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PORRE E © PORRE © Quincas Dagua seminério de-1980 Capa: Aerie Suonte Ici deep Wher Cada J “Atya Cac spen 1978, 500 see ds a de roa, Wali Gal Je Garis comm Revo Choa Brom Ari Coprihe © mmasno Dios det digi reservar 3 suns edo ‘ae Atala de Paiva, 1079 — = 18 — Leblon Bid Ro de Jeneco — 1) ‘Tebss258. 365402595513 SUMARIO 3, ASFILHAS DELOT, » 2 BRAVOS EUNUCOS F BACANTES FRIAS, 2 4. “ETNOLOGIA” DO BERRO DAGUA, 4 O PARA 1880 PERDIDO. 75 0 Foe « 0 Pane do Quins Bera Digs cons vis tamer do comune de quo sess, abor find 4 qitlo do akoolamo, do. seminsio de IMDMagno 0 ColgioFreadiano do Ro de Jane mano de 19, isa Acta 3 ede feng ¢ ‘que eave da edad fii, Oiter AS FILHAS DE LOT Pri, fasta de mim ese xls. Ine embcagtr ne gor sguim me esque ‘ico BUARGUE, ‘Bebo par exquie Ainda dentro da tematizagio da Sexualidade Femi sina, vamos tomar a questto do alcoolismo e as possbi Tidades de sua clinics, Recomendaroos i artigos da revista Scllice™ para visualizarmos as relagées possives, o aleaolismo com essa teritica ‘As filhas de Lot so aquelas, do Velho Testamento, que Michelangelo representou nim dos afrescos do teto {a eapela Sistina: Lot, patriarca judeu, eaido de pileque no chfo, e suas tésfilhas a0 redor. Diz o texto biblico ue esse Lot & aquele mesmo que conseguiu escapar da ira divina quando da queima de Sodoma e Gomorra: era ‘um dos justos por quem pedira Abraao, Salvo com sua Tarailia, deslocase para outro higar, enquanto a cidade E queimada por Deus. Ele nto podia olhar para tls Ninguém podia, ea uma proibigto divina, nagquele mo- mento: aroulher de Lot vira uma estitua de sal, porque foi curiosa a ponto de ter saudade de Sodoma. 'Hauma coisa interessante que se dira a respeito de Sodoma que pode enderevar certas arguigdes: em So- doma existia um hébito, do povo, de gostar muito de receber vistas em cass. Mas a8 pessoas passavam por tua teste tertivel, porque thes era dada uma cama na ‘qual desiam caber"exajamente, Se fossems menores 40 que a caro, srara espichadas se liearem do seu tama imho, Se fossem matores, seriam cortadas para caber ex tamente dentro dela, Quer dizer, 1 exatiddo da ocupacto da cama, que talver ssia alguns coisa da ordem da exatidao da eépula... Qual € 0 ato sewual exato? Isto ¢ luma perseguicdo para 9 obsessive, Talvee o grande pe ‘ao de Sodoma no fasse 0 que chamammos de sodomia mas essa nics aceitagao das que cabers exatamente ta sua cama, E por isvo ela devia ser desta. ial Lot, depofs, se refugiow em algum Iigar com sua familia. A mulher virow estatua de sal. ao havia mais a muller de Lot, havin as fillas e 08 genros. Os tmatidos desses filhas iveram que se afastar para muito Tonge, por negocio ou trabalho, Ticaram a5 flhas ex clusivamente com o pai. Fiearam um pouco desespera dss poraue o iempo estava passando e nenhuma delas tina filho. Esta €a desculp eststamente familiar, n0 ‘Testamento: nenhuma delas tinha filho ¢ precisava con. tinuar a estizpe do Lot, Sem saberem o que fazer, uma las tem a idéia (e transmite 4s ovis) de embriagar Lot: “Vamos fazer o seyuinte: damos unt grande pile- {ue de vinho no pal e conseguimos dormir com ele, sem aque ele tenha consciéncia disso”. Eni, una noite spos outra, cada uma das filhas vai th, consegue embriagar o pai, dorme cota o pai, Liew gravida e, assim, continuam 4 estirpe numa espévie de auséncia do pai, mas nao dei- xxando de cometero seu incestozinho, Nao € dos incestos ‘mais incestuosos, afina de eontas, porque nto era 0 JO filho com a mae’ Mas conseaue, de alguna forma, dri blar uma ordem fnstituia, e da qual Lot mesmo era 0 Tepresentante, com 0 berficia, sepundo 0 texto, de com tinuar @ proctiaeao, Entretanto, hi