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BOLETIM PARANAENSE DE GEOGRAFIA CCONSEINO DE PEsaUISAS CENTRO DE DOCUMENTAGAO E INFORMAGSES DO INSTITUTO DE GEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO PARANA ‘cowissKo DA CARTA GEOLSCICA DO PARANA NPs 16 e 17 Sulho de 1965 rene SUMARIO Pie, EDITORIAL 8 APRESENTAGAO 1 5 CONTRIBUICOES: 13.5. Bigatella ¢ M. R, Mousinho — significado paleo eogeitico ¢ paleoclimético dos depésites rudacecs 7 15.5. Bigarella © M. R. Mousinko — Contribuigio 20 ‘aiudo ta Formagdo Parlquera-Agu (Bstado de Sto Paulo) ead M.R. Monsinho ¢ J. J. Bigarelia — Movimentos de rasa no transporte dos detitos da, meteorizac80~ das rochas s 4.5, Bigarella, M. R. Mousinho J. X. da Silva — Gonalderagéec a respelto da evolugdo das vertentes 0 41. 5. Bigarell, M. R. Mousinho e J. X, da Silva — Pedipanes, pedimentos « seus depéslios cozzelti- 08 MD BIAS wees essseeeeereeoneee /, 3, Bigarella © M. R. Mousinho — Consideragées @ ©} sespeita dos tetzagos fluvils, rampas de cello © yee | rene 153 Prof? Colangelo FIG 1252 Goomorfotogia Il Texto NO Céplas . TEXTO _OPTAT VO EDITORIAL © presente niimero do Bolotim Paranaense de Geogratla, editado ‘sb 0 patrocinlo da Universidade do Parana, Comissio de Planela~ tho de 1985). ‘Este volume abrange trabalhos especiticcs sbbre problemas geo~ rorfotdaieos a geologia do Quaternérlo, sem dtivida de grande atualidade para a melhor compreensio do melo tisieo do Brasil tro Anetamoe qv os teas ag aorSads pasa, evertatnent sult a tsa de vron potas ae apap pate tls ‘gulsas da Universidade do Parana o pelo Dr. Cld Ferrelra da Liz, Co- fordenadar da Comissio ¢e Planejamento Econémico do Estado do Parang (Pladep). Selientamos também a eooperacio dos Profs. Rein ‘hard Maack ¢ Riad Salamuni, da Universidade do Parané pela re~ ‘isdo e erie des trabathos aqui apresentados, bem como a do Prof. ‘leo, #2 bem que routto trabalho ainda resta para ser reallzado na aquéle sentido, ‘Uma cooperasio aésee tipo 6 absolutamente necessiria nas eo Paranaense de Geogratia — 1965 — N's. 16 ¢ 17 ‘unidades sub-desenvolvidas, ou om processo de desenvolvimento, Gesde que a recionalizagdo das pesqulsas é a tinlea maneira efetiva Ge alicerear as universidades em bases de solueio edequada aos pro- blemas sécio-eeondmicos. # dbvio que as com a conjunturst asolam a Wagdo, etiam ptinipal meio para evita, ure allenst, la de regra contraria as nossus asplraeées, essa forma, no obstante a earénela de malores e melhores re- cursos nas nossas entidades Universitarias de pesquisa, €imporian- te ter presente aié que ponto a colaboragio alienigena no col com os nossos interésses, desde que mes atuais elreunstincias, no Dretudo num esquema eminentemente né Ao chamarmos a atengio pata o fato de que, eomparativamente, ouco tem sido felto para sanar os graves problemas que assolam o fnsino universitirio no Brasil, fezemo-lo exclusivamente no set as ecto eonstrutivo. E particularmente grave o problema atinente & renovagio de va- lores na Universidade, havendo, msmo, setores que ha longo tempo nnéo conseguem ausitiares © pesquisadoros para dar continuidade ade- ‘quada, 20s trabalhos de pesquisn e didatiea Estes fatps so um tanto mals lamentvels quando se atenta po- +0 tempo e a soma de recursos necessitios para a formagio de un por cireunstineias jé conbecidas, nem sempre nas requlsitos bases de desenvolvimento patio, Por experléncia ¢ pela observaca das partleularidades do nosto ‘tornamos a repetir que simente através de ampla cooperacéo itwigdes diversas e universidades consguiremas sale do nosso juada padi de pesquisas. portanto, que 2s nossas universidados uma realidade, tanto mals perigosa quanto mais ¥ entre as prementes novossidades de um pais em de métodos obsoletos inadeguados com que se pretende sanar a lacuna, Fazemos votos para que brevemente surja uma nova conselénela unl- Yersitéria dedicada fundamentalmente & solueko dos problemas orn sileitos JOK0 JOSE BIOARELLA APRESENTACAO CCongrosso Internacional de Geografla realizado no Rio de Janciro com 1056. Entrementes, Jodo José Bigar fas vertentes e 0 desloeamuento do "knlekpolnt™ ‘entre as formas edncavas © convexas 6 Boletim Paranaense de Geografia — 1805 — N°s. 16 e 17 fendmeno diseorda de certe maneira do conesito geral de que duran- aproximadamente pelos movimentos epeirogentt ‘aindo $2 m no Quatemario recente (Holoeeno). fa forraagao do pedimento, com soterramento pelo material da desa~ logos paranaenses tena sido eitadd na biblogratia, SIGNIFICADO PALEOGEOGRAFICO E PALEOCLI- MATICO DOS DEPOSITOS RUDACEOS “? solo Jose micas (n) MARIA REGINA MOUSINEO (2) ABSTRACT ‘Tae paleogeographic and paleoclimatic significance of the mu ‘éaccous deposits are discussed In this paper. The elimatie eonditions at the source area are stressed as being one of t Important causes originating conglomerates. In recent environments of deposition, pebbles and boulders are concentrated especially under semiarid climatic conditions, Mass movements in humid elimates promoted concentration of rudaceous ‘material in the bottom of the valleys. Large deposition of Pleistocene ‘gravels in southern and southeastern Braall are related mostly to semiarid climates, From the genetic climatle meaning of recent gravel deposits (comelime even more than 20 m thick) other condition are visualized {or the explanation of many older conglomerates. These are usially Interpreted as the resutt of crustal movements. Howerer, the climatic this new approach the importance of tectonies is reduced in the formation of the conglomerates of Lavrinnas ymarinha in Paran; Blumenau in Santa Catarina; Maricé, CCamagoh and Guattas in Rib Grande do Su Cabo in Perambieo, as well as in those of the Furnas and Serra Grande Formations. All of them being the consequence of processes operating under extreme seml-aridity in the source area, = MH we wen maton . ee movements which, reaching the water pares 3g the water body, change into sub-aquatic naan of semiaity sem o ss ae to tans been wold wie tn past and repeated in @ cyclic way throughout geologic rie ees © presente trabalho consists numa rerio dos consis rte dbs depiaasrudlens. Preeleene 0 fe soir de opinion eis eons «eames ceremos alguns comers sre os preesss eridos por nossas pesquisas em virlas reglées do pats. ‘As etapas da evolugdo do modelado podem ser reconstruldas atra~ oldgioas que hes sin contemporinens Seer cor aes monte quanto que mo “stationary development” as dimensi , ‘se-iam constantes, sens Amos os sures slentasam ese seston eet eco instanton on distri erase ‘contradas nos sedimentos continentais. eg elite nae ipsa na ona ¢ Gtidas do oeste norte-americano ¢ norte-africat 7 Sco ed peel ape, ech oo reconldersto devils consti ‘a Geomoroogi, dan vez maior importineia as as climétioas, ‘Botetim Paranaense de Geogratle — 1965 — Nes. 16 € 9 ‘paseados no principio de que a varledade ¢ a astociagio de even” mndem a uma diversifiencdo dos cletnentos fos monjonioos, Bude! (iM o 1948) e Pelt ier (1980) form os Thecus em desrever os process morfogenics ¢ suas éiversas Prerimaedes, as quas caracterizam elimas partieulares ‘aparece, entio, uma tendénela para considerar es condi arrears Indo ‘dos fatores tectonicos © puramente esrutaras, climb, eivel pelas caracteristeas texturais ¢ estrturals dos ldepésitos correlatves ‘Esia nova eoneepefo tomou vulto vente na, Buropa onde 0 ‘movimento de renovagio, ée modo 8 onceites eldssieas davisianos. Pesat oe, procurar pels elindos autores, ‘rosio espevficas como tam= es correlativas ‘passaram a ser progressivamente infers. cas assraados de condigGes sub-atuais sio responsévels por uma Tune ge interpretagdes pouco precisas dos depesitos reeentes “A assoclagfo ltoliea constitutive. dos depistos rudicens 60 tepende spon dos tpns de roe que ocorem us Gren fonts Cs depen ePeransporte, mas expociamente dos process elimétices ¢ sane olgles operantes ra ase de procsdéncia dos eeclmenios ses ckmatieas rigorosas favorecem a de vas reeiées onde condi he prineipalmente em 2 © primelto estéglo ds evolugio de um depéstto rudéeno eoeon tease no talus formado ao pé de uma vertente em des Ap OW, Hehem, nos depésitos de solifluxio, A partir dat & agente de transporte, 0 cas modifica 0 carkter Sara o proximo estagio de depasicdo, um grat are “Gr eetdgio maturo € obtido Tapidamente pea seletio dos com: ponentes mais resistentas ‘a remogo efetiva do material detitico do talus ou das verlenies & ccunada, nas condigées climétleas semi-tridas princpalmente «se eteamento superficial © plas sheet floods entre outros prees- reno da area de pedimentagio, enquanto que outra parte pode ser fevacuada através do nivel de base local de erosio, depositando-se mais ¢ juzante, Esta primeira etapa da deposigdo ¢ earacterizada pe- Ja angularidade e heterogeneldade litologiea dos fenaclastos (quartzo, ‘quartaito e diferentes tipos de rochas met present finendo eorentes de turbidez Os depsioe rudeos frmados desk forma podem, porlanto, estar assoetados com sedimentos marinbis. Nas repiées intemperlsmo quimlco prev ccompasto por elistiecs fincs e uma. quantidade vari bloeos da Toeha original, néo alingidos pelos processos de decom seria um manto de lm dos materials al como quartzo ou siles. Neste exs0, em final seria a formagio de um rogolito de granulag de quartzo ou sllex. O depéslto ruddceo derivado déste manta de in} ‘emperiamo seria dito oligomitico. ‘Ooorrendo solifluxio ou desmoronamentos (landslides) no manto fe intemperismo quimico, devidos & forte f fou a outeas casas, espera-se a formagéo de um depésito no qual locos @ seixos — liberados pela decomposicio quimiea agindo no sistema de didelases — possam ser concentrados. Néste tipo de in~ temperismo 0 fenoelastos so mais arredondacos do que aquéles pro- éuridos nas areas de morfogénese mecéniea, {A faixa tirmida atual do Brasil meridional ¢ sudeste, formeda por imosizam, freqlentemente, depésitos repletos de fenociastos angula- re cedondados. #les nfo foram produzides exelusivamente por ‘Multos déles, sendo bastante angulares, foram pos- dos pelos processos de desagregueGo mectiniea. Na Interpretadas como rema- P88. Hstas foram elaboradas também podem ter se originado mas curtas fases seas que interzom- eram as époeas timns ‘Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — Ns 16 ¢ 11 i ‘As regi6es de balxo relévo, sob ellma Gmido, tém a tendénela de produatr sebros pequenos ¢ litaldgleamente homogéneos. les consti- fhuem 0 residuo inerte do intemperismo quimico, Os depésitos de cas- allo formados por éstes selxos sfo ser coneentrados de diversas manelras, Se, numa area (condigees climéticas tmidas), ocerser um cientemente longo para cuusar o recio das pesados tenderio a se concentrar & superficie. ‘mento desériico, enquanto que o material ddo vertente abaixo, Comumente formar-se-A uma fina camada de cascalho a qual, em alguns easos, pode atingir até um metro de e3- pessura, Hste ert um aspecto muito comum no passado, tendo ocor fm teas agora floresladas, Presentemente, esta camada de cas tho acompantiando em sub-superticle grosseiramente a topografie atusl, representa um Condiedes de formacio de paleopavimento parecem ter ocorrido vi ras vézes no passado. (05 seixos gorados em co ima mido podem ser tam- bbém oncentrados durante climas mais sécos subseqtientes. Hes po- em formar depésitos de cascalbo nas depresses do terreno ou ser Gepositedos a juzante ao longo dos vales. ‘As ézeas mais acidentadas e com malor relévo produsi ante o iniemperismo em selro inerie (seinos de quart cipaknente por desmoronament Deterogéneo, Contudo, nas condigoes mids, o material metaest no te possblidage de delonrae par’ june do sorte form selaos blocos eoscentram-se ai através fo nas vertentes. O material fino da massa de detritos vinda por solifuxio é removida, eoneentrando-se os seixos & blocos na ealha de drenagom. O processo de sliluxdo parece ter tido taior importdnela no passado, Um exame da paisagem stual mostra ‘apenas desmoronamentas (landslides ‘endo & solifuxio mals ativa em areas de vertentes de maior delividade, Entretanto, Gates fragmentos grasseiras seriam facitmente movi dos, sob condigées semi-iridas, por fiuldos de alta. densidade, como sheet flood ou corsidas de lama, dando origem a depésitos ruddceos diane do Peststno } i 2 Boletim Paranaense de Geografin — 1965 ‘Sob condieSes de transporte prineipalmente em de canal, os cascalios imaturos adqulrem pronta maturidade, muito ‘mais ripidamente do que a arena arcosiana sob idénticas condigoes. que em lansporte relativamente curio o eascalho tor- xna-se sub-atredondado ou arredondado e texturalmente maturo, Isto signifiea que, para um ambiente seml-frido, um eascalhelro mataro é algo mais arvetondado do que um fomnado imediatamente a partir blente seml-érido, sendo ambos formados pr e quarizito, A literatura refere que tanto os eonglomerados eontendo ganlto, bem como os arcésios, representam uma erosio répide do embast- ‘mento erisialino devida um acentuado levantamento tectonico da fea fonte, enquanto que os conglomerados sem detritos de grantto regiatram apenas um interlidlo menor na historia gedimentar de wma bela (Pettijobn, 1957-257). Contudo, de acirdo com nossas ‘observaches, a presenga de seinos de granito nfo representa grandes ‘ou maiores deslocamentos teclonleos. Hstes seixos podem ter una ori- gem completamente diversa como, por exemplo, resultar de mudanga climética profunds na érea fonte ‘Um dos mais notévels conglomerados com salxos de granitos ceapaz de provar a valider do comentirio acima, aflora em extensa fatxa, na Area da cidade do Cabo, em Pernambuco, ste eonglomerado pertence & Formagho Cabo (Terelirio). Possui una espessura de 60 12.8) m, sondo eonstituldo por fenoclastos de granlto entre outras ro- ‘chas eristalina. ‘iste conglomerado presenta uma textura compacta (intact framework) na qual of fenoclastos acham-se em contacto uns com (0s outros, sendo os vaios preenchidos por matris areosiana, Pe tti~ 967:254) afirma que nos conglomerados com textura com= joconglomerados) os seixos foram reunidos e depositados por Agua eorrente. Isto pode ser verdadeiro para muitos. conglomerados, especialmente 0s mais flnos, mas nao o pare o conglomerado gros- selra da Formagio Cabo © para outros depésitos rudiceos como os ‘ocorrem seqlénelns de areésios do granulagio média a fem estratura e contendo selxos esparsos. A matriz arco- areéelo e easealho, além das soaién- as asioeladas, fornecem uma chave pera a interpreta- Boletim Paranaense de Geografia — 1985 — N's. 18 ¢ 17 13 co do conglomerado orto-polimitico da Formaeto do Cabo, Os pro- fessos operantes na drea-fonte correspondem ans encontrados. nos rmeios semi-aridos severos, Nestas condigges amblentals tornou-se possivel 0 transporte em movimentos de massa, os quais foram res- ponsivels pelo entulhamento de uma depressio subsidente alougada f relativamente estrlta, cuja origem esti possivelmente ascociada obramento de fundo (deep seated folding). Os fenoelastos foram pode ser eonsiderado como o fator prin- cipal para a explleaeio da génese do conglomerado. Caso um elima vida, a, transformacées climéticas rigorosas, ou soja, a condiedes de semi-arier, Deve-se ter sempre em mente que muitos euldades ¢ precaugdes ‘ambas de Idade devonlana; no co te a0 grupo. Thaja ditinelas pré-devonianas conhecidas como formagdes Marici, Cama- {Qua e Guaritas, no Rio Grande do Sul, A malorle déstes conglamera- os esté estreltamente sssociada a arenltos com estr ‘recrustda. Foram depositados em leneél pelo escoamento super (sheet flow). Medidas tomadas da orientagao média dos cas ceathos colneidem com « direcéo média de zados, Algumas vézes os casealhos foram de ‘dimensbes dos setxos daquéles ortoconglomerac feriores 8 10 cx, (© ambiente de deposicio dos eo nas ¢ Serra Grande paroco ser marl 1905 — NPs 16 € 17, Mu garetla et al 1960, enquanto os outros conglomerados menciona- fdos aeltia cortespendem a melo continental. Durante as fases sem tocena ou mesmo nas éP0- as em que 0 clima pi Tamas conglomeritieas do tipo tilélde (de acérdo com a classiticagdo Ge Pettijohn, 1097:256; e Gerdllton segundo Ackermann). Guando um regelite espésso, em avancando estado de alterngio f fica exposto & (onud flow), detritos que enconira a sua pas- sagem. O mat msportado lows, quando depositado, ‘di origem a um sedimento siltico-argiloso embalando exsealhos es- ido pelas eamadas pré- 1981: 18)). parses, Um bom exemplo de Canhanduva (Bigarella ¢ Salamu cexplleagées pare as mudstones rma que estas rochas whentes répidas catastrotlcas das reriGes 10 dos glaciares, transporte © depasicao dos icebergs, clos ¢ corres de lama (mud flows), solifiuxao, eorten- tee de lama sub-aquiticas © eorrentes de turbldes, Apesar de nao contestar a existéncia de mcCWiplas possbilidades, Pettijonn (G957:286) admite que éstes depesitos sfo 0 produto de correntes de lama sub-aquiticas exclu, portanto, a possiblidade de uma origem terrestre, flgumas’ mudstones conglomersticas podem ser f as deste manera, Para outras contudo, ‘uma série de inconvenitneias, 0s tioides podem se formar tanto sob condigdes sub-aq como em melo sub-aéreo, As correntes de turbidez, por sew conteido de argila, posruem uma propriedade Iubeiticante, Portanto, hndo sf capazes de exccutar desagregagéo mecAnica submarina de sorte a produclt a associacho de seixos que const Ges conheesdes. Bota afirmagio esta seudo felte apés um estado proliminar dos paraeonglomeradet da Formagio Camarinha, de idade provivelmen- te pré-Combriana (Muratori, 1965). Este conglomerado, com ‘prinelpalmento por pe= ‘nas dimensées de arelas fe srdnulos. Tal. material no qual as eondieées elimétiens promoverlam uma desagre- ea bastante efetiva da rocha matriz, ‘Parte do peraconglomerado da Formaeto Camarinha parece ter Boletim Paranaense de Geografia — 1085 — Nos, 16 ¢ 17 15 uma origem sub-aérea, enquanto outra parte, assoclada aos sitios, 6 Uigada ao melo sub-aquético. Explicamos esta Gltima da seguinte forma: of selxos © a matriz originaram-so poscivelmente em uma ‘rea soerguida tectonicamente ¢ na qual prevaleciam eondicies de forte sem-atidez, As sheet floods provocariam movimentos do massa na dea emersa e tal morimento se continuaria abalxo do nivel do ‘mar, Ao penetrar na massa liguida, 0 fluxo sub-aéreo de alta densi= ‘dade softeria transformagies e passaria a Se mover como wma cor~ fs correntes de turbldez, poderiam ter a origem miata exposta selma, continentals do Cenozdieo bra- sileio, as lamas conglomeraticas ‘de origem sub-aérea sfo nnte freqientes, Bons exemplos sio as camadas pré-Canhanduva, préximas a Tiajai (SC), juntamente com os areésios conglomerétioas Inelnidos ne formagio do Cabo e assoctados ao conglomerado orto- polimitieo €o Cabo. nize os depésiios rudicoos mals antigos no Parané elta-se 0 me tavonglomerado pré-Cambriano de 8, aflorando nas proximl= raranagué, Encontra-se Interealndo entre migmatitos do eomplex6 erisallno. Trata-se de um eonglome- do conglomerado, com refe- ramento compacta. Embora os elemen= tos mals finas tivessem sido metamorfoseados podemos eoncluir que \dade de terem sldo produaidos na area fonte por Tigotosos e trensportados para o ambiente de 0 que tudo indi es, proeessos de'morfogénese mecaniea passaram a desempenhiar ‘um papel importante no s5 nas areas per ‘magéo quase que universal de superficies correlatives caracteristens. ‘Uma anélise da universalidade das ages ocorridas com as mu~ dongas elimétieas do Quaternirlo, nes permite transportar para o passedo mals distante o principio do eardter generalizado dos efetos produsidos pelas condiges climiticas rigorosas, 16 Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — N°, 16 ¢ 17 condigées climaticas severas. Os depésitos parecem ser sinerOnteos fem vrios lugares do mundo, indleando uma generalizagio de condi- ‘ges de morfogénese mecdniea e eonseqlente formacdo de depésitos similares em dzeas geograticas muito afastadas. ‘sio muitas, © uma hipétese de atrativa, © mecaniamo destas aeriu de rediagfo reeebida pela atmosfera terrestre e portanto, teria, ‘uma origem edsmica ou astronomiea, BIBLIOGRAFIA ANDRADE, 6.0. ¢ UNS, Bc = 0 coogi do oa PECTHoMI. Pad. — 3867 — seaimontay Rocks — meq giton — Spee ‘Breet, Ub pp. — New Yer “TaioAnr, J. — 1980 — Inorsagies pare tnterneasto pales doe case famheras — Nova Ouomraien 2 ():1-1 — campus CONTRIBUICAO AO ESTUDO DA FORMACAO PARIQUERA-ACU (ESTADO DE SAO PAULO) (*) Jok 3086 BIGARELLA originated and deposited during the pediplanation and pedimentation processes, which elaborated the pediplane Pd, and the pediments Py and Py ‘the sedimentation was performed under semiarid climatie con= ditions. The detetical materlal from the degradation of the slopes was submited to fast transport by mudflows and sheetflows. The environment was then & very wide drainage basin with bejada and pponlts made up the terraces which are disposed tn three main I ‘The aggradation phases of the basin correspond to the semi arid climale which developed the bevelled erosion surfaces. Tuo ‘humid climatic related to the Ne- (Riss) glaciations, ‘while the Bumld epochs were interglacial times, ‘The relationship between pediplane, pediments and the climatic smravel lerraces is discussed ‘The Pariquera-Agu Formation is correlated with other Pleisto- copie formations: Guabirotube, Rlacho Morno and Graxaim, INTRODUCKO Na presente comunieeeio abordamos teagos da evolugdo da palsagem do vale d ‘mente no que concerne sua histria Quater as gerals os largos Ribeira, principal- (2). Be conto Bastooa 6 Georai ‘A huzante de Bidorado, na parte inferior da bacta do Rio Ribelta slo encontrados frequentes afloramentes de sedimentas de eclorecio cinga e avermelhada, multes vézes mosqueados, depositados ex am- Diente continental. Trata-se de sealiéncias de sedimentos finos, silt eo-argilosos, arcosianos até rudéceos, muito importantes no que eon cere & reconstituicko dos eventos operantes na evoluedo paleogeo- erifice e paleoclimatica do batxo vale do Ribera, Nesta contribuigdo fozemos uma répida andlise do quadeo geo- lwgico-geomorioldgico da regléo de ovorréncia dos sedimentas, pro- curando comparar os fatos ali observados com os de outras reglGes vizinhas, quer na planicle eosteira, Serra do Mar ou no planalta A seqilcia dos sedimentos aqui referida encontra-se bem ex- posta. nos cartes da rodovia Br-2 entre Jacupiranga e Registro. Bstes sedimentos, embora j& conhevii tas pelos geélogos ou nnozdieo. Silveira comsiderando-os como trades om Bigarella e A e Andrade (1968) ARBA PESQUISADA Os sedimentas descritos na Formacio Pariquera-Agi foram pes- quisados ao longo da Br-2 entre Jacuplranga e Juguia e nas estredes ‘qe ligam Jacupiranga as eidades de Eldorado (ex )Parl- ‘quera-Ac, Cananéia e Iguape (vide fig. 1) Numerosos cores forneceram dados a respeito das estruturas sedimentares ¢ . Varios desenhos foram preparados, os quais revelam etal itarais importantes para interpretaeio dos rocessos operantes durante a sedimentacio, Muitas das colinas do baixo vale do Ribelra eneontram-se eseul- pidas nos sedimentos em questio. Os seus remaneseentes maream nlx veis bem detinidos na regibo Boletim Paranaonso do Geografia — 1985 — Nes. 16 ¢ 17 19 FIG. 1 ~ Mapa ce stgto én fre peeuinan.Disiblcke espace! dos secinentn fa orsupio oigawesayu w Kealleglo dhe tesSer 20 ‘Boletim Paransense de Geogratia — 1965 —~ N°s. 16 ¢ 17 GEOLOGIA GERAL (© buixo vale do rio Ribelea de seus afluentes encontra-se en- talhado predominantemente em rochas do pré-Cambriano, Estas sio conatituldas por guaisses ¢ micaxlstos do Complezo Brasileiro © por roehas do Grupo Agungui (— Sto Roque) formadas dominantemente por filtos e subsidiariamente por quartzitos, rochas calcérias, entre foutras nio alseriminadas, Entre Jacupirangn ¢ Eldorado sio referidas Iintrusivas gronitieas pés-Grupo Acungui, enquanto que entre Re- tlstro e Eldorado ocorrem intrusivas doidas anteriores a éste grupo (apa Geotigien de Séo Ps No eurso médio e inferior do refere Intrusées de rochas plranga, formando dlques sce, elta 0 jacupiranguito, o qual constitu uma diferenciagio do magma heliia, Meleher (1964) menciona, a oéren de 10 km a oeste de Jcupranga,o ditto alain heménimo, a intrasio, sepundo Ete ‘autor, Joeallzou-se no contacto entre granodiotitos ¢ micaz) Se eral alghen mice w penn oo patella plrorenitos e jacupiranguito, Entre Morro Grande © rela Préts so encontrados macigos sieniticos. No Morro da Mina, nério apatitico. De acdrdo superficie dos ealedrios ¢ re ‘uma janela de um grande stock, Intrusivas bésieas aio relativamonte fregientes na regizo pes enquanto as rochas alcel ‘nas so, com divides, atribuldas ao Cretaceo. {Até o momento, nfo existem estudos de detalhe sobre a fe estrutura geoldelea do baixo vale do Ribeire, bem como no exi tum mapa geoldgico em escala apropriada para proporelonar uw visio de confuunto dos eventos que aqui pretendemos diseutir. De rma ainda grosselra assinalames na figura 1 as ovorréncias dos sedi- ‘mentos da. Formagio Pariquera-Agu complementando 0 esbieo geo- Togico de Silveira. (1952:126), Os sedimentos desta formagio en- contram-se jazendo sdbte as rochas pré-Cambrlanas em discordaneia eroaiva, (© baixo vale do Ribeira fol estudado por Silveira (1952) € por Rich (1958), Trata-se de vale amplo, a jusante terminado pe- les sedimentos dos feises de restinga interrompides pelo Mar Pe- ‘queno e contintados na iba Comprida, Para montante das restingas € formado por extensas virvess, Os sodlmentes mais antigos F. Par Boletim Paranaense de Geogratia — de seixos entremcados por arglle © arsie grossa”, podendo ser visto a0 lg do Rien desde Reso até Eldorado, bem ean ao ong do postas além de leitos do selxas maiores seguides de materi @ arenoto. a ste material referito por Si1yeire exmo de orgem tagio sio modiflendos em virtude das novas observaeées de campo que foram efetusdas na rea estudada, bem como alhur Com referéneia ao baixo vale do Ribelva, Rieh (1089:30) cha- ima particularmente a aten¢do para um nivel de 50-78 m acima dos terragos recentes. Tra remnaneseenies de uma superficie de mpida apenas por clevacdes residuals reada bordeja o vale do Ribeira para Barras pelo menos até Eldorado. & ‘ao redor de Registro, entre esta eldade e Pariquera-Acu. Desenvolve-se também na margem esquerda do rio em dlreio a guape. ‘ste nivel de terrago Rien fo de peneplanizagio local ou pelo rio em época em que o 80 m acima do atual, Rich salienta ainda que os topos desta su- perficle dissecada sio mantides por casealhel 58:80) Interpretou como indica pésso colivio, perdento eonseqien s niveis embutidos com cascalhetros representativos de antigos ni- yels fluviais eneoniram-se entathados nas rochas pré.Cambrianas ‘ou nos sedimentas da Formacio Pariquera-Acu. wente sua morfologia de Allds, todos 0s aspectos deposicionals situades no tempo desde mesmo antes da elaboragio da supertiele de erosio de 55-60 m até 0 2 Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — N°s. 18 ¢ 17 terrago de 30 im sic englobades dentro da estratigrafia desta for- smagio. 