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) PASsES MAGICOos A sabedonia prdatica dos xamas do antigo México CARLOS CASTANEDA Nova ‘a)_ [= SUMARIO Introdugao 11 Passes magicos 19 Tensegrity (Tensegridade) 31 As seis séries da Tensegridade 39 A primeira série: A série para preparar 0 intento 47 O primeiro grupo: preparando a energia para o intento 50 O segundo grupo: despertando a energia para 0 intento 59 O terceiro grupo: reunindo energia para 0 intento 68 O quarto grupo: inalando a energia do intento 76 A segunda série: A série para o Gtero 81 © primeiro grupo: passes magicos pertencentes a Taisha Abelar 85 O segundo grupo: um passe magico diretamente relacionado a Florinda Donner-Grau 89 O terceiro grupo: passes magicos que tém relagao exclusiva com Carol Tiggs 91 © quarto grupo: passes magicos que pertencem a Blue Scout 94 A terceira série: A série das cinco preocupagées: A série Westwood 99 O primeiro grupo: 0 centro para decisées 100 O segundo grupo: a recapitulagéo 112 O terceiro grupo: sonhando 125 O quarto grupo: siléncio interior 137 8 @ Passns MAaicos A quarta série: A separagio do corpo esquerdo ¢ do corpo direito: A série do aquecimento 149 O primeiro grupo: despertando a energia no corpo esquerdo ¢ no corpo direito 153 O segundo grupo: combinando a energia do corpo esquerdo com a do corpo direito 164 O terceiro grupo: movimentando a energia do corpo esquerdo e do corpo direito com a respiragao 175 © quarto grupo: a predilegao do corpo esquerdo edo corpo direito 182 Os cinco passes magicos para o corpo esquerdo 183 Os trés passes magicos para 0 corpo direito 197 ‘A quinta série: A série da masculinidade 204 O primeiro grupo: passes mgicos nos quais as maos sao movidas ao mesmo tempo, mas mantidas separadas 207 © segundo grupo: os passes magicos para concentrar a energia do tendao 214 O terceiro grupo: os passes mAgicos para formar resisténcia 220 A sexta série: Artefatos utilizados em conjunto com passes magicos especificos 227 ‘A primeira categoria 229 . ‘A segunda categoria 234 INTRODUGAO Dom Juan Matus, um mestre-feiticeiro — um nagual, como sao chi mados os mestres-feiticeiros quando lideram um grupo de outros fe’ ticeiros —, introduziu-me ao mundo cognitivo dos xamas que vive- ram no,México em tempos antigos. Dom Juan era um {ndio nascido em Yuma, Arizona. Seu pai era um indio yaqui de Sonora, México, e sua mae presumivelmente uma india yuma do Arizona. Dom Juan vi- yeu no Arizona até os dez anos de idade. Seguiu depois com o pai para Sonora, onde foram capturados em meio as endémicas guerras yaquis contra os mexicanos. Seu pai foi morto e, como uma crianga de dez anos, Dom Juan acabou indo para o sul do México, onde passou a ser criado por parentes. : Aos vinte anos de idade ele entrou em contato com um mestre- feiticeiro, Julian Osorio. Este apresentou a Dom Juan uma linhagem de feiticeiros que diziam existir havia 25 geragées. Ele nao era indio, mas filho de imigrantes europeus no México. Dom Juan me contou que o nagual Julian tinha sido ator e que era uma pessoa arrojada — um contador de hist6rias, um mimico, adorado por todas as pessoas, influente e dominador. Em uma de suas excursées teatrais 4s provin- cias, 0 ator Julian Osorio caiu sob a influéncia de um outro nagual, Elias Ulloa, que Ihe transmitiu o conhecimento da sua linhagem de fei~ ticeiros. Seguindo a tradigao da sua linhagem de xamas, Dom Juan ensinou alguns movimentos corporais, que ele chamava de passes mdgicos, aos seus quatro discipulos: Taisha Abelar, Florinda Donner-Grau, Carol Tiggs e eu. Ele nos ensinou os movimentos no mesmo espirito em que 12 @ Passis MAGicos tinham sido ensinados durante geragdes, com uma notivel modifice cAo: eliminou o ritual excessivo que sempre acompanhara 0 ensi- namento e a realizacio daqueles passes magicos. Dom Juan achava que 0 ritual tinha perdido o seu impeto, quando as novas geracées de pra- ticantes se tornaram mais interessadas na eficiéncia e na utilidade. Entretanto recomendou-me que sob nenhuma circunstancia eu deve- ria falar sobre os passes mAgicos com qualquer um dos seus discipulos ou com as pessoas em geral. Alegava que os passes m4gicos perten- ciam exclusivamente a cada pessoa € que os seus efeitos podiam ser tao destruidores que era melhor apenas praticd-los sem discuti-los. Dom Juan ensinou-me tudo que sabia sobre os feiticeiros de sua linhagem. Declarou, assegurou, afirmou e explicou-me todas as nuangas do seu conhecimento. Por isso, tudo que digo a respeito dos passes magicos é um resultado direto da sua instrugdo. Os passes m4- gicos nao foram inventados. Foram descobertos pelos xamas da linha- gem de Dom Juan que viveram no México em tempos antigos, em estados xamanisticos de consciéncia intensificada. Sua descoberta foi inteiramente acidental. Comegou como dtvidas muito simples, relati- vas 4 natureza de uma incrfvel sensagao de bem-estar que os xamas experimentayam nesses estados de consciéncia intensificada, quando eles mantinham determinadas posig6es corporais ou quando movimen- tavam os membros de alguma maneira especifica. Essa sensagao de bem- estar tinha sido tao intensa que a vontade de repetir tais movimentos em sua consciéncia normal passou a constituir 0 motivo de todos os seus esforgos. ‘Ao que parece, eles foram bem-sucedidos na tarefa e descobriram que eram possuidores de uma série muito complexa de movimentos que, quando praticada, rendia-lhes tremendos resultados em termos de destreza mental e fisica. De fato, os resultados obtidos com esses movimentos foram to draméticos que eles os chamaram de passes mdgicos. Durante geragées, eles os ensinaram somente a xamis ini ciados, em bases pessoais, seguindo rituais elaborados ¢ ceriménias se- cretas. ‘Ao ensinar os passes magicos, Dom Juan desviou-se radicalmente da tradigao, forgando-se a reformular o objetivo pragmatico deles. Ele me apresentou esse objetivo nao tanto como a intensificagao do equi- Iibrio mental e fisico, como tinha sido no passado, mas como a possi- bilidade pratica de redistribuir energia, ¢ atribuiu esse novo modo de ver as coisas a influéncia de dois naguals que o tinham precedido. Os feiticeiros da linhagem de Dom Juan acreditavam que existe uma quantidade inerente de energia em cada um de nds, uma quanti- dade que no esta sujeita ao assédio violento de forgas exteriores para aumentd-la ou diminuf-la, Acreditavam que essa quantidade de ener- gia era suficiente para satisfazer, segundo eles, a obsessio de cada homem na terra: romper os parametros da percepgdo normal. Dom Juan estava convencido de que a nossa incapacidade para romper es- hes pardimetros era induzida pela cultura e 0 meio ambiente social. Sustentava que ambos os fatores transferiam cada partfcula de nossa energia inerente para o cumprimento de padrées comportamentais estabelecidos, que nao nos permitiam romper os parametros da pet- cepgao normal. — Por que deverfamos querer romper esses parametros? — per- guntei uma vez a Dom Juan. — Romper esses parametros é a questao inevitdvel da humanida- de — respondeu ele. — Rompé-los significa a entrada em mundos inconcebiveis de um valor pragmatico de modo algum diferente do valor do nosso mundo da vida cotidiana. Independentemente de acei- tarmos ou nao essa premissa, somos obcecados por romper esses pardmetros, mas temos fracassado miseravelmente. Dai a profusao de drogas, estimulantes, rituais e cerimOnias religiosas entre os homens modernos. — Por que acha que temos fracassado tao miseravelmente, Dom Juan? — perguntei. — Fracassamos em satisfazer nosso desejo subliminar — disse ele — porque atacamos o problema atabalhoadamente. Nossas ferramentas sio grosseiras. Agimos como se quiséssemos derrubar uma parede batendo com a cabeca. O homem nunca considera esse rompimento em termos de energia. Para os feiticeiros, 0 sucesso € determinado unicamente pela acessibilidade ou inacessibilidade da energia. “Uma vez que € impossivel aumentar a nossa energia inerente, a inica avenida aberta para os feiticeiros do antigo México era a redistribuigdo dessa energia. Para eles, 0 processo de redistribuigdo comecava com os passes mdgicos e a maneira como eles afetavam 0 corpo fisico. Enquanto ensinava, Dom Juan fazia questao de acentuar que a enorme énfase que os xamis de sua linhagem davam a destreza fisica e ao bem-estar mental tinha permanecido até os dias de hoje. Obser- vando-o e aos 15 feiticeiros que o seguiam, fui capaz de confirmar a verdade de suas declaracées. O excelente fisico e 0 equilibrio mental eram suas caracteristicas mais Obvias. InTRODUGAD @ 13 ttt euwawaTa ew 14 @ Passus MAaicos IntRODUGAO @ 15 Quando lhe perguntei uma vez por que 0s feiticeiros davam tanta énfase ao lado fisico do homem, a resposta de Dom Juan foi uma total surpresa pata mim, Eu sempre havia pensado que ele préprio fo um homem espiritual. — Os xamis nao sio espirituais — disse ele. — Sao seres muito praticos. Mas é verdade que em geral so considerados excéntricos e até mesmo insanos. Talvez seja por isso que vocé pense que eles sao espirituais. Parecem insanos porque estao sempre tentando explicar coisas que nao podem ser explicadas. Na va tentativa de dar explica- 6es satisfatérias, que nao podem ser satisfeitas sob qualquer circuns- tncia, perdem toda a coeréncia e dizem insanidades. “Se vocé quer destreza fisica e sensatez, precisa de um corpo flexi- vel. Esses so os dois aspectos mais importantes na vida dos xamis, porque trazem sobriedade e pragmatismo: os (inicos requisitos indis- pensaveis para entrar em outros dominios de percepgao. Navegar de uma maneira genuina no desconhecido, requer uma atitude de ousa- dia, mas nao de imprudéncia. Para estabelecer um equilibrio entre a audacia e a imprudéncia, um feiticeiro precisa ser extremamente s6- brio, cauteloso, habilidoso e estar em excelente condigio fisica. — Mas por que em excelente condicao fisica, Dom Juan? — per- guntei. — O desejo ou a vontade de viajar no desconhecido nao é su- ficiente? — Nao na sua vida mediocre! — respondeu ele de modo bastante brusco. — $6 a idéia de enfrentar 0 desconhecido, que dird entrar nele, requer visceras de ago e um corpo capaz de abrigar essas visceras. Que adiantaria ser dotado dessas visceras se vocé nao tiver agilidade men- tal, destreza fisica e muisculos adequados? A excelente condi¢io fisica, conceito firmemente defendido por Dom Juan desde o primeiro dia da nossa associagio — produto da rigorosa execucao dos passes magicos —, era ao que tudo indicava 0 primeiro passo para a redistribuicdo da nossa energia inerente. Se- gundo Dom Juan, essa redistribuicdo de energia era 0 aspecto mais importante na vida dos xamas, bem como na vida de qualquer indivi- duo. A redistribuicao de energia € um processo que consiste em trans- portar, de um lugar para outro, a energia que ja existe dentro de nds. Essa energia foi deslocada dos centros de vitalidade no corpo, que dela precisam para produzit um equilibrio entre a agilidade mental e a des- treza fisica. Os xamas da linhagem de Dom Juan estavam profundamente en- volvidos com a redistribuicdo da sua energia inerente. Esse envol- Vimento nio era um esforgo intelectual nem o produto de indugao, dedugio ou conclusdes légicas. Era o resultado da capacidade deles dle perceberem a energia da maneira como ela flufa no universo. Tais feiticeiros chamavam a capacidade de perceber essa ener- jin de visto — explicou-me Dom Juan. — Descreviam a visio como Wn estaclo de consciéncia intensificada no qual o corpo humano € capaz de perceber a energia como um fluxo, uma corrente, uma vibragio. Ver a energia como ela flui no universo é o produto de uma pausa iomentanea do sistema de interpretagio peculiar aos seres humanos. = Que sistema de interpretagao é esse? — perguntei. = Os xamis do antigo México descobriram — respondeu ele — que cada parte do corpo humano esté envolvida, de uma ou outra Mmaneira, em transformar esse fluxo vibratério ou essa corrente de vi- bragiio em alguma forma de estimulo sensorial. Todo esse bombardeio de estimulos sensoriais é transformado, através da utilizagao, no siste- ina de interpretagéo que torna os seres humanos capazes de percebe- tem o mundo da maneira como o fazem. “Suspender por instantes esse sistema de interpretacao era o resul- tudo de uma tremenda disciplina da parte dos feiticeiros do antigo México. Chamaram a isso visdo e fizeram dela a pedra angular do seu conhecimento. Para eles, ver a energia como ela flufa no universo era uma ferramenta essencial que empregavam para organizar os seus es- quemas classificatérios. Por exemplo, devido a essa capacidade, eles conceberam o universo total disponivel 4 percepgdo dos seres huma- Nos como uma coisa parecida com a cebola, consistindo de milhares de camadas. Acreditavam que o mundo cotidiano dos seres humanos no é mais do que uma tinica de tais camadas. Conseqiientemente, aereditavam que outras camadas nao sé sao acessfveis 4 percepgao humana, como também fazem parte da heranca natural do homem. Outra questdo de tremendo valor no conhecimento desses feiti- ceiros, uma quest’io que também era uma conseqiiéncia da sua capaci- dade de ver a energia como ela flufa no universo, foi a descoberta da configuragao energética humana, segundo eles um conglomerado de campos de energia aglutinados por uma forga vibratéria numa bola luminosa de energia. Para os feiticeiros da linhagem de Dom Juan, um ser humano tinha uma forma oblonga como um ovo ou uma forma redonda como uma bola. Sendo assim, eles os chamavam de ovos /u- minosos ou de bolas luminosas. Essa esfera de luminosidade era con- lerada por eles como sendo o nosso verdadeiro ser — verdadeiro no sentido de que é irredutivel em termos de energia. E irredutfvel i nnn“ _“_«-- 16 @ PAssts MAaicos porque a totalidade dos recursos humanos est envolvida na agio de percebé-la diretamente como energia. Os xamis descobriram que na parte posterior da bola luminosa existe um ponto de maior brilho. Através de processos de observagao direta da energia, eles perceberam que esse ponto é fundamental para transformar a energia em dados sensoriais e, depois, interpreta-los. Por isso, chamaram-no de ponto de aglutinagao e consideraram que a per- cepgio estd, de fato, aglutinada ali. Descreviam 0 poto de aglutinagao como localizado atrés das omoplatas, a um brago de distancia delas. Descobriram igualmente que para toda a raga humana o ponto de aglutinagao esta localizado no mesmo lugar, conferindo portanto a todos os seres humanos uma visio de mundo totalmente semelhante. Uma descoberta de tremendo valor para eles e para os xamas das geracdes seguintes foi a de que a localizacio do ponto de aglutinagao naquele lugar € 0 resultado da utilizacao € da socializagao. Por isso consideraram-na como uma posigao arbitraria que simplesmente dé a ilusdo de ser final e irredutivel. Um produto dessa ilusao é a convicgio aparentemente inflexivel dos seres humanos de que o mundo cotidia- no € 0 tinico mundo que existe e que a sua finalidade é incontestavel. — Acredite em mim — disse-me certa vez Dom Juan —, esse sen- so de finalidade com relago ao mundo é uma mera ilusio. Como nunca foi desafiado, continua sendo o tinico ponto de vista possivel. Ver a energia tal como ela flui no universo é a ferramenta para desafié-la. Através do seu uso, 0s feiticeiros da minha linhagem chegaram A con- clusdo que existe de fato uma quantidade desconcertante de mundos disponivel a percepgao humana, Eles os descreviam como dominios que tudo inclufam, dominios onde uma pessoa pode agir ¢ lutar. Em outras palavras, mundos onde uma pessoa pode viver ¢ morrer, como acontece em nossa vida cotidiana. Durante os 13 anos de minha associago com ele, Dom Juan me ensinou os passos basicos para realizar a proeza da visdo. Discuti o assunto em todos os meus escritos anteriores, mas nunca toquei no ponto-chave desse proceso: os passes magicos. Ele me ensinou um grande ntimero deles, mas, juntamente com aquela riqueza de conhe- cimento, Dom Juan também me deixou com a certeza de que eu era 0 Giltimo elo da sua linhagem. Para mim, aceitar isso implicava automa- ticamente a tarefa de descobrir novos meios para divulgar o conheci mento da sua linhagem, uma vez que a sua continuidade nao era mais um problema. Cabe aqui um esclarecimento muito importante: Dom Juan nunca Pa at: InTRODUGAO WHeVe Interessado em transmitir o seu conhecimento, mas em perpe- {ar a sua linhagem. Suas trés outras discipulas e eu éramos os meios = excolhidos, dizia ele, pelo prdprio espfrito, porque ele nao tivera Henhuma participagao ativa nisso — que iriam garantir essa perpetua- lo, Por isso ele obrigou-se a um esforgo titanico para me ensinar tudo que sabia sobre feitigaria ou xamanismo e sobre o desenvolvimento i sua linhagem. Durante o meu treinamento, ele percebeu que minha configura- who energética era de tal modo diferente da sua que isso s6 poderia jignificar o fim da sua linhagem. Disse-lhe que lamentava muito essa Ain interpretagio sobre qualquer que fosse a diferenga invisfvel exis- tente entre nds. Nao estava gostando do fardo de ser 0 tiltimo da sua linhagem nem compreendia o seu raciocinio. = Os xamis do antigo México — disse-me um dia — acredita- yam que a escolha, como os seres humanos a compreendem, € a con- dligho prévia do mundo cognitivo do homem, mas isso é apenas uma \nterpretagao benevolente de algo que é encontrado quando a cons- eléneia se arrisca além do conforto do nosso mundo, uma interpreta- glo benevolente da aquiescéncia. Os seres humanos estao mergulha- dos no torvelinho de forgas que os arrastam daqui para ali de todas as Muneiras possfveis. A arte dos feiticeiros nao é realmente escolher, mas ter suficiente sutileza para aquiescer. Embora paregam nao fazer outra coisa senao tomar decisées, a rigor os feiticeiros nao tomam decis6es. Nao resolvi escolher vocé nem que vocé seria do jeito que é, JA que eu nao podia escolher quem com- partilharia o meu conhecimento, precisava aceitar quem quer que o espirito estivesse me oferecendo. E essa pessoa foi vocé, e vocé s6 é @hergeticamente capaz de terminar, nao de continuar. Assegurou-me que o fim da sua lihagem nao tinha nada a ver com ele, com os seus esforgos ou com o seu sucesso ou fracasso como um. {eiticeiro buscando a liberdade total. Entendia isso como algo que ti- nha a ver com uma escolha exercida além do nivel humano, nao por seres ou entidades, mas pelas forcas impessoais do universo. Finalmente aceitei o que Dom Juan chamava de meu destino. Isso me pds cara a cara com uma outra questdo a que ele se referia como trancar a porta quando partir. Isto é, eu assumia a responsabilidade de decidir exatamente 0 que fazer com tudo que ele tinha me ensinado e de por em pratica essa decisio de um modo impecavel. Em primeiro lugar fiz a mim mesmo a pergunta crucial sobre 0 que fazer com os passes magicos, 0 aspecto do conhecimento de Dom Juan mais im- i 18 @ Passns MAGicos pregnado de pragmatismo ¢ fungio. Decidl usar os passes magicos ¢ ensind-los a quem quisesse aprendé-los, Minha decisiio em quebrar o sigilo que os tinha cercado por tanto tempo foi naturalmente o corolario de minha total convicgao de que eu era de fato o tiltimo da linhagem de Dom Juan. Para mim, tornara-se inconcebivel que eu devesse carregar segredos que nem eram meus. Manter os passes ma- gicos em sigilo nao tinha sido uma deciséo minha. Minha decisao era acabar com tal condicdo. Dai por diante esforcei-me para chegar a uma forma mais genéri- ca de cada passe magico, uma forma adequada a todas as pessoas. Isso resultou numa configuragio de formas ligeiramente modificadas de cada um dos passes magicos. Chamei essa nova configuragio de mo- vimentos de Tensegrity (Tensegridade), um termo de arquitetura que significa “a propriedade das estruturas reduzidas que empregam ele- mentos de tensdo continua e elementos dé compressao descontinua de uma tal maneira que cada elemento opera com o maximo de efi- ciéncia e economia”. Para explicar 0 que sao os passes mdgicos dos feiticeiros que vive- ram no México nos tempos antigos, eu gostaria de fazer um esclareci- mento: para Dom Juan, “tempos antigos” significava algo em torno de dez mil anos atrds, um niimero que pode parecer incongruente para os esquemas classificat6rios dos académicos modernos. Quando men- cionei a Dom Juan a discrepancia entre sua estimativa e a que eu con- siderava ser mais realista, ele permaneceu inflexivel em sua convic- 40. Acreditava piamente que as pessoas que viveram no Novo Mundo ha dez mil anos atrds estavam profundamente interessadas em ques- toes sobre o universo e a percepcao, nas quais o homem moderno nem sequer comegou a penetrar. Para mim, independentemente das nossas interpretagdes cronol6- gicas divergentes, a eficdcia dos passes mégicos é inegavel e sinto-me obrigado a elucidar o assunto seguindo estritamente a maneira como isso me foi apresentado. O efeito imediato dos passes m4gicos em mim teve uma profunda influéncia no modo como lido com eles. O que estou apresentando nesta obra é uma reflexao intima sobre essa in- fluéncia. Passes Magicos N, primeira vez que Dom Juan conversou comigo sobre os passes idgicos ele fez um comentario depreciativo em relagéo ao meu peso. — Vocé est ficando gorducho demais — disse ele olhando-me de alto a baixo ¢ balangando a cabeca em desaprovagao. — Jé esta prati- camente gordo. O desgaste est comegando a tomar conta de vocé. Como qualquer outro membro de sua raga, esté desenvolvendo um inchago de gordura no pescoco, como um touro. £ hora de vocé assu- mir com seriedade uma das maiores descobertas dos feiticeiros: os passes mdgicos. — De que passes mégicos esta falando, Dom Juan? — perguntei. — Vocé nunca me falou sobre isso. Ou, se 0 fez, deve ter sido tao li- yeiramente que nao consigo me lembrar de nada a esse respeito. — Nao somente ja lhe falei muita coisa sobre os passes magicos = disse ele —, como também vocé ja conhece um grande nimero de- les, Eu os tenho ensinado o tempo todo. Até onde eu sabia, nao era verdade que ele tivesse me ensinado quaisquer passes m4gicos. Protestei veementemente. — Nao seja tio apaixonado ao defender seu maravilhoso eu — brincou ele fazendo um ridiculo gesto de desculpas com as sobrance- Ihas. — O que eu queria dizer é que vocé imita tudo que fago, entao cu tenho tirado proveito da sua capacidade de imitaco. Tenho Ihe mostrado varios passes magicos, que vocé sempre interpreta como sendo um prazer meu em estalar as juntas. Gosto do modo como vocé 0s interpreta: estalar as juntas! Vamos continuar a chamé-los assim. 