagio de menor de idade para firmar um contrato matt to ‘monial constituem modalidade de sua incapacidade geral de com tratar,regidas, para sua protecio, por sua lei pessoal & data do sta a solucio correta, proclama Prancois Rigaux,* pois a validade de tum ato juritico € determinado de acordo tino resicemte em Lisboa), a regra a observar seré a da aplicagio fda Ici do domicilio, A solugio nfo deriva aqui da vontade de ‘competéncia da propria lex damicl: De onde ela decorre € antes fo preceto dalet nacional. Aqui a competéneia da ler domicilinio uma competéncla erigindri, pripria—- € uma competéncia der- ada, uma competéncia de 2 grat, uma competéncia delgoda” ‘sclarece o exninente mestre de Coimbra’ que no regime das CConvengies i Hala a let da nacionalidade € hierarquicamente superior lei do domictio, eabendorhe lugar preponderant, sen {doa lei competent, mas podendo delegas para alei de domictio, 2 FERRER CORREIA, 0. pi. 50/581 por tera lei da nacionalidade uma competéncia plens, competés- a a um tempo instrumental ¢ material, enquaiio que a compe: {Gncia da lei do domietio € sempre apenas material, #9 podendo Aesignare a si mesma sta Conveneio versa, generalizadamente, 0 conflito de 2 igrau, negativo, em que divergem as regras de DLP. de doissistemas legais, ambos de alguma forma conectados com a stuagio ou a relacio jurdica, um fixando para o estatuto pessoal ex capacidade a regra da nacionalidade e o outro a do domico. ‘Divers stwacio quando uma Conveneio de DLP. fixa uma regra de conexio para matéria especifics, como se pode verficar ‘em viris convenedes aprovadas pela Conferéncia de D.LP- da Hala, fem que o legisiador internacional cuidow de se referral intarna {a sistema juridico como aplicvel. Vejamese ae seguintes conven ‘Bes: 1. Convencio Concernente a Competéncia das Autoridades © Lei Aplicivel em Matéria de Proterio de Menores, de 8 de ‘outubro de 196i, artigo 2: “as autoridades competentes na com formidade do artigo I* toma as medidas previstas por sua la intema’; 2. Convengio Concernente 4 Competéncia das Autorida ‘des, a Lei Aplicivel e 9 Reconhecimento de Decides em Materia ‘de Adocio, de 15 de novembro de 1965, artigo #: "as autoridades ‘eferidas no artigo 3%, ainea I" (do pais da residéncia habitual do adotante ov adotantes)aplicam, sob reserva do artigo 5°, alinea 1 ta li intoma as condigdes da adogio” e no artigo 7 se prevé que ® adogio pode ser anulada, aplicandose a li sneme da autoridade 1971, artigo 5°: “A lel aplicivel € linterna do Estado sobre exjo tervtério 0 acidente ocorreu"; 4. Convengio sobre a Lei Aplicivel nna Responsabilidade pela Fabricacio de Produtos, de 2 de outubro ‘de 1973, artigo 4: "A lei aplicivel € a lai inema do Estado sobre ‘xjo tertério 0 fato danoso se produzin.” 5. Convencao sobre a Lei Aplicivel&s Obrigagdes Alimenticias de 2 de outubro de 1973, artigo 4: “let intema da residéncia habitual do eredor dos alimentos rege as obrigagdes alimenticias referias no artigo I"; 6. Conver tio sobre a Lei Aplesvel aos Regimes Matrioniss, artigo "0. Fegime matrimonial €submetido a le noma designada pelos nv bbentes antes do casamento”, e artigo 4° para hipotese de nko ter havido designagio de lei aplicivel,seré Competente "a linterna 4o Estado sobre cajo territério eles esabelecem sua primeira resi ‘nia habia apés 0 casamento"; 7. Convengio sobre a Let Apliesvelaos Centratos de Intermedidriosea Representac30, artigo. BY "A let inlerea eacolhida pelas partes rege a relacio de repre- sentagio entre orepresentado e