um go70 em joxo isso, que & es moteado no texto. Conseguese sina de conta, 0 0bje- tivo através da. dopagem alcooiica de Lot: as Tilhas en- quanto representantes do Outro (0 Outro-sexo) & Aue AS LMAY DESO Ariblam a imposieao de ordem do legislador, pata tra rem um beneficio disso, Certamente fazem isso porque Lot nao se permitria, e talver no conseguira, deitar com as filhas sem estar de pileque. O bébado diz que bebe para esquecer: le bebeu para esquecer que elas cram 35 suas filhas, "Essa fabula, se no historia, a respeita das filhas de Lot, me pbe a perguntar: a queim & gue se dé de beher 19 caso do aleoolismo? Quando o vikiade — 0 alcoola: {ra # 08 viios niveis de elisma — bebe com esse sen- ‘ido de tomar pileque, ou de encontrar na bebida al: feuma coisa que ansentifique algo ou alguém, a quent ale {i de beber? E quem da de beber? E claro que € 0 sujeto que bebe, na aparencia. Mas, estruturalmente, usm di de beber a quem? 'No caso dos fextos que recomendamos, est-se tando do aleoolismo no sentido de uma verdadeira sin drome: 0 aleodlatra propriamente dito, A coisa ests tuada num determinade nivel de eliismo; o trabalho & restrita a esse campo e € enderegado a0 alcooisino Wito ‘maseulino — dos homens. ‘Minha questao vai tentar ser mais aberta, Nao es. ‘ou_interessado apenas no alcoolismo grave, na alcool ‘mala, mas também nigso que charsam, nos eatados de posal desis ledlien”, ano simples be st, 05 verso tipos de relacoes eilists que exisiem, ‘alse mesmo tendo a ver conn quesiao da loxicomania, cm geral. A visada pode ser a de chegar 4 questa0 da Sle do aleoolismo, mas pretendo me perguneay ma Gels mais eal: pore qu cede? Es gue de ‘cher quem, comma o Prelate me Teeter 8 auestio que i tratamas anteriormente, da Pai Ideal, em Safouan*, com todas aquelas caracteristicas que colocamos ¢, talver até, per- ein Nv wt oR evn. De 4guntar sobre uma outra possivel postura desse Pai Ideal. Bum pouco fragmentiria essa abordagem que pretendo fazer, embora eu tenha um guadro mais ou menos vi sualizado. Precisarel pegar varios pontos, ser preciso jnmos acumilando dads e referencias para ver se-0 de senvolvimento que tenho intengko de fazer cabe. Além dos textos citados, seria interessante ler um de Danie! Sibony, no livro La Holne du Désir (0 Odio do Deseio), editado por Christian Bourgois, p. 143-215, intitulado “Propos sur la Névrose Obsessionnelle”. E quem quiser refresear a memoria a respeito de dados psiquiatricos, io famoso Manual de Psiguiairia, de Henry Ey, da ‘Mascon, onde se fala das psicosesalco6licas. E um cam- ‘po extremamente dificil de abordar, assim como & extre- Iamente difcl, mal teorizada e incdmodo, para @ po- sigto do analista, idar com 0 chamado alcoelatra, ou aleodlico, de um modo geral. Comecarei jogando ques- weer, Retornando a0 famoso Pai Ideal, colocarei, mais adiante, que, possivelmente, existe uma outra vert ddo Pai Ideal que nao est tocada no Texto de Safouan. ‘Na verdad, aque texto conned etrturalmente, din ‘micamente de vitios modos, 2 figura desse Pai Ideal, assentada Sobre o que nos surge, diz ele de comeso, feminentemente na fala do obsessvo, ho existe uma sepunda figuragao do fente Histéris. Recomendo, também, 0 texto’ de Ro- Jand Chemarsa initulado: “A Propésito do Discurso da Histerica™, Lerires de I'Bcole Froudlenne de Parl, vo. 21, sobre a ‘‘jornada dos matemas”. E, do mesmo au: {of, publicado em Ornicar 1, e traduzido em Lugar 8: “Algamas Reflexoes sobre a Neurose Obsessiva a partir dos Quatro Diseursox™. Ai ele tenta abordar, do panto de vista dos discursos, 0 obsessive, e n0 outro, mais recente, aborda o discurso da histéica. Utiliaremos cesses dois manejos nfo exatamente do mesmo