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A Atheneu Parte 1 —Introdugio A Biofisica, 1 (AL. O Universo e sua Composigdo Fundamental, 3 2, Teoria do Campo e a Biologia, 13 3. Termodindmica, $5 Parte 2 — Fstruturas Moleculares, 75 4. Atomos, Moléculas, fons ¢ Biomoléculas, 77 Parte 3— Agua e Solugies 99 8. Agua, 101 6 Solugdes, 107 Ae-Suspensoes, 121 8. Difusiio: Osmose ¢ Tonus, 128 9. pH e Tampoes, 139 10. Oxidacdo ¢ Reduedo em Biologia, 163 11. Solugdes: Métodos Biofisicos de Estudo, 175 Parte 4 — Estruturas Supramoleculares — A Célula, 197 12. Membranas Biolégicas, 199 13, Bioeletricidade, Biopotenciais, Bioeletrogénese, 213 14, Contragdo Muscutar, 225 Parte § — Biofisica de Sistemas 235 15. Biofisica da Circulagdo Sangiiinea, 237 16. Biofisica da Respiracdo, 265 17. Biofisica da Fungdo Renal, 287 18. Biofisica da Visdo, 301 19. Biofisica da Audigao, 321 Parte 6 — Radioatividade e Radiagdes em Biologia, 337 * 20, Radioatividade, 339 21. Radiagdes lonizantes ¢ Excitantes, 357 22. Radiobiologia, 365 23. Iséiopos — Radioisotopos e Radiacdes — Aplicagdes em Biologia, 378 Apéndice 1, 387 Apéndice 2, 389 Apéndice 3, 393 1 O Universo e sua Composicao Fundamental De que se compsem os seres vivos? Essa per: guna leva a outra, anterior € mais geral: qual & a ‘composigao do Universo? Contemplar 0 Universo & uma destumbrante festa para os sentidos: objetos varios, luzes, cores, sons, movimentos e a presenga espantosa de Seres Vivos. A composigio desse Universo, desde 0 Mi cro até ¢ Macrocosmo parece muito complexa, pode ser reduzida a alguns componentes fun- damentais, que so: Quadro 1.1 — Composigdo Fundamental do Uni- | MATERIA ENERGIA ESPACO TEMPO ay ®) a o salmente representa pls Mass, Esses componentes, fundamentals simples- ‘mente porque no podem ser substituidos por ou tros, sio também denominados Grandezas, Quali dades ou Dimensdes Fundamentais. Todos nds temos nogio, subjetiva e objetiva, desses compo- nentes: Matéria — pelos objetos, corpos, alimentos Energia — pelo calor, luz, som, pelo traba. Iho fisico; Espago — pelas distincias, reas ¢ volume dos objetos ‘Tempo — pela sucessiio do dia ¢ noite, pela ‘espera dos acontecimentos ¢ pela duragio da vida. A combinagio dessas Grandezas Fundamen- a origem a uma série de Grandezas Deri das, A area 6 espago a0 quadrado (L2), 0 volume & espago ao cubo (L.). A relagio entre a quant de de massa (M),€ 0 volume de (L!), é a densida- de (a) MASSA _ M_ VOLUME ~ LF ML { A telacdo entre o espago pervorrido (L) eo tem: po decorrido (T) € a velocidade (v): f _ _ESPACO Ls t POT. Algumas dessas Grandezas de maior interesse «em Biologia serio comentadas mais adiante Essas Grandezas Naturais definem a composi fo © 0s fendmenos que ocorrem no Universo, de moaneira Qualitativa. Pars a definigSo Quantitativa usam-se os Néimeros, que foram inventados pelo Homem, Com o uso dos nimeros é sempre possi- vel definir a quantidade de cada componente | sia, Espaco e Tempo nos Sistemas Biolog Os Seres Vivos e a Composigao do Universt Os Seres Vivos, fazendo parte do Universo, so compostos de Matéria, utilizam ¢ produzem Energia, ocupam Espaco préprio, e vivem na Di mensto Tempo, Sua composigio, estrutura e fun- jo qualitativa é quantitativamente definida por Nameros adequados, com 0 uso das Grandezas Fundamentais ¢ Derivadas ‘Grandezas Fundametitais e Derivadas—Equagbes Dimensionais ‘As Grandezas Fundamentais e Derivadas so convenientemente agrupadas em Sistemas coe- rentes de medida, O uso desses sistemas & indis- pensfvel, porque racionaliza o uso das Grandezas. © SI (Sistema Internacional) é oficialmente re- comendado, mas em Biologia usese também 0 MKS (Metro, Kilograma, Segundo) e o CGS (Cen: timetro, Grama, Segundo), e também sistemas in- coerentes de unidades. O uso de todos esses sis temas deve ser desaconselhado em favor do SI. O adrfo SI de Massa é 0 célebre cilindro de platina iridiada, depositado no Biro de Pesos e Medidas em Sevres (Franga), e que vale 1 kilograma. A no- ‘940 de um kilograma é dada por um litro de gua (um cubo de 10 x 10 x 10 om de H;0). Submalti «plos do kilograma sf muito usados em biologia, © grama é mil vezes menor, 0 miligrama um mi Ihdo de vezes menor que o kilograma e mil vezes ‘menor que o grama. A unidade de Espago é o me- tro, cuja definiggo moderna é baseada no com. primento de onda do criptonio. Um metro é apro- ximadamente a distincia de 4 palmos ou § Iadri hos retangulares. O metro se subdivide em centi metros (cm, 10°? do metro) e milfmetro (mm, 10-* do metro). O tempo & medido em se- gundos, que € definido modernamente pelo intervalo de oscilagoes das linhas eletromagnéticas do césio-133. Na vida comum, o Tempo pode ser avaliado por qualquer fendmeno periddico, como (s batimentos card facos ou as estagGes do ano. Um segundo & um pouco mais que o intervalo de um batimento cardiaco de um adulto normal (75 bati- ‘mentos por minuto). Os miltiplos do segundo sao © minuto (60 segundos) a hora (60 minutos, 3.600 segundos) ete. Os submiltiplos so 0 milisegun- do (10 do segundo) ¢ outros ainda menores. Veja no Apéndice III, os prefixos ¢ valores dos ‘miltiplos e submiltiplos dessas Grandezas. Massa— A massa (M) € a medida da quanti dade de Matéria de um ser vivo. Sob a ago da gra- vidade, a massa exerce uma Forga, que € 0 peso. Na linguagem coloquial, massa € pes0 sfo usados ‘como Sindnimos, mas massa deve ser preferida. Os seres vivos variam largamente na escala de massa, indo desde virus, com massas da ordem de 107° kg, até baleias com massas de 10° kg. A-unidade de massa molecular, o dalton, seré vista no capitulo Estruturas Moleculares. ‘A massa dos individuos da espécie humana va- ria com diversos fatores, mas, em biologia médica, € um indicador do estado de higidez dos indivi. duos. Comprimento, Area e Volume — As dimensGes dos seres vivos variam em larga escala, da mesma forma, e acompanhando a massa. A fea (L2), ou superficie corporal, pode ser relacionada a diversos fatoresfisioldgicos, como 0 metabolismo, a perda de plasma em casos de que madura, ete. A unidade de érea do SIé 0 m?, mas em biologi, usa-se ainda o cm*. volume (L?), tem grande importincia bio- l6gica, como veremos, em varios exemplos, neste texto. A unidade SI de volume é 0 m?, mas usa-se ainda 0 em?, 0 litro (1) ¢ 0 miliitro (ml) Densidade — Como ja vimos, a relago massa/volu- me é a densidade: MASSA M_ 7, © vou ~~ Mt Fig. 1.1. Densidade matiria que B, ¢ portanto, menor densdade. (sass) ~_C) Volume — para um mesmo volume A tem menos AA densidade representa a quantidade de maté- ria existente na unidade de volume dos corpos (Fig. 1.1). ‘A densidade dos tecidos biolbgicos ¢ peculi ‘mente préxima a da gua, com exceeto do tecido, 6ss20, que é muito mais denso, A densidade do sangue humano é de d = 1,057 gem" (CGS) ou 4 = 1,087 x 10° kgm“? (SD) isto €, pouca mais denso que agua: d'égua = 1,0 g.em” (CGS) ou 1.0 x 10" kgm”? (SI). A densidade dos tecidos e fluidos biolbgicos ¢ caracteristicamente constan- te, variando dentro de estreitos limites. Variagdes além, ou aquém, desses limites, signiticam alte rages que podem ser patologicas. Velocidade ~ Os seres vivos, suas partes (membros, rgfos) seus componentes (sangue, etc.) esto em constante movimento, que é a mudanga de posigZ0 no Espago. Esse fendmeno & medido pela veloci- dade, definida como 0 Espaco percorrido dividido pelo Tempo decorrido: ‘micas, estamos substituindo Espago percorrido por Matéria transformada por Unidade de tempo. ‘Acelerago — A mudanga de velocidade em fun- fo do tempo & a aceleraeto (a), que ¢ definida como a variago da velocidade (AV) dividida pelo Tempo: . Essa formula mede a aceleragzo do sangue na ejegd0 cardiaca, a aceleragao da corrente aérea na respiraggo, a aceleragao de objetos pela contragao ‘muscular. A aceleragio que esté representada na fig. 1.3 6a linea. Se 0 espaco percorrido aumenta em fung0 do tempo, a aceleragao é positiva, se diminui, é nega- tiva, Quando © aumento da velocidade é constan- te, a acelerago € uniforme. A aceleragio da gravi- dade (g) tem indispensivel uso em biologia, e seu valor é = 9.8m. L=10cm. \dade— Offematia Vaso sangtineo. Essa formula mede a velocidade constante, aproximada, da corrente sangiinea, dos impulsos nervosos, dos movimentos musculares, do deslo- ‘camento de ions entre dois compartimentos. ‘Quando se fala na velocidade das reagOes qui- Fig. 1.3. Acclergio — A cada segundo, 0 espago percortido é maior, porgu: Forca ~ Outra grandeza importante em Biologia é 4 Forga (F), que se define como 0 produto da Mas- sa pela Aceleragao: F fassa x Aceleraggo = MLT~* AA forga esti presente em todas estruturas & processos biologicos, desde moléculas até sistemas complexos. As moléculas bioldgicas sto formadas através de forgas de atrapfo e também de repulsf0, essas Forgas Sto atuantes nas reagdes moleculares. Sto forgas de atragéo que respondem pela manu- tengo das estruturas supramoleculares,comocéht- las, teidos e Orgfos. A medida da forga de contra fo muscular € teste importante da fungfo mus cular. ‘A unidade de medida da forga € 0 Newton. velocidade esté sumentando, Segurar um objeto de 100 gramas (0,1 kg) corres: ponde a fazer uma forga equivalente a I newton. Sustentar um peso de 1 kg corresponde a 10 newtons. Energia e Trabalho — Energia (E) ou Trabalho (1), sfo duas grandezas que possiem @ mesma expres Mo dimensional, porque elas representam dot a pectos de uma mesma Grandeza Energia pode prodizi Trabalho ‘Trabalho pode producir Energia Energi e Trabalho sao definidos como o pro- duto da Forga vezes a Distancia percorida pela Forea Eou = ForsaxDistancia= MLT"? xL=ML'T? © Trabalho representa a principal, sendo tink ca, aivdade do ser vivo. Toda manfestagdo bilo fica se fer através de Trabalho ou Enerpa. A con traggo muscular € trabalho retirado da energia ele trea dos misculos, A sintese de protenasé traba- tho retirado da energa letra dos alimentos. A emsedo de luz pelo vaalume 6 Energia producida or sstemas quimicos especial. ls aey Fig. 14, ‘Trbalho ~ Corresponde 0 desk Ama Fore. No cao da fora Gr #0, ex 98m +3" =I Jou © Trabalho ou Energia fo medidos pelo joule. Um joule ¢ obtido quando Forca de I new. ton se desloca 1 metro: levantar um objeto de 100 g (0.1 kg) a 1 metro de altura é realizar traba Tho de 1 joule. Se a massa for 1 kg, é ap. 10 joules. (Fig. 14). © Trabalho é uma presenga constante em bio- logia.Neste texto, inimeros exemplos serfo mos- trados, inclusive casos aplicados (V. Campo Gra- Vitacional Aplicado @ Biologia, Estrutura Mole- cular, Osmose, etc.) Poténcia — A poténcia (W), é a capacidade de rea- lizar Trabalho (ou produzir Energia), em fungg0 do Tempo: Energia a we (2 Trabalho) | MLET? yap Tempo T A poténcia é medida em watts. Se a massa da Fig.L4 for levantada em | segundo, a poténcia serd de 1 watt. Portanto, um watt corresponde a levan- tar masta de 0,1 kg a 1 m de altura em 1 s. Essa poténcia é 1 joule por segundo: Joule Segundo We watt = A poténcia é uma propriedade muito impor- tante no desempenho biol6gico (V. leitura comple- mentar O1, Aplicagdes do Campo Gravitacional & Biologia, Biofisica da Audicdo, etc.) Pressio — A todo momento, em Biologia, fala-se em Pressfo (P), que é definida como uma Forga agindo sobre ume Area: fel orga ed ML Tg ene ae Po ea ae MET A unidade SI de pressao € 0 pascal, abreviado Pa, O Pavale pois: 1Pa= IN Corresponde a pressio que uma placa leve de plistico, de 19 g, exerce sobre a palma da mio (100 cm?). ‘A pressfo sangiinea é a forga que o sangue exerce Sobre as paredes dos vasos sangiineot. A pressfo intraglomerular é a forga que o plasma exerce dentro dos glomérulos, e produz o filtrado para formagao da urina. A pressio osmética é a forga que moléculas de uma solugdo exercem sobre paredes celulares. Alguns tipos de pressfo esto na Fig. 1.5 aes A Fig. 15, Press. ‘Quando a pressio exercida modifica o volume do sistema, algo importante ocorre: aparece Tra- balho (ou Energia) como mostra a andlise dimen- sional: (MET) x (L) Presstio x Volume Esse tipo de trabalho originado do produto Pres- so x Volume resulta da contracio de cavidades, ‘como no coragio, pulmo, arérias, bexiga, tubo di gestivo, ete, A pressio atmosférica e a pressao hidrostatica ‘io muito importantes em biologia, e serdo estuda- das em itens especiais. Viscosidade ~ A viscosidade dindmica ¢ a resistén cia interna de um fluido, Iiquido ou gas. Esse atri- to interno € visivel no escoamento de fluidos. Basta comparar 0 escoamento de dgua (viscosidade ‘menor) com o de mel ou xaropes (viscosidade mai- or). A viscosidade, fisicamente, & a Forga que deve ser feita durante certo Tempo, para deslocar uma ‘Area unitaria de um fluido (Fig. 1.6). A viscosidade 6 representada pela letra grega n (eta) FORGA x TENPO Fig. 16, Viscosidade 0 trio ene dois alberos imagines no liguido que seeson. A Clindro sobre placa B Moéculs em solo: C—Liguido no vaso; D~ Contaso cardia. ga x Tempo LT? x y= Fo Tempe MUP? gps ‘A viscosidade tem enorme importincia biol6- gica tanto no escoamento de liquidos como na Cireulagio sangiinea (V. Biofisica da Cireulayio), na lubrificagdo de articulagées e na preparacéo de fluidos para uso biolégico. Em biologia, a viscosidade dindmica é medida em unidades do CGS, 0 poise, que vale dine x s/ cm?. A gua, a 37°C, tem 0,7 x 10° poise, e 0 sangue humano, aproximadamente 4 vezes mais, 0128 x 107 poise. A 20°C esses valores sé0 0,01 € 0,04 poises,respectivamente. No SI, @ unidade de viscosidade € o Noms, ¢ ddenomina-se Pascal x segundo (Pa's). A equiva- lencia é IPa's = 10 poise A viscosidade do sangue a 37°C varia entre 241 a 3,2 x 103 Pass. A‘anélise dimensional mostra que a viscosi- dade pode ser considerada como o Trabalho x Tem- po gastos em mover um Volume do fluido (V. Leitura Complementar 01, exemplo 4), ‘Tensio Superficial — A tenso superficial represen- ta a Forca que deve ser feita para a penetragio de ‘objetos em uma superficie liquida. A tenso super- ficial € representada pela letra grega o (sigma). Dimensionalmente, € a Forca dividida pela Distan- cia, ou 0 Trabalho dividido pela fea de penetragao (Fig. 1.7), e as equagies sio: SA prondncia €poase. FORCA TRABALHO 1s UTRO t Fig. 17. Teasio Superficial — As doa definigies so ‘quivalentes(ver text) Fowa _ MLT _ sips Distancia L Trabalho __ ML ae Area AAs unidades do SI sio © newton-metro“! ou Joule.metro™, Em biologia usa-se ainda 0 CGS, como dineremr’. A tensio superficial da dgua é 71 dine-em-', aproximadamente 71 erg:em= (0.07 gramas por em’. Insetos que exercem peso menor que este pousam facilmente sobre a agua, ‘mesmo que sejam mais densos. ‘A tensio superficial tem importincia primor- dial na troca de gases no pulmio (V. Biofisica da Respiragio), ¢ foi a origem da compartimentagio bioldgica (Ver Agua e Solugées). O mecanismo da tensdo superficial seré descrito em “Agua e Solu- gies ‘Temperatura — um dos parimetros fisicos de maior importincia em Biologia, e deve ser bem di- ferenciado de Calor: ‘A temperatura é uma medida de intensidade da energia trmica, © calor & medida da quantida- de de energia térmica (©. modelo da Fig. 18 dé uma idéia de Calor € Temperatura, Um lito (1 1 = 1.000 mde égua tem a quantidade de calor e, e temperatura t (Fig. 1.84), Se esse calor fosse eomcentrado em 1 mi de gua, a temperatura subiria para 1,000 ¢ (Fig. 188) ‘A temperatura, mal comparadg,¢ a “densidade” cu “concentragio" de energia TERMICA por vo- lume de matéria. Sabe-se gue, exceto em muito baixas temporaturas,& temperatura é uma expres- sio da energa cintica das moléclas a a“ Fig. 1.8. Calor Temperatura Ali (1.000 my om calor C resulta temperatura B =m com cealorC, rsa temperatura 10001 ‘A dimensio da temperatura € @ *. Como se v2, 86 uma representagio direta de E, energia [Na pritica, a temperatura € medida em graus. Duas escalas sto usadas. A centigrada (°C) que tem Ponto zero na fusio do gelo, ¢ 100° na ebuligio da ‘gua, sob pressio de 1 atmosfera. A absoluta (°K), tem Zero a -273,150C. Elas so portanto relaciona- das ¢ simbolizadas como: T=t+273 1S OC = 279K t “KC 100°C = 373°K ‘A quantidade de calor é medida em quilocalo- rias, mas essa unidade deve ser abandonada em fa- vor do Joule (V. Termodinamica) Fregiiéncia ~ Diversos fenémenos biolégicos sio repetitivos em fungio do Tempo: batimentos car- dfacos, movimentos respiratérios, ondas elétricas cerebrais, e sio medidos pela Freqléncia, que é re- presentada pela letra f. ‘A Frequéncia € 0 mimero de eventos quais- quer num intervalo de Tempo. Por isto representa- se apenas como o inverso do Tempo: [er] Quando se diz que a freqiiéncia cardiaca € 80 por ‘minuto, quer-se dizer 80 batimentos cardiacos por minuto. A unidade de frequéncia é o Hertz (Hz) ue corresponde a um evento por segundo (s~!, Atengio: a0 determinar frequéncia, o inicio da contagem é a partir de 0, nunci de 1! Leitura Complementar - LC - 01 © Bidlogo e as Dimensdes, ‘Um habito prejudicial, ainda muito arraigado entre 0s Biologistas, & o desprezo voltado as Di- -mensbes, Sdo expressOes corriqueiras: 7 0-teta lea green “A pressio sangitinea ¢ 12 por 8”. “O volu- me celular € 80”. “A concentragdo da solugfio é 0,2". “A temperatura 6 39” frases nas quais as dimensées sao ignoradas. Sabe-se que todos os pa- rimetros fisicos e, portanto, 08 biol6gices, sio di- mensionais. Fazem excegio algumas constantes ‘matemiéticas, fatores de proporcionalidade ¢ razdes, porque as dimensBes se cancelam, ‘Como usar alguma dimensio 6 melhor do que nenhuma, tolera-se em Biologia medir pressio em “centimetros” ou “milfmetros”, massa em gramas, viscosidade em poise ¢ tensio superficial em di- nesem"', além de muitos outros exemplos. (© uso da andlise dimensional indica 0 caminho ccorreto nas operagées com Unidades, mostra novos parimetros e define o grau de certeza, ou disparate, das operagGes realizadas. Vejamos quatro exemplos: Exemplo 1 — Um anestésico de uso intravenoso sage na dose de 2 mg/kg de massa corporal, vem em ampolas na concentragio de 10 mg/ml, e 0 paciente pesa 60 kg. Qual o volume de solugdo anestésica a ser injetado? [Dose ativa: 2 mgkg" own ph 10 mgm" ente: 60 kg Procurado: volume em ml a ser injetado. ‘Sabemos que se apés 0 cancelamento das di ‘menses sobrar apenas mil estaremos seguros de um resultado certo. Como primeira tentativa, vamos rmultplicar diretamente as dimensoes: Ry = (2 marke") x (10 mgmt!) x (60 kg) = 120 mg*mr! ‘Obtemos um resultado insatisfatério, em espe cial, para o paciente. Vamos agora inverter as di mensGes da concentragio e repetir a muliplicagao: Rox @meke) x (Lm) x (60 kg)= 12m, ou seja, um resultado que garante 0 despertar do. paciente. Esse procedimento se aplica a todos os casos de administrago de medicamentos. Nota: Verificar, mudando 0 que quiser, que ape- nas esse resultado € obtido como correto, Vocé no- tou que foram usadas unidades incoerentes? Por que, nesse caso, o resultado foi correto? Exemplo 2 — O que significa produto Pres sdo x Volume? ‘A anélise dimensional mostra: Pressio x Volume = Energia (Trabalho) (ML"'T?) x (L)) = MET? Se o volume nio varia, hé Energia Potencial Se 0 volume varia, hd destocamento de Forga, e, consegilentemente, ‘Trabalho. Exemplo 3 — O que representa o produto For- ax Velocidade? Essa € outra alternativa ao quociente de Trabalho por unidade de Tempo, que vimos an- teriormente, representando Poténcia, Exemplo 4 — Um outro modo de compreender Viscosidade é quando se considera o Trabalho que € necessério para deslocar um Volume de fluido (Fig. 1.9), Fig. 19, Ourarepresentagio de viscosdade (ver também aFig 16. A andlise dimensional mostra que: Trabalho x Tempo _ML°T? xT Volume D = ML"'T (Dimensao de Viscosidade) Esse, ais, € um método prético ¢ simples pa- ra determinar viscosidade de liquidos: mede-se © tempo que uma esfera de ago leva para percorrer uma distincia no liquido, em queda livre. Para concluir, 8 andlise dimensional € um grau de certeza tio efetivo, que resultados corretos po- dem ser obtidos, sem que seja conhecido o signifi- cado ou 0 mecanismo do processo. Basta que as dimensées signifiquem alguma coisa fisicamente plausive ‘Temas para Grupo de Discussio - GD - 01 1, Discutir as relagdes entre os Biossistemas e as Grandezas Fundamentais 2. Recolher em textos diversos de Biologia (Ana- tomia, Histologia, Bioquimica, Fisiologia, Te- rapéutica, ete.) amostras do uso indevido de unidades, € converté-las para o SI. Os textos 9 de Medicina sio particularmente férteis em exemplos. 3. Discutir massa e peso, velocidade e acelera- fo, energia e trabalho. Procurar em livros de Fisica conceito de aceleragio linear ¢ tangen- cial (opcional). ‘Teabalhos de Laboratério - TL ~ 01 Nao se deve objetivar grande precisfio nesses temas simples. 1, Determinar a massa de objetos comuns. Calcule © peso. 2, Determinar a densidade de alguns objetos s6- lidos, e de Ifquidos. “Invente” 0 procedi mento, 3, Medir o fluxo de égua em tubos de virios di- metros. Use um cilindro graduado para deter- rminar 0 Volume € um rel6gio provido de indicador ‘de segundos (ou cron6metro). O que se pode cat- ccular com esses dados? Transfira 0 modelo para a circulagdo san- guifnea. Atividade Formativa 01 Proposigdes: O1.Expressar, usando as Qualidades Fundamen- tais do Universo, as seguintes Qualidades De- rivadas: 1, Area 5. Aceleragio 2. Volume 6. Fora 3. Densidade 7. Pressio 4, Velocidade 8. Trabalho (02. Expressar as Qualidades da P. 01 em Unidades Sle CGS, 03,Uma hemécia marcada com radioisétopo se desloca entre dois pontos de um vaso sangli- neo. A distancia entre 0s pontos € 0,2 me tempo gasto foi de 0,01 s. Calcular a vel&ci- dade da corrente sangiinea no SI e CGS. (04. Uma hemcia é acelerada pela contragio ven tricular. No primeiro 0,1 segundo, ela percor re 10 mm, no segundo 20 mm, ¢ no terceiro, 30 mm, Calcular a aceleragio em ems" e 05.Um individuo levanta um objeto de 5 kg a 1,20 m de altura em 1,3 s. Na repetiglo do tes- te, ele consegue tempo de 0,92 s. Caleular 0 ‘Trabalho realizado e a Poténcia demonstrada em cada caso. (06.Um atleta suporta sua massa corporal (70 kg) suspenso em uma barra. Qual a Forga que ele faz? 10 (07.Para empurrar massa de sangue de 100 com aceleragio de 0,012 m's.", quanto de Forga E necessirio? (08. Um atleta (70 kg) salta sobre um obsticulo de 1,20 m de altura, Qual foi 0 Trabalho fisico realizado? (09.0 coragio se contrai com pressio méxima de 120 mmHg, langando sangue numa aorta de 2,5 cm de didmetro. Qual € a Forga da contra- ¢o eardiaca em unidades SI? 10.Caleular a Energia, em unidades SI, necessé- fia para produzir a Forga de contragio eardfa- ca na proposigio anterior, sabendo-se que 0 volume do ventriculo na sfstole & de 100 em. ica: Bnergia/Volume = 2 11. bexiga se contrai (variago de volume) para eliminar urina (sob pressio). O que represen- ta.a combinacéo dessas variveis? 12.A dose efetiva de uma sulfa é 0,02 ekg", to- mada de 8 em 8 horas. Se o paciente pesa 75 kg, quantos gramas deve tomar a cada in- tervalo? Se cada comprimido tem 0,5 g de sul- fa, quantos comprimidos devem ser ingeridos a cada 8 horas? Use dimensbes. 13.Uma suspensfo de antibistico, para uso oral, tem concentragdo de 500 mg-10 mI. A dose para criangas é 30 mg-10 kg! de massa cor- poral (“peso”). Quantos ml voce daria para uma crianga de 20 kg se a dose & tomada de 12 em 12 horas e qual o total ingerido em 5 dias? Use dimensbes. 14.0 fluxo de um liquido biolégico qualquer (angue, linfa, et.) € definido como o volu- ime debitado por segundo. Se a érea do vaso for conhecida, que mais se pode calcular? 15. Distinguir massa e peso. 16.Das Dimensoes Derivadas, apenas Area (L?), Volume (L') e Densidade (ML) nao pos- suem o Tempo (T) na férmula dimensional. Discutir. E possivel que Matéria e Espago se- jam eternos? 17 Diseutir a quantidade de calor e a temperatura dos seguintes sistemas: xfeara de café bem quente. Piscina com gua fria. Pequena esfera de ago, aquecida a0 rubro. 18. que temperatura centigrada equivale 310°K? (considere 0 zer0 absoluto como arredondado para -273°K), . 19.4 que temperatura absoluta equivale 37°C? (© ze10 absoluto, como na P-18). 20, Uma substincia radioativa emite 3.000 pul- sos por minuto. Qual & a freqiéncia de emis sto? 21.Um coragdo pulsa 6.480.000 vezes em 24 horas. Caleular sua freqiéncia, Objetivos Especificos do Capitulo 1 Nomeareconestuar as grandezs Fundamen- aise Derivads do Universo, Concer Bios enter edescrever aguas pranderas como “Massa, Area, Volume, Densidade Velocidad, ‘Acsleraro, Fora, Enerlae Trabalho, Pot cla, Press, Vscosidade, Tensio Supericial, Temperatura Froqéncia Resolver problemas simples, apicado ABiolo- i, envolvendoessasQuaidadese suas qu (Ses Dimensions 2. Teoria do Campo e a Biologia Por que os corpos se movimentam? Como se formam as moléculas e demais estruturas que conhecemos? Por que partes de Matéria se atraem, ou se repelem? Como os seres vivos utilizam Ener- sia, e trabalham? Por que os fendmenos levam ‘Tempo para ocorrer? ‘A resposta basica, ¢ fundamental, a essas per- ‘guntas, estd na Teoria dos Campos. Essa teoria, do onto de vista conceitual, & muito simples: Matéria © Energia sfo dois estados dife- rentes de uma mesma Qualidade Fundamental: A Matéria se caracteriza pela massa de inércia, a Energia & capaz de produzir Trabalho. Esse con- czito de Matéria (Corpos) e Energia (Campos), esté contida na Teoria dos Campos: ‘Toda Matéria emite um Campo, que é Energia. Essa Energia se manifesta com uma Forga, que pelo seu deslocamento € capaz de produzit Traba- Iho: Matéria = Energia = Forga = Trabalho Embora falte precisio formal a esse modelo, cle € satisfat6rio para o Biologista compreender os fendmenos biolégicos. O campo se manifesta sob ‘és formas definidas, que sto: Gravitacional Eletromagnético Nuclear G EM N Campo Propriedades Principais ‘Somente Forga de Atracfo. Varia inverse. G4 mente com 0 quadrado da distancia. Age a Jongas distincias, como no sistema solar. Forgas de Atragio ¢ Repulsio 2) Com carga: Campo Elétrieo, com carga postivas e negativas. Varia com 0 inverso do quadrado da distincia, age a pequenas distincias, como alguns metros. Campo Magnético, com pélos norte sul. Variacom inverso da distincia. Age a Distincias médias, como na Terra 'b) Sem carga: Campo Elétrico e Magnético | combinados. Sao as radiagdes eletromagné- ticas, desde raios e6smicos, raiso X, ultra- vvioleta, luz visivel. infravermelho (calor), ondas de radio. Varia com inverso do quadrado das distancias, e atinge distancias astronémicas, Forgas principais de Atracdo e Repulsio muito n.d. fortes. Agem apenas em distancias muito curtas, intranucleares. Forgas secundirias fracas, entre algumas particulas. 2.1 — A Dimensto Tempo ‘A Teoria dos Campos prevé que 08 Corpos no interagem diretamente entre si: toda interagdo é entre Corpos © Campos. Duas moléculas nfo coti- dem fisicamente, Matéria com Matéria. A intera- fo se faz entre Campo de uma, ¢ Matéria da ou- tra, e vice-versa. Os Campos emitidos pelos Corpos podem interagir entre si. Assim, a propagaggo da interacdo no Espago se faz através da propagagao do efeito do Campo, e demanda certo tempo para ocorrer. A interagg0 mais rapida é a da luz, no vécuo. ‘Nao ha, pois, eventos instantineos, ¢ nem tam- pouco imediatos. Todos demandam Tempo, ¢ tém (0s Campos como mediadores do processo. Quando 13 ddizemos que uma reagio foi instanténea, apenas es- tamos indicando que o Tempo da reagio foi mui to rapido para ser percebido pelos nossos sentidos. Com instrumentagio adequada, pode-se demons ar que 0 evento levou tempo para ocorrer. Alguns fenémenos biolégicos levam milionésimos de segundos para acontecerem. 2.2 ~ Estados e Formas de Energia nos Campos A enengia existe nesses Campos sob dois Es- tados: Energia Potencial (E,) em repouso, armaze- nada, Energia Cinética (E,) em movimento, traba- Ihando, ‘A conversio de um estado no outro: Epo Bs € possivel, ocorre frequentemente nos fendmenos universais, e especialmente nos sistemas biol6. agicos. Além desses estados, a Energia existe sob vé- rias Formas, algumas das quais estao no Qua- dro 2.1 Quadro 2.1 — Algumas Formas de Energia ‘Campo G | Campo EM ‘Campo N Gravitacional | Elética Nuclear Fore Meciinica | Magnética ‘Nuclear Fraca (Trabalho) Bletromagnética (Raios X, luz, calor, osmética, et.) Exemplos desses Estados e Formas de Energia nos Seres Vivos, vém a seguir. 2.3 A Biologia e os Campos G, EM e N Os seres vivos slo os grandes usudrios dos Es- tados e Formas de Energia. Nenhum aparelho cria- do pelo homem consegue utilizar, com eficiéncia e variedade, como os setes vivos, os diversos estados ce formas de energia Campo Gravitacional (G) © Campo G é emitido por toda e qualquer Ma- téria, e fornece somente forga de atragdo. Exis- tem dois tipos de Campo G: 1. Campo G Real ~ emitido pela materia. E permanente. 14 2. Campo G Provocado ~ produzido pela aceleragio dos corpos. & transitério. © Campo G da Terra 6 um exemplo tpico de Campo G real (Fig. 2.1), SUPERFICE TERRESTRE Fig. 24. Campo G da Terra ~ Os vetores indicam 0 sentido docampo sentido nico da forga do campo & em dire- ‘elo ao centro, onde a Gravidade (forga do campo) & ula. A qualquer distancia do centro, existe forga que atrai os corpos, sempre na dires’o do centro. No campo G da Terra os corpos podem ter energia potencial (Ep) ou energia cinética (E,), como mos- tra a Fig. 2.2. (© campo G da aceleragio mais conhecido é das centrifugas (Fig. 2.3), Esse campo aparece com a rotagio do sistema, e tem a diregdo indicada pelo vetor tracejado. For- 628 muito superiores ao campo G da Terra podem ser obtidas por esse método, Esse campo G provo- cado é muito usado na instrumentago em Biolo- gia, e em estudos dos efeitos do campo G sobre os Biossistemas. Anda no campo G existem forgas mecfinicas, como as representadas por molas comprimidas ou esticadas, i.e., fora da sua posigio de equi brio (Fig. 2.4). A dilatacio de gases, a circulagio de fluidos 1 deformacio dos Corpos so outros exemplos de Trabalho mecinico no Campo G. Como o Campo G esti envolvido com os sis- temas biol6gicos? Hé uma interaggo mitua e in- dissocisvel: 1. A atividade dos Biossistemas no Campo G. 2. A aco do campo G sobre os Biossistemas. A atividade dos sistemas biolégicos no cam- po G € manifesta pelo movimento, especialmente 0 de origem muscular. Essa atividade é Trabalho, que biologicamente ¢ a expressiio dos processos vi- Fig. 24. Forgas Meciicas no Campo G ~ A mois em reposo 6 comprimis (A ou oxida (8). Acumulass rmecinica. Ao serem solts, as moles devolvem a Ep como EG, relizando Trabalho (=>). ‘tui. Seres vivos produzem sons ¢ ruidos, movimen- tam fluidos, como gases ¢ Ifquidos. O levantamen- to de pesos no campo G é importante meio auxi- liar na terapia funcional (V. Aplicagoes Biolégi- cas). O ultrasom, que é energis mecénica, ¢ tam- bém instrumento importante na terapia eno labo- ratério (V. Aplicagdes Biolégicas). © campo G é auxiliar na introdugfo de Hiqui- dos no organismo, especisimente na terapia in- travenosa de fluidos, e na drenagem de cavidades corporais (Veja Aplicagdes Biol6gicas). ‘© campo G age sobre os macrossistemas, i. sobre partes volumosas e ponderalmente significa- tivas, como a massa sangihinea, a8 visceras, as par- tes sustentadas pela coluna vertebral, ete. A agg0 sobre a massa sanglinea é extremamente impor- tante (V. Bioffsica da Circulagfo). A aco sobre as visceras pode resultar na ptose (queda) dessas visceras. A mais comum é a queda dos rins, que pode ser acompanhada do dobramento do ureter, « conseqiiente bloqueio do fluxo de urina. A forca do campo G agrava também a curvatura viciosa da coluna vertebral, como na cifose (curvatura com convexidade posterior) lordose (convexidade an- terior) ¢ escoliose (curvatura lateral) Os seresvivos so dotados de mecanorrecepto- res (percebem estimiulos mectnicos), barorrecepto- res (sentein pressfo), e ainda receptores que indi cam a diregfo do campo gravitacional. O caran- gucjo “chamamaré” (Uca pugilator) cava sua toca no sentido do campo G. A exploragfo do Cosmos. trouxe grande avango nesses conhecimentos, ha- vendo mesmo sido criado um capitulo especial de Biologia Gravitacional, além de uma Comisséo Internacional para se dedicar a esse assunto, 16 Campo Eletromagnético (EM) © campo EM é bem mais dversificado que 0 campo G, © possui forgas de atragio e repulsio. Ele se divide em campo Elétrico (E), campo Magnético (M) © campo Eletromagnético (EM), que & a combinagl0 dos dois. Os campos Ee M ppossuem carga, © campo EM ngo possui carga (Figs. 25 € 26). A) Com carga 1. Elétrca: Positiva (+) ou Negativa (~) 2. Magnética: Pélo Sul (S) ou Norte (N) {As forgas de atragfo e repulsfo seguem a lei de Coulomb (Fig. 2.5). B) Sem carga 3. Radiagdo eletromagnética (Raios X, luz, calor, ete) © campo EM sfo as radiagGes eletromagnéti- ‘cas (Fig. 2.64), que possuem amplo espectro de cenergia (Fig. 2.68). ‘Como o campo EM estd envolvido com os sis- ‘temas biolégicos? Ha uma interago miétua e indis. sociével: 1, Aatividade dos Biossistemas no campo EM. 2. Aagdio do campo EM sobre,os Biossistemas. © campo EM, tanto como Eiétrico puro (E), Magnético puro (M) ou combinado, Eletromagné- tico (EM), € de importancia fundamental em bio- logia Os seres vivos, em sua atividade biolégica, pro duzem os trés campos. O campo Elétrico ¢ presen- CAMPO, ELETRICO CAMPO, MAGNETICO ATRAGAO 9 3 REPULSAO e ec 3 Oe REPULSAO Fig. 2.5. Campos Elétrico e Magnético. Comportamento das Cagas. Atrasfo: cargas diferentes; positva com negatva ‘ou polo aul com pélo norte, Repulsfo:cargas semelhantes; positiva com postiva ou nepativa com negative, ‘O'mesmo se aplca a polo sul cnm sul, ou pdlo norte com norte. oo PULSO E a {PULSO M mm ENERGIADIMINUE — - i ee ce VV ea OR Ry Fig. 2.6, Campo Eletromagnético — (A) Estrurura da radiaco EM: Os campos Ee M t8m pultos perpendiculaes entre; (B) A faiza de Energia 6 ands, RC ~ RadiagZo Césmica: Rx e Ry ~ralos X e Radlaglo"7; UV — Uttravioleta; V ~ Visivel; IV ~ infravermetho (calor) © OR ~ Ondas de Radio. te em todas as células, e sua propagario é medida como 0 eletrocardiograma (ECG), eletroencefalo- grama (EEG), eletromiograma (EMG) e eletroreti- ograma (ERG). Esses registros possuem conside- rével importancia na pesquisa e clinica. O impulso nervoso € uma corrente elétrica. (V. Biofisica de Estruturas Supra-Moleculares). O campo magnéti- ‘00 participa de certas propriedades de moléculas ‘como a hemoglobina, citocromo, ferredoxina, outras. © campo EM esté presente em todos os seres vivos, sob a forma de calor. Como veremos na Ter- modinimica, o calor sempre aparece em qualquer transformagfo ou procesto que ocorra no Unk verso. Hi também biossistemas capazes de produzir radiag6es mais energéticas, como luz vistvel. Vaga- umes € diversos outros seres, especialmente ba rias e algas, produzem Iuz por um mecanismo alta- mente eficiente. © campo EM participa de todas estruturas ¢ ” fendmenos biolégicos, A Fora que mantém os tomos ¢ moléculas ligadas entre si 6 de caréter Elétrico (V. Estruturas Moleculares). O campo El trico € também responsivel pelas reagies quimicas, € por essa razio é chamado erroneamente de ener ‘gia “quimica”. A energia “livre” (tipo AG), que liberada pelas reagdes bioguimicas, também & de natureza elétrica (V. Termodinamica). A apl {gdo de correntes elétricas sobre os seres vivos cons- {iwi um importante capitulo da terapéutica, a ele- “troterapia (V. Aplicagies Biol6gicas). A consolida- ‘edo de fraturas pode ser acelerada pela implanta- do de eletrédio negativo junto ao osso fraturado, para aplicagio de correntes elétricas de alguns microamperes ¢ poucos milivolts. O campo E é também instrumento de anélise investigagao de sistemas biol6gicos, como na Ele- troforese (V. Solugdes, Métodos Biofisicos de Estudo), ‘© campo M ¢ usado para investigar proprie- dades magnéticas de Biossistemas, através de méto- dos especiais, como a Ressonfincia Magnética Nu- clear (NMR) e a Ressondncia Paramagnética de Elétrons (EPR), e outros processos. ‘Varias espécies animais possuem receptores sensiveis aos Campos Magnéticos da Terra, e usam. tessa propriedade para se orientarem. Recentemen- te, foram descritas bactérias que possuem orien- tagiio magnética através de sensores especiais, os magnetossomos, Essas bactérias magnetotiticas ja foram encontradas no Brasil, Estudos indicam que até mesmo a espécie humana possui magnetorre- ceptores. O campo EM € responsivel pelos fendmenos dda visio e da fotossintese. Na visio, a luz incide so- bre o olho, forma-se a imagem, e a energia da luz é transferida para uma molécula, a rodopsina, e se transforma em impulso elétrico (pulso nervoso). Na fotossintese, a energia da luz & absorvida pelos cloroplastos e armazenada como alimento, através da sintese de moléculas especiais, Existem, tam- bbém, termorreceptores que sio sensiveis ao infra- vermelho, especialmente nos tecidos cutineos. (© campo EM, desde as radiagées y, X, UV, visivel, IV e ondas de rédio, encontra imensa apli- cago em Biologia, na terapéutica, nos métodos de analise, etc. Todos esses casos sero vistos neste texto (V. nos capftulos préprios). ‘Campo Nuclear (N) © campo Nuclear existe somente dentro dos limites do nicleo. Suas forgas principais so ainda ‘mais intensas que as forgas elétricas e magnéticas, ‘mas possuem raio de ago muito curto e dentro do dominio do niicleo. Na realidade, o efeito externo do nicleo € do campo elétrico dos protons (Fig. 2.7), caNPOL Ou O wn ig. 2.7. Campo Nuclear () e seus Limites— © Campo N no exoede 0 dominio do neleo.O Campo leveo Ese propaga at 0s Finis do stomo, Pelo fato de manter a coesio entre as parti- culas subatémicas (que compiem os nicleos dos 4tomos), © campo N é responsavel por sustentar todas as outras estruturas derivadas do étomo. ‘As forgas fracas sio responséveis pelas emis- ses radioativas, onde panticulas e energia slo emi- tidas pelo niicleo, sem desintegragao da estrutura atémica (V. Radioatividade). 24 ‘Trabalho Quem Trabatha? Conceito de Trabalho Ativo e Passive 0 Trabalho é a atividade final em Biologia. Os seres vivos somente vivem enquanto trabalham. O Trabalho € definido, fisicamente, como o deslo- camento de uma Forga, e Forgas s6 existem nos ‘Campos. Assim, s6 0s Campos realizam Trabalho, porque podem dispender Energia, Costuma-se diferenciar Trabalho Ativo (siste- ma gasta Energia), de Trabalho Passive (sistema no gasta Energia). Ora, se o sistema ndo gastou cenergia e Trabalho somente se faz. com dispéndio de energia, alguém gastou energia pelo sistema, Para simplificar, e evitar confusdo, é melhor consi derar a seguinte convengao: Fentmeno Tipo de Trabaino 1. Movement se ope is Fargas do Cano 2. Movimento segie Fras db Camp | 3. Movimento segue a Forgas > Campo, judo por org evan so Campo {avo a) oe = Passive ®) Ecombinado () Esse regulamento evita dividas. Exemplos de Tra- bbalho nos Campos vém a seguir. Campo gravitacional — Existem apenas Forgas de alrago, € sem a interveng¥o de forgas externas, temos (Fig. 2.8). Quando dois corpos se aproximam: Trabalho Passivo. ‘Quando dois corpos se afastam: Trabalho Ati OvErO Fig. 2.8. Trabalho no Campo G — A. Ativo;. Passivo; ©. Combinado;=ap-Campo Gravitaional. ‘Quando uma bola cai livtema..y v 26 apts ax ma da Terra, o Trabalho é passivo (Fig. 2.8A). Quando um avigo levanta voo, se afasta da Terra, € ativo (Fig. 2.8B). Quando o sangue 6 bombeado pelo coragio, a subida para a cabeca € Trabalho Ativo. A descida para os pés é combinado: ativo pela contrago cardfaca, passivo pela atracio da ‘ravidade. A simples atragSo da gravidade nfo seria suficiente para levar 0 sangue até 0s pés, devido & resisténcia interna dos vasos (V. Biofisica da Ci culagao). 0 ato de deglutir ¢ combinado, ¢ torna- se muito diffcil deglutir de cabega para baixo, con- ‘rao campo G. Campo Eletromagnético — Existem forcas de atra $40 © repulsdo nos campos E e M (Fig. 2.9A © B), © foreas de concentragéo no campo EM (Fig. 290). AA Figura 2.9 é auto-clucidativa: quando 0 mo- vimento segue as forgas do Campo, o Trabalho passivo (P), e quando contraria as forgas do Cam po, éativo (A). O campo EM de concentragio exis fe em todas as moléculas, sejam elas carregadas (Na", C1") ou sem carga (glicose uréia, ete), « seu sentido é sempre da maior para a menor concen- ‘ragdo. Neste sentido 0 Trabalho & passivo, em sen- tido contririo, ativo. (© campo. Magnético tem comportamento similar 20 Elétrico, ‘Transporte Biolégico e Trabalho — Um dos tipos de trabalho biolégico mais importante 6 o trans- porte de substincias, que chega a constituir 1/3 do trabalho total em animais. Com o conceito de trabalho que vimos, pode-se dizer que: ‘Transporte ativo equivale a Trabalho ativo. Transporte passivo equivale a Trabalho passivo. (Veja exemplos varios neste texto). Precedéncia dos Trabalhos — E necessirio perceber ‘uma sequneia importante: Onde ha Trabalho Passivo, houve Trabalho Ativo antes* . Se uma mola, ao ser liberada, se distende, ou se en- colhe (Trabalho passivo), ela tinha sido previa- ‘menté comprimida, ou esticada (Trabalho ativo. © mesmo se aplica a étomos, fons e moléculas. Quando dois fons positivos se repelem, & porque foram anteriormente aproximados por Trabalho * Esse antes, pode ser bem antigo, dese a formacio do Univers, COM CARGA ©--© -©' © © © ©--© Fig. 2.9. Trabalho no Campo EM, ativo. £ assim que fons K" sfo expulsos passiva: mente do interior para o exterior das eélulas:an- tes howve Trabalho ativo na membrana para trans portar estes fons para o interior da célula, Afastando a Confusio Semantica ~ Diz-se, impro- priamente, que Trabalho ativo com dispéndio de energia, ¢ trabalho passivo é sem dispéndio de cenergia, pelo sistema. Ou ainda: o sistema trabalha, ativo; 6 campo trabalha, passivo. Se o locutor en- tende quem trabalha, e nfo confunde ativo com passivo, tudo bem, Mas, lembrar que: Todo Trabalho exige gasto de Energia ‘Trabalho Conjugado — De um modo geral, 0s Bios. sistemas sto econémicos ic., nfo aplicam trabalho ativo onde 0 passivo resolve. Acontece que, em vé- rias situagbes, € necessério complementar 0 traba- Iho passivo que esti sendo feito, e os Biossistemas possuem mecanismos adequados para essa fungo. Nota —No estudo da Termodindmica, ver-sesé ou- tro critério para distinguir quem trabalha: Se o sistema trabalha, sua energia interna diminui Se o'sistema é trabalhado, sua energia inter- na se conserva, ou pode até aumentar. Os eritérios nffo se contradizem (V. Termo- dinamica). ‘Trabalho ¢ 0 Objetivo Final dos Seres Vivos Temas para Grupo de Discussio — GD.02 1. Principais propriedades dos campos, sua atua- ‘¢f0 sobre os seres vivos, producfo de campos CONCENTRAGAO COM OU SEM CARG 90000 ©0000p 00 00000—00 00000 00 00000 —M 20000 90000 00 00000800 00000 * 00 00000 Procurar em textos de Biologia, fendmenos que sfo descritos de forma tal, que a presenca da Teoria dos Campos ndo é aparente, Exemplos: ReagGes Quimicas e Biolégicas, exercicios fi sicos, respostas fisiol6gicas, atividade de 6r- {0s e sistemas, etc. Passar para linguagem da Teoria dos Campos. Discutir Trabalho Ativo, Passivo, e Combina- do. Critérios de Determinagso, Exemplos Bio légicos e nfo Biolégicos. Trabalhos de Laborat6rio TL — 02 Ver depois de Aplicagdes Biolégicas. ProposigBes: or. 02. 03. Assinalar os Campos de Forga que agem a lon- gas distancias (L) e curtas distancias (C): 1.Campo G(_) 2. Campo EM (_) 3.Campo E( ) 4. Campo M(_) 5.Campo N(_) Assinalar os Campos de Forga que variam in- versamente com o quadrado da distincia: 1. Campo G(_) 2. Campo EM ( ) 3. Campo E( ) 4.Campo M( 5. Campo NC) Assinalar os Campos onde se encontram Forga e Atragdo e Repulsto: 1.Campo G(_ 2. Campo EM (_) 3. Campo E( ) 4. Campo M(_ ) 5. Campo N( ) 0s ite ul 000 000 ‘menos que resenga da Exemplos: srefcios fi- ide de 6 guagem da Combing implos Bio- gem a lon- ©: variam in inci: tram Forga 04, 05, 06, 07. 08, Assinale 0 Campo de Forga que age sensivel- Imente nos seres vivos, em nivel de érglos ¢ sistemas (S), molecular (M), ¢ sub-at6mico @ 1. Campo G¢) 2. Campo EM ( ) 3. Campo E( ) 4. Campo M ( ) 5. Campo N ( ) ‘Assinalar os Estados de Energia, B, ov Be, nos seguintes casos I’Movimento de fons através de membra- nas () 2, Energia da glicose ou ATP ( ) 3. Contragdo muscular ( ) 4, Pressio causada pelas paredes arterais dis- tendidas ( ) 5. Peso da coluna de sangue na artéria aorta ‘Assinale as Formas de Energia nos seguintes processos biolégicos: (V. Quadro 1) 1, Peso coluna de sangue ( ) 2. Contrago muscular ( ) 3. Fotogutimica da Visio () 4. Sintese de Proteinas ( ) 5. Difuslo de Moléculas ou fons ( ) 6. Ligagéo Quimica ( ) Assinale como Trabalho Ativo (A) ou Passi- vo (P) ou Combinado (C) Pedra caindo ( ) Pedra subindo ( ) Sangue venoso descendo da cabega para 0 coragao ( ) Sangue arterial descendo do coragao para os pes) 5. fon Na* se destocando em diregio @ outro fon Nat, ambos em zona de mesma con centragio ( ) 6. fon Nase aproximando da fon Cl- Indicar 0 tipo de transporte ativo (A) ou pas- sivo (P). Os nimeros indicam concentragao. Nat Naw nat) cr 10030 a Cr act ——Gicose) Goose 20 40 oe 1s Comentar a expresso comu “A energia da célula, etc. ‘gia € apenas dos Camp Discutir a possibilidade da existéncia de fe- ndmenos biol6gicos que nio resultam de Tra balho, Completar, com etas cheias (Trabalho ativo) e setas pontithadas (Trabalho passivo), © mo- vimento idnico na célula da Fig. 2.10. 0 Tamanho dos simbolos indica a concentrago, Fig. 211. 12.-No sistema abaixo, separado por membrana permedvel, os fons Cl se destocam de (1) para (2) devido ao gradiente osmético. Um campo elétrico foi aplicado, ¢ 0 sentido do desloca- mento dos fons Clr se inverte (Setas, antes depois, do campo E.) (Fig. 2.11). Responda: 1. O pilo positivo foi colocado do lado ( ) e © negativo do lado ( ). 2. A Forga elétrica € maior ( ) menor ( ) que 1 Forga osmética 3. Os trabalhos sto: Passivo-Forg® sr. Ativo-Forga 13, Um campo elétrico € aplicado ao sistema abai xo, com a polaridade como indicada. Responda: Fig 212, 1, 0 tampo elétrico ¢ 0 osmétice estio: no mesmo sentido ( ) em sentidos opostos ( ) 2. O transporte de fons Na* vai ser: acelerado positivamente ( ) acelerado negativamente ( ) 3. O trabalho € do tipo: Ativo () Passivo ( ) Combinado ( ) 21 O Campo Gravitacional Parte A A) Forga — Energia ~ Pressfo — Trabalho — Poténcia Forga Gravitacional Quando a massa de um corpo ¢ desprezivel em relagd0 a outro, como é 0 caso de todos objetos ‘comuns proximos a superficieda Terra, a Forga (F) imprimida aos corpos pela aceleragao da gravide- dee F=mg ‘onde F é a forca de newtons exercida sobre 0 cor po, m é a massa em kilogramas e g ¢ a aceleragf0 gravitacional em metros por segundo ao quadrado* Exemplo 1 ~Calcular a forga de atragao exercida sobre a massa de sangue de 100 gna ccabega de um individuo. F = 0,1 kg x 98 ms? = 0,98 new- tons (N). Exemplo 2 —Caleular a forga de atrago exerci da sobre o figado de um adulto. Mas- sa da viscera, ap 2,5 kg,eg= 10ms"* F=25kgx 10s? =75N. A agdo sobre macrossistemas, é pois, considerével. Para cada kg de massa, a forga exercida pelo cam: po Gédeap ION. 2.— Energia Gravit onal A Energia Potencial é simplesmente a Forga smultiplicada pela altura (h) no campo G: Cam Exemplo 3 ~Caleular a energia potencial da massa de sangue de 100 g na cabeca de um individuo de 1,70mem pé, ¢ deitado, com a cabega’a 5 em (0,05 m) do solo. Em pé: Ep =0,1 x 9,8 x 1,70= 1,67 Joules. Deitado: Ep =0,1 x 9,8 x 0,05 = 0,05 Soules. Para as necessidades comuns do bidlogo considera-se {g.coma invarivel com a situra sobre a Terra, Na fale. Sade, ditinul coms altitude 22 Deitado, a Ep é apenas 3% da posigfo em pé. Essa considerdvel diferenga tem grande importancia na hemodi- nimica. (Ver Biofisica da Circula- gh). A Energia Cinética no Campo G ¢ dada pela equacao: onde m é massa do objeto, ev é a sua velocidade de deslocamento, Exemplo 4 —Qual a energia cinética da massa de sangue de 85 g(0,085 kg) que se des- loca a uma velocidade de 30 ems.“! (030 ms" Bo = x0085x(0,3) = 8x 10° Joules (J). Esta é a Energia da massa sangiinea ejetada pelo ventriculo esquerdo. Para imprimir essa pequena energia 2 massa de sangue, 0 coragfo tem que ven- cer a resisténcia periférica mais 0 atrito, eo Tra- balho realizado pela contrago cardiaca é muito maior. (Ver adiante) Exemplo Um atleta salta a uma altura de 4,0 metros em 0,8 segundos. Qual a E,, que seu corpo deslocou no pulo? 4g 1 A velocidade foi:v = L 2 3. Pressfo — A Pressfo é Forca/Area, e medida em newtons.n“? (Pascal, Pa) no caso de sélidos: =5ms" x 70x (5)? = 875) A Eg sera: Et Exemplo 6 Se um cilindro de metal pesa $0 new- tons (5 kg x 10m.s"*) e tem area de 20 cm? (0,002 m?), a pressio serd: 50 Pe 3x10 ‘A pressto de Iquidos no Campo G é dada pela formula: =2,5x 107 Pa (Nm™?) P=dgh. onde d é a densidade do liquido, g ¢ a aceleraga0 da gravidade e h a altura da coluna liquid a € a ol Exemplo 7 —Qual 2 pressio exercida por uma co- luna de sangue (d= 1.06 gem” cuja altura é h= 30 em? Passando para o SI: 4 sangue = 1,06 x 10° kgm“? h=03m A Pressio sera: P= 1,06 x 10° x 9.8 x0,3= 3,1 x 10° Nan” (Pa) Essa pressdo € puramente Passiva, e deve ser diferenciada da pressfo Ativa, exercida pela con- tragdo cardiaca. (Ver exemplo no proximo item). grande erro conceitual a respeito de pressao exercida por liquidos, é dizer-se que @ pressfo no fundo dos vasos Ae B (Fig. 2.1.1), €@ mesma, sem explicitar que se trata de presséo por unidade de area, Essa é a mesma, mas a pressfo Total é maior no vaso B. Fig. 21.1, ~ Presséo de liquidos — A irea menor, presso total menor: B~itea maior, preso {otal maior: Ae B- Pressfo divdida pela 4, Trabalho — Os tipos de Trabalho mais encontra- dos em Biologia sf0 do tipo Fxd ¢ PxAV (Reveja se necessirio, Introdugao a Biofisica). a) Trabalho tipo F x d ~ E do deslocamento de objetos. Exemplo 8 ~O trabalho de levantar massa de 5 kg 1.2m de altura, é: semETD Exemplo 9 Quando um corpo é emputrado com grande atrito sobre uma superficie, € necessério considerar 0 coeficiente de atrito (v. Atrito). T 8.8 = 59 T=Fxdx uc onde we € 0 coeficiente de atrito c- nético ') Trabalho tipo P x AV — Quando a pressto exer ida modifica volume do sistema, aparece Traba Iho (V Introdugio). Esse trabalho do tipo PAV aparece em varias estruturas, como coragio, caixa tordcica,artérias, bexiga, tubo digestivo. Nesses ca 05, medindo-se a press4o¢ a variagfo do volume, é possive calcular 0 Trabalho: Exemplo 10 Calcular 0 Trabalho realizado pelo ventriculo esquerdo para ejetar 85 ml de sangue, sob pressto de “120m de mercirio” Solugdo — A pressio P de 12 cm de Hg significa ‘que 0 coragfo levantaria a 12 em de altura uma co: luna de Hg, cuja densidade € 13.5 x 10° kg.m~ ‘no SI. A variagfo de volume AV, cortesponde a0 sangue ejetado, 85 ml = 0,085 x 10”? m~ no SI. 19 Calculando a Pressdo P= . = A P=13,5x 10° kgm x 98m. x 0.12 m= Pressio = 16x 10° Nm 2° Obtendo 0 Trabalho ? ee ee x = 16x 100.085 x 10 m=4,36 Jouled em cada batida do coraggo. Durante 0 dia, a 75 ba timentos por minuto, 0 trabalho total & Total = 75 x 60 x 24 x 1,36 = 146 Kjoules ov 35 Kal. Considerandose um consumo basal de 8.400 KJ (2.000 keal), 0 trabalho ventricular € apenas 2%do total corporal av Trabalho 5 ~ Trabalho “Fisico” e Trabalho ‘Biolégico" Todo trabalho € fisico. O que se diferencia é © Trabalho realizado pelos Biossistemas. necessi rio para produzir um determinado feito fisico Enid: Trabalho Fisico (TF) & a forga x distincia ou pressio x volume. Trabalho Biolégico (7B) toda energix na contraggo muscular. Essasrelagoes estfo representadas na Fig. 21.2 Como se depreende facilmente, 0 TB é sem- pre maior que 0 TF, porque engloba energia gasta para mover 0 préprio masculo, inclusive vencer 0 23 Fig. 2.1.2. Trabalho Fisio e Teablho BiG — ‘A antes dacontagdo muscular, B= depos daconrsszo muscle. atrito entre as fibras musculares. A comparagio é a mesma com a de um motor mecanico: € necessério vencer a inéreia e 0 alrito das pegas, para movi mentar © motor. © Trabalho muscular é do Campo Elétrico. ‘Sto cargas elétricas que se atraem ou se repelem, a causa do movimento. O rendimento, ou eficigncia, do motor muscular fica entre 20 a 40%. Isto signi fica que um trabalho muscular de 100 joules rend apenas 20 a 40 joules de Trabalho Fisico, Exemplo 11— Um paciente, fazendo exercicio, le- vanta um objeto de 3 kg a 1,2 m de altura, Seu rendimento muscu- lar 6 de apenas 25%. Calcul €Fe 1B. = yy = 141 3.8 cab. Exemplo 12~ Um individuo de 70 kg pula corda, seu pulo atinge 30 cm de altura. O exercfcio & repetido 200 vezes. Cal- cular TF e TB, com rendimento de 30%. 10 x 9 x 0,3 x 200 = 41,2 x 108 J ou 42k 41,2 x 100 30 B 37KI ou 32,7keal, Esses célulos so importentes para verificar a quantidade de Trabalho Biol6givo que se adicio- 1a 40 nfvel basal do metabolismo de um individuo, 24 No caso do Exemplo 12, se o metabolismo basal € de 6.000 KJ, o exercicio de pular corda aumento cerca de 140 kI ou 6.140 x 100 Sooo = 1023 ou 2,366 a mais Os gastos do Trabalho Biolégico podem do- brar o consumo basal. 6. Poténcia ~ Uma mesma quantidade de exeref- cio fisico pode ser realizada em menor ou maior tempo. A Poténcia seré diferente em cada caso: uanto menor o tempo, maior € a potencia, Exemplo 13 — Um paciente jovem levanta um peso de 60 N a uma altura de 75 em (0,75 em) por 50 vezes, € gasta 2 min (120 s); 0 mesmo exer- epetido por um paciente ido- so em 5 min (300 s). Caleular a Poténcia, O G FKG Fig. 2.1.5. ~ Forgas de Mesma DisepZo, Sentidos Opostos (ver texto. Congruentes Equivalentes.D ~ Resolugdo, 0 somatério de vetores da uma Forga que re- presenta o resultado da aco desses vetores, e por isso se chama Resultante. O vetor de mesma dire- ¢fo e magnitude, mas de sentido contririo a Re sultante, € a Equilibrante, porque equilibra o sis tema. Exemplos: 1, Forgas Aplicadas na Mesma Dirego e Sentido — Somamse as Magnitudes e temse a Resultante (R). Por exemplo: duas pessoas, uma empurrando, ou tra puxando um carrinho (Fig. 2.1.4). A forga E, anula R, e se chama Equilibrante. 2. Forgas Aplicadas na Mesma Direeao e Sentidos Opostos — Subtracmse as Magnitudes e temse a Resultante. Por exemplo, uma pessoa segurando um objeto. 0 individuo puxa para cima (F) ea gra- | vidade (G), para baixo. A Resultante R & no senti do da Forga maior, ou é mula, se as forgas sf0 iguais. (Fig. 2.1.5). 3. Forgas Congruentes em ‘Geral — Forgas con- gruentes (aplicadas em nico ponto) slo resolv- | das pelo inétodo do paralelogramo. Por exemplo, dduas pessoas empurrando um carrinho em diregoes diferentes. A resultante depende da magnitude das. Forgas e do angulo que elas formam entre si. (Fig. 2.1.6). Na Fig, 2.1.6, D estd o modo de resolver veto res pelo tragado do paralelogramo. A diagonal é a Resultante. Esse processo pode ser aplicado a qusisquer sistemas de forgas. Se existe mais de uma, achar a Ry entre Fy ¢ Fa, fazer o paralelo- | gtamo entre R, ¢ Fs, etc. (Fig. 2.1.7). 26 . ~ Forgas Congruentes. A — Aplicagio das Forgas. B — Vetores Representativos das Forgas, C — Vetores ™ Posigfo Final do Objet. Fig. 2.1.7 ~ Vetores Miltiplos — Tracando parlelogramo conte F, oF, obtémae Ry. Depols entre Rye Fs, obtémse Ra. Finaimente entre Ry Fg, obtém-se Rr ov a Resultant final. ‘A ~ posigdo crginal, B — pasigo resultante. A sequncia fol: IOP, +P2=Ry 22)Rp+Fy=Ra 39) Re + Fe= Ry Quando vérias forgas atuain sobre um corpo, podese achar a resultante quando se deslocam os vetores sem mudar a direga0 e sentido, colocando cauda com flecha todos os vetores. A reta que fe- cha 0 paralelogramo obtido € a resultante. Se o paralelogramo jé é fechado, o objeto esté em equi- Iibrio. (Fig. 2.1.8). F. Fy ote Fp Fy. R Fa A & AANA BY Fy Fu Fy fs R20 “ha a ‘ Fig, 2.1.8 ~ Vetores Méltiplos Forgas agindo sobre objetor. A — Resultante cm magnitude. B~ Resulunte Nala Esses_métodos so importantes para se cal- cular a resultante de forcas feitas pelos sistemas bio- logicos e forcas aplicadas sobre os sistemas bio logicos. 2. Alavancas e Movimentos Musculares — As ala- vancas, do ponto de vista operacional, sao ins trumentos para modificar a Forea ou a Veloci- dade de movimentos. Servem também para a ‘comparagao de Forgas, como no travessfo de balangas. As alavancas sfo bragos onde se apli- ) um ponto de apoio; 'b)duas forgas em oposicao. Elas se classifica em trés tipos fundamentais, conforme 0 parimetro que est no meio (Fig. 2.1.9). O tipo de alavanca nao deve preocupar muito, € sim 0 efeito na Forga ou Velocidade, que pode ser multiplicado ou dividido conforme as distin- ias dF e dR. A seguinte relaggo prevalece para os. 18s tipos: FxaF=RxdR Exemplo 15 — Em ums alavanca interfixa, a Forga aplicada € de 5 N. Os bragos pos suem, respectivamente: dF = 30 em © dR = 10 em (Fig. 2.1.10). Qual « resistencia R que equilibra o siste ma? 5Nx30em=Rx 10cm 5Nx30em TOem =1SN O efeito foi de multiplicar 3 x a Forca F. Em compensacZo, 0 deslocamento ou & velocidade em R seréo 3 x menores. Reciprocamente, uma forga de 15 N aplicada emR.exerceria uma forga de 5 Nem F, mas nesse ponto, a velocidade ou 0 deslocamento seriam 3 x maiores. Exemplo 16 —Com o dispositive da Fig. 2.1.11, deve-se levantar um peso de 100 N colocado a 20 cm do ponto de apoio. A forca a ser exercida ngo pode exceder 25N. A que distancia do fulero deve ser aplicada essa for ‘ga? Basta aplicar a relaggo usual: 25Nx dF = 100Nx 20m 100 x 20m ap = 10. oan = 80cm 35 Existem 0s ts tipos de alavancas nos sistemas biol6gicos (Fig. 2.1.12), 'Na mastigaefo, os movimentos do maxilar in- ferior podem gerar alavanca do 3° género, quando ’ F « a oF oF a a F FULCRO ® 8b} me 1.° GENERO oat . ¥ _3.°GENERO Vo nterrxa | * 2° GENERO INTERPOTENTE INTERRESISTENTE Fig. 2.1.9 ~ Tipos de slvancas ~ As distincias entre F, Re ofule texto):0 falero € 0 ponto de apoio, sempre Axo e imo joterminam as relagdes entre as forgas (ver Fig. 2.1.10 — Ver exemplo 15. F225N 20cm Fig. 21.11 —Ver exemplo 16 4 forga e resisténciasfo regularmente distribuitos pela arcada dentiria (Fig. 2.1.13A), Quando a forga e a resistencia estfo unilateralmente coloca- das, resulta uma alavanca do. 22 ginero. (Fig 211138) Esses dois movimentos podem ser combina- dos entre si, ¢ ainda a vérios outros, dando os dife- rentes movimentos necessirios & mastigagto. A scala animal mostra que os roedores, carnivoros ¢ ruminantes apresentam diferencas sensiveis nes. ses mecanismos. O Homem, que tem aparente combinagdo desses géneros, é omnivoro. \ : tipo de alavanca do maxilar torna a Forga da mastigagao decrescente, dos molares para os incisivos. Esse decréscimo é, em parte, contraba- Jangado pela area onde a Forga se exerce: Nos inci- sivos, a érea é menor, o que tomna a Forga mais efi- ciente. O motivo, jé vimos: Forga Area aumenta. Essa diminuiggo da érea tomna os incisi ‘Yos mais eficientes para cortar. A forma ponteagu- da dos caninos aumenta a eficiencia da perfuragg0o. Em todas articulagoes hi alavaneas com suas relagdes de forgas. O conhecimento dessas forgas musculares € indispensével para compreender 0 funcionamento dos mésculos, a fisiologia e patolo: Bia desse funcionamento, e a aplicaczo de métodos terapéuticos e corretivos. Presso Se a érea diminui, a pressfo 3. Polias e Tragdo Terapéutica — As polias sfo rodas providas de cenaletas na circunferéncia externa, girando sobre um eixo. Os efeitos sf0 obtidos por cordas que se aplicam na canaleta. As polias s20 de dois tipos (Fig. 2.1.14. 