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A importancia do conhecimento da variagao lingUistica Vera Liicia Anunciagao Costa* A lingua nao é, como muitos acreditam, uma entidade imutavel, ho- mogénea, que paira por sobre os falantes. Pelo contrario, todas as linguas vivas mudam no decorrer do tempo e 0 processo em si nunca péra. Ou seja, a mudanga lingtifstica ¢ universal, contfnua, gradual e dindmica, em- bora apresente consideravel regularidade. A crenga em uma lingua estatica imutavel esté ligada principal- mente & normatividade da gramética tradicional, que remonta a Grécia Antiga, numa época em que os estudiosos estavam interessados principal- mente em explicar a linguagem usada nos textos dos autores classicos ¢ em preservar a lingua grega da “corrupgao” e do “mau uso”. A lingua escrita — especialmente a dos classicos — era tao valorizada que era con- siderada mais pura, mais bonita e mais correta do que qualquer outro tipo de linguagem. A lingiiistica moderna, no entanto, prioriza a lingua falada em re- lagao a lingua escrita por varios motivos, dentre eles pelo fato de que to- das as sociedades humanas conhecidas possuem a capacidade da fala, mas nem todas possuem a escrita. Analisando a nossa propria sociedade, podemos concluir que a escrita pertence a poucos, uma vez que grande parte da populagio brasileira € constitufda por analfabetos ou semi-analfabetos e que mesmo 0s que tiveram acesso 4 escola nao a usam muito. Além da lingua falada ser mais utilizada do que a escrita e atingir * Professora do Departamento de Métodos e Técnicas da Educagio da Universidade Federal do Parand, Exducar, Curitiba, n.12, p.51-60. 1996, Editora da UFPR 1 COSTA. V. L.A. A importincia do conkecimento muito mais situagGes, o ser humano a adquire naturalmente, sem precisar de treinamento especial. Apenas em contato com o modelo, ou seja, ape~ has exposta a uma determinada Ifngua, qualquer crianga normal é capaz de falar essa Iingua e compreendé-la perfeitamente nas mais variadas si- tuagdes e em um perfodo de tempo muito curto. Aos trés anos, mais ou menos, uma crianga j4 adquiriu quase todas as regras de sua lingua, podendo ser considerada um falante competente da comunidade lingiifstica da qual faz parte. Mesmo quando parece que ela nilo conhece a sua lingua nativa, ao dizer, por exemplo, “eu di” ou “eu fazi” no lugar de “eu dei” € “eu fiz”, a crianga est4 mostrando que sabe muito sobre ela, pois jd compreendeu que o passado, no portugues, termina regularmente com “i” ¢ esté aplicando uma regra geral da lingua em vez de aplicar uma particular. O proceso de aquisi¢Zo da escrita difere do da fala no sentido de no ser natural. Criangas que t@m mais contato com a escrita sem diivida a aprendem mais facil e rapidamente, mas ainda assim necessitam de algum tipo de instrugao. Quanto A homogeneidade, as pessoas de uma mesma comunidade lingtifstica podem até pensar que falam exatamente a mesma lingua, mas isso nao € verdade. As diferengas lingiifsticas podem ser percebidas em todas as I{nguas do mundo, mesmo em pequenas comunidades de fala, nos niveis fonético, fonolégico, morfoldgico, sintitico ou semantic. Por exemplo, a palavra “porta” pode ser pronunciada de varias maneiras, tais como [poxta], [porta] ou [porta]; a palavra “mulher” pode ser pronunciada “muié”; as frases “Maria assistiu ao filme” e “faz dois anos que parei de fumar” também podem ser ditas “Maria assistiu 0 filme” e “fazem dois anos que parei de fumar”, respectivamente. Na verdade, toda lingua é um conjunto heterogéneo e diversificado Porque as sociedades humanas tém experiéncias hist6ricas, sociais, cul- turais e politicas diferentes e essas experincias se refletirio no