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IDI a LL Objeto ine OGD Design do Produto/Design Grafico/ Design de Moda/Design de Ambientes/Design Conceitual Bey ares Uso principal e especifico Cece Soe Risen rent) Vr uere ree aeons otc} Dimensao semidtica fecnie Sreenat ie cael Semen Reece Normalizagao erat nny Joao Gomes Filho eer Deere Cee eee Prone ea cea Ces nae nee ere cone atc eas ees Ce eo cere ee ee CeCe Meme auc) eee ees Sree ee eee! oe ee ese eee ety Cece eee cores See ee cee ee Ce Sens carers Pn eee ney ee ee eee es Pre teen Pee enn eee er Sere er eee pésito de tomar mais eficaz a sua en eerie eee oR a psec a see ee ena ee ees ems 0s assuntos abordados. pierre eee eee reser eer a ee ee id fa eee Rete ease ie ete es nna Pe eet ree eens eee eee ‘qualidades otimizantes, com 0 ajetivo Perr tect) ee mT emery Pree eee ait Se ee eae mess ees eect) Deen ee ee ‘com a formagao dos fituros designers. nt eet eee nea estes eon ea ree esa eres oO Om Ie CeCe Say Pee Cony eran? Cee eer! Pee ees Ce Oe ceed Scone sobre torlo 0 processe multi e trans~ disciplinar que envolve a tarefa de Ce eet need pce Em busca deal objetivo, o autor Ronee eae Roe on censor eet Caer meer Peer Cae Cran Cee eS ney See ee ey De oes tts et eee es Stes eat Ty Cer ne ees Ce eee cree etn Design do Objeto Bases Concettuats Design do Produto/Design Grifico/ Design de Moda/Design de Ambientes/Design Conceitual © by Joi Gomes Filho Tados os direitos desta edigho foram cedides & Eucrituras Eaitora ¢ Distribuidora de Livres Re Macsiro Calla, 123 — 04012-100~ V. Mariana — Sto Paulo Tel/Fax: (11) 5082 4190 nip dtwrrsescriuras.com.br Editar Raimundo Gadelha Coordenagao editorial Camile Mendroe Capa e projeto grifica Vera Andrade Eeitoragéo Elevinica Luana Alencar Revisao Denise Pasita Saé Tratamento das imagens Bruma Santos Monjon e Vera Andrade Imagens Cridios pg. 151 152 Impressto HR Grafica Impresso no Brasil Printed in Brazil Dados Inernacionais de Catalase na Publicagto (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP Brastl) Gomes Filho, Joao Design do objeto: bases conceeuais/ Jodo Gomes Filbo, — Sto Pawlo: Escriseras Edizora, 2006. Biblingrafia ISBN 85-753 1-221-9 1, Design I. Titulo 06-8703 CDD-7454 Indices para catélogo sistemdtico: 1. Design: Artes 745.4 Joo Gomes Filho Design do Objeto Bases Concettuats Design do Produto/Design Grafico/ Design de Moda/Design de Ambientes/Design Conceitual Bases Conceituais do Produto Uso principal e especifico Operacionalidade Exgonomia Niveis de informacito Aparéncia estético-formal Imagem simbélica Dimensbes semiéticas Técnicas Tecnolégicas Material Sistema canstrutivo Sistema de fabricagito Normalizagéo Criatividade Charlotte Fill e Pe Para Maria Isabel, Beatriz, Cecilia, Emerson e Igor. Tete, Roberto, Andrea, Renata, pela generosidade, em momento especialmente importante, nos anos 70. Aas amigos Lucio Grinover, Sergio A. P. Kehl, in memorian e Flide Monzégiio, in memorian. Agradecimento especial Cecilia Gomes, Emerson Frota, Bia Gomes e Federico Hess, por oportunas observacaes conceituais em importantes partes desta obra. Raimundo Gadelha, meu editor, por continuar acreditando em meu trabalho. Preficio Conheco Jodo Gomes desde 1976. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos em diversos projetos que, segundo a sua propria defi- nigio, eram de alta compleridade. Ja naquela época, Jodo Gomes demonstrava uma incrivel sensi- bilidade para o detalhe e para a abordagem exaustiva dos problemas apresentados na area de Design, Sua capacidade de organizacéo e sua atuagdo metédica sempre me despertaram admiracdo. Porém, apesar de conhecé-lo ha tanto tempo, no deixei de me surpreender com a exten- sio ¢ detalhamento do assunto tratado. Ao catalogar © discutir as Bases Conceituais do Design de Produtos, Joao Gomes esgota a possibilidade taxondmica da acto do design, sendo extremamente titil a adverténcia que faz quanto ao cor- reto balanceamento entre essas bases, justamente no momento em que produtos sfio lancados no mercado sem atenderem, a0 menos, 0 seu ‘uso principal. Afinal, o designer (ou o artista?) apresenta-os como pro- dutos conceituais, sendo, entdo, tudo permitido. # interessante que o leitor observe a amarracao feita pelo autor enire 0 que apresénta logo no inicio do livro ¢ as suas Consideragdes Finais. Nas paginas iniciais, sio apresentadas as Especialidades ¢ as Areas de Atacao do Design. Algum leitor mais apressado ha de pen- sar que o Joao Gomes propde a segmentacio do design em partes estanques, tal como fazem algumas escolas para realizar o milagre da miultiplicagio de seus cursos. Convenhamos que especializacao ¢ assunto para depois da for- macdo, Caso contrario, teriamos, nos cursos de medicina, desde o ini- cio, a medicina da narina esquerda, 0 médico do olho direito, ¢ assim por diante, Por mais absurdo que possa parecer, € assim que algumas escolas orientam seus cursos. E claro que nao se pretende atuar em todas as areas. Questdes de interesse pessoal ¢ a prépria insergdo no mercado conduziro o formando em Design a esta ou aquela especia~ lidade, Porém, a formagao haverd de ser geral, ¢ quanto mais abran- gente, melhor. No inicio de sua constituigao, a ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial) oferecia duas possibilidades de formag&o aos seus alunos, apés passarem pelo curso basico € comum: o Desenho Industrial (projeto de produto) ¢ a Programagio Visual. Com o tempo, € muita discussio, chegou-se & conclusio de que o melhor seria formar um s6 profissional, o designer, que poderia atuar nas duas Areas. Isso foi por volta de 1970. Hoje, o recém-cria~ do curso de Design de Objetos da USP apresenta a mesma dupla formagdo, Parece absurdo diante de tanta especializacdo, mas nao €, Basta observar alguns objetos e tentar separar neles 0 campo de atuagio da programacio visual e 0 do projeto do produto, Em alguns casos, como os telefones celulares e os painéis de controle, é impossivel. Faco essas observacdes para chamar atencio para o que o Joo Gomes expde como sua ferceira consideracio, ao citar categoricamente que “é missao da escola enfrentar 0 desafio de formar um designer eclético”” Nao fosse por seu contetido, s6 essa abservagdo ja valeria o livro, Joao Bezerra de Menezes Sumdéario APRESENTACAO 13 Abrangéncia do Design 13 Especialidades / Areas de atuagao do Design 15 Resumo das Areas de atuagao do Design no contexto nacional 27 Conceituagao do produto industrial | Niveis de complexidade configuracional, tecnoldgica e de fabricagio 31 Conjunto das bases conceituais 39 DESIGN DO OBJETO / BASES CONCEITUAIS 41 Introdugéo 41 FungGes basicas: pritica, estétiea e simbélica 41 Conceito de predominancia das fungdes basicas 47 1 Bases conceituais de uso principal ¢ especifico do produto 51 2 Bases conceituais de operacionalidade do produto 65 3 Bases conceituais da ergonomia do produto 69 4 Bases conceituais dos niveis de informagéo do produto 85 5 Bases conceituais da aparéncia estético-formal do produto 95 6 Bases conceituais da imagem simbdlica do produto 105 7 Bases conceituais das dimensdes semiéticas do produto 11 8 Bases conceituais técnicas do produto 125 9 Bases conceituais tecnolégicas do produto 129 10 Bases conceituais do material do produto 149 11 Bases conceituais do sistema construtivo do produto 181 12 Bases conceituais do sistema de fabricaco do produto 189 13 Bases conceituais de normalizagao do produto 219 14 Bases conceituais de criatividade no design do produto 229 CONSIDERAGOES FINAIS 239 BIBLIOGRAFIA 241 i2 Too Gomes Filho Categorias Conceituais Base 1. Tudo que serve de fundamento, apoio ou sustenticulo. 6. Fig, Origem, principio, fundamento... 7. Conhecimento basico, Conceito 1, Representagao de um objeto pelo pensamento, por meio de suas caracteristicas gerais Icf. qualidade (8), abstragao (3), idea (12) € significagao (3). 2. Agdo de formular uma idéia por meio de palavras; definigdo; caracterizacao. 3. Pensamento, idéia, opinizo, Fungéo [Do lat. function] 4, Utilidade, uso, serventia... 5, Posigdo, papel. Fungdo metalingiistica E, Ling. Fungo da linguagem (q.v)) na qual predominam os enunciados em que 0 cédigo, ow parte dele, se constitui objeto de deseriga0, Fungio referencial E, Ling. Fungio da linguagem (q.¥)] na qual predominam as mensagens cemtradas no referente ou contexto; fungdo denotativa, Fungo cognitiva. Produto {Do lat, productu,] S.m. 1. Aguilo que € produzido ou fabricado... 2. Aquilo que resulta de qualquer processo ou atividade, Objeto (Do lat. objectu, part. de objicere, ‘por, langar diante’, ‘expor'] 2, Tudo que ¢ manipulével efou manufaturavel. 3, Tudo que & perceptivel por qualquer dos sentidos. 4, Coisa, peca, artigo de compra ¢ venda, llonte: Navo Dicionario Aurélio, 1999) Conceituagao do termo objeto Conceitua-se o significado do termo objeto, para todo € qualquer ambiente, produto de uso, produtos sistémicos ¢ sistemas de informagbes que mantém com © Homem uma efetiva relagio de utilizagzio no nivel intelectual, fisico ow sensorial. 0s objetos passam, entdo, a ser consideradlos como mefos para que 0 Homem possa realizar determinadas fungdes bisicas e, por intermédio delas, usufiuir beneficios priticos, operacionais, de conforto, de seguranca, de informagio, de lazer, lidicos, psicolégicos ¢ outros, Importante ressaltar que 6 termo objeto, em radio dessa conccituacio, muitas vezes, é substitufde ao longo dos estuctos pelo termo produto, sem prejuizo de seu significado, sobretudo em relacdo & especialidade do Design Industrial. (GOMES, 2004) Definigao do termo design Plano, projeto: propésito.. (fonte: Dicionatio Folha/Webster’s) 4, [CU] purpose; intention; mental plan, (fonte: Oxford Leamers Advanced Dictionary) £. Concepgio de um projeto ou modelo; planejamento, 2. 0 produto desse planejameto, {fonte: Novo Dicionério Auréio, 1999) Pelas colocagdes acima, pode-se resumir 0 significado do termo design como: “Concepcdo, plano ou intenco de eriar ou fazer alguma coisa’, Conceituagao do termo design: Sentido global “Concepgdo ¢ plangjamento de todos os produtos fetos pelo Homem..” (FIELL e FIELL, 2000) Design do Objeto / Bases Conceitnais 13 Apresentacao 0 desenvolvimento das bases conceituais em design surgiu a partir de estudos e pesquisas realizados sobre diversificados produ- tos industriais € apresentam-se consubstanciadas num conjunto de quatorze itens. Tem como base minha experiéncia pritica e didatico-pedagog- ica de muitos anos de attagdo profissional na area do Design, tra- balhando em empresas e, principalmente, pesquisando ¢ lecionando em cursos de graduacdo e de pos-graduagao, Como professor, con- statei a necessidade de oferecer uma sdlida base de apoio tedrico- conceitual e pratico aos estudantes de Design e, por extenso, tam- bém para os profissionais que jé militam na area, como um reforo metodolégico. O conjunto dessas bases conceituais foi organizado por meio de textos concisos acompanhados, sempre que foi 0 caso, de imagens exemplificativas dos assuntos tratados, em razio do propésito de tornar este livro 0 mais pratico e objetivo possivel. Na verdade, foi feito um esforco de sintese, uma vez que a maioria dessas bases conceituais encerra contetidos dindmicos ¢ ines- gotaveis em seus desdabramentos prospectivos. De fato, considero esta contribuigao como um avangado ponto de partida aos interessados em progredir nesses estudos € pesquisas. Por fim, acredito que esse conjunto se consolida, de modo intrinseco, num imprescindivel instrumento de sustentagdo a atividade do design, na busca da melhor qualidade projetual possivel do objeto. Abrangéncia do Design Preliminarmente, considero de particular importancia para os objetivos desta obra colocar um apanhado geral do “estado” da arte do Design, a fim de proporcionar uma melhor compreensio de suas espe- cialidades ¢ dos campos de atuagio De acordo com Charlotte ¢ Peter Fiell no livro Design Século XX (2000), 0 Design hoje ¢ compreendido ¢ conceituado, numa acepgao muito mais ampla ¢ abrangente, como: “.. a concepgao € 14 Quadro de Referéncia 1* Corporate Design Interface Design Industrial Design Interios Design Public Design Fashion Design Furniture Design Automobile Design Commercial Design *(HAUFLE, 1996) Conceptual Design Computer Design Information Design Packaging Design. Communications Design Avant-Garde Design Hardware Design Tabletop Design Counter Design Joe Gomes Filho Radical Design Media Design Food Design Antidesign Re-design Sound Design Object Design Software Design Obs. A lista de Haufle, acrescentamos mais seis especialidades do Design, que se encontram bem difundi- das nacionalmente ~ sendo as trés ultimas consideradas também como desigia conceitual, Ver Quadro de Refertncia 2: Jewelry Design, Lighting Design, Textile Design, Bio-Design, Eco-Design, Universal Design. Quadro de Refer€ncia 2: tsuctssins/ sss sung d Design Contexto internacional Equivaléncia aproximada Contexto nacional Industrial Design Object Design Public Design Furniture Design Automobile Design Computer Design Hardware Design Packaging Desig Food Design Jewelery Design Sound Design Lighting Design ‘Textile Design Design Industrial Design do Objeto Design de Equipamento Urbano Design de Mobillério Design Automobilistico Design de Computador Design de Maquinas Equlpamentos Design de Embalagem Design de Alimento Desisin de Jdias Design de Sistemas de Som Design de Sistemas de Huminacao Design Textil Design do Produto Communications Design Commercial Design Corporate Design Information Design ‘Tabletop Design Media Design Sofware Design Design de Sistemas de Comunicagio Design Grifico Design de Identidade Corporativa Design de Sistemas de Informagio Design de Edtoracio Design de Meios de Comunicagao. Design de Programas Design Grifico Fashion Design Design de Moda Design de Moda Interior Design Design de Interiores Design de Ambientes Re-Design Conceptual Design Counterdesign Antidesign Radicaldesign ‘Avant-Garde Design Bio-Design Eco-Design Universal Design Redesign Design Conceitual Counterdesign Antidesign Radicaldesign Avant-Gartle Design Bio-Design Eco-Design Design Universal Redesign Design Conceitual Interface Design Design de Interfaces Design de Interfaces 15 planejamento de todos os produtos, feitos pelo homem A meu ver, a raz3o que legitima essa con- ceituagio é que o campo do Design se fraciona cada vez mais em muitas especialidades ditadas pelo mercado, principalmente pelos meios de comunicagdo de massa, pela publicidade e prop- aganda e por varias formas de marketing. Para atestar isso, coloco no Quadro de Referéncia 1 uma relagio dessas especialidades conforme Industrial Design / Design do Produto descrita por Thomas Haufle em seu livro Design Postos de trabalho de computaglo: produto Ay IMlustrated Historical Overview (1996). sistémico, Ou seja, stn composigho aarega no seu _ a : conjunto varios produtos como: CPU, monitor Por meio da anilise dessa relacao, consta- teclado, assento, mesa, impressora, stoner, © ta-se que existe uma certa confusio na medida en pee em que determinadas especialidades se desdo- ram e se superpdem, quando na verdade querem dizer a mesma coisa ou, no minimo, possuem significados muito proximos. Em que pese essa perplexidade © sem entrar no mérito da questo “filosofica” do porqué de tantas ¢, muitas vezes, conflituosas especialidades, procuramos na seqtténcia traduzir, de maneira livre (em sua equivaléncia ou aproximacéo), 0 significado de cada especialidade colocada por Haufle (inclusive, adicionando mais algumas ja con- sagradas no contexto brasileiro) relacionadas numa ordenagao que, no nosso modo de entender, consideramos mais légica, conforme exposto no Quadro de Referéncia 2. Especialidades / Areas de atuagéo do Design Industrial Design > Design Industrial Concepsao de produtos ¢ sistemas de produtos para serem pro- duzidos industrialmente, No Brasil, refere-se, especificamente, as especia- lidades do Projeto do Produto e da Programagao Visual (hoje com as novas denominagées de Design do Produto ¢ Design Grafico, respectivamente). Object Design > Design do Objeto Abrange os objetos concebidos para serem fabricados néo s6 no modo industrial, mas também no modo artesanal e/ou misto (artesanal mais industrial). i ee cee 16 Joao Gomes Fibo Equipamentos urbanos ‘Painel eletrénico, parada-abrigo de énibus, monumento (como obra de arte, banca de jornal ¢ autros, como: quiasques, caixas eletrénicos 24 horas, assentos de jardins, telefones piiblicos, relagios, lixeiras ete. Ls : i ‘ % TT Se eee Mobiliario comercial Fostos de trabalio em escritérto. Design de Maquinas Computadores ¢ perifericas, s e Equipamentos ‘postos de trabatho informatizades. Design do Objeto / Bases Conevituais y Public Design > Design do Equipamento Urbano Concepgao de produtos industriais, para uso ptiblico, que compéem principalmente a cena urbana. Muitos deles contém mensagens informa- cionais e, por conseguinte, mantém interface com o Design Grifico. Furniture Design > Design de Mobiliario Produtos industriais configurados por méveis, componentes & acessérios, com tipos ¢ modelos os mais diversificados ¢ utilizados, interna ¢ externamente, em espagos € ambientes residenciais, comer- ciais, culturais ete. Automobile Design > Design Automobilistico Produtos industriais concebidos ¢ representados por diversas categorias, classes, tipos ¢ modelos de veiculos automotores. Computer Design > Design de Computador Produtos industriais criados e identificados, especificamente, pelas diversas categorias, classes, tipos e modelos de computadores € seus peri- fricos fimpressoras, scanners, plotters, tabletes © outros). Hardware Design > Design de Maquinas e Equipamentos Genericamente, refere-se & concepgao de maquinas, equipamen- tos ¢ demais dispositivos, tais como: aparelhos, ferramentas, instru~ mentos € acessorios diversos - existentes de per si ou que integram outros produtos, como, por exemplo, em veiculos ¢ postos de trabalho. Ultimamente, a expressdo est voltada, mais especificamente, ao campo da informatica, Design Automobilistico Is Joo Gomes Filho. Design de Embalagem Embalagens com interface com design grafico Informagics inscritas nos rétulos € nas caixas que envolvem os produtos. Design de Sistemas de lluminagao Home-theater ‘Exemplo de ambiente intemo residencial em que se destacam atualmente sofisticados sistemas sonoros ligados ao conccito de cinema em casa (hiame-theater). Sistema de iluminagao residencial e comercial Diversos tipos de uso: funcional, operacional, decorativo, dentre outros. Design Téxtil Produtos de uso residencial, comercial, industrial etc. Tais como: cortinas, tapetes, carpetes e outros revestimentos. Design do Objeto / Bases Conceituals, ig Packaging Design > Design de Embalagem Concepgao de produtos industriais consubstanciados. pelas diversas categorias, classes, tipos € modelos de embalagens (primérias, secundarias, terciarias etc.). Mantém interface com 0 design grafico no que diz respeito a concepeao, ao tratamento e & organizagao visual das informages inscritas nas embalagens. Food Design > Design de Alimentos Concepgdo de produtos alimenticios indusizializados ou semi- industrializados. Identificados pelos diversos tipos de alimentos pas- tosos e, principalmente, os em estado sélido (sanduiches, macarrées, bolos, biscoitos, bombons, balas, sorvetes, pratos diversos, ¢ assim por diante). Design com énfase para a ergonomia e a aparéncia estético-formal do produto. Jewelry Design > Design de Jdias Concepgao de produtos industriais que englo- ba as diversas categorias, classes, tipos modelos de pegas de joalheria, incluindo a criagio de folheados € bijuterias, Sound Design > Design de Sistemas de Som Especialidade relacionada ao projeto € a concepgao de siste- mas sonoros de ambientes ¢ de sonorizagao em geral (como, por exemplo, filmes, videos, vinhetas, comerciais ete). Inclui diversi- ficados produtos, equipamentos, dispositivos e acessérios indus- triais — tais como os existentes em residéncias (especialmente home-theater), empresas, complexos esportivos, cinemas, teatros, gindsios, auditorios, laboratérios, veiculos automotores € estiidios de sonorizacao, dentre outros. Lighting Design > Design de Sistemas de |luminagao Fspecialidade que trata de projetos de sistemas de iluminagio, internos ou externos aos ambientes ¢ ao ar livre. Inclui diversifica- dos produtos, equipamentos, dispositivos € acessérios industriais, tais como os que encontramos em residéncias, empresas, complexos esportivos, cinemas, teatros, auditérios, veiculos automotores, par- ques, ruas, avenidas e assemelhados. Textile Design > Design Téxtil Refere-se mais concretamente a criagao de estruturas fibrosas, tecidos em geral, malhas (no nivel de texturas} e estampas (em termos de interface com 0 Design Grafico) e, ainda, a concepgéo de produtos como cortinas, tapetes, carpetes ¢ congéneres, em estreita ligacéo com a especialidade do Design do Produto. Importante notar que, na realidade, as especialidades citadas cabem numa tinica area de atuagao profissional que é a mais geral e abrangente, relacionada, no contexto brasileiro, a expresséo Design do Produto ~ Quadro de Referéncia 2. Communication Design > Design de Comunicacao Diz respeito, de maneira conceitual e ampla, aos tipos de infor- mado e mensagem transmitidos por meio de suportes visuais diversi- ficados - sobretudo nas areas de Artes Graficas e meios eletronicos (com destaque para a de Webdesign). Commercial Design > Design Grafico Segundo Haufle, a expresso inclui todas as areas de comuni- cacdo ¢ ¢ usada freqiientemente se intercambiando com a de Comunicagao Visual em trabalhos sobre papel: criagao de pésteres, publicidade, imagem de empresas ¢ similares. Corporate Design > Design de Identidade Corporativa Concepgao de produtos alusivos & imagem visual de empresas. Geralmente, com inicio a partir da concepeao de sua marca, Extensivo, também, aos sistemas de informagio, orientagao e sinalizagéo no inte- rior das empresas. Information Design > Design Grafico Concepcao de produtos oriundos dos sistemas de informacao visual relacionados aos meios ¢ sistemas de comunicacao social, com destaque para a indistria cultural. Tabletop Design > Design de Editoragdo Semelhante ao Information Design. Refere-se especificamente & rea de Editoragdo convencional e eletronica, com énfase para os meios de comunicagdo social, Joo Gomes Filho Design do Objeto | Bases Conecituals 21 Media Design > Design dos Meios de Comunicagao Voltado a criagéo de produtos para as midias de cinema, tele- visio, video (como: filmes, vinhetas, aberturas de programas) ¢ outras manifestagdes cinético-digitais. Software Design > Design de Programas Relacionado a concepgio de softwares, com base na engenharia de andlise de sistemas e de programacio ¢ com énfase na ergonomia (cstrutura cognitiva, adequagao do contetido informacional, organiza- 40 visual e funcional). Mantém interface com o design grifico no que se refere & organizagao visual do seu contetido textual, icénico e simbélico. Aqui, € importante notar que todas essas especialidades {muitas delas inclusive se sobrepondo) se encaixam numa tinica area de atuacao profissional, que é a 4rea mais geral ¢ abrangente relacionada & expresso Design Grafico, como um todo, tal como é hoje no contexto brasileiro, Ver Quadro de Referéncia 2. Interior Design > Design de Ambientes Numa acep¢ao mais ampla, significa o planejamento, a organi- zacio, a decoracdo e a composicao do layout espacial de mobiliario, equipamentos, acessérios, objetos de arte etc., dispostos em espacos internos habitacionais, de trabalho, cultura, lazer ¢ outros semelhantes, como veiculos aéreos, maritimos € terrestres — avides, navios, trens, Onibus € automéveis, por exemplo. Fashion Design > Design de Moda Concepsio de produtos representados, em geral, por pecas, avia- mentos, acessérios e roupas (convencionais ou especiais). Mantém inter- faces com o Design Grafico e, principalmente, com o Design do Produto, no que se refere aos acessérios em geral. Re-design > Redesign Genericamente, denomina 0 proceso de aperfeicoamento, a reforma ou reformulagdo de qualquer tipo de produto j4 existente - preservando sua ess¢ncia inalterada. Como, por exemplo, determinados modelos de automéveis de uma mesma marca que so modificados a cada ano. 22 Soto Gomes Filho Editoragao. Jomais, revistas, livros, capas de CDs, cartazes ¢ assemethados, Identidade visual corporativa / empresas ‘Exemplos de componentes visuais © suas aplicagdes: totens, placas, faixas, pintura de eielos,derareagtes de sols fe ticidnametos, dene ots Comunicacao digital Sites, antincios como banners, pop-ups e outros, Abjeto | Bases Conecituas 24 Conceptual Design > Design Conceitual Trata-se, historicamente, do movimento de vanguarda de deter- minados designers que adotaram como fundamentos de trabalho aspectos critico-sociais ou politico-radicais, que ensejaram o surgi- mento, principalmente nos anos 60, de contracorrentes. conceituais conhecidas como Radicaldesign, Antidesign, Counterdesign. A meu ver, o significado de design conceitual, numa outra acepgio, estende-se a outras idéias € reflexdes que se fazem por meio de investigagdes e analogias diversas retiradas ou derivadas de outras areas do conhecimento. Counterdesign. Antidesign. Radicaldesign > Design Conceitual Concepgdo de produtos cujas caracteristicas se notabilizaram por serem mais teéricas, politizadas (sobretudo contestadoras) ¢ expe- rimentais, muitas vezes com propostas e projecdes utépicas, Avant-Garde Design Design Prospectivo. Historicamente definido como a concepgio de produtos inovadores embutindo tendéneias diversas. Produtos voltados para o futuro, normalmente impondo objetivos ¢ desafios criativos, estéticas e tecnolégicos, Bio-Design Design Conceitual. Estudo e aplicago dos principios basicos dos componentes da natureza, utilizados para resolver, por analogia, 0 design de produtos industriais na investi- gacdo dos sistemas bioldgicos e bioquimicos. E, portanto, naturalmente ligado ao campo da Bidnica. Eco-Design Aplicacao dos conceitos do pensa~ mento ecolégico ao Design de Produtos, dentro da filosofia de preservagdo do meio ambiente e dos paradigmas de sus- tentabilidade © de atitudes politicamente corretas. Adota como filosofia basica proje- tual 0 conceito dos 3 Rs: Reduzir/Reutilizar/ Reciclar. loto Gomes Fhe Des da Objet Bases Conceiuis 25 Radical Design e Bio-Design Radical Design Design do Produto: exemplo de candeciro, euja ‘comfigurasdo remete a uma analogia formal com capsuilas de comprimidos, 1968. Design Biomérfico Automével Bentley - 2004, “Linas orginicas com resgate de estilo formal da década de 1940, Bio-Design di iets eee late tant aa *bioformismo. Design sueco contemporaneo. Design de Interfaces Miniagéncia bancéria ‘textuais, Embalagem Design de Interface: inter-relacionamento e articulag#o de parametros conceituais © prorluto (caixa de papelao} ¢ 0 design grafico finformagées inscritas nas faces da caixa). Camiseta Design de Moda: aqui também a interface com 0 Design Grafico & ‘composta pelas informagdes textuais, simbdlicas c icdnicas estampatias 10 produto. 26 Design Universal De acordo com o Centro de Design Universal, da Universidade Bstatal da Carolina do Norte, EUA, “O Design Universal refere-se & con- cepcdo, ao planejamento € & composigio de diferentes produtos ¢ ambi- entes para que sejam usados por todas as pessoas, 0 maior tempo pos- sivel, sem a necessidade de adaptagdes ou desenho especial”. Segundo a ABNT (NBR 9050): “Design Universal visa atender maior gama de variagées possiveis das caracteristicas antropometricas € sensoriais da populacao”, Interface Design> Design de Interfaces Relacionado As atividades conceptivas e projetuais em que se estabelece algum tipo de comunicacio, inter-relacionamento ou arti- culagdo de duas ou mais areas do conhecimento (geralmente elemen- tos conceituais comuns ao design), com énfase na interacdo ¢ no did- logo do usuario com o produto utilizado. No campo da informética, sobretudo na especialidade da ergono- aia do software, o design de interfaces & conceituado também como a “criagdo de superficies de uso", que diz respeito A interatividade e ao dia- logo que se estabelece entre usudrios e programas de computadores. Segundo Bernhard Biirdek, “o design de interface opera num terreno intermediirio entre o grafismo e 0 design industrial: a fungdo de um pro- duto — © também de seu software — deve ser desenhada visual, tatil e acus- ticamente, de tal maneira que seja facilmente inteligivel por seu usudrio” Como € facil perceber, essa relacéo de especialidades nao se esgota aqui. Na realidade, existe uma tendéncia mundial de cada vez mais se acrescentar tipos de atividades a palavra design e, conseqien- temente, isto faz com que se originem mais ¢ mais especialidades ¢ reas de atuagdo, que passam entdo a ser especificas do Design. Algumas especialidades, por exemplo, que jé existem internacional- mente, mas que ainda esto para surgir ou que se encontram num estado ainda incipiente no Brasil: Advertising Design / Aerospace Design / Book Design / Ceramic Design / Costume Design / Craft Design / Digital Design / Engineering Design / Exhibition Design / Floral Design / Game Design / General Design / Glass Design / Landscape Design / Logo e Branding Design / Magazine Design / Marine Design / Multidisciplinary Design / Print Design / Retail Design / Set Design / Typographical Design / Urban Design. Nao obstante esse fato, esclareco que o conjuunto dessas bases coniceitu- ais pode ser estendido (no seu todo ou em parte) para qualquer especialidade do Design, guardadas as devidas peculiaridades inerentes a cada uma delas. Jo8o Gomes Filho Design do Objeto | Bases Conceituais 27 Importante observar que, nessa listagem, excetuando-se a categoria do Design Conceiual (que, como vimos, funciona mais como absorcao ¢ uso de conceitos, principios linguagens oriundas de outras areas do conhect- mento}, 0 que se constata, na verdade, sdo exatamente as Areas que estamos tratando neste livro, resumidas nas dreas de Design do Produto, Design Grifico, Design de Moda € Design de Ambientes, e para as quais centramos com maior énfase a aplicagdo do conjunto dessas bases. Para facilitar a compreensio, essas areas serao resumidas a seguir, definidas e mais detalhadas. Resumo das dreas de atuagéo do Design no contexto nacional Design do Produto E a especialidade ou 0 campo de atuagao que envolve a concepgao, a elaboragio, 0 desenvolvimento do projeto e a fabricagao do produto, de configuragéo fisica predominantemenie tridimensional, Engloba: Produtos de Uso Incontaveis produtos com que os usudrios mantém interface efe- tiva de utilizagao, como: veiculos, mobilidrios, utensilios domésticos, eletrodomésticos, eletroeletrdnicos, calgados, jéias, embalagens e outros. Magquinas e equipamentos em geral Produtos de uso traduzidos por bens de capital em geral, como maquinas, equipamentos, ferramentas, instrumentos, dispositivos ¢ acessdrios, com que os usuarios mantém uma interface de utilizagio, sobretudo operacional. Produtos componentes de ambientes em geral Produtos componentes de sistemas de ambientes, como os que configuram os postos de trabalho, postos de atividades e outros assemelhados, inseridos em espacos arquitetOnicos © que mantém interfaces em termos de Design Industrial. Artigas do lar Série enorme de artigos domésticos ou do lar, como os objetos de cama, mesa e banho; cortinas, carpetes, tapetes ¢ similares, enquanto Design do Produto faz interface com a especialidade do Design Textil. 28 Design Grafico E a especialidade ou 0 campo de atuagio que envolye a con- cepedo, a elaboragdo, o desenvolvimento do projeto ¢ a execucdo de sistemas visuais de configuracao formal (fisica ou virtual) assentada predominantemente em substrato bidimensional (com grande parte dos produtos originados, principalmente, por processos de impressio). Cuida da geragdo, tratamento ¢ organizagao da infor- magao. Segundo Richard Hollis (2000), tem os seguinites objetivos: 1) identificar 0 que é determinada coisa ou de onde ela yeio (marcas, logotipos, simbolos, brasdes, emblemas, rétulos, letreiros ete,); 2} informar e instruir a relagdo de uma coisa com outra, no tocante a diregao, posi¢ao e escala (mapas, diagramas, sinais de orien- tagdo e de diregao); 3) apresentar e promover alguma coisa (pésteres, antincios publicitérios), com a intengo de prender a atengdo e tornar sua men- sagem inesquecivel. Importante destacar que o Design Grafico é geralmente classifi- cado por areas ou subespecialidades, como, dentre outras: Comunicagao social Design de livros, revistas, jornais, cadernos, agendas, car- tazes, catdlogos, relatérios, pecas institucionais, antncios em geral (midia impressa, outdoors, painéis, telas), capas de livros, CDs e outros. Desigin de histérias em quadrinhos, caricaturas, pecas infografl- as (mapas, cartas, grificos} ¢ outros. Design grafico para os meios eletrénicos: sites, e-books, CD- ROMS, antincios e congéneres. Filmes, videos, vinhetas etc. (midias: televi internet) ¢ outras manifestagées cinético-digitais. 10, video, cinema, Jeo Games Filho Design do Objeto | Bases Conceltuals 29 Sistemas de orientagao e sinalizagao Design em suportes, como: totens, placas, faixas, banners, painéis, piciogramas, grafismos e outros elementos consubstanciados em substra- tos bi efou tridimensionais, localizados no solo, elevados ou aéreos. Identidade visual Design de marcas, logotipos, assinaturas etc. ¢ suas aplicagdes praticas em produtos diversos: papelaria, uniformes, veiculos, sistemas de orientacio e sinalizagao, embalagens, rétulos, selos e outros. Outras areas do Design Grafico Design de produtos ¢ pecas grificas especificas para exposi¢des © estandes de comunicacao visual integrada ao design do ambiente ¢ arquitetura do espaco (exposigdes, galerias, feiras). Design de embalagens de produtos em geral com interfaces graficas, envolvendo: tipografias, rotulos, ilustragdes, grafismos, texturas, cores ete. Folhetos, cartazes, santinhos, cartes, kits, brindes, mala direta © outros, Design de Moda Especialidade ou area de atuag%io que envolve a criagio, o desen- volvimento ¢ a confeccio de produtos da moda e atinge diversos seg- mentos de utilizagao, relacionados com 0 uso de objetos diretamente sobre 0 corpo. Aqui classificados, principalmente, na seguinte divisio: Sio os produtos destinados aos ptiblicos feminino masculino nas categorias infantil, juvenil ¢ adulto. 0 vestuario caracteriza-se pelo prét-d-porter (confec¢ao popular) e, singularmente, pela alta costura praticada na Franca, para aproximadamente duas mil mulheres. Insere- se em diversas linhas de abrangéncia e variados estilos estético-for- mais € contempla roupas de carater social, esportivo, de festa ¢ trajes uniformes profissionais. Aviamentos ¢ acessorios em geral Produtos de uso em geral ligados diretamente ao vestuario, tais como os aviamentos (botdes, colchetes, ziperes, velcro, fivelas etc.) € 0s acessérios complementares ao traje: bolsas, cintos, suspensérios, chapéus, bonés, gorros, gravatas, bijuterias e jdias, calcados, e assim por diante. E oportuno mencionar que a concepeao, o desenvolvimento do projeto e a fabricagao desses produtos pertencem area de atu- agao do Design do Produto, fazendo interface com o Design de Moda. Design de Ambientes Especialidade ou area de atuacdo que envolve a concepgio de configuragdes ambientais em geral: planejamento, organizacao, deco- ragio e especificagéo de produtos (mobiliario, equipamentos, obras de arte € objetos em geral). Como ja mencionado, de fato, faz parte mais de um design de composicao ¢ layout espacial na abrangéncia de espacos internos pri- vados e piiblicos, tais como: residenciais, comerciais, industriais, espacos culturais, de lazer e esportivos; e veiculos, como automéveis, avides, navios e outros, Redesign / Design Conceitual / Design de Interfaces F oportuno lembrar que nesta classificagdo estdo naturalmente incluidas ow implicitas as especialidades acima, que, de fato, funcio- ham mais como expressées conceituais em relago ao projeto do pro- duto. Ou seja, a expresso redesign sempre vai designar as alteragdes, aperfeigoamentos ou reformulacdes impostas a um dado produto ori- ginal. Por exemplo: muda-se entio a denominagtio de Design do Produto para Redesign do Produto. A expressdo design conceitual diz respeito & utilizagao ou ao resgate de idéias originais fundamentadas em movimentos culturais, politicos, critico-sociais etc. (como jé aconteceu no passado) ou, ainda, por meio de investigagdes e analogias formais baseadas em outras areas do conhecimento e aplicadas na concepsao do produto. E, finalmente, a expressao design de interfaces aplica-se sempre que duas ou mais especialidades do Design se inter-relacio- nam na configuraco de um determinado produto. E, como ja men- cionado, com a avaliagio de “superficies de uso” ~ de modo parti- cular, em informatica. Josie Gomes Ftho Design da Objeto / Bases Conccituais 31 Conceituagao do produto industrial / Niveis de complexidade configuracional, tecnolégica e de fabricagéio Preliminarmente introduc&o 20 conjunto das bases conceituais em Design, consideramos importante explicar dois conceitos fundamentais para sua melhor compreensao: a conceituagio do termo produto industrial e a conceituagao de niveis de complexidade configuracional, tecnolégica e de fabricagdo do produto industrial. Produto industrial Produto simples Conceitua-se 0 termo produto simples como significan- do qualquer objeto tridimensional fabricado, principalmente no modo industrial, ¢ configurado por poucas unidades, partes ou componentes fisicos ou visuais. 2 ¢ de fabr Produto sistémico Numa definicao ampla e mais abrangente, conceitua-se a expresso produto sistémico significando qualquer objeto tridimen- sional fabricado, principalmente no modo industrial, porém com carac~ teristicas fisicas configuracionais muito mais complexas. Ou seja, & 0 pro duto que possui um maior niimero de partes ¢ componentes fisicos ou visuais, Muitos deles agregando no seu con- junto, além das pecas fabricadas, outros produtos ja prontos, Geralmente, os pro- dutos sistémicos encaixam-se no conceito de objetos de média a alta complexidade, 32 Alta Complexidade esses exemplos de trem-bala, avido € navio, emos amostrs tpicas de produtos sistemicos de configuracio Bice, tecnoldgicae de fabrcagio de alta complexidade Envolve, em maior grau, a necessidade de um enorme planejamento para uma ade~ qqada organizacao técnica e administrativa, além do emprego de recursos humanos diversificados ~ oriundos dos mais variados campos do conhecimento. Normalmente, conta com a colaboracdo de iniimeras industrias fabricantes, diversos fornecedares, empresas montadoras etc. para a concepgio e materializario dos produtos. Obviamente, trata-se de um trabalho orginico, Imtegrado e realizado em equipe, Baixa Complexidade Design Grafico Exemplos tpicos de produtos grificas de baixa complexidade em sua confiauracio diagramitica (todos formados por pesa nica, por exemplo). Design de Moda Camiseta ¢ biquini, exemplos tipicos de produtos simples, nag-sistémicos, Tormados por poucas unidades fisicas e de baixa camplexidade configuracional Design de Ambientes Neste exemple de espaco de trabalho de empresa, o ambiente pode ser considerado de baixa complexidade, nao $6 na configuragao onstrutiva, mas também na organizacto e decoracao, Joé0 Gomes Filho Design do Objet / Bases Conceiruas 33 Sao exemplos: Jesign elo Protute Como caso emblemético, podemos citar como produtos sisté- micos ~ veiculos de modo geral ~ produzidos por empresas monta~ doras: GM, VW, Ford, Fiat © outras. Os automéveis, por exemplo, possuem na sua configuracao, além dos numerosos componentes fabricados na prépria montadora, outros produtos jd prontos ~ cons- tituidos por conjuntos, subconjuntos e pegas individuais - que sio produzidos por diversas outras empresas fornecedoras e agregados a0 veiculo, tais como: motor, rodas, suspensao, pneus, volante, farbis, lanternas, bancos etc. E, ainda, de outros produtos que nao fazem parte da mecanica funcional do carro, como: porta-pertenees, radio, CD-player, televisor, equipamento para sistemas de navegagio pela internet € muito outros - também adquiridos de fornecedores espect- ficos ou de mercado. n Grdfice Jomais, livros, revistas, painéis informacionais, entre outros, so produtos sistémicos. Ou seja, diferente de um amincio, de um car taz, de uma capa de CD e de outros exemplos de produtos de configu- racdo € confeccao mais simples. Vestidos sofisticados da alta costura, fraques, uniformes profis- sionais etc. também sao produtos sistémicos diferentes de produtos simples como meias, lengos e camisetas. Aqui se faz necessiria uma abordagem diferenciada, Prati- camente nao existem produtos simples ou produtos sistémicos a serem concebidos ou fabricados (a nao ser uma ou outra excecdo para casos especiais, como suprir uma necessidade especifica, como, por exemplo, um lustre, uma moldura de quadro e outros objetos singulares para compor determinado espaco especial). Na verdade, o Design de Ambientes, como ja conceituado, enquadra-se predominantemente no conceito de design compositivo. 0 que sig- nifica que, qualquer que seja o tipo de planejamento, projeto ou de tratamento para a organizagao do interior de um ambiente, 0 designer vai trabalhar predominantemente com a escolha ¢ a especificagio de produtos — sejam eles funcionais, informacionais, de arte ou decorativos. 