36 constituem os eventos mals (Se) langou novas Inzes na interpreta brasilelra, Tres pediplanos caracteristcus foram identifieados no pla~ nnallo meridional. Trata-se das superticies dosignadas polas sigias do modelado da paisegem possivelmente & gla © rio Ribelra instalou-se no planaito de Curitiba por eroséo re~ iressva posterlormente & elaboracéo do pediplano Pd, (superficie clelo de pediplanacio que originow o pediplano Pd, (superfice de Curitiba) $4 encontrou o Pd, profundamente dissecado. ‘Ao longo a drenagem do Ribeira, o Pé, eonstitue grandes aplal- © aplainamento Pé, encontra-se a edrea de rmuilo abaixo da’ cota relativa ao Pd, (ca. te fato demonstra uma erosio muito ativa pa fachada atlintica do eontinente. 0s sedimentos da Formasdo Pariquera-Agu constituem 5 depo~ sitos correlativos dos fendmenos que calminaram com 0 aplaina- 4e pedimentasio que originaram os pedimentos P. € Py, ‘Ao Jongo da ealha de drenayem do Ribetra so encontrado virlos nivels de terragos com eascalhelros os quals si, néste trabalho, cor- relacionados ao pediplano Pd, e aos pedimentos P, e P, (08 SEDIMENTOS 0s sedimentos da Formacio Pariquers-Agu so dominantemente e textura fina, constituides por alternineins irregulares de siltites arono-argilosos arcias arcoslanss. Asvocladas 4s ultimas ocorrem ‘eamadas poueo espéssns de casealhe, vin de regta, formadas por sel- Boletim Paranaense de Geografia — 1065 — Ns, 16 € 17 23 4x05 angulares a sub-angulares de quartzo e quartzito. As camadas de eascalho iniraformactonais, em geral, apresentam poucos centime ‘os de espesgura, nio ultrapassando normalmente melo metro. rmadas mals espéssas de cascalho e areias arcosienas ocorrem na ‘eo superior da formagéo, quando elas ai representam os produtos a morfogénese mecinlea que culminou com a elaboracio do pedl- plano Pa, ‘As camadas deste formagio caracterisam-se pela prétice ausén- de estruturas primérias, como também de estratifieacdo. Kstru~ as de cut and fill sio mumereses, atingindo tanto os sedimentos itieos como ot arendeeos, Indleando a alternAnela de erosio ¢ de- posteto, Em alguns locals ve parsos dentro da massa encontram-se eoncentrades em camadas horizontals ou preenshendo opress6es em canals. Hm ambos of ensos os seixos foram transpor- tados numa matriz fina (mass transport), tendo os finos sido nados seletivamente, coneenirando-se concomitantemente o resfduo arosseir Grupadas igualmente dentro da Formasio Pariguera-Agu encon- ‘ram-se as camadaé retrabalhadas durante os provestos de pedimen- tacho P, ¢ P,, Por sua Yez, os eascalhelros eorrelacionados aos pedi zmentos sio teinbém englobados dentro do eonjunto sedimentar. Dessa forma, a formagio em aprégo, apresenta grande Thor separagao das diversas ostenta, em sintese, certa 2 alm do Rlo Grande do ambu. As seepdes tipo da Formagio Pariquern-Aeu ensoniram-se des critas no item’ sepuinte. DESCRIGKO DAs SECCOES Secgio A (fig, 2) — Relativa ao nivel Pd,, situa-se ao longo da Br-2, a cltoa de 4 km NE de Registo. A sevcio compreende 9 1m omagio Pariqueraeae de eresio postu! uma pavimentacto detritiea rudécea Dor seixos de quartzo e quartzit, sub-arredondados a redondados, de temanho variado, via de regra inferior a 10 cm de ‘ldmetzo, Hles niio apresentam vestisios claros que possam compro- var origem fluvial, apesar de seu gran de usura, Sdbre esta pavimentagto detrtica ocorre uma eamada de arena m4 Bolelim Paranaense de Geografia — 1085 — N's. 16 e 17 fareosiana (II1) sem estratiflencio visivel, (Am. 100), a qual atesta condiges amblentals severas de elima seml-dri Sébre esta arena jaz um sedimento ‘tratiteagto e aqui interpretede como depés! Seegio B (tig. 3) — Nivel correlacionado a0 Pa,, Corte a0 longo a Br-2 nas proximidades do Posto Periquera-Aqu, entre Jeeupiranga © Registio. — Filitos alterados, 1] — Superticle irregular pré-formscio do terrago correlacio- nado com 0 aplainamento Pa,. — Depésitos de cascaltio com selxas sub-arredondados com Até 8 em de didmetro miximo. Interealasées freqhentes e camadas de areia em parte arcosiana, AV) © (W) — Superitce de erosto store a qual assenta um co- vio (¥) de coloragio rosida contendo pequenos selxos. (WD — Superficie de agradaeio do easealhelzo relativo 20 ter- ago cortespondente ao Pd,. (VID — Superficle de erosio referente a dissecasio do nivel do ceascalhelro CID). (WIT) — Paleopavimento éetritico rudéeso elaborado por retra= Dbalhamento do caseathelro (IID), Bolen Parenaense de Geografia — 1005 — N's, 16 ¢ 17 5 oom numero gr ) — coli estan clo amare : nullos e pequends seixos, eventualmente com até 10 cm tate, 10, §— corte mu rooria Be entre sneupiange © Royse, nas proximidades do Pete Parguea-Aey sm 20). Desengto nt seco 3, e ormagiio Periquera-ACt, Seegio © 1 (fig. 4) — Depdattos da. Formact vera Ccorte 20 longo da Br-2.a 122 km de Jacupiranga em diresio a Re slstro. fio €interpetado cua tno ajuda on depos enomtrancte clseeados © resobertos por c= tino eastano amanda Deceate ue sto 4 Bolelim Paranaense de Geografia — 1085 — N's. 16 e 17 arcosiana (IID) sem estratifieas condigdes amblentais severas de visivel. (Am. 100), a qual ateste 4 semi-rido, Sébre esta arena faz um sedimento sitio aril ‘tratiteagio e aqui interpreteda como depés! ‘Bata iltima camada 6 recoberta por umn pal ‘uido de um cotivio eastanko amarelo (¥), IO, 2—~ corte na Bets chon de € Am 8 Nordets de Reglotre Deseo oa Seegio B (tig. 9) — Nivel correlacion da Br-2 nas proximidades do Posto Pariq Registio. — Filltos alterados. 1) — Superticle srregular pré-formecia do terrago correacio- nado com o aplainamento Pa, (Git) — Depésitos de cascalno com selxas sub-arredondados com aié 8 em de didmetro méximo, Interealagses freqhentes e camadas de areia em parte arcosiana, AAV) © (W) — Superiice de erosto store a qual assenta um co- Tivio (¥) de coloragio rosuda contendo pequenos setxos, (WD — Superficie de agradaeio do easealhelto relativo 20 ter- ago correspondente ap Pd,. (VID) — Superficie de erosio referente & dissecasio do nivel do ceasealhelro CHD). (VI) — Paleopavimento etritico rudéeso elaborado por retra- Dbalhamento do casealheio (IID). Boletita Paranaense de Geografla — 1005 — N's, 16 ¢ 17 2% com, numero gr coli estan clo amare : nulos e pequenos seixos, eventualmente com até 10 cm toate, atte saeupeaags © ops, nas provides do ‘oon Bi. Dest Sss0 B. e ormagiio Periquera-ACt, Seegio © 1 (fig. 4) — Depdaltos da Formact s ‘corte 20 longo da BY-2 a 122 km de Jacupiranga em diresio Re elstro, af inlepetad cao tno Tea, ou eapntascycotnne, teat # eon DoF Wit cen ema P10, 4— corte ag Be eae Jacuirang © Rear, «122 ka de Jvowbeane, Deceate ue esto, 8 Bole Parnaense de Geogratia — 1985 — N's, 16 e 17 Seccho F (tig. 8) — Truncada peto nivel do terrago correspondent ao P,, A superficie encontra-co cérea de 20m ackma da vérzea. Corte na Br-2 a 2,7 km de Jacupiranga em direcdo a Regist. O corte fcorsesponde a dois nlvels de enscalheiros referentes a terragos ela porados respectivamente durante of processos de pedimentacio Py oF; (a) — ito alterade, (U — Superfiele de erosdo irregular. (1m) — Depésito do eascalho em eanal. (IV) — Caseathelro formado por selxos de quartzo © quartaito sub-arredondados de tamanho entre 9 ¢ 8 em. Depéstto de terrago contemporiineo & elaboragio do pedimento Py, (v) — Buperticle de erosio pré-deposiezo da eamada (VTi. Con ‘entragio local de selxos. (vty — Sedimento siltico-argilosa (Am. 108) de coloragéo cinza rmosqueada, sem estratificaeéo e com seixos esparsos. Na parte média encontra-se uma linha de selxos. (vit) — Superticle de erosio. ito de easealho relative a terraco i elaboragio do pedimento Py. contem- (&) — Preenchimento do canal até 0 nivel do terraco (VID), Seqiénela de sedimentos: siltic-arenoso, eascaino € silt argiloso (Am, 107) de coloracio elnza mosquenda, sem festratificacto, rlea em seixos e grimulos de quartza com frau de arredondamento variado. 0 eonjunto ¢ reeoberto por uma linha de seixos sabalhados 2 partir des nivels de terraco (IV) & = Linhe de selxos ¢ sup (XV) — Seqiéneln de coldvlos eastanho amarelados sepa ‘rados por linha de selxos. Seecio G (tig. 9) — Nivel correspondente 20 Pd. Corte 20 longo a Br2 a 09 km de Jacupizange em diregdo a Curitiba. A seesao corresponde a dois nivels de cascalhelro (terragos), o superior corre Tneionado ao aplainamento do Pd, e 0 inferior an do Pa, dy — Fito decomposto, (a — Superticie de erosio pré-deposigao dos depésitos rudéeens Telativos ao terrago elaborado durante 0 processo de pe- iplanacdo do Pd, (aim) — Depisito de easeatho constitukdo por selxos de quarizn € quartzito sub-arredondados de dlmensdes dominantemen- te entre 5 e 8 cam, Estratificagio incipiente com finos estos arenosos intercalados. Boletim Paranaense de Geografia — 1985 — N%, 18 ¢ 17 29 Depfsito de easealho com seizes de quartzo e quartzite arredondedos normalmente de & a 8 cm. Estratifica- fo ineipiente, com finos leitos arenosos interealndos (VD) — Superficte de agradagio do cascalheito (V). 38 do eascal sbbre parte do eascalheiro (¥). = Paleopavimento detritico. <1) — Cobivio castanbo claro amarelado, correlacionado a0 Pd, Corte 20 1ongo nga em direc a Curitiba, — superticle srregular pré-deposicto dos caseathos forma- ores do terrago eorrelaciondvel ao aplainamento do Pd, (GIT) — Alternincia de camadas rudiceas com arenseeas pre- tenchendo as depressées do terreno da époce da superti- (Iv) — Superticie de agradagio relative ao terraco eontemporé- neo a0 pediplano Pay (¥) — Coldvio eastenho amarelado. 11) — Nivel eorrespondente ao aplainemento Pay ie Jacupiranga na estrada de Cananéia. () — Fibto decomposto, (az) — Superticte de erosio irregular pré-formaeto do terrago correlacionado com 0 Pd (aI) — Cascalheiro com selzos sub-angulares ¢ sub-arredonda~ Gos de quartzo e quartzite com dimensées variando em térno ce § a 8 cm, com alguns blocos eventuals de até 80 em de didmetro, Interealadas no depasito rudécee fcorrem lentes de sedimentos siltico-angilosos. AV) — Supenticie de agradacio do cascalhelzo relativo ao ter~ ago correlactonado a0 Fd, )) — Colivio elnzn mosqueado com delimitaein Indecsa. ) — Colivio avermelhado contendo ocasionalmente granulos fe pequenos eeisos de quartzo de 2 a $ em de aime (vit) — Linhe de peauenos seixas separando os eolivios (VD & c (NIT) — Cativio eastanho contenda pequenos grinulos ¢ seizes exporiidicos 0 Boletim Paranaense de Geogratia — 1965 — NPs 16 6 17 range 38 cerca pare Cxsuntn, Deito ‘a bets. SeoeSo 3 (fig. 12) — Nivel de terrago correlacionado ao P.. Corte ‘Agu na estrada para Cananéia. SucessOes de ealoragdo elnza, oom textura yariada, se- P10, 12 — cote 4 92 tm de Paiguere-Ays na eae pts Consndin, Deetoto asco J. d) — Sedimento arendeco arcosiano, sem estratifieagho, com om matriz areno-sitico-argiosa, BVen~ até 10 em de didmetro = Sedimento arenéceo areosiano sem estratitcs Seixas esparsos, = Camada de cascalho com interealagdo de sedimento sil- tico-argioso. () — Camada sitico expose, (vb — Camada arenéeen arcosiana. 32 Boletim Paranaense de Geogratia — 1985 — N°s 16 6 17 (vm) — Lente de sodimento sitico-arsieso alternado com mat rial arendceo com estzalifiagéo inciplente. Inelusbes «s- ‘idmeixo (Am. 108). de 2 em de alémetro, Localmente lentes de material de- tritico fine areniceo, (1X) — Colao castanlto com pequenos granules e selxos espars05, (0%) — Paleopavimento detrtico rudéiceo discontinue. (2X1) — Colivio eastanno com grimulos esparsos. AMBIENTE DE SEDIMENTAGAO (Os earecteres estruturais e fexturals da. Formagio Pariquera- [Agu revelatn, pare a deposicio dos sedimentas, processos caract ‘os de elima seml-drdo. Enire éstes, os transportes em massa des Denham papel preponderante (corridas de lama e corridas em 61 — mud flow e sheet flow. (© ambiente de sedimeniagéo constituia-se em um amplo vale, muito disseendo e elaborado posterlormente ao desenvolvimento do pecipleno Pé,. Nesta palsagem, mudangas climaticas eondieionaram 2 allernéncla de processos de dogradapio leterel e de erosio linear, fs quais foram de grande importfincia no que diz respeito & ginese dos gedimentos da Formac Pariquers-Acu. 05 processus de degradagdo Interal (morfogénese meciiniea) ope- antes durante a fase elimétien soml-érida conduairam & formagéo Ge vastas superticles aplainadas, gerando grande quantidade de de- ititos grosslres ¢ finos, Durante a vigénela das fases de cima imido prevaleciaa decomposigéo quimica das roches, produzindo esp egolios. Flutuagdes climatieas menores dentro das fases semi inerentes # cada uma delas. Os detrites mais grosseiros restringem-se & pe representativos dos depésitos da calha de dre em também mals para o eentro da bacia. Os & ram depostados ema amblente de “bajada” e e1 ‘A retengio dos sedimentos na bacia do baixo Ribeira poderia ter rns: falhas geomortoldgleamente contri las poneo prov caramento ox barragens de qualquer na- fureza @ jusnnie, bem come & propria natureza do agente de trans- porte. Salientamos aqul que o entulhamenio dos vales € um proeess0 hotinal das fases elimétieas seml-dridas. Os sedimentos da Forms (ho Pariquera-Agu assemelham-se em muitos pontos aos das for poletim Paranaense de Geogralla — 1063 — N's. 16 ¢ 17 33 Ges Guabirotuba e Alexendra no Parané (Biga ber, 1994) ¢ Riaeho Méeno em Pernambuco (Bigarella © An- drade, 1906) ‘ORIGEM DOS SEDIMENTOS A histéria ssecagio do pediplano Pa. ‘ou Paleggena. em Sho Paul leeeu-se nitidamente para 0 itos tern Snielo a partir da fo Alto Iguacu no Parand ‘renagem do Ribeire estaber Entre o8 nivels do pediplano Pd. e do pediplano Pdy a disse- cagio fol ativa e muito importante durante as fases imidas. Nessa feasiéo forst entalhados profundos vales no planalt Pa,, com remogio de considers ‘eaglo progredia com eft elimétieas menores em entradas, Nestas futuagdes, hayendo raretacio do revestimento flo- Hato, as vertentes evoluian prinelpalmente por solifluxio, entre ou- tos processos de menor importa, Nesta. fave dimida, a paisagem encontrara-se topoerificamente abaixo do formnaria. poste ‘ pediplano Pe, tanto por degtadagéo como por agradasio. vel pela elaboragio do Pa, — a palsagem enoont de flo ejando sdbre espéssas regolitos. Na troca climétlen [para o regime semi-arid a florsta desaparece detsand ae Intemperismo exposto & ago dos agentes de eros fdas encostas, provocando aceleragio dos processos de feomo de cotrida de lama, entre outros processos de menor mpor- tanela (0s delitos foram acumulados em desordem nas deprossies do Ihamentos sueessivos oeasionaram uma selesio in~ fllosas e arendeeas, as quais eneontram-se superpostas alternada- mente, Representam cepésitos de “playa” ou “bajada". com a remocio do regolito das encostas, expondo a zocha nia Imlelarem-se 05 processos de morfogénese mecca, auxiliados so- fo a0 tml formado durante os processos de pediplanse’o mi ‘foram transportads para o interior da mesma em direedo & calha 4 Boletim Paranaense de Geosrafin — 1985 — N°s. 16 ¢ 17 de drenagem., Bles reeebrem oe sedlmentoe mals finos ou eonstituer ‘angulares a ee dos pro= feessos de morfogénese meeéniea, ao entrarem nas calhas de drena- gem sotreram transporte em leng6l pela edo de “sheet flow”, per- endo para juzanie ae arestas angulares e arredondando-se progres- ssvamente. ‘Ao longo da calha de drenagem deveriam situar-so os canals anastomasados (braided stream), eujos vestgios desapareceram eom ‘a remocio posterior da malor parte dos depésitos da. porsio central 4s bacia (CARACTERES TEXTURAIS & Formagio Pariquera-Acu foram ulomérieas dat sedimentas detitios fines arenéosos ou. Boletim Pai aenso do Geografia — 1085 — N%s. 16 0 17 5 granulométrice mals provivel Os resultades analiticns eneontram-se da tabela 1 ¢ lustrados na figura 13, Histogramas de treqiéncia facompanbam ag i texturais relativamente elevado (7 a 12 classes) ¢ umi cea de transporte em massa Isto é, em cortidas de lama. Ste coirovorado pela desordem verificada na estrutura sedimentar, eomo se revela pela falta de estr heagho, PEDIMENTOS E TERRAGOS FLUVIAIS fo similar & existente entre o pediplano Pd, ¢ o cascal {do alto terraco, ocorre igualmente entre os pedimentos (P, ¢ ots niveis de terragos com cascalheiros, embutidas no nivel ge pediplano. da fase seml-arida que originou o pediplano Pa, ‘imida responsivel por dissecagio e remorio de trade quantidade do material sedimentado durante a elaboraeao do Pd, © do terrago correspondente. Formaram-se nesta ocasiio nume- roses solelras funelonando coma nivels de hase locals. A patsagem revestiu-se novamente de forests, Subseglentemente a esta tase Umida pés Pa, instalou-se nova fase semi-drida, durante a qual os processos de pedimentacéo abri- am 1a1g0s alvéolos modelando 0 pedimento P,. Os sedimenios da Formagio Pariquera-Agu formados durante a elaboragio do Pay, isseeatos na fase iimida posterior, foram remobilizadas sSbre a su: perfiele de disseeagdo, Originou-se uma inconformidade erosiva © nova seqiténeia de pelos produtos da morfogénese mecdntea do ‘pelos casealhos fo repreenchimento da calla do Ribera, j& em nivel inferior ao da pea do Pa. Aqul também verificou-se um equibibrl entre o ma ial produzido na pedimentagio e aquéle evacuado pela calha de d dagem. Relagéo similar aquela entre o Pd, e 0 alto terrago é ver cada entre o P, e 0 terrago correspondente, Os seixos eneontrados Pedimento so mais angulares, enquanto que aquéles do terrago so ‘mais arredondados. Subsegientemente elaboragéo do P, nova fase dimida. promo- veu a dissecaedo com remogéo de grande quantidade dos depéslios anteriores. Sequlu-se a instalagio, em numerosos aleéolos, de nova {ise semi-arida, eulminando com a elaboraeio do pedimento P, e terrago correspondents, de manelra similar aos fenémenos {a ant mente descrtas. Pouecs remanescentes existem do pedimente to 0s depésites do terrago eorrespondente so mals freqientes Boletim Paranaense de Geogratia — 1085 — Ns, 10 ¢ 17 { Boletim Peranaense do Geografla — 1055 — N's. 16 0 17 7 5 ESESSERRE S| Fe a - ‘ Prisigsereagy g | 5 | . 3 i i \ flavgegegeee| | 3 ' i é i 2 Slegpaasgesgs| 2 u ,(BERSSESSEE LE E > | ag fli esseeeese| 2 | BE t i p[eSSbbebeke) | ae | £2 » tledegeeseeeldta ibe & EReRES p/P PEREEEEES BEES { | a 2/g1 111 81 81 S/xBRl oy | 3 a i 1 ae _ | : ra. — eee ae : Ae e ‘Muitas vézes os depésitos rudéceos correspondentes ao terrago ey nee esos encontram-se dacordantanente sSbre.e8 rochas do masaments S11 fe88ea8|2 pré-Cambriano. Os terracos foram ai esculpidos e capeados por ca- . - ‘ madas de seixos transportados em lengél. E DIVISAO ESTRATIGRAFICA e e,4,elet ellilslel ey se ‘Em face do que acima foi dito, a estratigrafia da Formagio Pa- i \ niquers-Agu nfo ¢ snples Hin €formada por um completo de sl i ! tents fines rudicou depostacas durante 0 Quatemiésa, em 38 Boletim Paranaense de Goografla — 1985 — N®s. 16 ¢ 17 ins etapas de lima semi-Arido, Interrompidas por fases de clima fimido, etas Wtimas originaram grandes inconformidades erostvas. [lids a Gate respeite, sta formacto assemelha-se muito & Formagio sos e arenéceos, bem como para os depésitos rudiceos dos terragos de- Dositados no Quaterndrio (entze a elaboracio do Pd, até o termina inemento Pay, P; © Py, como formagdes Grexsim e Iquere- Assitm, 0 térmo Forma- ‘engloba todos os sedimentes deposttadas du- ante 0 processo de formago do pedimento P, O quadro 1, abaixo, a subdivisdes, A datagao das camadas ¢ fella de acérdo com. Wa de correlagao est tigrétlea dos eventos do Quaternério brasileiro segundo Bigarel e Andrade (198), QUADRO 1 Eventos Quaternésios no baixo vale do Ribeira Bech cine | Procean Feesesso tama | oa | ame — © | sass envio Pence : pe 4 Tema [ane [ aaa ruin sentinte | tats as Bolotim Paranaense de Geogratia — 1965 — Nes. CONSIDERAGOES FINAIS De Martonne ‘Ma ack (1947:150) referiu-so a clima semi-érido no Pleistoceno pa- ra explicar os grandes mntoados de locos e seixos no s0pé da te € apbs o XVIII Congresso Tnternaclonal ‘uisadores, £01 possivel estabelocer-se um esquema provisdrlo para fs soqiénela de eventos Quaternérios, lancando-se uma base crono- Téclea para os mesmos, Tentativas de sintese tornaram-se possivels mediante a eoncentragio de esforgos de virlos especialistas no cam- po da ostratigratia, morfologa elimétlea ¢ sedimentoiogia, ta co- ‘em se taostrado da mals alta utiidade na obtenefio de mais completa e de uma tados problemas. No presente trebalho a respeito da geomorfoiogia, fe estraligrafia dos sedimentos do baixo vale do Ribeira, eumpre-nos ressaltar que algumas opiniGes informalmente emitidas pelos ge6- grafos AD'SAber e Porto Domingues foram de grande valia, da concepsio isica Jé demonstrada_anteriorment © Ab’SAber, 1984, © Bigarelle e An ‘gue 0 Brasil meridional ¢ sudeste sotreu a alternéncia, de periodos sécas e simldos no Quaternérlo, torna-se necessério adimi- tir que, concomitantemente com as mudaneas climticas, ocorreram figoas, Explica-se desta mé teral e agradagio relacionados ant caracteristioos das fases steas cima verifiea-se que hi uma sucessio etonoligiea ‘ados aos periodos slaciais, enquanto o dissecagdo teria ceotrido nos Intergaciais, 40 BBoleti Paranaense de Geogratia — 1965 — N's 18 ¢ 17 Em apdlo a esta hipétese existe 0 fato da Formacto Graxaim (ambiente semi-izido continental, no Rio Grande do Sul, mergwlhar sob o nivel alusl do mar tendo sido sua deposigio, portanto,lignda 0 periodos de regresslo fielo-eustétiea. A correspondéncin de fases ‘eeaa com regresiGo marinha também fol sugerida pelas observacdes feitas por Cailleux © Tricart (1958:14) em Cubatso (SP), lima séco parecem mergulhat , consideradas por aquéles auto- fe Andrade (1086) sugeriram que a seqiiéneia pal Brasil poderla ser correlecionada com # do Colo- Tao, datada por Se ott. A euperficie do degradagio ea parte agra- facional do pediplano Pa, (Pariquera-Acu IM) seriam consideredas tomo ferminadas durante’ glaciagio Nebraskan (= Gunz). Os pe- fimentas P, e P, e terragos eorrespondentes (Pariquera-Acu 1 ¢ 1) teriam sido formtdos, respectivamente, durante as glacagées Kanssn (& Mindel) e Tlinolan (— Riss), enquanto que a dissecaeso terin eorrido nos interglacats. ‘Dando-se um significado esgenclalmente elimatioo & série de ter- rages do Baixo vale do Ribeirs, torna-se fi puromente lectinlea dada por Silveira. (1952:196) para os niveis de terragos elelicos na regldo, O autor 0s movie rmentos epeirogénices posiivos a dissecagio dos terragos situados res- inal do zo ra a formagio das varzeas atuais da réde de drenagem, ligando-as perda de eapacidade de transporte dos curses lum adenstmento da eobertura florestal e modifieagSes no escoamento tor apresenta, entretanta, outra hipétese: sugere que @ colmatagem dos fundos dos vales poderla se liger no desmatamento de origem antrépica, responsivel pela erosio acelerada das vertentes e sobre- targa dos cursos d'égtia, dentro de periodo de establlidade climates, CContudo, a nosso ver, esta hipétese nflo encontra eonfirmagdo em ‘eridénelas positivas, BIBLIOGRAFIA [MIGARELLA, 2. ¢ BALAMONT, R— 862 — Caractere texture do tment “ibaa Go Cot, oie ae Uninet ao Para Tosato de Stotra, Geaouin 1 Cum. BIOARELLA, J.J, © ADGABER, AN. — Pallogegraphiche und Pallotinatice atl Casta — Be MOVIMENTOS DE MASSA NO TRANSPORTE DOS DETRITOS DA METEORIZAGAO DAS ROCHAS “? JoLo 20st BIGARELLA ABSTRACT ‘The southern and southeastern Brasillan sub-surface structure ‘the upper part of the topography by a ret ‘while the slopes and lower part of the val fare made up by regolith which suffered movement especially under sravity action (colluvum), ‘The examination of many road cuts provide good data concerning rhe sequence of several detritic paleopevements and phases of jum formation doeument ss which were responsible for their origin. A preliminar collwvium stratigraphle sequence was established. ‘The phases of extensive colluvium formation were followed by more rough climatic conditions ‘with more or les intense mechanieal morphogenesis ‘A tentative of correlation Js tried between different elluvins ‘horizons and pediment or terrace levels, Old eolluvium were noticed ‘also as stratigraphle units inside Quaternary sedimentary formstions, ‘De Unimmiaete Parse do Tntito de lca 6 Psqusas Tenses ‘ments document dryer climatic eonditions, in which the ‘was removed by rain wash with concentration of the coarser one. INTRODUGAO [No exame dos procestns e agentes que atuam no desenvolvimento do modelado surge’ uma sérle de problemas para a interpretacéo das feondigées pretérltas atuantes na formacio das vertentes. Um dos ‘objetives do presente traballo