20 @ Passus MAaicos “Mostrei-lhe dez maneiras diferentes de estalar as juntas, Cada uma delas é um passe magico que se adapta com perfeigao ao meu corpo ¢ ao seu. Vocé poderia dizer que esses dez passes magicos esto na sua linhagem e na minha. Eles nos pertencem pessoal ¢ individualmente, assim como pertenceram aos outros feiticeiros que eram exatamente como nés dois nas vinte e cinco geragdes que nos precederam. Os passes magicos a que Dom Juan estava se referindo, como ele mesmo dissera, eram as maneiras particulares que ele tinha de estalar as juntas. Eu achava que cle costumava movimentar os bragos, as per- nas, 0 torso e os quadris de modos especificos para conseguir um estiramento maximo dos miisculos, ossos e ligamentos. Do meu pon- to de vista, o resultado desses movimentos de estiramento era uma sucesso de estalos que ele estaria produzindo para meu espanto e diversao. De fato, ele tinha me pedido repetidamente para imita-lo. De uma maneira provocadora, tinha até mesmo me desafiado a me- morizar os movimentos e a repeti-los em casa até conseguir que as minhas juntas produzissem estalos semelhantes. Nunca tive éxito em reproduzir os sons, embora tivesse definitiva ¢ inconscientemente aprendido todos os movimentos. Agora sei que nao conseguir aquele som de estalo era uma béngao disfarcada, por- que os misculos e os tenddes dos bragos e das costas nunca devem ser estirados até aquele ponto. Dom Juan tinha nascido com uma facili- dade de estalar as juntas dos bragos e das costas, assim como algumas pessoas tém a facilidade de estalar os nés dos dedos. — Como os antigos feiticeiros inventaram esses passes magicos, Dom Juan? — perguntei. — Ninguém os inventou — disse ele duramente. — Pensar que foram inventados implica admitir a intervengao da mente, ¢ este nao € © caso dos passes magicos. Ao contrario, eles foram descobertos pelos antigos xamis. Disseram-me que tudo isso comegou com a extraordi- naria sensacdo de bem-estar que os xamas experimentavam quando em estados xamanisticos de consciéncia intensificada. Eles sentiam um vigor tao extraordinério e fascinante que lutavam para repeti-lo nas horas de vigilia. “A princfpio, os xamis acreditaram que isso era uma disposigio de bem-estar que a consciéncia intensificada criava. Logo descobriram que nem todos os estados xamanisticos de consciéncia intensificada produziam a mesma sensagao de bem-estar. Um exame mais cuidado- so revelou-lhes que, sempre que a sensacao de bem-estar ocorria, eles tinham estado envolvidos em algum tipo especifico de movimento Passus MAaicos lerceberam que, enquanto estavam em estados de conscién- va intensificada, seus corpos se movimentavam involuntariamente de determinadas maneiras € que isso era de fato a causa da sensagao incomum de plenitude fisica ¢ mental. Dom Juan especulava que sempre lhe parecera que os movimen- {08 que os corpos dos xamas executavam automaticamente em cons- léncla intensificada eram uma espécie de heranga oculta da humani- dade, algo que tinha sido profundamente armazenado para ser revelado apenas Aqueles que estivessem procurando por ele. Ele comparava esses antigos feiticeiros aos mergulhadores de Aguas profundas que, sem o saberem, recuperaram aquela heranga. Dom Juan dizia que os feiticeiros comecaram arduamente a reunir 64 movimentos de que se lembravam. Seus esforgos valeram a pena. Yoram capazes de recriar movimentos que lhes tinham parecido rea- es automaticas do corpo num estado de consciéncia intensificada. Neorajados pelo sucesso, foram capazes de recriar centenas de movi- Mentos sem no entanto aloja-los num esquema compreensivel. A idéia tleles era que, em consciéncia intensificada, os movimentos aconteciam pontaneamente e que havia uma forga que guiava o efeito dos movi- Mentos sem a intervengao da vontade deles. Segundo Dom Juan, a natureza dessas descobertas sempre o levou W Acreditar que os feiticeiros dos tempos antigos eram pessoas extra- ordindrias, porque os movimentos que eles descobriram nunca foram reyelados da mesma forma aos modernos xamas que também entra- yam em consciéncia intensificada. Talvez fosse assim porque os mo- dernos xamas, de uma maneira ou de outra, ja tinham aprendido an- tecipadamente os movimentos com os seus predecessores ou talvez porque os feiticeiros dos tempos antigos tinham mais massa energética. — Dom Juan, o que quer dizer com tinham mais massa energética? — perguntei. — Eles eram homens maiores? — Nio acho que fossem fisicamente maiores — disse ele —, mas @hergeticamente, aos olhos de um vidente, eles apareciam como uma forma oblonga. Chamavam a si prdprios de ovos luminosos. Nunca vi tum ovo luminoso em minha vida. Tudo que tenho visto sao bolas Iu- mminosas. Quem sabe se ao longo das geragées o homem nao veio per- dendo alguma massa energética. Dom Juan explicou-me que para um vidente o universo é com- posto por uma quantidade infinita de campos de energia. Estes apa- yecem como filamentos luminosos que se projetam em todas as dire- gGes possiveis. Os filamentos atravessavam em linhas cruzadas as bolas THO —-_------- 22 @ Passus MAaicos Passis MAGicos @ 23 luminosas que os seres humanos sao, ¢ era razodvel assegurar que, se ‘os seres humanos foram um dia formas oblongas como ovos, eles eram muito mais altos do que uma bola. Conseqiientemente, os campos de energia que tocavam os seres humanos no topo do ovo Iuminoso nao os estao tocando mais, agora que sao bolas luminosas. Para Dom Juan isso significava uma perda de massa energética, algo crucial quando se tratou de reivindicar esse tesouro escondido: os passes mgicos. — Por que os passes dos antigos xamas eram chamados de passes magicos? — perguntei-lhe uma vez. “— Eles no eram apenas chamados de passes magicos — disse ele —, eles eram mégicos! Produziam um efeito que ndo pode ser descri- to através de explicagdes comuns. Esses movimentos nao sao exerci- cios fisicos ou meras posturas do corpo; sao tentativas reais de alcan- car um estado mais favoravel de ser. “A magia dos movimentos é uma mudanga sutil que os praticantes experimentam ao executé-los. E uma qualidade efémera que 0 movi- mento traz para os seus estados fisico e mental, uma espécie de brilho, uma luz nos olhos, Essa mudanca sutil é um toque do espirito, como se através dos movimentos os praticantes restabelecessem uma liga- cdo nao utilizada com a forga vital que os sustenta. Explicou depois que outra raz4o para os movimentos serem cha- mados de passes mdgicos € que, praticando-os, os xamas so transpor- tados, em termos de percepgio, para outros estados em que podem sentir o mundo de uma maneira indescritivel. — Devido a essa qualidade, a essa magia — disse-me Dom Juan —, os passes devem ser praticados ndo como exercicios, mas como uma maneira de chamar 0 poder com um gesto. — Mas podem ser tomados como movimentos fisicos embora nunca o tenham sido? — perguntei. — Vocé pode praticé-los da maneira que desejar — respondeu Dom Juan, — Os passes magicos intensificam a consciéncia, indepen- dentemente da idéia que vocé faca deles. O mais inteligente seria ape- nas aceitar que a pratica dos passes mdgicos leva os praticantes a dei- xar cair a mascara da socializagao. — O que é a mascara da socializagao? — perguntei. — O verniz que todos nés defendemos e pelo qual morremos — respondeu. —O verniz que adquirimos no mundo. O que nos impede de alcancar todo 0 nosso potencial. O que nos faz acreditar que so- mos imortais. A intencdo de milhares de feiticeiros permeia esses Wovimentos, Executd-los, mesmo de uma maneira casual, faz a mente chegar a uma pausa, : Que significa chegar a uma pausa? — perguntei. ‘Tudo que fazemos no mundo — disse ele — reconhecemos e identificamos convertendo em linhas de semelhanga, linhas de coisas que estio associadas de propésito. Por exemplo, se eu lhe digo garfo, inno imediatamente traz A sua mente a idéia de colher, faca, toalha de ‘esa, guardanapo, prato, xicara e pires, copo de vinho, carne, ban- quiete, aniversario, festa. Vocé poderia continuar nomeando tais coi- sas indefinidamente. Tudo que fazemos est4 assim associado. Para os {eiticeiros, o estranho é que eles véem que todas essas linhas de afini- dade, todas estas linhas de coisas associadas de propésito, ligam-se 4 idéia do homem de que as coisas sao imutaveis e eternas, como a pa- layra de Deus. — Por que mencionou Deus, Dom Juan? O que a palavra de Deus fem a ver com o que vocé esta tentando explicar? — Tudo! — respondeu ele. — Parece que em nossas mentes todo © universo é como a palavra de Deus: absoluta e imutdvel. Essa é a Mmaneira como nos conduzimos. No mais profundo de nossas mentes existe um dispositivo restritivo que nado nos permite parar para exa- ininar que a palavra de Deus, como a aceitamos e acreditamos que ela seja, diz respeito a um mundo morto. Por outro lado, um mundo vivo ‘eat em constante fluxo. Ele se movimenta. Ele se altera completamente. “A razao mais abstrata pela qual os passes magicos dos feiticeiros da minha linhagem sdo magicos é que, praticando-os, os corpos dos praticantes compreendem que tudo, em vez de ser uma série continua de objetos que tém afinidade entre si, € uma corrente, um fluxo. E, se tudo no universo é um fluxo, uma corrente, aquela corrente pode ser detida, Pode-se represd-la e, assim, o seu fluxo pode ser detido ou desviado. Em uma ocasiéo Dom Juan me explicou 0 efeito global que a pra- tica dos passes magicos teve sobre os feiticeiros da sua linhagem e correlacionou esse efeito com o que poderia acontecer aos praticantes modernos. : — Os feiticeiros da minha linhagem — disse ele — ficaram cho- cados quase até a morte ao compreenderem que a pratica dos seus passes mAgicos ocasionava a parada do, de outra maneira, ininterrupto fluxo das coisas. Construiram uma série de metdforas para descrever essa parada e, no esforco para explicar isso ou para reconsideré-lo, fizeram uma confusao. Escorregaram para o ritual e a ceriménia. Co- "eo __ seres humanos que evolufram? — tel, Absolutamente ndo! — exclamou ele. — Os seres inorganicos mundo gémeo tém sido intrinsecamente inorgnicos desde 0 ilo mesmo modo como temos sido sempre intrinsecamente seres ‘os, também desde o inicio. Eles sao seres cuja consciéncia pode exatamente como a nossa, e sem divida o faz, mas nao tenho i conhecimento direto de como isso acontece. Entretanto o que ie um ser humano cuja consciéncia evoluiu é um ser inorganico ie, luminescente ¢ arredondado de um tipo especial. mm Juan me deu uma série de descrigdes desse processo evolu- io, que eu sempre assumi como metéforas poéticas. Eu escolhia ‘me agradava mais, que era a da liberdade total. Imaginava um ano que entra em liberdade total como sendo 0 ser mais cora- is imaginativo possivel. Dom Juan dizia que eu nao estava ando absolutamente nada — que, para entrar em liberdade to- ser humano deve invocar o seu lado sublime que, dizia ele, os humanos tém mas que nunca lhes ocorre usar. m Juan descrevia o segundo, o objetivo pragmatico da recapi: , como a aquisigao de fluidez. O fundamento légico dos feiti- por tras disso tinha a ver com um dos assuntos mais evasivos da ia: 0 ponto de aglutinagdo, um ponto de intensa luminosidade, nho de uma bola de ténis, perceptivel quando os feiticeiros ‘um ser humano como um conglomerado de campos de energia. iticeiros como Dom Juan véem que trilhdes de campos de ener- forma de filamentos de luz vindos de todo o universo conver- ‘ao ponto de aglutinagao € o atravessam. Essa confluéncia de ntos dé ao ponto de aglutinagdo a sua luminosidade. O ponto lutinacao possibilita que um ser humano perceba aqueles trilhdes mentos de energia transformando-os em dados sensoriais. De- ponto de aglutinacao interpreta esses dados como 0 mundo ida cotidiana, isto é, em termos da socializacao e do potencial 0. capitular € reviver todas ou quase todas as experiéncias que ti- e, fazendo isso, deslocar 0 ponto de aglutinagao, ligeiramente stante, impelindo-o pela forga da memoria a adotar a posigéo tinha quando o acontecimento que esté sendo recapitulado ocor- Esse ato de ir de um lado para 0 outro de posig6es anteriores & proporciona aos xamas praticantes a fluidez. necesséria para su- ‘em diferencas extraordindrias em suas viagens pelo infinito. Para rraticantes da Tensegridade, a recapitulagdo proporciona a fluidez 116 @ Passes MAaicos algum, de sua cognicao habitual. Como um procedimento formal, a recapitulagdo era feita nos teil) pos antigos recordando-se de cada pessoa que os praticantes conheciifi e de cada experiéncia em que tomaram parte. Dom Juan sugeria «iit no meu caso, que é 0 caso do homem moderno, eu fizesse uma lista pip escrito de todas as pessoas que eu tinha conhecido em minha vida, cont) um estratagema mneménico. Uma vez que eu tivesse escrito a lista, ole continuaria a me dizer como usé-la. Eu precisava pegar a primeira pe soa da minha lista, que retrocedia no tempo do presente até a époc «li minha primeirfssima experiéncia de vida, e, na minha mem6ria, estale lecer a minha diltima interagio com aquela primeira pessoa. Essa agilo ¢ chamada de organizar o acontecimento a ser recapitulado. Uma detalhada recordaco de miniicias é requerida como o melt) apropriado de afiar a capacidade de lembrar. Essa recordagao envolye obter todos os detalhes fisicos pertinentes, tal como o ambiente ii) qual o acontecimento recordado ocorreu. Uma vez que 0 acontecimel) to estd organizado, a pessoa deve realmente entrar no local em si, prey tando especial atencao a quaisquer configuracées fisicas relevantes, Por exemplo, se a interagdo aconteceu em um escritério, 0 que deve ser lembrado é 0 chido, as portas, as paredes, os quadros, as janelas, ay mesas, 0s objetos sobre as mesas, todas as coisas que poderiam ter sido observadas em um relance e depois esquecidas. Como um procedimento formal, a recapitulagdo deve comegar pelo relato minucioso de acontecimentos que acabaram de ocorrer. Dessa for ma, a primazia da experiéncia tem precedéncia. Alguma coisa que acabo\) de ocorrer € algo que a pessoa pode se lembrar com grande precisio. Oy feiticeiros sempre confiaram no fato de que os seres humanos so capazes de armazenar informagoes detalhadas das quais nao esto conscientes e «le que aquele detalhe é 0 que 0 mar escuro da consciéncia procura. A verdadeira recapitulagdo do acontecimento requer que a pessoa respire profundamente, abanando a cabega, por assim dizer, muito lenta e delicadamente, de um lado para 0 outro, comecando por qualquer que seja o lado, esquerdo ou direito. Esse abano da cabeca era feito tantas vezes quantas fossem necessarias, enquanto a pessoa se lembra- va de todos os detalhes acessiveis. Dom Juan dizia que os feiticeiros falavam sobre esse ato como inalar todos os sentimentos que a pessoa teve no acontecimento sendo recordado e expelir todos os humores indesejaveis e os sentimentos irrelevantes que permaneceram nela. Os feiticeiros acreditam que 0 mistério da recapitulacdo reside no ato de inalar e exalar. Uma vez que a respiragao é uma fungio de necessdria para suportarem diferengas que nao fazem parte, de modi itengiio da vida, os feiticeiros tém certeza de que através dela a wi também pode entregar ao mar escuro da consciéncia o fac-simile juas experiéncias de vida. Quando eu pressionava Dom Juan por explicagio racional sobre essa idéia, sua posigo era que coisas 10 a yecapitulagdo s6 podiam ser experimentadas ¢ nao explicadas. dizia que no ato de fazer a pessoa pode encontrar a libertagéo e explicar isso era dissipar nossa energia em esforgos infrutiferos. eonvite era coerente com todas as coisas relacionadas ao seu co- cimento: o convite para entrar em acao. Na recapitulagdo, a lista de nomes € usada como um estratagema mOnico que impele a memoria em uma viagem inconcebivel. A fio dos feiticeiros a esse respeito é que relembrar acontecimentos facabaram de ocorrer prepara 0 solo para a recordacao de aconte- ‘ntos mais distantes no tempo com a mesma clareza e proximida- _ Recordar experiéncias desse modo € revivé-las e extrair dessa re- lagdo um impeto extraordinario que é capaz de despertar a energia ersada dos nossos centros de vitalidade e fazé-la retornar para eles. feiticeiros se referem a essa redistribuigao de energia que a recapi- (¢do causa como obter fluidez apés dar ao mar escuro da conscién- 0 que ele esté procurando. Em um nivel mais mundano, a recapitulagdo proporciona aos pra- ites a capacidade de examinar a repetigdo em suas vidas. A recapi- Gdo pode convencé-los, além de qualquer sombra de diivida, de todos nds estamos 4 mercé de forgas que definitivamente nao fa- nenhum sentido, embora a primeira vista paregam perfeitamente ‘Aveis; como, por exemplo, ficar 4 mercé do galanteio. Parece que a algumas pessoas o galanteio € a busca de toda uma existéncia. soalmente, tenho ouvido falar de pessoas com idade avangada cujo ico ideal era encontrar uma companhia perfeita e cuja aspiragao era em talvez um ano de felicidade no amor. » Dom Juan Matus costumava me dizer, sob meus veementes pro- tos, que o problema era que ninguém queria realmente amar alguém, que cada um de nés queria ser amado. Ele dizia que para nds essa sesso pelo galanteio, tomado pelo significado visivel, era a coisa ais natural do mundo, Ouvir um homem ou uma mulher de 75 anos er que ainda esta 4 procura de um companheiro perfeito é uma afir- aga de algo idealista, romantico e belo. No entanto, examinar essa sesso no contexto das repetigdes intermindveis de uma existéncia com que ela apareca como realmente é: algo grotesco. Dom Juan me assegurava que, se alguma mudanca comportamental std para ser realizada, precisa ser feita através da recapitulacdo, j4 que A Sfuit bas Cinco Panocuragonus: A Stun Waestwooo 117 118 @ Passes MAcicos ela € 0 Gnico vetculo que pode intensificar a consciéncia liberando a pessoa das exigéncias ndo expressas da socializagio, que so tho Ai tomaticas, tao desvalorizadas, que nado siéo sequer notadas sob coi) digées normais e muito menos examinadas. O verdadeiro ato de recapitular é um empreendimento de toca \iit vida. Demora anos para esgotar a lista de pessoas, especialmente itt aqueles que conheceram ¢ interagiram com milhares de individuos, i lista é aumentada pela lembranga de acontecimentos impessoais nos quilt nenhuma pessoa est envolvida, mas que precisam ser examinados pol que de algum modo esto relacionados & pessoa sendo recapitulada, Dom Juan afirmava que 0 que 0s feiticeiros do antigo México pro curavam avidamente ao recapitularem era a lembranga da interagi porque, na interacao, residem os efeitos profundos da socializa: eles Iutavam para superar por quaisquer meios disponiveis. Os Passes MAGICOS PARA A RECAPITULAGAO A recapitulagao afeta algo que Dom Juan chamava de corpo ener gético. Ele explicava formalmente o corpo energético como um cot) glomerado de campos de energia que s4o a imagem espelhada dos campos de energia que constituem o corpo humano quando ele é visto diretamente como energia. Dizia que no caso dos feiticeiros 0 corpo fisico € 0 corpo energético so uma Unica unidade. Os passes magicon para a recapitulacdo trazem 0 corpo energético para o corpo fisico, 0 que é essencial para navegar no desconhecido. 13. Forjando 0 Tronco do Corpo Energético Dom Juan dizia que 0 tronco do corpo energético era forjado com trés golpes desferidos com as palmas das mos. As mos sio mantidas ao nivel das orelhas com as palmas viradas para a frente e daquela posigao elas golpeiam para a frente, a0 nivel dos ombros, como se estivessem golpeando os ombros de um corpo bem desenvolvido. Depois as miaos voltam as suas posigées originais perto das orelhas, com as palmas viradas para a frente, e gol- peiam a parte do meio do tronco daquele corpo imagindrio ao nivel do peito. O segundo golpe nao € tao amplo quanto o primeiro e 0 terceiro é ainda mais restrito, porque golpeia a linha da cintura de um tronco em forma triangular (Fig. 152). Figura 152 A Sri bas Cinco Preocuragous; A Stein Wustwoop # 119 Tsbofeteando 0 Corpo Energético ‘ nllos esquerda ¢ direita descem vindas de cima cabes: palmas empurram para baixo criando wi corrente de energia que define cada brago, an- “0 ¢ mio do corpo energético. A mao esquerda ia atravessando o corpo para atingir a mao es- 1a do corpo energético (Fig. 153) e a mao direi- {az o mesmo: golpeia atravessando 0 corpo para ir a mao direita do corpo energético. isse passe magico define os bracos e os antebra- especialmente as maos, do corpo energético. | Estendendo Lateralmente 0 Corpo Energético pulsos sao cruzados na forma de uma letra X em te ao corpo, quase tocando-o. Os pulsos sao tidos dobrados para tras, a um Angulo de noventa graus com os bragos, ao nivel do plexo solar. O pulso esquerdo fica acima do ito (Fig. 154). Dali as maos se estendem, ao mesmo tempo, para as vais, em um movimento lento como se encontrassem uma tremenda téncia (Fig. 155). Quando os bragos alcangam sua abertura maxima, trazidos de volta para o centro, com as palmas dobradas a um 4n- lo de noventa graus em relacdo aos antebragos, criando a sensagao empurrar matéria sélida de ambos os lados para o centro do corpo. io esquerda cruza acima da direita enquanto as maos se aprontam ‘a um outro golpe lateral. Enquanto o corpo fisico, como um conglomerado de campos de rgia, tem limites superdefinidos, 0 corpo energético nao tem essa Figura 153 Figura 154 Figura 155 120 @ Passes MAaicos caracterfstica. Estender lateralmenté energia dé ao corpo energdtien os limites definidos que lhe faltam. 16. Estabelecendo 0 Niicleo do Corpo Energético Os antebragos séo mantidos em uma posigao vertical ao nivel do pel to, com os cotovelos mantidos préximo ao corpo, na largura do (rot) co. Os pulsos sao inclinados para tras delicadamente ¢ depois pari ( frente com grande ENS Figura 156 forga, sem mover os antebracos (Fig. 156). Como um conglomerado de campos de enery|ii, o corpo humano nao somente tem limites super definidos como também um niicleo de luminosidade compacta, a que os xamas chamam a faixa do ho ‘mem ou os campos de energia com os quais 0 ho mem est4 mais familiarizado. A idéia dos xamily ¢ que dentro da esfera luminosa, que também ¢ a (0 talidade das possibilidades energéticas do homen, existem dreas de energia das quais os seres hum nos absolutamente nao tém consciéncia, Sao os catty pos de energia localizados a distancia maxima di faixa do homem. Estabelecer 0 nticleo do corpo energético € fortifica-lo para que ele se aventute nessas Areas de energia desconhecida. 17. Forjando os Calcanhares ¢ as Panturrilhas do Corpo Energético pé esquerdo é mantido em frente ao corpo com o calcanhar ergul do até o meio da panturrilha. O calcanhar fica virado para fora em Figura 157 Figura 158 pela para a dis ju da tibia da perna direita (Figs. 157 ¢ 158). A Siu pas Cinco Prrocuragous: A Sérm Westwoon posigo perpendicular A outra perna, Depgis o caleanhar esquer- ‘a, como se um chute com o calcanhar estives- nido desferido, a cerca de quinze ou dezoito centimetros de dis- © mesmo movimento é executado depois com a outra perna. Vorjando os Joelhos do Corpo Energético usse magico tem duas partes. Na primeira parte, 0 joelho es- ydo é dobrado ¢ erguido ao nivel dos quadris ou, se possivel, ainda Figura 159 Figura 160 direcao a virilha (Fig. 159). O mesmo movimen- tepetido com a perna direita. ‘Na segunda parte desse passe magico, os movimen- repetidos novamente com cada uma das pernas, , desta vez, 0 joelho desenha um cftculo para o lado ra (Fig. 160). Forjando as Coxas do Corpo Energético egando com uma exalagao, 0 corpo se inclina li- ‘amente nos joelhos enquanto as maos deslizam coxas, As maos param em cima das rétulas e ois so puxadas para cima das coxas até o nivel § quadris com uma inalagao, como se estivessem stando uma substancia sdlida. H4 uma ligeira qua- alto, Todo o peso do corpo é colocado na perna direita, que fica 0 joelho ligeiramente dobrado para a frente. Trés citculos so enhados com o joelho esquerdo, movendo-o para o lado de dentro Figura 161 122 » Passus MAaicos lidadle de garra em cada mio. O corpo se endireita enqui do movimento é executada (Fig. 161). Com o padrio oposto de respiragio, o movimento é repetlil inalando enquanto os joelhos so dobrados ¢ as 1 parte de cima das rétulas e exalando enquanto el. volta. 20. Despertando a Histéria Pessoal Tornando-a Flexivel peia a nddega direita. Figura 162 mento intiteis. 