34 Joa Gomes Fiho Média Complexidade Design de Moda Exemplos caracteristicos de produtos sistémicos, constituides por um mimero pouco maior de unidatles fisicas ¢, de acordo com a propria definigdo, com mediana com- plexidade configuracional, teenoldgica ¢ de conte Cg Design Grafica Exemplos tipicos de produtos graffeos de média complexidade em sua elaborncao visual no cartaz e de construgio do folheto com varias folhas, por exemplo, Design de Ambientes Aqui, tanto no saguiio do edificio como no corredor do interior de shopping center, & ficil perceber que a configuracio do ambiente & mais elaborada, ndo 36 em termos construtivas, mas também em relacao a tratamentos de superficies e @ acabamentos de modo geral Design do Objeto | Bases Concettuais ee Alta Complexidade Design de Moda Fxemplos de produtos sistemicos. Cada um deles consttaide por diversas unidades fis cas que exigem claboragao e eonfeccdo com maior grau de dificuldade configuracional, tecncgicae de confeego eines, maior cesta eséticoformal em temas de Design Grafico FOE Gtr aie nem ee Sate one rade dag cestia te pncesis ce eapieeto-ce pombe nN aee ees Tnidades cow postvas:cdpas,sobrecapts © pablns interes tormalmerte coripotas fate eeu ean Datto exemplo de alta complexidae dir remelio & concepeio 3 elahoracio de pro- eter ehcp tact en oa | ERE TG RS asa verte ORG eimai ger lnlutndo toda glx cogniva de avegnblldade 5 se bd 36 Como ja visto, ele ¢ configurado quando se relacionam duas ou mais especialidades do design. Exemplos: © No Design Grafico, quase todos os substratos de comuni- cago visual so também objetos fisicos tridimensionais (excetuan- do-se os produtos de configuracio digital ou virtual), desde um produto simples como uma folha de papel ou de material plastico as placas, faixas ¢ outros produtos sistémicos, como: painéis de informacio eletrdnicos, totens, elementos esculturais, suportes ¢ estruturas metélicas, que 40 constituidos por diversos elementos. * No Design de Embalagens, desde produtos simples, como um envelope de carta selado (com o design grifico do selo), até os produ- tos sistémicos, como os grandes contéineres de cargas e suas inscrigdes tipicas de identificagao, * No Design de Mostradores. Com mensagens e informagdes tipicas ~ a partir de um produto simples como um relogio até os pro- dutos sistémicos constituidos, por exemplo, pelos grandes painéis eletronicos ~ sendo que nesse caso o design grifico ¢ parte integrante € intrinseca desses produtos. * No Design de Moda. A mesma coisa, a aplicagao de grafismos € informacdes diversas em produtos simples € sistémicos, como em lengos, camisetas, bonés, uniformes, ternos, vestidos, roupas promo- cionais de eventos e outros. Niveis de complexidade configuracional, tecnoldgica e de fabricagao Importante assinalar que 0 conjunto das bases conceituais do objeto, exposto mais frente, se aplica indistintamente para qualquer nivel configuracional, tecnolégico e de fabricag&o do objeto. Aplica~ se, portanto, a qualquer produto simples ou sistémico, seja de baixa, média ou de alta complexidade, pertencente as areas do Design do Produto, Grifico, Moda e de Ambiente. E, como regra geral, fabricados ou confeccionados em empresas industriais, como, por exemplo, {em ordem crescente de complexidade): * No Design do Produto: um clipe, uma bi aeronave; * No Design Grafico: um aniincio de clasificados, uma pagina de texto ilustrada ou um painel de informacdes grande e sofisticado visualmente; © No Design de Moda: uma camiseta, um terno ou um vestido de noiva; jeta ou uma Joo Gornes Fila Desig do Objeto / Bases Conceituais, 37 * No Design de Ambientes: um conjunto habitacional popu- lar, uma residéncia de padréo médio, uma mansao ou um ambiente sofisticado de uma empresa, ou no interior de um posto de trabalho de uma aeronave. Esta taxionomia (evidente que, até certo ponto, muito relativa), foi pensada como modo de proceder a um ordenamento mais racional, a fim de facilitar uma melhor ¢ mais didatica compreensdo de cada uma das bases conceituais estudadas. Desse modo, para efeito desta obra, definem-se esses niveis como segue: Produtos de baixa ainplexia Os produtos, em relacdo a este nivel de complexidade (exeetuan- do-se 0 caréter criativo que, como é natural, vai depender do talento de cada designer), caracterizam-se pela simplicidade configuracional, tec- nolégica e de fabricago ou confecgo. So usualmente produtos que se configuram em uma pega tinica ou que possuem poucos componentes ¢ também sem maiores compli- cacdes estruturais, diagramaticas, tecnolégicas, de confeccio, de impressio. Inclusive, podem ser produzidos em empresas de pequeno e médio porte. Alta Complexidade Design de Ambientes Esta cabine de avito apresenta um ambiente de ata complesidade por englobar a onginizagio de um tspago de tabalto altamente compleso, principal Iara EBeginelde pete logit arate ergonémico © opstacons! que envalve una grande cuantdade ue elementos opetaconais de controle € Comat de aetonave de grande porte CCO - Centro de Controle Operacional do metré de Sao Paulo Neste ambiente de trabalho, por exemplo,o nivel de alta complexidade caracteriza-se pela existéncta de sofisticatos postos de trabatho, paineis mimicos de informagoes e mais todo um sistema téenico de climatizagio e de outros equipamentos que cancorrem para o adc- quad € eficaz:desempenio das fungbes operacionais do centro. Os produtos nesse nivel ja vio exigir, alm do talento criativo do designer, uma certa habilidade na articulacdo de uma série de outros conhecimentos mais profundos de cunho cultural, estético e tecnolégico, Traduzem-se numa dificuldade maior pela necessidade de se trabalhar com um grande mimero de informacées especifica- Ges técnicas, além de necessitarem de levantamento de informacdes © pesquisas mais especificas. Sao produtos que j4 envolvem um certo carater sistémico ¢ se caracterizam por possuir uma maior quanti de de componentes ¢ partes configuracionais ¢ maior grau de tecno- logia envolyida. Normalmente, exigem um trabalho em equipe, con- tando com outros profissionais deutro da estrutura da empresa. Nesse terceito nivel, os produtos contemplam tudo o que foi dito anteriormente, porém, em um patamar de exigéncia natural- mente mais clevado. Envolvem alto grau de sistematizago Normalmente, apresentam um niimero maior ainda de partes confi- guracionais, além de exigirem pesquisas e especificacées técnicas mais complexas € sofisticadas do ponto de vista de concepgao & também de produgao de modelos, protétipos e de registro grafico do projeto, Nessa categoria de produtos, € indispensavel contar com numerosas informacoes culturais e téenicas e, geralmente, é neces- sario contar com 0 apoio de profissionais especializados em outras reas do conhecimento, sobretudo no que diz respeito a aspectos tecnolégicos, Trata-se de um trabalho realizado em equipe e no Ambito de empresas de grande porte, que fabricam o produto inte- gralmente ou produzem partes agregando componentes oriundos de outras empresas e/ou fornecedores diversos (caso das montadoras, por exemplo) ~ dependendo do produto € no contexto de globaliza- 80, envolvendo distintos paises associados no empreendimento ¢ com a utilizagio de instalacoes gigantescas, como, por exemplo, galpdes enormes (aeronaves) € grandes estaleiros (embarcacées). Jodo Gomes Ftho Desig do Objeto J Bases Conceituais 39 Conjunto das bases conceituais 0 conjunto formado pelas bases conceituais em Design ¢ compos- to por 14 itens, relacionados abaixo, conceituados ¢ detalhados a seguir. 1 Bases conceituais de uso principal e especifico do produto 2 Bases conceituais de operacionalidade do produto 3 Bases conceituais de ergonomia do produto 4 Bases conceituais dos niveis de informacio do produto 5 Bases conceituais da aparéncia estético-formal do produto 6 Bases conceituais da imagem simbélica do produto 7 Bases conceituais das dimensdes semidticas do produto 8 Bases conceituais téenicas do produto 9 Bases conceituais teenolégicas do produto 10 Bases conceituais do material do produto 11 Bases conceituais do sistema construtivo do produto 12 Bases conceituais do sistema de fabricagio do produto 13 Bases conceituais de normalizagao do produto 14 Bases conceituais de criatividade no design do produto 40 Jodo Gomes Filho Relagao Usuario—Produtos Industriais Nessa relagio, 0 usuario sempre atua, age ou opera recehendo © tro- canilo informagies com o produto (eventualmente, também com 0 meio ambiente ou entoma), por meio de um ou mais canais recepiores, caro percepcoes visuais, auditivas, tatels, olfativas, eustativas e cinestésicas. Surfista-prancha O surfista recehe informagdes do entomno ¢ atua interagindo com a ‘prancha ¢ com as ondas do mar. Usuadrio-telefone 0 usuario recebe ¢ emite informacdes por meio do aparelho, ‘em razA0 de todo complexo do sistema de tetefonia. Usuario-jornal (0 usuario 1€ 0 jomal por meio das informagdes impressas de textos ¢ imagens. Operador-computador 0 operador executa 0 seu trabalho por intermédio de troca de 68 Dentista—paciente 0 dentsta realiza seu trabalho interaginido com o paciente, por melo ‘e seus equipamentos, lustrumentos e acessérios auxiiares. Piloto-veiculo F1 Em sintese, na competicio, o piloto dirige recebendo informacies do velculo, do solo, ds trafego, dos diversos sinais da pista, do entomo ambiental e toca mensagens com 05 téenicos de sua equipe, Design do Objeto | Bases Conceiusis 41 Design do Objeto / Bases conceituais Introdugao Na linguagem do design, um dos principais conceitos ligados ao uso do produto pode ser compreendido a partir do estudo centrado na correspondéncia que se estabelece no didlogo entre Homem e objeto. Nesse sentido, devemos refletir, particularmente, sobre os aspectos essenciais das interfaces entre usuario-produto industrial identificados nas fungdes basicas que facilitam a percepeo ¢ a compreenséo, durante © processo de uso do objeto € que possibilitam satisfazer as diversas necessidades das pessoas ¢ em consonancia, também, com as bases conceituais que participam ¢ auxiliam 0 profissional do projeto - todas elas se inter-relacionando no planejamento, na concepeao ¢ no desenvolvimento do design do produto. Fungoes bdsicas: pratica, estética e simbélica Nese contexto, as fungdes basicas podem ser classificadas esque- maticamente em trés categorias (Quadro 3), agregando-se a clas as bases conceituais desdobradas em suas inter-relagdes (Quadro 4). Quadro 3: setocao usuatio-Produtosinausis EE —— a -—— 42 oto Gomes Filho Quad r0 4: sancss pisces sare Conctnsts, nr rletes Bases Conceituais Funcao Simbélica ' 1 Uso prineipal e especifico do produto 1 2 Operacionalidade do produto ' 3 Eronomia do produto r 4 Niveis de informagao do produto 1 5 Apaténcia estético- Formal do produto 1 6 Imagem simbéliea do produto 1 7 Dimensbes semioticas do produto 1 8 Bases tdenieas do. produto 1 9 Bases tecnologicas do produto 1 10 Material do produto 1 1 Sistemas construtives fo produto 1 12 Sistemas de fabricagao do produto 1 13 Normalizagio do produto 1 14 Criatividade no Design do Produto Nota: Este quadro de inter-relagdes principais deve ser interpretado dentro das seguintes premissas: 1, Todo e qualquer produto ¢ constituide por algum tipo de material (ou materiais); por conseguinte, esta sem- pre relacionado as bases conceituais “Material do Produto” ¢, portanto, sempre relacionado as trés Fungdes Bisicas (Pratica, Estética e Simb6liea) - com maior ou menor valor qualitative. 2. As bases conceituais (seja no seu conjunto ou apenas em parte) inter-relacionam-se também com variados sgraus de importancia (com maior ou menor profundidade) de uma base conceitual sobre outra - dependendo sempre da natureza, categoria, classe € tipo do produto. Design do Objeto / Bases Conceituais 43 ‘A seguir, explicitadas detalhadamente por meio de diferentes exemplos: Fungao pratica “Sao fungdes priticas todas as relagdes entre um produto um usuario que se embasam em efeitos diretos organico-corporais. A partir daqui, pode-se definir: sio funcdes praticas todos os aspec- tos fisiolégicos de uso." (LOBACH, 1981) Deduz-se que a func&o pratica esté ligada a adequagao do pro- duto e as necessidades fisiolégicas do usuario em termos, por exemplo: de facilidade de uso, prevengdo de cansaco, oferta de conforto, segu- ranca e eficacia de utilizagao do objeto. Para a viabilizagao desses requisitos, a fungdo pratica guarda, necessariamente, estreita relagao com as bases conceituais de uso do produto, ergondmica, operacional e informacional e, na materializagéo fisica do produto concebido, vincula-se A base conceitual técnica (des- dobrada, por sua vez, nas bases conceituais teenolégicas, dos mate- riais, do sistema construtivo ¢ de fabricagio), de normalizagao e, obviamente, a de criatividade. Fungo estética “A flngio estética é a relagdo entre um produto © um usuario, experimentada no processo de percepedo. A fungao estética dos produtos € 0 aspecto psicolégico da percepcio sensorial durante o uso.” (LOBACH, 1981), Ampliando essa definigao, € 0 aspecto psicolédico da percepcio multissensorial que tem como atributo principal a fruig’o da beleza, do prazer e do bem-estar contemplativo em relaggo a um dado objeto, por parte do usuario. A funcdo estética é subordinada a diversos aspectos socio- culturais no que diz respeito, principalmente, ao repertério de conhecimento do usuario, de sua vivencia e de sua experimentagio estética, E naturalmente agregada & funcao simbélica e as dimen- ses semidticas e, indiretamente, @ base conceitual ergonémica no ambito do sistema Homem-maquina, particularmente em relagio aos aspectos da percepgao da informacao visual ¢ sua otimizacao funcio- nal. (GOMES, 2004). Guarda também, do ponto de vista da lingua- gem comunicativa do produto, estreita relagéo com os principios gestalticos da organizagao visual da forma do objeto, no que diz res~ peito as leis da Gestalt, as categorias conceituais fundamentais de harmonia, equilibrio e contraste visual ¢ as categorias das técnicas visuais aplicadas. (GOMES, 2000) Funcao simbdlica “A funcio simbélica ¢ uma das mais complexas, Por um lado, porque se liga com a espiritualidade do Homem quando este se excita com a percepgio de um objeto estabelecendo relacées com componentes de experiéncias e sensagdes anteriores. Por outro lado, a Fangio simbéli- ca tem relagdo ¢ também é determinada por todos 0s aspectos espirituais € psiquicos de uso do objeto. Envolve fatores sociais, culturais, politicos € econdmicos e, também, associa-se a valores pessoais, sentimen- tais e emotivos.” (LOBACH, 1981) Tem como fundamento a fungdo estético-formal do produto, reforgada pela base conceitual das dimensdes semidticas (como processo de comunicacao mais abrangente na relagio uswario-produto), princi palmente em sua dimensio semantica, ¢ também é ligada, indireta~ mente, & fungao pratica, A fungio simbélica revela-se, sobretudo, por meio dos elementos configuracionais de estilo. 0 estilo € uma qualidade formal intrinseca do produto (ou seja, aquilo que provoca sua atragéo visual, chama a atengao para si € 0 torna desejével) - obviamente, implica um determinado modo de ser e de viver do usuario, inserido em um determinado grupo social. Ele é produzido por atributos, caracteristicas e valores especiais aurega- dos ao objeto. Como, por exemplo, na sua linguagem traduzida por for- ‘mas organicas eJou geométricas, cores ¢ acabamentos superficiais. No plano sensivel, conecta-se com 2 emocao que pode, eventualmente, ser transmitida a0 usuario. 0 estilo é subordinado claramente, na sua sig- nificacdo, ao tipo de pablico @ que o produto é destinado (sobretudo em termos de prestigio e status social) e varia de acordo com 0 contexto cul- tural de uma determinada época ou periodo, em que as tendéncias podem ditar modas duradouras ou efémeras. Abrangéncia das funcées bdsicas As fungées basicas norteiam praticamente tudo, com maior ou ‘menor intensidade, Nos espacos residenciais, de trabalho, culturais etc, por exemplo, so iniimeros os objetos que compdem os diversos ambientes e que se enquadram nas categorias das fungdes priticas, estéticas e simbélicas. Na industria da moda, as roupas ¢ acessérios também se enquadram nessas categorias de fungées, nas diversas for- mas de manifestagdes ¢ informacées visuais. Finalmente, permeando ¢ norteando 0 conjunto das bases con- ceituais, coloca-se a de criatividade, que € naturalmente inerente a a vidade de concepgao, desenvolvimento projetual e de fabricacgo ou confeccao de qualquer produto. 48D Gomes Filho ro) Fungoes basicas Cadeira Macintosh Exemplo tipico de fongao simbélica predominante adregada a0 produto © de notavel valor estético-forzmal, Porém, é interessante notar que, do panto de vista da fangZo pratica, a ergonomia dessa cadetra € absolutamente inadequada em ‘ermas de conforto, mesmo para uma situagio de uso répldo. Marcas ‘As marcas de identificagao visual, relacionadas a objetos de modo geral, sao ele~ simbolizar Espremedor de laranja Objeto que reine os atributos das fungdes prities, estéticae simbélles. Sua figwrasio transmite caramente a nogao de um objeto de arte, identficada pelo “stil formal de escultara. Ambientes Como exemplo abrangente, podem ser citados espagos resi- COS CEST Serres a tem numerosos produfes de uso, equipamentos, utensilios domésticos, obras de arte ¢ objelos em geral e que se enqua- das inter-relagdes das fungbes pratica, + Luxuosa sala de estar, em que se destaca 0 conceito de cinema em casa (home-rheazer). ‘+ Ambiente modemo de empresa, onde se observa um conceito inovador de modo de trabalho em escritério, sem as divisties pcs de epagos fon fetes, Fungéo Pratica: cadeira, relogio, cartaz e encarte de CD, roupa da modeto. cconceito de umm design configurado par formas mais simples. Predominio da Fungi Estetica: cadeira, reldgio, cartaz e encarte de CD, roupa da modelo. Objetos dentro do conceito de um design canfigurado por formas mais elaboradas. Design do Objeto | Bases Conceltuals 47 Conceito de predomindncia das fungoes bdsicas Um conceito importante a ser destacado € 0 da possibilidade de predominancia de uma determinada fungao basica sobre as outras duas (Quadro 5). Isto acontece quando o designer, por qual- quer razo, prioriza uma determinada fungao basica como sendo a mais importante para a configurago do produto, Claro que isto nao impede que a funcdo prioritaria deixe de interagir com as outras duas fungdes basicas. E, no geral, com todas as outras bases con- ceituais mais especificas que fazem parte, em maior ou em menor numero, do objeto. Esta predominancia € melhor entendida se observados os exemplos ilustrativos que contemplam quatro produ- tos. As cadeiras, os relégios, os cartazes e os encartes de CDs e as roupas que ilustram, respectivamente, 0 conceito. Em cada um dos exemplos € apontada ¢ comentada a funcao basica predominante, Q.UAdr0 5% conceit ie Predoninsnsa de Funcso Possibilidades de predomindncia: Funcio Pratica ou Funco Estética ou Fungo Simbélica Assim, no exemplo 1, ¢ facil perceber que a funcao que efetiva- mente predomina é a pratica, Ou seja, si0 produtos muito simples: suas configuragdes formais apresentam pouquissimos elementos estruturais, assim como simplicidade em seu estilo e aparéncia visual, Jd no exemplo 2, a fungio predominante é a estético-formal. E mais sofisticada e os produtos apresentam estilo e aparéncia visual muito mais elaborados esteticamente em seus elementos configura- Gionais ¢ atributos cromaticos. No exemplo 3, percebe-se uma clara predominancia da funcdo simbélica, que vale a pena detalhar um pouco mai 48 ‘o%o Gomes Fitho = * Fungao Simbdlica Exemplo 3 Predoininio da Funcao Simbélica: cadeira, reléaio, cartaz @ encarte de CD, roupa da modelo. Objetos dentro do conceito de um design configurad por formas mais complexas ¢ requintadas Design do Objeta / Bases Concctuais estes trés postos de trabalho pre- dominam, respectivamente: ‘No primeiro, a fungi pritica, em razdo de sew design simples © \espojado, ‘+ No segundo, predomina a func estética, que apresenta um design mais elaborado, valarizado sobre- tudo pelo material utilizado e por suas formas organicas * No terceiro, o posto de traba~ Iho inserida dentro de um con- ceito mais tecnolégico, sistémico mais atualizada simboliza as novas tendéncias em termos de organizagao de trabalho nay empresas modernas, 49 A cadeira tem uma configuracao formal que reflete um estilo de época € demais atributos que passam efeti- vamente a idéia de uma cadeira associada ao conceito de trono (ou seja, um produto historicamente ligado & realeza, portanto, aos elementos de poder e prestigio social). Além disso, sua estética ¢ trabalhada com elemen- tos de adorno muito expressivos plasticamente. Ja o relogio apresenta uma configuragdo formal interessante, que foge um pouco do padrao do esterestipo tradicional, ao introduzir um elemento que liga um de seus lados a pulseira, um anel retangular com brilhantes incrustados na superficie, o que denota claramente um telégio carissimo e, portanto, o status social de seu usuario. O cartaz, da banda de heavy metal Sepultura, expressa_um evidente simbolismo que remete as caracteristicas conotativas de um estilo cadtico, anar- quico, gético, dark etc., cujo som explora um deter- minado segmento social que se identifica com este estilo musical. 0 CD do Smashing Pumpkins mostra um claro simbolismo que remete as caracteristicas de uma espécie de ventre humano, ligado a conotacées reli- giosas misturadas com a ciéncia, que se evidencia ainda mais pelo nome do proprio CD: Machina | The Machines of God. Finalmente, a imagem da terceira modelo vestindo pecas que podem transmitir o simbolismo do desejo € da fantasia erdtica pela sensualidade da roupa. Mesmo quan- do mostrada apenas em um pequeno detalhe, de modo sutil, como numa alca de sutid ou em um decote mais ousado. Vey ana Ra a uso principal e especifico do produto a] bz) Joo Gomes Filho Uso principal e especifico Aparelho de barbear / Classificados Manual de Orientagao / Placas de Transito Design do Objelo | Bases Conceituais 53 Estas bases conceituais, ligadas principalmente & funcao pratica, refe- Tem-se ao uso principal e especifico do objeto. O uso principal é aquele que explica 0 6bvio, ou seja, a propria razao de existéncia do produto e para que ele serve. JA 0 uso especifico diz respeito a0 modos de utilizagtio do produto de maneira mais especial, isto &, ao destlo- bramento ou detalhamento do seu uso principal. Por exemplo: © uso principal de um aparelho de barbear manual é 0 de fazer a barba por meio de laminas. 0 seu uso especifi- co é raspar os pélos da barba, além de acertar, aparar ou contornar cavanhaque, bigode e costeleta, 0 uso principal de um antincio publicitario ¢ o de vender ow tor nar conhecida alguma coisa. 0 seu uso especifico é 0 de vender ou divulgar algo mais, especialmente com detalhes, © uso principal de um manual de orientagao € o de facilitar 0 entendimento, a funcionalidade ou a operacionalidade de algum produto ou servico. O seu uso especifico é 0 de orientagao detalhada sobre um determinado tépico da informagio. © uso principal de uma placa de emergéncia € transmitir uma mensagem de orientagdo ou de alerta em situagdes de perigo. 0 seu uso especifico refere-se a cada tipo de informacdo e regra de tansito que © pedestre ou motorista deve obedecer (seméforos, placas, faixas ¢ outros sinais). Atrelado ao uso principal aparece, obrigatoriamente, 0 concei- to de uso especifico e, eventualmente, outras utilizagdes secundarias de um dado produto. Embora parega dbvio, 0 uso especifico (muitas vezes atrelado € operacionalidade do produto - que sera vista a seguir) é 0 tipo de uso que condiciona, logo de inicio, todo 0 processo de criagio - qualquer que seja a categoria, classe, tipo ou modelo do produto a ser concebido. Assim, € necessério saber de imediato para que serviré efetiva- mente 0 produto ¢ como ele ser’ empregado. 0 conhecimento prévio dos usos principal e especifico € 0 ponto de partida para a concepgio ¢ para © desenvolvimento do projeto. Seja um produto simples ou sistémico ~ de baixa, média ou alta complexidade. 54 Joie Gomes Filho Como se verd mais adiante, esta defini¢io embu- te algumas sutilezas que sao, em geral, dificeis de se . foe incorporam uso especifico peroeben Hum yume momento: (Neste caso, dcixam de scr_usos Assim, para o design de um relégio esportivo, — secundérios) com a indicagio, por oe exemplo, de velocidade de vento, por exemplo, definir-se-ia previamente alguns pontos Sienblor de welosldade, de vente Relagios esportivos que importantes, como: fico de maré, tempo sincronizado, ea a neclewinrdeanlad fases da Lua, agenda, sinais sonoros catego ete de como alarmes programavels, idiomas, © A classe: esportivo hordrios de cidades, bancas de dados © 0 tipo: digital ec, Come rove mas recente jf existe 0 relogio te pulso que peemite © 0 modelo ou estilo formal: linhas organicas = 3259 Neen Oe NSP © 0 uso principal: indicagao de horas * 0 uso especifico: mostrador principal com a incorporagao dos elementos funcionais, como mostradores coadjuvantes (altimetro, barémetro, termémetro, crondmetro, crondgrafo, calendario), botoes, teclas, pulseira etc., concomitantemente com a definigao de indicado- res de algarismos, tracos, cores € outros sinais iconicos, Importante assinalar, mais uma vez, que alguns produtos também possuem usos secundaries que auxiliam, aprimoram ou agregam um determinado valor aos usos principal e especifico. Nesse sentido, um exemplo impressionante & 0 que acontece com o telefone celular. Além do ato de comunicagio entre pessoas, ja foram incorporados: maquina fotografica, filmadora, radio, televi- siio, calculadora, agenda, despertador, lanterna, MP3, games, ¢- mails e acesso 4 internet. Em uma revista, podem ser anexados encartes especiais, brindes (perfumes ¢ CDs, por exemplo) e outros expedientes publicitarios. Numa calga ou camisa, podem-se adicionar aberturas e bolsos espe- ciais em lugares e posigdes nao convencionais. Os usos secundarios podem, ainda, ser considerados como meios que permitem utilizar o produto de maneira diferente, fugindo um pouco do uso principal do produto, sobretudo em situagdes de adapta Ges ou de improvisagées de utilizagao. r Reldgio Suunto Watches ‘Acesso A internet Design do Objeto | Bases Conceicuais 55 Para melhor esclarecimento, vamos tomar mais alguns exem- plos de forma detalhada: Design do Produto Cadeira Uma cadeira tem como uso principal o ato de sentar. Como fun- do de uso secundario, pode ser utilizada para alguém subir nela a fim de alcangar um objeto numa estante ou trocar uma lampada, para ser- vir de apoio etc. Porém, o que interessa realmente é estabelecer a sua funcao de uso especifico. Assim, 0 designer 2o decidir conceber uma cadeira tem, neces- sariamente, de pensar no seu uso especifico. Logo de inicio, precisa saber se ela sera para uso simples, digamos doméstico, ou para ativi- dades de trabalho, em empresas. Nestes dois casos, a filosofia de concepgao do produto muda significativamente. No primeiro caso, 0 designer com certeza ird conceber uma cadeira singela (por mais sofisticada que ela seja em estilo, aparéncia estética, conforto, materiais empregados etc). Pelas suas caracteristicas, © seu uso sera de pouca freqiiéncia e rapido, para bater um papo ow realizar uma refeigao. Jd no segundo caso, qualquer cadeira de trabalho utilizada em ‘empresa pressupde no minimo um uso permanente de pelo menos um ou dois tumos de quatro horas (mesmo considerando-se eventuais pausas). Assim, € evidente que esta cadeira seré muito mais complexa do que a anterior. Deveri, por exemplo, possuir assento e encosto com estofamento, apoio para bragos, dis- por de regulagens antropométricas ~ para permi- tir acomodar diferentes biotipos de usuarios den- tro de uma faixa larga de percentis (geralmente \ do 5° a0 95°) — ajustes de inclinagdo e reclinacio, possuir suspensao ¢ possibilidade de mobilidade. Este segundo tipo de cadeira, por ter mais componenies ser mais sofisticado teenologica- mente, normalmente custa muito mais caro do que o primeiro, em virtude do necessari to, seguranca, flexibilidade ¢ funcionalidade que deve oferecer. confor- Cadeira de trabalho utilizada por desenhistas 56 Jodo Gomes Fhe Cadeira Cadeira doméstica Seu uso & pouco freqiente © de curta permanéncia Geralmente, & de configuracio ¢ de tcenologia de fabrcacdo simples, Cadeirao, com cinco “patas” doradas de rodizios, apoio para pés (especial para o trabalho de deserhistas) e cam resulagens de altura de assento © de encosto, Oportuno assinalar que determinados tipos de cadeiras esto se transformando € evoluindo para vendadeiras, “méquinas” de sentar tal 0 ntimero de solugGes tecnoldgieas avangadas. Posto de Trabalho i —~ ea J) Esse tipo de cadeiza & cc uso geralmente muito fieqtiente € de permanénéia mals demorada Ede configuragio mais sofisticada por causa da utlizagio de elementos de ajustes, regulagens e de movimentacio, utilizados para adequagies funcionais, antropométricas ¢ de alcances fisfcos com mais conforta. Por conseguinte, sua tecnologia ¢ exigencias de fabricagao sto mais complexas. ‘Cadeiras com cinco “patas” dotadas de rodizios proporcionam mais establidade facilitam a movimentagzo do usuirio no entorno; ¢ com regulagens de apoio de bragos, encostos e de altura do assento permitem maior sesuranca e conforto, Existem mo mereado muitos tpos de cadeitas de trabalho que contemplam diversas configu ragdes € niveis de complexidade teenolégica, de conforto ¢ de segurangs, bem como diferentes tamanhos.€ varlagtes de padrdes estetico-formais, cores, qualidade de estofamento, precos, © assim por diante. Cadeira com concha inteiria c espaldar mais alto oferecem mais conforto. Design do Objeto / Bases Conceituats 57 Posto de trabalho odontoldgico Luminaria direcional, com regulagens de posicionamen- ‘to de aproximagio, proporciona adequada. acuidade visual para o dentlsta cumprir sua tarefa com conforto ‘effedcia, Nesse caso, a visulizaco da boca do pacien- ‘pelo monitor. Luminaria Luminaria de mesa com ajuste de diregao e de intensidade de luz Funcioma proxima a0 plano de tsabalho. lluminagao em posto de atividade Funciona com luminaria apoiada sobre a mesa, ‘com iluminagao do tipo indireta, individual ¢ alcance regulavel. 58 Luminaria Uma luminaria serve, obviamente, para iluminar alguma coisa. Este é seu uso principal. Mas qual é, de fato, seu uso mais especifico? Nesse caso, antes de tudo, & necessério definir uma série de questdes: conceituacao da categoria, clas- se, tipo ou modelo de luminéria e da iluminacao que se pretende produzir (funcional, decorativa, emergencial ou outra), subordinadas a uma série de fatores e carac- teristicas da iluminagao, como: * se a iluminagao sera focada, iluminando um determinado espago € circunvizinhangas de modo que possam ser bem visualizadas dimensées, formas, volumes, cores € contrastes (cena teatral, por exemplo); * se a iluminacao sera difusa: em que a luz, no plano de trabalho ou num objeto, nao incide de um foco direcionado em particular (esta técnica de ilumi- nacdio se utiliza de materiais € cores de boa reflexdio no ambiente); * se a iluminagao seré direcional: em que a luz, no plano de trabalho ou num objeto, incide predomi- nantemente numa diregao em particular; * se 0 foco de luz sera dirigido: técnica que se utiliza de refletores ou lampadas refletoras para dirigir 0 foco direto de luz; © se a iluminaggo sera direta: por meio de lumi- nérias, com uma distribuigdo de luz tal que 90% a 100% do fluxo luminoso emitido atinja o plano de trabalho diretamente; © se a iluminago sera indireta: versio de luz difusa com abrangéncia restrita. Podendo compor ambientes com abajures, colunas, sancas de gesso demais focos de luz; * sea iluminagao sera do tipo zenital, com apro- veitamento da luz natural diurna sem ofuscamento; * local do uso da iluminacao: se em espaco inter- no, externo ou mistos * tipo de ambiente: se em espago doméstico, de trabalho, publico ou em outros lugares mais especifi- cos como, jardins, vias publicas, estédios, gindsios poliesportivos ete.; 480 Gomes Filho Conceitos Importantes Hluminancia Ou iuminamento, 6 o Muxo de luz incidente por unidade de area tlumina- ida situada a uma dada distincia da fonte da luz. A grandeza que a define €0 fuxe luminoso, medido em Inx. Intensidade Luminosa E a intensidade de wm fuxo luminoso profetado em uma determinada direc. Indice de Reprodugao de Cores ~ IRC: €a medida de correspondéncia ene cor real de tum objeto ou superticie em relagio a luz do Sol, ea sua aparéncta diante de uma fonte de he aria As limpadas possuem indices distintos de IRC, € a conformidace do uso deve estar de acordo com cada ambiente ¢ suas necessidades, Concepgao de Lumindria Acconceppio de tima jaminava, por mais simples que seja, envolve una série de fatores que s€o corsiderados requistos beésics para o seu projeto. Sobretudio na relaglo ergonémica entre ussirio-obje- to-ambiente, como, por exempl: fefinicto da clzsse de lumindria, em Funeio, por exemplo, do flaxo luminose: dicet, indireo, semidireto, amplitude © caracteristicas de difisio da luz, eral ou ‘Gpecifica, © assim por diante; intensi- dladle, controle ¢ distribuicao da Inz no ambiente; manutengao da temperatura entra de limites preestabelectdos; ade- auago do suportee conexzo dele a uma fou mals Iampadas; faclidade de insta Tago € conservagao, Com relagio a0 usuario ou grupos de Usudrios: desempenho © confarto visual em razio de diferentes nercepgdes dos objetos; com relacio ao espago © cor do anibienteiluminado, tendo em conta & velocidade com que os othos.fun- cionamns preciso com que uma tara paver ser executada (como, por exem- plo, adequada acuidade visual para aborar trabalhos de desenho, pintura, cinurgias ete; adequagaa de contrastes em cor ¢ lumindncla; problemas com ‘ofuscament (direto: reas muito clara ‘ow indizeto (reflexdo da luz em superli- sie brlhante) que dificultam a visio trazea evidente desconforto. Design do Objeto Bases Concestuais 59 * localizagao, posicionamento ¢ fixagdo da luminaria (ow | conjunto de lumindrias): se sera disposta sobre alguma coisa: apoia~ da cm piso, suportada em parede, pendurada em teto, fixada em poste ete, L Assim, uma vez definidas essas questdes © fatores, pode-se, entio, pensar no seu uso especifico e, atrelado a cle, definir todos os outros requisitos ¢ caracteristicas do produto, como: tipo de luz (se incandescente, fluorescente, a vapor de sédio, mercitrio etc.); tempera- tura (se fria ou quente, colorida); iluminamento (determinagéo do niimero de lux no espaco a ser iluminado). E, finalmente, partir para a concepgao da lumindria, conside- Telefone ~ Fax rando sua configuragao fisica, partido estético-formal ¢ demais atribu- tos ¢ caracteristicas técnicas, como escolha de materiais, processos de fabricagio, tipo de acabamento, sistema construtive, montagem ¢ modo de apoio ou fixagio. Telefone Com o aparelho telefonico, acontece algo semelhante. E neces- sario definir primeiro a categoria e a natureza da comunicacéo e, depois, a categoria, a classe € 0 tipo de telefone que se vai conceber: © aparetho pode ser do tipo fixo ou celular (hoje com varias fungdes ¢ servicos adicionais}. Para uso puiblico, fixados parede em ambientes internos ou em locais ao ar livre. Ou ainda, pode ser que se queira algo mais complexo, como 0 aparelho telefonico fazendo parte de um projeto mais amplo e sistémico, inserido no interior de uma cabine privativa - aqui jé transposto para 0 conceito de posto de trabalho. Cada um destes exemplos pressupde usos distintos ~ apesar de todos eles contemplarem a mesma utilizagéo para comunicagio Telefone piiblico tipo “orellao” entre pessoas. ‘As diferencas certamente dao origem a objetos diferenciados no seu design €, inclusive, geram diversos condicionamentos sociocom- portamentais por parte dos usuarios na utilizagao desses produtos. 0 caso do telefone celular esta se tomanda muito especial, em termos de diversos usos: especificas, em razao do extraordinatio avanco das tecnologias digitais, dos sistemas de comunicagao e do eanceito ¢ possibilidade de miniaturizacto (a tal ponto que quase no dava mais para diminuir o seu tamanho, sob pena de inviabilizé-lo ergonomicamente). 0 interessante & que depots de muito esforgo para toma-lo pequeno, ao contraro, ee agora ‘std voltando a crescer em razio da incorporacio de outros produtos de uso, tais como: ‘méquina fotografica, lmadora, elevisor, computador (e-mails, games, acesso & internet fe), que obviamente requerem tuma ela um pouco maior, compativel para leitur. ‘Assim, em fangio de sua categoria, cpa e modelo (subordinado ao seu desempenho Tuncional e operacional), a configuracio ergondtaica e estético-formal do celular esta, cada vee, dando margem a diversificadas opgdes e solucdes de design. Telefone celular 60 Joe Gomes Fina Revista Super Novela Revista de informagto voltada aos acontecimentos do meio artistico, principalmente, Revista Bravo Revista de informagdo cultural e difusdo de conliecimentos. Voltada, principalmente, a temas mais sérios e impor {antes dos pontos de vista social, politico, econdmico e artistieo, Revista Playboy Revista de informagio voltada & industria do entretenimento, com énfase para abordagens e metérias na linha sensual eric Design Grafico Marcas / Logotipos Design do Objeo / Bases Conceitunis 61 Revista ‘A mesma considera¢ao pode ser feita em relacao aos produtos grificos. Uma revista, por exemplo, tem como uso principal a divulga~ io de informacées e conhecimentos variados. Para que ela seja conce- ida, projetada ¢ produzida é absolutamente necessirio definir seu uso especifico, que ¢ identificado por seu conteiido editorial, matérias fixas ¢ especiais, reportagens etc., mais seus amincios publicitarios, e envol- ve, ainda, a definigao de sua categoria, classe € tipo, tendo em conta seu piiblico-alvo, Leva em consideracdo, também, os demais atributos e caracteristicas de revista, como: dimensio, formato, aspecto estetico-for- mal, padrdes técnicos e niveis de qualidade de claboragio © producao, tiragem, e assim por diante. Marcas Outro exemplo oportuno em Design Grifico diz respeito a cria- ao de marcas. Como se sabe, a marca é um conjunto de elementos grifico- visuais, geralmente padronizados, e pode constituir-se em um nome, um simbolo grafico, um logotipo ou na combinago desses elementos. Sua concep¢io tem como uso principal identificar algo, visualmente. No context empresarial, a marca é utilizada, principalmente, para identificar produtos ou servicos de uma empresa € diferencié-los dos concorrentes. & formada pelo conjunto das percepgées, tanto a partir de seus consumidores como de seus funcionarios, ou ainda de outros grupos de interlocutores e do mercado como um todo. Essas percepcdes sio frutos de visdes externas e internas em relac&o a diver- sos aspectos da empresa: de seu porte ¢ objetivos, de seus procedi- mentos, de posturas diante do mercado, da qualidade dos produtos fabricados € servigos prestados. Em termos praticos, a imagem corporativa de uma empresa € reco- nhecida, primordialmente, pelo tipo de uso de sua marca. E, a partir disto, pela concepsao © a aplicagao de todos os outros elementos que a identificam junto a0 piblico, tais como: produtos, papelaria, sis- temas de comunicagao, orientagao ¢ sinalizagao internos, uniformes de empregados, pintura de seus veiculos, campanhas ¢ anincios publici tarios ¢ outros em razio da natureza de suas atividades, E ainda por meio do estudo de seu uso especifico (sobretudo em relacdo & andlise do repertério cultural do seu puiblico consumidor) que a marca pode ser claborada dentro de distintos tipos de configuragies, como: 62 Figurativa Marca que possui forte cardter de denotago do seu significado ©, portanto, de facil e répida compreensio pela maioria das pessoas, Identificadas por imagens fotograficas, desenhos, ilustracdes ¢ outros meios, Abstrata Marca que busca conotar determinado significado. Sua confi- guracio é de dificil compreensao e sua decodificagao exige mais tempo de observagéo. Destina-se a um publico com maior grau de informa- do. Pode inclusive dar margem ou permitir diversas interpretagdes semanticas. Logotipo Marca que denota instantaneamente o significado que se deseja transmitir. E configurada por uma forma grafica especial de palavra que se caracteriza por uma personalidade prépria. Elaborada por tipo- grafla existente ou modificada parcialmente, criada especialmente ou, ainda, trabalhada com interferéncia sob a forma de desenhos, ilustra- goes etc., de maneira singular, Abstrata associada com logotipo 0 logotipo associado & marca abstrata ajuda a denotar seu sig- nificado, 0 que facilita a sua decodificagao ¢ compreensio. Figurativa associada com Denotacéo instantinea do significado que se deseja transmitir. 0 logotipo reforca a informagao. De todas as configuragdes de marcas, € a mais legivel e de compreensio mais facil e répida. Marca figurativa esquematica da bicicleta Monark Denotagio de cilista andando no veiculo, Banco Bradesco g Joti Gomes Filho Design do Objeto / Bases Conecituals 63 Logotipo Shell Aplicada em totem de comumicagao visual Academia Mizuki Exemplos de aplicagdo de elementos graficos corporativos da academia Mizuki: fachada, placa de estacionamen- 19, uniforme dos professores, totem de comunicagio visual. mize Logotipo da Coca-Cola e elementos graficos coadjuvantes Aplicados em caminho. Marcas e aplicagées Academia Mizuki Conjungao de dois logotipos. Denotados, com sigiificados reforcatlos, nos idiomas portugués e japonés. Ambos rrabalhados tipograficamente, Logotipo Coca-Cola Denotaao da palavra Coca-Cola com tipostrafia trabalhada, acrescida de elementos coailjuvantes, variéveis, como © slogan “enjoy”, abaixo, @ identiicacao de marca registrada e 0 desenho da vinketa ondulada, Marca abstrata associada ao logotipo Bradesco do banco A frente, marca-eseultura ent formato tridimensional, Marca-logotipo do restaurante Viena Ao logotiv eons asuciado o desentinfigurativo de untcopo de Chape kuldo visual que ajuta @desper- eee O4 Design de Moda Produtos da Moda No Design de Moda acontece a mesma coisa. No vestuario, na decisto de conceber um vestido, um temo, uma camisa etc., € necessario pensar ¢ estabele- cer seus usos principal ¢ especifico. Levando em conta, por exemplo: os fatores de estagao do ano, estilo, cores, acabamentos, modismos em voga, faixas de prego ao consumidor ¢ outros. Assim, o designer precisa utilizar seu repertério cultural e té&- nico ¢, ainda, buscar outras informacées de variada natureza: concei- tual, cultural, socioeconémica, politica, tecnolégica, publico-alvo etc. Inclusive considerando os objetivos estratégicos de qualidade (refleti- dos nos produtos fabricados ou comercializados pela empresa), seus objetivos de marketing, ¢ assim por diante, Em resumo, tudo isso deve ser pensado ¢ articulado no estu~ do especifico de uso. Os exemplos dados podem ser extrapolados para quaisquer outros objetos ou temas com os quais o designer teré de lidar para sua tarefa de concepgao € desenvolvimento do projeto do produto. Joo Gomes Fitho OM AMARA La operacionalidade do produto 65 66 Roupas ‘As roupas, apresentam umta sétie de agBes de manuscos e controle operacionais. Desde 3 mais simples a05 mais trabalhosos ¢ delicados. Como vestir ou desvestir calenhas, crueeas, meias, 10a, calgas, camisas, blusas, camisetas, cosacos, vestidos, suas, cintes, suspensérios, chapéus, bonés, calgados e ouaos tantos acessbrios, S40 atos relizados por mefo de (echarfabrir, antarrar{desamarrar, lacar/desenlacar, enfiarjdesenfiar, cal Garidescatar,colocarfetrar, puxarfemparrar cc, diversas dispoxtivos ou mecanismos, como: botbes, ziperes, cadargos, tiras de velero, ganchos, e assim por diane, Golfe Na pritica do golfe, sio muitos 08 tpos de manuseiss ¢ contoles E um esporte alta mente complexo em termos de ages operaciorais. Dependendo do tipo e das condlicdes climavieas, da natureza e topogratia do terono, as distincias a serem veneidus tty 0 jogidor ¢obrigido nio 36 a mudar de taco que sto diversos (inclusive, com varios for ‘natos fiscos de cabeces}, como também sua postura cosporal, em fangao de cada tipo de jogada, 0 que envolve diferentes posicionamente, orga exercda, habilidade, pree= so e sensi Notebook Ades que exigem im pouco mais de habilidade em raz0 dos variados tipos de opera- $085. Destacando-se as operagées de trabalho nos atos de deslocar, pressionar e soltar ‘mouscs, canetas € tetlas, em movimentos alternados © combinailos seqilencialmente, Interessante notar que, nesse e250, além dos manejos fsicos, propriamente ditos, existe também o manejo virtual referente as agbes exccutadas durante a navegagdo pelos pro- gramas graficos, nas tarefas de digitagto, desenho e ilustrago. Agées de manejo Jota Gomes Filho oF Design do Objeto / Bases Conceituais A operacionalidade do produto € vinculada intrinsecamente & Base Conceitual de Uso ¢ 4 Ergonémica na relagéo usudrio-produtos industriais. Em design, conceitua-se a operacionalidade como sendo: “as ages ou atos fisicos realizados por qualquer usuario para utilizar um produto e fazé-lo funcionar e, de modo amplo, para mancjar ou controlar qualquer coisa.” Essas agdes fisicas se dao por meio de qualquer tipo de movimento executado pelo usuirio, tais como os atos de manuseio, controle, manipulacdo, acionamento, ajuste, toque, regulagem, sinto- nizagao ete. No tocante a produtos, referem-se ao uso de dispositivos operacionais, como: chaves, manivelas, alavancas, pedais, botdes, teclas, interruptores, macanetas, fivelas, ferrolhos, trincos, soprado- res, sugadores, caleadeiras, cadargos, ziperes, tiras de velcro, fitas adesivas, mouses, canetas dpticas etc. Esses dispositivos sao utilizados para, por exemplo, ligar, desligar, interromper, frear, acelerar, pressionar, regular, folhear, dobrar, abrir, fechar, pegar, prender, amarrar, segurar, soltar, travar, introduzir, reti- rar, soprar, sugar, navegar virtualmente, e assim por diante. A realizagaio dessas agdes, logicamente dependendo do tipo de objeto, pode envolver o uso de diversas partes do corpo huma~ no em miovimentos isolados, combinados ou sincronizados (de maneira pontual ou seqtiencial) entre si, envolvendo: cabega (incluindo especialmente boca, dentes € lingua); pescoco, tronco, membros superiores (ombro, braco, antebrago, cotovelo, punho, mao e dedos); membros inferiores (nadega, coxa, perna, joelha, cal- canhar, pé ¢ dedos). A operacionalidade de produtos abrange desde agdes muito sim- ples, como acender um isqueiro, folhear um livro, vestir uma roupa ete. até produtos sistémicos altamente complexos, como os existentes em postos de trabalho de acronaves modernas, em que as operagées so realizadas por meios diretos e/ou indiretos (a distancia) em modos de operagio manual, semi-automatico ou automatico — utilizando-se principalmente maos, dedos e pés. Como se infere, a operacionalidade do produto € de suma importancia € esti ligada a elementos ou mecanismos de agio que necessitam de projetos criativos com solucées inteligentes, principal- mente, com forte énfase na Ergonomia do Manejo ¢ Controle. Significa, em tltima instancia, proporcionar ao usuario segu- ranga, conforto ¢ eficdcia na utilizacao do produto, aliados, de prefe- réncia, aos fatores conceituais de simplicidade de manuseio € aciona- ‘mento operacional. 