é 0 de analisar os processos da. me- teerizagio, bem eomo os mecanismos de remocéa do manto de intem- perism no Brasil meridional e sudest, 0s produtas detriticor da alteracio das rochas eonstituem a es- ‘rutura sub-superfiial da paisagem. Seu estudo reveste-se de grande mpotténcia do poalo de vista do desenvolvimento do agricutura, ou do passado recente, 0s processas de Intemperismo submetem as rochas a modtfica- 60s de cariter mecinlco, fiseo e quimico, produzindo um manta indo, Rsie pode perma sense stricto), sem mo- vimentagao ou, mais comumente, sotrer varios graus de deslocamento também podem ser totalmente removidos, (3 predutes do intemperismo, bem como sus disiribuigdo € mo- ‘vimentagio tem especial interésse no que eonverne & interpretacio de certas vertentes, © estudo distes processos, por sua vez, auxilla a Snvestigagio das condlgdes ¢ dos mecanismos que atuaram na estul- tra das vilas formas do modelado. INTEMPERISMO ‘A desintesragto mecinica © a decomposisfo quimiea operant na trandes blooos felsenmeer, engquanto que, nas regidestropieaistmias {8 degomposicio quimiea da origem a um espésso manto de material argiloso, também eonhesido que entre aquéles extremos existe t0da ihe de sradacio na importineia relativa entre 08 processos de fio e decomposi¢io quimlca. Entretanto, o que em parte indo no exame do manto de Intemperismo, tem sido & he- ‘Boletim Paranaense de Geogratia 1965 — W°s. 16 6 37 5 ranga das interfexéneias das varlagies climtieas, Betas foram, stim a entre os processos de [A interpretagio do tipo de intemperismo de sabld, depende nio sOmente de sua posicko geosri palmente das condigies climiticas. Portanto, o mat Doscui multas caracteristleas que podem aular & fos palecelimas, bem como dos processos operantes na remoctio dos produtos da meteorizacio ‘As reglées desérticns aprosentam virlos graus de aride2 om semi- avidez. De aedrdo com as condlgbes climstieas os efeitos do inter perismo mosttem-se de modo diverso. Nelas desenvolve-se mort fénese meoinies. Entzetanto, tem na textura da roeha, (© processo de exfolingdo também 6 operante nas regis semi- fvidas apesar de exist, em vertentes granitieas ingremes e nfo ¢o- Tonizadas pela vegetagdo, sob climas mais imidos. As variagies tér- rica, aumentando a por 1 capa superfielal das rochas, {an com que as aguas de cconsiante, decompondo a sub-superticle © provocando & finas eseamas que se debitam grantlarmente. J 0 deslocamento de lajes mais espésses nes vertentes eristolinas nias Independe Inteira- mente da aggo das variagSes térmleas, igando-se & ago quimice das Mragdo na réde de idclases. Gob condigbes lajes fragmentam-se em blocos angulares, matér pata 6 espessamento dos depésitos de talus. ‘A gelivagdo € umn dos mais ativos provessos de fragmentacdo das eas sub ‘especialmente Superficial das rochas, devida & pressio dos crstais de gélo em fc macdo eontra as patedes dos poros e fissuras pré-existentes. Nestas ‘condigées a gelivaedo produsia principalmente fragmentos angulosos de dimensies reduiidas e varladas. (© manto de intemt dag nas repies cris! fassinala a grande importénsia da decomposieéo quimica no des Yolvlmento de parte das formas do relévo. A velocidade do aprofun- amento éa deccmposicGo qulmlca &, como sabemos, fungio da na- freee da rocha e do sisiema do diaclasamento, As fireas ou niieleas menos diaelasades de texiura uniforme e fina (tipo granito) sio smo formado sob ct Paranacnse de Geografia — 1965 — N's. 16 € 17 tas mals resistentes & decomposicSo quimice, salientando-se na re- ldo como elevagées. Quando a alteragéo progride mais ripldamente i, enquanto que, a5 profundamente orecem © avanco da decomposislo aul vem-se of vales as depressies do terreno, ‘para aumentar o grau de angulosidade em profundidade. ‘io ortogonal, 0s blocas tor sub-arredondados. Em caso de nfo mobillzngéo do regolito No caso de um Um caso que tem merecido atensio especial, dentro do Brasil ssest Boletim Paranaense de Geogratia — 1965 — Ns. 10 e 17 7 teriam feoultado a reticeda do material alterado das dieses. ‘As condigées de remogo dos blocos foram, naquela area, des- favorivs 208 movimenos de massa do conuni. No obstani, ta ‘vido i eseassez de velculo para 0 transporte em massa, A remocio {do material fino alterado nas didelases pelo essoamento superficial contribuiu para o isolamento dos ‘queremos negar gue nas epocas frias ¢ sicas do Flestovino a geli= 7 bre o material rochoso aflorante & super- ‘es no Brasil durante as épocas frias do Pleistocéno. REGOLITO pressées da topografia onde os fendmenos de solifluxio sio ou f0- ‘am importantes. © exame detathado do resol fes, traduzida por ineanformidades e sucessOes de leitos (ci do materia) coluvial de épocas diferentes, paleopavimentos $8 __ olen Pacantense de Geogratia — 1965 — N°s, 16 ¢17 0 regolito que recobre a rocha fresea pode, ao todo ou em parte, velocidades varias contorme a aeda do agente a que , Prineipalmente por ocasido de troees climétieas © mo= ifleagio do revestimento floristo, Seu deslocamento pode se dar Dor movimento individual des particulas ox por movimentas de massa. trans: portados pelo eseoamento pluvial (rulssellement pluvial, slape wash, Regenspiiing). De acérdo com Derruau (1056:60) 08 ‘que descem as vertentes sia dita portados pelos curscs d'igua so dios aluviais, Fo. —stuaelo aquemsen on dlatiulebo de tivo « eaivoaem eubsie ‘Sob condiedes elimétices mals drésticas e cobertura vegetal pouco claro, ou melhor, sefam muitos 05 processos operantes, mencionare- mas varios deles'n0 decorror do presente © deslocamento se féa mesmo em declives pouco acéntuados, inferlores 20 do talus. ‘TaLus © amontoamento de detritos procedentes da desinterracdo da face de uma escarpa ou de uma vertente muito ingreme ¢ comheckdo sob a denominaeio de talus (eboulis, slide rock, Feleschut — Ban Paranaense de Geogratla — 1965 — N's. 16 ¢ 17 49 {A formagio de talus ge fax a partir da rooba por procestos que afetam prineipalmente & rie de diaclases. A de- ‘compesi¢do quimiea {unto as didclases, a ago do congelamento nas imesmaas ¢ ages menores como a de cutha das rain fidades apreeisves de cetitos, qe tombara sob a acto da grav ve slopes (Schutthalde). 0 perfil do um ta va ebnenra, euja Inctinacfo aumenta pare cima. O dngulo de declive nite € da ordem do 35° ‘Nas replies eristalines tropicals ¢ sub-tropieats, 03 depéaitas de falus tem sua origem ligada aos desmoronamentas do regolito de vertentes muito ingremes e & queda de Injes de exfolingao mals 08 espéssas produzidas pelos grandes paredes nus. Uma vex d ‘positados no talus, os fragmentos tendem a ser decompostos € col nizados pela vegetacao. bvervasies efetuadas em muitos dos depisitos de talus, entre- tanto, mostra bloeos e material fino formando uma masse de gran- Ge espessura, testemunhando uma desm tentes nas épceas com caracterstias restltendo o forneelmenta de farto material heterogéneo. armos a angle dos processos de movimentacto emt teoetemos breves comentétlos acérea de outros ide semoeia do manto de intomperismo ligsdos agentes @ pret 2 precipitacéo pluvial. Geralmente o transporte em massa est gallo ou assoclado a uma ou mi rmelzorizagio vertente abatxo. Outro motivo apreciagio prende-se ao fato de que virins {quando na realldade slo devidas a processos de temocio do regolite © escoamento. super suissellement pluviaD & tm transporte seletivo por exeeléneia, essencial para a erosdo dlferenc! tliminando apenas parte das particulas de acirdo com a capacidade il das aguas das chuvas sate podoroso de eros, 1 de transporte, Age efieazmente em deelives de até 1% e, sob deelives téncia do solo, £é, quando a turbuléneis das aguas é maior coesio do solo. as vertentes que evoluem por escoamento super tandem & forma ebncava © escoamento supertlelal pode-se dar sob forma de; a) seca 1085 — Nos, Wash, ruissellement en filets) 3, rulssllement en nappe ) escoamento em ravine (gullying, tr © eseoamento superticia, quando comparsdo com outros proces+ aus Darooe set pouco efiaz nas éteas coberias por florian sean temperadas, mente eficaz em rexiGes 38 seml-Gridos, onde pode mover grinulos e mes- ‘mo pequenos selxos, © escoamento em filets eonstitul uma forma de escoamento su- Perficla! na qual opera um conjunto de filetes agua extremamente ‘anastomosados, 0s quais eontornam os menotes obstdcilos, Desens volve-se prineipalmente em deelives trace, s Tenides semi-iridas as dreas que evoluem por escoumento te situam-re entre a escarpa montanhosa ¢ 0 eued (Birot, Entretanto, por oeasido das chuvas mals fortes dle € subs. or torrentes em lengél ¢ corridas de lama. Lester King fenta que a ago do escoamento en filetes farse sentis ‘mesmo nas deas mais ingremes (éree-face) das vertentes, colaboran, ‘40 com o intemperismo para o recto parslclo das escarjas © escoamento das fguas nas partes ingremes pode ser, em certos Jugares canalizado, originendo ravinamento. Constitul o esstaments coneentrado. De acérdo com Douglas Johnson (atts ¢ éstes ravinamentos ecrtesponderia a gona onde a agio dominante doe os 6 de erosio linear. King (1958:748) admite que 0 escoamento em ravinas e filetes, cheeando & base da escarpa tende a softer modifieagdo na sua for ma, €m conseqikéncia da dlminuicdo do angulo de deelive, Passe a fscoamento em lengsl fino, de 2 cm no méximo (sheet wash), nie ‘turbulento © no ezosivo, chega & embeber totalmente o manto de intemperismo. Ent Isto acontese por ocasiio de ehuvas renclais dos climas s sm chuvas tor= séea mareada ou de mongées, nto guarda a ma mal nde a se transformas, dada @ cuagao répida das éguas das él continuo, © trabalho de erosio tach déstes leneis, se faz em tuncéo de cada rutura de d onstitui um nivel de base local, termnando, finalmente, tores. foreas Boletim Paransense de Geosratia — 1965 — Nos. 16 ¢ 17 5 SOIL CREEP © soll ereep ¢ considerado como a fase geralmente efetiva de tmigrago da massa intemperizada (ron Engeln ¢ Caster, De acorio com Leopold et all (1964348) 0 creep lum lento movimento de rochas ¢ solo vertente abaluo, ex mente sob agéo da gravidade. Ainda, de seBrdo com o autor ste tipo de movimento é considerado separadamente de ou teas espéeles de movimento de massa apents em termos de yeloci: dade relativa, nfo existindo realmente uma distinedo clara entre as virlas ordens de deslissmento. Lamentivelmente existe ume grande ieado do térma ereep. Na literatura io que ne literatura 10 designa movimento individual de partieulas, els de fa- ‘er oscar a posicdo das particulas, enquento que a gravidade inter= vvem no sentido de que o deslocamento seja sempre para jusante, Ene lke os fatdres que provocam o ereep a iteretura ella: a) formag n eracks’ ‘mentos do solo em eontraedo pela evaporagio da umidade; eam at. ‘mento posterior da umidade, a expansio provoca um movimento pa- ra baixo da massa superior, fechando-te a fenda; ) as patticulas também sio deslocadas quando atingidas diretamente pelas potas de chuvas; d) sob eoberturas vegetals densas o ereep pode ser provocado Dela queda das arvores contendo elementos do solo nas suas raiars, fsssim como pela atividade de animais fugadores; e) a dissolugso de ementos minerais pelas aguas de percolagio erin vaslos que tendem 4 Ser preenchides pelo material das partes imeditamente superlores sas modalidades do ereep, nas quals no hé movimento da massa ‘mas deslocamentos individuais dos gros, € pequena ou nila a ine ‘lubneia de um fluide exterior, sko conclderadas tsa como ereep prépriamente dito ou reptation (Ba Birot, 19604:35; Derruau, 1956:56. Com relagso as regides brasileras tcopicais e subtropicals re- vestidas de densas florestas as consideragées acima, relatives a0 mos Vimento individual das particulas, encontra sérias restriedes. © solo das reas de florestas encontra-te via de regra protegido contra a ercalo por espéssa camada de detritas vegetais. O tombamento das Arvores ou a ago dos animais fueadores parece ser minima quando ‘¢ leva em consideragao a importincla dos deslocamentes sofridos pelo manto de intemperismo, Condigies diterentes das atuals devera ter sldo responsdvels por 52 oletim Paranaonse do Geoat 1985 — ‘uma maior morimentagio do regolito encontrado sob as flores flualmente em apazente equllibrio e com um desloeamento insi feante, quando sao considerados os deellves suaves ou inferiores & 20°. Para que a movimentacio individual das particulas fies of seria neoessGria, uma rarefaglo do revestimento floristico. Excecoes ‘fo, naturalmente, encantradas em Areas afeiadas pelo homer, em repides de forte declive, on também junto as esearpas. SOLIFLUXAO E DESMORONAMENTO tands profundidade. Da mesma forma Von Engeln e Ca (1962:109) eonsideram a (0 camo um tipo especial de ereep, tas nao restringem o térmo fs eondigbes perielacais, usando-o tam~ ‘bém para fendmenos que ogorrem nas vertentes das regioes toplesis imidas. Leopold et al. (1964:344) refere a solifluxio esencia!- Imente como uma forma de oreep, embora seja usada para deserever creep em vertentes ‘agdo de geadas. Creep, no sentido de fnovimento de massa (callfluxao) ocorre provivelmente em todos fambientes elimétioos, A solifluxio, nas condigses periglaciais se Gur, como & sabido, na época em que 2 parte superior do perm fentra em degelo enguanto a inferior continua impermeabilizad alo. A zona em degtlo, empapada om gus comera a fluir tenta~ mente como carpa extremamente plastico e vstos0, carregando em fesordem uma massa de elistioos finos em mistura com elementos bastante grosseirs. O material soliflinte desloca-se_lentamente, favangando poueos deeimetres por ano (Leopold et al 10642244) (© movimento é eonseqiténeln do proprio péso da masse, € sé por sluxp leminar, [A solifluxio ocorre nfo sbmente em drvas onde a eamada sub- superficial 6 impermeabilizada pelo gélo (pe: |, mas também sob as mais variadas condieges climaticas (Birot 19000:94, Ba - ig. 1956222). 8 esseneial, apenas, a presenca da eamada impermen- billzante, que ndo permita a infltrago das éguas até matores profun~ Gidades, promovendo assim a saturaglo e a perda da estabilidade dx parte superior do regolit, [A solifluxdo ooorre também mas mals variadas incinngées de vertentes, dependendo apenas da existéncia de pluviosidade suli~ 5 — Ns 16 0 17 5a ment). De seérdo com Birot (18602288) éste mor ‘mento ovotreria em vertentes multo ingremes, com declive superior 240. Derruau (1950:54) distingue o escortegamento a séeo (glisse fem materals coloidais, ou do manto de intemperismo. A recebe quantidade de agua sufi- fatingle in gra de fides que rompa sua estabilidade. indo o movimento a massa Tiuida pode se enriquecer de = deposicionais convexas,cor~ tzamentos (Leo pol 4 et al. 1984840). 5 muito eonspicuas nas areas atualmente iml- das, especialmente quando 0 relévo é bastante enérgleo como, por fexemplo, na Serra do Mar. A avaliagéo da distribuigao dos desmoro- a-se & ocorréncin de profundos fe de umidade; eongelamento solapamentos pela gio das vagas ou dos rios (Leopold et al, 1064:941). Ainda de ‘acérdo com ésto autor, os trépicos funtamente com as resides das altas latitudes submetidas & aco da neve e do gélo, aparecem como fs areas onde 0 rmoronamentos a um papel de grande Importiineln como agente geo- rmorfolégleo. (0s movimentos de massa foram estudados com certo detathe nas fireas montankoses da Serra do Mar no Parana. A decomposi¢20 que Br-2 (ente Curitiba e Registro, SP) e Br-69 raterial grosseico tende a se concentrar na fem eacorregamento, assim come no seu lado. Nio obstante, a maior concentracko de material rudéceo ‘© eseeamento das Aguas. A composigao litolégica do ‘mentado varia de acbrdo com & reg fonte, © material néo apre- senta selegdo alguma. cn Boletim Paranaense de Geogratia — 1965 — NPs. 16 € 17 rodovla Br-38, na Serra do Mar, pouco ‘expenias do elivio ezeanjacente, através do sew enchereamento e do fempuxo lateral provocedo pelo movimento. ‘A superficie do conjunto em movimentagéo mostrava vias f as longitudinais e transversals. Préximo as bordas desenvolvis 11m de eixo maior. Bste era causada pela remocio da matriz fina, em virlude do escoamento das diguas ter se concentrado no local. Os blo- de estruturas almilares eneontradas freqi estradas, 0s eventos acima citados achan-s¢ embutidos em win dos rema- nescentes do pediplano Pe, a ximadamente 18, Aste pet se ainda preservados, porém suspensos a grande altitude ¢ por encostas ingremes, 1 6poea da abertura de esirada ela encontrava-se em equilibrio, isto é, se movimento hou- vesse, de seria extremamente lento, ndo pereeptivel a. alsposlcéo dos troneos das arvores, A estrutura e textura do corte reeém aberto rmostravam ser a massa 0 , demonstrando quo gran- necessérias para o processo info, como supte-se de modo geral. (© exame da estrutura dos numerosos cortes das estradas do Bra- Boletim Paransense de Geografia — 1085 — Ns 16 © 17 55 Como forma de movimento em massa lento, a sliflaxio parece prevalecer em virlualmente todas as regibes climiticas, Presente- mente, 0 seu fraco deslocamento anual tem pequens importdnela na evolugio da paisagem 20 considerarmos a grande quantidade de ero- sho realizada em curto periodo de tempo no Quaternério. ste morl- mento segundo Leopold (1964:349) ¢ comumente inferior a 10 em por ano. Entretanto, os virlos afloramentos estudados mostram que 08 processos de soliftexto tiveram papel de grande importinela na evolugdo das vertentes da regido aqui estudada. A maloria dos cortes nos quais ocorrem remanescentes de solifiuxio, indieam que o pro- ‘eeso pratieamente interrompeu-se bi j4 algum tempo, Isto parece Janeiro, na qual as condigdes de clima amido decomposicdo quimiea das rochas, No Infelo, meteorizagio quimica penetra em profundidade promoveram uma i ‘ura original das roehas, Dentro do manto alterado permanccem al- uns residuos (oores) de roshas mals reslstentes ou menos atingidas pelo diaclasamento, As dimensies dos niicleos inalterades dentro do ‘Grosso modo, as dimensies dos matacées compreendem desde 03 m até I'm de elxo malo, ‘quando um pequeno riacho comeca # cortar o regoito ainda eclives superiores 40°, depois de perlodos de pesades chuvas, po- dem ocorter violentas formas de desmoronamentos (landslides), nos ‘quais 0 plano de escorregamento esta geralmente préximo ao limite ch fresca e a alterada, ste fendmeno deu origem a mul- Fines nas vertentes ingremes da Serra do Mar. Sua cecerén- cia alual nfo é muito frequente e restringe-ce as vertentes mais in- feremes nos anos excepelonalmente timidos, Os desmoronamentos po- {dem ocorrer também eomo eonseqiénela do desmatamento de origem antropien em vertentes de gradlente mals reduzido sgoralmonte da reativagio do movimento em dens ea do protepidas pela eobertura florestal. A paisagem mostra destnoronamentos visivels em decives fracos, nos fque 0 omer quebron o equilibrio da encosta através da abertura de cortes nas estradas. Kntretanto, este processo por ser loealizado, no pode ser considerado como ativo no rebaixamento gerel da t0- poeta 6 Boletim Parnnaense de Geogratia — 1065'— NP. 16 ¢ 17 ‘Movimentos lentos de solifluxio podem ser revonhecidos em ver- tentes mais ingremes pela inslinacio enracteristica dos troneos das Freqienlemente as vertontes de inclinagées var tas por material decomposto, apresentam. reentriv : formas de bacias ou conchas inclinadas que se alongam e afunilom para juzante. Terminam-s0 por uma rutura de declive local quando Suspensas, ow entio na base da , por uma rampa de suave estrindas por alas tam-se paralelas entre si ou podem grupar-se esbocando eomo que tuma bacia de recepedo torrencial. O autor cltado, entretanto, liga Drineipalmente ace deallaamentos da cobertura eluvial io local mais ativa, Posteriormente alguns autores, entre fasido durante recente perlodo de condigées climtieas mals steas. Estudando estas formas erosivns de amplitudes varindas ¢ os cones deposiefonais que les so correspondentes, chegames a dife- rente eonslusfo, Verifeames que tais formas resultam da perda de fstabllidade de uma poreéo de regoito, o qual teria desiizado pela ‘ertente durante fascs de condigGes climitiens mais séeas, diferentes portanto das eondieées atuals sles nichos de desiiamento ocorrem, via de tegra, nos locals onde a rocha é mais susceptivel & alterasfo e o regolito apresenta-se ‘mals espésso. Por outro lado 5p laeralmente nas porgdes de rego menos espésso ¢ mais eralmente no elivio, As eustas do qual tendem 9 expandit-s vamente. 6 pacote de aeglto sliluindo, teria sus eonatinela diniulda o que falta a infitragt das guns das chavs eos dsoeamen- fold nase subsequentes, Amino temp a ees era surilada flo scoumente superficial gual etosentravaseTedimente, o- Mrovendo a remogto da mata fina e a coeentagHo dos Bocis os totale da drnagem, A nora € autocad exelent oe tro” squmuladeo to sopb demonstra o inportante papel que tim ot movimentns de masm na nes de tl rm (03 fendmenos de solifluxio ow desmoronamentos.constatados ‘através do exame dos afloramentos e da morfologia regional sio ea~ loos das fases cllmétieas Gmidas com flutuagdes mas quals 19 no passado, surge o problema de quals jens que os favoreceram anteriormente. Boletin Paranaense de Geogtafia — 1985 ~ Nes. 10 ¢ 17 87 Para explicagéo das éposas de soliftuxto extensive temos ave tude ¢ desmoronamentos extensivos parece ie 2.400 anos atrs, Entretanto, éete no fot © Yinico periode de movimentos de massa generalizados. alguns dos cstradas mostram evidénelas de endmenos de soli- nto, documentam an- presente fase (iia ele tipo de fendmeno, repetido sucesstvamente, parece ser uma das felgdes mais importantes para o desenvolvimento das vertentes sob condigées fimidas. coLtvIo cobivlo constitu o revestimento ples, uma vez que muitos dos processos que interrém na génese do cakivio nfo sfo eonhecldos. A designagio colivio (A.G.1., 1957-57) € de carder geral apli- cada not depisitos solios o ineoerentes encot seu aopé, No sentido descri escem a encosta, ste 6 o sentido atualmente nceito, Os sutares eita- 58 Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — N°s. 16 ¢ 17 io pouco estratifieados ow nfo apre= ‘io senda fAllmente diferencisveis ‘do vale. Aflrmam ainda aquéles autores que & exis- jen-se geraimente a deflorestamento antigo das commento superfcial na sua génese, Dentto de uma eatena ideal, o cokivio seria encontrado recobrin- io pelo curso agua no fundo do vale. Na seegio ‘beast @ predominar o eldvio (rocha. alterada ‘salvo nos loeals onde aflora a rocha si. Na moioria dos cortes das estradas abertas na tegide do com- plexo eristalino do Brasil Sudeste e Meridional, observa-se a predo- tmininela de um neo e de textura ‘astanho smarelado aparentemente homoge eo-argilsa a arenosa, dependendo da naturesa 1m exeme mals detalhado dos afloramentos revelou r de seqiéneias coluvals. Estas encontram-se sepa- radas por linhas de seixos esporidicos, as véues por verdadeiros pa- Jeopavimentos detrition, ou so diferenciéveis através de sua eolorn= “Bin alguns leis palegsolos separam sucessGes de varios colivios os primeiros ligados a pateoelimas ma explicacio do modelado das vertentes de vasta area do Pais, ‘Teicart (1960) fer uma primeira tentativa par estabelecer amento linear consegue ravinar 0s glacis com elaborngao wash’, Boletim Paranaente de Geografia — 1985 — N*. 18 ¢ 17 50 Durante o Congresio da U.G-t. a atengio dos pesquisadores eu- opens eoneentrou-se, principalmente, em alguns depésitos de ma- ‘considerades como cones de dejecio ‘que acompanham a topogra Dresh (1957:200), analisando os cones observados na. desem- Docadura do vale do Hatlaia, zelaclons-os com duas ou és seqién- ‘las de corridas de lama ricas em blocos (coulées de plerres) esealo- hadas no vale. Apesar de ocorrerem deslisamentos nas vertentes fluals, © autor nfo acredila serem aquelas formas ligadas ao cima hhodlerno, Testemunhsriam um elima tropicel com longa estacio fea e cobertura vefetal poueo densa, quando as vertentes teriam. ido denudados dos produtos de alteragio do periodo mais tmido jot, Da parte alta da encosta, em um ot dois periodos de in tensa ativdade torvencial, teriam aldo removidos argilas e bloeos em via de alterapio, os quals eram depositades na parte basal do deelive. Raymal (1967:286) procura estabelecer uma eronologia para cevolugdo paleogeoariticn das vortontes do vale do Paraiba e vertente ‘meridional da Mantiqueira, Aambientes morfogenéticos dlstintos: & primeira fase liga uma sob ‘Suelo periglacial nas altas montanhas e umn escosmento enérgico € fearregado de detritos nas outras dreas. Na segunda fase, com predo- Ininio da deeomposigio quimiea, houve o soterramento dos eesea~ Ihelros por um manto sitio, Nas vertentes das clovagées perlféricas ao vale do Paratba cia de teés Rorizontes dstintos: a) o inferior, ine, alterado, de eli vermelha © com ‘Interpreta-o come sendo 0 regolio “ }) na parte intermediéria, aparecem camadas coluviais pouco péssas ou leltos de cascalho rolades ou nio, 0: quats documents fuma época de desagregacio mecinles © escoamento torrenc cima, um mento limanitico amarelo resultante de um periodo de ‘pedoginese sob elima préximo ao aival senco que, para alguns perfls 6 autor admite, entretanto, a agdo das termitas para a explieagho da sénese dlste horizonte. ‘outro pesquisdor que se interessou pelo horlzonte de eascalho semi-dridas, O material fino que s0 The sobrepbe eorresponderia, no ‘yale do Paraiba, s um preenchimento em plano (entulhamento) de tia a regio, por eeasléo de antigas eheias do zio Paraiba. 