1. Fixas — Apenas mudam o sentido da Forga. 2. Méveis — Modificam as Forgas aplicadas. Uma comparagfo entre polias fixas e moveis esté na Fig. 2.1.14. Notar que a polia fixa apenas muda o sentido da forca. A polia mével deslocan- dose, divide ou multiplica por 2 0 valor de cada eso. 1. Trago Simples com Polias Fixas — O sistema estd mostrado na Fig. 2.1.15. 0 peso aplicado tem 10 kg, ¢ exerce uma forga de: F=10kg x9,8 ms“? = 98 N (newton), aaa ‘ A, te J f ' | oes 7 v ' Fig. 2.1.12 ~Movimentos muscularese Alavancas (ver texto) 28 @Haa ON Fig. 21.1% Mastigagio. A—Forcaeresisténcia regularmentedstiuida, Me Mofixes ft domaseter Tye Tado temporal, alavanea do z ¥ gévero, B—Foryaeresistécia nlleras. Alavanea do2®péneo, Polis Fixase Moveis. A Polis Fas; B= Polia méve Pola fina Notr que & disci da divide em dos percurss uals, de cada lado da poll mével. Por essemotive, permanece vlidaa reac: Fyxd= Prd. Fig. 2.14 2. Tragio Combinada com Polias Méveis Em certasfraturas, a contragio muscular pode manter 0 osso desalinhado. Nesses casos € necessi- rio aplicar forgas em sentido contrério as forgas musculares, para manter 0 osso em posigdo correta Gig. 21.16). Por que uma tnica massa de 10 kg exerce duas forgas (Fi € F2) de 98 N cada, e a Resultante tem 1TO.N? A resposta é simples 10 kg Fig. 241.18 ot ‘Taso Simples (er exo) R ~Resuant NNotar que roldana, endo fxs, apenas made cies, Fig. 2.1.16. Trago com Potia Mével: A~ Modelo da “Trapio. M€a polia mel: B -Repeseatgto as Forgas seus Valores. Quando a Forga (F) forma um angulo com a diregio onde seu efeito se encontra, como no caso cima, o componente da forga (R) é dado por: R=F x cosa onde: a & angulo entre a Forga e a diego do seu efeito, No caso acima, 0 = 30°, ¢ cos 30° Os componentes sio: 8 Fig. 2.1.17 — Angulo da Forga Resltante ~ A ¢ C— Casosextremos; — Situagfo intermedia, Fig. 2.1.18 ~Goniémetro. 0 fngulo de aplicaggo da Forga determina a ‘magnitude da Resultante. Os casos extremos esto na Fig. 2.1.17, juntamente com a situagf0 média. Na_pritica, pode-se medir 0 angulo e user a Tabela 2.1.1 para saber 0 valor aproximado do cos- seno. Mede-se o Angulo com um gonidmetro (go- nios, angulo) cujo uso é muito facil (Fig. 2.1.18). Basta aplicar os ramos A e B sobre os lados do Angulo. O goniometro também usado para medi fa flexdo e extensio de membros (V. Tratados de Fisioterapia). Escolhendo-se angulos diferentes para cada la do da polia mével, € possivel aplicar forcas dife- rentes a cada corda, e mudar @ direggo da Resul tante (Fig. 2.19). Esse tipo de tragf0 com polias mOveis & espe cialmente utilizado na traggo de membros e da ca bega (para extensfo das vértebras cervicais). Uma técnica bem conhecida é a tragfo de Sayre (Fig. 2.1.20). 3. Torque — Torcer um parafuso, trocar um ma ndmetro em um cilindro de’ oxigénio, usar 30 Tabela 2.1. Angulos e seus Cossenos Angulo Cos.-~=— Angulo. = Cos o° 100 so (0,64 5 099 55 0.57 10 0.98 60 0,50 1s 0,96 65 0.42 20 094 70 0,34 2s 091 75 026 30 087 80 0.7 35 082 85 0,08 40 on 90 0,00 45 om uma broca dentéria ou uma furadora, exiger uma forga rotativa em tomo de um eixo (Fig 2.1.21), 0 torque é 0 produto da forca vezes ‘0 “brago” da forca, que é a distincia entre @ ponto de aplicagdo da forga e a resistencia. E © mesmo principio da alavanca. No caso da chave de boca para torcer o para: fuso, a forga F deve ser 0 dobro de F,, porque F, tem vantagem do brago dy ser 0 dobro de da. No caso da Forca ser exercida em um eixo, 0 tor que € inverso, como mostrado ne Fig. 2.1.21B. Nestes casos, a Resultante é menor & medida que se afasta do eixo. A velocidade porém, aumenta Por essa razio, a eficincia de um freio aumenta & medida que seu ponto de aplicagdo se afasta do centro de rotagéo. Nas biciletas ergométricas, para exercicios fisioterdpicos, 0 torque deve ser bem controlado. No motor dentério a ar, que tem pequeno torque e alta velocidade, brocas quanto ‘mais finas s40 mais dificeis de serem travadas pela resistencia dos materia. I ig- 2.1.19. Foy com Anguos de aplicaso diferentes, 4, Atrito — 0 atrito € outro exemplo de forga que se opde ao movimento de corpos. O atrito de deslizamento é um pouco menor que o atri- to da imobilidade. Isto se observa ao tentar ‘empurrar um mével ou objeto pesado: depois que o movimento comegou, € mais fécil em- purrar. atrito é de extrema importancia em biolo- aia, A introdugZo de sondas, cateteres, endoscs- pios, ete. deve ser precedida de conveniente lubri- ficagio, Essa lubrificagao é, as vezes, indispensivel para evitar sérias injdrias nos tecidos frdgeis, espe- cialmente as mucosas. A ago do lubrificante se faz. cas c= 10 00828 ae 10 082 ReRy R= 188g Fig. 21.20 “ragso Cevial ASistema Mecinico Forgas doProcesso Faq (orga Apicads)= 1g Rye kg Fy= Ekg cos 0” = 087 R= 2943 19s em nivel molecular. As moléculas do lubrificante se interpéem entre as superficies deslizantes, € 0 atrito diminui consideravelmente (Fig, 2.1.22 AcB), Nio € qualquer substincia que lubrifica qual- quer superficie: deve haver interagio entre as mo- Igculas do lubrificante e da superficie. ‘A Forca F para deslocar um corpo vencendo o atrito 6 dada pela equacio: [rm onde 1 é 0 coeficiente de atrito, ef & a forga exer- cida entre os dois corpos (Fig. 2.1.22C) Fig. 24. ‘Torque. A ~Tercendo um paraiso, B= Usande disco de poliment, Fly. 21.22. Avivo (vertex. 92 ‘A razdo de 0 atrito da imobilidade ser maior que 0 do movimento é que 0 coeficiente de attito estatico (y estético) é maior que 0 coeficiente de ‘movimento (1 cinético) estitico > 4 cinético Ondepende das superficies em contato: se elas so lisas e polidas, w & pequeno. Se rugosas e dspe- ras, u € grande. Sondas de borracha geram mais atrito do que sondas de polietileno, que possvem superficie polida, coeficiente de attito pode ser determinado ‘com o uso do plano inclinado (Fig. 2.1.23). O cor- po é aplicado sobre o plano, cujo angulo é grada- tivamente aumentado, até o corpo iniciar a desci- da. No caso mostrado, 0 Angulo ct = 30°. A Forca do corpo, mg, se decompoe em F para o desliza mento, e f para o atrito no plano. Se 0 corpo rea- liza forga de mg = 10 N, tems: F f ng sen ‘mg cos O coeficiente de atrito einético, je, € dado por: s P= FG = 96 (adimensional. Fig, 21.28. Determinagdo do coeficint deatrito Pode-se supor que 0 coeficiente de atrito ests- tico & ligeiramente superior a 0,6. Ha situagies nas metros (0,15 cm). mecanismo intimo de aggo do ultra-som a vibragdo de estruturas através do impacto mecini- co das ondas de som. Os choques geram calor, ¢& clevaggo da temperatura tissular é 0 agente tera- péutico. ‘A intensidade do ultrasom ¢ determinada pela poténcia do gerador ¢ pela Area da cabera emissora. Divide-se a poténcia pela érea. Exemplo: ‘Se um gerador tem 30 watts de poténcia, e a cabe- 2 emissora tem 10 em? de érea, a poténcia do ul- ‘rasom 6 3 watts.cm?, Valores usuais vaio até 4 W.cm?. O campo energético cai rapidamente de intensidade, aproximadamente com 0 inverso do quadrado da disténcia ‘A queda do nivel de energia depende tam- bbém, e muito, do meio condutor. No ar, cai rapi- damente. Por esse motivo, para transmitir sufi- iente poténcia para os tecidos biol6gicos, & ne- ‘essirio colocar as partes em agua, ou user um Iu brificante pastoso como vaselina ou leo mineral. ‘A reflexdo das ondas € intensa, devido a di- ferenga de refracgo entre os diversos meios como pele, mésculo, e especialmente, oss0. Ela aparece justamente na interface desses meios, especialmen- te 0880 — partes moles. 0 ultra-som é indicado para aquecimento de articulag6es, devido justamente, & grande absor- fo da energia sonora em tecidos rjos como o te- ido sse0 e até mesmo cartilagem. © aumento da energia cinética de componen- tes dos sistemas bioldgicos leva muitas vezes a ef 51 tos indesejaveis, como ruptura de células e cavita ‘gio gasosa (V. Tratados de Patologia). Tntensidades usuais sto: para aplicagao com a ccabega do instrumento imével sobre a area de apli- cago, de menos de | wattem?, Se a cabeca ge- radora é deslizada sobre a drea de aplicagao, até 3 wattem-? é tolerdvel, A duragio é de 3. 10 min fem sessées dirias. E dbvio que esses valores variam amplamente conforme o caso elfnico. Precaugdes Importantes — 0 uso da Termoterapia em algumas precaugées importantes a serem to- madas’ I. Portadores de Marea-passo cardiaco e préte- + ses metilieas — Os portadores de marca-passos. no devem ser expostos a microondas ou ondas curtas, porque essas radiagOes interferem com 0 funcionamento desses aparelhos. Além disso, ge- ragio de calor nos eletrSdios pode levar a quei- maduras do tecido cardfaco. Pacientes com proteses metilicas podem apre- sentar excesso de calor nessas interfaces. 2. Fontes de Infravermetho — usados continua mente sobre os olhos, podem provocar catarata, 3. Zonas isquémieas (com baixa circulaglio de san- ‘gue) — no devem ser aquecidas: se no houver, vasodilatagdo, pode resultar necrose tissular 5— Crioterapia ~ (Crios = frio; terapia trata mento), A retirada do excesso de calor produzido pelos sistemas biolégicos é também importante método terapéutico. E indicada em estados inflamatérios para analgesia de traumas e infeccdes, e até para diminuigio da febre. ‘© mecanismo de agiio do frio & simples: A baixa da temperatura tissular acarreta di- minuigo geral do metabolismo na regido tratada. ‘Todas as reagées enziméticas tém sua velocidade diminuida, e, do nfvel molecular, o abaixamento da atividade se estende as células, tecidos e outras es- truturas, Aplicagiio de gelo ou compressas geladas é um eficiente meio de refrigerar, porque 0 gelo tem ca- lor especifico de 0,5 a dgua de 1,0. O tempo de aplicagdo nio deve exceder as preserigdes usuais dos manuais de terapia, para evitar vasoconstrigd0 prolongada, que pode afetar a nutrigao de reas mal irrigadas. Isso € importante, porque hé lesdes que podem ser tratadas por 10 a 20 minutos, enquanto foutras necessitam de muitas horas de aplicagio. Cada caso deve ser estudado individualmente Na medicina esportiva, a crioterapia tem indi cages excelentes para entorses e contusdes. No 82 pés-operatério de varios tipos de cirurgia, especial- ‘mente ortopédica, hi indicagdes para 0 uso do res. friamento. resfriamento sistémico, através de banhos de imersdo em égua, em temperatura inferior & cor. poral, em aplicagio nas hiperpirexias, Deve-se cui dar para nio refrigerar demais, ie., 0 paciente no deve apresentar calaftios e tremores, que indicam estar 0 calor produzido sendo retirado muito rapi- damente: a troca de calor entre objetos & um pro- .c2580 lento, e os seres vivos nilo So excecdo. ‘Um importante aspecto da crioterapia € a pés- reagdo organica, que se faz por vasodilatacao, as vezes intensa, depois da aplicagio do fio. Essa vasodilatagao é geralmente benéfica, Veja também: Radiagio Atividade Formativa 2.3, Proposigies 01.Conceituar matéria neutra e polarizada 02: Quantos coulombs valem as seguintes cargas: 31x10 62x10 9,65 x 108 c © cennann C 03.Entre os pontos A e B foram transportados 5,3.C de carga, ¢ 0 trabalho necessirio foi de 10.6 Joules. Qual a diferenga de Potencial (Vol- tagem) entre Ae B? 04.Entre os dois lados de uma pele de r3, um niliamperimetro acusou corrente de 1,25 x 707 amperes, Se a érea de passagem €0,25 cm? qual a quantidade de fons que passa por cm? de pele? 0. Um pulso nervoso tem 6 x 10° V (5 mV) € cor- rente de 5 x 10°? amperes (5 nA). Qual a potén- cia do impulso? (06. Um pulso cardiaco de 35 mV chega superficie do t6rax com 1,2 mV, e a corrente medida é de 20 nA. Converter para o SI e caleular a Resis- téncia dos tecidos. Se a distancia percorrida é 5-cm, calcular a resistividade. (07.Calcular a condutancia do tecido biolégico da proposigao 06. 08.0 capacitor de um oscilador de ondas curtas acumula 65 x 10° eoulombs sob o potencial de 1x 10° volts. Caleular sua capacitincia em Farad (09, Quando se aplicam répidos chogues interrom- pidos usando correntefarddica sobre prepara- ao neuro-misculo,acontracio do desligamento da corrente € mais intensa do Gue a de ligamen- to, Explique e faca um esquema, eee a 12 B 14. 16. 10. Identificar as correntes abaixo: > ° o ° c Fig. 22.22. |. Descrever o mecanismo de agfo da eletrotera- pia no tratamento de afecgoes musculares. Identificar a causa efetora da Termoterapia. Por que o banho de parafina, cometamente uusado, tem pequena probabilidade de supera- ‘quecimento dos tecidos? }. Qual © mecanismo intimo de aggo do Calor Radiante? Faga um esquema Uma fonte de calor tem intensidade 1 a 1 me- wo de distancia. Qual serd a intensidade @ 0,30 m (30 cm) de distancia? Uma fonte de calor irradia 0 torax de um pa- iente. Perpendicularmente a0 feixe energéti- 00, @ intensidade € 1. A fonte estd a 0,5 me- 1. 18, 19. a. 22, 23. 24. oD 1 2. 3. tros de distancia do ponto central. Qual seré a intensidade a 0,20 m (20 em) desse ponto? Faga um esquema, Por que & necessério considerar com atengfo a parte do corpo paciente que fica entre os pplos geradores de ondas curtas ou microon- das? ‘Uma porgéo do corpo humano de resisivida- de 100 St.cm foi exposta a uma corrente de condas curtas de 200 mA. A érea irradiada é 50 cm? em espessura de 23 cm. Tempo de radiagfo: 10 min. Calcular o calor gerado em Je cal. Se a massa for de 1,2 kg, qual tempe- ratura tebrica seria atingida? Calor especifi- c= 08. Porque 0 ultra-som deve ser aplicado aos teci- os biolégicos sem camada de ar entre a cabe- 42 do emissor ¢ a parte tratada? Citar os pacientes que nfo podem ser submet dos a ondas curtas e microondas. Qual € um dos riscos mais frequentes do ex- cesso de exposicf0 ao calor (essencialmente 0 infravermelho)? Por que nfo se deve aquecer zonas isquémi- cas? (Citar trés indicagbes da crioterapia. Qual € a posreagfo orginica a aplicagzo do fio? — 03 Conceituar e exemplificar alguns parémetros cletromagnéticos. Explicar chogue de abertura e fechamento, Apresentar algumas caracteristicas indica- ‘es da aplicagfo de campo EM e sistemas bio- Ieicos. TL-03 Com orientagfo de profissional habilitado, visitar centros de tratamento fisioterapéutico. De- monstrag0es didéticas devem ser feitas, sempre que possivel. Objetivos Especificos do Capitulo 2 Concetta a Torta dos Campos Desvever sf propiedades pnp dos cam ‘or Crnitacona, Eleromagnética e Nuc Saber relasionar os eventor com s dimensto Tempe, Diferenciar os Estados agumss Formas de Energin nos Campos Giar'4 3 exemplas da produsto de Campos los Binsinemas Cozcitur Trbatho atvo © pasivo dentro ‘os prnepios da Teora dos Compo. Realza algunas experiéncs simples de abo- ‘atéio, mostrando or efeitor doe camper, spor uso do capita: Apliagdes Biology os Campos Ge EM. 0 Campa Gravitacionat Pace 1 Calcul exemplos simples de Forga Grate onal; Borgia Grvtcional(Potencial o Cr its), Pessfo, Taballo po Ex d¢ PAY, ‘Trabalho Pisco Bioko, © Potanca, en Bowaltena, 2 a s Siter ura veptesentso veto de Forge Movimento em Sistemas Bolo Reluloaar movimentos maseaares a lean Ste calelar as Forgas em Pola pra Te (do Teraputea,em virion ngulos de pl ‘et. Car apcages de Torque, Aso e Momen tum em Bisby. Parte ‘ 1 CConcitsar saber medic Peso Atmos. CCoacitua calelar PestoAtmoneia ne fia os Substmesteia, Coahecer «saber sro principor do iff, « do contol de Muxo em sfonagem Derenhar © saber descreer a dreagent de Wargeateen, Munro e Tori, CConhecer« descevero principio de aplingto 4 ido. 22-0 Campo Eletromagaético Parte A 1. Coneetuar Colom, Vattagem, Ampergem, Poteci, Resistncin« Restiviede Edt, (Condutincis,Conatvidaee Indic 2. Desenhareientfia geos de alguns poe Az comete letra ead m looga Pate 3, Saber dstingur associates em see parle lode pas, resistors e capacitors 4. Conhnce ei de Oh eliza eels sn ple basse nes. 5. ConcetnePotenin Elta ¢ Fate eileloe Simple dese parame. Parte 6. Conhecer os principios da Eltoterapia ap Concer o principio d Termoterapa Gar formas de spicaan de Caer. Gitar propledades das Totes condutors € So aor radiant, Relsionar Intended do Calor com a dir tinea ¢ 0 Angulo de aplcaseo do fee te. 1 Deserve of princpios bseos da Diatermi: Freglancls vata, sitet ressnantt, otos com a tenpersturs ssl, forms dos fdetrSdlon © campo eetromgnéico es 12, Gileasr © aquecimento provocdo pels Die 13, Detcever o Ulrasom « seus efeitos sobre seta as precaugtesindipensvls pra wo dt ‘Temotetapa por Daten © Ultra om. 15, Deseevers Cuter. 3 Termodinamica A Termodindmica (TD), que comegou com 0 estudo do rendimento de méquinas térmicas, mos- ‘tou-se depois como o mais abrangente regulamento dos fendmenos naturais. A transformagio de Ener- gia cm Trabalho, e vice-versa, nas diferentes for- ‘mas (mecdnica, térmica, elétrica, etc), segue estri tamente as duas leis simples da TD, A TD abrange toda e qualquer mudanga que ‘corre no Universo. 1 - Sistema e Entorno— Em TD, fala-se freqiien- temente nesses pardmetros. O conceito é comple- tamente genérico: Sistema é uma porgao definida do Espaco. ‘Uma solugdo, uma molécula, uma eélula, um cilindro de gas, um ser humano, so exemplos de Sistemas, Entomo é tudo que envolve o sistema, e com ele se relaciona. O entomo, pois, nao tem limite, ¢ vai até 2 fimbria do Universo! © entorno é mais conhecido como Ambiente, Essas elagSes esto re- presentadas na Fig. 30.1 (Os sistemas podem variar de volume, tempera- tura, energia, ¢ por essas variagdes se classificam em abertos e fechados (V. depois item préprio) 2—Energia Interna e Energia Externa —Os sistemas possuem dois tipos de energia: interna e a externa. Energia Interna: a Energia Interna Potencial é a composigao quimica. A Ener- gia Interna Cinética é 0 con- tetdo de calor. Energia Externa: A Potencial depende da altura do sistema no Campo G. A Ci- nética depende da velocidade de deslocamento do sistema no espaco, AMBIENTE (OU ENTORNO Leal =f i g oy g = Qe us L E|* > 5 i a B 8 i E Fig. 302, Sistema e Entorno—0 sistema ¢ uma pars definida do espago. A ~ Solusio; B~ Moeula; C- Cul; D—Psto; E-Glindode gs. O enor é tudo que exter vols dosistema, at 0“infnit™ ALTURA DISTANCIA Fig. 30.2. ~ Energia interna o energia externa (ver texto). Como a TD abrange todos os processos que ‘ocorrem no Universo, ela permite estudar a Ener- gia intema, separadamente da Energia externa. A simplificagio obtida, especialmente na Biologia, é de imenso valor. Duas situag6es esclarecem mais essa vantagem: Exemplo 1—Se 0 sistema 6 uma bomba (Fig. 3.0.2), tanto faz ela estar no alto (Energia Potencial Externa), como ser langada (Energia Cinética Exter- na), que sua Energia Interna (a Po- tencial, pelo menos), 6 a mesma até © momento da explosto. Exemplo 2—Se um macaco come uma banana, no alto de uma drvore, sobre 0 solo, cor- rendo ou parado, ele s6 aproveita a Enerpia Interna da banana. Diferenga faz se ele comer a banana com casca (mais Energia), ou sem casca (menos Energia). 3. —-Propriedades Intensivas e Extensivas — A Energia Interna de um sistema, em seus parémetros macrosc6picos, pode ou nfo depender de Massa do sistema. Essa dependéncia classifica as proprieda- des em duas categoras. Propriedades Intensivas Propriedades Extensivas (Independem da Massa) (Dependem da Massa) 1. Pressto 1. Volume 2. Temperatura 2. Quantidade de Matéria 3. Voltagem 3. Densidade 4. Viscosidade 4, Quantidade de Energia 56 Exemplo3—A voltagem de uma pilha zinco-car- ‘vio 6 1,5 V, nfo importando se 0 ta- manho 6 pequeno ou grande. Mas a quantidade de energia elétrica, € maior na pilha grande. A voltagem in- depende da massa (intensiva), a quan- tidade de eletricidade depende da smassa (extensiva). Exemplo 4—Um litro de égua a 90°C tem maior temperatura que uma piscina de 10° litros a 25°C. A intensidade (tempe- ratura) 6 maior no litro de dgua, mas a quantidade de calor (Energia) 6 ‘maior na piscina. 4 — Unidades, Constantes e Variiveis — As unida- des do SI devem ser usadas: joule, volts, kilogra- ‘ma, etc. Para medic temperatia, a escala absoluta 6 indispensivel na maioria dos casos. Usa-se ainda a kilocaloria para medir calor. (Reve, se necessé- rio, Introdugfo). Algumas propriedades da matéria, como calor cespecifico, composiggo estrutural, condutividade, etc., podem ser consideradas como aproximada- ‘mente constantes, durante 05 processos TD. © niimero de varidveis nos processos TD é ‘enorme: pressfo, temperatura, volume, quantidade de matéria, composicfo do sistema, varios tipos de cenergia, quantidade de calor, trabalho de varios ti- pos. Para simplificar, algumas dessas variedades s0 ‘mantidas constantes durante of procestos TD, en- ‘quanto apenas uma ou duas variam. Esse é 0 méto- do de faclitar o tratamento desses processos. a 2 en GRAVITACIONAL, curoa hou cnerica || EN TERMICA en Seance fh ELETRICA svt 77 ; eN { LUMINOSA Jr MAGNETCA ev TERMICA, — Fig. 3.0.3. — Representagdo da 1? Lei TD-T ~ Trabatho;En — Energia (vor texto) 3.0 — Termodinamica — Aspectos Conceituais A Termodindmica (TD) estudava a prinefpio, a transformagio de Calor (Energia Térmica) em Trabalho, ¢ vice-versa. Depois, 0s fatos foram mos- trando que a termodindmica era muito mais abran- gente, disciplinando toda e qualquer mudanga que focorre no Universo. Os seres vivos nao sfo exce- fo. A termodindmica tem 2 leis: Primeira Lei da Termodinémica Descreve @ conservagdo da energia,e tem um enuneiado simples 1. Energia nfo pode ser erada ou destruida, ras soments convertda de uma forma em outra, Esse principio € viualizado quando se obser vam as sepuintes transformagoes de Energia ig. 303) A energia gravitacional potencial da dgua que cai, se transforma nos diversos tipos mostrados. A. soma de todas essas formas de energia é constante ‘Uma constatagao importante, que vem através da 18 Lei, 6: 2. Toda transformagfo de energia se acom- panha de produgdo de Energia Térmica (Calor). ENERGIA OU. TRABALHO {QUALQUER TIPO) Fig. 304 ~ Conversfo de Calor (ver texto) Os seres vivos produzem calor em todo e qual quer processo biol6gico. Alguns perdem o calor gerado para o ambiente, e possuem a temperatura ambiental. Outros conservam parte desse calor, € regulam sua temperatura. Outra observacdo importante, derivada da 1? Lei TD, referese a transformagdo de calor em Tra- balho, e vice-versa. 3. Qualquer forma de Energia ou Trabalho, pode ser totalmente convertida em Calor. ‘A reciproca porém, nao é verdadeira, porque: Calor ngo pode ser totalmente convertido em ‘Trabalho ou outra forma de Energia (Fig. 3.0.4), porque uma parte continua sempre como calor ‘mesmo (item 3). Essa observag80 & muito importante, porque aliada 20 item", dé origem a uma entidade TD chamada Entropia, que ¢ presenga obrignt6ria em todos 0s processos universais. (Seré apreciada depois). Em todas essas transformagdes © processos, soma total de Energia (Trabalho) é sempre cons- tante. A 1? Lei pode ser enunciada de forma mais ampla 4. A Energia do Universo é constante, Como a observagio do cotidiano nos mostra, © Universo esté em continuo movimento (Traba- CALOR (EN. TERMICA) 87 Iho). H4, portanto, uma constante troca de energia ‘entre os diversos pontos do Universo, Essa troca se faz de acordo com a segunda lei. ‘Segunda Lei da Termodinamica Descreve a transferéneia da Energia, e tem virios enunciados e coroldrios (vendades correlatas), ‘Um enunciado simples é: 1. Energia, espontaneamente. sempre se desto- ‘ca de niveis mais altos para nfveis mais beixes. Observaces do dia-a-dia mostram exempios dessa lei: gua sempre cai é= uma cachoeira. obje- tos largados no espago caem. uma xicara de café ‘quente se esfria.tuz € mais intensa perto da [am- pada acesa, som € mais forte perto da fonte emis- sora, etc. Alguns exemplos estio na Fig. 3.0.5. wand fee > A) B) © © Fig. 305. Reprsentagio da! Lei da Termodinimica [Notarque mos dis simos exemplos, Energia fi substufda por Maria, 88 Em resumo, a 2* Lei pode ser popularizada 2. De onde tem mais, Matéria ou Energia, vai para onde tem menos. Um coroldrio importante da segunda lei é que: 3. £ possivel, com a realizagio de Trabalho, transferir Energia (Matra) de nivel mais baixo para nivel mais alto Observagdes do cotidiano exemplificam esta afirmasio (Fig, 3.0.6): Uma bomba hidréulica ele- va fgua de nivel mais baixo para nivel mais alto (0am individuo levanta um objeto); uma geladeira tira calor de seu interior (mais fio); e 0 transfere para 0 exterior (mais quente), com auxilio de um ‘motor (trabalho); a célula expulsa fons Na*, reali zando trabalho na membrana, as tn) Giion vais quewte = ike ho COM TRARALMO DIREGAO ESPONTANEA +----- Fig. 306, Inversoda ¥Leia TD—(V. texto). eo tc t Se, de acordo com a 12 lei, a energia est em ‘constante movimento (realizando Trabalho), ¢ de acordo com a 2 lei, a energia somente vai de luga- yes mais altos (mais Energia) para lugares mais baixos (menos Energia), conclui-se que: 4. Todo sistema que realizou trabalho, tem sua Energia diminuida, Essa tendéncia se nota em toda parte: égua de ‘uma represa, que aciona uma turbina, a0 chegar a0 solo, tem menor energia. Os gases de combustzo dos motores de explosio, nfo acionam outro mo- tor, vapor que sai de um pistfo ngo mais empurra outro, as fogueiras se extinguem, os seres humanos envelhecem. Como 2 19 lei diz que a quantidade de Energia & constante, ¢ forgoso concluir, pela 2 lei, que aps cada mudanca, a qualidade da Energia piorou: a cada mudanga aparece uma espécie de Energia degradada, incapaz de realizar Trabalho Esse tipo especial de Energia & chamado de En- tropia. Conceito de Entropia Definida operacionalmente, Entropia é uma ‘qualidade de Energia incapaz de realizar Traba Tho*. ‘A Entropia uma presenga constante em todos os sistemas, processos e mudaneas que ovor- rem no Universo. No Universo, a Entropia aumen- ta sempre ¢ 2 sentenga entrépica condena o Uni- verso a um estado de Entropia maxima, quando toda Energia capaz de realizar Trabalho tiver sido utiizada, O Universo se acharé em caos completo ‘no zero absoluto de Temperatura Essa tendéncia de aumento geral e constante da Entropia, leva a outro coroldrio da 28 Lei 8. A Entropia do Universo tende ao méximo. Entalpia, Entropia e Energia Livre A Entalpia (H) 0 conteiido de calor de um sistema. Ela aparece sempre como uma mudang de entaipia (AH) nas transformagbes que ocorrem. A entalpia de formagfo (AH) aparece na sintese {de compostos. A entalpia de solucso (AHS) ocorre quando uma substincia é dissolvida. A entalpia de reagfo (AHir) ocorre quando uma reaggo se pass. Pode-se dizer que hi uma Entalpia para cada mu- danga que ocorre no Universo. ‘Quando a mudanca libera calor, ela ¢ Exo- térmica (Exos = fora; termos = calor) e o sinal de Essa defnigf0 nfo € rgoross, mas satisfuz plenamen- te, Entropia é Energia/Temperatura,e pode a ‘athar em outros sistemas que exijam menor nivel de Energia. Mas quando chegar a0 nivel minimo, af a Entropia 6 total. AH € negativo (AH). Em certas reagdes répidas, a liberagfo sibita de calor chega a aquecer o siste. ma, Por exemplo, quando se dissolve NaOH na gua (Fig. 3.0.7). No caso do HS0q, a dissoluggo Provoca violenta ¢ perigosa liberagfo de calor. A combustéo de etanol é também exotérmics Quando a mudanca absorve calor, ela é Endo- térmica (Endos = dentro; Termos = calor) € 0 six nal de GH é positivo (+H). Em reagges muito ri pidas, o sistema esfria, enquanto nfo recebe calor do ambiente. A dissolugfo NH,NO, é acompanha- da de resfriamento que se percebe pelo tato. (Fig. 3.0.7). A sintese do benzeno é também acompa- nthada de absorggo de calor. ‘A maioria das reagdes € exotérmica, mas mui- tas reagdes que decorrem em sistemas biol6gicos, sfo endotérmicas. Diversos materiais usados em biologia, como p. ex.,plisticos, cera, gessos, re nas, ete. apresentam entalpia de mudanga endo ou exotérmicas. Conhecer o sinal de AH das reagdes & importante porque Quando se retira calor de uma reagdo exotér mica resfriando o sistema, a reagdo atinge equil- brio mais rapidamente: é como se ajudassemos a retirar 0 calor que a reago quer eliminar. Quando Se aquece uma reago endotérmica, a reagio atinge equilibrio mais rapidamente: é como se fornecé+- Semos 0 calor que a reagdo precisa. Esses achados esto de acordo com o principio de Le Chatelier. A Entropia (S) ¢ outro aspecto importante das mudangas. Toda transformagfo € acompanhada de uma mudanga na Entropia (AS), sempre no sentido de aumento global da Entropia (Fig. 3.0.8). No caso (A) 0 crescimento da Entropia é 6bvi0. Nos cas0s (B) e (C) 0s aumentos sto sempre maiores do que as diminuigSes e a Entropia Total (Sistema + Ambiente = Universo), aumenta sem pre. Por convenao, a Entropia negativa — AS signi- fica diminuiggo, ¢ a positiva +AS, significa au ‘mento. De um modo geral, a Entropia aumenta com fa elevagSo da Temperatura. A febre (Hipertermia corporal) traz certamente um acentuado aumento da Entropia dos processos biolégicos. O estado fi- sico também se acompanha de niveis diferentes de entropia, que geralmente aumenta da fase sélida para a liquida, e € mais clevado ainda na fase sos. Numa reagZo (ou qualquer mudanga), 0 pro duto da entropia (AS) pela temperatura absolv- ta (T) dé a quantidade de entropia que acompanha essa reago: Quantidade de Entropia = rAS MUDANGA EXOTERMICA SOLUGAU To SOLUGAO, SQLUGAO, | RESFRIA~ MENTO NHANO3 325°C Fig. 3.0.7 ~ Procettos Exo e Endotérmico (ver texto) SISTEMA — ‘AQUECIMEN-| ALOR Fig. 30.8 — Representacto de Entropia das Mudancas ‘A entalpia e entropia podem ser combinadas ‘em uma relagfo que fornece a Energia Livre (AG) de um processo ou reagfo: Energi livre = (Entalpia) ~ (Entropia) + + + AG = SH ~ TAS Essa Energia Livre (AG), 6 capaz de realizar Trabalho avolumee presi constantes. No caso da temperatura do processo ser invaridvel, também & temperatura constante. 60 SISTEMA SISTEMA 8 ‘AS AUMENTA 8S AUMENTA AS DIMINUI & AMBIENTE AMBIENTE ‘AMBIENTE ° AS AUMENTA As DIMINUI OS AUMENTA ‘AUMENTA AUMENTA AUMENTA AS UNIVERSO SEMPRE AUMENTA Alguns processos ou mudangas desprendem Energia Livre, e sfo chamados de Exergonicos (energia para fora), € 0 AG é negativo (~AG).. ‘Outros processos ou mudangas absorvem Energia Livre, ¢ sf0 chamados de Endergonicos (energia para dentro), ¢ 0 AG é positivo (+46). Exemplo de reacfo exergOnica ¢ a hidrélise do ATP, ¢ de reagdo endergonica, a sintese dessa mes- ‘ma molécula. Quando AG =0, a reagfo esté em equilibrio Dindmico, com o minimo de Energia ¢ 0 méximo de Entropia. As relagbes entre OG e 0s processos esto no Quadro I. NIE Quattro 3.0.1 — Valores de AG e Propriedades das Reagbes Valor Relativo Tipo Reago feito Observado Probabilidade de Ocorréncia -AGouAG0 Enderginica Absorve Energia Improvével, provocada aG=0 Uma ou OutraReagfo em equilfbrio dinémico, com Energia minima e Entropia méxima Reages Espontineas — Acoplamento de Reagées ‘Quando a reagfo tem AG, ela ocorre espon- taneamente (Reagdo 1). ()A4B=C#D AG, =~7(-293) Ocorte espontaneamente, libera 7 kcal. Se tem +2G, 36 ocorre fe receber energia do ambiente (Reac4o 2). (2)D+E=F+G AG; = +3 keal. (+ 12,5 8d) ‘io é espontinea, e 56 ocoree se receber uma injegdo de 3 keal ‘Se em qualquer sistema, for observado que as reagbes (1) € (2) estfo dcorrendo, € porque elas so acopladas. ‘A reagdo (1) comega a ocorrer, ¢ antes que ela termine, se inicia a reagao (2), usando um dos pro- utos da reagfo (1). £0 que mostra a reaggo entre 0 fosfoenolpiruvato (PEP) ¢ a adenosina difosfato (ADP), na sintese de ATP. (OPER +H,0Pinvato +P AG? = ~62ki.mol (QVADP+PL SATP+H20 — AG9 =+30,5 ki.mot (3) PEP +Pi *Piruvato + ATP AG9 » ~31,5 kJ.mol Nessa reagdo, 0 fosfato inorginico (Pi) da rea- fo (1), nfo fica livre, como sugere o modo de es rever a reap, Na realidade, 0 Bi pasa diretamen- te do PSP para o ADP, como ¢ visivel na represen- tagfo pictérica da Fig. 3.0.9. Este acoplamento ocorze freqientemente no ciclo de Krebs. Toda reaco que ocorre em dois sentidos, & expontinea em um sentido, e provocada no sentido ‘posto: Sentido Esponténeo (AG) “_AtbeC+D Sentido Provocado (+ AG) / HON PIRUVATO. ——> \ | PE~P ——_ | ee PRODUTO; Nabe! REAGENTES No sentido espontineo, ela libera uma quanti- dade de energia -AG, ¢ na volta, ela necesita da ‘mesma quantidade de energia, agora com sina tro- cado, +4G, para ocorrer, Esse 60 caso de intimeras reag6es biol6gicas. Apenas um exemplo, o da égua, que se decompte em hidrogénio e hidroxila. ~2ste sentido, a reagdo éespontanea com AG = ~19 kcal. Mas 0 hidrogénio se une & hidroxila para dar égua, neste sentido oposto ela exige energia para ocor. rer, com AG= + 19 keal (79,5 kd) Espontineo H,0 +H? + OH AG= -19 keal Provocado H’++OH™ *H,0 AG=+ 19 kcal Energia de Ativagdo — Curso Energstico dé Reagbes- Catilise ‘Mesmo quando uma reagfo tem AG negativo, ¢ portanto, é provivel e espontanea, nenhuma re ‘¢f0 ocorre sem que seja fornecida uma energia ini- Cial que deflagre o processo. Esta energia é conhe- ‘ida como Energia de Ativaga0 (E,). $6 depois € ‘que a reaglo se processa, ¢ a energia —AG é libera- da. O curso de qualquer reagfo esté demonstrado na figura 3.0.10. curso Energético descrito na Fig. 3.0.10 é lato: A+B+E,=(AB)* =C+D—AG. Os reagentes A ¢ B absorvem a Energia de ‘Ativagio Eq e formam 0 complexo ativado (AB). Esse complexo s desfaz nos produtos C+D elibera —AG, energia livre, capaz de realizar trabalho, ——> wor.Pi) ——> arp ComPLEXO |! — [PRODUTO: INTERMEDIARIO Fig. 30.9 Representagfo de reagfo scopladt. 0 simbbolo ~ representa a liga Ibi 61 fon Fly. 30.10 Curso Enersético de Reagio. A e B - Rea gentes (AB)*~ Complexo atiado; C+D ~ Produtos; Eq — Energia do ativagio; AG ~ Energia livre Quendo se risca um fésforo, o-atrito é a Ener- gia de Ativagdo que inicia a chama (atrito = calor) Alcool e gasolina s6 queimam se forem “acesos”, ie. se receberem a Energia de_Ativagdo inicial. Comose vé pelo curso da Fig 3.0.10, Eq éliberada quando 0 complexo (AB)* se desfaz, ¢ pode ser usada para outro par de moléculas. Teorica- mente, basta a reagd0 inieial de 2 moléculas para ue todo o grupo regia. No caso das reagdes ndo espontineas, ie, en- dergbnicas, antes de receberem 0 +AG, elas neces sitam também receber previamente a Energia de ‘Ativago, para que possam ocorrer. ‘A Ey pode ser alta, como temperatura ele vada para queimar madeira, ou petréleo bruto;ou baixa, como uma simples faisca no caso da péivo- 13, ou do éter de petrOleo. Para a TNT e certos ful ‘minatos de merctrio, basta um leve choque! E fato que: Reagdes se passam mais facilmente quando Ey € baixa Nas reagbes exergOnicas, a energia liber da 0G pode ser utilizada como Ey por outras moléculas, ¢ a reagfo se passa rapidamente, com violéncia explosiva De um modo geral, a Eq depende da tem- peratura do sistema. Quanto mais alta a tempera: tura, mais oferta de E.,. Esse fato permite contro- lara velocidade das reagves Diminuir, abaixando a Temperatura ‘Aumentar, elevando a Temperatura Esse fato tem enorme importineia na pritica biolégica. Alguns materiais biol6gicos apenas sfo 62 estiveis em baixas temperaturas, de vérios graus abaixo de zer0. Reagdes diversas s6 ocorrem se 0 sistema for aquecido, a 100°C, ou mais. Certos rateriis odontol6gicos sf0 preparados a frio,e 56 atingem solidez quando aquecidos. Pode-se contro- lar a velocidade da reagGo de solidficagto pela temperatura na qua ela se passa Nota— Nfo se deve confundir a velocidade da reacfo que depende da Eg, com a velo- cidade de chegada a0 ponto de equili brio, que consiste em retiar ou fornecer energia, contrariando o sistema para que © equiltbrio seja atingido mais rapid: mente. Reler, se necessirio, reagoes Exo Endotérmicas. Catilise Modificar a Ei é modo eficiente de interferir na velocidade de uma reagfo (ou mudanga). Agen- tes capazes de modificar aE, chamamse catalise dores, 0 catalisador pode ser positivo (diminui a Eq, aumenta a velocidade) ou negativo (aumenta a Eq, diminui a velocidade). Quando se fala em catalisador sem especificar 0 tipo, quer-se dizer catalisador positivo. curso energético de uma reaggo catalisada ¢ nfo catalisada est ilustrado na figura 3.0.11. Como se nota pelo curso das Reag6es Sem e Com Catdlise (Fig. 3.0.11), a reagfo com catélise tendo Eq menor, termina mais rapidamente que a sem catélse, 0 catalsador tem as seguintes propriedades: 1, Diminui a Eq; 2. Aumenta a velocidade da reagio; 3. Néo modifica AG; 4. No modifica a ’ ENERGIA TEMPO Fig. 3.0.11 ~Catilise Postiva, A e B — Reagentes; (AB)* Compiexo ativado; Ce D — Produtos; - AG'~ Energia ie; Eas — Energia de ath vagdo sem catilse; Ec ~ Energia de ative ‘lo com catiie seneg > constante de equilfbrio (K). 5. Aparece inalterado no fim da reagao. 6. Tem alguma especificidade. Catélise Biolégica A catilise biol6gica 6 tao peculiar aos seres vi- ‘vos, que constitui um dos modos de investigagto da presenga desses sistemas no Universo, ‘Sem catilise ndlo hd vida, A catélise biolbgica ¢ feita por enzimas, que ‘sfo moléculas especialmente feitas para essa finali- dade catalitica. A catdlise bioldgica é espantosa mente mais aperfeicoada do que a catélise nfo- biologica, ¢ seu estudo & um dos fascinantes as- pectos da Biologia. ‘Atividade Formativa 3,0 ProposigBes: 1. Enuneiar, de forma simples, a 12 ¢ 22 lei da 1D. 02. Fazer_desenhos representatvos da 1% 22 lei da TD. 03, Assnalar Certo (C) ¢ Brrado (B): 1 A Energia do Universo ¢ constante (_). 2—A Entropia do Universo aumenta sem prec ). 3 — Energia (Matéria), espontancamente se desloca sempre de niveis mais altos para mais batxos(_) 4~ Realizagfo de Trabalho permite enviar Energi. (Materia) de nivets mais baixos para mais altos() 5 —Em qualquer mudanga, a Entropia total diminui(). 6 — Entropia ¢ tipo de Energia degradada( ). 04. Conceituar Entalpa, 05. Completar: Exotérmica é reagdo que «calor. Endotérmica é reagao que... .-... calor. 06. Quando: 21 6 negativo (—AH) a reagfo lore chamase . Dee AHLE posto (+) reap. fli lealore chama-se 07, Um pesquisador esté observando um Sistema ¢ seu Entomo (Ambiente), e nfo completou suas notas. Use a TD para ajudé 1 Entropia no sistema diminuiu, no entor- 2 Entropia diminuiu no entorno, no arm biente Soe se. em 3 — Entropia total sempre, todas experiéncias. 08. Podese afirmar que se Entropia aumentou no Entorno, ela diminuiu no Sistema? Explique. Pod se afirmar que se Entropia diminuiu no Sistema, ela aumentou no Entorno? Explique. 09. Conceituar Energia Livre. 10. Completar: Exergonica ¢a reago que....... . Energia Livre. Endergonica é a reagao que ....... Energia Livre. 11. Quando AG é: 1—~AG, a reagao é 2— +AG,a reagho é. ot 3— AG = 0, a reagdo esti em. . 12. Explicar como uma reaggo cujo AG = +8 keal pode estar ocorrendo naturalmente em siste- ‘ma biolbgico. 13. Quando uma reag%o ocorre com AG=-13 keal, qual 2 Energia indispensivel para que ela ocorra em sentido contririo? 14, Dois corpos, um de 2 kg e outro de 3 kg, se Jargados no espago, caem. Se, porém, n0 es quema da figura 3.0.12, vocé observar 0 obje- 10 de 2 kg subindo, o que voos pode concluir ‘que existe atrés da blindagem? Faca um de- senho e explique. Compare com reacoes qui- ‘micas acopladas. Qual € o sinal do AG do mo- vimento de’ cada pedra? Se AG =0, 0 que aconteceria? — —(( Fig. 3.0.12 3 1s 16. E se voce visse 2 peda de 3 kg subindo e a de 2 kg descendo? Complete com 1 palavra as duas posse oon : 2- eee er Discutir'é ‘comparar com teagbes quimices Fazer desenhos explicativos. ‘Um ctl postive (Completa Diminui a. de uma Reagto. ‘Aumenta a. - de uma Reagio. Assinalar Corto (C) ou Errado (EB): ‘Um catalisador altera o AG de uma reagio( ) Um catalisador ngo altera 0 K de uma rea- gao() Os catalisadores se destréem depois da caté- lise) ‘Qual a fungdo das enzimas? (3 palavras) Desenhar o curso de uma reagdo com catalisa- dor negativo. “Quem tem, poe; quem ngo tem, tira”. A TD mostra que seria mais correto dizer: “Quem tem, poe; quem ngo tem, recede”. Discutir porque. ph pa pr (is Gis (is co en té Pt & ¢ a HeR neomenay 4 A h g 3.1 Termodinamica — Leitura Complementar LC-3.1 Energia e Entropia em Biologia Alguns aspects peculiares da TD aplicada aos Sistemas Biol6gicos devem ser discutidos. Energia em Biologia Na maquinaria celular nfo hé motores de ex- plosto, cilindros # vapor, ou outros artefatos me- lnicos. As eélulas nfo usam Energia Mectnica (ex- ppansfo de gases) ou Energia Térmica (calor), para produzirem trabalho. As células usam energia li- vre (AG), que é um tipo de energia elétriea, que produz ‘trabalho em condighes de isobaris (sos mesmo; baros = pressfo) e isotermia {isos = mesmo; termos = calor), ie., em pressio temperatura’ constantes. Hé também isocoria (isos. = mesmo; corios = volumes), ie., volume constante. Esta é pois uma diferenca fundamental centre os seres vivos e as méquinas. Nas méquinas, hd realizagao de trabalho através de processos is0- térmicos ou isobéricos, etc., mas 0s processos, tal como definidos na TD cléssica, nfo existem nos sistemas biol6gicos. Todo trabalho biolégico comega em nivel molecular. © trabalho mecinico € fungfo de estruturas cespecializadas, mas a energia € fornecida através de processos moleculares. O coragto realiza, na sua Contragéo, trabalho tipo PAV (Pressfo x Variagdo de Volume), outros misculos, do tipo F x AL (Forya x Disténcia). Mas esses trabalhos nfo sfo do tipo de méquina térmica: entra calor, sai tra batho. Nada disso. A energia € elétrica (AG), ¢ aciona mecanicamente, por atragfo e repulsfo de cargas, a5 fibras musculares de contraggo. Esta energia é também conhecida, embora impropria- mente, como Energia Quimica” ‘Como 0 ser vivo nfo é méquina térmica, nfo pode ser recarregado por colocaggo em fontes de Calor: fogareiros ou fogdes. Hé sempre queimadw- ras, Também no pode ser ligado a uma tomada de energia elétrica, porque leva choque esofteeletré- lise, Os seres vivos recortem entfo aos alimentos, © deles retiram sua energia, através de oxidag0es metabélicas. Essa energia ndo estd armazenada nas ligagdes quimicas, como erroneamente se pensa ¢ di ‘ATP tem ligagoes de alta energia que é liberada na hidrélise da molécula”. Nada mais errOneo. A ener- sia aparece como diferenga entre 0 conteddo de energia dos Produtos menos a energia dos Rea- gentes. AG (Reagdo) = AG (Produtos) — AG (Reagentes) [No caso do ATP, a reagto de hidrélise, é: ATP+H;0, * | ADP+HsPO, ATP+HL0, Reagentes Produtos E a energia liberada equivae a AG (Reagao) = AG (Produtos) — AG (Reagentes) = 7 keal (29,313) (Ver também Energia e Forea de Ligagves Quimicas). Entropia em Biologia ‘Além da TD que lida com macrossistemas,exis- tea TD Quintica que estuda os eventos microscé- picos, ic., dos componentes moleculares dos sis temas em geral: o comportamento de moléculas, sua organizagfo, energia, entropia, eu relaciona- mento com outras moléculas, ete. A TD Quintica utiliza os métodos da Mecinica Estatistica para calcular os pardmetros termodinamicos dos com- ponentes de um sistema Entre esses parimetros, estao aqueles que per- mitem relacionar a Entropia de um sistema com sua Organizagfo ¢ conteddo de Informacgo. Po- dese também relacionar a Entropia com a Energia de um Sistema. ‘A seguinte telagdo existe: quando a Entropia aumenta, a Organizagfo ¢ InformacSo diminvem; quando a Entropia diminui,a Organizagfo e Infor magdo aumentam. E pois uma relagfo inversa: ‘Aumenta Entropia _____.Diminui wt Diminvem.____Organizaggo ___- Aumentam Informagfo Relado entre Entropia ¢ a Organizacfo e Informaydo em um Sistema Qualquer Um modelo que permite visualizar essa rela- 40 & feito com os blocos de um quebra-cabeca (Fig. 3.1.1). 65 re ') Caixa com Entropia Méxima:Cabem menos de 125 blecos. Fig. 3.1.1 — Modelo da Relacio: Entropi {ormaggo) de wn "A ~ Baixa Entro- pia, mais Ordem, e até Informago Geogr fica, B~ Alta Entropia, menor Ordem, ‘alka Informagdo e até perigoso caor gO. politico (ordem, in- Outro exemplo é 0 do armério de medica. mentos e acessérios de enfermagem de um hospi- tal (Fig. 3.1.12). ssa relagdo entre Entropia e Organizagfo nfo se limita a aspectos fisicos somente. Os seres vivos procuram atingir o mais alto grau de Organizaca0, Informagao ¢ eficiéncia de uilizaggo de Energia, justamente pelo proceso de diminuir sua Entro” pia. O exemplo da organizacfo da molécula de he- moglobina (Hb) esclarece esse esforgo biol6gico por uma baixa Entropia, Na passagem dos niveis estruturais (V. Estrutura de Proteinas), a molé- cula de Hb vai do primario (sequéncia linear de aminoicidos), secundério (enrolamento em a-hé- 66 ‘Armizio com alta Entropia, Poucos medics ‘mentos,seringas desordenadss, menos paco- tes de agodfo, pingas quebradas. Desordem, ado se acha’ nada rapidamente. Desinfor: ‘magfo; B — Ammério com baixa Entropia. ‘Tudo certo © facil de achar, afm de maior (uantidade. Ordem e Informasio. lice, e outras estruturas), tercidrio (a disposigao espacial de cadeia polipeptidica) a quatemério, a associagdo de cadeias entre si (Fig. 3.1.3). A cada nivel, a Entropia diminui, a organizagdo e infor- ‘mago aumentam, Esse_processo & espontiineo, ¢ portanto, sua Energia deveria decrescer ea Entropia aumentar. A. Energia realmente decresce, como o esperado, porque o nimero de ligages quimicas aumenta do primério a0 terciério. Mas a Entropia, como de- monstra 0 processo, diminuiu. Para respeitar a 2* lei da TD, a Entropia deve estar aumentando em ‘outra parte do Universo, e isto realmente ocorre no Solvente do sistema. (Fig. 3.1 4). Como se percebe, enquanto a molécula se or- ganiza, a dgua se desorganiza e a Entropia Total au- menta, como esperado. 3 seres vivos vivem enquanto lutam pelo abaixamento de sua Entropia. Isto resulta em au- mento da Entropia ambiental. Viver€retirar Orga- nizago do ambiente, é estar em permanente nfo- ‘equilibrio com meio. O equilfbrio é a morte do sistema biolégico. Num ecossistema sem interfe- réncias estranhas, a Entropia ambiental aumenta em ritmo natural. S6 a espécie humana, com seus objetivos as vezes desvairados, & capaz de acelerar © ritmo da Entropia ambiental. Para disfargar essa agressfo ambiental, a Entropia foi apelidada eufe misticamente de Poluig&o. AA diferenga entre estado-higido (sade) ¢ ex tados patoldgicos (doencas), & apenas no grau de Entropia, que é aumentado no segundo caso. Toda qualquer doenga ocorre simplesménte por um au- mento de Entropia. A Tabela Il alista alguns exem- rt NM or ia s o a in at g mangers ENTROPIA DIMINUL = core cao gor - ERR ANT P0243 at bg pep a amen and eg wutaa taki a Organizagdo ~ Atomos ¢ moléculas esto em sequéncia ordenada, Taformacio — Conhecendo-e a posigfo de um Sinica aminaicido,sabese a poscto dos outros Secundétio @ ‘Organizasfo — Além de (1) ~ Relago entre aminodcidos 4 bem ordenada nas hélices, Informagfo ~ Além de (1) sabe-se a orientapfo axial dos aminaleidos. @, ‘Organizapto — Além de (1) ¢ (2), tem-se uma ordem especial bem determinada. Combina-se 20 heme ( )- Tnformagto — Além de (I) e (2), sabes 2 posto ‘ridimensional de cada aminoicido, Quaternivio a Deixado d imaginasdo do lito. Lembramos apenas que 1 Organizapdo chegou a tal ponto, que a malécula ‘hama-ae Remoglobina e conduz Og entre os pulmfes © 0s tecidos, ENTROPIA E ENERGIA DO SISTEMA, DIMINUEM ety 2 SISTEMA AMBIENTE 1 UNIVERSO ENTROPIA AMBIENTE (E TOTAL), Fig. 3.14 — Relagdes Sistema x Ambiente na Organizagfo Expontines de Macromoléculss. Satema ~ Molécula de Hemogobina se oranizando. “Ambiente ~ Solvente com dua organzads (| © Agua desorgaizads (770). plos, colhides a0 acaso. Perturbardes entrépicas atingem desde a composigf0, estrutura, fungto, até 08 finos mecanismos de controle ‘Uma outra idéia da baixa entropia dos seres vivos é dada pelo seguinte fato: nenhuma estru- tura nfo biolégica, nenhum artefato aperfeigoado pelo homem, possui, a 37°C, uma Entropia fo bbaixa como a da célula viva. A nogdo de que 0 cristais possuem entropia minima é naturalmente vélida. Mas se considerarmos as fung6es desem- penhadas por um cristal e por um protozoério con- cluise facilmente que o cristal tem muito menos Organizagao e Informacfo que a célula viva. E, nes te sentido de TD quantica, podese dizer que os se- res vivos possuem menos Entropia que 0 cristal. Schuéidingercriou a imagem poética, porém rigo- ros: s.Seres Vivos se Nutrem de Entropia Ne- [Nesse aforiama, ele pretende “*demonstrar” «que os alimentos nfo slo Matéria ou Energi, e sim Organizagto, que tiramos do ambiente, or Tabela 3.1.1 Estados de Entropia Aumentada. Alteragdes Fisiopatologicas Estado Patolgico Linguagem Biol6gica Linguagem Termodinainica Arterioesclerose Carie Drepanocitose (Hemoglobinose $) Diabetes Depésito de gordura e cflcio nas artérias, com alteragGes es truturais, endurecimento da pa rede, hipertensdo. Corrosfo das camadas dentarias. Presenga de hemoglobina mu: tante, com anemia, afoicamen- to das hematias, entupimento cealteragdes graves circulatrias Lesbes nas células 6 do pan- creas, falta de insulina ou uti- lizagdo defeituose. Hiperglice- mia, glicosuria, polidipsia, etc. ‘Aumento de Entropia na Cir- cculagdo devido & desorganiza- fo da fina estrutura das arté rias; Distirbios Energéticos da Hemodinamica, ‘Aumento de Entropia por desa- parecimento de estruturas den- ria. Aumento de Entropia na molé ccula de hemoglobina pela troca de um aminofcido na ce deia (glutimico por valina. Distarbios entrépicos da circu- lagao. Aumento de Entropia na utili zagdo de glicose, lipides e ou- ‘10s metab6litos, por pertur bagdo no mecanismo de con- trole metabélico insulinade- pendente td Go 3.2 Termodinamica — Leitura Complementar LC-3.2 Outros Aspectos Termodinmicos 1. Sistemas Abertos e Fechados — Os sistemas ‘TD se dividem em duas classes: Fechados — Trocam Energia ¢ Trabalho com ambiente. Abertos — Trocam Energia, Trabalho e Maté- tia com o ambiente. Algumas propriedades desses sistemas est no Quadro 3.2.1 Sistemas Feehador 40 AW cae {rocam Eaersae Trabalho com ambiente. Mucanga de [Energi (AE) do Sistema: AE = BQ - BW ‘Atngem Equine Dindmico t ft Agua co [Ja vente reRwico + w-0 Fig 3.2.1 Sistema Fechado: com o tempo, atinge ‘equilforio térmico com o ambiente, Calor que entra = calor que sai, Temperatura cequaizada, que a composicfo interna do sistema se mantém constante, Para isso, €necessitio pois, realizar Tra- batho, ¢ 0 que entra deve ter nivel entrépico menor do que o que sa. (Fig. 3.2.2). A. estabilidade da composiggo apenss se mantém durante a vide do ser vivo. £ importante salentaradiferenga Siemay Aberoe Trocam Enea. Trabalho e Mars com o ambiente Mudanga em En: BE =(0Q * 0M) = [Aingem Fst Fstacionrio Quadro 3.2.1 — Caracteristicas dos Sistemas TD Fechados ¢ Abertos Uma gurafa térmica, um calorimetro-bomba, uma reagfo em solugfo sem desprendimento de gx. ses ou formagio de preciptados, uma reapto ele ‘troquimica, uma fotorreagdo, sfo exemplos de sis- temas fechados. Um fogarero a gis ov earvfo, um ‘motor de combustio, ¢ todos os sees vvos, sfo texemplos de sistemas abertos. A maioria dos ss temas conhecidos ¢ do tipo aberto. As leis que regem of sistemas abertos sfo at rmesmas dos sistemas fechados, apenas com equa 6es muito mais complexas, com maior nimero de constantese de vardves (s sistemas fechados atingem equilfoio ding- rico com 0 ambiente, em Calor ou Trabalho. (Fig. 32.1, Os sistemas abertos atingem estado ou regime estacionério, que se caraceriza pela equivaléncia entre 0 que sai ¢ © que entra no sistema, de modo No equilibrio dindmico ngo hi trabalho. Pelo contrério, a manutengio do estado estacionério exige Trabalho permanente, 2, Reversivel e Irreversivel no Sentido TD A TD diferencia dois tipos de processos: 1 — Proceso ideal, Imaginério ou Abstrato — £ concebido na mente: Imaginase um péndulo, € tiram-se conclusoes. 2 — Processo Real, Fisico ou Concreto — Constr6ise um péndulo, dé-se um impulso ¢ ti- ram-se conclus6es, Esse exemplo do péndulo pode ser estendido 1 todo e qualquer processo ou sistema. No proces- so ideal, pode-se imaginar que 0 péndulo ficard eternamente em movimento, e dizse que o proces- so é Reversivel. A Energia Se conserva “realizan- do” trabalho, porque nfo hé Entropia. No proces. so real, 0 péndulo acaba parando por causa do atri- to (Entropia). Pode-se impulsionar outra vez, e as- sim por diante. Mas um dia, a corda arrebenta, 0 pino de suspensfo cai, ou outro defeito qualquer corre, e o péndulo acaba parando. Enfim, dizse ‘que 6 processo é Irreversive. Assim, no sentido TD, o processo reversivel tem Entrgpia nula, mas s6 pode ser Ideal, imagind- tio. Os processos irreversiveis possuem Entropia, porque sfo Reais, se passam no mundo fisico. 6 CELULA VIVA TEMPO ENTROPIA ENTRA (SA! ~AS) ESTADO ESTACIONARIO Aco CELULA MORTA, ENTRA = SAI EQUILIBRIO Ac= Fig. 3.2.2 — Sistema aberto — Relagio 3/1 ~ Energia line; Si ~ Entropia interna; Se = Entropia externa; AS ~ Diferenga entropia Todos os processos biol6gicos reais so pois irre- versiveis, ¢ o envelhecimento é a entropia natural dos seres vivos. A morte é 0 estado maximo de entropia. necessério afastar também a falicia semanti- «2 (confusto, erro de linguagem), no caso das cha- rmadas reapbes “reversiveis ¢ ineversiveis” em qui- mica e bioquimica. Na reagfo: ‘AgNO, + NaCl AgCl + NaNO O cloreto de prata se precipita dizse que a reagfo & “ineversivel”, porque vai somente em um. sentido (>). Hina reagto! CH3COOH + H,0 * H5O +CHsCOO~ © Seido acético se hidrolisa para dar hidronio ¢ base acetato, mas também esses se unem para re- formar 0 fcid0 acStico. A reaggo vai em dois sen tidos (*) e dizse “reversivel”. Como reversivel, se la ocorte realmente quando se joga écido acético na gua? ‘A explicagdo & a seguinte: Se essa reaggo & imaginada teoricamente, ela 6 ideal e reversivel, termodinamicamente. Se ela é feita no laborat6- rio, é irrevers(vel do ponto de vista termodinami- co. Embora a energia de ida e volta seja a mesma apenas com sinal trocado, parte dela se perde como Entropia, e deve ser reposta. necessirio {njetar energia no sistema (a fonte pode ser 0 am- biente ou outra reagdo exergonica), para que a vol- ta ocorra. Sé6 ento, hidronio e acetato se retinem para reformar 0 écido acético. A TIVO -aG EQUILIBRIO 4G=0 PASSIVO +6 Fig. 3.2.3 — Energa Interna ¢ Trabatho, O Sistema & um pistfo com pfs sob presséo P, que 6 a Energia interns. ‘Tamanho relativo de P indica magnitude da Pressfo. T - Trabalho ipo P AV. 70 TTT esses casos, seria mais interessante denomi nar essas reages de ida e volta como bidirecionais ou outro “apelido”. Entretanto, o uso da nomencla- ‘ura Reversfvel-Irreversivel est muito arraigado no linguajar da biogufmica ~ Trabalho Ativo e Trabalho Passivo O critério TD se baseia na variaglo da energia interna do sistema, ¢ suas relagSes com 0 entorno (Fig. 3.2.3) ‘Trabalho Ativo ~ Energia interna diminui. O sistema realizou trabalho sobre o ambiente (Fig. 3.23 A). ‘Trabalho Passivo - Energia interna aumenta, © ambiente realizou trabalho sobre o sistema (Fig. 3.2.3 B), Notar que esse critério ndio contradiz.o que ja foi visto no item Trabalho, na Introdugdo: ‘Quem tem mais forga, sistema ou ambiente, € aquele que trabalha. 4. AG, AG®, K ¢ AG” ~ A relagdo entre esses pa imetros TD nem sempre & compreendida com cla- AG, como jé vimos, 6 a Energia Livre liberada em reagGes e processos varios, e depende das con- digdes experimentais, especialmente as concentra «c0es dos Reagentes. AG varia para uma mesma rea- 20, conforme essas condigdes. AG® foi sugerido para se comparar a Energia Livre de reagoes, Ea medida de Energia livre em condigdes padronizadas, ¢ se relaciona a AG, pela equagao: ~ ac ore Pin 2 =r in R P onde P ¢ R sio 0s Produtos ¢ Reagentes de uma reagtio, como por exemplo: Reagentes _ Produtos A+B C+D e BP _ CXxD onde A, B, Ce D, siio as concen. R AxB tragdes atuais encontradas. Pode-se usar F no Equilibrio da reagio, e nesse caso: Pp Cex De Rg “Ae x Be onde K € a constante de equilibrio, ¢ Ae, Be, Ce e De sio as concentragées no equilibrio, Nesse caso: Cex De Ae x Be AG =AG°+RT In = AG? + RTInK Mas, no equilfbrio, AG = O, entéo: aGe=-RTInK Auravés dessa relago pode-se calcular AG®, medindo-se as concentragdes dos participantes da reagdo. E necessério respeitar as condigdes-padrio que para substincias em solugdo, sem mudanga do estado fisico sao: Reagentes misturados inicialmente em concen- tragio | molal* e deixados reagir a 25°C, 1 atm de pressio, em pH = O, até que 0 equilfbrio seja atin- gido (Fig. 3.2.4). eQUILiaRIO Fig. 32.4 Cleulo de AG? (ver exo Uma vez conhecido AG, pode-secaleuar AG para outras concentragdesvidves AG®" €0 valor padrto para pH ¥ 0. Em bio- logia AG € usualmente relaionad a pH = 7'¢ FC. Se o fon HO no participa da reasdo, AG®¢ independente do pH, € AG?” = AG, para ‘mesma tempera, *Aproximadamente 1 Molar (Veja Concent da Solio) n Para finalizar, € importante saber que AG® no 6 critério para prever a espontaneidade de reacdo. As concentragbes dos Reagentes e Produtos € que decidem, e portanto somente AG € indice correto. ‘Trés exemplos, a seguir, ilustram essas rela- pes: Exemplo1 - Célculo de AG® ~ Na reagio A+B=C=+D. Ac B foram reagi dos em condigdes-padrio. No equi- brio. dosou-se: A = 0,1 € C= 0.9 moles. Calcular AG®. Pela reac’ sabemos que B = 0,1 ¢ D = 09. Aplicando a relagdo: AG? = 8,2 x 298 x In 09X08 01x01 AG? = -10,7kI (-2,6 k cal) 09 09 Nota — Pelos dados acima, K O10 Exemplo 2 ~ Cilculo de AG. Os mesmos reagen- tes do exemplo anterior foram dosa- dos em um biossistema, e achados como: A = 0,4 e C= 0,6 moles. Qual a energia liberada a 37°C? Sabemos que B = 0,4 e D les: 06 mo- 06 «066 04x04 AG = ~10,7 + 8,3 x 310 In AG 10,7 +2,1=-8,610 Nessas concentragdes, AG € menor que AG®, Se fosse (A, P >(C=D), terfamos2<1e, ) ), fF esse caso, AG seria maior que AG. Exemplo 3~ AG? negativa e reag! A reagio: niio-esponta- ©.-Deglicose = o-D-galactose tem AG®= 6,3 kJ. Em um extrato ce- lular, a 25°C essas substincias foram achadas nas concentragdes: -D-glicose = 104M a-D-galactose = 10 M A energia “liberada” seré AG = -6,3 + 8,2 x 298 In 101 107 AG =-63 + 16.9 =+ 106K) Nessas concentragées, a reagio no é esponti- nea, e se for achada naturalmente em extrato celu- lar, € porque esté acoplada a uma reagio exergé- nica que fornece 10,6 kJ de energia para 0 seu funcionamento. Atividade Formativa 3.1 Proposigées: O1. Discutir os mecanismos celulares de produggo de Trabalho, 02. Mostrar que o ATP é ligaglo de baixa energa: -Tkcal por mol, enquanto ha ligagdes de 100 a 130 kcal-mol-!. Explicar o sentido errineo de ligagio de alta enersia. (V. LigagBes Quimicas, logo adiante, se necessésio). 03. Comentar: Néo hé poluigHo, hi Entropia. 04, Diseuti: Nio hé doenga, hi Entropia (05. Mostrar ue nenhum processo pode ser perfeito, pois ha sempre uma Entropiazinha para atra- palhar. Quando se come, fica um restinho no prato, quando se bebe, @ cltima gota fica no ‘capo, do cigarro que se fuma fica um toco (devia sobrar tudo), aroupa que se vesteestraga antes de acabar, 0s sapatos ficam imprestiveis antes do fim, na produso industrial de qualquer coisa um certo nimero de pegas sai com defeito, numa mangueira carregadinka de mangas diversas se perdem sem amadurecer. Os exemplos sio infinitos. 