68 Joao Gomes Filho Manuseio Operacional / Dispositivos de Agao 0s produto iustrados apresentam manuseos operacionas de dspostvos extema- mente simples. Envolvcm pequenos movimentose pougutsimos esfargos Fisos tell Baio eearasea sete eta Interruptor Alo operaclonal de movimentar com ums dedo uma dlminutaalavance, para cima para bateo (os para dentro e para fora). ecendendo ou apagando a uz Isqueira Ato de pressonar com odedo polear uma alavanca para baleo gu, ao ghar um tam bor, provoea, por melo de centli, a chama de fogo, Em sequid,sollasea alavanca para apagila Chave ‘Ato de introduzir e girar uma chave na fechadura, com os dedos polegadar ¢ indicador ~ para dircita ou esquerda ~, fechando ou abrindo e, em seguida, retirando-a para fora CD musical Envolve agao de abrir o drive do aparelho, com simples toque com 0 dedo em sua tecla, pegar 0 CD, pela borda, com a ponta dos dedos, deposita-lo no drive e feché-to VE AMA aT AMEE ergonomia do produto oo 70 Jodo omes iho Diagrama do Sistema Homem- Maquina-Ambiente - SHMA Ambiente geral Tuminacéo - ventilagdo ~ temperatura ~ qualidade do ar - ruide - umidade ~ limpeza - chuva - vento - outros Maquina Homem Dispositivo de ss Sexo < Informagées. Receptore: —& infor 6 eceptones sensoriis, g Instrugio | Dispositivo de Cen Sistema nervoso _ Treinamento = a iéncia © Sune controle central Bsperiencia Motivagio i Realizacao Mecanismo interno Agdes Agee dase 2 muscular Outros Ambiente mediato Dispositivos operacionais - dispositivos de controle ~ dispositivos de informagao ~ arranjo fisico espacial - equipamentos ~ mobilidrio - outros * Representaco esquemética dos prinetpais fatores que influenciam o desempeno do Sistema Homemt-Maguina-Amblente, (GOMES, 2004) Relagao Usuario-produto Interfaces de uso simples Calculadora Neste exemplo, 6 usutirio interage dlalogando com a caleuladora por meio de taques em suas teclas ¢ obtém a respusta desejada inscrita no visor da maquina, Vestuario No uso do vestuario, 0 usuario interaye nos momentos de vesti-o e tiri-lo e a0 longo de sua utilizacho. Design do Objeto | Buses Conceituas 71 cquipan As bases conceituais da ergonomia do produto sao intimamente ligadas as bases conceituais de uso, de operacionalidade ¢ dos niveis de informacao do produ- to, no contexto das inter-relagdes das funcdes pratica © estética Desse modo, em qualquer Sistema Homem- ‘Miquina-Ambiente — SHMA em que se estabelega uma interface efetiva de uso, a reflexdo ergondmica se impde e € indispenstvel para aleangar a melhor solucao projetual para 0 produto a ser concebido. Para a consecugio desse objetivo, o designer deve possuir um repertério de cultura ergonémica que o habili- te a emprega-lo de maneira inteligente. Particularmente nestas bases, destacamos trés pardmetros ergondmicos essenciais para o design do produto, que sao: analise da ‘tarefa, requisites projetuais € a ergonamia do mania, a seguir expli- citados e exemplificados: Andlise da tarefa A anillise da tarefa diz respeito, principalmente, ao estudo das bases conceituais de uso, de operacionalidade, dos niveis de informagio e estético-formal do produto na relaciio do SHMA. Isto exige, necessa- riamente, a observacio e a investigacdo de como o usuario utiliza ou ‘vai utilizar o objeto {desde os estados mais simples aos mais complexos de manejo). A partir dai, o designer deve inferir como o usuario perce- ‘be o produto em termos dessas ¢ das demais bases conceituais even- tualmente envolvidas — simbilica, semiética e ténica. Nessa andlise da tarefa, so detectados os problemas que pode- ro surgir no uso do objeto. 0 trabalho praticamente fornece os princi- pais dados ergondmicos que subsidiam melhor desenvolvimento e ade- quagio do design do produto. Os exemplos da relagdo usuario-produto, colocados ao lado ¢ definidas a seguir, ilustram os niveis de complexidade de utilizagao que, nesse contexto, devem ser objeto de reflexéo, andllise, pesquisa € estudo. Interfaces de uso simples A rigor, sio todas as tarefas que nfo exigem dos usuarios maio- res dificuldades de treinamento, habilidade e experiéncia, em razdo da baixa solicitagao de esforgo fisico e mental. 72 Joo Gomes Fao Relag&o Usuario-produto Interfaces de uso complexas Cabine do trem Posto de trabalho do Mettd da linha leste-oeste de Sto Paulo, Relagi operador-console de opcracko-assento-con- igdes ambientais. A conduct do trem exige muita atencao, treinamento © experiéncia adequada do operador. Consult6rio odontolégico Na relac20r dentista-auxiliar ( paciente-cadeira / instrumentos operacionais { condigdes ambientais, a trabalho ordontolégico envolve niveis de operacionalidade complexos. Sobretudo para cirurgias importantes, em que se exige esforgo fisico © mental e muita experiéneia (treinamento ¢ lbabilidades especificas). Motocicleta Poslo de trabalho ou de atividade mével. Relagdo:piloto-assento-guidao-pedais-insrumentas operacionais, A con- ‘dugdo do veiculo exige trehnamento, experiencia, atensao e, sobretude, preparacdo técnica Fisica do usuario, Posto de trabalho computador Relacio: operador-assento-computador-periféricos-condicoes amibientas. Trabalhos mals sofisticados exigem do operador formacso adequada, razodvel treinamento © experiencia, Principalmente para es tazefas que demandam: 0 uso de programas mais complexos. Manejo Dependendo do biotipo, estatura etamanho trico dos individues, todos os atributos ¢earacteristcas ‘enfondmicas podem variar « influenciar decisivamente a qualidade desejada ou do mangjo 20 se realizar um trabalho ou outma aiividade qualquer @ medida de estatura da rmuthere do homem e mostra a8 variagbes do corpo para diferentes dimensbes, inclu- sive para o caso especial de mulher grivida, *Populagto norte-americana. (DIFFRIENT ct al, 1974) Design do Objeco | Bases Conceituais 73 Interfaces de uso complexas Nos exemplos mostrados, o tipo de interface entre usuario ¢ produto é mais complicado. Nela configura-se o sistema homem- maquina-ambiente, de modo completo. Principalmente, por meio das relagdes ergondmicas que se estabelecem mutuamente. Nesse caso, as solucdes devem contemplar os conceitos, normas ¢ procedimentos ergondmicos aplicados ao dimensionamento de postos de trabalho e aos demais sistemas técnicos de conforto ¢ seguranga. Requisitos projetuais 0 projeto de qualquer produto requer solucdes ergondmicas adequadas que implicam o correto dimensionamento de seus elemen- tos configuracionais. Inclui, principalmente, o estudo apurado de rela~ es antropométricas e biomecanicas, essencial no que se refere a produtos sistémicos - com destaque especial para os consubs- tanciados em postos de trabalho ou postos de atividades. Esse trabalho envolve andlises e solucdes projetuais para variadas relagbes de uso ¢ de operacionalidade na obediéncia a parametros ergonémicos basicos que devem ser levados em conta (GOMES, 2004}. Como, por exemplo: © A correta adequagao dos alcances fisicos dos usuarios ou operadores em envoltérios de trabalho, dentro de condigées de usabilidade com conforto ¢ seguranga. * 0 respeito aos esteredtipos populares, alusivos as priticas de uso consagradas pela maioria dos usuarios nas interfaces de utilizagio do produto. Necessario ter em conta, de modo especial, as pessoas nao destras (canhotas). * Visibilidade, legibilidade e compreens4o adequada das infor- mages inscritas no produto, ou no posto, por meio de um design gri- fico eficaz - levando em consideragao as informacées de identidade visual, de caracteristicas de instrugdes de uso, de caracte- risticas técnicas e das intrinsecas ao proprio objeto. * Adequagao da melhor postura possivel do opera- dor em seu posicionamento de trabalho: sentado, de pé, recostado ou deitado e considerando-se também outros tipos (mais finos ou mais sutis), no que se refere, principal- imente, A postura de maos e pés no uso do produto para operacées mais especificas ou especiais, como no trabalho asbes exercido por profissionais cirurgiées, joalheiros, mtisicos, digitadores e outras tarefas assemelhadas. * Provimento de condigdes adequadas no espago de trabalho, com relagao aos sistemas técnicos de ventilaczo, calefagéo, ilumina- 40, protecaio termoactstica ¢ outros. Exemplo bem caracteristico, que praticamente contempla todos os parametros expostos acima, é a configuracdo de um posto de com- putacdo grifica. Nele estéo presentes todos os aspectos necessarios de adequacio ao usuario, como os de alcances fisicos, de visualizacao e ‘postura corporal; o correto dimensionamento e especificacées téenicas dos objetos que 0 compdem, como: mesa, cadeira, CPU, monitor, mouse, impressoras ¢ outros periféricos, bem como com relagao aos equipamentos dos sistemas técnicos de conforto ambiental que con- correm para as melhores condigdes de um espago de trabalho. Ergonomia do manejo © manejo € uma categoria conceitual e a0 mesmo tempo um pardmetro fundamental na metodologia do projeto. Como ja dito, ele € definido como 0 conjunto de atos fisicos que se relaciona com 0 uso ow a operacionalidade de qualquer produto. Contempla desde operagées muito simples as mais complexas (aquelas que exijam ou impliquem séries ou seqiiéncias operacionais mais prolongadas) por parte de um usuario ou grupo de usuarios Ele esta, implicitamente, associado 4 acao de algum tipo de con- trole (em condigdes normais, & impossivel utilizar algum produto sem a respectiva ago de controle), seja antes, numa preparagdo, por exem- plo, ou durante sua operacionalidade. Projetualmente falando, quanto mais aprofundado for o estudo do manejo, maior serd a probabilidade de prover solugdes adequadas ao design de dispositivos fisicos de manuseio agregados ao produto. Importante lembrar que, em razdo da dbvia exercitagao € fre- aiiéncia das agdes de manejo (na realidade estamos, quase constante- mente, manejando ¢ controlando alguma coisa), estamos ampliando esse conceito para outros usos. Ou seja, nao sé para os produtos indus- triais mas, por exemplo, para as atividades relacionadas a pratica do esporte, miisica, danca, etc., bem como para toda e qualquer atividade do dia-a-dia, Em design, uma das areas em que 0 estudo © a pesquisa do manejo ergonémico estio mais desenvolvidos se relaciona aos siste- mas de producao que tratam, sobretudo, do manejo de maquinas, equi- pamentos, ferramentas, instrumentos e outros acessérios, situados em maior quantidade em postos de trabalho ¢ linhas de produgao nas empresas, aio Gomes Fiho Design do Objeto Bases Cone Para efeito dessas Bases Conceituais, 0 conceito de manejo abrange todas interfaces de uso ou de exercitacdo de agdes operacio- nais. Isto posto, podemos dividir 0 manejo em duas categorias: Manejo simples e médio Envolve agdes com menor quantidade de atos operacionais como: ligar maquina / apertar parafuso | amarrar cadargo de sapato | prender relogio no punho | acender cigarro | folhear jomal / virar pagina de livro | pular corda / vestir roupa / abracar / beljar / escovar dentes e outros. Manejo mais complexo Exige maior mimero de atos operacionais, maior freqiiéncia, maior velocidade, maior tempo, maior concentragdo mental ou psico- Jogica e, eventualmente, maior dispéndio de fora, como: digitar texto longo / andar de bicicleta | pilotar aviao / operar programa de com- putacdo gréfica (incluindo sen manejo virtual) | disputar partidas esportivas assim por diante. Voltando ao produto, no estudo lo manejo € necessario destacar alguns conceitos relacionados as caracteristicas do usuario ¢ aos atri- butos € niveis de qualificagao, que precisam ser considerados para dire- cionar, com informagdes basicas, 0 adequado design dos dispositivos operacionais (volantes, alavancas, manivelas, chaves, botdes, teclas, pedais, plugues, cabos e outros), a seguir colocados. Caracteristicas do usuario Toda aco de manejo implica, necessariamente, o conhecimen- to a priori de algumas caracteristicas basicas do usuario, quando se tem por objetivo conceber, projetar e dimensionar os elementos opera- cionais de um produto, Este é um assunto bastante complexo, uma vez que pode envolver, muitas vezes, longos estudos pesquisas para a obtengdo de dados precisos € confidveis para o projeto. Entretanto, estio relacionados, a seguir, alguns fatores principais que influenciam decisivamente a interface de uso dos objetos de maneira geral. Caracteristicas individuais Estudos em antropometria apontam para a existéncia de dife- rengas dimensionais significativas comprovadas entre os individuos brancos, negros ¢ amarelos € os seus variados graus de miscigenacao. Assim, no projeto de qualquer objeto, ¢ necessario levar em conta notadamente os estudos relatives as varias faixas dimensionais (per- centis ergonémicos). 76 Joe Gomes Filho Férmula 1 0 cock-pit do carro de comida apresenta uma caracteristica notavel que & 0 fato desse posta de trabalho ser dimen- slonado “sob medida” para o sew ocupante, Aqui, o manejo © 0 controle das agdes sap executados envolvendo Toxlo 0 corpo e atencao do piloto. A comecar da cabeca, que vibra muito a0 longo da corrida; tronco, em posigio ‘bem reclinada; e bragos € pemas estirados, dos quais se exlulem razoavel eneriia © forca Abrange todos os atributos erondmicos j4 citados, aerescidas de outros fatores importantes, como dominio de tensdo emocional, estresse e fadiga. E um esporte de alto risto e, portanto, seus elementos e dispositivos de mane fo devem concorser para a maior eficicia possivel do piloto que, por sinal, deve ter também um excelente prepa- 10 fisico € psicologico. 0 nivel de manejo mais fino refere-se as agdes de controle do acelerador e de frenagem em conjunto com 0s atos operacionais de compatibilidade e sineronismos na condugae do veiculo, Automovel A mesma coisa acontece nos posios dos automdveis, com diversos tipas de atos eperacionais. Destacando-se as ages realizadas na conduggo do yeiculo ¢, sobretudo, nas acdes que exigem sincronismos operacionals simulta neos, como: mover 0 volante, frear, acclerar/desacelerat, mudar as marchas do cambio, olhar 0 entomno ele. Aviao 0 avido é um exemplo tipico de inumeriveis tipos de agdes operacionais, das mais simples 4s mais camplexas, que cxigem habilidade, preciso © treinamento adequado, Destacando- se, sobre(udo, as agbes realizadas na cabi- be de comando, por meio dos mats diversificados elementos, disposiivos © mecanismos de operacionaidade, Ergonomia do manejo e controle ‘As miquinasoperatrizessto_um dos componentes dos sistemas de produgto mas Indistas. Envolvem dife- rentestpos de manejo e conroles, como: gat deslger, aclonar, apertay, regular e ajustar dlveses spon fivbe ¢ comands dpericdin Nar extpresas, Co tipo de mance con ests « pesquises aut Heavy dos no Brasil e conta com razodvel literatura € experiments eristentes Determinadas agbes de manuselo,operaslo ou controle sto extremamente simples. Como, por exemplo, shit ou fechar umn entbalagem de CD, 0 ato de tocar um aperto de mos, de flhear uma publicagao, determina. des postas de trabalho, como na bilereria do Net de Seo Paulo, ats operagoes simples de compra e vena ie lex Ouse tsn aes Mu ad een da eke Gaia OBEY pntcarcats eins apt cone eae cate eee pat ae eel Exisem agdes de mangjorealizadas, quate que automaticaente, no coidimno das pessoas e das quas pouca nos aercchemos, Caso pice € oda eolocag de roupase acesrios, como: vest alga, abotom, prender, amarrat,pressionar ete, queso também aios muito simples e que ndo exigem esforgos especial, sraas 20 Caer! ‘A colocagio ou retirada de um brineo na orelha, ependend de seu modo de fxagso, pode exiir do usuério ages deicadas de habildad,precsi, snsfbiiade c azodvel experiencia, Eo tipo de ato operacignal rea Tao Sobretido por meio a sentido til, fa que ousudro manuseiao hrinco sem vere dispositive de xa fee acre Design do Objeto f Bases Conceituais 7 Instrumentos musicais Os instrumentos musicals exigem agdes oneraeionais que abarcam, com exeecéo da atributo de fares, todos os demais atzbutes exgondmicos de sensibilidade, habilidade, preciso, treinamento e experiéncia ‘Misicas executadas por trios, quartelos, orquestras etc. exigem também alto grau de sincronismo, harmania e eom- patibilidade musical entre os instrumentos usados por esses grupes. Obviamente, aqui nfo existe resiricSo quanto & faixa etéria, apenas um bom prepato fisico para aucdigOcs prolongarlas. Quanto & qualificagao do manejo, isto depen- e do instrimento utlizado e do tipo de misica tocada, e situa-se, normalmente, entre o manejo fino ¢© muito fino. Computagao gréfica © mango dos elementos como teclas, mouse, cancta dptica etc tos Posto de-abalko de computatao erica, eee eee cate lic alt eet eee eae eh eee eel Sores eta etcetera ate nee nee eee il rch eae ee detente needa aig cea arena ten areata ate eee pi ceemin tea ees Centro cirtirgico 'Nos postos de trabalho em centros cirirgicos, a maioria das operagdes exige agDes que abrangem todos os demas atributos ergonémicos de sensibilidade, habilidade, forca (em alguns casos), precisio, treinamento muita expe- riéneia por parte do corpo médico e de seus auxiliares. Fatores acentuados, prineipalmente, pela responsabilida~ de de se estar lidando com seres vivos. ‘Mormente exigem um bom preparo fisico em operagdes protongadas, sobretudo do cintrgiao principal. 0 nivel de qualificagao do manejo, dependendo do instrumento utilizado, situa-se entre o manejo muito fino € 0 fino. 78 iatipe Antropometricamente, os individuos sao clasificados em tres biotipos - que sofrem influéncias determinadas por einia, sexo, idade ¢ habitos alimentares, entre outros fatores: + Endomorfos: individuos que apresentam formas arredondadas © macias, bragos curtos e flacidos e muita gordura, * Mesomorfos: individuos do tipo musculoso, com formas angulosas, ombros € peitos largos e pouca gordura. * Ectomorfos: individuos com corpo € membros longos ¢ finos com o minimo de gordura. * Combinagao dos trés biotipos: fatar que, na verdade, consti- tui a maioria dos individuos. De fato, ¢ dificil encontrar um indivi duo que se situe numa s6 das caracteristicas que definem um biotipo em particular Sexo Fator importante referente As diferengas entre os sexos mascu- lino e feminino. Sabe-se, por exemplo, que, proporcionalmente, 0 homem possui pelo menos 30% de forga fisica superior & mulher. Assim, quando se projetam produtos ou dispositivos que exigem acdes de esforcos, deve-se dimensiond-los ¢ adequd-los primeiramente as mulheres. Por outro lado, existem produtos que sao, pela propria natu- reza de seu uso, melhor utilizados por um ow outro sexo, independen- temente da condigao fisica, do biotipo e do nivel de inteligéncia e cul- tura do usuario. Faixd etdria Na imensa diversidade existente de usuarios (bebés, criangas, jovens, adultos € idosos) associados aos diferentes hiotipos, a idade obviamente influencia as ages, as percepgbes € 0 atributos de forca, habilidade, sensibilidade, preciso, treinamento, experiéncia etc, - no sentido de pior ou melhor desempenho ¢ eficdcia operacional na utili zagio de produtos ou na exercitacao de atividades diversas. Instrugdo O grau de instrugéo do usuario influencia, em geral, sua menor ou maior capacidade intelectual, cognitiva, psicolégica ¢ emocional para lidar com o uso mais adequado de determinados objetos. Sobretudo com produtos mais sofisticados tecnologicamente {uma coisa, por exemplo, € operar um liquidificador ou um manual de ins- trugoes, ourra, € pilotar um aviao) ou, ainda, para exercitar outras tare- fas, como praticar um esporte ou a coreografia complexa de uma danga. Joa Gomes Filho Design do Objeto J Bases Conceituais 79 Atributos e qualificagito do usudrio Os atributos s4o qualidades intrinsecas ou adquiridas pelo indi- viduo por meio de estudo, treinamento e experiéncia, dentre as quais destacamos como as mais importantes: Fabilicduce Facilidade ¢ agilidade na manipulagao do produto ou em qual quer tipo de exercitacao de movimentagio fisiea, Sensi biticleedde Propriedade de perceber as ages a serem realizadas, de manet- ra mais agucada. Ou seja, de agir e reagir 4s necessidades de uso ou operacionais mais sutilmente. Inclusive emocionalmente, quando €0 caso. Forca Capacidade para empreender esforgos que, obviamente, devem ser compativeis com as necessidades exigidas. Precisite Capacidade de agir, reagir ou interagir com exatidao as exigén- cias de uso ou da tarefa operacional. ‘ampattbilidade Coeréncia em relacao as agdes desenvolvidas durante a tare- fa, principalmente as que exigem simultaneidade de movimentos corporais. Sineronasme. Capacidade de agir, reagir ou interagir em atos operacionais que exijam simultaneidade de movimentos corporais. Tempo prolongado de uso do produto ou da exercitaco da tare- fa. Caracterizado pela repetico constante ao longo do tempo. Experiencia Conhecimentos adquiridos ¢ acumulados ao longo da vida. Diversidade Fisica e Sensorial do Usudvio Como se sabe, é de praxe na indiistria a concepgao e a fabrica- cao de produtos tendo em vista sua utilizagao por pessoas saudveis. Porém, cabe destacar que boa parte de usuarios nem sempre esta no 80 vigor de satide fisica e mental, Em razio desse fato, distinguimos dois fatores importantes que devem ser levados em consideragdo, nao sé para o projeto de elementos de manejo, mas para a concepgao do obje- to como um todo, incluindo o planejamento, os espacos ¢ as dimen- sdes apropriadas para interaciio, alcance e uso do produto. O primeito fator diz. respeito as transformagdes € aos conse- qiientes processos de degradagao natural do corpo e da mente do ser humano, desde a infincia até a velhice. 0 segundo conceme, mais particularmente, as pessoas portado- ras de necessidades especiais (PNES). Refere-se aos individuos que pos- suem deficiéncias de habilidades, conseqiiéncia da perda ou anormali- dade de wma parte da estrutura do corpo ou da funcao corporal, em termos fisiologicos, incluindo as funcOes mentais. Nesse sentido, a ergonomia, a partir de sua propria conceitua- sao, guarda estreita ¢ intrinseca relagdo com o chamado Design Universal (ASLAKSEN et al.), que tem por objetivo desenvolver teo- rias, principios e solucées visando possibilitar que todos utilizem, até onde thes for possivel, as mesmas solugoes fisicas, Quer se trate de objetos em geral, de edificios, ambientes, areas exteriores, meios de comunicagdo e, independentemente do tamanho, postura ou mobilidade do usuario, reconhecendo ¢ respeitando a diversidade fisica ¢ sensorial entre as pessoas. Por sua importancia, destacamos os seguintes pressupostos do Design Universal para o design de produtos ¢ ambientes: 1, equiparagao nas possibilidades de uso; 2, flexibilidade de uso; 3, uso simples e intuitivo; 4. captagao da informacao; 5, toleraneia para o ero; 6. dimensao e espago para uso ¢ interacao; 7. acessibilidade fisica: garantia de mobilidade ¢ usabilidade para qualquer pessoa, em todos os espacos; 8, acessibilidade virtual: garantia de mobilidade e usabilidade de recursos computacionais. -celtos pa Jodo Gomes Filho Design do Ghjeto / Bases Conccitaais Si Esportes Na exercitagdo de agoes aperacionais nas esportes, de modo geral ~ sejam individuats como naiacso, golfe, pugilismo ete, ou coletives, como futebol, basquetebol, voeibol, hhandebol, polo e outros (Sobretudo estes que se caracterizam por atos de contatos cox yporais, ~ as agbes de manejo © contvole sao bastante diversificados em fungio da maior ou menor complexidade do jogo. Isto se deve & variedade infnita de jogedas, de rmovimentos e combinagées deles, de tipos de ataque e defesa, de nimero de jogadores € tempo de duragio. Aqui 0 atributos erzondmica sto todos uilizados: sensibildade, babilidad, owe, idade adequada, trinamtento, experiéuca, compatiildade,sincronismo e bom preparo fisco. G manejo também varia muito em raz40 de cada tipo de mavimento, de contato cor= poral, pegada, intensidade ete. Muito fino, fino, médio, grosseiro e muito grosseiro cm razdo do dinamistno das posturas corporais assumidas c das combinagdes infini- tas a0 longo do jogo nas agdes de cabecear, ehutar, lancar, sacar, pega, arremessar, cspalmag, travar, desviar, chacar, hacer, rebater, gitar, saltar, calr, empurrar, © assim por diante Amamentagao ‘No ato natural de maar obebé instintivamente procura o seo da te ps americano, continuader dos estudos ¢ das investigacoes de C. S. Pierce. Em sua obra Foundations of the Theory of Signs (1938), diferencion trés dimensOes semidticas: dimen- io sintatica, dimensdo semantica e dimenso pragmitica." (QUARANTE, 1992) Objeto Segundo B. E, Burdek (citando Gudrun Scholz}, “Todo abjeto ¢ signo ou portador de significado em suas dis- tintas funcdes. Os objetos carregam consigo informacoes, refletem determinados us0s, sto signos de uma determinads posicdo social e de um nivel cultural determinado, A dimensto semiética abarca desde as indi- cagdes ligadas &s fungOes até o simbolo independente que, por sua vez, pode conter os mais diversos signi- dos semi6tiens e de contesido.” (BURDEK, 1994) Denotagao Denotar. Revelar por meios de notas ou sinais. Signiticar,simbolzar, indica, exprimir. Fazer notan fazer ver, rmanifestar. Conotagao Conatar, Relagdo que se nota entre duas ou mals colsas,Sentido tanslato, ou subjacente,&s vezes de ter sub- Jetivo, que uma palavra ou expressto pode apresentar paralzlamente & acepeto em que & empregada Design de cadeira Exemplos de modelos: cadeira para uso residencial do tipo similat'a ono, simples, para ‘trabalho em empresas e do tipo sofisticado para altos execu Design do Objeto Bases Caneeinais a8 ‘As bases conceituais sobre as dimensdes semidticas guardam estreita relagao com as fungOes pritica, simbélica, estétiea ¢ as bases conceittiais da ergonomia do produto. Insere-se no processo de comu- nicacdo na relagao usudrio-produto. Elas tratam, principalmente, dos significados denotativo, conotativo ¢ simbélico que um produto, como signo, € capaz de transmitir para 0 seu usuario. Esse processo de comunicacao se da por meio dos diversos at butos do produto, tais como: aparéncia estética, estrutura fisiea, padrao tecnoldgico, qualidade de acabamento superficial, tratamento cromitico, ordenamento dos seus elementos constituintes ¢ funcionais ¢, eventualmente, pode incluir valores sensiveis, emocionais. Naturalmente, tudo isso concorre para produzir diferentes modos de percepcao e agdes comportamentais do usuario em relagao a leitura, a imieragio ¢ ao uso do produto, Desse modo, essas bases conceituais sio empregadas aqui como suporte para analises e interpretagbes no que se refere a capacidade que tem um produto de comunicar alguma coisa ao seu usudrio-receptor, por meio de mensagens transmitidas em muiltiplos aspectos ¢ inferéncia: como, por exemplo, na leitura ¢ andlise semistica de uma cadeira, Uma cadeira, além dos significados transmitidos por sua propria configuragao e solugdes projetuais (ergonémicas, construtivas, mate~ riais empregados e qualidade de fabricacao), passa uma série de outros simbolismos, dependendo de sua categoria, classe e tipo de utilizacao, Assim ela pode ser, por exemplo, uma cadeira para uso residen- cial, para trabalho numa empresa, para estudo escolar, para descanso em lugar publico. Pode ser de uso de curta ou longa duragdo ou uma cade’ ra especifica para uso de criancas, adultos ou idosos ou singular, como as cadeiras para portadores de necessidades especiais. Enfim, cada modelo de cadeira transmitira, por meios denotati- vos, conotativos ¢ simbélicos uma determinada mensagem ou signifi- cado, nao sé para o seu usuario, mas também para outras pessoas. 0 trono do Papa nao é sé um objeto para se sentar. Ele é um simbolo que irradia poder, dignidade do cargo e pode até despertar certa veneragio religiosa. Uma cadeira de alto executivo (geralmente com espaldar enor- me, feita de materiais nobres © com sofisticada tecnologia) ¢ diferente de uma cadeira mais simples, utilizada por um funciondrio comum. Ou seja, a cadeira do executivo transmite, claramente, um sentida de hie~ rarquia superior dentro da empresa Esse tipo de anélise semidtica pode ser estendido para outros numerosos produtos, como veiculos, mobiliarias, roupas, obras de arte, pegas grificas, ambientes, e assim por diante, 14 Abrangéncia A semidtica abrange um leque de investigacao cultural ¢ de aplicagao bastante extenso, complexo, € abarca diversas areas do conhecimento, Porém, para efeito do desenvolvimento dessas bases conceitu- ais, optamos por fazer um recorte, tendo como ponto de referéncia ¢ de embasamento conceitual o contetido do texto de Charles W. Morris, “Tricotomia dos signos” - apoiado em algumas citagdes, com adapta~ des, da obra de Danielle Quarante (1992). Assim, o texto distingue, hicrarquicamente, trés categorias basi cas, identificadas nas dimensdes sintitica, semintica e pragmitica, que julgamos essenciais para os objetivos das referidas andlises e interpre- tages sobre produtos. Tricotomia dos signos / dimensoes “Transposto e simplificado as andlises de um produto industrial, considerado como portador de signos, tem-se o seguinte esquema tri- cotémico: Dimensao sintatica A sintaxe € 0 conjunto de relagées que existe entre as unidades: palavras, signos ¢ simbolos que formam 0 vocabulatrio, Em design, € o objeto concebido ¢ produzido tal como se apre~ senta e que pode ser descrito pelo ordenamento de seus elementos constituintes. E a estrutura de conjunto do produto. ‘O produto pode ser constitufdo por apenas um componente ou formado por blocos de componentes identificados por sistemas e/ou subsistemas e pecas iso- adas: (Grifo meu) Dimensao semantica A semantica € a ciéncia dos significados das palavras ¢ estuda a linguagem estabelecendo relacdes existentes entre o significado e 0 sig- nificante. Estuda a evolugao dessas relacdes, as mudangas de sentido, a sinonimia € a polissemia, assim como a estrutura do vocabulario. Define-se como 0 estudo das relagdes entre signos lingufsticos, pala- vras, locugdes ou expressdes € os objetos a que se refere Em design, a dimensdo semantica é a dimensdo do préprio obje- to e da coisa significada. E a significacio do produto. ‘As variagdes desta significagdo mudam em fungdo do carater dos objetos, das opgdes de representagao (imagem, desenho, fotografia, Jo80 Gomes Fitha Design do Objeto / Bases Conceituais IIS Tricotomia dos signos: as trés dimensdes objeto real) ¢ de simbolos que Ihes séo atribuidos. A interpretagdo sim- Délica dos objetos € variével para um mesmo valor de uso. Em um mesmo sistema denotativo, existem diferencas, por exemplo, os diferen- tes modelos de um mesmo tipo de produto oferecem valores semanti- cos distintos: (Grifo meu) Dimensao pragmatica Em design, é a dimensao légica, sfo as leis funcionais de utili- dade do objeto, envolve sua descricio técnica, construtiva, padrées exgondmicos, teenolégicos, e assim por diante. Em sintese, revela 0 grau de sucesso do produto. Esta dimensio mmitas vezes corresponde & descricdo publicitéria do produto e aos beneficios esperados pelo usuario. ‘Como por, exemplo, 0 automével Rolls-Royce é um meio de transporte movido por tracéo motora, é 116 potente, seguro, confortavel e duravel, Seu design incorpora todas as conquistas € inovagées tecnoldgicas modemas e praticamente dispen- sa servigos de manutengéo em curto € médio prazo’ (Grifo meu) © consumidor podera, ao longo de algum tempo, confirmar no todo ou em parte estas informagées quando se tomar usuario do veiculo, Como ponto importante, cabe destacar a ampla dependéncia entre as trés dimensées do produto. Essas categorias analiticas estio relacionadas e dependem hierarquicamente umas das outras.” (QUARANTE, 1992) Cabe salientar também que, dentre essas trés dimensdes de ani lise e interpretag4o semidtica do objeto, a dimensio semintica é a que propicia ou dé origem a uma maior possibilidade e variagao de leitura {sempre na dtica e de acordo com o reperiério cultural do usuario~ receptor leitor da informagio) e, por isso mesmo, sujeito as discussées, discordancias e até polémicas, quando confrontadas com outras andli- ses € interpretagdes por parte de usuarios ou outros criticos. Finalmente, é oportuno colocar que esse esquema tricotdmico (guardadas as devidas especificidades) pode ser empregado para a and- lise interpretagio de praticamente qualquer tipo de produto na rela~ G40 de comunicagao entre usuario e objeto. Pode contribuir, inclusive, para a leitura de organizagées ambientais, dependendo, naturalmente, do conhecimento e da experiéncia profissional do designer, na sua capacidade de trabalhar e articular esse conceito em relagdes formais e visuais mais complexas, A fim de tornar 0 exposto mais compreensivo, s40 colocados, a seguir, exemplos de leitura e interpretagado semidtica de diversificados produtos abrangendo as areas do design aqui tratadas, tendo como base de andlise e rebatimento conceitual as trés dimensdes descritas. Design do produto Automével: Rolls-Royce Ward 2000 Dimensdo sintdtics Refere-se & descri¢do do funcionamento téenico, organizacao visual ¢ estético-formal ¢ de suas inter-relagies sistémicas referentes & montagem € & fixacdo das partes € pecas que constituem o veiculo, parte externa: carroceria € seus componentes, como portas, janclas, rodas, pira-brisa, pdra-choques, compartimentos do motor € porta~ malas, grades, fardis, lanternas, frisos etc., € parte interna ¢ seus componentes: volante, painel, bancos, quebra-sol, porta-luvas, alavanca do cambio, revestimentos, ¢ assim por diante, Jota Gomes Fhe Desig do Objeto | Bases Conceituais i117 Dimensao seméntica Diz respeito & signi- ficago do objeto. As varia cées desta significacdo mudam em funcdo da natu- reza do objeto, de simbolos que lhes so atribuides e sobretudo, das conotagbes inferidas sobre ele. 0 Rolls-Royce, no caso, é ‘um automével que passa, sem ditvida, mensagens de status social, presti- gio ¢ altissimo poder aquisitivo de seu usuario. Além dos atributos que Ihe sao inerentes, como, muita poténcia, velocidade, beleza e até emogio advinda ao dirigir um veiculo desse porte. Dimensao pragmittica E a descrigdo légica do produto. De como ele é formado, sao suas leis de funcionamento, condigdes de uso ¢ de utilidade, Muitas vezes, assemelha-se com a sua propria descricéo comercial, como: Rolls-Royce € um meio de transporte movido por trag3o motora, ¢ potente, seguro, confortdvel ¢ duravel, Seu design incorpora todas as conquistas € inovagdes tecnolégicas recentes e praticamente dispensa servigos de manutengio em curto € médio prazo. ° Design grafico Cartaz Dimeusio sintitica Neste cartaz, refere-se a descrigao do contetdo e da organizacio visual dos elementos de sua diagra- macho, de sua aparéncia estético-formal e de stias rela- ces compositivas no que tange a disposi¢ao das ima- gens € do logotipo Kiss. Dimensdo seméntica Neste trabalho grifico bastante expressivo, pode-se inferir, por exemplo, um sentimento ligado perda e a ruptura. Ao corte violento de uma paixao amorosa (denotado pelo proprio nome do cartaz “KISS”, € conotado pelo detalhe do batom € sua cor avermelhada - que na cul tura ocidental, psicoldgica ¢ simbolicamente, remete ao significado de emogao), dramaticamente representado pela lamina cortante de um estilete ao seccionar o batom, 18 Dimensio pragmatica © cartaz publicitério ¢ configurado por folha de papel com determinadas qualidades grificas de tamanho, formato, gramatura, textura, acabamento superficial, cores, tipo de impressao etc. ¢ demais caracteristicas de funcionalidade em termos ergonémicos de discrimi- nalidade € legibilidade de textos imagens. Placas de transito Dimenséo sintdtica Nas placas de orientagao de transito no contexto urbano, a dimensao sintética refere-se & descri¢ao do funcionamento técnico ¢ da organizagao visual dos ele- mentos de sua sinalizacdo: diagramagéo, aparéncia e de suas relagées compositivas nas disposigbes dos clemen- tos representativos das mensagens textuais, icdnicas ¢ cromticas, as quais os motoristas devem obedecer, Dimensiio semantica Nesse caso, a dimensAo semantica absolutamente denotativa. A placa de sinalizacao nao pode deixar diividas quanto ao seu signifi- cado € & sua interpretagdo pelos uswirios-motoristas. Suas mensagens so convencionadas por leis, regras e regulamentos institucionais, reguladas por normas regionais, nacionais e internacionais estabeleci- das por consenso. Dimenséo pragmdtica A placa de transito ¢ configurada por uma base de metal (geral- mente) € com substrato das informagdes tratadas por meio de pintura de protesdo ¢ de acabamento. Com tamanho, formato e cores determi- nadas por padres institucionais, assim como com determinadas qua- lidades gréficas de tipo de impressio dos elementos informacionais obedecendo as caracteristicas de leitura legibilidade ergondmica, sobretudo em telacao ao seu posicionamento no espaco, com distancia © Angulos de visio favoraveis ao motorista. Outdoors Dimensiio sintdtica Organizagao visual dos elementos de sua diagramacao, aparén- cia estético-formal em termos de suas relagdes compositivas, imagens ¢ informagdes textuais, por meios estaticos ou dindmicos (painéis digi- tais ou eletronicos). Jeto Gomes Fitho Design do Objet j Rass Consus Hg ett mo McMenu. Os outdoors, amiincios publicitarios de dimensdes avantajadas localizados ao ar livre (geralmente distante do piiblico leitor), tém como principal objetivo passar uma mensagem extremamente répida, qualquer que seja seu substrato de informagéio: midia impressa (infor- macao fixa), midia eletrOnica (informagdo cinética) ¢ outras. O tipo ea forma de comunicagao séo similares aos do cartaz € a forma pela qual a informacao ¢ passada pode ser por denotacaio explicita ou mais sutilmente por cono- tagdo €, até mesmo, por meio de sublimaco, caso dos painéis eletronicos, por exemplo. Os outdoors, de modo geral, sio estruturados por suportes de metal ou de madeira com substratos da informagao em papel colado, tela em tecido ou eletroni- ca, Possuem formatos geralmente retangulares e gran- des o suficiente para serem vistos de longe pelo piblico transeunte e por motoristas. Aqui também segue 0 que {4 foi dito para o cartaz em termos de padrio grafico, cores, impressio, resisténcia a intempéries ¢ leitura ergondmica. Sab&o Omo Dimenséto sin Funcionamento técnico e organizacao visual dos elementos de sua diagramacao, de seu estilo estético-formal em fung%o de cores e arranjo gré- fico na disposigao das imagens do logotipo Omo ¢ demais mensagens textuais publicitarias, de instrugdes de uso, de funcionalidade ete. do pro- duto embalado. Nesse caso, a aparéncia estético-formal da embalagem visa, por meio de seu tratamen- to formal, conotar dinamismo ¢ limpeza por meio de elementos graficos que passam a sen- sacio de movimento (atrago € apelo visual) € das cores branco azul, tradicionalmen- te conotadas & higiene e & limpeza, objeti- vo ébvio para 0 uso do sabao na remocao de sujeira, 120 Joao Gomes Fitho: Dimensiio pragmédtica A embalagem € configurada por caixa de papeldo, com determi- nado tamanho ¢ formato geométrico. Possui seis lados, ocupados com elementos grificos com variadas informacées: marca, tipo de sabao, mensagens de uso € de cuidados especiais, etiqueta de preco etc. Tudo dentro de determinado padrdo grafico, cromatico € tipo de impressao. Resisténcia adequada do material ¢ adequacao ergondmica. Dimensa&o semantica Por tltimo, sao colocados trés exemplos de leitura e interpreta- 40 de produtos grificos, apenas com énfase na dimensio seméntica: Marca Marca da Rede Globo de Televisdo. Uma das interpretacées semanticas que pode ser feita, por exemplo, é a da representacao do globo terrestre ¢ nele uma imensa tela de televisdo dentro da qual esté representado novamente 0 mundo englobando tudo 0 que nele pode ocorrer em matéria de acontecimentos televisivos: noticias, shows, espetaculos diversos ¢ outros eventos. ‘artaz. Neste cartaz, 0 desenho da letra a, representada pelos dois baila- rinos, evidencia o significado do tango como tradicional genero musi- cal. E, a0 mesmo tempo, o tipo de danga associado a ele, como uma coreografia de grande beleza plastica em que os elementos simbélicos de emocdo, sentimento, paixio etc. séo despertados ¢ transmitidos visualmente pela sensago de movimentos dos bailarinos carregados de sensualidade. Amincie A empresa Benetton ¢ famosa por produzir campanhas calcadas em temas sensiveis (geralmente de caréter politico, sutis e contrastantes, envolvendo tabus sexuais, conflitos raciais, direitos de minorias sociais tc) que induzem a polemicas anélises ¢ interpretagdes seménticas em tomo das mensagens publicitarias veiculadas por seus produtos. TANGO Design do Objeto / Bases Conceituais 121 Design de moda Vestuario Dimensiio sintética Refere-se & descri¢ao e & estrutura visual e estético-formal da roupa, seus acessérios ¢ de suas inter-relagdes sistémicas em termos de sua organizagdo compositiva como, por exemplo, mulhei to calgado, meia, saia e blusa ou homem: conjunto calgado, meia, calca, camisa, paleté, gravata, cinto etc. (e, eventualmente, a decom- posicao de cada um deles), associados a determinados estilos sociais, esportivos ou de trabalho. onjun- atic Diz respeito 4 dimensao do proprio objeto € do que cle pode sig- nificar, As variagoes desta significagdo mudam em fungéo do caréter dos objetos ¢ de simbolos que Ihes sao atribuidos ¢, sobretudo, das conotagoes inferidas sobre eles. No caso do vestuario, essa dimensao cresce em importancia ¢ se diversifica em fung#o dos infinitos estilos ¢ padrdes estético-formais aliados @ imensa diversidade de tipos de vestuarios ¢ acessérios