48 Macar (1087:288) interpreta éste mesmo material fino gue i Bolelim Paranaense de Geografin — 1005 — NM 18 ¢ 17 reeobre 0 easeaiho como o resultado do retrabathamento de um ée- pésito de Wess ux e Tricart (1950:16), entre outros autores, suge~ gem na agio des termlins que efetuatiam um transporte ‘mais fino do regolito, solerrando-se os selres periodo de decomposicio guimiea, origimando os Ia tima fase mais séee ecm lavagem pelo eseoamento supe como resultado & formagio de uma coberiure detritiea nutrida pelos Fildes pouvo alterados, no easo das roohas magmitleas; em segulda festa erosta foi fossliada pelo entulhamento progressivo dos fundos, dos vales e recoberta pelos produtos do evooemento ou deslisamento. magbes foram muitas vézes( como em Belo Horizonte e Cam pings) alteradas ¢ alssecadas no periodo mals tmldo posterior. Tr1~ eart também liga a recentes futungbes climétieas para o semi- frido a denudaeao, por deslsementos, de grandes vertentes crstall- e do Leopoldina; verdadeitas ea esllsementon depols de chuvas torrenciais); 0 entalhamento de ver~ tentes, com eepéssa alteracao, pelo esconmento superfiial que prov ‘duciu ravings aprofundadas e bacias de revepefo torcencials. Finalmente Ab'Séber (1952:27), revendo as diferentes bip6- tornava-se-mais séco, provorando 0 descamemento das vertentes, fe reativagio momentinea da morfogénese meciniea. Ainda de cenxurradas um pa- lengéis agua lemacentos. Este material aperfelgoou as formas ma- relonizadas em diferentes niveis topogriticos dos planaltos timidos {do Brasil sudeste em periodo talvez contemporanes a0 da expansio ‘a soresta atlantic. (© paleopavimento foi considerado por Bigarelle © Ab’SA- < We 16 017 6t extensio apreciavel em. pavimentacio, além de documentar fgar do forma ampla. em quase todo o Pais. Os autores eltados festar o paleopuvimento soterrado por material orlginado num el ‘imido posteror, sub-atual a atual, Dujantes florestas tropieais ¢ sub-tropleals do Bresil leste © meridio- nal Bigarella e A cob ae quals 08 paleoparimentos des ami-se pateoem nao ler sido tdo severas ou to exiensas quanto aguelas que ram eigen a0 pedimentos ou pediplanos. Meneionam também @ possbilidade de ter fexistdo mais de uma fase de peleopavimentos, sallentando ser 0 as pecto atul o resultado de um retrabalhamento sucessivo dos seixos pelts virlas fases séeas pés-pedimenta P, 'Na presente contribuieio acreditames poder dos e observacies 20 tio controvertido pr ccamente a téda a evolucio recente das ver ‘Em primeito lugar polemos confirmar e mesmo alargar a exten- ‘io da area de ocorréncia de tals feigdes e, po ‘morfoelimatieas que thes deram origem, 08 quals entret combeeldos. Por outro lado, noseos estudas de campo ‘io septidos invariavelmente por material colw diversas, 20 mesmo tempo demonstranéo, mais ou men: conforme a area, a recorvénela de colusiagao. (© paleopavimento fot considerado por Bigarella e Ab'8&- fos paleopavimentos, a recorsénela de fases steas, das qual jgrificamente no dist Balienta ainda ot autores citados que o horizonte de seixos pode ter Idades diferentes eonforme 8 Area considerada, Nossas pesquisas mais reeentes permltiram organizar wm esbigo estratigratico preliminar das wirias horizantes de seix0s, sobrepuiando ‘assim, a8 difieuldades inicialmente encontrndas. «2 Doletim Paranaense de Geografia ~ 1963 — N's, 10 ¢ 17 Estudos rocontemente realizados em terragos nos vales da Rie betra do Aguape, Paraiba ¢ Ttajai-Mirim, fomneveram malores esela~ recimentes abbre 0 problema dos ‘pera o eatabelecimento de uma eronologia A paleopavimentagio mais freqiente oe ve em sub-supe ionteada dissecada nto P,. Entrctanto, em varlos afloramentos de extensio limitads ela demonstrou ser anterior ao P, © mesmo 90 Py As verfieagdes de earapo sugerem que apés cada periodo de mor= fogenese mecénica segulu-se uma fase de coluviagio extensiva. Fe- ‘nfmeno andlogo ororren apés 0s episédios de paviment Foram observadas igualmente, sucessGes de colivios al com os paleosols. 6 0 momento no foram obiidos dados seguros ‘que fomecessem malores esclarecimentas quanto is condigées cll- mitleas eos processos urante as fases de coluviagéo. & evidente que cade fase de coluvinedo fol individuallzada por caracte= , como por exemple, a pigmentacio corn ides de de um colivio elnza, vermelho, castanho ou amarelad. Pode-se, ainda com eertas reservas, relaclonar-se um determina do colivio & um nivel de pedimento ot terraco. Assim, por exemplo, ‘do pediplano Pd, so encontrados nichos onde um eo- neontra-se proservado, Colivlos de coloracio no que colivios eastanho amarelados So pasteiores ao peaento 2, De manelre gerai, os colds formados imediatamente apis os niveis de aplainamento sho de preservagio difieil em mesmas softerem retrabalbamentos sueessivos em fases Bo constituidas por eolivios Interealados entre ni tum cotivio ¢ separado de cutro por w iva de um paleopavimento. Via de regra, te, como a0 sul do Lajes ‘um 205 da Br-2 eneonten- ventago detritica. No vale do Boletim Paranaense de Geogratia ~ 1965 — N°s. 16 € 17 63 io Paulo € Rio de Janelto, 0 co rexes separado do castanho ‘amarelado por um paleopavimento detrtic, mo produtos resultantes do movimento de massa vertente abaizo, Surgem aqui os mesmos problemas da se forma uma linha de setyos entre dois eoivios sucessivos, sendo a separagi entre €les algo difiel e imprecisa (Os fendmenos de coluvlaeio atestam a recorréncia condigées climéticas eapecileas, as quais alternam-se com ‘morfeginese mesaniea, elimas ésperos ou paleosolos. As condlcdes clt- imatieas sob as quals desenvolveram-se as paleosolos sio ainda des- ‘eonhecldas. DESCRIGAO DAS SECGORS Seegdo A (fig. 2) — Corte na estrada que liga Curitiba a Colombo, 2 160 m de Santa Cindida, na encosta do Pd, anal de drenagem, eneontrandos nto detritieo (EID) eonstituigo por seizos angulosos e sub-angulosos, predominantemente de quartz, com & Gimensio maxima de eécen de 5 em, Sotoposto, aparece un ea avermelhado (IV) argilo siltico-arenoso contendo pequenos Jos e seizos de quartz0 com cérea de 2 a 3 cm. Jazendo sob 0 ealivio a Boletim Paranaense de Goografia — 1985 — N°, 18 € 17 (av), encontre-se novo paleopavimento detritieo (Vv) formado por pequenos selnos e grinvlas de quarteo. Segue calivio (VD) de cbr amarelo-eastanha. onde apareeem pequenos grdnulos ¢ st mati argilo eiltleoarenosa (amostra n? 1), Finalmen- ‘encontra-se o solo agricola (VID 10, 2 — corte na etndh Cut-caombe & 1m de Santa Clade, Deslo Seesio B (fig. 8) — Corte a 640 m de Santa Cindida na ‘estrada que liga Curitiba a Colombo. © corte corresponde a0 oF. FIG, 2 — core a tra Cuntita-colomto s oH 2 de Sante Cinelas, ine {0°P, Desreto mn septo I — Gnalsses alterados ¢ rioos em fides de quartz 11 — Inconformidade de erosto. III — Sedimentos ée cbr einza da Formagio Gusbirotuba retraba- Tada na fase de pedimentagio do P.. A parto inferior da camada apresenta-se mais arenosa ¢ bastante rica em sel- os de dlmensGes Inferiores a 8 cm, geralmente angulosos 1 sub-angulosos. A parte superior corresponde a mat mais fino siltieo-argloso, sem estratitieagio (amos! 1 — Paleopavimento detrtico formado por sebxos de quartzo de até 8 em de elxo maior, geralmente angvlos0s e sub-angu- loses. Ia — 1965 — We, 16 © 17 65 Boletim Faranaonse de Geot V — Colivio vermelho-Ilés apresentando manchas de colorag8o mals lars, Apresenta textura sltio-argilosa, contendo ‘granulos e pequenos seixos de quarizo © menos freqientes de feldspato angulosos (emostra. 119) ‘VI — Ineonformidade de crosio ‘VIE — Casealhelro de quatizo anguloso a sub-angulso, tendo os sebxos dimensbes inferiores a @ cm (paleopavimento detti- tHeo). ‘Vill — Incontormidade de eros. EX — Colivio vermetho escuro apresentando uma matriz sitieo- 1a contendo grinslos angulosos muito frequentes de sendo 03 de feldspato mais ratos (amostras 118, 118 e 2). Segue-se um paleopavimento detrtico. X — Cotivio ée eolorapko castanha contendo fregitentes grém- Tos ¢ pequencs seizes angulosos de quartzo, dentro de notte sitico-arenosa (amostra 117). Apresenta uma linha desoontinua de grdnulos ¢ pequenos seixos angulosos de quartzo. Seeedo © (tig. 4) — Corte a 12 km de Santa Cindida, na nova estrada ate liga Curitiba a Colombo, eorrespondendo ao nivel do Py BRAS SO RAP On OGALES SEES IO PESOS, BGO RGR <6 66 Boletim Paransense de Geografia — 1965 — Nes. 16 e 17 até a em, Consiste muma camada de com selxes de quartzo de dime anguloses e sub-angulosos, Oi rados 2 uma matriz argilos cinta clara, IV — Colvio avermethado do texture areno-s ‘endo rinulos e pequenos selxas de quartza anguloso (amostra 9) V— Paleopavimento detritico constituide por g1dnulos € pe= quenos selxos de quartz0 anguloso. VI — Coldvio eastnnho argil-sitio-arenoso, contend grdnulos de quartzo exparsos VE — Solo agricola Seesio D (tig. ) — Corte na nova estrada entre Curitiba e Co- lombo, a 17 km de Santa Candida, na encosta do nivel Pd, FIG.5 — carte na senda Citia-Colombo & 1.509 m de Sints Cisdde, ae fxn do Pa, Deomsto be seo B. T— Gnals profundamente alterado, porém eonservando @ sua cestrutura primitiva. 1 ~ Inconformidade erosiva, IIT — Paleosoio desconti IV — Material coluval de eotoragdo eastanha e com textura are no.lltico-argilosa. Contém grimulos e pequenos seixos de ‘guartao esparsos (amestra 4). Envolve um horizonte de pax leesolo deseontinuo © poueo niltide V — Ineonformidade erosiva representada por um ravinamento, ‘VI — Horlzonte de paleosolo de 20 em de expessura, Trata-se de um material de coloragao Boletim Paranaense de Geogratia — 1965 — NPs, 10 ¢ 17 67 ‘Vit —Preenehendo o cana) encontra-se um material castanho- ‘vermelhado, arglo-ailico-arenowo e rieo em graxtes e pe- ‘guenos seixos angulosos de quartzo, sendo rates os de {eldspato. O material mais grosveiro parece apresentar uma, disposiedo orientada segundo planos. ‘VIII — Coldvio castanho-avermelnado areno-sitico-argiloso, con- ‘tendo fregientes grimulos e pequenos selxos angulosas de ‘quartzo ¢, ocasionalmente, foldspato (amosira 6) 1X — Paleosolo apresentando ceracteristias semelhantes és do paleosolo VI (amostra 7), X — Colivio de coloragéo eastanha, formado por materlal areno- silticc-argiloso, englobando pequenos granulos angulosos de quartzo e feldspat foriginanda uma paleopavimentacéo detritiea incipiente, proxima ao limite com 0 solo atual XI — Solo agroota, Seecio E ti. 8) — Corte na estrada Curtiba-Colombo, « 19 km e Santa Cindida, no nivel do Pa, P10, €~ corte m evra Cuie-Colomeo «1250 m ae Sante Cine, net (D4, Dsergte oa sce I~ Ghaisses alterados ‘M — Inconformldade erosiva, TI — Colivio avermetnads no qual granvlos e pequenos setxos ‘angulosos de quarizo e ocasionalmente de feldspato s40 englobados em matriz areno-siltieo-arglosa. IV — Inoonformldade eresiva, ‘V— Paleopavimento com setxos de quartzo sub-anguloss ¢ an- gloss, de até 6 em de elxo maior. 68 Boletim Paranacnse do Googratia — 1965 — W°s. 16 ¢ 17 VE Coltvio de edt einza, areno-slteo-areiloso, contendo gri~ ‘mulos ¢ selxinnos de quatizo, sendo rares os de feldspato (amostra §) VI — Sucesslo de paleosolos ¢ colivios castankos, constitnidos por una matri argilo-iticn-arenosa eontendo granules € Sebxos de quartza de até 4 em angulosos e sub-angulosos ‘VIII — Solo agricole. Seegéo F (fg. 7) — Corte na estrada antiga que liga Curitiba a ‘colombo, a eérea de 200 m aquém do rio Atuba. O corte mostra a ‘sttutura de um remanescente do nivel P., migintcn) “” s & gsr t Fem ne a pe PISToLNG AROS Se eter de 0 m ogutm a0 — Ineontformldade erosive, —olivlo vermelho rleo em seixos de quartzo de até 6 em igeralmente sub-angulosos ¢ angulosos dentro de uma ma- thie ergilo-siltico-arenosa, 1V — Inconformidade erosiva. '¥—Acumulagio espéssa de enscatho, com sebxos de quartzo sub-angulosos a sub-arredondados de modo gerat de pe- ‘quenae dimensies (2 $ em) ¢, alguns selxos esporadticos de até 8 em, VI — Inconformidade erosiva ‘VIE — Colivio de colorado avermelhada ¢ rleo em pequencs sel- de disbisio com até 20 em. Pacanaense de Gcogratia — 1965 — Nos. 19 ¢ 17 6a ‘Vint — Paleopavimento detvtiee formado por grinulos © pequenos selxos de quarto angulosos a sub-angulosos. 1 — Matorial coluvial castanho, em que uma matriz areno-sil- famostra 15 e 15a) engloba granules € pe- quenas seixos angulosos de quatteo X — Solo agricola Seago G (tig, 8) — Pert tipleas de eortes no topo do nivel do Pa, nos arredores de Curitiba, TIT — Coldvio castanho-amarelado contendo pequenos grinulos e quartzo angaloso, 1 — Solo stual Seesio HI (fig. 9) — Corte na Br-35, 8 19 km do cruzamenio com f estrada de Piraquara-Sao José dos Pinhais, na direcio de Curitib. CCorresponde ao nivel do Py, I — Cohivio castanho sitico-arsiloso contendo granules ¢ pe- quenes sixes angulosos de quartzo, sendo menos freqilen- tes os de feldspato (amostras 28, 2 I — Paleosolo, Material areno-silteo-argiloso de eoloraedo eln- sm eseura {amostra 28) nia.s— corte mk now rotora Cutna-Pare foemto eam sera Ponguam-Gto xe eos lig. 10) — Corte reeém-aberto na nova rodovla Br-35, -Paranagud, na vertente oriental da Serra do Mar. Boletim Paranaense de Geogratia — 1065 —N°s. 16 ¢ 17 a ‘ae beer nn seo Seegio J (fig. 11) — Corte do encosta na estrada de So Jodo Bar tista a Brusque, © 228 km de Brusque. I~ Pilitas muito alteradoe e loos em fides de quartz I — Inconformidade erosiva, fio castanho-amarelada, 1085 — Nes. 16 6 17 1 — Filitos deeompostos (amé I — Ineonformidade do erosio. 11 — Casealleiro anguloco a sub-arredondado de quartz, for- ‘mado por seizes de até 10 em de eixo malor. 1 — Paleopavimento de selxos de quartzo angulosos a sub-arre~ ondados de dimensies inferiores a 10 em jazendo sdbre a 8D. (quartzo e quartaito de até $0 em de eixo maior, sub-arre- dondados, embalados em matriz fina 'V — Colivio arenfceo de coloragéo vermelha mosqueada (amos- ‘ra TD. ‘VI Paleopavimento com selxos de quazizo anguloses © sub-ar~ redondados, de temanho varidvel, até 15 em ‘Vit — oldie castanko-avermelhado, siltico-arenoso, contend e5- ‘parsos seixos de quarizo de até 3 cm (amostra 78). 8 cor- fado por uma linha de seixos de quattzo, de dimensées reduzidas. ‘VIII — Lina de seixos pouco espéssa e discontinua, 1K — Colivio eastanho avermelhado om Ineonformldade sbbre os {os astanho avermelhado em inconformidade stbre os mostra 82) . 0 avermelhado (amostra 2) separado do ‘por uma linha de selxos pouco espéss. XII — Colivio eastanko avermelhado, sitice-aroncso, contendo selxos de até 2 em de quartzo anguloso e sub-anguloso (amestras 16 € 70 Bolotim Paranaense de Geogratia — 1965 — Ns, 16 ¢ 17 B XITI — Paleopavimento pouco espésso e descontinuo com selxor de ‘quartso angulosa: e sub-anguloses com dimensies de até 2 em, Torna-se mals expésso na parte alta do corte (centro). XIV — Cotavio eastanho eontendo pequends granules de quarta Kamostras 80 ¢ 64) ‘A seogio acima deserite refere-se a remancscentes disecados de tum terrage, A camada de seixns (LI2) fol depositada extensivamente nna eatht de drenagem do Iiajai-Mirim pretérito, durante fase ell tmiticn semi-arida na qual ocorriam fenémenos de morfogénese me- cedniea correspondentes & elaboracao do pedimento Py Em fae ellméties timida cubseqiente 0 secado, sepuindo-se o preenchimento das terais por uma sucessio de paleopavimentas castanho avermelhado 0 formado era dis- depresses la- fos de coloracio ‘iteto Laie depésitos foram intolramente removidos por uma nova disseeaglo, Seguem-se novas épocas de coluviagio ‘eastanho avermelnada (eolivios IX a XI) culos testemunhos encon- tram-se em pequenas depresses da parte direits do eotte. ovo perlodo de coluviagio extensive sendo conspieuo s ambas as vertentes, Fi Seecio L(t 18) — Corte em vertente ne estrada entre Itajai e Plorianépolis, a $5 km de Ttapema na diregio de Florianépols. 76____Bolotim Parannense de Geogratia — 1 (CARACTERES TEXTURAIS ‘As carecteristcas texturais do manto de intemperisn rmitodos referidos por Bigarella e Salamuni (19e2:x cunts de {equinia asumtlads © eaprunas winguices represent fron de compedfo paulntien das ances de eine propria natureza da eurrn de frequéncla acumulada, ni Bes BE trite 888i PEPE ECE eth PEPEPEeP eden ines 8 PUPPET TEEPE Boletin Peranaense de Geografla — 1065 — N°. 16 ¢ 17 0 Valores mencionados na tabela dlzem respelo «uma parte ape das amostras. ‘TABELA 2 Composisdo textural, diémetros mediano e médio, selesio e assime- {hla das amostras de elivio procedentes do manto de meteoragdo das roehas pré-eambrianas do Brastl sudeste © meridional, | as Gh lead uae | oe aa oom ome io] on woo] ast | o 13] one | oo zo ons | ons = TaBRLA 3 Valores extremos dos dlimetras medlano ¢ médio aritmético dos co- Tavios ¢ livios, Comparag2o com outros sedimentos e regoitt. Diamet Medlano Medio Aritmético taximo [asinimo| maximo] Minimo] s1éaio ‘cativia =| are [ Avia Boletim Paranaense de Geogratin —- 1985 — Nis 16 ¢ 17 8t jos a pereentagem na classe modal é na ‘40% vide tabela 6) o mesmo sucedendo para o regolito da periferia da bacia de Curitiba, para as varseas ¢ para es formagGes Guabirotuba Pariquera-Acu Entre as medidas de alspersio para os er terial que sofreu transporte em massa (solift presenta ‘buigdo granulométciea disperse, isto é, de mi seleefo, distin~ fsuindo-se do colivio por manter tracos da estruture. prs rocha. O baixo grau de seletZo apresentado pelos coin a formagies Guabirotuba ¢ sultantes da depostelo de corridas de lama e de arcia, do ambiente semi-srido, ea he outa fomagoen Guat i ; _ mote]! 2 | g | 2 sut = wenn | § |e | E wn 7 - \z oo ‘tabela 4) _ ~ ~ ‘ ~ = a fa -}-]J-]«[- nimero do cles txtras com mals de 1% de treat, 1 da fa fa lente aos colivios e eliivios encontra-se na tabela 6, onde 1 parades com o nimero de classes texturais apresentados pelo i a 1 aR 3 oda peri da bala do Garba © ontee forages uae wfada fo l- ins, Ovelevado timeo oe ches textural wa de tare tal aa ie, 6 caracteristico para o transporte e1 (eolifluxio, cor- = . . Tama o dear, u |- fa ]a fa Os dados relatives as varzeas de Curitiba agul tomados como 4 = a = a elementos de comparacao abrangem uma série de depésitos, quer de B - aa v $ 7 canals ui de plait de inde, como as ram a [ols fe |e |S "syst cneren una fab slo gamba mex). |2 lo fal |e $2_Boolin vranant de Geog — 185 — Ws. 8617 tin Paranense de Geog — 195 — Wa eT BIBLIOGRAFIA Ge neeeningens, de ciaty avsinee, Am. — 182 — Revo dos conbeimente wire 0 Rortente aub- % “ha de Ue do eeela © Suisun (61 wareia ¢ Mousmno (18) ‘TABELA 7 Freajiéneia em niimero de casos de varios intervalos do desu! too dos quartels QDy para os colivios e eldvios. Compar dados referentes wo regolito da periferia da bacia de © eas e formagées Guabirotuba e Pariquera-Aeu. ts om lo up Bra — Nota Onomceeeen e|e|]esieilisl ¢ om ) 2] 8) 8) ial ° a & é 3 © > re re ee a fa }o fs [oda sfafefa fala ata ]a fu la | s|—-|s |e fafa s/o ls |s fa lo rfotafe f= fa 2 fl }a fa fl fs 2/2 |- fe l= ]a -{[e fete ye fe o ___Boletim Paranaense de Geografia — 1065 — N's. 10 0 17 CONSIDERACOES A RESPEITO DA EVOLUGAO DAS VERTENTES © soso Joss sioansta MARIA. REGINA. NOUSHIHO ABSTRACT. tls paper is discussed a new interpretation of the morpho of the tropleal and subtropical areas of the orie ‘The slope evolution is considered as being prt Tlemecnie mate ehangen During pecs of hurd late laclal stages), the landscape was dissected. At this te the ‘lope evolved through deep chemical decomposition and denudation achieved ‘The eyeliity of the elimatic changes caused the eyelie appearance of degradational and aggradational forms characteristic of each oue Of the climatic types. Uplift played a secondary role in the deve- opment of the eyelie forms, These features were originated simul- if the drainage system. Inside the drainage system. Tn this w ssplained the origin of the pediplanes, pediments ive deposits developed during semiarid climatic fonditions, Forms and deposits of this type are conspicous all over the landscape, being better preserved than the features developed ‘during humid elimatie conditions. The last ones are responsible for the suepession of erosional levels and for the dissection of the land- 86 Boletim Paranaense de Geografia — 1905 — NPs. 16 e 17 INTRODUCKO ‘A anélise da morfologia das encostas ¢ um poderoso instrumen- to para o reconhesimento da seqiéneia de eventos operantes no de- sagem. Pelo estido das varias formas € seus € pessivel deduxir quais as condices durante sua elaboracio e também con fo desenvolvimento de vertentes no sul e sud sentado por Bigarella e Mousinho ina ver peovada a lmportnela das mudangas climatieas| ‘eas como um fator controlador da evoluéo da paisagem, ter tlenienics fundamentais para a snterpretasio ¢ dalagio das dife- rentes formas de relavo,Bste & um dos objeivos do presente trabalho. ‘A importincia fundamental do problema da evolugio das ver~ tontes tem sido extensiv al rece que as diferencas assunto estao relacionac ortneia do clina como for de ee na evoluedo da paisagem, PONTOS DE VISTA GEOMORFOLOGICS carga. Ainda de acérdo com Davis existe una sérle ce estagios centro o momento em quo a capaciéade de transporte do rio exzede Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — N°. 16 ¢ 17 &7 fornecido & superior & eapacidade de transporte fluvial (senilidade), Tormas originals, desenvolver-se-Ia no topo um ‘quanto que na base originar-se-le uma concavids ‘zagio mals pronunciada ooorre na parte superior da encosta. Os de- ‘ltos mais grosselros formados na parte mals inclinada da encosia, sio remoridos pelo escoamento das aguas ‘ou pelo “ereep”, ependendo do seu grau de inelinacko, Os detritos diminuem de tax- ‘& medida em que se movem para juante, fles, cada ver mals iferenga entre a evolugdo de uma encosta om cima reside, de acirdo com Davis (1980:148), em que, no elima timido, seu angulo sofreria diminuigao com o deseavolvimen= ‘tp do cielo, enquanto no clima Arido 2 vertente preservaria sua in- ‘imido ov Para a cvolugio das vertentes em dlima arido Davis aceite as idélas de Lawson (1915). Comparando os ciclos tmido e arido ‘aquéle autor menelona que 02 dirersos processos erosives, sob ambos ‘9s climas, diferem em grau e modo de atun¢éo ¢ nio em natures. ‘gssim sendo, as formas difeririam pelo grau em que so formados ‘sous elementos (coneavidade e convexidade) e néo em seus elementos cessencials, ‘A medida que o eiclo Gio evolue, com o decréseimo da textura os detritos e diminuigio da declividade, x encosta tornar-se~a re- coberta por um manto de intemperismo, que aumenta de espessura f 20 mesmo tempo protege a rocha contra posterior meteorlzagao. No estigio de senilidade a paisagem torna-se suavieada, 0 material pro- venlente das encostas fica cada vex mais fino ¢ os deelives das mes- tas apresentam-ce extremamente fraeos. Os ros passariam a mean~ rar stbre uma superficie quase pla e um efile, ¢ eomego de um novo cielo, eausaria um relévo polii- clico no qual ocorreria repeticio de formas de relévo a diferentes al- fitudes. As interrupetes de clelos estarlam relacionadas com varla~ es do nivel de base e mudangas elimtieas. 5 conceitos de Davis foram de grande valor para uma prl- rmelra apresiaedo das palsigens. Entretanto, coma veremos adiante, © estudo da sub-estruture das formas de relévo néo confirma multas ‘de suas idétas. De acérdo com W. Penck (1958), a evolugdo das vertentes € ‘um processo alferencial que se realiza através da interacto de dols 88 Boletim Paransense de Geografia — 1085 — N°s. 10 ¢ 17 fatores agindo em conjunto: Jevantamento erustal e denudacio, De cbrdo com éste autor, durante o processo de evolusio das encostas ‘Vins situagbes podem ser encontradas: a) desenvolvimento convexo ‘opera mals ripida~ ‘desenvolvimento es- ‘taclondio (stationary development), quando o levantamento se dé ‘eneosias); ¢) desenvolvimento concavo (waning 11a denudagao € mais riplda que o levantamento (pert eéneavos) ‘taeda com W. Penske. ‘Ao apreciat & hipstese de Penck dove-se considerar que: 1a) em rochas sis © homogéneas, em uma unidade de tempo, se for- Boletim Paranacnse de Geogratia — 1965 — Ns, 16 ¢ 17 89 ura (decliridades suaves correspondem a uina granulagio fina); €) a remogio do. mate ia palo deslocamento ¢e sueessivas ‘com exceslio da porcio mals inferior de eausnds pela auséncia de Ihaldenhangs cada ver menos ingremes, a vertente adquitira um per fil edneavo (waning development) de um peril convexo, Uma mesma Aistes diferentes tipos de desenvolv finam of mals varlados perfis de encostas. ‘podem tornar-se precipicias em rocha nus dos quals pequenas particulas individuals se desprendem f vio juntar-se abaixo ¢o talus ou, por outro lado, encostas inere- ‘es quando colonizadas por vegotacio, podem ser locais onde se ope- ram movimentos de massa. Entretanto, esta mudanga no altert a inelingedo da vertente, que continue a evolulr pela redugio dos de- rites ¢ denudaco Acreditamos eontudo, que as mudangas elimétieas no atuam somente sobre a redugio dos detritas e denuéagio das vertentes co- ‘mo também provocam um deslocamento €0 base, Variando ste, terlamos 0 desenvolvimento de nova dependente da fagio endogenética. Penek teve o mérito de ter chamado a para as vers tentes como unldasdes bisicas através des quais se faz a evoluedo da paisager, ‘Assim como Davis, enlretanto, Penek elaborou um esque- 0 olotim Paranaense de Geografia — 1985 — N°, 18 € 17 ‘ma por demais ia gravidade, detritos de re de base loval) descarga e gradiente ‘com & nova carga teria necessidade de: a) ter diminuida a sua descarga, ou b) estabelecer um gradiente inferior ao intcial. No se fgundo caso © curso digua seria obrigado a erodir 0 ponto imedia- tamente a , variando @ intensidade da acko dos agentes Yvariando 0 grau de denudacho da encosta e, Obriamente, o gra de fornecimento de deteitos, ceorrer’ novo de- sequilibrio entre a eargn a ser transpo ‘Giagua, Este, portanto, nko poderd manter o stu nivel de base fo ¢, mmpido 0 desenvolvimento do perfil ebneava King (1953 ¢ 1957) considera que os condieionantes fisieos da b todos os climas. Para éle, como falores aluantes no modelado fora das areas submetidas a fextremamente éridos, nso afetam lucie das vertentes. Uma encosta ‘de cima para baixo uma seesio slope) e um pedimento ofiado, nas quais faltam alguns yentos bisios ctades, poderiam ovotrer em vitude de: a) pre- omindneia de um ou alguns dos diferentes processos geomérticos; by diferengas-Iitoldgicas; c) espagamento da réde de drenagem entre 5 88). 