compor- tamento lingiifstico de seus membros. A variagao lingiifstica, portanto, € inerente a toda e qualquer lingua viva do mundo. Isso significa que as lin- guas variam no tempo, nos espacos geografico e social e também de acordo com a situago em que o falante se encontra. Podemos exemplificar a variag#o temporal com a forma “voce”, que passou por uma grande transformaco ao longo do tempo. No século XII, as pessoas diziam “vossa mercé” ¢ hoje, na linguagem falada, ¢ mesmo na escrita informal, encontramos “c6”, que no é melhor nem pior que “voce” ou “vossa merce”, embora entre os niJo-lingilistas a tendéncia seja a de consideré-la ruim, feia ou deteriorada, Isso acontece porque a so- 2 Eadcar, Curitiba, 212, 51-60, 1996, Edivora da UEPR COSTA, V.L A.A importincia do conbecimento ciedade normalmente é conservadora e demora para aceitar as mudangas, inclusive as lingifsticas. espago geogrifico também produz variago em um momento sin- cronico de uma lingua, o que pode ser explicado tanto pela existencia de limites fisicos como montanhas, mares ou rios que separam uma comuni- dade lingiiistica de outra, como pela idéia de “rede de comunicacao”. Considerando-se uma populagio espalhada em um determinado espago geografico, uma pessoa se comunicard mais com aquelas que esto mais, préximas a ela do que com as que se encontram mais distantes. Haverd, assim, um padrio de maior densidade de comunicagao entre os individuos que estiio mais préximos e de menor densidade entre os que se encontram mais distantes. A maior densidade provocaré maior interago entre as pes- soas e, conseqiientemente, as formas lingiifsticas de uns se estenderao aos membros do grupo mais denso (que esto mais proximos) do que aos membros dos agrupamentos mais distantes. Apareceréo, dessa maneira, em cada regido, diferentes variedades. No Brasil, por exemplo, a fala da regitio nordestina se caracteriza pela abertura das vogais pretOnicas “e” & “9”, como em “mérgulho” e “‘c6lete”, normalmente fechadas em outras regibes. H4 lugares onde se diz [tomatfiJ, [piméta] e [kafka] e outros em que se diz [tomate], [tomati], [piméita] ¢ [kaskal. ‘As variagdes também podem ser notadas nas estruturas sintaticas ou no nivel lexical. Assim, conforme a regio, encontramos “nés fomos ir embora” em vez de “nés fomos embora” e a banana pode ser “ana”, “nanica” ou “d’égua”. A densidade de comunicagdo também pode explicar as variedades lingiiisticas que existem entre os diferentes grupos sociais, uma vez que cada um formara a sua propria rede de comunicago. Assim, sociedades turais e urbanas sao importantes fatores sociais, bem como sexo, idade, escolaridade, classe socioeconOmica, dentre outros. Sabemos, por exem- plo, que pessoas que vivem nas 4reas urbanas falam variedades diferentes dos falantes do meio rural, onde sio comuns formas como “ndis vai” ou “eles pranto” em oposigAo as formas padrio “nds vamos” ¢ “eles plan- taram”, mais caracterfsticas das regides urbanas. As mulheres, por outro lado, sao lingtlisticamente mais conser- vadoras e geralmente mais sensfveis 4 norma culta do que os homens, além de usarem expressdes e até entonagdes mais associadas & feminili- dade, enquanto os homens, de modo geral, distanciam-se da norma padr’o e usam formas que acentuam sua masculinidade. Segundo Possenti, “mui- tos meninos nao podem usar a chamada linguagem correta na escola, sob uucay, Cita, 12, p.5160, 1996 Editora da UFPR 3 COSTA. V. L. A.A importincia do conbecimento pena de serem marcados pelos colegas, porque em nossa sociedade a cor- reco € considerada uma marca feminina”. Os grupos etérios também diferem lingilisticamente: os mais jovens, por exemplo, tendem a ser menos conservadores que os