e, ainda, de suas multiplas combinagdes de elementos. Importante destacar que, nesse caso, a leitura ¢ a interpretagao podem ser feitas de dois modos: dos objetos de per si ou do conjunto formado pelo usuario vestuario, caso em que a andlise se estende e fica mais rica ¢ complexa em significados. Dimenséo se Dimensio pragmdtica B a descrigao ldgica do produto ou do sistema de produtos que compiem 0 vestuario como um todo, de como ele é formado. Séo suas normas de funcionamento, de condicdes de uso € de utilidade, da com- binacdo de suas pecas e acessérios, de sua durabilidade, conforto, seguranga, € assim por diante, 122 Classificagéo funcional Ainda como contribuigéo complementar a andlise e interpre- tagdo semidtica no design do produto, sao expostos a seguir alguns conceitos igualmente importantes, retirados da lingilistiea, em que so Propostas numerosas classificagdes funcionais, em particular a de R. Jakobson (QUARANTE, 1992). Distingue, entre outros, os seguintes aspectos principais: Mensagem denotativa / referencial Ea que informa sobre o real, a concordancia entre 0 objeto ea mensagem. Exemplo: placas de sinalizacdo em estradas, que informam 20 usudrio-motorista sobre diversas regras a serem obedecidas, como direcao a seguir, diminuigao de velocidade, passagem de pedestres ete. Sao informagées que nao devem causar ditvidas. Mensagem conotativa / implicativa Ea que se estabelece sobre as relagdes entie mensagem e recep- tor. Supde opgdes que tenham em consideragio as motivagoes do receptor para obter uma reacéo. Exemplo: perfume utilizado para fins de sedugao. Mensagem emotiva Ea que estabelece relagdes entre emissor da mensagem e a men- sagem. Trata-se do campo das conotagdes que poe em jogo o emissor € a maneira estilistica com que se pode traduzir uma informagao. Exemplo: produtos como roupas ¢ acessérios numa dada situacao de uso, fora de um determinado cantexto, como passear num parque ves- tindo um traje de gala. Mensagem metalingiiistica Ea mensagem explicativa, uma linguagem que fala dela mesma, Precisa o significado da mensagem quando houver chividas ou sinal de que 0 contexto deve interpretar a mensagem. Como um dicionario, ins- trumento explicativo de uma lingua que fala sobre si propria. Denotativa referencial Conotativa implicativa rt rer ro Deerert Caan iit Jogo Gomes Fatho Metalingiiistica Design do Objeto / Bases Conceituais 123 Outros dois fatores importantes para a concepgio de abjetos szio os conceitos semidticos de monossemia ¢ polissemia, exemplificados a seguir: Conceito de monossemia A monossemia é conceituada como o grau de preciso do signo. Quanto menor for o niimero de unidades formais que consti- tuem 0 produto como um todo ou quanto menos indefinida ou equi- vocada for a leitura de um produto, maior serd seu grau monossémi- co, que ¢ igual A sua maior compreensao, decodificacdo ¢ inteligibili- dade possivel. Este conceito, portanto, se liga 4 melhor organizagio gestalti- ca da forma do produto. £ conectado aos conceitos de clareza, sim- plicidade e, mais radicalmente, ao conceito de minimidade de unida- des configuracionais - em sintese, de melhor pregnncia visual, (GOMES, 2000) Em outras palavras, 0 produto deve ser claro ¢ nfo deixar diivi- das quanto & sua leitura e, prineipalmente, quanto & operacionalidade de alguns tipos de produtos — casos tipicos de produtos como painéis de aeronaves, de usinas nucleares etc,, em que um erro de interpretagao de uma informagao ou um manuseio incorreto pode ser fatal. Conceito de polissemia A polissemiia ¢ conceituada inversamente & monossemia. £ o grau de imprecisio ¢, em certos casos, de ambigitidade do signo (naturalmen- te dependendo do tipo de objeto). Isto é, quanto maior for o niimero de unidades formais que constituem 0 produto, quanto maior for 0 grau de imprecisio e indefini¢do em relagdo & sua compreenséo, decodifi- cagao ¢ inteligibilidade maior sera sua polissemia. E ligado aos conceitos gestalticos de ambigtiidade, profusdo e de complexidade configuracional, geralmente apresenta baixa ou média pregnancia visual. (GOMES, 2000) A polissemia caracteriza-se, tambem, por elevada quantidade de significados conotativos possiveis para um determinado produto. Por exemplo: joias suntuosas € vestidos sofisticados de alta cultura sao geralmente produtos polissémicos. Também os objetos em linguagens formais ¢ estilos rococé, barroco € gético so bons exemplos. A escolha de um ou de outro desses dois conceitos para a con- cepetio do objeto, obviamente, tem a ver com a definicao, a priori, das bases conceituais mais adequadas de uso, funcionais, de operacionali- dade e estético-formal com destaque para a definigto do estilo a ser empregado para o projeto. Ino Gomes Filho Monossemia Design do produto Design grafico Design de moda Polissemia Design do produto Design grafico Bases conceituais técnicas do prod | , — Joio Gomes Fito 127 Design da Objeto | Bases Conceltuals Estas bases conceituais sdo intrinsecamente ligadas a funcdo pratica e referem-se ao inter-relacionamento € & interacao das etapas do processo de design do produto. Envolvem informagées para o estudo de solucées projetuais permeando as fases de conceituagao, concep¢ao € desenvolvimento do projeto e englobam também, mais especificamente, nogoes gerais relativas a dados para a fabricagdo, confeccao ou impressio dos produtos tratados. Objetiva transmitir ao designer conhecimentos basicos para que cle proceda a reflexdes ¢ decisdes sobre a adocao de determi nadas recomendagées, procedimentos, especificagé antes e no transcorrer do trabalho criativo, em termos de fixagéo de pré-requisitos ¢ de estudos funcionais ¢ formais até o protétipo final do produto (*cabeca de série"), para sua posterior producio em escala, Nesse contexto, visa também prover informagdes conceituais para a definigdo @ priori de tecnologias que serdo empregadas con- substanciadas em escolha de materiais, sistemas construtivos, métodos € processos de fabricacéo; tipos de acabamentos de superficies e padrées cromaticos ¢ de revestimentos; realizacao de testes funcionais, operacionais ¢ ergonémicos; célculos matematicos; atendimento as normas gerais ¢ especificas, e assim por diante. Tudo isso logicamente subordinado a graus de variagao de acor~ do com a natureza, a classe, 0 tipo ¢, ainda, conforme a menor ou maior complexidade de configuragao fisica, teenolégica e estético-for- mal do produto que estiver sendo concebido ~ sempre em consonan- cia com a qualidade global desejada para ele. Isto posto, para uma compreensao mais clara e detalhada, definimos as bases conceituais técnicas do produto compartimenta~ da em quatro outras bases conceituais tipicas, assim desdobradas: es téenicas etc., Bases conceituais tecnoldgicas do produto Relacionadas a categoria, classe, tipo e outras especificidades de natureza técnica, criativa e projetual definidas ¢ aplicadas na con- cepcio © desenvolvimento do projeto do produto. Nestas bases conceituais séo colocados € descritos numerosos exemplos do esta- do da arte da tecnologia, por meio de produtos significativos. Blas objetivam nao apenas situar a importancia das diversas solugdes tecnolégicas hoje em dia disponiveis, mas também servir como subsidios € referencias projetuais para a pritica profissional do designer. 128 Bases conceituais do material do produto Referente a natureza, categoria, classe, tipo e outros atributos dos materiais especificados para a configuracdo fisica do produto, Os materiais sao classificados, tipificados, descritos ¢ conceituados em funcao de sua importincia nas aplicagdes que abrangem os diversifi- cados produtos que pertencem as varias areas do design aqui tratadas. Bases conceituais do sistema construtivo do produto Alusiva aos conjuntos, subconjuntos ou blocos de componentes € pecas que configuram a estrutura fisica ¢/ou funcional do objeto como um todo ~ especialmente produtos sistémicos. Trata da impor- tancia ¢ do valor conceitual de um instrumento analitico que permite auferir beneficios projetuais em relaglio a eventusis facilidades e sim- plicidade de solugdes impostas & concepeo, ao desenvolvimento pro- jetual e 4 producdo do produto. Bases conceituais do sistema de fabricagéo do produto Alusivas aos conhecimentos dos diversos aspectos relatives aos sistemas de produgo de modo geral. Engloba nogées basicas sobre as técnicas, métodos ¢ processos de fabricacao, de confeccao impressao estabelecidos para a configuracao fisica do produto. ‘A seguir, cada uma dessas bases conceituais ¢ definida, explici- tada e detalhada. Joo Gomes Filho Bases concettuais tecnolégicas do produto OS) 130 Joo Gomes Filho Motor motor, em suas varias versdes (enicas (clétrico, hidrulico, pncumético, eletronico, a pisides, de combustio etc), € um produto coadjavante fundamental para proditzir elow ‘ansmitir agdes de movimentos em outros produtos, como, por exemplo, maquinas, equipamentos, insinumentas, dispositivos © acessérios industrials, veiculos em geral, aparelhos domésticas e eletroeletronicos. Lampada tsar peda ¢ U.cts Baia as lade occas ose See Ses Naeger descente uma das mais utilizadas cm luminarias. Principais elementos de seu funcio- ramen Cilia deale sana ere enanesia tga eens ae nie amceteem res ere ratiacdo na parte visivel do especto) Erte jaar de inatex a0) tn etre agente te eye Tomar renciads) 5: Gas (ulizado no interior do hulbo, funciona para redur a evapora do Mlamento Ge ee eesdeeneet eerie 4: Bas (de rosta ou de hata, serve para figar a fampade ao veceptéato. Luminérias Atualmente, existe o5 mais vatiados tipos de lémpadas que foram sendo desenvolvi- os 20 longo do tempo em furcio, do desenvolvimento de diversas lecnologias, que contemplam inumeraveis aplicagies. Dentre as principais aplicacdes, destacam-se as relacionadas as lumindrias que, por sua vez, se diversiicam em muitas categoria, cas Ses, tipos ¢ maielos de uso, como, por exemplo, para ambientes residenciais, comerciais, industriais,culturais,esportivos, piblicos, ¢ assim por diante, costura movida 2 motor eletrico. Design do Objea Bases Conceiuais Categoria conceitual Tecnologia [Do gr. tekhinologia, ‘tratado sobre uma arte!} 1, Si Conjunto de combecieto, exp principio cientficns, que se aplcam a tim determinado ramo de aiviade. Conceitualmente, de acordo com J. A Medeimns et. A. Medeiros °A teenolo- sia € 0 conecimento utlizao-na crn iv ou apereigoamento de produtos © servigos. um definigfo mais ampla “A. tec nologia € 0 conjunto de conhecimen- 40s, prtiens e cientitions, aplicados a abtencio, distibigao © eomercaliza- fio de hens e serigos.” (MEDEIROS e MEDEIROS, 1995) Avango da tecnologia Sdo inumeriveis as teenologias hoje dlisponiveis. Dentte as. mais avant das, destacam-se aquelas que, inclusi- ve, concornem para originar mais ¢ mais outras tecnologias, como: a de comunicagies por satélltes, com deri- vaca para os sistemas de posiciona- mento global GPS; de telefonia celu- Jas, com base nas ondas de rédio; dos materiais compostos; da cormputaggo digital; da nanoteendlogia {miniaruti- zagio de objetos), implantes biduicos; do relégio atomicn; da biorecnologia, da_engenharia genética, © assim sucessivamente, Todas. estudadas, pesquisudas, desenvolvidas e imple mentadas na pratica por profissionais de todas as areas do conhecimento € ie atividades bumanas, Oportuno ressattar aqui a contribuicso valiosa dos designers, profissionais que se dedican & concepedo de diver sificades produtos ¢, portanto, contei- buindo para a eagio © desenvolvi- mento de tecnologias. 131 Consideramos estas bases conceituais tecnolégi- cas conectadas principalmente & fungao pratica. Concerne aos conhecimentos necessarios para a identi- ficagdo ¢ estabelecimento, a priori, da tecnologia a ser utilizada no design do produto, Envolve desde os estu- dos iniciais de conceituagdo, concepgdo e desenvolvi- mento do projeto do produto até as etapas finais de sua produgdo ~ em consonancia com a linguagem de confi- guragao fisico-estrutural do objeto © ao conhecimento do conjunto das bases conceituais aqui colocadas. ‘Importante lembrar que, dependendo da nature- za, categoria, classe © tipo do produto, este poderd incorporar uma ou mais tecnologias. Principalmente em objetos sistémicos de maior complexidade técnica, como veiculos, maquinas, equipamentos, colecdes de alta costura, produtos grificos sofisticados etc., bem como em componentes de postos de trabalho ou de ati- vidades inseridas em ambientes industriais, comerciais, culturais € congéneres, O design de um avido de porte, um equipamento de impressio off-set, ‘uma embarcacio, uma estagiio espacial, um edificio de escritérios moderno, so exemplos que sintetizam bem a utiliza¢do de numerosas tecnologias. residenciai Trabalho do designer Para a consecuciio desses objetivos, abre-se aqui um parénteses para colocar uma observagao importan- te no que se refere 4 oportunidade de o designer poder trabalhar de forma individual ou coletiva. 0 trabalho individual € possivel quando o desig- ner tem a experiéncia, 0 conhecimento dos meios téeni- cos ¢ 0 dominio das tecnologias que o produto vai exi gir. Nesse caso, o designer poder trabalhar, inclusive por conta prépria, do inicio ao término do proceso de pro- Jetacio © até, se for 0 caso, na etapa de orientaco e acompanhamento da fabricagao do produto na indistria, JA 0 trabalho coletivo se torna necessario quan- do o design do produto presupde a utilizagao de um maior aparato técnico, de exigéncia de pesquisas mais aprofundadas ¢ uso de tecnologias mais complexas sofisticadas. 132 Nesse contexto, o designer vai se inserir necessariamente num trabalho mais amplo, no ambito da propria empresa, e envolverd outros profissionais, como: cientistas, engenheiros, projetistas, pesqui- sadores, fornecedores especializados, administradores, especialistas de marketing, ¢ assim por diante. Bases da tecnologia moderna Para se ter uma compreensao mais detalhada da origem, desen- volvimento © aperfeigoamento das diversas tecnologias existentes {hoje disseminadas em produtos que se inserem praticamente em todos 05 campos de atividades), seria preciso discorrer a fundo sobre os prin- cipios fundamentais tanto da ciéncia pura quanto da ciéneia aplicada, considerados como uma iniciagdo a ciéncia elementar que esti na base da tecnologia moderna. Principios esses que abrangem, por exemplo, a natureza da matéria, as propriedades da eletricidade, do magnetismo, da luz, da cletrénica, da mecinica, e assim sucessivamente — 0 que, naturalmente, foge aos objetivos desta obra. Tendo em conta este fato, optou-se entio por deserever, por meio de informacdes & comentarios sucintos exemplificativos, algu- mas das variadas tecnologias hoje disponiveis, que indicam a impor- tancia dessas bases conceituais e, a0 mesmo tempo, situar as Areas de atividade em que o designer pode atuar com maior ou menor calabo- racdo ¢ desenvoltura profissional. Exemplificagoes Qualquer produto, por mais simples, embute obviamente no seu projeto e posterior fabricacao a utilizacdo de algum tipo de tecnologia. Seja a partir do seu modo de uso, funcionamento operacional, adequa- Go ergondmica, processo cognitive etc. ou em relagiio aos aspectos mais técnicos que envolvem, principalmente, os materiais, sistemas construtivos © 0s processos de fabricacdo, confeccdio ou impressio empregados. Para o designer, o que importa saber ¢ qual a natureza ¢ o nivel de dificuldade da tecnologia requerida para o design (ou redesign do produto — nesse caso, envolvendo a implementacao de inovagdes tec- nolégicas). Assim, para esse efeito, retomamos aqui com mais detalhes a conceituag3o ja definida no corpo da apresentac&o deste livro, que trata da conceituagéo do produto industrial/niveis de complexidade configuracional, tecnolégica e de fabricagao. Jos0 Gomes Filho Design do Objeto / Bases Conceltuais Eletrénica “Bletrniea ¢ 0 ramo da ciéncia © da fengenharia que se ocupa das variagbes das correntes elétricas que usualmente representam sinais de dados, como 0s de audio e video, on as operagies Togi- ceas em cireuitos de computador, em que se destacam os principals elemen- 10s: ~ Semicondutores, Substincias que permitem que um fuxo carregado de particulas passe por elas (conduioras) ‘ou nao (isolantes). Todavia, a condutt- vidade de algumas substinciss varia significativamente de acorlo com as condigdes externas. Semicondutores como o silicio fazem parte desta cate- ‘goria dle substncias ~Transistores. Consistem em uma pea de semicondutor, Tém duas juncées de semicondutores < podem Ser usados para ampliar ou comutar correntes elé- tricas. S80 usados como amplificadores ‘em apatelhas de som e como comuta- cdores em cieuites digits.” (WRIGHT ¢ PATEL, 2000) Os automdveis modemos, por exemplo, ineomporam as mais recentes, variadas sofisticadas tecnologias. Tecnologia Mecanica ‘Mecca € 0 rama da fsica que trata das forcas, do movimento, do traba- tho, da energia © dos principios em aque se basela @ operacdo de mayuinas simples.” Maquinas simples “Em mec&nica, uma maquina simples € um mecanismo que aliera # forca aplicada nela de tal mancira que essa forca passa a atuar de uma forma mais uit Por exemplo, ela pode converter uma pequena forca que atua a uma grande distineia em uma forga muito maior, agindo 2 uma distancia menor ‘As mais conhecidas sao: as polias, as alavaneas, as exgrenagens, as molas, as manivelas e 0s cames.” (WRIGHT € PATEL, 2000}. Oportuno observar que muitas méqui- 1nas posstiem também outras méquinas simples dentro delas, coma € o caso de motores de carros, méquinas de lavar, hiciclets, furadeiras, tornos, fresas, liquidificadores, impressoras ete 133 Recordando em parte, nela so conceituados, em trés categorias, os produtos de baixa, média ¢ alta complexidade, a saber: 1. Os que requerem modos de tecnologia conhecidos, dominados e mais usuais, S40 os produ- tos de baixa complexidade, como, por exemplo: cadeiras, estantes, armérios, copos, pratos, talheres, lumindrias, vasos, vestidos, camisas, meias, produtos grificos editoriais ete. Feitos com materiais como madeira, metal, plastico, papel, vidro, ceramica, teci- dos ete. E utilizando, por sua vez, processos indus- triais de fabricag&o, como: marcenaria, serralheria, estamparia, forjaria, moldagem, usinagem; corte costura; impressao e outros. Em resumo, caracterizam-se por serem produtos de configuracdo realmente simples e que podem ser construt- dos em pequenas oficinas ou empresas de pequeno porte, 2. Os que requerem modos de tecnologia ja conhecidos € dominados, mas que exigem uma ou outra inovac%o tecnolégica - geralmente produtos de média complexidade (principalmente produtos sistémi- cos), como, por exemplo: bicicletas, impresoras, tea~ res, totens de comunicagdo visual, roupas ete. Utilizam 0 lesmos processos industriais, porém, com sua fabricacdo ja implicando o concurso de empresas de médio ¢ grande porte, incluindo, eventualmente, fornecedores externos. 3. Finalmente, os produtos sistémicos de alta complexidade, que requerem, normalmente, para sua produgao, modos de tecnologia nem sempre conhecidos ou dominados, ¢ que exigem constantes inovagdes tec~ noldgicas e que, muitas vezes, obrigam a criagao ou 0 desenvolvimento de novos materiais; a concepgio ou aquisigéo de méquinas ¢ equipamentos especiais; desenvolvimento de novos métodos ¢ processos de pro- dugao ete. ¢, eventualmente, a inversio de altas somas em investimentos. A fabricagao de determinados produ- tos sistémicos pode, inclusive, envolver mais de uma empresa, no contexto de filosofia de trabalho compar- tilhado, contando também na maioria das vezes com a participagaio de muitos outros fabricantes fornecedores (caso das indistrias montadoras, por exemplo). 134 Convém esclarecer que em razo da relatividade dessa classifi- cago, em muitos casos, um mesmo produto pode se enquadrar nas trés categorias citadas, como, por exempl cleta, um livro, um vestido. Basta que pertencam a tipos diferentes. Exemplificando com um par de éculos: * baixa complexidade: configurado por lentes de vidro comum, sem grau e de armacao muito simples; © média complexidade: dotados de lentes com grau, de material plastico acrilico e de armacio mais elaborada; © alta complexidade: dotado de lentes especiais do tipo multi- focal, com armacio de material mais leve, resistente e durivel (titanio, por exemplo) € com exigéncia de processos de fabricagio mais sofisti- cados. Isto posto, so comentados, a seguir, diversos produtos que podem ilustrar melhor esses conceitos. im carro, uma casa, uma bi Jo30 Gomes Fo Automével 0 automével, desde sua criagéo, é um exemplo marcante da uti- lizagao de varias tecnologias. Conjuga, integra ¢ articula mutuamente os prineipios de cigncia pura ¢ aplicada com énfase para as tecnologias mecénica, eletroeletrénica ¢ informatizada com os seus diversos sistemas © componentes (carroceria, bancos, motor, bateria, radiador, volante, sis- tema de transmissao, caixa de cimbio, diferencial, suspensio, rodas, tanque de combustivel, escapamentos, cintos de seguranga, air bags etc) De forma geral, os carros modernos contam com os impressio- nantes avancos no emprego das citadas tecnologias. Como novidade mais recente, destaca-se a tecnologia informatizada que, por meio do uso de microprocessadores ¢ de outros dispositivos eletronicos, auxilia a incrementar qualitativamente os sistemas de comunicagao e os siste- mas operacionais (controles, ajustes ¢ diagndsticos eletromecanicos, comunicagdo por satélite, entre outros) além de propiciar 0 uso de radios, CD-players, TV a bordo etc. Isso tudo concorre para aumentar a confiabilidade mecnica ¢ os fatores de seguranca e conforto. Destaque também para as tecnologias voltadas para alternativos modos de impulsao dos carros como os aperfeigoados motores de turbina a gis, elétricos, pela luz solar e células de combustivel. Design do Objeto / Bases Conccituais 135 Televisor 0 televisor esta ligado a todo 0 avango teenolégico dos sistemas televisivos. Sobretudo em relagdo ao advento da televisdo digital, que, além de proporcionar imagens de alta resolucdo e melhoria de som, inerementa com mais qualidade a oferta de variedade de canais e amplia a possibilida- de de transmissio simultinea de varios canais na mesma tela, apresenta- ‘sao de programas sob demanda, acesso 4 internet € outros servicos. Os modemos aparethos de TV passam por incessantes mudangas, dentre as quais se destacam, principalmente, a opgdo de tela grande, proporcao do tamanho de tela, largura e altura, que € de 5,3:3 (a da TV convencional é de 4;3) propicia uma melhor adaptacao ao campo visual das pessoas € melhor adequagao para assistir a filmes ¢ eventos espor- tivos, por exemplo. £ proporcional ao formato da tela de cinema; novo sistema de alta definicgo (HDTV), com aproximadamente 1.100 linhas de resolugao. Proporciona imagens mais nitidas ¢ detalhadas, em com- paragdo ao sistema convencional, que apresenta de 525 2 625 linhas horizontais, € novas tecnologias de telas, como as de plasma (configu- radas em paineis que podem medir mais de um metro de largura, com poucos centimeiros de profundidade), ¢ as planas, que incluem 0 VCL {visualizagio de cristal liquido) e melhoram significativamente a quali- dade de imagem em TVs padrao HDTV. Reldgio Ha bem pouco tempo, os relogios (de pulso, de mesa, embutidos ou agregados em outros objetos) funcionavam mecanicamente. Porém, gracas ao avanco da tecnologia, surgiram os reldgios de quartzo, uma auténtica revolugio que praticamente aposentou os mecanicos. Estes relégios possuem os mesmos mecanismos que fazem girar as engrena- gens € 0s ponteiros da hora ¢ dos minutos de um relogio mecinico. “a diferenga no rel6gio de quartzo esté no fornecimento de energia, produzido por ume pilla ou bateria, e no mecanismo regulador, em que um cris tal de quarzo vibra e produz impulsos elétricos a um ritmo fixo. Um microchip transforma esses iimpulsos de alta freqiténcia em impulsos lentos, encartegados de regular o funcionamento elétrico, Alguns rel6gios morlemos de quartzo nao tusam baterias, em vez disso, geram eletricidade mediante um peso oscilante que € ativado gracas ao movimento do usuario.” (WRIGHT e PATEL, 2000) Lnportante também lembrar dos relégios atomicos, utilizados para pesquisas cientificas e redes de comunicacdo ¢ transporte. No que se refere aos relogios de pulso, atualmente, é impressionante a quanti- dade de modelos ¢ de seus variados modos de uso: social, trabalho, esportivo ¢ atividades profissionais diversas, com design em diferentes estilos estético-formais. 136 Jo3o Gomes Fiho Evolugio dos televisores Os modemos aparelhos passam por incessantes mudangas tecnoldgicas, com reflexos dizetos em suas caracteristicas dimensionais, confzhilidade de uso, desempenho teeni- co-operacional, padrdes c cstilos estétieo-formais e, naturalmente, inftenciando hab\- tos, costumes ¢ comportamentos culturais das pessoas. Robé ‘A palavra origina-se do tcheco robots, que significa servo, 0 termo robd fi utilizado por Karel Capek em 1923, Robotica Robotica € uma area multidiseiplinar, que busca 0 desenvolvimento © a integragio de técnicas ¢ alyoritmos para a criagio de robds. A robbtica entvolve matérias da engesha- ia mecinica, eléttica, inteligencia artifical, entre outras Conyeniente citar que os microprocessadores influenciaram diretamente a capacidade de todas as miquinas industriais, tendo impacto decisivo nas teenologias associadas & robtica, petmitindo que a caqracidade de processamento de informacdes se multiplicas- se de forma extraordincria © robs, como simulator de voo, & utllizado para treinamento de pilotos de avides Obvizmente, o simulator reproduz as situayies reais desse tipo de trabalho. Para tanto, faz.uso de um posto de trabalho semelhante-a0 das eabines reais das acronaves (como & da foto, por exemple} Robé industrial Realiza 0 deslocamento e o transporte de cargas em areas de produgéo, bem como ala~ vvanca umra série enorme de ativiales, em outtos ramos do trabalho humano, executan— do misses deste 2s mais simples 4s mais complexas, insalubres ¢ perigosas. Na indéstria automobilistica, os robs vém substituindo cada vez mais o homem em diversas tarefas, provocando uma verdadeira revalugaa aia 38 nos métodos « processos de fabcicecdo, mas também erfando problemas Sociais, como a inevitivel diminuigao da romero de ofertas de emprego. Design do Objeto / Bases Conceituais 137 Avido nido pode sé As induistrias aerondutica e aeroespa~ cial sdo exemplos tipicos e sintetizam bem os produtos que nao sé utilizam vasta gama de diferentes tecnologias, fruto do trabalho no envolvimento de incessantes pesquisas, como também sio precursoras no desenvolvimento e nas descobertas de inumeraveis inovagdes tecnolégicas aplicadas a outros objetos. Os produtos sto concebidos, desenvolvi- dos e fabricados em func&o da unio € colabo- racio mutua de grande contingente de empre- sas € de profissionais de diversos campos do conhecimento, além de contar com gigantescos complexos operacionais de produgio. Raupa espacial “A roupa espacial, ou unidade de locomogao extraveicular, usada pelos astronautas € muito mais que uma simples protegao. Ela incorpora sistemas complexos como equipamentos de pressurizacao, provimento de oxigénio, protegio contra microparticulas espaciais ¢ controle térmico (em situagdes em que as temperaturas variam de - 155° a 120 °C em ntinutos), sistemas de propulsdio por meio de unida- des compactas presas a roupa, o que Ihes permite total flexibilidade de movimentos. Dentre os varios itens que compdem a vestimenta, destacam-se: capacete € visor com protecao contra os raios ultravioleta; camera de video, luzes ¢ comunicadores acoplados ao capacete; saco de bebida; conjunto médulo ¢ telas de controle; luvas especiais, com pontos para prender ferramentas; saco de absorvéncia para coleta de urina; resfri dor e sistema de ventilacdo; tanque de agua € de oxigénio etc. ‘A roupa é ainda constituida por diversas camadas de tecidos especiais que envolvem ¢ desempenham fungdes como, por exemplo: camadas de protecao externa contra impacto de particulas espaciais, camadas contendo pequenos tubos de agua, camadas com laminas de pressdo ¢ outras.” (WRIGHT e PATEL, 2000) Robés Pode-se dizer que 0 rob6 contemporaneo (como servomecanismo) um prolongamento mecanico de um computador. Por isso, tem todas as vantagens da tecnologia informatizada em preciso, velocidade ¢ a 138 habilidade para desempenhar determinadas tarefas perfeitamente e com repetigdes seguidas. Além de propiciar economia de trabalho, os robés sao ideais para trabalhar em ambientes agressivos e perigosos para os seres vivos. Muitos robds sto movidos por meio de sistemas de ar comprimido ou hidréulico, porém grande parte utiliza motores elé- tricos, porque oferece posicionamento mais preciso. Em sua maioria, eles sio programados para repetir uma série de atividades, tarefas ou determinado comportamento, sempre de acordo com instrugées recebi das. Existem diversos tipos ¢ classificagdes de robés, dentre os quais se destacar Robés inteligen Sao manipulados por sistemas multifuncionais controlados por computador, que interagem com seu ambiente por meio de sensores. Suas decisbes s4o tomadas em tempo real. Rabés com controle por computador Assemelham-se aos robés inteligentes, mas nao interagem com o ambiente. Uma vez equipados com sensores e softwares adequadas, podem ser transformados em robés inteligentes. Robés de aprendiaagem S4o os que se limitam a repetir uma seqiiéncia de movimentos, memorizados ou realizados com o auxilio de um operador. Manipuladores Sao sistemas mecénicos multifuncionais, com sistema de controle muito sensivel, que permite comandar 0 movimento de seus membros. 0 rob6 pode ser classificado em: 1) sem controle-servo, neste caso, € 0 programa que controla o movimento dos seus diferentes componen- 1s. Realiza-se em um pos controle-servo, neste tipo de controle, sto permitidas duas maneiras de trabalho: a) controle dos movimentos dos membros do robé em funco de scus eixos € b) os movimentos sao realizados ponto a ponto ou com trajetoria continua. Os movimentos configuram-se da respectiva posigtio de seus eixos de coordenada e da orientacdo da ferramenta do 10b6, ‘iontamento “ponto a ponto” no espaco; 2) com Mdquinas operatrizes No mundo dos sistemas de produgéo, sobretudo nas fabricas, merecem especial destaque as tradicionais maquinas operatrizes, que esto evoluindo em todos os sentidos tecnolégicos: sistemas mecdni- cos, eletroeletrénicos, informatizados, e assim por diante. Joie Gomes Fy Design do Objeco/ Bases Conceltuals Realidade virtual Realidade Virtual (RV) pode ser definida, de uma mancira simplifieade, como a forma mais avangada de Interface do usuario de computador aré agora disponivel, com aplica- ‘do na maioria das areas do contecimento, Diro de outra maneira, a realidade virtual é tuna forma das pessoas visualizarem, mani- pularem c interagirem com computadores € Gados extremamente complexos. (.) Agrupando algumas outras definigdes de realidade virlual, pode-se dizer que € uma técnica avangada de interface, em que © usuario pode realizar imersio, navegacio © infeyacio em um ambiente sintetico teidi- mensional gerado por computador, uili- zando cemais multissensoriais.” (KIRNER, 2006), Luvas para realidade virtal sto disposici- vos que, por meio de sensores, detectam & ‘medem as flexdes © abdugbes dos dedos. Os sensors podem ser mecanieos, épticos ou hibridos, ‘Simuladores sao equipamentas diversos que transinitem a realidade por meio de movie mientos € vibragoes, Fscudos € cadeiras espe- ciais s40 exemplos disso, Existem diversos tipos de capacetes para viswalizagao de realidade virtual, A principal caracteristica desses equipamentes € que podem ser estereascapiens ou monoscbpicas: lunra ou duas cenas; binoculares ou monocu- Jares: um ou os dois olhos estimulados; opa- cos ou translicidos: substituem ou comple- ‘mentarn a realidade objetiva ‘Mouses para interatividade com amblences \VRMIL stio capazes de tomar 0 ambiente par- ticipattva, seguindo os movimentas executa- dos pelo usuario. Existem caracteristicas que variam de equipamento para equipamento. Sensores de movimentos ¢ plataformas para aplicagbes s40 exemplos de dispositi- vos de realidade virtual que podem ser encontrados para tomar um ambiente muito mais interativo, Muitas delas culminam hoje num avango para processos robotizados que se sobressaem por sua alta produtividade, como as maquinas de con- trole numérico inseridas nas empresas dentro do conceito de automagao flexivel ~ a maioria inclu- sive prescinde de operadores tendo seu trabalho totalmente informatizado, programado e executa- doa distancia, Realidade virtual “A realidade virtual esta se convertendo, numa velocidade cada vez mais rapida, numa importante ferramenta com uma ampla gama de uso. Além de permitir aos usuarios a entrada em ambientes simulados, a tecnologia desenvolvida para a realidade virtual pode combinar-se com a robatica para oferecer as pessoas a capacidade de operar numa localidade distante. Essa tecnologia € conhecida como telepresenca. 0 equipamento utilizado na realidade virtual permite entrar e interagir num ambiente tridimensional (3D), gerado por computador. 0 computador é vincula- do a uma grande quantidade de dispositivos de hardware que constantemente retroalimentam 0 usuario com informagio atualizada. ‘A interface com realidade virtual envolve um controle tridimensional altamente interativo de pro- cessos computacionais. 0 usuério entra no espaco virtual das aplicagdes e visualiza, manipula e explo- 12 08 dados da aplicagao em tempo real, usando seus sentidos, particularmente os movimentos naturais tridimensionais do corpo.” (KIRNER, 2006) “A grande vantagem desse tipo de interfa- ce € que 0 conhecimento intuitive do usuario a 140 respeito do mundo fisico pode ser transferido para manipular 0 mundo virtual. Para suportar esse tipo de interagio, 0 usuario utiliza, entre outros, dispositivos ndo convencionais, como capacete de visualizacdo € controle ¢ luvas, cobertas por sensores, que permitem a0 computador rastrear os movimentos da mao, permitindo a ele submergir no ciberes- paco.” (WRIGHT e PATEL, 2000) Estes dispositivos dao ao usuario a impressio de que a apli- cago est funcionando no ambiente tridimensional real, permitindo sua exploragio ¢ a manipulacdo natural dos objetos com 0 uso das méos, por exemplo, para apontar, pegar ¢ realizar outras ages. Um sistema de realidade virtual envolve estudos ¢ recursos ligados com percepcao, hardware, sofiware, interface do usuatio, fatores humanos © aplicagdes. Importante assinalar que para a elaboracao de sistemas de realidade virtual € necessario algum dominio sobre: dispositives nao convencionals de entrada/saida, computadores de alto desempenho e boa capacidade grifica, sistemas paralelos e distri. buides, modelagem geomeétrica tridimensional, simulacéo em tempo real, navegagao, detecgdo de colisao, avaliagao, impacto social, projeto de interfa- ces ¢ aplicagdes simples © distribuidas em diversas areas.” (KIRNER. 2006) Impressora / gigantografia Impressora de grande porte, dispoe de moder- na tecnologia grifica para impresstio de obras em grandes formatos chamada de “gigantografia’. Destaque para as tecnologias mecanicas, elétricas, Opticas e informatizadas. A gigantografia & facil- mente perceptivel, quando se aproxima de um cartaz impresso, a partir de um fotolito reticulado: os pon tos da reticula, que numa impressto normal s6 pode- riam ser vistos por meio de um conta-flos ou lente de aumento, so perfeitamente visiveis a olho nu, no outdoor. Essa visibilidade dos pontos é possivel, pois, 6 fotolito em questao foi ampliado varias vezes. Edificios Edificios, com énfase para os chamados edificios inteligentes, stio exemplos tipicos da utilizagao de muitas ¢ variadas tecnologias © de produtos sistémicos que fazem parte da prépria configuracao Joo Gomes Fllho Design do Objeto Bases Conceituais fisica arquitetonica, referentes a sua estrutura de sustentacao, aos diversos modos © recursos industriais de edificagao da construgao civil, bem como de outros produtos agregados, como as mequinas € equipamentos dos sistemas téenicos de conforto, seguranga ambien- tal € de comunicagao, transporte vertical, horizontal ¢ inclinado (ele vadores, esteiras © escadas rolantes), aos diversificados tipos de ambientes ¢, ainda, ao entorno do prédio. Bicicleta Produto sistémico, a bicicleta € um exemplo de objeto que existe nas mais variadas categorias, classes, tipos ¢ mode- los. Agrega importantes avancos teenolé- gicos em termos funcionais, operacionais, ergondmicos, de materiais e de proces- sos de fabricacao. Hoje j4 conta com a introducao de sistemas eletronicos € informatizados em varios de seus com- ponentes. Predominia da tecnologia mecanica. Em alguns modelos, utiliza tecnologia eletronica em partes espe ficas, como nos modernos cambios dos sistemas de nexemplo tipicy _ttansmissio, im objeto que s mais Variadas carego- classes, tipos ¢ modelos, para cumprir Formula 1 As competicdes automobilisticas mun- seal pli diais em campeonatos ser priote 7% disputados ao longo de cada ano em suas diversas modalidades (principal- mente corridas de Férmula 1, Indy etc.) funcionam como labo- ratérios especiais em que sio desenvolvidas tecnologias origi nais, aperfeicoamentos e inova~ ces teenolégicas avancadas e contemplam praticamente todos os sistemas e componentes que configuram os veiculos. Apenas para dar uma nogio, a seguir, um resumo de algumas das conquistas e avangos tecnolégicos do carro de Formula 1 da Renault. (fonte: Folha de S. Paulo / Especial Ai - 23.9.2005) de trabalho 142 © Cockpit: assento removivel, moldado anatomicamente a0 piloto (sob medida), feito com composto de carbono e cinto de segu- ranga de seis pontas. ® Volante com alavancas para troca de marchas e embreagem e uma série de diversos itens de comando e acdo, como: tela de cristal Tiquido, seletor multifunctional (mostra na tela variadas fungdes de ajustes ¢ regulagens), rédio de comunicagao, seletor para mistura do combustivel e seletor de mapeamento eletrénico do motor. * Chassi: monocoque moldado de composto de fibra de carbo- no e ninho de abelha (honey-com®) de alumninio (maxima rigidez estru- tural € estabilidade com 0 minimo de peso). A instalagao do motor toma-o parte estrutural do chassi. * Transmissdo: caixa de cambio com seis marchas semi-auto- maticas e marcha @ ré, © Suspensdo traseira: trlangulos de suspensio (wishbones} supe riores © inferiores de fibra de carbono operando barras de torgéo verticais ¢ horizontais sobre a caixa de cambio. * Suspensio dianteira: triangulos de suspensao (wishbones) superiores ¢ inferiores de fibra de carbono apoiadas em barras de tor ao verticais, atuando em balancim intemmo de titanio, por meio de brago de alayanca ¢ amortecedores, montados no nariz do carro, « Sistema de freios: discos e pastilhas de fibra de carbono. * Tanque de combustivel: célula de borracha de combusti- vel reforgada (menor risco de incéndio), montada no chassi atrés do cockpit. * Sistema eletrénico: gerenciamento cletrénico de caixa de cambio € motor por meio de hardware e software da prépria Renault Ao longo do tempo, o resultado que advém de todo esse esfor- co de desenvolvimento tecnaldgico é repassado para as empresas auto- mobilisticas ¢ toda a cadeia de indiistrias e fornecedores que giram em torno dela. Tecnologia ergonémica Abrimos mais um parénteses aqui, para destacar trés principais produtos que fazem parte da minha experiéncia profissional no GAPE. Grupo Associado de Pesquisa e Planejamento no period de 1976/92. Empresa que, sob a inspiracio do saudoso engenheiro e designer Sergio Kehl, se notabilizou nacionalmente por sua contribuig&o ao design brasileiro, centrado no desenvolvimento de importante metodo- logia ergonémica aplicada ao design do produto, com forte énfase na valorizagao dos aspectos humanos do trabalho. Joo Gomes Fito [Design do (ihjeta ¢ Rases Concettuais 143 Cabine de operagao para equipamentos de movimentagao de cargas elevadas Esses equipamentos de movimentagao de cargas so produtos sistémicos do tipo pontes rolantes, guindastes, reclaimers, descarrega- dores maritimos € outros, utilizados em industrias metaltirgicas, side- rrirgicas, terminais de portos, complexos de mineracao, usinas nuclea- res, @ assemelliados ~ em espagos fechados, semifechados ¢ abertos. Na sua configuragao geral, sio utilizadas, principalmente, as, tecnologias mecanica, cletroeletronica ¢ as tecnologias pertencentes a0 campo da informatica e das comunicacoes, no seu sistema de transmis- so e recepedo de informagées. A cabine de operagdo desses equipamentos é o posto de traba- Iho de onde 0 operador executa sua tarefa efetiva de conducéo do vei- culo © as operagdes de movimentacdo ¢ transporte de cargas de um local para outro ~ normalmente em areas de trabalho que se notabili- zam por situag6es inseguras, insalubres € perigosas para a sade ¢ vida do operador. No projeto desses postos de trabalho, a tecnologia ergondmica ‘cumpre papel fundamental na adequacao do sistema homem-méquina~ ambiente, Sobretudo em relagdo ao correto dimensionamento do posto de trabalho em termos das condicdes de visibilidade geral ¢ especifica, dos envoltérios de alcances fisicos dos elementos € dispositives opera- cionais, das condigbes de postura do operador, do layout dos componentes em geral (principalmente dos alcances fisicos com con- forto dos elementos operacionais) ¢ dos sistemas téenicos de conforto ambiental (iluminagao, climatizagao, isolamento térmico € aciistico). Trem do metré 0 design dos trens do metré (de Sao Paulo, Belo Horizonte e do Recife), além de incorporar diversas tecnologias como as elétrica, mecanica, hidréulica, pneumatica, informatica etc, contou com a introdugao da tecnologia ergondmica, que propiciou uma contribuigio projetual importante em toda a adequacao do sistema homem-maqui- na-ambiente, valorizando seu design, Foram notaveis as_solugdes encontradas € implementadas para diversos problemas, tais como: * dimensionamento de bancos anatémicos mais confortaveis ¢ seguros para passageiros; © concepciio inovadora de duas linhas horizontais de pegado- res ao longo do carro, em alturas diferentes, 0 que permitiu melhor adequagdo em termos de seguranca e conforto para a pega de pas~ sageiros de maior e menor estatura € que, por exemplo, possibilita 144 automaticamente a melhor distribuigdo da populacdo dentro do vagio, principalmente nos horarios de pic # adequacio do conforto ambiental por meio de sistema de ven- tilagao com trocas continuas ¢ renovadas de ar (eliminando sua con- taminagdo}, acabando com 0 ruido causado por equipamentos e por janelas abertas que captavam 0 barulho externo vindo dos times ¢ a céu aberto [as janelas sao inteirigas e seladas); * adequagio do posto de trabalho de comando do trem: com sistema operacional de conduca0 do veiculo proporcionando maior conlorto, seguranca e eficacia para 0 operador do trem, Destaque para © para-brisa panoramico, que promove total visualizacio do exterior; € do banco rebativel do operador (encaixa-se sob 0 console de coman= do do trem), que permite a ele variar sua postura de sentado para em pé e vice-versa (especialmente titi! para jornadas longas de trabalho), além do console de operago modulado projetado dentro de conceito exgonémico homomeérfico (configuragao andloga 4 simulago das situagdes reais do trabalho operacional). Onibus de 2 andares © dnibus de 2 andares, veiculo para transporte urbano de passa- geiros na cidade de Sto Paulo, foi um projeto desenvolvido para a extin- ta CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo de Séo Paulo}. Nesse projeto que tivemos a incumbéncia de coordenar, o prin- cipal destaque vai para o fato de tratar-se de um design desenvolvido assentado em inovacdes tecnolégicas totalmente brasileiras. Dentte as varias tecnologias utilizadas, destaco aqui também a ergondmica que, no ambito do sistema homem-méquina-ambiente, proporcionou adequadas condigdes de conforto e seguranca para seus passageiros e eficacia em termos da operagio de condugao do veleulo pelo motorista ¢ das tarefas inerentes ao cobrador, Tudo isso, princi: palmente, em razio de inteligentes solugdes mecdnicas subordinadas 4 ergonomia no seu design, dentre as quais destacamos as principais: * encurtamento de chassis de mercado ¢ adaptagio para a Via~ bilizagdio da configuragio do énibus com destaque para o andar infe- rior ~ entrada/saida, layout de hancos de passageiros, postos de traba~ Iho do cobrador ¢ do motorista € escada de acesso ao segundo andar; * plataforma do piso intermediario com desenho de perfil especial, 0 que possibilitou um ganho de vinte € dois centimetros na espessura do piso, crucial para a diminuigéo da altura total do vel- culo (ver figura ilustrativa); © adequacao, em local estratégico, da escada de acesso ao segundo andar, otimizada em relacdo aos parametros de conforto, {a0 Gomes Filo Design do Objeto { Bases Conceituais 145 seguranga, funcionalidade e de protegao para 0 usudrio-passa- geiro. # adequacdo do layour de bancos no segundo andar com fileira central elevada ¢ piso rebaixado nos corredores laterais, otimizando a cireulagdo dos passageiros nese andar ¢, a0 mesmo tempo, por meio do desenho do piso intermediario {invertido), favorecendo as condigaes de cireulagdo no primeira andar com altura do pé direito no vao cen- tral adequada as estaturas dos usuarios mais altos (ver figura ilus- trativa). * adequagdo dos postos do motorista e do cobrador dentro dos pardmetros dtimos ditados pelo sistema homem-maquina- ambiente: correto dimensionamento dos envoltérios de alcances fisicos dos instrumentos operacionais, com conforto para 0 motoris- ta (alavanca de cambio e pedais e, principalmente, reposicionamen- to do volante de dire¢io, ajustado ergonomicamente em Angulo de 30 graus (em relagio a linha horizontal), propiciando mais conforto € seguranga para a dirigibilidade do veiculo e, prospectivamente, com reflexos positivas para a satide do motorista Bem, colocadas essas bases conceituais, consideramos oportu- no ressaltar, mais uma vez, que para trabalhar com uma ow mais tec- nologias envolvidas num determinado produto (sobretudo as mais complexas), 0 designer deverd ter um razoavel conhecimento técnico ou, pelo menos, a hbilidade para buscar essas informacdes tecnold; cas ou, se for o caso, trabalhar em parceria com profissionais, especia~ listas ou pesquisadores. Claro que, no design de produtos sistémicos, de grande porte, {quando ¢ imposstvel ser realizado fora do ambito de empresas), natu- ralmente esse dado ja se acha implicito, pelo fato de o préprio tra~ balho ser realizado por equipe de profissionais multidisciplinares. Por tiltimo, chamamos a ateng&o para o fato de que é muito comum ler ou ouvir nos meios de comunicagao expressdes como tec nologias dos materiais plisticos, tecnologias dos alimentos enlatados, tecnologia do plasma, tecnologia do cristal liquido, tecnologia da madeira etc. que, com excegao de programas e publicagdes mais espe- cializados, pecam por falta de uma observancia rigorosa na utilizagao de termos cientificos adequados. Isto naturalmente provoca uma certa confusio ao se lidar com esse tema, De qualquer forma, acreditamos que o mais importante é saber que, ligada a essas expressdes, existe uma preocupagao em informar um determinado avanco cientifico ou de inovagao tecnolégica ¢, obviamente, de sua utilizagao ou incorpo- ragiio no projeto do produto. 