05 varies processos relativas 20 escoumento das fguas correntes © aos movimentos de massa sio 5 encostas aleangam, tum estagio ce ste reewo pai ‘eneostas depende das foreas que atuam dite Boletim Paraniaense de Geogratin — 1985 — Ns, 18 ¢ 17 a tamente sObre elas, Apenas quando um rio entalha profundamente fu desloca-se latersimente as encostas adjacentes tam sua evalugio por le controlada, Encontrando semelhaneas nes formas de relévo de diferentes re- firma que o P10. 2 — Bemeatos halos one vertoles ge strc? cam 1, ©. Kine King (2963:742) eousiaera como fendmencs normals os proces- ‘05, forma do modelado e evoluglo da palsagem que ocorrem mas 12 pelo fato de que a grande maior desde um remoto passado geolégico, revelam condigdes de doy ‘caractaristioas de ambiente arido e semi-eido, Nosta objegto bésiea a King fs vertentes. Apesar cas, tim sua intens- ade e eflelénela subordinadas a condicées climétioas loeals. A mor ologia das vertentes tenderé, desta forma, a espelhar intensamente ais variagdes no eomplesio doe procesios elas atuantes, King considera que pedi cm erolugo atualmente, ca da grande instab © Quaternério em tida 2 superficie terresre, consideramos aquelas formas, na sua maloria, como peleotormas. Tratam-se de remanes- centes, multas vézes disceades ¢ herdades de paleoelimas ominineta de morfogénese mecintea e erosio e piésltos originatios de coudigSes de semi-arides sorem os mals pre= Servados na paisigem, nio nos parece vlido considerar a evolueSo ida como normal para o modelado. Na realldade, nfio existe sudeste do Brasil ttm demonsirado que as flutuagOes climticas tém tio importineia cspital na aceleracko dos processos de desenvolvl- mento da paisegem ¢ de recuo das vertentes. De achrdo com Ba wll etetico Na seoti inferior ednenra da encosta os depdsitos quit na 0 transporte por e erosto & jovem a seorio vamente & secgio eonvexa, mica, Conteqientemente o solos impermesvels e a seegio concara progridem em diegdo a parte superior da encosta. O esquema de Ba borado para a explicacio das ver~ tentes coneavo-converas carae tanto, mesmo para aquelas repiges, nfo parece eorresponder & rea~ lidade. As intensas muda ‘aguelas tess durante o Quaternério fizeram om que suas vertentes representas- fem 0 rerultado da afio de ume série de process (entre éles a solt~ fuxio periglacial). Por outro lado, Ca itlewx (1940), demonstrou a ineficiénela do escoamento superficial no transporte dos detr freas das latitudes médias que mantém a sue vegetacto origin restal. [Nas regiGes tropicals e sub-tropicais as formas visualizadas por Baulig sho pritleamente inexistentes, nfo havendo as condigées Boletim Paranaonso do Geogeafia — 1085 — Nes. 16 0 17 93 fenumeradas pelo autor como iilspensavets para a concretizaeto co seu esquema, los das verlentes com o correr do ci sgénea é conseqiénela do fato de que depots do um es ‘usura das vertentes se faz mals rapidamente do que 0 ‘mento dos talvegues. Para Biro: ‘8 um basculamento, o qual proves nagem ¢ formacio de vertente a gravidade (éboulis i see © desmoronamentos) fondo a carga do curso d'égua © dlminuindo 0 ches a um primeiro equilrio. Terminaria ai a fase de Interrompendo-se a erosio linear dos rios as vertentes ct se desgastar; sua base toma um perfil edneovo, conservando um de- clive que tome eapaz @ evacuagio dos detritos da parte superior (Waels de Richter, com 30°-4). a parte superior continua re- ‘quals slo efetivos até nos declives mals suaves, acclera-se posigio dos blocos © pode aparecor uma eobe esta forms diminul a carga que chega aos ‘mals uma vez aprofundar os seus leitos. Eneal vvocam 8 repetigio da seqilzneia dos event Ainda de acérdo com Birot, a partir do momento em que to de uma converidade na parie superior da encusta, a qual uma eobertura uniforme de detritos. Na parte ini Jum aumento do teor em de sere, do-se 0 perfil concave. Com 2 diminuigho gradual da doctividade 1 io decotrer do ciclo, o solo se satura mals ripidamente e x mobil © ponto de inflexdo tentes ten= e-em solucao, periglacial. Nos éllmas dridos, mesmo os deelives mals suaves nflo possuem co- bertura vegetal que impeca os agentes de transporte de predominae ou Bolotin Paranaense de Geogratia — 1985 — Ns, 16 e 17 stbre a meteorizacio des rochas. As veitentes de Richter sto ‘ubstituidas por vertentes menos inlinadas, cujo declive 6 dotermi- nado pela cOmpeténcia do estoamento superficial. Tambén a exls- ténela de kniele junto aos relévos residuals ¢ explieada pela ausénela, de soliffuxdo, No ciclo arido os elementos de vertentes de Richter 1am testemunlos Isoledos que preservam os seus declives até 0 do idl, 0 ciclo de evolugdo das vertentes apresentado por Birot seria tum elelo Ideal eujo desenvolvimento nfo tvosse sldo afetado por ma- dangas climAtleas profundas. Sabemas que tal estabilidade climétiea Birot distingue condicdes morfogenéticas diferentes dentro de uma visto espacial, mas considera na sua teoria estas condiebes es podem ser adequadamente flimas que atuaram naquel De acérdo com Lehmann, citado por Scheidegger 8), a denuda¢ao numa rocha homogénea, a sidade em todos 0s pontos da encosta, causaria um reedo paralelo dx vertente. Se ela f6sse rtilinea oporreria um reeuo paralelo retilineo, orlginados por esta evolugdo podem eeumular-se nos s0- és das encostas de acdrdo com o angulo de repouso dos detritos. Se ‘8 acumulagao auments, a vertente Inlelal tende a ser recoberta tor~ pando-se assim provegide contra posterior denudagao. tim eonse- aiéncla, a encosta ot Bakker ¢ Le Heux, menclonados por Scheidegger 1:00), acroditem que quando todos o¢ detvitos sio removidos da da encosin esta tornar-se-4 rellines © seu Angulo, em pet seré 0 hngulo de repouso dos detritos (vertente de Rien te?). colapso apds 0 qual a ver~ tente se ajustaré a0 Ang recuando de maneira pa- ralela e retilinea, Se a ravés dos desmaronamentot guardando as Imareas déstes movimentos de masa, & existéncia de um ciclo geomorfoldgteo senvolvimento anagenético otorre quando os 8 soerquem parte da erosta de forma mais ripida, enquanto se processa a denvdaedo, Interrompendo- © os movimentos endogenéticns, continua a ocorter a denudacko {estagio catagenético). Partindo do fata de que a denudacio se ¥ Jise principalmente quando os rios solapam a base das verlentes, perte da patsagem a partir de determinado momento tera o seu de senvolvimento inéerrompldo (stagnation), podendo formas jovens, no sentido davisiano, subsists por mt Scheidegge anallsa detidamente 0 problema da evo- tugio de enesstas, dando-Ihe um tratamento matemétien. Eniretanto, ‘le examina os problemas baseado nas proposiedes de vitios autores, Guando apresenta problemas especifics originals, o faa sem consi- rar tOda a sorte de varléveis mi Crickmay (in Scheidegger autor que det una alternative v dias eneostas. Scheidegger parece Inclinado a acetar seu ponto de vista (1961:112-113). Também acreditamos que Criekmay esid certo ao pér em divida as hipoteses existentes de igual atividade des vitios agentes do modelado com relacko & encostas isoladas. Poréin 08 que éstes agentes variaram nfo apenas no espagd, mas fambém no tempo e em um periado ripido e sufielentemente proximo 4o presente. Tal perspective, aeroditames, nos permitira explicar as imaltiplas variagdes das encostas, Fensamos que todos os autores acima menelonads néo eonstde- ram 0 efeito das variagdes climétieas eomo tendo sido eapazes de dar origem so aparentemente eontraditério aspecto a paisazern. Sugerirlamos que fosse dado tratamento matemiético as varlagées sébre metertagio das rochas. As vetentes de Richter so substtuides por vertentes menos inelinadas, eno decive¢ determi- odo pela compettnen do estoemento supertiial, Também a exis ae kot unto soe rleee resus espicada pla ndnla yrmam testemunlos Isolados que preservam os seus declives até o im do cielo, © elelo de evotugdo das vertentes apresentado por Birot seria tum cielo ideal cujo desen to basicas para a dinamic aistingue condigdes morfogenéticas diferentes dentro de os processos que agem paleoformas euja elaboragio ligase a paleoclimas define reoentes. De acérdo com Lehmann, eitedo por Scheidegger (1961: 48), a denudasao numa rocha homogénea, atuando com igual inten sidade em todos 0s pontos da encesta, ca vertente, Se ela fésse rellinea oeoreeria um reeuo paral 5 deftitos originados por esta evoluedo podem acumblar-se n03 $0- és das encostas de aedrdo com o Angulo de repouso dos detrtos. Se 1 acumulagéo aumenta, a verter Boletim Parannense de Geogr tes, a encoste evolules através da diminu reeuo do sopé. Scheidegger (1961 Crickmay, afirma quo quando o solapamento lateral se iniela le subsiste até que soja ultrepassado o angulo fe reponso dos detrites, Resulta entio um eolapso apts 0 qual a ver~ tente se ajustard ao Angulo de equllibrio, recuando de ralela ¢ retilinea, Se av reeuaré paralelamente a si mesma, porém nio de forma reilinea; voluira principalmente através dos desmoronamentas guardando 28 marcas déstes movimentos de mass. Grlekmay nio aceita a existancia de um cielo geomorfolégico Para dle, 0 estagio de desenvolvimento anagenética ocorre quando 0s movimentos endogené s@ es movimentos endogencticns, continua a oeorver a denudacao indo do fato de que & demudagio se rea Jisa principalmente quando os rios solapam a base das vertentes, parte da paisagem a partir de determinado momenta terd o seu de~ iniesrompldo (stag odendo formas jovens, no longos perfodos de tempo. O um la acdo meandeante dos ros. ondulado, eausada Scheidegger ‘nalisa detidamente o problema da evo- tugio de eneostas, dendo-Ine um tratamento matemétieo. Entretanto, ile examina os problemas baseado nas proposigées de varlos autores ‘Quando apresenta problemas especifieos originals, o faz sem consi derar toda a sorte de variéveis néles envolvidas, Crickmay (in Scheidegger, 1961:14) 6 eonsiderado 0 fantor que deu une allernstiva valida pore o problema da evaluséo das eneostas. Scheidegger parece inclinado a aceltsr seu ponto dde vista (1961:112-113). Também acreditames que Criekmay esta cerio ao pér em divids as hipsteses existentes de igual atividade des Varios agentes do modelado com relagio A eneosins teoladas. Porém ‘acreditamos que éstes agentes vartaram no apenas no espago, mas também no tempo e em um period ripido e suficientemente proximo Go presente, Tal perspectiva, aereditamos, nos permitiria expliear as smultiplas variagSes das encostas Pensamos que todos os autores acina menelonados aio conside- ram o efelio das vatiagSos climtions eomo tendo sido capazes de dar otigem eo aparentemente eontraditério aspecto de. paiangem. assemos mais proximo de expliea das encostas, 6 Boletin Paranaense do Googratla — 1905 — ¥°s. 19 ¢ 17 Bstamos entre os que acreditam que no estagio atual da geomor- fologia torna-se essenclal um melhor conheclmento, nio qualitative mas também quantitative dos processos que atua as vortentes sob as condleses climatieas atuals. A partir destas obser- ‘yagdes poder-te-4 Infrit com preelsko qual o sentido da evolucdo alual das formas, Por outro lado, poderdo ser constatadas as infinén- clas paleoclimatieas sobre 0 modelado das vertentes, apesar de reco- necermos que no passado podem ter ocorrido eondigdes climiticas € procestos mosfoelimétioos ndo observaveis no presente \VARIACORS CLIMATICAS ‘As profundas mudangas elimaticas on as pequenas Hutuagios €o lima desempenharam um papel importante no desenvolvimento da plssgem atual, Bxtudos recent 2m demonstrado, por da a superficie do glo- \dade climatioa durante o Pleistocéno. A tendén~ nudes clevadas a fases pluviais na faixa tropical ¢ sub-tropical. ainda hoje Vrios pesquisadores mantém tal ponto de vista. Outros acreditam ‘que durante as gleeiagies tenha havido um deslocamento das zonas era a ganhar vull de que nae épocas frias do Quaternrio, em grande parte das subtropicais ¢ tropicais, teria ocorrido uma diminuleSo sen- io a dlatribulgdo das ehuvas, ge- ridez e mesmo aridea, enquanto as das conseqiidn- sagem. Na transiedo de uma fase climética para outra, deverio ser to- sideraco nfo apenas mudancas importantes na ¢0- Dertura vegetal, mas também grandes modificagies nos witios pto= costos atuantes Durante o clima timide desenvolveu-se um manto de devompost- ‘e40 formado prineipalmente por alteracio quimica, sdbre 0 qual & Floresta vieelou. O manto de decomposicéo atinge, no sul e sudeste do ‘Brasil, uma espessura sual de 5 a 15 m, ou mesmo mais, chegando no norte do Perand a 6) m. Na transigfo do elima timido para um clas das mudaneas el Boletim Paranaense de Geogtafia — 1085 — Nv, 18 ¢ 17 9 Acontece sob 0 novo tipo de vegetaodo. Sob um regime de chuvas eon= ‘entradas, 06 ros tondem a ser intermitentes, com grandes varias na sua descarga. HA também wm progressivo aumento na carga dda dos ros, resullente da erosio acelerada das vertentes desprote- sidas. ‘Uma nmudanga para um clima mals séeo significa entgo, uma do- ‘minfineia de processas mais ativos de erasio denudando as vertentes, fue evolugdo, © transporte em masca seria muito efetiva © espésso regolto alterado quimicamente ao ser remo- ipidamente das encostas expie a rocha 2 novos processos de ‘meteorizagdo nos quals acentun-se a agdo da desagregacio mectnica, A varlaco limitien para osteo poderia re ‘llmatiea semi-drida longa ou apenas numa curta Na transicio para um clima mais séeo verifiea-se um aumento io do manto alterado das encostas, prinelpal- ae base Jocal tende a elevar-te. {A transielio das condlgdes sem das para as émldas tanto pode ser pata uma nova ¢ longa fase tmida como apenas uma euria flu tuagdo para a umidede dentro da fate climation semi-arida. No pri- ‘meito caso hé uma mudanga radieal no desenvolvimento da ptisa~ gem. Enltem em funeionamento processes de alteracdo quimlca, es tebelocondo-so a erosio linear, responsivel pela dissecacio do ter- reno. Com relago a0 segundo caso as consegléncias podem ser infe- idas, no havendo entretanto, evidéncias nftidas na palsagem. ‘A mudanga climética para eondieées imides favorece 0 desen- ‘volvimento de solos, sibre os quals se estabelece novo tipo de vege tegho, a ascocingio vegetal semi-arida é progressivamente subst dd pela flovesis. a alteragdo quimlen das fundidede e @ porgio superficial do tra a apio do escoamento super rnam-se mals efetivos nos looals de alta ph ‘ngreme. Na transiedo climéticn acima considerada, o regime fluvial passa do intermitente a permanente, Oeorre um progressive aumento da 98 Boletin Paranaense de Geogratia — 1865 — N°. 16 € 17 descarga médin dos ries, assim como uma diminuigSo gradusl da ear fg sollda, Durante esta transiefo o Incremento progressivo da desear~ feria sua capacidade de trensportar earga sélida. O ‘que entulhava o vale pode assin ser remobilxado ‘enialhando-se 0 lelto com rebalxamento do nivel de base local ‘como pleno desenvolvimento da eobertura florestal a dlsponi- bitidade em detritos das vertentes para o transporte flu considerdvelmente. Durante as tuido prineipalmente por silts e argil [ridénelas de flutuacSes climdtieas foram aventadas ou sugeridas ‘As suposiedes sto ‘lzes fragels evidéncias, endo por conseguinte fregfentemente ques tionadas. O que tem sido feito até agora para a explieagio da paisa- nora ido 308 seguros ,alternademen- o esiudo das estruturas e texiuras dos sedimentos, assim como das {ormias erosivas NIVEL DE BASE © conceita de nivel de base ¢ fundamental para a explicagio do ra.s0, subindo ou deseendo, conforme o caso. Com 0 avango do ciclo vis nivels de base locals ou temporinios desenvalvem- fe. Esta € uma visio eléssiea do problema em foeo, que é ainda acel- 4a atualmente por muitos autores. Entretanto, uma andlise o problema eondus at mudangas 5 no desiocamento dos nivels de base lo bd um siderado 0 ni durante 0 Quaternétio. Penek (1053:125) considera como “nivel de base de erosio absoluto” 0 nivel do mar ou a porgéo menos ele- vada de uma bacia de drenagem endorreica. Como nivels de base lo- cals de eardter tempordrlo loramentes de rochas re- no curso dos ties. Os “nivels de base * foram eonsiderados por Penek eo ‘mo consogiiéneia de movimentos tectiniens e 0 “nivel de base de de- ‘udagéo” de uma encosta, seria aquéle onde os processor de trans- porte na vertente se interrompem. mntrla @ desenvolvi= cstiver 4 montante, Um rejuveneseimento de aedndo com Davis pode originar um kniekpoint que migra para montante ou pode apenas aumentar 0 sgradlente do curso d'igua. Rieh (1988:104) aeredita que um levan- tamento lento no originaria uma ruture de gradiente, porém uma rojressio eustatiea ou uma movimentacio répida da crosta poderia Para Penek (104) e Meye ima causa a fu ‘xo, eontrolada pelo nivel aria a evolugio de uma levado, comandada pela rutura de gradien- etiam criadas superficies embutidas eroluindo pelo recto das encostas que as limitam (concelto de treppen de Penck) Penck considerou que a migresio de uma ruture de deetive rooémeriada dar-se-Ia com lentidio suficlente para permitr um senaivel desenvolvimento das eneostas altuadas dentro de uma bela, (alvéol) De acdrdo com Davis seriam conseguidss ripidamente novas condigses de equiforio da réde de drenagem apés o estabelectmento do novo nivel de base. Desta forme o Kniekpaint superior texde a do- mais ripidamente em rochas menos resistentes e em condigies sob fas quals a descarga seja superior & requerida para o transporte da carga, resuliando da‘ uma aco erosiva linear intensa dos ros. indica ser provivel que ruturas de gra- 100 _Boletim Paranaense de Geografia — 1905 — NPs. 16 ¢ 17 ‘esta migragéo podem se formar canhBes estrelios. Knickpoints po- idem surgir lambém nos loeals de rochas mals resistentes & exosto linear em consaqinoia de alteragbes Durante os perlodos de clima sem-irido a degradacdo lateral dentro dos alvéolos tende a erlar uma superficie aplainada de fraca inclinagdo eortando indiferentemente roshes ¢ estruturas variadas, (0s processos de pedimentaeio, em cada alvéolo, fieam sob o eonirile ‘de gradionte (kniekpoints) a drenagem eistente dentro do alvéolo em pedimentacio tende a ddesaparecer com 0 desenvolvimento do process, Durante 08 periodos de clima timido ocorre dissecagto, a qual em cconjunto com a. alleracio quimica das rochas dé origem a um m« lado erosivo diferencial. Kniekpoints formam-se onde encontrami-se rochas mais resistontes a esta agio erosiva. A fires pesgiulsada niincia de dois tipos «li ‘earacterstieas dos procossos morfogenéticos foram distintas em cada co, a matoria fom a alter as aeima menelonados. Por conseguinte, a maior parte Géles tere desapareelmentas e roapareeimentos periécloos, mais ou ‘mens num mesmo local, porém sempre & menor altitude. {A transiedo do clima imido para o semi-rido parece ter causado apenas um pequeno rebatramento dos nivels de base locals. Por outro Jado, durante a transigfo da semi-arldes para ss condigées de uni- dade elimatiea, reqllentemente as ruturas de gradi locldade de levantamentas da reco mais evidente que elas sejam resultantes da alternancia dos pro- cesses erosivas em conseqiéneia de mareadas mudangas climates, NNio neeamos, no entanto, a eficlineia dos movimentos erustais pr yocando a migragio remontante das ondas ervsivas. Também es importantes no provimento de condieSes para o desenvolviment os alvéolos, que necessirlamente, se encontram em dea prévia~ ‘mente soergulda ou em processo de soergulmento. CICLICIDADE DA EROSAO ‘A ocorréncla. re des em uma regido tem desperiado a ateneSo dos geomorfélogos. A in- axpretagio clissica de Penck pera o Fichtelgebirge (Penek 1082), no qual é encontrada uma sucessBo de niveis aplainados, ci ‘cundando un cenito de ‘avis impllen no reaparecimento de rejureneclmentos do cielo de erosto. Raha Teaag- Asta, oa HSN 8| Bolotim Paranaense de Geogratia — 1065 — N°s, 10 6 17 logicas j& foram interpretadas como terraces merinhos (Ruellan, 1948), ‘Ao estudar os sedimentos sltuados nas proximidades destas pai- sagens, Bigarella e Salamun. fue a estrutura cdo de te raplda @ poderosa, tal como seria de se esperat fem areas sujeltas a condicées de forte semi-aridet. Uma perspectiva climiética tem sido, desde entéo, ullizada para explicar a preseuca de feicSes policiclicas na paisagem semisdeidos & responsi cotresponderiam 20s periodos glaciais, Beto condisionamento da evolugio de palsagom as eondlgbes el- maticas nfo exclue o efelto dos morimentos tectOnieos ou eustitics, porém ies eonfere apenas importineia secundaria, Davis (1902) considera 0 easo eventual de palsagem policieti- eomérfico ideal Acreditamos que as mudancas elimétlcas quaterndzias foram ca- pazes de modifieer a palsagem de acirdo com a fase considerada (Gmiée ou seml-arida). © conlunto de formas de relévo nna Grea pesqulsada confere & paisagem um aspecto pr + Davis (1002) fez uma interessante observacio re 4 reorganizagio da drenagem, por ocasiéo de uma mudanca elimé- ‘lea do drido para o simido. Serundo Sle os vales conservardo wn padeéo de drenagem desorgenizado herdado da fase climétiea an- terior, nio apreseninnde porlanto nenbura ajustamento & estruture Aereditamos, entretanto, que a drenazem desorganizada tn fardo com que 0 escoamtento predominantemente difuso anteriot, con~ 102___Boletim Paranaense de Geogratia — 1965 — N°s 16 0 17 centre-se em ravinas onde as rochas oferecem menor resistencia. Bs tas consideracdes apllcam-se & rea estudada, onde se verifica que 0 padrio da drenagem reflete adaptagdes a zonas de fraqueza estru- tural, Para Pe leventamento ‘ago dos aplainamentas formados durante periodos de soerguimento frustal menos intenso, Hsla asioelaco de formas, na qual tipos de nas reas no orogénicas, submetidas a velocidade éesigual no decorrer do tempo. (Pe . da um dos nivels vai se desenvolvendo continuamente, em funeéo de seu nivel de base particular, & custa dos mais antigos que Ihe so mente superiores, De acérdo com as idélas de Penek 0 ‘que ocorra uma ample degradacao dos ai novo perfil de equllibrio se estabelece tanto dos “kniekpoints” no perfil também. das ombreiras dentro do vs festa aparéncia multifasiea da fsagem (“pleamonttreppen") teria longa duragéo, devido & evclucio independente de eda uma das su- perfieies quase planas. Ceda uma delas eontinuaria tendo sua evo- lugio controlada pelo seu proprio nivel de base loeal que subsiste apesar de recuar, Rich (1998:1 problema dos relévos feparadas por pequends Intervalos ve vam Boletim Paranaense de Geografla — 1985 — N's. 18e 17 103 dade de erosfo além-ce fundamentalmente aos eonestos de Davis ou de Penok. Bntrelanio Hack (1900) ¢ Crickmay (1959) deram nova ‘odelado atual ecmo resultado de um equilibrio dinémieo das forgas endégenas e exigenas em aco. De acdrdo com o autor, & palsagem preserva o seu carter enquanto as fércas permaneeem as mesmas, estas eoncligges algumas vertentes serio arrazadas enquanto outras 0 eriadas, As ldéias de Hack que supdem uma agdo igual, no espaco, dos age i 5 que stuam stbre as vertentes, opde-se @ teoria de ¥y. Bite autor também nega @ existénela de um elelo geo- ‘eatagenetieo (denudacto sem Denso do desenvolvimento (stagt agente que solape a base das vertentes. Os resultados de nossas pesquists demonstcam entretanto, que entes & época de sua formagio, isto é poss fom seguranga nivels de remanesoentes de pedimentos com depési- itieos eontemporanees, quer na Arca de pedlmentagio quer ala eom easealheiros). camente semelhantes, euja distribulcio é freas do Pais, tanto ‘po litoral, nos plana! tanbas. ‘como nas altas mon- Quando comperamos alvéolos de resides geogritieamente dis- tantes e de posigho altimétrica distinta notamos 0 mesmo esquema bisico da dsteibuigdo dos virios nivels de erosdo. Isto cama a aten- nos mals variados alvéolos, indepedentemente da. atuagdo dos movi- rmentos epeirogénicos, 0s mesmos padres de ercsio, 8 descoberte dos processos que atuaram na elaboragéo das ema Boletim Peranaense de Geografia — 1965 —N°s. 19617 107 semi-érides foram responsiveis pela elaboracéo jainades, pediplanos ou pedimentos, enquanto que epoca ‘promoveram dissecacéo. Das primeiras restam sugem apenas remaneeentes, formando ombreiras de tnelinagio pe- ‘quena a media, Das époeas dmidas encontram-se formas de vertentes ais ingremes. ‘Compreendemos éstes remancoentes como testemunhas de mu~ rmodifieagdes eliméticas ‘mals midas a réde jog mantidos a altitudes varladas por seus respectivos ‘knlekpoints. 