o ntermedirio” e no tendo sido ‘ecolhida dispds 0 artigo 6%, aplcarsed “a la intema do Estado no ‘qual o intermediério nha seu extabelecimento profisional 04, na {alla deste, sua residéncia habitual no momento da formagio da representagio" 8. A Convencio sobre Lei Aplicivel as Vendas de Carter Internacional de Objetos Méveis Corpéreos de 15 de junho {de 1955 dispde em seu artigo 2 “A venda ¢ regida pela ll numa flo pais designado pelas partes contratantes; © no artigo 3% "Na falta de lei decarada aplicavel pela partes..a vend € regida pela 1a intema do pais em que © vendedor tem sua residéncia habitual no momento em que recebe 9 pedido; seo pedido € recebido por ‘um estabelecimento do vendedor, a venda € regida pela le intema ‘do pasem ques situa este estabclecimento,” Naralineasseguintes ' Convengio determina a aplicagio da lit interna do pats em que © compratior tem roa residéncia habitual ow no qual possul seu fstabelecimento, ou ainda pela ti interna do pats em que se Tocaliza a holsa quando se trata de venda dependente de mercar do bursitico. ‘A Gonveneio da Comunidade Econémica Buropéia sobre a Lei Aplicivel 3: ObrigagSes Contratuais, aprovada em Roma a 19 ‘de jnho de 1980, que determina a aplicagio da lei do pais com o ‘qual o contratetenh mals intima conexao, dispoe em seu artigo T5 que: "A aplagio da let de qualquer pais expecificado por esta Convengio sigaiica a apicagio das regras de dreto vigentesna- ‘quele pais, exelidas suas regras de dreito internacional prado. Na reuniie anual do "Comité francais de droit international privé", realiada ein 1080, Jacques Foyer fer uma exposicio que fntalow Rapuinn pour le renooh em que sustenta que 0 reenvio parece bem doente. Um dos principais elementos para este diag- /éstco é justamente a posiedo das Convencées da Hala e da Con tengio da Comunidade Econémiea Européin, todas xe Hxando na Ua intra do pais indicado, excludas as sas regras de D.LP. ‘Parece-nos que 0 fendmeno do reenio nso ocorre com rela ‘cio a dsporicdss convencionais Quando temos diante de nds dois Sntemas confit, origingrios da legslacio de dois pases, contli- ‘antes, no sentido negative, apresentase a divida se, a0 cumprir a hhotma do D-LP. do foro, devo aplicar 0 diveito interno do pais indicado estrtamente, ou devo aplicar todo seu sistema juridico, Inclusive swat regras de D.LP, que podem indicar a aplicagio do dizeito do pais do foro (reenvio de I® grau) ou de um tercero pais (reenvio de 2 gran). Mas quando é uma convengio internacional ‘que detcrmina a aplicagio de Ii de determinado pais, devemos ter ‘Ea mente que 20 aplicar regras de D.L.P. convencional, estamos enunciando a aplicagio das regras de DLP. do foro, nio havendo igualmente razio para atender as regras de D.LP. de outro pals. ‘Assim como as ormas convencionais tm primazia sobre as normas confituais do foro, eambém o tm sobre as do pais cu legislagio 4 propria convenio indica. Podese desenvolver @ raciocinio de forma wm pouco divers, slizendo queasnormas do D-LP-do pais edo pals Bsio de déntico ‘peso, dai se consi o circuloveiosode que tanto sefalaem matéria {de reenvio, em que o juiz do pais remetente enftenta o dilema de tender 6 a0 D.LP. de nua legalagao eignorar a do pas cuja lel fot, indicada como apicivel ow atentar também para 0 DLP. dest pas. Fi quando se wata de norma convencional, ‘eta coma regia de DLP interno de wm pa ‘js legisacio fo indicada pela norma convencional. Oténisinter- nacional s6¢ jogado por parceiros igus. (ser perfeiaamente aceitivel 0 