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BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 49. ed.

São Paulo:
Editora Loyola, 2007.

RESENHA CRÍTICA DE "PRECONCEITO LINGUÍSTICO"

Naiara Andrade de Pinho 1

Marcos Bagno, nascido em 1961 é professor da Universidade Federal de


Brasília , Doutor Filologia pela Universidade de São Paulo (USP), o escritor Brasileiro
atua na área da educação linguística. Tendo grande reconhecimento por suas obras
na área de análise linguística na educação, entre as obras se destacam : A língua de
Eulália: novela sociolinguística ; Preconceito Linguístico, Português ou Brasileiro? Um
convite a pesquisa, entre outros.

O livro aborda o preconceito sociolinguistico desde o cotidiano até a educação.


Demonstrando o preconceito existente nas variadas formas da língua portuguesa em
detrimento da norma culta. A obra de 2007 está em sua 49° edição, sendo a sua
primeira publicação realizada no ano de 1999.

Bagno, aborda através de uma análise politizada estudo da língua nos seus
diferentes aspectos demonstrando as diferenças entre a Língua e as normas
gramaticais e como refletem no processo de preconceito linguístico. As variações
linguísticas é um fenômeno existente em todas as línguas humanas de modo que não
é vinculada as normas gramaticais. Assim, a Língua portuguesa sofre variações
regionais, sendo a gramática normativa o primeiro mito do preconceito, uma espécie
de veículo do preconceito tendo como causa aspectos políticos, econômicos entre
outros.

A diferença entre a forma falada do português em Portugal e no Brasil, constituí


o segundo mito, de que o brasileiro não sabe falar o português mesmo o Brasil
seguindo as normatividade de lá, pois existe uma gramática própria do país. O
português é tido como uma língua difícil, revelando um preconceito cultural,

Acadêmico do 8° semestre do curso Serviço Social da Faculdade de Ciências e Empreendedorismo


(FACEMP)1
reforçando a necessidade de compreender que o Brasil tem uma gramática própria,
sendo esse o terceiro mito.

O quarto mito se apresenta pelo estigma existente em relação aos vícios e


regionalismo da língua, sendo que utiliza como justificativa preconceituosa o nível de
instrução do falante, utilizando da prerrogativa que aqueles que tem menor grau de
instrução falam o português de forma errada. De modo que a norma culta é utilizada
como forma de manutenção do poder de uma hegemonia privilegiada pelo acesso do
conhecimento da gramática normativa..

Não levando em conta que as variações são desenvolvidas e necessárias para


a comunicação em determinados grupos como forma de reconhecimento. Assim o
autor afirma que as mudanças linguísticas acontecem por necessidade dos falantes,
trazendo a alusão de que pessoas do Estado do Maranhão falariam o português em
sua forma correta devido a sua maior influência portuguesa. Dando ênfase que a
valoração atribuída aqueles que falam o português no padrão imposto é um conceito
equivocado. Sendo esse o quinto mito.

A ortografia foi elaborada em decorrência da língua, como forma de padronizar


o que se fala pela escrita para um maior compreensão de todos. A norma culta não
deve ser entendida como a única digna de ser perpetuada , deve se levar em
consideração as especificidades de cada linguagem, a sua história e de quem dela se
apropria. Então as normas gramaticais não devem ser utilizadas para impedir o
desenvolvimento cultural de um grupo.

Os diversos mitos que são demonstrado pelo autor na obra, são fonte de
discriminação da linguagem existente no país em decorrência da imposição das
normas cultas como forma correta de linguagem como meio de dominação e
ascensão social. Assim o autor, explana a necessidade de compreender a linguagem
informal, de modo que existe uma necessidade de reestruturar o ensino da língua no
Brasil, pautando no ensino no reconhecimento da variedade linguística. De modo
que o ensino textual deve ser priorizado em relação a gramática, sendo que essa deve
incorporar a análise linguística brasileira e sua multiplicidade.

Conclui-se que existe a necessidade de reformular o conceito de gramática


normativa, olhando no cotidiano como as diferentes linguagem se inserem na nossa
vida e utilizando tal observação para efetuar um ensino gramatical pautado no respeito
e diversidade.

O texto é de suma relevância não só para profissionais e discentes da área de


educação, mas como aqueles que no seu cotidiano se apropriam de uma linguagem
formal e tem dificuldades de passar e capitar informações com aqueles que utilizam
uma linguagem fora das normas cultas.

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