06. Descrever as caracteristicas dos sistemas aber- tos e fechados. 07. Com relagio a0 AG, qual a diferenca fund mental entre o Estado de Equilirio ¢ o Estado Estacionario? 08. Comentar: Reversivel e Ireversivel no sentido TD ¢ no corriqueiro, 09. Desenhar os niveis estruturais de uma protef na, usando um modelo simples para as molé- culas de aminodcidos. Sugestc e FF] Fig. 328 mn 2. B Freqientemente, uma solugdo saturada se cris- taliza espontaneamente. Ora, 05 crstais so modelos de Ordem e Organizagao (Entropia muito baixa). Discutir como € possivel. Com- parar com organizaggo espontinea de proteé “Meu ideal seria que. ..”. Mas na vida real, esse ideal nunca é atingido, Comentar a rela- go TD desse fato. Durante quanto tempo voc aguentaria ima- ginar um péndulo indo de um lado para 0 ou- tro, sem dormir? Como vocé usaria esse dado para se classiicar como sistema ideal ou reel? Considere a caixa d’gua abaixo. Ela esti em equilibrio dinamico, ou estado estacionsrio? Fornecer evidéncias’ para a conclusfo. O sis tema € aberto ou fechado? Como se compor- tam AG e AS neste sistema? Fig. 3.26 14, 0 que caracteriza o ser vivo como sistema TD? (Certo ou Errado). 1. Esistema aberto (_)...Fechado( ) 2. std em equilibrio dinamico (_).... Bstedo Estacionério( ) 3. Tem entropia mais beixa que o ambien- te( )...Mais alta) 4. Utiliza energia elétrica para funcionar (_ ) 5. Utiliza energia térmica para funcionar( ) 15, Descrever a relagg0 entre AGe AG®. 16. Quando a reagto F se torna constante, qual €0 valor de AG? 17, Qual a relagdo entre AG® ¢ o valor de K? 18, Numa reagio A + B= C + D, os seguintes va- lotes foram observados: A=08 B=08 C=1,6 D=1,6 ‘Ae=0,3 Be=0,3 Ce=2,1 De=2,1 Calcular K, AG® e AG. 19. Uma reagfo A +B # C+D tem AGO = —5 kg. ‘Ae B foram encontrados como I x 10° ¢ CeD como 5x 10"! moles. Calcular AG. 20, Procurar na literatura de Bioquimica casos onde AG° seja negativo, e AG postivo. 21. Discutir AG, AG°, AG e K. Gp 3.4 Varias proposigoes da AT-3.1, como 01, 03, 04, 05, 08, 11, 12, 16, 20 e 21 sfo bastante adequadas para GD. BR 4 Atomos — Moléculas — fons — Biomoléculas Leitura Preliminar ~ LP-4 ~ Opcional Estrutura Elementar da Matéria Como jé vimos, 0 Universo, e dele fazendo parte os sistemas biol6gicos, s40 constituidos de Matéria ¢ Energia. Nos Biossistemas, a caracteris- tica principal da Matéria e Energia, € 0 seu alto de organizagZo (baixa Entropia). Esse organi- (0 jd comega em nivel submolecular. O estudo ‘da migroestrutura da Matéria e Energia explica co- mo, através de forgas couldmbieas, esses compo- wentes fundamentais se associam para formar as Supraestruturas biologicas. 1 ~ Estrutura da Matéria — Idéias, hipdteses, teses, antiteses, e experiencias. Matéria € um dos componentes fundamentais do Universo, e por suas propriedades aparentes, jé foi julgada continua, A antitese dessa idéia, isto & que a Matéria poderia ser descont nua (formada de rminGsculas particulas), & antiga. Lucretius e De- ‘mocritus assim pensavam, e Democritus criou a pa- lavra Atomo (incortével): 0 étomo seria a menor particula da matéria, Durante séculos, esta antitese constituiu-se em andtema cultural, somente foi faceita quase 2,000 anos depois, e levou mais de 100 anos para ser provada, entre 1800 e 1905. 0 conceito atOmico de Dalton (1801), foi retomado por Avogadro (1881), Canizzaro ¢ outros. Porém, somente no fim do século XIX e prinefpio do sé- culo XX, 6 que a descoberta dos raios catddicos (Lenard), do elétron (Thomson), dos raiosX (Roentgen), da radioatividade (Becquerel e o casal Curie), trouxeram as evidéncias de autenticidade da teoria Definiu-se, nesse perfodo, que 2 matéria pos suufa cargas negativas (que eram 0s elétrons), ¢ po- sitivas, ¢ era geralmente neutra, o que indicava pro- orgdes equivalentes dessas cargas. Concluiu-se que Matéria ¢ formada de Atomos 0 Atomo, sabe-se hoje, nfo & @ menor ¢ ind visivel particula de matéria, mas é a menor estru tura neutra da matéria que conserva as proprie- dades dos elementos quimicos, e ¢ capaz de reagir quimicamente. Os tomos dificilmente existem lt vres: eles possuem grande tendéncia a se transfor rmarem em moléculas (associagso de étomos), ou fons (possuem carga elérica) ‘A primeira hipotese sobre a estrutura do sto mo foi a de Thomson, a do tomo do “pudim de ameixas": a carga positiva seria um fluido pesado e gelatinoso (a massa do pudiin) eas cargas negat- vas, diminutas ¢ leves (as ameixas), esteriam uni formemente distribuidas na massa do pudim (Fig 4.1 A), Essa idéia saborosa(e vlida para a ép0ca), ndo resistin aos célebres experimentos de Rutherford (1911), que enviou particulas alfa (pe- sadas, de carga positiva), através de finas folhas de ouro. Se a hipotese de Thomson fosse correta, as particulas alfa (a) passariam facilmente, porque ‘0s campos elétricos postivos intramatéria esta Flam muito espalhados, e conseqientemente, fra- 0s. 0 resultado foi surpreendente: a maioria das particulas a pasiava como esperado, mas. algu- ‘mas poucas sofreram forte deflexio no trajeto, ¢ até mesmo repulséo! Para explicar esse resultado inesperado, Rutherford postulou corretamente que as cargas positivas (e a massa), estavam concentra «das em regides muito pequenas do Espaco, forman- do fortes campos eletropositivos, capazes de repe- lir as particulas a. Os elétrons girariam em torno das cargas positivas, em trajet6ria circulates dis: tantes, (Fig. 4.1 B). A parte central postiva foi denominada nicleo, ea parte externa, negativa, foi denominada de corona (coroa). A soma das car gas (~) e (+) continuava nula, Essa hipOtese foi aperfeigoada por Bohr, que mostrou estarem os clétrons em érbitas de nivel energético bem deter. rminado (correto), e de forma circular (incorreta) (Fig. 4.1 C). Em seguida, Sommerfeld, Heisenberg, Schréidinger, Born e outros, postularam 0 dtomo modemno da mecénica ondulatéria. Os elétrons ‘cupariam posigdes estatisticas, porém, no espaco em tomo do nécleo: é mais corteto falar da proba bilidade que a carga negativa esteja aqui, ali, ou acolé, (Fig. 4.1 D), em regices bem delimitadas Essas posigdes devem ser imaginadas em funeo do Tempo: embora as traetorias sejam superpostas, a presenga de cada elétron no mesmo lugar, nao é simultane, os elétrons nfo se chocam. Fig. 4.1. Modelos de Estrutura da Matéia. A — Atomo de Thomson; B = Atomo de Rutherford; C~ ‘Atomo de Bohr;D ~ Atomo da mecinica ‘ondulatia, Parte sombreada, poskio mais 78 0 tomo da mecénice ondulatoria, pela pro pria teoria que 0 eriou, nfo se presta facilmente a modelos, mas parece representar a realidade fsica do dtomo, eexplica bem suas propriedades. Do ponto de vista morfofuncianal. (Forma ¢ Fungfo), 0 dtomo pode ser considefado como ten- do duas partes distintas, mas nda independentes, que sto: Nécleo — Carga_positiva,-massa, fendmenos radioativos, emissfo de energia 7. Possui_ protons, neutrons e visas subparticulas (v. Radioatividade). Orbita — Carga negativa, propriedades quimi- cas de valéncia, ligneao, afinidade, emissfo. de enerpia, tipo raiosX, ultravoleta, Iuminosa e térmica. Possui apenas elétrons, Qs componentes da matéria apresentam di- smensbes inacreditavelmente pequenas: 0 tomo tem 10° m O miicleo tem 10°! m ‘Assim, 0 nilcleo 6 10* (10.000) vezes menor que 0 tomo. Se.o nidcleo tivesse 1 em de did- metro, 0 tomo teria 10* em ou 100 metros. Se 0 niicleo fosse menor que uma moeda de 1 centa- vo, colocado no centro de um campo de futebol, 0 primeiro orbital passaria bem atrés das traves, sem fazer gol (Fig. 4.2). O sistema solar tem dimensoes ‘muito mais discretas para as érbitas dos planetas internos. 1 ORBITAL Fig. 4.2. Modelo do étomo em escala macroseépice (ver texto). 4.1 — Atomos ~ Moléculas — Tons Por maior que seja, todo ser vivo ¢ formado de mindsculas unidades fundamentais, que sfo as mo- Iéculas. Algumas dessas moléculas sfo sintetizadas naturalmente pelos sistemas bioldgicos, e se deno- minam biomoléculas. As biomolécylas se associam, e hd uma hierarquia de associag6es, cada associa: ¢¢f0 dando um estigio superior: Hierarquia Estrutural Atomos > moléculas -> estruturas supramole- culares + células > Grgfos -> sistemas fisiol6gi cos-> Homem, Atomos a menor estrutura neutra da matéria, capaz de tomar parte em reagdes quimicas. O dtomo é formado de um nicleo onde Se concentram a car 2 positiva e a quase totalidade da massa, ¢ de ‘rbitas, onde se localizam os elétrons com a carga negativa e uma fraggo desprezivel da massa. O niicleo € formado de vérias particulas e subpar- ticulas, das quais nos interessam 0 pr6ton (ear g1 +) © 0 neutron (carga zero). Alguns étomos, tepresentados no modelo de Bohr, esto na Fig. 43. H D Fig 42. Represetagio de somos proton, AS Semncuttn 0 ~ eleton, H ~hidrogénio; 3 ~aeteiorie clos = Carbo, Ra Sea. Moléeulas Os dtomos se unem para formar moléculas. A uunigo se faz pela atragdo dos elétrons de um dto- ‘mo pelo niicleo do outro atomo. O conjunto tem ropriedades diferentes dos dtomos componentes. A representagdo da molécula de hidrogénio esté na Fig. 44. ATOMO ATOMO ars Fig. 44. Molécula de Hz ~ Doisétomos de H se retinem formando molecule de H. Linha tracejada delimita o dominio de cada extra fons Atomos ¢ molécules dificilmente permanecem neutros, especialmente nos sistemas biol6gicos. Eles apresentam grande tendéncia a perder ou ganhar elétrons, a perder ow ganhar protons. Se dessa transformagao resulta carga elétrica, eles pas sam a se chamer fons. O nome fon quer dizer via jante, e se refere & mobilidade que eles apresentam no campo elétrico. (Fig. 4.5). Fig. 4.5. Mobilidade e denominagfo de fons (vr texto) 79 Tons Positives (+). migram para 0 polo negativo (catédio), ¢ por esse motive, sf denominados Cations. fons Negativos (), migeam para 0 polo positive (anddio), © por esse motivo so denominados Anions. Alguns exemplos de tons, sao: Carga EstruuraElétron Proton Resu- Nome tante a ganka = — C17 Anion "Na pede — Na‘ Cation R.COOH = perde R-COO™ Anion R.NH, = ganha RNHJ Cation Existem desde _microfons (restos de atomos) como 0 Na* ou SO, até macrofons, como as pro- teinas. A maioria das biomoléculas tem natureza ionica, sendo raras as que possuem carga zero (mo: \éculas neutras). 4.2 ~ Ligag6es InteratOmicas e Intermoleculares Ha tres tipos de ligagdo entre 0s étomos, for madoras de moléculas. Essasligagoes que origina moléculas sfo também chamadas de primérias. ‘A-~ Ligagdes Primérias | ~ Ligagdo Tonica - Um étomo cede, 0 outro recebe elétrons. A transferéncia € completa. A cada elétron trocado, corresponde uma valencia. O aque cede elétrons fica positivo, o que recebe, ne gativo (Fig. 4.6, A). Esse € 0 caso do NaCl, onde 0 Na cede elétron e 0 C1 ganha elétron, ficando 0 cation Na* e 0 anion CI~ A ligagGes inicas so fortes, com energias da cordem de 100 keal.mol' (420 kjoule.mol~). No elas formam as chamadas “falsas molé porque sfo facilmente desfeitas em solu fo, pela interagdo com outros fons. Sao ligagdes “abertas” Campo elétrico também separa os com- ponentes, Em soluggo, 0s compostos iénicos trocam li- vremente de parceiro. No plasma sangiineo e flui- dos biolégicos em geral, nfo se pode falar da exis. téncia de NaCl, KCL ou NagHPO. Existem ions Na’, K*, Cl” e HPO, em equilibrio dinimico. Ay sociaggo preferencial cétion-anion s6 existe quan do hi formag#o de precipitados, como Ca** com Os ou quelatos como Ca** com EDTA. 80 Ligagao 1 Um étomo cede, 0 outro recebe elétrons 2. Ligagdo Covalente — Ha uma troca métua de elétron: cada étomo cede recebe 0 mesmo nt- mero de elétrons. Para cada valéncia, dois elétrons s4o trocados, um de cada étomo. Os étomos cont nuam com o mesmo nimero de elétrons que tinham antes da_ligagfo, © portant neviros (Fig. 4.6, B). Nao havendo outraalteragao, a molé- cula também é neutra A ligagdo covalente € a verdadesa ligagdo mo- lecular. Ela é considerada “fechada", porque nenhum outro étomo pode participar, sem quebrar a ligagdo. A energa é alta, da ordem de 60 ou 120 kal mol“! (252 a $40 kJ.mol“"), ou até mais. Moléculas como a égua, ura, glicides,lipi- des, aminoscidos, protides, dcidos nucléicos hor rmonios e virias substincias com agf0 farmacalé- gica, s60 covalentes. De um modo muito aproxi- ‘mado, os compostos orginicos so covalentes, ‘A ligagto covalente € de dois tipos: sigma (a) epi(n). As ligagOes simples sfo 5, as duplas uma oe uma 1, ¢ a8 triplas, uma o ¢ duas (V. textos de Fisico-Quimica), Ligagdo Covalente Cada étomo recebe 0 mesmo nime.v ue elétrons 3 — LigagHo Mista — Como o nome indica, es sas ligagdes apresentam eardter intermedidrio entre as iOnicas eas covalentes. S40 por isso também chamadas de idnica parcial ou covalente parcial. Existe intercimbio de elétrons, mas um dos éto- mos é mais eletroftico (gosta de elétrons), ¢ cede menos 0 seu elétron, atrai mais 0 outro elétron, Consequncia: este dtomo fica mais eletronegati Yo, € 0 outro fica mais eletropositivo (Fig. 4.6, C). Como um dos étomos cede mais seus elétrons, essa ligagdo é também denominada covalente dativa Os parceiros ndo se separam em campo elé- trico, mas a molécula é polarizada isto é, tem uma parte mais eletropositiva e outra mais eletroneg ‘ae e orienta em Campo Elétrico.. ‘A parte eletronegativa se volta para © pélo po- sitivo, e a eletropositiva para o pélo negativo (V. P.l0¢ Fig. 4.16). Nos sistemas bioldgicos as tres ligagdes apre- sentam importincia adequada & fungso. Exemplos: 1. No transporte transmembrana de ions é necessirio que esses fong estejam livres. para que a célula selecione qualidade ¢ ATION Anion votes TARGA ARCA POSTIA. yoy NEGATIVA Fig, 46, Lisiges Primi. Fnlea ~ Um omo cede, o outro recthe elton; Covalente~ Cada stom cede ereeebe lezons; Mista — Cada somo cede elton, mas um fiacomléirone mais pero tomo leo) quantidade de que necessite. Li idnicas. 2. Na formagio de estruturas celulares ¢ de molé- culas que devem manter sua conformaclo para terem atividade (polipéptides, enzimas, nucle6- tides, ete), 0s componentes devem ter ligagdes covalentes, 3. Na quebra e formagao de moléculas, espe- cialmente nos substratos de enzimas e moléculas do metabolismo energético, as ligagdes devem ser desfeitas com mais facilidade, em sistemas adequados. A ligagdo mista é a mais indicada igagbes devem ser B — Ligagies Secundérias 1 ~ Pontes de Hidrogénio - Quando um hidrogénio é ligado covalentemente a um étomo ele- tronegativo (atrai fortemente os elétrons), 0 proton fica mais exposto, e pode ser atrafdo por outro Sto- mo, também eletronegativo, Disso resulta uma "pon te” entre os dois tomos, formada pelo préton Fig. 4.7) A ponte H ¢ preferencialmente linear, com os trés sitomos envolvidos formando uma linha reta. Como o proton € muito pequeno, os dois Stomos. thorn} eo... ff Promo. fememat Fig. 4. Pontes de Hidrogéni. A ponte érepresentada pela ligagho( =H.) Covaente(—)e Toca. eletronegativos se aproximam bastante. Isso difi- cculta a aproximagiio de outro stomo eletronegativo, {que poderia romper o conjunto. Assim, a ponte H é relativamente estavel, embora seja muito fraca: a parte iOnica tem energias de apenas 2.a 5 kcal-mol-! (8 220 K'mol". A ponte H pode ocorrer entre stomos de mo- Ikculas diferentes (intermolecular) ou entre étomos ula (intramolecular). Algumas is podem possuir varias pontes H in- ‘amoleculares, e as forgas do conjunto represen- tam uma fragio consideravel do total de Forgas de manutengio da conformagio da molécula, A ochélice (V. Biomoléculas) é mantida, em grande parte, pelas pontes H. A dupla hélice da DNA € RNA também é mantida pelas pontes H. Elas atvam ainda, de modo auxiliar, na manutengao da estrutura tercidria ¢ quaternéria de proteinas (V. Biomoléculas). ‘A gua tem varias de suas propriedades pe culiares dependentes da presenga de pontes H entre suas moléculas (V. Agua e Solugdes) AA quebra de pontes H é responsavel pela des. naturagao de proteinas, que apresenta grande im- portincia na Biologia, como veremos em exemplos Na ponte H o préton oscila entre os dois dto- ‘mos com uma freqiiéncia caracteristca, que pode ser detectada por espectroscopia no infravermetho, IV (V, Espectrofotometria). 2 = Ligagdes Hidrofébieas ~ Essas ligagdes rio resultam da atrago entre os dois grupamentos Tigados, e sim de forgas externas com grupos ligados. Quando as moléculas de um solvente se atraem mutuamente com mais forga do que a outra molécula que esta nesse meio, estas moléculas se juntam por exclusfo. A Fig. 4.8 representa um mo- delo mecanico (A) e um modelo molecular (B), de forcas hidrofsbica Q nome hidr6fobos (hidros, Sgua; fobos, m do) apenas indica o tipo mais comum dessa ligaca0 por exclusio do solvente 4gua. Aminoécidos como a fenifalanina, vajina, leucina, isoleucina, alafina e ‘metionina possuem grupos laterais hidrofébicos que slo repelidos pela 4gua, formando essas ligagées. 81 sonea oe ‘constcGho Fig. 4.8. Ligacdes HidrofSbicas. A ~ Modelo mecnico, Grampo apertando duas places; B ~ Modsio molecular. Moléculas de agua apertando dois ‘pos fen, Pela sua estrutura, as ligagdes hidrofbbicas s40 cconhecidas como “falsas ligagdes”, por resultarem de forga estranha ao conjunto. ‘A energia das ligagdes hidrofobicas depende da repulsto do solvente aos grupos participan tes, Fora de 15 a 25 kealmol-? (63 a 105 kd mol“) sao tipicas. AAs ligegoes hidrofobicas se enfraquecem con- sideravelmente, e chegam 2 se anular, quando 0 solvente, em vez. de repelir, dissolve os grupos hi Arofébicos. De um modo geral, essa propricdade estd relacionada & constante dielétrica do meio. Se a constante é baixa, a repulsto é pequena, e as ligagoes hidrofobicas nao se formam, porque mo- Iéculas de solvente se interpdem entre os grupos articipantes. ‘As ligacdes hidrofobicas representam papel importante na manutengso da estrutura de protei- nas, Geralmente,o interior das moléculas proticas € mantido por forgas hidrofobicas, ¢ & ele pro rio, hidrofSbico. Nas moléculas lipoprotéicas, essas forges de sempenham o papel principal para manutengf0 da ligagdo lipidio-proteina. A existéncia de comple X05 lipidicos é também relacionada a presenga de forgas hidrofébicas 3 ~ Ligagtes de Van der Waals ~ Resultam da atragZo de elétrons de uma molécula pelos nicleos de outra (Fig. 4.9) 82 trons (#) Nicleos Como a disténcia entre os grupos participantes 6 grande, as forgas dessa ligagGes sf0 muito peque- nas. Entretanto, em macromoléculas como as pro- teinas, que sao polieletronicas e polinucleares, cessas forgas podem desempenhar papel importante em diversos eventos, tais como: sustentam intera 680 de mondmeros para formar polimeros, pat pam da ligagso antigeno-anticorpo, da ligagfo en- Zima-substrato, ¢ outras interagbes. Como 0 raio de aggo dessas forgas é muito curto, elas somente sto efetivas quando as moléculas estfo bastante proximas entre 4 — Dipolos Permanentes Induzidos. — A distribuigdo assimétrica de cargaselétrcas em uma ‘molécula, produz regites onde hé maior concentra- ‘¢80 de. cargas positivas, ¢ regies onde hé maior concentragdo de cargas negativas. ‘A molécula tem dois pélos, positivo e negati- vo, chama-se dipolo. ‘A fgua é um exemplo de dipolo, e muitas de suas propriedades derivam desta condigao (v. Agua © Solugdes). Nas macromoléculas, é freqiente a distribuiggo assimétrica de cargas, originando dipo- Jos. Os dipolos cujas cargas est4o incorporadas na prOpria estrutura, sf0 08 dipolos permanentes. A ‘gua é exemplo tipico, Os dipolos tendem a se associar pela atragéo de pos opostos (Fig. 4.10), Fig. 4.10. Associagdo de Dipolos (ver texto) Ha outra classe de dipolos, que aparecem quando moléculas carregadas se aproximam de ou- tras, e induzem distribuicgo assimétrica das cargas elétricas dessa molécula (Fig. 4.11). Esses sfo 0 dipolos induzidos, também denominados transien- t 1 AFASTAMENTO APROKMAGAO —_AFASTAMENTO APROXIMAGAO —&) CADE eu @ a on) Fig. 4.1. Dipolos nduzdos ou Transients (ver texto). ~*Setasindicar fazer eo destaze dos diplas tes, porque desaparecem com 0 afastamento das mo- culas, Moléculas com ligagdes m so muito su veis a formarem dipolos induzides, ou transientes. ‘Simples fons, como o Na* ou o Clr, podem in- duzir a formagio de dipolos transientes, Os dipolos, tanto permanentes como induzi dos, slo de grande importancia na interagio de men- sageiros com os seus receptores (v. Membrana), como no caso da acetilcolina, na interagio enzima- substrato e outras situagées, Todos os dipolos se orientam em campo elétrico. 5 ~ Ressondincia A oscilagdo de elétrons en- tre duas partes de uma molécula € conhecida como ressondncia (Fig. 4.12). A ressondncia, além de conferir maior estabilidade & molécula, gera um di- polo alternante. Fig. 4.12, Ressonincia. A~No grupo caboxisionizado (COO; B-Na anilna, com formas apolare polar 0 deslocamento do elétron exige ligacdo m en- {re 08 ftomos envolvidos. O fsforo, enxofre e car bono formam, freqdentemente, compostos resso- hnantes que participam de importantes mecanismos biol6gicos. A ressondncia no grupo carboxila pro- tonado (COOH), € responsavel por ser esse grupo acfdico, enquanto a hidroxila similar nos aleosis, io € (Fig. 4.13). As forgas de ressonfincia slo da ordem de 15 a 75 keal-mol (63 a 313k/-mol-'), Moléculas res sonantes oscilam em campo eletromagnético de fre- géncia semethante oO (epee Fig. 4.12, Resonincia na Carboxila Proton. A~Eléson no oxigno inferior Proton atafdo;B—Eléron no oxigéno superior Proton repeligo, aparece fei eid, Forgas Coulémbieas de Atragiio e Repul So as mais fortes, porque derivam de campos elétricosintensos, embora sejam atenuados pela is tGncia entre os grupos moleculares, que € maior due nos itomos. Um grupamento COO pode atrair um grupo NHG (e vice-versa), assim manterliga- dos dois segmentos de uma protefna, ou mesmo de diuas moléculas diferentes. Essas ligag®es slo o- nhecidas como “ligagio sal”, ou tipo sal, porque é parecida com esse modo de Tigagio em sais. Da mesma forma, dois grupamentos COO- podem se repelir, e manter afastadas, na posigéo adequada pela natureza, dois segmentos de uma 83 macromolécula. Dois grupamentos NH}, também se repelem. Essas ligngOes sfo impcrtantes para a manu tengo da estrutura de prot-inas (v. adiante), para a formagao do centro ativo de enzimas (v. Catalise Biolégica), e na abertura e fechamento de canais (v. Membranas). Forgas de London-Heitler Resultam da movimentagao de elétsons dentro de moléeulas, como ressondncia, dipolos induzi dos, deformagao estrutural, ete. Como a8 cargas va- riam de posigd0, e 0 encontro com outras molé- culas € por acaso, existem duas oportunidades de repulsto para uma de atragd0 (v. Campo Elétrico), Por esse motivo, as moléculas se afastam uma das otras, © dai o nome de forgas dispersoras de London-Heiter. Essa forga ndo deve ser confundi- da com a forga derivada da enerpia osmotic, que também separa as moléculas, mas é independente da carga (¥. Introdugao, Difusdo, Osmose © T6- us). Essas forgas sfo fracas, mas pela sua nature- 2a, comuns em varias moléculas biolgicas Nota ~£ ficil perceber que a origem de todas es ‘sas forcas de ligagdo e repulséo é 0 Campo. Elétrico. Eles so clasificados pelo modo de agir, pela caracteristicas dos sistemas © pelo comportamento das partes envolvidas A diviso ¢ dtl para falta o entendimen- to dos fendmenos. Todas a forgas moleculares sio do Campo Elétri Veja na Tabela 4.1, um quadro sin6ptico des- sas forgas, DISTANCIA "ATOMICA Paréntesis — Energia x Fora de Ligago Molecular Falase muito de Forga ou Energia de uma Ii sgapfo quimica. J4 vimos que Forga é massa x ace Teragao, Energia ¢ forca x distincia, Sao parime- tros fisicos dstintos, mas de certa forma, se eq valem neste cao, Quando dois étomos se unem para formar uma molécul, o sistema libera Energia (¥. na TD). Essa unigo se dé porque foi feta uma Forga sobre 6 sistema, aproximando os étomos (Fig. 4.18). A Forga x distincia é 0 Trabalho ieaizado sobre o sistema, ¢ descontando a Entropia, apro- ximadamente a Energia que si. Podese dizer, em relagdo as ligagdes quimicas Forga de uma ligagéo ~ £ a forga que se deve fazer para quebrar uma ligagdo... porque foi a for ga que oe fez par juntar as partes do sistema Energia de uma Ligacéo — f a quantidade de energia que deve ser fornecida ao sistema para que- brar a ligagdo. .. porque foi a quantidade de ener- gia que o sistema perdeu quando se ligou. ‘A Figura 4.15 € um modelo claro desses con- cxitos, ‘A realizago de trabalho sobre o sistema (Fig. 4.15.1) fornece a enesgia necesséria para a + gacfo (Fig. 4.15.2). Essa energia foi gasta pelo sistema para realizar a soldadura entre o$ étomos, Para desfazer a solda & necessério energia externa (Fig. 4.15.3). Essa energia externa pode ser forne- cide por outra molécula ou estrutura adequada Calor aplicado ao sistema é uma das fontes mais comuns de quebra de ligagbes, especialmente em biomoléculas. Campo elétrico € também outro agente quebrador de moléculas. Deve-se lembrar sempre da TD: se a reagfo & endergonica, forne mento de energia vai aiudar a ligagdo (veja TD). ners. ENERGIA LIBERADA FORGA REALIZADA MOLECULAR Fig. 4.14, Forga ¢ Energia de Ligagdes Moleculates,Dois tomas (a se aproximam e se unem formandé moleula (M). 84 ae ee A ES EN ATS TS SA» ‘TRABALHO REALIZADO eee oxsrena : FORGA Wz FORGA uBAgho: =O730 $= OO ©O--O AR Falta DESPRENDIDO| caton ‘ i 2 FORNECIDO . 3 Fig. 4.15 ~ Energi par tigre daar motos (er texto). aa ; Tabela 4.1 . i Ligagoes Atémicas e Moleculares Tipo de Liss Mecanismo ropridades rimérias ou Atomicas lonica ‘Atragdo de cargas elétricas entre fons Cargas nfo se neutralizam. Parceitos positvos e negativos. Elétron cedido é separam-se facimente em campo elé elétron ganho. Nao hi troca de elé- trico externo. Os fons so intercam: j trons iam, so pate ionieos | Covalente DDuplaatragso do carzas por toea de Carga se neutrlizam. Prceirs nfo we | pares elettnicos. Pata de elétrons separam em campo elérico exten just rt Mista Ccessto © ganho de eltrons nto pati Cargas sfo_parciamente neutaiz- f Thadosigualmente: Atomo que ata os dss. Parceios nfo se separam em cam- elétrons, fea negative, o Outro, por po eto extern, mas softer af&0 sive Frodificante dese campo. Formam terdadeias molecules j ~ Secundéras ov Moleculaes 7 Pontes Atragio de protons entre dois étomos Ligagto féell de se formar. E fraca, | letrongativos snas pode ser numeross. Manigm est | tra de macromoléeulas, 1 Hidrofobicas Repulsfo de solvente aquoso a grupos Grupamentos hidrofSbitos nose soleculares. siraom muteamente, mas so. com: primidos pelo solvente. Mantém estru turas macromolecules. a pos moleculares. London-Heitier __ Movimentagdo de elétrons. Repulsto de molgeulas 85 MIGRAGAO OQ © noverenca B —® MUDANCA DE LX ORIENTAGAO DD OF Fig. 4.16 Atividade Formativa 0S P.O1~ 0 que levou Rutherford a supor que o ‘itomo tinha nicleo e Orbitas? P.02— Calcular o tamanho aproximado do sto- ‘mo (1° orbital) se 0 micleo tem: 10-?m 10-' m Im 10m 10? m Comparar com estruturas conhecidas P.03— Descrever a composigfo e propriedades simples do ndcleo e drbitas. P.04~— Representar os étomos de hidrogénio, deutério, carbono e s6dio, no modelo de Bobr. P.05~ Conceituar étomos e moléculas, fazendo ‘esquemas representativos, P.06 — Conceituar fon, e representar graficamen- te a mobilidade de anion e cétion em ‘campo elétrico externo. P.07~ Com a perda dos grupos abaixo indicados, qual a carga, 0 fon e 0 pélo de migragso das moléculas abaixo: Molécula Ganha Carga fon Pélo X Proton Y — Elétron Perde W Préton ee Z_— Blétron P.08— Representa, por desenho esquemitico, os Uu@s tipos de ligagao idnica, covalente e mista P.09 — Citar 3 propriedades de cada ligagao. P.10— Colocadas em campo elétrico, as moléculas A, Be C se comportaram como indicado (Fig. 4.16). Identificar 0 tipo de ligagao P.11 — Descrever e representar a ponte de hidro- énio. P.42— Citar 3 propriedades da ponte H. P.13 — Conceituar ligagdo hidrofbica, P.14— A ligacdo abaixo foi colocada em um sol: vente de baixa constante dielétrica. Qual © tipo provavel da ligago, e o que suce- P.15~ Descrever o papel principal das pontes H € ligacao hidrofobieas na manutengao da estrutura de macromoléculas P.16— Explicar o mecanismo das forgas de Van der Waals, ¢ citar um exemplo de sua ‘ocorténcia em Biologia P.17~ Concsituar dipolo permanente, e transi toro. P.18— Fazer um desenho de associags mole cular por moléculs dipolars. P.19~ Explicar a ressonéncia eletronica em mo- léculas, P. 20 Conceituar forgas de London-Heitle. Por- que esas forgas tendem a dispersar as moléculas? P.21~ Conceituar forgas coulbmbicas. Dar um exemplo de atrapfo e outra de repulsto. P.22— Conceituar Energia e Forga de uma liga- 0 quimica P.23— Supondo as outras condigoes iguais, co Jocar as ligagdes abaixo na ordem decres- Conte de Energie hn o——® oe 18 P.24— Qual a ordem das Forgas utiizadas para ligar 08 étomos da P. 23? Fe__>__>__ GD-0s Veja no fim do capitulo 4.3 — Quantificago de Moléculas Massa AtOmica e Molecular ~ Dalton — Namero de Avogadro Atomo-grama e Molécula-grama — Mol e Mole Como medir a quantidade de dtomos, molé- culas ou fons? Uma convengfo util é aqui atribui ao hidrogénio massa molecular Uni usando-se como unidade de massa 0 grama “‘Atomo-grama é a massa atOmica tomada em gramas”, “Molécula-grama é a massa molecular tomada ‘em gramas”. ‘Assim, 1 g de hidrogénio (H) é um étomo-gra- ‘ma, 2 g de hidrogenio (Hz) ¢ uma molécula-grama “A expressio molécule-grama & geralmente abre- viada: Mole ou mol E fécl determinar a moléculagrama (mol) de cada substancia: Basta somar a massa dos étomos constituintes. Exemplos: Exemplo 1—A gua tem massa equivalente a dois hidrogénios e um oxigénio, portan- to: Atomos Massa Molécula (2H Qxt= 2 #30 10 1x 16716 Total: 18 gramas Assim, 18 gramas de gua representam uma moléculagrama. Exemplo 2—Determinar o valor do mol de NaCl e do Naz S04: NaCl Na;SO, Na— 23 2Na~2x23= 46 1-35, 1 S-1x3: 58,5gmolt 4 O-4x16= 64 142 gmol™ Jor aproximado, O valor exato 6 1/12 da massa do carbono (ver adiante), Exemplo 3 —Qual o peso (massa) molecular da glt- cose? A glicose & CoH, 20, 6C~ 6x1 12H- 12x 60~ 6x1 180 gmol~ Se a substincia possui agua de cristalizagao na molécula, esse valor deve ser inclufdo no calculo: Exemplo 4 —Calcular o mol dé Na; HPO,.7H,0: 2Na—2x23= 46 ee ee 1 P- 314 31 40 -4x16= 64 7H,0 — 7x 18= 126 268 g:mol? © namero de moles (n) de uma quantidade qualquer de substincias€ dado pela rlagzo: __ massa em gramas_ wgramas por mol Exemplo 1 —Quantos moles representam 117 g de NaCl? 17g 38,5 gmol = 2moles. Exemplo 2 —Quantos moles valem 18 g de glicose? 18 180 © comhecimento dessas relagdes € muito sim- ples mas é indispensivel no preparo e manuseio de solugbes e outras operagbes de laboratério. ae =0,1 mol. ‘tengo Devese notar que no SI, @ unidade ¢ dada em kilograma, ¢ a massa at6mi- ca ou molecular deve ser tomada em Iilogramas: 1 kg de H é um kilogram sol de hidrogénio (kmol. 180 kg de glicose valem 1 kg:mol de elicose (kml). Essas relagdes ainda sf0 pouco usadas em Biologia. 2.~_Namero de Avogadro [A quentidade de particulas que existe na mo- Iéeule-grama de qualquer substincia é a mesma, € 87 chama-se Nimero de Avogadro (também nimero de Loschmidt): 6,02x 10*? particulas.mol™ (mol em gramas) 6,02 x 10° particulas.kmol~! (mol em kilo- gramas, no SI) ‘Assim, 2 g de Hy, 18 g de HzO ou 142 g de NaySOq possuem cada 6,0 x 10? particulas (Fig. 4.19). Fig. 4.19. Nimero de particulas por Mol de substincia, (oer texto), mimero de Avogadro é uma das importantes constantes da natureza, Em Biologia, como usual, usese ainda o valor do CGS, 6,02 x 10? pmol”, mas é desejével ir ‘mudando para o valor do SI, 6,02x 10°* p.kmol 0 mimero de Avogadro ¢ incrivelmente gran- de. Se uma molécula-grama de glicose fosse distri- particulas por habitante, isto é, cada individuo re- ceberia 100,000,000,000,000 de moléculas. 0 ou- tro lado desse mimero se relaciona com a atividade biolbgica de substancias muito ativas, A acetilco- lina age na dose de nanomoles (10° mol) e até picomoles (10-1? mol). Mas, um picomol de ace- tileolina ainda representa 6 x 10"? particulas, ou seja, um numero considerdvel de moléculas (100 veves maior que a populagao da Terra). 3 — Unidade de Massa Atdmica (amu) E equivalente a 1/12 do étomo de carbono, ¢ vale exatamente 1. Esse nimero relativo pode ser expresso em unidades ponderais (gramas ou kilo- gramas) e essa Grandeza é chamada de constante de massa atdmica, ou Unidade de Massa Atomi- ca (amu). 167x107 g amu {1,67 x 10-7” ke. 4 — Dalton 0 nome proposto para a unidade massa atd- rica express em gramas: 1 dalton = 1,67 x 107** g © uso da palavra dalton depois da massa mo- lecular de substincias 6 praxe em Biologia “Uma proteina com 60.000 daltons”, “A mo- bulda por toda a populaggo da Terra (=6 bilhOes), gcula de glicose, com 180 daltons”, sto frases co- terse: runs, Deve-e subentender que a massa relativa io std multiplcada pelo valor do dalton. 62x10" ove Ald, esse 60 procedimento para caloular a massa real em gramas das vias moleculas: ESTRUTURA NS BE ‘MASSA POR MASSA EM MASSA NO OL ratrictias] [Parercucas] « ["Sattons’| = [watéesten] « [avoGaona| = [ wonasas! ‘aw ‘Gnawa 4 1 167 x 10" 1 Hs 2 234% 10 2 NaCl 58S gx 107 585 GUICOSE 180 30x 107 60x 10" 180 ALBUMINA 165,000 1a” 165,000 Fig. 4.20. RelagSes pondes is €unitiias em stomos e moléculas. Notar que a massa em diltons ‘© omol possuem 0 mesmo valor numérica, «diferentes valores ponders, Exemplo 1 — Qual a massa de fons Na‘, que tem 23 daltons? M=23x 1.67 x 1074 g.7 84x 1077 g Exemplo 2—~Comparar a massa de uma molécula de albumina com a de uma bactéria ‘A albumina tem cerca de 65.000 dal- tons: Malb = 6,5 x 10° x 1,67 10% 21,1 x 1071? g Uma bactéria pode pesar cerca de 10"? g, ou seja 107 vezes mais (10 milhes). A massa molecular em gramas, multiplicada pelo nimero de Avogadro, fornece a molécula-gra- ‘ma (mol) da substincia Glicose = 3 x 107? gramas.“x x 6,0 x 10?? mol = 180 gmol~! ‘Albumina = 1,1 x 101? x 6,0.x 107? 65.000 g:mol? Ou seja, um mol de albumina tem 65 kilo- ‘gramas, 0 “peso” de um adulto! Nao se esquecer que dalton é simplesmente 0 nome da unidade de massa at6mica em gramas. Essas relagoes podem ser visualizadas na Fig, 4.20. AT —06 P.01— Conceituar atomo-grama e molécula-gra- P.02— Caleular o valor da moléculs-grama (mol) dos seguintes compostos Kel CHO, CO(NH,)s Cloreto de Potéssio —_Etanol Uséia Na; HPO..12H;0 K,S0. Fosfato diss6dico _Sulfato de Potéssio Massas At6micas aproximadas: H = 1; C= 12; N= 14;0 = 16;N =23; P= 3]; S=32;C1=35,5;K = 39. P.03— Calcular 0 numero de moléculas gramas de: 175,5 g de NaCl, 100 g de glicose, 150 g de Na; HPO,.12H,0. P.04— Qual 0 valor do numero de Avogadro no CGSe no SI? P.05 ~ Quantas moléculas existem em: 18 g de H,0, 90 g de glicose, 0.6 g de P.06— Um firmaco age na concentragio de 5 x 107"? moles. Quantas moléculas es- ‘fo af representadas? P.07— A quantos moles de qualquer substancia ‘equivalem os nimeros de moléculas abai- 3x 1089 12x 102 30x 10? P.08— Qual o valor da Unidade de Massa At6- mica (amu) no CGS ¢ no SI? P.09~ Definir o dalton P!10~ Complete o quadro abaixo: Molécula Massa Massa Massa (Galton) em gramas em kg (det mol) (de 1k mol) Sacarose Insulina Tireoglobutina 660,000 - P.11— A’ massa em gramas das moléculas da P. 09, multiplicada pelo nimero de Avo- gadro, fornece qual parametro? Calcular (5 valores. P.12~ Desenhar 0 tamanho proporcional apro- ximado de moléculas com 5, 10, 100, 1,000 € 10.000 daltons. Quantas part cculas voce colocard em cada molécula? Estruturas Moleculares 4.4 — Biomoléculas — Leitura Preliminar. 0 termo biomoléculas foi criado para designar moléculas que eram sintetizadas naturalmente, apenas pelos seres vivos ou biossistemas (partes isoladas dos seres vivos). Hoje, muitas dessas molé- culas slo sintetizadas em laboratério (inclusive proteinas), e fragmentos de DNA jé so substitui- dos in vitro. O termo Biomolécula ficou para re- presentar a vasta classe de molééulas que, pos- suindo estrutura e fungéo peculiares, desem- penham tatefas indispensdveis aos seres vivos. Essas moléculas esto se aperfeigoando na escala do tempo, numa evolugdo que ainda continua. As mu- dangas nessas moléculas € que foram as geratrizes das mudangas morfol6gicas ou funcionais da evo- lugto: Toda mudanca morfologica foi precedida de ‘uma mudang molecular. Existem quatro grandes classes bésieas dessas moléeulas: Glucfdios, Lipfdios, Protidios, Nucleo- tidios.* = A alia phcides, ipdes, protides e nucleotides é mais Universal, ombora nfo sje vernal 89 ‘Com esses componentes, muita agua, alguns fons pequenos, e algumas moléculas derivadas, se fazem 08 seres vivos. Precursores do Ambiente — Origem das Biomoléculas ‘Como os seres vivos se formaram a partir dos elementos ambientais, sua composigao deve refle- tir a composizie do ambiente formador. Quando se compara a composiggo do corpo huma- no com dos mares antigos, e da crosta terrestre, & sugestio da origem maritima da vida, é patente: 0 corpo humano tem mais de 99% de H, O, Ce N. «05 primitives seres vivos. usaram moléculas que vieram de sintese abiética (a, sem; bios, vida). Essas moléculas podem ser facilmente sintetizadas fem laborat6rio. A teoria da origem abiética de ‘moléculas, baseada nas idéias de Oparin e Haldane, {ifforam amplamente demonstradas por Miller, que “obteve varias dessas substincias. As experiéncias de Miller, hoje reproduzidas até em Feiras de Cién- cias, consistem em circular gases ¢ vapor d’égua sob descargas elétrcas, ou radiaggo UV, que forne- ccem 2 Energia de ativagdo para a sintese. Diversos precursores de biomoléculas, ¢ inclusive biomolé- culas, foram obtidos por esse processo. Miller expandiu a experiéncia original de Wohler, que obteve uréia (biomolécula) fornecendo energia térmica (simples aquecimento) ao cianato de amd- nio (molécula orginica). ‘Como essas moléculas se associam formando macromoléculas, estraturas supramoleculares, of ganelas, membranas, células, tecidos, érgfos, sis temas fisiol6gicos e Seres vivos, tem sido objeto de estudos intensos, € muitos detalhes jf sto conheci- dos. Com relagfo a origem dos biossistemas, duas correntes discutem quem apareceu primeiro: se 38. prote‘nas (catdlise), ou os dcidos nucléicos (infor magfo). Uma vez aparecidos os fcidos nucléicos, 08 seres vivos foram capazes de se reproduzir, porque a informagGo para sintetizar as mesmas moléculas péde set armazenada e transmitida. A capacidade de repredurir trouxe também a de aperfeigoar as molécu'as, que & a evolugdo. Muitas cspécies j& se formaran, muitas jé involuiram desapareceram, muitas continuam evoluindo. Como j dissemos, a evolugdo genética e mor- fol6gica representa uma manifestaggo macrose6- pica da evoluggo de biomoléculas. A evolucao molecular precede @ mudanga morfol6gica, ese faz de acordo com 0 principio de ajustamento a0 ambiente (Henderson). As moléculas procuram a melhor composigfo, estrutura ¢ forma para mais eficientemente desempenhar sua fungfo. Nessa busca ngo hé um plano direto, e as mudangas se en fazem a0 acaso ¢ necessidade (Monod): uma troca aqui, outra acolé, até acertar na composigfo que melhor atenda as necessidades do sistema. Essas trocas podem levar milhares de anos para ocorrer. Precursores Biol6gicos — Sto as moléculas que 6s biossistemas usam como matéria-prima para a sintese de biomoléculas. Os precursores variam nos seres autotroficos e heterotréficos (v. Célula, IV Parte), e inclusive em espécies mais evoluidas, podem ser até aminodcidos. Usando essas moléeu- las simples, 08 seres vivos produzem as biomolécu- las, que se dividem nos quatro grandes grupos que 46 vimos: glucidios, lipidios, protfdios, nucleoti- dios. Glicides — Sao também chamados agicares, sacérides, hidratos de carbono, ou carbohidratos. Os glicides sdo polthidroxialdefdos (ou cetonas) de formula geral (CH;0) n, se epresentam como monossacirides (unidades simples, mondmeros), oligossacérides (duas até 10 unidades, oligdmeros) ¢ polissacdrides (mais de 10, até milhares de unida des, polimeros). Dos dissac: ides em diante, os monémeros sfo unidos por uma ligago chamada slicosidica (Os glides possuem trés fung6es principas: a) armazenamento de energia como combus- tivel de facile imediata utilizage0; ') participam de estruturas celulares; ¢) fazem parte das moléculas de glicoprotes- nas, glicolipidios e nucleotfdios. Eles aumentam a solubilidade dos compostos onde estgo associados. Fosfatos, cidos nucléicos, grupos amino € acetamino ligam-se aos glicfdios, dando derivados de enorme importincia biol6gica. Os glucidios sf os componentes mais abun- dantes entre os seres vivos deste planeta, devido a predominancia dos vegetais. Essa é uma das raztes da caréncia alimentar entre os seres humanos, porque os glucfdios nfo constituem a tinica neces: sidade metabélica dos mamiferos. Lipides — Também conhecidas como gorduras ‘ou 6leos, sf0 moléculas quase insoliveis em égua, SolGveis em solventes apolares como éter, clorofér- mio, ou benzeno. Todas moléculas de lipides sto ricas em Ce H, 0 que as toma hidrofébicas. Alguns {ipides possuem grupamento polar em uma das extremidades da molécula, e apresentam uma solvataego (dissoluggo em solvente) ditecional: 0 grupo polar se dirige para fora em solventes polares {v. Agua como Solvente, Substincias Anfipsticas). Os Ifpides esto repartidos em algummas classes bésicas: ) lipides complexos ou saponificaveis: os acilglicerois, cuja parte lipidica sf0 os dcidos g1ax0s saponificados com glicerot; 0s fosfol/pides, com écido fosférico na molécula; os esfingolipides, que possuem um derivado da esfingosina; 0s glico- ides, que possuem glucides associados, € as ceras, que sfo misturas de écidos graxos saponifice- dos 'b) 05 lipides simples, ngo saponificados, mo- nomérieos: 08 terpenos, maltplo do isopreno; os esterdides, que contém 0 anel ciclopentenoperhi- drofemantreno, ¢ as prostaglandinas, cujo niicleo & a cclizagao de dcidos graxos de 20 carbonos ¢) as lipoproteinas, complexos de lipides © proteinas, sem ligagdo covalente entre os dois, que ficam unidos por foreas hidrofébicas Os lipides participam das seguintes funcoes biokigcas: 4) estruturas, como a membrana celular: b) combustivel para reagdes biologicas; ) protecdo de superficies, desde bactérias até grandes animais; 4) nos processos imunitérios, e de reconheci- mento de antigenos espécieespecificos. De um modo geral, os lipides funcionam edmo componentes associados a glicides € pro- tinas. Prétides ~ Também conhecidos como pro- teinas, possuem C, H, Nc O, a maioria , além de alguns conterem P, Fe, Zn, Cn, ¢ Mn, As proteinas so feitas de blocos mais simples, os aminodcidos. Existem cerea de 20 aminodcidos mais comuns, além de alguns outros mais raros. As proteinas apresentam grande diversificagdo de propriedades, sendo que elas desempenham a maior parte das fung0es biol6gicas especializadas. A mais proemi- nent é a catdlise (¥. Catlise e Caalise Biologica), feitas pelas enzimas. As proteinas servem ainda para: depésito, trancporte, contragio, protesio, Ataque, regulagfo e manu-nedo de estraturas nos seres vivos ‘Nucle6tides — S20 moléculas formadas de fos: fato, plcides,e bases pricas ou pitimidicas. Sem fosfato, chamamse nucle6sies. Existem dois tipos principais de nucledtides: DNA, Acido DeoxiriboNucléico, 0 glicide 2deoxi-D-ribose RNA, Acido RiboNucléico, o ghicide ¢ a D-ibose. ‘As bases plricas ¢ pirimidicas esto assim dis tribuidas: Patricas DNA —lAdenina — Guanina RNA — Adenina — Guanina Pirimidicas A diferenga estrutural entre 0 DNA ¢ 0 RNA, além do agécar, é a presenga de Timina no DNA ¢ Uracil no RNA. © DNA € 0 RNA sto moléculas que armaze- znam e transmitem informaglo: os caracteres gené- ticos, a sintese de proteinas,'a diferenciagso celu- lar, controle dos fendmenos biol6gicos, ¢ 0 apren- dizado. Ainda, as bases plricase pirimidicas parti- cipam de todo 0 metabolismo intermedisrio. Nota —Muitas outras moléculas, como vitaminas, horménios, coenzimas, polipéptides ¢ di- versos metabslitos, participam também dos Diossistemas, Leitura complementar deste t6pico: Textos de Bioquimica, de Fisiologia ¢ de Farma- cologia. 3.2 — Niveis Estruturais em Biomoléculas ‘As biomoléculas apresentam uma fascinante sofisticagdo estrutural. Pela associagdo de unidades simples, formam-se unidades miltiplas. As unida- des simples so de dois tipos: a) mondmeros, quando so todos iguais, ‘como em alguns carbohidratos; b) protomeros, quando sfo diferentes, como ros aminodcidos de uma protefna. ‘As unidades miltiplas sfo sempre os: ©) polimeros, que resultam da associago de ‘monOmeros, ou de protmeros. Esses niveis estruturais ocorrem em todas as classes de moléculas biol6gicas. A formagto desses. ppolimeros visa a obtengdo de estruturas capazes de desempenhar fungfo specifica. Alguns exemplos csclarecem: nas enzimas, a proteina se conforma de modo a formar 0 centro ativo; na hemoglobina, ‘© ambiente em volta do ferro hémico é hidrofé. bico; moléculas hidrofbicas dissolvem as gorduras. circulantes, e virios outros exemplos. Neste texto, elementar, cabe apenas um estu- do dos niveis estruturais das proteinas. Para estu- dos similares em ghicides, lipides e nuclestides, ver ‘manuais de Bioquimica. 3.3 — Protides e seus Niveis Estruturais AAs proteinas apresentam 4 nels estruturas. FEsses niveis, e sua formaggo espontinea, jé foram vistos na TD (reveja, se necessdrio). 1. Nivel Primirio ~ Ea cadcia polipeptidica, OC-NH, que pode ser considerada como a coluna vertebral das protefnas. A ligagdo C-N é chamada peptidica. As protefnas, exceto em raros casos, {ém sempre um grupo amino terminal (N-terminal), € uma carboxila terminal (C-terminal). Os grupos 1 laterais, R, dos aminodcidos, ficam “pendurados” na coluna vertebral. A Fig. 4.21 representa um tripeptide composto dos aminodcidos A, Be C.A ligago OC-NH tem ligeiro carster de dupla ligago, © que a torna mais rigida, como se estivesse em um. plano. Porém, as ligagdes dos grupos lateais R, tais como HN-CR e OCCR podem girar dentro de AAngulos permissiveis, que dependem dos grupos R e de outros fatores. Fig. 4.21, CadeiaPotipeptiica. [Notar as duasligagBes peptidicas,cortadas pela linha pontithada, 9 N-terminal eo C-terminal ‘Assetar indicam o sentido de rotagfo dat Iigagdes menos rgidas ‘A estrutura primdria pode formar cadeias com ‘mais de 100 aminodcidos. Hé proteinas que pos suem predominincia de certos tipos de aminoéci- os, e possuem propriedades peculiares (v. Trata- dos de Bioquimica).. 2. Nivel Secundério — Existem trés tipos prin- cipais: as hélices, das quais a a-hélice é a mais comum, as Gestruturas, ¢ a estrutura tipo coli- geno. echélice — A cadeia polipetidice se enrola sobre um eixo imagindrio (Fig. 4.22A). Othando- se na direcdo axial, 0 sentido de rotacdo & horério (Fig. 4.22B), Essa é a chamada achélice dextrogi 1a, que & a mais estdvel. A ochélice evogira (gira no sentido anti-hordrio), & teoricamente possive, pode ser feita em laboratério, mas ainda ngo foi encontrada na natureza. (com 3,6 resfduos de ami- noécidos, e 13 étomos). ‘A aihélice tem dimensoes bem definidas que sfo mantidas por ponte H entre os grupos CO NH, uma ponte a cada intervalo de 4 aminodeidos, ‘ow seja, quase uma ponte por giro da hélice. A avhélice € estrutura comum em protesnas, e pode ter até um superenrolamento, como em. certas ‘a-queratinas, onde 3 ou 7 cedeias de arhélice se enrolam, como cordas, em toro de si mesmas. Existem’ variantes da a-hélice.uma delas é a 3°° arhélice, porque tem apenas 3 residuos por volta, 92 1 066m Fig. 4.22, a —nélice; A ~ Vista lateral B Vista axial; = Ponte de hidrogénio. A cada 3,6 residuos de aminoscidos, 13 étomos, ha um iro da hice. com 10 dtomos, em vez do usual 3,6 res‘duos com 13 étomos. ‘-Estruturas — A Gestrutura mais comum 6 @ fotha plissada, cuja aparéncia é a de uma folha de papel dobrado alternativamente para os Iados ‘opostos(plissada), como na Fig 4.234. AA estrutura beta resulta do espichamento da exhélice, e pode ser paralela (Fig. 4.23B) ou anti- poralela (Fig. 4.23 C). Outra esturtura beta é a algaeB, que & uma espécie de joelho que pode juntar as cadeias da folha plissada, formando a folha antiparalela. Ela € formada de 4 aminodcidos (Fig. 4.24), ‘Apenas alguns aminofcidos podem participar dessa alga, porque si mais flexiveis. A prolina é a mais freqlente, e asparagina, triptofano e cisteina também participam. ‘A estrutura 8 é menos freqvente nas protesnas fem geral, do que a achélice. Ela & mais comum em fibrinas ¢ P-queratinas, que sf0 proteinas ricas em aminodcidos com cadeia R pequena, que favorece 0 zig-zag da folhap. Colégeno — A estrutura do colégeno é feita por trés cadeias polipeptidicas enroladas entre si, formando uma hélice triplice. Essas cadeias sf0 mantidas rigidamente em posigfo, através de liga ges covalentes intercadeias, realizadas por ami noécidos que possuem dois grupamentos R, como a hidroxiprolina e hidroxilisina. No caso da last na, outra hélice triplice e elistca, as ligagdes inter cadeias se fazem através de aminodcidos especiais, como a desmosina,isodesmosina e outros. ‘A razfo dessa estrutura reforgada do coligeno, (que 6 a proteina mais abundante em grandes ani- mais), se deve & sua fungfo de sustentaggo das partes pesadas do corpo. 3. Nivel Terciério — A estfutura tercidria de proteinas consiste no enrolamento espacial da Fig 423. 8 Estratura tipo fa plisad; A — Eteito tvdimensional;B- Folhe f= para, Cadets polpeptiticascrzem no mesmo sentido, C~ FothaB~ antipartela,cadcias tm sentidos oportos. Nao se deve spor que © © C-terminal seam coincides, fo 6 cada caia tm o mesmo nimero de sminoicidos. Fig. 4.24. Alga ~ Os nimerosindicam 054 ‘minodcidos ‘components. cadeia polipeptidica, como se a molécula fosse um novelo de If, A diferenga é que a proteina pode assumir formas das mais variadas: esferas, discos, filamentos, além de apresentar bossas e mossas (partes protrusas, para fora, ou partes intrusas, para dentro (Fig. 4.25 A, Be C). c Fig. 4.25. Estrutura Teter; A — Proteina lobular; B Proteina ascoide; ‘ilamentosa. Exemplo de proteina globular é a albumi de proteina discdide é 0 protomero da hemoglobi- na, e de filamentosa, a miosina. A estrutura ter- cidria 6 mantida por varias forgas, como reprecen- tado na Figura 4.26. Fig. 4.26. Forgas Mantenedoras da Estcutura Terra, Ponte hidrogéni 1H —N;Ponte dissulfeto —S~S— (Gnica covalente); -HidrofSbica ~ CH x CH3 © — CCoulgmbicas ou Tenicas: Atragio — COO™ e Nig"; Repulsto ~ HN3*e NH3*. 93 a informagao necesséria para 0 seu envolvimento i espontaneo, até aos nfveis superiores. (V. Entropia muito comuns em nosso meio. (V. Eletroforese). 4, Nivel Quatemnério — A associagéo intima de cadeias polipeptidicas da origem a estrutura qua teméria. Os elementos constituintes sfo chamados de mondmeros (se iguais), ou protomeros, (se dife- | rentes). A associagdo é 0 polimero. Alguns exem- plos estao na Fig. 4.27. A hexoquinase é um dime ro, tem duas cadeias iguais (Fig. 4.27 A); a hemo- slobina € um tetramero (4 cadeias), sendo duas cadeias ae duas B (Fig. 4.27 B); e insulina tem duas cadeias bem diferentes ligadas por uma ponte dissulfeto (Fig. 4.27 C);e a lactato dehidrogenase tem proporgGes diferentes de dois componentes, 0 1M (muscular) e 0 H (cardiaco) (Fig. 427 D). Existem muitas outras formas de associagzo quaternéria, como as imunoglobulinas, ocoligeno, as hemoglobinas de invertebrados, a ferritina & outras ‘A estrutura quaterndria € uma sofisticagéo biolbgica porque permite o aparecimento de pro- priedades especiais, de grande importancia para o controle de processos bioldgicos, como cooperativi- dade, alosteria,e catilise positiva e negativa. Algu- mas enzimas possuem mesmo cadeias polipepti- dices reguladoras, associadas & unidades cataliticas (v. Textos de Bioguimica) ‘Associagdes Multienzimas — Como uma exten- so da estrutura quaternéria, enzimas podem se associar para desempenhar fungdes sequenciais. A idéia € exatemente a da linha de montagem indus trial: cada operador faz. a sua parte, ¢ passa 0 sis- 94 8®@ 80 © oe @O 80 OO QO 29 00 Fig. 4.27. Tipos de Estrurura Quaternéria. A — Hexoguinase; B~ Hemoglobina; C— Insulina; D-Lactato de hidrogenase. (Ver texto) tema para _o operador seguinte. Essas linhas de .. montagem biol6gicas, (que precederam de milhares anos as indistriais) so comuns em ribossomas, ‘menubranas e mitocondrias ‘tengo — Nao deixe de completar essa nogdo su- perficial de estruturas de Biomoléculas com leitura de Textos apropriados. Conformagdo Ativa e fnativa — Desnaturaeio ¢ Renaturaséo de Protefnas ~ Quando em seu meio natural, as proteinas adquirem uma cénfor- ‘magio estrutural que & chamada de conforma¢io ativa, nativa ou natural (Fig. 4.28A). Nesse estedo, a proteina estd com o méximo de sua organizacio (menor entropia), e demonstra atividade biol6gica, isto 6, desempenha normalmente suas fung6es, ais como: catilise, transporte, defesa, etc. As pro- teinas tendem espontaneamente para essa confor- ‘magfo, as custas de aumentar a entropia ambiente (v. TD, Entropia em Biologia). Por meios especiais, ¢ possivel fazer desaparecer sucessivamente a estru- tura quaterndria, terciéria e secundéria da molé- cola, deixando-a’ apenas com a estrutura priméria (a cadeia polipeptidica nfo-é quebrada). Nesses estados, a protefna esté dematurada, e perde em parte, ou totalmente, sua atividade biolégica. Meios que modificam a conformagfo das proteinas so chamados de desnaturantes. ou caotrépicos DIALISE com TAMPAO FOSFATO A TAMPAO TAMPA FOSFATO + rosea FOSFATO + UREIA UREIA + OTT we iat si ‘007 sos = = ss; * si In LI n2 VOLTA GRADUAL = ESTAGIO A DESNATURAGAO AOS! RENATURAGAO Fig 4.28, Desnaturagio ¢ Renatuagio de Froteinas.Desrgfo opeacionl do proceso, Fass: A ~ Proeina em meio semelhante ao natural. Conformacdo ative: Ay ~ Proteina em presen fe agentes desnaturantcs, ‘turdia; Az ~ Acrescentando DTT, o agente quebrador de pontes S$; D ~ Didlise para remover urdia & DIT. Volta ao estado natural. €)'Misturadr (provocam_o caos estrutural). Esses agentes po- dem ser fisicas (calor, radiagbes, eletricidade) ‘ou quimicos (varias substincias). Entre os des- naturantes quimicos mais usados estfo a uréia, 0 cloridrato de guanidina e 0 s6dio dodecilsulfato (SDS). Esses agentes quebrisx todas as ligagdes, ‘menos os covalentes (Fig. 4.28 Ale a cadeia po- lipeptidica tem pontes dissulfeto, & necessério acrescentar um agente capaz.de romper essas par- tes, como o ditjotreitol (DTE),8-merc. ptoctanol, ou corrente elétrica. Nesse caso, as pontes se rompem e & protefna atinge um estado mais avan- ado de desnaturagdo (Fig. 4.28 A2). A proteina se desnatura por estigios, que podem ser descritos pelo equilfbrio (Esquema 4.1), Desnaturagao ASA, #A, 2A =D Renaturagao Esquema 4.1 ~ Estados de Desnaturapo da Protefna onde A é o estégio ativo, Ay até Ay a atividade vai decrescendo, ¢ D é 0 estigio de inatividade com- pleta Em algumas proteinas é possivel obter a rena- turagZo quase total do niimero de moléculas des- naturadas. Uma parte se perde como entropia ‘do processo, mas as moléculas recuperadas voltam 3 ‘conformaca inicial (Fig. 4.28 D). Os estudos de desnaturaggo ¢ renaturacao de proteinas tém grande importancia pritica, espe- cialmente para indicar meios de inibir a agao bio- logica de protetnas. Ha ainda. certas proteinas que, em presenga de desnaturantes apropriados, aumen- tam sua atividade biolégica. Esse fato pode ser us do para incrementar 0 rendimento dessas protei- nas, sem aumentar sua concentragZo. AF — 07 (Biomoléeulas) P.01— Conceituar biomoléculas. Uma substincia feita artficakmente, pode ser considera- da biomolécula? P.02— O que é sintese abiotica? P.03 — Quais sao as grandes classes de substincias encontradas nos seres vivos? P.04— Descrever as fungoes dos glicides, ipides, protides, e nucleotides. Usar até 50 pals. P.05~ Qual a diferenga de composiggo entre DNAe RNA? P.06— Conceituar, em linhas gerais, os niveis es- truturais dos protides. P.07 — Identificar as estruturas abaixo: wesner ic ! 88 WN — 95 P.08 — Na cadeia polipeptidica adiante, quais ti- pos de estrutura secunddria e ligagGes qui. ‘micas vocé pode identificar? ig 430 Estruturas 1 — (Qualquer ordem) 3. (Qualquer ordem) P.09— O que vocé faria para desenrolar (desnatu- rar), completamente, as proteinas Ae B, Ligagoes 1 abaixo? nay as S-s | coo coo | A B Fig. 4.31 96 Indique 0s passos operacionais em cada caso, com as substancias quimicas neces- sirias,e descreva a renaturagdo. GD-05¢ 06 Este DG envolve discussbes de fundo filosé. fico e cultural. 1. Se vocé introduzir em um ambiente fechado, vapor d’égua, aménia e gis carbonico, e adi- cionar energia a0 sistema, € correto esperar que se formem novas moléculas? Inclusive Biomoléculas? 2. Como voce pode mostrar que a evolucio mo- lecular precede a morfol6gica? H4 uma linha de raciocfnio clara e decisiva 3. Se 0s caracteres adquiridos no sao heredita- rios, como se processam as mudangas na com- posiefo e estrutura das moléculas? 4, Discutir a presenga de uma “forga vital” (vis Vitalis), e de um plano diretor para a existén- cia e evolueso dos seres vivos. O ponto de vis ta contrério seria da Organizado da Matéria e do ajustamento a0 ambiente, através de tenta- tivas 20 acaso ¢ necessidade. Objetivos Especificos do Capitulo 4 tara Petininar 1. ntrodut evolu do conheeimento sobre a esata da Mater 2. Desaraversuintamenie a dinenoes etx 4.1 — Atomos, Modo one 1. Concetuar tomo, moka ¢ fon, Fazer e% ‘quest representnvos dense cle, 42 ~ Lgaoesiteratomicat Iniemoecuares A Lage risa 4 Deserever at propiedad das gages prim ‘as nica, Cvaente e Mit 3) Ligases Secunda 5. Descrver ax propinades das gages secu lis. font Hi iad hidrovbies, lige tes de‘Van der Was dipoos permanent ¢ Iniuidos,vesninett, forge Londo Hei, Forgas Coulombias de atragto ete pal. 6, DiterenciarEneria€ Fore de gato mole 43 — Quanttsto de Moles 2. Conceinr stomo e moécugrana, Celeiars mis de molielo gama, CConcituar clear mol de una sbstnei CCombecer nieve de Avogadr « aleuar © nimero de paniules por mol ou fagao de ‘ol.no CGSe St 11, Contetuar uni de masa atomics dak ton, e aber euclar ens valores pars mol ‘ls stomoe Biomoécaas 12, Conceitar Bromolcass, 3, Clarprecrores do ambient, descrevendo fees rlasomados 20 sparcimetto elie As bomoirlas oncetar meltaente, gids, pies, potiere maou Beste signet propredaesbioigicas des nolo, CGircteriar oF nics estrtas de bom a Dessrever of nies primi, x undo tr i e uatemao de pros Gitar propidads extras da eee, de Bestutum, ¢ 80 enaamesto tase Je protces Desrever alguns tips de exruura quater Deneve fazer eguema do proces de ds rauragdo rnurtao de um pete. Con 5. Agua e sua Importancia Biolégica Os sistemas biolégicos, tal como os conhece- mos, tém gua como sua molécula mais abundan- te. Um adulto jovem é cerca de 75% gua. E pos sivel, sem ser ficedo cientifica, a existéncia de sis- temas biol6gicos em outros solventes. Mas no pla- neta Terra, e possivelmente em muitos outros pla netas, a agua é 0 solvente fundamental dos sis- temas bioldgicas. [Neste planeta em gua, no hé scresvivos. | A dgua € encontrével nas tés fase, sblida (ze- Jo), Liquida e gasosa (vapor). Essas trés fases esto em equilibrio, que depende de vétios fatores, en tue 0s quais a pressto, temperatura, oferta ambien- tal de Agua, e presenga de seres vivos. Embora a quantidade de gua seja aparentemente satisfat6 via, a distibuigdo & muito irregular, havendo re aides com muita dgua, ¢ outras onde a escassez é absoluta. Devese notar que a ggua potivel (que pode ser bebida) ¢ dificil de ser obtida, endo deve ser desperdigada 5.1 — A molécula de gua ~ Microestrutura da gua A gua € um hibrido sp? de cariter misto, 60% covalente e 40% iOnico. As valéncias H-O formam entre si um angulo de 105°. Disso resul- ta que a molécula da gua 6 assimétrica e tem ca riter polar (Fig. 5.1) A forma é aproximadamente tetraédrica,¢ se fosse considerada esférica, teria raio médio de 0.3 nm (3 A). E pois, molécula muito pequena. A formagdo de pontes hidrogénio é extremamente fa- vorecida por essa estrutura, e a égua forma duas pontes H por molécula (Fig. 5.2) ‘A energia é de ~ $ keal.mol~' (21 kJ.mol“), € como existem 2 pontes por molécula, o total & 10 keal.mol (42 kJ.mol ), tH B Fig. 5.1, Molécula de Agua A — Estrutra; B Aspecto da forma (rios de Van de Waals), € 0 dipoto equivalente (2, -) ie + + Pome uN Fig. $.2. Pontes de H na Agua.