146 Joke Gomes Filho Cabine de ponte rolante Interior do posto de trabalho de ponte rolante {area de extragto de lingotes a quente) com design modernizado da cabine sob a égide da tecnologia ergonémica no ambito da ‘adeguagio ao sistema homiem=miquina-ambiente ‘Nessa cabin, por exemplo, foram colocadas trés camadas de piso com isolamento tér- rico de 10 centimetros de espessura cts cama de viro nas janelastransparentes ‘om islamensa ternoneisrico para 9 protec do operador num ambiente que radia 300 °C de temperatura imediatamente sob seu posto. Tais adequacdes ergonémicas refletem, em curto prazo, resultados positives para a pre- servagao da satide dos operadores desses tipes de equipamentos, CCabine de ponte rolante desenvolvida para a Ga, Paulista ~ Cosipa e para'a Ga. Sidenirgica Nacional ~ CSN, sob a égide da tecnologia ergonamica no ambito do Metré ‘Metrd de Sdo Paulo com redesign externo de sua mascara frontal. Design original dos metrds de superficie de Belo Horizonte, Minas Gerais, e do Recife, Pernainbuco, em que foram uilizadas as mesmas metodologias de projeto desenvolvidas, ‘no metr6 de Sto Paulo, com énfase para 0 uso iutensivo da ergonomia em todo 0 siste- ‘Design do Objeta | Bases Conceltuals 147 Onibus de 2 andares ‘Chassis. Na figura superior, a configuragso dos chassis conforme adquirido de mereado. [Na figura inferion, os mesmios chassis mouificados com a diminuigo do seu comprimen- ee of a Raat EAT «de ditesio reposicionado em 30 graus fem relagao a0 plano horizontal i nts a nin oan spn ae set Ss ‘das mesmas longarinas de onde sairam, 0 ressalto resultou em fungio de adequagao ergondmica da escada de acesso ao piso superior e pata viabilizar 0 fayout e circulagao de passageitos no primeiro, bent como 0 ‘acesso de passageltos ao vefculo numa altura cornpativel antropometricamente, Eshogo esqueméatico da interior do dnibus, que mostra a distribuicdo dos passageiros: no interior do veiculo ¢ o detathe da plataforma do piso Intermediario (feita de chapa de ago de 3,17 mm de espessuta), euja engenhosa solucao ergonémica, mecinica e ‘cstrutural, permitiu uma diminuigao de 22 em na altura total do énibus, 0 que foi crucial para viabilizar 0 trifego sob os viadutos, redes elétricas e outros obstaculos urbanos existentes no trdnsito da cidade de Sio Paulo. Tecnologia ergondmica | a IEAM Mead aL material do produto Jas 150 Categorias conceituais Matéria {Do lat. materia, por via enudita} 1. Qualquer substincia sélida, Kquida ou gasosa que ‘ocupa lugar no espago. Material. {Do lat. tard. materiale 1. Pertencente ou relative 4 matéria, 9, Conjunto dos objetos que constitwem ou formam uma obra, consteu- fo ete. Matéria-prima [De matéria + 0 f. de primo} 1. A substineia bruta principal e essencial com que & fabricada alguma coisa, 2. Fig. Base: fundamento. (fonte: Novo Dicionsrio Auréio, 1399) Material “Sao substincias que podem ser encontradas na natu- reza ou, a partir dela, serem elaboradas pelo homem. A produgdo € 0 processamento destas substincias visam 2 obtencio de produtos acabados. Dessa forma, flores= ‘as, combustiveisfésseis, rochas, minerais, agua e ar = fontes de recursos naturais ~ so materiais num conc {0 universal.” (TEIXEIRA, 1999) Materiais compostos Sho fabricados combinando-se dois ou mais materiais para maximizar suas propricdades © minimizar suas falhas. A malaria das compostos modemos € feita de ibras de um material estritamente ligado 4 outro mate- rial denominado matriz," (TEIKEIRA, 1399} Materiais compostos de alta tecnologia ‘Essa denominagio faz referéncie a certos materials, ‘que resultam emt estruturas leves ¢ resistentes quando combinados entre si. No geral, so fibras esteucuras, come fibra de vidro, fibra de carbono e aramid, Smpregnadas por determinadas resinas. Existem também ‘os materia de micleo, que podem variar entre espumas de diferentes densidades, Chama-seconstrucdo sandwich 4 uiilzagdo de mateviais de micleo aiados aos lamin dos € muito uilizada nes indistias aerondutca, naval, clic e outras. Obiém-se estruturas extraordinariamen ‘te leves, que resistem a cargas ¢ forcas altas." (WRIGHT PATEL. 2000) Jogo Gomes Fitho Matéria-prima ~Caracicizase com tatéia-pima qualquer julstinca vestuecamesie hundaeatah se Sera tunsformads em produto instil, Por texemplo, as pees e 08 Mlamentos de origem ala), vegetal iineral on arf com que se claboram os tecidos av cordas: et, 580 matérias-primas.” [TEIXEIRA, 1999) Artificial (Do lat. artificial 1, Produzido pela arte ow pela indiistriay ado natural Sintético [Do gr. symtherikés, “gue compa om reine!) 3, Hlaborado ou produzido arificialmente, sintese quimea: borracha sintéicafbra since, Plastico (Bo ge. plastiks, ‘relative as dobras de argila’ pelo lat. plastien, ‘que modela’) 2, Que tem propriedade de adquisir determina- das formas sensiveis, por efeito de uma ago exterior Insumo {wad. do ingl. inpud, por analogia com consu- mo] Econ, Elemento que entra no processo de produgio de mercadorias ou servigas: mia) nas ow equipamentos, trabalho bumano ete; fator de protueao. (Fonte: Novo Dicionario Aurélio, 1999) Industria “Conjunta das antes ¢ oficios que elaboram as rmatérias-primas. Dois grupos importantes: ~ Extrativista: inhistria que tra os seus produ tos do solo, do mar, do ar e de qualquer outra origem natural ~"Transformadora: indistria de manufatura ou fabri! que tem por fim preparar gradualmente 4 transformacdo das matérias-primas em pro- dutos necessirlos & vida da sociedad.” WRIGHT PATEL, 2000) Design do Objeto / Bases Conceituais i351 As bases conceituais relaci € dizem respeito aos materiais como componentes fisicos que consti- ‘tuem um produto. Referem-se, exclusivamente, ao conjunto dos fato- res, propriedades e caracteristicas téenicas dos materiais que devem ser levados em consideragio no design do produto € a categorizagao con- ceitual dos materiais, classificada para facilitar a sua compreenséo, explicitada mais adiante. nam-se com as trés fimgées basicas Especificacdo dos materiais A escolha e a especificacao técnica dos materiais sao determi- nadas a partir da idealizacao, concepcao € desenvolvimento projetual do produto ¢, eventualmente, também nas fases de experimentos diversos sobre modelos fisicos, como testes estruturais ¢ de resistencia, funcionais, operacionais, ergondmicos, estético-formais, cromaticos, de acabamentos, entre outros. Isso € feito em fungao dos pré-requisitos (briefing) fixados para © projeto. Ou seja, a partir das qualidades formais, funcionais e técni- cas desejadas para o produto final, que podem ser modificadas ou complementadas durante a fase de fabricagdo ou confeccao do proté- tipo do produto (cabega de série), que antecede, normalmente, uma produgio em escala. Projeto do produto / requisitos basicos Naturalmente, dependendo sempre da categoria, classe e tipo, as qualidades desejadas para o produto final podem, no que se refere as especificacdes de materiais, serem consubstanciadas em um ou mais dos seguintes requisitos bisicos: Resiseir a A utilizagio dos conceitos e a realizagio de calculos dimensio- nais de resisténcia dos materiais abrange relagdes variadas: for- Gas que atuam sobre 0 objeto, o material de que ele é feito ¢ sua configuracao (como um todo ou em parte). Na verdade, trata-se de um requisito dbvio, pois 0 material deve possuir qualidades téenicas ¢ tecnolégicas compativeis com a nature za de uso do produto. Isto significa que ele deve ser resistente aos esforgos mecdnicos tipicos como os de traco, compressao, flexdo, tor- cdo, flexotorsao, cisalhamento e suas combinagdes. Assim como deve ser resistente ao desgaste e 2 outros fatores, como abrasiio, corrosio, rachaduras, quebras, empenamentos, alongamentos, encurtamentos, enrugamentos, desbotamentos € outros. 152 A durabilidade dos materiais é ligada principalmente ao tempo de uso efetive do produto, Esta qualidade ¢ uma das mais importantes © € diretamente proporcional ao fator de resistencia do material. Independentemente de politicas de obsolescéncia programada, Facilidade de execugao, quantidade de pegas produzidas (seria Go, escala ete), otimizacdo © racionalizacao de processos produtivos, de custos ete. Viabilidade de reciclagem Compatibilidade ecolégica. A fim de evitar a especificagao de materiais que conduzam a eventuais prejuizos ¢ danos ecoldgicos para o meio ambiente. Fator essencial para a diminuicao de custos e preca final do pro- duto ao consumidor. Muitas vezes, existe a opcao de se escolher deter- minados materiais que, além de cumprirem os requisitos qualitativos desejados para o projeto do produto, podem substituir com vantagens outros materiais economicamente mais caros ou dificeis de serem tra~ balhados ou transformados durante os processos de producéo. © material tem um importante papel nesse aspecto, sobretudo quando aparece em sua forma natural, com suas préprias caracteris- ticas de cor, brilho, textura, opacidade, transparéncia, nervuras ete. Ou ainda, quando favorece um determinado tipo de acabamento superficial efou processo de fabricacdo. Muitas vezes, o designer tem opcao de escolher entre diversos materiais para atender a um mesmo requisito e, entio, pode optar por aquele que mais se ajuste aparén- cia desejada para 0 produto. Também na ergonomia, muitas vezes, a natureza do material contribui para a melhor adequa¢ao do produto ao usuario, facilitando a sua utilizacdo em razao de manuseios e de percepgdes de acdes ope- racionais ou mesmo de pura fruicdo estética por meios sensitivos, visuais, auditivos (forma indireta), tateis, olfativos e gustativos, Joie Gomes Filo Design do Objeto / Bises Conceituals 153 Polimet Simbélico Em muitos casos, 0 material, por meio de sua aparéncia ou valor estético intrinseco, transmite valores simbélicos e emocionais associa~ dos a aspectos culturais ¢ sociais do usuario, de que s4o exemplos os metals € pedras preciosas, madeiras nobres, papéis sofisticados, tecidos texteis de alta qualidade, e assim por diante. Dimensito semibtica Também em razao de sua aparéncia estético-formal, de seu sim- bolismo, nivel tecnolégico do produto ete., 0 material pode transmitir denotagaes e conotagdes semanticas as mais diversas, remetendo a sig- nificagées igualmente variadas para 0 seu usudrio. Novamente, convém mencionar que o talento criativo e a com- peténcia do designer séo de fundamental importincia para articular todos esses fatores projetuais na busca do melhor equilibrio e adequa- 40 entre eles, tendo em vista o alcance da methor qualidade possivel do produto. Categorizagao dos materiais Geralmente, existem muitas opgdes de escolha de um dado material ou materiais que podem integrar um determinado produto. Sem pretensdo de esgotar o assunto (dada a sua enorme complexidade campla abrangéncia técnica, cientifica ¢ tecnolégica), a categorizagéo a seguir é exposta sob a forma de nogées basicas (por meio de uma classificagio dividida ¢ desdobrada em sete categorias principais) ¢ tem como intengio, além dos objetivos propostos, propiciar um melhor ordenamento do referido assunto. Na seqiiéncia, sAo também detalha- das exemplificagdes sobre alguns materiais considerados mais signifi- cativos para efeito dessas bases conceituais. Materiais naturais Sio os materiais de origem mineral, vegetal ¢ ani- ‘mal, considerados em sua forma bruta, ou seja, a propria matéria-prima, Alguns exemplos: ‘Mineral ~ minério de ferro: produgéo de acos ferros fundidos; pedras, como granito e marmore; pedras preciosas, como diamante, esmeralda, safira, rubi, topé- zio ete. ‘Vegetal - madeiras, como tronco, galhos e folhas (celulose}; fibras naturais: junco, vime e bambu etc. Animal - 08805, couros e peles. 154 Muitos desses materiais naturais podem, inclusive, ser emprega- dos, nas suas formas originais, para constituirem objetos como: jéias, esculturas, moveis, revestimentos etc., sobretudo na area do design artesanal, Materiéis naturais transformado: Sao os materiais naturais que, neste caso, sofrem algum tipo de alteragio em um determinado processo de fabricagéo para cons- tituir ou fazer parte de um objeto e, assim, adequar-se ao seu design. Como, por exemplo: operagdes de furacao, corte, rosquea- mento, lixamento, polimenta, pintura, cromeacao, e assim por nie, Sao os mesmos materiais que, a partir de sua matéria-prima, sao reelaborados para se transformarem em outros materiais, Como metais, plasticos, ceramicas, papéis, tecidos ete. Em seguida, so transformados em subprodutos beneficiados, como chapas, placas, lingotes, trefilados ¢ bobinas, por meio de processos industtiais, tais como: fundicao, laminacdo, extrusio, moldagem, calandragem, pren- sagem, estampagem, tecelagem, entre outros. s naturai Sao os materiais de ocoréncia natural, como os seguintes: Ambar, chifre, goma-laca, queratina, casco de tartaruga, celuldide c silicone. Poltmeres sintéticos “Sao os materiais artificiais de origem organica sintética. Matérias-primas para a producda de plisticas, por exemplo, so materiais naturais, como celulose, carvao, petréleo e gas natu- ral. Os plasticos so definidos como variado grupo de materiais formados pela combinagao do carhono com hidrogénio ¢ outros elementos organicos ou inorganicos de origem direta ou indire- ta do petrdleo. Os polimeros podem ser classificados quanto ao seu comportamento a moldagem, fusibilidade ou calor (que é a base da classificagao dos plisticos em termoplisticos ou termofi xos). Existem diferentes familias de termoplisticos ¢ de termofixos (estas em menor mimero), ‘Termoplasticos: quando polimeros so sélidos a temperatura ambiente. Fluidifica-se com presenga de calor e/ou presséo, por isso sio perfeitamente fusiveis, pois escoam quando aquecidos ¢ endure- cem ao se esfriarem, Assim, permitem a correcdo de erros e nova mol- dagem, sendo considerados materiais recicliveis, Sao 0s polimeros mais empregados na indiistria de plasticos. Joo Gannes Fila Design do Objeto / Bases Conccituais: a5 Computadores Apple dos materials, proporciona, igualmente, uma continua revo- 2s Seatac eee eg Sale ne: 2a, Potencializa muito a criatividade dos desiguers na de problemas (estratu- ‘al, funcional, operacional, ergondmico € TE 5 rai ust de ets ea A na ye eee ‘produto. Sao muitos os “na Inds ree a et ae ae ‘dos sucessivas ‘sua performance, 0 conpiuta= -avangos tecnoligicos em. dor Mac G4 é um exemplo tipico de-um produto que apresentou um notivel aprimoramen- Avanco tecnoldgico 156 Termofixos: quando polimeros se apresentam no estado visco- so ou em pastilhas & temperatura ambiente. Também podem ser mol- dados por aquecimento (termo), e ao se resfriarem retém permanente- mente a forma na qual foram moldados (fixos). Assim s6 podem ser moldados uma tinica vez em conseqiiéncia das reagées quimicas irre- versiveis. Normalmente, séo apresentados na forma de materiais lami- nados. Ao contrario dos termoplasticos, os termofixos néio podem ser reaproveitados para uma nova moldagem.” (TEIXEIRA, 1999) jais compostos “Materiais compostos so fabricados combinando-se dois ou mais materiais para maximizar suas propriedades ¢ minimizar suas falhas. Foram desenvolvidos como materiais eves e fortes para a industria aeroespacial, em meados do século XX, hoje sio aproveita- dos para uma grande variedade de produtos, desde avioes bombardei- ros até tacos de héquei, ‘A maioria dos compostos modemos é feita de fibras de um material estritamente ligado a outro, denominado matriz. A matriz une as fibras como um adesivo ¢ as faz mais resistentes, enquanto as fibras fazem com que a matriz seja mais forte ¢ rigida © a ajudam a resistir a quebras e fraturas, As fibras, geralmente, sfo feitas de vidro, carbono, carbureto de silicio ou amianto, enquanto a matriz normalmente é formada por um polimero de plastico, um metal ou material cerdimico, Esses trés tipos de matriz. produzem trés tipos comuns de compostos. Os compostos de matriz polimera, que so os mais usados, incluem o plastico reforgado com fibra de vidro, que combina a flexi- bilidade do primeiro com a forca do segundo. Os compostos de matriz de metal geralmente usam fibras de carbureto de silicio dentro de uma matriz feita de liga de aluminio e magnésio, mas, para a matriz, cada vez mais s4o utilizados outros materiais, como 0 titdnio, 0 cobre e o ferro. Materiais compostos Jo Gomes Filbo Os materiais compostos sto cada vez mais usados na fabricagdo de avides, por diminuirem em muito © peso das aeronaves, Fator crucial na relagdo peso-beneficio, As raquetes de tenis modemas saa feitas de compostos bascadas no grafite, reforcados com fibras dle carbono, Design dla Objeto | Bases Conceltuats 5 Os compostos de matriz ceramica constituem o terceiro tipo mais importante, do qual sio exemplos as fibras de carbureto de si cio que se fixam a uma matriz feita de vidro de silicato de boro. A matriz. ceramica € particularmente adequada para os compostos que sto expostos a alas temperaturas, como as partes de um motor a jato.” (WRIGHT e PATEL, 2000). eviais coma componentes de mercado Sao definidos como os materiais (produtos semi-acabados) que foram trabalhados ou transformados pela industria (que adquiriram uma outra natureza) ¢ que agora passam a figurar como componentes. Sao adquiridos no mercado consumidor em fornecedores diver- 30s (lojas, casas de materiais, shoppings centers especializados ete.) mas que, ainda assim, sofrem algum tipo de retrabalho para se ade- quarem, se adaptarem ou se ajustarem como peca especifica para se incorporar a um dado produto. Exemplos: * tubos metélicos: retrabalhados para fazer parte da estrutura de uma cadeira, de um quadro de bicicleta, de um corrimao ete.); * perfilados diversos: utilizados em caixilhos de portas, janelas, guias de cortinas, corredicas, elementos de méveis e outros; # chapas metalicas: utilizadas em carrocerias de veiculos, fecha- mentos de produtos, embalagens etc.; « tintas: usadas para pintura de protegtio e de acabamentos cro- miticos de superficies em geral; © bobinas ou pacotes de papel: para serem impressos e transfor- marem-se em produtos grificos; * tecidos diversos: para serem transformados em pecas de ves- tuario, revestimentos, acessérios, e assim por diante. Sao os componentes (que na verdade se constituem, por si mes- ‘mos, em outros produtos) adquiridos jé prontos de mercado € que sio simplesmente integrados ao produto: * parafusos, porcas, arruelas, rodas, calotas, rolamentos... * botdes, tomadas, conectores, espelhos, lampadas... * telhas, caixilhos, trincos, fechaduras, dobradigas, maganetas. + produtos para embalagens em geral (papel, papelio, caixas, frascos, latas, recipientes... * botdes, presilhas, ziperes, espirais... Enfim, s&o todos os tipos de “componentes-produtos” dentro dessa conceituacio, 158 Componentes como pradutos prontos ¢ mercado | retrabalhade: Sao os mesmos “componentes-produtos”, mas que sofrem algum tipo de alteracéo, retrabalho, adaptagdo ow ajustes para serem integra dos no produto final. Exemplos: ‘* um parafuso que sofre um chanfro na cabeca para se alojar num determinado espaco de um produto; * uma tela que leva uma impermeabilizacao; * um caixilho que leva alguns furos para a fixacéio de um aces- sério qualquer, ¢ assim por diante. Convem lembrar que nestas seis categorias a especificagéo mais adequada do material e/ou componente estara ligada ao atendimento de muitos fatores que concorrem para a concepcao € a fabricagio do produto, como, por exemplo, os de configuracao funcional, estrutural, ergonémica, estético-formal, dimensio semantica. configurar presa fabri Joo Gomes Filho Design do Objeto / Bases Concettunls 159 No interior do carro do metro de S40 Paulo, por | exemplo, sto varios 0s materiais utilizados: 2 Naturais transformados Bancos em fibra de vidro reforgada com resina de poliéster. Componentes de mercado retrabalhados Pegadores horizontals ¢ verticals, constituidos por tubos metilicos Componentes de mercado como produtos prontos de mercado Lampadas, grelhas de ventlagio e dispositives de ‘lore emergténcia. Insumos de mercado como produtos prontos de mercado / retrabalhados Parafusos e porcas, dobradicas e fechaduras especiais de fixagdo dos painéis de revestimentos. Materiais Polimeros sintéticos No revestimento de couro do encosto do acento, Composto de clast@mro empregado no revestimento do apoia-brago ~ materiais transformados (estruturado ¢ moldado).. Componentes de mercado retrabalhados Estrutura de sustentagio em tubos de ago. Retrabalho: fundi- do, usinado, dobrado, curvado, soldado etc. para montar € compor a estrutura de sustentagao da cadcira. Componentes de mercado como produtos prontos Elementos de flxagéest parafusos, poreas, aruelas, rebites etc componentes prontos para screm agregadas aos sistemas de fixa- g0es, de ajustes, conteoes er Componentes de materiais de mercado como produtos prontos retrabalhados Rodicos oa “pats Produto j existent e pronto para ser masse Go nos pés da estrutua da cai, com adaptagdes (isis iso de encase, por ecuple) ps jeri 2 ae 160 Joan Gomes Filho Preservagao do meio ambiente ‘A preocupacio com a exploragio inadequata dos recursos naturais ¢ da poluigéo resultante do desenvolvie mento tecnoligico consolidou-se na Revoluggo Industrial Havia frentes que acusavam 0 desenvolvimento de agredir 0 meio ambiente enquanto outras frentes defen- diam que a falta deste era prejudicial, chegando-se ao equilibrio ideal denominado desenvolvimento susten- tivel. Com isto, coneluimos que a preservagio do meio ambiente esta indissoluvelmente ligada aos aspectos sovivecondmicos. ‘A Conferéncia de Estocolmo, primeiro movimento mundial em defesa do meio ambiente, levantou alguns aspectos como as qucstBes politicas, sociais ¢ econdmicas sendo as principats causas dos problemas ambien- ‘ais do mundo. Esta conferéncta acrescentou ainda que a pobreza associada aa erescimento populacional leva 2 deterioracia do meio ambiente.” Gerenciamento integrado dos residuos sélidos urbanos © gerenciamenta integrado dos tesiduos slidos urhanos compreende a coleta integral do Iixo de forma cfi- cionte e abrangente, atendendo a 100%% da populagao © a disposigao adequada da que nio fai possivel reapro- weit 0 gerenciamento incegtado € uma atividade que deve ser partihada entre governo, indistria © populagto, pro- porcionando resaltatos positivos e ganhos socials, como geracdo de empregos creda, por meio do incremen= to de novos negocios. (Fonte: ABRE ~ Associagao Brasileira de Embalagem (wwvcabre.com.bel) Formagio do designer* “E importante ressaltar que a formacdo profssonal em design requer uma atengo multo especial reaclona- dads eas de materase sistemas de produsio, visto que as dies na slegzovesponsivel tos materia de um projetoiréoimplicar dirtamente no bom desempenho ce um proto. Neste memento, toma-se neces Ho tm grande conhccimenta sobre tis processos envolvdos, pols as Frutos de uma escofha tao consigo uma serie de impacto, positives enegativos, ao meio ambiente, assoiados& extagao das matéiasprimes pré-produco, roduc, distibigao, uso e descare Final dos prods projetadas= *(ONICELO © ANTUNES, 2006) Ecologia A indistria moveteira utiliza, praticamente, todos os tipos de madeira na confeegtio de méveis diversos. Enfretanto, por razbes ecologic, crescem dia a dia as restrighes contra o uso indiscriminada das madeiras nobres. Isto forga os designers a procurarem solucdes alternativas mais adequadas ¢ politicamente corretas, como, por exemplo, a utilizagao de madeiras transformadas. ., Materiais reciclados | A incistria de embalagens € uma das que mais contribu para a produto etm massa de objetos. Nesse contexto, Sobressai-se una iinensa quantidade de prodatos de uso efémers e, dentre eles, 0s produtos descartiveis feitos de materiais plisticas que sao dlificels {de serem absorvidos pela natureza. Alguns leva atG séeulos para serem decompostes ou desaparecerem, Disso, decorre a importin- cia do conceito de reciclagem de materiais como forma de mini- imizar esse grave problema Design do Objeto / Bases Conceituais 161 teriais A reciclagem de materiais insere-se hoje num dos principais temas do pensamento ecoldgico, que elege como um dos seus objeti- vos a preservacdo do meio ambiente. ‘Tem como pressuposto a recuperacéio de materiais de produtos inutilizados que sao destinados ao lixo. Sobretudo plastico, metal, vidro, papel ¢ papeldo, com énfase para 0 reaproveltamento de materiais com- ponentes de produtos descartiveis (pés-uso: no seu todo ou em parte) de que é amostra significativa principalmente a industria de embalagens, As embalagens (prineipalmente as de alto consumo) constituem um imenso universo de produtos cujos materiais podem ser reciclados € utilizados para configurar ou fazer parte de novos produtos. Em outras palavras, 0 conceito ecoldgico refere-se @ preocupa~ cao e ao respeito que todos, indistintamente, devem ter com relacao ao meio ambiente, de forma a evitar sua degradacdo. Como se sabe, m tos tipos de plésticos, apesar de todos os seus beneficios, apresentamn um sério problema, que € o de sua extrema durabilidade, 0 que signi- fica que eles perduram no ambiente por muitos anos ¢ tém um impac- to danoso sobre a vida em geral. Em suma, ¢ indispensavel, na busca da melhor qualidade pos- sivel para a concep¢ao de produtos, pensar todo esse contexto dentro do que ja esta consagrado conceitualmente como ecodesign © que se ‘traduz no objetivo de uma abordagem projetual original - envolven- do maneiras novas de refletir, sistemicamente, sobre temas com- plexos como ética profissional, limpeza ambiental e conceito de sustentabilidade, entre outros paradigmas. A esse propésito, especifico para o design de embalagens, trans- crevemos, a seguir, o texto referente ao ecodesign (retirado do site da ABRE — Associacio Brasileira de Embalagem — www.abre.org.br), que define esta especialidade e traga recomendagdes importantes para 0 pro- Jjeto de embalagens: iclados EcoDesign “Projeta produtos para a industria, levando em consideragao a funcionalidade, 0 manuseio e o sistema, buscando maximizar 0 rea~ proveitamento do material. “Recomendagdes para que a embalagem continue sendo uma importante ferramenta de preservagio de produtos € recursos naturais, a0 mesmo tempo em que se adapta as novas necessidades ambientais que surgem constantemente: 162 © escolha de material levando em consideracio fatores como toxidez, escassez, renovabilidade, reciclabilidade; * disponibilizacao de todas as informagbes referentes & embala- sgem ao consuraidor; * consideracdo da “desmontagem” da embalagem; * redugio da espessura das paredes da embalagem; © desenvolvimento de tecnologias de similaridade de materiais; * priorizacio de embalagens incolores; © priorizagao de rétulos que nao utilizam cola; * intensificagao do uso de refil; © cuidado ao imprimir diretamente na embalagem, pois a tinta pode ndo ser quimicamente compativel com o material, prejudicando a reciclagem; * otimizacao da funedo do produto; * produgao limpa; * otimizacdo da logistica; © prolongamento do tempo de vida itil do produto; * maximizagio das possibilidades de reaproveitamento; ® climinagio de desperdicios. Processo que tem por objetivo avaliar o impacto ambiental ligado a um produto ou atividade, por meio da identificagao da quantidade de consumo de energia © matéria-prima utilizados na fabricacio do mesmo. A andlise comeca no processamento da matéria-prima, fabri- cago, logistica, uso-retiso, reciclagem, até a disposicéo final. E aquela que reduz, reutiliza e recicla (3 Rs), preocupando-se com a conservacio dos recursos naturais e com a minimizagao de impactos ambientais. A introdugio de tecnologias gerando menos residuos, portanto menos desperdicie, ¢ uma ferramenta para amenizar os impactos ambientais.” (fonte: wwrw.abre.gov.br) No que se refere ao design, de modo geral, como atividade em parte concebedora ¢ geradora de diversificados objetos, essa responsa- bilidade para com o pensamento ecoldgico ¢ naturalmente muito mais séria ¢, em particular, instamos a ateng4o do designer, para proceder nao s6 a comteta especificagdo dos materiais, mas também a escolha adequada dos processos industriais de fabricacao do produto. E necessdrio que o designer se atualize com essa questo (vital para a sobrevivéncia do préprio planeta) para ganhar condigdes de conceber, tanto quanto possivel, produtos limpos, sustentiveis e poli- ticamente corretos. Joie Gomes Filho Design do Obes Bases Conceuats 163 madelra. transformada, ‘ados tipo Categorias e tipos de materiais / exemplificacdéo Para efeito de exemplificagao, so alinhadas, a seguir, nogdes gerais sobre diferentes categorias e tipos de materiais (incluindo varias de suas propriedades, caracteristicas e atributos) considerados os mais significativos dentro do imenso universo de materiais disponiveis com que contam os designers para, dentro de uma vasta gama de opgGes, procederem as especificagdes necessirias para a fabricagio do produto. Oportuno observar que, para alguns dos materiais descritos, os textos se apresentam por meio de citagdes ou de transcrigées resumidas e adaptadas. . Madeira A madeira & composta por um conjunto de tecidos que consti- tui a massa de seus troncos. Seu proceso de producdo passa pelas etapas de corte das arvores, formacao de toras, falquejo, desdobro e aparelhamento. Apresenta-se nos mais variados tipos, como balsa, pinus, pinheiro, pau-marfim, cerejeira, imbuia, mogno, peroba etc. Possui propriedades fisicas como umidade, retratibilidade, peso espe- cifico, dureza e durabilidade; além de propriedades mecénicas de resisténcia ¢ caracterfsticas anatémicas ¢ sensoriais de cor, cheiro, sabor, brilho © textura (tamanho de poros € raios, por exemplo). Proporciona muitas aplicagdes nas indistrias de méveis, instrumentos musicais, ferramentas, construc4o naval ¢ civil, portas, esquadrias, assoalhos, pisos, utensflios de cozinha, entre outras. Madeira transformada se na alteracdo da orientacdo de sua estrutura fibrosa. Reaglomeracao de fibras, reaglomeragao de frag- mentos, aparas, cavacos ete. ¢ aglomeracao por colagem de finas Lami nas desdobradas do material original, que resultam em madeira lami nada compensada ¢, ainda, aglomerado de fibras de madeira de média densidade (conhecida por MDF - Medium Density Fibreboard). Ha uma série de vantagens, como homogeneidade de composi- 0, comportamento fisico € mecénico; melhoria de algumas propriedades fisicas e mecanicas, como retratibilidade, resis- téncia ao cisalhamento; usinabilidade, oblencio de chapas de grandes dimensdes ¢ maior estabilidade dimensional; redugdo do indice de hidroscopiscidade; comportamento mais homogéneo nos diferentes eixos ou sentidos da fibra, A madeira transformada basei: 164 Papel Papel é 0 material obtida por laminacdo de uma massa pastosa de fibras vegetais de celulose. Outros matcriais so empregados como sua matéria-prima: o prdprio papel e 0 papelio, cujo aproveitamento depois do primeiro uso se da por meio do proceso de reciclagem, ¢ demais substancias de origem vegetal, como o esparto, 0 bambu, 0 cénha~ mo, 0 linho, a juta ¢ as plantas lindceas; e fibras sintéticas. 0 papel serve para escrever, desenhar, confeccionar objetos, impr mir, embrulhar e limpar, entre outras aplicagées. Dada a diversidade de aplicagdes, suas propriedades variam muito de um tipo para outro. Em geral, a dureza depende da classe ¢ do comprimento da fibra que forma a pasta, da qualidade do material interfibrilar e da estrutura e formagao das laminas. Associada a dureza, encontram-se a resistencia e a durabilidade, também altamente varidveis. Suas principais propriedades épticas sao 0 brilho, que depende do acetinado; a cor, obtida nos tratamentos quimi- cos; € a opacidade, que muda de acordo com os processos de fabricacéo € outras como grau de absorg4o e capacidade de resisténcia penetracdo de liquidos; resistencia mecanica ao rasgo. Ja 0 cartao € uma folha composta de camadas de papel coladas entre si ou fabricada diretamente em maquina cilindrica e que, segun- do sua espessura, se classifica como cartolina ow papelio (mais de wm milimetro de espessura). Apresenta os tipos: duplex, feito em duas camadas; triplex, composto por trés camadas; cartéo de primeira, varios tipos de cartées ¢ cartolinas; cartdo-couro, papelio duro e resis tente, 05 acabamentos dos cartdes sao feitos com verniz comum, ver- niz. com UV (ultravioleta), que substitui os plastificados; verniz blister (bolhas); vemniz skin € verniz plastificado, Jot Gomes Fho ‘Design do Ohjeto Bases Conceituas 165 Embalagem (0 papel convencional, cartdo e papeléo, em seus diversifiads tipos © modos ce aplica ‘ho, tem uma vasia utilizacéo. Sobretudo na incistia cultural ¢ 10s diversos setores da indkisria das embalagens Processos de preparacao do papel Produc do papel, etapas e processos hasicos 1, preparagie de uma suspensio de fibra de ceose, que & agitada na dgua até que as fibras se separem e se saturem de Kquido; 2, fitragem da pasta de papel numa tela trancada para formar a lamina de Fibra; 3, preparacio da lamina timida e posterior secagein: 4. climinaco por evaporagio da agua alnda restante: © 5. tratamento final que, em fungio do tipo de papel que se pretende obter, consiste ma compressio da limina seca de papel ¢ eventual impregnagao com diferentes substineins e tinturas Papel digital - e-paper A guisa de curiosidade, em contraponto com 9 uso do papel tradicional, transerevemos aaixo a tltima novidade da evolugao tecnolégica nessg area: “A empresa japonesa Fujitsu anunciou (previsfo entre 2006-2007) o langumento do pri- meiro e-paper do mercado, que poder receber imagens usando teenologia wireless (sem fio), O ‘papel digital’ tera um dispositivo de membria capaz de mostrar coptinuamente a mesma Imagem e niio precisara de cletricidade para funcionar. Outro atrativo interes sante € que a imagem transferia para o papel nao pere qualidade de resolugao quan- do cle For curvado ou enrolado. ‘Texts ¢ imagens serao ttansferidos de computadores ¢ celulares diretamente para 0 = paper sem a necessidade de conexao de cabos. 0s papéis poderdo ser facilmente carregados e podem ser titeis a cardipios de restaurantes, dentre outras inimeras possiblidades. Eles poderio ser atualizados sempre que houver necessidadle.” Font: site Terra Noticias. Consumo de papel “Alndoeoa eral Semple arate Pte te one nets Classificagao dos tipas de papel £ feita segundo critérios que habitualmente se relacionam & sua aplicagao. Assim, catalogam-se 0s papéis para impressfo em follas que, destinadas a impressao com maquina, como no easo dos jornaise livros, apresentam superficie aspera ¢ impro= prla para escrita manual; acetinados, suimetidas previamente & operaglo de calan- dragem ow passagem por eilindros que os tornam isos e Drilhantes, aptos para cmprego na escrita {sulfite lor-post, registro}; e as cartolinas, de maior espessura e diversas qualidades que permitem sea uso tanto na escrita como para cnvoltérios de rcihor qualidade, Entve os diverses tipos de pape, cabe eltar 0 papel-moeda, feito de fibras téxteiss 0 >apel-carbono, empregado para cépias diretas por pressao: o papel pintado, usado ‘em decoragto para forrar paredes; 0 papel-filtro, muito poroso, usado para fltrar liquidos e na fabricacao de coadores de calé descartaveis: o papel fotografico, que tem uma das superficies coberta de substincia forossensivel, usado para cdpias foto- {gréficas; para embalagens: era, manitha, monohicido; para indhistrias: cigarros, desenho, higignico, mata-boredo; papel vegetal, transparente, usado para registros de projetos em design, arquitetura ¢ engenharia € outros. 166 Metal “De acorda com a definigio da American Society for Metals: ‘o metal € uma substncia quimica elementar paca, lustrosa, boa condu- tora do calor ¢ da eletricidade boa refletora da luz, quando polida. Tecnologicamente, ¢ um elemento quimico que existe como cristal ou agregado de cristais no estado sélido e caracteriza-se por apresentar certo grau de ductibilidade e plasticidade ¢ ser mais pesado (alta dureza) que outras substincias clementares. Os metais sao materiais extraidos de minérios naturais’ Os metais apresentam como caracteristicas: estado sélido A temperatura ambiente (exceto 0 merciirio); estado opaco, brilhante, refletem luz quando polidos; no so porosos, nem vazios ¢ nem ocos; macigos, mantém-se coesos € rigidos. Possuem diversas pro- priedades, tais como: Densidade: expressa 0 peso por unidade de volume. Térmica: dila- taco, fustbilidade © condutibilidade do calon Elétrica: capacidade de conduzir corrente elétrica. Magnética: comportamento sob a ago de ur campo eletromagnético. Quimica: relacionada ao grau de resisténcia que proporciona a corso ou a oxidacao. Mecinica: relacionada & resistén- cia que oferece a esforgos de natureza mecénica como dureza, resisténcia ‘A penetracao superficial e ao desgaste. Plasticidade, ligada & deformabili- dade, por sua vez, ligada @ ductibilidade e maleabilidade. Tenacidade, resisténcia & deformagao antes da ruptura, Resiliéncia, capacidade de auto-regeneracao em relagio & deformagao. Tracao, resisténcia mecnica € & ductibilidade. Elasticidade, capacidade de retomar a forma inicial. Fluéncia, deformagto permanente, tais ferrosa Denominagao genérica do ferro e suas ligas: ferro fundido, ago- carbono e aco-liga, Os acos so classificados de acordo com o tipo de aplicagao, solicitagdo mecanica e tratamentos diversos, como, por exemplo: Construgao: para pecas pouco solicitadas mecanicamente. Cementagéo: titil para pecas submetidas a esforcos moderados. Tempera © revenido: indicados para pecas sujeitas a fraca solicitacao. Ferramenta (zona superficial dura): trabalho a frio, que nao softe aquecimento, € a quente, que sofre aquecimento (metais destinados & fabricacao de ferramentas sem deformacao e com deformagao, respec- tivamente). Molas: para amortecimento. Répidos: para resisténcia e velocidade de corte. Refratarios ao fogo (substituicio aos materiais cerdmicos). Inoxidaveis: resistentes aos dcidos e a corrosio. Outros metais: estanho, zinco, cobre, lato, bronze, aluminio e magnésio, Jose Gomes Filho Design do Objeto | Bases Conecituais 167 As ligas metalicas so substincias formadas pela solidi mistura de dois ou mais metais previamente fundidos. Elas so geralmente classificadas de acordo com o metal que Ihe serve de base. Por exemplo: liga de aco, liga leve, liga de metais preciosos, de lato e bronze, liga solda. Metais / técnicas e processos de fabricagio Fundicio, modelagem, moldagem, conformagéo a frio e a quente, (processos de conformacao — em que € explorado o fator plstico dos metais por meio de técnicas de laminagao, extrusio, tre- filamento, estampagem (corte e dobra), forjamento ¢ usinagem (tor- neamento, furacio, retifica, roscamento). Tratamentos. Revestimentos protetores de superficies, recobri- mentos, eletrodeposigio, metalizacéo outyos. As tintas constituem a maior parte dos revestimentos anticorrosi- ‘vos, por serem de fiicil aplicagao e de menor custo. Com o desenvolvimen- to da tecnologia dos polimeros aumentou muito a variedade de tintas e de qualidade técnica: esmalte sintético, epoxidas, poliuretinicas etc. Tratamentos térmicos. Tem como objetivo modificar a contextura interna, alterando as propriedades mecénicas dos metais: recozimento, nor- malizacio, témpera e revenido.” (TEIXEIRA, 1999; CHIAVERINI, 1986) Ceramica “A cerimica origina-se pelo processo de transformagao do barro na ligagéo de trés elementos fundamentais: égua, terra e calor, A matéria- prima eo principal componente da cerdmica é a argila, material formado por minerais, existente em grande variedade, que tem a propriedade de formar com a gua uma pasta suscetivel de ser moldada, secar ¢ endure- cet, sob aco do calor. 