108 __Bolet Paranaense de Geogratia — 1985 — N°s. 16 ¢ 17 Modiante estas eonsiderasses, sivels de eorreagho sdbre longa ‘outro, bem como detivels através da idade do eleio de pedimentacdo on de dssesagi correspondents formas das vertentes so pas- [BVOLUGAO DAS BNCOSTAS NAS AREAS CRISTALINAS DO BRASIL ‘SUDESTE & MERIDIONAL fo das encostas parece consistir entre profundas mudancas ell- crusts, Dols eenjunto de procesos morfogenteos tam petibales- mente se alterffdo no modeado da palsgen Un count, operate bob cma sembrio,€ represtntado pelt process de metfoetoen tecnica © promove uma degrata¢io atera! da como elemento chave para a Interpretacéo da evolueso geomoriolé- fica da area estudada, 5 FIG, 6 — Begone ofseo de eels an vertaater propsto no presente taba, Boletim Paranaense de Geografia — 1985 — Ns. 10617 109) ‘Apés a constatagio da ovorrénela de grandes mudangas climd- teas de cardter cilico, durante o Quaternério, ua Serra do Mar e na ona, eosteira de Santa Catarina e Perand, esta nova perspectiva tor- ‘nou-se aplivel & explicacdo da morfologia da regio. A regio em estudo possue, presentemente, um elima imide. A preciptagdo anual pode atingir mais de 3,000 mm nas encostas da ‘Serra do Mar, Procossos de decomposigio quimlea sio predominantes, igerando um profundo manto de decomposico. Em Garuva, no sopé da Serra do Tquererim (nome local da Serta tores citados que os pedimentos, detritecs tas atinenias ao ellma hoje vigorante na drea. Estas formas seriam resultantes da ocorténcla de severas condlebes de seml-aridez pre- tezitas, (Os remaneseentes de pedimentos foram encontrados em txés ferentes niveis, 0 que : 6es climétieas foram eess0s de dogradacio later to paralelo das encostas, No periodo tormagio dos pedimentos prevale- ceram condigées tldas, ocorrendo, néste easo, erosio linear © acen- tuada disseeagio do terreno, Maiores detathes sdbro os processos morfogenétioos envolvidos neste modelado foram obtidos na localldade de Canhanduva, proxima los, Tratava-se de uma ‘rea disseoada coberte por nto de intemperismo produzido sob eon com 9 advento de eondl Ges semi-aridas, a floresia desaparecen sendo o regoito removldo para es deprestées do terreno por movimentos de massa. O depésito onsite em uum sedimento arziloso com seixos interealades, sem e3- tratiticagao. Apis a remogio do rego serundo eri, 20 al ‘um preenchimento detr Bate timo eonsiste, = 1065 — 5.16 017 ondigdes dmidas pare sem tos espésios, os quais prconchom as irregularidades da topogrefia pré-exlstente elaborando wma superfile de agradacdo. ‘Todos os sedimentos pesquisads ¢ relacionados aos aplainamen- tos indicam um ambiente semi-arido, No Brasil, eomo depésitas cor relativos dos pediplanos e pedimentos sto referidas varias formagies, urante a vigenela dos processos que conduziram a elaboraglo do pediplano Pd., A Formagio Riacho Mérno por seu turno ¢ correlacio~ navel as esculturas do peaiplano Pe, e pedimentos P, e P, Néste gra spo que medciam entre os procestos de pedl- planagio ou pedimentagio so representades por grandes inconfor- ‘midades erosivas originadas durante as épocas damidas. correlativas do vas, originadas nas trocas climdticas para o amido, MORFOGENESE ara conveniénela, nos trabalhos de campo, os pedimentos foram foorténcia de remanescentes de pedi- jeua na paisagem de tida a area em estudo, conseguinte, nio sbmente ocorrom éstes remaneseentes na -Arida. do Nordes- te do Brasil, mas também em zona tropial bastante daida, auineraligiea eas estrutures primirias dos sedimentos requerem para sua explicagio a vigéneia de condie6es semi-aridas, predominan- ia de desagregacto mecdniea das rochas (virlos processos), chuvas fortes ¢ concentradas ¢ conseqiente ocorréneia de condigées de trans- porte em meio de densidade elevads Boletim Paranaense de Geogratia —- 1965 —N°s. eT Aft As conclusGes até agora obtidas através da andlise dos sedimen= ‘os, de alitude dos remanescentes dos pedimentos, do grau de encal- xamento de vales ‘outras evidénclas, nas autora stmente a a ‘evoluedo geomortoligiea da regio. & mente a remogie do manto de intemperisme elaborado na fi rtica timida ‘anterior. O resolito seria rapidamente transportado para as depresses do terreno e ai depositado através de eesoos de transporte de massa ou através de fluid Gade. Desta forma a pari fos agentes de mortogenese 112 _Boletim Pasanaonse de Geogratia — 1008 — N°s. 16 6 17 ria de evoluit por ter sido entulhada. A partir déste momento as ene i ormando-se uma superficie 8 depressfo. Ao degraded lateral, vels nas dreas mais sécas da Bahia © do Nordeste bra ‘nas resides imidas do Sul e do Sudeste do Brasil, No ttuem elemento geralmente presente na paisagem de ‘dada, ow sefa, sileizo do que ‘entanto, eons- ida a dren es do Rio da Praia no Nordeste do Brasil, oletim Paranaense de Geoaratia 1965 — Ws. 16-6 17 113 Boletim Paransense de Googt ‘quals, quando em excesso, provoeam a solifuxdo vervente sbaixo dos deiritos da decomposigao quimica, bem como desmoronamentes, Na paisogom tual a importincia déstos movimentos de massa é ¢ lnita-se as vertentes de malor decividade. O escoamento @ pouco eficlente ma remogio dos d forestadas, Entretanto, ao examinarmes a estratura sub-aupe erafia hodierna verificamos que os iendéme com precipitacdes mais concentradas. Bate problema poder. em breve ser resolvido através do estuéo palinolé= feo dos paleosoos [As eviddnelas de eampo Indieam ter havido mais de uma fave de solifiusio generalizada, reativando-se 0 processo clclicamente, Nor~ grata correspondem a condigdes sécas mals pronunciadas, ‘quando 0 escoament om lengél tornava-se ativo na re- moeio do material coluvial fino, concentrando os elementas mals sgrosseiros & superticle da epoca timida, com a rare fs vertentes também foram submetidas & agéo BBoletim Potanaense de Geografi — 1965 —N%s.10e 17 115 do escoamento supertciel 0 qual contribuiu para remogio parcial do Ianto de intemperismo ¢ causou uma série de ravinamentos ineipen- tes que evoluiram para suleos mais profundos no terreno. Dove-se ressaltar que, durante estas curtas flutuasses como agentes morfolégiens. (0s processos seima citados atuantes nas vertentes nas condigdes uae mais uinidas peovoeam uma evoluofo diferencial do mo- ‘om formacio de sueessivas saléncias e reentrinclas do ter~ diwinaigdo lenta © pregressiva do seu Angulo de de formagio de uma contesidade na parte superior eujo okivio ten- de ser mobllizado vertente abaixo e ao mesino tempo suavizando-se ligeiramente a parte inferior, com 0 espessamento do material co- ives por coluviaglo ¢ funedo da efiedcia os processos de meteorizacio que agem sbbre as vertentes, Escar ‘ngremes preservam-se mais faellmente, protegidas pelo proprio contra uma slteragio quiimiea mais acentuada, A suavizagio dos Do cima exposto, onelulmos que as vertentes do Brasil Sudeste « Meridionel sofreram no Quaternério dois tipes distintos de evolusio fue se Fepetiram clelicamente e que resultamn bisieamente de trans- ormagées nas condigées climatieas, BIBLIOGRAFIA BAULIO, 1, — 1960 — Le prot ean {MOARELUA, 1.9, SARQOHS F°. .. 6 ABSABER, AX 116_Boletim Paranaense de Geograla — 1085 — 1.10 6 17 [IGARELLA, 14. © MOUSUHO, A:R.— 108 — Slope deverment In Southern linor, 7. — 12 — Pres de adouaphe phrelavegfotrale — Liomicle Armand ‘CATER. 4 PEDIPLANOS, PEDIMENTOS E SEUS DEPOSITOS CORRELATIVOS NO BRASIL ‘? soso Jose siasneta din basins 1s conspicuous trom northeastern Brazil to Za Plata river. The extensive pe- large basins below ‘The pediments P, and P, inset in the basins are related to the by parallel retreat of the slopes through processes of mechanleal 118 __Boltim Paranaense do Georaia ~ 185 — Ws 16 € 10 terace levels wth gues As orate deoxts of the petiments veered the flowing forming: Ign Tandy, Gres tna ‘Ht Paruercagu and U, az wel ag Canhandwe, Chobe, td inde ars ANTRODUCAO 0 conhecimentos adquiridos até © ano de 1956 sobre as su ticles niveis de exes encontzades no lerritério brasileiro aeham-se sumarizades em artigo de ab’S4ber (1056). Pensemos, pols, no ser necessiria une nova revisio ds extensa bibliografia existente a espeito até aguela data. Depois do trabalho efotuado por Ab’ S4- Der, dlversos autores tém Tetomado os estudos das vastas superti- inamentos ¢ nivels de erosio embutidos nos yales oncon- cilamos 0 de Ruetla de diversos naues, meida, Bigaretla, ‘Nao 6 nossn inten¢ao reeapltular as observ tes autores. Procuraremos abordar problemas esp ressam mals de perto is finslidades 8 condigdes de elaboracio das superficies © nivels do erosio, e as correlagbes entre os mesinos. Injelalmente podemes dizer que sté os estudos efetuados por De Martonne (M3, 1044), as superticies aplainadas eram, gros ‘0 modo, interpretadas no territério brasilelro como resultamtes de neplaniaaeao, atuantes desde passado hestante remoto. do modelado era explicado através de sucessivos provoeando o soergulmento regional, ntes de denudaego levavam a um seguidos por époras reboixamento progressivo do relévo em consegiéncia de uma esta- ‘que 0s \dade endégena, oletim Paranaense de Geogratla — 1985 Nos eM 119 Tricart, Ab’S4ber € Bigarella em varios trabalhos, apesar de terem reconhecido as mudangas climéticas como efetivas durante o quaterndtio, nfo se aprofundaram na formulagao ds eon- ‘aigées geradoras das guperficles de eros, lamitando-se 2 car expt feagao climtiea alguns terragas ¢ mivels de erosio embutidos, ge- ralmente em Greas geogréfieas pouco extensas. fa € Ab’BAber (1964) foram os primeiros a gene- ydas na expll- cagdo de toda a palsagem oriental do pais. Para éles, eondiedes de climas sbvos terlam grado as grandos superfcies aplainadas (pedl- planes) e niveis embutidos nos vales ipedlmentos). Deve-se ressaltar ‘que tal interpretacio concorda com o penstmento de uma vorrente existente dentro da geomorfologia atual, que afirima serem sos de pedimentacio e pedip fas existentes no modelado, Conquanto j4 fésse acelta hé varios anos uma origem pedimen- tor para supertictes aplainadas no Nordeste semi-arido, Bigarella fe Ab’GAber, baseando-se nas formas erosivas e sous depicts cor- e condigées mais cbservados na ade wma mesma sucessio de mudangas ellmatieas nos periodos geo- eos mais recentes (que interessam mais diretamente & elaboracio ‘modelado atual) também fol tentads uma correlaedo entre os dle rentes pedimentos, pediplanos ¢ seus depésites cortelativas exis- ‘tentes por todo 0 treeho em estudo. Posteriormente os episdaos eon- erados como quaternétios foram tentativamente datadas por Bi- garella e Andrade (1965) Comparando-se as supertcies de aplainamento descritas em Si0 Paulo por De Martonne lanos Pa,, Pd, € Pa, verifica-se que éstes slo passivels de correlagto com os “pene~ plaios" das eristas médias, paledgeno e nedgeno respectivainente, garella e Ab" ‘torna-se tarefa bastante eomplexa, pois 2 cc prelada de fonna diversa pelos autores. Enguanto King concebe ‘uma origem tectnlea para as Interrupgdes dos eilos de aplainamento, Bigarella ¢ Ab’Saber acreditam em uma eichicidade baseada prineipalmente nas alternéncias climdticas. Desta forma King dis- 12) __Boletim Poransense de Geografia — 1065 — N°s. 16 ¢ 17 Aependéncia direta de kniekpoints mantldos pela réde de drenagem. tendo, outros es absolutns bs tintas, Entretanto deve ser levado em consideraeio o fato de que & ‘aissecagio Linear das diversas areas pode ter se inicizdo em épocas diferentes. Assim, vales © depressées euja formagio remonta a perio- fim do eretéceo, possivelmente) mo: os nivels de aplainamentos post lado, dreas onde o sis ‘evelueio posterior A sua forma mentada, pode ser morfoligicamente doca- A datagdo © correlagio entre os diversas podiplanos e pedimentos pode ser desta forma generallzada nao sbiiente a0 sul e sudeste do Brasil como também ao Nardoste seml-érido, Paro as éxvas do sertdo nordestino Dreseh ( posto tal eritério de cor- relagdo a0 argumentar smporaneldade entre os Daixos nivels existontes em alvéclos a diferentes altitudes a0 longo da ride do Piranlias, Marmanguape e Paraiba ao mesmo tempo em que cexplicare a soqiéneia de niveis de aplainamentos como recultantes dde fases de alteracdo profunda e de escoamento em lenedl. PEDINENTO como 6 usado na presente con Tundamental para a explieagdo dos processos operantes na sedimentagio, assim como no desenvolvimento mortolégico do Brasil no Plelstocéno. 5 pro- ‘cessos litados ao seu desentelvimento serem eonheetds, 0 pedimento pile ser considerado, iniclalmente, como Sendo uma feigia morfolé- flea desenralvida durante periodos em que as condieses elimiticas bes de fas diferentes aplicacbes do térmo, transereve- ‘omos as iddias de varios autores aeérea do signtlead de pedimento, BDoletin Paranaense de Geograiia — 1969 — N's. 10 ¢ 17 121 McGee (1897) detiniu pedimento como una supertcie suavemente les passuem uma superticle yma maior ou menor de alu- ‘qual o substrato rochoso enquanto a eobertura sluvlal se restringe a uma pavimentagio (veneer) pouoo eapéssa & descontinua. apresentar como um aplainamento inteiramente ni ou recoberto por ‘uma camada de aluvides que ndo excede em espessura a profuncidade do entathemento dos cursos gua durante as chelas, Childs ‘veoos e eomuent slo transportades pera as depresses, os tes montanhosas em resio. Tuan como senido superticies que cortam de montanhas. les inciinam-se a partir das comumente orlados por uma capa aluvial ou por us degradagio desenvolvida em aluvides mals antlgos, ‘e acumulacéo pandage). Sequndo | © 1957) 0 pedi ‘quando se trata de supertices desenvotvidas mas eamacas mais vols das dreas periférieas ae elevagées, nse de OF 1065 — Nes. 16 6 37 Origem, Os processes de formatio des pedi sgenérleamente como pedimentacéo. Ainda ni ‘eompreend que os pedimentos so geralmente formas f6ssis, brio se desenvolvendo nog noai03 das. Normalmente encontram-se ‘isieeados, AS eondicdes elimatieas pretéritas sob as quals foram ela- borados também nio So bem eouhesidas; parecem ter sido extrema monte eeveras ao mesmo tempo em que os processos degradacionals fram bastante ativos. Remanescentes de pedimentos encontrados em saml-drido responsivel pela pedimentagio teve extenséo muito malor durante certas periods no passado Tem sido realizados grandes esforgos para a explieacio da orl- ‘apresentando nem dissecasao entanto de acérdo com Rich (1885:10 pedimenlo também est sujlta do seu préprio material detzitico, ante do pedimento rochoso, na parte agredactonal da bolson plain, realiza-se a deposipdo detritica. mente lavada e removida para juss Briste uma continuidade da superficie aplainada até o centro da bajada, onde ocozre a deposi¢fo dos materials mais finos e evaporitos. Consogientemente, 0s pedimentos « a mente -80 impossivel dizer, na malor parte dos ca- Boletim Paranaense de Geogratia — 1965 — Wes 1601 128 Para origem do pedimento duas fases penecontempordineas so propriamente necessirias. Uma ne qual processos de meteorizagio entram em agio forgando o retio paralelo das vertentes ingremés e otra na qual processos atuam na remogéo dos detritos ‘AUé 0 presente, contudo, nfo se ehegou a um aeérdo a respelta os processos atuantes, principalmente daquéles envolvides no resto das encostas Dentre 0s processos que Intervém na remogdo dos detritos tém sido fundamentalmente sugeridas as torrentes em leno! (sheetfloods). tas foram consideradas como realizando acio efetiva na formacto eando um recto paralelo da encosta montanhosa, sendo seus detritos removides € 0 aplainamento aperfeicoado peles torrentes em lene) refere que apesar necessiria para Paige (1912:450) acreditava que as torrentes em lengél resul- tem do desenvolvimento da superticleaplainada, nfo sendo o agente de sua elaboragdo. Para éste autor, processas erosivas nos interfhivios fe eroxlo lateral dos rlos nos cones aluvielsserlam 8 responstvels pelos splainamentes. Derruad (1966) também considera as torrentes em loneél co- ‘mo consegdénslas do pedimento. Lien a formagio do pedimento 20 recio da vertente montanhose pela desugregacio mecdiniea © queda os dettitos por gravidade, Bryan (1922) relaclona a origem dos pedi tos a uma sire de 424 __Boletim Peranaense do Geogratia — 1805 — W°s, 16 € 17 {alores: 2) erosta lateral dos rios ao sairem dos nas; b) erordo os fedrdo com Bryan a eroséo lateral dos ris torna-se menos impor imas estagics de desenvolvimento das ares desértieas, s (ain-wash) © em oragéo dos pecimentos foi sidera éte processo como o de Fora King 1851) 0s pedimentos podem aparecer na palsagem por tida a superficie do globo e em tédas as condiées elimi teas (exceto glacials ou extremamente rides) por eonstituirem um a parte ingreme da en- costa 0 & conseglente da ag30 do ‘esvoumento superficial. Nas époeas de ehuvas torrenciafs o escoamen= ‘to pode se fazer em leneél. Sob estas condirées o escoamento laminar ‘nko turbulento atinge até @ margem interior do pedimento, Porém {ste sistema nfo subsiste perfeltamente na natures a nio ser 4a area interior do pedimento, o eseoamento leng6l transforma-se em torrentes em lencél. Bsle € 0 agente } responsive! pelo perfil hidréulico desenvolvido pelos pedi ‘mentos, King afirma que os pedimentos sto melhor exempliica- dos em rochas resltentes ¢ sob climos semi-érldos, onde o transporte os detritos no terreno é mais ficiente Leopold eb alll (1964:497) conslderando ser 0 petimento uma supertite aplainada desenvolvida no substrato roctoso pela acio do escoamento em filetes, em cenal e pelo escoamento pluvial, também sugerem que éle pode ooorrer nio sbmente nas repldes semi-dridas ras também nas ‘imidas. Thornbury (1956:288), baseado em iis de Bryan, Da- vis, Sharp, Rich eGilluly, atribui a origem dos pedimentos ‘8 uma combinacio de processos, especialmente 2 meteorizacéo da ¥ertente montanhoss, o escoamento superficial em lengol (sheetwash), torzentes em lengél (eheettlood) ¢ & erosio lateral des res. [Nio pretendemos resslver esta gontrovérsia no presente trabalho (0s pedimientos existom em paisagens diversas, apesar de seremn con- sil. Sem nos aprofundarmos nos provessos fo acreditamos que éles representam eondfoées de «limas semi os que operaram no Plelsioeéno, em t0d: deramos também que uma combinagao delwarios processos seja r ponsivel pela formacio dos pedimentas. especialmente na base das vertentes dp Serra do Mar em Santa farina, a fina cobertura detritiea dos pedimentos elésscos transt ma-se’em uma seqincla bastante espéssa de material rudicen, antes ‘que a superficie aplainada atinja o ambiente de bajada. O aplaina- de pedi ro sefa visivel a estrutura, torna-se 0 contacto entre a parte roch lelal de vigéncia dos processos de pedi ic9 teria preenchido ripidamente antigos tos no periodo tumldo anterior. Como resultado, os remanescentes de podimentor encontrados em dreas prosentemente timidas, apresentam rmaitas vézes uma importante fase detritea [Nas vertentes montanhosas ou nas esearpas, procestos de mieteo- rian ‘eapas sucessivas de material a serem removidas. A encosta € submetida, principalmente a processas de desagrogacio rectinica. A decomposigfo quimlea parece ter ocorrida n ia teas para o dimido ‘age principal- ado também 2 opetagio de processos de desagregagao através da gelivacho. fstes operariam no afofamento dos d Intemperismo bem come dariam origem 2 ‘os seixos. O material desagregado na vertente ingreme seria inielaimen- ‘te acumulado como talus aos pés da mesma, até que outros processos de remorio entrassem em agio. [Nas Aeas extra-desértieas, como por exemplo nas replve picais e subtropicais do Brasil meridional e sudeste, onde se vor 1 vigénela alternada de condgGes seml-aridas © Uimidas, 0 efelto da ecomposigéo quimica se faz sentir de maneire mareanie na evolu- lo da paisagem. As fases tmldas prepararam espéssp regolito, im Parancense de Geografia — 1005 — Ns. 16 ¢ 17 10s processos de mor poeta, crtas Suas feledes morfolégleas e carecterizados os processos de mor~ fogénese meciniea que Ihes doram origem. Stes processos repeti- b Plo estudo dos grandes alvéoios entre os macicos em locos da Serra do Mar, abertos por processos de pedimentacto intermontanos clssiees em mais de uma ctapa, chegou-se 4 conelusto da exiséncla de trés épocas semi-trdas. Estes eotresponderiam as glaciagdes pleis- tocénices das altas latitudes, j& que alguns dos depdsitos correlativos sts aplainamente sidos encontrados no litoral atual mer sgulham por sob o nivel do mar. (© pedimento P, fo) relusionado & gleciaedo Nebraskan, © P, a0 Kansan e 0 P, a0 Iinoian. 0 pedimento P, eonstitul um aplainamen- {to mals generallzado, o qual resulta na reaiidade de uma coaleseénela €e pedimentos, Kntitieando-se com o pediplane Pd, Boletim Paranaenso de Geogratin — 1965 —Ns.18e 17 427 Entre as épocas de pedlinentagdo, nas periodos interglactals pre- vvaleceram coniigGes de climas dmidos, responsivels pela dissecacio ‘dos aplainamentos e, portanto, pelo seu aparesimento como nivets ‘embutidos escalonados nas vertentes, ‘PSDIPLANO ciolio. Rntretanto é bastante ose se desenvolver da forma post faria de uma estabiidede crustal, eustitia e clim longa. Por outro ‘pamentos existent ‘olvidas no concelto de peneplano davisian. lUdnde, revelat condigdes semi-aridas de moctogénese meeinlea nas fveas fonte os. O esto avaneado da evolusio sob estas cortesponde & coslescéneia dos pedimentos ¢ formacio de um podl- plano. O pediplano tem a sua parte rochosa reecberts por um veneer cobertura detritica de talus, Esta feigdo pode dar & configuracio da pelsngem um aspecto mull-ebneavo, em grande eseala, © motelado brasletro apresents grandes superficies aplainedas festratigrifieamente como originados sob condigies de semi-aridea tras regides, onde a deposieto de um paccte mais expésso nko 128 __Bolotim Parannense de Geografia — 1085 — Nos, 18 ¢ 17 fol favoreelda, torna-se mals dl ‘mapeamento seguro dos seus re No decorror do presente trabalho abordaremos soguidamente vi- los pontos j4 tratados por Bigarella e Ab’Saber (1064) e Bigarella e Andrade (1965). mais antigo pediplano Pa,) é considerado tendo sido elaborado no Creticeo-Boeéno, coincidi ‘manescentes retrabalhados em alguns macigos elevados do reverso continental da sezra do Mar e no reverso da esearpa devoniana. Em So Paulo, recebeu o nome local de superficie das Crisins Médias ou Jeph, © cenodéleo earicterizou-se por processas erosivas Intensos, a o petiplano Pay. Bste passou a ser deformado por dobramento de longo raio de eurratura, responsivel por falha- ‘mentos ocorridos no Brasit Oriental e pela reverséo da érenegem em. dlresio Dacre, pot pfimantado wnt, nares es de aplainamento ns, Antes de ser nto do peal seins (Pt) howe ee as as quais foram as mela de nivels de pedimentas em- respondentes& fase mais antiga de formagio de eompartimentes al- veolares nas terras elevadas do Brasil Sudeste e Meridional, Boletim Paranacnse de Geografia — 1965 —N°s 10e17 129 [No Quaternério ocorreu forte instablldade das condigdes climé- teas, sondo a sueessdo de formas cielieas, cuja otigem & ligada & pa- Jeoclimas, bem visivels na topografia devido ao seu eariter recente, ceurta e interrompidas por épocas los e dlssecacto da palsagem, limitaram-se & esculturacio is de podimontes, através éo reed paralelo éas eneosias sub- acto de morfogtnese mecdniea. apenas o mais antigo dos (pedimento P,), tentativamonte datedo jerminado durante 0 Nebraskan, alingiu nto espacial, sugerindo wma agdo mals efetive e ‘maior desenvolv prolongada dos age extensivo, desiguado como cembutidos dissominados por lutuagdes mldas possivelmente ocorreram também dentro desta ex- tensa époea seml-irlda, porém a sua influéncia nio se tornou eapaz ‘apagada da topografia pelos processos de desagregacao luantes ducante o clita somi-érido predominante. Desta forma, re- sultou uma progressiva remodelagéo éa ‘nclinando-se lieiramente pera juzante das principals ealhas de dre- suavemente na diregao do ocean. “Apesar de'nio aprosentarem continuidade no esparo, seus remanes- fetes podem ser obsorvadas desde 0 Rlo Grande do Sul até o Ama~ ons, Beta superticie receben diversos nomes locals nas regides onde seus remanescentes foram methor estudados: superficie das Chas € ‘Tabulelros em Pernambuco, Nedgena em Sio Paulo, de Curitiba no Parand, Campanha no Blo Grande do Sul ¢ de Montevideo no Uruguat 190 __Boletim Paranaense de Geoarat = 1985 — Nm 16 6 17 DEPOSITOS CORRELATIVOS ima revislo estratigrifiea dos depésitas Cenousicos brasileiros no poe ser realizada com sucesso mediante o emprégo dos métodos cléssiecs da estratigrafia. im virtude da prépria natureza dos dep6- mente na interpretacio das superficles de degradacio e agradacio. Evas passam a ser elementos gulas para a correlaelo, sendo passi- vols de datagio, Lamentivelments os métodos yeomorfolégicos nic ‘encontraram ainda béa aceltagho entre os ge6logos, os quals mostram= fap bastante eétlons quanto & sua preciso o aplicabilidade. acrodita~ isto resulta de um abuso da utllizagao dos métodos dedutivos or parte dos geigrafos além de uma tendéneia por éstes demons- ‘trada para retirar conclusées ¢ Interpretagdes apressadas do exame ‘dos fendmenos de sedimentagio, ‘hs soqiénolas sedimentares resultantes dos processos do agrada- lo ecorrendo simultdneamente com fendmenos de desradacéo na frea fonte, constituem os depdsltos correlativos. Relativamente 20 Ee ating os Sitter rca ree eee de maneira sucinte por Bigarella ¢ Ab’Sdber (1064) ao cor~ relacionarem 0s procesios depostelonals das numeroses pequenas ba- (com relastio aos depésitos eorrelativos referentes a processos de pediplanagéo ‘meneionamos as formagées Guabirotuba, Alexandra, Graxaim, Pariquera Acu, Riacho Momo, Guararapes, Camadas de Sio Paulo e das bacias do Vale do Paraiba im muitas delas a sedimentaeSo corresponde a mais de uma fase 4e pediplanagto, Tédas entrelanto, mostram & influéneia de vérias edlmentagio, A sodimentapio ocorre normalmente durante os eplséaios de pediplanacto e de pedimentacto vigentes durante as fpoces climéticas semi-dridas, Entee eataa époeas medelaram tases climétieas imides com predominancia de dissecagio, resultando em presenta uma aérie de difiuldades, prineipalmente ‘quando consideramos os pediplanos mais antigos. A descontinvidade ia entre os remanescentes das areas de degradaedo e agra- i 0, na maloria das vézes, de cor fa dste pediplano no nordeste do Brasil, so correlacionados os sedimentos ereticeos de varias ba- clas embutidas no complexo eristalino. ticeos do Grupo Bauru. Similarment ‘Apesar do. conheclmento geoldgico satisfatério destas seqlién- cas do Mesonéico superior, nfo existem dados sistemsticos sibre as relagdes entre drea fonte ¢ bacla de sedimentagio. Os depésitos si0 relativamente extensos e de espessura apreciivel. Bles documentam fases de deposiedo continental, bem como assinalam inv thas, Sio poueo comhecidas as implleagées paleogeosti como faltam dados sobre as diresGes de transporte © de o Cretaceo em Bulge (PE im dlrecdo de transporte para 0 episltos eretacieos. 