(— H..) Ponte H Em resumo, a égua tem: 1. Forte caréter dipolar; 2. Abundineia de pontes H; 3. Volume diminuto, ~ Agua Propriedades Macroscépicas da Agus como Vefculo Por suas propriedades macroscépicas a agua favorece os sistemas biol6gicos de diversas ma- neiras: 1. Densidade — A densidade do gelo € menor que da dgua liquida, e 0 gelo flutua. No inverno, apenas uma camada superficial dos oceanos ¢ lagos se solidifice, permane- cendo liquida a imensa massa. inferior, onde a vida continua. Se o gelo fosse mais pesado, o fundo dos oceanos e lagos seria sélido © a ecologia certamente seria dife rente 2, Calor Espectfico — A gua tem calor espe cifico muito alto. Calor especifico é a quantidade de energia térmica que deve ser fornecida a uma substincia para elevar sua temperatura. No caso da gua, é necessé rio adicionar 1 keal (4.2 KJ) para elevar de 1,0°Ca temperatura de 1 litro d'gua. Para comparar, 0 calor especifico de ghicides, lipides e protides & em tomo de 0,3 keal (13 1d). Conversamente, para esfriar a agua, 6 necesséio retrar mais calor. Como 2 agua € 3/4 de um sistema biol6gico, ea age como moderador térmico: os sistemas biol6gicos estd0 mais protegidos contra rmudangas bruscas de temperatura 3. Calor de Vaporizaedo — A dgua tem alto calor de vaporizardo. Para passar isotermi- camente de liquido a vapor, a 37°C, ela cexige energia de: 10,3 keal.mol“* 43 kimol Este alto calor de vaporizaggo tem duas van- tagens. A primeira € que, para desidratar um sis tema biol6gico, & necessério gastar mais encrgia. Isso € vantagem, porque a dgua é essencial. A se- gunda é um corolério da primeira: €0 uso da dgua para controlar a temperatura corporal. Nos animais hhomeotermos (temperattre constant), a evapora go de pequenas quantidades de agua serve para Aissipar 0 excesso de calor corporal. A evaporagfo pode ser pela perspiragso ou sudorese (climinagio de suor) ou pela evaporaggo que acompanha a res- Piraggo pulmonar (perspiratio insensibilis, ou pers piragdo imperceptivel). Em temperaturas de 37°C (€ acima), esse & um dos meios mais importantes de dissipar excesso de calor. Certos animais que nfo transpiram, como 06 cfes, controlam a tempe- ratura corporal pelo ofego. (Respiragfo ofegante, ripida, pela boca). 4, TensGo Superficial — Atragbes intermole- ‘culares tenddem a manter coesas as molé- culas de um liquido, As moléculas da ca- mada externa sfo atraidas para 0 centro, ¢ constituem uma espécie de membrana que impede a penetragfo na massa liquide (Fig. 5.3). (V. tb. Introdugfo & Biofisica, ‘Tensto Superficial). A tensio superficial da gua € alta, e certa- mente concorreu bastante para a compartimenta- 102 A B Fig. 5.3, Tensfo Superficial. A — Na superficie de um liquido; B Em torno de uma gota. Notar aque a camada extoma de moléculat néo tem Pot onde ser atraida para fora, fo biol6gica, através da génese da membrana. A alta tensio superficial dificulta trocas gasosas nos alvéolos pulmonares dos animais superiores. Este obstéculo é diminuido pela sintese de surfactan- ts (agem na superficie) nesses locais(V. Biofisica da Respiraco). ‘A tensfo superficial é também importante no caso de certas suspensbes de medicamentos (V. Suspens6es) 5. Visoosidade — A gua deveria ter alta vis cosidade por causa das pontes H, e isso seria um fator desfavorével. Mas, a visco- sidade da égua € muito baixa (4 x 10° Pass ou 0,04 poise a 20°C), ¢ acredita-se ue isso se deve & continua flutuagto das pontes H, que se fazem e desfazem em 10's. A alta viscosidade seria prejudi cial a todas as trocas hidricas dos organis- mos, e no caso da circulago sanguinea, um obsticulo & hemodinémica. Propriedades Microse6picas da Agua — Agua como Solvente Costuma-se dizer que a dgua 6 0 solvente uni- versal. Sem exagero, pode-se dizer que a égua é um excelente solvente, sendo capaz de realizar a solu- fo de substincias iOnicas, covalente e anf piticas® 1. Substancias Tonicas — Sendo polar, 2 dgua tem alta constante dielétrica, e > 80, Isto significa que a forca de atragfo de um anion por um cétion é diminufda de 80 ve- zes na gua, permitindo que cada partf- ccula fique envolvida pela égua, i.c., fique em solugdo (Fig. 5.4). * Anfi, dupio; patos, carder. Substincias que posuem Bart ds mldcala apolar parte alr, duo cx Fig. 4. Agua como Solvente ~ Cristal de NaCl ja sb forma idnica; B ~ Agus; ~ Solugfo de NaCl. Os ions esto hidratados com dgua organizada em volts ©O+a-e AIO ANIORO RAO HIDRATADO Nore Fig, $.5. Tamanho de fons Anidros ¢ Hidratados. A igua so orienta com sua extremidade negativa para o eftéon © positiva para onion Na dissolugzo de pequenos cétions ¢ anions, 8 gua se orienta através de atragd0o eletrostitica de cargas. Esse é 0 mecanismo pelo qual o raio hidra- tado de cations é maior do que o de anions, inver tendo a situacao do raio anidro (Fig. 5.5), Como se depreende também da geometria da orientagdo, 0s cdtions s0 mais hidratados do que 08 inions, fato esse comprovado experimental mente. Além disso, como a forga de atragto do Campo Elétrico ¢ inversamente proporcional 20 quadrado da distancia (V. Introdugdo, Campo E), 65 fons menores, com seu Campo Elétrico mais forte, atraem mais moléculas de égua que os maio- res, e se tomnam mais volumosos: 0 fon K* anidro € maior que 0 Na* anidro, mas o K* hidratado é menor que 0 Na’ hidratado. A hidratagio de fons tem importante conseqiéneia no transporte trans: membrana de fons, e diversos fendmenos biol6gi- 0s, como veremos no capitulo préprio. (V. Mem- brana, IV Parte) ‘As macromoléculas, pelo fato de serem poli- fons, atraem vérias moléculas de Agua. Toda prov teina fixa uma certa quantidade de égua, chama- da de dgua de hidratagfo. 4 albumina humana fixa cerca de 18 moléculas de égua em cada molécula de albumina. Esse efeito é denominado, as vezes, de “pressto oncética” (v. Difusto, Osmose e Tonus), 2. Substincias covalentes ~ Substancias cova- lentes se dissolvem na dgua através da for- mago de pontes H com as moléculas de gua. Quando as pontes H formadas no perturbam @ estrutura da agua, a substincia & soldvel (Fig 5.6 A). Se a estrutura & perturbada, a substancia é insolivel (Fig. 5.6 B) Fig. 5.6. Agua como Solvente Covalente, A Composto Solivel, $B - Composto Insolivel Algumas substincias covalentes como a uréia, chegam a ser to soldveis em gua, que se pode obter solugdes muito concentradas. 3. Substiincias Anfipéticas — As moléculas dessas substincias em meio aquoso se orientam com a parte covalente para den- tro e a parte polar para fora, ficando en. volvidas por moléculas de agua (Fig. 5.7), As substancias anfipéticas formam desde solu es, até suspensbes, com 2 agua. Tudo ‘depende da proporedo relativa entre a parte polar e a parte apolar da molécula. Exemplo cléssico é da série de alooois aalifaticos: metanol, etanol, propanol, ‘butanol, pentanol, etc. cuja cadeia alifética (apo. Jar) aumenta nessa ordem. Observa-se que os dois primeiros sfo completamente misciveis com a gua, e a partir do terceiro, a solubilidade vai de crescendo, 103 A SUBSTANCIA ANFIPATICA + AGUA PARTE POLAR PARTE APOLAR wee) t+ AcIDO GRAXo ~ AGUA Fig. 57. Micela anti Formagio de clatratos, paredes e tiineis — Associzgao de 20 moléculas de égua através de pon- tes H pode formar uma estrutura com cavidade in terma de 0,5 nm (5A), que pode aprisionar pequenas rmoléculas, fons e até propria égua. E a estrutura de clatrato (gaiola) Através das pontes Ha gua forma também finas paredes e tines, isolando dentro dessas es- truturas outras moléeulas. Esse sistema pode per- manecer estivel durante muito tempo, como ver~ dadeiras solugbes, ¢ apresentam grande interesse na veiculagio de medicamentos Mobilidade do fon H3O — 0 hirénio (V. So- lugdes), HO, tem alta mobilidade, devido as pon- tes H da agua (Fig. 5.8) a »@-O s 2 @0COCOO-®e Ht c Lo Wl 4 wows 7 Hd 4 4 HK Fig. 58, Mobilidade dons HO. Comparsgomectnica |A~Bolase deslocando no espugo 8 ~ Bola se eslcando por tansferénia de Energia, (C-Deslocamenta de HYO portranseréncia de Eee daligapdo de pontes H = Everyia Fores. A transferéncia da energia da ligagdo -H* se faz através das pontes H, resultando em desloc: ‘mento mais répido do que a movimentagdo em blo- co de HO. Agua e Entropia Afgua tem entropia ra, organizada através das pontes H, iminuida. Essa entropia pode ser 104 MICELA ainda mais minimizada’ pela presenga de substin- cias que aumentam a organizagao da égua. Entre essas substncias estdo os fons, especialmente os polifons (moléculas com varias cargas), como as proteinas. As proteinas desenroladas (como cadeias polipeptidicas) so capazes de orientar um grande rimero de moléculas de Agua, e tomam possivel a espontaneidade do arranjo espacial, através da de sorganizago dessa 4gua (V, TD Biol6gica). Ha fons ce substincias que, por excecéo, aumentam a entro~ pia da gua. Entre essas substincias estio os anes tésicos gerais que, conforme teoria proposta por Pauling, teriam seu mecanismo de ago explicado pela perturbagio que causam na égua organizada, bloqueando a transmissio do potencial de agio (V. Potencial de Agio). Atividade Formativa 5 Proposigies: O1. Representar a molécula de agua de duas ma- 02. Representar as pontes H da gua 03. Citar as trés caracteristicas principais da mo- Ikcula de Agua 04. Um quilograma de agua e um quilograma de lipides recebem energia térmica comesponden- tea 5 kcal. Qual a elevacio da temperatura des ses sistemas? Use os dados do calor especifico dessas substancias 05. Um individuo se exercita e perspira 800 gra- ‘mas de dgua, Quantas calorias foram gastas para ‘evaporar essa gua? E o trabalho em Joules? 06. Assinalar como Certo (C) ou Errado (E): 1 = Molécula de dgua é covalente parcial ( ), 2~Tem carga negativa junto ao hidrogénio positiva junto ao oxigénto ( ), 3—Tem cardter dipolar ( ), 07. 08. 09. 10, 4 Associaggo de moléculas de gua através de pontes H resulta em diminui¢go de entropia ( ) ou aumento da entropia( ) ambiental Completar com a qualidade que permite a ‘gua dissolver 1 — Compostos iGnicos, através de 2.~ Compostos covalentes, através de ‘i Através de qual otientacdo espacial a dgua dis solve substincias anfipsticas? Faga um esque- ‘ma de micela anfipstica, Para que pode servir a estrutura clatrato? Voc? acha possfvel que a célula expulse um fon H3O de seu interior, através da transmis ML 12, sfo de energia pelas pontes H da égua? Faga ‘um desenho esquemético de um canal, assu- mindo diémetro de 0,9 nm e comprimento de 9,0 nm. De quantas moléculas de H , ligadas por pontes H, se comporia a cadeia? Quantas moléculas de gua, compactadas, ca- bem, aproximadamente, no canal da P-10? Faca um desenho esquemético dos fons hidra- tados K* e Na‘, usando didmetros de 3,9 ¢ 2,3 cm, respectivamente. Supor que a hidre tagdo é inversamente proporcional a0 didme- to, e da ordem de 10 x para cada fon. Qual 0 didmetro do raio hidratado, em cm, de cada 105 Objetivos Especificos do Capitulo 5 1, Comenta a inportinci bolic d gu. 2 Descever a microesrtura ds ‘moleuls de gua, ua aacerstes principal 3. Confecer © desciover as poprodader me : sordpicas da igu, © suns telages com oF biosistemas: denne, clr especie, calor de vapoiaff, tens supers viscose, 44. Conhecer descreer as proptadadermicoe peas de dg, como sohente de souls Ionia, covaleneseafpin, 5, Estabelce lag ene dg ¢entropia de bowser. 106 6. Solucdes em Biologia 6.1 ~ Conceito de Solugao a) Conceito Qualitativo Quando jogamos sal na gua, ¢ agitamos até 0 sal desaparecer, temos uma solugdo (s6lido em quido). Se adicionamos alcool 2 gua, e mistura ‘mos bem, resulta outra solugao: (Iiquido em liquido) ‘Quando aquecemos dgua, antes da fervura, bolhas de gas se desprendem (era uma solugao de gés em liquido). Todos o trés sistemas possuem um aspecto comum: apenas uma fase (a Ifquida) e mais de um ‘componente: Solugio € mistura unifésica de mais de um ‘componente Neste texto, lidaremos apenas com solugdes liquidas. A “anatomia” estrutural de uma solusio € bastante simples: hé um componente dispersor cha- ‘mado solvente e um componente disperso chamado soluto (Fig. 6.1). Uma solugdo aquosa € aquela na qual o sol vente & a dgua, e esse € 0 solvente natural nos si temas bioldgicos. Os seres vivos sio solugées dilu das, tendo agua como solvente ¢ milhares de Componentes como solutas. Muitos desses solutos do peculiares aos seres vivos, como as biomolécu las (protefnas, DNA, etc. V. Biomoléculas). ‘Além dessa definigo qualitativa, as solugdes so também definidas quantitativamente ) Conceito Quantitative de Solugio © modo mais usual usar a relagio soluto! solugio, ¢ a unidade chama-se Concentragao (C): Quantidade de Soluto c Quantidade de Solugo ‘A unidade de concentracSo do SI é 0 kmob nr? (kitomol por metro cuibico), mas seu submiltiplo, ‘mol! (mol por lito) & mais usado na prética, Podevse ainda usar a relagdo: Quantidade de Soluto ‘Quantidade do soivente Como veremos adiante Atenglo — “A concentragio de solugdes & de im- portincia fundamental na prética bio- Jbgica. Nenhum biologist, seja qual for seu campo de atividade, pode pres- indir desse conhecimento”. Por esse motivo, este item seré tratado visando a prética do uso de solugdes. Concentragio de Solugdes — Estudo Quantitative Entre 0s diversos modos de expressar concen tagfo de solugdes, tres s40 mais usados: 1, Pereentual — E 0 método mais antigo, ¢ corresponde a gramas de soluto por 100 ml de solugto. E abreviado g% ou %. 2. Molar —- So moles de soluto por litro de solugdo. £ representado por mol.1“* ou M. 3. Molal. — Corresponde a moles de soluto por kilograma de solvente, é representado porm. Modo de Preparar Solugdes — Os solutos sfo pesa- dos, transferidos para baloes volumétricos apro- priados, e a quantidade necessiria de dgua é adi- cionada (Fig. 6.2, A, Be C). Podese proparar qualquer quantidade de so- lugfo, desde que a relagdo soluto/solucto (g% ou ‘molares), ou soluto/solvente (nas mols), seja con- servada. Alguns exeraplos de preparo de solugbes: AA) Solugdo Percentual Exemplo 1 —Para preparar 200 ml de NaCl 2 5%, pesar 10 g de sale diluir para 200 mi com agua, Relacfo é 10/200 = 5. Exemplo 2~Preparar 250 ml de glicose a 8%. A quantidade de glicose sai da Regra de Proporgoes Simples (regra de trés): Se em 100 ml tem 8 g de glicose, em 250 terd x 100 _ 250 3 x Nac 250 x8 a. Xmoles x00 298 MOLAL Basta pesar 20 g de glicose e diluir Fig.6.2— Concentragio de Solujéen. “A — Percentual; para 250 ml com égua. 1B Molar; C ~ Mola A férmula geral para calcular a quantidade ne- cesséria de soluto é Quantidade de Soluto = Concentraggo g% x Volume ml 100” ou, resumidamente (gramas) = ERY ml 100 B) Solugdes Molares Exemplo 3 —Preparar $00 ml de glicose 0,15 M. A solugdo teré 0,15 moles por litto, ou a metade (0,15 moles/2) em $00 ml Um mole de glicose = 180 g. g= BOX _ia55 de glicose em S00 ml de solugto. A formula geral para solugses molares é: ‘Quantidade de Soluto = Massa Molecular x x Molaridade x Volume em Litros (gramas) ou. (Q= PMY. (a) Essa formula vale também para. solugses moluis(v.adiante) Exemplo 4 No caso do exemplo anterior, usan- dose a formula: P= 180g, M=0,15 Molar, V =0,5 litros Q= 180x0,15 «0,5 = 13,5 g de glicose. Exemplo $—Quando a soluego tem mais de um soluto, estes devem ser acrescentados antes da diluigdo final: Preparar 1 litro de uma soluggo con- tendo KCI a 1%, NaCl a 5%e glicose a 10%, Pesar, separadamente, 10 g de KCl, 50 g de NaCl e 100 g de glicose Transferir para baldo de 1 litro, usan- do Agua, se necessirio, para facilitar a operagfo. Acrescentar até 900 ml de gua, agitar para dissolver e com pletar o volume até | litro com dua Misturar bem, A solugdo esta pronta, ©) Solugées Molais Exemplo 6 —Preparar 500 ml de KCI 0,1 m Q= 745 x0.1 x05 = 3,725 g. Colocar essa massa de KCI em um recipiente de mais de 1/2 litro, e adi cionar $00 mi de dgua. Trabalhar, de preferéncia, a 25°C, A diferenca entre 0,5 kg e O55 litro de agua, desprezivel pata fins biologicos, Exemplo 7 ~Preparar 100 ml de NaC10,15 m+ gli cose 0,2 m: colocar 0,15 moles de NaCl + 0,20 moles de glicose em frasco de 200 ml e acrescentar 100 g (100 ml) de HzO, agitar para dissol- Outros Moder2-Expressar Concentragao Outros modos fo ainda usuais em Biologia 4. Miligramas por cento ~ Corresponde 20 ni- mero de miligramas de soluto por 100 ml de solugzo (Fig. 63 A), 5. Miligamas por miliitro ou miligrama por centimetro cibico (Fig. 6.3 B). 6. Partes por milhao (Fig. 6.3 C), Hoo x mg A Miligramas por cento (ng) NO de miligramas em 100 mide A solugio. Tm) 8— Mbligrama por miltitro 08 FA niligam por centimetzo cbc, mem! ov meen XMmg_—_Usado frequentemente para smedicamentos, A quantidade de — soluto€ dada por 8 (Qsoluto = mgm x Volume em mt " me (© Partes por milhfo (p.p.m.) I parte por milhdo coresponde a 1 me porlitro.2 ppm = 2 ms. ct, Fig. 6.3 Outros modos de expresar concentracdo, 109 Converstio de Concentragbes 1. Conversdo de percentual em molar — Bastar usar a formula: ____8xl0 Molar “Peso Molecular” {que corresponde 2 multiplicar por 10 a concentra- (0 em g%be dividir pelo peso molecular. Exemplo 1—Qual a molaridade de uma soluggo de slicose a $2? O peso molecular de glcose = 180. 5x10 180 m1 0.278 M Exemplo 2—Qual a molaridade de uma solugfo de NaCl 0,95? O peso molecular de Nal € 58,5. 09x10 585° Cy 0,154M 2. Conversio de molar em percentual ~ Bastar usar a formula: Molaridade x Poso Molecular (= que corresponde a multiplicar a molaridade pelo peso molecular ¢ dividir por 10, Exemplo 1 Qual a concentraggo percentual de ‘uma solugfo 0,10 M de NaCI? 0,10 x 58,5 p= 0,585 £6 3. Conversfo de mf para molar, e vice-versa mg CM" “00% M, mg = Cy X My, x 100 4. Conversio de miligramas por mililitro para mo- lar, e vice-versa, (mganl“) x 1,000 Min mXMyy 1.000 mgm m0 5. Conversfo de partes por mithdo em molar, e vice-versa. = —fem M> [000% ppm = Cy x Mp, x 1.000 -Exemplos seguem as linhas gerais dos casos 1 ¢ 2, sto t2o simples, que se tornam desnecessérios. Ainda Solugbes: 1. Sotugoes Saturadas e Nio-Saturadas ‘A concentragfo das solugdes.sar'=sauivo. Ha solugdes com poco soluto, outras com muito s0- luto. O que limita a concentragao € a solubilidade do soluto. Nao se pode fazer uma soluggo 2 20% de uma substancia cuja solubilidade € 18%, Quan- do 0 soluto est aquém do seu limite de solubil- dade, a soluggo & nfo-saturada. Quando o soluto estd dissolvido até 0 limite de sua solubilidade, a soluggo & saturada, Para se obter uma solucdo satu- rada, & conveniente deixar um excesso de soluto ‘no fundo, para manter o equilibrio. Isto porque, om aumento da temperatura, a solubilidade ge- ralmente aumenta, e a soluggo pode deixar de ser saturada. Ao contrario, algumas solugBes muito concentradas precipitam com abaixamento da tem- peratura. Algumas podem ser recuperadas com Aquecimento cauteloso, outras devem ser despre- rads. ‘As solugdes se saturam porque, apesar de ha- ver fase Iiquida, as moléculas de solvente dispo- niveis para envolver 0 soluto, jé esto utilizadas ‘0 méximo (V. Agua como Solvente). 2. Concentragio e Diluigao Owvese freqientemente: “P preciso dilir @ Solugdo antes de usar”; ou “Use solugzo mais con- centrada”. ConcentracSo e diluigdo possuem signi ficado oposto, mas dluigso nfo é matematicamen- te igual a 1/C. Elas representam apenas operagoes de laboratério, usadas no manuseio de solugdes. Dituir é diminuir a concentragao do soluto, con: centrar € aumentar a concentragao do soluto, Exis tem regras para esses trabalhos, como as deste texto 3. Molar x Molal Porque esses dois modos de expressar concen- tragf0, aparentemente to parecidos? Em Biolo- ia, usando-se concentragdes até 0,2 a 0,3 moles, costumase ngo diferenciar esses modos. Entretan- to, 08 dois sto fundamentalmente-importantes: A) Molar ‘A relagdo moléculas de soluto/moléculas de solugdo € constante. Isso permite comparar solu- ‘q0es através da quantidade de soluto em volumes ‘conhecidos das solugdes, no importa qual seja a natureza do soluto. Uma solugfo 0,01 M de NaCl, de slicose, ou de uma protein, tem sempre: 0:01 x 6,02 x 107? moléculas dessas substincias, em I itro de solugao (Fig. 6.4 A, Be). 1 1 Ju H20 | H,0 H,0 6 ‘NaCl ac cucose PROTEINA oon 01M ‘ois mann ta Mn 80 Mm = 5700 Fig. 64 — Solugio molar. Relacdo Soluto/Solucio. Nessas solug6es, 0 volume do solvente vai di ‘minuindo & medida que o tamanho do sotuto au- menta, 0 que permite conservar sempre constante Co niimero de partfculas de soluto no volume total Solug6es molares sao indispenséveis para com- parar contetido de solutos das solugses. B) Molal A relacio moléculas de soluto/moléculas de solvente & constante. Isso permite comparar as so Jug6es nas propriedades que dependem dessa re- ago, como as coligativas (ponto de ebuligdo, pon- to de congelagto, tensfo de vapor, osmose, ete), ¢ também 0s parimetros termodinimicos. como atividade, Uberagao de energi, etc. A relagzo solu- to/solvente independe do volume do soluto, ¢ é constante (Fig. 6.5, A, Be C). Nessas solugdes, 0 volume do solvente é sem- pre o mesmo, de modo que 0 volume do soluto nfo influencia 0 volume total, 0 que permite con- servar constante a relago soluto/solvente Nota—Evidentemente, para solugdes de compo- nentes idénticos, as solugGes molares sf0 ‘mais concentradas que as molais de mesmo valor: Con, NaCl 0,1 M > Cone. NaCt 0,1 m. 1 0 || NaCl oct uicose PROTEINA ooim corm cot Mo 35 an 00 an 3900 Fig. 6.5 — Sol-zzo'woal, Relagdo Soluto/Sotvente 4, Soluto Liquide Quando se fazem solugses de Iiquido em Ii quido, & comum indicar 0 volume do soluto em vez. da massa, Exemplo 1 —Fazer solugdo de etanol a 20%. Ni guém pesa 20 gramas de etanol e di- Jui com agua até 100 ml: mede-se um volume de 20 ml (Fig. 6.6) e diluise ‘com agua até 100 ml aa —- ETANOL ETANOL 202 Fig. 6.6 ~ Solugdo e liquido em tiquide. Modo de prepara. Alguns textos indicam essa soluedo com 0 simbolo (v/¥), que significa volume em volume acetona a 5% (v/¥) € § ml de acetona em 100 mi de solugto, Nota —L{quidos misturados podem sofrer contra- 40 de volume: I litro de etanol + litro de 1,0 originam 1,93 litros de solugéo. Nota —Rever a Fig. 1 (Anatomia de uma Solu- ¢f0) e observar que apés a mistura do so- Tito + solvente, 0 volume do sistema au- mentou, embora 0 soluto “desaparesa”, m ele continua fisicamente existindo, Ess ‘mento de volume € muito importante no estudo da difusio, osmose e tGnus (V. Ca pitulo préprio). Atividade Formativa 6.1 ituar soluglo~ Fazer desenho explicativo. 02. Conceituar concentracao e sua Unidade SI. 03. Mostrar como se preparam as solugées: 1-KCla 8% 2~ glicose 0,1 Molar 04. Calcular a concentragio das solusdes: 1 ~255 g de glicose em 200 mi de soluga0 20.2 molar de glicose em 50,0 ml de solucio 3~3,5 g de KCl em 175 ml de solugio 4~0,125 moles de glicose 2 200 mi de solugo 05. Quantos gramas de soluto so necessérios para preparar: 1-500 ml de NaOH 1,5% 2-750 mi de NaOH 0,25 M 3 ~ 1,500 ml de NaCl 3,5% 4 ~ 1.500 ml de NaCl 0,30 M 06. Quantos gramas de soluto existem nas seguin- tes solugdes 1-1 litro de NaCl a 39% 2~ 180 ml de NaCl a 2% 3 = 1 litro de glicose a 5% 4~ 180 ml de glicose a 3% 07. Quantos moles de soluto existem nas seguintes. solugdes: 1 ~ I lito de NaCl 0,2 M ~270 ml de NaCl 0,1 M ~ 1 itro de glicose 0,15 M 4 ~270 ml de glicose 0,20 M Calcule o niimero de gramas desses solutos. 08. Converter para Molar a solugio NaCl 2,7 2%, Na H;PO, 0.45%, glicose a 1%. 09. Caleular em g% os componentes da solugio: Naz HPO, 0,05 M; Na Hy PO,2H;0 0,045 Me NaC! 0,15 M. 10. Calcular a molaridade das solugées, sendo da- da a Massa Molecular: Substincia Mn a) Adrenalina, 1 mg% a) 183,2 ) Glucosamina, S mg“! b) 179.2 ©) Meretrio, 12 ppm ©) 208 (daltons) IL, As séries de solugdes A e B (Fig. 6.7), mostram a relacdo entre seus componentes. Qual série Molar e qual é Molal? Qual a relacdo entre os componentes das duas séries? 112 Fig. 67 12. Uma solugdo molar (M) ou molal (m), ou am- bas, server para (Completa) Caleular a relagdo soluto/solvente — Conhever a relagao soluto/solvente — Determinar © abaixamento criosc6pico e ponto de ebuligio - = ~ Determinar atividade termodinamica dos com- ponentes Calcular a equivaléncia de soluto —. Calcular a equivaléncia de solugses Calcular a equivaléncia de solvente 13, Conceituar “Diluis” e “Concentrar” uma so- lucéo. 14, *Preparar”, através de desenhos, as solugtes: 1. Aleool 2 100% 2 Glicerina a 5% 6.2 ~ Osmolaridade, Conceito Concentragdo de Moléculas e Concentragio de Particulas Muitas motéculas ao se dissolverem so sepa- radas em suas particulas constituintes, pela aco do solvente. Esse efeito geral denomina-se Solvélise (separagao pelo solvente). Quando o solvente é 4gua, € a hidrélise(hidros = égua, ise = corte). Motécula—Hidr6lise _ Paricula nach ——#20_, nat... Geralmente, as particulas separadas possuem carga elétrica, e por isso se denominam eletrdtitos Substncias como NaCl, KC1, NaHCO3, NaCOs, NaH2POs, NagHPOs € muitas outras se hidrol em solugdo e originam eletrlitos (Fig. 6.8). Nem todas substincias, porém, softem esse processo: glicose, urdia, colesterol, aminodcidos, tc.,nfo se hidrolisam, Exemplosestfo na Fig. 6.8. Fig. 6.8 — Hidrilise. Ae B ~ Glicose (G) e Uséia (U), ado se hidroliam; Ce D ~ Cloreto de s6dio (NaCl) © Cloreto de cileio (CaCl) s© hidro- lism nas particalasconsttuints. Uma conseqiiéncia direta da hidrélise & que @ ‘concentragao de particulas 6 maior que a concen tragfo de moléculas,¢ ¢ indicada pelo prefixo OS: Concentrago Molecular + Concentragdo Partfculas Molar > Osmolar A unidade de concentraggo de particulas é 0 Osmol, que comporta duas definigoes: 1. Conceito Estrutural — 1 osmol corresponde 6,02 x 10*? particulas por litro de solu- fo. 2. Conceito Operacional — 1 osmol ¢ 0 ni- mero de particulas que exerce pressfo de 22,4 atmosferas em volume de 1 litro, ou pressfo de 1 atmosfera em volume de 22,4 litros. © osmol € especiaimente a sub-unidade, o niliosmol (mosmol), € muito utilizado em Biolo- gia. A concentraggo do plasma sangUfneo é em tor- no de 300 mosmois eequivale a concentragao total de particulas, sejam elas fons, moléculas ou ma cromoléculas, como as protefnas. O aiimero de osméis de Iiquidos biolbgicos & faclmente determindvel pelo abaixamento do pon- to de congelagfo do sistema, a crioscopia Conversso de Concentragdo Molar x Osmolar Hi trés casos: 1. Solutos nfo se dissociam ‘As concentrag6es molar e osmolar sfo, evi- dentemente, as mesmas. CM = Cosm 2. 0s soluios se dssociam completamente A concentraggo osmolar é igual 4 concentra- ¢f0 molar multiplicada pelo mémero de parti- cculas (n): Comm = Mx n Exemplo 1—Qual a concentragfo osmolar de ‘NACI 0,1 M? NaCl libera duas parti- cules: Cogm 0.1 x2= 0,2 osmolar Exemplo 2—No caso do CaCly, que libera 3 particulas, multiplicar por 3: a con- centragfo de particulas de CaCla 0,15 M seré: Cosm = 0,15 x 3 = 0,45 osm Inversamente, a concentragto molar é igual & concentrago osmolar dividida pelo nimero de particulas: Exemplo 3—Qual a concentrago molar de NaCl 0,30 osm? Basta dividir pelo nimero de particulas. 0,30 = O15 No caso de divida quanto a0 niimero de par- ticulas, convém representar a dissociagdo: Nat - NaH;PO, > n=2 HPO, 113, NaPO. > [NS as4 POs Lembrar que a parte covalente da molécula, nunca se dissocia, Solutos Mdltiplos Quando uma solu¢o possuivirios solu. tos, a concentragdo total é simplesmente a soma das concentragbes dos solutos. Exemplo 4 —Soluego de NaCl 0,1 M+ KCI0,15M + plicose 0,20 M, tem a seguinte con- centragfo: Molar NaCl--*0,10 KCl-*0,15 Glicose--»0,20 045M Osmotar NaCl--*0,10 x 2= 0,20 KCI" 0,15 x 2= 0,30 0,70 Ose, Quando os solutos reagem entre si, a concen tragfo final depende obviamente dos Reagentes ¢ Produtos. Nestes casos deve-se escrever as reagbes quimicas ¢ calcular as concentragées resultantes, 3. Os solutos se dissociam parcialmente Nesse caso, deve-se aplicar a frmula: Cosm= CM + Cy. (a1) conde COsm, CM € m possuem © mesmo significa: do, ¢ a é 0 coeficiente de dissociagdo. Valores de @ achamse tabulados em manuais de fisico-qut rica. a varia com Cyy. Exemplo § Para uma soluggo 1x 10"* Mde deido acético, 0 valor de a = 4,10 x 10°? © écido acético fornece duas part culas, 0 proton ¢ 0 fon acetato (n=9) 01 + (0,01 x0,041 x 1) = 010004105 osm 4 Nota—Como a varia entre O¢ 1, em entre Oe N,a ‘equagdo acima se aplica a todos os casos de dissociagho, 6.3 —Normalidade Para comparar solugdes que reagem entre si, como flcalis ¢ écidos, oxidantes e redutores, rea. - 0 como precipitag0 ou quelagso, etc, é muito Pritico usar solugses Equivalentes (equi = iguais, na valéncia). Esse € 0 modo Normal (N) de expr mir concentragdo, porque estabelece uma norma pera comparagfo. A concentraedo normal é tam- bbém chamada de titulo, titular ue" soluggo é determinar sua capacidade de combinagao ou nor- malidade ‘A unidade 6 0 Equivalente-rama, e a Notma- lidade (N), ¢ igual 4 Molaridade (M) multipliceda pela capacidade de combinago N= Mx Capacidade de Combinagto A capacidade de combinagto depende da va- Héncia e do nimero de moles capazes de se com. Dinar. Exemplo 1 —Quando a valéncia é um, normalida dee molaridade so obviamente iguais: HCI0,1 M=HCIO,1N NaOH 0.15 M=NaOH 0,15 N Quando ha valéncias diferentes de um, & ne- cessirio considerar a valéncia e 0 mimero de moles. Exemplo 2 —No caso do H SOs, que se dissocia H,S0, > 2H"+S03 , 2 nomalidade é 0 dobro, tanto para 0 2H* como ara o SOs, 2H ‘moles x 1 valéncia = 2 Equivalentes ‘mole x 2 valéncias = 2 Equivalentes ‘A representacio da capacidade de combina (fo esté na Fig. 6.9. Solugdes tituladas de HCI, NaOH, Tris-base, ficido oxilico, permanganato, de potéssio e varias outras sfo muito usadas em laboratério. Elas ser- ‘vem como padrfo de comparacdo para determinar © titulo de solugoes de normalidede desconheci- de cr} Nat Jor] H*_] her] |cd"| Essa fOrmula conduz & formula geral_ para comparagfo de solugdes, como representado na Fig. 6.10, Q=CM HPO, Fig.6.9~ Representagio da Capacidade de Combina- fo. Cada encaixe machofémea & uma ve 64 — Comparagio e Manuseio de SolugBes Soluedes. podem ser comparadas quanto 2 concentragio de moléculas, pela Molaridade, quanto a concentrago de partfculas pela Osmo- laridade, e quanto 3 capacidade de oombinagfo, pela Normatidade. A comparaggo se faz através da Quantida de (Q) do componente a ser comparado. Usual- mente é de Soluto, mas pode ser também de sol vente. A formula que fornece @ quantidade é: Q=cv onde C é a concentragao (qualquer unidade), V é 0 volume (qualquer unidade). Exemplo I —Percentual — Qual é a quantida de (Q) de NaCl em 23 ml de uma so- Iugdo a 5 9% (5 g/100 mi)? a-c Nac =. x23 ml= 115g 100 mi Exemplo 2—Molar ~ Quantos moles de glicose hé em 125 ml de soluggo 1 M (1 mole/ 1000 mi). 1 mole — x 125 ml= 0,12: joa 0,125 motes Nota -0 eilculo para Molar vale para Osmolar ¢ Normal (Ver conversao), ¢ ainda para as ovutras formas de expressarconcentragfo. Glicose Fig.6.10 ~ Comparagio da Concentragio de Solugdes. ‘A mesma quantidade Q de soluto, est em Concentragdo.e Volumes diferentes. Na solugdo (1), temos: Q=Gvy Se essa solueo € diluida ou concentrada (s0- uggo 2) a mesma quantidade Q estaré em concen. tragGo C2 e Volume V;: Q=GVs Comparando os dois valores de Q. CV, =v; Essa equaeo é fundamental em operasSes ‘com solugoes, € pode ser usada em qualquer sis- tema coerente de unidades. Exemplo 1 —Preparar 500 ml de NaCl 0,9% a par- tir de NaCl a 18%, Temos: CuxVy 189% xX =| 0,9% x $00 mt 18% = 25 ml Esta solugo ¢ preparada assim: (Fig 6.11). 15 Nact Dituipgo de SolugSes. A ~ No laboratirio: Medit 25 ml de NaCl a 18%, passar 0 balfo; B—Na en . reiar 25 mi de H;0 da embalagem de S00 ml (pistco oo-vssuo),e acres" centar 25 mi de NaCla 18% estén. Na preparacgo esti, pode-se porfurar @ tubo com agulha, ou usar 18% Fig. 6.11 5 fermaria: asepticam: ‘vélvals de 3 vias pars injetr os 25 mil de NaCl Exemplo 2~20 mi de glicose a 20% foram adicio- nnados a 480 ml de NaCl 0,9%. Qual a concentragio final de solutos? V2 = 480 +20 Glicose Nac A concentragd0 de glicose diminuiu bastante, mas a do NaCl pouco se alterou. Isso é 0 esperado a glicose foi muito dilufda (20 para S00 ml), 0 NaCl quase nada (480 para 500). Exemplo 3—A_partir de HCl 0,8 N, preparar 250 mi de HCI 0,2'N. Usar a for- mola xv xVs O.8N x V, =0,2N x 250 ml 2x250 028250 69.5 08 y v Basta colocar 62,5 ml de HCI em balfo de 250 ml e acrescentar égua até o volume. 6 85%, Exemplo 4 — Qual a quantidade de HCI 0,25 N que neutraliza 100 ml de NaOH 0,2 N? CyxV) C2 xV2 2x 100 0.25xV4 100 025 = 80 ml Exemplo $~10 mi de uma soluggo de HCI foram neutralizados por 18 ml de NaOH 0,25 N. Qual 0 titulo da soluggo de HCP 10X=0.25 x18 0,25 x18 x 10 = 0,45 N Exemplo 6 —Uma_proteina esti dissolvida em 10 ml de HCI 0,15 M, mas é necessé- rio levéda até 4 concentragzo de HCI 0.5 M, no volume méximo de 12 ml Qual a concentragso dos 2 ml de HCI aque devem set acrescentados? ‘A. situago esta representada na fig. 6.12 | ----fan on oe HCI HCI osm som Fig. 6.12 ~ ConcentracZo de Solugdes (1) (V- texto). A quantidade inicial de HCl & Qa Vi ‘A quantidade final de HCI devers ser: ‘A quantidade a ser acrescentada é: =o Como usual Q=CWVye Ve comparando: substituindo: OV2- CV) = CeVa tirando 0 valor de Cy: CnN2=CiVi_ 055 x 120.15 x 10 Ve 2 SM Basta acrescentar 2,0 ml de HCl 2,25 N aos 10 ml de solugao de protefnas em HCI 0,15 M. Resultam 12 ml de HCI 0,5 M. Exemplo 7 — Tem-se 900 ml de uma solugio de NaOH 0,42 N, e quer-se obter uma concentraeao de 0,50 N, usando-se NaOH 1,0 N para concentrar (Fig. 6.13) Leave, Na OH o42N Fig. 6.13 ~ Concentra de soles (2) vertex), Falta-nos calcular 0 volume de NaQH 1,0 N que deve ser acrescentado. As relagdes quantitati- vas sor NaOH 042 + NaOH 1,0 = NaOH 0,50 GV + GV; = Gs Onde Vs= V1 + Vo. Substituindo: (0,42 x 900) + (1,0.« V2) 0,50 (900 + v.) De onde se obtém V2: Vz = 144 ml Basta acrescentar 144 ml de NaOH 1,0 N aos ‘900 ml de NaOH 0,42 N, que resultam 1,044 ml de NaOH 0,5 N. Tépico Especial — Adigdo de ido a Liquido Essassituagdes ocorrem quando se quer dissot- ver um sido até otrminada concentracao, em um liguido que!;er. E um processo muito uilizado no laboratsro, para evitar que protefnas se precipitem, como quando se acrescenta uréia, ou inversamente, para precipitar proteinas, quando se acrescenta sulfato de amOnio. O procedimento é simples Fig. 6.14). ———}156m nen € Fig. 6:14 Adio de Solo em liquid (ver text) Exemplo 8 ~ Um caso tipico é 0 seguinte: quantos ‘gramas de uréia se deve acrescentar 2.1 ml de uma solugio qualquer para obter uréia na concentragio 8 M? (Fig. 10 A), A formula € a seguinte: Massa lembrar que: densidade = Massa. a _ e Volume’ nT conde m é massa em gramas do soluto, Cy é a con- centragdo final em gramas, Vi é 0 volume inicial da solugao e d é a densidade do soluto. ‘A.urdia tem densidade = 1,33 glom~?, a massa molecular ¢ 60 daltons, e uma soluggo 8 M deve ter 8 x 60 = 480 gi~', ou 0,48 emi”. Substi- tuindo: 0.48 x1 1088 TE Basta acrescentar 0,75 g de uréia a cada ml, ‘que a solugdo fica 8 M (Fig. 6.14 B). O volume final da solugao ¢ (Fig. 6.14 C). 0,75 gde uréia evita 14 si veevie = 1 6 ml Exemplo 9 —Como dissemos na Introdugfo, a den- sidade apresenta a concentracio da Matéria. No caso da uréia: 2) Quantidade de uréia em 1 litro: m=dxV=1,33 x 1.000 = 1.3308. )A concentrag#o molar de uréia so- lida Segue a relaggo usual: git _ 1330 = 22M, a Bt 2 im ©) Usar_a relagto Cy.Vs =C2.V2, modificada: oi) -8 (ned) de onde se tira 0 valor de m: “e nesse caso, a concentraggo é Molar. Quanto de uréia se deve acrescentar 10 ml de solugdo para obter uréia 8M? m= 8X10x133 22-8 5 g de ura. Essas duas formulas valem para qual- quer substancias sélidas, mesmo as higroscépicas (que absorver gua). ue 6.5 — Forga Tonica Em solugdes de polieletrolitos, isto 6, que pos- suam vérios solutos ionizados, as cargas elétricas geram forcas de atracdo e repulsso entre si, fato ue modifica a concentrapdo efetiva de cada fon. Para expressar essa concentragfo influenciada pela carga elétrica, Lewis e Randall, propuseram 0 conceito de Forga iOnica (1) representado por: 1 ye Ld Oe wea E Qe?) onde M & a concentragéo molar de cada fon, 26a valencia respectiva, e (sigma) € 0 somatsrio dos produtos Mz’. - Exemplo 1 —Calcular a forga iOnica de uma solu- $f 0,2M de CaCl Tons | Molardade | (Valéncia)? y mol x val? ) 2 Me Ca 02 Be4 a} 02 2 a 02 Pel Portanto: = (2)=096 (mol vaP), Exemplo 2—Qual a forga iénica de uma solugo de NaCl 0,20M +Naz HPO, = 0.10 M? 1 Na* a” n= 5 2 (O4xP) +O2xP)+O1x2)]= 19 w= 4 4s02+00 Propriedades como: migragto eletroforética, conformagdo molecular, associagdo de moléculas, solubilidade, afinidade e atividade encimtica, de- pendem da forga ionica do meio. Atividade Formativa 6.2 Proposigdes: 01. Conceituar Solvélise em geral. Mostrar a hi- drélise do NaCl € CaCl. 02. Descrever o Osmol do ponto de vista estrutu- tale operacional, —* 03. Calcular a concentraggo osmolar de: 1— NaCl 018M 2-KC10,35M sreseeyenneny 05. sR 08. . 3— CaCl, 0,25M 4 — Glicose 0,1 M 5 — NasPOs 0,15 M . Calcular a Molaridade e Osmolaridade das so- Iugoes: 1 ~ NaCl 0,2 M + KCI 0,15 M + glicose 0,1 M 2— Uréia 0,3 M + glicose 0,2 M + sacarose OM 3—Urdia 0,3 M + NajHPO, 0,15 M + + NaH{,PO, 0,20M Para que serve expressar concentraggo em Normalidade? Use até 20 palavras. Conceituar Equivalente-grama. Calcular a Normalidade das sojupes: 1 HCOASM ete 2— NaQH0,20 M 3 ~ CaCl; 0,15 M 4 — NalH,PO, 0,2M 5 —H,S04 0,18 M 6 — Ba(Ol), 0,1 M. Caleular a Molaridade das seguintes solugges: 1—HC10,20N 2— NaOH 0,15 N 3 CaCl, 0,30 4 — NaH;PO, 0,2N 5—HzS0..N 6 ~ Ba (OH); 0,10 . Descrever a equaggo fundamental para com- paragdo de solugdes, usando um modelo para dustrar. Calcular a diluigto resultante de: 1 = 10mlde NaCl a 15% dilufdos para $00 ml 2~ $0 mlde glicose a 5% diluidos para 250ml 3 — 100ml de HC10,15 N dilufdos para 750 ml 4 — 100 ml de NaOH 2 M dilufdos para 500 ml |. As seguintes equivaléncias de Acido x Aleali foram observadas. Calcular o titulo das solu. oes: 1 — 15 ml de NaOH com 3 ml de HCI 0,2 N 2~ 20 ml o¢ !1Ci com 4 mi de NaOH 0,4 N 12. 10 ml de uma solugdo de HC1 0,2 M devem ser concentrados para 0,6 M, com volume md ximo de 3 ml. Calcular a concentragao do fci- do que deve ser usado. 13, 200 mi de solucgo de glicose a 0,5% devem ser concentrados para glicose a 5%, em volume méximo de 250 ml. Calcular a concentragao da solugfo de glicose que deve ser usada. 14, A500 ml de glicose 0,15 M, acrescentou-se 25 ml de glicose 2 M. Qual é'a nova concen- tragto de solugto? 15, Para evitar a-r-ecipitacgo de uma proteina, deve-s-voter uma concentraggo 7 M de uréia ‘em 5,8 ml de uma solugfo. Qual a quantidade de uréia a ser acrescentada? Qual o volume fi- nal da solugo? 16, 0 sulfato de amOnio (NH,)2SO., tem Massa Molecular de 132 daltons e d’= 1,77. A 100 ml de uma soluggo acrescentouse 35 g de (NH,)2S0,. Calcular a concentragio ¢ 0 volume final da solucto. 17, Procure, em Manuais de Bioquimica, a massa molecular e a densidade do cloridrato de gua- nidina, Quanto se deve acrescentar, por mi de soluglo, para obter uma concentragao 5 M? 18, Calcular a forga ionica da soluggo Na C1 0,35 M + Ca Cl; 0,15 M + NasPO, OM. 19, Caleular a forga ionica da soluggo: Na (10,2 M+HCI0,3 M+ urdia 03M. GD-06 Todos os tépicos do item Solugtes se pres- tam a GD. A escolha depende do curso. Farmé- cia ¢ Ciéncias Biolégicas devem ter Enfase espe- cial. Objetivos Especificos do Capitulo 6 1. Conceituar solugao ¢ descrver seus compo: 2, Dasterer ot moor de quanti slugces percents molar e moa 3. Saber cll e prepara solues percent roar mol 4. Conkecre dtr outros mods de expressx ‘coneeatrgto de sages +5 Corterter percents em molar, wcever 6. Desreer algunas proprinddes de slugs: ‘stung, concent «diigo, moat © oa 5 7. Desreer © modo de prepara slugs cor solo quo. Onmolatidade 8. Diferenclar: concentrsgo_ de moldelas de i oncentrpuo depart ' 9. Concitar camel, eeu © operacionak 10, Converter concetre%0 moler em oxnole, vices, em solos simple matiplo, 63 — Nomalidade 11, Conseituarnormaidadee equivalent 12 Calcul a normale de sols, 13, Representa, gralcamente, 1 espace de combina de slugs, 64 ~ Comparagsoe Manusio de Solpoes 14. Expres os métodos de compsrsto de so i Togoes: Molanésde, Osmolartade © Norma i lade 1S, Saber war at fSrmola simples pare ealelar i concentigso «compare whet 16, Saber sara Terma expecta patn concen: ‘ea, le comparr slugs, 1 17, Saber eaclar ¢peparesologce partie a 5 igo de lifes igulos 65 ~ Forgalénica 18. Conceiture calcula forg le de ua lugs 19, Relacionar fore onic com propridades de seluges 7 Suspensoes ‘Sto misturas bifésicas. As mais usuais so de sélido em lquido (dispersf0) ou de liquido em It quid (emulsto), sido em gis (aerossol) ou de gés ‘em Ifquido (espuma). Essa classificagfo € apenas didética, Existem outras combinagoes, como s6li- do em s6lido, Ifquido em s6lido, ete. Evidente- ‘mente, apenas gis em g4s é fisicamente impossi- val, A’denominagao de Coldides (parecendo com cola), nfo € adequada para esses sistemas, mas usese ainda. ‘Muitos componentes dos sisteinas biol6gicos esto nessa classficagfo, sendo o protoplasma das células uma “solugd0 coloidal”. Na prética farma- cButica e médica, e mesmo no laboratério, esses sistemas encontram grande aplicagf0. Anatomia de uma Suspensio Hi uma fase dispersa (fase interna) ¢ uma fase Alispersora (fase externa). Quando essas fases esttio intimamente misturadas, o sistema parece homo- sgéneo, mas com o passar do tempo, a8 duas fases se separam (Fig. 7.1). A 8 c Fig. 741 Anatomia de uma Suspensio. | — Fase dis perea (3 ¢ fate dispersora (IH) Intmamente rmiseuradas; B~ Fases separadas, a dspersa mals densa; C — Faves separadas, a dspersa ‘menos densa. ‘A razfo da separago das fases com o passar do tempo, € termodinémica. As partfculas 550 atrafdas pelo Campo Gravitacional, ¢ sobem ou descem conforme a densidade da fase disperso- 1a, Nio sendo soluefo, i, sistemas unifisicos, 3s suspensGes ndo sf0 estéveis.. A denominaggo de fase interna para a substincia dispersa ¢ fase ex- terna para a substdncia dispersora ¢ bem apropria- da, A fase interna (dispersa) esté sempre envolvida pela fase externa (dispersora, Fig. 7.2). Fig. 72 — Fases das Suspensbes. A ~ Notar a fase ex: tema envalvendo a fase interna; Be C~ Sepa- ragfo das fases de acordo com as densidades respectivas, ‘Um adjuvante (que ajuda) bastante a manu: tengo da mistura homogénea sto os estabilizantes. Hé estabilizantes de vérias naturezas, conforme 0 recanismo de agfo. De um modo geral,o estab zante ¢ sokivel na fase dispersa,e suas moléculas se distribuem, portanto, uniformemente © de modo permanente nessa fase. AS particulas da fase dis persa possuem afinidade especial pelas moléculas de estabilizantes, e se distribuem por mais tempo na fase dispersora (Fig. 73). Dispersdes Sto suspensbes de sélidos finamente pulveri- zados em meios Iiquidos. As part{culas podem ter Fig. 7.3 Estabiizantes As moléculasdoestbilizante (ponsihado sto soldvese pssuem afinidade peas parculedspersas (0). A ~suspenstohomogéned BeC-sepanio aps tempo mas longo que no caso anterior ig. 72), didmetro de 0,1) (10 em) ou mais. As dispersoes. tendem a flocular (a fase sétida se ajunta em flocos, Teves) ou se agrega (Fase sélida se precipita em blo- ‘c0s pesados). Os flocos se redispersam com mais facilidade, mas os agregados podem ser dificeis de redispersar. As forgas responsaveis pela floculacao € agregacio sio elétricas e hidrofébicas. (V. Liga- ‘sdes Intermoleculares.) Dispersdes para uso injetével devem ser bem homogéneas ¢ bastante estaveis. Estabilizantes sa0 freqiientemente usados. Emulsies So suspensdes de liquido em liquido,¢ geral- mente de dois tipos: leo disperso em gua (leo! gua) ou Agua dispersa em éleo (égual6leo). A fase dispersa pode assumir drea enorme: se 1 ml de éleo ‘mineral &emulsificado em I ml de HO, ese o di ‘metro da goticula de 6leo atinge 0,01 (10° em) a superficie total das goticulas pode chegar a mais de 600 m2. Esse aumento de rea corresponde a um aumento na reatividade da substincia dispersa, € resulta na maior eficiéncia na ago dos medica- mentos usados. A absorgo de substincias pela mucosa intestinal, ou pela superficie cutinea, &bas- tante facilitada pela emulsificagio, especialmente & dos lipides. Aerossol Disperstio de s6lido (ow liquido) em gés. O aerosol € usado em inalagdes, nos casos de doen- ‘¢as pulmonares. O gas serve de Veiculo para medica- entos que agem no pulmio. A absorgao € quase imediata. Este € um modo pritico de administrar vasoconstrtores nasais, ou broncodilatadores, como adrenalina, norepinefrina, ete. Espuma Quando gas se dissolve em liquids, e se des prende, 0 liquide pode formar finas paredes en- volvendo a bolha de gas: € a espuma, que pode ser 122 prejudicial em certas afecgdes respiratGrias. O uso de surfactantes (v. adiante) é benéfico nesses ca- 808, porque diminui, ¢ mesmo anula, a formagio dda espuma, Agentes Intertésicos ‘Sto assim denominadas substncias que agem nas imterfases: s6lido-Iiquido, gas-liquido, etc. En- tte esses agentes estéo os umectantes, que agem di ‘minuindo o Angulo de molhadura de superficies, e também tamponam a pressio de vapor do meio em. ue estdo, com tendéncia a reter agua (Fig. 7.4). SEM OC com <_< A 8 Ho Hp SEM Fig. 74~ Mecanismo de ago dos umectantes. ‘Ae B ~Diminigio do ingulo de mothadur seme ‘om unectantes;Ce D = Coetrolandosperda de sua, seme comumectant. © tamsinho dos vere indica ‘endéacia do equi de H0. Outro agente interféisico s2o os surfactantes, que agem diminuindo a tensdo superficial entre liquidos e gases. As moléculas de um Irquido so atraidas em todas diregGes, com excegio daquelas {que esto nas interfases, que slo atraidas apenas para dentro e para os lados (Fig. 7.5A). Dessa atra- ‘¢do resulta a formag2o de uma camada monomole- ular mais apertada, que aumenta a resisténcia & penetragdo no liquido. (V, tb, Introdugéo ca, Tensdo Superficial e Biofis ‘As moléculas de surfactante se localizam na superficie, entre as moléculas do liquido, e dimi- ‘nuem a atragio entre elas (Fig. 7.5B). Os surfactantes sip muito importantes nas afecgdes respiratérias, porque facilitam as trocas _gasosas entre os alvéolos pulmonares e o ar atmos- {rico, e também evitam 0 colabamento do alvéolo. (V. Biofisica da Respiracio,) Pee 000000 000000 000000 a & Fig. 75 — Aslo de Surfactante. Az moléculas do sutfac- tante (8) se colocam entre as moléculas da camada superficial (0), separando-as. A pe- netragdo (¥) é faclnada. 000000 000000 Outro agente interfésico sf0 os detergentes, ‘que agem “diminuindo a sujeira”. Os detergentes, dos quais os sab0es sao representantes populares, 40 capazes de diminuir 0 tamanho das partfculas de 6le0, de solubilizar protesnas e outros compos- tos biolbgicos, facilitando a sua remogdo. Os de- tergentes podem ser catidnicos, aniOnicos ou no- ‘nicos. O brometo de cetitrimetilamonio (cetri- rida) tem carga positiva, ¢ catiOnico; 0 s6dio do- cedil sulfato (SDS) tem carga negativa; e 0 tween- 80, € neutro, Os detergentes, tanto por sua acto solubilizante, como precipitante de grupos carre- gados eletricamente, agem como poderosos antis- sépticos. Eles removem lipides das membranas de microerganismos, que morrem imediatamente por falta dessa barreira seletiva no transporte trans celular. A cetrimida 6 ainda eapaz de precipitar slicoproteinas de membranas com carga negativa. 0 uso de detergentes nfo biodegraddveis (que nfo ‘slo metabolizados ¢ destrufdos por sistemas bio- {égicos), tem sido uma causa importante de av- ‘mento da Entropia de ecossistemas. ‘Atividade Formativa 7 Proposigtes: 01. Conceituar Suspenséo, fazendo um desenho descritivo. 02. Comentar 0 conceito de fase externa e inter- na, 03, Por que as susr-visdes se separam nas fases constituinte: 04, Como € possivel melhorar a estabilidade das suspens6es? 0. Conceituar, em até 20 palavras para cada item: 1 — Dispersao, 2—Emulsto 3 — Aarossol 4— Espuma 06. Conceituar agente interfisico. 07. Como agem os umectantes? 08, Como agem os surfactantes? 09. Como agem os detergentes? 10. Porque os detergentes sto antissépticos? 11, Como os detergentes podem contribuir para aumentar a poluiggo (Entropia)? 12, 0 que voos imagina que aconteceria se voce misturasse, mol a mol, SDS e cettimida? 123, +0 Especificos do Capitulo 7 Coscia apenstes. Desenharoesquera dos componente de una ‘suspensi, deizindo seu papel oases Concetta disper, emule, aerosol esp Detector 0 papel dos agentes intetiscs: lumectante, frtctante detorgntes Explear ao. antivepic de detergents Annion eatin emfosoneos. 8 Difusao Osmose e Ténus A difusto ¢ um movimento de componentes de uma mistura qualquer, de acordo com a 28 ei 1D: “De onde tem mais, vai para onde tem menos”. Esses movimentos ocorrem em meios gasosos, Liquidos ¢ até sélidos. Nos gases, 6 répido: sente-se ‘um perfume agradivel logo apés a chegada de quem usa. Nos liquidos, € mais lento, e nos s6li- dos, pode durar séculos até que se note a migra- ‘eo das zonas mais concentradas para as menos concentradas, Experiéncia Fundamental da Difusso A Fig. 8:1 representa um sistema que tem na parte inferior solucgo de NaCl a 10% e na supe- rior, NaCl a 5%, Como o soluto é mais concentra do em baixo, sobe; como o solvente é mais concen trado em cima, desce. 8 ° gle 315 Fig. 81 ~ Difsso— nota que ‘cima Abaco souto “Se Toe Sovente 95% > «90 A difusto depe.sse de varios fatores, entre os quais o nimero, o tamanho e a forma das parti- culas, © nfimero de particulas é convenientemente considerado na concentragéo: quanto maior 0 gra- diente de concentragao, mais répida ¢ a difusfo, como representado pelos vetores da Fig. 8.2. Fig. 8.2 ~ Difusdo e Concentragdo - 0s vetores indicam (que a velocidade de difusto é proporcional aos gradientas B, de ua, B> A. Durante a toca ~Je aordo com a2 ei da TD. [Nivel varia, Equilibrio Nivel econcenragdes ges em Ae B. | | 3 A | © p [an eee e eee Phid fo, eee [HO eee |» se eee © 2° |Posm “<__|Posm ICO DURANTE EQUILERIO Fig. 8.6 Presto osm macromoléculas. A macromléula() nfo pass pela membrana slicose 2 Me em (B) glicose 1M. ‘Vai passar égua de (B) para (A) gli- cose de (A) para (B). Como jé vimos, a agua tem molécula menor que a glicose, e se difunde mais rapidamente, ele- vando temporariamente o nivel liquido em (A), ori ‘ginando uma pressio hidrostitica (Ah). Essa pres- ‘Séo empurra a gua de volta para (B). No final, os nivels esto na mesma altura, ¢ as concentragGes so iguais em (iA) e (B). As tocas se fazer agora em equilibrio dinamico. ') Componentes niio difusiveis ~ macromo- léculas e pressdo osmtica. ‘As coisas sio diferentes quando de um lado da membrana existe uma macromolécula. Esta situago esti mostrada no Exemplo 2. Exemplo 2 —Um sistema como 0 anterior, pos- sui em (A) uma macromolécula em solugdo (@),¢ do lado (B), dgua (Fig, 8.6) A macromolécula tenta mas ndo consegue ;passar pelos poros da membrana, Desse lado (A), a pressio de solvente 6, portanto, menor que do lado (B). Entdo, passa solvente de (B) para (A), até que haja 0 equilibrio: Pressio hidrostatica em (A) = Pressio osmé- tica em (B). O resultado final € que passa égua de (B) para (A). Esse provesso € usado no laboratsrio para me- dir a pressio osmética (y, adiante). Exemplo 3~ © mesmo sistema do exemplo ante- rior, mas com a proteina em solugo de NaCI 0,2 M. Basta levar em conta 0s prineipios da TD para concluir 0 ue se passard no sistema. A pressio do solvente é maior em (B) do que em (A), passa solvente de (B) para (A). Essa pastagem resulta da diluigo do NaCl em (A) € concentragdo em (B). Como conse- 127 eee Necl.02 02 BC) B>A( ) B=AC ) ) A Quantidade de NaCl em A e B serd: A>BC) B>AC) B=AC) 08. No sistema de POS, acrescentase a0 lado A ‘uma pressfo hidrostética maior do que ado cequilibrio. Comentar 0 que vai ocorrer. Com pparar com a pressto capilas ¢ a pressto de fil- tragfo no glomérul. 09. Conceituar Tonus (até 30 palavras. 10. Uma célula & colocada em trés soluedes de NaCl. Ela incha em 0,05 M, ngo se altera a 0,1 Me se encolhe a 0,20 M. Classificar a to- nicidade das solugses. 11, A célula da P-08 & colocada em solugto de uréia 0,20 M, ¢ arrebenta. O que voc’ pode concluir com relagdo a permeabilidade da uréia? 12. Um paciente tem aumento de sua concen- traggo eletrolitica para 345 mosm. Calcular sua pressdo interna em atmosferas. 13, Uma proteina, em soluggo 25 gi", eleva o nivel liquido a 9,3 em, A densidade da solu- 40 6 1,3 g.cm”*, ea temperatura, 25°C, Cal- cular a massa molecular da proteina. 132 GD-80 Difusfo, osmose e tOnus se prestam a pesqu sas bibliogréficas e discussfo geral desses tOpisos. Porque a dgua (seiva) sobe em vegetais, ¢ uma pe: gunta tipica. Comportamento de células face & concentragio do meio, etc., s4o temas de alta im- portincia. Cabe a0 professor escolher os assuntos que mais interessum 0 seu curso. 8.2 — Compartimentaeo 8.2 — Difusdo e Osmose Entre os Compartimentos Biol6gicos Distribuiggo de Agua e Eletrélitos Na espécie humana, existe a seguinte distribui., gf aproximada de componentes, em releza0 @ Massa corporal Componente Peroentual ‘Agua 60% Proteinas 18% Gorduras 13% Minerais, %% 0 volume de dgua (60%) esté distribuido em dois grandes compartimentos, 0 Intracelular ¢ 0 Extracelular, e esse iltimo se subdivide em dois outros, o Intersticale o Plasmtico (Fig. 8.16). Um homem de 70 kg tem a seguinte quanti dade de dgua: 70x60 Total de égua: 9% tal de gua: — Te = 42 litros Calculo semelhante mostra que o compart mento celular, que € 0 maior compartimento, tem 28 litros (40%). As células estdo banhadas pelo l- quido do compartimento interstcial, que possui 10,5 1 (15%). Fazem excegdo as células do sangue, que esto em contato com o plasma. 0 compar- timento plasmatico tem 3,5 1 (5%), e esté dentro do espago vascular, que compreende plasma + he- matias. O espaco vascular é cerca de 8% (5,6 lt tros), € nfo esté representado na Fig. 8.16. Esse ‘espaco varia com a contracfo ou dilatacfo do leito vascular. Hié ainda outros compartimentos extracelula- res, como 0 fluido linfético (linfa), 0 liquido cefa- Jorraquidiano (Liquor), ¢ os fluidos sinoviais (Iu- brificam a8 articulagdes), © que sf0 incluidos no compartimento intersticial. A. representagao morfolégica das relagdes anatomicas dos compo- nentes principals, esté na Fig. 8.17 eeereeenereertcess a“ z 2 Biz | | i} g SOu3Eu Fores Fig 8:6 Compartimentas Liquides do Corpo Humano E~ Esténsgo L~ltetino;P~ Palo; R~ Rim: S~ Soperticie Cun e GlindlasSudorpaas. As seas indicam tajetos de wocas Astra representa. 0 volume, a agur epesenta concentra ‘% VASCULAR ig. 8.17 - Representagio Morfollca dos Compartimentos incpals.Intracelula: C~ Célula: H~ Hematis: 37 43 40; Inavascular. P~ lass H—Hematia: 5 +3 = 8% nerellar: ~ Espago ‘nie a lla; L~ Linco; Total: 15% © conhecimento do volume, € da concentra- lo hidroeletrolitica dos compartimentos, & de grande importaneia clinica e biol6gica. Métados biofisicos simples permitem determinar esses pa- Fametros Métodos para Determinago do Volume dos ‘Compartimentos © principio geral é usar uma substincia que se distribua uniformemente pelo compartimento que ‘quer conhecer. 1. Determinago do Compartimento Vascular e Plasmatico £ também conhecida como determinagio da volemia (volume do sangue). & possivel determi nar o volume do sangue total (volemi), das hem- tiase do plasma, O metodo é simples (Fig. 8.18). (0 corante Azul de Evans (T-1824) se liga & soroalbumina, eno deixa o espago vascular. Uma auantidade conhecida desse corante € injtada na circulagdo (Fig, 8.18), as moléculas do corante se ligam & albumina (Fig. 8.18B), uma amostra de sangue écentrifugada (Fig. 8.18C), ea concentracio do coranic € determinada (Fig.8.18D), Exemplo: 10 ml de Azul de Evans a 1,0% foram injetados em uma veia de um adulto ho- mem. Apés 10 minutos, uma amostra de sangue foi colhida feito o hematécr to e 0 plasma separado por centrifuga- lo, e feita a determinagtio de C2, Obte Plasma = 58% Hemiétias = 42: C2 = 0,00305% 1. Volume Plasmiitico ~ Como usual: hx ViCax Va 1,0 x 10 ml = 0,00305 x X X= 3.279 ml 2. Volume Sangiiineo ~ Se o plasma é 58% do to- tal, ¢ vale 3.279 mi, a volemia serd: 133 Fig. 8.18 — Determinaso do Volume Plasmético e Espago Vascular (Volemia). Ver o texto. 7 = 3279100 655 my 38 3. Volume das Hemétias — E 42% de 5.653 ml, ou 2.374 ml. Obviamente, é também a diferenga: ‘V1 (Volemia) — (Volume plasmético). uso de albumina marcada com radioisbto- pos (RISA, Radio-lodo-Soro-Albumina) ou com hhematias mareadas (*"'Cr), permite determinapoes precisas desses volumes (V. RadioisStopos), com maior simplicidade ainda. Também, 0 133in se presta a essas determinarbes 2. Compartimento Intersticial — Substéncias que deixam 0 espago vascular, mas nfo penetram nas células, podem ser usadas para determinar 0 espa G0 intersticial. O prinefpio do método esté na Figura 8.19. Fig. 8.19 — Determinagfo do Compartimento Interstci V ~ Comp. Vascular; fT — Comp. Interstica; IC = Comp, Intrceluar, * Indicador no ‘Compartimento "Vascular. lj Indieader no ‘Compartimento Vascular ~ Compartimento Tnterstca 134 ALBUMINA, ALBUMINA + CORANTE HEMATIA Vétias substincias podem ser usadas: tiocians- to, tiossulfato, ferroctanato e inulina, que se dis tribuem uniformemente nos compartimentos vas- cular + intersticial. © compartimento vascular é eterminado como descrito anteriormente, © a diferenga € 0 compartimento intersticial (V. tam- bbém Radiois6topos). 