21. Despertando a Histéria Pessoal Batendo Repetidamente com © Calcanhar no Chao A perna direita fica a um Angulo de noventa graus em relagao A perna esquerda. O pé es- querdo € colocado 6 mais longe possivel em frente ao corpo enquanto o corpo quase que senta na perna direita. A tensao ea contragao dos miisculos traseiros da perna direita estao no maximo, assim como o estiramento dos miisculos traseiros da perna esquerda. A per na esquerda bate repetidamente no chio com Figura 163 © calcanhar (Fig. 163). Os mesmos movimentos so executados depois com a outra peri, 22. Despertando a Histéria Pessoal Sustentando o Calcanhar no Chao ANtO ena os descem ale as sto puxaday de Esse passe magico estira e relaxa o tendo do jartely trazendo cada petna, uma de cada vez, dobridi iyi joelho, para golpear as nédegas com uma baticla sip ve do calcanhar (Fig. 162). O calcanhar esquerily golpeia a nddega esquerda e 0 calcanhar di Os xamas pdem uma enorme énfase no retes; anen to dos misculos da parte de tras das coxas. Eley ar ditam que quanto mais retesados esses miisculos tiverem, maior a facilidade do Praticante ijt identificar e em se livrar dos padrées de comporiy Nesse passe magico, os mesmos movimentos sio executados como no anterior, novamente com cada uma das pernas, mas, em lugar de cito yal A Sitnin DAs Cinco Priocuragons: A Siri Wistwoor @ 123 #0 caleanhar, o corpo é mantido em.uma (quilibrada sustentando o estiramento da (Hig, 1644). iii¥O passes mdgicos seguintes, uma vez que ces € exalagées profundas, precisam 04 com ttranqitilidade. Asas dla Recapitulagao ‘ofunda inalagao é feita enquanto os antebra- @ erguidos ao nivel dos ombros, com as maos | das orelhas e as ra viradas Pa 4 a sao mantidos na vertical I i Rec sor. Segue-se uma exalacio enquanto Se ane 6 puxados para tras 0 maximo possivel sem ce a ea ma diregao (Fig. 165). Uma outra profunda ina glo Geta da duragéo de uma tinica longa exalacao, cada um los bragos ha um semicfrculo parecido com uma asa, comegando com esquerdo se movendo para a frente tao longe sean possa se ido e depois lateralmente desenhando um semicfrcul - ave ig Jonge posstvel das costas. O brago faz uma curva no fim ee = io ¢ volta para a frente (Fig. 166), para a sua posigao inici: se iso do laclo do corpo (Fig. 167). Depois 0 brago direito segu ° 9 padrao dentro da mesma exalagio. Quando exis movimen ho completos, é feita uma profunda respiragio abdominal. Figura 164 124 » Passes MAGicos 24, A Janela da Recapitulagdo A primeira parte desse passe magico é exatamente igual ao precedente, E feita uma inalagio profunda com as maos erguidas ao nivel «ie orelhas ¢ as palmas viradas para a frente, Os antebragos mantéin Wii perfeita verticalidade. Isso é seguido de uma longa exalagio enquiiilt os bragos sio puxados para tras. F. feita uma inalagio profunda el) quanto os cotovelos sao estendidos lateralmente ao nivel dos ombros As maos so dobradas a um Angulo de noventa graus em relagiio sis antebragos, os dedos apontando para cima. As maos sao lentametity empurradas em direcao ao centro do corpo até que os antebragos 4p cruzem. O brago esquerdo é mantido proximo ao corpo e 0 bray) direito é colocado na frente do esquerdo. Dessa forma as maos cr\jii}) © que Dom Juan chamava de a janela da recapitulacéo: uma abertiit em frente aos olhos que parece uma pequena janela através da quil, afirmava Dom Juan, um praticante poderia perscrutar o infinito (Ii, 168). Segue-se uma profunda exalac4o enquanto 0 corpo se endité| ta; os cotovelos s4o estendidos lateralmente ¢ as maos ficam em linha reta ¢ sio mantidas no mesmo nivel dos cotovelos (Fig. 169). Figura 168 Figura 169 25. As Cinco Respiragées Profundas O comego desse passe magico é exatamente igual aos dois anteriores, Na segunda inalacao, os bracos descem e se cruzam ao nivel dos joe- lhos enquanto o praticante adota uma posigao semi-agachada. As maos so colocadas atrds dos joelhos; a mao direita agarra os tendées na parte de tras do joelho esquerdo, e a mao esquerda, com o antebrago A Sénin bas Cinco Parocuragouss A Stan Wustwoon w 125 do antebrago direito, agarra os tendées na tnds do joelho direito. Os dedos indicador i) Keguram os tenddes externos, ¢ o polegar parte interior do joelho. A exalagao ter- ‘uma profunda inalagao é feita, acompanha- \imna pressdo no tendao (Fig. 170). Cinco ina- wo feitas dessa forma. # passe magico faz com que as costas fiquem © w cabeca fique alinhada com a espinha e é do para fazer cinco respiragdes que enchem 4 parte superior quanto a parte inferior dos 4) empurrando o diafragma para baixo. Figura 170 traindo Energia dos Pés ineira parte desse passe magico é exatamente © comeco dos outros trés desta série. Na se- nalacdo os antebragos descem e envolvem os los, indo do interior para o exterior enquanto cante adota uma posic¢aio agachada. As cos- indos repousam em cima dos dedos dos pés posicdo, trés inalagdes profundas e trés exa- profundas sao feitas (Fig. 171). Apds a tiltima Figura 171 ho, 0 corpo se endireita enquanto uma pro- inalacio € feita para terminar o passe magico. ) tinico fulgor de consciéncia deixado nos seres humanos fica no das suas esferas luminosas, uma orla que se estende em um cfr- atinge o nivel dos dedos dos pés. Com esse passe magico, essa tocada com as costas dos dedos e despertada com a respiragao. O Terceiro Grupo: Sonhando Juan Matus definia sonhando como 0 ato de usar sonhos nor- como uma auténtica entrada para a consciéncia nos outros do- os de percepgao. Para cle, essa definigio implicava que os sonhos uns podiam ser usados como uma portinhola que conduzia a per- io para outras regides de energia diferente da energia do mundo ida cotidiana e, no entanto, absolutamente semelhante a ela em \icleo basico. Para os feiticeiros, o resultado de uma tal entrada 126 @ Passus MAatcos era a percepgao de mundos verdadeiros nos quais eles podiam viv ou morrer, mundos que eram estarrecedoramente diferentes dos 1 sos e, no entanto, absolutamente semelhantes. Pressionado por uma explicagao linear sobre essa contradigéo, Dom |\Wilt Matus reiterava a posig&o padrao dos feiticeiros: de que as respostay pil todas essas perguntas estavam na pratica e nao na inquisigao intelect\al, Ele dizia que, para conversarmos sobre tais possibilidades, precisarfamos iif a sintaxe da linguagem, qualquer que fosse a linguagem que falissemo, que aquela sintaxe, pela forga da utilizacdo, limita as possibilidades dp expressio. A sintaxe de qualquer linguagem sé se refere a possibilidades perceptivas encontradas no mundo em que vivemos. Dom Juan fazia uma importante diferenciagao entre dois erly em espanhol: um era sonhar, sofiar, e 0 outro era ensofiar, que ¢ i) nhar da maneira que os feiticeiros sonham. De acordo com o que Dom Juan ensinava, a arte de somhar se of\- ginou de uma observacio muito casual que os feiticeiros do antigo Mé xico fizeram quando viam pessoas que estavam adormecidas. Eles 1) taram que durante 0 sono 0 ponto de aglutinagao era deslocado, de wii maneira muito natural e simples, da sua posigao habitual e que se movi para qualquer lugar ao longo da periferia da esfera luminosa ou pifil qualquer lugar no interior dela. Correlacionando a sua visdo com (i relatos das pessoas que tinham observado dormindo, eles perceberiji que, quanto maior o deslocamento observado do ponto de aglutinagdi\, mais estarrecedores eram os relatos dos acontecimentos e ceriiij vivenciados em sonhos. Apés essa observagao se apoderar deles, os feiticeiros comegarii| a procurar avidamente oportunidades para deslocarem os seus pr( prios pontos de aglutinagdo. Acabaram usando plantas psicotrépicis para conseguir isso. Muito rapidamente perceberam que o desloci mento ocasionado pelo uso dessas plantas era erratico, forgado ¢ fori de controle. Contudo, no meio desse fracasso, descobriram uma coi de grande valor. Chamaram-na de atengdo ao sonbar. Dom Juan explicava esse fenémeno referindo-se primeiro a con: ciéncia didria dos seres humanos como a atengdo colocada nos elemet\ tos do mundo da vida cotidiana. Ele salientava que os seres humano§ 6 langavam um olhar superficial e, contudo, sustentado para todas ij coisas que os cercavam. Mais do que examinar as coisas, os sere humanos simplesmente estabeleciam a presenca daqueles elementos através de um tipo especial de atengdo, um aspecto especifico di sua consciéncia geral. A sua alegacio era que o mesmo tipo de “olhar”, A Stain pas Cinco Panocuragois: A Stain Wasrwoon @ 127 dizer, superficial mas sustentado podia ser aplicado aos ele~ de um sonho comum. Ele chamava esse outro aspecto espe- da consciéncia geral de atengdo ao sonhar ou da capacidade que ticantes adquirem de manter a consciéncia inflexivelmente fi- ‘ios itens dos seus sonhos. eultivo da atengdo ao sonhar deu aos feiticeiros da linhagem de Jiian uma taxinomia basica dos sonhos. Descobriram que a maior dos seus sonhos era imaginagao, produtos da cognigéo do seu didrio. Entretanto havia alguns que escapavam a essa classifica~ sonhos eram estados verdadeiros de consciéncia intensificada yais os elementos do sonho nado eram simples imaginag4o, mas jnclas geradoras de energia. Para os xamas, os sonhos que tinham tos geradores de energia eram sonhos em que eles eram capazes, 4 energia como ela flufa no universo. xamas eram capazes de focalizar sua atengdo ao sonhar em 4 elemento dos seus sonhos e, dessa forma, descobriram que dois tipos de sonhos. Um sao os sonhos com os quais todos nés familiarizados, nos quais elementos fantasmagéricos entram em jyo que poderiamos categorizar como produto da nossa menta- da nossa psique; talvez algo que tenha a ver com a nossa consti- y neurolégica, O outro tipo de sonhos eles chamavam de sonhos is de energia. Dom Juan dizia que aqueles xamas dos tempos se descobriram em sonhos que nao eram sonhos e sim verdadei- itas feitas, em um estado parecido com o sonho, a lugares autén- jue nao eram deste mundo — lugares reais, exatamente como 0 © no qual vivemos; lugares onde os objetos do sonho geravam ‘assim como, para um feiticeiro vidente, as arvores, os animais mesmo as rochas geram energia no nosso mundo diario. \tretanto, para os xamis, suas visdes de tais lugares eram efémeras temporarias demais para lhes serem de algum valor. Eles atri- n essa falha ao fato de que os seus pontos de aglutinagao nao po- ser mantidos fixos por qualquer tempo consideravel na posigao qual tinham sido deslocados. As suas tentativas de remediar a (0 resultaram na outra arte magna da feitigaria: a arte de hastear. dia Dom Juan definiu as duas artes com muita clareza quando isse que a arte de sonbar consistia em deslocar propositadamente ito de aglutinagdo da sua posigao habitual. A arte de hastear con- em voluntariamente fazé-lo permanecer fixado na nova posi¢4o a qual tinha sido deslocado. Bssa fixacio permitia aos feiticeiros do antigo México a oportu- 128 Passus MAGicos nidade de testemunharem outros mundos em toda a sua exteyy Dom Juan dizia que alguns desses feiticeiros nunca voltaran de viagens. Em outras palavras, optaram por permanecer la, onde 4 que “Ia” possa ter sido. — Quando 08 antigos feiticeiros acabaram de mapear os sere manos como esferas luminosas — disse-me Dom Juan certa vex tinham descoberto nada menos que seiscentos locais na esfera luniliip total que eram locais de mundos genuinos. Isso queria dizer que, ponto de aglutinagao se fixasse em qualquer um daqueles lu; sultado era a entrada do praticante em um mundo totalmente novi, — Mas existem esses outros seiscentos mundos, Dom Juri! perguntei, — A tinica resposta para essa pergunta é incompreensivel — «l ele rindo. — Ela € a esséncia da feitigaria, contudo nao significa 1 para a mente comum. Esses seiscentos mundos esto na posigili) (| ponto de aglutinagao. Para que tal resposta faca sentido, rias incalculaveis quantidades de energia. Nds temos a energia. © 4) nos falta € a facilidade ou a disposi¢ao de usé-la. Eu acrescentaria que nada poderia ser mais verdadeiro do que toils essas declaragées e, no entanto, nada poderia fazer menos sentido, Dom Juan explicava a percepgéo comum nos termos em que o§ le ticeiros da sua linhagem a entendiam: em sua localizagio habitual, ponto de aglutinagao recebe um influxo de campos de energia do \i\\- verso como um todo na forma de filamentos luminosos, chegando ai nimero dos trilhGes. Uma vez que sua posigdo é consistentemente 4 mesma, 0 raciocinio Idgico dos feiticeiros era que os mesmos campo de energia, na forma de filamentos luminosos, convergem para o porili de aglutinagao e 0 atravessam proporcionando, como um resultadiy consistente, a percepgdo do mundo que conhecemos. Esses feiticeiroy chegaram a inevitavel conclusio de que, se 0 ponto de aglutinagao fosse deslocado para uma outra posigéo, um outro conjunto de filamentos energéticos 0 atravessaria resultando na percepgao de um mundo que por definigéo, nao era 0 mesmo do mundo da vida cotidiana. Na opiniao de Dom Juan, 0 que os seres humanos consideram nor malmente como sendo perceber é mais o ato de interpretar dados set: soriais. Ele mantinha que, desde 0 momento do nascimento, todas ay coisas ao nosso redor nos supriam com uma possibilidade de inter: pretacio e que, com o tempo, essa possibilidade se transforma em) um sistema completo através do qual conduzimos todas as nossay transag6es perceptivas no mundo. A Stiut pay Cinco Prrocuragons: A Stain Wastwoor @ 129 walientava que o ponto de aglutinagdo no era apenas 0 centro percepgio é agrupada, mas também o centro onde a interpreta- dados sensoriais é realizada. Sendo assim, se mudasse a localiza- erpretaria 0 novo influxo de campos de energia nos mesmissimos js que interpreta o mundo da vida cotidiana. O resultado dessa nova etaglio é a percepgdo de um mundo estranhamente semelhante 40 &, NO entanto, intrinsecamente diferente. Dom Juan dizia que, ticamente, aqueles outros mundos sao tao diferentes do nosso poderiam ser. $6 a interpretagao do ponto de aglutinagdo € que jonsdvel pelas aparentes semelhangas. Jom Juan sentia necessidade de uma nova sintaxe que pudesse ser para expressar essa assombrosa qualidade do ponto de aglu- lo ¢ as possibilidades de percepgao ocasionadas pelo sonbar. No nto ele admitia que, se essa experiéncia se tornasse disponivel a juer um de nés e nao simplesmente aos xamis iniciados, a sinta- al da nossa linguagem talvez pudesse ser forgada a abrangé-la. ma coisa relacionada ao sonbar que era de tremendo interesse para ‘mas que me deixou completamente confuso até o final, era a afir- de Dom Juan de que realmente nao havia nenhum procedimen- ensinasse alguém como sonbar. Dizia que, mais do que qualquer coisa, sonhar era um esforgo arduo por parte dos praticantes para orem em contato com a indescritivel forca que a tudo permeia, que iceiros do antigo México chamavam de intento. Uma vez que essa io estivesse estabelecida, sonhar também se estabeleceria misterio- ite. Dom Juan afirmava que essa ligag4o poderia ser realizada se- lo qualquer padrao que implicasse disciplina. Quando lhe pedi que me desse uma explicagao sucinta dos proce- Mas como posso intentd-lo? — insisti. — A tinica maneira como vocé poderia intentd-lo € intentando-o — Uma das coisas mais dificeis para um homem dos sos dias aceitar é a falta de procedimentos. O homem moderno nos paroxismos dos manuais, das praxes, dos métodos, dos passos conduzem a alguma coisa. Esté incessantemente tomando notas, nndo diagramas, profundamente envolvido em saber como fazer. ‘ém, no mundo dos feiticeiros, os procedimentos ¢ os rituais sao ros esquemas para atrair e focalizar a atengdo. Sao estratagemas Passts MAaicos usados para forgar uma concentragio de interesse e determinay Nao tém nenhum outro valor. Para sonhar, 0 que Dom Juan considerava ser de suprema inipil tancia é a execucio rigorosa dos passes magicos: 0 tinico estratayely que os feiticeiros da sua linhagem usavam para auxiliar o deslocameliiy do ponto de aglutinacdo. A execugdo dos passes magicos dava Aqui les feiticeiros a estabilidade e a energia necessarias para suscitar "iii atengdo ao sonhar, sem o que, para eles, nao havia nenhwiit possibilidade de sonhar. Sem a emergéncia da atengdo ao sonbiat, maximo que os praticantes poderiam aspirar era ter sonhos lei sobre mundos fantasmagéricos. Talvez pudessem ter visdes de munis que geram energia, mas, para eles, elas nao fariam nenhum sentiliy na auséncia de um fundamento légico abrangente que as categorixiiie adequadamente. Uma vez que os feiticeiros da linhagem de Dom Juan tinham deve) volvido a sua atengao ao sonhar, eles perceberam que tinham tocado {ii portas do infinito. Tinham sido bem-sucedidos na ampliagio diy parametros da sua percepgio normal. Descobriram que 0 seu estiliy normal de consciéncia era infinitamente mais variado do que tinha sid) antes do advento da sua atengdo ao sonhar. Daquele ponto em diante, feiticeiros poderiam verdadeiramente se aventurar no desconhecido, — Oaforismo “o céu € 0 limite” — disse Dom Juan — era mais api cavel aos feiticeiros dos tempos antigos. Certamente, eles se superarati), — Para eles, era realmente verdade que 0 céu era o limite, Dom Juan} — perguntei. — Essa pergunta s6 poderia ser respondida por cada um de ndy individualmente — disse ele sorrindo efusivamente. — Eles nos deratj) as ferramentas. Depende de nés, individualmente, usé-las ou rejeiti-lay, Em esséncia, estamos sozinhos diante do infinito e a questo de sermos ou nao capazes de alcangarmos os nossos limites precisa ser respondid pessoalmente. Os Passes MAGICOS PARA SONHAR 27. Afrouxando o Ponto de Aglutinagao O brago esquerdo, com a palma da mao virada para cima, alcanga acima da 4rea atras das omoplatas, enquanto o tronco se inclina um pouco para a frente. Depois, com um movimento sorrateiro do lado esquerdo do corpo para a frente, o braco € trazido movendo-se em um empurrdo para cima em frente ao rosto, com a palma da mao palma esta virada para baixo, e os dedos, eito totalmente estendido é colocado em frente dedos apontando para a frente. A Stn pas Cinco Priocuragous: A Strit Wisrwoon # 131 ja virada para o lado esquerdo. Os dedos sio mantidos jun- . 172 ¢ 173), i passe magico é executado por cada brago em sucessio. Os so mantidos dobrados para dar maior estabilidade e forga pulso. Figura 172 Figura 173 Forgando 0 Ponto de Aglutinagao a Cair orso é mantido o mais ereto possivel. Os joelhos bém nao estio dobrados. O braco esquerdo, to- nente estendido, é colocado nas costas, a uma pe- a distancia do corpo. A mao é dobrada a um ilo de noventa graus em relagio ao antebrago; Imente estendidos, apontam para tras. O brago lesma posicao: com o pulso inclinado a um an- de noventa graus, a palma virada para baixo ‘Accabega vira em diregao ao braco que est atras, Figura 174 132 @ Passes MAGicos 29, Extraindo Energia das Glandulas Supra-Renais ¢ ‘Transferindo-a para a Frente para Soltar 0 Ponto de Aglutinagilo O brago esquerdo € colocado atrés do corpo ao nivel dos rins, 0 malt longe para a direita quanto possa alcangar; a mao é mantida em garth, A mao em garra cruza a drea do rim, da direita para a esquerda, cout) se estivesse arrastando uma substAncia sdlida. O brago direito é ni) tido na sua posigio normal ao lado da coxa. A seguir a mao esquerda se move para a frente; a palma é mantidlt reta contra o figado e a vesicula biliar no lado direito. A mao esquetil cruza a frente do corpo até o lado esquerdo, até a area do pancreas § do bago, como se estivesse alisando a superficie de uma substinc\i) s6lida. Ao mesmo tempo, a mao direita, mantida em garra atriis (li corpo, move-se da esquerda para a direita sobre os rins como se tivesse arrastando uma substancia sdlida. Depois a mao direita é colocada na frente do corpo; a palma @ mantida reta contra a area do pancreas e do bago. A mao cruza a frente do corpo até a drea do figado e da vesicula biliar como se estiveyie alisando uma superficie 4spera, enquanto a m4o esquerda em gait cruza novamente a 4rea dos rins, da direita para a esquerda, como s¢ estivesse arrastando uma substancia solida (Figs. 175 e 176). Os joe lhos séo mantidos dobrados para dar maior estabilidade e forga. Figura 175 Figura 176 30. Colocando em Funcionamento os Tipos A ¢ B de Energia © antebraco direito, dobrado em uma posicio vertical a um Angulo de noventa graus, é centralizado em frente ao corpo com 0 cotovelo A Stian pas Cinco Preocuragons: A Strm Wistwoon ® 133 ao nfyel dos ombros ¢ a palma da mao virada exquerda, O antebrago esquerdo, dobrado no elo e mantido em uma posigao horizontal, é co- lo com as costas da mao embaixo do cotovelo i10, Os olhos, sem focalizarem nenhum dos dois ‘bragos, mantém uma visao periférica de ambos. sno do brago direito é para baixo, enquanto a 10 do brago esquerdo € para cima. As duas for- ‘ayem simultaneamente em ambos os bragos, \'idos sob essa tensdo por um instante (Fig. 177). Depois o mesmo movimento é executado inver- lo a ordem e a posigao dos bracos Os xamis do antigo México acreditavam que to- coisas no universo s4o compostas por duas Figura 177 € que os seres humanos esto sujeitos a essa lidade em todos os aspectos de suas vidas. Ao nivel de energia, consideravam que duas forgas esto em funcionamento. Dom nas chamava de as forcas A e B. A forga A é normalmente ‘egada em nossos afazeres didrios e é representada por uma linha yertical. A forga B normalmente é uma forga obscura que rara- ite entra em aco e é mantida em repouso. E representada por uma horizontal desenhada, em sua base, a esquerda da linha vertical do, dessa forma, uma letra L maitiscula invertida. la visio de Dom Juan, os xamis, homens e mulheres, eram as eas pessoas que tinham sido capazes de transformar a forga B, que malmente repousa horizontalmente, fora de uso, em uma linha tical ativa. E, conseqiientemente, tinham tido éxito em colocar em youso a forca A. Esse processo era representado desenhando uma horizontal na base de uma vertical, a sua direita, formando, como ultado, uma letra L maitiscula. Dom Juan retratava esse passe ma- © como o que melhor exemplificava essa dualidade e 0 esforgo dos iceiros para inverter os seus efeitos. Puxando 0 Corpo Energético para a Frente bracos sio mantidos ao nivel dos ombros com os cotovelos dobra- As mos se sobrepdem uma a outra e estdo viradas com as palmas ira baixo. Um cfrculo é feito com as maos girando ao redor uma da ra; 0 movimento é para dentro, em diregao ao rosto (Fig. 178). ‘am trés vezes em torno uma da outra. Depois o brago esquerdo é urrado para a frente com a mao em punho, como se fosse golpeat 134 ® Passes MAcicos um alvo invistvel na frente do corpo a distéincia de wm brago (Fig. 179), Mais trés circulos sio desenhados com ambas as mos, e depois braco direito golpeia da mesma forma que o esquerdo. Figura 178 Figura 179 32. Arremessando o Ponto de Aglutinacdo por Cima do Ombro. como se Fosse uma Faca A mao esquerda passa por cima da cabeca, vai até a rea atrs day omoplatas e agarra como se estivesse segurando um objeto sdlido, Depois move-se por cima da cabeca para a frente do corpo como s¢ estivesse arremessando alguma coisa para a frente. Os joelhos sii mantidos dobrados para dar estabilidade ao arremesso. O mesmo movimento é repetido com o brago direito (Figs. 180 e 181). Figura 181 A Sfnin pas Cinco Preocuragons: A Stam Westwoon # 135 we passe magico é uma verdadeira tentativa de arremessar 0 pon- aglutinagdo para deslocé-lo da sua posigao habitual. O praticante 1a 0 ponto de aglutinagdo como se ele fosse uma faca. Alguma au no intento de arremessar 0 ponto de aglutinagao causa um indo efeito com relagdo ao seu verdadeiro deslocamento. ‘Arremessando 0 Ponto de Aglutinagdo das Costas Perto da ra como se Fosse uma Faca joelhos sio mantidos dobrados enquanto 0 corpo se inclina para nite. Depois, partindo da lateral, o brago esquerdo alcanga as cos- 4té-a 4rea atras das omoplatas, agarra alguma coisa como se fosse » sdlido e a arremessa para a frente, na altura da cintura, com um imento rapido do pulso como se estivesse arremessando um disco sno ou uma faca (Figs. 182 e 183). Os mesmos movimentos so re- (idos com a mao direita. Figura 182 Figura 183 . Arremessando 0 Ponto de Aglutinagéo do Ombro como se osse um Disco Jma grande rotagao da cintura é feita para a esquerda, o que impele braco direito a girar para o lado esquerdo da perna esquerda. Depois movimento da cintura, movendo-se na diregao oposta, impele 0 taco esquerdo a girar para o lado direito da perna direita. Um outro movimento da cintura impele o brago direito a girar novamente para Jado esquerdo da perna esquerda. Nesse ponto a mao esquerda canga instantaneamente as costas, com um movimento circular, para 136 @ Passes MAaicos agarrar alguma coisa s6lida na area atras das omoplatas (Fig. 184), | pois, com um movimento giratério circular, leva-a para a frente i) corpo e para cima ao nivel do ombro direito. A palma da mao fechwlt fica virada para cima. Dessa posicio, com um movimento rapido diy pulso, a mao esquerda faz um movimento de arremesso, como se [oii atirar para a frente algama coisa sélida como um disco (Fig, 185), As pernas sao mantidas ligeiramente dobradas nos joelhos ¢ Wii) grande pressao é exercida na parte de tras das coxas. O brago direiti) com o cotovelo ligeiramente dobrado, é estendido para tras do corp) para dar estabilidade ao ato de arremessar um disco. Essa posigilt) ¢ mantida por um instante enquanto o brago esquerdo mantém a pol Gao de ter acabado de arremessar um objeto. Os mesmos movimentos s4o repetidos com o outro brago. » 4 Figura 184 Figura 185 35. Arremessando 0 Ponto de Aglutinacdo | comouma Bola por Cima da Cabeca A mao esquerda move-se rapidamente até a drei atras das omoplatas e agarra alguma coisa como s¢ ela fosse sdlida (Fig. 186). O brago gira duas vezey em um grande circulo acima da cabega, como s¢ para ganhar impulso (Fig, 187), e faz o movimento de arremessar uma bola para a frente (Fig. 188), Os joelhos sao mantidos dobrados, Esses movimen tos séo repetidos com a mao direita. Figura 186 A Sénin pas Cinco Prrocuragous: A Sta Westwoon ® 137 Figura 187 Figura 188 O Quarto Grupo: Siléncio Interior Juan dizia que o siléncio interior era o estado buscado com maior e7 pelos xamis do antigo México. Ele o definia como um estado ural da percepcio humana, no qual os pensamentos sio bloqueados das as faculdades do homem operam de um nivel de consciéncia que tequer a utilizac4o do nosso sistema cognitivo diario. Para os xamas da linhagem de Dom Juan, o siléncio interior sempre ido associado a escuridao, talvez porque a percepcio humana, a do seu companheiro habitual, o didlogo interno, caia em algo que ssemelha a um buraco escuro. Ele dizia que 0 corpo funciona malmente, mas a percepcao se torna mais aguda. As decisées so \taneas e parecem provir de um tipo especial de conhecimento que ituido de verbalizagdes mentais. “De acordo com Dom Juan, a percepco humana, funcionando em la condicao de siléncio interior, € capaz. de atingir niveis indescritiveis. s daqueles niveis de percep¢ao s40 mundos em sie de modo algum » como os mundos alcangados através do sonhar. Eles sao indescritiveis nexplicaveis em termos dos paradigmas lineares que o estado habitual ‘percep¢io humana emprega para explicar o universo. No entendimento de Dom Juan, o siléncio interior € a matriz para n passo gigantesco de evolugio: o conhecimento silencioso ou o nivel aconsciéncia humana no qual o saber é automitico e instantaneo. Nesse 138 @ Passes MAcicos nivel o conhecimento nao ¢ 0 produto da cogitagio cerebral, da indy e da dedugio légica ou de generalizagdes baseadas em semelhangis diferengas. No nivel do conhecimento silencioso nao existe nada d play, nada que pudesse constituir um corpo de conhecimento, porque (ily é iminentemente agora. Pecas complexas de informagao poderiaiti sy captadas sem quaisquer preliminares cognitivas. Dom Juan acreditava que 0 combecimento silencioso era init do para o homem primitivo, mas que o homem primitivo nao era el. mente o possuidor do conhecimento silencioso. Tal insinuagao era |i) finitamente mais forte