0 grupo dos materiais ceramicos inclui a cerémica comum, a cerimica avangada e 0 vidro. Conforme sua matéria-prima, as argilas classificam-se em: caulim, ball clays, aluminosas, ferruginosas e caleérias, glaciais, slip clays, stoneware, vite: ficantes, infusiveis (a altas temperaturas), refratérias (ndo se deformam & temperatura de 1500 °C), fusiveis (deformam- se ¢ vitrificam-se a temperaturas inferiores a 1200 °C), A ceramica tem uso diversificado na industria ¢ no lar: desde Iougas ¢ porcelanas até materiais de constru- gio, como tijolos, sanitirios e azulejos, isoladores ou refratarios especiais, até materlais de aplicagdes mais -adas, como ferramentas de corte, motores de carro, pas para turbinas de avido e semicondutores para compo- nentes eletrénicos. sofis 168 {Jod0 Gomes Fitko Perfil de metal Aparelhos de ginastica estruturados, predominantemente, a partir de perfis de metal ~ tubos de seca quatirada, relangular € redonda - com pintura de protecdo © de acabamento, Chapa de ago Escultura emt meio ambiente urbano. Construida a partir de esicatura e de outros elementos configuracionals, pre dominantemente, em chapas de aco com pintura de protecto ¢ de acabamento, Processo de fundigao Marsa de bancada, Corpo fixa (gitatério}, corpa deslizante e base feitas em ferro fundido. Elementos de aciona- reno ede fixagao (alavancns ¢ parafusosfeitos em ago usinade), Pintura de protegao e de acabamento Perfil metalico Componentes de agénéa bancétia do tipo 30 horas. Fabrieads com o predominio de perfis metilicos em sua estrutu- 7 de sustentagio de eliapas de ago no seu revestinento, com tratamento cromitico de protegao e de acabamento, Ceraémica A cerhmica apresenta-se também com outras variedades cJou denominagdes, como, por exemplo, as loueas « as poreelanas (principalmente artefatos domésticos), dependendo de como 0 processo de fabricacao e a composigio da tipo de matéria-prima, Admiteo- se diversos acabamentos ¢ deeorades, Jogo de até ech’ Jogos de chi de Jogos de cha de de porcelana ~ 1870 _porcelana - 1969 pporeelana ~ 1970 Desgut do Objeio { Bases Concetuais 169 Metal Joias ‘Composigio de divers anéis esruturados em metal com peda preciosas incrutadas. Bicicleta Exemplo de utilizagtio de diferenciados tipos de ago envalvendo diversificados tipos e processos de fabricacio lusinagem, fundicao, moldagem, extrusdo, trefilacdo et.) revestimentos protetores e acabamentos (pintura e tra- tamentos especiais ~ como cromatizagao, esmaltacio}. Os vefeutlos sto exemplos marcantes da utilizag2o dos mats varlados métodos, processos € tipos de tratemento de superficies pintadas. Com enfoque para os que ostentam publicidade, em que so utilizados diversas técnicas de ij € de adesivos de clementos gris. Ceramica Ceramica avangada. Supercondutores (05 avangos da cerdmicafizeram com que os supercondutores pudessem operar abaixo de 1400 +C negativos. ses materials ter_io tauitas utilidades nos citeuitos de computadores ultra-rapidos © nos magnetos dos futures trens de alta velocidade Outro exeimplo importante do uso de cerdmica avangada s4o os milhares de ladrithos que reeobrem e protegem a superficie exterior dos Onibus espaciais contra o superaquecimento de contato coma atmosfera. Os nibs moder- nos usamt canada de slic, catbono e cerimica. (WRIGHT e PATEL, 2000), 170 Processo industria As ceramicas industriais so produzidas por meio de méquinas ¢ equipamentos fabris e as cerdmicas artisticas so confeccionadas e mode- ladas manualmente em moldes e tornos podendo, eventualmente, serem decorados ¢ vitrificados. Posteriormente, so dispostos em fomos para serem cozidos. A fabricacao de produtos passa por varias etapas, desde a fase do barreiro e do tratamento anterior matéria-prima, stucedido pela homogeneizacio, moldagem e secagem da cerémica até sua queima. [étodos de conformagiéo Os métodos de conformacao dependem da quantidade de agua em um corpo ceramico, que determina a escolha do método de molda- gem ou ao contrario, Assim, por exemplo, pecas de configuracao com- plexa so mais facilmente moldadas com massas que possuem eleva- da plasticidade, muita quantidade de agua. A conformagio dos objetos dé-se pelos processos de prensagem a seco, que consiste na modelagem pela prensagem da argila quase seca em um molde na configuracao desejada, e pelo processo de extru- slo, que modela os objetos ao forcar a passagem da argila por pressio por meio de aberturas ou moldes que Ihe dio forma continua, em que pode ser cortada em comprimentos desejados. Processo manus 0 método mais disseminado na cerdmica, na confeccao de pecas artesanais, é a moldagem manual. Utilizando-se as mos pata amassar € configurar a argila com 0 uso de técnicas de espiral, de laminas ¢ de torneamento. Apés o processo, a argila costuma passar pela secagem, aplicagao de vidrado e pelo proceso de coceéo, para torné-la dura. Metedos de acabamenio Conforme 0 proceso de fabricagdo empregado, so utilizadas vairlas téenicas, como: de tirar rebarbas, torneamento ¢ de unio de com- Ponentes de um mesmo objeto; de decoracio, em que se destacam: a vitrificagdo; pintura por esmaltagio; aplicagao de relevos; decalque: silk-screen (aplicago de desenho sobre a superficie da pega por processo serigrafico); linhas, pintura feita a mdo etc. - muitas vezes, so utiliza dos gabaritos no auxilio & pintura de elementos decorativos. ad “A cerimica avangada, por meio principalmente do tatamento especial de sua matéria-prima, garante pureza, produgio em série € alta qualidade. As cerdmicas avangadas so empregadas para fins ele trocletrénicos ¢ estruturais, como: ferramentas de corte, matrizes de Ceramica av, Jo8o Gomes Filho Design do Objeto / Bases Conceimoais wt extrusto, isoladores de velas de ignigdo, turbinas automotivas, mancais, de rolamento, pistdes e outros. Outra drea de alta tecnologia ¢ a da apli- cacao da bioceramica na medicina (por exemplo, materiais ceramicos estruturais para implantes}, SAo também denominadas de cerdmica de alto desempenho, ceramica fina ou de alta tecnologia. As ceramicas de alto desempenho caracterizam-se por cons- tituirem-se em excelentes opg6es para trabalho em condigdes de altas ‘temperaturas € meios corrosivos ¢ oferecerem resistencia mecdnica, tio elevadas quanto os acos.” (TEIXEIRA, 1999; VAN VLACK, 1973; WRIGHT © PATEL, 2000) Plasticos “Desde @ década de 1860, os quimicos sinter zaram dezenas de tipos diferentes de plasticos para praticamente qualquer utilizagio imagi- navel © polietilena é usado para protesdo de alimen- 10s, sacolas de transporte © garrafas plisticas. © polipropileno ¢ facilmente tansformado: ‘em fibras fortes ¢ tecide para formar cordas & carpets. poliestireno pode ser expandido como bolhas de ar para formar o isopor um material de embalagem leve, com propriedades de isola- mento do calor (utilizado em recipientes para alimentos ¢ bebidas quentes), 0 policloreto de vinila PVC é um plastica bara- toe versitil que pode ser moldado para faze? uma ampla gama de itens, incluindo imitagées de couro, discos de vinil e mos de plisttcos. 0 teflon PIFE é um plastico muito escorrega~ dio, resistente ao calor © a produtos quimicos, usados como revestimento antiaderente em frigideiras, ‘Um dos tltimos desenvolvimentes, os polimeros ‘emissores de Itz, podem substituir tubos de raios ‘catbdicos ¢ 0s caros monitores planos de cristal liquido © oferecer uma alternativa barata aos Tasers de semicondutores usados nos aparelhos de CD.” (WRIGHT ¢ PATEL, 2000), Materiais plasticos Sto inumeriveis os produtos fabricados com esses materials. Seja configurande 0 produio como unt todo, ou formando partes elow incor- porando conjunto de componentes ou, ainda, se agregande como pecas isoladas. A excolha © a especificagio de determinado ‘material plistico fazem-se, tendo em conta 0 cestudo € 2 anilise dos seus diversos tipos, suas variadas propriedades, caraeteristicas atribu- tos ¢, naturalmente, subordinado 20 design do produto (caracteristicas dle uso, de funcionali- dade, performance etc.) consoante corn os pre requisitos de qualidade desejada, Plasticos “A industria plistica trabalha em dois setores principais. 0 de fabricago de resina organica sintética, resultante de modificagdes quimicas de determinados compostos, € 0 de transformagao de resina em objetos processa- dos, como laminados, tubos, perfis etc. € de objetos acabados ou produto final, Os termoplasticas sio os polimeros mais empregados na indistria dos plasticos € os seus principais tipos encontram-se nas familias dos vinilicos (polietileno, polipropileno, acetato- vinil-etileno etc,); dos acrilicos (polimetacrilato de metila, acrilonitrilo estireno, acrilonitrilo butadienoestireno ABS); dos celulésicos e outros, como dos fluoroplisticos, poliamidas, acetais, policarbonatos ete. Os principais tipos de plasticos termo- fixos encontram-se nas familias dos feno- plastos, aminoplastos, poliéster insaturado, oliuretano, epoxidicos (adesivos), silicones etc. Obviamente, sdo distintos © diversifica- dos os modos de aplicacéo industrial para cada uma dessas familias © seus respectivos tipos de pldsticos (propriedades, atributos, caracteristi- cas gerais e especificas). Assim, a especificagio técnica de um determinado material estard condicionada logi- camente & natureza de utilizagZo do objeto a ser concebido € fabricado. Para tanto, deverao ser consideradas as bases conceituais de uso do I72 produto € outras secunddrias como as estético-formal, ergonémica, simbélica e semiética e, além disso, outros Fatores como custo € eco nomia de eseala, por exemplo. Téenicas e processos de fabricagito Os materiais que exibem plasticidade podem ser conformados por forgas de atragao ou de compressio € sao realizados em operacoes a quente. J os materiais em estado resinoso sto conformados median- te a solidificagao em moldes, por fundigao 2 frio, Outra técnica para dar forma a um material consiste na remogdo, a partir de um bloco sdlido, de parte do material, por meio de operagdes de usinagem. A produgdo de objetos seriados, em grande quantidade, ¢ fruto dos processos baseados em moldes © matrizes - assim, os plasticos podem ser moldados a quente ou a frio. Os processas de moldagem por compressio, termoformacao, transferéncia, injecdo, extrusdo, sopro, fundicao etc. compaem os pro- cedimentos utilizados para a moldagem a quente. Os de moldagem a frio, por usinagem, que é uma transformacao sob tensio caracterizada, ow seja, por separacao do material de que so exemplos as operagies de furagao, torneamento, fresagem, plainamento, serra, corte € retifica, Os processos de uniio sao feitos por soldas e colas especiais, parafu- sos, rebites, entre outros." (TEIKEIRA,1999; MILES e BRISTON, 1975) Tintas e vernizes “As tintas sio definidas como a dispersio de um ou mais pigmentos em um aglomerante sélido ou de mistura de sblido e liquido que, quando estendida em pelicula fina ¢ seca, conforma um filme opaco e aderente ao substrato. A forma- 40 dessa pelicula pode acontecer por evaporacio do solven- te, por oxidagao de dleos e por polimerizagao.” (TELXEIRA, 1999}. As tintas apresentam uma parte volatil (solvente) e outra nao voli til [pigmentos, veiculo, cargas e aditivos especiais). Os solventes mantém todos os componentes misturados de forma homogénea, garantindo faci- lidade de manuseio ¢ aplicagao. Sdo os componentes responsiveis pelas propriedades fisico-quimicas da tinta como viscosidade, velocidade ¢ secagem, aplicabilidade ¢ volatilidade. Os pigmentos, orgnicos e inorg’- nicos, so constituidos por finas particulas sélidas ¢ sio responsaveis, pela cor e poder de cobertura (opacidade), conferindo também proprie- dades mecanicas ou anticorrosivas. Deve-se sempre ter em conta a superficie a ser pintada, que usual- mente envolve 0 seguinte: preparagdo do fundo (substincia quimica Too Gomes Fitho Design do Objeto / Bases Concettuats 173 bbaseada em resina com catalisador ~ que pode ser pigmentada ou nao}; utilizacdo de selador, tinta incolor cuja fungao é fechar a porosidade da superficie e prepari-la para o acabamento final do substrato; uso de pri- ‘mer, tinta de fundo, que tem como objetivo completar a selagem, corrigin- do imperfeigdes de nivelamento. Jd 05 vernizes, que dao acabamento também, so compostos de resi- nas, solventes, aromaticos e acetatos, mais aditivos e se categorizam em vernizes brilhantes, que contém apenas solvente e resina, ¢ 08 vernizes fos- cos, que contém cargas transparentes. Concreto No campo da arquitetura ¢ nas atividades da construcéo civil, 0 concreto € considerado o material mais importante. Envolve intimeros usos nas edifica~ peloaktclenieaon oes de prédios, casas, pontes, viadutos, tineis, obras suatvais de cerdmca ve de arte, ¢ assim por diante, No Design do Produto vem encontrando cada vez mais aplicagdes de uso cotidia- no, de per si ou mesclados a outros materiais. Como, por exemplo, em assentos, mesas, lixeiras, floreiras, vasos, totens de comunicagao visual, esculturas e um semi-mimero de outros objetos e, muito especialmente, ‘nos equipamentos urbanos que exigem protecdo con- tra atos de vandalismo, como, por exemplo, abrigos de 4nibus, brinquedos em parques publicos, cabines tele- fonicas e varios tipos de quiosques, entre outros. “0 concreto é um material que resulta da mistu- ra intima e proporcionada de um aglomerante, o cimen- to, agregados mitidos, agregados gratidos ¢ Agua. Possui varias aplicagées, além do uso estrutural, tais como: em revestimento, pavimentos, paredes, canalizagdes, fun- restas vivas € dagdes e outros. 0 conhecimento das propriedades do ee concreto ¢ fundamental para a sua correta utilizagio, para cada tipo de obra. Assim, determinadas propriedades podem ser imprescindiveis para certos tipos de obras € dispensé- ride 16% 220% _Veis para outros, Algumas propriedades importantes: Impermeabilidade do concreto: é qualidade See uma _essencial para obras hidrdulicas (porém nao ¢ t&o impor~ tante nas estruturas de edificios € outros produtos). Massa especifica: propriedade importante nos calculos do peso préprio do objeto € varia de acordo com 0 processo de execucao (adensamento, tipo de agregados e quan- tidade de vazios). Resisténcia mecanica: principal propriedade dos conere- tos, € influenciada principalmente por dois fatores. A relagao agua/cimento: a maioria dos defeitos do concreto ¢ causada pelo excesso de agua colocado a fim de facilitar 0 amassamento. Idade: quanto maior ¢ a idade do concreto, maior ¢ sua resistén- cia mecanica. Durabilidade também é relacionada com o fator Agua/cimento, As propriedades de permeabilidade ¢ absorgio sio afetadas por diversos fatores: materiais constituintes, (ais como agua, cimento, agregados ¢ aditivos; métodos de preparacao, como mistura, lanca~ mento, adensamento, acabamento ¢ tratamento em fermos de idade, cura condigdes de ensaio. A deformacao do concreto pode acontecer sob aciio de varios fatores, tais como: hidratagdo do cimento, solicitacdo mecanica, variacdes hidrometricas e térmicas. Também as solicitagdes mecani- cas sio responsiveis por dois tipos de deformac&o: a imediata, que aparece logo apés a aplicacao do carregamento, ¢ a lenta, que apa~ rece ao longo do tempo, com a manutencdo do carregamento. No que se refere a fissuras, varias causas podem contribuir para 0 fis- suramento da estrutura: resisténcia do concreto, relagéo entre as resisténcias do concreto e do aco ¢ variagdes da retragéo e espessura do comprimento. Elas geralmente aparecem nas zonas de tragdo onde sda diferentes as deformagdes do ago do concreto, Em relagao as propriedades acisticas ile concretos, tanto os nor mais como os considerados leves, elas variam de acordo com a textu- 1a, porosidade e pintura da superficie, imensionais em razao Produtos pré-fabvicados e blocos de conereto A pré-fabricacdo de elementos de concreto simples (como tubos, locos, painéis ¢ blocos para pavimentacéo), de concreto armado (como vigas, lajes, pilares, pérticos, escadas, placas, tubos, postes, blocos para fundagées, estacas, esquadrias), de concreto protendido (como vigas, pilares, lajes, tubos de grandes dimensdes, porticos, pro- dutos especiais) ¢ do concreto celular (como painéis para parede & forros, lajes, blocos para vedagdes etc.), muito usada na atualidade, traz diversas vantagens nao s6 na sua composicao com baixo teor de cimento como também na mao-de-obra, em razao da automatizacao, € na previséo da quantidade de material e na maior rapidez e melhor qualidade da producao. Joa Games Fito Design Ho Ohjeto Bases Concetuats U5 Plasticos —resina de poliéster Nos objetos abaixo, da designer Eliana Schussel, 0 processo de fabricagto utilizade ‘0 de fundigio artesanal de resina de poliéster tirada em molde de silicone, com acabamento das pecas polido. Massageadores cor designs inspirados em partido estético-formal organico, com carac= teristicas hidicas. Massageador Linfia Sapo (& esquerda). nha de fruteira Coquinho. Aca Massageador Linba Polvo (acima). bamento polide por Fora © Fosco ‘por dentro {jato de areia). Plasticos Concreto Concreto / Alvenaria Excmplos de ampla utilizagdo em estruturas, revestimentos, fachadas, fechamentos, paredes e outros. Mistura de concreto, alvenaria e outros materiais 105 ginasios € ontras complexos polfesportivos sao exemplos de monumentats edifieagbes ue utlizama no sé 0 concreto ea alvenaria, mas também mesclam com cles diveisos ‘outtos materials, como, por exemple, na sua configurag3o interna extema: esqueleto ‘strutural envolvendo ¢ integrando principalmente 0 conjunto de arquibancadas, mais pisos, paredes, eseadas, fechamentos, revestimentos de moda eral, e assim por dlante. 176 Os blocos de concreto so produtos sumamente importantes na construgéo de edificagdes. Os concretas comuns so formados por cimento, areia e pedriscos misturados e colocados em formas em que serdo prensados vibrados em maquinas especiais. Ja os blocos de concreto celular so extremamente leves, resultantes do tratamento que Ihes confere aparéncia de espuma endurecida.” (CLARO, 2005) Textil 0 termo téxtil, derivado do latim ferere (tecer), originariamente aplicado somente a planos (tear), tem se tomado um termo geral para fibras, tecidos outros materiais que podem ser transformados em teci- dos, produzidos por entrelacamento ou qualquer outro método. Dessa forma, fios, cordas, fitas, rendas, passamanaria, bordados, redes ¢ teci- dos feitos por tecelagem, malharia, feltragem etc. sto téxteis. Hles sao utilizados em variados segmentos: * vestuario: roupas em geral, linha intima, usos esportivos; * industrial; produtos para composicao como cintos de seguran- 6a, correias, mangueiras; * tecidos: para processamento em filtros, telas, sacos; * para uso direto em malas, sapatos, toldos, barracas, lonas, Para protego cm uso militar, cinto de seguranga, pira-quedas. Fio é 0 composto de fibras, filamentos ou outros materiais natu- rais ou sintéticos, apropriados para uso em construgdes de tecidos entrelagados, tais como em tecelagem ¢ malharia, fio pode consistir de fibras torcidas; de filamentos agrupados mas no torcidos; de filamentos torcidos; um simples filamento (monofilamento), com ou sem torso; tiras, feitas pela diviséo de uma folha de material como papel ou metal, ambos torcidos ou no. As pro- priedades do fio utilizado influenciam muito a aparéncia, a textura e 0 desempenho dos tecidos. Fibras téxteis Fibras sao unidades de materia tendo o comprimento de, no minimo, cem vezes o seu didmetro ou largura. Fibras apropriadas ao uso téxtil possuem adequado comprimento, largura ¢ espessura, bem como resisténcia ¢ flexibilidade para formacao do fio ¢ construgao do tecido para resistir ao uso pretendido do tecido final. Outras propriedades que impactam o desempenho das fibras téxteis incluem: elasticidade, ondulago, absorgao de umidade, reagao Joao Gomes ho Design do Objcto / Bases Conceituais: 177 Fluxo téxtil ao calor € & luz solar, reagdo aos varios produtos quimicos aplicados durante 0 processamento ¢ na lavagem a seco no tecido final. A gran= de variagdo de tais propriedades entre as fibras téxteis determina sua adequacio aos diversos usos.” [DU PONT, 1991) As primeiras fibras disponiveis para uso téxtil foram obtidas a partir de origens vegetais ¢ animais. Apés um longo periodo de experi- mentacdo com muitas fibras naturais disponiveis, 0 algodao, a la, a juts, o linko ¢ a seda tomaram-se reconhecidamente mais satisfatérios. [As fibras quimicas incluem as regeneradas como rayon, feitas de materiais existentes in natura ¢ manipuladas para 0 formato de fibras, 178 bem como as fibras sintéticas, com a substancia formadora da fibra pro- duzida quimicamente de derivadas de fontes como o petréleo € poste- riormente transformadas em fibras como o nylon ¢ o poliéster. Naturais * Vegetais-sementes: algodao, paina; caule: linho, juta, rami. * Folhas/fruto: sisal, coco, canhamo. * Animais-la/pelos: camneiro, angora, caxemira, mohair, Ihama, alpaca, vicunha, outros pelos; seda: bicho-da-seda, * Minerais: amianto, Quimicas * Artificiais: acetato, triacetato, rayon, viscose, polinésicas, dentre outras. * Sintéticas: poliamida, poliacrilicas, poliéster, polietileno, poli- propileno, elastano, outras. Atributos das fibras: © Caimento, que confere beleza ao tecido. * Textura, como elemento importante no apelo visual e tatil. * Cor, que remete a fatores emotivos, expressivos, psicolégicos © funcionais. © Capacidade de reter vincos ou pregas. * Recuperagio ao enrugamento na capacidade de climinar dobras indesejaveis. * Confort, pela absorcao de umidade, que é a capacidade da fibra de absorver umidade na forma de vapor, do corpo ou de fontes externas. * Blasticidade, alusiva @ capacidade de o tecido ceder e depois recuperar a forma original. * Porosidade, referente & capacidade do tecido “respirar”, fator essencial ao bem-estar. * Permeabilidade, que é a proporgao pela qual gases ou liquidos podem fluir por meio do material poroso. * Desempenho. Repeléncia @ agua, propriedade do tecido de resistir a molhar-se quando imerso ou lavado em agua. * Resisténcia 4 abrasio, como forma de reagio a constantes attitos de materiais abrasivos. * Resisténcia ao encolhimento, capacidadle do material de manter um tamanho constante, quando lavado ou submetido a limpeza a seco. * Estabilidade a luz ultravioleta, Capacidade da fibra para reter sua resisténcia ¢ durabilidade quando exposta a luz solar por prolon- gados periodos, Jo8o-Gomes Filho Design io Objeto / Bases Conceltuals 179 Classificagao das fibras téxteis « Seguranca. Flamabilidade, aqui devem ser observados os seguintes pontos: a) facilidade de ignigao da massa do tecido, velocidade de pro- pagacio da chama por meio do tecido; d) facilidade em extinguir a chama, natureza do produto em queima etc.; ¢) isolacao, na protegao oferecida ao corpo. d) resistencia aos acidos, alusiva ao poder de absorgao sem sub- seqilente degradacio do tecido; ©) propriedades antiestaticas na resistencia do tecido a formacao de cargas eletrostaticas durante 0 uso. Formagito do tecido “0s tecidos de tecelagem, produzidos em tear, so feitos por meio do entrelacamento de dois conjuntos de fios perpendiculares um 0 outro. Os fios no sentido do comprimento séo conhecidos como fios de urdume, enquanto os fos na diregao da largura, por fios de trama. As bordas do tecido so no comprimento das ourelas (que sao facil- mente distinguiveis do resto do material) A construgao dos tecidos envolve a conversao de fis, € muitas vvezes fibras, em tecidos com caracteristicas determinadas pelos mate- riais ¢ métodos empregados. A maioria dos tecidos é, atualmente, pro- duzida por alguns dos métodos de entrelacamento ou malharia. A tecelagem ¢o principal método de producao de tecidos, incluin- do basicos, lisos ou tafeta, sarjas, cetins, tecidos fantasia, também felpu- dos, jacquard maquinetados e gaze. 180 Jodo Gomes Filho Os tecidos de malharia est4o rapidamen- te aumentando em importancia ¢ incluem tipos por urdume e trama. As malhas so produzi- das por processos semelhantes ao croché € tried. Os ndo-tecidos (non woven) incluem materiais produzidos por feltragem e colagem. Processos de laminagao esto aumentando em importancia e recentes desenvolvimentos incluem tecelagem de agulhas e processos de " (DU PONT, 1991) Produgao téxti Pie centages tin gare primitive, simples ¢ casero as modemas pote tosas laste t€xtels atv: costuras em malharia Industria do vestuario Roupas em eral: linhas social, esporth , intima, para o trabalho e outras atividades. Tecidos / Revestimentos e forragoes Scgmentos diversos de produtos para cama, mesa € banho, tapetes cortinas, bancos, inte- Hlor de vefeulos ¢ outros. Industria do vestudrio - roupas especiais Roupas expecais do tipo uniformes, fatdas, macacbes ¢ ventas ~ so de concepio ¢ confegto reativamente simples, se comparadas a outros trajes profissionais de trabalho (como, por exemplo, de astronautas, mergutha~ dares etc) ede comperigiesesportivas,principalmente, em rela aos esportes cits adeais Neste pos de wo formes © design fae interface com especialidaes como Design do Produtoe o Design Gréfcofinfermagees © mensagens publica) De modo ger os trajesincorporam 3s mais events e exraodinaras congutstas cn. teas, teendlégicese contam com solucies engondmicas avangadas, por exemplo, nos ales para competgtes de ceaui, para-quedismo, motciclism, fatebol americano,atividades aquatias, asim por lane tema construtivo do produto 2 te 182 Jodo Gomes Filho Trem do metré de Sao Paulo / linha leste-oeste Exemplo de decomposigao construtiva realizada pelo autor a épaca do projeto: Sistema construtivo: conjunto, subconjuntos e componeutes principals, Exterior do trem Frente: mascara Lateral direita: portas e janclas Lateral esquerda: portas janelas Traseira: revestimento ‘eto: tomadas de ar e evestimento Cabine de operagao Bleed Pérabrsa, buco rebatiel,console/painel de opera, banco, pores, janlas, tava, amris cletoeletd- nce, sistemas teres de vena, exaust elumtnagdo,eamutur ntema de sustenagto Saldo de passageiros Piso, paredes ¢ teto Revestimentos Bancos, pegadores, portas, janelas, travas. Armérios eletrocletronicos Sistemas téenicos de ventilagfo, iluminagdo, equipamentos Estrutura interna de sustentacdo Estrutura geral Chassis estratura Rodeito eos croas Outros: sistemas mnecinicos, elticos, eletomecinicos ¢eletrnicos Importante assinalar que, uma vez definidos os conjumntos, suheonjuntos, partes e componentes principais do produto, pode-se entéo procesler & sua decomposicao ¢ descrigke, um por um, conforme o exposto, Eventualmente, pocey-se-a, também, decompor as respectivas partes em seus outros componentes [se necessi- rio} para complementar informacdes sobre as solugBes projetuais, funcionais e téenicas adotadas, materials cspecificados, determinados processos de fabrieago ou de confeccao, e assim sucessivamente Trem do metré de Sao Paulo / linha leste-oeste, partes principais: Exterior salao de passageiros ~ cabine de comando. 183 Design do Objeta / Bases Concetuais Estas bases conceituais so ligadas principalmente 4 funcao pritica ¢ as dimensdes semidticas do objeto, sobretudo no que se refe- re dimensao sintatica. Elas dizem respeito & configuracao fisica e/ou funcional do produto, em relac3o ao seu sistema construtivo. Assim, pode-se descrever a construcio, ou analisar de outro ponto de vista, a constituico de um produto, dividindo-o, como um todo, em conjunto, subconjuntos (ou blocos de componentes) ou, ainda, em suas pegas principais de maneira isolada, uma por uma. Como no exemplo do trem do metrd, descrito ao lado. Este conceito de divisdo abarea, principalmente, produtos sisté- micos como: veiculos, publicagdes, roupas, ambientes, e assim por diante. Obviamente, isto s6 ¢ possivel quando o produto no for cons- tituido por uma tinica unidade fisica, como uma alianga simples ou um clipe, desses de prender papéis. z A decomposigio construtiva dos elementos fisicos e/ou funcio~ nais tem como finalidade precipua expor de maneira objetiva, clara e racional solugGes projetuais conferidas 20 produto e como delas obter uma série de vantagens ou de beneficios. Como, entre outros, nos seguintes exemplos: Simplicidade de solugdes Aspectos alusivos @ simplicidade e & facilidade das solugdes dadas ao projeto do produto no que conceme a sua funcionalidade © operacionalidade. Principalmente com relagao & praticidade em tazao de rapidez e conforto para eventuais servigos de manutengio, substituigao ou reparagio de componentes. Inclusive, em muitos casos, proporcionando ganhos em economia de custos. Rapidez de montagem e desmontagem Facilidade e rapidez nas operacées de montagem e desmonta- gem do todo, de partes ou de pecas isoladas do objeto, que envolvam: colocacio ou retirada de elementos com acesso ¢ alcances livres € desimpedidos (sem obstrucdes ¢, de preferéncia, dentro de condigoes de limpeza). Demonstragao de calculos Em relagao & demonstragao de eventuais calculos (planilhas, tabelas, grificos, diagramas, formulirios etc.) que forem necessarios efetuar em relacao ao projeto do produto (cdlculos matemiticos, fisi- cos, quimicos, elétricos, eletronicos, hidréulicos, pneumaticos, geomé- tricos, diagraméticos, modelagem para vestudrio ete) 184 A guisa de curiosidade, quando participamos do projeto do con- sole de operacdo da cabine do trem do metrd de Sao Paulo, nés divi- dimos 0 console em sete blocos individuais, integrados por meio de soluces inteligentes de fixacao entre si, de maneira que fosse possivel retirar cada um deles de forma isolada. Isto facilitou contomar as necessidades de manutencaio do con~ sole, sem necessidade de recolher a garagem o carro completo, como era feito antes, por exemplo, nos carros da linha norte-sul. Agora se retira 0 bloco defeituoso do console e simplesmente se troca por outro idéntico de reposigao, sendo o trabalho executado no proprio local da cabine - onde o trem estiver localizado, Esse conceito de divisdo do produto em blocos (¢ estes em even tuais outras decomposigdes), aliado a solugdes modulares, geralmente leva & padronizacao de elementos (subconjuntos de componentes ou petas), © que, por sua vez, concorre para a reducao de custos de pro- dugdo. £, portanto, um conceito de projeto importante que deve ser observado pelo designer e utilizado sempre que possivel, Dependendo da natureza € tipo de produto, a sua organizacao em conjuntos ou blocos bem definidos pode contribuir também para uma melhor lexibilidade de uso. Podem também, em alguns casos, ser fabricados por terceitos, como, por exemplo, na indiistria de compo- nentes cletrénicos de computadores, onde um bloco pode ser retirado © substituide por outro, inclusive de Fabricantes distintos. 0 inverso desse tipo de abordagem ¢ de solucdes projetuais € conceito de produto integrado (motocicleta, motores de veiculos, alguns tipos de livros, de roupas etc). Aqui, a principal desvantagem ¢ a de no permitir introduzir mudancas no projeto ou no produto (em caso de redesign) em que uma alteracao mais significativa pode levar a uma revisio total do projeto. Claro que, na pratica, € muito dificil separar esses dois concei- tos. Na verdade, em alguns casos, eles podem até se combinar, De qual- quer modo, cabe ao designer determinar, por meio de solugdes criati- vas, a predomindncia de um ou de outro conceito, tendo em conta as propriedades © caracteristicas de uso, funcional, operacional etc. de cada produto, em funcao das possiveis vantagens ¢ desvantagens que um ou outro ow os dois conceitos vio oferecer. Beneficios projetuais As bases conceituais do sistema construtivo e os beneficios que delas decorrem podem, na verdade, ser extrapolados e aplicados para qual- uer tipo de produto, Assim, essa conceituagio é vilida, em geral, para: Join Gomes Filho Design do Objeto / Bases Conceituats 185 Produtos graficos Configurados por elementos tridimensionais, como pla- cas, totens, painéis, ¢ substratos bidimensionais, como papel, tecidos, laminas de material plastico etc. E importante obser~ ‘var que, para os produtos formados unicamente por substratos Didimensionais, aplica-se 0 mesmo, porém de modo mais sutil, em relago principalmente & composigao diagramatica do con- teudo informacional e dos seus elementos constitutivos (grid, textos, manchetes, chamadas, linhas, vinhetas, boxes, quadros, manchas, graficos, cores, e assim por diante). Embalagem Para os diversos tipos de embglagens (priméria, secun- daria, tercidria etc.), configuradas por elementos tridimensio- nais (conjunto, subconjuntos, componentes isolados} © com mensagens representadas por elementos gréficos em substra- tos bidimensionais (composigao dos elementos graficos). Aqui, valem 0s dois casos: pode-se decompor o produto em seus elementos construtivos e 0 conjunto de suas informagoes dia- gramaticamente (marca, logotipo, textos, imagens, rétulos, cédigo de barras ¢ outras informagoes). Moda De modo idéntico, para a industria do vestuario, abran- gendo todo tipo de roupas: vestidos, saias, blusas, ternos, lin- gerie, uniformes, fardas ete. e acess6rios identificados por produtos de uso em geral. Edificagées ‘Também para edificagdes em geral (casas, apartamen- 10s, fabricas, lojas, estadios, gindsios, quiosques etc) ¢, natu- ralmente, pode também abranger os componentes dos ambientes interiores e os elementos do entorno da edificagio, quando for o caso. Em resumo, a diviséo ou a decomposi¢ao do sistema construtivo do objeto, quando pensada de modo inteligente € utilizada racionalmente, transforma-se num recurso extrema- mente valioso para a concepgio € o desenvolvimento proje- tual de qualquer produto, bem como para outros eventuais estudos, andlises e diagndsticos do ponto de vista do design. 186 Jodo Gomes Filho Sistema construtivo de jornais, livros e revistas Partes e componentes Formadas por diversos caderos ¢ outros anexos, que configuram fsicamente 0 produto grafico coma um todo. Diagramagio de capas e das péginas, envolvendo os diyersos elementos grificos compostas por calunas de textos, manchetes, imagens, mapas, diagramas, Iinhas, vinhetas, quadros, boxes e outros, Alguns cadernos de jornal DIAADIA — ___ DIAADIA DIAADIA Homenagem a r ve == Cauby Esquema de Sonegacio Constituigao ree aca ore a etre eee ae aa ea ee eee ETT eee ea ecards eee eee cae Diagramagao sr Fo agar te we ea arenes Oe cea eo ata rae erin es Sve mG ETE Gestalt do ; Oa) Design do Objeto | Bases Conceituais 187 Embalagens As embalagens tals como frastos, garrafts, latas e outros reeipientes podem ser decom= Hostas em suas unidades constrativas, bem como em seus elementos bidimensionais, em termas de conteido informacional na sua compesigio diagramética, como rétulos, por cxemplo, Vestudrio 0s diversos conjuntos de roupas, como 0s que aqui aparecem, podem ser divididos em seus respectivos componentes, como, calgas, camisis, blusas, palets, metas, caleados, cintas ele ¢ estes, por sua vee, nas pecas que os constituem. Como, por éxemplo, uma camisa: fente, costa, gol2, punho, bolso, botdes etc Edificagées Podem ser divididas em suas varias dependéncias, tanto extemas (jardins, quintais, cor redores etc) como intermas (salas, dormitorias, cozinha, banheitos) ¢ em pavimentos, E, por sua ve2, cada dependéncia pode ser dividida em tantos outras conjuntos, subcanjun- {os € componentes, fisicos efon fanctonais, DIAA DIA "PSDB reeebe apoio col Sistema construtivo de embalagens, vestuario e edificagoes WB Ame aaa sistema de fabricacéio do produto ose) 190 Jodo Gomes Fitka Categorias conceituais Desigirdo Objeto / Bases Conceituals 191 Essas bases conceituais vinculadas especialmente & func&o pritica referem-se, no Ambito industrial, aos variados métodos e pro- cessos tecnologicos para a fabricacio, confeccéo ou impressio do produto, proporcionados pelos meios técnicos em termos de insumos, recursos ¢ procedimentos de producéo em geral. Concemem aos objetos concebidos nas areas do Design do Pro- duto, do Design Gréfico (particularmente em relacdo aos processos de impresstio e de acabamento ~ que, na maioria dos casos, consubstancia 0 proprio produto elaborado em seu substrato bidimensional) e do design de moda (principalmente em relagio a confecgao do vestuatio). Nao fazem referencia ao design de ambientes, pois, como ja defi- nido, este envolve apenas a concepsao de configuragées ambientais em termos de plangjamento, organizacdo e especificagéio de produtos. Naturalmente, em razio da extensio, da complexidade ¢ dos avangos continuos do tema, so colocadas aqui apenas nogdes gerais dos assuntos tratados nestas bases conceituais, cabendo ao designer apro- fundar-se na busca de informagées mais detalhadas e pesquisas comple- mentares, quando for 0 caso, Em sintese, referem-se aos conhecimentos basicos que o profissional das citadas areas deve ter para desempenhar sua atividade da maneira mais adequada possivel, a seguir elencados. Organizacéo de empresa Em primeiro lugar, embora no necessariamente essencial, & importante que o designer tenba uma nocdo geral da organizacio tipi- ca de uma empresa (sobretudo do seu organograma). Especialmente no que se relaciona aos seguintes itens: ¢ Ambiente administrative e de producdo: nogio de como se organizam, se comunicam, atuam e interagem mutuamente as pessoas que constituem e fazem funcionar os setores tecnicos, administrativos € de fabricagao, pertencentes as diversas 4reas de uma empresa industrial, como, por exemplo: superintendéncias, diretorias, geréncias e, notada- mente, os departamentos de design (ou de criago), das engenharias industrial, de produgao, de tempos € métodos € dos sistemas de contro- le de qualidade, que sio os setores ligados mais diretamente aos siste- mas de produgio (sejam mecanicos, graficos, téxteis ou de construcio). « Planta industrial: noo de como se organiza e funciona uma planta industrial e de como interagem mutiamente os trabalhadores com relagfio a adequacao do layout industrial (arranjo fisico-espacial de maquinas, equipamentos, postos de trabalho, linhas de produgio, processos robotizados etc), sistemas técnicos de conforto ambiental ¢ de outros componentes que configuram o espaco de produgio. 192 * Recursos e processos produtivos: nocdo da disponibilidade dos recursos produtivos em relagdo a maquinas, ferramentas, instramentos € outros equipamentos e insumos ¢, ainda, de como funcionam e se adaptam, para determinados produtos, os pracessos de fabricacdo disponiveis. * Nocio dos principais processos produtivos, tipos de tratamen- to € acabamentos para a fabricagdo do objeto que, fiundamentalmente, se originam ou sdo escothidos subordinados aos atributos e caracteris- ticas da configuracdo fisica ¢ estrutural dos produtos e dos materiais neles empregados. Especificamente nesse caso, a seguir, eles so colocados, por especialidades do Design (Produto, Grafico ¢ Moda), com informagdes mais minuciosas. Processos produtivos Design do praduto / fabricagao do produto Processo de fundigdo O processo de fundigéo acontece mediante o derramamento de metal em estado liquide dentro de molde dotado com a forma negativa da pega (configurada a partir do modelo da pega, por sua vez, feita em madeira, aluminio ete, a ser produzida que, normalmente, passa depois or outros processos, tais como os de usinagem, acabamento e tratamen- to, sempre de acordo com a natureza configuracional do produto. Esse processo ¢ ideal para objetos de formato complexo, em que se destacam: processos por gravidade, em molde temporario feito em areia ou molde permanente em metal; processo sob presso, molde per- manente em metal; processo de precisio, molde feito em casca de cera, que em seguida se perde. * Principais materiais utilizados: metais e plasticos (moldagem a fio), Processos de conformagao Os processos de conformag&o mecanica so as operacdes em que se aplicam solicitagdes mecanicas em metais dentro de fase plas- tica, em que 0 material se deforma por meio de aplicacao de forca, com uma mudanga permanente de medidas, a seguir explicitado: A quente ea frio, Estiramento de blocos, placas ¢ chapas. 0 pro- cesso € baseado na passagem do metal entre dois cilindros que giram em sentidos contrarios, Na medida em que a espessura do metal dimi- nui, aumentam sua largura e seu comprimento. Joo Gomes Fitho Design do Chto / Bases Coneetals 193 Processos de fabricagao / Design do produto A bicicleta é um veiculo rico em diversidade de processos de fabricagio © de tratamentos e acabamentos diver- 0s, a seguir ilustrados: T ase Unido: fxagao do garfo por para~ fuso e arrucla de pressio Preu: moldagem a quente Garfo: trefilagdo ¢ estampagem Alavanca do pedal: estampagem a frio & Coroas: fandig2o aluminio € usinagem Revestimento manopla: injegdo a quente Alavanca do cimbio: funeligio aluminio ¢ usi Processos produtivos Produto sist@mico Fresadira-furadeira: fundiso, usinagem em ago dos componentes principa protegao e de acabamenio, Ambulatério mével da Autolabor Outro exemplo de produto sistémico. Formado por esqueleto estrutural intemo € outros elementos auxiliares [apoios, suportes ¢ yavetas) configurados em tubos redondos de aco inoxivel (usinados, dobradas € soldados) © com revestimento externo em pecas moldadas em plistico PSAI, além de outros componentes de mercado, tais como: rodizios, plas, puxadores, paine! eletrdnico, entre outros. compo, cabecote ¢ mesa. Pintura de Pesos Fundigio em ago, usinagem e pintura de protegdo e de acabamento. 194 stamp A quente ¢ a frio, Corte, dobra, curvamento e estampagem de chapas, principalmente. Basicamente, 0 processo ¢ realizado por pren- sagem, por meio de estampo ¢ de matriz que tém o desenho da peca ou produto a ser conformado. Extrusda Estiramento a quente, principalmente, ¢ a frio, sobretudo de perfis especiais. 0 processo consiste em forcar um metal como aco, aluminio, latdo ete. a passar através do orificio de uma matriz-ferra~ menta, submetido a alta pressdo, de modo a reprodwzir a sua forma como barras, tubos e outros perfis com desenhos mais complexos. ‘Macao A quente, principalmente, ¢ a frio de perfis espe fios, arames, tubos etc, A trefilagao realiza-se por meio da passagem do metal em uma matriz onde sofre outro proceso de estiramento, com a deformacio plastica, reproduzindo a forma da matriz, ¢ Principais materiais utilizados: metais, com destaque para o aluminio e plasticos (estes restritos a determinados tipos, em razdo de especificidades € caracteristicas especiais). is, sobretudo Forjamento A quente, principalmente, ¢ a ftio. Proceso em que se submete 0 metal a batidas sucessivas por meio de martelo ou de prensagem para sua deforma- cdo. Apés o forjamento, os,produtos ou peas neces- sitam de processas complementares de usinagem. * Principais materiais utilizados: metais. 4049 Gomes Filho apa de ago estampada eusinados Design do Ohjeto / Bases Conceieuals 195 Processo de moldagem / materiais néo-metalicos Fundigito Moldagem a frio. Usado sé para termoplasticos e termofixos, por meio de processo que prescinda de calor efou de pressio para serem configurados. A fundigo processa-se quando o polimero & depositado no interior do molde, onde fica até que a reagao quimica termine € 0 material se solidifique, reproduzindo sua forma. * Principais materiais utilizados: plasticos, plasticos reforgados com fibra de vidro, pecas de espumas de poliuretano expandidas. Injecao Moldagem a quente. 