3. Compartimento Intracelular — © principio usa- do ¢ ainda o.mesmo: usar indicador que se disti- bbua nesse compartimento. Obviamente, os outros dois sg0 também atingidos, ¢ devem ser determina- dos simultaneamente, ¢ seu volume descontado do total. A dgua pesada (D,0) se distribui uniforme- ‘mente por todo volume hidrico, e serve bem a essa determinago. Outra substincia que pode ser usada é antipirina, que também se distribui pelo compartimento hidrico total. (V. tb. Radiois6- ‘topos). Alteragbes no Estado Estacionsrio dos ‘Compartimentos © estado estaciondrio (V.TD) entre os com- partimentos é mantido através da difusto, osmose ¢ transporte ativo de certos componentes. Distir- bios nesse estado estacionsrio estdo entre os mais sérios que podem ocorrer nos biossistemas, espe- cialmente nos mamfferos de grande porte. prinefpio biofisico vigente nos estados hf- sidos patol6gicos € 0 mesmo: (Os compartimentos mantém a isosmolaridade Isto significa que as alteragbes de concentra- ‘fo se distribuem entre os componentes. Algumas dessas alteragbes sf0: 1, Desidratago — E perda de solvente (4gua) sem perda de soluto (sais, pequenas moléculas, protet- nas, ete). AS alteragbes estfo representadas na Fig. 8.20. on F eee ; T . el bala * ic LJ c ‘S72mosm aren (Sime 300 +20% Fig, 8.20 — Desidratagio. Horizontal: + 20% Osmolarida- 4e; Vertical: 20% no Volume Hidrico. Notar a manutenglo da isosmolaidade en- {ue of compartimentos. ‘A desidrataggo ocorre por vérias causas. A simples evaporago cutinea, a chamada “perspi- ratio insensibilis”, ou perspiragto insensfvel, que é perda de égua pela pele e pela respiracao; quando nfo é reposta, pode levar a desidratacdo. A pers. piragdo insensivel nao deve ser confundida com a sudorese, ou eliminagfo de suor. Este, excessi- vo, pode levar também a desidratagfo. Outra causa € 0 diabete insfpido. Nessas duas condig6es ocorre também pequena perda de soluto: 0 suor € hipo- tOnico, e a urina do disbete insipido, também. Ou- tra causa de desidratagao, que pode ser severa, € 2 insolagio (excessiva exposigfo ao sol). A quan- tidade aproximada de égua a ser reposta pode ser? caleulad Exemplo: Um paciente de 70 kg tem sinas ef nicos de desidratacfo, © um s6dio plasmatico de 170 meql"?. 0 nor mal € 140 meq", e 0 volume li quido deveria ser 60% de 70 ou 42 litrs, Podemos caleular: 1. A diminuiggo do volume Liquido € indicada pelo aumento relativo da concentragdo de sédio: 140 x 42=170xX X= 35 litros de H20. 2. O déficit 6: 42.35 = 7 litros ou cerca de 16%, Esse volume deve ser reposto por via oral, ou pela infusio endovenosa de glicose a 5%. Se houver deficiéncia de algum eletréito, este deve ser acres- centado. Um fluxo de 500 ml (1/2 litro) de solu fo por hora, é uma velocidade aceitével, ¢ 0 pa- ciente receberia os 7 litros em 14 horas. 2. Hiperidratagio — Também conhecida como intoxicagfo aquosa, ocorre quando hi excesso de infusto endovenosa de liquidos, especialmente quando a pressfo de filtragdo renal ¢ baixa. Isso acontece sempre que hd hipotensio arterial, como fem casos de choque, cirurgia eu anestesia muito extensa e prolongada. O uso inadequado de hor- ‘mOnio antidjurético € também outza causa de hi- peridratagto (Fig. 8.21). emionarao0 Noma — 4 R) s +8 1 310mosm 5 OO meSA 290 mosm_) -7% Fig. 8.21 — Hiperidratagio (er texto) A hiperidratago pode ter conseqiéncias gra- ves. A sobrecarga circulatoria pode levar a edema agudo do pulmfo, ou a colapso circulatério. Como caixa cranjana no é expanstvel, o edema cere- bral pode ter conseqiiéncias muito sérias, devido a pressZo intracraniana aumentada. Exemplo: Um paciente submetido a cirurgie recebe cerca de 2 | de soro glicosado 2.5%, e apresenta sintomas de confu- sfo mental, edema subeutdneo. hipo- tensfo arterial, ¢ diurese diminuida, O paciente foi posto em restrigdo de gua, a hipotensto arterial foi corti rida, resultando em diurese satisfa- t6ria € normalizago do quadro elt nico, 3. Deplegdo‘de Eletr6litos — Ocorre em virias cir ‘cunstancias, como insuficiéncia do cOrtex adre- 138 nal, sindrome neurolégica. Com excregfo aumen- tada de eletrélitos, e insuficiencia renal, entre ou- tos. A deplegdo de sédio ou potissio & sempre acompanhada da perda de um anion, geralmente I~. A respiragao deve visar também a correcao de distirbio hidrico, que geralmente estd presente Exemplo: Um _paciente apresenta deficiéncia de 10 meq de NaCl (20 mos), na concentra¢do plasmatica. Qual € 0 déficit salino? Paciente tem SO kg 1. Assumindo a isosmolaridede, o volume normal de Liquido seria 60% de SO Xe. 03 30 | A concentrasao atua! de eletrdlitos €: 310 — 20= 290 mosm. 2. A quaniidade que faita é: 20 mosm.i~* x 301 = 600 mosm ou 300 meq, de NaCl 136 3. Usandose NaCl a 5%, devese injetar gota a gota, endovenosamente, cerca de 350 ml des Sa solugdo, bem lentamente, em 24 horas. A dose equivale a cerca de 17 g de NaCl. Atengo— Os exemplos aqui citados exempli- ficam 0s prinefpios usados na recom- posigfo do estado estaciondrio dos compartimentos biolbgicos, e nfo de- vem ser considerados como indicago terapéutica, ipoderméclise — Consiste na introdusdo subcuté- nea de solugdes. Nao deve ser usada em pa- cientes desidratados por causa do mecanismo indicado no Exemplo 1 de osmose (V. Osmo—— se). Antes que os sais sejam reabsorvidos, a gua do paciente se dirige para o local da in- jeef0, e pode agravar 0 quedro de desidrata (910, induzindo mesmo a um colapso vascular Perret tcrtoo mar gota a Objetivos Especificos do Capitulo 8 A) Pare Gea ©) Compartinentaso Bilin 1, Bxpesar 0 conto tematintmico de Di 8.2 — ifsc Osmose ene Compartinents a Bi 2. Descever a expetects fundamen de Dy MOMRHOS feo 13, Gar» diigo de ut sats de um 5, Expr a dependénia d dito dos spin aaa ; on tsar conse foma, ele, em 4, Dear aqua squat dos com a ports tempo. paris Nolopoe am pa 4+, Gina onmove,e omecansno dares 45, Sher"dncnuness tale o volume dos eaten cumbia. 1, Produtos > Reagentes 3.8eK <1, Produtos < Reagentes. ‘ALAM € extensamente usada para expressar situagoes relacionadas a pH e Tampoes. 2. Acidos, Bases, Alcalis e Sais — © conceito de Bronsted-Lowry é adequado a0 estudo de pH € Tampoes: ‘Acido — Qualquer substincia que libera pré- tons. Base — Qualquer substincia que liga protons. mecanismo é representado como: Liberagao de Protons Acido + Proton + Base Ligagdo de Protons Assim, 0 HCI é fcido porque libera protons (H*), 0 Cl” & base porque se liga ao H* dando ‘© HCL. Alguns exemplos de dcidos ¢ bases esto no Quadro 9.1. Um &cido e sua base recebem o no: me de par conjugado, Notar que alguns componentes do Quadro 9.1 no dexiam duvidas quanto a0 seu. cariter Acido (cloridrico, acético, amdnia), ou 20 seu cariter Bésico (cloreto, acetato, amoniaco).Ou- {ros pares conjugados, porém, ora aparece como Acidos, ora como Bases (Fosfato Ie Il, aminodcidos), Nessa situapo, deve-se consi derar 0 critério Termodindmico de Doador ou ‘Aceptor de protons: ‘Em um par conjugado qualquer: Doador ¢ 0 que tem mais protons. Aceptor & 0 que tem menos prétons, ‘Assim, na dupla HPO, ¢ HaPOz, 0 doador é © HsPOq. Na dupla H,PO; ¢ HPO, o doador pas saa ser 0 H;POs, e assim por diante. O ctitétio de Aceptor ¢ Doador de protons mais amplo, e vale para quaisquer substincias. Acidos e Acidez ~ Um critétio importante+736- guint “A acidez 6 exercida pelo fon H (HO), _ndo pela molécula do dcido Por esse motivo, os dcidos s80 divididos em das classes: Acidos Fortes ~ Liberam totalmente oH, formando HO em alta concentragf0. O efeito cido se manifesta com intensidade. Exemplo: Ha. ‘Acidos Fracos — Liberam parcialmente 0 'H*, formando H3O em baixa concentragdo. O efeito écido se manifesta fracamente. Exemplo: CH COOH Este conceito esté representado na Figu: 291 Notar que, pelo conceito de dcidos ¢ bases, 4 forga relativa dessas substincias é oposta: Kcido Forte, Base Fraca (mal retém 0 pr6- ton). ‘Acido Fraco, Base Forte (segura bem o pro- ton). Quadro 9.1 Acidose Bases Nome Acido == Proton + Base Nome ‘Acido loridrico Hal wf oa horeto Acido Acético | CHycooH | H* | CHsCOO- | Acetato Aménia NH," Ht ‘Amonfaco ‘Acido Fosférico | H3PO, Ht Fosfato I Fosfato I HPO, Ht Fosfato IL Fosfato i HPO; ut Fosfato III ‘Aminodeido RccooH | Ht ‘Aminodeido (Cétion) ‘NHS (hibrion) ‘Aminodcido gcoo- | HY Aminodcido (hibrion) RSNHS (anion) Formula Geral | HA at Formula geral de Scido de base 140 ey nepenenennenent consi. Doador ou Dectzcoon b> D> b> Be Ber ent ck,cooeH* Fig. 9.1 — Acidos Fortes ¢ Acidos Fracos (er texto). Aicalis ~ Sto substincias que a0 se dissocia- rem, liberam a hidroxila, OH™, Entre os dlcalis esto o NaOH, KOH, NH, OH, Ca (OH), etc. Como os dcidos, os dlcalis se dividem em for tes e fracos, pois quem exerce 0 efeito alcalino é 0 fon OH. Os dleais fortes liberam completamen te a hidroxila, OH, como o NaOH ou KOH. Os ‘lcalis fracos ram parcialmente a hidroxila, como o NH4OH. Sais ~ Sto substancias que, 20 se dissociarem, ‘no liberam diretamente nem H* nem OH. So compostos do tipo NaCl, KCl, CH3COONa, NHACI, NaH;POs, etc. Os ss se cassifcam em neutros, icidos ¢ bésicos, conforme sua atuagto sobre o pH da dgua, como veremos neste texto, Nota Esses conceitos operacionais nfo sto defi- nigdes rigorosas dessas classes qutmicas, ‘mas servem admiravelmente bem para es tudo de pH e Tampsses. 3 — Estudo da Composigfo de um Litro de Agua Essa é uma experiéncia fundamental de pH. Um litro d’égua 6 um cubo de 10 x 10 x 10 em? esse liquido (Fig. 9.2). Fig. 9.2 Composigfo de um Lit dutivimeup: B — Um lito dagua (10 x 10 x 10 cm’); Temperatura de 25°C; Pressfo del atm, Um litro de Hz tem massa aproximada de 1 kg, e como um mol de égua tem 18 daltons, a concentragao da dgua é: 55,5 moll“ ou M. Esse valor mostra que a gua é um liquido al- tamente concentrado. Basta lembrar que as solu- bes bioldgicas variam de 0,1 a 0,3 moll~*, em eral ‘A dgua se ioniza em: H,0 #H* + OH- Esses fons conduzem a corrente elétrica, e sua concentragao pode ser determinada pelo conduti- vimetro da Fig. 9.2. Os valores encontrados sfo: Hts 1x10" mana E, obviamente, OH™= 1x 10-7 moll porque a cada ion H*, corresponde um OH™. & notivel que a égua se dissocie muito pouco; me- nos de 2 moléculas em cada 1 bilhdo, se dissocia! A constante de Equilibrio da égua 6: H*xOHT _ 1x 1077x1107 k esieae 20 355 como a concentragfo de HzO é muito grande, e praticamente constante, ela ¢ incluida na Constan- te do Equilibrio, obtendo-se o que se chama de Constante de Dissociagao ou Constante do Produ to Tonico da égua (K): (kx 55,5)=K =H* x OH” = 1x 10-7 x1 x 1077 Simplificando: K=1x 10-7 x 1x10"? =1x 10" (mol.1")? Esse resumo, um litro d'égua tem uma enorme quantidade de moléculas de 4gua, 120, e uma di minuta quantidade de ions H* e OH”, que resul- tam da eseassa dissociagao da dgua. Entretanto, esses fons possuem uma profunda e marcantein- fluéncia sobre as propriedades da gua, e seu estu- 40 ¢ feito no item pH Tampees. 9.1 — pH e Tampées — Parte Conceitual Sendo a égua 0 componente mais abundante ‘nos sistemas biol6gicos, 6 de se esperar que a égua seus fons desempenhem papel muito importante nesses sistemas, e isso 6 0.que se verifica nos seres. vivos. A gua se dissocia espontaneamente em hi- drogenion (H*)e hidroxilion (OH). H,0 +H*+0H- 141 ©. proton, H*, no existe livre em solugio, € se combina imediatamente a outra molécula de igua: HY +H,0 = HO, © HYO chama-se Hidrénio, ¢ para simplifi- car esereve-se apenas H*. O fon OH" é também cha- mado de hidroxila ou oxidrila. Assim, os fons Hi0 e OF sto de primordial importincia nas fun- biol6gicas. A concentragdo bidrogeniGnica va ria de 1a 10" molt", e a concentragao hidroxi- Tiénica acompanha em sentido inverso: Quando H* sobe, OH- desce, Para facilitar a representagio da escala de con- centragio hidrogenidnica, usa-se a escala de pH (potencial de H). Por definigo, pH Jog Ht Ou seja “pH € o logaritmo negativo da concen- tragdo hidrogeniénica”. As escalas sdo equivalentes, apenas, como 0 pH € 0 log negativo de Hi, a relagao ¢ inversa: ‘Quando o pH desce, H* aumenta. Quando o pH sobe, H* diminui A scala pritica de pH vai de 0 a 14 a 25°C e 1 atm, Por analogia, pOH € o log negativo da con- centragio de OH", € a relagio: pH + pOH = 14 pOH Reagio Reagio ——_Reagio Keida Neutra Alealina Acescala de reagio est na Fig. 9.4 Acido _,Neutro, Alcalino Neutro, 0123456789 1011 12 13 14 Fig. 94 Relago ene pl ¢ Reagio do Melo, a25°C a am A gua pura tem reagio neutra, ¢ a 25°C, pH = 7, e portanto, pOH também é igual a 7. O pH dda dgua pura pode ser amplamente modificado por aditivos, como veremos a seguir. Moalticagdo do pH da Agua Quando se acrescentam cidos, esses scidos liberai Ht, © o pH desce: H* sobe HCI +H,0 = H30+Cr pH desce A adigao de dcidos fortes (Fig. 9.5 A) abaixa 0 pH a extremos. Uma solugio 0,1 M de HCI tem pH = |, fortemente écido, Este pH pode ser encon- trado no suco géstrico de adultos. A adigio de dcidos fracos (Fig. 9.5B) absixa 0 pH menos violentamente. O vinagre é uma solugao de Acido acético e tem pH em tomo de 3 a4. Acido cfirico do suco de limdo, acido tartirico de reftige- rantes baixam 0 pH a 2,8-3,2. ‘A adig&o de bases (como dlealis) fortes eleva bruscamente o pH da dua, e uma solugo 0,1 M de NaOH (soda ciustica, tem pH = 13 (Fig. 9.5D). Alcalis fracos como am@nia e outros, provocam ‘menor elevagio do pH (Fig. 9.5C). A 8 c D | ) | | | | | ! | | Her HCOOH |gAQAO | 0 |ADICAQL on NaH pHI pa | EACIOO| py JPEPASE | po pHs ESCALA DE pH 0 7 Fig. 95 Mosifcaco do pH a gua por aici de cose bases. 142 \saseeemnennent Alguns fluidos orginicos sto alealinos, como 0 suco pancredtico, que tem pH médio igual a 8, Al- calisliberam base OH que se combina a protons, elevando o pH. Os sais que se hidrolissm em particulas que no afetam 3 concentragdo hidrogenidnica, ng0 modificam o pH: NaCl, KCI, etc. Mas hd sais como © acetato de s6dio, que libera a base CHyCOO™, que se combina a0 hidrogénio, ¢ o pH sobe: 1. CHsCOO Na CH COO™ + Na* 2. CH,COO- +H* = CH,COOH ‘A captura de protons pela base, dando deido nfo dissociado, resulta em diminuicfo da concen- ‘tao hidrogenidnica, e elevagto do pH. Sais como 0 cloreto de aménio liberam NHS que por sua vez, libera protons: NHZ © NH, + 11%, 0 pl abaixa Esse triplice comportamento classifica os sais ‘Neutros — Nao modificam o pH da égua, Acidos — Abaixam o pH da agua. Basicos — Elevam o pH da dgua. Nota— Alguns sais estto alistados na Tabela 1. B) Controle e Determinagfo de p!i a) Controle do pH — Sistemas Tampdes Os seres vivos sfo extremamente sensiveis as variagBes do pH do seu meio interno. Na espécie hhumana, o pH do plasma sangiiineo é 7.42, e varia- ges de'# 0,3 unidades de pH trazem conseqién- cias graves, com grande risco de vida. O controle fisico do pH ¢ feito através de misturas regulado- ras chamadas Tampdes. O efeite tamponante esti mostrado na Fig. 9.6. Notar que adic40 de acido na solug&o sem tampo provoca grande diferenga de pH: de pH 7 Tabela 9.1 Acidos, Alcalis e Sais Acidos Fortes Fracos Cloridrico — HCI Acético — CHy COOH, Sulfirico ~ HyS0, Fosforico — HPO, Nitrico — HNO}, Bicarbonico ~ NHCOs Alcalis Fortes Fracos Hidréxido de s6dio — NaOH Hidréxido de Potéssio - KOH Hidréxido de Iitio ~ LiOH Hidréxido de Amdnio — NH,OH Tris — CaHly NOs Cafeina ~ CgH;g02Ne-H20 Acidos Neutros: Bisicos Gloreto de Aménio~NH,C1__| Cloreto de Sédio ~ NaCl ‘Acetato de Sodio — CH, COONa Fosfato I de Sédio — NaH1,P0, | Cloreto de Potéssio—KCI | _Bicarbonato de Sodio ~ NaHCO Sulfato de Aménio ~(NH,),S0« | Sulfato de Sodio — Naz, Fosfato II de Sodio — NazHPO, 143 sowucag Sen TANPAO pH3 cs 5 pH7 a, sowcio con TAMPA + ose [putt PHES = J = Aco + pH7 + Ld 5 sass =| pH Fig.9.6 — Representagio do Efeito Tamponante, Notar que adigfo de Scido na solucdo tampfo provoca grande diferenga de pH: de pH 7 para pH 3. Na solugdo tamponada, a diferenga é atonuada: de pH 7 para pil 6,5. Efeito similar € abservado para a adie de dca para pH 3. Na soluggo tamponada, a diferenga atenuada: de pH 7 para pH 6.5 Efeito similar 6 observado para a adigf0 de dleali ‘O mecanismo desse efeito é simples. O tampa: Recolhe prétons quando hé excesso Fomece protons quando hi falta, ‘Assim, 0 sistema tampfo € formado por um ‘Aceptor de prétons ¢ um Doador de prétons, ope- rando reversivelmente Um desses sistemas & a mistura de deido acé- ticoacetato de sédio, que funciona assim (Es quema 9.1). cco | £Gine60i ar + crjcoo”-— cones Esquema 9.1 ~ Estrutara de um Tampio, © acetato de s6dio se dissocia completamen- te, € a base acctato (CH3COO) esté pronta a re- ceber protons (H*). 0 écido sestico (CHsCOOH) se dissocia pouco, ¢ esté pronto para fornecer pr&= tons quando houver necessidade. Quando se acres ‘enta HCI ao sistema, o HCL libera protons (H*), {que sfo capturados pelo acetato, formando dcido acético pouco dissociado, ¢ 0 efeito da acidez nso aparece, porque 0 proton esté combinado ao ace- tato. pH desce menos do que na auséncia do tampfo. Quando acrescentamos NaOH, 0 OH do dlcali captura os protons lives do tampfo, mas 0 dcido acético libera outros, e regula o pH. 0 Tampao nao impede mudangas de pH, mas atemua consideravelmente essas mudancas. (V. Fig 9.6). Existem varias combinag6es dé pares conju gados Aceptor/Doador de protons; que funcionam na faixa de pH onde se encontram 0s sistemas bio- logicos. Sem esses tampbes a existéncia de seres vi- vos € impossivel. Os sistemas tamp6es mais impor- tantes no plasma sangiiineo de grandes mamiferos, sfo 0 bicarbonato écido bicarbonico, 0 fosfato II/ fosfato I ¢ outros menos importantes. Variagoes 144 nesses sistemas conduzem a condigoes de Acidose ‘ou Alcalose, que devem ser imediatamente combs.— tidas. (V. Leitura Complementar 9.2), b) Determinago do pH — Indicadores (V. também Leitura Complementar 9.1), © conhecimento do pH de fluidos biolbgicos € de solug6es de laboratorio & de importineia primordial. Existem aparelhos especiais, 0s peagd- ‘metros para determinacbes precisas, mas uso de indicadores de pH € indispensivel na pritica. Os indicadores de pH sfo substéncias que mudam de cor conforme o pH do meio. Alguns indicadores mais usados, com a relagfo cor/pH estao na Tabela 92. O uso de indicadores & hoje mito facilitado, pela existéncia de fitas de papel, ou de plistico, impregnadas co.n essas substancias. As fitas so introduzidas nas solugdes, ou uma pequena gota da solugao é colocata sobre’a fita. A cor resultante é comparada com uma série de padrdes coloridos. Fora da faixa de mudanga de coloragdo, que é @ faixa util, 0s indicadores nfo funcionam. £ que os indicadores sto deidos fracos que apresentam cor A (Acida) quando protonados e cor B (Bésica) ‘quando desprotonados (Fig. 9.7). ‘As cores extremas ocorrem no ponto de vira- ‘gem, e cores intermedidrias aparecem na faixa de viragem, e representam misturas de cores Ae B. Os indicadores s40 usados: 1 — Ponto de viragem. Ti- tulagto de dcidos com base forte ou titulagso de base com dcido forte. 2 — Determinaggo do pH. Na faixa de viragem a mudanga de cor acom- pana o pH. (Veja Leitura Complementar 9.1). Atividade Formativa 9.0 Proposigbes: 01. Esorever a equagao de dissociagao da agua, ¢ citar 0 nome dos componentes. 02. Por que a dgua ¢ seus fons sio importantes em Biologia? treesoseeteeerersdetececessesoons =e ‘Tabela 9.2 Indicadores de pH . Faixa pH Indicador Cor Acida a Cor Bésica pk eS Metanil Amarelo Vermetho 12 17° 23 ‘Amarelo ‘Tropeotina 00 Vermelho 14 23° 32 Amarelo Bromofenol Azul Amarelo 30 38 46 Violeta Bromocresol Verde Amarelo 46 54 Axl ‘Metil Vermetho Vermetho 52 63 Amarelo Fenol Vermelho Amarelo 68 76 84 Vermelho o-Naftolftaleina Marrom 73° 80 87 Verde Fenolftaleina Incolor 83 91 100 Vermelho B~ Naftol Violeta Amarelo 10,0 11,0 12,0 Violeta Nitramina Incolor 108 119 13,0 Marrom HI Wear t | saws) @asica) Fig. 97 ~Comporumento de Indicadoes(V. Text) (03, Conceituar pH em uma tiniea frase até 12 pa- lavras). 04, Completar: Quando o pH desce, H*... Quando o pH sobe, H* 05. Se pH + pOH = 14, caleular 1-pH=14 OH 2-pH=68 pOH 3-pH=123 pOH 06. Escrever a relagio quantitativa pH-pOH para as Reagées: Acida Neutra Alealina pH..p0H pH... pOH_—_pH...pOH. 07. O que acontece com o H* e pH do meio, quan- do se acrescenta: 1-HCI HW pH 2-NaOH # pH 3—NaU HY pH 4-NagCO3 HY pH 5-NH.CL HY pH (08, Assinale como Certo (C) ou Eirado 1~ Acidez ni € exercida pelos écidos ( ) 2 Acidez & exercida pelo proton liberado pe- los dcidos ( ) 3 Acidos que liberam pouco o préton, so fracos() 4~ Acidos que liberam completamente o pré= ton, sao fortes ( ) 5 ~ Protons nao liberados nao exercem aci- dez ( ). 09. Assinale como Certo (C) ou Errado (E) 1 Alealinidade nio é exercida pelos élea- is () 2~ Alealinidade 6 exercida pelo OH livre ( ) 3 — Alas que liberam totalmente o OF si0 fracos ( ) 10. Porque o NH4CIacidfiea o meio em que € di- ldo? © acetato de s6dio (CH{COONa) modifica 0 ppH{domeio, Explicarquais alteragbes ocorrem, € porque ocorrem. 12. Conceituar Sistema Tampa. 13, O mecanismo do efeito Tampio é _ Protons, quando hi excesso. Protons, quando he falta 14. Fazem parte de um sistema Tampio, (Sim ou Ni): 1 — Doador de protons ( ) 2— Aceptor de prétons ( ) 3— fon Nat( ) 4~fon Cr-( ) EExplcar a rejigo se houver, dos itens recusados. 15. Comentar as afirmagoes: Um sistema tampio impede mudangas de pH. Um sistema tampio atenua mudangas de pH. 16, Considere a afirmagao abaixo: ““Qualquer substincia que mude suas earacte- ristcasfisicas (cor, fuorescéncia, soluilida- de, etc), em Fungo do pH, pode ser usada para indicar a acid8s de solugdes". Certo ou Erra- do? Discutir 17. Ql 0s dados da Tabela 9.2.¢ complete (Certo ou Errado), 1 — Abaixo de pH 3,0 0 Bromofenol Azul é amarelo ( ) 2~ Entre pH 3,0 e 4,6 0 Bromofenol Azul varia de cor ( ) 148 3—0 fenol vermelho nfo serve para indicar pH na faixa 5,026,2( ) 4—Para determinar pH na faixa de 8,5 a 9,8, podese usar a fenolftaleina ( ) 18. Que indicadores seriam dteis, para determinar pHi nas faixas:(V. Tabela 9.2) 11,6230 2- 69484 3~100a115. 9.2 ~ ple Tampoes ~ Parte Formal A) Conversto de H* em pH e vice-versa O pH € 0 logaritmo negativo da concentracdo hhidrogeniOnica, e definido por: ‘A conversfo de H” em pH e vice-versa se faz através das propriedades dos logs, ou usando cal culadora eletrbnica. Exemplos: 8) Método Algébrico, usando logaritmos Conversto H* > pH 1. Escrever H* em notacgo cientifica (potén: de 10, com apenas UM algarismo significati- vo a esquerda da virgula H* = 0,0000000374 H* = 3,74 x 10° 2 oe na formula log (3,74 x 10°*) {ina parte do log ext achada ~log (10-* 8)=+8 Na Tabela de Mantissas, achar o valor corres: pondente aos digitos 374 e dar sinal negativo: 374=0,5729, arredondar para 0,57 com si- nal (—): -0,57 4. Somar as duas partes: pH=-05748= 7,43 b) Usando Calculadora — Um dos processos abaixo se adapta &s calculadoras mais comuns. Nas rogramiveis, pode-se estabelecer um programa Calculadora com fungo log e y* Not — Os pardmetros entre reténgulos indicam as teclas a serem pressionadas. H 3,75 x 10-* 146 Conversto p> H* 1. Inserir 0 valor na formula: H*= antilog ~ (7,43) 2. Transformar 0 log negativo em hibrido: ca racteristica negativa, mantissa positiva, usando = H* = antilog 8,57 3. Olhar na Tébua de Mantissas o antilog de 0,57, e compor 0 nimeto procurado Antilog 0,57 = 10% = 3,7 ‘Antilog ~8= 107" 4, Multiplicando as duas partes: He=3,7x 10% ‘muito simples para calcular. (V. manual de instra- es dessas méquinas). pH= 7,43, HY=? inar ® Digitos ——Operagzo Mostrador —Digitos.-—_Operago Mostrador 3,15 375 10 10 ee] [+7] 3.75.00 10 8 3.75.08 743 743 00 ios] [*7-| 7428.. 3,11 -08 Calculadora com tecla de Fungo ¢ 10% Ht =3,75 x 10-* ——————+ pl pH=7,43 t=? Digitos —_Operagao Mostrador Digitos _Operagao Mostrador 35 35 743 -1,43 Exp 3,75 x10°°° 3,71 x10-* 8 375 x 10-°* = 1,425 7425. Com pequenas variantes, um desses processos ow seas € sempre utilizivel em qualquer modelo com fun- D 6es exponenciis a) Explicitando H’: week B) Extensio da Notapio pH — A notaggo pH reve- louse ati, e fol extendida a outros pardmetros: K ~ Constante de dissociaga0 C —Concentragzo A~ Atividade OH™ ~ Hidroxila ©) Efeito Tampdo — Equago de Henderson- Haselbach (H-H) Na dissociago de um Acido fraco qualquer HA: HAS—H*+ a7 Formase um par: Doador (HA) e Aceptor (A>) de protons. Generalizando: Doador>—Préton + Aceptor DS—Ht+A ‘cuja constante K de dissociagto seré: Produtos Reagentes’ ‘Tirando 0 log, e invertendo a fragt: ogi" tog +g Usando a convengdo de pH. A = pk +1og A. pi = pk + tog Obtemos ura equacdo que tem a vantagem mnem@nica de: A, acima; D, denominador. Evita ainda a confusto de quem ¢ sal quem é Acido, usando o critério termodinémico: ‘Aceptor tem menos protons, Doador tem mais prétons Exemplos esto na Tabela 9.3, A simples observago da Tabela ‘3 indica 0 pK a ser usado, e também a dupla A/D. Esse crité- io se aplica a todas substancias que aceitam e doam protons reversivelmente, Notar que a formu- Ja geral €idéntica a de dcidose bases. D) Efeito Tamponante ~ Titulagfo de Tapio — Uma idéia nitida do efeito tamponante é obtida quando se acompanha a curva de titulaggo de um tampto (Fig. 9.8) Tabela 9.3 (Quem é Quem na Equacio de H-H Doador Proton + Acepior Nome pK Valor aproximado ‘Ae.férmico — CHOOH—-HY + CHOO- Formiato pK 28 Ac. acético --CH-COOH_-H' + CH,COO Acetato pK 47 Ac. carbsnico -HsC0s HY + HCO3 Bicarbonato pK, 6.1 Bicarbonato HCO}. HY + CO Carbonato pK 10,1 Ae. fostérico HyPO, Ht + HPO Fosfatol PK 2.0 Fosfato 1 HPO; Fosfato IT pK, 68 Fosfato I HPO; -Ht+POF Fosfato I pK, 123 Aménia Nut W + NHS Amoniaco pK 128 / COOH 700" Glicina K W4R Glicinato 1 pK, 60 nat Nat coo coo Glicinatot RL WRG Glicinato pK 9,3 Nyt Nth Formula geral ‘mula geral de doador (D) HPA nH + am de aceptor (A) Varivel A 1-A=D log AD =O pH=pK 10 2-A>D logAD>0 — pH> pk 3-A pK. Eficiéncia para neutralizaso de ‘Acidas ¢ maior que para Bases (Fig. 9.90) sca propriedade tem grande importincia em Biologia, porque o tampo HCO3/H.HCOs do plas- ma sangtlineo (pH 7.4), estélonge do pK do sido bicarbonico (pK = 6,1). (Veja Leitura Suplementar 9.2 Biofisica da Respiragio). © outro fator que condiciona a eficiéncia do tamponamento, é a quantidade de substncias tam- ponantes. Essa quantidade tanio pode resultar do volume, como da concentragio do tampa it UZZARZZZIA — Faixa do pk Fig. 9.9 Eneincia Tamponante (ver texto). As setas indicam quantidade de Acido ov Base que cad tampio pode suportar: Dois litros de um tampfo 0,1 M resistem mais mudanga de pH do que 1 litro desse mesmo tam- ilo (esse é 0 fator extensivo). Similarmente, 1 li- tro de tampao 0,2 M resiste mais do que 1 litro do ‘mesmo tampfo, porém 0,1 M (esse 0 fator in- tensivo). E) Usos da Equaggo de Henderson-Hasselbach (HH) 1 — Céleulo do pH de um Sistema Tampio Exemplo 1 —Qual o pH resultante da mistura de 0,32 moles de acetato com 0,25 mo- les de dcido acético? Temos: A=032 D=0,25 0 pK 64,7 (Tabela93) 0,32 pH=47 log S5> = 4,7 +0,11= 81 Exemplo 2 —Qual o pH da mistura de 0,15 moles de NazHPO, © 0,20 moles de NaH,PO,? Os pares idnicos sao: A= NajHPO, = 0,15 © D = NaHH,PO, = 0,20. 0 pK adequado ¢ pois 0 pK = 6,80 (abeta 93). PH=6,8 +log eae 8 — 0,12 = 6,68 2 Céleulo da Relagdo A/D para Preparar ‘Tampio de pH Desejado Exemplo 3 —Qual a mistura de dcido acético e ace- tato que fornece um tampfo de pH 4,20 e de molaridade 0,5 M? © Acido acético tem pK = 4,75. 0 aceptor (A) é 0 acetato, € 0 dos dor (D) é 0 dcido acético, Entao: A 4,20 = 4,75 +log = 28D () Pela molaridade necesséria, temos: A+D=05, A=05-D (2) Combinando (1) ¢ (2) 0,28D Dal A=0,5 —0,39= 0,11 moles A. mistura de 0,11 moles de acetato (CH3COO) © 0,39 moles de dcido acético (CHsCOOH) fonece 0 pl desejado. Usando-se solugdo estoque de acetato de sédio 0,5 Me dcido acético 0,5 M, misturar 11 volumes de acetato com 39 volumes de dcido acstico.. Exemplo 4 —Qual a mistura de fosfato que forne- ce um tampdo de pH 7,6 ¢ molari- dade 0,20 M? pk ‘mais proximo € 6,8, as espé- cies iOnicas correspondentes sao NazHPOs (A) € Nali;POg (D). (Veja Tabela 93) A 1.6 = 68 + log tor A = 76-68-08, eng _ Fp 710% =630, A=63D() Pela molaridade exigida (0,20 M), temos: A+D=020 D=0,0- AQ). Combinando (1) e (2) 4.63 (0.20- A) = 126-63. A=1,26-63.A, donde: 73.A=126 : 126 = 0173M, . D = 0,20 -0,173 = 0,027 M Misturar 0,173 moles de NasHPO, com 0,027 moles de NaH,PO,. Obtém-se tampio fosfato pH 7,6 © 0,20 M em concentragio. Se as solugdes estoque de fosfato so 0,20 M, misturar 173 mi de (A) com 27 ml de (B), ou qual- quer miltiplo desses volumes, Exemplo 5 ~ Quanto de HCI se deve acrescentar base Tris (T) para obter tamp3o 0.1 M de pH 7,47 ‘A base This reage com 0 HCI forne- ccendo o par conjugado: T+HCl#TH+Cl \Aceptor \Doador Inicial —_Resultante © 0 Aceptor livre, ser TL=T-TiH ‘Assim, na equacdo H.H a base Tris total fica diminuida daquela que se combinou ao HCI TL + Aceptor Livre 11 = pK + log ane . TL = Doador © PK do Tris € 8,06. Substituindo: | 7.40 = 8,06 + tog TE ou: a log tt = 0.86 ©: TH TL. TH Pela molaridade exigida: TL+TH=0,1M ‘de onde tiramos: 22 (2) TL=01-TH 150 Substituindo em (2) (O,1~TH) = 0,22 «1,22 TH=0,1 — = 0,082 moles 1,22 ‘Temos que usar 0,082 moles de HCI para cada 0,1 moles de Tris base. A massa molecular do Tris, € 121 daltons. Pesar 12,1 g de Tris, adicionar 820 ml de HCI 0,1 M, e diluir para um litro. Lem- bbrar que 820 ml de HCI 0,1 M sio equivalentes a: 0,1 mol! x 0,821 = 0,082 moles HCI 3 ~ Formula Geral ps Concentracio Diferente lugdes de Quando se tem solugdes de acetato 0,15 Me fcido acético 0,25 M, por exemplo, usa-se a forma ‘modificada da equagio de H-H. cay, H pK + log CAVA eB CV onde Ca € Va so respectivamente a Concentragio © 0 Volume do Aceptor, ¢ Cp © Vp parimetros simi- lares para 0 Doador. C deve ser usado apenas em tunidades molares ou derivadas: mol.I", osmol./! ‘ou Eq." etc. Volume pode ser usado em qualquer unidade coerente Exemplo 6 ~ A mistura de 118 ml de acetato de s6dio 0,15 M (A) com 125 ml de dci- do acético 0,20 M tem qual pH? apli- cando a formula geral: 15 Mx 118 ml _ 6. H=4.7 + log S o 20 Mx 125 ml 47+ 17 + log 0,708 pH=4,7-0,15 = 4,55 Essa forma da equago é muito dtl na prética, Porque permite usar solugdes de concentragao dif rentes. A concentragdo final é calculada como usual: CW + GV2= C3V5 (0,15 x 118) ~ (0,20 x 125) = Cx 143 ml 202 04M 1 = s . we 4— Adigho de Acidos ou Alcalis a Tamptes — ‘Titalagf0 de Tampto ‘Nas manipulagoes de laborat6rio, & comum a necessidade de adicionar dcido ou flea a um tam- Plo, € 0 pH varia. Os processos biol6gicos, espe- ialmente 0s metabélicos, produzem fcidos ¢ bases {que modificam o pH! dos meios biolbgicos. E poss vel caleular a rmudanca do pH, conhecendo-se a quantidade de fcido ow dlcaliadicionado 20 tam- Po. -A equasfo de HH se modifica de forma s. ‘Vamos supor um tampfo acetatolicido acéti- ‘80 com 0/4 motes de cada componente, e a este tampfo se adiciona 0,1 moles de HCI ou 0,1 mo- les de NaOH. Chamaremos o Doador adicional de 4j¢ © Aceptoraiional de a. A equapto x mo- ditfica: ‘Adig&o de Acido (a) | Adigao de Alcali (a) A . Ata PH = pK +1og 5 =| PH = pK + log 5 "= Por que 0 Déador adicional (4) 6 somado 20 Doador otiginal (D), e ainda subtraido do Aceptor (A)? A explicagto é que o HCI se combina mole a mole com 0 acetato de s6dio (diminui A) e forma 4cido acético (aumenta D). No caso do tampifo acima: @ = @ ————_4 (H,COONs + HCI ~=* CH,COOH + CH,COO™ + Nac 04 ot 1 | 01 ‘cH, cooH 8 o Caro OA~0, OO Exemplo 7 —Calcular o pH do tampto modificado ‘como acima. =41-0,22=45 ‘A diferenga com o inicial 6: ‘ApH = 4,7 — 4,5 = 0,2 unidades de pH Se houver uma segunda adigto de dcido, te- remos: BSS 47 Hog GET = 47 tog SE 7 = 048 = 4,2 PHs=4,2, ea diferenga: pH = 4,5 ~42=0,3 Up, — ‘A mudanga com acréscimo de base ou ileal 6 inversae simétrice dadigso de dcitos. Verfique. 5 Céleuto do pk. Fazse diversas relagdes A/D usando solugdes Figorosamente preparadas de Aceptor ¢ Doador, e mede-se o pH. O pK é obtido pela aplicacgo da formula: A pK = pH ~ log Exemplo 8—Caloular 0 pK do par conjugado éci- do dietilbarbitérico (D), e do dieti- barbiturato de s6dio (A). Foram feitas as seguintes misturas A/D e o pH ‘medido em peagametro bem padronizado, Os re- sultados obtidos foram: A A = pH togp-S pK 2 Medido y 7,88 07388 816-030-786 854 0697.85 886 1,007.86: Média pK = 7.86 Esse é 0 pK do dietilbarbiturato ido, ou Bar- bital Acido. 6 — Modificago do pH de Tampfo Outra aplicarfo importante da Eq. H-H 6 caleular © quanto de dcido ou base se necessita adicionar para mudar um tampgo de um ApH de- sejado, Exemplo 9 —Quanto se deve acrescentar de écido a.um tampao de acetato pH 4,5 para tevéslo a pit 3,9? 151 1H = pK + loy eae pit, = pK +108 555 onde pH é 0 novo pH oH; aK = log aoe pil, ~ pK=log 5G Antilog (pH, ~ pK) = Faremos antilog (pH, — pK) = Ap And . “Ded ap(D+d)= Ad Explicitando A= Dap apel No exemplo acima pH, — pK=3,9~4,7=-08 Antilog (pHs ~ pK) = Oy A-(Dx0,16)_ a2 AcOxa' Para tampifo de acetato pH 4,5: A=03 ent: = (055x016) | 03-008 _ gg “O64 116 Devemos acrescentar 0,19 moles de HCI ou outro cido forte. Verificagao: 03-019 pia = 4,7 + 1og =39 Mostrar que, para alcalinizar um tampao a pH desejado, deve-se usar 182 Dap— A ptt onde: a 6 a quantidade de base adequada F) Aminodcidos, Proteinas e Outros Anfions — pile pl Examinaremos no item 1, 0s Aminoécidos, e no item 2, as Proteinas e o pH do meio. 1 = Aminodcidos Existem substincias que, na mesma moléeula, possuem mais de um grupo Doador/Aceptor de proton, ¢ sfo denominadas anfotérias (anf = am- bas), ovanfblitos(eletrélitosanfteos) ou anfions. Exemplo tipico sf0 08 aminodcidos. A glicina pos sui os grupamentos COO (carboxila) ¢ NHS (ami na). Ambos funcionam reversivelmente em faixa de pit diferentes: « carboxila em pH 13 233 (pK = 2,35) e¢ a amina em pH 86 a 10.6 (pK = 9,60) (Fig. 9.10). Fig. 9.10 — Aminoicdos «pit ~ Gina eu Comports wee Vecaismo de Dango « Accitgfo de Feéton na fata Jo pit Comprando carbo. is om amin 505 7 ns rca gue N, COOH $$So mais ore gue 8 Be Gar de alaggo @ glcing € tamper dante de pil 13.233 pela COO” e de BE 8 10,6 pelo NHS, No interval, nenhum poder tamponants Quando se comparam as formas moleculares (A) com a curva de ttulagfo (B) 0 mecanismo imo do process se revela (Fig. 9.11) {As denominag6es cition, hibrion ¢ anion se referem as cargas efetivas da molécula. O hirion (on = hibrido) possui cargas positivas © negativas em mimero igual, ea soma € sempre 220. Abs bonenennanesennennesisesenerererses Fig. 9.11 — Formas Moleculares de um Aminoicido (Gticina) A— Em p< pk,, Totalmente protonado, carga efetva: + 1. Cation, B ~ Entre 0 pk © 0 pK. Carboxila desprotonada, cars efetiva (+) + (— 007 eae sor Se me S40 3, ony re em Fungo do pH Hitrion. C — Em pH > pKz, Totalmente desprotonado, Carga efetiva:~ 1. Anion Ponto Isoeétrico (pl) ou pH Isoelétrico (pHi) de Aminoécidos E a posiggo na escala de pH onde a soma das carga posiivase negatvas se anula. Pela Fig. 9 vé- Se que esse ponto é entre 0 pk adjacente 8 forma hirion. Por definigao: (Hibrion| |H* | eK [Anion] |H* | (Cation! ~ [Hibrion| Multiplicando K, por K, [Hibrion| |H* | |Anion| |H* | Ki 8K." ition) ibrionl K, xk, wep x eat Mas, evidentemente, |Anion| = {Cétion| porque nao hd perda de substin- IH? =K, xK, K, xK,)!? Usando a definiego de pH e pk = 1 pili= 5 (PK, + PK) a Quando se dissolve glcina em dgua pura, esse serd 0 pH da solugto (ap. 6,0) Ela eaté totalmente ionizada: a carboxila desprotonada (COO) ¢ a amina protonada (NH3). A carga efetiva é zero, Se HCl é acrescentado, a carboxila se protona 50% em pit 2,35. Se, a0 contriro, se acrescenta NaOH, © grupo amino se desprotona 50% em pHi 9,6. Abaixo do pK, e acima do pK, as formas sf0 100% cation e anion, respectivamente*. A glicina é um aminodcido monoamino-mo- nocatboxilico (uma amina, uma carboxila). Exis- tem alguns aminodcidos com duas carboxilas ¢ ‘uma amina (dicarboxilico, monoaminico), ou com duas aminas e uma carboxila (diamino-monocarbo- xilico). Eles se dissociam de forma similar: Esau Formas sf realmente Mutuagiesestatiticas. . Nii coo coo" Re Ree < NH coon NHS coo" Nits Re 50% Re 50% pk 153 1) Dicarboxflico Monoamino (2COO™, INH) coo# coo- kK R< COOH +oH- SRK COOH + OHM F SNE KON Ke f Boa 33 “ may 7 i0 Carga (+) PK, O) GD Pk, ~ Cation Hibrion Anion 1 Anion 2 Bases aminofcidos possuem tris pK, ¢ 0 pH, i onde a carga € zet0, corre entre 0 pK, © opKs, pai = > (pK, + pK) ‘como mostra o diagrama ao lado: 2 : 2) Diamino- Monocarboxflico (2NE, C00) ts coon K coo- kK 00 kK coo" ie peeeeecenee a0) A curva de atividade x pH indica quais grupa- mentos podem estar envolvidos no mecenismo de catélise. No caso da lisozima do mamao, tratase tum grupo COO de um écido-glutamico (pK 4,4). ‘A urease apresenta um pico secundério de ativid de, que pode representar o envolvimento de mais de'um grupamento no centro ativo (V. Texto de Bioquimica). Certamente, a existéncia de um pH 6timo para a atividade, & chance para controle dessa atividade através de pequenos desvios no pH do meio. O mecanismo desse efeito do pH sobre a atividade enzimética pode se fazer na molécula da enzima, com mudanga na fonizaggo de grupos que ligam 0 substrato, que participam no mecanismo catalitico, ou na manutengfo da estrutura ativa, ‘ou no substrato, mudando a conformagdo ou ionf. zag, ou ambos. Como vemos na Tabela 9.3, o pH intracelular da préstata (4,5) é para facilitar a atividade da fos fatase fcida prostatica. Nos osteoblastos, pH = 8,5, 6 para faclitar a atividade da fosfatase alcaina dos 0880s. Pela diferenca de pH 6timo, cada fosfatase nfo interfere na atividade da outra. 5. Conformagdo de Biomoléculas ¢ pH Outro aspecto do pH em'istemas biol6gicos 6 a mudanga de conformaggo que biomoléculas s0- SCOOeECLERI NATE DEDE TED EEEEEESPROO PROPEL ESR peReene® frem com mudangas de pH. De um modo geral, em PH abaixo de 3 e acima de 10, as proteinas se acham desnaturadas. A existéncia de alta concen- traggo de H* no meio, interfere com as pontes H intramoleculares (V. Estrutura Moleculat), porque 08 prétons do ambiente competem com 0s protons ‘que fazem essas pontes (Fig. 9.17). Fig. 9.17 ~ Pontes He pH do Meio; GH ~ Hldrogenion do Meio; A ~ Pre“ na im Conformagio Natural; B ~ Poteina Deformada por Excesso de {it} Paradoxalmente, este efeito ocorre quando, 0 centrétio, a concentragio de OH™ cresce, porque esses fons atraem os H das pontes H, enfraque- cendo-as, até mesmo, rompendovas efetivamente. Essa ruptura de pontes H nos extremos da es- cala de pH ocorre também com o DNA e o RNA, que passam a cadeia simples em pH abaixo de 3 ¢ acima de 11. Em pH alealino, acima de 10, algumas protef- ras softem ruptura das pontes SS, que ficam redu- Zidas a SH. Esse 6 0 método usado para alisar cabe- Jos com pastas alcalinas, eno tratamento industrial de Ix com dali, para obter flos mais macios. 6. ple Interagio de Grupos Prostéticos © pH afeta também a interacgo de grupos prostétioos com as proteinas. O heme da hemoglo- bina, em pH dcido se transfere para solventes de baixa constante dielétrica, como a metit-eti-ceto- na, deixando a apoprotefna na fase aquosa. 7. pHe Ligantes, O feito de ligantes em protefnas, como por exemplo 0 0, ina hemoglobina, ¢ afetado pela liga- f0 com H*, e portanto, pelo pH. Quando a hemo- slobina se liga a0 oxigér‘o nos pulmbes, ease tor- nna um Acido mais forte, ¢ lbera um fon H* para cada molécula de O, ligada. Nos tecidos, quando ela transfere 0 O, para os procestos metabélicos, la se toma uma base mais forte, e liga um H* para aproximadamente, cada molécula de O; li- berada. Existe pois, uma diferenga de pK entre a oxi e a deoxi Hb. OnxiHlb (HbO,), pK = 6,6 Deoxiltb (Hb), pK = 8,2 Pelo pK, a HbO: cede protons mais facilmente que Hb. Essa diferenga é usada para transportar fons 1H? dos tecidos para o pulmo, apenas pela mudan- ga de pK: Nos tecidos, o sistema deoxigena do feature 0 piston, © a0 chegar no pulmo" reeebe © O, transformandose no sis: Ly que libera o proton (H*) tema ry ee Hoe 0 préton CH"). 0s fons H* tberados se combinam so HCO dando H,CO,, que €imediatamente decomposto pela andre carbonia pulmonar, tanformada em H,O e CO;, que é exalado na expiragao. Cal- culasé ques cats mol de Oy que se ig a Hb Ik bera 0,7 moles de H*: Conversamente, a afinidade da hemoglobina para 0 Oy vara com o pH, como csverado. Eve € 0 chanado efsto Bohr: com 2 baixa do pH, a afinidade diminu, 8, pH e Dissociagfo de Proteinas 0 efeito do pH sobre a dissociaefo de pro- tefnas jé foi apreciado na Parte Formal, item 2. As protefias, polifons, polieletrlitos ou polianfions, ‘fo moléculas que possuem intimeras cargas posi- tivas e negativas. A carga efetiva é a soma das car- a8, e pode ser positiva, nula ou negativa. Quando 4 proteina esté no seu pH isoelético, sua carga efe- tiva 6 zero, porque as positivas e negativas se anu- lam, Se esté abaixo do ponto isoelétrico, ¢ eétion (carga positiva) se esté acima € anion (carga nega tiva). ‘As cargas de superficie da proteina estfo rela- ionadas com a mobilidade da proteina em um campo eléttico (V. Eletroforese) e no comport ‘mento face 4s resinas de troca iOnica (V. Croma- tografia). 9. Equilfbrio Acido-Bésico Esse tema ¢ to extenso que hé livros espe- cializados sobre 0 assunto e, por esse motivo fa remos breve resumo sobre aspectos biof sico ‘A: manuteng&0 do equilibrio Scido:bisico de- vese fazer de forma estrita em grandes mamiferos. No homem, o pH do plasma e liquidos intersticiais € 7,40, ¢ af oscilagbes normais esto em torno de pH 7,36 a 7,44. Variagves de + 0,3 880 distirbios 159 ple p> pt Gist) i= Ey [area CATION, +2 HIBRION, © ANION, <2 pH=6 Fig. 9.18- pl do meine Dissociagio de prtenas (ver texto). raves do equiibrio Acido-Bésico. No sangue de ‘mamiferos, os seguintes tampdes so de mio im- HPO} Hb HPO; Hb Proteina HY. Proteina principal tampio € o sistema bicarbonato! ficido carbénico, cujas concentragbes slo: Aceptor HCO5 25 x 10M e Doador H:CO3 1,25 x 10 M. OpKé61 25x 107 1,25 x 10° 6 pH resultante esti 1,3 unidades acima do pK, 0 que toraria esse tampa ineficiente, no fosse 0 controle fisiol6gico pelo pulmo (elimina ou retém (© CO) pelo rim (elimina on retém as bases fixas, especialmente Na") ‘OH;CO; vem do COs produzido nos tecidos, € esti em equilfbrio com 0 COz alveolar, que é cerca de 40 mmllg, © CO; pode existir em solugio como HCO; (hidratado) ou como gis (COs dissolvido). AA quantidade condiciona essa relagao, € no plasma sangtlineo s6 existe HzCOs. Assim € fécil caleular quanto hé de CO, como HaCOs quando se conhece a pressdo parcial desse gi. Hoje é facil a medida de pH e pCO Saflgti- reas, através de aparelhos simples, e que fornecem grande preciso, O uso de nomogramas permite obter 0s parimetros necessirios para se avaliar 0 estado de equilibrio dcido-bésico. O pH da urina completa esses dados. Quatro situagdes fundamen- tais sio conhecidas’ pH = 6,1 +log 1 + Jog 20 Alcalose Respiratdria ~ Quando hé hiperventila- ‘Glo pulmonar, o CO; formado nos tecidos é rapida- ‘mente elimizado, e a pCO2 no alvéolo cai. Hi ime- diatare dissolvido ,(hipercapnia). Este, como ja vimos, existe todo como H;COs, ¢ hé uma baixa do pH sangilneo. © rim tenta compensar, elimi nando urina écida, Morfina e outras substincias {que deprimem o centro respirat6rio, pneumonia, enfisema, pneumotérax, podem causar grave aci dose respiratéria, Alcalose Metabélica ~ Quando existe aumento de bases ou diminuigio de dcido, por distérbios metabélicos, o pH se eleva. O rim tenta compen- sar excretando urina alealina. Hé também hipoventilagao pulmonar. Ocorre em vomitos constantes com perda de HCI, ou na ingestio ex- cessiva e antigeidos. Acidose Metabélica — Quando existe aumento de cido ou diminuigdo de base. O rim tenta compen- sar eliminando urina écida. Hé hiperventilagao pul- ‘monar, A causa mais comum € 0 diabetes mellitus, ‘onde grande actimulo de acide acetoacético pode ‘ocorrer. sreeessoenaneneneeet 10, Absorgiio, Distribuigio e Atividade de Medicamentos Esses partimetros sdo influenciados pelo pH do meio. Um medicamento qualquer, MH, que se dis socia: MH = Ht 4M> ) “« D = Doador protons A~ Aceptor de Prétons ce cujo pK =6, estard, predominantemente sob a for: ma MH no estomago (pH baixo, H’ alto), mas sob a M- (desprotonado), no plasma, onde 0 7,4, € os protons escasseiam. Essa proprie ade war ainda um gradient de disribuiao ente ‘0s comportamentos biolégicos, dependendo da ten déncia termodinamica natural ser para a ionizaca0 ou ligagao de préton (forma nao-ionizada). por de prétons, ionizada), no nago ¢ plasma sangiiineo? Esses resultados mostram que, no estomago, a aspirina se dissocia pouco, mas no plasma esté quase totalmente dissociada, o que sugere que a aspirina 6 rapidamente absorvida. Exemplo 2 ~ A cafeina tem pK = 13,2 (base muito forte). Céleulos semelhantes 20s reali zados no Exemplo 1, mostram que a cafeina, no estOmago tem 10!? mo- Iéculas'na forma D para uma mole cula na forma A. No plasma, se A=1,D= 10%, o que € muito menor. s resultados Sugerem que a cafeina € pouco absorvida na forma dis sociada. E, também, que a forma pre- dominante no organismo, tanto em pH Acido como em pil alealino, é a forma ndo-ionizada, protonada (D). No Estmago pH=1 Usando a Equagdo H-H: A bette | : D ene A .102M=001M | On seja, para cada molécula na forma A, | tems 100 na forma D, No Plasma pH=74 A 14=3 + log A . D A igktme2 + = 1044 M = 25.000 M Ou seja, para cada molécula na forma D, temos 25.000 na forma A. Exemplo 1 ~ A aspirina (antipirético e analgé sico), € 0 dcido acetil-salcilico, cujo pK = 3. Como se encontram as for- ‘mas aspirina écido (D, doador de pré tons, nio-ionizada) e aspirina base Através desse efeito de provocar as formas ionizada e nio-ionizada de medicaments, o pH dos fluids bio- logicos tem grande papel na ativida- de de farmacos, 161 Objetivos Especificos do Capitulo 9 “LeituraPreliminar(Opcional) |) Le de Aso das Mass Citar ale de Ago das Mass (LAM). Dare 0 omportanat de eae ve Baeado na LAM, esreer a equasgo da cone tante de equlio (K) ea velago entre K = Produtose Reagents 3B) Aides, Bases, Aes e Sais 4, Conoritue Acids, Baus, Alea Sais 5. Reconhece es ator quimicas em sabe 6, Enuncir 0 coneito de Aceptore Deador de Peston 17, Coneritsesedos Facos Fortes, efi ef 7 to iid. at 8, Concutar bass fracas e fms, defi feito nveet bien. ia ' (©) Estado da Comper de 1 Litre de Kpua the 9, Exper 4 compost de 1 iro gun i quanto acs compoacates: H,0, H"("0), iE On Kek iy 10. Hstbelecer as lags ente H*e OH”, Ke K 8 : 9.4 — ple Tampbes — Ponte Conceinal be 1. Escover a equa de dsiocaggo daa : 12; Concetta pi esciever sus equa, 15, Relaionar 8 ean pe pth 1. Relainar pit pOH com a reapto do meio. 15, Desrever @ modo ce modifica © pH da gua com deo, bases ss. 16. iar 0seaidads m ide com dos «dali fortes 17, Desrever as mudangis do pH om soles tampoaada no tmponsdas, i 18, Concltatefuto tampa, © © papel do ‘Acepore Doador de Protos 19, Deszrevero mecania de taponamenta f endo um esquena cam Aceptore Doar de Protons 20, Conesituar incor dep 21, Deserever o so do indor de pl para de terrnapso de pH etalsgso de slugs. 162 9.2 ple Tampoes — Pate Formal 3s 26, 2. 2. 2, 3 Cau pt a prt de He vices. 3) Usandofopariimos 1) Ua clcuadors etn Deseoter 2 extnsfo da ates pH 9 outros orknatoe do oles, Dedairaequagso de HendrronHasebach Lienfiear quem & Aceptor, quem € Doador de tons Dessieter 0 feito tamponante através de out: vas de disci, Dara earacteiticas da efcdci de tampons: mento Jeu slug em funto de 2) loco pip 1) Volume Concentra. Ser usr a equarlo de Henderon Has ‘ach as toads segues 1 Cielo do pH de umn sstema tam. 2 Caled da felgte “aD 3— Uso de fora ea 447 digg “Acido Alea a tampoes 5 Caleta do pit {5 — Moaifcato do pH de tampto Descrever 0 comporamonto de Aminfcidos Prides em fangs do pH {onceltuar pl de Aminseior. CConcltuar ple pH sono de Pétides. pile Tampoes — Letra Complementar 9.1 2 3 4 Deserevera ela entre pK temperature Deserve 0 panoipio da determing eletro smite co pf Desetever um tag lets ie Tamper — Leta Complementar LC9.2 3. 36 2 3s 2. 0. Gitar pt de alguns bomistemaseExtrtuas Netw Chest o papel de gatiente de pH em bios htm, cledlr ener nees gadientes Reacionar tide csi 0 fH Relahnar pl 4 conformap Se protelas Interagtoem grape potatos ears Fazer enquera da foniag de protease pt Deserever aguas alteagses do equlibsio ‘eli Bieo. “ Relacionar 0 comportamento de Firmacos como pido mea, Peeeeennes peenneneet 1449491061 neseeseeneOOOOnONN 1ObEEOEEE MONEE socsscnnesece: 10 Oxidagao e Reducao em Biologia Redox AA energia utiizada nos procestos metabdlicos tanto aerSbicos (com oxigénio), como anaerdbicos (Gem oxigénio), ver das reagocs Redox de alimen- tos. 'Nio hi Oxidaggo_ sem Reducfo equivalente, nem Reduggo sem Oxidagao equivalente. Essas tea. $8es sfo sempre acopladas,e designadas coloquia: mente como ReagSes Redox. ‘As reagbes Redox ocorrem em todos 08 Bios: sistemas, e seu mecanismo é muito simples. E ne cessirio, porém, assimilar os conceitos ¢ conven- ges adotadas. Leitura Preliminar LP-10.1 ‘A Experiéncia Fundamental de Redox sistema da Fig. 10.1 ilustra os fendmenos de Redox, e consiste numa pilha de Daniell modift cada, Quando 0 conector € é ligado, observa-se 0 seguinte: 1. Voltimetro acusa diferenga de potencial, sendo A negativo, e B positivo, 2, Miliamperimetro’ indica corrente elétrica no sentido A> B. 3. Pesandose os eletrOdios a0 fim da expe- riéncia, constata-se que houve Diminuigo da massa no zinco ‘Aumento da massa no cobre 4, Dosando-se 0s fons Zn?* e Cu?* na solu- {0 observase que houve: Aumento de Zn** Diminuigzo de Cu?* Esses quatro dados s0 compativeis com a se- guinte explicagfo: zn cu — ~ —~ ZnSO, cu mt i * 5 Fig. 10.1 —_Demonsiragao dos Fendmenos Redox. A — Lamina de Za em Zn$*IM; B— Lamina de Cu'em CuSOsIM. Conexao Eldirica: V— Volimetro: mA —~ Ponte de sel de agar a 3%; © — Conect 0 sistema funcions como uma pilha, onde Zinco (Zn®) € © pélo negativo (cede elétrons) © 0 cobre (Cu), € 0 plo positive (recebe elétrons). A cessf0 de elétrons pelo Zn® o dissolve como fons 2n?* (a massa do Zn diminui, a concentraggo do ZnSO, aumenta) ¢ o fon Cu** (em solugto),re- cube 05 2 elétrons e se metaliza como Cu (a mas- sa do Cu aumenta, a concentraggo de CuSO, di- rminui) Ua reagdo compativel com essa hipbtese, €: 18 Ete 22 Etre ‘Soma Compartimento A Zn? =*2n?* +28 Compartimento B__Cu?* + 28=* Cu? Reagdo Redox Zn? + Gu? Zn?+ Ga? Diversas outras experiéncias provam essa hi- pétese. Uma experiéncia simples indicada pela soma da Reagio Redox é que uma Kamina de zinco intro- duzida em uma solugdo de um sal de cobre, deve precipitar o cobre e dissolver o zinco. Isto realmen- teacontece. Desses resultados sai 0 mecanismo fun- damental de Reagdes Redox. Doagio e Aceitagio de Elétrons 6 0 Mecanismo Fundamental de Reagies Redox 10.1 ~ Conceitos Fundamentais de Redox 1. Redutor e Oxidante ~ Analogamente 20 coneeito de Acidos e Bases: Redutor € Doador de Elétrons Oxidante é Aceptor de Elétrons Ainda, como no conceito de decidos e bases, fendmeno é reversivel: © redutor, a0 perder seus elétrons, se transfor ma em um oxidante: Redutor = Oxidante + Elétron Comparar com o conceito de Acidos e Bases (\. pH e Tampées). De acordo com a TD, pode-se reconhecer em um par Redox qualquer quem € Reduror quem é Oxidant. Redutor 1. Tem mais elétrons. 2. E mais eletronegativo (menos eletropositivo. 3. Tem menor afinidade eletrOnica (tendéncia a perder elétrons) Oxidante ‘Tem menos elérons E menos eletronegativo (mais eltropostivo). ‘Tem maior afinidade eletinica tendéncia a 0 nar elétrons) Ainda mais uma vez, 0 comportamento é se- methante a0 de Acidos e Bases, com relacdo ao acei tar ou doar prétons. 2. Reagdes Redox — As reagdes sempre se passam entre uma dupla de reagentes: um par é Redutor (fomece elétrons), o outro par € Oxidante (recebe elétrons), + Oxidantey + Elétrons 1° Par Dupla [Redator, Oxidant + Elérons (ls Pa Redox | Oxidante + Elérons Redutory 2° Par (Onidante) 164 ‘Como usual, reagdo é espontiinea em um sen: Lido (-AG), e provoeada no sentido oposto (+AG), Essa caracteristicaé dada pelo potencial elétrico dos pares envolvidos na reacéo. 3 Potencial Redox — Como hi troca de elé trons, hd uma diferenga de potencial E envolvida no processo. Essas voltagens sdo determinadas ex perimentalmente usando-se voltimetros especiais, muito sensiveis, Essa diferenga de potencial depen de de varias condi ‘como tem: peratura, concentragio dos reagentes, presso-e,tre- qlientemente, do pH do meio. potencial Redox determina o sentido da rea- lo, Existem tabelas para 0 potencial redox padrao (Eo) de cada reagao. Alguns valores estio na-Tabe- Ia 10.1 través do potencial Redox pode-se saber quem serii Redutor, quem ser Oxidante, em uma dupla qualquer Potencial mais alto (mais eletropositive) ~ Par Oxidante Potencial mais baixo (mais eletro Redutor tivo) ~ Par Assim, na Tabela 10.1, quem esti acima é sem- pre oxidante, quem esté abaixo ¢ sempre redutor. No caso da Tabela 10.1, a platina (Pt) & 0 oxidan- te mais forte, e 0 potissio (K®) & o redutor mais, forte (0 sinal do potencial Redox segue o sentido da reagiio: se € positivo para um lado, € negativo para © outro. Na Tabela 10.1 esté representada a con- vengdo. Nota — Esse sistema € adotado internacionalmen- ‘te, mas nao generalizadamente, Outras con- vvengdes sto ainda usadas, e como o que se convenciona € certo para quem usa, muita confusio existe ma notago Redox. 4. Comportamento de Reagies Redox ~ Va ‘mos considerar uma dupla Redox qualquer, com os pares A e B, que possuem as seguintes ca- racterfsticas: Atte = Ae -0.21V Bites B? 053 V Como se passaria a reagio entre esses compo- nentes? Para isto é necessério: 1. Identificar quem é Redutor, quem € Oxi- dante peeereceeononee: = Tabela 10.1 Potencial Padrio Redox Valores colocados em ordem decrescente Ep = Eo + 0,43 (volts) Fo Ep Oxidante + Elétron Redutor HT pH 37°C 25°C Pets 26° ore +202 +1,60 1/203 + 2H? +2 +H,0 +123 +082 . Fette oFe* +119 +0277 Cut 426° cu" +076 +036 2H* +26" +H,0 [0.60] Fe'*Citate oFe* Cita 030 : Fe’ Hb +e Fe? Hp +0,15 Ag(CN)st 2Ag? +2 CN +012 -031 Deidroascorbato+2H*+2¢° — Ascerbato. H, +0,08 Fe? * Mioglobina + & 2Fe?*Mioglobina —+0,05 Fumarato + 2H" + 2° ‘*Succinato +003, aM +28" + 2e PAM Hy +001 042 FAD+2H*+2e- >FADH 0,06 Piruvato + NH} + 2H" + 26° Alanina 0,13 I Piruvato + 2H" + 26° =Malato 0333 NAD* + 2H* + 2¢ ‘=NADHH* 0334 Zab" +26 wen ~034 — -0,76 SS +2H" + 2e =2SH 0335 = Fe?*, Ferredoxina +e oFe?*,Ferredoxina — —0,83 ‘Acetato + 2H" + 26" ‘wAcetaldefdo =0,60 Nate oN? -2,28 2,71 : Cat + 26° 2c" 248 2/87 Kite x 249-292 a Abreviagbes: _AzM — Azul de metileno oxidado (azul) ‘AZM; ~ Azul de metileno reduzido (incolor) Cit a ~ Citocromo a.Fe? * Hb — metemoglobina (oxidado) Fe?* Hb ~ Hemoglobina reduzida SS— Dissulfeto SH — Sulfidrila Nota; Referencial Padrao: ¢ adotado o do par hidrogenion-hidrogénio (H* *H®), aque vale + 0,43 V em pH7 37°C, e 0,00 V em pHil a 25°C. Quadro 10.1 a Sinal do Potencial Redox x Sentido da Reago $ Exemplos do Cobre e Zinco 1. Aceitagdo de Elétrons 2. Doagdo de Eiétrons Oxidagto Redugto Oxidante + elétron *Redutor E Redutor #oxidante + elétron E, ” ™) Cutt +20 = CM +0,34 Cu? # Cut? +20" - 0,34 Zn?*+2e &Zn® 0,76 Zn® MZa?* +20" +0,76 2. Somar os componentes ¢ © potencial. 0 procedimento é simples: (© componente .mais-clotronegativo& 0 Redutor, esse cago & 0 B que_tem Eo = -0,53. Ble serd.o fornecedor de elé- trons para o par A, que serd o Oxidant. Existem Z métodos para escrever a reagdo: Método 1 a) Escrever a reago com Oxidante acima, ¢ Re- dutor abaixo: Atte” SAS —021V Bite” @ B° —053V b) omar os termos opostos, colocando o Redu- tor no 19 membro, cancelar os elétrons: BO+A* #A°+B* — Sentido Espontineo ~Sentido Provocado ©) Subtrair os potenciais na ordem: ERedox * Foxidante ~ FRedutor Epedox = ~0:21 — (-0,53)=+0,32V O ssinal positive de PRedox indica que, nesse sentido, a reagSo é espontinea. Se Epedox fosse negative, a reago nfo seria expontinea, ¢ para ocorrer, seria necessirio injetar energia (elétrica) no sistema (V. Leitura Suplementar Método 2 2) Colocar o par Redutor acima, na ordem inver- sa da reagdo (doador de elétrons), e 0 par O: dante na ordem direta (aceitagao de elétrons). Redutor B° = B*+e™ — +0,53 (Doagto de elétrons) Oxidante A* +e SA° — 0,21 (Aceitagao de elétrons) ) Somar os termos, cancelando 0s opostos, ¢ so- mar 0s potenciais: Bo+AteBT HAS FRedox=+0,32 Nota— 0 método 2 tem a vantagem de seguir a crdem natural das reagbes Redox. sendo 168 também mais simples. Nao se pode, ape- nas, esquecer de inverver a reagdo de Re- dugao, Exemplos: Exemplo 10 que acontece quando uma lamina de Zn 6 introduzida em uma solugfo de sulfato de Cobre? As reagGes dos pares Redox, sf0 (Tabela.10.1) Zn?*+42e- # Zn -0,76V Cu? +227 = Cu? +0,34V Os potenciais indicam que 0 Zn?* & redutor ¢ 0 Cu? * oxidante. Usando 0 método 2: Zn® + Zn?* +20 Cu? #2e> = Cu? Zn°+Cu?* = Zn?* + 1,109 ‘A reagdo € espontinea. O Zn® iré se dissolver como Zn?*, ¢ 0 Cu? se precipitar como Cu, Esse, alls, & um teste usado em metalurgia para medir a eficiéncia da zincagem de pegas metdlicas. A pega ¢ introduzida em uma Solugdo de sulfato de cobre, © 0 zinco dissolvido, ou o cobre pre- cipitado (ou ambos), so medidos. Exemplo 2-0 par Redox Ce D possuem as ca- racterfsticas abaixo. Como € 0 ba- lanceamento da reagao? Ci#2e- SC F025 Dit+ eS Do +0,46V Pela voltagem, o parceiro redutor é 0 C. E necessério levar em conta a diferenga de elétrons: C usa dois, D apenas um. Basta realizar a equiva Jéncia, multiplicando D por 2. emma 025 2' + 27 = De 40,46 C+ 2Dt C+D? 4021 Notar que, de acordo com a TD, a voltagem no foi multiplicada por dois. E que a voltagem é propriedade intensiva independe da massa do sis tema. A valéncia (némero de elétrons), ¢ proprie- dade extensva,e depende da massa do sistema, Exemplo 3—Nas cadeias biol6gicas é comum re- presentar as reagdes Redox como no Esquema 10.1 angen coe XN Zs a or E como se fosse ae Zn? A doagiio de elétrons esta implicita nas setas ccurvas 5. Reagies Redox com Troca de Hidrogé Allém da troca de elétrons, podem haver reagdes Redox onde hé troca de Hidrogénio, como prétons LH’. Esse é 0 caso mais freqiiente em reagdes biol aicas. Nestes casos, a voltagem da reaglo é de- pendente do pH do meio (ver Tabela 10.1 e Leitura Suplementar), Nestes casos, € necessério haver um. Doador e Aceptor para os protons liberados, que somam-se aos elétrons, e se ligam covalentemente as moléculas. Exemplo 1 ~ Os tis, reagentes que possuem o gru- po SH, se oxidam, espontaneamente, em solugo, para dissulfeto SS. Na Tabela 10.1 temos: SS+2H'+2c+2SH E'y 0235 V. ‘Areagio se passa em presenga de oxi- énio molecular, ito é, de Or dissol- vido na solugdo, que aceita os hidro- s€nios (H*) para formar égua, Usando ‘©método 2, com dados da Tabela 10.1 para SS ¢ 1/2 de O; a 37° e pH = 7, temos: 2SH « SS + 2H* + 2e +035V 1/2. Oy + 2Ht + 20+ HO -13BV 2SH + 1720, + $8 +H,0 +158V Em presenga de catalisadores, essa reago & responsével pela oxidagio de grupos SH para SS, especialmente em pH ligeiramente alealino, entre 7e9. [Nas reagdes Redox com participagio de H*, € evidente que 0 pH do meio, que representa a oferta de Hr, tem grande influéncia sobre a voltagem da reagio. (V. Leitura Suplementar) Exemplo 2 - O NADH? é capaz de reduzir 0 écido asc6rbico (Vit. C). Na Tabela 10.1 te Deidroascorbato + 2H* + 2e-= Ascorbato Hy + 0,08V NAD* +2H* +2e- NADH.H' 034 Pelos dados, 0 NAD'/NADILH' é 0 componente Redutor, e fornece os elétrons e os protons. Escrevendo a Reacio: NADH.H* = NAD? + 2H" —2e- +034. V Deidroascorbato + 2H* + 2e- + Ascorbato + 0,08 V NADHLH' + Deidroascorbato = NAD! + Ascorbato + +042 V ‘Assim, o NADELH* mantém a vitamina C em seu estado reduzido. Nota Outros grupos, como COs, NHs € Or» po- dem participar de trocas Redox 10.2 ~ Redox em Biologia Nota— Este é um dos capitulos mais vastos dos processos bioquimicos. Os aspectos biof sicos para este texto bisico se limitam a tum sumério dos sistemas envolvidos. As moléculas que participam de Redox em sistemas biologicos podem ser agrupadas em $ grandes classes: 1. NAD* ou NADP ~ Sao a Nicotinamida Adenina Dinucleotides (NAD*) e seu Fosfato (NADP). Elas recebem e doam H’, e funcionam como coenzimas de deidrogenases Enzimas su tstrato NADH SS ba + NADHLHY Substrato Reduzido 2. FAD —Flavina, Adenina Dinucleotideo. Sio tam bbém coenzimas de deidrogenases, ¢ trocam por: tanto H*, Possuem cor no estado oxidado. Flavi nna vem de flavius, amarelo, mas existem pig- mentos vermelhos, verdes e de outras cores. O ‘mecanismo é semelhante a0 da NAD* possuem stomos de ferro e enxofre em ligagdo especial (S — Fe), permitindo que o ferro parti- cipe de reagies Redox: 167 Enire essas proteinas estio as ferredoxinas, cencontradas em virias bactérias, ¢ a adrenodoxin. cencontrada no e6rtex supra-renal 4. Citocromos ~ Sao proteinas que possuem um tomo de Fe ligado ao anel de porfirina, mas a0 contritio das hemoglobinas, onde o Fe deve es tar sempre como Fe?