do que a que o homem moderno experimeii(, na qual a carga de conhecimento ¢ produto de aprendizado rotivel, ro. E um axioma dos feiticeiros o fato de que, embora tenhaiiiip perdido aquela insinuagio, a avenida que conduz ao conbecimenii silencioso estar sempre aberta ao homem através do siléncio interiay. Dom Juan Matus ensinava a linha inflexivel da sua linhagem: que () siléncio interior deve ser obtido através de uma pressao consistente (lt disciplina. Precisa ser acumulado ou armazenado pouco a pouco, seyiil\ do por segundo, Em outras palavras, a pessoa precisa se forgar a ficar efi) siléncio, mesmo que seja apenas por alguns segundos. De acordo com Doi Juan, era conhecimento comum entre os feiticeiros que, se a pessoa pel siste, a persisténcia supera o habito e, assim, é possivel chegar a um limit de segundos ou minutos acumulados, que difere de pessoa para pessoil Se, para um determinado individuo, o limiar do siléncio interior for dey por exemplo, dez minutos, uma vez que esse limiar é atingido, o silénej interior acontece por si mesmo, espontaneamente por assim dizer. Fui previamente avisado de que nao havia nenhuma maneira possl vel de saber qual poderia ser o meu limiar individual e que a tnica mi neira de descobrir isso era através da experiéncia direta. Foi exatame! te 0 que aconteceu comigo. Seguindo a sugestao de Dom Juan, eu tinh persistido em me forcar a permanecer em siléncio e, um dia, enquanty caminhava na UCLA (Universidade da Califérnia de Los Angeles), al: cancei meu misterioso limiar. Sabia que o tinha alcangado porque, em um instante, experimentei algo que Dom Juan havia descrito extens mente para mim. Ele o chamava de parando o mundo. No piscar de un olho, o mundo parou de ser o que era e, pela primeira vez em minha vida, tornei-me consciente de que eu estava vendo a energia como ela fluia no universo. Precisei me sentar em uma escada de tijolos. Sab que estava sentando em uma escada de tijolos, mas sé o sabia intelectual: mente, através da memoria. Experimentalmente, eu estava descansan- do em energia. Eu mesmo era energia, assim como todas as coisas a0 meu redor. Eu tinha anulado o meu sistema de interpretagao. A Shnim pas Cinco Priocuragons: A Serim Westwoon @ 139 6s ver a energia diretamente, percebi algo-que se tornou o hor- meu dia, algo que ninguém, com excegéo de Dom Juan, poderia satisfatoriamente. Conscientizei-me de que, embora sve vendo pela primeira vez em minha vida, eu tinha estado ven- ‘pnergia como ela flui no universo a minha vida toda, mas nao tinha ‘consciéncia disso. A novidade nao foi ver a energia como ela flui iverso. A novidade foi a divida que surgiu com uma tal fiiria que yoltar novamente 2 tona do mundo da vida cotidiana. Eu me tava o que tinha estado me impedindo de compreender que eu estado vendo a energia como ela flui no universo a minha vida Aqui hé duas questées em jogo — explicou-me Dom Juan quan- perguntei sobre essa contradigéo enlouquecedora. — Uma é a per- o geral, A outra é a consciéncia especial deliberada. Em termos , todos os seres humanos tém consciéncia de verem a energia como i no universo. Entretanto s6 os feiticeiros esto especial ¢ delibe- iente conscientes disso. Tornar-se consciente de alguma coisa da qual tem uma percepgio geral requer energia e a rigida disciplina neces- para obté-la O seu siléncio interior, 0 produto da disciplina e da ipia, fez a ponte entre a percepeao geral e a consciéncia especial. Dom Juan enfatizava, de todas as maneiras que conseguia, o valor de atitude pragmética para sustentar 0 advento do siléncio interior. Ele finia uma atitude pragmatica como a capacidade de absorver qualquer tingéncia que possa aparecer ao longo do caminho. Para mim, ele jprio era o exemplo vivo de uma tal atitude. Nao havia nenhuma in- teza ou risco que a sua simples presenga nao pudesse dispersar. ‘Todas as vezes que podia reiterava que os efeitos do siléncio inte- eram muito varidveis e que o tinico impedimento a essa condicdo a atitude pragmatica, que era 0 produto de um corpo magni- mente flexivel, gil e forte. Dizia que, para os feiticeiros, 0 corpo 0 era a nica entidade que fazia algum sentido e que nao existia tal coisa de um dualismo entre corpo e mente. Afirmava que 0 rpo fisico envolvia tanto 0 corpo quanto a mente como nés 0s co- ‘ecemos e que, para contrabalancar o corpo fisico como uma unida- holistica, os feiticeiros consideravam uma outra configuragao de rgia que era alcangada através do siléncio interior: 0 corpo ener- ico. Ele explicava que 0 que eu tinha experimentado no momento que tinha parado o mundo era o ressurgimento do meu corpo ergético e que essa configuragao de energia era a tinica que sempre sido capaz de ver a energia como ela fluia no universo. 140 @ Passes MAaicos Os Passes MAGICOs QUE AUXILIAM A OBTENGAO DO. SILENCIO INTERIOR A Figura 189 36. Desenhando Dois Semicirculos com Cadi Todo 0 peso do corpo fica na perna direiti, esquerdo é colocado meio passo em frente 4 ¢f desliza no chao desenhando um semicfrculi) a esquerda. A protuberancia arredondadi di vem parar quase tocando o calcanhar dire\ty, 1a desenha um outro semicirculo para ay oil (Fig. 189). Esses circulos sao desenhados ei protuberancia arredondada do pé esquerdo, 0 canhar é mantido fora do chao para tornar 0 | vimento facil e uniforme. O movimento € invertido e mais dois sei culos sio desenhados dessa forma, comeganda las costas e indo para a frente. Os mesmos movimentos so executados coli) pé direito apds todo o peso do corpo ser transferido para a peri querda, O joelho da perna que suporta 0 peso fica dobrado pari (| forga e estabilidade. Figura 190 37. Desenhando uma Meia-Lua com Cada Pé O peso do corpo é colocado na perna direita, ( yy esquerdo fica a meio passo em frente do direito, de senhando no chao um amplo semicirculo em torjii) do corpo, saindo da frente para a esquerda ¢ papi tras do corpo. Esse semicirculo é desenhado coi) } protuberancia arredondada do pé (Fig. 190). Um ou tro semicfrculo é desenhado de tras para a frente dy mesma maneira. Os mesmos movimentos sio exe cutados com a perna direita apés transferir 0 pes Para a perna esquerda. 38. O Espantalho ao Vento com os Bragos para Baixo Os bragos so mantidos estendidos lateralmente ao nivel dos ombroy com os cotovelos dobrados e os antebracos pendendo para baixo ei) um Angulo reto de noventa graus. Os antebracos balangam livremente A Stain pas Cinco Priocuragous: A Stim Westwoon @ 141 Figura 191 Jado para o outro, como se movidos s6 pelo vento. Os ante- ¢ 08 pulsos so mantidos retos e na vertical. Os joelhos ficam idos (Fig. 191). O Espantalho ao Vento com os Bragos para Cima_ . | como no passe magico precedente, os bragos so estendidos ente ao nivel dos ombros, com a excego de que os antebra- jicam virados para cima, dobrados a um Angulo de noventa graus. \tebracos e os pulsos so mantidos retos e na vertical (Fig. 192). ois eles balancam livremente para baixo no lado da frente (Fig. ¢ novamente para cima. Os joclhos ficam contraidos. & Figura 192 Figura 193 142 @ Passes MAaicos A Stn bas Cinco Parocuragons: A Strim Wistwood @ 143 40. Empurrando a Energia para Tras com Todo 0 Braco Os cotovelos sao agudamente dobrados e os antebragos sho nit) apertados contra os lados do corpo, 0 mais alto possivel, com an tii fechadas em punho (Fig, 194). Enquanto ¢ feita uma exalagiio, 09 il) bragos s4o completamente estendidos para baixo e para tris, 0 vali ll possivel. Os joelhos esto contraidos ¢ 0 corpo se inclina ligeiraiil para a frente (Fig. 195). Enquanto é feita uma inalagao, os bragos trazidos para a frente, para a posi¢ao original, dobrando os cotoveli, Depois a respiracao é invertida enquanto o movimento é repelily Em vez de exalar enquanto os bragos sao empurrados para tris, ¢ {¢ uma inalagdo. Segue-se uma exalaco enquanto os cotovelos € os antebragos sao trazidos para cima contra as axilas. Figura 197 ovendo a Energia em uma Ondulagao hos s4o mantidos retos e 0 corpo encurvado. Os dois bracos sao idos pendendo nas laterais. O bracgo esquerdo se move para a frente trés ondulagées da mao, como se a mao estivesse acompanhando ntorno de uma superficie com trés semicirculos nela (Fig. 198). A a mao corta atravessando a frente do corpo em uma linha reta querda para a direita; depois da direita para a esquerda (Fig. 199) Wamente se move para tras na lateral do corpo com mais trés on- ices, desenhando desse modo a forma espessa de uma letra L maitis- invertida com no minimo quinze centimetros de espessura. Os mesmos movimentos so repetidos com o brago direito. Figura 194 Figura 195 41. Girando 0 Antebraco Os bragos sao mantidos em frente ao corpo com (i cotovelos dobrados e os antebragos na vertical. Cadi mao, dobrada no pulso, assemelha-se a cabega de um passaro ¢ fica ao nivel dos olhos com os dedoy apontando em direcdo ao rosto (Fig, 196). Mantet) do os cotovelos retos e na vertical, os pulsos virati rapidamente para o outro lado, girando nos antebri gos, fazendo com que os dedos das maos passem apontar para a frente (Fig. 197). Os joelhos fican) Figura 196 dobrados para dar estabilidade e forga. Figura 198 Figura 199 144 @ Passes MAGICOS 43. AEnergia T das Maos Os dois antebragos sao mantidos em Angulos retos bem em frente Wy plexo solar fazendo a forma de uma letra T. A mao esquerda é a hati horizontal da letra T com a palma virada para cima. A mio direlli a barra vertical da letra T com a palma virada para baixo (Fig. 200), Figura 200 Figura 201 ‘A seguir as mos viram ao contrario ao mesmo tempo, com conside rdvel forca. A palma da m4o esquerda fica virada para baixo e a palit da mo direita fica virada para cima, com as duas maos mantendo mesma forma da letra T (Fig. 201). Os mesmos movimentos sao executados novi mente colocando a mio direita como a barra ho rizontal da letra T e a mao esquerda como a bart vertical. 44. Pressionando a Energia com os Polegares Os antebragos, dobrados nos cotovelos, sao mat: tidos bem em frente ao corpo em uma perfeita por sigio horizontal, mantendo a largura do corpo. Oy dedos estao curvados em um punho frouxo e of polegares sio mantidos retos ¢ aninhados nos de dos indicadores curvados (Figs. 202 e 203). Uma pressdo intermitente é exercida entre o polegar ¢ 0 dedo indicador e entre os dedos curvados e a pal Figura 202 ma da mio. Eles se contraem e relaxam, espalhan: A Sti pas Cinco Preocuragons: A Six Wastwoop « 145 Figura 203 ‘6 impulso para os bragos. Os joelhos ficam dobrados para dar es- dade. Desenhando um Angulo Agudo com os Bragos as Pernas joelhos ficam contrafdos, com os tendées dos jarretes o mais firme {vel. O tronco é inclinado para a frente com a cabega quase ao dos joelhos. Os bragos ficam pendentes e, movendo-se repeti- mente para a frente e para tras, desenham um Angulo agudo com o yértice entre as pernas (Figs. 204 e 205). Figura 204 Figura 205 . Desenhando um Angulo Agudo com os Bragos em inte ao Rosto joelhos ficam contrafdos, com os tendées dos jarretes o mais firme ossivel. O tronco é inclinado para a frente com a cabega quase ao ulvel dos joelhos. Os bracos ficam pendentes e, movendo-se repeti- 146 @ Passus MAaicos q Figura 206 Figura 207 damente de tras para a frente, desenham um Angulo agudo com 0 sei) vértice na frente do rosto (Figs. 206 e 207). 47. Desenhando um Circulo de Energia Entre as Pernas e em Frente ao Corpo Os joelhos ficam contraidos, com os tendées dos jarretes o mais firnit possivel. O tronco é inclinado para a frente com a cabega quase (i) nivel dos joelhos, Os bracos ficam pendentes em frente ao corpo, Oy dois bragos se cruzam nos pulsos, com o antebrago esquerdo em cittii\ do direito. Os bracos cruzados balancam para tras entre os joellivs (Fig. 208). Dali cada um deles faz um circulo para fora em frente ay rosto. No final do circulo os bragos apontam para a frente com o puli esquerdo em cima do direito (Fig. 209). Dali eles desenham dois e{t culos para dentro e terminam entre as pernas, com os pulsos cruzadoy mais uma vez na posicao inicial. A Figura 208 Figura 209 A Sfmt bAs Cinco Prrocuragous: A Strait Wistwoon # 147 Depois o pulso diveito é colocado em cima do jierdo e 8 mesmos movimentos sao repetidos. ‘Trés Dedos no Chao bragos sao trazidos lentamente para cima da ca- enquanto uma profunda inalacao é feita, Uma Ala exalagdo comega enquanto os bragos sao tra- lo até o chao, mantendo os joelhos contrafdos e tendées dos jarretes o mais firme possfvel. Os los indicador e médio de cada mao tocam o chao trinta centimetros a frente do corpo, e depois polegar também ¢ trazido para apoiar no chio (Fig. 0), E feita uma profunda inalagio enquanto a ligilo é mantida. O corpo se endireita e os bragos » erguidos acima da cabeca. O ar é exalado en- to os bragos abaixam até o nivel da cintura. , As Juntas nos Dedos dos Pés bracos sao erguidos acima da cabega enquanto é ita uma inalacéo profunda. Enquanto 0 ar é exala- os bragos sao trazidos até o chao, mantendo os Jhos contraidos ¢ os tenddes dos jarretes 0 mais me possivel. As juntas das maos so colocadas em dos dedos dos pés enquanto a exalagéo termina 211). E feita uma profunda inalagio enquanto a igao € mantida. O corpo se endireita e os bracos 0 erguidos acima da cabega. A exalacéo comega \do os bragos sao abaixados até o nfvel da cintura. ). Extraindo Energia do Chao com a Respiraco ma profunda inalagao é feita enquanto os bracos lo erguidos acima da cabeca. Os joelhos sao man- dos dobrados. A exalagdo comega enquanto 0 tron- » vira para a esquerda ¢ se inclina para baixo 0 ma- imo possivel. As maos, com as palmas para baixo, m ficar ao redor do pé esquerdo, com a mio di- ita na frente do pé e a mao esquerda atras dele. jnquanto a exalacdo termina, as maos se movem inco vezes de um lado para o outro (Fig. 212). De- ois uma profunda inalagio é feita e o corpo se en- Figura 210 Figura 211 Figura 212 148 @ Passes MAGicos direita enquanto os bragos vao para cima da cabega, O tronce vi para a direita ¢ a exalagio comega enquanto 0 tronco se incline ji) baixo 0 maximo possivel. A exalacdo termina apés as mis moverem cinco vezes de um lado para 0 outro perto do pé ditvllil Uma outra inalacéo profunda é feita e 0 corpo se endircita enualil os bragos vao para cima da cabega e o tronco gira para a frente, Dojile os bragos abaixam enquanto o ar é exalado. A Separagao do Corpo Esquerdo e do Corpo Direito: A Série do Aquecimento Juan ensinava a seus discfpulos que para os xamas que viveram Aéxico em tempos antigos 0 conceito de que um ser humano é osto de dois corpos funcionais completos, um a esquerda e€ ou- direita, era fundamental para os seus esforgos como feiticeiros. quema classificatério nao tinha nada a ver com especulagées in- ais da parte dos feiticeiros ou com conclusées lgicas a respeito possibilidades de distribuigéo da massa no corpo. Quando Dom Juan me explicou isso, contrapus dizendo-lhe que (élogos modernos tinham 0 conceito de simetria bilateral que sig- “um plano corporal basico no qual os lados esquerdo e direito organismo podem ser divididos ao longo da linha mediana em gens espelhadas aproximadas”. — As classificagdes dos xamas do antigo México — replicou Dom — eram mais profundas que as conclusées dos cientistas moder- porque derivavam da percepgao direta da energia como ela flui niverso. Quando 0 corpo humano € percebido como energia, fica olutamente patente que ele é composto nao de duas partes, mas de nis tipos diferentes de energia: duas correntes diferentes de energia, ias forcas opostas e ao mesmo tempo complementares que coexis- lado a lado, espelhando dessa forma a estrutura dual de todas as sas no universo como um todo. Os xamis do antigo México concediam a cada um desses dois ‘os diferentes de energia a estatura de um corpo completo e fala- am exclusivamente em termos do corpo esquerdo e do corpo direi- lo. A énfase deles era no corpo esquerdo, porque o consideravam omo sendo o mais eficaz, em termos da natureza da sua configura- ; 150 ® Passes MAaicos ¢4o energética, para os objetivos definitivos da feitiga ceiros do antigo México, que retrataram os dois corpos rentes de energia, descreviam a corrente esquerda como sendo iii turbulenta e agressiva, movendo-se em ondulagdes ¢ projetiniliy ondas de energia. Para ilustrar o que estava falando, Dom Juan jp pediu que visualizasse uma cena em que o corpo esquerdo era cuit metade do sol e que todos os raios solares aconteciam naqul) metade. As ondas de energia projetadas do corpo esquerdo eryii como aqueles raios solares, sempre perpendiculares a super{{vlf arredondada da qual se originavam. Ele descrevia a corrente de energia do corpo direito como ji sendo, de modo algum, turbulenta na superficie. Movia-se como a (jjiit dentro de um tanque que estava sendo ligeiramente inclinado pari § frente e para tras. Nao havia ondulagées nela, mas um continuo Hil) vimento de balango. Contudo, em um nivel mais profundo, ela girayy em circulos rotacionais na forma de espirais. Dom Juan me pedia qiit imaginasse um rio tropical muito largo e de aparéncia tranqilila (\) qual a 4gua na superficie parecia quase ndo se mover, mas que titi correntezas destruidoras abaixo da superficie. No mundo da vida tidiana, essas duas correntes esto amalgamadas em uma tinica unidi) de: o corpo humano como 0 conhecemos. Entretanto, aos olhos do vidente, a energia do corpo como um toi € circular. Para os feiticeiros da linhagem de Dom Juan, isso significy va que 0 corpo direito era a forca predominante. — O que acontece no caso das pessoas canhotas? — perguntel Ihe um dia. — Elas séo mais adequadas aos esforgos dos feiticeiros? — Por que vocé acha que seriam? — replicou ele aparentemente surpreso com a minha pergunta. — Porque obviamente o lado esquerdo € predominante — falel, — Para os feiticeiros, essa predominancia nao tem absolutamen: te nenhuma importancia — disse ele. — Sim, 0 lado esquerdo pre: domina no sentido de que elas podem segurar um martelo cot muita eficdcia com a mao esquerda. Escrevem com a mao esquer» da. Podem segurar uma faca com a mao esquerda, e 0 fazem muito bem. Se sao dangarinas, certamente podem balangar o joelho e querdo com grande ritmo. Em outras palavras, elas tém ritmo en) seu corpo esquerdo, mas a feitigaria nao é uma questo dessa espé cie de predominancia. O corpo direito ainda as rege com um movi: mento circular. — Mas 0 fato de ser canhoto tem alguma vantagem ou desvanta: gem para os feiticeiros? — perguntei. Eu estava orientado pela impli A Suranagdo po Conro Bsquinpo & po construfda em muitas das linguagens indo-européias sobre a ide sinistra de ser canhoto. Que eu saiba, nao ha nenhuma vantagem ou desvantagem — ele, — A divisao da energia entre os dois corpos nao é mensurada dostreza ou por falta dela. A predominancia do corpo direito é predominancia energética que foi encontrada pelos xamas dos os antigos. Em primeiro lugar, eles nunca tentaram explicar por ‘essa predominancia acontecia e nem tentaram investigar mais as \g6es filoséficas disso. Para eles, era um fato, mas um fato mui- pecial, Era um fato que poderia ser mudado. Por que eles queriam mudéd-lo, Dom Juan? — perguntei. Porque o movimento circular predominante da energia do cor- eito é enfadonho demais! — exclamou ele. — Com certeza, aque- oyimento circular toma conta de qualquer acontecimento do mun- \irio, mas o faz circularmente, se vocé sabe 0 que quero dizer. Nio sei o que vocé quer dizer, Dom Juan — falei. Todas as situagdes na vida s4o encontradas nessa forma circu- replicou ele fazendo um pequeno circulo com a mao. — Conti- mente, continuamente, continuamente. E um movimento circular parece extrair a energia interna ¢ dar voltas e voltas com ela em ‘movimento centripeto. Nessas condigées, nao hé nenhuma expan- Nada pode ser novo. Nao ha nada que nao possa ser explicado jamente. Que tédio! De que forma essa situagio pode ser mudada, Dom Juan? — ntei. — E tarde demais para ser realmente mudada — respondeu ele. — no jé esti feito. A qualidade espiral esta aqui para ficar. Mas isso nao isa ser continuo. Sim, nés andamos da maneira como 0 fazemos, nao mos mudar isso, mas também gostarfamos de correr ou de andar tras ou de subir em uma escada. Apenas andar e andar e andar e € muito ttil, mas sem sentido. A contribuigéo do corpo esquerdo ia aqueles centros de vitalidade mais flexiveis. Se, apenas por um ite, eles pudessem ondular em vez de movimentar-se em espirais, 1a energia diferente entraria neles com resultados desconcertantes. Eu compreendia o que ele estava falando em um nivel além do snsamento, porque realmente nao havia nenhuma maneira pela qual pudesse compreender isso linearmente. — A sensacao que os seres humanos tém de estarem absolutamente diados consigo mesmos — continuou ele — é devida a essa pre- pminancia do corpo direito. Em um sentido universal, a tinica coisa ixada para os seres humanos fazerem é encontrar maneiras de se 152 @ Passus MAaicos livrarem do tédio. O que eles de matar o tempo: a nica mercadoria da qual ninguém tem 0 ay ciente. Mas 0 pior é a reagao a essa distribuigo desequilibrada de oie). gia. As reagées violentas das pessoas sao devidas a essa distribuigi desequilibrada. Parece que de tempos em tempos a impoténcis (4™ correntes furiosas de energia dentro do corpo humano que exploieii) em comportamento violento. Para os seres humanos, a violéncia pity ce ser uma outra maneira de matar 0 tempo. — Mas por que raz, Dom Juan, os feiticeiros do antigo Méxiey nunca quiseram saber por que essa situagdo acontecia? — pergiiiile desnorteado. Eu achava fascinante 0 que estava sentindo com relayilit a esse movimento interno. — Eles nunca tentaram descobrir — disse ele —, porque no ini). tante em que formularam a pergunta souberam a resposta. — Entio eles sabiam a razio? — perguntei. — Nio, eles nao sabiam a razdo, mas sabiam como isso aconteeli\, Mas isso é uma outra histéria. Ali ele me deixou em suspenso, mas, ao longo do curso da mini associagio com ele, explicou essa aparente contradigao. — A percepgio é a tinica avenida que os seres humanos tém pati) a evolugao — disse-me ele certa vez —, e alguma coisa extrinsecs nds, algo que tem a ver com a condigio predatéria do universo, inter rompeu nossa possibilidade de evoluirmos apossando-se da nossa pf cepgao. Os seres humanos cairam vitimas de uma forga predatoria que, por sua propria conveniéncia, Ihes impés a passividade que é caracte ristica da energia do corpo direito. Dom Juan descrevia a nossa possibilidade evolucionéria como uti viagem que a nossa percepgio faz através de algo que os xamas do antigo México chamavam de 0 mar escuro da consciéncia: algo que eles cons\: deravam ser uma verdadeira caracteristica do universo, um elemento in: comensuravel que permeia o universo como nuvens de matéria ou luz, Dom Juan estava convencido de que a predominancia do corpo dis reito nessa fusao desequilibrada dos corpos direito e esquerdo marca @ interrupcao da nossa viagem de percepgdo. O que, para nds, parecia ser a dominancia natural de um lado sobre o outro era, para os feiticeiroy da sua linhagem, uma aberracao que eles se esforavam por corrigir, Esses xamis acreditavam que, para estabelecer uma diviséo har- moniosa entre os corpos esquerdo e direito, os praticantes precisavam intensificar sua percepgao. Entretanto, qualquer intensificacao da per cepcao humana precisava ser reforcada pela mais exigente disciplina, De outro modo, essa intensificagao, dolorosamente alcangada, trans- A Suranacdo po Conro Bsquinpo & po Conro Dinniro,,, # 183 se-ia em obsessio, resultando em qualquer coisa desde uma ‘elo psicoldgica até um dano energético. ; Dom Juan chamava o conjunto de passes magicos que lidam exclusi- 4ile Com a separagao entre o corpo esquerdo e o corpo direito de o do aquecimento: 0 elemento mais crucial no treinamento dos xamas i1igo México. Esse foi um apelido dado a esse conjunto de passes ‘08 porque ele torna a energia do corpo direito um pouco mais tur- 41, Dom Juan Matus costumava brincar com relacao a esse fendme- izendo que os movimentos para o corpo esquerdo faziam uma enor- pressio no corpo direito que, desde o nascimento, tem estado mado a reger sem oposigao. No momento em que ele enfrenta igllo, fica quente de raiva. Dom Juan recomendava com insisténcia a (08 seus discipulos que praticassem o grupo do aquecimento assidua- ie, usando sua agressividade para reforcar o fraco corpo esquerdo. Na Tensegridade, esse grupo é chamado de a série do aquecimento tornd-lo mais congruente com os objetivos da Tensegridade, que so ‘Mamente pragmaticos por um lado e extremamente abstratos por tal como a utilizagéo pratica da energia para o bem-estar junto com jn abstrata de como essa energia é obtida. Em todos os passes magi- dessa série, € recomendado adotar a divisio de corpo esquerdo e cor- ceito em lugar de lado esquerdo e lado direito do corpo. O resultado dessa observancia seria dizer que, durante a execugio dos passes sicos, 0 corpo que ndo executa os movimentos é mantido imével. tanto todos os seus miisculos devem estar envolvidos, nao em ativi- mas em percepgio. Essa imobilidade do corpo que nao esta execu- do os movimentos deve ser estendida para incluir a sua cabega, isto 6, ido oposto da cabeca. Tal imobilidade de metade do rosto e da cabega ito dificil de obter, mas pode ser alcangada com a pratica. ‘A série é dividida em quatro grupos. O Primeiro Grupo: Despertando a Energia no Corpo Esquerdo e no Corpo Direito primeiro grupo € composto de dezesseis passes mégicos que des- tam a energia do corpo esquerdo e do corpo direito, cada um in- jpendentemente do outro. Cada passe magico € realizado tanto com brago esquerdo quanto com o braco direito e, em alguns casos, com J dois ao mesmo tempo. Contudo os bragos nunca vao além da linha sttical que separa os dois corpos. 