0 relévo contemporaneo & deposigdo das camadas ereticleas de Buique apresentava protéritamente uma dlstrlbulgio oposta a tual, (0 material transportado procedia do sul. Dobramentos de fundo post- postericrmente ae areas soerguidas elaborando 0 pediplano Pd, 0 ‘qual trunea igualmente os deposits creticeos. Os reconheclmentos seno, possvelmente Tere médi, os dos processos de aplainamento do pe- 132__Boetim Paranaense de Geogratla — 1965 —N%. 16 tf frenosas #0 quase’ sempre mal seleclonados, ineluindo gritulos ‘mesmo peguenas seixos de quartz0 o fedspato. Em locas restritos ve- lama (mudflows) altemnando com corridas de areia (sandflows sas oorridas, de alta densidade, arrastavam freqientemente, io na rhasss, granulos e selxos. Camadas do seixos ocorrem even revelando disposicio em lene6l. Os sedimentos ds. For- ‘mage Gusrarapes tém sua origem llgada a um flexuramento de am dee de seleedo indienmm a exdsténeia de cortidas de lama em lengél em re- ido desprotegida pela cobertura vegetal. Da mesma forma, as cama- fdas arcosianas registram processos de, morfopénese mecanica na area tote Para 0 notdeste do Brat Bigarella e Ab’Saber (10%: 906) referizam a “Sérlo” Seren do Martins como corrolativa dos pro- fessns da elaboragao do Pa, regional. Entretanto, posteriormente, Ab’SAber (comunicagto pessoal) atribulu uma meior antiguidade 1 Gates depisitas. Eniretanio, no Brasil Meridional e sudeste no sto referidos de- pésitoe corzelatives do Pd,. Ab’SAber e Bigarel ferem que no planalto de Curitiba nio slo encontrados sedimentos lp ma regido, levou Bigerella © Ab’Siber considerar a génese daquéle aplainamento como ligada a eon- Dediplanagdo desenvolvem-se _essenclalmente quando ocorrem condigdes semi-ridas, cuje din do um exame das condicées seas sbeas CContudo, nas bacias 29 longo do médio Paraiba, bem como na Boletim Paranaense de Geografia — 1905 — N's 1617 438 eran ebmgents pers om des mat uals oor n aque foi pos- 8 argilosos e arcosianos que poss com a elaboragdo do Pu, regional Formagio Guabirotuba — No Parana 0 prnieiro registro cenon6ieo sedimentar ver Tepresentado pela deposicGo das eamadas da Fomma~ (fo Guabirotuba. Estas eonstituem parte integrante da bacia de Curi- ‘ibe, cua extensio é apreciével no primero planalto paranaense (crea de 8.000 ka: Embora nio sefa ainda muito clara a origem da baci de Curi- ‘ba na que canceme ao seu preenehimento com sedimentas, podernos 184 __Boletim Paranaense de Geogratla — 1888 — Ns 16 ¢ 17 Boletim Paranaense de Geografin — 1965 — N°. 16 e 17 195 fe depositam num ambiente playa-le epositadas desta forma as secedesrelativamente espéstas de tio treqientes em determinados lovais da baela, tos de Fermatéo Guabirotuba.. A fase erosiva cima mencionada, efetivada em elma tmido, fo 196 __Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — 1% 16 17, [Na fase climatlea anterior ao clima semi-irido, Isto 6, durante a dimentas que constituem a Formagéo Guabirotuba foram originados ‘2 partir da decomposicho quimicn das zochas cristalinas pre-Cam- brlanas em elima timido, porém erodidas, transportades e depesitados fem condleées elimaticas semi-éridas, Bete ato explies, em grande parte, a composicdo textural dos sedimentos da formagao, A natarexa cnuliniea das argllas corrobora 0 tipo climético ‘imido vigente na poca da. elaboraao do regolito, que serviu de fonte para os sedimen- tos da baci. Formagio Alexandra — Esta designasio estratigratice fo1 confe- rida os sedimentos continentals que oorrem no litoral paranaence, na area de Alexandra, junto & Br-86, fles foram desezttos em 1659 por Bigarella, Salamuni © Marques como depisitos Ter- cos, Trata-s2 Ge sedimentos, jazentes rochas gnilssicas do complexo erlstalino braslero, A poreio Inferior a formacio ¢ constituida om grande par arendceo ¢ rudéceo, predominando no 1 silieo-argilosos e of arcosianos. a fave tinal da formasio da serra do Mar. Mencion ‘que 05 sedimentos procediam da intemperizagao 4: as, sofrendo pequeno transporte © deposi ri ‘tes conceites foram sofrendo alteragdes de modo que, Biga- rella e Freire (1200:19) sceitando sugestes do Dr. Henne Martin interpretaram a Formacio Alexandra cor ‘ida por sedimentos de uma planieie gradacional i (flo a0 mar e formada numa época em que seu nivet estava mals halo que o atual, durante o Pllstocéno. ‘A descoberta de remanescentes de pedlmentos na resto ltord- nea € nas vertentes orlentals da serea do Mat uu ume revise Ab’Saber e Bigarella (is) ésltos da Formasio Alexandra achava ‘por uma super- ficie de erosio, remanescente do pedimento P,, Bste fato, indieara ser esta formacio antetior ao referido pedimento. Os niveis de 27 a 30 m de altitude cortando o tdpo dos sedimentos, anteriormente refe- Boletim Paranaense de Geogcatia — 1965 — N's. 1017 137 dos como marinhos passaram a ser intorpretados como residuos de superticles de erosio elaboradas em clima sem!-arido. ‘Um reexame dos seimentos indleau terem sido os mesmas forma- dos em clima possivelmente seminarido, e depositados em ambiente de hajada, em grande parte em playa Takes. A seqiéncia. sedimentar mostra a ado de transporte em Jengél sem uma implantaeao defini- a de canzis de transporte, Em outros locals nola-so a acto de tor- rentes de lama eapezes de transportar matactes, principalmente préximo a zona montanhosa, A recente confirmasdo da existncia de uma superficie pedimen- tar P,, na serra do Mar paranaense sbriu noves horizontes pata & Interpretaedo da Formacio Alexandra, Sendo ela mals antiga do que pedimento ®,, parece ser contudo, penecontempordnea da elabora- ‘a do pedimento P,, isto 6, earrelativa no pediplano Pd, © conjunto dos depésitos rudcecs formnados duran {tases de pedimentagio que tiveram Ingar serra do Maz, em Garwva (divisa Pazans Aesignagio estratigritiea de Formagio ram suaverente para o interior dos vale. Os depésitos rudécons gy ‘eetanto, nas ocorréncias descritas para a etritice rudécea assumiu uma importéneia male, talver devido a0 ‘eariter excepcional da escarpa, bem como devido iis constantes mu- anges climaticas eujes fases imidas provocaraim dissocagies mais ‘ou menos profundas, interzompenco as processcs de aplasnamento la- sem selecdo aperente, fe matacées de compasieao I 4iahéslo) cujo tamanho varia desde alguns eentimetros até matacées de mais de 4 m de diametro, merguthados dentro de uma matris are- no-siltico-argilosa A formacdo em questdo ¢ composta de pelo menos duas fases ais- ‘intas de deposicd originadas em ciclos diferentar de pedimentacio. Paranaense de Geogratia — 1065 — Nb, 16 ¢ 17 Alscordancia de erosio, em relacdes com depisitos ide ds difculdades atuals para cor- es de outras Areas, [As duas faves de pedimentagio eorrespondentes aos depésttos da Formagio Iquererim foram denominadas fases I e II respectivamente imentos F, ¢ P,- Dessa mancira, os dopésites da se embutides dentro de um nivel de pedimento do nos interfvios e referente & fase 11, Entre ‘ovorreu uma époea de elma timido, responsével pela se mecknica, originando a su dnela de erosio jé mencionada, mento de rochas metamérticas pré-Cambrianas do Grupo Brusque; 2) discordncla de erosio em superficie irregular € angulosa; 8) ca ‘madas pré-Canhanduva; 4) Camadas Canbanduva; 5) superficie cor~ respondente ao fécho da sedimentagio, remaneseente do pedimento detrlties, coreespondendo & pedimentagao do P, Na fase que antecedeu a deposigio das camnadas pré-Canhanduva mais sico provocou o empobresimento da cobertura vegetal, facll- tando # eo dos agentes de denudacio das encostas.O regolito péde ser enlio removido para as partes mais balxas do terreno, entulhando , puinelpalmente através de moviment stude roforonte & Evolugio das Hneosins. As eamadas Camas representam a fase principal de morfogénese mecinica relativa a ela~ horagio do P, na area, Tem coloragio castanlio-avermelhada, com Bolotim Paranaense de Geografia — 1985 —N%s 18617 199 cérva de 7:m de espessura, epresentando-se como um depésito ruda- ceo relativamente grosselrc, de eardter brechoso, sem estratificnsdo visivel, denotando porém uma superposigao de eamadas de 60 a 70 om de espessura, que correspondem a wma seqiéncia de cortidas que fem fuido de alla densidade transportavam material muito poueo se- Jeelonado ma sua granulometria. Seixos angulosos e mesmo blocos abundantes de quartzo, quartaitos e fiitos sfo envolvidos em matria areno-argilosa, Néo sdmente a abundincia dos seizes como também a presenca de inimeros selxos de fllto (rochas fAcllmente alterdvels sab condigées elimatieas Gmidas) documentam a vigenela de condl- 20 ¢ quartuites representam elementos resldvals de antigo rego quimicamente decompost, Os depésitos desta localidade sio correlacionivels, em bases geo- ‘morfologieas, com a Formacio Iquererim — Fase I ‘Camadas Cachooira — A érea denominada Cachocira, situa-se no lltoral eatarinense a eftea de 20 km ao sul de Tijueas (80). Nela 0s sedimentos preenchem uma depressao alongada N-S, de orl- igom certamente tectinica, has eristalinas situados 0s romanescentes da superficie que imentecio losal, parecem em seu conjunto ra 0 centro da depressio. este aspecto geom: sedimentoldgico dessas eamadas, aqul desiguadas como Camadas Ca~ choeira, permitem ume identificagio do ambiente de depasi¢io, 0 gerals certas aspectos dos sedimentas da formagiio Alexandra ¢ Gua- birotuba, ‘As Camadas Cachoelea consideradas como sedimentos de bajada ‘04 bolson-plain, seriam ao que tudo indies eontemporaneos & fase de clonadas & Formagio Iquererim — correspondente ao fécho da sediment afeigoamento do pedimenta P,, de Floriandpotis (SC) em terre eseritos. por lee Salamuni obremente seleclonedos, eompostos dominantemente por arela gra- 140 _Boletim Paranacnse de Geogratia — 1965 — N's, 16 ¢ 17 nulosa com pequenos selxos esparsos e matriz slleo-a Aepésits sfo similares aos das Camadas Cachoeira e sugerem tercm sido depositados mums fase de clima semi-irido, na qual houye um proceso de agradagio com desenvolvimento pertétiee de uma pedi- rmentacdo embrionéria, © técho da sedimentacfo originow um su clinada de 2° a 4 para norte encontrando-se das elevacies a susvemente in- sean e separada allnas ao sul, donde procederam os sedimentos CORRELACOES E CONCLUSOES 0s aspectos geomorfoligios esculpidas pelos processos de mor- A vigencta. de elimas rigorosos 0 Nordeste a0 rio da Prata. Hm areas, por exomplo, onde vigoram el- ‘mas multo tildes, eomo ¢ o easo da serra do far (com mais de 3.000 mm anuais), eles podem ser constatados, Nestas areas de alta pluvlosidade os contrastes paleo-climtieos se fazem sentir de mane!- 1 profunda na palsagem, ‘tes erentos foram descobertos nesta area, Isto é, nas faldas a serra do Mar, onde foram estudados com maores detalhes. Tanto em diregéo ao Nordeste, eomo em direc ao ro da Prata, as cvidén- ‘las morfolégicas, nfo raro, so acompanhadas dos depdsits eorrela- 05, oS quals atesiam e comprovam as flutuacdes elimsticas & keen Lifleam 0 tipo climatico semi-arido como responsivel pelos proce ‘de moxfogénese mecinice, cujos vestiios ainda podem ser encontra- ‘dos na palsagem, sob forma de remanescentes de pedimentos ou pe- ‘iplance. Acreditamos que as condigdes de seml-arkdez da. parte oriental da Amérien do Sul chegaram bem préxlmas a0 Bzuadct. P, puderam ser reconbecldos e tragades as desde a drea do Parand-Santa Ca- uni e em dirosko sul aié Montevideu ‘depisits eorrelativos observaveis, A datagdo dos diversos sua elaboragio llgada 20 Creticeo-Eoceno. Entrotanto, par ser sua dade mals recente, truneando os sedimentos eretict Nordeste brasileiro. © pediplano Pd,, eonsideredo como correspon- dente a process ero hho Terclitio médio também tera 1 un datagdo, po incerta. Entretanto, estes su- perficles antigas escalonadas documentam, de acdrdo ccm nosso pon- Boletim Paranaense de Geografia — 1985 —N%s.8e17 td Datidos entre as extensas superfieies demonstram o importante papel @poras mais mldas e das flutuaco regio 20 sco f elas interealadas © pediplano Pd, e os sedimentos P, € Py, por outro lado, tm sido cconsiderados como elaborados durante o Plelstovéno. Foram eoreela~ clonados tentatlvamente por Bigarella e Andrade ( (BAdel, 1959, Fairbridge, 1961). Remanessentes ce pedimen- ‘os podem sor conslderados como fees mor a ‘América do Sul mas também na América do Norte, Europe e outros continentes, Tal fato depde a favor de clelos éridos universais du- rante as fases frias Pleistocénioas afetando extensas areas, Desia forma o mais antigo © mais extenso dos pedimentos (Py ou pediplano Pd,) teria sua elaboracdo completada durante a sla seria correspondente 20 Kansan ( Concluimos, portanto, que aos periodos “ estudada. do tertitétio brasileiro a condiebes de semi-arides e no pluvials, eomo referem multos pesgulsadores para as Areas ti Entretanto parece-nos di mitioas de seml-arkdez 1eciniea ¢ elaborar os pediplanos pedimento ‘itamos que devam existir Areas restritas mals favorecidas pelas pre- cipitagdes durante as fates semi-dridas e onde refugiou-se a flora e fauna, ‘Aos periodos interglaciais quaterndios corresponderdm fases mais ‘imidas nas Areas tropicals e sub-try ‘Este trabolho tem um caries que envolve a evolugio da. pals sbmente poderdo se aproximar de uma soluedo satisfatdrin através da reallzagio de estudos sistemiétieos a respeito, Bolotim Paranacnse de Geogratia — 1965 — Ns 16 e 17 ASPECTOS SEDIMENTOLOGICOS 0s caracteres Is dos sedimentos das formagdes Guabico~ tuba e Pariguera-Aew fomnecem elementos que permitem avallar as condipGes fisieas do ambiente de sedimentaedo. Comparamos éstes se ‘dimentos com amosiras procedentes das vaszeas recentes, dos balxos (0s varios sedimen- os ssuam, até certo ponto um eardter genético, & com aque 0s fatores que mais af volocidade e densidad do fluido transportader. su de seleglo de um sedlmento é, em grande parte, funcio (0 60 agente envolvido e das condigaes amblentals, ‘As amostzas procedentes das formagies Guabirotuba e Pariquers— ‘Agu apresentam normalmente uma mé.selecio granulométries, o mes- mo acontecendo com as amastras referentes eo regolito € baixo ter- 6 ‘yarzeas zecentes apresentam, lease uma melhor selegio gra- Imais, 43 amosiras que apreventam medianas préximas a 180 mm ‘io as melhor selecionadas, Para didmetros malores ow menores @ se- legdo granulométrics diminut. ‘Uma ma selogdio para amostras com diimetro mediano ao redor ‘0s movlmentos de massa, A correlacio entre 0 as medidas de dispersio revela claramente cerlas propriedades do fluldo transportante do sedimento, Relativarente nos sedimentos recentes das vérseas de Curitiba, nota-se uma correlagio promunciada entre o diimetro mediano e 0 coeficiente de seleeio (Bigarella e Salamuni, I Boletim Paranaense de Geogratla — 1965 —N°s 18617 143 correspondem os mals variados valores ‘que 25 propriedades hidrodinamicas do suis capacidade Dul-las conve! era a de um is dens, isto 6, semelhante a escoamento re- ada, no apresentam cor eas medidas de dispersio, lo slguma entre 0 diémetro mediano ‘Uma comparaedo destas amestras com culras sedimentos de am- blentes aiversos foi apresentada por Bigarella e Salamunt clas ambientals, como movimento de masse de sedimentos in f4ados, contribul para que 0 conjunto nao obedega & curva noma} de 0 sedimentos do mar Baltioo ¢ fuéncia dos leebergs fol ov ainda ‘magées Guabirotuba e Pariquera-Agu. 05 depésites do Grupo Bauru comportam-se de manelra similar ‘0s das formacées acima menclonadas. Trata-se de sedlmentos de- ppositados em ambiente seml-irio. ‘dimentos depositados em ambiente hidrodini faquéles onde varias eausas moditieam as pr ‘eas do agente de transporte ou onde varios Hicas vigentes durante 2 deposieao dos sedimentos. Nas figuras 7 a 12 esto grupadas as curvas de freqiénela act ‘mulada da dlstlbuledo granulométries, as quais suscitam algumas discussbes sibre 0 ambiente de deposledo. as eurvas retratam 0 resul- 144 __Boletim Paranaense de Goografia — 1965 — N's. 16 e 17 tado €a interagio dos diversos fatéres envolvidos na formagio do ‘material, REGOLITO les Fraqyérea scumulaga Area (Send Dane 3 1am nee 0004 FIG, 7 —cenicagio das cures de eset grinométrin don amet de ‘eelto da parton da bin de Curva eomentir no ttle) ‘As relagbes existentes e possivels, entre a dlstribuieio dos tame- hos de gro e 0 amblente sedimeniar foram alvo de im ronsiraram que um estudo das caracteristieas do tamanho dos gris os sodimontos fornece dados que permitem avallar as eondlgdes fi- sleas do amblente no qual éles ocorrem. De acdrdo corn os referidos fauores, num mesmo ambiente pode haver uma grande variedade de sedimentos, de maneira que se torna novessérlo examinar wm gran~ de nimero de amostras, antes que se possa avaliar 0 ambiente eae ‘um todo, Embora o amblente possa tender para a formagao de um ‘dado tipo de depisito, a5 caracteristicas dos sedimentos variain 1o- talmente de acérdo com as varlagées das condigies no ambiente. A distrbuigdo granulométsiea depende também do tipo e quantidade do suprimento de detrltos, dos provessos de transporte © do grau de agitagio. Poucor falores so restritos a um determinado tipo sin- ilar de ambiente, Os earacteres por sles inttoduzides nos sedlmentos Boletim Peranaense de Geogeatia — 1065 — N's 1861 145 ‘tio de valor diagnéstico preciso. Désse modo, sera sempre ie usar uma combinacko tio ampla quanto possivel de di- acteres para determinacto do ambiente de sedimentagao, Ser necessirlo salientar que, apenas a anélise meciniea de um sedimento néo ¢ suficlente para esclarecer a génese de um determi- nado depésto, Esta anilise ¢, contudo, um dos earacteres fislos que tals, eatruturais, mineralégicos e especialmente estratigratices. Nas figuras 7 ¢ 8, eneontram-se agrupadas as curvas de a fo granulométrica referenies a amosiras eoletadas no manto de femperismo, sendo que a grande maioria delas refere-se a eolivio, material éste que J& sofreu um deslocamento vertente abalxo, Boletim Paranaense do Geogratia — 1965 — NPs. 16 ¢ 17 ‘de movimento de massa, som que se processusse seleedo alguma. As abrangem pois multos intervalos texturais, desde eascalno ou até area, ouigdo granulométeica das amestras das vérzens, pode fieada em cinco tipos fundamentais, Néles verificam-se fraus diferentes de seleedo, Na figura 9, as hachurias horizontais € epésitos de canals anastomosa~ luvial, S80 eonstituides normalmente por sedimentos presentam 0 melhor grau de se legdo. O tipo representado pelas hechurlas inelinadas para dicelta, {forma posslveimente 0s depésites dos diques naturals e em paste das ‘enahentes. Possuem menor grau de seleedo. Na figura 10, as hachurias ominantemente a depésitos de enchente. As loam em grande parte os depésitos de ealivio ‘A distribuiedo granlométriea das amostras da For Dirotuba 6 classticada om trés tipos fundamentals Boletin Paranaense de Geogratia — 1965: N%18e 1 147 figura as hachurias yertcais referem-se a sedimentos areniceos {eldspéticas depositades em eanals nos loques aluvials do amblente de | \VERREAS 0, CUATIBS tt) Avo Sana (Cop) 9 0 Danio 6 # 8 T mn oe 004 MIG. 10 —clasitapio dat cues de aitriniee granuemtien de pare dae Srocra esndimeston da vie da ils de Cutibe (comestita bajada. Trata-se de sedimentos inicialmente transportados em fTui- dos de alta densidade com posterior remogio da fracio mals fina, CConstituem os depisitos com melhor grau de selecio. As hachurias ho- izontais referent-se em grande parte a depéslios em lenedl © em parte a depésitos em canal proveniente da deposicto de corridas do reins feldspatieas sedimentadas em ambiente de bajada. As amostras fpresentam-se mal selecionadas. O ultimo Lipo representado por Ihachurias inelinadas para a diteita eorresponde a depésitas de cor- ridas de lama sedimentados em bajadas ou a deptsitos de playa, ‘Amostras pouco selecionadas. Na figura 12 encontra-se assinolado 0 tipo de distrbuigho gra lea apresentado pelas amostras da. Formagéo Pariquera-A0u de sedimentos trensportados através de movimentos de mas- 2 ou flvides de alta donsidade sob forma de eorridas de lama, Boletim Parannense de Geogvatia — 1965 — N's. 1917 149) rao ‘08 6 fundamental na earacterizagio ambien tat ise ave P10, 18— crater aus cums de elect granloméio doe extents i {ig Pormagio.Posiquers-Agu, bactn eb babe Bibra (coment i DIBLIOGRAFIA Ls ; st SR thse Laat far 3 : 3 amet oe ot r,t a einen ate i 150 __Boletim Paranaense de Geugratia — 1985 — N°s. 18 ¢ 17 bromain 2.) nanOE Pg AEN 4 oa "gsereon (Oar Asner oletim Paranaense de Geografla — 1965 —N%s.10e17 151 TAWSOS, 4.0. — 19 — The enigne profes of the getrt — Cait. Coty, Dent SSOPOLD, LB. eb ait — 104 — Plural prota tm Geomorphology — WH Procman and Company, £22 pp. — san Prac MABESOONE, 5.36 — 1050 — Tertary and Quateroary Sestmenttion fn a por fot the Dacre sia Palenla (Spal). Lele Guclegehe Mecelsee 3 (se — Lees MoonE, 4.W. — th — Sheettued Essen. Bul Geol Soo, of Ameen. £2 oust, J.3, — msn — escorpcectel aspect of the Pours dena een te ‘be ennai unten alae Getonsehe Medelngee ZHORNBURT, 1.0. — 12 — Praspis of geomabology. Joh Wiky & Som, suas, TERY — ~ 2 CONSIDERAQOES A RESPEITO DOS TERRACOS FLUVIAIS, RAMPAS DE COLUVIO B VARZEAS ‘") soko Jose BIoAREUA ABSTRACT | terraces and varzeas of southern and 1m this paper through the siudy of the morphologic characteristics in relationship textures, The terraces are considered 3 esi frequent and alternated changes of the pleistovenic climate, Fluvial terrace remnants oecur at different elevations on the slopes, and pre ‘no correspondence with pediments, They show also evidences of s2- ‘miarid conditions for their development. They are related to the Wisconsin. The dissection of the terraces occurred during the humid Interglacals time. Lower terraces inside the valley flat referred as varzea terraces aller ellmatie Hustuations and ehanges In the pro- Inydredynamles inside the present humid elimatle 154 __Boletim Paranaense do Geografia — 1965 — NPs. 16 6 17 INTRODUGAO 0 aspectos da morfolog caustivamente pesqulsados ssunto vasta bibliografia. No presente trabalho procuramos| reativos aos terracos ¢ virze fa dos processos envolvides, sedime vias, mineralogia © textura dos sedimentos cemne a reconstitniedo 8 regionals, i, periglacial ow glacial os terragos fluvials. Os processos e eondigdes am~ blentaisligados & sua formagao permanecem ainda un tanto obscuros. mo preenchimento dos vales com tenrugs formes nae inundapdes (verinnk ow), documenta fa ‘tuagbes climates, tcadualdas por mudaneas das eoudicdes hidroligi- cas e no repime do curso dagua. 