mais velhos ¢ isso se refletiré na sua maneira de falar. A escolaridade também € um fator muito relevante na questio da ‘Ao lingiifstica e, em nosso pais, est4 diretamente relacionada a classe socioecondmica, porque os que tém acesso a escola pertencem, de modo geral, ao grupo socioecondmico mais privilegiado. Dessa maneira, as pes- soas pertencentes aos estratos sociais mais altos tendem a usar mais as for- mas padrao do portugues do que aquelas dos grupos menos privilegiados € menos escolarizados. A lingua varia, ainda, de acordo com a situagdo em que o falante se encontra. Situagdes formais exigem uma variedade de lingua mais cui dada, uma vez que a sociedade impoe certas regras sociais ~ ¢, conseqiien- temente, lingiifsticas — que espera ver cumpridas, e qualquer desrespeito a essas regras pode provocar nao sO constrangimento ao falante como tam- bém a sua ndo-aceitag%o pelo grupo. Lingilisticamente, porém, todas as formas associadas a grupos sociais ¢ a diferentes situagdes sio igualmente perfeitas. Nenhuma € melhor, ou mais correta ou mais bonita que outra, embora umas tenham prestigio social e outras nao tenham, e embora algu- mas possam ser mais adequadas a certas situagées sociais do que outras A aceitagdo ou nao de certas formas lingiifsticas por parte da comu- nidade falante est4 relacionada com o significado social que Ihe ¢ imposto pelo grupo que as usam, ou seja, esto relacionadas com 0 conjunto de valores que simbolizam e que seu uso comunica. Algumas variedades sio estigmatizadas ou ridicularizadas nao porque sio feias, incorretas ou ruins em si, mas porque a sociedade, preconceituosamente, associa seu uso a si- tuagdes e/ou grupos sociais com valores negativos. Cientificamente, porém, todas as variedades de uma lingua qualquer sio igualmente con- sideradas, porque possuem uma gramitica, ou seja, todas possuem regras, todas t@m organi € todas siio funcionais. A escola, de modo geral e tradicionalmente, tem desconsiderado a questo da variagio lingtifstica e dos usos das variedades pela comunidade falante, o que € bastante grave, j4 que muito do que € classificado como problema de fala e escrita, principalmente na alfabetizagio, est dire- tamente relacionado ao fendmeno. © professor alfabetizador, geralmente imbufdo dos conceitos da gramitica tradicional, atribui valores de certo e errado aos textos de seus 4 Fadwear, Curitiba, n12, p.51-60. 1996, Editora da UFPR COSTA, VL A.A imporsincia do conbecimento alunos, desconsiderando que a crianga, nesta fase, além de nao possuir 0 dominio do sistema grafico e das complexidades que Ihe so caracteristi- cas, tende a escrever conforme o seu dialeto regional e/ou social. Mattoso Camara Jr., em um artigo denominado “Erros de escolares como sintomas de tendéncias lingiiisticas no portugues do Rio de Ja- neiro”, apresenta resultados parciais de anilises de textos em que mostra que a oralidade e a percepcao fonética estio presentes na produgao escrita dos alunos. Luiz Carlos Cagliari, em Alfabetizagdo e lingtifstica, afirma que as criangas relacionam a fala e a escrita ortografica a todo momento e que sio fruto de distragdo, irreflexdo ou descuido. Para ele, os alunos, ao aprenderem a escrever produzindo textos espon- m nessa tarefa um trabalho de reflex4o muito grande e se apegam a regras que revelam usos pos escrita do portugues. Essas regras sio tiradas dos usos ortografi- cos que o proprio sistema de escrita tem ou de realidades fonéticas, num esforgo da crianga para aplicar uma rela que nem sempre é previsivel, mas que também nao é aleat6ria. Nos textos por ele analisados, a transcrigdo fonética da propria fala caracteriza 0 “erro” mais freqiiente dos alunos, ¢ em nossa amostra