154 @ Passes MAaicos 1. Reunindo Energia da Frente dos Corpos Esquerdo e Direito uma Bola e Rompendo-a com as Costas da Mio Com a palma da mao ligeiramente curvada e virada para a diveli, braco esquerdo faz dois circulos para dentro em frente ao corpo (F 213). Todos os miisculos do brago sao mantidos tensos enquanto movimento circular é executado. Depois as costas da mao golpeli vigorosamente para a esquerda como se estivesse rompendo 4 pill Figura 213 Figura 214 ‘A mio golpeia um ponto acima dos ombros, a distancia de wi) braco do corpo, em um Angulo de 45 graus. Enquanto esse golpe esl sendo executado, todos os misculos so mantidos tensos, incluindy os miisculos dos bragos, uma tens4o que permite controlar o golpe, O impacto é sentido nas Areas do pancreas e do bago, do rim ¢ di glandula supra-renal esquerda. Os mesmos movimentos sao repetidos no lado direito e o impacty é sentido nas areas do figado, do rim e da glandula supra-renal direita, 2. Reunindo a Energia dos Corpos Esquerdo e Direito em um Circulo que E Perfurado com as Pontas dos Dedos O antebrago esquerdo é mantido em frente ao corpo, a um Angulo de noventa graus em relacao a ele. O pulso é mantido reto. A palma da mio fica virada para a direita enquanto os dedos apontam para a frente. 0 polegar é mantido contraido. Como no passe mégico anterior, o antebra- co circula duas vezes indo da esquerda para cima até o nivel do ombro ¢ A Suranacdo po Gonro Esquinvo % po Conro Dinuiro... 9 om diregiio ao centro do corpo (Fig, 215), Depois 0 cotovelo é wnente puxado todo o caminho de volta ¢ cfrculo desenhado pelo sgo é perfurado pelas pontas dos dedos em um empurrio para a frente 216). O cotovelo é movido mais uma vez para trds para ganhar poder alpear, ¢ depois a mao se projeta novamente para a frente. mesma seqiiéncia de movimentos é realizada com 0 brago direito. Figura 215 Figura 216 Mii readendo as Energias Esquerda e Direita joelhos estio ligeiramente dobrados. Depois o joelho esquerdo é uido, totalmente dobrado, até o nivel do pancreas enquanto o pé é itido com os dedos apontando para o chao. Ao mesmo tempo que esse ento € executado, o antebrago esquerdo jeta para cima até alcangar um ponto a Angulo de 45 graus com o corpo; 0 cotove- é mantido apertado contra o corpo. A perna braco se movimentam em total sincronismo, sudindo a secio mediana (Fig. 217). Os mesmos movimentos sdo repetidos a perna € o brago direito. A tendéncia da energia é afundar e é de inde importncia espalhé-la para cima para ecio mediana do corpo. Os xamas acredi- Im que 0 corpo esquerdo € regido pela 4rea lo pancreas e do baco, ¢ o corpo direito, pela ea do figado e da vesicula biliar. Os xamas w 155 156 w Passes MAGicos entendem esse processo de suspender a energia como um esforga energizar aqueles dois centros separadament 4. A Pressio para Cimae para Baixo cotovelo esquerdo é erguido em frente ao corpo, até o nivel ombro, dobrado a um Angulo de noventa graus com o antebriyi) mao € fechada em punho ¢ 0 pulso é dobrado em diregao a diel mais agudamente possfvel (Fig. 218). Usando 0 cotovelo como wii mantendo-o na mesma posicio, 0 antebraco é dobrado para baixt atingir a Area bem em frente ao plexo solar (Fig. 219). Depois 0 alii braco retorna para a posigao para cima. © mesmo movimento é realizado com o brago direito. Esse passe magico é usado para despertar a energia que existe ei) um arco entre um ponto logo acima da cabega e alinhado com 0 ij) bro esquerdo e um ponto logo abaixo do plexo solar. Figura 218 Figura 219 5. O Giro para Dentro A primeira parte desse passe magico é exatamente igual 4 primeira parte do anterior, mas, em vez de dobrar o antebrago para baixo, ele gir internamente fazendo um circulo completo, com o cotovelo em un angulo de 45 graus com 0 corpo. A parte de cima do circulo fica em um ponto logo acima da orelha e alinhada com o ombro esquerdo. O pulso também gira enquanto o circulo é desenhado (Fig. 220). O mesmo movimento é realizado com a mio direita. A Siranacdo po Convo Bsquinpo t po Convo Dinurro... © 187 Figura 220 Giro para Fora passe magico é quase idéntico ao precedente, exceto que, em de girar o antebrago esquerdo para a direita para fazer um circulo, sina para a esquerda (Fig, 221). Isso faz 0 que Dom Juan chamava ulo exterior em oposigao ao circulo feito no passe magico ante- que ele chamava de circulo interior. © mesmo movimento é executado com a mo esse passe magico, a energia despertada faz par- arco de energia com o qual lidamos nos dois pas- miagicos precedentes. Os quarto, quinto € sexto es mAgicos desse grupo sao realizados juntos. Atra- de sua visdo, os xamas descobriram que os seres anos tém enormes esconderijos de energia nao da depositados ao redor do interior de suas es luminosas. Dessa maneira, eles também desco- am que esses passes magicos despertam a energia spersada dos respectivos centros de vitalidade — o ) redor do figado e 0 ao redor do pancreas — que srmanece suspensa uns instantes antes de comegar dar para a parte de baixo da esfera luminosa. Figura 221 ‘Um Empurrao Alto com os Punhos s bracos s4o mantidos em frente ao corpo ao nivel dos ombros. As ios estao fechadas em punho com as palmas viradas em direc ao 158 w Passus MAaicos chao. Os cotovelos estiio dobrados. A mio esque golpeia para a frente com um soco, sem rectal antes 0 cotovelo para ganhar forga. A mio enqiit da € recuada para a sua posigao inicia reita segue com um outro recuada par a sua posicao original (Fig, 222), ( golpe dos punhos vem da contragao dos muncilit dos bracos, das omoplatas e do abdémen. 8. Um Empurr4o Baixo com os Punhos Os cotovelos sao dobrados a um Angulo de noventt graus ¢ mantidos ao nfvel da cintura. Eles no tocaii) corpo; sao mantidos de trés a cinco centimet/ii Figura 222 distantes do corpo. As méos estao fechadas em yuitilit com as palmas viradas uma para a outra. O antebrigi) esquerdo se movimenta para golpear em soco, dirigliliy pelos miisculos do estémago que se contraem ao meniiity tempo que os miisculos do brago e da omoplata (I!) 223). Apés golpear, o antebrago é recuado instantaniey mente, como se 0 soco gerasse a forga para empurti (| braco de volta. © braco direito se movimenta da mes forma imediatamente depois. Assim como no pati precedente, os cotovelos ndo se movem para tras papi) obter forca para golpear; a forca deriva-se unicameni da tensio muscular do abdémen, dos bracos e das ome platas. 9. Uma Roda com os Dedos Contraidos nas Juntas do Meio Os cotovelos so mantidos ao nivel da cintura sobre Figura 223 as Areas do pancreas e do baco e do figado e da vesicul biliar. Os pulsos séo mantidos retos; as palmas diy mos viradas uma para a outra enquanto os dedos ficam firmemente fe chados na segunda articulacao. Os polegares ficam contrafdos (Fig. 224), Os cotovelos se movimentam para a frente e distantes do corpo. A milo esquerda circula em um movimento vertical de raspar, como se as juntas dobradas estivessem raspando uma superficie em frente ao corpo. Depois a mao direita faz a mesma coisa. As duas maos se movimentam dessa ma: neira alternadamente (Fig. 225). Os misculos do abdémen so mantidos mais firme possivel para dar impeto a esse movimento. A SiPAnagado po Gonro Esquinno & bo Figura 224 Alisando a Energia para Fora em Frente ao Corpo Convo Dinerro,., @ 159 a plana da mao esquerda, virada para a frente, ida a um nivel logo acima da cabega em frente oxpo. A palma desliza para baixo em uma linha nada e chega ao nivel do pancreas e do bago, como vesse alisando uma superficie vertical. Sem pa- ali, ela continua se movimentando até as costas. corpo gira para a esquerda para permitir que 0 ‘0 chegue totalmente sobre a cabeca. Depois, com Ima virada para baixo, a mao abaixa com grande ca como se fosse bater em uma substancia eldstica frente A area do pancreas e do baco (Fig. 226). Exatamente os mesmos movimentos sao execu- com o braco direito, mas usando a area do fi: © ido e da vesfcula biliar como 0 ponto para bater. Figura 226 . Golpeando a Energia em Frente a0 Rosto com um Empurrao Punho para Cima a tronco gira ligeiramente para a esquerda para permitir ao brago es- nerdo duas rotacées plenas para tras, indo primeiro para a frente, pas- do por cima da cabeca e depois para as costas, onde a palma vira jramente para dentro como se fosse escavar alguma coisa nas costas 227). Na segunda volta, o movimento termina com um empurrao fara cima, com a mao em punho, em frente ao rosto (Fig. 228). 160 @ Passis MAaicos A SUPARAGAO DO Convo Esquinpo t po Corpo Dinuiro.., # 161 (@ até o lado da coxa, Enquanto o cfrculo ¢ feito, a palma gira no i escavando alguma matéria viscosa (Fig. jal, o brago se movimenta novamente para patas e acima da cabeca onde a mao se fecha em punho e golpeia 4 baixo, com grande forga, em um ponto em frente e acima do reas ¢ do baco, usando a borda macia da mio como um martelo io a superficie golpeante (Fig. 230). Os mesmos movimentos sao repetidos com o braco direito. |, Desenhando Dois Circulos de Energia para o Lado de Forae truindo-os Perto do Umbigo mesmo tempo, os dois bragos se movem para cima em frente ao 10, para o lado de fora e ao redor das laterais, como em uma bra- Figura 227 Figura 228 de nadador, para desenhar dois circulos aparentando asas em los de 45 graus com a frente do corpo (Fig. 231). Depois os cir- Esse passe magico é repetido com o brago direito exatamenteé |) so rompidos na parte de baixo, ao nivel do umbigo, com um mesma seqiiéncia, oroso golpe de ambas as maos. As maos estao dobradas a um 4n- do para a frente. A forca do golpe faz as palmas das maos se jun- 12. Martelando a Energia em Frente aos Corpos ma poucos centimetros uma da outra (Fig. 232). Esquerdo e Direito Um cfrculo e meio ¢ feito com 0 brago esquerdo, seguido de um golpe para baixo. O corpo gira ligeiramente para permitir ao braco esque do uma plena rotagio comecando da sua posigao inicial ao lado diy coxa até as costas, passando por cima da cabeca até a frente e novi. Figura 231 Figura 232 14. Desenhando Dois Circulos de Energia Lateralmente com os Dedos Indicador e Médio Estendidos Os dedos indicador e médio de ambas as mios estao completamente estendidos, enquanto os terceiros e quartos dedos s4o mantidos pelos polegares contra as palmas. Figura 229 Figura 230 162 w Passns MAatcos os bragos circulam ao ti mo tempo para cima da cabega e depois lateralmente em Angulos 45 graus em direcdo as costas (Fig. 233). Quando o circulo complet esté quase terminado, os dedos se contraem em punho, deixanidy 4 segunda junta dos dedos médios projetada. O movimento (erie quando os punhos, com as palmas viradas para 0 corpo, golpeiain [iit a frente e para cima até o nivel do queixo (Fig. 234). Figura 233 Figura 234 15. Despertando a Energia ao Redor das Témporas Uma longa inalacao é feita. Uma exalagdo comega enquanto os bragay s4o trazidos até um ponto acima da cabega, onde eles sao fechados ei) punhos. As palmas das maos em punho estao viradas para a frente do corpo. De la elas golpeiam para baixo, com as costas dos punhos, al um ponto logo acima dos quadris (Fig. 235). As mos em punho mo vem-se para as laterais do corpo, desenhando semicirculos laterais que trazem os punhos para uma 4rea a poucos centimetros da frente (i testa e a doze ou quinze centimetros de distancia um do outro. Ay palmas em punho estao viradas para fora (Fig. 236). Enquanto a exi\ lagio ainda permanece, os punhos sao trazidos para repousarem por um instante nas témporas. O corpo se inclina um pouco para tris do brando-se ligeiramente nos joelhos para obter elasticidade e impulso. e, depois, os bracos sio trazidos vigorosamente para baixo, sem endi- reitar os cotovelos, para golpear nos dois lados atrés do corpo com ay costas das maos em punho (Fig. 237). A exalacdo termina ali. A'Siranagdo bo Conro Esquinpo & po Corro Dinurro,.., # 163 a 235 Figura 236 Figura 237 Projetando um Pequeno Circulo de Energia para Foraem te ao Corpo sua posigéo natural ao lado da coxa, 0 braco esquerdo se move a fora lateralmente com a palma da mio virada para a direita. Ele senha um pequeno circulo enquanto a palma gira para baixo, vem ‘aa area do pancreas e do bago e continua se movimentando para querda até o nivel da cintura. O cotovelo se projeta agudamente ig. 238a); a mao se fecha em punho. A palma da mao em punho 4 virada para o chao. O punho avanga com um golpe curto para a Figura 238a Figura 238b 164 » Passns MAaicos frente, como se fosse perfurar o cfrculo que desenhou (Fig. 238b), movimento é continuo; ele nao é interrompido quando a mio se (eel) em punho e s6 para quando 0 soco tiver sido desferido, O golpe pit porciona um intenso solavanco no centro de vitalidade localizado ait redor do pancreas e do baco. O mesmo movimento é executado cif a mio direita, cujo golpe sacode o figado e a vesicula biliar. O Segundo Grupo: Combinando a Energia do Corpo Esquerdo com a do Corpo Direito O segundo grupo consiste de quatorze passes m4gicos que combitijjy a energia dos dois corpos nos seus respectivos centros de vitalidady. Os xamis do antigo México acreditavam que a energia combinail dessa forma torna possivel separar a energia dos dois corpos mais [i cilmente derramando neles uma energia alheia, um processo que ls descreviam como exacerbar os centros de vitalidade. 17. Agrupando a Energia Necessaria e Dispersando a Energia Desnecesséria Esse passe magico envolve movimentos que poderiam ser mais bei) descritos como empurrando alguma coisa s6lida cruzando a frente di Figura 240 A SiPARAGAO DO Convo Esquinbe t bo Conro Dinuro 1 com a palma da mao e ‘ando-a de volta cruzando a frente corpo com as costas da mao. Tnicia com o brago esquerdo mantido préximo ao corpo, perto da Hira, com o antebrago dobrado a um Angulo de noventa graus. indo 0 movimento comega, o antebrago € trazido mais para perto gorpo ¢ a mio € dobrada para tras no pulso. A palma da mao es- worda fica virada para a direita com o polegar contraido. Depois, como juma grande fora estivesse lhe fazendo oposigao, o antebrago atra- 44 0 corpo até a extrema direita, sem que 0 cotovelo perca o seu lo de noventa graus (Fig. 239). De 14, novamente como se uma le forca estivesse Ihe fazendo oposigdo, a mao é arrastada o mais fa a esquerda que puder alcangar sem perder o angulo de noventa ius do cotovelo, ainda com a palma virada para a direita (Fig. 240). Durante toda essa seqiiéncia de movimentos, os musculos do cor- esquerdo ficam contraidos ao maximo e o brago direito é mantido vel contra a perna direita. ‘A mesma seqiiéncia de movimentos é repetida com 0 brago ¢ a 0 direita. braco esquerdo, que sio mantidos semitensos, des- ao mesmo tempo para a frente do corpo em um da esquerda para a direita. O pé ea mao esquerda ‘minam em uma posicao logo a direita do corpo. A orda externa do pé esquerdo toca o chao. Enquanto tio deslizando, as pontas dos dedos da mao esquerda pontam para baixo (Fig. 241). Depois a perna e o bra- esquerdo retornam as suas posigdes originais. Exatamente a mesma seqiiéncia é repetida des- ando a perna e o braco direito para a esquerda. Figura 241 9. Reunindo a Energia com um Braco Golpeando-a com 0 Outro Jom Juan dizia que com esse passe magico a energia era despertada e unida com o movimento de um brago ¢ era golpeada com 0 movi- mento do brago oposto. Ele acreditava que golpear com uma mao a nergia que tinha sido reunida pela outra mao permitia a entrada da 165 166 @ Passes MAcicos energia em um corpo vinda de fontes pertencentes ao outro cory algo que nunca era feito sob condig6es normais. O brago esquerdo se levanta até 0 nivel dos olhos. O pulso fiew liyel ramente dobrado para tras. Nessa posigao, indo da esquerda para 4 ill reita e novamente para trds, a mao desenha a figura de uma oval de vere de 45 centimetros de largura e com 0 comprimento da largura do cap po (Fig. 242). Depois, com a palma virada para baixo, a mao criizil, i nivel do olho, da esquerda para a direita como se estivesse cortalilii com as pontas dos dedos, através da figura que desenhou (Fig, 24) No momento em que a mio esquerda alcanga 0 nivel do onli direito, a mao direita, que € mantida ao nivel da cintura com a pall em concha virada para cima, projeta-se para a frente, golpeando coiji a parte de tras da mio, para atingir o local no meio da oval desenhwil pela mao esquerda, enquanto a mao esquerda é abaixada lentamen(y (Fig. 244). Enquanto golpeia, a palma da mo direita esta virada par a frente e os dedos estao ligeiramente curvados permitindo, dessa (ol ma, 0 contorno necess4rio da palma para golpear uma superficie (@ donda. O golpe termina com o cotovelo ligeiramente dobrado para evitar estender demais os tenddes. ; Os mesmos movimentos sao realizados comegando com o brigi) lireito. Figura 242 Figura 243 Figura 244 20. Reunindo Energia com os Bragos e as Pernas © corpo gira ligeiramente para a direita na protuberancia arredon« dada do pé; a perna esquerda projeta-se a um angulo de 45 graus com A SuPARAGAO DO Convo Exquinpo t DO Corro Diruiro, gelho dobrado para dar ao corpo uma inclinagao para a frente. O po balanca trés vezes como se para ganhar impulso. Depois o brago luerdo escava para baixo como se fosse agarrar alguma coisa a0 cl do joelho esquerdo (Fig. 245). © corpo se inclina para tras e, 471 aquele impulso, a parte inferior da perna esquerda, do joelho para xo, 6 trazida para perto da virilha, quase tocando-a com o calca- wir, € a mao esquerda esfrega rapidamente a Area vital do figado e yes(cula biliar a direita (Fig. 246). Figura 245 Figura 246 ‘A mesma seqiiéncia de movimentos é repetida com a perna e o ago direito, que traz a energia reunida para 0 centro de vitalidade ocalizado ao redor do pancreas ¢ do bago a esquerda. 1. Movendo a Energia dos Ombros Esquerdo e Direito De sua posi¢ao natural pendendo ao lado da coxa esquerda, 0 braco squerdo se move até o ombro direito, onde agarra alguma coisa e a mao se fecha em punho. Esse movimento é impulsionado por um giro do da cintura para a direita. Os joelhos estado ligeiramente dobra- los para permitir 0 movimento giratério. O cotovelo agudamente lobrado nao pode perder a firmeza e é mantido ao nivel dos ombros (Fig. 247). Impulsionado pela cintura voltando & sua posigéo normal, 0 pulso é entao movido para longe do ombro direito em um arco para cima, golpeando com as costas da mao um ponto ligeitamente acima da cabeca e alinhado com o ombro esquerdo (Fig. 248). Ali a mao se abre como se para deixar cair alguma coisa mantida pelo punho. ‘A mesma seqiiéncia de movimentos é repetida com o brago direito. 168 o Passis MAGICos Figura 247 Figura 248 22. Reunindo a Energia de um Corpo e Dispersando-a no Outro Comegando da sua posicao natural ao lado da coxa esquerda, 0 brag) esquerdo desenha um arco da esquerda para a direita, cruzando e1)) frente ao ptbis até atingir a extrema dircita, Esse movimento é auxilia do por um ligeiro giro da cintura. De 14 0 brago continua a se movel em um circulo acima da cabeca até a altura e o nivel do ombro esquet do. Depois ele cruza até o nivel do ombro direito. La a mao se fechi em punho como se estivesse agarrando alguma coisa, com a palma pari baixo (Fig. 249). A seguir 0 punho golpeia um ponto a altura da cabe Figura 250 A StPARAGAO DO Conro EsQquinvo t pO Conro Dinurro.., # 169 wum brago de distin O golpe é dado com a borda macia da jo, usando a mio como um martelo. © brago fica completa nite estendido, mas ligeiramente curvado no cotovelo (Fig. 250). Os mesmos movimentos so repetidos com o brago direito. 4, Martelando a Energia do Ombro Esquerdo e do Ombro Dircito no Ponto Mediano em Frente ao Rosto D brago esquerdo é erguido acima da cabega. O cotovelo é dobrado a fingulo de noventa graus. La a mao se fecha em punho com a palma cla para cima. Depois ela golpeia da esquerda, com a borda macia da nilo, a linha divisdria dos corpos esquerdo e direito em frente ao rosto. ) corpo se inclina ligeiramente para a esquerda enquanto esse golpe € do (Fig. 251). A mao em punho continua se movendo até quase tocar ‘ombro direito. LA a palma vira para baixo. Depois desfere um golpe ilar, desta vez da direita; o corpo se inclina para a direita (Fig. 252). Essa mesma seqiiéncia de movimentos é repetida com o brago direito. Através desse passe magico, pode ser construfdo um reservatério le energia neutra, isto é, energia que pode ser usada facilmente tanto Jo corpo esquerdo quanto pelo corpo direito. Figura 251 Figura 252 24. Um Golpe com a Mao em Punho na Segunda Articulagao Ambos os bragos so erguidos até 0 nivel do pescogo, com os cotove- los mantidos em Angulos de noventa graus. As mos sao mantidas com 0s dedos dobrados na segunda articulagao e firmemente apertados 170 ® Passus MAcicos Figura 253 Figura 254 Figura 255 contra as palmas (Figs. 253 ¢ 254). Dessa posigdo a mao esquerili golpeia. O golpe é um giro vigoroso feito para a direita, cruzando linha do ombro direito, mas sem mover muito o brago. O brago ¢ direcionado por um vigoroso giro da cintura para a direita (Fig. 255), © braco direito se move da mesma forma além da linha do ombi esquerdo, orientado por um giro instanténeo da cintura para a esquerdi, 25. Agarrando a Energia dos Ombros e Destruindo-a nos Centros de Vitalidade © brago esquerdo se move para o ombro direito ¢ a mao se fecha ett) punho como se estivesse agarrando alguma coisa (Fig. 256). O cot Figura 257 Figura 258 A SuPanagdo po Gonro Esquinvo « po Convo Dinuito. ilo é mantido dobrado a um Angulo de noventa graus. Depois o pu- iho é vigorosamente trazido de volta para o lado esquerdo perto da itura (Fig. 257). Permanece ali por um instante para ganhar impul- 9 ¢ depois projeta-se cruzando 0 corpo para a direita, com a palma punho virada para o corpo, para golpear através de um ponto per- 6 da area do figado ¢ da vesicula biliar (Fig. 258). © mesmo movimento é repetido com o brago direito, que golpeia twando a Area do pancreas e do bago. 6, Empurrando a Energia para os Lados com os Cotovelos dois bragos sao trazidos até o nivel dos ombros com os cotovelos damente dobrados e bem projetados para fora. Os pulsos sao cru- \dos formando a letra X, com o antebrago esquerdo em cima do di- ito. As maos, fechadas em punhos, tocam os misculos peitorais nas ordas das axilas; o punho esquerdo toca a borda da axila direita ¢ 0 inho direito, a borda da axila esquerda (Fig. 259). Depois os coto- los sao trazidos vigorosamente para os lados em linha com os om- ‘0s, como se para dar uma cotovelada para os lados (Fig. 260). Esse movimento é repetido com o braco direito em cima do es- querdo. Figura 259 Figura 260 27. Desenhando Dois Circulos de Energia para Dentro em Frente ao Corpo e Esmagando-os para os Lados Enquanto uma profunda inalacio é feita, os bracos circulam ao mesmo tempo de sua posi¢ao natural ao lado das coxas até a linha que separa os 171 172 @ Passes MAGicos corpos esquerdo e direito. Esse movimento termina com os antebrage cruzados sobre o peito, Os dedos sio mantidos firmemente juntos, apol tando para cima, com os polegares contraidos. Os pulsos estio dobre em Angulos de noventa graus. O brago esquerdo esta em cima do diveitiy, O polegar contraido da mao esquerda toca 0 misculo peitoral do carpi direito e o polegar contraido da mao direita toca o miisculo peitoral (iy corpo esquerdo (Fig. 261). A inalagao termina ali. Uma rapida exaligiit) feita enquanto os bragos sio estendidos vigorosamente com as mis {f chadas em punhos, cada uma delas golpeando com as costas da mio \)i)) ponto nos respectivos lados acima da cabeca (Fig. 262). Os mesmos movimentos sao repetidos com o braco direito em citi do esquerdo. Figura 261 Figura 262 28. Golpeando a Energia na Frente do Corpo e na Esquerda e na Direita com os Dois Punhos As mos so fechadas em punhos ao nivel da cintura. As palmas dos punhos ficam viradas uma para a outra. Ambas as mios sio erguidas até.o nivel dos olhos e golpeiam vigorosamente para baixo, ao mesmo tempo, em dois pontos em frente a virilha; elas golpeiam o alvo com a parte macia dos punhos (Fig. 263). Dali os bracos giram ao mesmo tempo fazendo um arco para cima e para a esquerda enquanto todo 0 tronco se inclina em diregao a esquerda seguindo o impulso dos bra- 0s. Os punhos golpeiam com as juntas (Fig. 264). Os punhos retornam para desferirem um outro golpe nos mesmos pontos em frente A viri- lha. De la os bracos giram ao mesmo tempo fazendo um arco para cima A Suranagao po Gonro Bsquinpo & po Corro Dinniro.,, 4a direita enquanto todo o tronco se inclina em diregio a direita indo o impulso dos bragos. Os punhos golpeiam com as juntas. Os inhos se movem mais uma vez para desferirem um golpe, com a borda jn das mios, nos mesmos dois pontos em frente A virilha. Figura 263 Figura 264 . Golpeando a Energia em Frente ao Corpo ena Esquerda ena Direita com os Dois Punhos Figura 266 Figura 267 174 ® Passus MAaicos dos como martelos até o nivel da cabega ¢ o tronco gira agudamente pl a esquerda. Os dois punhos golpeiam dois pontos em frente do ntl esquerdo (Fig. 266). Os bracos se erguem novamente até a altura «it ei) beca. As palmas sao abertas e descem para golpear os mesmos dois pony (Fig. 267). Os bragos sao erguidos novamente até o nivel da cabegis, Ay maos se fecham em punhos para golpear os mesmos pontos novaneiilt Os antebragos sao erguidos até o nivel da cabeca, 0 corpo vira para a [renity € 0s punhos abaixam vigorosamente para atingirem os mesmos poriiis da virilha, ‘A mesma seqiiéncia de movimentos é repetida com 0 tronco vil do agudamente para a direita. 