3 eclivios revestem normal No presente trabalho ¢ feita uma tentative de correlagio entre os processos que operam nas calhas de drenagem ¢ aquéles que vigora- fal até o Plow, ‘processos foram referidas varias formagies cenouéleas entre elas: Guablroluba e Alexandra no Parand, Riacho ‘Mimo e Guararapes no Grupo Barreiras em Pernambueo, Iqueretin em Santa Catarina, e Graxaim no Rio Grande do Sul [A Sdade dos terrneos fol oblida por eomparacio eom a do pedi- Boletin Paranaense de Goografia — 1985 —W%5, 1B e155, plano Pd, @Vebraskan) ¢ dos pedimentas Pe, (Kansan einen), Saseada na corresondéneia existnte ete os dois aspects moron Viens. ‘AREA PESQUISADA Para a reailzagdo do presente trabatho foram selectonadas areas caractorstieas not Estados do Rio de Janoiro, Sto Pavlo, Parana e Santa Catarina, Os terragos com casealhelros foram estudados nos vales das rios Ta} Ribeira e Paraiba. As vérzeas e as ram- pas de colivio foram pesqulsadas prinelpalmente ns exbeceitas do ‘lo Zguagu nos arredores de Curliiba e em varlos vales de Santa Ca- farina e no vale do Paraiba, MiTODOS DE TRABALHO [Na excougio das pesquisas relativas aos aspectos morfoldgicos © sedimentoldgicas agul dlcutides, foram empregedos vérlos métodos e campo e laboratério. Para o reconheslmento dos terragos veriticou-se a importéncia ea- pital de uma motodologia nfo somente morfolégica como também. es- A utilizacio de métodos puramente morfoldgicos mostra te, ido sbmente devide do fato de que époeas de ecluvia- iva tanto no Pleistoeéne como o Holoceno obliteraram as feigées originais daquelas formas como também porque multas vézes, 1s fracas declividades dos planos dos pedimentos roctcsos edetritiens, sensu strietu, Néste trabalho empregamas o térmo Lido genético, Isto é terraco sensu strif, Portanto, se por um lado, fombreiras eorrespondentes antigos pedimentos embutides nos va- Jes, podem ser Verragos sensu lato, o exame da sua estruiura e & an sincla de depésitos que poscam ser eonsiderades como de antiges ea- nas de drenagem, obrigam a que se efetue uma separagdo a partly do exame da estrutura, das duas formas que topogrifleamente podem presenta semelhances. nto, portanto, podem corresponier, dentro entago, formas ¢ depeisitos earactorizados como de tetragos fluviais, obserrados como om 0s valley-fats so compostos por diversos nivels de te ma da virzea inundavel atual, Trata-se de uma série de todos éles representando fl (baixos terragos com exsealheiro vel, de até $°4°. Mostram uma pparados eom alguns pedimentos embutidas nas paredes do vale. Ea- ‘rotanto, eonsistem em dograus mais baixos e portanto mais reecntes 0 que as ombrelras do nivel P, nas vertentes. Os balzos terragos com 156 __Boletim Paranaense do Geografla — 1985 — W°s. 16 ¢ 17 ceascelhero apresentam na sua estrutura uma seqiéncia de depésitos com caracteristieas de preenchimento de antiga cathe fluvial sob ‘condigées elimations rudes. Bpisédlos de coluviagio posteriores foram siveis pelo mascarsmento da forma topografica genétieamen- ida & elaboragio do terrace. jis de terragos de virzes, os mais baixos ne seaténcia valley flats, represe tos dos vaies remanescontes de mf ‘episédios compleuos da agradacio e degradacio, resultendo de mu- danas no regime hidrologico dos eursos d’égun dentro da fase imida mais recente, post-Wiseonsin, Dentro tia. dos fundos dos vales, tals formas parecem espehar ta 1 felghe do antigas virzens disseeadss, ‘miaueioso do seu gradiente de inelinacto ein relagdo a um. elxo preté~ recoberta por uma outra unids onde este tltima comeca a se fazer sentir dentro de uma visio em ssa a condielonar a forma topogrifies, gerando pla~ 0 verlével, a qual 6 funedo direta do espesstmento fal, Damos a estas formas 1 denominagso, com impll- feagdo genética, de rampa de eolivio. As varzeas de inundas ‘dos rios também podem apresentam uma rampa de coli (0 ao fundo horizontal resutante do preenehimen= {forma mareante, que multas vézes torn ritada a area de recobrimento coluvlal. Trata-se, portanto, de felgbee como um tnieo conjunto, ou sea, a sentido mais amplo. festruturas Internas. Muitos dos cortes poss a histria sedimentar e dos procestos operantes durante a formagio do terrago. Alguns terragos ostentam apenas delgados casealheiros, enquanto ‘que outros so constituides por expéssas seqUéncias de sedimentos. Néstes as estruturas primérias foram examinadas em detalhe © de- senhadas com anxillo de mélodo fologrifico ullllzando-se a camara oletim Paranaense de Geogratia — 1965 —N. 1817 187 recobrindo-se a fotografia com um pl sre 0 qual era feito o deseo no cat 10s da foto. AAs estruturas primérias das vdrzeas de Curitiba, principalmente fa estratifieagio eruzada, foram levantadas aproveltando-se os cortes feistentes nos areais, Na parede do afloramento foram tragados sul- cos em forma de grade, limltando reas para obtendo das fotogra’ ‘com a efmera Polaroid pelo método das pen a areila Deonforme técnica descrila por Bigarella e Salamunt ‘150280 a 88) ‘SEDIMENTAGAO FLUVIAL Hi éae e drenagem, siriamente em movimentagio crustal. Mud ticas ako agentes mais efieazes no contrdle da dininiea fluvial espe- tlalmente nas areas onde se constata certa establidade crustal e on- de @ apo endégena & represeniads muito lento, eomo € 0 caso do eseudo Quaternério, alteragées nas eondiqdes ta dos cursos d'égua ¢ seu papel morfoldgico. Nio nos deteremos a detalhes no que concerne & dina ‘lal, Trata-se do matéria eujo respeito no hi uma concord 496 dlagua no seu leita é consegléneia da relaeio existente ‘carga sida ¢ @ descarga. O gradlente do curso d'égua seré, em subs- 1¢do daqueles dois fatbres, os quals por sua vez, eetdo estrefamente ligndos & condiges climétleas am- bientals, Ccertos autores admitem que os rios aprofundam 08 seus sob condigies climations mais timidas, quando a descarga 6 sut para o tt mado para a dssecagio linear (Huntigton 1914), lum eseoamente lado, correspon: agetal protege nnsidade do escoamento 168 Boot Paranaense de Geopratia — 1005 — N°s. 16 e 17 provoe ‘sto linear enquanto chuvas ‘bem distrbuldas levariam & agradaglo, 884:458) em Areas de pouea pred Para Leopold et hoe vesetacto es fornecimento de sedimentos para es canals, Posteriormente, quando esevolve-se a cobertura vegetal a carga silida tenderé diminuir nnos cursos d'égua. Enquanto aumenta a carga aver agradaglio mas 4 partir do momento em que o fornesimento de carga sil Jr ao mesmo tempo em que numenta a descarga haverd a de- que ‘e descarga fomecidos caracteristiess do essoamento tornar-se-ia menos dense permitindo a remo¢io 10 decomposto. A éste aumento da carga corres- pponderia diminuleéo da descarze do rlo ¢ conseqientemente a agra daeio do fando do vale. Na passagem do clima sé0 para 0 amido, tenderiam a forneeer quantldade menor de deirios e de cal bre diminuindo progressivamente. Os cursos d'égua teriam capacida fe se eneaizar, sendo a abrasio mectniea do lito acl senga dos detritas mais groseeros resultantes da. mo nea vigente sob clima séco, e por se apresentar o fundo do vale oberto pelo material sluvial pouco eoerente depositado na fase sea anterior. ‘Simente um melhor conheclmento dos processus da dinamiea fla- vial, entretanto, poderé trazer uma bese segura para qUe Se poss Ee- leclonar tio controvertido problema CONCEITO DE TERRAGO De acérda com McGee o terraeo constitu! um plano horizontal fu aproximadamente horlzontal de malor ou menor extensSo, Innitado do um lado por um terreno mats eleyado e do outro por tuna escarpa, Boletin Paranaense de Geografla — 1685 —N°s. 18617 159 bury (968:157) o terrago pode ser: a) bedrock terrace cou wm ea- peaniento fino de materia! aluvial, ou b) alluvial terrace formado por dopésltos aluviais. 34 para Gilbert (877 in Th os terracos serlam basicamente os produtos da etosio fluvial e nao {6a deposicdo on (1840, tp Thornbury 1954:187) alta dois tipos de terra- ferentes em cada margem do vale pela etosdo lateral do rio mean- Grante durante seu aprofundamento acompanhado por deslocamento continua, ORIGEM DOS TERRAGOS sm como modificam as formas das vertentes € 0 fornecimento de’sedimentos para o rio. Esta oplniao é discutivel. Os movimentos teetinieos sio extremamente lentos um longo perioo fe tempo seria necessirio pare causar uma notdvel mudanga de al- titude do relévo e das condigées hidroldgicas da bacia. Sendo os ter~ ragos de Idade relativamente recente, é pouco provavel que os movi- rmentos epeirogénicos positives, sejam os tinieos responsiveis pelo desenvolvimento. Leopold et alii referem-se ao contrdle climdt sob o qual tée lugar mudangns no regime hidrogieo, aetando o for- recimento de agua e sedimento, Leopold et allt (1964:441) salientam separados da @ espessura do alivio ja é grande, no aflorando mais o substrato rochoso. Apesar de, durante as chelas, BBoletim Peranaense de Geogratia — 1965 — N's. 16e 17 173 hhaver escavacio e enchimento (scour and fil), 2 cobertura do alivio smal grosseiros na nna margem convexa trava ma claboragio do valley flat. Acima encontr ‘mais finos depositados durante 2s enchentes no (orerbank). Na opiniao de Thorabur tos com espésso enchimento al poderiam ter se orleinado pela agradaeho fui ‘yessem sido aberios Jareos vales por erosio tor admita « importincia das variagies climaticas na explieagio das le nio da énfase ao elima para a expostos. dangas tectOnleas ou no regime hidroldgico suprimento de gua e sedimentos), resulta. na conduzindo & as, no podendo rebelxae seu pert, € capaz and & margem e deixando wa lelto coberto por im disposicio de eascalho dlvergem daquéles to do vale, eom formacio da varzea. Abas Paranaense de Geografia — 1965 — N°. 18 ¢ 17 ura do val dde morfogénese mecénica, (© embasamento dos sedimentos da varzea constitui um plano elaborado em fase climatica séea, o qual fol rebaixndo e alarzado 1 disseeagio do pedlmento P, e do terrago fluvial nte nfo conbecemos a morfologia déste plano o gt se soterrado pelos depésites da virzea. © preenchimento da calha de drenagem materiais sio apenas ‘das de cascalho e areia dlspéem-se normalmente em pla eas em estruluras primérlas, evidenciando trenspor formados sob eondleées elimé- tuoas dmidas algo © conjunto € reeoberto por um ‘manto coluval Boletin Paranaense de Geografia — 1989 —N%s.10e 17 175 essa forma 0 conjunto sedimentar da varzea representa duas ‘épocas climdticas aistintas, respectivamente séca e dmida. A transl- ‘elo da fase séea para a timida data de cérea de 2.400 anos (Biga~ sucessio de sedimentaedo de origer rsa, composia por depésites de eanals anastomosedos (braided engranzados com De acdrdo com Leo} ‘iva da virgen é imitada: removendo parte do mater ‘ncia de sedimentos nas inundagées por sébre os diques marginats. te complexes, fles dependem fundamentalmente da carga de- 176 __Boletim Paranense de Geogratia — 1965 — W's, 16 ¢ 17 ‘e movimentos de massa locals. O coldvio tende a engranzar-se com 0 alivio da agradeedo fluvial. Em alguns casos 0 preenchimento do vale com colivio pode ser predominante, De acdedo com Mackin (1997:828) 0 material seumula-se prin- ipalmente junto & margem eonvesa, por orasido das éguas baixas, ‘ind segundo éste autor, por oeaslio das chelas, 0 perfll do earl é do pela remogao dos sedimentos do fundo, eros na manger € deposigio na convexa, Para Makin, nas virgeas onde est em prooesso de agradacio é da prot do excavamento. Mackin (in Leopold et 3064:528) conclu ser de silt e angila depositadas a part de suspenstis, Asa de Mackin merecom possivelmente uma reaonslderagho, Ni parece que o provesso de aeréscimo lateral de material ruddeeo numa vareea em agradagio ou entelhamento originem leitos de cascalho fm TengGl, A nosso vor, os eascalhos encontrados em certas vérzeas atuais no Brasil tigos de fase climética diferente da presente. Estamos de acérdo com 0s dols tipos de sedimentago na sua paste deseritiva, referidos pelo ‘autor eitado, (s perfis de sondagens na virata do tio Mauricio, km 90 da ro- durante a vigénela de cllma timido, 0 qual contrasta fortemente com 1 deposiefo relativa ao clima ste em separar claramente as varias fa- a agradagio e na exosEo posterior causada 0 do to, orlginando terra90s formados por jgas varzeas. ‘Eun sintese temos a seguinte seqiéncla de eventos deposicionats: 1) — Blaboragio do assoalho da varzea sob condicées ellmaticas igoross. 2) — Doposigdo de easeaiho conten do dundo do vale (clima 5a 3) — Instalagdo de canals anastomosados ¢ deposicio de sedi- rmentos arenoses. Fase de braided stream, drenagem inter~ rnitente sob condicGes climétices rigorasas ainda mito pre- cisadas, parém de clima séco, 4) — Bneatxamento da drenagem erodindo parte dos depésitas dos canals anastomosados depositados pelo rio intermitente 5) — Preenchimento com sedimentos fnos sltico-aretlosos depo sitados durante as inundaeSes e sedimentos arenosos depo- sitados 10 canal, od condigdes de clima Umido, entretanto go diverse da atual 6) — Cotuviagéo em varias das areias éos canis, ns, a partir dx época da deposicio 22a, ago de ¢o- ragos e penetrem na vizzen, ou engransim-se eom 08 sed ‘mentos da mesma, também representam eondiies cl possl- yelmente de elimn mais séeo com chuvas concentradas. Até 0 momen to nie pudemos caracterirar éste tipo elimétie. ‘Talvee um clima mais timido do que o presente também pudesse ser responsivel por coluviagio extensiva. Entretanto, as evidéncias Ge campo até agora ealigidas depéem a favor de condieées de reves- ‘mento floristieo mals rarefeito para a movimentaeio do eolivio, 178 __Boletim Paranaense de Geogratia — 1965 — N's 16 ¢ 17 CARACTERES ESTRUTURAIS (0s aspectos gerais © 0 earéter dos depésitos das varzeas sio de edo geral relativamente bem conheeidos to, au matoreza ¢ detalhes sedimentologices ressentem-se ainda de malores eselare- fimentos. Néste trabalho procuramos adielonar alguns dados néste particular, No conjunt {depostelonais ceaseatho € dos dos canals meandrantes ¢ das enche: Alepisitos mais antigos, representando portanto, os sediments ba- sais, situados em ineonformidade erusira di sobre 0 assoa- tho da varzen, Inielam-ee por uma eamada de eascalho sequida pelos epbsitos arenosos ens em estruturas primérias. Os eoluvies por sa ver caracterizam-se pela auséncia de estruturas sedimentares Betruturas primérias ainda ocoerem nos depéslios arenosos dos lites. do canal meandrante ‘As esteuturas primaries deseitas neste trabalho nilo constituem, aspector da. deposict ‘mitica séea com cht apresentara regime nals anastomosados (braided stream) {A fim ee poder dooumentar e deserever as varios tipos de estru- turas, foram aproveltados os cortes abertos nos arvais de Uberaba na vvirwea do Tguagt, nas proximidades de Curitiba (Pig. 8). Pequenas ara obtencio do aspecto tridimensional as secebes, uma transversal A direeéo do transporte Hus as seegdes, os cortes nos areais fgratados ecm cimera Pola ‘no registro geologico. Os dados aqui temética de observagdes em outras areas contribuirio, sem divida no futuro, pare a obtengao de uma idéia mais completa sobre o conjunto Ge processas eperantes, bem como a Sdentifieacio do quadro paleo- clinica, vigorante na formagho das varze os estrub ctratifieneao eruzada Boletim Peranaense de Geogeafia — 1985 — W's 16e 17 179. dos depésitos de areia dae canais anastomasados das virzeas do rio Sguogu, fol empregada a terminologia proposta por McKee ¢ Wier 3). A unidade bisice € denominada “seqiéncia de estratos” fere-so a uum grupo de estratos essenelalmente conformes, dentro ‘siraifiengao e7uzada, Cada seqUéncia € deserita como simples, plana ou aeanalada, dependondo da superficie limitante inter feja respectivamente, um plano de nio deposigho, ume super plana ou uma superficie curva de eseavamento, As estruturas s fou plana podem ainda ser classificadas eomo tabulares ou cur mes. io. 6 — cae ae cree do no Iguacu em Unum, Custbe, tacburiy MeKee (1962:656) considera a atitude da superficie store a ‘qual a8 correnies miovern-se na deposiedo Gas seqléneins simples ow 182___Boletim Paranaense de Geogratla ~ 1968 — N's. 18 ¢ 17 ‘controlem @ erosio. McKee refere-se que quando esta superficie { mantida na horizontal o corpo qagua no muda sea nivel. Ela mer- gulha na diresdo da corrente quando 0 fbaizado, No easo das estruturas da va superficie mergulna para juzante sendo do proprio gradlente do curso d'igua 596) assinala que o tipo de estratifeagao plana ralgumas planieles aluvils, dos terracos de shoretace e do lado interior das barras ao longo das praias. As estruturas de estratifieagio era ‘ada plana encontradas na varzea ¢ relativas aos canals anastomo- ‘sados pretéritos seriam, de nedrdo com as consideragies de MeK ee, ‘desenvolvidas durante 0s periodos de cheia em consegléneta das ehu- ‘yas concentradas quando as aguas, transbordando por sibre os ca- nals, perdem Yeloeldade ¢ adquirem profunaidade. A estraificagio eruzada acanalada rasa ¢ 0 tipo plano acunago desenvolvem-se pela deposiego em mais de uma diregao, e ambos fcorrenda em depisites fluviais (Meee, 1962:584). Bio aspectos, segundo éste autor, da deposigao nos point bars, nas varzeas © nos ‘cones dolidicos, além de outros ambiente. "Na porsio superior dos depisitos dos canis anastomesados ocor- Entretenio, nos depositos de a1 saco da Tambarutaca, ocorrem dobras nals, Estas dobras resultam provvelme de area, sthitamente forgadas por um fluxo de Agua, ou por corren- tes mals densas das enchentes 40s estratos eontoreldes, MeKee et ‘quatro classes principals de est ‘mente irzegulares nas quais os estralos aparecem amarrotados e re- toreldos, antes do que dobrados; 2) estrains regularmente dobrados nos quais os planos ariats slo horizontals ov fracamente inclinados; 3) estratos dobrados com pl 4) estratos quebrados numa exprimides aproximadamente para opdem contudo, Roletim Paranaense de Geografia — 1088 — N's 18¢37 188 estaias alamente sreguates, smarrotads ¢ reloreidos designam depende em grande en do sedimento, Dos trabalhos ex- roferem 0 fato de que as pi argila ocorriam de entremeio com arela. Da mesma forma 0s es- atos convolutos se originaram por cargas verticals. Me Kee et alll assinalam igualmente que diferengas de estruturas dependem até certo onto, do sedimento encontrar-se saturado com gua ou séco, ‘uma fOrea sobrepassante; 3) sobrecarga de cima ou lateral; e 4) mo- difleaeées por perfuracdo de organismo, crescimento de raizes ou bé~ has do gis aseendentes, A Jaminagio eruzada resullante das mareas de ondulacio cons- titue aspecto sceundirio nas estruturas dos sedimentos dos canals 24). Blas aparecem mals frequentemente na parte superior dos sedimentos eronosos e muitas vizes assocladas com fas eamadas eontoreides. As condlgées sob as quais as varias seqién- clas de lamingeio de ripple desenvolver-se sio muitss, portant os padrées de estratificacto eruzada so diversos, O carder déstes pa- a sires de presente estudo no entraremes em malores detalhes a re marcas de ondulacio. (CARACTERES TEXTURAIS Para reallzagio do presente trabalho fo} coletada uma série de amosizas referentes aos sedimentos grendcons e siltico-argllsns dos episitos de terragos Huviais. A localimcio das amostras encontrarse reste contribuledo na parte que se refere & descrigdo das segs. 0 valley fat de Curitiba Vamuni (1002:38 2 @), 0s caracteres texturals dos sodime foram estudados por Bigarella 184 ___Boletim Patanaense de Georatia — 1905 — N%s, 18 6 17 ‘Sio depdsltos relatives aos canals anastomosados, terragos de vétzea, rampas de colivio e sedimentos de vérzea propriamente ditas. Cone” tituom detritos sem grau algum de consolidacto, representados mais comumente por sedimentos argio-sltico-erenosos ¢ areias com tex- ‘ura variando de fina a extremamente grostera, azgilas turfosa, além de eascalhos que eonstituem os sedimentos menos comuns. Os sedimentos do valley lat contrastam de forme mareante com 0s depdsitos mais antigos dos baixos terrages, dos torragos © das vé- vias formagées do Quaternario. O tedr de Zeldspato ¢ multo reduaido ¢ fregientemente éste mineral estd ausente, Selv0s de rochas eris- talinas so multo raros execiuando-se os easos de retrcbalhamento Aireto de antigos eascalhelros pollmiticns. ‘As anélises granulométricas forem realizadas de avirdo com a ‘kooos deixaram do ser anal texto desta contribuicio referida apenas a ordem de tamanho dos Senoelasto. vado, normalmente de 6 a 12 dominando 10. a pere tostural na meioria dos casos encontra-se entre 20 ¢ 40%, O coe! lente de selegio de ‘Trask 6 variado (12 a das amostras apresenta um valor de So int do valley Nat spresentam normalmente um: tre 084 € 326.0 coeflciente do seleeo de Trask fo esti comapreensiao ‘entte 148 ¢ 192 indicando serem as amostras via de rogra, mal sele- das amosiras seha-se Hustrada na fig, 12 Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — 800 (tig. 19 Ns, 16 @ 17 186 __Boletim Paranaense de Geogratla — 1985 — Nts. 16 ¢ 17 ‘TaBELA 1 Composigio granulométriea, didmettos median e médio stitmético, medidas de selecdo e assimetrla relativas e amostras de sedimentas siltco-argllosos © arenosos constituintes dos terracos deseritos nas seeg0es correspondentes. oxo £./8| 4 g | Didmetro (mm)| setosio | § #/4)2)a|? keeles 2 | @ | & ateaino) meso s 2|é Ppedians) Medio! og | s, | ¥ ois | oom |2ot |200 | ose oss | oss |— |— | an oa | oos0 [rat faze | 010 aaa | osm [290 [58 | 000 cost | opis |2as lane | og asia | 016s [a7 [sa | one Bolotim Paranense de Geografia — 1965 —N°s. 18617 187 fo io Mauricio, edges dom 30d dev Be, eee urea 6 i Mego, Vide eeopho go 15. 188 __Bolelim Peranaense de Geogratla — 1965 — Wes. 16 € 17 No valley flat do rio Mautici as 47 perfuragbes com trado, distantes umas das outras na maioria das vézes 50 m menos frecfientemente 100 m. As perfuragées encontram-se alinha~ as segundo trés linhas, A profundidade dos furos fol eondiclonada 10 aparecimento da primeira camada de areia, que impossiblitava a continuagéo da porfuragéo. Esta atingiu no maximo § m de profun- tance. ‘A figura 14 ilustra em diagrama triangular a variagdo textural das 495 amostras coletadas em sub-superficie no valley flat do rio — tam ef ‘Boletim Paranaense de Geografia — 1965 — Nes 18017 189 Tipo niimero Tipe iter de casos de casts © terceiro aos canais meandrantes e mente os depésttos das lobos de ealivi, bos de colirio recabrem os sedimentos das enchentes ou dos canals, ‘bem como engranzam-se com 08 mesmos. Os depésitos arenosor, ‘acompanham 0 rio meandrante no preenehimento do valley tna sua dlsseeago, dlspondo-se verticalmente em zig-zag. Os sedimen- tos argilosos, vin de regra, eonstituem embaciamentos. MORFOLOGIA & ESTRATIGRAPTA DO VALLEY FLAT, em Cueitit Decelras da vérzea do rio Pal orém importante no que oo Yolvides na abertura do assoalho da virzea. Desconhecemos ainda 0 aspecto mats amplo des afualmente poueo estrutura. Os “depésites rudéceos angulares a sub-angulares ates- igdes severas vigentes por ocaslio de sua sedimentagio. Fre- ‘quentes sio os soixos de gnaisses c outras rochas metamérfieas ‘Boleilm Paranaense de Geografia — 1965 —N°s. 1817 191 © assvatho da virzea fol elaborado ¢ alargado progressva e prin clpalmente apés a dissecagio do Tp, (terrago correspondent 20 pe- ‘mento P,). 0 fundo dos vales situara-se durante determinado tern- po, abaixo do nivel de confeegio posterior dos terragas. As eondigbes cclimétieas vigentes por ocastéo do esvaziamento dos vales no sto Deve sont) ws ive (cw) P10. 16 Digrama ce compengto tetural ao longo de algumar perturebee (ors 1, 5106 19) reals no vetey it ao no Maun. meas 192___Boletim Paranaense de Goografia — 1985 — W°s. 16 ¢ 17 Bolotim Paranaonse de Geogratia — 1965 Nes 16017 199, | e canals anastomosados, da col { de eanals © de tnundosSe. diferentes das presentes Enistem ainda problemas de ordem est pelto a dataedo dos depésitos dos canais ani 2 Jesse ae airumas petra om 9 errs ra entee Conon Rio Nero. tvel e eompardvel por sraficas, Certos autores, ent considerar 0 conjunto alivio ¢ eolvio como formando um complexo datagio de cada umn das diferentes nivels, e separaeda ent terrages rampas de cokivio conserva importincia limitada, sendo nevesséria, uma visio do conjunto como um todo. 0s niveis mais baixos existentes no valley flat corvespondendo @ antigos depésitos da enchente slo designados como terracos de vir~ zea. As relagies exisientes entre éstes nivels e a coluviaedo ainda & , Insuficlentemente conheeida ¢ representa um eampo para peequisas dades das oncostas do vale. 8 quais, por rasées diversas, a a virzea de hivels de terragos repeesentanda viszeas recentes e dsseeadas do vio, fencontram-se imubes da eoberturn coluviel ig do Paraitinga (Sho ‘que abrem um corte no nivel mais alto do fimento de antigo eolivio ragos de proenchimento, A recentisidade e o fraco desnivelamento en- te éles da origer a ums sézle de problemas: em primelro lugar a seqlnela de balzos niveis nfo @ encontrada em todas as areas est dadas no sul e sudeste do Brasil. O esqueme & bastante comptexo em magio das formas f poquenas Mutua ssencialmente a variagdes na relagdo entre carga e descerga dos ceusos d'égus, torna-se bem possivel e mesmo provével, que nfo tenhia havido perieiia homogencidade da evolueio de Uda esta vasta érea do Brasil nos tempos mals recentes. A dlversidade climatica na Boletim Paranaenee de Geografia — 1965 — Ns. 16e 1 195 ‘que se reveste de i, prineipalmente nas areas onde 0 deflorestamento & antigo e extensive, camo o moston Sternberg (199) para 0 vale do Paraiba. (© esquema sais completo e variado relativo aos terragos de vir- eas fol encontrado em Santa Catarina, na localdade de 8. Amaro {a Imperatri, no piemonte da Serra do Mar. O pequeno riacho diva~ frante, percorrendo um vale amplo atesta, em primelto Iugar, que a ‘elaboragio do extenso valley Hlat iga-se a condighes elimiteas dife- rentes da atual. A tals condiedes pretértas 1 ‘errago encontrado na periferia do valley flat Posteriormente & elaboracio do balxo terrago, ¢ ligados a condlodes climdtleas alternadas, soguiram-se por quatro véves alsseeagio ex- teusiva e por trés véees alargamento do vale e aluvionamento pelo rmdvel © poueo coerente do subs- mnantemente de material sitieo- ‘medndrico dé a0s terraco de aeérda com Co rixamento continuo do rio lternaram-se condigdes que factlitaram o seu maior encalxa~ mento com outras em que so deslocamento lateral correspongia sen sivel aluvionament, eservado localmente, argiloso ¢ 0 sprofundamento do rmados um earéter eminentemente Em certos locals, onde uma rampa de colivio se sobrepée em ‘grande extensio aos depésitos de enchentes, ‘na parte central do vale, apresenta-se o problema seguite: até que ponto os depésites de enchentes da parte axial do vale sto posterio- res & eoluviaedo ou representam sinda a continuacio do aluviona~ mento do vale anterior a coluviagdo extensiva. Somente um exeme culdadoso da estrutura pode soluclonar ‘Maurelo (Br-2 « $0 km de Curitiba em aitecao a Lajes) versie através de um estado detalhade com sondagens, que altima époea e coluviagdo se sobrepie completamente em thda a sua extensio ‘por outro lado que os sedimentos loeais, como nos areais de Uberaba (Ci te 05 depésito siltea-argilosos da planicie de inundaglo do alto Tgun~ fu sobrepondonse sbbre 6 colivio, Entretanto, estudas mais detalhados ‘a regio sero necessérlos pura que, na extensa varzea do Igungu, se tenha uma idéia mais exata da sucessio das époeas eoluvlals na fom Dora, Canta Boletim Paranaense de G =i ett 197 ‘THORNBURY, W.D. — 1858 — munepis ot Geomorphoary (4h Pit) —M. York, INDICE sumaio altorial Apresentagio aSiasees 43.5. Bigarelia ¢ M. K. Mousinho — Significado paleogeogritico fe paleoclimation dos depésitos rudicecs . 4. J, Bigarela © ML. R. Mousinno — Contribulgfo ao estudo da ‘Formagdo Pariquera-Acu (Estado de Sio Paulo) ‘Astract : Introdugdo ‘Brea pesquisada ‘Geologia.geral : Aspectos geomorflogicos Os seaimentos ..... Deserigo das seecées Origem dos sedimentos Caracteres texturais Colivio Deserigdo das sevedes M. R. Mousinho ¢ J. X. da Silva — Considerapbes levelugio das vertemtes oo. s.csescseeeensensere ‘Abstract. - Boletim Paranacnse de Geografla — 1965 — Ns 16 € 17 MOREE, B.D. & WEIR, 6.1, — 108) — Termine for SoHUOG S.A. — 09 — The ave 200 __Boletim Paranaense de Geografia — 1985 — Ws, 16 @ 17 6 Ponta de visia geomorfclésicos 88 iagOes ellmaticas 6 al de base 88 ticidade da erosio 100 “Brolucio das enoostas nis ‘sudeste e meridional ERRATA Pe fonts 1016 A Pantera 6 nka 3 peeulndees + manaee Introdusho = Pacimetio Conccio ne Origen Peden ao Bas meee i Moths He Depa corvatives = Formaslo Guabicotibe = take Fomargo Sesanra i . Camadas canhandira I ia econnse Camadas Caches. 1 em os nose Camas Tindede nat pee Correlagées ¢ conclusées epee He fopestsseaientllns moot asa | Bibiograia : moot ae 4. J. Bigarla © M. R.Mowsnho — Consieragies respi woe dos lreagos fis, ramps de clive vdrazes a? Soe Abstract _— — Itredugto mS 5 9) Gomes one I dren pesisada a | Netodes de tetalio conse — ‘Sedimentagao fluvial _ ‘ + Conc de ferro moe 2 seen a0 vain oven Deposieto....... CCarnoteres extruturals Caracteres texturais ‘Morfologia e estratig inl

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