acon- tece 0 mesmo, Analisemos, por exemplo, dois textos “de criangas”, em fase de aquisigao da lingua escrita, da regido rural de Unido da Vit6ria, no Parand. Primeiro: [EOGO a Aunt be | Gre AvIEG EUG: pee N 1S VA AMUNSIDAD\ PAS nA |DADIER AU OISTOMAPICOLE Educa, Curitiba, n12, p.51-60, 1996, Editora da UFPR 3 COSTA. VL. A.A importincia do conbecimento (A minha mae € boa ¢ eu gosto muito dela e 0 meu pai é bom ¢ eu, eu gosto dele também muito, Nés vamos na cidade passear. Na cidade & bom. Nés toma (mos) picolé.) Segundo: A AAMAL Faz MIDAO Param o’ EXER R ree Une a d KGvu oon BAe VOT EDU AR VORO (A mame faz comida, 0 papai vai na roga eu “baru” 0 chao, 0 nené chora ¢ eu ajudo a minha mae nos “trem” do almogo.) Nesses textos, podemos constatar a auséncia da segmentagio con- vencional exigida pela escrita, mas as criangas esto simplesmente de- monstrando que tém uma percepedo fonética muito acurada ao escreverem de acordo com sua prépria fala. De fato, a fala é um continuum: ao falar- mos nao fazemos segmentagdo alguma, a nao ser que falemos de maneira artificial, muito vagarosamente ou separando as silabas propositadamente. As criangas pereebem 0 funcionamento da fala tio bem que regis quase todas as palavras emendadas. No texto 1, por exemplo, as Gnicas palavras escritas separadamente sio “mie” e “é”, grafada sem acento, e no (ram 56 Euducar, Curia, 12, 51460. 1996, Edizora a UFPR COSTA, V. L.A. A imporsincia do conbecimento texto 2 apenas 0 artigo “a” e 0 nome “mamie” (que a crianga grafou “mamae”) tiveram registro separado das outras. E no € $6 na hiposegmentagao (conferir Silva, 1991) que percebe- mos a relagio entre a fala e a escrita dessas criangas. Dissemos, anterior- mente, que pessoas do campo falam diferentemente daquelas que vivem nos centros urbanos, e podemos observar que os dois textos retratam 0 uso da variedade rural. No primeiro, aparecem as formas “bau” e “tamei”, por exemplo, € no segundo aparecem “baru”, “trem” e “armogo”, em vez de “também”, “varro”, “louga” e “almogo”, normalmente usados nas reas urbanas. Outras marcas da oralidade presentes na escrita dos dois textos sdio: 1) ditongagio da vogal “o” diante de “a”: a crianga escreve “boua”em vez de “boa”; 2) ditongagao da vogal “o” diante da fricativa surda ([s]); a forma exigida pela escrita, “nés”, € escrita “nGis”; 3) ditongagdo da vogal “a” diante da fricativa surda: aparece a forma “fais” em vez de “faz”; 4) apagamento da semivogal “i” da palavra “muito” ¢ nasalizagiio da vogal “u’ (que a crianga grafa “muntu”); 5) anulagdo da oposigao entre “i” e “e” em final de sflaba ou quando 0 “e” constitui elemento de coesaio. Exemplos.: a- “Na cidadi é bau”; b- “O meu pai é bau i eu gosto deli”; 6) anulagio do contraste entre “u” e “o” em final de sflaba ou quando o “o” constitui artigo. Exemplos.: a- “Eu gostu deli”; b- “Eu barru u chio”; 7) supressio do “” em final de palavra: a crianga escreve “passié” e nao “passear” 8) queda do “s” em final de palavra: a forma “vamos” é substituida por “vamu”, porque a crianca provavelmente fala dessa maneira; 9) alternancia de “I” por “t posvocdlico (fendmeno conhecido como rotacismo) em final de sflaba: 0 exemplo é “armogo” que a crianga escreveu “arnozo”, Exducar, Curitiba, n 12, p.