30. Destruindo a Energia com os Pulsos Acima da Cabeca e na Esquerda e na Direita As duas maos so erguidas acima da cabeca com os pulsos se tocanili) eas palmas curvadas como se estivessem segurando uma bola (Iii 268). Depois o tronco vira para a esquerda enquanto ambos os brags se movem agudamente para a esquerda da cintura sem desgrudar 0 pulsos, que giram um sobre 0 outro para acomodar a nova posigil) das maos. A palma da mao esquerda virada para cima e a palma di mao direita virada para baixo (Fig. 269). Os dois bracos sao movidoy novamente até o ponto acima da cabega, ainda sem desgrudar os pul sos, que gitam para adotar sua posigdo inicial. A mesma seqiiéncia de movimentos é realizada trazendo as miloy agudamente até um ponto na direita da cintura. O movimento termi na trazendo as maos da volta A sua posicéo inicial acima da cabeca, Figura 269 A Suranagdo po Conro Esquenpo & po Coxro Dinerro,., # 175 O Terceiro Grupo: . Movimentando a Energia do Corpo Esquerdo e do Corpo Direito com a Respiragao terceiro grupo consiste de nove passes magicos que empregam ina- gOes e exalagGes como a sua forga motriz para separar ou juntar is 0s dois corpos. Na visao dos feiticeiros da linhagem do Dom Juan, emo j4 foi dito, colocar a energia vinda de um corpo em qualquer nitro vital do outro corpo cria uma agitagéo momentanea muito sejavel naquele centro. De acordo com o que Dom Juan ensinava, feiticeiros do antigo México consideravam essa mistura extrema- nente benéfica, porque rompe o impulso fixo e rotineiro daqueles intros. Os feiticeiros achavam que a respiragdo é uma questao-chave separagio do corpo esquerdo e do corpo direito. 1. A Respiragio para a Parte Superior dos Pulmées 9s bragos, com as maos fechadas em punhos, s4o erguidos até a testa om uma profunda inalagio; as palmas das maos em punho estao vi- das para baixo. Quando a inalacdo termina, os punhos esto de sete dez centimetros de distancia um do outro, bem em frente testa (Fig. 170). Uma exalacao é feita enquanto os bragos se estendem vigo- ‘fosamente até dois pontos laterais nivelados com os ombros (Fig. 271). Figura 270 Figura 271 Figura 272 Figura 273 176 » Passes MAGicos cima da cabega, até as laterais, A inalagio termina quando ay 1h vém repousar perto da cintura com as palmas levantadas (Rig, 272) Depois uma lenta exalagao é feita enquanto as mos sfio erguiday ay Jongo das bordas da caixa tordcica até o nivel das axilas. \ exiligii termina enquanto os ombros séo empurrados para cima como 96 4 forga das mos os estivessem fazendo subir (Fig. 273). Essa respiragio € um verdadeiro beneficio porque permite 4 mobilizagao da parte superior dos pulmées, uma coisa que quase \\i) ca acontece sob condigées normais. 32. Oferecendo a Respiracéo Enquanto uma profunda inalagao € feita, 0 braco esquerdo desetilii um circulo. Ele se move da frente até acima da cabega, até as costs @ até a frente novamente. Enquanto o brago gira, 0 tronco vira pari esquerda para permitir que 0 braco se mova em um circulo complet), A inalacao termina quando o circulo esté completo. A palma da milo € mantida ao nivel do queixo, virada para cima, e 0 pulso fica dobry do a um Angulo de noventa graus. A postura do praticante é aquela de uma pessoa que esta oferecendo alguma coisa que esté na palma dij mio. O tronco fica inclinado para a frente (Fig, 274). Depois a palin da mao é virada para baixo e comeca uma exalagao enquanto o brage abaixa lenta e vigorosamente (Fig. 275) para repousar no lado esquer do perto da coxa. A palma ainda esta virada para baixo e as costas di mao mantém o Angulo de noventa graus em relagio ao antebrago. A mesma seqiiéncia de movimentos é executada com 0 brago direito, A Suranagdo po Convo Esquinno # bo Corro Dinutro.., @ 177 Movendo a Energia com a Respiragao do Alto da Cabega para Centros Vitai pulsos das duas méos ficam ligeiramente dobrados; as palmas fi- Wi semicurvadas. Com as mos nessa posigao, as pontas dos dedos vegam para cima ao longo da frente do corpo e acima da cabega quanto uma profunda inalacio € feita (Fig. 276). Quando os bragos igem sua extensdo plena acima da cabega, as mos sao endireitadas ‘8 pulsos voltam para um Angulo de noventa graus. A inalagao ter- ina ali, Enquanto as maos sao abaixadas, o ar € mantido e o dedo ndicador de cada mao é erguido; os outros dedos so mantidos con- Wa palma, dobrados na segunda articulagao, e os polegares ficam ntraidos. Os dois bragos sao recuados para © nivel do peito, com costas das maos contra as axilas. ~ Depois comega uma profunda exalagio enquanto os bragos sao len- ente estendidos retos para a frente até que os cotovelos fiquem de- icadamente contraidos. Uma profunda inalagao é feita enquanto as maos io recuadas novamente para a posi¢ao contra as axilas, ainda com os dos indicadores erguidos, os pulsos dobrados para trés e as palmas radas para a frente. Uma lenta exalacdo comega enquanto as maos se movem para cima em um circulo que primeiro alcanca acima da cabeca depois continua para baixo, fazendo um circulo completo para a fren- te sem modificar a posigio dos dedos indicadores. As maos vém repou- far perto das laterais da caixa tordcica (Fig. 277). A exalacao termina \quanto as maos so empurradas para baixo até os lados dos quadris. Figura 276 178 @ Passes MAaicos 34. Estilhagando a Energia com a Re Enquanto uma profunda inalagao é feita, o brago esquerdo se Wave em um amplo circulo lateral, saindo da frente, passando por cima de cabega e indo até as costas. O tronco gira para a esquerda para {iol litar a plena rotagao do brago. A inalagao termina quando o brig) fez um giro completo e para em um local ao lado e acima da cabegs, A palma da mao esta virada para a frente e 0 pulso esta ligeiramente virado para tras (Fig. 278). Depois uma lenta exalagdo comegi @\ quanto o brago faz um outro amplo cfrculo lateral na diregdo opotiy indo da frente por baixo até as costas, depois acima da cabega ¢ [yi a frente novamente. Quando o circulo est4 completo, o brago é traziiy até um ponto bem em frente do ombro direito enquanto a exalagiity continua. A palma estd virada para o corpo e toca suavement¢ () ombro direito (Fig. 279). Depois 0 braco se projeta lateralmente coi aiméo fechada em punho e golpeia com as costas da mao um pont um braco de distancia do ombro esquerdo & altura da cabega, A exalacao termina ali (Fig. 280). ‘A mesma seqiiéncia de movimentos é repetida com o braco direitt), % Figura 278 Figura 279 Figura 280 35. A Respiragao de Macaco Os joelhos ficam ligeiramente dobrados. Os bracos sao erguidos len- tamente acima da cabega enquanto a parte superior dos pulmées enche de ar. Depois os joelhos se contraem e 0 corpo é completamente estendido para cima. Essa respiracao pode ser feita tanto com os calcanhares quanto com as pontas dos dedos no chao. A Suranacdo bo Convo Esquinvo & DO Corro Dirurro,.. w 179 A inalagio é mantida enquanto os bragos se ab: Wm € 0 corpo se inclina ligeiramente para a frente wtraindo o diafragma; os joelhos ficam novamen- dobrados. A exalagdo comega quando as maos iingem o nivel da cintura. Ao mesmo tempo os ios indicadores s4o estendidos e apontam para 0 hilo; os outros dedos ficam contrafdos sobre as pal- 4s das maos. As maos continuam se abaixando quanto todo o ar é exalado (Fig. 281). Ao exalar, diafragma é mantido firme para evitar empurré-lo a baixo com o ar exalado. 6. A Respiracao de Altitude pernas sio mantidas o mais retas possivel. Uma Figura 281 inalagdo comeca enquanto os ombros giram lenta- mente da frente para as costas com os bragos dobrados nos cotovelos. Quando a rotagao e a inalagio terminam, os bragos sio mantidos na posicao inicial (Fig, 282). A exalacao comega erguendo as maos até o {vel dos ombros e estendendo os bracos o mais para a frente possivel “com as palmas viradas para o chao. oS A seguir uma inalacao é feita enquanto as palmas das maos so Viradas para cima. Os cotovelos séo dobrados ¢ puxados todo 0 ca- ‘minho de volta e os ombros sao erguidos. A inalagao termina com a ‘extensio maxima dos ombros para cima (Fig. 283). Figura 282 Figura 283 180 ® Passus MAaicos Uma exalagao é feita enquanto as palmas sio viradas para 0 (ly € as maos e os ombros sio empurrados para baixo, As mion eat dobradas para tras nos pulsos 0 maximo possfvel ¢ os bragos so Hill tidos retos nas laterais do corpo. 37. A Respiragao Lateral Enquanto uma inalagdo comega, os bragos se movem da sua powigilt natural perto dos lados das coxas em um circulo em diregio ao coi do corpo, terminando com os bracos cruzados; as palmas viraday pitt fora e os pulsos completamente dobrados para que as pontas dos dedi apontem para cima (Fig. 284). A inalacdo continua enquanto o daly bragos sio empurrados para fora lateralmente. Enquanto os brags te movem, as palmas das maos primeiro esto viradas para a frente; quajiili © movimento termina, elas ficam viradas uma para a outra. A inalugili) termina na extensio maxima dos bracos. O corpo é mantido tio erly) quanto possivel (Fig. 285). Uma exalagio € feita dobrando os bragos nos cotovelos enquanto iy palmas das maos, com as pontas dos dedos erguidas, vém em diregio ii) centro do corpo, passam por ele e se cruzam para terminar nas bor«i\y opostas do corpo. O antebrago esquerdo fica em cima do direito. O corp fica contraido na seco mediana e os joelhos ficam dobrados (Fig. 286), Figura 284 Figura 285 Figura 286 38. A Respiracao de Borboleta Os bragos sao dobrados nos cotovelos e mantidos em frente ao peito, O antebraco esquerdo € mantido acima do direito sem tocd-lo; 0s pulsos ficam retos e as mos fechadas em punhos. Os joelhos ficam A Stranagdo bo Convo Esquinpo & pO Convo Dirurro,,, # 181 ados ¢ 0 corpo se inclina marcadamente para a frente (Fig. 287). iquanto uma inalagio comega, os bragos se separam e se elevam ima da cabega e para a esquerda e a direita. Enquanto a inalagio tinua, os bragos se endireitam enquanto circulam indo para baixo, 4 08 lados e ao redor dos ombros, e voltam para a sua posigio inicial bre 0 peito. Mantendo a posigéo, os bragos sao erguidos sobre a ihega enquanto a respiragao é mantida ¢ o corpo se endireita na cin- 4 (Fig. 288). Depois os bracos sio abaixados até o nivel da regiéo ilical enquanto 0 corpo volta para a posicao inicial inclinada para frente com os joelhos dobrados. Mantendo firmemente essa posigéo inclinada para a frente, uma alagao € feita repetindo os mesmos movimentos dos bragos feitos ‘a inalagao. Enquanto o ar é expelido, o diafragma é mantido em posicao firme. Figura 287 Figura 288 ma profunda inalacio é feita, os bragos fazem circulos para fora aci- a da cabeca e ao redor dos lados do corpo. A inalagao termina com ‘0s bragos apontando retos para a frente, com os cotovelos dobrados, a outra; os dedos ficam juntos. Uma exalagdo comega enquanto as mos apontam para 0 chao a um Angulo de 45 graus. Os joelhos ficam dobrados e corpo se incl 182 @ Passis MAGicos na para a frente (Fig. 289). A exalagio continua enquanto os brigl dobrados nos cotovelos em um Angulo de noventa graus, silo eryuildl sobre a cabeca. O corpo se endireita e se inclina ligeiramente para (Wil Isso é conseguido dobrando os joelhos em vez de arquear as Conti, A exalacdo termina com os misculos abdominais tensos ao maxima | cabeca fica ligeiramente inclinada para tras (Fig. 290). Praticar essa respiragao cria a sensagao de que o ar esta senda ey pelido através dos cotovelos. (E- Figura 289 Figura 290 O Quarto Grupo: A Predilecao do Corpo Esquerdo e do Corpo Direito Esse grupo é composto de cinco passes magicos para 0 corpo esquer’ do executados em seqiiéncia e trés passes magicos para o corpo di reito. De acordo com Dom Juan Matus, a predilegdo do corpo esquerdo € 0 siléncio, enquanto a predilecao do corpo direito é tagarelice, o barulho ¢ a ordem seqiiencial. Ele dizia que é 0 corpo direito que nos forga a marcharmos porque gosta de paradas e fic ainda mais encantado com coreografias, seqiiéncias e organizacées que envolvem classificacéo por tamanho. Dom Juan recomendava que a realizac4o de cada movimento dos passes mégicos para a direita fosse repetido muitas vezes, enquanto 0% praticantes contam, e dizia que é muito importante estabelecer com antecedéncia o ntimero de vezes que qualquer movimento determina do vai ser repetido, porque previsao é 0 ponto forte do corpo direito, A Stpanagao bo Conro Esquinpo t pO Convo Dinniro,,, @ 183 08 praticantes estabelecem qualquer nimerg com antecedéncia e fealizam, o prazer do corpo direito é indescritfvel. Na pratica da Tensegridade, entretanto, tanto os passes magicos para corpo esquerdo quanto os passes mAgicos para 0 corpo direito sao slizados em completo siléncio. Se o siléncio do corpo esquerdo pu- ¥ ser sobreposto ao corpo direito, 0 ato de saturagdo pode se tornar caminho direto para entrar no que Dom Juan chamava de o estado cobigado pelos xamas de todas as geragées: o siléncio interior. 5 CINCO PASSES MAGICOS PARA O CORPO ESQUERDO. Is passes magicos para 0 corpo esquerdo nao tém nomes individuais. jom Juan dizia que os xamas do antigo México os chamavam apenas passes mdgicos para o corpo esquerdo. ) primeiro passe magico é composto de quinze movimentos breves cui- dosamente executados. Uma vez que os passes magicos para 0 corpo querdo sio feitos em seqiiéncia, eles serao numerados seqiiencialmente. 1. O braco esquerdo se movimenta lateralmente até cerca de trinta entimetros de distancia da sua posicao natural perto da coxa (Fig. 291). 2. A palma é virada agudamente para a frente enquanto o cotove- o é ligeiramente dobrado (Fig. 292). - 3. A mio é erguida até o nivel do umbigo ¢ atravessa para a direi- (Fig. 293). Figura 291 Figura 292 184 @ Passes MAGICOS 4. A mio é girada agudamente até a palma ficar virada para | xo (Fig. 294). 5. A mio atravessa da direita para a esquerda com a palma vitiilt para baixo (Fig. 295). 6. O pulso vira agudamente para a direita; a mao fica encurvilil como se para escavar alguma coisa e 0 movimento do pulso i {jt mover-se para cima com um solavanco (Fig. 296). Figura 294 Figura 295 Figura 296 7. braco é erguido em um arco, em frente da linha que divide os dois corpos, até 0 nivel dos olhos, a trinta centimetros de distancia deles, com a palma da mao virada para a esquerda (Fig. 297). A Figura 297 Figura 298 Figura 299 A StPanagaod bo Convo Esquenpo & po Convo Dinnrro,., @ 185 8, © pulso gira fazendo a mio ficar virada para a frente (Fig. 298). 9, O brago vai acima da cabega, desenha um circulo lateral e jorna A mesma posigéo em frente aos olhos com a palma da mao facda para a esquerda (Fig. 299). 10. O pulso se movimenta novamente para fazer a palma da mao ar virada para a frente (Fig. 300). gura 300 Figura 301 Figura 302 11. A mao se move para baixo em diregao a esquerda, em uma ira curva, até o nivel dos ombros com a palma virada para 0 chao . 301). 12. O pulso é girado para que a palma fique virada para cima ig. 302). Figura 304 Figura 305 Sur, » Gowro Esquinpo & po Corro Dinurro,,, @ 187 186 @ Passes MAGicos A SUPARAGAO DE 2 13. A mao atravessa para a direita até um ponto em frente rs ombro direito (Fig. 303). 14. O pulso gira novamente virando a palma para baixo (Hig, 104), 15. A mao desliza para baixo até uma posigio a cerca de (iy centimetros em frente do quadril esquerdo (Fig. 305). O segundo passe magico € composto de nove movimentos. 16. A mao é recuada e toca a parte de cima do quadril (Fig, \00), 17. O cotovelo se move para fora lateralmente, e 0 pulso, atrayes de um agudo movimento para baixo, vira a palma para a esquerdi, A palma da mio fica encurvada com os dedos ligeiramente afastailiiy uns dos outros (Fig. 307). 18. O brago faz um circulo completo indo por cima da cabegi (hy frente para tras. A mao retorna a parte de cima do quadril com « | ma virada para cima (Fig. 308). wa 309 Figura 310 Figura 311 23. Enquanto o brago ainda est4 completamente estendido, 0 julso gira lentamente fazendo uma rotago total até a palma ficar no- 2 mente virada para cima (Fig. 313). ; 24, Esse movimento se assemelha a puxar 0 braco para fora de ma manga. Comegando com 0 cotovelo, o brago desenha um circulo ‘ le tras para a frente e o movimento termina com a palma da mao para ima ao nivel da borda da caixa tordcica e o cotovelo dobrado tocan- lo a borda das costelas (Fig. 314). 4 Figura 306 Figura 307 Figura 308 , 19. O cotovelo se move novamente para fora lateralmente e un) outro répido movimento do pulso vira a palma novamente para a es querda (Fig. 309). 20. A mio se move para o lado para fazer um circulo como se estivesse escavando alguma coisa. No final do movimento a mio retorna para uma posigao na parte de cima do quadril com a palma virada para cima (Fig. 310). 21. O cotovelo dobrado se move agudamente para a esquerda a0 mesmo tempo que um rApido giro do pulso vira a mao para trds; 0§ Figura 312 Figura 313 Figura 314 dedos ligeiramente encurvados apontam para trds; a palma fica con- cava e virada para cima (Fig. 311). 22. Depois o cotovelo é estendido completamente para tras enquan- to a palma da mio encurvada ainda fica virada para cima (Fig. 312). O terceiro passe magico € constituido de doze movimentos. 25. A mo se move em um arco para a direita com a palma virada 188 @ Passes MAGicos para cima, como se estivesse cortando alguma coisa com ay polit dos dedos, parando a trinta centfmetros além da borda direita da calay tordcica (Fig. 315). 26. A palma da mao é virada para o chao (Fig. 316). 27. O brago se move em um arco para a esquerda e depois (ili o caminho até as costas (Fig. 317). 28. A palma da mao fica céncava, o brago fica totalmente eytely dido ¢ 0 giro do pulso transforma a mio em uma concha (Fig, J 1) Figura 315 Figura 316 Figura 317 29. A mao se eleva acima da cabega seguindo um curso diagonal de tras para a frente que termina acima do ombro direito ao nivel dit cabega (Fig. 319). Na A SiPAnacdo bo Gonro Esquinpo 1 po Corpo Dinnrro.., # 189 30, A mio é endireitada ¢ © pulso é contrafdo para colocé-la em Wn Angulo de noventa graus em relagio ao antebrago. Assim, a mao wce de cima da cabega para o lado direito da cintura (Fig. 320). 31. A palma é virada rapidamente para baixo (Fig. 321). 32. Em um semicirculo, o brago gira todo 0 caminho até a esquer- la e até as costas (Fig. 322). Pigura 321 Figura 322 Figura 323 33. A palma vira para cima (Fig. 323). 34. O braco gira para a frente, para a mesma posicio A direitil ‘uma distancia de trinta centimetros da caixa toracica (Fig. 324), 35. Am4o é girada para que a palma fique virada novamente para 0 chao (Fig. 325). Figura 318 Figura 319 Figura 320 Figura 324 Figura 325 Figura 326 190 @ Passus MAaicos 36. O brago gira para a esquerda e retorna A mesma posigho Ai das costas no lado esquerdo (Fig, 326). O quarto passe magico consiste dos seguintes quinze movimentow 37. O braco gira em um grande circulo para a frente, acitna i cabega, para as costas e termina em um ponto a cerca de trifita Cel) timetros de distncia da coxa esquerda (Fig. 327). n Figura 327 Figura 328 Figura 329 38. A cabeca é virada para a esquerda. O cotovelo é dobrado agi) damente e 0 antebrago € erguido ao nivel dos olhos com a palma dit mao virada para fora, como se estivesse protegendo os olhos do cli rio da luz. O corpo se projeta para a frente (Fig. 328). Figura 330 Figura 331 Figura 332 A SiPAnacdo bo Convo Esquinno & pO Conro Dinurro,., @ 191 49. A cabega ¢ 0 tronco giram lentamente todo o caminho para a ita, como se para olhar a distincia com uma proteg’o sobre os hos (F' 40. A cabega eo tronco giram novamente para a esquerda (Fig. 40). 41. A palma da mao é rapidamente virada para cima enquanto abega e 0 tronco se movem para olhar diretamente para a frente ig. 331). 42. Depois a mao corta uma linha em frente ao corpo da esquer- la para a direita (Fig. 332). 43. A palma é virada para baixo (Fig. 333). 44. O braco desliza para a esquerda (Fig. 334). 45. O pulso é girado novamente para cima para que a palma fi- jue virada para cima (Fig. 335). igura 333 Figura 334 Figura 335 46. O braco corta um outro arco em frente ao corpo para a di- ‘reita (Fig. 336) 47. A posigao da mao é mudada novamente; a palma fica virada “para baixo (Fig. 337). 48. O braco desliza de novo para a esquerda (Fig. 338). 49. A palma é virada para cima (Fig. 339). 50. O brago faz uma linha atravessando a frente do corpo para a -direita (Fig. 340). 51. A palma é virada para baixo (Fig. 341). 192 @ Passis MAGicos Figura 336 Figura 337 Figura 338 = . Figura 339 Figura 340 Figura 341 © quinto passe magico é constituido de 25 movimentos. 52. A mao desenha um amplo circulo em frente ao corpo com a palma virada para a frente enquanto o circulo é desenhado. O movi mento termina em um ponto em frente ao ombro direito com a palma virada para cima (Fig, 342). 53. O cotovelo gira para cima enquanto o pulso ¢ a mio giram para baixo. A palma da mao fica ligeiramente encurvada (Fig. 343), 54, Amdo desenha uma linha oval da direita para a esquerda como se estivesse escavando um naco de matéria. Quando chega na posicio de onde comegou, a palma é virada para cima (Fig. 344). 55. A mao abaixa até o nivel da virilha com os dedos apontando para o chao (Fig: 345). A StPanagdo bo Conro Esquinpo & po Convo Dinniro,,, @ 199 ; a ) Figura 343 Figura 344 Figura 345 Figura 346 Figura 347 po 56, Alia palma da mio é virada para 0 corpo (Fig. 346). 57. Depois ela se move seguindo o contorno do corpo, com os _ dedos apontando em diregao ao chao, até um lugar a dez ou doze cen- " timetros de distancia da coxa esquerda (Fig. 347). ’ 58. Um rapido giro do pulso faz a palma virar para a coxa (Fig. 59, Acabeca vira para a esquerda enquanto a mao é erguida, como se estivesse esfregando os dedos ao longo de uma superficie reta, até o nivel dos olhos (Fig. 349). 60. Dali ela desce em Angulo até um ponto ligeiramente & esquer- da da virilha. A cabega segue o movimento da mao (Fig. 350). 61. A mao é erguida novamente até o nivel dos olhos em Angulo. 194 @ Passes MAGicos A Suranacdd bo Convo Bsquinvo & po Convo Dinuiro,., # 195 ‘ © primeiro na esquerda, o segundo na propria linha diviséria central az © terceiro na dire’ . . 65, A a : 4 para que a palma fique virada para q j ‘ esquerda (Fig. 355). j / 66. A mao é erguida para desenhar uma linha curva que se encai- \ ‘xa exatamente entre os picos da direita ¢ do centro desenhados antes (Pig. 356). Figura 348 Figura 349 Figura 350 Alcanga um ponto exatamente na linha divis6ria dos corpos esqueridi € direito, bem em frente aos olhos, a uma distancia de 45 centimetroy (ig. 351). 62. A mao desce novamente em Angulo até um ponto em frente ¢ ligeiramente a direita da virilha (Fig. 352). "63. Amdo é erguida novamente, desenhando uma outra linha in Figura 354 Figura 355 Figura 356 clinada até um ponto em frente aos olhos alinhada com os ombros; i cabeca segue o movimento para a direita (Fig. 353). 67. Alia palma da mao € virada para a direita (Fig. 357). 64. A mao desce em uma linha reta até um ponto a trinta cent/ 68. A mio desce até o nivel da virilha ¢ para na linha divis6ria metros de distancia da coxa direita (Fig. 354). entre os corpos esquerdo e direito (Fig. 358). Nos sete movimentos precedentes, trés picos foram desenhadlos, 69. Alia palma muda de direcao novamente e vira para a esquer- “da (Fig. 359). fe i $ Figura 351 Figura 352 Figura 353 Figura 357 Figura 358 Figura 359 196 @ Passes Miaicos vA Figura 360 Figura 361 Figura 362 70. A mao é erguida até um ponto entre o pico do meio ¢ 0 di esquerda até o nivel dos olhos (Fig. 360). 71. Alia mao muda novamente para que a palma fique virada pari a direita (Fig. 361). 72. Amao desce todo o caminho para baixo até um ponto em fret) te ao lugar onde a coxa comega (Fig. 362). Os picos desenhados nos oito movimentos desta segunda fase sil ligeiramente arredondados, ao contrario dos picos muito angulares desenhados antes. 