reenvio entre normas inter nacionais de dois ou mais paises, enquanto ques regras confituais ‘convencionaissio geralmente avesara que saplique lei indieada além da norma material, de dieito interno do pais apontado, a nnio ser que a propria Convencio indique de forma diversa como ‘corre na Convencao de Genebra de 1930 Destinada a Regular Certos Contos de Leis em Matéria de Letras de Cimbio e Notas Promissrias, que, como vimos acima, indica a aplicagéo da lei nacional ow a le de outro pais que for indicada pea lei nacional. Jursprudéncia Brancesa: Caso do Banco Ottomano Em 1965 a Corte de Apelagio de Paris julgow uma questio referente a0 Banco Otiomano em que 0 dieito aplicivel segundo © sistema francés (lei da nacionalidade da pessoa jridica) seria a lei do pals da sede da sociedad, oncle esta tem efetivamente esta: Delecido seu centro administraio, que na espécie conduziria 0 direito ingles. Ocorre que de acordo com o DLL. inglés, a nacio- halidade das pesioas jurdicas — e o direto que se Ihes aplica — ‘ado pais em que foram constituidas, que, no caso, era Tei wurca fe origem do banco, onde © mesmo foi 'A Corte parsiense aceitow a transmisio efetwada pelo direito inglés ao direte turco, apliande ae normas internas do direito deste pais, que se considerava competent. _Jersprudéncia Tunisia: Caso Dupive — Fogo, 2° alicia ‘Um canadense que resdia na Tunisia morreu, deixando como Sinico herdeiro posivel um sobrinho uterino. Segundo a lei de ‘Quebec, provinda de que era originirio o decujus a heranca cabia 2 este sobrinho, mas segundo a lei tunisia 56 herdam sobrinhos ‘onsangiineos ‘As regras de Direto Internacional Privado tunisino ¢canaden- se também conta: enquanto o DLP. tunisino determina a apli- ‘acto da lei suces6ria da nacionalidade do de jus, o DLP. eanar ‘dense ordena a plicagso da Ici do domiciio do falecido, const tuindose assim urn condita de 2 grau, negativo, em que o direito ‘internacional canadense manda aplcar a lei unisina € o diteito Snternacional tunsino manda spliea a lei canadense, ‘Em tudo sitio idéntica A que ocorrera um século antes no aso Fong. Assim decigin a Corte de Apelagio de Tunis em 1974: “Consideraada que Nicolas Dupréve, de nacionalidade cana- dente, resida em cardter permanente na Tunisia, onde exercia ‘sua profiseio de dentista © onde postin dois imévels, 0 que prova incontestivelmente que era demiiiado na Tuniia até Sua morte; Considerando que, pela aplicagio da teoria do feenvio, devee aplicar a lel tinsina, lei do. domicfio do de ‘ju endow lel nacional, lei canadense eis que eta impoe 1 Vide "Leg Nous Convensons de La Hage: Lew Application pr ts ges Navona Rocul dex decane bogrptie’, TM Aer ls, 196, ple fe Wie ours decide fences ste Sem pose sdante spa 28 ‘ aplicacio da lei do pais do domietio, ow seja, ela reenvia & Tei do domiclio, no eas a lei tonisina Portanto € 0 eédigo do estatuto pessoal tnisino que deve reger 0 presente ca:0.. ¢, aplicando-se of artigos 114 e 115 deste igo, 0 Tesouro tunisina deve ser declarado 0 nico herdeiro.."" Decisio exatamente idéntica aqueta que fora aleancada no caso Fargo pela Corte de Apelagio de Paris, 98 anos antes™ (0 Reenvio no into Intemacional Privado Braise Doutrina — Carlos de Carvalho, em sua Consolidacio das Leis Civis ‘depois de dispor no artigo 25 enput que o extado e a eapacidade {doe estrangciros residentes no Brasil io regulados pelas leis da rnagso a que pertencem — principio da nacionalidade —, determi rot na alinea I" que “prevalecerso as disposicoes esangelras, de