+ (para combinagio rever- sivel com 0 oxigenio), nos citoeromos, 0 Fe par- ticipa de mecanismos Redox: F Fe* Ci c +e ‘5. Ubiquinonas ~ $0 quinonas espalhadas por toda parte nos sistemas biol6gicos (ubi, em toda par fe). As ubiquinonas sio lipassoliveis, ¢ partici pam das reages Redox dessas substincias, recebem e doam H' Entre os mecanismos de Redox esté 0 longo caminho da respiraglo aerdbica, a cadeia respira- {6ria, que consiste em compostos que cedem ¢ re. cebem elétrons, & nesse trajeto produzem energia livre. O trabatho € utilizado na sintese de biomo- Jéculas, no transporte transmembrana, ¢ na con- tragdo muscular, que representam cerca de 95% da atividade biolégica. O ciclo de Krebs faz parte dessa longa cadeia respiratéria. (V. Tratados de Bio- quimica.) O elétron pode ir desde 0 acetato (-0,60), termina formando gua com 0 Oz (+ 1,23), dando uum salto de + 1,83 V. ‘Os processos Redox so especialmente ativos ‘nas mitocdndrias, onde participam (entre outras reages), da oxidagio fosforilativa do ADP para ATP. AS urs grandes classes de biomoléculas, glcides, lipides e protides, podem ser oxidados, fornecendo energia. Nos cloroplastos, a fotossintese & também um cconjunto de reagdes Redox, tanto na fase clara (com. ‘energia luminosa), como na fase escura (sem ener- gia luminosa). Nota 1: Reagdes Redox ¢ Catalisadores >A per- ‘gunta mais freqtiente que se ouve sobre Re dox €: “Se um par acima (Tabela 10.1) for mis turado com um par abaixo, a reagao oor ‘A idéia de comparar 0s potenciais leva 20 con- ceito eletrodinamico que flui corrente quando hi diferenga de potencial, e, sendo os pares mistura- dos, a reagio ocorrerd imediatamente (como na li- gaclo de uma pith, 168 A resposta é a seguinte: a reagio € provavel ¢ cespontinea, e pode ocorrer logo em seguida, como no caso do zinco e cobre, pode levar horas ou dias, ‘como no caso do SH com © 0; molecular, ou pode evar tempo indeterminado, como no caso da solu- ‘¢l0 aleodlica de Azul de Metileno (AzM + Etanol), {que fica anos seguidos na prateleita do laboratsrio. A dimenso Tempo no esté nas equagdes TD. A presenga de eatalisadores positivos (V. Catélise € Catilise Biol6gica), € que acelera a velocidade des- sas reagbes. Tragos de iodeto (1°) aceleram violen- lamente a reagio entre sulfato cérico anidrido ar- senioso, O 6xido de platina provoca decomposigiio imediata do H,0,. Os sistemas biol6gicos produ- zem as enzimas, que sio os mais eficientes cata- lisadores que se conhece. Atividade Formativa - AT 10.1 Proposicées Pol P.02- Desenhar a pitha de Daniell modificada, Assinalar 0s fendmenos que ocorrem na experiéncia fundamental de Redox como Ceno (©) ou Emado ©) Passa corrente de A > B ( ). 2 He aoe diferenca de potencial entre AcBC), 3. O compartimento B é negativo ( ). 4, © Zn® perde elétrons ( ), 5. © Cu® ganha elétrons ( ). Na experigncia fundamental de Redox, as observagdes deram origem as seguintes con- clu P.03 Observagiio 1. Passa Corrente A > B 1 2. HA diferenca de Potencial 3a, O Zn® diminui 3b. O Zn? + aumenta 4a, O Cu® aumenta 4b. 0 Cu® diminui P.04— Completar: Redutor € Oxidante & Citar pelo menos duas caracteristicas de Re~ dutores e Oxidantes. P.06— Num par Redox qualquer, o que identifica ‘0: (Completar com a Voltagem) Redutor é : Oxidante € ravel 2, como Fou dias, ‘ou pode asolu- | Etanol), ratoro, TD. A -xélise € P.07— Completar os pares e 0 trajeto do elé- tron na Reagao Redutor = Oxidante + Eltron Oxidante + Elétron = Redutor P.08— Ordenar os pares abaixo em ordem de- cerescente de’ poder oxidante. E, € dado em volts, AJB +e" — 0,34 GIH + e~ — 0,05 MIN + e~ +0,26 cD +e~ +0330 1J+e~ +040 O+e"/P—0,21 E/F +e~ +0,10 K +e7/L +008 QIR +e ~ 0,32 Use esses dados para as P.09 ¢ P. 10. P.09— Usando os dados da Tabela P. 08. Por Eo 0 Oxidante mais forte 0 Redutor mais forte a P.10— Indicar quem é redutor, quem é oxidan- te, nas duplas abaixo. Fazer as reagdes ¢ somar os potenciais. Use 0 método 1, ou ‘© método 2, conforme sua preferéncia. AIBe CID K/LeMIN CDeMIN use a tabela Of e GH da POS EJF e A/B Fe Qik P.11— Use 0 método 2 para resolver as equages Redox abaixo, Dados na Tabela 10.1 Condigdes 1, Fumarato/Succinato ¢ Az M/Az M.Ha 37°, pH7 2, Fe? */Re®*e Zn?*/2n° 25°, pil 3. Pirwvato/Malato ¢ Acetato/Acetaldefdo 37°, pH? P.12— © que é necessério para que uma reagfo Redox ocorra rapidamente? cD S4o temas adequados, entre outros que po- dem ser escolhidos pelos interessados, os seguintes: Princfpios Gerais de Redox. . Resolugdo de Equagdes Redox. Redox em Biologia (com pesquisa bibliogrfica). Catalizador e Reagbes Redox em Biologia (com pesquisa bibligrafica). Redox Leitura Suplementar 10 1, ConvengBes Usadas — Condigoes Gerais Nos textos de Biologia, muitas convengoes s40 ‘usadas para exprimir as condigbes de reaeo. Algu- ‘mas entre as mais usadas: E, = Potencial padrdo em pl =0, a 25, € quando (OxiJ/{Red] = 1,0 molal (0s paréntesisindicam concentracao ativa) E_ = Potencial encontrado em pli = 0, 25C, em quaisquer concentragbes de [Oxil/[Red]. Eg ¢ E estdo relacionados através da equagao de Nernst, que veremos adiante Em Biologia, o pHi de referéncia mais usado 6 7, ou em torno desse valor. A temperatura 6 de 379C. As convengSes propostas so: Potencial padréo em pH geralmente 7, a 37°C (310°K), quando [OxiJ/[Red] 0 molal = Potencial encontrado em pH geralmente 7, a 37°C, em quaisquer concentragBes de [OxiJ/[Red] A equagto de Nernst pode ser usada com es- ses valores, Existem ainda Em. E,, e outros sim- bolos, com significado semethante a Eig e E’ Usa-se ainda, por analogia com AG®, os sim- bolos E° e E®, onde a atividade ionica substitui a concentracdo, 2. Equagio de Nemst A diferenga de potencial que ocorre entre as formas oxidada © reduzida de'uma substan, € daa por RT |, (08) ” [Red] E-E,+ = Cle Universal dos gases = ©K.mol”*) Temperatura absoluta = 293 + t °K) Nimero de elétrons trocados = Gte de Faraday ~ 9,65 x 10* (coulombs. mol!) 31. (Joules. maa 7 169 Multiplicando-se por 2,3, pode-se usar log de B=B° +2,3RT jog (Onil nF” (Red) Nao esquecer de: na forma R&4 ysar o sinal negativo (-). oa Exemplo 3 Qual a diferenga de potencial entre as formas Cu?*/Cu>* em concentra- Ges 0,1 M/0,99 M? Usando-se os dados da Tabela 10.1 sabendo que Cu = Red = 0,01 ¢ Cu = Oxi = 0,99 temos: 831x298 B= 0,7 + 23-831 298 — jog Tx 9,65 x 10" = 0,16 + 0,12 = + 0,64 V Exemplo 4 ~ Numa solugdo, em determinado mo- ‘mento, existe uma concentrago de SS/SH de 1:50 (1 mol/50 moles), € de oxigénio dissolvido/igua, de 1 x 107/55,5 moles. Caleular a dife- renga de potencial da dupla Redox. E possivel calcular separadamente, ¢ somar as voltagens. Para o par SS/SH, SS € Oxi e SH é Red £=-035 + RE tnt nF” 50 -0,35 ~0,10 6V ara o par 1/2 Os/H2O, temos: Pe ee oF = 028 « 4098 B= 4123+ = +13 - AA diferenga de potencial E seré E=EOxi-ERed= 0,94 ~ (0,36) = + 1,30, Esse potencial indica que a rea¢o espontinea 6 no sentido de SH formar SS. Se no biossistema existe mais a forma SH do que SS (50 para 1), hé ‘um mecanismo injetando energia no sistema, para ‘manté-1o reduzido, apesar da oxidagio de O2 dis- solvida. Fssa situagdo ocorre em todos 0s biossis- temas. Notar que o potencial nas condigoes biol6- gicas € ainda mais baixo que nas condigdes padr&es. (V. pig. 167), 170 2.1 ~ SituagBes Derivadas da Equagiio de Nernst Existem quatro situagées de grande interesse. 2.1.1 — Notar que, quando [Oxi] = [Red], 0 termo fica igual a 0, e entdo E = Eo Fase € o modo de calcular 0 potencial padrio E,, colocando-se Oxidante e Redutor em concen- tragbes iguais 2.1.2 ~ Observar que no Equilibrio, por definigdo: quando se considera, por convengdo, a forma Reduzida como Produto e a forma Oxidada como Reagente. Esse é outro método para a medida experi- mental de Eo, 2.1.3 —"Transpondo, na equagto do equilbrio: HEP = 4RT 1n K lembrar que a Energia livre, AG? é AG? = -RTInK Combinande: = nF (condigdes padroes) E também: AG? = ~ nEF (quaisquer condigves) Exemplo § ~ Calcular a Energia liberada no ra- jeto entre acetatofacetaldefdo e 1/20;/H,0, que ocorre nos biossis- temas. Pela Tabela 10.1, a Ey serd: 41,23 ~ (-06) = + 1,83 V A energia padrio serd: 2x 1,83 x 9,65 x 10% =~ 3,5 x 108 Joules:mol ‘ou aproximadamente — 8,4 x 10 ca lorias-mol~ (-84 keal-mol™). EE EReREOU A TERRIER RAO SPemRER AR REDDEORD ORES sinal negativo de AG indica expon- tancidade da reagfo, nas condigoes padrfo de reagZo, apenas V. TD). 3. Redox e pH Quando fons H* participam do mecanismo Redox, 2 voltagem varia em funggo da concen- trago hidrogeni6nica. Esse fato permite a determinagfo eletrométri- ca do pl. ‘A experiéncia fundamental esté representada na Fig. 10.2. Fig, 10.2 ~ Htetrocélula de Hidrogénio. H ~ Hidrogénio Molecular;H* — Hidrogenion; m CConcentragfo Mola Pt ~ Platina; Agar —KCI Ponte Eletrca; A — Cétula Reforencial de HP ;B ~ Célula de H® Desconhecido. A célula referencial de H* (célula A), tem um eletrédio de Pt imerso em solugfo 1 m (1 molal) de H*. A célula B tem a concentragao de H* que se quer medi. Ambos eletrédios de Pt estfo imer- sos em gis Hz, ¢ 1 atm de pressfo. A platina é su- porte inerte para a seguinte reagdo Redox: 12H, #H*+e~ [E, = 0,000 a voltagem, por convenedo, é nula, a 25°C, 1 atm de press4o, e pH = 0. Nesse caso, aplicandose a ‘equagdo de Nernst: (Ha? (ary Notar que, (Hay? =)" =1, a fragto se reduz a Substituindo: RT B=2,3 pH como n= 1,2 25°C, temos: 27g 831x298 B°23 Ty96sxi0" “PH O valor da cifras € 0,059. Entzo: B= 0,059 pit A.37°C, céleulo semelhante mostra que: E=0,061 pH. Nota Em qualquer temperatura, sempre que [H* ]= [Hp ], obtemos o valor de Eo: » RT 22350 pw E= 23> pl Exemplo 6 —Qual o pHi de uma soluggo a 37°C, cujeE= 045 V2 Exemplo 7 — Qual a E de uma solugfo cujo pH é 5,64 37°C, E 061 x 5,6 34 Exemplo 8 —Qual a diferenca entre uma volta. tagem Redox, a 37°C, em pH=OepH=7? E=0,61x7=043V Se E = 0,20 em pH =0, teremos = 063 em pH7 Nos casos de participago de Ht na reagfo Redox, basta medir a voltagem em pH mais conve- niente, converter para o pH desejado. Nota— Nas reagaes Redox onde nfo hi partici pacfo do fon H*, a voltagem é pHtinde- pendente. ‘4, Reverso de Reactes Redox — Voltagem Méxima Pelo fato das reagoes Redox se passarem com uma diferenga de potencial, ¢ fécil reverter essas reagbes pela aplicafo de corrente de uma simples ppilha elétrica. O dispositivo estd representado na Fig. 10.3. Notar que a polaridade da pilha Pe do sistema Redox estd ligada invertida: positivo da pilha no anegativo do sistema. Usandose a Resistencia varlt- m a B Fig. 10.3 ~ Dispositivo para Reversdo de Reagdes Redox P-—Piha; R~ Resistor Varivel; V— YVoitimetro; A — Amperimetro vel R, & possivel ir aplicando um potencial eres. cente ao sistema, e acompanhado o registro da cor rente e da voltagem. O seguinte quadro representa as observagoes: Voltages Apicade Conste Voltagem — Fendmeno pestilha Medida Neda” _Obserado ce oso {Preise 0 Awe osoy {Eee 110 o 0 Nata =190 Boa soso — { Reciitste Za0, {soubilasezo Cu? se o sistema do pardgrafo anterior, e mede-se Eem diversas temperaturas. Com a medida de E, pode- se calcular AH e AS. Com a medida de Eo, pode-se calcular AH® e AS®. Neste caso, [Oxi] = [Red]. 1. Entalpia ~ E fornecida pela relagzo: aH=nFT (8) = aE = nk & -*) onde AE 6 a rmudanga do potencial em fungdo da mudanga de temperatura, AT. Essas mudangas S10 muito pequenas, € exigem voltimetios sensiveis a 10° volts para serem medidas com acuro. 2. Entropia — Usar a relag: as=nr( 5) ‘aT ry ee Ag +HeCi Ag Cl + Hg. 0 valores foram metidos, © eneon- Sehoset niet 1s? 209 259 30% 35° Eee ed aT “10 5 0 +5 +10 Ex1o? 421 438 455° 4,72. 489 AE -034 -017 0 +017 +034 No primeiro caso, a situagdo representa o mé- ximo do curso expontneo da reaeg0. No segundo ‘caso, a voltagem aplicada pela pilha anula o fend- meno, No terceiro caso, a voltagem aplicada pela pilha reverte a reacao 20 ponto maximo, Entre os dois extremos, a reago caminha para um ou outro lado. Notar que o maximo de diferenca de poten: cial é quando a corrente é zero, e a voltagem me- dida 6 também zero. Nesse ponto, o sistema esté em Equilibrio. Entgo, G=0¢ AG = n Euan. Fe Porque Emax. = Eg. Nesse caso, [oxi] = [Red]. ‘A voltagem maxima s6 ¢ obtida em condigdes 4e trabalho nulo, isto é, quando a pitha anula a corrente ¢ a voltagem do sistema. (V. TD). 5. Redox e Temperatura da Reagdo © feito da temperatura permite caloular a Entalpia e a Entropia de uma reaco Redox. Usa- 172 Os valores de T e E da coluna do meio (a 2590), sto tomados como referéncia, Aplicando- se nes formulas valor médio de AB _ EB, -Ey es Br poe, 7387*10 AH= 1 x9,65 x 10° ((298x3,37x 10~*)] ~ 4,55 x 10? = 5.3005 (5,3 kJ) ow cerca de 1,27 keal. AS = 1 x9,65 x 10* (3,37 x 10) = 32.5 5K", 78 cal °K Esse procedimento 6 modo importante para célculo de AH e AS. Qv Atividade Formativa — AT-10.2 Proposigao P.O1— Usando os dados da Tabela 10.1, caloular E nos seguintes pares Redox, em {= 37°C. : Concentragéo . Molar FP*/Fe?* 0,001/1,35 Fe*Cita/Fe?* Cita 0,98/1 x 10* P.02— Uma solucgo de Hemoglobina reduzida, inicialmente 0,1 M, apds certo tempo P.03 P04 Pos — apresenta voltagem de 0,12 V a 37°C. Caleular a relagg0 Hb reduzida/Hb ox. dada que se formou. No equilrio, a Ep de uma reagao Redox € ~ 045 V. Calcular a constante Ke a concentraggo da forma [Oxi) se [Red] 5x 10M, Uma reagéo Redox (2 eletrons trocados) {oj revertida com uma pilha, e acorrente nula. foi obtida com aplicaga0 de um po: tencial de ~ 0,75 V. Calcular AG® da rea- fo Demonstrar algebricemente a relagso entre pH e Redox. Objetivos Especificos do Capitulo 10 {tor Peiniear 1. Deenha 6 deserve experéni fundamen tal de Redon 2. Coneitiar 0 mecantmo de Regox Conciton Fandamentas de Redox 3, ConcituarRedutore Oxidant 4, GarcteiarRedtor Oxidant 5. Esrover Reng Redox om visi formas, 6 Desrever ster ello Potent Redox 4, Saber usar uma Tatela de Oniantes © Red 8, Inia, em dupa Redox, o pat Redtore . o put Ondante 9, Resolver rene em dapat Redox. 10, Saber o extéio de espontaneldade em rx fect Redo. 11, Reser repose Redox com toca de hiro stab, 10.2 ~ Redox em Biologia 12, Desceer algunas propiades das coco cas. ji ses gers de substincas que param de 7 Redox em Biosstemas, i 13, Deserver 0 comporeamento de pares dv pas Redox, em fgto de etal oe, eitus Suplementar LS.10 14, Conhocer alguns simbolos convent us i das em Redox i 15, Ura equagdo de Nest para calcula pac i trot Redox et 16, Deserver a flaps algerca entre Redox € S ai 17, Detentar 0 esquema de dterminagto do pl i por Redox, i 18, Exquematian 0 stema pare reerfo de Res . ges Redon 19, Gitar as condioes de revert de ReagtesRe- ox 29, Relaconar Redox com temperstrs Rex (#,e wando ss relat, cleat Eatin © Entopla de Resp Roaox 11 Solugdes — Métodos Biofisicos de Estudo Espectrofotometria — Cromatografia ~ Eletroforese As solugdes biol6gicas so multicomponentais, i.e., além do solvente fgua possuem um ntimero enorme de componentes. Um extrato celular de ¢gado pode ter mais de 500 enzimas, O plasma san- giineo possui mais de mil substincias, entre fons como Na*, K*, Cl-, HCO; pequenas moléculas como glicose, uréia, creatinina, colesterol, poli cérides, lipides complexos, polipéptides, proteinas simples e conjugadas, horménios, vitaminas, pig- Imentos, dcidos nucléicos, etc. Estudar a composicdo qualitativa e quantita- tiva desses sistemas € indispensavel em biologi (Os métodos biofisicos de estudo permitem separar @ identificar esses componentes, além de permitir estudo das suas propriedades de estrutura e fungdio. ‘A determinag3o quantitativa € também conseguida com certa facilidade. A) Espectrofotometria Consiste em usar o espectro radiante para ins- pecionar sistemas bioldgicos, especialmente solu- ges. No procedimento bisico, um feixe de energis i oferece infor- lade dos com- atravessa a solugio, ¢a sua abso magdes sobre a qualidade e quar ponentes do sistema, Conceitos Fundamentais A energia da radiagdo & medida em nm (na- nOmetros). A faixa mais utilizada do espectro vai . (nn) ‘cont (om) (om) t uta <400 = 400; vi Violeta 400 — 430 415 450) AZ Azul 430 ~ 500 465 500) we col pwl m 550] ferde ee eral tee 600) la Laranja 590 ~ 620 615 650) a Sc a - ‘750! Fig, ILI Espectro Visivel, No UY, nenhuma senajdo. No Viste, (ais rigorosament, ene a fregléncine scor)-NOIV. 20 hi comespondéncia entre o comprimento de onda acor wamente nena sensu, O pica comesponde xo mix de co, 4o ultravioleta (200 nm) até o infravermelho curto (1.000 nm), Para aplicagdes especiais, usa-se até ondas de rédio (ultracurtas), A letra grega b (lambda) €utlizada para sim- bolizar 0 comprimento da onda. Para outros modos de medie 2, veja a LC 11.1, item 1 A faixa do visivel, Lc., aquela que € percebida pelo olho humano, vai de 400 a 750 nm, Nessa fa- xa, nés experimentamos uma gama de sensagdes Visuais denominadas cores. Abaixo de 400 e acima de 750 nm, os seres humanos néo sentem nenhuma sensagio, Portanto, ‘Cor € uma sensagio psicfisica que associa- mos @ um comprimento de onda predomi nnante” . Uma classificagtio prética das cores estd na Fig. 11. AS cores da Fig. 11.1 so cores puras, e suas ‘combinages podem dar 0 incolor ou branco (mis tura de cores que se anulam) ou o matiz, que é uma cor mista, Actedita-se que o olho humano seja ca- paz de perocber mais de 180 a 200 matizes. O ne- gro é a auséncia de tedas as cores, A Cor dos Objetos Por que os objetos opacos (impermeiveis 8 luz) 08 transparentes (permedveis & luz) possuem cor? A resposta est na Fig, 11.2. oraco Luz VERDE LUZ BRANCA FOLHA VERDE TRANSPARENTE wuz Caos VERDE \VIDRO VERDE Fig. 1.2~ Cor dos objetos:A—Optcos refletem su cr Transparent transnitem sus co 176 Aneve € branca porque reflete todas as cores, ‘0 carvio 6 preto porque absorve todas as cores. Co res intermedidrias representam a absorgdo diferen- cial de luz branca: alguns comprimentes de onda slo mais absorvides do que outros. Outra nogo importante é a de cor e pigmen- to, Chama-se cor ao espectro de Energia radiante, © pigmento a qualquer Matéria que dé sensagdo de cor. Um feixe de luz azul é cor, uma mancha de tinta azul é pigmento. As cores somadas, se anu- Jam, dando o branco. Os pigmentos somados, dio ‘o megro, Na pritica, esses dois termos s30 agrupa- «dos como cor, mas ha diferenga: um é Energia, outro 6 Matéri. Luz Monocromstica (MC) ‘A luz usada em experiéncias e medidas es- pectrofotomeétricas 6 a chamada luz monocromética (monos = um; cromos = cor). A luz monecromética € pois a de um tinico comprimento de onda. Na pré- tica, a luz cuja faixa vai de 5 a 30 nm, em média, & considerada de boa qualidade monocromitica. Uma luz verde de 535 + 5 nm & mais monocromética do que se fosse 535 25 nm, Quanto menor o espa- Thamento do espectro, melhor a monocromaticida- de, Essas relagdes estio representadas na Fig. 11.3; INTENSIOADE 500 55060050 ‘\, COMPRIMENTO DE ONDA Fig. 1.3— Eypalhumento da Luz Monocromstica, Ae B— Lz monocromstic verde A~ Faia sel, menor espalhamento,B~ Faia larga, maior éspalhamento; Ce D~ Luz monecromstica ‘vermelha, como mesmocomportamento Por que f Necessério Usar Luz Monocromética? ~ Essa pergunta é fundamental em Espectrofoto ‘metria, e compreender a necessidade de seu uso, & entender o principio basico das dois métodos mais gerais de emprego da espectrofotometria, i CUBETAS COM A MESMA SOLUGAO-TESTE Luz Mc. 50 VIOLETA t—-10 A Fig. 11.4 ~ Absorgto diferencial de uz monocromitica Luz MC Absorgio —Transmissfo A Violeta 40% 60% B Verde 90% 10% C Amarela 55% 45% Existem duas raz6es para usar luz MC: a quali- tativa, ea quantitativa. 1, Razdo Qualitativa 0 inico modo de saber quais as cores (com- primentos da onda), que sf0 absorvidos, é passar luz, MC de virios comprimentos de onda, uma de cada ver, através da solucfo teste (Fig. 11.4). ‘A experigncia da Fig. 11.4 indica claramente comportamento da luz MC usada, Por exemplo, para se medir a soluedo teste, deve-se usar Iuz MC verde, que € 90% absorvida (Fig. 11.4 B), e pro- porcionard grande sensibilidade & medida. A luz Violeta, ¢ a amarela (Fig. 1.4 A e C), nfo sto ade- ‘quadas, porque sf0 pouco absorvidas. E possivel ‘obter comprimentos de onda que sejam “especi ficos” para certas substincias. (V. também Curva de Absorgdo spectral). Luzmista 50 Fig. 115 ~ Absorpdo da Luz NAO Monocromtica. Foi ‘sada a solugso teste da experincia anterior ‘luz espiria &§5% transmitida, Luz Mc AMARELA 2, Razio Quantitativa Quando se est medindo a luz absorvi passagem de energia nfo absorvida ird prejudi Jeitura, dando um resultado alto falseado. Essa Juz. nfo absorvida, conhecida como luz espiiria, est representada na Fig. 11.5. Observase que o componente MC da luz mixta € fortemente absorvida (90% — Absorcio, 10% — Transmisso). Mas 0s outros comprimentos de onda passam em grande quantidade (45% — Absorgd0, 55% — Transmissto), falseando comple. tamente'o resultado. fundamental usar luz MC que seja a maior parte absorvida, para determinar a presenga de luma substancia em solugzo. Modos de Usar a Espectrofotometria Os métodos mais freqlentemente usados com- preendem a Espectrofotometria de: A) Absored B) Emissfo, ©) Fluorescéncia e D) Absorgio At6- mica. A) Espectrofotometria de Absorgio B 0 processo fundamental. Consiste em passar ‘um feixe de energia radiante através da solugfo, ¢ ‘medir sua absorgao. Instrumentago e Equipamento — 0 aparetho usado é 0 espectrofotdmetro, que deve ser capaz ae 1 — Produzit luz, monoeromética (luz MC).. 2 — Medir a luz absorvida pelas solugdes. Para isso, basicamente, é constituido e opera como na Fig. 11.6. AA forite de luz tem seu feixe focalizado peio colimador (C) sobre um prisma de quartzo, A fuz & iro] siPaba co PRISMA, ‘SELETOR CUBETA FOTOCELULA GALVANOMETRO 'MONOcROMADOR Fig. 11.6 ~ Esquema do Empectrofotimetzo. (Veja 0 texto). decomposta em ultravioleta (UV), violeta (Vi), azul (Az), verde (Ve), amarelo (Am), laranja (La), vvermelho (Vr) ¢ infravermelho (IV). Uma fenda se- letora escolhe uma fina porefo desse espectro como Iuz monoeromética (luz MC). A luz MC pas- sa através da cubeta que contém a soluego, e parte 6 absorvida, parte transmitida. Uma fotocélula aco- plada a um galvanémetro mede a luz transmitida. AA diferenga é a luz absorvida. O galvandmetro tem uma escala especial de 0,0 ¢ 2,00, que indica lei turas lineares, i.e, aritmeticamente proporcionais 2 absorgdo da luz. As fontes de luz para ultravio- leta sf geralmente lampadas de hidrogénio, ou de deutério. Para o visivel e infravermelho, limpadas de tungsténio ¢ irradiadores de cerdmica sfo usa- dos. A decomposigfo da luz ¢ feita,além de pris mas, por grades de difraggo. Um método simples de obter luz monocromitica & usar filtros, que sf0 pedagos de vidro colorido especiais, que deixam passar luz da sua cor. A luz MC dos filtros & de ‘qualidade inferior & dos prismas e grades. Essesfil- tros de absoreo podem ser combinados a camadas de interferéneia, que melhoram sua seletividade. Para o IV longo, usamse cristais de NaCl como ‘monocromadores. As cubetas so de vérios forma- tos, mas a cubeta padrdo tem trajeto otico de 1,00 em. (Fig. 11.7). Modo de Operar o Espectrofotometro Uma medida tipica ¢ feita assim: coloca-se uma solugfo suporte na cubeta, acertz-se 0 zer0 do salvandmetro. Colocam-se depois solugdes padroes wz 8 Fig. 11.7 — Cubeta Padrfo: A — Forma usual; B ~ Trajto 178 e medese a absoreZo. Por tiltimo, colocase o des- conhecido e mede-se a absoref0..Pelo conhecimen- to das absorcdes padroes, éficil caleular a concen- tragZo da soluezo desconhecida. ‘Usos da Espectrofotometria de Absorao Os usos principais sto: 1, Determinagfo de quais comprimentos de ‘onda sto. absorvidas pelas substincias. ‘Obtémse a Curva de Absoreao Espectral 2. Determinagto da concentragdo de substin- cias. Obtém-se uma relagao entre a Concen- tragdo © a Absorggo luminosa, Curvas de Absoreio Espectral A substancia 6 colocada na cubeta, ¢ os com- primentos de onda do UV até o IV vio sendo pas- sados, e a absorgGo de cada faixa 6 medida. Faz-se um grifico de Comprimento de Onda x Absorga0. Alguns exemplos estao na Fig. 11.8. PROTEINAS Acioos 20 NuctEICOs 19} ‘ABSORGAO a 220 240 260 280 300 220 240 260 200 300 400450500 650 600 650 700 3 Fig. 1.8 ~ Curmas de Absorgfo Espectal. 1 — Protefnas no ultravioleta; 2 ~ Acidos Nucléicos no ul- ttaviolets; 3 ~'Corantes histlégicos no wish vel. A'~ Auramina (aparclo); B~ Vermelho netitro; C ~ Azul de eres brilhante;D ~ Ver de malaquita, crstes reeeuses semeseqnns 100800008 Segebnnne seoneneenes sepssnnngeonERnenotesononnOeteteeeneL tessceseense A curva da Fig. 11.8.1 & a de uma proteina no UY. Note-se que ela tem um pico de absorgao em 280 nm. A Fig. 11.8.2 é da absorgao de dcidos mu- eléicos também no UV. Elas apresentam pico ca- racteristico em 260 nm. A Fig. 11.8-3 é de alguns corantes histologicos na faixa do visivel. A curva de absorgao espectral permite duas coisas: 1. [dentificar substincias ~ As curvas so uma espécie de “impressio digital” das substin cias, e earacterizam a presenga desses com- postos Tdentificar grupamentos qufmicos — Certos grupamentos como COO-, NHS, imidazéis, etc. apresentam curvas espectrais ca: racteristicas, especialmente na faixa do IV. (Veja Leitura Complementar 11.1.) 3. Indicar a pureza de substancias ~ Quando a curva obtida se afasta do esperado, im- purezas podem ser suspeitadas na solugao. 4. Indicar os comprimentos de onda para do- sagem da substancia — Para dosar uma subs- ‘ncia, tem-se que escolher um comprimento de onda que seja absorvido especificamente. Fig. 118, vemos que: para dosar pro- tefnas, devemos usar Iuz de 280 nm; para cidos nucléicos, de 260 nm, e para dosar a Auramina, azul de 420 nm, para o Azul de Cresil Brilhante, podemos usar 640 nm, € como uma segunda escolha, 590 nm, onde hd um pico secundirio de absorgio Gig. 11.83-0. Como ja abordamos na introduc, pode-se observar na Fig. 11.8.3 que as substincias possuem cores diferentes daquelas que absorvem. Costuma- se chamar de par complementar a essas cores ab- sorvidas x exibidas. Assim, o verde € considerado complementar do vermelho, ¢ vice-versa, O mesmo se diz da dupla azul-amarelo, Essas relagies $0 apenas aproximadas. ‘Veja também a Leitura Complementar 11.1 Determinagio da Concentragio de Substincias Este € um dos métodos mais sensiveis e preci- sos para a determinagao de componentes de solu- lo. Consiste em medir a luz absorvida. O princf- pio geral da absorgao de luz é 0 seguinte: ‘Quanto mais choques entre o feixe de Ener- gia e a Matéria absorvente, mais Energia € absorvida”, Esse principio esté representado na Fig. 11.9, Ace Be se verifica em funcio de dois fatores, tra- jeto dptico e concentragé I. Quando 2 concentragao da substancia & cconstante, a absorgiio depende do compri- ‘mento do trajeto 6ptico (lei de Lambert, uz wz a —)— Fig. 1198 2. Quando 0 trajeto éptico constante, a ab- sorgdo depende da concentragao (lei de Beet). Luz Luz zl &2 Fig. 11.98 Combinando as duas leis, Absorgiio € propor- cional ao trajeto éptico e & concentragio: Aatc Introduzindo uma constante experimental de proporcionalidade, E, « proporgdo vira igualdade: A 1c ‘Tomando ¢ como constante, e igual a 1 em: EC Isto significa que a Absorgdo (A)* € rela nada a uma constante experimental E, chamada Coeficiente de Extingao, e d concentragio da subs- tncia. O valor de E € obtido usando-se solugbes de concentracao conhecida: no hd célculo teérico para E. Uma vez conhecido o valor de E, basta obter A do desconhecido que se calcula C. A aE: Exemplo 1 — Determinacio Experimental de E — ‘Uma proteina em concentragio 2.5 x 10M é colocada na cubeta e sua ab- sore (A) a 280 nm é achada 0,85, A 085 CTS 4 x 103 (A-tmot * Costuma-se denominar a Absorga0 por em (Aven!) de Absorbdncia, Absortividade ou Absorvéncia. Ne- ‘nhum nome diz além de Absoredo, na linguagem colo aquial 179 O valor de E & registrado como: EM M, = 34x10? € significa que € 0 coeficiente de ex- tingo molar lido a 280 nm, Exemplo 2—Determinag0 Experimental de E — Uma soluggo de glicose com 0,05 gi 6 aquecida com o-tolidina e de- senvolve-se uma cor verde-azulada. A cor é lida em 650 nm, e A =0,42. Caleulo de E: oa 005 Registra-se o valor de E como mg% 4 xomplo3-Sabese que uma proteion_ tem eM = 34x 10°. Umextetodesa prosinamosta Abioreo em Born de 07 Cale us sone io oa? Fax 1,38x 104M Exemplo 4—Solugdes de glicose de concentra fo desconhecida foram reagidas com O-tolidina e as absoredes a 650 nm foram: Solugdo 1 — 0,38; solugao 2 ~ 0,69; solpcfo 3 ~ 1,20. Caleular 2 concentragdo de glicose, 2 ara Ca = Gop = 0,082 mgr 1,20 Cy =F = 0,14 meh Fator de Calibrago e Ourva de Calibragio Na prética didria, para fins cnicos ov que nfo exigem conhecimento desss fatores absolutos, po dese determinar a concentraeao de substancias partir da comparagao com concentrap6es padroni- zadas, Neste caso, pode-se usar cubetas ellindrica, que sf0 muito mals baratas do que as cubetaspa- dro. O process & to seguro quanto 0 outro. 180 8) Fator de Calibragao, f Quando a relagao entre Concentrago e Absor- ¢f0 6 linear, calcular-se 0 chamado fator de calibra- fo: = Concentragfo do Padrfo ‘Absorgio do Padrao Agora, basta multiplicar a Absorgao dos des conhecidos pelo Fator de calibracfo, que as com centragbes sfo obtidas: CHAxt Desde que, padrao ¢ desconhecido, sejam tra- tados do principio ao fim, nas mesmas condigbes, ‘o método ¢ valido. Exemplo 5 —Uma solucao de glicose de concentra- ¢f0 0,05 mg% foi reagida com o-tol dina e a cor resultante foi lida em 620 nm. Registrouse A = 0,33. Des- conhecido foi tratado de modo simi- Ir, ¢ obtevesse A = 0,90. Qual o fa- tor de calibragao e a concentragao do desconhecido? Calculando o fator: 0s 133 ous Usando o fator f para calcular © desconhecido: C=Axf= ,90.x 0,15 135 mg% Esses fatores costumam ficar invaridveis por tempo indefinido, e alguns laboratérios confiam em determiné-los raramente. Nao & boa medida. Para maior seguranca, os fatores devem ser deter- minados freqientemente, e melhor ainda, usando padres em duplicata e de diferentes concentra- ges. Assim, pode-se escolher um valor médio, ‘mais verdadeiro, para o Fator de Calibragzo. ) Curva de Calibrago Quando uma substincia nfo segue a lei de Beer, ie., a Absorefo ngp é linear em funcfo da concentragto, nfo se pode usar fator de calibraga0 nem coeficiente de extingxo E para dosar essa substancia. Nesses casos, recorre-se & Curva de Ca- ibraggo. A Curva de Calibragfo 6 obtida com a lei- tura da absorgdo de padres de varias concentra- 1. Fotometria de chama ~ Usada exclusiva- ges, como mostrado a seguir mente para cétions, que quando so aque- 2 Aor cidos emitem luz caracteristica. © prinei- ain Exemplo 6 ~ Uma série de solugdes-padrio de pio do método esté na Fig. 11.11 urgia, contendo 1, 2, 3, 4 e 5 mg% A solugio a ser analisada € gotejada ou vapori- foram reagidos com diacetilmonoxi- zada no queimador, em alta temperatura, Os ‘ma, gerando uma cor amarelo-aver-_eétions emitem luz, © Na’, luz amarela, 0 K*, ver- melhads. Esses padroes foram lidos melha, o Ca2*, avermelhada, ete. Um filtro seiecio- em 430 nme os valores obtidos esto na o comprimento de onda (cor), do metal que se abaixo (Fig. 11.10). quer dosar. A luz especifica, que € proporcional 3 : coneentragio do emissor, estimula a fotocélula, que 1 0,50 aciona o galvandmetr. , Esse método € bastante usado para determi ® con i 0.40) nagio do Na*, K* ¢ Ca, mas estd sendo suplan- 5 | o tado pelo fotdmetro de absorgiio atémica (veja i 3 0, adiante), ra 30 2. Fluorimetria — A excitagiio é feita com luz, 3 geralmente UV, e a luz emitida pelas subs- ‘ @ 020 tancias que se excitam é medida. Como ses, | nesse processo de excitagao os compostos 0,10) ‘orgiinicos nao so destruidos, esse método 0 € muito usado para a determinacdo de vita- Ot 3-3-0 ‘minas, neurotransmissores, e outras subs- Cc. CONCENTRAGAO Fig, 1.10 ~ Curva de Calibeagto(V. Text) O caloulo do desconhecido faz-se graficamen- {c, por interpolagio dos valores obtidos na curva de calibracdo. Por exemplo, uma solugdo de uréia mo.- wou A = 0,30, Pela leitura grifica, C = 2,5 mg! A espectrofotometria de absorgiio € um dos métodos mais utilizados em Biologia, tfinciasfluorescentes, O fluorfmetro pode ser bastante sofisticado, havendo um monocro ‘mador para escolher 0 comprimento de onda excitador, e outro para selecionar o compri mento de onda emitida (Fig. 11.12) A substincia a ser analisada € colocada na cubeta C. Através do Excitador escolhe-se um com primento de onda que sabidamente excite a subs- Uncia. Esta emite luz (Fluorescéneia F), que é re- colhida pelo prisma do Analisador (PA), que decompe a luz emitids, A fenda seletora do ana- B) Espectrofotometria de Emissio lisador (FA) permite escolher um comprimento de onda especifica da substincia que se quer do- Neste tipo, o sistema biol6gico 6 excitado, € emite luz*. A luz caracteristica da substancia cemissora, Pode-se reconhecer ¢ dosar substincias: » Ver Leitura Comple GALVANOMETRO c FILTRO — FOTOCELULA queimapor Fig. 1.11 ~ Principio clementardofotmeto de hams. § - Solu: Q- Queimador: C- Colimador; F— Ftocul: G-Galvanomee, 181 G-Galvandmeto (eres, sar. A quantidade de luz emitida, que € proporcional 2 concentrago da substincia, € medida pelo con- junto Fotocélula (FC) ¢ Galvanémetro (G), Fotometria de Absorgi0 Atomica Baseia-se no fato de que os metais absorvem ‘0s mesmos comprimentos de onda que emitem. Assim, uma lampada de sédio tem sua luz amarela absorvida preferencialmente pelo vapor de s6dio. ( espectrofotémetro esta na Fig. 11.13. A limpada emissora é do metal que se quer determinar, e emite, portanto, luz especifica. Exi tem limpadas para quase todos os metais de inte- resse. Na cubela de circulacZo, a solugdo a ser do- sada é vaporizada, de preferéncia em alta = |L__5p" Espeeuesuorimto. LL mpd; ~Colimador: PE~ (C~Cubeta:F—Flurescénia; PA Prism do analisor: FA ~ Fea seltoa do analisader; FC~ Fotos , uy curro & > & UV LONGO A toc PE FE y Pa | EXCITADOR 8 3 CoyFA | 3 & Prisma do excita; FE Fenda sletora do excita mostra, ¢ continuamente circulado. Para a dosagem de Hg é 0 método de escolha, especialmente em es- tudos de poluigo ambiental Atividade Formativa 11.0 Proposigies: O1. Descrever o espectro radiante usado na es- pectrofotometria (até 30 palavras). 02. Conceituar: Cor e Matiz. 03. Em um laborat6rio totalmente escuro, um fei xe de luz azul é langado sobre uma série de placas coloridas. Qual seriam as cores perce- bidas pelo observador? temperatura. Se nesse vapor estiver 0 metal dalam- CoRDAPLACA pada, a luz seré especificamente absorvida, Esse REFLETORA | Pets Yormelbt Vere Amal Branca ‘método é extremamente sensivel e tem grande acu ro, pois 0 vapor pode ser obtido de uma micros- COR PERCEBIDA — ——_ —_ —_ __ VAPOR oo 01 of LJ G CF LAmpaoa De SoLUGio s6D10 VAPORIZADA Fig. 1.13 Fosimeto de absorgo atdmica. Lux ~emitida por mpada do metal que se quer dosar; C-Colimador (CC Caleta de circulasio; FC Foxodla:G~ Galvan, 182 111 nneenene roses enenereesonenns ressesenen reneneeENeS SReneennNPTOSODERRR IORORSOOD pPESETONRRCNTTSNIIN neeenenneweee os, 07. 10. 1. Em um laboratério totalmente escuro, um fi xe de luz € passado através de varios Vidros co loridas, sucessivamente. Através de um deles percebe-se uma cor vermelha. Qual a cor do Vidro € do feixe luminoso? Justificar sua res- posta Definir Branco e Negro. Conceituar luz monocromética (até 20 pala- vras). AAssinalar as luzes monocromaticas (MC) € io monocromiéticas (n. Comprimento de onda (nm) 28025 () 415 10() 500 100 ) 620: 70() 750: 12( ) Apresentar razbes, deforma justificada, do por- {qué do uso de luz MC em espectrofotometra, Desenhar 0 esquema de um espectrofotémett. Deserever 0 funcionamento do espectrofot®- metro. ‘Ao ser submetida a0 espectro luminoso, uma substincia mostrou a seguinte relago entre com- A 12, ‘ABSORGAO Fig primento de onda e Absorgio: ‘nm 400 410 420 430 440 450 460 470 480 490 500 0,00 0,05 0,08 0,60 0,20 005 0,05 0.08 0.25 008 0.05 Fazer um grifico em papel milimetrado: or- denada, absorgdo; abscissa, comprimento de 1 Quais os mais absorvidos? Qual voo® usa- ria para dosar a substincia? Considere as Curvas de Absorgaio Espectral abaixo e responda Sim ou Néo, ou complete: 1,0 A B 0s 0 nM 2 COMPRIMENTO DE ONDA nas 1 —As substincias A ¢ B slo idénticas ( ) 2—As substincias A e B podem ter um grupa- ‘mento quimico comum ( ) 3 ~ Quais comprimentos de onda (aprox.) voc’ usaria para determinar A e B? A B 13, Qual é o principio quantitativo da absorgio de luz? (até 30 palavras). 14, Representar a absorgao da luz em fungio de te ‘emfungio de. 15, Uma substincia tem Ei) = 14 x 10°, Uma so- lugio dessa substancia deu Aggy = 0,31. Calcu- lar C e 16. Uma substancia tem Eiiy = 85. Uma solugdo ilwida a 1:10 dew A = 0,42. Calcular a con: centragio da solugio original (ndo diluida). 17. Uma substincia nas concentragoes de 3, 6 ¢ 9 10° foi tratada com reagente de cor, ea lida em £620 nm. As absorgbes foram respectivamente 0,26; 0,51 e 0,79. Calcular o fator de calibra io. 18, Uma série de padres de uma substincia deu a seguinte relacio entre Concentrago e Absor- gio: C= 025 0,50 0.75 1,0 1,25 mgm A=028 047 056 061 0,64 Construir uma curva de calibrago em papel milimetrado. Quantos mgm" tém trés des- conhecidos com A =0,58, A =0,35. A= 1,08? 19, Descrever o principio da fotometria de chama (até 30 palavras). 20. Descrever 0 principio da fluorimetria (até 40- 50 palavras).. 21, Descrever o principio da fotometria de absor ‘80 atmica (até 40-50 palavras). GD-11.0 A Espectrofotometria pode, globalmente, ser- vir de Tema para Discussdio em classes interessa- das, especialmente em Cursos de Farmécia e Cién- cias Biol6gicas. TL-1L0 1. Fazer Curva de Absorcio Espectral de scido pcrico, azul de metileno e fucsina, no espectro visivel. Langar as trés curvas no mesmo grifi- co, discuti, 2. Fazer a relagio de Absorgo x Concentragao com sulfato de cobre e acide picrico, Qual a diferenga importante entre as duas? 3. Visitar laboratérios elinicos onde sto usados métodos espectrofotométricos, e se inteirar dos procedimentos usados. Espectrofotometria ~ Leitura Complementar -LC-A 1. Outros’ Modos de Expressar a Energia Lum Quadro 11.1 Pardmetros que Medem Energia de RadiagGes Unidade Dimensfo S{mbolo Valor Fatores de Conversfo Micron L x 10m peamx 10> nm = x10? [Angstron L Ao 10718 49x 107 x0 7 Nanometro L am 10°%m_ — A?=nmx10 a NO de Onda ut » emt Lx 197 Frequencia vt t o Ver Abaixo 2. Mecanismo de Absorefo da Luz ~ Relagto entre o Nivel de Energia ¢ a Estrutura Absor- vente. 3. Energética da Absoreto da Luz. 4, Equagfo da Absorgfo da Luz. 1, Outros Modos de Expressar a Energia Luminosa AA energia das RadiagSes pode ser medida em virias unidades. J4 vimos a medida em nandmetros (nm), Podem ainda ser usados 0 Angstron A°, 0 niimero de onda (v), a freqiéncia (f), € 0 micro w. ‘A cenergia da radiagto é: Diretamente proporcional a0 niimero de on- da(v) ea freqiitncia (1). Inversamente proporcional ao comprimento de onda (am e A°). Os valores de cada unidade, e seus fatores de conversto fazem o Quadro 11.1. Para a conversfo de freqiéncia, & necessirio considerar a velocidade da luz no vacuo, = 3x 10° ms”. Basta converte: para a unidade que se quer sar. Exemplo I —Qual a freqiifncia de um comprimen- to de onda de 540 nm? Velocidade C em nandmetros por seg = 3 x 10!7 ams © _ 3x10” ep © SSK 104 St (cclosiseg) Pode-se também, conservar ¢ = 3x 10° ms~ ‘e expressar 0 comprimento de onda em metros. 2. Mecanismo de Absorefo da Luz. Relacfo Entre ‘0 Nével da Energia Radiante e a Estrutura Absorvente Porque ¢ como a luz é absorvida? Porque cer- tos comprimentos de onda (niveis energéticos) sfo absorvidos, outros nto? 194 ““A luz € absorvida quando sua Energia ¢ trans- ferida para uma estrutura apropriada, realizando Trabalho”. Esse mecanismo estabelece uma nitida relago entre a Energia do feixe Iuminoso, e a Energia da estrutura absorvente. Elas devem estar em nivel muito préximo, para que haja transferéncia da Enengia do feixe para a estrutura. . ‘Uma relagdo aproximada esté na Fig. 11.15. ‘A absorgdo da luz deixa o sistema energizado. Pode ocorrer desde simples excitagfo, até ioniza- fo da matéria. Se o elétron apenas oscila, sem deixar seu orbital, o sistema apenas se aquece. Nos ‘movimentos molecalares também se observa aque- cimento do sistema. A absorgo da luz é o meca- nismo inicial das reag6es fotoquimicas, como na visfo e na fotossintese, ‘A transiggo eletrOnica em orbitais internos ‘édios tem mais interesse em fendmenos fisicos ¢ atOmicos. As transigbes externas possuem grande importincia em Biologia. A energia de elétrons repostos na_posigdo inicial € emitida como fluo- resctncia ou fosforescéncia. A primeira dura 10 segunda vai de 10°? 2 varios segundos. (V. Ra- dioatividade ¢ Radiagbes). 3. Energética da Absorg#o e Emisslo de Energia ‘A energia (E) de um tnico foton & dado por: E=h x onde h 6 a constante de Planck, & 0 compri- mento de onda. n= 66x10" Is c=3x 10° ms A= NiVeL DA FENOMENO 4nm MODELOS ESQUEMATICOS ENERGIA. © ABSORVENTE aN RADANTE agamicos r TRANSIGAO ELETRONICA 0,001 - 10 a nro TUNSTAS EROS” Vea @ ey ® A B Cc : . smpees en °)), eo of) Cc é SRE BI @ i ov of}) . Ee c MOLECULARES 2.000 a Mnbecln Anes Bao Qe Qe TDISTENSAO) ww) ae pan as vrei, nterando ene Ii F fu on [ill evel a rN} iro cou na forma integral pritmica |Exponeneial exer |} bs |b | cont Nara de Extingo«€ peulia cr aenene. A oma cin og Sci € a ia pl se ar mF ait = 10 e=2,718 |stituindo: 1 aygeswet | Como 0,43 k é uma constante agrupada, ela é |polizada por E, denominada Constante Decimal [Extingao 043k = E pstituindo: be soe pr 10 ssa é a equago fundamental de absorgio da em suas vérias formas, Essa equagio tem imen- % da luz transmiti- err |. atribuindo weamos 0 estudo da os cae sorgio*. Define-se ec relagio: ingstrons ¢ cm” nlemname yw “Temame x ido a luz & absor- onde lo = 100% passa nenhuma Toy baixa, a energia ssa relagio d4 a absorvida por fo logaritmica Gtais externos seio inc6modo. tas internos Para facile Absorgio (A): “A Absorgiiternos missio, T".) por mol de {6- intos de onda: A =~ log = ~1(20,000 nm mol de ligagoes ou ‘apazes de romper 1 pontes hidrogé- A=log2 =10; 1 de luz incidente. Como To = 100 4 estégos desse 's seguintes Trans- Essa € poil Quando: 20%- 10% i = 100s da equagzo fun- A.absorgio” 121% 7 Sao eutvalont wo ‘Absorbincia, gy Presta a um ‘mene on i#€ aplicages da — Cromatografia, Os métédos cromatogrificos permitem a se- paragfo de componentes de sistemas biol6gicos. principio geral é: “movimentar 0 sistema em condigbes apro- priadas, ¢ separar espacialmente os compo- nentes: a cada componente, uma posigto no trajeto”. (Fig. 11.17). riser Peta do soparago Fig. 11.17 — Principio da Cromatografia — © sistema, reste €aso uma solugfo com 4 components misturados (A, 0, 1X ), ¢ arrstado pelo fesparo através de método apropriado, AS ‘ubstinclas se movem com velocidage dife- fente es teparam. AA separagdo 6 efetuada em sistemas bifésicos: sblidoliquido ou sblido-gis. A fase Ifquida é cha- mada fase mével, solvente ou eluente, a fase slida € a fase fixa, suporte ou matriz. A solugao a ser se- parada ocorre na fase mével, ¢ 0s componentes sf0 Tetardados seletivamente na fase fixa. As forgas que atuam no processo sf0 do Campo EM, como adsorcfo, coeficiente de partilha, afinidade seleti- va; ou do Campo G, como 0 atrito ¢ tamanho das particulas. ‘A cromatografia pode ser feita de vérios mo- dos. Entre os mais comuns estfo as cohunas ¢ as placas (Fig. 11.18), Na coluna que é um tubo cilindrico, a fase fixa é empilhada, bem umedecida, com o solvente. Na placa, aplicase a fase fixa como uma fina cama- da, ou usese um pedago de papel especial. De acordo com as forgas que participam do processo, ‘05 métodos cromatogréficos podem ser agrupados. ‘em $ classes (Quadro 11.2). ‘Uma descrigfo desses métodos gerais pode ser resumida assim: 1. Cromatografia de Adsorgo 8) Mecanismo — Est representada na Fig. 11.19. separando A tem 1 ponto de afinidade pela particula do suporte, 0 separando B tem 2, € © C tem 3. A forga de adsorgdo ¢ pois varié- val. ‘Ao ser passado 0 cluente, o separando A se solta primeiro, seguido pelo B e pelo C. Com forme-o eluente usado, essa ordem de safda pode ser alterada. 187 NiveL DA ENERGIA RADIANTE ALTO. FENOMENO ABSORVENTE trans See once ‘ORGITAIS INTERNOS TRANSIGAO ELETRONICA ‘ORBITAIS MEDIOS ‘TRANSIGAG ELETRONICA ‘ORBITAIS EXTERNOS MOLECULARES OEFORMAGAG (DISTENSAO) DEFORMAGAO (ORGAO) eae MOVIMENTO (ROTAGAO) 4, om & MODELOS ESQUEMATICOS XY . Vcc) @ er ® A B c : ea o)\, ey ®@ Cc : RNR °))) ey ef E Cc i ro RF Ome Oerremn sono Qe Om — niin Owe OO Fig 11.15 ~ Relopto Entre Nivel de Energia da Luz ¢ Estratura Absonvente, A, Wétron Intero Recebe Energia (Ea), 3. Pode ser eetado so energia for suficients.C. Pode apenas vibra. D. Fiétron Méio. E. Elétron Externo, Podem ocorer os meamos fendmenos que em B e C. O: movimentos moleculares se fazem ‘com nivels mais baixos de energia. @ Nucleo atdmico QMolecola v, temos* Boh Onde » a freqiéncia em ciclos por Como = x Quando se multiplica esse valor pelo de Avogadro, obtém-se um mol-equival energia, denominado einstein. c Beqzh & xA jaan a =| 602107 pmol"? 6,02 x 10% p. Kmol"! Esse valor, de 298 kJ.mol? ou 71 keal.mol~, 6 bastante elevado do ponto de vista de realizar ta- rofas biologicas. E energia capez. de quebrar Higa- es covalentes. (V. Atomos ¢ Moléculas). Energias do ultravioleta ¢ Rx sto ainda majores. (V. Radioa- tividade e Radiacoes). 4, Equapio da Absorgio de Luz ‘A absoreto da luz depende da quantidade de material absorvente, em extensio e concentragfo. Fenomenologicamente, depende do mimero de choques titels entre a juz e 0 absorvente. Esse efel- to esté representado na Fig. 11.16. © material absorvente representado, absorve 20% da luz incidente. No primeiro estégio, de segundo nimero lente de Exemplo 1 —Calcular 2 energia de um fbton e de 70%, 4 Iuz incidents, No, prime cris de incidente sf0 abso assum 80%, hae de 400 nen. No segundo estigio, sfo absorvidos 20% dos 80% foton: fncidentes, passam ‘64%, e assim por diante. O B=6pxtors4 22108 = 495110 Te ete can aga art vaines ni = 66x 10°* SEE _= 45 fo que define essa fungdo, para variagdesinfinita- GOxIO7 Joules, Sronte pequanas é: b) 1 einstein: B= 495 x 1071? x 6,02 x 107? = 2,98 x10" Jmol a a> et 20% 100% LUZ TRANSMTIOA, 1% Fig. 1.16 Lacincidemeesecgosbsorvent onde dl é o diferencial da luz que passa, dé es- pessura do trajeto absorvente, h é uma constante experimental de proporcionalidade, ¢ ¢ a concen- tragio do material absorvente, e i € a intensidade inicial da luz. O sinal negativo & para satisfazer 0 fato de que a Intensidade da luz diminui com a ab- sorgio. ‘Separando as varidveis, ¢ integrando entre mites: ; 1a iy ips otefa ‘ou na forma integral Logaritmica _|Exponencial 718. k a Constante Natural de Extingio, e € peculiar & substincia absorvente. A forma em log decimal & ‘obtida quando se substitui e pelo seu valor em po- téncia de 10: 2.718 ... = 10048 Substituindo: Le jooawet Como 0,43 k € uma constante agrupada, ela é simbotizada por E, denominada Constante Decimal de Extingao: 043i Substituindo: Essa é a equagdo fundamental de absorgiio da Juz, em suas varias formas. Essa equacio tem imen- 186 o8 § 888 12 3 4 6 NUMERO DE SECCOES so valor prtico, pois torna desnecessério medir In- tensidades absotutas de luz, Basta medir a relaco, ZL stribuindo um valor fixo@ To. Na prtia, se convenciona fo como igual a 100%. A diferenga é 1. Os eéleulos sao simples, ¢ dao origem a duas escalas de medida: a de Transmissio* ¢ a de Ab- sorgiio*. Define-se como Transmissio (T), a seguinte relagio: L lo onde Io = 100% (constante) e I varia entre 0 (ndo passa nenhuma luz) até 100% (passa toda a luz). Essa relagdo dé origem a uma escala que tem rela- ‘¢2o logarftmica com a concentragao, e & de manu- seio inedmodo. Para facilitar mais ainda, define-se a grandeza Absorgiio (A): “A Absoredo, A, € 0 log negativo da Trans- rmisszo, T™. T% log 1 Io ~logL = + log 2, FI9 eT Jog “2- = log fo og 100 = 10°, log de To = 2. Entéo: A=2-logl Essa € pois a relagio formal entre A e T. Quando: i= 100% Az2-2= A absorgio é nula, 1=1% A=2-0 * Sto equivalentes de Transmitancia, Absorvéncia ou ‘Absorbincia, quando em relagao 20 trajto 6ptico, ge ralmente em : ‘A abbsoreto 6 igual a 2. 1= 0%, A= 2-1og0= A absorgfo € total. ‘A escala til dessas medidas vai até A= 1,5 a 2,0 € a faixa de letura mais exata vai de 0.05 2 014. Devese lembrar que entre A=2e A =8, acs cals se comprime em apenas 1% da luz transmit da! Notar que a expressto de A: 6 a expressfo com a qual comecamos o estudo da espectrofotometria, AeA Proposigdes O1. Converter: a) 600 nm em Angstrons e cm“ ) 5.5 x 10% em=! emnme y 26x 10'* 5" emame w (02. Descrever 0 que ocorre quando a luz & absor- vida. 03. Completar com alta, média ou baixa, a energia Juminosa que voce espera seja absorvida por Transigfo eletrOnica em orbitals externos Transigdo eletronica em orbitais internos Distengao de Moléculas Rotagdo de Moléculas ‘Arrancamento de elétrons internos 04, Caleular a energia por féton e por mol de {6- tons dos seguintes comprimentos de onda: 300nm 800m = 20.000am Compare com a energia por mol de ligagbes ‘moleculares. Quais seriam capazes de romper cessas ligagbes? E de romper pontes hidrogé 05. Um material absorve 30% de luz incident Quanto de fuz passaria em 4 estégios desse ‘material? 06. Conceituar k, 0.43 ke E. 07. Transformar em Absorgdo as seguintes Trans- rmiss0es: T= 80% 60% 30% 20% 10% Mostrar que A= E.lc, através da equagfo fun- damental da Absorefo da luz. 08. GDaLt ‘A Leitura Complementar se presta a um GD para grupos interesados em teoria e aplicap6es da espectrofotometria, 11.2 - Cromatografia Os métcidos cromatogrificos permitem a se- pparacfo de componentes de sistemas biol6gicos. principio geral é: “‘movimentar o sistema em condig6es apro- priadas, © separar espacislmente 0s compo- rnentes: a cada componente, uma posigfo no trajeto”. (Fig. 11.17). Origa Fig. 11.17 — Principio da Cromatografia — © sistema, neste caso uma soluggo com 4 componentes misturados (A, 0, X ), © atastado pelo fapago através de método spropriado. At substincias se movem com velocidade dife- {ete © s soparam. ‘A separagto ¢ efetuada em sistemas bifdsicos: sélido-iquido ou sélido-gis. A fase liquida ¢ ch mada fase mével, solvente ou eluente, a fase slida 6a fase fica, suporte ou matriz. A solugfo a ser se- parada ocorre na fase mével, eos componentes $£0 retardados seletivamente na fase fixa. As forcas que atuam no processo sfo do Campo EM, como adsorefo, coeficiente de partiha, afinidade seleti- va; ou do Campo G, como o atrito e tamanho das particulas. ‘A cromatografia pode ser feta de varios mo- dos. Entre os mais comuns estao as colunas e as placas (Fig. 11.18). Na coluna que & um tubo cilindrico, a fase fixa é empithada, bem umedecida, com o solvente. [Na placa, aplica‘se a fase fixa como uma fina cama. da, ou usase um pedago de papel especial. De acordo com as forsas que partcipam do processo, (0s métodos cromatogréficos podem ser agrupados em $ classes (Quadro 11.2). ‘Uma descrigfo desses métodos gerais pode ser resumida assim: 1. Cromatografia de Adsorgo a) Mecanismo — Esté representada na Fig. 11.19. separando A tem 1 ponto de afinidade pela particula do suporte, 0 separando B tem 2, € © C tem 3. A forga de adsorgdo 6 pois varié- vel ‘Ao ser passado 0 eluente, 0 separando A se solta primeiro, seguido pelo B e pelo C. Con- forme o eluente usado, essa ordem de sa(da pode ser alterada. 187 0s Cromatogriticos — ELUENTE. = Cromatografa em coluna:a coluna contém a fase fina. $ ~ So- luglo-senlo aplicada (16 passol: E — Efluente a ser vsado (2° pessor. A.B C ~ Substincias spare das, T~ Tubos se deslocano. 2 ~ Cromatografi em placa: ~ Placa ou papel; ~ Solugdo aplicada; ben te subindo por caplaidade-A, Be C Substancasseparadas Quadro 11.2 Processos Cromatogrificos Gerais Adsorgz0 Partiga0 Filtragao Fendmeno de superficie, adsor ‘¢fo em particulas inertes, Com luente apropriado, desadsorex0 seletiva: os menos adsorvidos saem primeiro. Coeficiente de partiha. Diferen- ga de solubilidade em misturas de solventes que se deslocam. Os separandos mais soliveis migram mais que os menos soliveis. Tamanho das moléculas versus cavidades no suporte. As molé- culas menores entram nessas ca Vidades, ¢ se retadam. As maio- res saem na frente Troca lonica Cargas elétricas nos separandos e no suporte. As moléculas mais atraidas se fixam mais. As me nos atraidas saem na frente. b) Procedimento — Pode-se usar colunas ou pla cas, (V. Fig. 11.18). Os separandos sfo adsorvidos na superficie da fase fixa, que pode ser pé de carvao, silica, celu- lose, caolim. hidroxiapatita, etc. Ap6s a adsoredo, ‘0s componentes sfo retirados seletivamente por solventes especiais. Os menos fortemente adsor vidos vem primeiro. Com o uso de eluentes ade- quados, é possivel separar e até identificar os com- ponentes. Quando se coloca tinta de caneta em um pedaco de giz, ¢ deixase fluir mistura de etanol e ‘gua pelo giz, pode-se obter uma idéia do processo. 188 Afinidade AtragZo eletiva entre o separan- do ¢ 0 suporte, por enzima ¢ po. A eluiclo € feita por compe. tigao. 2. Cromatografia de Partisdo a) Mecanismo ~ Esti representado na Fig. 11.20. Os separandos A, B e C possuem coeficiente de partilha etanol/agua, varidvel, sendo A>B> C,a ordem de solubilidade no etanol. Quando os separandos s4o aplicados na ori gem (0), € uma mistura eluente de etanol + dgua ¢ feita subir pelo suporte, os compo- nentes se distribuem assimetricamente na fase fixa: dgua fica mais ou menos uniforme, mas o etanol estabelece um gradiente de concentra- Fig. 11.19 Mecanismo da cromatogrfia de adsorsto » GA ~ Grfo do adsorvente; A, Be C ~ Sepa- sandos com adsorgdo diferencia Fig 11.20-Cromatografia. departigio. ‘¢f0: mais concentrado acima, menos concen- trado abaixo. Entgo, as substancias se colo- cam em ordem do coeficiente de partilha: as ‘mais soliveis no etanol acima, as menos solt- veis, abaixo. No caso, A, Be C é a ordem en- contrada. Procedimento — Pode-se usar colunas ou pla- as (Fig. 11.18), mas 0 uso de placas é mais gene- ralizado. A cromatografia de partiha ¢ indis pensivel na identificagao de pequenos com- postos biolbgicos. Os eluentes podem ser as ‘mais variadas misturas de solventes, cada mis- tura servindo a um determinado objetivo. conhecidos para a identificagto de component ‘em misturas: corte-se 0 padrfo com o desconheci do, lado a lad cenriMeTROs Fig. 11.21 ~ Determinagfo do RE No caso da Fig. 11.21, os Re sto: 28 Rat aq 20 Rog “y= 0.56 035 A determinagfo do Ry permite usar padres ubstdncias idénticas migram a ‘mesma distincia, i., possuem o mesmo Ry. 3: Filtragio em Gel a) b) Mecanismo — Esté representado na Fig. 11:22. Existem trés moléculas de tamanho relative A> B>C. A fase fixa 6 formada de parti- culas que possuem cavidades de tamanho mo- lecular. As moléculas maiores nfo penetram nessas cavidades, e saem na frente. As outras moléculas se ordenam pelo seu volume relati- vo, em ordem decrescente de volume, porque penetram no gel, ¢ seguem um caminho mais longo e tortuoso (Fig. 11.22). Procedimento — Podesse usar colunas ou pla- cas (Fig. 11.18), mas 0 uso em colunas é ‘As distincias migradas sf0 muito preciss e efine-se como Rg (Relagdo a frente), a relaggo: Distancia percorrida pela Substincia Distincia percorrida pelo Solvente muito mas freqiente ‘A filtrago em gel também permite a determi- nagto do Ry, com localizagfo tf0 precisa, que se pode calcular a Massa Molecular de substincias, com relativa facilidade, Uma mistura de 7-globu- 189 Seb aS oO Oo @ ORCAS 1 2 3 Fig. 11.24 ~ Resinas troce-fons, Ra — Aninica; Re ~ Ca- tibnica; Rn — Mista, aniOnicas (retém e trocam anions), cationl- fas (retém e trocam eétions) ou mistas (re- tm e trocam anions ¢ cétions). Quaisquer substincias que possuem carga, podem ser separadas, usandose métodos especiais de cluigao (a seguir). Exemplo 1 Uma mistura de proteinas ¢ aplicada uma resina aniOnica. As protefnas sob forma de anion ficam retidas, as catidnicas saem. J4 hé uma separa ‘fo. As proteinas aniGnicas podem < Ser retiradas seletivamente por dois 3 Fig, 11.22 ~ Mecanismo dd filtragfo em gel. A, Be C ~ modos: } Men gl eat eae 1) Aumento da concentraglo de of mat cortoss-s=> Tato medio; == anions (CI~, CH,COO~). Por oh ‘Trajeto mais longo. exemplo, faz-se em gradiente de : NaCl de 0,1 a 2 M. Quando os ay fons CI atingirem concentragfo as lina (Massa_ Molecular 150.000), _alburina competitiva, a8 protesnas va0 se an (MM = 66,000), ovalbumina (MM = 40,000) e lie actin aS coe ee ae is foaina (MM. = 15.000), produzem um. digrema 12 (~) stem pric, a diver za cromatogrifico como o da Fig. 11.23, com a eee sale H 4 ‘y-G na frente, seguindo-se as outras proteinas. 