73. A mio é girada mais uma vez para que a palma fique viradi para a frente (Fig. 363). 74. O brago passa por cima da cabeca como se fosse despejar umi substancia invisivel no rosto e no corpo direito (Fig. 364). Figura 363 Figura 364 A SHPAKAGAD DO Gonro Esquinno 1 po Convo Dinniro.,. 75. A mio é abaixada (Fig. 365), Pazendo um semicfreulo, 0 co tovelo gira para as costas ( 76. Como se fosse uma faca indo para a sua bainha, a mao desliza sobre o centro de vitalidade ao redor do pancreas ¢ do bago (Fig, 367). ff Figura 365 Figura 366 Figura 367 Os Tres Passes MAGICOs PARA O CorPO DiREITO O primeiro passe mgico para o corpo direito consiste de cinco mo- vimentos. 1, A mio direita, em um Angulo de noventa graus com o antebra- go ¢ com a palma virada para a frente, faz um circulo completo da esquerda para a direita até o nivel da orelha direita e vem repousar "na mesma posigdo em que iniciou, cerca de trinta centimetros em frente a cintura (Fig. 368). 2. Dali o braco se move em um agudo arco ao nivel do peito do- brando agudamente o cotovelo. A palma virada para 0 chao; os dedos sdo mantidos juntos e retos com o polegar contraido. O dedo indica: dor e o polegar quase tocam o peito (Fig. 369). 3. O antebrago se afasta rapidamente do peito de modo que 0 cotovelo faca um Angulo de 45 graus (Fig. 370). 4. A mao gira no pulsos os dedos apontam para o chao por um instante e depois viram para cima da cabeca como se a mao fosse uma faca (Fig. 371). 5. A mao desce. Usando a sua borda externa como se fosse unt instrumento de corte, corta até 0 nivel do umbigo (Fig. 372). o 197 198 ® Passis MAGicos Figura 369 Figura 370 : E Figura 371 Figura 372 © segundo passe magico para 0 corpo direito consiste dos seguintes doze movimentos: 6. Da lateral da cintura, a mao se projeta até um ponto em frente ao corpo. Na extensio maxima do brago, os dedos se separam (Figs, 373 e 374). 7. O brago é recuado até 0 nivel da cintura. O cotovelo se projeta para tras, agudamente dobrado (Fig. 375). 8. A mao € girada para que a palma fique para cima (Fig. 376). 9. O braco é estendido para a frente com a palma aberta e virada para cima (Fig. 377). A SuPanagaa bo Convo Esquinpo & pO Convo Dinuiro,,, @ 199 Figura 373 Figura 374 Figura 375 * Figura 376 Figura 377 Figura 378 10, Com a palma ainda virada para cima, o brago retorna nova- mente ao nivel da cintura (Fig. 378). 11. A palma é virada para baixo (Fig. 379). 12. O braco faz um circulo lateral completo, indo para tras, aci- ma da cabega, para a frente e terminando em frente ao umbigo, ba- tendo com forca a palma para baixo como se ela estivesse golpeando alguma coisa sélida (Fig. 380). 13. A palma é virada em direg4o ao corpo em um movimento que se assemelha a acao de reunir alguma coisa no corpo direito (Fig. 381). 14. O braco é erguido acima da cabega como se a mao fosse uma faca que esta sendo empunhada (Fig, 382). 200 © Passes MAaicos Figura 382 Figura 383 Figura 384 Figura 385 15. Ela faz um corte diagonal até o ponto médio em frente a0 corpo, a uma distancia de 45 centimetros dele. A palma esta virada para a esquerda (Fig. 383). 16. A mao, com a palma reta, é erguida até o nfvel do rosto em uma linha reta (Fig. 384). 17. Ela faz um corte diagonal, com a palma ligeiramente inclina- da para baixo, até um ponto em frente a borda do corpo direito, a 45 centimetros de distancia dela (Fig. 385). O terceiro passe magico para o corpo direito é composto de doze movimentos. A SHPARAGAD DO Convo Esquinpo & pO Convo Dinwiro,., @ 201 18. Obrago direito, com o cotovelo agudamente dobrado em dire } direita ea mio mantida com a palma virada para 0 corpo, mov um arco do lado direito para um ponto em frente ao plexo solar (Fig. 386). 19. Girando no cotovelo, o antebrago faz um quarto de circulo para baixo virando a palma para o lado direito (Fig. 387). 20. O brago faz. um pequeno cfrculo para fora, da esquerda para 4 direita, subindo e descendo novamente, terminando com a palma perto da cintura virada para cima (Figs. 388a ¢ 388). 21. Um outro circulo é feito da frente para tras. Ele termina no ponto onde comegou, com a palma da mao virada para cima (Fig. 389). Figura 386 Figura 387 Figura 388a Figura 388b 22. A palma é virada para baixo (Fig. 390). 23. Depois a mao se move lentamente para a frente (Fig. 391). 24. O pulso € girado para que a palma fique virada para a esque da. Com a palma reta, os dedos mantidos firmemente juntos e o pole- gar contrafdo, a mao é erguida reta como se fosse uma faca (Fig. 392). 25. Depois ela desenha um pequeno arco convexo para a esquer- da, de modo que a palma fique virada para a direita, e corta reto para baixo logo a esquerda da linha desenhada previamente até o nivel do umbigo (Fig. 393). 26. Com a mao ainda virada para a direita, o brago sobe e traga hovamente a mesma linha que desenhou antes (Fig. 394). Nos trés movimentos precedentes, uma longa figura oval foi dese nhada. 27. Depois a mao desce como se para cortar um terco da longa figura (Fig. 395). 202 © Passes MAaicos Figura 389 Figura 391 Figura 392 Figura 393 Figura 394 Figura 395 28. A palma vira novamente para a direita (Fig. 396). 29. Ela escava o que quer que tenha cortado e transformado em uma bola ¢ joga-a na frente do corpo direito (Figs. 397 e 398). 30. A mao € abaixada até 0 topo do quadril direito (Fig. 399). 31. A mio gira enquanto o braco faz um semicirculo indo da frente (Fig. 400) para tras e parando atras do ombro direito (Fig. 401). 32. Como se fosse uma faca entrando em sua bainha, a mao des- liza sobre o centro de energia ao redor do figado e da vesicula biliar (Figs. 402 e 403). A SUPAKAGAO HO Conro Esquenpo H pO Convo Dinero... @ 203 sy A Figura 396 Figura 397 Figura 398 Figura 399 ~xz & Figura 400 Figura 401 Figura 402 Figura 403 A QUINTA S$ A Série da Masculinidade Masculinidade foi o nome dado a um grupo especifico de passes mil gicos pelos xamas que primeiro os descobriram e utilizaram, Dow) Juan achava que talver esse fosse 0 nome mais antigo dado a qualquet grupo de passes magicos. Originalmente, durante geragées, esse grupo era praticado somente por xamas masculinos. Essa discriminagao et) favor dos xamas masculinos era feita nao por necessidade, mas pot razées rituais e para satisfazer uma orientacio original para a supre macia masculina. Contudo, sob 0 impacto da percepgao intensificada, essa orientagao logo terminou. A tradigao bem estabelecida desse grupo de passes magicos sendo praticado apenas pelos homens persistiu, de um modo pseudo-oficial, durante geragées, embora também estivesse sendo praticado as escon didas pelas mulheres. O fundamento ldgico para incluir as praticantes femininas foi o de que, por razées de competicao e de desordem so: cial em torno delas, as mulheres precisavam de forga e vitalidade ex- tras que eles acreditavam que s6 eram encontradas nos homens que praticavam esse grupo de passes magicos. Conseqiientemente, as mu- Iheres tiveram permissao de executar os movimentos como uma pro- va de solidariedade. Na época de Dom Juan, as linhas divisérias entre homens e mulheres tornaram-se ainda mais difusas. O sigilo ea exclu- sividade dos antigos feiticeiros foram completamente destruidos ¢ até mesmo 0 antigo fundamento ldgico para permitir que as mulheres praticassem os passes magicos especificos nao péde ser sustentado. As praticantes femininas executavam os passes magicos abertamente. O valor desse grupo de passes magicos — sendo o mais antigo grupo com denominagao em existéncia — esta na sua continuidade. Desde o A Sf nit DA MASCULINIDADE In{cio todos os seus passes magicos eram genéricos, ¢ essa condigio pro- porcionava 0 tinico exemplo na linhagem de feiticeiros de Dom Juan no qual todo um grupo de xamas praticantes, qualquer que possa ter sido 0 niimero deles, tinha permissao de se movimentar ao mesmo tempo. Atra- vés das eras, o mimero de participantes em qualquer grupo de feiticeiros nunca podia ser maior do que dezesseis. Conseqiientemente, nenhum daqueles feiticeiros nunca esteve na posig&éo de testemunhar a estupenda contribuigao energética da massa humana. Para eles, 86 existia 0 consen- so especializado de uns poucos iniciados, um consenso que carregava a possibilidade de preferéncias idiossincrdticas e de maior isolacionismo. Como jé foi declarado antes, 0 fato de os movimentos da Tensegridade serem praticados em semindrios e oficinas por centenas de participantes ao mesmo tempo tem dado surgimento A possibilidade de experimentar 05 efeitos energéticos da massa humana. Tal efeito energético é duplo: os participantes da Tensegridade nao apenas realizam uma atividade que os une energeticamente como também esto envolvidos em uma busca delineada pelos xamas do antigo México em estados de consciéncia in- tensificada: a redistribuigdo da energia. Realizar esses passes magicos no local dos semindrios sobre a Tensegridade € uma experiéncia extraordi- néria, Permite que os participantes cheguem, impelidos ou atraidos pelos préprios passes mégicos e pela massa humana, a conclusdes energéticas nunca sequer mencionadas nos ensinamentos de Dom Juan. ‘A razao para denominar esse conjunto de movimentos de masculi- nidade é a sua qualidade agressiva e porque os seus passes mégicos s40 executados muito rdpida e vigorosamente, caracterfsticas facilmente identificadas com a masculinidade. Dom Juan afirmava que a pratica deles promovia nao somente uma sensacao de bem-estar, mas uma qua- lidade sensorial especial que, se nio examinada, poderia facilmente ser confundida com competigio e agressividade. No entanto, se for cuida- dosamente verificada, fica imediatamente aparente que, ao contrario, ela é uma inequivoca sensacao de prontidao que coloca os praticantes em um nivel do qual eles poderiam atacar em diregao ao desconhecido. Uma outra raz4o pela qual os feiticeiros do antigo México chama- vam esse grupo de passes magicos de masculinidade era porque os homens que o praticavam se tornavam um tipo especial de praticante que nao precisava ser levado pela mao. Tornavam-se homens que se beneficiavam indiretamente de tudo o que faziam. De modo ideal, a energia gerada por esse grupo de passes mégicos vai para os proprios centros de vitalidade, como se cada centro fizesse um lance automati- co pela energia, que vai primeiro para o centro que mais necessita dela. 206 Passes MAaicos a as discipulas de Dom Juan Matus, esse conjunto de pase magicos tornou-se 0 elemento mais crucial no seu treinamento, O préprio Dom Juan o apresentou a elas como um denominador conil\, significando que ele recomendava que clas praticassem 0 conjiili inalterado, O que ele desejava era preparar suas discfpulas pari si portarem os rigores de viajar no desconhecido. Na Tensegridade, a palavra série foi acrescentada ao nome nie culinidade para equipard-la as outras séries da Tensegridade. A série da masculinidade é dividida em trés grupos, cada um deles consistinidi de dez passes magicos. O objetivo do primeiro ¢ do segundo grupos da série da masculinidade é harmonizar a energia do tendao. Cada ww desses vinte passes magicos é curto, mas extremamente focalizad Os praticantes da Tensegridade sao seriamente encorajados, como eram 0s praticantes xamanistas dos tempos antigos, a obterem 0 maximo efeito dos movimentos curtos com o objetivo de liberar wi) solavanco de energia do tenddo cada vez que os executarem. — Mas, Dom Juan — perguntei a ele em determinada ocasiao —, vocé nao acha que, cada vez que eu libero esse solavanco de energia, 11 verdade estou desperdigando a minha energia do tendao e drenando-i para fora de mim? — Vocé nao pode drenar nenhuma energia para fora de si mesmo — disse ele. — A energia que aparentemente vocé esta desperdigando desferindo um solavanco para o ar nao esta realmente sendo desper dicada, porque ela munca deixa as suas fronteiras, onde quer que es fronteiras possam estar. Portanto, 0 que vocé esta realmente fazendo é desferindo um solavanco de energia para o que os feiticeiros do an tigo México chamavam de a nossa crosta, a nossa casca. Aqueles feiti ceiros afirmavam que, energeticamente, os seres humanos si0 como bolas luminosas que tem uma casca grossa ao seu redor, como uma laranja; alguns deles tém algo ainda mais duro e grosso, como a casca de uma velha Arvore, Dom Juan explicava cuidadosamente que essa analogia dos seres humanos com uma laranja era um tanto enganadora, porque a casc que nds temos esta localizada no interior das nossas fronteiras, como se uma laranja tivesse a casca dentro de si mesma. Ele dizia que essa casca ou crosta era a energia encrostada na parte de baixo, que tinha sido descartada dos nossos centros vitais de energia durante toda a nossa existéncia, devido ao desgaste da vida didria. — E benéfico golpear essa crosta, Dom Juan? — perguntei. — Muito benéfico — disse ele. — Especialmente se os praticantes A Sti pA MASCULINIDADE apontam todo o seu intento na diregio de aleangar aquela erosta com 08 seus golpes, Se eles intentam estilhagar, através dos passes magicos, partes dessa energia encrostada, aquela energia estilhagada poderia ser absorvida pelos centros vitais de energia. Os passes magicos do terceiro grupo da série da masculinidade sio mais amplos, mais extensos. Para executar os dez passes magicos do terceiro grupo, 0 que os praticantes precisam ter é firme: has pernas e no resto do corpo. Para os xamas do antigo México, o objetivo dessa terceira série era a formagao da resisténcia, da estabilidade. Aqueles xaméas acreditavam que manter 0 corpo firmemente na posiga0, a0 executar aqueles movimentos longos, proporciona aos praticantes uma base a partir da qual eles podem se manter por si préprios. que os modernos praticantes da Tensegridade descobriram atrd " yés da sua pratica é que a série da masculinidade s6 pode ser executa~ da com moderagio, para evitar fatigar demais os tenddes dos bracos ¢ ‘os mtisculos das costas. a nas maos, O Primeiro Grupo: Passes Magicos nos Quais as Maos $40 Movidas ao Mesmo Tempo, mas Mantidas Separadas 1. Punhos Acima dos Ombros [As maos sio mantidas perto das laterais, fechadas em punhos, com as palmas viradas para cima. Depois elas sao erguidas até um ponto ac ma da cabeca dobrando 0s cotovelos para que os antebragos fiquem A Figura 405 Figura 404 208 @ Passis MAcicos a um Angulo de noventa graus com os bragos superiores, A {orga motriz desse movimento é dividida igualmente entre os misculoy day bragos € a contragao dos miisculos do abdémen. Enquanto os punlioy s4o erguidos e os misculos da frente do corpo sao tensionados, corpo se inclina ligeiramente para tras dobrando os joelhos (Fig. 404) Os bragos, com as maos em punhos, sio abaixados para as laterils das coxas endireitando um pouco os cotovelos. Enquanto os bragot se movimentam para baixo, o corpo se inclina para a frente contrainui os miisculos das costas e o diafragma (Fig. 405). 2. Usando um Instrumento de Corte em Cada Mao As maos sao fechadas em punhos com as palmas viradas uma pari outra ao nivel da cintura (Fig. 406). De Ié elas se movem em um golpe para baixo até o nivel da virilha, a 45 centimetros de distancia deli, sempre mantendo a largura do corpo como a distancia entre os pu nhos (Fig. 407). Apés os punhos golpearem, eles so recuados até posigéo de onde comecaram, perto da borda da caixa toracica, Figura 406 Figura 407 3. Polindo uma Mesa Alta com as Palmas das Maos Os bragos sao erguidos até o nivel das axilas. As palmas das mios fi- cam viradas para baixo. Os cotovelos, agudamente dobrados, se pro- jetam bem para tras das costas (Fig. 408). Os dois bracos sao trazidos rapidamente para a frente até a extensio maxima, como se as palmas realmente estivessem polindo uma superficie dura. As mos sio mantidas a uma distancia que se iguala a largura do corpo (Fig. 409). De ld elas sao recuadas com igual forga até a posicao de onde o movi- mento comegou (Fig. 408). A Sfmt DA MAscuLinipapy @ 209 Figura 408 Figura 409 4. Batendo de Leve na Energia com Ambas as Mos [As duas maos sio erguidas para a frente ao nivel dos ombros. As maos so mantidas em punhos angulares, significando que a posigao dos dedos é bem inclinada para baixo enquanto eles so mantidos contra a palma das maos. Os polegares sio mantidos por cima da borda ex- terna dos dedos indicadores (Fig. 410). As palmas das mios ficam vi- radas uma para a outra. Um forte solavanco dos pulsos faz os punhos abaixarem ligeiramente, mas com grande forca. O nivel dos pulsos nunca muda; em outras palavras, s6 a mao gira para baixo nos pulsos. O movimento contrério é erguer os punhos com um solavanco sem modificar a posigao dos pulsos (Fig. 411). Figura 410 Figura 411 Figura 412 210 @ Passes MAaicos Para os xamas esse passe ma 5. Sacudindo a Energia Esse passe magico faz companhia ao precedenitt Comega erguendo ambos os bragos para a freiity ao nivel dos ombros. As mos s4o mantidas em p\y nhos angulares, assim como no passe magico pre cedente, com a excego de que neste as palmas diy maos ficam viradas para baixo. Os punhos sio mo vidos em direcao ao corpo por um solavanco doy pulsos. Seu movimento contrério é um outro so lavanco dos pulsos que envia os punhos para for de modo que os polegares facam uma linha ret com o resto dos antebragos (Fig. 412). Para exe cutar esse passe magico, é necessdrio que os miisculos do abdémen sejam_ intensamente utilizados. Na verdade, é a aco desses misculoy que direciona o sacudir dos pulsos. 6. Puxando uma Corda de Energia As maos so mantidas em frente ao corpo, na linha que separa os corpos es querdo e direito, como se estivessem segurando uma corda grossa que pende de cima da cabeca; a mao es querda fica em cima da di reita (Fig. 413). O passe magico consiste em sacudir os dois pulsos e fazer as maos darem um solavanco Figura 413 para baixo em um movi- Figura 414 mento curto e vigoroso. ico é uma das melhores fontes pant exercitar a energia do tendao dos bragos devido A quantidade de poly tos de energia que existe ao redor dos pulsos, das costas das mias das palmas e dos dedos. A Sint DA MAscULINIDADE Enquanto esse movimento é executado, os muisculos do abdémen se contraem e os bragos abaixam ligeiramente dobrando-se os joelhos (Fig. 414). Seu movimento contrario é um solavanco dos pulsos que sacodem as maos para cima enquanto os joelhos e o tronco se endireitam um pouco (Fig. 413). 7. Empurrando para Baixo uma Vara de Energia As maos sio mantidas a esquerda do corpo, com a mao esquerda ao nivel da orelha, uns vinte ou 25 centimetros acima da mao direita que € mantida ao nivel do ombro. Elas sao mantidas como se estivessem agarrando uma vara grossa. A palma da mao esquerda fica virada para a direita e a palma da mao direita fica virada para a esquerda. Em vir- tude de estar por cima, a mao esquerda € a que conduz e orienta 0 movimento (Fig. 415). Os misculos das costas perto das glandulas supra-renais e os mtisculos do abdémen se contraem e um vigoroso empurrio envia os dois bracos para baixo, para o lado da coxa e da cintura direitas, como se de fato estivessem segurando uma vara (Fig. 416). La as maos trocam de posigio; a mo direita move-se para um lugar préximo a orelha direita, tornando-se a mao que conduz, e a mao esquerda move-se para perto do ombro, como se estivessem tro- cando as varas. Os mesmos movimentos sao repetidos. Figura 415 Figura 416 8. Cortando a Energia com uma Mao de Cada Vez Os punhos sao erguidos nas laterais até tocarem a borda da caixa tordcica; as palmas dos punhos ficam viradas uma para a outra (Fig. 417). O braco A Sf DA MASGULINIDADE @ 214 212 @ Passus MAaicos Figura 417 Figura 418 Figura 421 Figura 422 do a uns trés centimetros de distancia dele (Fig. 420). Depois ela se move uns dez ou quinze centimetros para a frente do punho em um forte movimento de corte, como se estivesse cortando com a borda da mao (Fig. 421). O braco esquerdo é recuado todo o caminho de volta fazendo o cotovelo se projetar para tras o maximo possivel, enquanto a mao direita também é recuada, seguindo a mao esquerda ¢ mantendo a mesma distancia (Fig. 422). Depois, mantendo a mes ma distancia entre as maos, tanto o brago esquerdo quanto o direito se projetam para a frente até um ponto a 45 ou sessenta centimetros de distancia da cintura. Os mesmos movimentos so repetidos com o punho do brago direito, esquerdo abaixa em uma linha diagonal até um ponto a sessenta ceri(/ metros de distancia da coxa (Fig. 418) e depois é recuada novamente (Ii, 417). Imediatamente 0 braco direito executa os mesmos movimentos, 9. Usando uma Plaina de Energia A mao esquerda é erguida até 0 nivel do umbigo e fechada em pu nho; 0 cotovelo fica dobrado em um Angulo de noventa graus ¢ ¢ mantido préximo a caixa tordcica (Fig. 419). A palma direita se movimenta como se fosse bater em cima do punho esquerdo, paran 10. Golpeando a Energia com um Ferrao de Energia O braco esquerdo é erguido até o nfvel dos ombros com 0 cotovelo dobrado a um angulo de noventa graus. A mao é mantida como se estivesse seguran- do 0 cabo de um punhal; a palma fica virada para baixo, O cotovelo golpeia para tras em um arco até a altura do ombro esquerdo, em um Angulo de 45 graus atras dele (Fig. 423). Depois 0 brago retorna 3 sua posicao inicial com um golpe ao longo do mesmo arco. Os mesmos movimentos sao repetidos com o outro braco. Figura 423 Figura 419 Figura 420 214 @ Passes MAcicos Figura 424 Figura 425 O Segundo Grupo: Os Passes Magicos para Concentrar a Energia do Tenddo 11. Segurando uma Mao com a Outra Os dois antebracos sao trazidos para a frente div umbigo. Os cotovelos dobrados quase tocam 4 (iil xa tordcica. As m4os seguram uma a outra, ( 6) querda em cima, Os dedos de cada mao agarratn\ vigorosamente a outra mao (Fig. 424). Todos on miisculos dos bracos e das costas estéo contraldoy, Os miisculos tensos sao relaxados e as maos tro cam de posigao, para que a mo direita fique et cima da esquerda, sem se soltarem uma da outri, usando a parte dura da palma perto da base dos dedos como uma superficie de giro. Os misculoy dos bragos e das costas séo contrafdos novamente, Os mesmos movimentos sio repetidos come gando com a mao direita em cima. 12. O Abrago dos Corpos Esquerdo e Direito Os antebragos sao trazidos para a frente do corpo, novamente ao nivel do umbigo. Desta vez, no entan to, 0 antebraco direito € mantido estendido para fora em uma linha reta com o quadril. Ele € mantido per to da caixa tordcica enquanto 0 antebraco esquerdo, com 0 cotovelo afastado do corpo, poe a mao esquerda sobre a direita em posigao de aperto. Grande pres sio € aplicada nas palmas e nos dedos das duas mos pela tensio dos masculos dos bracos, das costas e do abdémen. A tensio € relaxada e as maos giram na palma uma da outra enquanto atravessam 0 corpo da direita para a esquerda. LA elas so novamente apertadas com vigor, usando os mesmos miisculos, desta vez com a mao direita por cima (Fig. 425). Os mesmos movimentos sao repetidos nessa posicao. 