ireito cul ainda que outra seja a disporicho de Diselto Interna ‘onal Privado correspondente& regra acim estabelecida” ‘A doulrina no entanto nie acompanhoua norma exabelecida na Consolidacio e advogou a aceitacio do reenvi. Clovis Beviliqua” die que "se % questio ainda se nio pode considerar decidida, as mais poderosas razbes, quer de légica € ‘doutzina, quer de autoridade e deli, dio fortisime apoio teoria {0 retorno” Eduardo Expinols® advoga a aceitagio do reenvio de 1" grau, (cA nosso modo de ver, poly & devolugo a deve ser admitida da lei nacional ov ainda da lei do domiciio para a le for como Aeciiram os legisladoresalemso « japonés") (© grande defensor da teoria do retorno no Brasil fot Haroldo ‘Valladao que dedicou ao tema sua disertagio para alire-docéncia 1 Vite CLUNET, 197, ig. 657 3 Tt asa Fo mo no Dp i nt eee dof ‘Gattrecchs sm que sacl em ex elaadorem CLUNEE 198, pg SSS oepe eibesup. etm REVUE 166, page 300g in CLOVIS HEVILAQUA Pncpor Elemente se Diet Ineraconal Pi ag at 18 EDUARDO EsPivOIA, “Hones de Dice Inemaon! Pd" de Direito Internacional Privado da Faculdade de Direito da Uni versidade do Rio de Janeiro," advogando a sevitacio de recnvio tanto de 1" como de 2* gravis. Lulz Gallott, quando Procurador Geral da Repitiica, publicon um parecer em 1987" em que se manifestou a faor do reenvio, Valladio invoca trés decies do Tribunal de Jusica de Sio Paulo, nas quait denota poricfo favorsvel ao reenvio, apesar da ‘corte no ter assm earacterizado a solucao dada a0 problema. Um dos casos, em verdade, nio se enguadea bem no principio do ‘eenvio, eis que tatava de devoluio da lel americana para o Estado de Alabama, reenvio interprovineial do qual nio se deve deduzit aceitagio do reeavio no plano internacional ‘Amilear de Castro® éradicalmente contriio a qualquer reen- vo: “Nenu direito internacional privido te destina a indiear ireito internacional privado esteangciro para, por meio deste, ‘organizarse direto primsrio especial adequado ao fato anormal, seria isto um despropésito; e nesta anomalia consiste 0 retorno. Cada Estado imp6e aos fatos anormais @ apreciacio que tenha ‘como melhor, ov mals conveniente ao interes piblic e a0 par- ticular, razio sufciente para que o sistema nacional de direito internacional prado no sea abandonado." Jorsprudéncia — Rodrigo Otsvio" transcreve umn acérdio do Tribu nal de Justica de Sio Paulo, de 1981, eyja ementa diria que "man ‘dando o Cédigo da Prissa regular as relacdes de ordein pessoal pela lei do domiciio, aplicase a lei brasileira para reger os efeitos, de un casamento de prussianos eelebrado em Blumenau, Santa ‘Catarina, onde eram domiciliados” Tratava-se de saber, conta 0 autor, qual o regime de bens de lum casamento de alemes, celebrado no Bess, onde os esposos residiam, tendo a maioria do tribunal aceitado a devolucio que a Tei da Frisia — indicada pelo D.LP. bratilero por ser a lei da 2 AROLDO VALADAO,“A det nox cone se pal, Sho Ree Rr fe . 5 RODRIGO OTAMO, “Dido de Ds Inteeacna oa ig 79 acionalidade— i ei brasil do paisem queserealizon Tred de 30 ocorreram vis manifestagies de wibunais branicvor favor do reenvio, hipétees de conftos neguivos de BABRN'eam ¢ Dicito Internacional Prado argentino, paraguaio Z Eicamesicane, © reenvi se procera ame a deterainagio Sq DIP brane sobre a aplicabiidade da lei da nacionaldade ‘eras, argentina e norteamericana, nas diversas hips), (eifunto que’o DLP, destes piss devia a0 dirito braleiro, SMjNe determinavam a alicagio da lel do domici, tendo ot ‘Tvunaisraeiovaccado + devlucioe aplicad a fx. “ulgande 2 Apelacio Cel = 4078, em 14 de dzeinro de 138 que versa tm desquiteamigvel ene uma argentina wm traniciro, a # Camara Clvel do Tibunal de Apelagio do Exado dle Sip Paulo aecitou o reenvio efetuado pea Teh argentina & et twaniira, dinendo 0 acGrdio: *O commento dos apelantes cel- Toure no Bas: Aqui sho eee domiclados. Por conseqiénca ‘ipsciiade a contratnte argentina, para consist ou disoer Mociedade conjugal, deve, segundo sia let nacional, regularse dels ie base, 6 principio da devlugio ou retorno- Enten lem alguns jorsas de prot que a aplicacio dese principio consi. shirts eens 4 soberana brats, Se 0 direito pro (artigo 8 {i Ino. do Codigo Cv) prescese que a Tei nacional da pesioa determina a espacidade ci o direitos de fafa © a lage, pewoais dos eonjuges, como admirse que wna Ie estangeirs, Fostergando ess regra pretenda impor 3 jstica brasira a apie Pick tae bras? No me impressions a objeqo. Longe de Gneerraratntado conta a soberania nacional, a adogio do pr plo do retorno ou devoluga significa Homenagem aco sobe- tania, com o acolher a nagao atangela, como se sua fore, em Cera eweunstanca, a propria tet brs, uc, asim, momen- CGneamente. como fve se mncorporn cin sia legislagio. No caso Sertent, segundo 6 ja chado prectto da Inodueio do Cédigo Gel cumpraapicaree, em relgao A mulher, o direito argentino. Naso dire argentine para slucio da conovériaadow a Ie Dracira a qua, portato, para este efo, pasa a ser ditto Ergentino, De sorte que, dane apleag,o jue em rigor no scnsorge contra principio do artigo 8 da Ynuodugto. £ de Conchairse, pois que, pelo lado da mulher no hi obsticulo & 20 hhomologagio de deme, wma ver que se verificam todos os re {tos Gugido pela el brain "Enure a dees da Suprema Cote, destacase 0 jugamento, cm 1987, da Aplaco Civ n 6.142, de Si Paul, sendo Relator ‘Minto Eduardo Expnola que asim manifesto" Mas cero ‘ue, a0 paso que Il de aplicago brasileira se report et Mhrional da muer paragalaa fede aplicagio vigente no Pats fo manda que se aplique a lei do domo, que no cso a Ie [imc Sungeat quent do retorn on de Jevolugte. Ove se dt € 0 seguintes por forea de regra de apicacio 4 et interna ssa de eer eangio na repo de ie a tn Saconal eras maisJusa para o eat ay desde que 0 lelador do Tarde de ergem do esvangele, © mals competent par ‘preci qual a melhor regra material este apie se prom fom ela ie ercor, dea de haver eas para cercea 4 fren brigetrin dest ima, dvaparece a presungio da tegra de di ‘elotnteracional prado, ereadquireo dine interno terror todaasua natural elatidade.Ao oss ver em dosing oretorno 18 deve ser adatido da let nacional ow mn dls do domo ora lef "A reorna as rears de Dircito Internacional Privo bras tera com a promulgagio do Decreto#* 4057, Le de Introdugao 430 Codigo Cail brani, que vio subsite a intodico de 191, Soe # probigio a prites do reewre, confor detcread elo artigo 16, qu anim de: “Quando, nos cron dos artigos precedents, shower de pica entrangeira, terse em ta 2 iisposicie deta, sem considerare qualquer remiss por ek ‘uta’ ours le, que, como se pode consatar€ waduto fel do ‘igo 50 das" Diposigex sobre tLeivem Gora” dat, agora crac pela noel italiana que expressmenteaceitao fee xa inovagio no Direito taternactonal Privado Brasco fo reccbida com fscras creas don especialy, Lair Gallotd Imanfetouse a espeto no Congress Juridica Nacional ealzado Sm'I943 crieando a onentclo do legulador ¢ efenendo % neceidade da manviengia do reenvo, ' Revita dos Tunas vol 