0 processo de injecdo é um ajuste do pro- cesso de fundicao sob pressio, empregado para materiais leves ¢ mais adequado para a transformagdo de materiais termoplisticos. © Principais materiais utilizados: termoplasticos, sobretudo ter mofixos ¢ elastomeros. Moldagem por sapro Este proceso viabiliza a confeccéo de produtos ocos, como frascos, garrafas, caixas e assemelhados. E realizado pelo sopro de ar dentro de moldes, geralmente bipartidos, o material € resfriado ¢ extraido na forma de produtos vazados, * Principais fateriais: plisticos ¢ vidros. Moldagem por compressiio Em resumo, o processo ¢ realizado por meio de molde aquecido. Utiliza matéria-prima sob a forma de pd ou gra- uulos que so comprimidos formando uma massa. A tem- peratura provoca a plastificacAo e o escoamento do material pldstico que preenche o molde. No final, o molde € aberto € 0 objeto moldado ¢ liberado, © Principais materiais: ter- moestaveis ¢ termoplasticos. 196 Joto Gomes Filho Concha da cadeira Fabricacdo por moldagem com aczhemento semi-industrial Orethao Moldagem da concha em fibra de vidro com poligster, com pintura de protec © acabamento Redutor de velocidade Peca principal do corpa funda em ago. Usinagem, acabamento e pintura posterior. Bulbo da lampada Moldagem do vidro a quente por processo de sopra industial Cinzeiro de cristal e vaso Moldagem do vidro a quente por processo de prensagem com acabamento por processo de lapidaga Processos produtivos Poltrona Barriguda (dotada de retroiluminagao) Fapectficagbes téenicas: processo de rotomoldagem. 0 produto € composto por utn como nico em plastico polieileno pigmentado extruda- do, 0 que confere uma melhor homogencizaga0 na cor resistencia a intempéries Acabamento superficial: texturizado Espessura: de 6 a 8 mm. Cores: branco, amareo, laranja, azul e verde. Dimensées: 820 mm x 800 mm x 760 mm. ‘Design do Ohjevo | Bases Conceitusis 197 Processos de usinagem A.usinagem é um proceso de remogdo de material em elemen- tos duros (metais em geral, madeira, argila etc.}, como, por exemplo: barras, chapas, tubos, vergalhdes, toras etc, ou de remogéo de material de pecas ou produtos semitransformados. A usinagem € feita por meio de ferramentas de corte em operagdes realizadas em méqui- nas € processos diversos, tais como: Operagao de usinagem em que o material ow a pega gira em tomo do eixo principal de rotagio da maquina enquanto a ferramenta se desloca simulta- neamente, conforme determinadas trajetérias. Operagio efetuada principalmente por movimen- {0 rotativo de ferramenta (fresa) em conjunto com movi- mento de cabecote da maquina em sentido horizon tal, vertical ou inclinado, atuando sobre 0 metal ou a pega, (por sua vez, presa ou fixada em dispositive apropriado) para produzir as agdes de usinagem. Operacao gerada por movimento retilineo alternative da pega ou da ferramenta, em sentido horizontal ou vertical, para produzir superficies usinadas planas. Proceso de usinagem por abraséo em que um rebolo abrasivo em alta velocidade entra em contato com a pega ou produto para obter superficies lisas, sem riseos. Operacao para obtengio de furos em que brocas penetram 0 material, peca ou produto de forma parcial ou total, como no caso de furo passante, Operagao de produgao de filetes de um ou varios sulcos helicoi- dais em superficies cilindricas ou cénicas de revolugéo. © Principais materiais: metais, plasticos, vidros, ceramicas, madeiras etc. 198 Processos de uniao Uniao de materiais ou de pegas: processos diversos de fixagao entre peas efou outros componentes de determinados produtos, tais como: por solda, cola, parafuso, rebite e outros. Tratamentos Sao muitos e variados os tipos de tratamentos ¢ acabamentos utilizados para a protesio dos materiais submetidos a condigdes de corrosio, principalmente ferrugem. Aqui, sao destacados especifica- mente os relacionados aos metais: R Hi perficie { linersi juente Banho de metal protetor. Processo usado para revestir objetos de ferro ou ago por meio de galvanizagao ou zincagem e por esta- nhagem, Processo de revestimento metélico de espessura fina, uniforme € sem poros. Metais superficiais depositados: zinco, niquel, cromo, prata, ouro etc. wrimestio de supesficte | Qrejvm Anodizacao para aluminio; cromatizagéo para aluminio, zinco, ; esmaltacéio para aco, ferro fundido e aluminio; fosfatizagio para aco e ferro fundide cddmi Recozimento, 0 metal & aquecido a uma temperatura suficiente para assegurar & pega um equilibrio fisico-quimico estrutural, seguido de resftiamento. Permite obter melhores propriedades de ductibilidade, remove tensdes ¢ diminui a dureza do metal. Tratamento que promove no metal um resftiamento tempera modifica as propriedades de dureza, a resisténcia mecanica e o desgaste do metal. iia Tratamento térmico de aquecimento uniforme. Corrige os exces sos da témpera: alivia tenséo ¢ diminui a dureza ¢ a fragilidade do metal, methorando sua ductibilidade e resisténcia ao choque, Jodo Gomes Filho Design do Objeto f Bases Conceituais 199 Tratamento de protesao © acabamento de materiais, pecas ou produtos por meio da utilizacdo de variados tipos de tintas que, naturalmente, sio aplicados em fungdo dos mais diversos requisitos: de uso, operacional, ergonémico, estético-formal.” (TEIXEIRA, 1999). Design grafico/ produgao grafica A seguir, sdo relacionadas, em parte por meio de transcricio adaptada e resumida, nogdes dos principais processos de impressao na producao grafica. Processos planograficos Offset Principal processo de impressdo, Originiio da litogratia. Impressao indireta. Do computador para o fotolito ¢ dele para a matriz metilica. A imagem da matriz (chapa) € transferida para um cilindro revestido com borracha ¢ dai para o papel. Apropriado para médias e grandes tiragens. Offer digital ‘Mesmo processo, assemelhado ao offset, porém nao utiliza agua. A entrada dos dados digitais acontece diretamente do computador para a chapa de impressora. Litagrafia Processo antigo que deu origem ao offset. Utiliza-se de uma matriz de pedra polida pressionada contra o papel, com os ele~ mentos para reprodugao registrados na pedra por substancias gor- durosas. Processos eletrograficos Xerografia Proceso industrial que se caracteriza pela reprodugio de cépias usando original em papel. Estd sendo aos poucos substituido pelo pro- cesso digital (ao qual deu origem). Seu original digital permite maior fidelidade, velocidade e qualidade na reproducio. Inpressio digital Derivada da xerografia, a diferenciagéo consiste no fato de que a entrada dos dados ¢ feita digitalmente, via arquivos de dados. 200 Jao Gomes Fillo Produgao grafica Offset/ processo de impressao Tambéim chamado de litografia, 0 offset é um método de impress2o planogrifico, sendo 0 tnico método impor fante de impressio, no qual a drea da imagem eo da nao imagem na chapa de impressio estdo no mesmo plano. las sao separadias por meios guimicos, dentro do principio de que a ordura {vinta} ca agua fa sokugdo dos rolos umidiffcadores) no se misturam. 0 Bstado de S. Paulo. formal ditio de alta tiragem, eujo principal processo de impressio € 0 offset. Serigrafia / processo de impressao No processo de inipressao serlgréfiea (também comecida como impressao em sili-sercen), como a entintagemn & mais pesarla do que nos outros processas de impressio, a serisrafla produz dtimos resultados em Superfcies isas ‘ou dsperas: metal, vidro, cerdmica, madeira, plistico, tecido, carndo e papel. Isso a toma excelente para trabalhos cometciais, tais como sinalizacéo, cartazes e paptis de parcde. Obviamente, nessa escolha de impressao, deve-se Jevar em conta a quantidade de pecas e a rapidez desejada para os referidos trabalhos, em coniparagéo com outros processos de impressio mais velozts, de melhor gualidade, custo-beneficio etc, Flexografia / processo de impressao © processo de impressao e similar a0 das rotativas tipodrafcas: a chapa de borracha é montada sobre um cilin~ dro de impressio e, geralmente, imprime-se em hobinas. Eum processo versal, reproduz de uma a seis cores usando bobinas de até dois metros e eto de largura, Imprime sobre papel celofane, follies metilicas,plisticos. Indicado, sobretudo, para diversos tpas de emabalagens. Tipografica/ processo de composigao No processo de composicao tipografica, o tipdgrafo utiliza basicamente 0 componedor (dispositive onde se rei- nem os fipos para estabelecer medidas de Tinhas desejadas) a caixa de tipos (especie de bandcja rasa dividida em ‘ompartimentos onde sto colocados os tpos) ¢ 0 tipo metalic, propriamente dita (contigurados por letras, sinals de pontiagéo, miimeros e espagos. Na foto, um componedor tipic. Xilografia / processo de impressao Também conhecida como xilogravura ou gravura em madeira, A cépia ¢ feita com uma imagem em relevo, cor tada em umn blogo de madeira, 0 bloco é entintado com um rolo e a imagem & tansferida dizetamente ao papel por pressdo da superficfe entintada contra ee, Design do Objeto | Bases Conceituais 201 Eletrofotografia Proceso eletrografico cuja ago eletrostatica ocorre somente no suporte. O que significa a necessidade de um papel eletrostatico. Este processo é empregado por birds de grafica ripida para a execugao de trabalhos de porte médio, em que 0 custo-beneficio € adequado, do ponto de vista de qualidade, prazo e preco. Processos permeograficos Processo que utiliza tela plana de nylon como matriz, Para uso de mais de uma cor, é necessirio dispor de mais telas em niime- ro igual & quantidade de cores desejadas, A impressio de duas ou mais cores € feita com a sobreposicao de telas sucessivamente sobre © trabalho realizado. Processos relevograficos Sua caracteristica principal é 0 uso de matrizes flexiveis em relevo (de borracha ou plastico) ¢ permite grande variedade de subs- tvatos (que podem ser irregulares, tridimensionais e flexiveis) em mate- riais como papel, papelao, plisticos diversos, vidro e metal. Especialmente indicado para o campo das embalagens, Proceso de importancia histérica, consiste em uma matriz com- posta por tipos méveis, pequenos blocos de madeira, posteriormente metélicos, que contém um caracter em relevo (letras, algarismos outros sinais) em cada um deles. Montados lado a lado, compéem 0 texto formando a matriz (rama). A tipografia foi a principal técnica de impressio por cinco séculos, sendo substituido gradativamente pelos processos de offset Xilografia Processo, também de impor- tancia histérica, que utiliza uma matriz de madeira entalhada para que os elementos a serem impressos fiquem em relevo, entintados, ¢ sejam reproduzidos por pressao (contato do papel sobre a matriz). Processos encavograficos Rowogravura Proceso em que os elementos que serio impressos so decompastos numa reticula de baixo~ relevo no cilindro de aco ou de cobre que forma a matriz. (chamada apenas de cilindro). A gravacao do Gilindro € feita por talho doce, fotogravura ou por processo digital. E um processo de impressao dire- ta, na sua maior parte com alimentacdo em bobina. Na impressora, o cilindro é continuamente entinta~ do em toda a sua superficie e funciona a altissima velocidade, Recomendado para altas tiragens com qualidade, A ta-fort Conjunto de processos de impressio encavo- gréfica cuja caracteristica principal € 0 uso do cido nitrico (chamado de gua-forte) para insulear © verniz aplicado a uma chapa de metal que servi- rf como matriz, A tinta aloja-se nos sulcos feitos pelo acido e é transferida para 0 papel, por pressio. Talho-doc E utilizado basicamente para a produgao de impressos que exigem alta definicao de imagens ¢ capacidade de reprodugao de detalhes micrascépicos, Outros processos stdtica Lmpressio ele Caracteriza-se como um processo de impres- sio combinado que tem como matriz uma malha permeogrifica, cujas éreas vazadas determinam as imagens que seréo formadas pelo toner quando de Joo Gomes Filho Categorias conceituais Tipografia Arie que compreende as vérias operagbes conducentes a impressse das textos, deste a criagdo de caracteres & composi G30. © impressio, de modo que resulte num produto grifico au mesmo tempo adequadlo, legivel © agradivel. Tipos Shao ern [detieatos led Caracteres Sio 0s tipos: letras, niimeros, sinais de pontuagao etc. do alfabeto, incluindo, sin= bolos matematicos, simbolos de re «outros. Corpo Grossura dos caracteres tipogrificas (ni composigao}. Ou seja, a tistancts entre sas faces ~ znterior e posterior -expressa em pontos, Fonte Eo conjunto completo (de um s6 desenti}, de todos 0s caracteres de wm compa e de um tipo. Com lewas emt caiea-aha-c-baixa € com nmeros € sinals de pontuacao, Por exempla: Garamond eorp0 10 eomano. Familia de tipos Conjunto dos caracteres eujo desenho, independiente do corpo, apresenta as mnes- mas caracteristicas Findamentais, palendo variar na forca ou inclinaciio dos tracos ou na largura relativa das Jettas. Os compo- nentes usuais de uma familia so: xelondo, grifo © negrite. A variagio pode dar-se também na largura (condensado, estreito ‘ou expandido) © em forga (do claro a0 ssupemnegtito). Algumas familias possuent dezenas te versbes sua fixagdo no suporte. Muito utilizada em embalagens plasticas. Letterset Processo misto, com matrizes em relevo como as de tipografia, porém em impresoras offset modificadas. As matrizes sto de fotopo- limero, obtid: em geral por fotogravura. Os elementos a serem impressos ficam em relevo e, por isso, ndo € necessaria a ag3o da umi- dade em conjunto com 0 entintamento. Desiign do Objeto { Bases Conceituais 203 Rotogravura / processo de impressao Processo de hellogravura destinado a tiragem em prensa rotativa, ¢ no qual a gravagio sc faz, quer em placas, depois encurvadas para adaptagao aos cilindros, quer diretamente os priprins citindros, forrados de cobre ou cobertos de camada desse metal, por letrorieposigdo, Usada para suplementos dominivais de jornais, revistas, embalagens ¢ excelente para thragens médias e grandes, ‘A rotogravura é a forma comercial do antigo métoda de impresstio dgua-forte (iniciado no século XV}. © processo original é muito simples: a imagem a ser impressa ¢ cortada ou gtavada nia superficie da chapa; esta é, entio, entintada, removendo-se a seguir todo 0 excesso, dei- xando a tinta apenas na nas cavidades gravadas.'0 papel, pressionado sobre a chapa, retira 4 tinta da cavidade, recebendo a imagens. Revista Vola, Publicacto semanal de alta tiragem, cujo principal processo de impressdo 6 a rotogravura. Letterset/ processo de impresséo ‘Também chamado de ager seco ou tipogratia indiveta. A imagem neste processo & feta cm uma $6 pega, emt alto-relevo, Ela envalve a chaps de impressto e & em primeira lugar, transferida para. um eilindro de borracha e deste para 0 papel. A finalidade do levierses & combinar a qualidade da tipografia com a comodidade do afser. ideal para materiais como metal ou plistico (lata, rotulos, caxties}c oferece unformidade na qua~ lidade e na cor. A impressio lerterset é muito usatia na indistria de embalaxens JPVariedades 204 Processos digitais diversas “Além dos processos citados, exis- tem outros que, apesar de nao se presta- rem exatamente a producio industrial, sio utilizados em design para a execugio de provas de layout ou de pegas tinicas, caso do plotter e corte életronico, a seguir, descritos também sucintamente. Jodo Gomes Filho Plotter/ processo de impressaa Fuipamient para imbressto e reprodugio de ima: (ee oiararten cae Impressora / jato de tinta Atuatmente, sao diversas as categories, classes, tipos, modelos € versées de impressoras, bem como 0 processos de impressto como os de Jato de tnta, cera, laser etc. ©, ainda, varladas modalidades de desempenko, como qualidade técnica, operacional, de resolugao e rapide dle impressto de pains Originalmente, este termo indicava equipamentos que reprodu- Ziam a partir de canetas de cores e espessuras variadas diferentes imagens em grandes formatos. A partir dos anos 90, a acepgio mais usual do termo refere-se também a impressoras jato de tinta e outras versées de plotter, como os de corte eletrénico (equipamentos com pequenas facas de precisio dedicadas & determinagao de margens a partir do recorte do suporte; plotter eletrostatico, que se refere & eletrofotografla quando aplicada em suportes de grandes forma- tos; ¢ plotter de transferéncia térmica, Processo de impressio cmpregado por impresoras pessoais. Tecnologia apoiada em pequenos jatos que sao dis- parados contra o papel, em geral, com resolugio © velocidade satisfatéria para trabalhos de prova, para uso durante 0 desenvolvimento do projeto ou mesmo para apresentacées preliminares de eta- pas do trabalho aos clientes. Processo que emprega a tinta em forma de barras, que sao sucessivamente der- retidas, borrifadas contra o papel, novamen- te solidificadas no contato com este e final- mente fixadas por dois cilindros que agem por pressio e friagem. Materiais: papel, papelao, cartao, alguns tipos de plisticos e outros substratos especiais.” (OLIVEIRA, 2000; CARAMILLO, 1997) Papel Dentte os diversos materials (metais, madeiza, plist 0 ete) que podem configurar um produta grafico, ddestacamos a importincia do papel (também em seus dliversos tipos) por ser o material mais utilizado como Sabstrato da impressao que, em realidade, configura a maioria dos produtos drificos, propriamente ditos. Por essa importancia, relacionamos abaixo os pai metros essenciais que devem ser Tevados em conta para a sua especificacao: Qualidade estético-formal Padrio subjetivo de beleza, que pode concorrer para possivel diferenciacdo do produto, Econémico Relativo 20 custo, em ue devem ser considerados os fatores de custo-beneficio, sobretdo em fungdo de lirayem © de quseos valores agregados. Mercado Muitas vezes, p80 se acta 0 papel disponivel na praca © € necessirio substitul-o, padenda econer trasstor- no projetual. Problemas técnicos Muitas vezes, o tipo de papel nip é compativel cami os processos de impressio © acabamenta desejados. Aléin desses parimeiros, devem ser considerados ratubém outras propriedattes, como: os eriterios que influenciam a eseolha da gramatura, opacidade, grat ide colagem, tipo de revestimento, qualidade de lisura textuta, de alvura e cor e dos formatos mais ade- quados para determuinados produtos, Design do Objeto / Bases Conecitaais 205 Tratamentos e acabamentos graficos Processo relevografico que se consubstancia em efeito semelhan- te ao de uma impressio em metal - ouro, prata e outras tonalidades — tanto em termos de coloractio quanto ao brilho e textura. Processo encavografico com matriz de chapa de ago que recebe tinta apropriada € € fortemente pressionada contra 0 papel, gerando uma impressao em relevo. Impressio tipografica que produz um,efeito tatil de contato, em funcdo da producdo de uma textura grossa. Revestimento sobre o papel, ja impresso, € aplicado por calor ¢ pressdo um filme, normalmente de material plastico polietileno, disponivel em diversas espessuras. Objetiva principalmente 0 aumento de sua dura~ bilidade. A laminago € um recurso com efeito semelhante ao da plastifi- caso, conta com maior aderéncia ¢ grande variagto de insumos. Tem por objetivo a obtengao de efeitos plisticos expressivos, enriquecimento estético do produto e maior resisténcia ao calor ea abrasio. Dependendo dos requisitos de qualidade desejada, pode-se utilizar os dois tipos: verniz de maquina, recurso mais simples € rapido, e verniz de alto brilho. Destaque para alguns tipos de verni- zes que reproduzem texturas. Sao os cortes produzidos no papel para finalizar 0 produto impresso. Usado para eliminar margens € marcas de impressio, em laminas soltas para separar as unidades impressas, em impressos paginados ¢ outros, 0 refile pode dar-se em variadas fases de traba~ lho grafico. A faca especial, ao contrario do refile, é aplicada aos cortes que necessitam de laminas especificas com formatos variados. A lamina age por meio de presso sobre o conjunto de pegas impressas, execu- tando 0 corte 20 mesmo tempo sobre muitas unidades. O principal requisito para a realizagéo de dobras diz respeito 4 gramatura do papel. Em caso de dobras complexas, deve ser seguido 0 esquema de dobradura apropriado, de acordo com os equi- Pamentos usados pelas grificas e em fungao da sramatura, tipo © quantidade de dobras (paralelas, cruzadas, sanfonadas e suas combinacies). A vincagem € um proceso que resulta num sulco realizado sobre o papel para viabilizar seu manuselo ou a feitura de dobras. & realizada em maquina, por meio de uma lamina arredondada que realiza a pressio sobre o papel, originando 0 vinco, Normalmente, ¢ a ultima fase do acaba mento de impressos com paginas ou na juncao de paginas de uma publicacdo. Tipos: canoa ou dobra ¢ grampo, os cadernos so juntados uns dentro dos outros ¢ reunidos por grampos na dobra dos formatos abertos, comumente utiliza~ do em publicagéo de baixo custo. Lombada quadrada, utiliza adesivo térmico que propor- ciona um aspecto mais caprichado. Cola cos- tura, as folhas de cada caderno sao unidas por costuras na dobra do formato aberto © com a unio em seguida, lado a Iado, com 0 uso de cola, Tela, este tipo é o mais resistente de todos, inclui costura e tela para juntar todos os cader- nos, com cola, Mecanica, realizada com a jun- "70 coin capa dure © lomad a0 de paginas, previamente furadas, por meio da montagem de ele- mentos do tipo espirais, garra dupla. Exemplos de dobradura em papel Exomplos de vorte em papel fa Design do Objeto | Bases Conceituais 207 0 modelo de capa é definido em fungao do tipo de encaderna- cao. Tipos mais comuns: capa brochura, tipica da encadernagao canoa, da lombada quadrada e de publicagdes com costura ¢ cola, indicada para papel fino. Capa dura, tipica da encadernagao com costura ¢ cola ¢, usualmente, com tela, Capa flexivel, tipica da encademagao em ver- sao intermediaria entre capa dura brochura. Design de moda / confecgao do vestuario A seguir, so colocadas, resumidamente, nogdes basicas dos prin- cipais processos de confecsio para a produgao do vestudrio, com rela~ do ao design de moda. Envolve, basicamente, os pardmetros ergondmi- cos € as etapas de modelagem, corte, costura e acabamento. Processos de modelagem Parimetros ergonimicos Antes da descrigiio dos processos de confeccao, & oportuno situar 0 crucial papel que desempenha a ergonomia, no que se refere principalmente & antropometria, na determinagio das medidas para a confecgio de moldes para a fabricagdo do vestuario. Nesse sentido, destacamos a publicagdo do Instituto Nacional de Tecnologia: “Pesquisa Antropométrica e Biomecdnica dos Operitios da Industria de Transformagao - RJ” (2° volume: Medidas para Vestuaria). Essa obra, para consulta e aplicagao, realga a metodologia utilizada para a realizagfio da pesquisa antropométrica apenas para 0 sexo masculino ¢ fornece as informagdes por meio de descrigées e de tabelas com os resultados das medidas realizadas. Cabe salientar, ainda, que além de excluir 0 sexo feminino, a referida pesquisa no cobre todo o universo da imensa diversidade de usuarios (composto por bebés, criangas, adultos e idosos), em seus variados € combinados biotipos. Entretanto, ela funciona principal- mente como indispensavel referéncia ¢ orientacdo para a industria de confeccao. Na realidad, os dados tabelados nao excluem a necessidade de se tirar dimensdes, sob medida, para os casos de usuarios cujas caracteris- ticas fisicas nao se enquadrem nos padrdes da pesquisa ¢, mais particu- larmente, para o caso de medidas para mulheres (tudo isso, levando-se em conta sempre o tipo de roupa para a qual vai servir a medicéo). Para melhor compreensio desses dados antropométricos, desta camos aqui, particularmente, a nomenclatura ¢ 0 método de realizacse das medidas, a seguir transerito: 208 Jodo Games Fillo “Medidas de alturas Estatura: distancia do vértice ao solo. Altura entrepernas: distancia vertical da odelagem de produto juncao do tronco com a parte interna das por decile pemas ao solo, BS ae Medidas de circunferéncias Circunferéncia da cabega: medida sobre a linha das sobrancelhas e sobre 0 ponto mais posterior do crani Circunferéneia do pescogo: medida sobre a proeminéncia da sétima vértebra cervi- cal e sobre a depressao supra-esternal. Cireunferéneia do térax: medida ao nivel dos mamilos, na fase da inspiragao oa uae Mea ons pulmonar. moletom, pijama, pal Circunferéneia da cintura: medida pouco abaixo do umbigo. Circunferéncia do quadril (com 0 sujeito em pé): medida ao nivel da maior protu- berincia das nadegas. Circunferéncia da coxa: medida ao nivel da jungao da parte interna da pera com 0 troneo. Gireunféréncia do joetho (com a pena fle- xionada): medida sobre a cavidade popli- teal e sobre o centro da rétula, Circunferéncia da cava: medida sobre a articulagéo timero-omoplata e sobre a cavi- dade axilar, Cireunferéncia do brago: medida ao nivel da superficie mais lateral do deltéide, com 0 braco flexionado e © biceps contraido. Circunferéncia do cotovelo (com o braco flexionado e o biceps contraido): medida sobre articulagio brago-antebraco e sobre 0 ponto mais proeminente do cotovelo. Circunferéncia do pulso: medida ao nivel do estildide do ulna. ‘Medidas de curvaturas Curvatura da sétima vértebra-cintura: dimensdo curvil near da proeminéncia da sétima vértebra cervical 20 nivel da cintura. Curvatura das costas: medida na superficie dorsal, entre as jun des dos bragos com 0 tronco. Design do Objeto | Bases Conceituais 209 Curvatura da frente: dimensdo curvilinear, medida na superfi- cie ventral, entre as juncées dos bragos com o tronco. Curvatura ombro-cintura: dimensio curvilinear, medida na superficie ventral, da base do pescoso ao nivel da cintura, pas- sando pelo mamilo. Curvatura da cintura-quadril: dimensio curvilinear, medida no plano coronal, entre o nivel da cintura ¢ o nivel do quadril. Curvatura da cintura-joelho: dimensdo curvilinear, medida no plano coronal, do nivel da cintura ao centro da rétula. Curvatura da cintura-solo: dimensio curvilinear, medida no plano coronal, do nivel da cintura ao solo. Curvatura do montante*: distincia entre a cintura e 0 quadril, a0 nivel do entrepernas, na superficie lateral do corpo. Curvatura do gancho: dimensio curvilinear entre os pontos centrais das linhas de contorno ventral ¢ dorsal, passando a fita métrica por entre as pernas do sujeito. Curvatura do pescogo-ombro: dimensto curvilinear da base do pescogo & articulagdo timero-omoplata. Curvatura do ombro-pulso: dimensiio curvilinear da articula~ ho timero-omoplata a depressio apés 0 estildide do ulna. Curvatura do pescoco-punho (medidas obtidas por adiggo ou subtragdo): dimenséo curvilinear da base do pescogo a depressao apés 0 estildide do ulna.” {Instituto Nacional de Tecnologia, 1988) Medidas do usudrio ‘A modelagem inicia-se a partir do estudo da configuracao fisi- ca (dados anatomicos) ¢ das dimensdes antropométricas do usuario no que se refere & parte especifica do corpo a ser vestida por determina- do tipo de roupa e as medidas a serem tiradas (lineares, curvilineares ede circunferéncias), como, por exemplo: * Confeegio de palets, jaqueta, camisa e blusa. Medida de circunferéncia: pescogo, térax, cava, braco, cotovelo, punho, costas. Medida de curvatura: frente, ombro-cintura, ombro-punko, pescogo-ombro € quadril. © Confeccao de calga comprida, calcinha, calcio ou bermuda, Medida da altura entrepernas. Medida de circunferéncia: cintura, quadril, cintura-quadril, coxa, joclho, Medida de curvatura: cintura-joclho, cintura- solo, do montante ¢ do gancho. * Confeccio de chapéus, gorros ¢ bonés. Medida de cireunferéncia: cabesa. 210 Joi Gomes Filho, Industria do vestuario / modelagem A indilstria do vestuério contempla a confeccdo de roupas masculinas e femininas para usuarios bebés, crian- 625, jovens, adultos « idosos, nas variadas modalidades de trajes: saciais, esportives © profissionais, que, por sua Vez, se subdivide em outras tantas categorias, classes ¢ tipos. Nomenclatura e método de realizacio das medidas Cumpre esclarecer que, apesar da publicacdo do INT nao estender a pesquisa antropométrica para o universo das mutheres, 2 nomenclatura € 0 método de medigdo das dimensOes comporais vale, guardadas as devidas especificidades, igualmente para ambos os Sexos, Modelagem Em tempo. Duas obras reeém editadas trazem importantes subsites do ponto de vista conceitual e de dados antropoméiricos inéitos sobre eriangas brasileiras e que, dretaeindretamente, podem contribuir para a ergo~ homia da modclegem do vestudrio. A primeira, A Modelagem sob « Orica da Ergonomia ~ Graves, 2006, f= nece informagoes televantes em termos a anatomia humana, des planos anatimicos referentes aos fundae rentos ergonémicos e da morfologia da corpo humano. A segunda, Interface Aniropomeirice Digital ~ Silva, J.C. Ps Paschoarli L. Cz Spitosa, RM. 0. 2006 ~ CD-ROM, contem fabelas antropométicas contemplande aedighs Linares e volumétricas com relagao ao publica infantil (pesqulses realizadas com criangas da pré- escola e do Ensino Fundamental da 1 4 sie Medidas antropométricas: alguns exemplos tipicos de dimensGes / posicionamento. Altura entrepernas Gircunferéneia do pescogo Circunferencia do trax Cireunferéneta da cintura “y 1) wiih Curvatura 7 vertebra — Giteunferéneia do quadril Cirgunfevéncia da coxa cinrura Curvatura das costas a He g ine Curvatura da frente _—_Curvatura ombro—cintura Curvatura cintura -joelho Curvatura cintura ~ solo Q . t Ci \ Desigin do Objeto Bases Conceituais 211 Moldes: blusa com barra — punhos e golas trangas Exemplo tipico de moldes utlizados para a confecgio de blusa. Esquema de montagem Frente Costas Esquema de montagem: execugao da pega Frente Costas € manga Moldes: blusa infantil Exemplo tipica de malde usado para s confeegio de bls Esquema de montagem Lar Esquema de montagem: i execugao da pega 212 Elaboragao dos moldes Considerando-se que o design da vestimenta ja existe, este pro- cesso tem inicio a partir das medidas tiradas do usuario e das obtidas no processo de modelagem em que sio desenhados e recortados os moldes (geralmente, em substrato de papelao ou lamina de material plistico) de cada componente que vai configurar a roupa como um todo. Envolvendo, por exemplo, para uma camisa masculina: molde para a confeccao do colarinho, mangas, lapelas, punhos € frente © cos- tas (parte do tronco). Processos de corte Reproducio dos molde Os moldes so sobrepostos nos tecidos ¢ malhas em que sio reproduzidos (desenho do tracado do contorno). Na seqiiéncia, os tecidos e malhas so cortados (seguindo 0 desenho do molde repro- duzido), originando assim cada uma das partes da roupa que sera confeccionada. Processo de costura initio das partes do vestudr A unio das partes cortadas das roupas é realizada pelo pro- cesso de costura (ou de colagem ~ rarissimo, comparativamente), que, por sua vez, origina a confecc’o da vestimenta como um todo. liutomacae “No Brasil, a confeccéo foi o segmento da cadeia téxtil que menos apresenton mudangas no sentido de automacao, € 0s avangos obtidos incorporaram-se somente a algumas etapas do processo. No corte dos tecidos: produgo de moldes de papel por computador e, nas solugdes mais avancadas: programagio dos moldes ¢ corte automitico comandados também por computador, 0 principal avango neste setor foi a utilizagao da tecnologia de softwares especificos, tanto nas fases de concepgiio e desenho, como na preparagdio ¢ execucgao do corte de tecidos. 0 desenho dos modelos no computador reduz quase a meta- de 0 tempo tradicional, torna a produgao mais flexivel e traduz-se em economia de matéria-prima, estimada em 10% com a utilizagao do sistema. Ja a etapa da costura é uma das fases de produgio menos avangadas, uma vez que ainda utiliza maquinas de costura mais antigas, com pouco grau de automatizacao.” (FEGHALI © DWYER, 2001) Jo Gomes Filo Design do Objeto | Bases Conceituais 213 Fluxograma simplificado da cadeia téxtil ‘Ancxo I = Sistema BNDES - Relato Setorial. Textil €t Confeccoes. Outuiro, 1994, (DU PONT, 1991) Acabamento O acabamento um efeito adicional que pode ser definido como um arremate ou tratamento final que se da A roupa, a fim de produzir determinados resultados do ponto de vista funcional ou de valorizagéo simbélica ¢ estético-formal. Dependendo do tipo de traje, pode-se empregar diversos tipos de acabamento, como, por exemplo, aplicagdes de cristais, plaguinhas 214 de metal, canutilhos, bordados etc. ¢, geralmente, tendo como acaba mento final, 0 préprio ato de passar a roupa. Importante salientar que, no ambito da produgdo industrial con- tempordnca, todos esses processos obedecem a rigidas normas, padrées ssim como na utilizagao de maquinas, ferramentas, equipamentos © recursos informatizados modemos, de grande sofisticacao tecnolégica. Destacamos desde a adequada metodologia de criacao ¢ desen- volvimento do projeto do produto (sobretudo em relacao 4 egonomia centrada na construgio de protétipos dos trajes, com énfase para a execugdo de testes funcionais de vestibilidade, tendo em vista proce- der a verificagies € corregdes de eventuais problemas) até a confecgio final do vestuario, incluindo rigoroso controle de qualidade, essencial para produtos seriados e de produgao em grande escala, Como informacao importante, destacamos o fluxograma simpli- ficado da cadeia téxtil, em que 0 processo de confeccao aparece como etapa final desse sistema. © procedimentos operacionais, Meios de representacdo do produto Concluindo estas bases conceituais de fabricacdo do produto, consideramos indispensavel enfatizar aqui os diversos processos de Tepresentacio grifica bi e tridimensional, Consubstanciados em diversas modalidades de desenhos (feitos manual ou digitalmente), tais como: croquis, esbosos, esquemas e ilustragdes, também conhe- cidas como sketches € rendering, ¢ de utilizago de modelos fisicos tridimensionais. Esses processos sao lisados e exercitados pelos designers como ferramentas imprescindiveis para as fases de estudos ¢ experimentos, tendo em vista a concepgao, 0 desenvolvimento do projeto ¢ a docu- mentacao ¢ registro técnico para a fabricag4o, confeccae ou elabora- cdo do objeto. Desenho basico A utilizagao do desenho sob a forma de croquis, sketches € esbogos (principalmente feitos & mao ¢ caracterizados por meio de tracos livres € espontineos) € particularmente indicado para as fases iniciais de concepeao do produto em que o designer desenvolve ¢ explora os primeiros raciocinios e idéias eriativas procurando dar forma fisica ao objeto que esta sendo pensado, ainda de maneira bem simples, inclusive, fazendo uso de variadas alternativas de estudos de solugdes técnicas e funciona Joio Gomes Fiho Design do Objeto Bases Conceituais 25 llustragao Os exemplos de linguagens de representagio ilustrativa, aqui enfocando 0 automével como ceso emblematico na rea do design do produto, podem, a rigor, ser exirapotados para o estudo e registro de qualquer outro tipo de produto em qualquer especialidade de design Design do produto, representagio em vistas explodidas, Prancheta tradicional ttiizada para a elaboracio de desenhos téenicos, senda gradath ite substituida pelo uso de computadores. Exemplos de desenhos técnicos na area do design do produto Esbocos em design de mi 216 llustragao A ilustracdo é uma linguagem téenica de representacao sumamen- te expressiva, Sto representadas nos modos bi ou tridimensional ¢ por meio de vistas chapadas e explodidas, em preto-e-branco e/ou coloridas. Objetiva enfatizar a “realidade” da configuragdo visual do pro- duto ~ seja do seu todo, de suas partes ou de detalhes especificos. Isto significa que, apesar do objeto nao existir ainda fisicamente, sua ima- gem demonstra como ele seré concretamente. Esse recurso é particu- larmente importante por permitir demonstrar ao fabricante ou ao cliente, muitas vezes leigo no assunto, o que seria impossivel de visua~ lizar apenas por meio de desenhos técnicos. Normalmente, a jlustragao € utilizada também para reproduzir situa- gbes de uso e destacar determinadas solugdes de projeto do ponto de vista ‘estrutural, estético-formal, funcional, ergonémico, e assim por diante. Desenho técnico O desenho técnico é uma linguagem gréfica representada por meio de normas, codificagdes e especificagdes téenicas convenciona- das. Em suas diversas modalidades (mecanico, arquiteténico, elétrico, eletrénico, hidraulico, pneumatico, de modelagem, diagramatico etc.) apresenta, por meio de vistas, elevagdes, cortes, secgbes, esquemas, detalhes especiais, especificagdes técnicas ¢ outras informacées, todas as solugées factiveis ¢ viabilizadoras conferidas ao projeto do produto ~ seja ele em nivel conceitual, basico ou de execucao. Para a fabricagio, elaboracdo, confecco ou impressdo do produto (objetos em geral, vestuario, ambiente, constracdo civil ¢ produtos grificos), 0 desenho técnico ¢ usado para permitir a produgio efetiva do objeto. Necessario realear que 0 desenho técnico tradicional, feito & mao, apesar de sua indiscutivel utilidade ainda hoje, esta sendo rapida- mente substituido pelo uso do computador por meio de sistemas como CAD, CAM ¢ CAE € outros softwares especificos que viabilizam de modo eficaz nao s6 0 registro técnico do desenho, mas contribuem para a sistematizagio e a racionalizago de projetos, além de proporcionar uma grande precisio, permitir realizar velozmente correcdes ¢ alteragiies nos projetos e, ainda, interagir com os processos de fabricagao., De modo geral, outra vantagem adicional das representagoes por meios digitais diz respeito & facilidade, 4 comodidade ¢ & simplicidade de arquivamento e de reprodugao de todo tipo de imagens por meio de apresentacéia em monitores, telas, DVDs etc., possibilitando impres- sa0 em dispositivos de saida com alta qualidade de resolucao e, se for o caso, permitindo 0 trénsito de arquivos de um lugar para outro Joao Gomes Filho Design do Objeto / Bases Conceituais 217 (escritérios, empresas, birds etc.), eletronicamente, via e-mail, por exemplo. Modelos A utilizagio de modelos fisicos (em escalas reduzida, natural ou ampliada) em suas varias modalidades: bonecos (érea grifica), trajes, maquetes, mock-ups, protétipo de acabamento e prot6tipo funcional (0 chamado “cabeca de série” — em que 0 produto é construido literal- mente e pode ser testado), é um extraordindrio recurso com que pode contar o designer. Por meio de modelo ¢ factivel estudar, aferir, calcular, checar e alterar, eventualmente, diversos parmetros projetuais, como, por exemplo, solugées formais, ergonémicas, funcionais, dimensionais, crométicas, diagramiticas, de modelagem, Ue injuncdes tecnoldgicas, de custos econdmicos ¢ financeiros, variados tipos de acabamentos, ¢ assim por diante. Em resumo, trata-se de uma indispensivel ferramen- ta que o designer, sempre que possivel, deve utilizar para garantir a adequada viabilizagio do projeto e materializa¢ao do produto final. Por iiltimo, chamamos a atencéo para 0 fato de que ¢ muito importante que o designer, em sua formacao profissional, adquira esses conhecimentos € habilidades para otimizar a sua performance proje- ‘tual como um todo ~ mesmo que, eventualmente, possa trabalhar em equipe € contar com o auxilio de outros profissionais que dominem esses conhecimentos. Same Cai La normalizacio do produto 219. edo Gomes Filho Design do Objeto / Bases Conceituas Norma técnica Documento que fixa padres regula ores visando garantir a qualidade do produto industrial, 4 racionalizagzo da produgdo, transporte € constime de Dbens, a segguranca das pessoas, 2 uni- formidale dos meios de expressio € ‘comunteagio ete. Normativo [Do fr. narmarif) 1. Que tem a qualidade ou forca de Normatizar [Bo lat. normatus.. 4, Estabelecer noumas para 2, Submeter @ noma Norma Brasileira Norma tenia caborada pela Asso- ciagdo Brasileira de Nommas Téenieas {ABNT], em conformidade com os procedimentos fixados para 6 Sistema Navional de Metrologia, Normalizacie € Qualidade Industri, pela Lei 9.966 de 16.12.1973 [Sigla NBR} (Fonte: Nove Dicionisio Auélio, 1999) 221 As bases conceituais de normalizacao do produto referem-se, no contexto da fungao pritica, & utilizagaio de normas que visam estabelecer bases ou medidas racio- nais para a avaliacdo, reavaliacdo, padronizacao e regu- lagdo de alguma coisa. Elas fixam diretrizes, padrdes, modelos, especificagdes e procedimentos que so de cumprimento obrigatério. Sao, geralmente, criadas por consenso entre partes interessadas. Podem ser de carter publico, quando emanadas por érgdos governamentais, € de cunho privado, quando originadas por empresas, enti dades € outros organismos particulares. Sao clabora- das, reguladas e instrumentalizadas_principalmente nos niveis internacional, regional, nacional e de empresas. Muitas normas intemacionais so estendidas para o plano nacional ¢ vice-versa. Como, por exemplo: as normas que regulam a obediéncia aos regulamentos do trifego ¢ transito de veiculos © pedestres mundial mente; € as que tratam das instalagdes ¢ montagens elé- tricas de maneira geral ~ incluindo, nos dois casos, seus produtos, equipamentos, acessérios, padrées de prote- gio e seguranca ¢ outros procedimentos. As normas sdo concebidas ¢ estabelecidas por diversas instituigées, como a brasileira ABNT (Associagéo Brasileira de Normas Técnicas), a norte-americana SAE (Standard Automobilistic Engineering) ¢ a ISO (International Organization for Standardization), dentre outras. A 180 é uma federagio mundial integrada por organismos nacionais de normalizacao, com um representante por pais. Os orga~ nismos nacionais de normalizagdo, por sua vez, dividem-se em Comissées ¢ Grupos de Trabalho, dos quais participam numerosas empresas € técnicos de diversas areas de atuagao. E uma entidade nao- governamental, estabelecida em 1947, coutando atualmente com 130 membros. Sua misso é promover o desenvolvimento da normalizagéo no mundo, com a finalidade de facilitar o intercambio comercial ¢ a prestagao de servigos entre nacdes. Para efeito destas bases conceituais, a seguir sio colocadas as informagées consideradas mais relevantes, no contexto da nossa norma nacional ~ retiradas do site: wwwabnt.org.br. 222 ABNT Associagao Brastleira de Normas Técnica: “A ABNT € uma entidade privada, independente © sem fins lucrativos. Fundada em 1940, atua na area de certificagao, atualizan- do-se constantemente e desenvolvendo know-how proprio. E reconhe- cida pelo governo brasileiro como Férum Nacional de Normalizacao, além de ser uma das fundadoras € unica representante da ISO no Brasil. E credenciada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalizacao e Qualidade Industrial), que possui acordo de reconheci- mento com os membros do IAF (International Acreditation Forum) para certificar Sistemas da Qualidade (ISO 9000) e Sistemas de Gestiio Ambiental (ISO 14001) e diversos produtos e servicos. A ABNT oferece também, por meio de acordos com organismos congéneres, certificados aceitos na Europa, Estados Unidos e outros paises da América do Sul.” (fonte: ABNT) Para melhor compreensio da abrangéncia ¢ da importincia propor cionadas pela utilizagao de normas, transcrevemos, a seguir, alguns dados referentes ao significado da normalizagio e seus beneficios, inchuindo informacao adicional sobre o tema da certificacao e elaboragéo de normas. Normatizagédo “Normalizagdo € a atividade que estabelece, em relacdo a pro- blemas existentes ou potenciais, prescrigdes destinadas a utilizacio comum e repetitiva com vistas 4 obtenco do grau étimo de ordem em um dado contexto e tem camo objetivo: + Economia: proporcionar a reducéia da crescente variedade de produtos procedimentos. * Comunicagao: proporcionar meios mais eficientes na troca de informagao entre o fabricante € o cliente, melhorando a confiabilida- de das relagdes comerciais e de servigos. © Seguranga: proteger a vida humana e a satide, © Protectio do consumidor: prover a sociedade de meios efica- zes para aferir a qualidade dos produtos. linagdo de barreiras técnicas e comerciais: evitar a exis- téncia de regulamentos conflitantes sobre produtos ¢ servicos em dife- rentes pafses, facilitando assim o intercambio comercial. Na pratica, a normalizago esta presente na fabricagdo dos pro- dutos, na transferéncia de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida por meio de normas relativas & satide, & seguranca e 4 preserva 40 do meio ambiente.” Joao Gomes Fh Design da Objeta / Bases Conceituais 223 ciéncia Beneficios da normalizagao “Numa economia em que a com- petitividade € acirrada © as exigéncias so cada vez mais crescentes, as empre- sas dependem de sua capacidade de incorporagao de novas tecnologias de produtos, processos € servigos. produt ‘A competicéo internacional ea entre as empresas eliminou as tradi~ cionais vantagens baseadas no uso sites Fee: de fatores abundantes € de baixo nano. custo. A normalizacdo é utilizada cada vez mais como um meio para se alcangar a redugfo de custo da pro- dugdo ¢ do produto final, mantendo ou melhorando sua qualidade. Os beneficios da normalizago podem ser: Qualitativos, permitindo: utilizar adequadamente os recursos (cquipamentos, materiais € méo-de-obra); uniformizar a produgio; faci sficas 20000 2's graficns) litar 0 treinamento da méo-de-obra, melhorando seu nivel técnico; registrar 0 conhecimento tecnoldgico e facilitar a contratagao ou venda de tecnologia. Quantitatives, permitindo: reduzir 0 consumo de materiais, di- minuir 0 desperdicio, padronizar componentes ¢ equipamentos, redu- zir a variedade de produtos, fornecer procedimentos para cdlculos ¢ projetos, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade e controlar processos. E ainda um excelente argumento para vendas ao mercado inter- nacional ¢, também, para regular a importacdo de produtos que ndo estejam em conformidade com as normas do pais importador. Certificagiio E um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente da relacao comercial com 0 objetivo de atestar publica~ amente, por escrito, que determinado produto, processo ou servigo esta em conformidade com os requisitos especificados. Estes requisitos podem ser: nacionais, estrangeiros ou intemacionais. As atividades de certificagéo podem envolver: analise de documentagao, auditorias, inspecdes na empresa, coleta e ensaios de produtos, no mercado e/ou na fabrica, com o objetivo de avaliar a conformidade e sua manutencdo.” 