13. O Giro Vigoroso dos Dois Corpos As m4os seguram uma a outra ao nfvel da cintura a direita. A mao es- querda fica em cima da direita. Nesse passe magico 0 aperto das maos A Sinn DA MASCULINIDADE nilo é tio pronuneiado quanto o dos dois preceden- tes porque o desejado é um giro vigoroso dos dois corpos ¢ nao os fortes golpes dos dois passes pre~ cedentes. As maos segurando uma a outra desenham um pequeno circulo para a direita que vai da frente para as costas e termina na mesma posi¢ao de onde co- megou. Uma vez que a mao que conduz, pelo fato de estar por cima, é a mao esquerda, 0 circulo é de- senhado seguindo 0 impulso do braco esquerdo que empurra as mos primeiro para a direita e ao redor em um circulo para a direita do corpo (Fig. 426). Depois as mos apertadas atravessam a frente do corpo até o lado esquerdo. La um outro circulo €desenhado, novamente seguindo 0 impulso da mao Figura 426 esquerda. Estando por cima, ela puxa a outra mao para fazer um cfr- culo que, primeiro, vai para as costas, para fora a esquerda e volta para o lugar de onde comegou (Fig. 427). ‘A mesma seqiiéncia de movimentos é realizada com a mao direita na lideranga, comegando a esquerda perto da cintura. Dessa vez 0 im- pulso do brago direito € seguido para desenhar o circulo que vai, pri- meiro, para a esquerda e depois volta ao mesmo lugar de onde come- cou (Fig, 428). As mos apertadas atravessam a frente do corpo até 0 lado direito perto da cintura. La, seguindo 0 impulso da mao que con- duz, elas s40 puxadas para tras, depois para a direita de volta para w 21S Figura 429 216 Passus MAaicos onde comegaram, fazendo um cfreulo (Fig, 429). f importante que, enquanto os circulos sio desenhados, 0 tronco do corpo seja girada vigorosamente para o lado. As pernas permanecem na mesma posigil sem compensar 0 giro deixando os joelhos perderem a firmeza, 14, Empurrando com 0 Cotovelo e 0 Antebraco a Energia $ com as Duas Maos As mos seguram uma a outra do lado direito ao nivel do ombro. A parte superior do braco direito é mantida apertada contra o peito ¢ 0 cotovelo fica agudamente dobrado com 0 antebraco mantido em uma posicio ver tical. Com a palma da mao direita virada para cima, as costas da mio silo mantidas em um Angulo de noventa graus com o antebrago (Fig. 430), O cotovelo do brago esquerdo fica estendido em frente ao ombro esquerdo, mantido em uma posigao de noventa graus. As duas maos se apertam vigorosamente (Fig. 431). Depois o braco direito empurra len tamente o esquerdo para a frente endireitando um pouco 0 cotovelo, Ao mesmo tempo que as mios apertadas sao empurradas para a frente, 0 ombro e a omoplata esquerda também sio empurrados para a frente para manter 0 Angulo de noventa graus do cotovelo esquerdo (Fig. 432). O brago direito recua a mao esquerda para a posico inicial. Girando nas palmas, as mos apertadas so mudadas para o lado esquerdo € os mesmos movimentos sao repetidos 14. Figura 430 Figura 431 Figura 432 15. A Breve Punhalada com as Maos Segurando uma a Outra As maos se seguram do lado direito assim como no passe magico pre- cedente. Dessa vez, no entanto, as maos ficam ao nfvel da cintura, © brago direito, em vez de empurrar lentamente o esquerdo para a A Stir frente, apunhala rapido (Fig, 433). Esse é um movimento vigoroso que requer a contragio dos misculos dos bragos e das costas. As maos apertadas sao trazidas vigorosamente para a esquerda como se para aumentar a forga motriz do cotovelo esquerdo que é empurrado todo o caminho de volta para as costas (Fig. 434). As maos apertadas se movem ao redor da frente do corpo para a direita, mais uma vez como se para auxiliar um vigoroso movimento do cotovelo direito que é arremessado todo 0 caminho de volta para as costas. Figura 433 Figura 434 A mesma seqiiéncia de movimentos é realizada comegando do lado esquerdo com a mio direita na lideranga. E importante observar que, quando as mios apertadas estao apu- nhalando para a frente, a mao que esta por baixo dé a diregéo, mas a forca é suprida pela mao que conduz, que € a que fica em cima. 16, Sacudindo a Energia com as Maos Segurando uma a Outra As mos seguram uma a outra a direita; 0 cotovelo direito e 0 brago superior sio mantidos contra a lateral da caixa tordcica. O cotovelo do braco direito fica a um Angulo de noventa graus com o antebraco direito estendido. O cotovelo esquerdo também é mantido a um 4n- gulo de noventa graus, distante em linha reta do misculo peitoral es- querdo (Fig. 435). O braco direito ergue o esquerdo, mudando a po- sigéo dos cotovelos de um Angulo de noventa graus para um de 45 graus. As maos apertadas alcangam o nivel do ombro direito (Fig. 436). Depois elas sacodem com um movimento muito curto no qual sé 0 DA MASCULINIDADE @ 217 218 @ Passis MAaicos ™ Figura 435 Figura 436 Figura 437 Figura 438 pulso esta envolvido, As maos unidas golpeiam para baixo, mas sem mudar o nivel no qual so mantidas (Fig. 437). De [4 as maos aperta das so recuadas para a esquerda perto da cintura em um vigoroso movimento que faz 0 cotovelo esquerdo se projetar para as costas (Fig, 438). As maos sao giradas nos pulsos, um sobre o outro, invertendo as suas posigGes. Os mesmos movimentos sao repetidos na esquerda. 17. Sacudindo a Energia Perto dos Joelhos As maos seguram uma a outra a direita perto da coxa. Elas mudam ligeiramente de posicio com a mao direita que di apoio, por estar embaixo, ficando ligeiramente mais vertical com um giro do pulso, Figura 439 Figura 440 A Sfnit DA MAscuLINIDADE @ 219 mantido sob controle pela pre 10 da mao esquerda (Fig, 439). As duas maos giram para a esquerda seguindo 0 contorno dos joelhos ¢ desferem um golpe, cuja poténcia ¢ intensificada por um puxao para baixo dos pulsos (Fig. 440). Girando sobre as palmas, as maos trocam de posicdo e os mesmos movimentos sao repetidos da esquerda para a direita. 108 18. Dirigindo para Baixo um Ferrao de Energia As m4os seguram uma a outra na vertical com a mao esquerda na lideranga, em um ponto a cerca de trin- ta centimetros do umbigo, bem na linha diviséria ES entre os corpos esquerdo e direito. As duas maos sao erguidas alguns centimetros com um ligeiro so- d lavanco, feito dobrando os pulsos sem mover os an- { tebracos. Depois elas séo abaixadas com 0 mesmo solavanco dos pulsos (Fig. 441). Esse passe magico envolve os misculos profun- dos do abdémen. Os mesmos movimentos sao rea- lizados com a mio direita na lideranga. 19. Usando as Mos como uma Machadinha : As mos seguram uma a outra 4 direita. As duas sao Figura 441 erguidas até o nivel do ombro (Fig. 442). Depois elas desferem um golpe em diagonal que as leva até o nivel do quadril es- querdo (Fig. 443). Os mesmos movimentos sao feitos 4 esquerda. Figura 442 220 w Passis MAaicos Figura 445 20. Martelando um Ferrio de Energia As maos se seguram A direita, Elas giram até © nivel dos ombros ajudadas por uma rota: ¢ao do tronco para a direita. Fazendo um pe- queno circulo vertical em frente ao ombro direito, as maos sao trazidas para a linha di- vis6ria entre os dois corpos e abaixadas até o nivel da cintura, como se fosse martelar um ferro de energia ali (Fig. 444). Os mesmos movimentos sao feitos no lado esquerdo. Figura 444 O Terceiro Grupo: Os Passes Magicos para Formar Resisténcia 21. Cortando a Energia em um Arco As maos se seguram A direita, apertadas contra a parte de cima do flio. A mao esquerda fica em cima da direi- ta. O cotovelo direito se projeta para tras e o antebra- go esquerdo é mantido contra 0 estémago, Em um vi- goroso golpe estendido, as mos unidas cortam em um arco horizontal através da area em frente ao corpo como se estivessem atravessando uma substancia densa. F como se as mios estivessem segurando uma faca, uma espada ou um instrumento de corte que rasga alguma coisa sdlida em frente ao corpo (Fig. 445). Todos os miisculos do braco, do abdémen, do peito e das costas do utilizados. Os mésculos das pernas ficam tensos para dar estabilidade ao movimento. No lado esquerdo, as m4os sao giradas. A mio direita fica em cima, na lideranga, e um outro vigoroso corte acontece. 22. Cortando a Energia como se Fosse com uma Espada As mos se seguram, com a esquerda em cima da direita, em frente ao ombro direito (Fig. 446). Um vigoroso solavanco dos pulsos e dos bracos faz as maos se moverem cerca de trinta centimetros para a frente desferindo um vigoroso golpe. De Id elas cortam até um ponto A esquer- A Stitt DA MASCULINIDADE Figura 446 Figura 447 da ao nivel do ombro. O resultado final é um movimento que parece 0 corte de alguma coisa densa com uma espada. Daquele ponto a esquerda os bragos trocam de posicao girando sem perderem a sua posigio de mos se segurando. A mao direita assume a lideranga ficando em cima ¢ corta novamente até um ponto a cerca de sessenta centimetros de distancia do ombro direito (Fig. 447). ‘ A posigao inicial das maos é modificada e os movimentos comegam a esquerda. 23. Cortando a Energia na Diagonal As mos unidas sao erguidas até o nivel da orelha direita e empurradas para a frente, como se para cortar alguma coisa sélida localizada em frente ao corpo (Fig. 448). De la elas cortam para baixo até um lugar a cerca de trinta centimetros de dis- tancia da lateral da rétula esquerda (Fig. 449). Naquele ponto as mAos giram nos pulsos para mu- darem de posigao de modo que a mao direita as- suma a lideranca ficando em cima. £ como se 0 instrumento de corte que as m&os parecem estar segurando mudasse de direcdo antes de cortar da esquerda para a direita seguindo 0 contorno dos joelhos (Fig. 450). Figura 448 221 222 Passns MAaicos As mios trocam de lugar ¢ toda a seqiiéncia é feita novamente comecando pela esquerda. Figura 449 Figura 450 24, Levando a Energia do Ombro Direito para 0 Joelho Esquerdo As maos segurando uma a outra sao mantidas ao nivel da cintura direita. Elas mudam ligeiramente de posicao com a mao direita, a de apoio que estd por baixo, tornando-se ligeiramente mais vertical com um giro do pulso que esta seguro pela pressio da mao esquerda. As mos so erguidas rapidamente até um ponto perto da parte de cima da cabega no lado direito (Fig. 451). Conduzindo com o cotovelo, elas sao abaixadas com grande forga até o nivel do ombro. De ld elas abai Figura 451 Figura 452 A Stnit DA MASGULINIDADE @ 223 xam em um corte diagonal até um lugar a cerca de trinta centimetros de distancia do lado esquerdo da rétula. O golpe é ajudado por um rapido giro dos pulsos para baixo (Fig. 452). ‘As maos giram para trocar de lugar e toda a seqiiéncia ¢ feita no- vamente comegando A esquerda. 25. Golpeando a Energia Perto dos Joclhos As mos esto segurando uma a outra no lado direito perto da cintura (Fig. 453). Em um vigoroso golpe para baixo, elas so trazidas até o nivel dos joelhos, enquanto o tronco se projeta ligeiramente para a frente. Depois elas cortam um arco em frente aos joelhos, da direita para a esquerda, até um ponto distante dez ou treze centimetros do lado esquerdo da rétula (Fig. 454). Depois as mos unidas sao trazidas de volta vigorosamente até um ponto a poucos centimetros a direita do joelho direito. A realizagao dos dois golpes cortantes é ajudada por um solavanco muito forte dos pulsos. Figura 453 Figura 454 O mesmo movimento é executado comegando perto da cintura a esquerda. Para executar esse passe magico corretamente, em vez dos masculos dos bracos e das pernas, os praticantes precisam envolver os miisculos profundos do abdémen. 26. O Vergalhao de Escavagao As mos segurando uma a outra sao mantidas em frente ao estémago, com a mio esquerda em cima com a mao lider. Depois elas sao mu- dadas para uma posigdo vertical em frente ao est6mago na linha que separa os dois corpos. Em um movimento rapido, elas sio trazidas 224 @ Passes MAGicos A Sfnit DA MASCULINIDADE @ 225 até um ponto acima da cabega, como se ainda para ficarem, por um outro instante, perto do pescogo como estivessem seguindo a mesma linha, De la elas se estivessem segurando uma pesada marreta, Elas se movem por cima golpeiam em uma linha reta até o lugar de onde da cabega em um giro deliberado ¢ vigoroso (Fig, 458) ¢ slo trazidas © passe magico comecou (Fig. 455). As maos 0 local de onde comegaram a se mover, exatamente Como se as trocam de posicao para a mao direita ficar na proprias maos fossem uma pesada marreta (Fig. 459). lideranga ¢ 0 movimento € repetido. Dom Juan ‘As maos trocam de posigao ¢ os mesmos movimentos sio inicia chamava esse movimento de despertando a dos a esquerda. energia com um vergalhao de escavacao. 27. O Grande Golpe As mos segurando uma a outra comegam a direita perto da cintura. Elas so erguidas ra- pidamente acima da cabeca sobre 0 ombro direito (Fig. 456). Os pulsos dao um solavan- co para tras para ganhar forga e é desferido um vigoroso golpe diagonal que golpeia a energia Figura 455 em frente ao corpo como se estivesse cortando um lengol. O golpe termina em um ponto a dez ou treze centimetros a esquerda do joelho esquerdo (Fig. 457). O mesmo movimento é repetido comegando da esquerda. Figura 458 Figura 459 29. Cortando um Circulo de Energia Para iniciar esse passe magico, as maos seguram uma a outra perto do ombro direito (Fig. 460). Depois elas s4o empurradas para a fren te o mais longe que o braco direito conseguir ir, sem estender con) pletamente o cotovelo. De 14 as maos unidas cortam um circulo da largura do corpo, da direita para a esquerda, como se, de fato, estivessem se~ gurando um instrumento de corte. Para executar esse movimento, a mo que conduz, a esquerda que esta por cima, deve inverter a posigao quando atin- ; gir a volta do circulo a esquerda. Com as mos ain- Bigurat56 Figura 457 da unidas, elas se movem rapidamente na volta do circulo de modo que a mao direita assuma a lide- 28. A Marreta ranga ficando por cima (Fig. 461) e terminam de Com a mio esquerda na lideranga, as mios segurando uma a outra desenhar 0 circulo. ficam em frente ao estémago na linha vertical que divide os corpos A mesma seqiiéncia de movimentos é realizada esquerdo e direito. Por um instante as palmas sao mantidas na vertical comegando a esquerda com a mio direita na lide- antes das méos serem trazidas para 0 lado direito do corpo e acima ranga. Figura 460 226 » Passus MAaicos Figura 461 30. O Golpe de um Lado para o Outro As maos seguram uma a outra A direita com a mio esquerda na lide ranga. Um vigoroso golpe empurra as maos para a frente a cerca de sessenta centimetros do peito. Depois elas golpeiam, como se estives sem segurando uma espada, 0 mais longe & esquerda que os bracos Permitirem sem estenderem completamente os cotovelos (Fig. 462). La as maos trocam de posigio. A mao direita torna-se a lider ficando por cima e um contragolpe é executado, 0 que leva as maos unidas todo 0 caminho de volta até um ponto no lado direito, a alguns centi- metros a direita de onde esse passe magico comecou (Fig. 463). A mesma seqiiéncia de movimentos é repetida, comegando 8 es- querda com a mao direita na lideranca. Figura 462 Figura 463 A SEXTA SERI Artefatos Utilizados em Conjunto com Passes Magicos Especificos Como declarado anteriormente, os xamis do antigo México punham uma énfase especial em uma forga que eles chamavam de energia do tenddo, Dom Juan dizia que eles asseguravam que a energia vital se move ao lon go do corpo através de um caminho exclusivo formado pelos tendées, Perguntei a Dom Juan se por tendo ele queria dizer o tecido que liga os miisculos aos ossos. — Nao tenho palavras para explicar a energia do tenddo — disse ele. — Estou seguindo o caminho facil da utilizagao. Ensinaram-me que isso € chamado de energia do tendo. Se eu nao precisar ser espectfico em relagdo a isso, vocé entende o que é a energia do tenddo, nao 6? — Em um sentido vago, acho que sim, Dom Juan — falei, — O que me deixa confuso é que vocé usa a palavra tenddo onde nfo existe nenhum osso, tal como no abdémen. — Os antigos feiticeiros — disse ele — deram o nome de energia do tenddo a uma corrente de energia que se movimenta ao longo de miisculos profundos do pescoco para o peito, para os bragos e para a espinha. Ela atravessa o abdémen superior e inferior da borda da cal xa tordcica até a virilha e de 14 vai para os dedos dos pés. — Essa corrente nao inclui a cabega, Dom Juan? — perguntel ator doado. Como um homem ocidental, eu esperava que qualquer coisa desse tipo deveria se originar no cérebro. — Nao — disse ele enfaticamente —, ela nao inclui a cabega, O que vem da cabeca é um tipo diferente de corrente energéticas niio ¢ do que estou falando. Uma das formidaveis realizacées dos feiticeiros é que no final eles empurram para fora o que quer que exista no centro de ener gia localizado no topo da cabeca e depois ancoram alia enengla do ten 228 @ Passus MAgicos dao do resto do seu corpo, Mas isso € um modelo de sucesso, No mo mento 0 que temos a disposigio, como no seu caso, é a situagho comum da energia do tendao comegando no pescogo no local onde ele se une com a cabega. Em alguns casos a energia do tenddo sobe até um ponto abaixo dos malares, mas nunca acima daquele ponto. “Essa energia, que chamo de energia do tendao por falta de wn nome melhor, é uma terrivel necessidade nas vidas daquelas pessoas que viajam no infinito ou desejam viajar nele. Dom Juan dizia que 0 inicio tradicional na utilizagao da energia do tendao era o uso de alguns artefatos simples empregados pelos xamiy do antigo México de duas maneiras. Uma era criar um efeito vibratério em centros especificos da energia do tendao e a outra era criar um eleito de pressio nos mesmos centros. Ele explicava que os xamas conside rayam o efeito vibratério como sendo o agente para soltar a energia que tinha ficado estagnada. O segundo efeito, o efeito da pressao, era considerado como sendo o agente que dispersa a energia. O que para o homem moderno parece ser uma contradicao cogniti va — que a vibragao soltaria qualquer coisa que estivesse presa e que a pressao a dispersaria — era profundamente enfatizado por Dom Juan Matus, que ensinava a seus discfpulos que, em termos da nossa cognigio no mundo, o que aparenta ser natural para nés nao é absolutamente natural em termos do fluxo da energia. Ele dizia que no mundo da vida cotidiana os seres humanos quebrariam alguma coisa com um golpe ou aplicando pressdo e a dispersariam fazendo-a vibrat. No en- tanto, a energia que tinha se alojado em um centro de tendao precisa- va ser tornada fluida através da vibragio e depois precisava ser pres- sionada para que continuasse fluindo. Dom Juan Matus ficava hor- rorizado com a idéia de pressionar diretamente pontos de energia no corpo sem a vibragao preliminar. Sua alegacao era que a energia que estava presa ficaria ainda mais inerte se lhe fosse aplicada pressio. Dom Juan iniciava seus discipulos com dois artefatos basicos. Ex- plicava que os xamas dos tempos antigos costumavam procurar um par de seixos arredondados ou sementes secas arredondadas e usé-lo como artefatos vibratérios e de pressao para ajudar a manipular o fluxo da energia no corpo, que eles acreditavam que periodicamente ficava preso ao longo do percurso do tendao. Contudo os seixos arredon- dados que os praticantes xamas normalmente utilizavam eram definitivamente duros demais ¢ as sementes eram frageis demais. Ou- tros objetos que aqueles xamas procuravam com avidez eram pedras planas ou pedagos de madeira pesada do tamanho da mio para colocé- los em Areas especificas da energia do tenddo em seus abdomens en- Anriiaros UTIMIZADOS IM CONJUNTO COM Passns quanto estavam deitados de costas. A primeira drea era logo abaixo do umbigo; uma outra era bem em cima do umbigo ¢ uma outra ainda era na area do plexo solar. O problema em usar pedras ou outros ob- jetos é que eles precisam ser aquecidos ou esfriados para se aproxi- marem da temperatura do corpo e, além disso, esses objetos geralmente sto duros demais, escorregam ¢ saem do lugar. / Os praticantes da Tensegridade encontraram um equivalente mui- to melhor para os artefatos dos xamas do antigo México: um par de bolas redondas e um pequeno peso de couro plano e circular. As bolas sio do mesmo tamanho das utilizadas por aqueles xamas, mas abso- lutamente no sao frageis; so feitas de uma mistura de Teflon refor- cada por um composto ceramico. Essa mistura dé as bolas um peso, uma rigidez e uma uniformidade que s4o totalmente congruentes com © propésito dos passes magicos. : O outro artefato, 0 peso de couro, tem sido considerado como sen- do um artefato ideal para criar uma pressio firme nos centros da ener- gia do tendao. Diferentemente das pedras, ele é bastante flexivel para se adaptar aos contornos do corpo. Sua cobertura de couro torna possivel ser aplicado diretamente sobre o corpo sem precisar ser aquecido ou esfriado. No entanto, a sua caracteristica mais extraordindria é 0 seu peso. Ele é leve o suficiente para nao causar nenhum desconforto e, ain- da assim, é pesado o suficiente para auxiliar alguns passes magicos ¢s- pecificos que promovem o siléncio interior pressionando centros no abdémen. Dom Juan Matus dizia que um peso colocado em qualquer uma das trés Areas mencionadas acima envolve a totalidade dos campos. energéticos de uma pessoa, 0 que significa um calar momenténeo do didlogo interno: 0 primeiro passo em diregio ao siléncio interior. — Por sua propria natureza, os artefatos modernos usados em conjun- to com passes magicos espectficos estiio divididos em duas categoria: A Primeira Categoria Essa primeira categoria de passes magicos que usam o auxilio de um artefato consiste de dezesseis passes magicos ajudados pelas bolas de Teflon. Oito desses passes magicos so executados no brago no pul- so esquerdos e oito nos pontos do figado e da vesicula biliar, do pan- creas e do baco, do cavalete do nariz, das témporas e do alto da cabe- ga. Os feiticeiros do antigo México consideravam os oito primeiros passes mégicos como sendo 0 primeiro passo em diregio a liberacdo do corpo esquerdo da dominagao injustificada do corpo direito. @ 229 230 Passes MAaicos 1. O primeiro movimento pertence ao lado externo do prineipal tendao do biceps do brago esquerdo, Uma bola é aplicada naquele local cOncavo e feita vibrar movendo-a de um lado para o outro com uma ligeira pressio (Figs. 464 e 465). Figura 464 Figura 465 2. No segundo movimento, uma bola é segura na concavidade da palma da mao direita, com o polegar prendendo-a firmemente (Fig, 466). Uma pressao firme mas suave é aplicada & bola, que é esfregada Figura 466 Figura 467 Anruratos UTILIZADOS IM CONJUNTO COM Passti, # 241 no pulso esquerdo até um ponto a cerca da largura de uma mio de distancia do pulso (Fig. 467), A bola € esfre cima e para baixo iado pelos tendées do pulso (F é ligeiramente pressionada em um ponto no antebrago esquerdo a uma mio de largura de distancia do pulso (Figs. 469 ¢ 470). Figura 469 Figura 470 4. Uma pressio moderada é aplicada no pulso do brago esquerdo com 0 dedo indicador da mao direita em um local préximo a cabega do osso do antebraco (Fig. 471). O polegar direito ancora a mao na parte de dentro do pulso (Fig. 472) e movimenta a mio de um lado para o outro (Figs. 473 e 474). Figura 471 Figura 472 Figura 473 Figura 474 232 Passis MAaicos @ 233 Antivatos UTILIZADOS EM CONJUNTO COM Passes. 5. Abola é aplicada no lado int do biceps esquer do ¢ é feita vibrar com uma ligeira pr . 475 ¢ 476), 6. Uma vibragao é aplicada no local céncavo nas costas do coto velo a esquerda do cotovelo em si. A palma da mao esquerda é girada ¢ fica virada para fora para permitir a maxima abertura daquela area (Fig. 477). A bola é esfregada ali, i 4 f Figura 475 Figura 476 Os restantes oito passes magicos dessa primeira categoria pertencem 4 parte superior do corpo e aos trés centros de energia: a vesicula biliar ¢ 0 figado, o pancreas e o bago e a cabega. 9. As bolas sao seguras com ambas as mdos; pressionadas e em- purradas profundamente para cima, mas apenas com uma ligeira pres- so, logo abaixo das laterais da caixa toracica, perto do figado ¢ do pancreas (Fig. 481). Depois elas sao feitas vibrarem firmemente, mas com suavidade, naquelas areas. \ Figura 477 7. Uma pressio moderada é aplicada em um local no meio da parte superior do brago esquerdo, no local céncavo onde o triceps se une a0 osso (Figs. 478 e 479). 8. O cotovelo esquerdo é agudamente dobrado e girado para a frente envolvendo a omoplata esquerda para dispersar a energia do tendao por todo o corpo esquerdo (Fig. 480). Figura 478 Figura 479 Figura 480 Figura 481 10. Depois a bola segura com a mao direita € aplicada com uma ligeira pressiio na Area logo acima do nariz, entre as sobrancelhas, € é feita vibrar (Fig. 482). » Figura 482 234 @ Passes MAgicos 11. As duas bolas sao aplicadas as témporas e feitas vibrar ligel ramente (Fig, 483). 12. A bola segura pela mao direita é aplicada bem no topo da ea beca e é feita vibrar (Fig. 484). Figura 483 Figura 484 13-16. A mesma seqiiéncia é repetida, mas, em lugar de fazer as bolas vibrarem, elas sao pressionadas contra aqueles centros de ener- gia. Durante esse segundo conjunto de movimentos, ambas as bolas sio pressionadas nas laterais da caixa tordcica, perto do figado e do pancreas. Depois a bola que est sendo segurada com a mao esquerda € pressionada na rea acima do nariz. As duas bolas sio pressionadas nas témporas e depois a bola mantida com a mao esquerda € pressio- nada no topo da cabeca. A Segunda Categoria A segunda categoria € composta dos usos do peso de couro para o propésito de criar uma pressio firme em uma area maior da energia do tendao. Ha dois passes magicos utilizados em conjunto com o peso de couro. Aqui as posig6es das mos para esses dois passes magicos sio mostradas com o praticante em pé. A verdadeira pratica desses pas- ses magicos é feita com o praticante deitado reto, de costas, com o Anrivaros UTiIZADOS IM CONJUNTO COM Passns peso de couro pressionando logo acima do umbigo ou em um dos dois outros locais escolhidos no abdémen: abaixo do umbigo ou acima dele perto do plexo solar, se colocar 0 peso neles for mais confortavel. ‘ 17. Os Cinco Pontos de Siléncio ao Redor do Peito Os dedos minimos de ambas as m4os sao colocados nas bordas da caixa toracica a cerca de cinco centimetros da extremida- de do esterno e os polegares sao estendi- dos 0 mais para cima do peito possivel. Os trés dedos restantes espalham-se unifor- memente no espago entre o polegar e 0 dedo minimo. Uma pressao vibratéria é exercida com todos os cinco dedos de cada mao (Fig. 485). Figura 485 ‘ Figura 486 18. Pressionando o Ponto Médio entre a Caixa Tordcica e a Parte de Cima do Ilio O dedo minimo e o quarto dedo de cada mao ficam nas partes superiores dos quadris enquanto os polegares ficam de cada lado da borda inferior da caixa tordcica. Uma ligs ra pressio € aplicada nesses dois pontos. Os dedos indicadores e médios pressionam au- tomaticamente pontos intermedidrios entre ag partes superiores dos quadris e a borda da caixa tordcica (Fig. 486). @ 235

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