29) Gradiente decresoente de pH. Se % © pH do tampao inicial for abai- xado acaba passando pelo ponto us isoelétrico das proteinas, que Go ‘jesse Momento, com carga efe- - 7 tiva nula, se desprendem. A or 3 dem de sa(da & na ordem decres- ; ne cente do pl. . Exemplo 2—Uma mistura de proteinas ¢ aplicada em coluna contendo resina catinica. oun euueo ‘As proteinas com carga (+) se pren- A eae dm & fase fixa, as anibnicas s10 eli- 23 ~ Filtragfo om gol ~ Ordem de sida: 1° oder radas = Gamaglobulina; 2° ALB — Albumina; 39 ree OVA ~ Ovalbumina; 49 LIS — Lisozima; por re ‘A~ Abrorgio expectrofotométicaa 280 nn, (Na*, K°), p. ex. NaCl de Out a 2M. Também se pode usar gradien- ‘te erescente de pH na soluggo eluen- 4. Troca Konica te. 2) Mecanismo — As particulas da fase fixa Exemplo 3—As resinas mixtas sto usadas para a possuem carga elétrica e retém substincias de ‘obtenco de agua deionizada, pois | ee ea cant ae eae comumente de Resinas (Fig. 11.24) ¢ sto tém anions e cétions. A’égua deioni- — zada ndo 6 substituto para a destila- da, porque substincias sem carga ‘fo sfo retiradas. A. cromatografia troca-fons tem ainda int- ‘meras aplicagoes (V. Textos de Fisico-Quimica). 5. Afinidade ) Mecanismo — Esté representado na Fig. 11.25. A fase fixa, ou matriz, possui grupamentos uimicos que possuem afinidade eletiva pelos separandos, como por exemplo, um substrato Sua enzima O substrato ¢ fixado covalentemente a matriz, € sua cohformagdo especifica fica a espera da molécula M da enzima, Quando se passa nessa coluna, uma mistura de vérias protefnas, ape- nas a enzima se fixa a0 substrato, e as outras saem, A enzima fixada pode ser “lavada”, € depois eluida em forma pura. Pode-se passar ‘uma molécula semelhante a enzima (Eluen- te 1), ovo proprio substrato livre (Eluente 2). Em ambos os casos, por competiga0, a enzima purificada éliberada. We We 11.25 ~ Mecanismo da Cromatografia de afinidade (er texto). b) Procedimento — As colunas (Fig. 11.18) sfo ‘mais convenientes para a cromatografia de afi- nidede. O grupamento reativo deve estar ex- posto. A solucgo contendo o separando é apl cada, podese lavar para eliminar impurezas, € cluir’especificamente. Agonistas podem ser usados para atrair seus receptores. Outra apli- cagfo & a de colunas contendo Hg fixo, que “seguram”” compostos —SH. Colunas conten- do —SH fixo podem reter protefnas com pon- tes —SS, e viceversa: colunas contendo SS fixo podem reter protefnas sulfidriicas (com -SH). A cromatografia de afinidade 6 das mais usadas em Biologia. Atividade Formativa 11 Proposigdes: o1 02 03. 04. 05. 07, 08, 10. Descrever o principio geral do procedimento ctomatogréfico. Fazer um desenho. Citar as forgas que intervém no processo cro- matogréfico. Descrever com diagramas os dois procedimen- tos mais usuals para realizar a cromatografia. ‘A cromatografia é um sistema, onde os componentes sfo deslocados na fae $0 cece ~€ retardados na fa- eens (completar). Uma série de oligimeros de carbohidratos 6 adsorvida em carvlo, eelufda com solug6es de etanol em concentragao crescente. Vooé espe a que 2 ordem de safda seja do’ mondmero para dimero, trimero, etc, ow inversa? Dis. cutir qual seria a ordem de afinidade da adsor. {0 dos carboidratos. . Numa cromatografia de partigfo, a frente de solvente migrou 41 em. A migraggo de com- ponentes foi: A=35cm, B=31em, C= 20cm. Caleular 0 Ry Uma solucdo de acetonasigua (4 +1), 6 usada para correr um cromatograma em papel. Ace: tona sobe mais que a égua (V. Fig. 2). Como se colocariam em ordem, de cima para baixo, 438 substincias A, B e C, cujo coeficiente de parttha acetonajégua é: 08, 0,3 ¢ 0,7 res- pectivamente. ‘Uma série de proteinas com massa molecular ‘A =25.000, B =20000, C =60.000 ¢ D = 150,000 sto filtradas em gel. Qual a or- dem de saida das proteinas? Trés proteinas de pl, A= 4,2, B= 46 € C =5,2 sto colocadas em pH 6,0 e passadas em resina aniOnica. Completar: 1 — Elas se fixardo & coluna. Ceno() Errado( ) Se elas se desprendessem com gradiente de CI, a ondem de safda seria: 1 20 39, 3~Se elas forem eluidas com gradiente de pH, ogradiente seria: Ascendente(/) Descendente( ) ‘Uma mistura de protesnas cujo pl é: A = 5,4, B =5,8, C =6,4.e D =6,7, estfo em tampio de’ pH = 6,0. Se elas forem passadas em uma coluna contendo resinas cationicas, quais fi- cardo retidas? E se a resina for ani6nica? Fa: zer um esquema das resinas e das proteinas, mostrando as cargas elétricas. 191 — Se elas forem retiradas com gradiente de ccitions, a ordem de safda seria: 19__, ———— ~ Para retirélas com gradiente de pH, 0 gra- diente ser Grescente( ) _Decrescente( ) — Aoordem de saida ser wm, 29. 11, Conceituar eromatografia de afnidade. 12) Uma coluna contém grupos —SH fixados a atria. Que substincias voc8 poderiaseparar usando essa resina? ep-n2 A cromatografia como um todo, especialmen- te pata estudante de Farmdcia ¢ Ciencias Biol6- sicas. T1122 Separago, em placas de sfica, de corantes histol6gicos ou de aminodcidos. (Usar laminas de ‘microscopia). Pode-se também separar uma imensa gama de pigmentos vegetais. Filtragdo em gel de hemogto- Dinas € também pritica simples. 11.3 ~ Bletroforese Consiste na separagdo dos componentes de um sistema através da aplicagfo de um campo eléttico. E um dos métodos mais usados no laboratério, tanto na forma fundamental, como nas variantes. ‘Tem indmeras aplicagoes. Princfpio do Método Substancias em soluggo que possuem carga létrica livre, deslocam-se quando submetidas a um campo elétrico de sentido invaridvel. A migrago se faz de acordo com a lei de Coulomb (Fig. 11.26). +Ayt ro1o0 ijt ro10 (+) +04 (-) Fig 11.26 ~ Principio geral 6 eletroforese ~ Separagio (qualitativ. Num retingulo de papel ume- ecido com solugzo eletrolitica, aplicase luma amostra contendo substincias positivas fe negativas na Origem. ApS aplicagto do feampo elétrico, as substincias migram para (0s polos de carga oposta 192 1. Componentes de carga negativa migram pa- 120 pélo positivo. 2, Componentes de carga positive migram para o pélo negativo. Além da separaggo qualitativa de particulas carregadas, 2 eletroforese permite separar parti culas de mesma carga, porém com quantidade di ferente de carga (ainda a lei de Coulomb) (Fig. 112), crac oy 020: 0 dis Fig 11.27 — Principio geral da eletroforese ~ Separago ‘quantitativa ~ Trg protginas og carga cé- ttica diferente: A", BY e C™-, posmuem vlocidade de migagfo proporcional a0 n? de cargas: A>B Fatores que Condicionam a Migrago Eletroforética A velocidade de arrasto das particulas sofre a influéncia de um grande niimero de variéveis: pH domeio, plow pK das substincias, dos eletrditos usados, de interagGes com a fase fixa, temperatura, evaporagdo, movimentos hidricos no suporte, etc Mas em condigoes padronizadas, é altamente reproduzivel, 0 que toma a eletroforese um dos ‘métodos mais usados no laboratério. Como jé vimos em pH e Tampoes, Leitura Complementar 9.1, a8 proteinas s40 anfions, cuja carga clétrica efetiva depende do pH do meio. Esse fato condiciona a migragao eletroforética da pro- teina: 1 — Se 0 pH do sistema é acima do pl da pro- teina, ela tem carga negativa e migra para © pélo positivo (Anédio) (Fig. 11.26). 2— Se o pli do sistema 6 abaixo do pl da pro- teina, ela tem carga positiva © migra para © polo negativo (Cat6dio) (Fig. 11.26). 3— Se o pH do sistema é igual a0 pl da pro- toina, a carga efetiva € zero, ¢ a protefna fica estaciondria. ‘A manipulago desses fatores torna a eletrofo rese um método muito stil. Pela simples variagso do pH, € possivel separar uma proteina de virias ‘outras, ou separar um grupo de protefnas associa- das em seus componentes, determinar o ponto isoelétrico de protefnas, estudar associaggo anti ‘Beno-anticorpo, etc. Quanto maior & a diferenga pH > pl, ou pH < pl, maior € o nimero de cargas negativas, seeseeaneenee cou positivas. Esse € 0 fator que permite a separa gfo de proteinas com mesmo tipo de carga: uma série de proteinas cujo pl é, A= 5,0, B= 5,3, C=5,8, € colocada em meio de pH = 7, elas vio adquitir cargas negativas na proporcao A >B >C, c vio migrar nessa ordem para o pélo positivo. ‘A voltagem aplicada deve ser adequada para separar 0 mais rapidamente possfvel, antes que a difusfo espalhe 0s componentes. Voitagem muito alta, porém, aquece o sistema e prejudice @ sepa ragfo, ‘A concentragdo dos eletroitos (mais rigorosa- ‘mente, a forga nica), deve ser a menor possivel, ‘para evitar “compressso” da carga intrinseca da protefna, e também para diminuir a condutividade do meio: quanto mais corrente elétria, mais calor 6 gerado no processo. Tipos de Eletroforese Basicamente dois: 1, Bletroforese Livre — As substincias sto se- paradas em meio totalmente Iiquido, em uum tubo em U, e os movimentos de con- veegto provocados pela dssipacto do calor ‘exigem aparelhos ¢ instalagdes especiais. E método em desuso 2, Eletroforese em Suporte — As substancias s0 separadas em meio s6lido (pape, ace- tato de celulose) ou semi-solido (gel de amido, ou agar ou poliacrlamida), ¢ perturbagfo causada pela conveces0 € abo- lida, Essa eletroforese tao simples, que pode ser realizada no campo, ¢ até mesmo em casi! A tessitura do suporte, além de impedir a convecgao, ainda diminui a dé fusio dos separandos, facilitando sua com- pleta separagzo. Existem ainda outros processos derivados da eletroforese, que serdo revistos adiante Descrigto do Processo Eletroforético ‘Acompanhe atentamente a Fig. 11.28. Instrumental da Eletroforese £ necessério uma fonte de corrente continua, ‘uma cdmara para efetuar a separago, um densitO- metro para leituras das faixas,fitas de acetato de celulose, corante, sistemas tamp0es. A Fig. 11.28 mostra 0 conjunto necessério para fazer a separa- (fo eletroforética em acetato de celulose. Execugfo da Eletroforese Uma miniscula gota do material biologico é aplicada na fita suporte umedecida com tampfo apropriado, e lig-se 0 campo elétrico. Apés tempo Ferocrawa _ORWGEM igi by Tanrio anne ae Bp Stan cy, MM wim ee gee | D E DESLOCAMENTO 00 FEROGRAMA GERA 0 GRAFICO Fig 11.28 ~ Sistoma para Eletroforese. A) Vista superior: Camara d'Separapfo, compartimonto catédico e anddi- 0, com dus ftas suport. B) Vista lterl-Cimara de separagdo. C) Fragoes de soro sangh neo humna- ‘o separndase reveladas por corante especial ‘D) Quantitagdo das Frapdes. As faixas so cortadas no pontthado e disolvdas em deido acético, a AbsoreZo lida em expectrofotSmetro. E) Densitgmet. A fita corada € desizada numa fenda milimérica de uz, e 2 Absored0 medida por fotocéula. Um com ‘putador analdgico fornece trcado proporcional i quantidade de protefna, eo percontial de cada fra- ‘Ho, lio automaticamente. Este método exige o densithmetzo que é um espectrofotbmoto expecal. 103 adequado, as fragdes estdo separadas, © 2 fita @ corada para revelar of componentes, difani- zada, e as fragdeslidas por eluigfo (Fig. 11.28 D) ou densitometria (Fig. 11.28 E). As fragdes e suas ‘quantidades sto peculiares ao sistema examinado. Aplicagbes © campo de aplicaggo ¢ vasto. Entre os usos mais comuns estd0 0 estudo elfnico do plasma e Tiquido de mamiferos, resoluego de misturas com- plexas de proteinas, écidos nucléicos, aminodcidos, ‘dentificagzo de componentes, determinaggo da ppureza e homogeneidade molecular, determinagao do pl, genética molecular e inclusive determinagzo da massa molecular de macromoléculas. A eletroforese tem grande interesse em vete- rindria, porque 0 soro de animais é caracteristico da espécie, e mostra alterages peculiares em con- digdes patol6gicas. A eletroforese também usada em taxonomia, para classificar espécies, porque cada espécie apresenta um quadro protéico dife- rente, Eletroforese — Métodos Especiais 1. Eletroforese em Gel — O suporte mais use do é 2 poliacrilamida, em tubos (cilindros) ‘ou placas, Adiciona filtragdo pelos poros & separago pela carga. aumentando 0 nt mero de fragdes. Usase também amido, ou agar. 2, Eletroforese com SDS em Gel de Polis crilamida — Proteinas tratadas a quente por Sédio-Dodecil-Sulfato (SDS), perdem a carga intrinseca e adquirem carga negativa constante em relaggo 20 peso molecular. Sfo assim atraidas para o anédio, e podese eterminar seu volume (massa aproximada, por conseqiincia), através da filtragao pelos poros do gel: as proteinas menores chegam na frente (inverso da filtraggo em ee). 3. Eletrofocalizaro — O campo elétrico for ‘ma um gradiente de pH através de uma mis- tura de anfdlitos,e as proteinas migram pa 12 0 an6dio ou ‘catédio, até encontrarem seus pontos isoelétricos, onde estacionam, 4, Imunoeletroforese — Apés a separacto ele- troforética, fazse uma reagao antigeno-an- icorpo, lavase a preparacdo para retirar as proteinas soliveis, e restam os complexos insoliveis An-Ae 5. Eletroforese de Alta Voltagem — Aplica-se uma voltagem alta ao sistema, e separamse pequenas moléculas com rapidez, antes que elas possam se difundir. Com baixa volta- ‘gem, a difusto prejudicaria a separagao. Esse’ procedimento & essencial para ami- nofeidos e polipéptides. Atividade Formativa 11.3 Proposigaes: O1. Enunciar o principio de separagdo de compo- nentes pela eletroforese a) Qualitativo ) Quantitativo Desenhar um esquema do processo, (02. Enumer algunas vantagens da eletroforese em suporte sobre a eletroforese live (03. Exquematizar 0 equipamento para fazer a ele- woforese. 04. Uma protesna purificada mostra duas porcbes na cletroforese. Discutir as stuagoes possiveis quanto & pureza da protefna 05. Uma mistura de protesnas cujo pl é: A = 4,3, B=46 eC =48 € eletroforetada em pli 6,0. Completar: As protefnas sfo anions (_) citions()e mi gram para o anddio( )catédio( ) Acordem de chepada & a 06. Uma série de proteinas com peso molecular ‘A = 50.000, B = 24.000 e C = 150,000 sto tra tadas com SDS ¢ eletroforetadas em gel de poliacrilamida. Qual a ordem de chegada? 07, Uma proteina foi eletrofocalizada e estacio- nou em pH 7,45. Se ela for pura, pode-se su- por que Seja esse o seu pl? Se ela for impura, © que pode estar ocorrendo? 08. Para separar aminodcidos, vocé usaria @ mesma voltagem que serve para protesnas? Discti. 09. Fazer um pequeno levantamento das aplica e0es de eletroforese na sua futura profs. Converse com profssionas,faga uma busca na steratura (até 3a 4 paginas). o-113 A eletroforese como um todo, pade ser utili zada para GD, especialmente em cursos de Veteri- néria, Farmacia e Cigncias Biol6gicas. Lc-113 Separagdo de soro sangiiineo dé grandes ani- mais, em acetato de celulose, pode ser feita em I a 2 horas, e é prética indispensivel em cursos de Ve- terindria ‘Alunos de Medicina podem trazer casos clini cos. Em geral, todos os cursos se inteessam por aplicagoes da cletroforese em suas profisbes. ererrerecnes Objetivos Especificos do Capitulo 11 Espetrofotometsa — Cromatografis— Hitroforse 1141 Espectrofotometin Conceitarepecteofotometes, (Gitar a fata mats usage para as medias es pectofocomettes, oncituar cores faa onde existe exta se xpllearporgu objets, opacos e tansparen tes, posuom ce Difetenclar core pimento, Conceitiar faz manos © ser din pur seu espahinente ower inclusive por digrmas, porque én testo st luz monoctomais,ctondo mo. 2) Quatatvos 5) Ouantatvos Deseever, no eipectoforometo de aor, a fungo de 8) Fonte de uz ')Cobimador )Monoeemador ends lea ikea de amos Deavuncnet Daserer 0 proceso de detemins una Car vide Absa Ee Gite 3 apeagte bs Curva de Aborto Ee post Err «pitino co desu nunc & ei de Lambert ¢ a de Ree, tsando eagaias simples pra isa ets ie Site wt eqn A = EL. para ear tm don parimstie, sndo dads os outos Ser expres coset de abut E evn utes ‘Serer wo Fator de Calg Saber contre war una Cava alr Bocener forometie de emis em 2 mo Fr 1) Fotometia de Cams 2 Fonnetia Desrer 3 Fotomstia de Aborto At 2. Leura Complementar LCL. 19, Saber converter 2) Nuntmeto em Angstrom e microm: ') Nanbmeto em numero de ond ©) Freqienes em mm {9 Namero de onda em fequeai 20, Explicar porque alguns comprimentos don «dango sbsoides, ours a. 21, Relconar 0 nWelenerptco da allagsoe = ‘stu ou fing absorvente 22, Gaels ener deur ton de us, 25, Expat a above da luz por melo de din ‘yams, saber desenbat ogc retante 24, Integers equate de bsorto dar. 25. Esrevere war a forma logattnica ds equa (fo de Transmeta e de Absorgto ds ue 11.2 Cromatognsia 1. Conceitus romstoge 2. Eaunaat 0 pip <2 Separalo cromato gala 3. Ghar as fas da cromatognfia, © suas fur es 4, Desteveravelatamente 0 mado de fazer eo ‘matogai amcolunate paca 5, Desreero mecanie e 0 procsiimento dos inevoseromatopicns de 4) Adsorto 1) Parts. 6) leas em pe 4) Toca nie ©) Afiniade, 6, Responder perunta simples sobre 0 compor: tamento. eomatogdico de substi. nos smétodoe aime 11.3 — Bletroforse 1. Garo concsita de etroforese 2. Enunsiaro principio do metodo 2) Quattro >) Quanttatv 3. Ghar 3 fatoresTscomuiicos que conc fm migra eeteooreies, 4. Relclonat a migraeso de proteinase fun {fo do lec pit o meio, 5. Conceitust letoforese Inte ee spore 6. Desseer,sucatmente,o instrumental da tletrforee,e modo ce execu 0 proceso. 4, Datingatr mstodseetrofretons ene 1 Responder perpunae simples sre comport mento de subtinet biokges na elton 12 Membranas Biolégicas Leitura Preliminar ~ A Célula A-A Célula A célula, em conceito muito amplo, pode ser considerada como: 1. A unidade fundamental dos seres vivos. 2. A menor estrutura biol6gica capaz de ter Vida aut6noma As células existem como seres unicelulares, ou fazendo parte de seres mais complexos, os pluri- celulares Com relagio a suficiéncia de alimentacao, os seres vivos, e também suas células constituintes, se dividem em duas grandes classes: 1, Autétrofos ~ (auto, por si mesmo; trophos, nnuttigdo). Aqueles que sintetizam todos os componentes moleculares que precisam para 2. Heterdtrofos — (heteros, diferente; tro- hos, nutricZo). Aqueles que necessitam re- ceber algumas moléculas (ou precursores), de outros seres vivos, ou de outras fontes. As algas verdes sJo um exemplo clissico de aut6trofos e a Entamoeba coli, de heterstrofo, A Euglena viridis, em presenga de luz, € autotr fem auséncia, heterotrdfica. Os virus niio sto célu- las, e utilizam parte da maquinaria de eélulas hos- pedeiras para se reproduzirem, As células, tanto de seres vivos uni, como plu- ricelulares, so classificadas em trés tipos ger de acordo com o refinamento estrutural 1. Procariéeitos ~ As mais rudimentares, sem membrana nuclear, 2, Bueariéeitos — As mais sofisticadas, com ‘membrana nuclear 3. Fotossintéticas ~ Desenvolvimento inter- mediério entre as precedentes. Utilizam Energia Radiante para sintetizar biomo- viver. léculas. Quadro 12.1 Estruturas Celulares Procariécitos Eucariécitos Fotossintéticas Parede celular Parede celular Parede celular Membrana citoplasmética Membrana citoplasmética | Membrana citoplasmética Niicleo indefinido Nicleo definido Niicleo definido Ribossomos: Ribossomos Ribossomos - Reticulo endoplasmatico | Reticulo endoplasmatico - ‘Mitocéndrias Mitocdndrias = Lisossomos - - Peroxissomos = — Complexo de Golgi = _~ = Cloroplastos - = ‘Vactiolos Citosol = a Grinulos de depésitos = = Quadro 12.2 Composicao e Propriedades de Estruturas Celulares Procariécitos Eucari6citos| Fotossintéticas Parede Celular | Polissacar(deos ligados a | Mucopolissacdrdes dcidos, | Fibras de celulose coladas| polipeptideos. Lipopolisa- | glicolfpides, glicoprotef- | com polissacarideos e pro- carfdeos. Protege a célula | nas. Tem propriedades li | teinas. contra meios hipotdnicos. | gantes com outras células. | Resisténcia osmética e me- Confere antigenicidade es | Tem compatibilidade e es | cAnica. pécieespecifica pecificidade célula-seme- Thante. Membrana Similar 4 anterior, com | Similar & procariocitica. Citoplasmética | (45%) e protesnas (55%). | mais diversficagto de lipi- | Hidrofobica, seletivamente E altamente hidrofébica, | des e prétides. Altamente. | permedvel, tem transporte seletivamente _permedvel, | hidrofobica, seletivamente | ativo de fons. Algumas en- possui poros. Usam energia | permedvel "tem sistema | zimas encravadas. AG para produzir ATP. | para transporte ativo de fons, ¢ diversas enzimas cencravadasna dupla camada lipfdica, que exercem vé- rias fungoes. ee amesaneeansipeperventigepentes: Nicleo Limites no definidos, sem | Nacleo tem membrana nu- | Semelhante a eucariécit. ‘membrana nuclear. DNA | clear. DNA & combinado a possui informagbes genéti- | formando cromossomos. 0 as para RNA. rnuciéolo possui RNA. Na 1 replicagfo, DNA se auto- 7 replica q i: Ribossomos | Dimero de 50S + 30S. Sf- | Maiores e mais numerosos | Semethante a eucariécito. ' tio da sintese de protef- | que nos — procariécitos. t nas, RNA m se fixa entre | Majoria ligada ao reticulo : as duas unidades endoplasmdtico, ¢ 0 resto Ss livre no citoplaima. Sinte- 7H se de proteinas nos dois sf tios. THOSE rem ROT es Mm NEE T ENE ye Sen ERENT Eye Reticulo - ‘Membrana nica forma cis- | Semelhante a eucariécito, Endoplasmatico ‘ternas que se intercomuni- cam através de todo 0 cito- i plasma, ¢ se abrem para 0 exterior da célula. Sitio de localizaggo dos ribosso- ‘mos, que sintetizam pro- teinas para o interior das cisternas. F Demis ‘As mitocOndrias sg0 as usinas de energia das células eucariécitas ¢ fotossintéticas, produ- Estruturas | zindo ATP através da oxidagdo de alimentos. Os cloroplastos convertem energia eletro- ‘magnética em energia “quimica” (ATP, energia elétrica potencial). Os lissossomos contém enzimas hidroliticas,e servem como digestores na pinocitose (peinos, fome; citos, efula), que é a penetracto de particulas na célula através de rearranjos na membrana citoplasmiti ca. Os peroxissomas, contém enzima oxidativa ¢ produzem 03 ¢ H,0. O aparelho de Golgi excreta proteinas para o exterior da célula, Os vacdoles contém vérios subprodutos das fungbes celulares vegetais, ¢ 0s grimulos de depésito armazenam combustivel nas célu- las procariécitas. Os procariécitos sfo as menores células conhe- ‘idas, ¢ compreendem as ricketsias, espiroquetas, certas algas ¢ as eubactérias entre outras. Os euca- ri6citos sfo muito maiores, e compreendem os fungos, protozodrios, algas superiores, ¢ a8 célu las dos seres superiores, tanto vegetais, como ani- mais. As fotossintéticas sfo células vegetais, em sua maioria, e produzem glicose e amido, utilizando cenergiaradiante. ‘Todos os trés tipos possuem membrana cito- plasmitica, que envolve o citoplasma, e parede ce- Iular, que envolve a membrana, Um resumo das estruturas componentes dessas\células est no Quadro 1. B— Membranas Biologicas 1. Conceito de Compartimentagio No espago sem barreiras, as trocas de Energia ‘¢ Matéria se fazem livremente (Fig, 12.1 A). A pre- senga de uma barreira qualquer (peneira, papel de filtro, papel celofane), Seleciona o transito pelo ‘tamanho dos transeuntes (Fig. 12.1 B), mas pode haver passagem livre pelos lados. Se, porém, parte do espago € completamente envolvido pela bar- reira (Fig. 12.1 C), aparecem dois compartimentos. Nese caso, as trocas se fazem obrigatoriamente através da barreira. Um tubo de didlise, uma oélu- la, um balfo de borracha, etc, sto estruturas que apresentam compartimentagfo, ‘A compartimentacao é o estabelecimento de dduas regides no espaco, separadas fisicamente por ‘uma barreira, funcionalmente por um trinsito se- Ietivo. A importancia deste sistema para o apare- cimento de seres vivos, nfo deve ser minimizada: Sem compartimentag0, nfo ha seres vivos. A estrutura fundamental para compartimenta¢go, ‘nos seresvivos, 6 a membrana biol6gica. \) ig. 12.1 - Espago e Compartimentagfo (ver texto) 72. Membranas Biolbgicas ‘Sdo estruturas altamente diferenciadas, desti- nadas a uma compartimentaedo nica, na nature- 2a. Elas sfo capazes de selecionar, por mecanismos de transporte Ativos e Passivos, os ingredientes que » ump 9 a == => REPULSAO (ONG) PASSAGEM (ONC) 8 REPULSAO TONE) Passacce ion@) Fig. 12.3 ~ Representapfo esquematica de canais (ver texto). E — Lado Externo;I ~ Lado interno. 1.Poros ou Canais, Os canais (Fig. 12.3) podem possuir carga po- sitiva, negativa, ou serem destitufdos de carga elé- ‘tica.'A carga se origina de grupos latersis de pro- teinas, como COO e NH3, ¢ possivelmente de ou- tros grupos. Pode haver grupamentos de afinidade specifica, para ons ou outras moléculas. ‘A natureza da carga selecfona os fons: Canals positivos, repelem cétions (+) detxam passar anions (-) (Fig. 12.3 A), Canais negativos, repelem anions (~) deixam passar tions (+) (Fig. 12.3 B) HA canais sofisticados que possuem, além da barreira da carga, um ou dois portdes que se abrem sob comando (Fig. 12.3 B). O canal de Na” & desse tipo. O portto fica fechado durante o potencial de epouso € se abre durante 0 potencial de agfo (V. adiante). Apesar do mecanismo do porto ser acio. nado ativamente, 0 trinsito é ainda passivo nesses canais. ‘Nos canais com carga, nfo passam substincias sem carga, porque esses canas estfo sempre ocupa- ‘dos. Ha também poros sem carga (Fig. 12.3 C). Os canafs sem carga nfo devem ser considerados como tum orificio, ou conduto, permanentemente aberto, ¢ sim como uma flutuagSo mecinica de ‘mpléculas vicinas. Essas moléculas se afastam pela S (=) 2, nm ANIONS ‘CATIONS 2, 0.40 038 ressio das substincias que possuem passe livre através da membrana. Diémetro dos Canais x Volume dos Transeuntes Além da carga, o ditmetro dos canais selecio- nna os passantes conforme 0 volume dos fons. A scala de volume hidratado desses fons (V. Agua e Solugbes), estd representado na Fig. 12. OCI” entra e sai com facilidade. O fon K*é ‘menos permeével que o CI~, mas cerca de 200 ve- zes mais permedvel que 0 Na*. Os anions HCO e fosfatos sto muito pouco permedveis. O Ca** tem ‘comportamento especial (¥er LC — 21). Existem canais especificos para os fons Nae Ca?*, O canal de Na” participa do potencial de ago (V. adiante. ‘Ao passar pelos poros, os fons transitam smidros, sem conduzir égua, Seu envoltério aquoso 6 feito pela égua do canal. Concentragfo dos fons e Dirego do Transporte O transito, nos canais, € passvo, e se faz de acordo com o gradiente de concentragdo: (V. Os mose). “Sempre do lado mais concentrado, para 0 ‘menos concentrado” (Fig. 12.5). og “s - 058 (~) 100 Fig. 12.4 — Tamanho aproximado de fons hidratados. (ver texto) 9 ~ Diimetro. 203 2. Zonas de Difusio Facilitada Sto regises que possuem alta concentraggo de moléculas da mesma espécie qufmica. Nesses lo- cais, a passagem de moléculas de comy Ihante, por esse motivo, é faclitada (Fig. 12.6), € se abreviam ZDF. : Uma regifo dessas para lipides, em alta com contragao de moléculas lipfdieas (como lipopro- tefnas), uma ZDF para polisscarides tem alta concentraggo de glicoprotesnas, ete. Mal compa- rando, a ZDF funciona pelo principio do coef ciente de partiha (V. Cromatogrfia), as molé- clas afins se “‘disolvem” nas afins, e passam pela 4 Fig 125 ~ Concentagéo de fons ediregfo do tate ana. A velocidade de difusto na ZDF segue 7 ET Etro: Membr ~ intro, do tipo enzimético. MichaelisMenten ~ Tmt. (V.LC-12.1, item 4). ‘Acredita-se que as_ZDF sejam importantes : trajetos para participantes de processos imunolé- : sicos das células, permeando antigenos ¢ anticor- : pos, Hormonios esterSides também transitam atra E cc =——) 1 vés de ZDF. a 3. Recept a ES => nied i xxx @Oo@eOQ x ‘Sao sitios que possuem estrutura adequada & i «xXx X __ligagfo de certas moléculas que, 20 se ligarem des- 7 Hi kx xX @@B@@@ x Maman ager ses ee i] === operadorés, e a ordem 6 executada (Fig. 12.7). 0 7 o— = receptor da insulina, ao receber essa molécula, ini- = —> cia 0 procesto de absorgdo da glicose pela céiula, além de outros processos fisiol6gicos. Existem receptores na membrana ¢ no citosol. is . 0s da membrana sfo para insulina, glucagon, hor ee MOLECULAS monios protéicos, adrenalina, acetilcolina, etc. Os 5 Q—« fo cllool, em gral, reconiscem hordes i . ‘AFINS. dicos (esterdides) que atravessam facilmente a : Fig. 126 — Ditto facitada, As moléoula fo quimice: membrana, como os andrégenos, estrégen0s ¢cor- 5 ents is moles x ticosterdides, A Calmodulina, que é um receptor 1 L Fig. 12.7 — Receptor. E - Lado externo; M ~ Membrana; I~ Lago interno; M ~ Mensageiro. 204 Fig. 12.8 ~ Receptor acoplado a um canal M mensageiro. A ~ Receptor sem mensageiro, canal aberto; B - Re- ‘ceptor com mensagero, canal feehado de Ca*, localizado no citosol, ¢ uma protefna de ‘aixo peso molecular. Funcionamento do Receptor Esté representado na Fig. 12.7. A molécula mensageira M se acopla ao receptor, que muda sua conformagio. A adenilciclase, recebe energia da hidrolise de um ATP, e sintetiza 0 cAMP, que € 0 segundo mensageiro, jf no citosol. ‘Além dessa execugto de tarefas, cabe a0s re- ceptores parte importante na regulacéo da ativi- dade celular, Essa atividade reguladora, segundo hip6tese mais em voga, se deve a0 jogo dos nucleo- sideos cfclicos, cAMP e cGMP, que geralmente so antagOnicos: onde um estimula, 0 outro inibe. E a teoria do Ying-Yang: Nao hé bom, nem mau agen- te, Ora um 6 “bom”, ora é “mau”. Pode-seimaginar muitos tipos de modo de fun- céonar para receptores. Na Figura 12.8 est repre- sentado um receptor que controlaria a passage através do canal de sédio. O mensageiro, tendo car- 2 elétrica (1), atralria as cargas negativas do canal, Obstruindo 0 transite, Nao é necessirio imaginat aque esse mecanismo ocorra somente através de car 28, Mudanges conformacionais das moléculas teriam efeitos semelhantes, receptor da insulina jé esta bem purifcado, Sabe-se que sua massa & cerca de 3 x 10° daltons, ppossui carbohidratos e grupos SH (sulfidrila. Hi substincias que ocupam os receptores, im- pedindo o acesso do mensageiro. Exemplo clissico da atropina, que se liga aos receptores musca- rinicos da acetilcolina, ¢ bloqueia o efeito da ace- tilcolina. A tetradotoxina é capaz de obstruir me- canicamente, por impedimento estéreo, o canal de s6dio, bloqueando o potencial de acto (v. adian- te). O segundo mensageiro do receptor de aceti- colina pode ser o cGMP, com a guanilciclase como enzima, Nas sinapses, nfo hé necessidade do 29 mensageio. 4. Operadores ‘So mecanismos capazes de realizar transpor- te Ativo, isto é, contra gradientes de concentra $40, elétrico, ou ambos. (V. Introduggo, Trabalho ‘nos’ Campos). "Os operadores utilizam ATP como fonte de Energia. Uma figuracfo idealizada de um operador, esté na Figura 12.9. O principio opera- ional é’simples: a molécula a ser transportada (Fig. 12.9 A) se encaixa no operador, que muda sua conformagdo, segurando-a (Fig. 12.9 B). Uma molécula de ATP se encaixa na fenda que resultou da mudanca de conformacgo do operador, é hidro- lizada, e libera energia para outra mudanga maior, com realiza¢fo de Trabalho, que é 0 transporte para dentro da molécula desejada (Fig. 12.9 C). 0 operador volta ao estado original (Fig. 12.9 A), 0 sentido normal do trinsito é unidirecional: ‘operadores que introduzem substincias na célule, no sfo 0s mesmos que excretam essas mesmas substncia. Existe sempre uma molécula de ATPase en- volvida no processo. Bastante conhecida 6 Na*-K*-Mg?* ATPase, conhecida como s6dio- potéssio-ATPase, que participa de um operador ‘muito importante, que é a bombs de s6dio. © estudo da membrana & hoje um dos capf- tulos mais ativos da Biologia, havendo especialis- tas que se denominam, com conviceo, membra- nologistas.”Hé livros 'periddicos somente sobre ‘este assunto, a membranologia. 205 VOLTA AO ESTADO INICIAL Fig. 129 — Representagfo de um operador (ver texto). Membranas e Transporte — LC D ~ Tépicos Especificos 1, Ciclo -glutamtflico Segundo Meister ¢ cols. aminoicidos podem ser transportados para o interior da célula, através de combinagdo com o radical 7-glutamil da gluta tiona (y-glutamil-isteini-glicina). Esse tripéptide se encontra live em tecidos animais, em concen- tragfo de 5.2 8 x 10°? M. O 7-ahutanil-aminaici do seria hidrolizado no interior da célula, e libera- tia 0 aminodcido. Se confirmada, essa hipétese atribuiria um papel especifico para a gltationa, em sistemas biol6gicos. 2.0 fon Ca?* No transporte transmembrana de Ca?*, fun- ciona uma Ca?* ATPase. Esse provesso € especial- mente acentuado na membrana do retfculo sarco- plasmatico, onde hi um processo ativo de trans- porte de Ca* para o interior do retfculo. O ion Mg? * & um cofator para o funcionamento da Ca?” ATPase. A despolarizagio da membrana do ret culo sarcoplasmitico liberta o célcio e dispara a concentragfo muscular. (V. Contraedo Muscular). 3. Antibi6ticos, lon6foros e Transporte Aiguns antibi6ticos alteram 0 fluxo trans membrana de fons. A valinomicina aumenta ape: ‘meabilidade ao K*, ¢ a gramicidina A, aumen permeabilidade aos fons K*, ou Na’. O mecanismo de transporte pode ser difusfo facilitads. (V. ‘diante), como na valinomicina, ou a formagao de ccanais, como na gramicidina A. O fon K* passa 206 mais facilmente que o Na*, porque tem menor raio hidratado. A’ gua nfo é excluida dessas pas sagens, que possuem cerca de 0,4 nm (4 A). Muitas outras substincias que interferem no transporte de fons jé foram sintetizadas,e foram denominadss de lonéforos (ion, caminhante; phorein,carregar, conduit), ou seja carreadores de fons. 4, Difusfo Facilitada 0 transporte passivo de substincias pela mem- brana tem dois modos prineipas a) Um é 0 nfo facilitado (ou nfo mediado), que ocorre simplesmente pelo gradiente de concentragfo, e seu grifico seria uma rela em funglo da concentragdo (Fig. 12.10 A). Amedida que a concentragko aumenta, 0 fluxo cresce proporcional- mente. b) 0 segundo processo € 0 transporte pas sivo feiitado, ou mediado. Nese cao, a relagfo entre concentragfo e fluxo Seghe 2 cinética de MichaelisMenten. A partir de certa concentracfo, o sitio de trans- porte estd saturado, e 0 fluxo nfo mais mumenta, Este é exstamente 0 que ocorre nas ZF 5. Membrana Celular e Parede Celular Todas as células possuem essas duas estrutu- ras, que estfo sucintamente descritas no Quadro 22 (V. Célula). A relagdo entre essas duas estruturas pode ser visualizada na Figura 12.11. A membrana & responsivel pelo potencial de estado fixo ¢ po- CONCENTRACAO FLUXO A CONCENTRAGAO FLUXO B Fig, 12.10 ~ Tipos de DiusZo Pssiva Transmembrana (Ver texto). ig. 12.11 — Parede e Membrana Celular (ver texto). M-— ‘Membrana;P ~ Parede tencial de agHo, que resulta de distribuicto assimé- ttica de anions e eétions, sendo o exterior postivo (hi excessdes). A parede celular tem carga negativa devido a presenga de ghicides, fosfolfpides e pro- tenas, &responsivel pelas propriedades eletroforé- ticas de células (migram para 0 anédio), pela co- runicagao, reconhecimento, ¢ adesto celular. A parede celular chamada de glcocdlice, em algu- sas células. Membranas e Transporte — LC-12.2 . Equago de Nernst e Trabatho de Transporte 1. Equagdio de Fluxos ldnicos e Potencial de Equilibrio Existem virias equagoes de fluxos ionicos, ccuja base 6 a equacto de Nernst. No sistema da Fi- gura 12.12, que pode ser uma célula, hd uma mem- -|l+ Na* Fo} 4 =||+ Eetomdio, A Menta (4) pegatvo: (2) positive. Com = Na D> Na (2). ig 1212 - Gai th Poter cxntrag ‘brana polarizada separando duas concentragdes i0- nicas. Os gradientes Elétrico e Osmético podera ser considerados separadamente. 8) O Gradiente Elétrico 0 fon Na*, positivo, é atraido para o lado ne- gativo com uma Energia Elétrica (Ep) igual a: Ey = nEF| onde: n= Valencia de fon, E = diferencial de potencial (volts) entre (1) P= Bede Faraday.9.65 x 10* C.mol* 0) 0 Gradiente Osm6tico O gradiente de concentrag&o (osmético), em- purra o fon Na* de (1) para (2) com a Energia Osmética (Ep) de: 207 Cte. dos gases. 8,31 .K~! mol ‘Temperatura absoluta, °K Concentragto de Origem Concentragto de Destino No equilfbrio: = oe hE Crotty RT G 2=23 BE jog Lt 3 nF og Cy Bisa a equagfo dé Nernst que foneze 0 po- tencial em condig6es de equilibrio. A 37°C, para fons monovalent, ewsand0 log decimal, temos G Ct i 7 = 61,5 log-—* (milivolts, mV} E=61,5log-G = ~ 61,5 og-—(mlvolts, mV) Ateneo — Respeitar sempre as Concentragbes de Origem (C,), ¢ Destino (C;), do fon. Exemplo— A célula abaixo tem um potencial de ~85 mV (lado interno) (Fig. 12.13). s niimeros representam a concentra- 40 idnica em m moles. Calcular 0 poten em" congo de etl Bids on No sentido Interno (1) para o Exter- no (2), temos: vo wat 613 pM = eomnv Sop HO 68 KT= 61,51 = 98 mV ste—iS-= = 98m a°= 615 og 122 =~ 91 av 5 que significam estes valores? Primeiro, que nenhum fon esté no potencial de equilibrio. Se- undo, que o potencial da célula resulta do soma- trio de varios fons. Terceiro, que a célula realiza imenso trabalho para manter o Na* bem distante de seu potencial de equilibrio (comparar ~85 mV ‘com + 66 mV). Por esse motivo, a bomba idnica da célula, embora funcione também para o fon K*, échamada de bomba de s6dio. 208 Fig. 12.13 ~ Potencial de lons (ver texto), 2. Trabalho Realizado no Gradiente Eletrosm6tico Quando 0 trabalho de transporte méximo, Eg ¢ Ey representam a mudanga de enerpia livre 0 sistema: AGg= nAEF Energia ou Trabalho Elétrico G , AG, = RT In * Enerpis ou Trabalho Osmético © trabalho realizado no transporte (AGz), 6a soma algébrica dessas energias: C Gy AGg+ AG) AAEF +RTIn St Exemplo— No caso da oélula do exemplo ante- rior, 0 trabalho de expulsar 0 fon Na’, seria, 37°C, (y= 140, C,=12 AE=+85mV Na* interno + externo (Na*) ie = AG T= (1x 85x 107? x 9/65 x 104) 140 +@31x310x1n 1425 AG (Na*)i +e = 8.202 + 6,329 = 14,531 Joules 145i, Como 0 sinal de AG é positivo, o transporte nfo € expontineo (passive). A oélula dispende energia para realizéslo. Notar que, tanto o gradien- te Elétrico como 0 Osmético, $0 contririos & saida de Na’. seeenesseneecettt No caso do fon K*, o eflculo para expulsfo (Ki %e= Gy = (1.x 85 x 107? x 9,65 x 108) — (8,31 x 310 x Ir i ~ (31 x310 xin $5 contra oat, AG (K)iFe= 8.202 13005 © inal de G indica que 0 transporte ocorre expontaneamente. O gradiente elétrico é contra, © gradiente osmtico é a favor. Como esse é maior, © K* sai expontaneamente, ¢ entra por trabalho ativo. Um céleulo simples mostra que a célula tra- balha cerca de 11 vezes mais para expulsar 0 Na, do que para introduzir 0 K*, Para o fon CI temos: ji = (1x85 x 10 9465 x 104) — = (8.31 x 310 xn 22 AG (Cli e= ~ 8,202 + 8,762 =+ 5605 ap. + 0,6 ki. O sinal positive indica que a safda de cloreto exige energia, mas 0 valor de AG, prOximo de zer0, indica que esse fon esti em quaseequilfbrio (V-TD). Esses resultados mostram, também, que a célula dispende muito pouca energia pare expul- sar 0 CI” na eflula, aproximadamente a metade da energia gasta, para introduzir 0 K* Atividade Formativa — AT-12 (Célula ~ Membrana — LC-12.1 ¢ LC-12.2 1. Conceituar célula (até 20 palavras). (02. Completar: 1. 0s seres autotrofos. todas as moléculas que necessitam. 2. Os seres heterotrofos. —a ‘gumas moléculas que necessitam. 03. 0s. 06, 07. 8. 08. 10, ML 2, 13, 14, 15. 16, 1” 18, 19, Indicar 0 tipo de oélula. 1. Primitivas, sem membrana nuclear, pos- suem ribossomos. 2. As mais diferenciadas, com miicleo defini- do, ribossomos, mitocdndrias,lisossomos. 3. Possuem cloroplastos, utilizam energia ra- dante para sintetizar biomoléculas. Conceituar compartimentagao (até 30 pala- vas). Citar trés caracteristicas funcionais de mem- branas biol6gicas. Do ponto de vista termodinamico, o que faz a ‘membrana biol6gica? A membrana permite equilibrio dindmico, ou © regime estacionario? A rea da superficie de uma esfera € A= 4 7? =m d?,€ 0 volume de uma esfera & : Calcular 2 area e 0 4 veins 3 volume de uma célula de 5 x 10° nm de dit metro. Quais forgas participam das ligagbes intermo- leeulares de componentes de membrana? Sim cou Nao. Coulombicas( Hidrofobieas ( ) Covalentes () Pontes 1() ‘A membrana pode ser considerada como ten do quatro estruturas operacionais, os canais as ZDF, os receptores.e os operadores. Citar 3 propriedades de cada estrutura Gitar dois fatores que condicionam a passagem de fons pelos canis. A directo da passagem faz através do gradiente de. pletar). Conceituar ZDF (eté 20 palavras). Que tipo de cinética do transporte prevalece nas ZDF. Fazer um grafico aproximado, Conceituar Receptor (até 30 palavra). Os,receptores de membrana e do citosol pos- sucm afinidade para diferentes tipos de mensa- geitos. Citar esses tipos de moléculas-mensa- seiras Descrever o funcionamento de um receptor (até 30 palavras), Quais as duas caract transporte de operadores? Qual € 0 principal papel da glutationa em sis- temas biologicos? 3s pelos canais se —(com- principals 20 Conppeerperees 20, Conceituar ionéforo (até 20 palavras). 24, Calcular o trabalho de transporte do fon Ca?* 21, Fazer esquema da membrana e parede celular, de (1) para (2), no sistema abaixo. O transporte com as respectivas cargas eltics. € espontineo? 22. Considere o sistema abaixo. Calcular 0 gra- diente osmético © o gradient elérico para 0s a Q fons Na* ¢ CF Qual gradiente € maior? ® oO | CaCl ® uw @ teed ‘NaCl NaC +50 mV 05M 0,1M. Fig. 12.15, ig 14 25, Se o gradiente osmético € o gradient elérico possuem o mesmo sentido, que se pode afirmar «23. Nosistema acima,calcularo trabalho de trans- com relagio ao tipo de transporte ao sinal de porte de Na* de (I) para (2), vice-versa. O AG? E possfvel coneluiralguma coisa com re- trabalho € passivo ou ativo? Taco ao sinal de AG? Hohenene vennenenenneateeheet sen heneeene LoeneeereeeeneHeTenen HeettE tee’ Ca? *), TN: (Tropo- nina Inibitria) € TN-T (Troponina > Tropomio- sina). A'TN-C se liga a dois fons Ca? *, a TNT ini- be a contragzo se combinar com a actina (quebra ‘© complexo actinomiosina), ¢ a TN-T, que est normalmente ligada a tropomiosina, impedindo a concentracdo. B. Mecanismos da Contrago Muscular Existem varias teorias, ¢ 0 mecanismo intimo a contragdo muscular é ainda um campo de es- tudos fértl de novos resultados. Um breve resumo de alguns fatos jé descritos ver a seguir. 228 D —MOLECULAR (conTRAIDO) 8) Inicio da Contrago — O impulso nervoso conduzido pelo axénio do motoneurdnio até a placa terminal (placa neuromuscular, e libera acetiloolina: Ach). A liberagao de Ach despolariza as fibras gerando um potencial de agdo. As fibras, despolarizadas, se contraem. Até esse ponto, esto descritos os ‘processos clissicos da_fisiologia neuromuscular. Os eventos moleculares, resumi- damente, sto: ’b) Contrago — A despolarizagto da membra- na (sarcolema) é acompanhada de répida safda de Ca?* das cisternas do reticulo sarcoplasmatico. A saida de Ca?* do sarcoplasma ¢ o impulso ini cial. contragio, porque a0 se ligar a TN-C, catalisa a atividade ATPisica da actinomfosina, cujo centro ativo esta na eabeca da molécula. A liberagdo de energia permite mudangas conforma cionais que resultam no aparecimento de uma forca elétrica, que provoca o deslizamento das moléculas de actina. Como resultado, as estruturas de Za Z se encolhem, sem que haja contragio de moléculas (Fig. 14.40). No misculo, “Nao hé proteinas contratels, hi estruturas contrateis”. A TN.C, ao se ligar ao célcio iOnico, Ca2 impede a agao inibitéria da TN-1, ¢ 0 processo con: ‘inua enquanto houver 0 estimulo nervoso. ¢) Relaxamento ~ Quando cessa o estimulo nervoso, 0 reticulo sarcoplasmatico retira 0 Ca°* do fluido circundante, através de processo ativo inde- pendente. Ha novo gasto de ATP. Com a queda da ‘concentragao de Ca®* no complexo TN-C, perto do centro ativo da actinomiosina, cessa a hidrolise de ATP, a contracao € desativada, os mtisculos voltam A posigdo inicial, e a TNT reassume seu papel ini- bidor. 4) Generalidades ~ O ATP € reposto pela reagio da fosfocreatina + ADP, que regenera o ATP forma creatina, O mecanismo anaerdbio de glicé- lise € também um fator importante (V. adiante). ‘© comportamento de grupos SH (sulfidrila) na ‘molécula de miosina € interessante. Existem dois grupos SH por molécula. Um, mais exposto, quan do é bloqueado, a atividade ATPAsica aumenta, su- gerindo que esse SH tem atividade inibitéria. O outro, mais dificil de ser atingido, quando blo- queado, aparece uma inibigio completa da ativida- de ATPasica, o que indica sua presenga no centro catalitico, e sugere, ainda, sua participagiio no me- ccanismo de hidrdlise do ATP, CC. Ultra-estrutura Molecular Muito jf se sabe sobre a conformacio das pro- teinas envolvidas na contragio muscular. A orien- tacZo dessas moléculas, nos filamentos grossos & zZ M filamentos finos, 6 de importancia Fig. 14.5), ( sentido vetorial das cargas & invertido no filamento grosso, a partir da linha M, devido orientagao das moléculas de miosina, No filamento fino, ocorre © mesmo, a partir da linha Z, com as moléculas de actina. Desse modo, fica impedido um Fig. 14.5 ~Orientogio de ergs no arco (ver texto). 229 a \ : i od ———— 70 segundos Fig. 14.6 — Exerccio muscular (ver text) sticos. £ forgaso coneluir que hé um mecanismo Anaerdbleo de produgio de energia, Mesmo em condigées normais, sem excesso de trabalho mus cular, a energia de origem aerdbica é 40%, © crigem anaerdbice, € 60%, Em condgdes de exer Cio violent, a contibuigao anaerdbica pode che- gar a 95%, Esse tipo de metabolismo leva a um Scdimulo de écidas orginicos (especialmente Sci- tio), que € uma das causes da exaustao mis calar pelo exerico. ‘Qoem core, cans ‘Quem corre, descansa, Atividade Formativa Contragio Muscular 01. Na contrago muscular pode haver (Certo ou Errado): a) Somente produgdo de calor ( ) b) Produgio de Calor e Trabalho ( ) ©) Mesmo uma parte do Trabalho se converte em calor ( ) 4) Produgio 86 de Trabalho ( ) Um misculo de 1,2 kg se contrai, levantando massa de 5 kg a 1,5 m de altura. Despreze a ‘massa do misculo, Foram gastos 2.000 J. Cal- cular: 8) A cficiéncia mecanica b) 0 calor produzido. ©) O aquecimento do mésculo, supondo que ‘io haja perda de calor. Calor especifico do rmasculo: 0,8 cal graul ‘© que é contracio isométrica? (até 30 palavras). . © que & contrasio isoténica? (até 30 palavras) . A equacio de Hill & aplicada para ambos 0s tipos de contrago muscular. Completar: E, =A (contraga ) E,=A+a°AL- FAL (contragio__) Explicar os termos da equagiio de Hill (até 30 palavras) ‘No miisculo, como motor, existem (Sim ou No) a) Estruturas contriteis ( ) b) Proteinas contréteis ( ) Descrever sucintamente 0 aspecto de uma fibra ‘muscular ao microsc6pio eletronico (até 50 pa- lavras). Descrever algumas caracteristicas da molécula de miosina (até 30 palavras). Quais sio os tipos de actina? (até 40 palavras), ‘Completar, coma fungao prépria, as troponinas: TNC. TN TNT Descrever, sucintamente, as fases da coi muscular: a) Inicio da Contragao ) Contragao ©) Relaxamento Deserever 0 papel dos dois grupos SH na molé- ccula de miosina (até 30 palavras). Fazer um esquema mostrando por que a con ttragdo ¢ impedida de se realizar em sentido con- tario. Convencer, usando argumentos, que no mis culo hé uma fonte anaerébica de fornecimento de energia, ‘TLe GD — A critério do professor. Objetivos Especificos do Capitulo 14 1. Concsituar a atidade muscular do ponto de vista biog. 2, Dar algunas cuacerstcas de Sra is tata 3 Fer um exuema ds reaps energies do mire 4. Calealar 2 efelénia mectnica do trabalho smuscalr 5. Desrve a conten rométric © mua ele oes nerfs. 6, Desreer'a contasgo ‘sonic ¢ sus rele: a goes ners, 7, Dascreer a estrutura dt zon 1 He A do ET riselo, 4. Conhecero papel das mocuas de misting, tin wopocia. 9, Disertr saatament sobre a ontaggo mar. car erua fs. ‘edleals simple sobre trabalho sms lar ecesdades metabolic, Parte 5 Biofisica de Sistemas AAs associages supracelulares constituem os tecidos ¢ os sistemas. A origem desses sistemas é devida & necessidade das trocas metabdlicas de o&- Julas dos animals superiores. Os animais uni ou paucicelulares (Fig. 5P-1 A), trocam todos seus ‘metabolitos com 0 meio exterior, ¢ a difusfo tem velocidade suficiente para conduzir¢ trocar os me- tabolitos. Nos animais pluricelulares, a complext dade dos diversos segmentos corporais foi crian- do, cada vez mais, dificuldades de troca para oéhu- las colocadas em seu interior. Aparecem entfo 05 Sistemas Fisiol6gicos, que estfo representados na Figura SP-1 B. A funeao desses sistemas é manter a constan- cia do “meio interior”, que é 0 conceito eriado por Claude Bernard, para os fluidos extracelulares. Mantendo essa constincia, os sistemas conservam, também em regime estacionério, o meio intrace- lular, ¢ proprio ser vivo, SISTEMA RENAL B MEIO SISTEMA —Fe - eo DIGESTIVOe-L ech cl TEGUMENTOS Fig SPA — Sistemas Fisiotgcos (ver texto), SISTEMA +}— RESPIRATORIO SISTEMA IRCULATORIO 15. Biofisica da Circulacao Sangiiinea A. Introdugio O Sistema Circulatério tem fangfo de comu- nicador de Matéria e Energia entre os diversos compartimentos biolégicos. E um leva-etraz con- tinuo de metabolitos diversos, um exercer inin- terrugto de energia potencial e cinética sobre as partes do organismo. O conjunto que realiza essas fungbes se compte de 1, O coragio, uma bomba pouco aspirante © muito premente 2. Os vasos sangiitneos, que formam uma re- de continua, unida pelo coragto. 3. 0 sangue, um fluido parte célalas, parte liquido 4. Um sistema de controle, ut6nomo, mas li- gado 20 sistema nervoso central. Esse aparelho circulatério funciona conforme a seguinte série de eventos (Fig. 15.1) (0 primeiro estagio (1) 6 0 metabolismo mole- cular das células dos marca-passos arias, que dis- para um potencial de ago (PA) que se propaga (2) através dos feixes nervosos do coracgo. Essa despo- larizagfo do PA é seguida de contragao muscular (3), que ejeta sangue no sistema de vasos (4). 0 cf clo'se repete, espontaneamente, de (1) a (4). Os estégios (1) e (2) se passam no campo eletromagné- tico, ¢ 08 estégios (3) (4) no campo gravitacional. f ‘campo EM B. 0 Campo Eletromagnético e » Circulagf0 © potencial de agfo do miocérdio se pasa com as fases principais que jé vimos no Capitulo de Rioeletricidade, mas possat um componente ri pido e um componente lento, cvja somatéria de pulsoselétricos gera um registro mais complexo. ‘A Figura 15.2 representa, de modo esqueméti- co, as fases do PA (despolarizagao, polarizarto in- vertida repolarizagio), da massa muscular do iocérdio. 'Na Figura 15.2 A, comega a onda de despota- tiaagao (000), seguida (Fig. 15.2 B) de polaiza- fo invertida (——),e na Fig. 15.2 C, a repolari- Zapfo (+ + +), Essas ondas se diigem em viras dt reges (-»). A soma vetorial dessa atividade elétrica € Uma resultante imagindria (=), denominada efxo elétrico ou vetorelétrico do coracto. O potencial de agfo cardiaco pode ser registra- do em varias partes do corpo, através de galvand- metros sensiveis. Processos engenhosos foram de- senvolvidos, mesmo antes da fabulosa era eletrO- nica, para registrar esses potenciais.O registro da atividade eardfaca € conhecido como eletrocandio- rama, abreviado ECG. O aparelho registrador cha- muse eletrocardidgrafo, 0 tragado do ECG forne- informagbes clinicas, ¢cientifias, de valor ines- timével. CAMPO G 1 =| >| Ls Fig, 15.1 ~ Eventos do Ciclo Cardiaco (ver texto) 1. Campo EM: (1) Metabolismo Molecular ~ Em céhulasautoex- citivels comers a despolatizagfo. (2) Eventos Eléticos ~ PA que se propaga ao corsgfo, 2. Campo G: 6) Eventos Mises ~ Contr das as muscles comp, (Eventos Hirodinimicos ~ A massa sangiinea circa nos vasos. ORIGEM 90 PA RESULTANTE Fig. 15.2 ~ Potencial de Acfo Esquemético do Miocéndio, 00 0: carga 2er0; sitva;>: votores; > resultant. Quais sf0 05 princfpios biofisicos que preva- lecem na tomada do ECG? 434, vimos, em Bioeletricidade, como um regis- trador provido de um eletrédio ativo (Eq) e de um letrédio de referéncia (Ep), pode ser usado para determinar potenciais e correntes biologicas (rever se necessirio, Biopotenciais). Em todo dipolo (um pélo (+) ¢ um (—)), a cnergia se distribui em linhas isopotenciais (isos, ‘mesmo), como mostrado na Fig. 15.3. Nessaslinhas, ‘em qualquer ponto, 0 potencial é mesmo. Um voltimetro colocado como na Fig. 15.3, com 0 Eg ma linha ~ 1 ¢ 0 Eq na linha + 2, idler 0 po- ‘tencial d dp=E,-Ep=+2—(-1)=+3mV Se 0 Ea estivesse em ~3,e 0 ER em+ Iya dp seria dp= amv 3-(@1= E a voltagem lida seria negativa. Se agora, 08 letr6dios permanecessem fixos, mas houvesse um dipoto transiente, entre 0s pontos A e B, como potencial variando em ondas entre os dois pontos, 0s eletrodios iriam indicar essas variagdes, ora re. gstrando potenciais negativos, zero, ou posiivos. 0 potencia! ido serd sempre a soma alpébrica: “AW ER ‘Um exemplo simples desse tipo de registro est na sepdo que trata da propagagfo do impulso nervoso (V. Biopotenciais). Este & 0 principio bési- 0 para registro dos potenciais cardiacos na super. ficie do corpo. © eletrocardiégrafo € ligado de ‘modo especial, como veremos, 0 corpo do animal cujo ECG se quer medir. 238 ELETRICO carga negatva; ++ +: carga po- Fig. 15.3 — Potencais em Dipoto (er texto). OECG Humano Existem trés modos principals de registro. a) Método Ciissico de Einthoven ~ Consiste em ligar 05 eletr6dios como mostrado na Fig. 15.4. Por conveneZo intemacional R (right) € 0 brago diteito, L (left) € 0 brago esquerdo, ¢ F (foot) ¢ 0 pé esquerdo. Cada modo de ligar e- cxbe 0 nome de Derivacto (D), e as derivagdes Dy, Dy € Dyyy sf0 como mostradas em A, Be C, respectivamente, na Figura 15.4. A Dp medida em cada caso, seré: Dy = Vz — VR (bragoesquerdo — brago dita) Dy = Vp~ Vp (6 esquerdo — brago direito) Dyn = Vp~Vz_ (6 exquerdo ~ brago exquerdo) aaa OOSPREPERAETN OcERenedNOOTTOHHODtOLesesssetReneseseHtTt sxseee: A Fig 15.4 — Registro de Eithoven. R ~ Digeto. L ~ Esquetdo. F ~ Pé Notar que a soma Dy + Dyy = Dy: y+ Dy s+ VR) + Vp- Vp) =¥p- Vp Através de uma chave de miltiplos candi, 0 aparelho € ligado como mostrado na Fig. 15.4 D, ¢: cada derivagdo ¢ repstrada separadamente. A perma direita € usada como terra, para evitar indu- 40 de campos EM externos. O modo de registro € Tipicamente Bipolar isto €, cada eletrédfo registra separadamente’ 0s potenciais locas, que sf0 ime- diatamente somadosalgebricamente ') Método Unipolar de Wilson — 0 eletrédio de referéncia, Ep, € ligado a um “terminal cen- tral", cujo potential € proximo de zero, ¢ con sidera zero. terminal central de Wilson ¢ obtido como mostrado na Fig. 15.5. Trés pontos do corpo sf ligados entre si, atra- vés de resistincias alta (5,000 2) que diminuem © potencial no ponto T, para zero. eletrddio at- Fig. 155 — Derivagdes Unipolares de Wilson (ver texto). vo, Eq é colocado no membro cuja voltagem se quer medir. Na Fig. 15.5, estd sendomedida Vp. A dp medida é EER VaR - Vp = VR-0= VR VL = (Vy -Vp) = Wp-0= Hy, Vp = Vp -Vq) = Vp -0 = Vp Como Viz = 0, a voltagem captada pelo eletré- dio & simplesmente a que existe no local. Wilson introduaiu ainda as medidas precordiais V, e Vo. Esses potencizis sf0 tomados colocando o E 4 em diversas partes do t6rax, como mostrado na Fig. 15.6. Esses registros sfo complementares aos anteriores, € muito importantes. Fig. 15.6 ~ Derivagbes Precordais, V, a Vg. C ~ Chvf- ula; E — Esterno. 239 No método de Wilson, as derivagoes Vp, Vp € Vg fornecem leitura muito baixa, ¢ foram substi- tuidas pelo processo descrito a seguir. ©) Registro Unipolar Aumentado — Para abre- viar a baixa dp obtida no método anterior, nas derivagbes Vp, Vc ¢ Vp, Goldberg sugeriu que a central terminal T fosse obtida com apenas duas resisténcias, cancelando-se a resisténcia correspon- dente a0 membro a ser medido (Fig. 15.7). No caso da Fig. 15.7, a resistencia do braco di- reito (R) é desligada, ¢ 0 registro de Vp fica aumentado. Essas derivacbes recebem a denomina- (fo de: aVp = aumentada Vp Vj = aumentada Vp aVp = aumentada Ve Nas derivagdes precordiais, V, ¢ Ve, ndo é ne- cessirio usar a derivafo aumentada, porque 0s po- tenciais sf0 altos. Com os modernos registradores, todas estas ampliagves da dp sto feitaseletronica- mente. Como fica 0 registro habitual do ECG? E roti- nna tomar as seguintes derivagbes: ee ee ee ee 10 05 [MILIVOTTS fm Vi ° é ° 02 Fig. 15.7 ~ Registro Unipolar Aumentado (ver texto). 0 Tragado Bésico do ECG Em linhas gerais, 0 registro da atividade eléte- a > va A ‘A equagio do fluxo ¢ a mesma de qualquer outro condutor: A pressfo lateral aumenta, porque a soma E, + E, ¢ aproximadamente constante, ea XA, istoé, 205; © fluxo € igual ao produto da velocidade de ci culagdo pela dea do tubo, como mostra a simples Anélise Dimensional: fluxo = velocidade x érea f=0T)x(@)=LTt ‘onde se obtém volume em fungo do tempo, isto é, fluxo, No caso do regime estaciondtio: Fe Few As Ye isto € a constincia do fluxo se mantém indepen- dentemente do segmento considerado. Variam ape- nas a drea e a velocidade, Exemplo ~ Em um sistema em regime estaciond rio, 0 fluxo € de 100 mlmin-!. Se os segmentos A, B e C possuem freas de 10, 20 100'em, qual é a velocidade nesses trés segmentos? Dirensses Valor eovmin-t 0 avi Esses prineipios se aplicam ao sistema cir- cculatério, como veremos em seguida, 3. Fluxo Estacionsrio em Biologia Quais slo as relagSes entre as condigées do flu- xo estacionario c a fisiopatologia circulat6ria? Vrias e importantes nogdes esto condicionadas as propriedades que vimos. a) Quebra do Regime Estaciondrio © edema pulmonar 6 uma das mais graves emergéncias circulat6rias, e sua génese deve-se a0 desrespeito ao regime estacionario, No edema pul: ‘monar, a quantidade de sangue que entra na pe- ‘quena circulagdo € maior que a que sai. Isso pode ‘ocorrer por aumento da resisténcia a circulaglo, por falha da bomba cardfaca (veja tratados de fi- 246 siopatologia). Esse acdimulo de sangue (denomina- do estase ou estagnagao sangiiinea) impede as tro- eas gasosas, ¢ tende a sair pelos alvéolos, afogando © paciente no préprio plasma. O processo é agudo. Caleula-se que uma estase de 1% durante 10 minu- tos € mortal, A melhor terap@utica é restabelecer 0 estado estacionério (V. textos especializados). Exemplo— Um paciente tem um desvio de 1% no RE, durante 10 minutos. Caleular a aquantidade de fluido que fiea no pul- mio. Supondo um débito de 81 ml a cada batida, 1% € 0.8 ml, aproximadamen- te (geralmente, € mais, nesses casos), 6 fluido acumulado em 10 minutos seri Volume = 0,8 ml x 90 x 10 x 700 ml A cestase pode ocorrer em outros terrt6rios, devido a varias causas, como no figado bago, eau sando engurgitamento (inchagio) desses érgaos. Essas disfungGes devem ser socorridas em pronto atendimento. Outro exemplo da extrema gravidade do desa- parecimento do estado estaciondrio sao as hemor- rrgias. As hemocragias erOnicas podem levar lon- 20 tempo até serem perigosas, porque restabelecimento da volemia é possivel. Mas, nas hemorragias agudas, & necessério cortigir a defi incia do estado estacionério com a urgéncia pos- sivel. Estancar sangramento, , se necessto,re- por © volume circulante com sangue, plasma ou solugées de macromoléculas. Nas hemorragias arteiais, a perda de sangue & muito mais répida que nas hemorragias venosas, eo estado estacionério é perdido com mais rapidez Por esse motivo, os sangramentosarteriais so mais perigosos do que sangramentos venosos equivalen- tes. A perda de sangue nas atérias é maior devido A pressdo lateral (E,) do sangue, que se transforma ‘em E, na parte seccionada. Nas veias, a E, é mf b) Relacio entre a Velocidade de Cireulagio ¢ ‘0 Didimetro dos Vasos. Constincia do Fluxo Como a drea dos segmentos vasculares do sis- tema circulatério & bastante variavel, ¢ 0 fluxo é obrigatoriamente constante, a velocidade de cir- cculago varia de acordo com esses fluxos, ¢ segue a lei geral de fluxos em regime estacionario. Essa constincia do fluxo, e variagdo da velocidade, é parente quando se comparam trés setores funda- ‘mentais do sistema circulat6rio: a artéria aorta, os capilares ¢ a veia cava. Os dados relativos a esses {ts segmentos estio no Quadro 15.2. Quadro 15.2 Parimetros Circulatérios da Aorta, Capilares e Cava, Valores Médios ¢ Aproximados Capitares a) Diametro 8 um + Nimero 1 2 bilhes 1 Area 3.0m? 2.200 cm? 45 ct Velocidade 28 ems! 0,04 ems! 19 cms Tuxo) 28 x 3,0= 84 mls 0,04 x 2.20 88 mb 19x 4,5 = 86 mis! Esses valores indicam, claramente, a constan- cia do fluxo sangifneo, que é de cerca de 85 a 90 mls, Esse valor se estende a todos os territ6rios vasculares representados na Fig. 15.18. Nesses segmentos, as variages de rea so acompanha- ddas de variagdes de velocidade, de tal modo que 0 fluxo permanece constante, como previsto pela equagiio de fluxo. ©) Relagio entre Energética de Fluxo ¢ a Pres- so Arterial (Veja no item Energética de Fluxo, adiante. 