224 Nao se pode pensar na certificagdo como uma ago isolada e pontual, mas sim como um processo que se inicia com a conscientizagao da necessidade da qualidade para a manuten- cao da competitividade conseqiiente perma- néncia no mercado, passando pela utilizagao de normas técnicas € pela difusdo do conceito de qualidade por todos os setores da empre- sa, abrangendo seus aspectos operacionais internos € 0 relacionamento com a sociedade eo ambiente. Marcas ¢ certificados de conformidade da ABNT sao indispensaveis na elevacdo do nivel de qualidade dos produtos, servigos e sistemas de gestdo. A certificago melhora a imagem da empresa € facilita a decisio de compra para clientes e consumidores. Beneficios da certificagao Beneficios para o fabricante: a certifica~ do garante a implantacao eficaz dos sistemas de controle ¢ garantia da qualidade nas empre- sas, diminuindo a perda de produtos € os custos da produgao. Deste modo, aumenta a competiti- vidade das empresas certificadas perante as demais Beneficios para o exportador: quando a certificagao é feita por um organismo de Joao Gomes Filho Processos de criagdo de norma As normas podem ser elaboradas em quatro Nivel internacional Normas destinadas 20 uso intemacional, resultantes da ativa participactio das nagbes com Interesses comuns. Por exemplo, nor ‘mas da [SO (International Organization for Standardization) © 1EC (International Eletrotechnical Comission). Nivel regional Normas destinadas 20 uso regional, elabora- das por um limitado grupo de paises de um ‘mesmo continente, Por exemplo: normas da CEN (Comité Europeu de Normalizagio — Europa), COPANT (Comissao Panamericana de Normas Técnicas - Hemisfério Americano), AMIN (Associagdo Mercosul de Normalizacao ~ Mercado Comum do Cone Sul} Nivel nacional Normas destinadas a0 uso nacional, clabora- das por consenso entre 0 interessaos em uma onganizagdo nacional reconheeida como awtoridade no respectivo pas. Por exemplo: normas da ABNT (Brasil AENOR (Franca): DIN (Alemanha}; JISC (lupio} © BSI (Reino Unido). Nivel de empresa ‘Normas destinadas zo uso em empresas, com finalidade de redusir eustos,evitar acidentes te (foate: wwwabnt.org.br) certificagdo que possui acordos de reconhecimento com outros paises, evita a necessidade de certificagao pelo pais de destino. E, se as normas nacionais a serem aplicadas sdo equivalentes as , a certificagao de acordo com estas normas protege o exportador de barreiras técnicas ao comercio. Beneficios para o consumidor: o produto certificado dé maior confianga e é um meio eficaz pelo qual o consumidor pode identificar 60s produtos que so controlados ¢ testados conforme as normas nacio- normas dos paises de destino ou as internacionais nais ¢ intemacionais. Beneficios para o governo: a certificacdo é um instrumento que © governo pode utilizar para criar uma infra-estrutura técnica adequa- da, que auxilie o desenvolvimento tecnolégico, melhorando o nivel de qualidade dos produtos industriais nacionais. Design do Objet f Bases Conceitais Normas / produgao industrial Genericamente, potese dizer que no mundo da produsio testa evistem normas para praticamente tudo. E uma exigencia dindmi- gana wttaenes Suerte aa enenecta! das. aperelgoadas Processo de elaboragdo de normas brasileiras 1, A sociedade brasileira manifesta a necessi- dade de se ter uma norma, 2. 0 Comit® Brasileiro {ABNT/CB) ou Organismo de Normalizagio Setorial (ABNTONS) analisa o tema © indui no seu Programa de Normalizacio Seiorlal (PNS) 3, E criada uma Comissio de Estudo (CE), com a participardo volumtdria de diversos segmentos da Sociedade, ou incorporada esta demanda no plano de traballio da Comissio de Estudos jé existente e compativel com escopa do tema solicitado. 4, A Comissao de Estudo (CE) clabora um Projeto de Norma, com base no consenso de sens participantes. 5,0 Projeto de Norma ¢ submetido & Consulta Publica 6, As sugestOes obtidas na Consulta Publica stig analisadas pela Comissio de Estudo (CE) © ‘6 Projeto de Norma € aprovado e encamainha- do.a Gerencia do Processo de Normalizagao da ABNT para homologagio © publicagae como Nonma Brasileira 7. A Noma Brasileira poderé ser adquirida os eseritérios regionais da ABNT © nos diversos postos de venda espalbados pelo Brasil Qs ABNT/CB e ABNT/ONS mantém Comissdcs de Estuda em atividade nas mais diversas Estas Comissoes de Estudo sto integradas voluntariamente por produtores, consumido= res ¢ neutros (universidades, faboratérios, centras de pesquisas € govemo) que, por rieio de consenso, anslisam ¢ debatem pro- postas de projetos de norma, Obtido © consenso, 0 Projeto de Nonna é aprovado ¢ submetide 4 Consulta Publica, apis o qual podera atingir a condicao de Norma Brasileira, 225 Elaboracéo de norma “Para se elaborar uma norma, deve ser apresentada solicitagao formal a ABNT, descre- vendo a necessidade da existéncia da Norma Brasileira, listando as empresas, entidades ¢ indi- viduos que possam ter interesse em sua elaboragao e aplicactio. A ABNT oferece credibilidade interna- cional, Todo processo de certificagio esta estrutu- rado em padres interacionais, de acordo com ISO/IEC Guia 62/1997, ¢ as auditorias sdo realiza- das atendendo as normas ISO 10011 € 14011, garantindo um processo reconhecido ¢ seguro. Conta ainda com um quadro de tecnicos capacita- dos ¢ treinados para realizar avaliagdes uniformes, garantindo maior rapidez € confianga nos certifi- cados.” (www.abnt.org.br) ‘As normas podem ser de abrangéncia geral ou especifica ¢, em sintese, determinam diretrizes, padrdes, modelos, especificagdes ¢ procedimentos que so de cumprimento obrigatério. Em design, no Ambito da producio industrial (notadamente no que diz. respeito as normas técnicas para produtos), elas devem ser previstas e especificadas desde a etapa de con- cepgao até a aplicagio efetiva na fabricagio do produto, Seja abrangendo-o como um todo, em parte ou, eventualmente, em componentes iso- lados - com especial relevaneia para os produ- tos sistémicos que sao utilizados ou operados individualmente ou por grupo de usuarios. Genericamente, pode-se dizer que no mundo da produgao industrial existem normas para prati- camente tudo. E uma exigéncia dindmica que nunca cessa, Esto constantemente sendo criadas € aperfeicoadas. ‘As normas téenicas abarcam muitos atri- utos, propriedades e caracteristicas do produto ¢ contemplam desde aspectos objetivos e praticos, como os de uso, operacionalidade, dimen- sionamento etc., até aspectos muitas vezes sensiveis e subjetivos, como 0s que, referentes ao uso do objeto, afetam a seguranca, 0 conforto ea satide do usuario, de modo direto ow indireto. Tudo isso, tendo em 226 conta 0 contexto de utilizagao, eficacia de funcionamento do produto € de suas interfaces para com os usudrios-consumidores, inclusive, com o espaco ambiental, quando pertinente. Finalmente, convém salientar que existem categorias de produ- tos sistémicos sujeitos as mais diversas normas. Séo os que envolvem em seu design configuragdes que contemplam ¢ se desdobram em variadas classes, tipos ¢ modelos de outros produtos agregados e, para 9s quais, existem também toda sorte de padrdes ¢ procedimentos nor- mativos que interferem ¢, muitas vezes, ditam sua concepgao sua aparéncia final em parte ou no seu todo. Apenas como ilustragao disso, podemos destacar uma série de exemplos (a partir de suas induistrias ou categorias) que envolven a coneepcao, a especificagao de matcriais, bem como os métodos € pro- cessos diversos de fabricagdo de maquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos, ferramentas, acessérios etc., como, dentre outros: ** Bélica: armamentos, veiculos ¢ outros aparatos de guerra. © Construgio civil: edificacées em geral. * Complexos: médico-hospitalar, farmacéutico, cosmético, ali- menticio e outros © Informatica: computadores, perifiricos ¢ acessérios. * Grafica: por exemplo, a industria cultural nos variados meios de comunicago social ~ estendido as maquinas, aos equipamentos, aos acessérios e produtos especificos de cada setor. * Lazer ¢ de entretenimento diversos: por exemplo, brinquedos em geral * Moveleira: mobilidrio residencial, comercial ¢ outros. ® Textil e de confeccdo: roupas e suplementos diversos. * Sistemas de comunicacio e telecomunicagéo * Meios de transporte em geral; rodoviirio, ferroviirio, aerovid- rio etc. © Sistema de trafego, em terra, gua e ar: produtos para orien- tacdo, sinalizagdo e controle, entre outros, * Praticas desportivas: produtos para as diversas modalidades de esporte, Em resumo, é importante que os designers ou as empresas (e estas por meio de seus departamentos especializados, sobretudo as engenharias do produto, industrial, de qualidade ¢ 0 departamento de marketing) estejam atentos para se informar ou pesquisar sobre a necessidade de se utilizar normas téenicas que deverio ser seguidas para 0 produto a ser concebido ¢ produzido, oto Gomes Filho 227 Design do Objeta j Bases Concetais Joe Gomes ihe 227 Exemplos de certificados ABNT Certificado de Registro de Empresa: documento que atesta a conformidade do Sistema de Garantia da Qualidade de uma empresa, Certificado de Sistemas de Gestio Ambiental: empresa que possua um Sistema de Gestio Ambiental implar= tado, segundo a noma NBR ISO 14001, pode solicitar & ABNT o cerificado. Certficado de Marca de Conformidade: documento que atesta a qualidade e apti4o a0 uso do produto de acordo com 3s niormas brasileras respectivas ou, na suséneia dela, com normas internacinais ox etrangeiras acitas Certficado de Marca de Seguranca: documento que atesta a que um produto atende as caracteristcas de segu- ranga especificadas nas normas brasileras respectivas ou, na auséncia delas, nas normas internacionals ou estrangelras aceitas. Certificado de Conformidade: quando as empresas necessitam demonstrar que seus produtos ¢ servigos cum- prem com especificagies téenicas ou normas brasleras,intemacionais ou estrangeiras Cerificado do Rétulo Ecol6gico ~ Qualidade Ambiental E 6 certficado que atesta que um produto esta em con= formidade com eritérios ambientais de exceléncia estabelecidas para uma determinada categoria de produtos. Portano, identifica os produtos com menor impacto ambiental em relacio a outros disponiveis no mercado. Certficada de Manejo Florestal Sustentavel: concedido a uma unidade de manejo Morestal, segundo os princt pos, crtérios e indicadores de sustentabilidade Morestal ABNT/Cerfor. Pesquisa de normas . Para se pesquisar a existéncia de normas e sua identificacio para um determinado produto, € necessério, em primeito lugar, saber 0 que se esté procuranto. Como, por exemplo: categoria, classe ou tipo de produto exis- {enie ou que se vai projetar; dados dimensionais, métodos, especiticagbes, resultados de ensafos diversos, nomenclatura, e assim por diante, AApenas como itustracao, vejamos o caso de um produto coma uma cadeira: para este objeto, por exemplo, existem varias nomias, como, dentre outras: 1. Movels para escritério: Cadelras NBR 13962 2. Moveis — eadeiras altas: Requisitos de seguranga e métodos de ensaio NBR 13919 3. Cadeira plastica monobloco: Requisitos € métodos de ensaio NBR (4776 4. Cadeira de rodas: Nomenclatura, termos ¢ definighes NBR ISO 6440 5, Equipamento de protecio individual ~ cadeira suspensa: Especificacao c métodes de ensaio NBR 14751 6. Equipamento odontologico: Cadelra odontoligica le paciente. NBR ISO 6875 Aquisigao de normas Oportuno assinalar que as normas nfo sto gratuitas Blas sfo adquitidas por meio de compra efetuada ia ABNT, inclusive no seu site. Sendo que a pesquisa pode ser feita por meio de consulta ao Catélogo Oficial de Normas Técnicas Brasileiras ABNT, com dados referenciais completo, tais como: cddigo | data da publicagao / titulo { titulo em inglés [ objetivo / comité / ONS / tipo de Norma / origem / ne de paginas / prego | assuntos aborda- dos / Normas complementares. Codigo de Defesa do Consumidor CDC ~ (Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990) Importante Tembrar que permeando toda essa preocupagdo de nomnalizacdo para assequrar a qualidade do pro dato, o Brasil dispbe hoje de modema Tegislaglo de protegSo aos consumidores de hens e servos. A sear, em transcricho adaptada, destacamos alguns de seus aspectos considerados bisicos para efeito dessas Bases Conceituais: “A Politica Nacional de Relagoes de Consumo tem por objetiva o atendimento das necessidades dos consumi- dores, 0 respeito a sua dignidade, sade e seguranca, a protego de seus interesses econémieos, a melhoria da sua qualidade de vids, bem como a transparéncia e a harmonia das relacées de consumo, 0.CDC dispoe sobre a protecdo do consumidor eestabelece normas de protegao e defesa do consumidor, de ondem pblicae ineresse soci Define a consumidar como toda pessoa fisica ou jurica que adquire ou utiliza produto ou servigo coma dest= hatirio final. Equipara o consumidor & coletvidade de pessoas, ainda que indeterminaveis, que haja intervindo nas relagGes de consumo, Define formecedor como toda pessoa fsica ou junc, pilblica ou privad, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de producio, montagem, ctiagéo, construc, transfor- magio, importagio, exportacto, distribuicdo ou comercalizacio de produtos ou prestacao de servigos. Define o Produco como qualquer bem, mével ou imével, material ou imateral e define o Servigo como qualquer atividade fomecida no mercado de consumo, mediante remuneracio, inclusive as de natureza bancétia, finan- cei, de crédito e securitiria, salvo as decorrentes das relagbes de carder trabalhista’, (Titulo I, Capitulo fe I Disposigdes Gerais We ama eats Lea criatividade no design do produto er) Categorias conceituais Joio Gomes Fitho 231 Design do Objet f Bases Conceituas ‘As bases conceituais sobre criatividade no design do produto relacionam-se intrinsecamente direta ¢ indiretamente com as fungdes pritica, estética € simbélica ¢ permeiam todas as bases conceituais, expostas até aqui. A ctiatividade, como o préprio nome indica, é alusiva ao poder de criagéo ou de dominio de ténicas de criatividade, por parte de qualquer individuo, Diz respeito, com diferentes graus, a inventivi- dade e engenhosidade das pessoas na resolugo de problemas, de modo geral, em qualquer instancia da vida ou setor de atividade humana. De fato, a criatividade € um processo natural regido por leis € fenémenos imprevisiveis, portanto, nao pode ser ensinada, muito embora certos aspectos que conduzem a idéias ou solugdes originais, possam ser treinados. Ela exprime-se predominantemente como solu- io de problema e manifesta-se quando aparece uma dificuldade con- creta que requer, na maioria das vezes, solugao imediata. Em design, a criatividade est implicita. E um requisito funda- mental. Permeia todas as fases do processo de concepcao do objeto, desde 0 planejamento e desenvolvimento do projeto até a etapa final de produgdo. Aqui nfo se tem muita alternativa. Deter um maior ou menor grau de criatividade ¢ realmente uma qualidade intrinseca a habilidade e ao talento do designer. Essa qualidade ¢ vinculada ao seu repertério cultural, téenico ¢ de experiéncia profissional acumulada que, quanto mais eXtenso, pressupde-se maior capacidade inventiva, No design, a criatividade é que vai propiciar aquele algo mais de diferenciacio no produto para garantir sua aceitacZo no mercado consumidor, Seja na invenc&o de um objeto absolutamente original ou seja num redesign, em que a capacidade de inovacao deve contar com solugdes de projeto engenhosas ¢ inéditas, Alids, é oportuno lembrar um dado mercadolégico interessante de que, quando existe forte con- corréncia de precos entre produtos similares e de mesma qualidade, nao ha muita chance de redugao de prego. Nesse momento, o design € de fundamental importancia para contemplar idéias criativas que cer tamente taduzir-se-do no diferencial que vai fazer com que um ou. outro produto obtenha sucesso, tanto na identifieagao de sua qualida- de quanto na sua escolha pelo usuario-consumidor. Bem, voltando as bases conceituais, ¢ importante deixar claro que 0 ato de criagao € um processo bastante diversificado, complexo, sensivel e, até certo ponto, caético, Nunca se sahe quando vai se dar o insight. Isto é, aquele estalo que proporciona uma solugao inventiva, simples, ideal, oportuna, Realmente, depende de muito esforgo © do talento de cada pessoa. 232 Dentre incontaveis exemplos, podemos citar aqui a concepgio de trés importantes produtos (fonte: www.portaldascuriosidades.com.br}: 0 velcro, o telescopio ¢ lamina de barbear Gillette, que foram inventados em razio de situagdes € observagdes absolutamente fortuitas. Velcro “0 velero [combinacao de duas palavras francesas: velours (veludo) © crochet (gancho)) foi inventada em 1948 pelo engenheiro suico George de Mestral. Certo dia, voltando de uma caminhada no bosque, ele ficou irri- tado ao encontrar carrapichos agarrados a roupa € no pélo do seu cao, Decidiu, entio, descobrir de que modo ¢ que cles conseguiam se agar- rar tao teimosamente, sem nenhumra substancia adesiva. Observando pelo microscépio, George descobriu que as patas do carrapicho terminam em pequeninos ganchas, que se prendiam a qualquer coisa peluda. Uma lampada acendeu-se sobre a sua cabeca! Assim, nasceu 0 fecho feito de numerosos ganchinhos e lacinhos.” Telescdpio “Em 1608, 0 fabricante de dculos alemao Joahnn Lippershey estava eniretido na sua oficina em Midelburgo, Holanda, quando ouviu uma exclamagéo de espanto. Voltou-se € viu o seu aprendiz a olhar através de duas lentes. Ao juntar dois vidros, a torre da igreja distan- te parecia muito mais proxima e de cabeca para baixo. Lippershey viu (literalmente!) 0 alcance do achado e pds-se a fabricar telescépios. Encaixou as lentes dentrode um cilindro, mantendo a distancia apro- priada entre elas para corrigir a imagem.” Gillette “King Camp Gillette, em 1895, percebeu que para se barbear, apenas era necesséria a ponta da lémina da navalha. Pensou, entao, em fabricar uma lamina de aco pequena e descartavel. Com a ajuda do mecanico William Nickerson, resolveram-se os problemas técnicos ¢, assim, surgiu a Gillette Safety Company, em 1901. A produg3o come- sou em 1903 ¢ no primeiro ano foram vendidos 51 aparelhos e 168 laminas. Os negécios dispararam em 1905. Durante a época da Primeira Guerra Mundial, a empresa ja vendia 1 mithao de aparelhos € 120 milhdes de laminas por ano. A Gillette langou 0 conceito de 2 laminas paralelas em 1971 € o Sensor, em 1990.” Senso que atualmen- te jd se evoluiu para o aparelho de trés laminas. Jodo Gomes Filho Design do Objeto / Bases Conceituais 233 Nao obstante as dificuldades que envolvem 0 ato de criagio, a ctiatividade pode ser estimulada no individuo por meio de diversas técnicas ou ferramentas. Uma das ferramentas mais conhecidas e uti- lizadas, por exemplo, € a do brainstorming (também conhecida como “Método de Osborn}, desenvolvida por seu inventor Alex Osborn, autor do livro Applied Imagination, em 1953 (traduzido em portugués como 0 Poder Criador da Mente, 1987). Em design, essa ferramenta geralmente produz resultados efica~ zes ¢ rapidos na busca de solugdes para o problema projetual enfren- tado, E uma técnica que pode, quando praticada com freqiiéncia, aju- dar em muito a despertar ¢ desenvolver a potencialidade criativa ~ seguir descrita. ‘Brainstorming Etapas de criatividade para a solugdo de um problema 0 brainstorming (termo literalmente traduzido como “tempes- tade cerebral”) pode ser definido como uma sesso de busca e agita~ cao de idéias para a solugo de um determinado problema, tem como pressuposto sua realizacho em grupo (em média, entre cinco ¢ dez participantes), coordenado por um lider. 0 grupo deve contar, de preferéncia, com membros regulares € convidados, que podem ser especialistas, dependendo do proble- ma a ser resolvido. 0 lider cumpre importante papel, devendo estar O poder criador ‘0 poder criarlor, caracteristico da nossa espécle, impeliu os seres hhumanos & solugdo de suas necessidades bbasicas, mediante a eriagio te novos meios e procedimentos. A satisfacdo de uma necessidade basica altera as circunstincias em que cla se manifesta, gerando novas necessidades reais ou psicol6gicas (desejos}-O cielo repete-se, cbrigando o homem a inovar outta vez, € assim sucessivamente ‘A pressto de navas dimensoes dos velhos problemas forca a alteracia das ireunstanclas, assim como o cone cimento de novos padrdes de valores comparativos estima a Formagio de desejos ¢ 0 aparecimento de novas descobertas ¢ invengées coloca & dispasicao novos recursos para a satisfaggo des necessidades apenas esbo- gadas, Este € um processo autocatalisacior, € faz com que os fatores de sua accleragdo se tornem cada vez mais sen siveis, imprimindo velocidade cada vez maior aa ciclo referida, © passar da tempo « o creseimento da propria populagao alteram constantemente as dimensées das problemas, invalidando rapidamente solucoes conheci- das, estabelecidas 0 aperfeigoamento dos meios de comunicacao ‘raz conhccimentos de todas as inovagdes nos diversos cai- pos, eriando padrdes de comparacao que geram insatisfacies. 0 desenvolvimento cfentifico e ternoldgico pos- Sibiita a cransformagio ripida de uma nova idéia, de uma realizagao pritiea. Desse modo, a capacidade de adaptacao do homem as enormes modlfcagoes no meio social depende, em grande parte, do poder ctiador” (dexto baseado no Curso de Criatsidade, do professor Sergio A. P. Kehi) “A criatividade, quando Voltada Sobretido para a solugdo de problemas profissionais, vem a ser uma ativida- sie mental organizada com a objetivo de obler Solugdes originals para sadsfacao de necessidades € desejos.” (KEHL, 1994) 234 preparado, sobretudo, na orientagdo da sessiio, na explicag4o do problema e na condugio dos trabalhos do grupo. Geralmente, as conversas, discussdes ou debates sao gravados ou anotados por alguém para registrar as idéias dentro de um esquema metodolégico que abedece as seguintes etapas: Orientagao Consiste na determinagio da nature- za do problema, Sendo que o termo proble- ma significa qualquer tipo de coisa ou de situagio a ser resolvida no sentido de cria~ 20, inovacio ou aperfeigoamento para o qual se procura uma solugao. E o primeiro passo do proceso criativo. E a busca da informacao por meio de pesquisa sistemati- ca sobre o problema a ser resolvido. Inspiragao Este € 0 primeiro sinal que surge na mente para uma descoberta criativa. Signifi- ca passar algum tempo pensando no proble- ma e ter persisténcia para desenvolver a solucio. Preparacgdo Consiste na reuniao dos dados rela- tivos 20 problema. Processo em que a mente fica mergulhada em diversas Tie Gomes Ftho Esquema / Conceito de criatividade Consciemte 2 Area de g concretude = Go 3 Areade a fantasia Inconsciente ‘=a criatividade € um momento de sintese entre ‘© consciente e o invonsciente {entre o nivel pri- mitio.. ¢ o secundério, Wégico © conseieniel © a siiftese entre a esfera racional e a esfera emotiva entendende-se por esfera racional 0 conjunto ‘de mossos conhecimentos © habiidades, © por esfera emotiva o conjunto de nossas opinides, comportamentos, emogdes © sentimentos). Na minha opiniao, a criatividade hrota dessas dias sinteses, *Portanto, nfo se trata de simples fantasia, nem de simples concretude: trata-se de uma sintese entre estas duas habilidades. Ou seja, voltande ao ‘esquiema, uma sintese entte as dreas 2 ¢ 3, A crla- ‘ividade para mim nio ¢ si ter idéias, mies saber realiz4-las: € unir fantasia e concretude.” *A criatividade consiste em um processo mental € pratico, ainda bastante misterioso, gracas ao qual uma sé pessoa ou grupo, depois de ter pensado algumas idélas novas © fantasiosas, consesue também realizé-las concretamente.” (DE MASI, 2000) idéias, trabalhando com associagdes, combinagées, expansdes etc., até de idéias ja existentes. Envolve raciocinio consciente e concentrado, Obviamente, ¢ necessario contar com informa- des acerca do problema para que seja possivel desencadear solu- Ges criativas. Anlise Permite examinar melhor a orientagdo e a preparagto, para saber se elas estéio completas. Determina as causas € os efeitos do pro- blema e verifica se vale a pena prosseguir. 235 Design do Objeto / Bases Concetuais Design e criatividade De acordo A. M. Fontoura (2002): “.. a eriatividade, além de ser considerada uma habilidade propria de resolver problemas e de apresentar algo novo, € tamivém carace terizada como um processo de transformacdo de idéias No caso do design, os process de desenvolvimento de projeto costumam ser sistema~ tizados ¢ uma das caracteristcas desta atividade & o generalismo e a interdisciplinari- dade, No design, o conjunto de métodos € o planejamento do proceso de solucéo do problema compéem a sua metodologia projetual. O trabalho neste campo nao costuma ‘er autora, pois na maior parte das vezes ele € desenvolvido em equipe, Podemos dizer que um produto costuma ser considerado criative quando apresenta algum grau de novidade ou inovacéo, na sua utilidade efou no grau de satisfacio por ele gerado para um nimero significative de pessoas em algum tempo © ert algum lugar, Portanto, o grau de novidade e, conseqentemente, de criatividade de um produ- to varia conforme o momento em que ele aparece, 0 eontexto no qual ele apare- ce € 0 tipo de necessidade que atende. Ainda em relacdo a0 grau de novidade no proceso criativo, outros facores no menos importantes S80 a riqueza e @ ampli- tude do universo de conhecimentos do scr que cria, ou seja, a amplitude de sew repertorio. . ‘Quanto maior e mais rico for o repertrio de conhecimentos do designer, maiores serto as possibilidades de novas e inesperadas combinagbes e conexdes entre conhecimen- tos, possbilitando, assim, o surgimento de pensamentos cada vez mais criativos.” ‘Trecho extraide do artiga “Os Processos Criativos e 0 Design” ~ AntOnio Martiniano Fontoura ~ UFSC Roda “A roda € uma das invengbes mais importantes de todos os tempos, um insirumento que revolucionow sobre tudo o transporte de pessoas e cargas. Ninguéni sabe quem inventou a roda. A imagem tials antiga foi encon~ trada em Ux, na Mesopotémia. la aparece em uma placa de argila de 3500 a.C., que mostra um carro com rodas de madeira maciga. Mais tarde, a partir de 2000 a.C, surgem no Norte da Europa, Asia ocidental ¢ China us rodas "vazadas", com raios, hem mais leves que as rodas macigas. Bois, burros e cavalos comecam a ser usados para puxar carrogas @ arados. A partir de 1800, as rodas de madeira so recobertas por metal para durar mais. Em 1888, 0 escocés John B, Dunlop (1840-1921) inventou os pneus com cimera para bicicleta, que o francés Edouard Michetin (1859-1940) adaptou para carros em 1895, A partir de 1900, com a invengio do motor a combustio e a pro- dugio em série de automévels, a roda fica ainda mais sofisticada. Os carros passam a rodar com pneus fettos em borracha e metais Jeves. Hoje, os pneus sio chefos de ar e com rodas de liga leve, especialmente fabrica~ dos para garantir a seguranga dos motoristas.” (Fonte: wow.canalkids.com.b:) Na verdade, o surgimento da roda é um exemplo incrivel da eriatividade do homer. A toda (e, derivado desta, o conceita de objeto circular, redonda, esférico) ndo sé promoveu uma zevolugio sem precedentes nos meios de transporte, mas em todos os produtos que, de uma maneira ou de outra, a uti= lizam na sua configuracao, de que stio exemplos principalmente os elementos de transmissio de movimen- 105, como polias, engrenagens, pinhées, molas, motores etc. ¢, ainda, por extensao, os elementos sob a forma de cilindzos, com incontaveis aplicagdes no Ambito dos sistemas de produgéo na indtistria, bem como em diversas outtas atividades humans. 236 Idealizagao Consiste na fase criativa, propriamente dita, quando sio geradas alternativas para a solugo do problema. Incubagao Ea fase de internalizagdo das idéias. Quando elas esttio disponiveis ¢ descansando na mente, todos os elementos essen- ciais & solugao do problema esto prontos para que uma desco- berta criativa possa vir a tona. Envolve a assimilagio ¢ 0 pro~ cessamento das informagées no interior da mente, Deve-se ficar ‘tranqitilo ¢ relaxado, ndo pensar no problema. E quando o inconsciente trabalha convertendo as informacdes coletadas em novos conceitos em busca da solucao do problema. lluminagao E quando ocorre o insight, 0 estalo criativo, ou seja, a solu- sao para o problema. E a inspiragao criativa que vem do incons- ciente durante o periodo de incubagao. Para otimizar esse instante € necesséirio manter uma atitude positiva em relagio as idéias, dei- xando-as fluir, Nao se deve rejeitar ou discriminar idéias cedo demais. Quando elas comegam a sungir, é preciso registré-las rapi- damente, mesmo que paregam banais ou absurdas. Muitas idéias perdem-se por se confiar apenas na memoria. Sintese Consiste em analisar as idéias, juntando as solugoes par- ciais em uma solucdo completa para o problema. Verificagado Consiste, finalmente, em julgar as idéias, fazendo-se uma selegdo delas com o uso dos critérios definidos na primeira fase de orientacao. E a fase de validacdio das idéias, sua prova de via~ bilidade. Ou seja, se de fato resolvem o problema. Se siio prati- cas sob um ponto de vista de aplicagdo, se séo possiveis de serem implementadas. E a etapa final do proceso criativo, pois, caso se apre- sentasse antes, acaretaria uma interrupcao no fluxo do pensa- mento, Como atitudes do tipo “nao € possivel”, *ndo da para ser feito”, *€ muito complexo", *é caro demais" e, 0 pior de tudo: “nao vai dar certo!” Joo Gomes Fila Design do Objet Bases Cones 237 Tais atitudes sdo fatais durante as fases anteriores, mas nao agora. Ao se fazer a revisdo ¢ avaliagio, pode-se descobrir que um pensamento aparentemente absurdo pode conter uma sugestéo para uma abordagem completamente nova acerca de um problema impor- tante, Uma idéia que a principio pareceu forgada pode abrir caminho para 0 desenvolvimento de um novo produto. As idéias brutas podem ser buriladas ¢ lapidadas. Algumas poderdo evidentemente ser descar- tadas, mas provavelmente muitas serdo consideradas geniais. Em tempo: essas etapas nao precisam ser seguidas rigidamen- te, dependendo do problema, algumas delas podem ser omitidas ou fundidas entre si, Além, é claro, de eventuais realimentagées, quando se retomam as etapas anteriores, para rever ou aperfeicoar algum aspecto ja analisado. Outro dado que convém realgar, neste despertar para criatividade, relaciona-se a algumas qualidades ¢ atitudes basi cas em relacao & propria personalidade do profissional criativo, das quais destacamos trés das mais importantes, a saber: Receptividade A receptividade ¢ um atributo que deve corresponder a uma ati- tude inteligente ¢ que se propde a andlise ¢ critica construtiva de novas idéias e que no implica, entretanto, aceitagao cega de toda ¢ qualquer inovacio. 0 profissional receptivo considera toda idéia nova util, seja pelo valor que contém, seja pelas associagdes que pode despertar. Atividade © poder de criatividade desenvolve-se com a atividade, com aces efetivas, com o fazer. Como qualquer aptidae fisica, a forca de criatividade pode ser aprimorada, mediante exercicio intelectual cons- tante e obstinado, Objetividade 0 profissional criativo realiza-se pela ago efetiva, Criatividade implica materializaco da idéia nova, entendida nao apenas como uma realizagéo material, mas, também, como um novo comportamento ou atitade, uma compreensio mais clara de um problema que se exterio- riza em atos. Em sintese, a criatividade, quando voltada sobretudo para a solugao de problemas profissionais, é uma atividade mental organiza- 4a com 0 objetivo de obter solugées originals para satisfacao de neces- sidades e desejos. Design do Objeto / Bases Conccituais: 239 Consideracoes finais ‘Ao encerrar este livro sobre 0 conjunto das bases conceituais no design do objeto, desejo colocar algumas consideragdes que julgo oportunas. ‘A primeira, no que diz respeito ao design, como concepgio desenvolvimento do projeto, que enfatizo como fundamental 4 busca do conceito de padrao de exceléncia de qualidade no resultado do pro- duto industrial, que entendo como possivel-ao objeto que atenda, prin- cipalmente, as reflexdes que foram expostas nas referidas bases con- ceituais - consoante uma filosofia de trabalho projetual sistémica, integrada € harmoniosa. Com isso, quero dizer que nao basta que wm produto seja ape- nas funcional ou esteticamente bem resolvido, por exemplo. Creio que um produto ideal deva reunir todos os critérios, parametros, atributos € qualidades otimizantes refletidos pelas bases conceituais estudadas até aqui. Para isso, considero necessirio que o designer tenha uma ade- quada formago intelectual, condizente com um repertério cultural, técnico ¢ artistico, que o habilite a cuidar de todas essas questées para poder trabalhar e articular as bases conceituais simultaneamente, com talento ¢ criatividade, para dai resultar um objeto produzido com o referido padréo de exceléncia. Naturalmente, nfo é uma tarefa facil, mas penso que € assim que deve ser ou, pelo menos, deve ser um obje- tivo a ser perseverado. A segunda, refere-se ao ensino do design, agora enfatizando a rea académica ¢ na condic&o de professor. Penso que cabe as insti- tuigdes de Ensino Superior cumprir 0 importante papel de preparar adequadamente o estudante, tendo em vista 0 sucesso em seu ingres- so na vida profissional ~ seja trabalhando de forma autonoma como prestador de servigos, como empresirio ou, prineipalmente, em empresas nas quais deverd trabalhar em equipe, com profissionais multidisciplinares. Para a consecuso desse objetivo, a escola deve dispor de corpo docente competente, que alie a experiéneia académica a profissional; de estrutura curricular moderna, com atualizago permanente; de ins- talacdes adequadas as disciplinas ensinadas e, como reforgo a0 curso, 240 deve promover atividades complementares ao ensino do design (em suas diferentes especialidades), dentre as quais destaco trés importan- tes iniciativas: © Programas de iniciagao cientifica: crucial para um efica embasamento metodolégico dos conhecimentos assimilados pelo aluno e para, eventualmente, despertar sua vocacdo para a pesquisa ou docéncia, © Programas de estgio: fundamental para a iniciagio da vida profissional do estudante, considerado como o primeiro passo para a aquisigéo de experiencia profissional. * Programas de parcerias: investimento financeir por parte das escolas e/ou de empresas em convenios ligados a area do design no plano nacional ¢, se possivel, intemacional. B essencial que o discente ganhe experiéncia pratica na viabilizagio da producao de modelos e Provwiipos ou, Indusive, de produtos que, dependendo do tipo de parce- ria, possam dar margem a fabricagdo em série do objeto pela industria. A terceira, em sintonia com a nova realidade da producto do design ¢ do seu campo de trabalho, considero que, é miss4o da escola enirentar 0 desafio de Sormar nm designer eclética. Vm ecietismo que se caracterize pelo dominio de conhecimentos diversificados, especifi- cos € metodolégicos para o desenvolvimento de seu trabalho, a fim de capacité-lo a ter uma visdo global sobre todo o processo multi ¢ trans- disciplinar, que envolve a tarefa de criagdo em qualquer area do design na atualidade. Finalmente, considero apropriado deixar claro que muitos sao 03 caminhos projetuais existentes para se chegar aos objetivos seme- Ihantes aos aqui colocados. Entretanto, creio que o mérito maior dessa obra consistiu na metodologia original de reunir ¢ roteirizar os multi- plos conhecimentos identificados no conjunto das bases conceituais no Design do Objeto. O que, reitero, foi pensado ¢ organizado de maneira pragmatica, com o propésito de tormar ma cdo e conseqiiente aplicagao na busca de um Design do Produto com exce- lencia de qualidade. eficaz a sua assim Joo Gomes filha Design do Objeto | Bases Conceitiais 241 Bibliografia DESIGN DO PRODUTO BAXTER, Mike. Projeto do Produto: guia prético para o desenvolvi- mento de novos produtos. 1. ed. So Paulo: Edgard Blicher, 1998. BONSIEPE, Gui. Do material ao digital. 1. ed. Florianépolis: Fiese/Senai/LBDI, 1997. EK, Bernhard E. Disené. Historia, teoria y prictica del disend indus- trial, 1. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1994. __. Design. 1, ed. Sao Paulo: Edgard Blitcher, 2006. DORELES, Gillo. O design industrial e sua estética. 3. ed. Lisboa: Editorial Presenga, 1991. 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Jorge, que permitiu a realizag3o das fotos do consultério odoritaldgico; ¢ as empresas que, gentilmente, autorizaram 0 uso das imagens de seus produtos: Harley Davidson, Viena Delicatessen, BOBSTORE, Dabra Editora, Mahogany Personal Care, Gillette do Brasil, Shop Tour, Eletrolux e BMW do Brasil. A seguir, estéio relacionadas as imagens com os respectivos cré- ditos, obedecendo ao seguinte critério: fonte, numero da pagina segnida pela identificagao da imagem (por meio alfabético ~ a, b, ¢, d, e..), da esquerda para a direita ¢ de cima para baixo. Laureni A. Fochetto: 16a, b, c,d, ¢, f3 17a} 18a, b, ¢, d, e; 2c, d, e; 23g; 24a; 25a, ¢, d, €; 26a; 31a, b; 32i; 34g; 35f; 40b, c, d, e; 45a, b, de; 46a, b, e, f, & js 48a, b, d; 49a, b, c; 52a, b, d; 54a, b; 553; 56a, b, c, d; 57a, b, ¢; 59a, b, ¢; 63a, i; 66c; 68a, b, c, d; 70a; 72b; 73a; 76a, b; 77a, d; 81a; 86a, b, c, d, €; 87a; 88a, b, ¢; 91a, , €} 92a, b; 93a, b; 100a, 0, ¢, d, ¢, k, 1; 101a, b,c, d,¢, f gb, ij, k, |; 103a, b, ¢, e; 104b, e, f; 106b; 109¢; 112a; 113a, b; 118a; 119a, b; 120c; 121¢; 122a, b; 124a, f ; 130a, b; 134a, b; 136a, ‘b,c; 139d; 140a; 141a; 155a; 159; 164a; 168, d; 169a; 175d; 180a, d, ¢, f, g; 185a; 186 a, b,c; 187a, e; 195a; 196a, b; 197a, b; 200a; 200d; 201a; 206a, ¢, e, d, f; 211a, b, ¢, d, e, f, g, h; 215d, ¢, fg, h, i, j; 217a, d; 236a Morguefile: 15a; 32c, e, 8; 34d, f; 46c, d, h; 66b; 72c; 7b; 81b, c; 86F, gh; 91b; 104¢, d; 108c; 124e, hs 130c, d, ¢; 1366; 156b; 160b, c; 167a; 1686, ¢, f, g; 1694, e; 175e; 187 b, ¢; 194b, d; 196c, d; 203¢; 206b; 217c; 235b, ¢ Escrituras Editora: 22a, b; 35d; 122c; 124b, g; 186d, ¢, F Jo%o Gomes: 22f; 23¢; 25b; 48d; 52c; 54e; 60a, b, c, d, f; 62a, b; 63F; 64b, ¢; 72d; 77¢; 91d; 99a; 100g; 106¢, e, f; 108a; 109a, b; 117a, b; 120a, b; 126a; 131a; 136f; 139a, b, ¢; 146a, b; 147 a, b, ¢, d; 160a; 193f, g; 210a, b, ¢, d, ¢, fg, hij, ky 252 Jogo Gomes Filho Gol Transportes Aéreos Ltda.: 23a; 37a; 76c; 93¢; 1360; 156a Mirtes Sayuri: 23¢; 64a; 180b, h; 187d Emerson Frota: 23d, e; 215a, bc Cristina Eiko: 23f Master Clip: 19a; 23e; 25f; 32a, b, d, f, hy 34a, b; 40a, # 461; 48¢; 64c, 4, f, 63 66a; 70b; 77e; Bid; 100f, h, i, j; 104g; 106a, d; 109d; 12a, bj 124e, d, i, j; 141b; 168h; 180¢; 193h; 194a, c, e; 200b, ©; 217 Renata Corsi: 23b; 100m, n Caloi S.A.: 31¢; 158a; 169b; 193a, b, ¢, d, e; 235a Freeimages.co.uk: 34¢; 35a, b, c; 76d Vera Andrade (Ilustrages): 34¢; 35e; 45c; 203b Metro: 37b, ¢; 72a; 103d; 146c, d, e; 1598; 182a, b, ¢ Mizuki: 60g; 63 b, c,d, e; 1688 Restaurante Viena: 63) BOBSTORE: 91b Harley Davidson: 104 BMW do Brasil: 109 Leonardo da Vinci) Museu do Louvre: 1086 Eliana Schussel: 168i; 175a, b, c; 195b, ¢, d Shop Tour: 169¢ Autolabor: 193g Célio Teodorico: 196e, f M. C. Escher: 236b, € Design do Objet Bases Conccinoas 253 Jotio Gomes Filho Doutor em Arquitetura ¢ Urbanismo Universidade de Sao Paulo ~ FAU/USP Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas Universidade de S40 Paulo ~ FAU/USP Designer Industrial Fundacao Armando Alvares Penteado ~ Faap Professor de Cursos de Graduacao P6s-Graduacao em Design Coordenador de Cursos de Graduagio Pés-Graduagdo em Design Consultor em Design ¢ Ergonomia Curriculo CNPq: Plataforma Latte Design do Objet / Bases Concetais 255 Obras anteriores Gestalt do Objeto: sistema de leitura visual da forma. Sao Paulo. Escrituras Editora. 2000. Gestalt do Ergonomia do Objeto: sistema técnico de leitura ergonémica. Sao Paulo. Escrituras Editora. 2003. OL OLLG fi tel pcos Esta obra se fund: Etre te erste mts Wes Caer itis Gees estas Seles TO Came] CSS omstaT Pema Tom jionais que trabalham nessa area, como um reforco metodo 0 livro possui textos concisos ¢ imagens exemplificativas dos temas abordados SLIM ROU LE ORM ULI NeCS MOM TO NTO e EM oUE asm CoLomrn mar tenitd Fes CeO STN Cet TT TEM TTC TET Ceca QC TEV careeT TRON Cer CTE OMeR et ae SERS MSaTnG Cet CO Sette CNC Teco De fato, trata~se de um avancado ponto de partida para que os interessados Norn ccs teste ter ara Yom cmon eM Mere TO tS COTO seme OCO TL Ln coe GINS eR LT neo CRT Cont Cec COM TENE a Design, na busca da exceléncia de qualidade do produto. Osram

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