$1-60, 1996. Editora da UFPR 7 COSTA, V. L.A. A importincia do conbecimento Do ponto de vista sintético, destaca-se a falta de concordancia do verbo com o sujeito em “néis toma picolé”, e em “ajudo a minha mae nos trem’ do armogo” destaca-se a auséncia da concordancia nominal. Nos outros textos de nossa amostra, constitufda por alunos de esco- Jas piblicas de Foz do Iguagu € de escolas ptiblicas e particulares de Curi- tiba, as marcas da oralidade também sio percebidas na escrita das criangas. A ditongagao das vogais diante de fricativa surda, tal como nos tex- tos anteriormente analisados, é bastante comum. Encontramos, por exem- plo, “mais” no lugar da conjungao adversativa “mas”, ¢ “fais” ¢ “treis” substituindo as formas “faz” e “trés”, dentre outras palavras. A supressio do “r” e do “s” em final de palavra também é comum, como atestam as formas “joga”, “mulhé”, “vamo” e “vamu”, assim como a marca nasal dental na palavra “muito”, normalmente grafada “muinto” 1 “muintu” pelas criangas. A niio-distingdo entre “i” e “e” e entre “u” e “0” € encontrada em fi- nal de sflaba tanto em interior quanto em final de palavra, como mostram os exemplos “Cicilha Merelis”, “deli”, “durmir” e “muitu’. A auséncia da oposig&o entre [oul ¢ [o] ¢ entre [ei] e [e] também sitio freqiientes, e podem ser exemplificadas pelas formas “roxinow” , “dotor”, “geladera” e “cachuera”. Barros, Parcker ¢ Costa (1989) constataram que © apagamento da semivogal corrente no dialeto de Curitiba, principal- mente quando correlacionado ao estilo da fala. ‘A queda da vogal “u” em final de palavra € atestada pela ocorréncia freqiiente de palavras tais como “tiro” e “chego”, dentre outras. A vocalizagio de velar posvocélica ({1] passando a [u]) em trava de sflaba € constante na grande maioria dos textos analisados, inde- pendentemente de sua posig&o na palavra, de a crianga ser de escola piblica ou particular e da regidio em que vive. Encontramos, por exemplo, “sauvou”, “resouveu”, “casau” e “hoteu” substituindo as formas preconi- zadas pela escrita, grafadas com “I”. Isso corrobora a afirmagiio de muitos lingitistas de que a grande maioria dos brasileiros nao distingue mais o “I” do “w” na lingua falada. Temos, assim, um exemplo de mudanga lingiifstica implementada no portugués do Brasil. Mas é interessante ob- servar que a percepgo da escrita e a pressio escolar est presente desde cedo nos textos infantis, porque mesmo falando “u” e nao “I”, as criangas escrevem muitas vezes conformne a exigencia da convengdo ortografica, 0 que vai ao encontro da afirmagao de Abaurre (1986) de que a crianca tam- bém usa a escrita convencional na produgio de seus primeiros textos. 5 Ecducar, Curitbs, 12, p.5160. 1996, Editors da UFPR COSTA, V. L. A. A importincia do conbecimento Além dessas variagdes de ordem fonética, os textos analisados tam- bém apresentam variagdes de natureza morfoldgica e sintatica, que nado serio abordadas aqui. Mas, pelos exemplos dados, é possivel constatar que as criangas em fase de aquisi¢ao da eserita se utilizam da propria fala ao produzir textos espontaneos escritos. Portanto, as questdes relativas 4 variago lingitistica nio podem ser ignoradas pela escola, especialmente no periodo da alfabetizagao, sob pena de se considerarem erros o resul- tado de reflexdes profundas ¢ de nao se valorizar o conhecimento lingtistico das criangas. Para compreender a escrita inicial dos alunos e 0 porqué dos seus muitos “erros”, ¢ necessério, dentre outras coisas, que se valorize a orali- dade e que se compreenda que eles muitas vezes transferem para a escrita marcas da variedade lingitistica que usam no dia-a-dia. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABAURRE, M. Introduzindo a questo dos aspectos lingiiisticos da alfa- betizacio. Associagio Brasileira de Lingtistica, Boletim 7. p. 29-36, abr. 1986. - O que revelam os textos espontaneos sobre a representagdo que faz a crianga do objeto escrito? In: SEMINARIOS DO GEL. (1987, Campinas). Anais... Campinas, 1987, p. 129-135. ABREU, M. T. Formas de Tratamento. Floriandpolis, 1987. Dissertaco de Mestrado - UFSC. 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