4d) Fistula Arteriovenosa ~ Comunicaggio Inter- ventricular e Interatrial Pode haver uma comunicago anémala, uma espécie de curto-circuito, entre os compartimentos Circulat6rios, como no caso mostrado na Fig, 15.21, , a energia potencial, que causa a pres- sdo lateral. Assim, a pressio cai a0 longo do vaso. E por este motivo que artérias laterais distais pos- suem menor pressio de irrigagio que artérias 1a- terais proximais. Esse efeito é, em parte, contra- balangado pela divisio das artérias em segmentos de dreas cada vez maiores (Fig. 15.24). Fig, 15.24 Floxoe PressioLateral. Ep Ea Pocencial: EC En indica; PPressio; V~ Velocidad; ED~ Ea Dissipada art). Do segmento (1) a0 (3), a8 reas totais Ay, Ay © As vao aumentando gradativamente. Isso resulta em diminuigdo de velocidade de ciculagio, e con seqjiente aumento da pressio lateral (. Fig. 15.20 ¢ texto pertinente). Gragas a essa divisdo em dreas maiores, a press na devore arterial cai muito pou- co, de 100 mm Hg (1,3 x 10* Pa) a 90 mm Hg (1.2 x 10" Pa) nas arérias mais distanes. Nas a- teffolas, a queda é um pouco maior, mas a press cchega na entrada dos capilares ainda com 35 mm Hg (4.6 x 10° Pa). Este € o item C da Energética do Fluxo e Pressio Lateral, que mencionamos ante- POS-ANEURISMA NORMAL ANEURISMA GN — GRADIENTE NORMAL DE PRESSAO riormente. Esse alargamento da érea atinge © mé- ximo no leito capilar. Do sistema capilar para as veias, ocorre o con trio, eas éreas seccionais vio diminuindo. A ve locidade aumenta, o que diminui a pressdo lateral, ¢ facilita o desaguamento das veias tributérias nos troncos menores. Na veia cava, a pressdo cai de 4a 6 mm Hg, praticamente nula (6,7 x 10? Pa). 4.2 - Anomalias do Fluxo - Gradiente de Queda da Ep em Estenoses ¢ Ancurismas © que acontece quando ha anomal xo, com a pressio lateral do sangue? ‘Acestenose & um estreitamento da luz do vaso, ‘ ameurisma é uma dilatagdo. A Fig. 15.25, que é uma simplificagio da Fig. 15.24, representa esses Nota-se que, com gasto da Ec e sua reposi ‘clo pela Ep, esta vai caindo, como esperado, nos segmentos normais. Na parte estenosada, o sangue circula com maior velocidade, e a Ep cai além do ‘gradiente normal, No segmento pés-estenose, em- bora a velocidade seja normal, a pressdo é menor © motivo € que mais Ec foi gasta para vencer a cestenose, ¢ esse gasto se repde com a Ep. Na regio do aneurisma, a velocidad é menor, o que acarreta ‘um aumento da Bp. Esse aumento estabelece um ci culo vicioso, porque, por sua vez, tende a aumentar a dilatagdo do aneurisma. Esses dados explicam a maior freqiiéncia de infarto nas regiges onde hi artérias esclerosadas. A aterosclerose consiste na deposigdo de gorduras e cleo, entre outras substincias, no Kimen de arté- rigs, que ficam estenosadas. Nessas regides, a velo- cidade do sangue aumenta, ¢ a pressio lateral diminui. Com a queda da pressio lateral a nutrigao dos tecidos fica prejudicada, podendo haver isque- ‘mia (deficiéncia de sangue), e até mesmo o infarto (necrose dos tecidos). fo flu- NORMAL ESTENOSE POS- ESTENOSE (GP -— GRADIENTE PATOLOGICO DE, PRESSAO Fig 15.25 ~ Anomaias do Muxo (ver exo). 249 ‘A ruptura de aneurismas é também um aci- dente vascular perigoso. 4.3 — Relagdo entre Onda de Pulso e Velocidade Todas artérias apresentam uma dilatagao per ceptivel a0 tato como uma discreta batida, sincro- na com a contragdo cardiaca. E 0 pulso. A tomada do pulso fornece informacoes valiosas sobre o fun- cionamento do aparelho circulatério, como a fre aqiencia, a presenca de arritmies (falta de ritmo), 2 intensidade, e outras. Embora o pulse possa ser registrado graficamente, com riqueza de detalhes, simples palpagdo permite verificar importantes condigdes. que € 0 pulso? A primeira vista, parece ser a corrente sangitinea impulsionada pela contragéo carditea. Mas ngo é. A Figura 15.26 ilustra o que é pulso ¢ 0 que é corrente sangiiea. ‘A onda de pulso é a energia da contragfo car- jaca que se propaga pelo sangue, E Energia Me- ‘A corrente sangitnes & 0 deslocamento da massa de sangue, medida pelo movimento de he- smécias, E Matera ‘A onda de pulso se propaga com velocidade 4 4 6 vezes maior que a corrente sangiinea, e é pal: pével. A corrente sangiinea nfo & perceptivel 20 tato, ¢ necesita métodos especiais para ser per- cebida. CORRENTE SANGUINEA \VELOCIOADE: 4.4 — Energética da Sistole e Didstole O ciclo da contragao cardiaca passa por duas fases bem caracteristicas. Stetole — Contrago com esvaziamento do cora- fo. Os dtrios ejetam sangue nos ventriculos, € esses nas artétias aorta (coracdo esquerdo) € artéria pulmonar (coragéo diteto). Difstole — Relaxamento com entrada de sangue mas cavidades cardiecas, efechamento das vale vulas arteras. Durante a sistole, o sangue é subitamente ace- Jerado em todas as artérias, pela massa sangiiinea que é ejetada nos ventriculos. A pressao e velocida- de do sangue atingem um nivel maximo. Durante 2 didstole, tanto a pressfo como a corrente sangif- zea continuam, embora em nivel menor. Por que a pressfo e 0 fluxo continuam durante a didstole? A origem da forca é a seguinte (Fig. 15.21). Na Figura 15.27 A, estd representado o ventrt- culo esquerdo, instantes antes da sistole. Na Fig. 15.27 B, a contraggo do ventriculo langou massa de sangue com energia cinética (Ec), que se divide em dois componentes: Um, como Ee, acelera o sangue e dilata a ar- téria Outro, como Enery nna na artéria. ‘ONDA DE PULSO: 20 ms CORRENTE SANGUINEA: 5 ms Fig. 15.26 ~ Onda de Pulso e Corrente Sangunea (vet texto) vena Lo Fig, 15.27 ~ Energitica da Sistolee Diistoe (ver texto) eareepenenes: Quando a sistole termina, comega a digstole, a valvula abrtica se fecha, a Eg da contragao est gasta, Ento, a Ep armazenada na artéria se trans- forma parcialmente em Ec. Ficam novamente dois componentes: "2 Um, como Ee, mantém a corrente sangiiinea, Outro, como Ep, mantém a pressio lateral Todas artérias se comportam dessa maneira, ‘© que permite duas condig6es important ‘Em nenhum momento do ciclo: 1. 0 fluxo se interrompe. 2. A pressto se anula. Durante a didstole, a pressfo e o fluxo sto me- 2 ores do que durante a sistole, obviamente. Deve- 3 se notar que: “ainda durante a didstole, a pressao e © fluxo resulta do Trabalho cardiaco durante 2 ESCLEROSADO 8588 NORMAL, PRESSAO_ mmHg so Ss OD s—sistole Dp —piésToLe sistole, que ficou armazenado como Ey nas ar térias”, Nao se deve confundir a pressto sistélica e diastolica com a medida da pressfo arterial por mé- todos indiretos, como 0 do esfigmomanmetro (aparelho de medir a pressfo pelo pulso: esfigmo, pulso). A relagdo entre esses pardmetros sera dis- cutida no item: Fluxo Laminar e Turbilhonar x Pressto Sangiinea 4.5 — Hipertensfo de Origem Vascular e sua Energética Existem vérios tipos de hipertensto (pressfo acima dos valores médios esperados). Um tipo que corre nos casos de arteriosclerose tem sua energé tica explicada pelo mecanismo que acabamos de descrever (Fig, 15.28). ( vaso normal exige apenas 120 mm Hg para fornecer um fluxo normal satisftério, e na volta, devolve 0s 80 mm Hg também adequados as condi g0es normais. O vaso esclerosado necesita pressao maior para ser dilatado em didmetro equivalente, na hip6tese mostrada, 180 mm Hg. A devolucao de cnergia € obviamente maior, porque as paredes sf0 mais grossas, ¢ ainda necessitam mais energia para uma dilatago equivalente. E como comparar as pressbes fornecidas por um pneu de automével e outro de caminhdo. O gréfico mostra as variacbes da pressfo sistélica (S) ¢ diastélica (D) nos casos N (normal) ¢ P (patol6gieo). AA hipertensfo de origem vascular ateromato- sa 6 também acompanhada de aumento da resis téncia perifériea ao fluxo sangifneo. VASO ESCLEROSADO PRESSAO SISTOLICA PRESSAO DIASTOLICA O-» — —- 140 +O mmHg DILATAGAO EQUIVALENTE DILATAGAO EQUIVALENTE O- -C-=+0 VASO NORMAL Fig. 15.28 PressZo em Vasos Normas ¢ Patologicos. 251 4.6 ~ Pressio nos Capilares - Forgas Envolvidas 0s capilares representam a tinica parte do sis- tema cardiovascular acessivel a trocas metabolicas com 0s tecidos. Para servir a esse fim, a estrutura e a forgas envolvidas sfo peculiares. comprimento dos capilares, em média,é de 08 a 1,2 1m (800.000 a 1.200.000 nm) e 0 did metro, um pouco mais do que o de uma hemécia, isto 6, 8 a 8,5 1m (8.000 nm). Se o capilar tvesse 1 em de digmetro, seu comprimento seria de cerca de 1 metro. A velocidade do sangue nos capilares, como jé vimos, é cerca de 0,4 mms”, o que faz © tempo de circulagfo ser de 2 a 2,5 segundos. Esse é 0 tempo gasto entre a entrada no capila, através da arteriole safda através da vénula Os capilares, como de resto todo o sistema vascular, pulsam, ¢ suas paredes apresentam uma camada ‘nica de células endoteliis, cimentadas ‘com proteinato de célcio, Essas paredes apresen- tam poros de tamanho varidvel com a regifo do corpo. No sistema nervoso central, 0s poros sf0 dde menos de 3 nm, ¢ permitem trocas de moléculas muito pequenas, como gua e gases. Os poros de 3a S nm, sfo mais comuns ¢ permitem a troca de agua ¢ pequenas moléculas. Nos gloméruls, os pporos sf0 Om pouco maiores(V. Biofisica da Fun {fo Renal). No figado, hd poros de até 10 nm, que permitem alguma troca de macromoléculas. Exis- tem mais de 2 bilhoes de capilares em um adulto. A velocidade de circulaggo no leito capilar & lenta, para permitir as trocas metabélicas neces nas. A qualquer instante, cerca de 5 % do sangue se encontra no leito capilar, ou seja, 250 ml para um volume sangiineo total de 5 litros. Porém, como o volume do leito capiar é grande, passam cerca de 5 litros de sangue por minuto. Com esse fluxo, um volume de fluido quase equivalente 20 total de plasma, (cerca de 3 itros), € trocado em “ARTERIOLA A apenas 10 minutos, entre 0s capilares ¢ o$ tecidos. Lembrar sempre, que a troca de protefnas € mi ‘Quais sto as forgas responsiveis por esses pa- rémetros que vimos acima? So simples, e seu equi- IMbrio também. Na Figura 15.29 A esto represen tadas as forgas que existem entre os capilares e © compartimento interstcial (Compartimento Extra- celular, CEC), Os vetores representam as diregOes nas quais essas forgas se aplicam. Os nimeros indicam 0 valor em mm Hg, Na entrada do capilar, na cone- x80 com a arteriola,a diferenga de Pogyy deixa um. saldo de 22 mm Hg a favor da penetragao de flu do, mas a Pyjg ganha a luta, deixando um saldo de 13 mm Hg a favor da expulsto de fluido para o Compartimento Extracelular (CEC). Na saida do capilar, na conexdo com a vénula, essas mesmas forgas deixam um saldo a favor da penetragdo de Hiquido, de 13 mm Hg. Entre esses extremos, hi tum gradiente de pressfo: Esse gradiente de Safda-Entrada de fluido no capilar esté representado na Figura 15.29 B. No- ‘tase que as forgas possuem uma resultante nula, teoricamente, no meio do caminho. 0 estado estaciondrio no capilar & importan- te. Se 0 fluido que sai € maior do que o fluido que entra, imediatamente, 4gua é retida no CEC, numa condiggo conhecida como edema. Ha varias causas de edema, todas relacionadas @ uma alteragdo das. forgas que acabamos de estudar. Elas fo: A. Alteragbes na Pressto Osmética 1. Diminuigfo 4a Pogyy intracapilar, por hipo- proteinemia (baixa concentraggo de proteinas no plasma). A resultante osmética na entrada do capi- Jar diminui. Como consequncia, hi escape de Fig. 15.29 ~ Forgas nos Capilares (ver texto). EEC — Fspago Extracelular; Posm ~ Prestip Osmética; Phd ~ Pres- So Hidrosttica Poum ~ Resultante Osmética; Rf ~ Resultante Final. Todas as pressdes em mm Hg. Desenho fora das proporgSes natura 252 fluido para 0 CEC. Na safda do capilar, a entrada de fluido é também prejudicada, acentuando a re- tengfo de fluido no CEC. 2. Aumento de sais no CEC. Quando, por ra- wes de insuficiéncia cardfaca, ou renal, hi reten- 40 de sais, a Posy, do CEC aumenta, com conse- quente retengao de fluido nesse compartimento, B, Alteragdes na Pressfo Hidrostitica 1, Dilatagdo arteriolar ou constrigfo venular. Em ambos casos, hd um aumento da Ph..q, € conse lente aumento do vetor de safda e diminuigg0 do vetor de entrada de fluido, 2. Aumento da pressdo venosa. Sempre que hi ‘um aumento da pressfo venosa, a passagem do san- gue através dos capilares exige um aumento da Prjg> € a situagao das forgas é como no caso ante- riot: maior saida e menor entrada de fluido. 3. Ago do campo gravitacional. Veja no item campo G, adiante. C. Alteragbes na Permeabilidade do Capilar Hi substincias como @ histamina, bradicinina, certas cininas, que aumentam a permeabilidade do capilar, permitindo 0 vazamento de macromo- Ikculas, especialmente albumina, para o CEC. Com a queda da Posm intracapilar, fluido se acumula rnesse espaco. Essa é a explicaggo do edema que acompanha os estados inflamatérios. VISTA SUPERIOR a B 5. Tipos de Fluxo: Fluxo Laminar, Fluxo Turbithonar e Seu Relacionamento com a Circulagao Sangiinea A reologia (reos, corrente), & a citncia que es- tuda os fluxos e suas deformagbes, distingue dois regimes de escoamento, como mostra a experién- cia da Figura 15.30. Em duas buretas contendo égua de tomneira, colocam-se algumas gotas de fucsina © 0,1% em ‘gua destilada, bem no topo da coluna liquida. Em seguida, as buretas sfo abertas: Bureta A — O lfquido é escoado lentamente. 0 corante se disp6e em camadas concéntricas, afunilando-se no centro do tubo. Olhando-se por cima, é possfvel ver a regularidade das ca- madas coneéntricas, ou laminas de fluido. Esse é 0 fluxo laminar ou lamelar (pequenas laminas, ou camadas). Figura 15.30 A. Bureta B — 0 liquido 6 escoado com o méximo.de velocidade. O corante se distribui de forma ir- regular, formando redemoinhos, turbilhdes, com porgdes de fluido se entrechocando. Othando-se por cima, 6 possivel ver a desorga nizaggo das camadas de corante. Esse € 0 fluxo turbilhonar ou turbulento (Figura 15,30 B). Podese passar de um regime a0 outro, sim plesmente variando a velocidade de escoamento. Abaixo dessa velocidade, o fluxo é laminar, acima € turbithonar. Essas relagses esto mostr: ENERGIA CINETICA FLUXO . c Fig. 15.30 ~ Regimes de Escoamento. A ~ Laminar;B ~ Turbihonar; ~ Grfico de Energia Cinética x Flaxo. 253 fico da Fig. 15.30 C. A velocidade limite & chamada de velocidade critica. Essa velocidade é muito importante em biologia, como vemos no item 4 ‘A termodinamica dos fluxos laminar ¢ turbi Ihonar esclarece os achados. No fluxo laminar, a Entropia € adequada ao processo, ndo havendo des- perdicio da Energia cinética (Ec), e 0 fluxo € pro porcional & velocidade linear do sangue. No fluxo turbithonar, a Entropia é exagerada, porque parte da Ec € gasta em vencer um ato interno maior, aorta e os capilares. A queda da pressfo € 100 — ox 15 mm Hg.eo fluxo 85 ml.s* Entretanto, isso néo pode acontecer no siste- 15__ 85 = snidadeR ma circulat6rio, que é fechado, ¢ em regime esta- a> ag * Lunldade ciondrio, No sistema circulat6rio, AL= 1, na equa- (40 de Poiseuille. O que se verifica & que, com a Na hipertensfo, valores de P podem chegar a distancia L percorrida pelo sangue, hé apenas um 290 mm Hg. Ent desgaste maior na Ec, que se repoe as custas da Ep (V. Energética da Circulacz0). 220-15 ° 7 Fa ~ 2 unidades R r 4) Viscosidade Ou seja, € necessirio um trabalho de 2,4 x maior = ‘As variagoes da viscosidade sangtiinea podem pata circular o mesmo volume de sangue. acarretar modificagGes graves no fluxo Em atletas bem treinados, durante o exerefcio : iscosi i fisico, a pressto se eleva a 145 mm Hg, mas o flu- Diminuieio da viscosidade — Nas anemias pro- \o vode Chegar a6 A fundas, a diminuigdo de viscosidade pode ser __™° PO%e chegar a 6 vezes o fluxo basal. Neste caso: acompanhada de um aumento da velocidade tal, nas spec que a velocidade critica é excedida, e aparece um Oe = apr 7 025 umidades R * sopro circulatério audivel em vérias partes do oe e ‘orm: © que corresponde a uma diminuiggo de 4 ve- ‘Aumento da viscosidade — Doengas que au. zesde R. mentam a viscosidade do sangue, como a polici- A resisténcia periférica aumentada 6 um fator temia vera (aumento do nimero de eritrécitos), importante na génese da hipertensfo vascular, ¢ ou certas macroglobulinemias, (aumento de macro- de outros distrbios da circulagzo, 287 7. Relagdo entre Pressio e Tensio — Lei de Laplace © biologista confunde freqdentemente essas duas grandezas fisicas. Pressfo é Forca/Area © Tenslo é Forga/Raio. Quanto maior & a drea, ‘menor € 2 pressfo, quanto maior € o raio, menor € a tensfo. A Figura 15.36 mostra essas relagbes em dois modelos conhecidos, o balto de borra- cha para festas, e 0 diploma enrolado como ca- udo. Quando se enche o balfo de borracha, nota- se uma diferenga marcante entre o infcio do enchi mento (tem-se que fazer uma forga maior), e 0 fim, onde um sopro leve é suficlente para aumen: tar 0 volume do balgo. Quanto maior a superficie do baldo, menor é a pressto exercida sobre 0 soprador. Um diploma, quanto mais apertado é en- rolado, mais tensfo ele exerce sobre a gominha de borracha que o segura. O balfo pode ser considera do como formado de milhares de gominhas const tuindo sua parede, e exercendo tensfo sobre o con- tetido do balfo. A lei de Laplace tem equagdes que dependem da forma do continente, ¢ se aplicam aproximadamente as estruturas abaixo: m Gi t rape Gaem) Esters lpsbides Cindros = Forma (Corso) (Aneurimas)—_(Vasos)- = (Estrutur) AR ean Ry Ra ‘ t \ A Fig. 15.36 — Modelos de Pressfo © Tensfo. A — Balfo de Borracha;B ~ Diploma Enrolado. onde P é a pressfo exercida na cavidade, Téa ten- so exercida pelas paredes da cavidade. A tensto é mantida por fibras musculares (coragdo), ou elisti- ‘as (vas0s em geal). A comparagao entre as formu Jas para esferas e cilindros. mostra que, para um ventriculo de 3 cm e uma aorta de 1 em de rai, tenso no ventriculo tem que ser 6 vezes maior ‘que na aorta, para manter @ mesma pressfo, utra concluséo importante da lef de Lapls- ce 6 em relaro a0 coragfo dilatado: 258 A let mostra que, se R sumenta, T deve aumentar na mesma proporggo para manter P in- varidvel. Assim, 0 coraeéo dilatado tem que. pro- duzit uma tensdo maior que um coragfo de ta manho normal, para sustentar a pressdo necesséria. Como o coragdo tem quatro cavidades, o Trabalho cardiaco € cerca de 4 vezes maior nos corac6es dilatados. Como vimos na Introdugio a Biofisica, o tra batho cardiaco é do tipo Px AV, pode aumentar, tanto através de P, como de AV. Na hipertensto arterial prolongada, a dilataggo cardiaca é um achado freqiente, e reflete o aumento de AV para ajudar no trabalho extra necessério. Nos aneurismas, a lei de Laplace prevé que, teoricamente, o rompimento deve se dar na regio onde o raio de curvatura é maior. A tensfo é medida em Nin“, e tem sido determinada em vérias partes do organismo. Al- suns valores sf0: Ventriculo esquerdo 8x10? Nan“ (8 x 10° dines. Aorta 2x10? Nm“ ania dines. Cava 20Nm-1 ries Capaes 2410 Nm“! (20 dines. om” Na aorta, considerando um raio de 1 om, a tensfo corresponde & forga exercida por um peso de 0.2 kg (200 gramas).£, pois, uma tensfo consi- derive. (v+G) | (A-G) © OvZDO \(V-G)} (A+G) Fig 15.37 ~ 0 Campo G © a Ciculagfo. + G.— A favor do movimento do sangue; - G — Contra o ‘movimento do sangue, —_- 8. 0 Campo Gravitacional e a Circulago 2) O termo Ey da Equacdo de Bernoulli. J4 vimos, no item Energética da Ciculaga0 (Fig. 15.22), que 0 campo G é um dos termos da equa G80 de Bernoulli. Em um indwviduo na posggo em DS, 08 vetores G sdo conta asubida do angie, e 2 favor da descida. Na Figura 15.37, sss relagdes estfo representadas tendo 0 coragdo como nivel referencia. Pode-e notar que, acima do coraggo, 0 campo G6 contra a circulagao arterial, a favor da veno- sa, Abaixo do corapio, invertese a relagfo, © 0 campo G & a favor da ctculagfo arterial contra a vena. Qual é a contribuigso quantitativa do cam- po G? Usando unidades de mmHg, aconversdo de tima coluna de sangue para de merci, é &seguia- te, pels densidades desses iquidos: Pressto Sangue: 1,06 x 10” kg.m“® x 10 ms“? x 1 mm Hg 13,6 x 108 kgm = 0,78 mmHg fu seja, a cada 1 cm de altura no campo G, a colu- na de sangue pesa 0,78 mun Hg. Exemplo 1 4 pressfo sangiinea arterial na cabe- ga, a 40 em acima do coragdo? A res- posta é simples. Sabe-se que a pressfo arterial no co- ragfo 6 cerca de 95 mm Hg. O vetor 6-G, entao: P=95 — (40 x 0,78) = 95 ~ 30= 45 mm Hg* Essa diminuigfo de 30 mm Hig & aproximadamente 35% do total, ¢ ex: plica porque uma baixa de presto é acompanhada de perda tempordria dos sentidos. A posiggo deitada que acompanha o desmaio, é uma defesa contra o campo G, porque nessa posi- fo, a cabega fica a0 nivel do cora- G0, e 0 efeito do campo G desapa- Exemplo 2—A. pressfo venosa na cabega & cerca de 5 mm He. Qual o efeito do cam- poG? Verificar, na Iniodupto & Biofisica, 0 mesmo eflculo feito em termos energé: ‘cos, Comparr o gra de informagao en- ‘te os dois métodos, nos 4 exemplos aqui ddtados, usindo Pa como unidade de presto P=5 —(40x0,78)=5 ~ 31 =~ 26mm Hg ssinal indica pressgo negativa, que tem grande importancia em sangra- rmentos na parte superior do corpo, acima do nivel cardiaco. E que, quando uma veia se rompe, hé ten: déncia de aspirago de ar pelo coto inferior (pelo coto superior, hé 0 sangramento). Esse perigoso evento ‘nfo acontece, porque as paredes do vaso colabam, féchando 0 orifico. Porém, nos seios venosos peridurtis, que so rigidos devido 8 caixa 6ssea do crinio, a abertura desses seios ve nnosos é acompanhada de suceao de ar, provocando embolias gasosas que podem ser mortais. Esse fato deve ser levado em consideragao nos casos de acidentes com ferimentos cranianos, © na neurocirurgia, quando hé aber tura da axa eraniana, Exemplo 3—Qual ¢ a contribuiggo do campo G para a pressto arterial, no pé de um individuo, em posigfo ereta? A dis- tiincia coragdo-pé é cerca de 120 em, © campo G soma-se a pressto arte- rial, que no pé, ¢ cerca de 90 mm Hg. P=90+ (120 x 0,78) Esse aumento de pressfo contribui para agravar 0 sangramento arterial na extremidade inferior, embora aju- de o trabalho cardiaco. 10 +90 = 184 mm Hg Exemplo 4 — Qual a pressfo venosa nos membros inferiores? P=5+(120x0,78) Esse grande acréscimo de pressto la- teral tende a estagnar 0 sangue nas velas, e mostra ser necessirio, além das valvulas de nfo-retorno, uma for- ‘2 contréria para levar 0 sangue até © corardo. Esta é justamente a “visa tergo” (Forca que vem de traz), ¢ que existe em todo territério venoso. E fo sangue que vem dos capilares e em- ppurra o que estd adiante, até 0 cora- fo. A pressto contribufda pelo campo G, dificulta 0 retorno venoso, é uma ‘causa coadjuvante na formagao de va- izes, que sfo dilatagbes das veias, + com conseqilente estagnacso do san- ‘gue. As varizes ocorrem em vérios 5 +94= 99 mm He. 259 TUBORIGIDO —_FECHADO ABERTO aA 4 = TuBO ELASTICO DESLOCAMENTO c Fig, 15.38 ~ Tubos Rigidose Hlisticos no Campo G (ver texto) territérios nervosos, como no esdfa- go e plexo hemorroidério, sempre que hd dificuldade de retorno veno- so. (V. Tratados de Fisiopatologia). Esses fatos mostram que a postura de individuos no campo G, & importan: te do ponto de vista circulatério. Dei- tar um paciente inconsciente ou cho- cado, com a cabega a0 nivel do co- ago, é, salvo contra-indicagées ou- tras, uma medida conveniente. Em casos de choque vasogénico, & indis- pensivel. A colocacto desses pacien- tes em posigfo sentada, comprimindo a cabega entre os joelhos, é prejudi- ial, além de dificultar @ ventilags0 pulmonar, ) Tubos Rfgidos e Elisticos no Campo G © comportamento de fluxos em tubos rigidos ¢ elsticos, sob a agZo do campo G, explica alguns fatos observados na hemodinémica. A Figura 15.38 mostra dois tubos semelhantes, um rigido e © outro eléstico, Em A, 08 tubos recebem égua sob mesma pres Sf, ¢ 05 fluxos estfo em equilfbrio, Se @ torneira for subitamente fechada (Fig. 15.38 B), 0 fluxo cessa, logo em seguida, no tubo rigido, mas cor ‘nua, ainda que por instantes, no tubo elistico. & ue este, como jé vimos, acusmula Ep nas paredes, €.a devolve como Ec, sob forma de fluxo. E exata mente a situagdo de sistole e diéstole (V. neste texto). Esse comportamento diferente de tubos rf gidos € elisticos, explica 0 que ocorre quando hd uma falha sbita na bomba que fornece o sangue: Em individuos com artéras flexiveis, o suprimento de sangue continua, mas em pacientes com artérias estlerosadas, rigidas, hd baixa ou interrupefo do fluxo. Freqientemente, essa é a causa das “tontei- ras” que essas pessoas declaram sentir. Essa tam- ‘bém 6 a razdo da isquemia ser mais acentuada em tertit6rios irrigados por artéras esclerosadas, quan- do hd uma deficiéncis no fluxo sangtiineo. 260 Na Figura 15.38 C, o sistema de tubos é brus- camente elevado no Campo G, no tubo rigido essa 0 fluxo, que ainda continua, embora dimi- nuido, por certo tempo, no tubo elistico. Essa va- riagao de G sobre o fluxo notado em pessoas que se levantam bruscamente, esto em elevadores ou aviges que sobem rapidamente no Campo G: 0 fluxo diminuf, e diminui mais ainda em artérias esclerosadas, Esse efeito do Campo G exige que os cosmo- nautas sejam langados a0 espaco em posigao semi- deitada, com a cabega ao nivel do coragdo. Roupas “anti-G", que pressionam o sangue na massa cor- poral, so também adjuvantes na subida e descida de cosmonaves. Biofisica da Circulago Atividade Formativa 5.1 Quais sto as partes fundamentais do sistema cardiovascular? 2. Qual é a série de eventos do ciclo cardiaco? O PA cardiaco tem um somatério vetorial que 6 denominado—_—_ Quais os potenciais medidos nos sistemas ab: Fig 15394 4 Ey E, Fg 15.298 mV 143 E, E Fig 1539¢ .05. Qual é 0 princfpio do Terminal de Wilson? (30 palavras), 06. Quais métodos estso sendo usados ¢ quais de- rivag6es esto sendo medidas em A e B (Fig. 15.40)? Fig 15.40 07. Se 0 eletr6dio ativo ¢ colocado sobre o t6rax, quai derivagbes podem ser medidas? 08. Completar 0 quadro, com a relagto evento-fa- se do PA: Evento Fase do PA Onda P Complexo QRS ‘Segmento ST 09. Considere o tritngulo (Fig. 15.41). Como voce © transformaria em um sistema de coordena- das congruentes? Qual serd o Angulo entre a5, coordenadas? E 0 sinal de cada eixo? Fig 1541 10, Calcular a soma dos pulsos das QRS abaixo, e colocar no sistema de coordenadas da pergun- ta 08. Qual é 0 Angulo aproximado da resul- ‘ante? Ae ep Fig. 15.42 coal 11, Determinar 0 eixo elétrico pelo método esta tistico no ECG abaixo. dope Die Piies Dilla yr) Fig. 15.43 12, Colocar a equivaléncia dos setores da circula- $f. 1. Baixa pressfo, 03 baixo ¢ Co2 alta) 2. Alta pressfo, Oo alta, CO, baixo( ) 3. Baixa pressfo, O, alta, CO. baixo( ) ‘A. Artéria pulmonar B. Veia pulmonar ©. Aorta 13, Fazer um esquema da circulagto de mam‘. feros. 14, Citar 0 prinefpio de um fluxo em estado esta ion. 15. No sistema abaixo, em estado estacionétio, completar: ENTRA ¥ a velociaade, f 0 fluxo, E,, Energia ciné- tica, ¢ E,, Energia potencial, 261 16. 0 fluxo na aorta de um cio é 40 mis", ¢ 0 diametro da aorta € 0,8 em. Qual seré o fluxo em um terrt6rio vascular de 10 em de dime tro, no mesmo animal? 17, Citar e descrever as variagSes de fluxo em uma fistula interatrial (40 palavras). 18, Escrever a equacao de Bernoulli ¢ dar 0 sign. ficado de seus termos (40 palavras). 19, Assinale como certo (C) ¢ errado (E) as se- uintes afirmativas: 1. Em regime estacionétio de fluxo, o volume que entra € igual ao que sai, mas a energia é maior na entrada e a entropia é maior na safda (),€ ainda O fluxo 6 constante( A velocidad € constante ( ) ‘A.Ep nao diminui ( A.Be 6 constante ( ). 20. A pressio lateral € aumentada em ‘Aneurisma ( ). Estenose ( 21, A velocidade de fluxo é diminuida em: ‘Aneurisma ( ). Estenose ( ). 22. Explicar por que hé maior incidéncia de infar- to tissular em regides irrigadas por artérias es- tenosada (20 palavras) 23. Descrever a diferenga entre onda de pulso ¢ corrente sangtkinea (20 palavras). 24. Fazer um esquema e descrever a energética do fluxo na sistolee didstole (30 palavras) 25. Qual a origem da Ee na didstole? 20 palavras) 26. Qual a razio fisica da hipertensio vascular? (30 patavras) 27, Fazer um esquema e deserever as forgas atuan- tes no capilar (30 palavrs) 28, Descrever algumas causas de edema (50 pala- ras). 29, Na tomada da pressio arterial, o principio é 0 aparecimento e desaparecimento de fluxo, 30. O fluxo laminar 6 (proprie- dade acistica). 31. Em determinado trecho de uma citeulacio, 0 sangue atinge v= 40 ems, Ouve-se um ruido, 262 indicando fluxo turbulento. Qual é o dimetro ‘méximo que 0 vaso pode ter? dsangue 1,06 x 10° kgm e n= 28x 103 Pas 32, Descrever a tomada da presslo arterial usando © esfigmomandmetro eo estetoscépio (50 pala- vas). 33. Qual € a alteragdo do fluxo que provoca o apa- recimento de sopro circulatério? 34, Em um tubo de 100 cm de comprimento, apli- ca-se uma P de 10 mm Hg. Qual € 0 fluxo re- sultante, se o tubo tem diimetro de 1,0 em depois passa a 0,5 em? Nota: Usar 0 SI 35. Conceituar resistencia periférica (30 palavras). 36. Qual a influéncia do comprimento do tubo no fluxo sangifneo? (40 palavras). 37. Um individuo faz exereicio, e sua pressio sobe 130 mm Hg. Se a sua resistencia periférica abaixa para 0,6, qual é 0 fluxo? Fluxo basal: 85 mls" 38. Em qual dos sistemas abaixo existe maior ten- 40._Vas0s rfgidos sto vantajosos/desvantajosos para atenuar mudangas do Campo G. Gp Todo o assunto é altamente interessante para GD. TL ‘Tomada da pressio arterial Resolugdo do eixo elétrico em ECG. Objetivos Especificos do Capitulo 15 A lnteodugso 1. Ghar os componente principals do stems ‘seat, 2. Conhecer e escever suctamente a8 quatro ‘tapas do su Fncionamento 3.0.Campo EM e a Crago 3. Desehar um grifico simples do PA o0 iootrdo, « desrever wus events prncpa. 4, Descever um dipto, fazer um fen des lnhaslsopotencas ¢clelr dp cores 5 Desrever © método de Eiathoven par sen twos potencas cardiaos 6, Descreer © método unipolar de Wion € © Regio Unipolar Aumentado, 7, Relaconar, no tao bso do dlewoca Aiogams, at ondise inerlos com 0° PA cariiaco, 8, Trgaroeixo eetrco cardiac pelo tningslo de inthoven, 9, Trager ebxo elec carditco pele der es Unie Bipolar, €.0 Campo Gea Greulagto 10, Descreer sumariamente 0 aparelho crals 1, Idemica a8 partes que possum lta ou ba ss presto, alto ou bak Op, e allo Ov Ba x0 60, 12, Wenificar um Muro um rep estado 15, Relacionar Ep ee em fuxo estaionsrio. de 14, Urea equate do uo estactnsto, 15, Disertar sobre a plopeadadr do faxo ext ‘onde em Blog, 35 %6 M. ‘Cat paimetios exalatérios (ee, fuxo © \eloidae de csingo) plea 2 equaeso de Cano em (ul ate fioenoss e comunleapd intertdalot late. ‘ertsclr. Trcwver 4 equicto de Bersih, e dirt Sobre seus termos fazendo gio vet doe Desaterer ab velacdes entre Ey, Ey ¢ Ey em ‘oxo extaionsri glean a queda ds pressfo Intend com 2 bso de vee, Fazer desonho © explicar anomalias de Moxa sanguinco em etenoe «enews Relsionar a perdn de Ep através da Ey ¢ Ey, «suas consequencias bolbgicas. Estabelcer 3 ierengn entre onda de plso conte sanguies. Deserve a Enrgtica d ioe e Distal Relaionar hipertensf aterl com elatiie de vaculr, Deseover a lage de peng no pres, Equacionar os fogas expres nor cwos de Deserover oxo tminar © faxo tubibonar ¢ sas propredaes, Conceluar numero de Reynolt ¢ ust sua quae, xguematiar as camadas de dos em fhxo lamina, em fungao ds velocidad Relaionar a medida da presto arta com stipor de hua Disertar sobre rigem dos soprs cculats Escever equto de Pole © expiar Fae deus simples com a eqegto de Po seal. CConceituarresstéaca peice fase cdl ‘lo simple com ene part. Explcar sf de Laplace e suns conegGtnca, ra croup, Explca #40 do campo G sobre acral = 16. Biofisica da Respiracao A) Introdugdo Os seres vivos, com relaggo a0 uso de oxigénio (O,), se dividem em duas classes principais: Aerébios — que usam oxigénio. Anaerdbios — que nfo utilizam, ou usam O2 ‘em circunstincias especiais. Alguns aer6bios chegam a. ser prejudicados pela presenga de O, mas os biossistemas mais. tvoluidos, usam obrigatoriamente oxigénio como comburente (mantém a combustdo), ¢ eliminam ©0, (0s sores unicetularesteocam, por simples dif so, 0 03 e CO; com o meio ambient. Alguns se res pauccelulares, e- mesmo. plricelulaes, tam- bbém. Mas, a partir de um certo volume, ou masse do biossistemsa, a difusto tornase insuficiente para atender & demanda biobgica,Faz-se necessirio um sistema caper. de cond tecidos,e carear CO; para o ambiente, tendendo a velocidade das trocas metabolicas B curioso que, na evolugfo, nfo howve aper. feigoamento do sistema armazenador de Oz. AS 7 aes se prendem ao “ajuste a0 ambiente”, onde hi tuma oferta ampla ¢ satisfatria de Op, aliada a tuma dificuldade téenica de armazenar 03 volumes enormes de gis que sfo necesirios. Foi mais fil evoluir um mecanismo que providenciasse a répida toca de gases entre 0 ambiente, ¢ 0 interior, dos seres vivos. Essa tarefa € desempenhada pelo Aps- relho Respiratrio, que funciona em conjunto com 0 Aparelho ou Sistema Circulatério, O funciona- rmento do Sistema Respratoro & simples, ese faz em um ciclo de dois hemiciclos. 12 Hemiciclo ~ Inspiregto. ~ Ar atmosférico 6 aspirado para uma estrutura bem permedvel, 0 puliao, onde entra em contato com 0 sangue. Oz é absorvido. 22 Hemickdo — Expiragso. — 0 ar pulmonar ¢ expelido para 0 ambiente, carreando 0 CO, ¢ ou {tos componentes para fora. Com a seqGéncia Inspiraggo = Expiragfo, 0 aparetho respiratério realiza a troca répida O; x CO, no pulmdo, A circulacto se encartega de levar O; 20s tecidos.e trazer CO 0 pulmto. Esse esquema, bastante simpificado,é efetivo fem manter ahomeostasia do meio interno,funcio- nando em estado estacionirio, com entrada de alta entalpia, e saida de alta entropia (v. Termodind- mica). Leitura Pretiminar 16.1 A LP.16.L recomendada é a Introdugo a Bio- fisica, Gases, Pressto, ete. Leitura Pretiminar LP 16.2 (Opcional) 1, Leis dos Gases e Suas Aplicagdes Biol6gicas Dos quatro estados da matéria, sido, liquide, sis e plasma, dois sao ficeis de lidar, e desde a remota antiguidade se mede e trabalha com s6lidos liquidos. Os gases, s6 mais recentemente foram entendidos e dominados. Com o plasma, 2 humani- dade estd ainda aprendendo seu controle e uso. Nos gases, as forcas de repulsto moleculares so mais fortes que as de atracZo, e as moléculas se repelem, tendo tendéncia a se espalharem até 0 infinito, se nao forem contidas em um Volume de- terminado. Esse volume determinado s6 é obtido quando o gis esté em um recipiente qualquer. O choque das moléculas de gis sobre as paredes do recipiente, é Forga/Area ou Pressio. Se o gés 6 aquecido, ou resfriado, o volume ou a pressf0 po- ‘dem variar, ea Temperatura é 0 terceiro pardmetro ue define a situagZo de estado de um gés, Portan- 10, para definir um gis, & necessério explicitar: Volume Pressfo. Temperatura Quando se conhecem dois desses valores, € possivel calcular terceiro ‘As unidades usadas para medir esses parame- tros, sfo: ‘Volume — mm?, em? (mi), e m? (SI), Pressio — mm H;0 mig, cm H20 ou Hg, atm, Torr, dines.cm-* e Nam? que € 0 Pascal (Pa), unidade do $ Temperatura — Usamse centigrado °C, ¢ sraus absolutos °K onde: 9K = 273+ 9C ‘A equivaléncia dessas unidades é: 1 torr (de Tortceli), é a pressfo causada por uma coluna de 1 mm de altura de Hg, em condi- des padrdo de densidade do mercirio e de pravi- dade terrestre. Portanto, para finalidades biologi 1 torr =1 mm Hg E facil concluir que: atm =760 mm Hg =760 torr A Ginica unidade coerente, é 0 Pa, que vale: 1Pa=7,5 x 10? torr 1 torr= 1,33 x 10? Pa 1Pa=9,9'x 10° atm Latm= 101 x 10° Pa A conversdo de unidades é simples. Exemplo I —Quantos Pa valem 4,8 torr? Pressdo = 4,8 x 1,33 x 10? Pa = 638 Pa Exemplo 2—Uma pressfo de 530 Pa equivale a quantos torr? Pressfo = 530 x 7,5 x 107 =400 torr Outra unidade nfo coerente, usada especial- mente em metereologi, e 0 bar, cuja correspon déncia é 1 bar = 108 Pa= 10° dinecm 33x 107 torr 2. Condigdes Padrado NTP As varidvels Volume, Pressfo e Temperatura sfo 266 ‘tomadas em condigdes de referencial: Temperatu- 1a, 0°C ou 273°K e Pressfo 1 atm ou 760 mm Hg (aproximadamente 760 tore). Nessas condig6es 1 mol de um gis ideal tem volume de 22,4 litros (1 kmol = 22,4 m?), Essas condigbes sf0 conhe- 1a atmosfera, em 760 mm He (1,01 x 10° Pa). Sabemos que N>€ 78% e O2 6 20% do total de gases. AA pressdo parcial, ser: 93 mm Hg (7,9 x 10" Pa) 52 mm Hg (2,0 x 10* Pa) A lei de Dalton é importante para 0 ealculo de PHO (v.) na respiragdo, na formago de misturas ‘gasosas, ete 5. Lei de Henry - Define 0 volume de um gis dissolvido em um liquide: +0 volume de um gés dissolvido em um liquido é proporcional & pressio do gis sobre o liquido, a um fator de solubilida- de e a0 volume do liquido.” xf V1 onde Va é 0 volume dissolvido em ml, Pé a pressio em torr, f € 0 fator de solubi- Tidade, e V1 € 0 volume de Fiquido, em litros. Al- ‘guns valores de f estio na Tabela 16.1. Um exem- plo do uso da Tabela 16.1 vem a seguir: Tabela 16.1 Volumes de gis (ml) em NTP que se dissolvem em | litro de HzO sob pressiio de 1 torr, em diversas temperaturas. Valores aproximados (ml‘-tor!) ‘Temperatura, «C Gis © ta 20° 20° ar 0° ™ oosis 0.0250 0.0197 oon oo1ss 0152 o: 0.0648 0.050 0.0408, 0.0290 0.0263, Co 223 138 105 0875 0700 0697 Nota: Esses valores, multiplicados por 0,760 fornecem o coeficiente de c de Bunsen, que representa 0 volume de gs dissoivido em I ml de Iiquido, sob pressio de 760 mm de Hg (I atm), 268 Exemplo 10 — Quantos moles de Oy se dissolvem ‘em 250 ml de H0 sob pressfo de 100 torr, a 37°C? Va = 100 torr x 0,029 ml1~*.torr! x 0,251 = = 0,725 ml de O Nota: Estes valores jé sfo reduzidos para NTP. 6. Lei de Graham — Define a difusto de ga- ses,¢ diz que: “A. difusto de um gis 6 inversamente pro- potcional & raiz quadmda de sua massa molecular”, 1 Vu Para 0 uso em Biologia vias constantes, tem sido actescentadas, 0 que toma os valores obtidos sujeitos a muitos fatores, o que traz alguma impre- cisfo. A lei é adaptada como: = Cs.7.A. AP VMin onde Cs 6 o coefciente de solubilidade, T é a tem- peratura absoluta, A, 6 a frea de difusto, AP é 0 Coeficiente de pressfo, M é a massa molecular, Lé a distincia, e 9 é a viscosidade do meio. Apesar da complexidade, essa equagdo se aplica em estudos de difusfo, de gases em biossistemas. "i A A A EPITELIO AMPLIACAO, ALVEOLO, Pe 164 — Apa Rewitiio Equemétic (er tex B) Estrutura e Funcio do Apareiho Respirat6rio 1. Introdugso aparetho respirat6rio (Fig. 16.4), se compoe de um tubo, a traquéia (T) que leva ar ao pulmo () onde esse ar entra em contato intimo com 0 sangue. Os pulmOes estfo encerrados dentro de ‘uma caixa dsseomuscular, o t6rax, que se dilata e contrai através dos misculos intercostais (MI) e do diafragma (D). Entre 0 pulmfo ¢ a caixa tordcica hhd um duplo folheto seroso, formado pela pleura visceral (PV), colada’ a0 pulmo, e pleura parietal (PP), aderida ao térax. Entre 05 dois folhetos da CELULA EPITELIAL ‘CAPILAR B Fig. 16.5 — Alvéolo o Ertruturas Relacionadas (ver texto). pleura, existe um espago virtual importante, que & © espago interpleural (EIP). Nesse espago hé uma pressfo subatmosférica ou presséo negativa (V. Introdugfo A Biofisica). ‘A traquéia se subdivide em bronquios, que possuem cerca de 10 subdivisbes em ordem de dia- metro e estrutura. Os brdnquios se dividem em bronquiolos, que possuem 6 a 8 subdivisoes,em ordem de didmetro, e jd nas iltimas categorias, ‘nfo possuem cartilagem. A partir da perda de car- tilagem nos bronqufolos, comeram a aparecer os alvéolos, que so estruturas em forma de siculos (Fig. 16.5 A), Nos alvéolos, a entrada & chamada de bronquiolo respiratério (BR), ¢ a parte onde 0 ar cireula dentro do alvéolo é 0 ducto alveolar (DA), (ducto, passagem). A intimidade do sangue com 0 ar atimosférico, no alvéolo, é claramente vista na Fig. 16.5 B. Apenas uma membrana de espessura média de 0,4 um (04 x 10m) separa os gases do sangue, 2.0 Ato de Respirar — 0 Ciclo Respirat6rio Com a dilatagto do t6rax, pela elevago da caixa 6ssea das costelas, ¢ abaixamento do dia- fragma, 0 pulmfo acompanha esse movimento devido' a. pressfo.negativa interpleural, entre os dois folhetos da pleura. Essa pressfo é pequena, de ~ 260 a ~ 1.000 Pa (~ 2a ~8 torr), masé suficien- te para acionar a 2# lei da termodinamica: de onde ‘tem mais (Pressfo), vai para onde tem menos, ¢ 0 ar atmosférico penetra nos pulmoes (Fig. 16.6 A). Na expiragdo, 0 t6rax e 0 diafragma diminuem 0 volume torécico interno, ea pressf0 alveolar se tora positiva, acima da pressfo atmosférica, € 0 AR \" < Pam INSPIRAGAO, Fig. 16.6 ~ Relagdes de Pressio na Inspiragio e Expirago. Setas duplasindicam os movimentostordcicos 270 ar & expulso dos pulmes (Fig. 16.6 B). O ar que ‘entra e sai é conhecido como ventilaggo pulmonar. ‘As seguintes caracterfsticas sf0 importantes: 1. A ventilagfo, isto 6, a entrada e saida de ar ‘em condigbes normais, é puramente Pass- va. Um individuo com as vias aéreas obs ‘trufdas, pode dilatar ou contrair 0 t6rax, que nenhum movimento de ar se verifica 2. Nao ha trabalho muscular na expiragfo em repouso, ¢ inconsciente. Os miscufos se e- laxam, Existe trabalho na inspiragfo (con- tragfo muscular). Quando a respiragao € forgada, hé trabalho muscular no ciclo completo. 0 termo pressfo negativa deve ser substituido ‘com vantagem pelo conceito de pressfo subatmos- férica. Nesse caso, sea pressdo ambiente € 730 torr (9,71 x 10° Pa), entre os folhetos da pleura a pres- sto € 712 a 718 torr (9,54 x 10° a 9,56 x 10° Pa), za inspiragfo, ou de 722 a 725 torr na expiragao (9,60 x 10° 29,64 x 10* Pa). 2.1 — Alteragdo na Pressto Interpleural — Pneumotérax Quando a pressfo substmosférica do espago {nterpleural se torna atmosférca,o torax se dilata, ‘mas o pulmfo nfo acompanha. Isto porque, 6 2 entrada de ar atmosférico que dilata 0 pulmto, passivamente. Essa situacgo ocorre quando o ar pe- netra no folheto interpleural, em uma condigg0 conhecida como pneumotorax (Fig. 16.7) pneumotérax pode ser por perfuragfo da pleura. parietal (Fig. 16.7 A), da visceral (Fig. AR | Pa = Pam 7INW g EXPIRACAO i i a PNEUMOTORAX car Passe abe nae, g AR em = Fig 16.7 Poeumotérax, A ~ Perro Pleura Prieta; B ~ Perfuragfo Pera Vice. Notar a retrnglo pulmonar ao ado pafurado. ito 16.7 B), ou de ambas as pleurs. As causes podem t6ria, © que faciitam 0 entendimento des- Ser traumaticas (ferimentos transfixantes, costelas sa _mecinica respiratéria. Esses 8 parimetros ort partidas), infecciosas © outras. O pneumotrax & estfo representados na Fig, 16.8, que deve ser ae twado terapeuticamente, em cerios casos, para atentamente observada, em conjunto com as def- 7), “descansar" 0 pulmfo. Nesse procedimenio, ar nigdes do Quadro 16.1. estéril € introduzido no folheto interpleural. O pneumot6rax valvular, onde a leséo forma uma val- vula que deixa o ar entrar, mas no sair do folheto 3.1 —_Determinago dos Volumes e Capacidades interpleural, € uma forma mais grave, porque, a Pulmonares cada movimento respiratrio, © pneumotorax se acentua. Todos os casos de pneumotérax devem __ espirdgrafo um aparelho que registra volu- ser tratados visando a recomposigio da pressfo mes expirados e inspirados, e consist, baicamen- ca, subatmosférica interpleural (V. Drenagem Torici- te, em uma camplinula de volume conhecido, colo- ca). Derrames pleurais, com sufusdo de liquide cado sobre agua (Fig. 16.9), ¢ cujos movimentos ppara 0 espaco interpleural (hidrotérax ¢ hemoté- de ascensfo e descida com a entrada e saida de ar, fax) também dificultam a expansfo pulmonar, fo registrados em um quimografo. O CO, 6 absor- fo ‘vido por cal sodada. +3. Volumes e Capacidades Pulmonares Esse aparelho bésico pode ser completado por se circultos expeciis para absorgdo e dosagem de Fig. Os pneumologistas descrevem 4 volumes e 4 CO; expirado, com equipamento para reposicfo capacidades relacionadas com a mecanica respir:- INSPIRAGAO MAXIMA VOMUME PERCENTUAL automética do , consumido, analisadores da con- CCAP. VITAL (cv) ex icve) VOLUME EM LITROS [EXPIRAGAO MAXI VOL. RESIDUAL (VA) Fig. 168 — Volumes e Capacidades Pulmonares (ver texto). an Fig, 16.9 ~ Espirégrafo Simples (ver texto). QUIMOGRAFO Quadro 16.1 Conceito dos Volumes e Capacidades Respiratérias (Os Nimeros Correspondem a Figura 16.8) Volumes 1 ~ Volume Corrente (VC). Volume de ar trocado a cada movimento respiratério. Varia confor Ime a atividade fisica, indo de 0,5 | (repouso) 3.21 (esforgo).. 2— Volume de Reserva Inspiratério (VRID). E 0 ar que falta inspirar depois da inspirago do ve. 3 Volume de Reserva Expiratéria (VRE). £ 0 ar que falta expirar depois da expirasfo do VC. Capacidades 5 — Capacidade Vital (CV). £ 0 volume méximo de ar capaz de set trocado: CV= VC + VRI+ VRE E a soma dos trés volumes funcionals. Pode ser Inspiratério ou Expiratério, como mostra do na Figura 16.6, 6 ~ Capacidade Inspiratéria (CI). A comegar da inspirago corrente de repouso, € 0 miximo de ar que pode ser inspirado. l= VC+VRI 7) ~ Capacidade Residual Funcional (CRF). Compreende o ar que pode ser expirado, a0 fim da expiragdo corrente em repouso, mais © volume residual CRF = VRE +VR 4 Volume Residual (VR). E o ar que resta de- pois de uma expiragg0 maxima. Este volume ‘nfo pode ser trocado ativamente, mas apenas por difusto gasosa. E medido indiretamente. Os volumes sfo sempre parimetsos unitirios e indepen denies entte si. Os tes primeiros so funcionas o ltimo 6 estrutural 2m. 8 — Capacidade Total (CT). E 0 volume total de ar que pode ser contido no pulmo, isto é, a0 fim de inspiraggo méxima. E a soma dos 4 vo- umes: CT =VC + VRI+ VRE +VR AAs capacidades sfo sempre o somatério de dois ou mais volumes 2 “AF centragdo de Op, sistema para introdueto de hélio (He) sua dosagem,e outros implementos. (© espirdgrafo deve ter uma inércia mectnica minima para nfo interferir com of movimentos respiratorios, que podem ser registrados em repou- 0 ou esforgo, durante um ou varios cclos. Um tra- ‘ado composto esté na Figura 16.10. Neste tragado no & possivel determinar 0 vo- lume residual (VR), ¢ portanto, também a Capaci- dade Residual Funcional (CRF) ¢ a Capacidade Total (CT). Para conhecer esses parkmetros, 6 ne- cessério usar a técnica especial descrita a seguir, da diluigfo de He. prinefpio desse método 6 semelhante ao da determinag#o da concentragfo de solugdes, ou da diluigfo isot6pica. (V. Solugdes e Diluigso Isot6- pica). ‘Uma quantidade de He, de volume e concentra- vRI No & ao REPOUSO VOLUME EM LITROS 8 o ® ® © @® Ho conhecidos, ¢ diluida no sistema respiraté- +o, como mostrado na Fig. 16.11 Na Figura 16.114, 0 volume inicial de He (Vs) ¢ concentraglo (C;), 6 dilufdo no pulmao do individuo, e passa para uma concentragfo C; em volume Vg (Volume total do sistema: pulmo + es pirdgrafo, Fig. 16.11 B). A formula de Cx V que 4 vimos em solugdes, mostra que CaVs=CaVg Mas Vg=VitVe Substituindo, GM, Ca (Vi Va) ESFORCO ® Fig. 16.10 ~ Tragado Espirogritico. O O2 consumido foi reposto. No exemplo dado, podemos ver:1 ¢ 6: Registro de VCem repouso e em esforro. Notar que o volume corrents varia em amplafaixa, e 0 VC de repouso intermedidrio em todo o tafado. 2 ~ Foi Teta uma inspiragio mixima, restrando-se o VRI. A s0- ma de 1 ¢ 2 6 a capacidade inspratria, Cl. 3~ Foi foita uma expiapto maxima, rpistrandose 0 ‘VRE. 4 ~ Foi feta uma inspiragio maxima, seguida de expiragfo méxima, dando a capacidade vital CV. Essa 6 a CV expiratéria, 5 ~ Apés uma expired forgada oi fits uma insprago maxima, obten- dose a CV, nese cao, a inspratéria. 6 — VC de exforgo, como vim. OM CM =o DE HELIO soate Inicio EQUILIBRIO A B - CMG Fig. 16.11 ~ DeterminagSo da Capacidade Total e do Volume Residual Pulmonas (ver texto). 273 Explicitando V3: vi C Vv. As informagGes obtidas, sto: V2 € a capacidade total pulmonar, CT O volume residual é 1 2. vR=cT-cv ‘A capacidade residual funcional ¢ CRF = VR + VRE Em resumo, toda a mecinica pulmonar com seus valores e capacidades pode ser determinada ‘com duas experiéncias: 1. Medida de volumes espirogréficos. 2. Diluigfo de He para CT. Exemplo— Usando os dados da Fig. 16.10, de- terminar os 4 volumeseas4 capacida- des pulmonares. 19 Parte — Da Figura 16.10, pode- ‘mos ler (volumes em litros).. VC =0,5 2 3,01 (do repouso ao es. forgo) 3 volumes. ¢ fore VRE ‘mente iguais) lcr= ._ [ev = 4.81 (CVE e CVE aproximada- C+ VRI=0,5 +3,3=381 28 Parte — O paciente respira em um espirdgrafo contendo 6 litros de uma ristura de He a 10%. Ao fim de 3 minutos @ conoentragfo de He se cequilibra em 5% Podese calcular pela ordem, CT, VR ¢ CRF: ev, = (0X0 = 6x5) 3 2 VR=CT~cV=60-48=121 3. CRF=VRE+VR=10+1,2=2,21 © VRE foi obtido na experiéncia anterior. 3.2 ~ Relagfo entre os Parimetros Pulmonares ¢ 8 Fisiopatologia Respiratéria 1. Volume Corrente ~ VC Reflete a exigéncia de 0; do organismo. Em repouso, é cerca de 0,5 1 a cada ciclo, Desse volu- 274 me, cerca de 0,35 1 penetram no alvéolo, ¢ 0,15 1 ficam nas vias aéreas superiores até os bronquiolos. E£ interessante que, em exerefcio moderado, 0 VC aumenta as expensas do VRI: 0 individuo inspira mais profundamente. Se o exercicio se torna mais exigente, o individuo respira usando também 0 ‘VRE, e passa a expirar mais profundamente 2. Volume de Reserva Inspiratoria (VRI) Como jé vimos, o VRI diminul quando 0 VC aumenta. VRI esté relacionado ao equilfbrio en- tte a elasticidade pulmonar ¢ a performance mus- cular do térax. 3. Volume de Reserva Expirat6ria (VRE) ‘Também diminui com 0 aumento do VC. 0 VE estd relacionado com a forga de compressao dos mtisculos torécicos, e também, especialmente, do diafragma. Tem especial importincia em fun- ‘¢fo no respiratoria, a fonagao, 4. Volume Residual (VR) Estd relacionado com a capacidade espacial do térax e seu contetido, como coragio, traquéia, vasos sangiiineos. Derrames pleutais afetam 0 VR. Todos esses volumes diminuem com 0 pneu motérax. 5. A Capacidade Inspirat6ria (CT) Representa o volume de ar que pode ser medi: do com mais precisfo do que a VRI, e tem signi- ficado semelhante. 6. A Capacidade Residual Funcional (CRF) ‘Tem enorme importincia isiolégica. Ela esté exatamente no intervalo entre os dois hemiciclo, © © sangue fica em contato com este volume por um ‘tempo suficientemente longo para ter considerdvel toca gasosa. Uma CRF pequena pode produzit ‘ttocas insuficientes. Uma CRF grande favorece tro- ca mais completa de gases entre o sangue © 08 al- véolos. A CRF & especialmente importante para a liminagao do COz: uma pequena CRF diffculta 4 eliminagdo desse gis, por difusfo insuficiente, 7.A Capacidade Vital (CV) E 0 limite fisico do VC (Volume Corrente), embora durante 0 esforgo; 0 VC nunca atinja a CV. Para que 0 VC atingisse a CV, teria que ser pe O51 bquiolos. be.0 VC p inspira jena mais mem o ove feito um esforgo muscular respiratGrio que cansaria mais do que aumentaria a freqiiéncia resprat6ria, ‘As CV inspiratdria e expiratéria apresentam dife- rengas clinicas importantes. De um modo geral, € mais freqlente a diminuigao da CV expiratoria,es- pecialmente em pacientes com doengas obstrutivas ‘ou espasmédicas do aparelho respiratrio. 8. A Capacidade Total (CT) Nao tem significado fisiol6gico, isto 6, funcio. nal, ¢ esti relacionada com a massa corporal do in- dividuo. E Sbvio que a CT normal conserva uma proporgdo ideal com a massa corporal Nota: Completar com Leitura de Textos de Fi- siologia, e Especializados. 4. Ventilagio Alveolar Entre a entrada e safda do volume corrente, ‘uma parte do ar volta ao alvéolo. E justamente aquele volume de ar que fica nos espacos do proprio al- véolo, até as vias aéreas superiores (Fig. 16.12A). Na inspiragZo (Fig. 16.12 B), essa fragao volta ao alvéolo, e como mostrado em Fig. 16.12C, € 1/3, do volume corrente trocado, e apenas 2/3 & ar novo que entra no alvéolo, Como esse ar jf estava em equilibrio com as presses gasosas nos capilares pulmonares, esse Vo- ume nio participa de outras trocas gasosas. E um volume sem serventia, mas que néo pode ser evi- tado. ‘A ventilagao pulmonar pode ser aumentada de dois modos: elevago da freqiiéncia respiratéria ou do volume corrente, VC. Esse tiltimo proceso é ‘menos taxativo, mas tem limite no VC méximo. ‘A ventilagio alveolar pode ser calculada com precisio (v. textos especializadas), ¢ est alterada ‘em estados fisiopatol6gicos. 5. Complacéncia Pulmonar A complacéacia, em geral, é uma medida da relagio entre a pressio aplicada e a deformagio obtida, O modelo do balio de borracha, que pode Ser feito facilmente no laboratrio, dé uma idéia do due € complacéncia (Fig. 16.13) Um frasco de boca larga contém ts safdss para ‘uma seringa, um balfo intemo e um mandmetro ig. 16.134). Ao se puxar 0 émbolo, a presso in- tera do fasco se toma subatmosférca, xatamen- te como no folhetointerpleural.O balo se dilata,¢ © mandmetro indica a diferenga de presslo, P Fecha-se a tomeira do condutor do balko, e mede- s€ 0 ar admitido, borbuthando-o em um eiindroin- vertido, cheio de dgua. Expressa-se 0 volume do ss em ltrs (AV), ea pressao em cm de H30 (AP). Tem Complacéncia = AY = —ltros— ap emH,0 Para medir a complacéncia pulmonar em se- res humanos, introduz-se uma sonda esofagiana ‘com um mintisculo balio de borracha na ponta. A. outra extremidade é ligada a um mandmetro de gua. Na inspiragdo, a pressao cai, refletindo a pressdo interpleural. O volume de ar expelido & medido com um espirémetro, Toma-se a média de 3 medidas, i/3 2/3 aR 7A UsAD0——_-RENOVADO VOLUME CORRENTE Cc ig 16.12 — Vegi scolar (ver texto) 278 Exemplo— Um ballo esofageano acusa uma pressio de 4,6 cm H,O, para uma inspiragio de’0,82 litros. Caleular a ‘complacéneia c= 982 -0.18(1.cm! H.0) A complacéncia pulmonar normal €em tomo de 0,20, e se encontra diminufda em doencas que tornam. co pulmo mais rigido, como nas fibroses pulmonares e edema agudo do pulmao, ¢ aumentada, nos casos de enfisema. A complacencia pulmonar esté indissoluvelmente ligada & complacéncia do t6rax. Alteragdes nas paredes torécicas se refletem sempre na complacéncia pulmonar. A diminuigio da complacéncia abaixo dos valores normais nao facilita a respiragdo, porque 0 esvaziamento do pulmo se toma dificultoso. E 0 que se observa no enfisema, 6. Tensio Superficial Rever o mecanismo da tensio superficial e da ago de substincias tensioativas, ou surfactantes (termo adaptado, “que age na superficie”), em Introdusio a Biofisica. A tensdo superficial é uma forca que une compactamente a camada ‘monomolecular da superficie de um Iiquido, tendo dois efeitos no pulmao: a) Barreira a Difusio Quanto maior é a tensfo superficial da fina camada liquida que recobre o alvéolo (Fig. 16.14 276 9-16.13 ~ Medida da complacéacia de um balto A) mais dificil se toma a penetragao de O2, porque ‘acamada monomolecular de liquido € uma barreira ‘A tensao superficial da 4gua é71 x 10 Nem, no Sle cerca de 71 dine.cm”! no CGS. (Para se ter ‘uma idéia da magnitude fisica dessas forgas, ver: tensio superficial, na Introducio a Biofisica). No pulmao, biomoléculas tensoativas diminuem esse valor para 4a 15 dine em-! (4a 15 x 10 Num“). tensioativo (surfactante) mais conhecido no pulmo é um fosfolipide, a dipalmitoillecitina, que atua em conjunto com outros fosfolipides. A baixa do surfactante é um estado patol6gico «que necessita de atengio imediata, como na doenca dda membrana hialina do recém-nascido. E necessario administrar surfactante exégeno através de aerosol. Compostos tiolados (contendo grupos sulfidrila, SH), como a N-acetilcisteina ea B~ ‘mercaptoetilamina so efetivos. Existem muitas tras condigdes em que hé baixa do surfactant: edema pulmonar, acidose, circulagdo extracompérea, afogamento e atelectasia, Essas_sindromes se beneficiam com a administragdo de surfactante em aeross0l. ) Fechamento de Alvéolos A forga exercida pela tensio superficial pode ser comparada a um barbante que, puxado, fecha 0 alvéolo (Fig. 16.14 B). Sabe-se que tensdo superficial alta é causa do fechamento dos alvéolos, espe- cialmente nos casos de atelectasia pulmonar, ‘Também, sempre que a elasticidade pulmonar esti ddiminufda, 0 aumento da tensZo superficial agrava, (9s sintomas. “TRAGAO” CAMADA FLUIDA =» B Fig. 16.14 ~ Tensto Superficial no Alvéoo (ver 2x10). 7..A Lei de Laplace ~ Relago entre Tensto ce Pressfo Alveolar Rever, se necessério, em Biofisica da Circula- {¢f0, 0 que j foi explicado sobre a Tei de Laplace No caso do pulmdo, os efeitos podem ser sumari- zados na Figura 16.15. Em um sistema de tubos ‘com as torneiras A, B ¢ C, dois bal6es de borracha (ou bothas de sabdo!) sfo cheios diferentemente: tum mais do que 0 outro. Quando a tomeira A é fechada, ¢ B e C abertas, o balffo menor se esvazia ‘no maior. Isso porque, sendo seu raio menor, ¢ a tenso maior, a pressfo interna deste é maior que a pressfo interna do balfo C. aT ats — > Pp Ping on Fig. 16.15 — Lei de Laplace em Alvéolos (ver texto) Esse mecanismo ocorre nos alvéolos que se ¢o- rmunicam, quando hé obstrugZo nas vias areas su- periores. Qualquer obstrugdo no fluxo externo pode provocar esse colabamento de alvéolos meno- res, em alvéolos maiores. Em certas patologias, como no enfisema, 0s alvéolos maiores, dilatados, sfo justamente os que funciona pior que os al véolos de tamanho normal. Quando hi obstruct, (0s normais, menores, se fecham ao se esvaziarem nos alvéolos doentes. Esse é um fator de agrava- mento do enfisema. Baixa de surfactante (V. aci- 1a), pode complica ainda mais esses quadros. 8. Trocas Gasosas e de Vapor D'Agua Esse importante aspecto fisiologico fica mais fécil de ser apreendido, através da biofisica, quando se considera, em separado, os gradientes de concentragto dos gases, As pressGes sero em torr, para se conformar ao uso generalizado. ‘Vamos supor um individuo respirando em ‘uma atmosfera natural, imida, sob pressfo de 760 tort (100.000 Pa ou 100 kPa), como na Fig. 16.16, Essa atmosfera possui, de acordo com a lei de Dalton, as seguintes presses de O2 ¢ Nz Possui, ainda uma concentragzo minima de COz, menos de 1 torr, e uma concentracgo varié vel de vapor d’égua, entre 2 a 25 torr. Com esses 2 EXP INS 2a25 32 03 47 48 No co, 1,0 Fig. 16.16 ~ Trocas Gasonas no Pulmfo e Tecidos. VAS ~ Vias areas superiores; A — Alvéolo; CP — Capilat Pulmo- nar, CS = CapiarSismico; T — Tecid piragio; INS ~ Inspracdo Pressfo em Te dados, vamos acompanhar na Fig. 16.16, 0 gr diente de cada gis. Oxigénio — A concentraggo inicial de O, se