13, pg 833. O racocinio de Expinolaaproxiae ‘elite at aden tele Boel ve sopes ple 2 CCévis Beyitiqua na 4 edigao de sua obra sobre D.LR, eriticou olegislador dizendo que o dispositive “amputa lei estrangeira que ‘fei pitra manda apliar”®, opin seyuida por Serpa Lopes para fquem “esta waducio literal do disposi italiano por certo nio ‘Shedeceu a um previo e cuidadoso exame cientfico da matér Ferrer Correi® também critica a proibigio a0 reenvio; cons era égico que ndo se aplique o reenmio de 2 grav. Tustra soa poticio com 1 hipétese de um portugues domiciiado na Espanha endo julgato no Brasil, Segundo o D.LP. brasileiro devese aplicar fiei espantiola de seu domicio, para questies de estado e caps: Cidade: Ocorre que tanto lei espanhola, de seu domietio, como 2 lei portuguesa, de sia nacionalidade, coincidem no sentido da fplicacio desta itima, nfo tendo o Brasil interesse gum na sol fo do caso por outra lei, j4 que sua propria nao se considera Splicdvel. Instr na aplicacio da lel domicbia, a espanhol, € para ‘lustre autor um absurdo.” Merece especial atengio o julgamento do Recurso Extraord- nérion 31.168, ocorrido em 24 de janeiro de 1957, sendo Relator © Ministro Cindido Motta Filho, em que se diseutia o regime de bens de ednjuges, sendo o varZo uruguaio, a mulher brasileira, © fo casamento se realzara no Urguai.O jut do Rio Grande do S ‘cciira pela prevaléneia da lei brasileira, concluindo sua funda- mmentacio com o eguinte raciocinio: “Ademai, no caso, € evidente ‘gue, ainda quando seadmite o preceto do artigo 8* da Introdugio to Codigo Civil brasileiro, haveria de prevalecer a teoria ds devor Tucio ou de retorno ©, em conseqiéncia, nio se aplicaria a Tet “uruguaia, porque exe pais deelinou de sua eompeténcia, como fot JAmplamente examinado nesta decisio posbilitando a aplicagio a lei do domictio conjugal” 17 Vide MIGUEL MARIA DE SERPA LOPES, “Cement Teco Pico ine ruc ao Cage Co Bras" pg, 2 pr SHIA LOMES, op. oe ct SRUMRER COWaRIASpespi57/8 ‘Dapele escattrgi=e raul por excmpi, ou opts apes ee ‘ica desarewe no suunt c obmne em ego esta cl deme sn ace Cra Scie ma os as soot Confiemacd a entenca pelo Tribunal de Justia, questo foi submetida 3 Suprema Corte, eujo acérdo aceitou a aplieagso do Fetorno da lel uruguaia para a lel brasileira: "Realmente™, diz © ‘Acérdio, “a le) uruguais desiste de sua competéncia quando os ‘injuges nao so orientase extio domicilados no estrangelro."™" R16, 1/6. En 10 Spee ee nt priate etn! no Reta Extardre 686, Rt} pug #7 gue, ogine ben, to ura © mullet tiles, Asm ox ahnur Miura alos “O eam caren em 1% mca de ag Tortugas wo egine dt bee aioe pcr ac salad [mmc opto poate basa opeo 0 howe Oreceete ‘ct out ccm ron don ins are nr SSE Sa Sa rman ve oa EXpiees pee mecncae Soe Te See ron ates eons Spree ret seer ee canta rte re a he SEgiense ea in pce ee ee le cei geet Tesi ce ea teh nia be ee pe reer a ene ‘Dos Paral Pg also cha prec me, acl plo Saeco ‘Miao gc ne i tg Naa ru nea ein i dean (a 6) ae ei, porem de 1982 € "Regie de bono cansmeni clcbrado wo Bra ngencia da pre Te dean te act fs Stas hata qu scarce si (Cepuro de ber) len dn psa tas da dev, cabera apie fet SIGE men de ens) ems sea tora tal Le de Trovaiae (a) ena ¢ poner ao coments uum, nape 20 ats i apegio Cie tt 90f Ret dos Tae 298 pul 3280 Tabor de nS Pau pie Pens Gre de Comare heeded planet ‘seo es asc —ngns ‘gtncis da ann ‘Le de Inoue so Coaig Civil Diet de rete WESwhe de tens repldi plas dom don conuges "= Apa mo

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