modo, ‘mas como base. As puts DE LOT 0 primeira texto de Seilce, “Ensaio para uma Cli nica Pstcanalitia: 0 Alcodlica”, situa alguns problemas Fundamentais, que comentael em passant. Chama ate (80 para o [alo da multiplicidade dos bebedores, de Sondigto a mais diversa — paixbes, hibitos, ete, 0 fé Ss do alco ~, pra faint es pons! A ade dese ate classe I stos se nde or watado adequadarient, fee meio tendencioso, (2) A esteseoupia inalteravel do dra- ‘Mg fubjetivo que resume seu titulo: felicidades e intel dades do tirano familiar. (3) A desafeico libidinal p ‘com o corpus médico — isto significa simplesme fenhurna intervengio médica convence o alcodlatra, Nao ‘adanta querer convencé-o de que faz mal 8 El more ora no Ua absolut sm como lidar de modo ‘© alcool "ale bebe paid exquecer”, como costumamos dizer. € 0 tento chara atengho para'o fato de ole bebet para, Queer a sun proma tnicomania, que € uma cose PSEA orlecme Balhae alcodacnconfesr 0 St aleoofarno anes due este fique evidente, No nosso “Saburo raslero.o verbo esquecer tem, camber, © Sentide de fier dormonte No interior, 0 suto ie ve esti com 0 brago esqecido, ao inves de dive? que est Simo brag dormente: Eu dia tambem que 0 sujet tele para engl ser para ser dalanie Ese quite oe Petar o facial de esgusfo poderiamos pegar ese tau! ser como esa esqustice que tem 0 sentido de pavtcuaridade, de aleangar una patcularidade. Ees Elam Lacan “A-montegem da pusto-eclipsquslauet Sst Quer die, nee sine de pulsto de beber, 0 i clisade ¢ Satie, Mas a quests rho SBbipun, me parses Ap. Tél, dizem sso ree beter nee" Guer dizer, o ate cxige a bebida €6 Ce, 0 Isso. Eno, 3 sate Uluo-ou do Outro! A tranierenea fies completamente prjudicada com o a {Gblatr, em fungto Ge ele Ja fer uma. tansterénia s 0 PORKE FO PO sovretudo, saul, ‘wpa epic deesoiomania: (0. 160) Fm Eka rovomani ransereci com a male ¢ ua pedo 4 mulher Se gar la fered sigma cole, ‘Aner de contour, gona e odanar uma re. vengio, no ma perce segundo ams des Tsar Lot esenundo nna sede obsrvagtes que vio yen as oc da gu ef, 43) Beber a alguem ~'e talvez isto articule uma cerTa fon asa, Assi fase uma crianga’, 0 Hits cianga”s hia fantasia “etree algoen” ‘Tater se pest considera, sound toma de Lat ¢ te fia ol de Nic abo ml ‘tes_que dio de beber a0 pai a que pai? Que pai precisa ser dopado para nio confessar 0 seu desejo ou Dara nao perm eo dejo se dga? Fo charoady Paes, Eni digo gus: certnentey nd gues 3 ooo io fern, cnauanto Guo, sltanco aes possa dar de bebe ag Ft Ideal par ge lesa mao su votnin pis, parade 0 Sso posst ir mu aan ca epee “sk embriagar-se para que "alguem me esquesa”™ AchO bie Eine trae co Gics: a ujeto nao-bebe muvee para t=aucey, le bebe para que nguce @ couse 1 deseo nao dic Gest Go pur Noh desio aque nto tenha eats faneto Le/destos no Pa Simpotco,Safouan chama steno pra fat de que Pai Ideal escolhe esta)vertente da Lei, em detrimento do Desi: Expose et oposite que ma verdad nao uma oposgio a Li resinna'9 Deseo, com 9 develo relat Ls, nto, verdad, 0 eso fe blo Queado ca Le vat se tomar alg cola ao Tals fda 20 fotculsaron bata, que dak tees SSiacente maqusavercnte sos gue parce cont furarse na cust do Bat Has Enea, eae, Tejo ASHHAS DELOT dis de beber 20 Pa eal para que le perma que o = Ee teg Mas Hers questo’ uct t que di ae er Gal &3 exigénca gue tem ese sujeito Sue esth sob a dominagdo do Pai Ideal, para bebe? Ele odin nao beber, pod eriar im sintoma obresvo, Sern ein Go nv, mang cov pede aes bert siguna_csgencia-de-lieragao- do. Pai fat" Liberté do Pai Ieet va tenar or se cle dio ‘Rs como a neuoseobsesiva€ ma said wma Jnvengd isto fers nese fracionamento ene pe segulgho entre ‘dois significanes, reparingo 6 cosas mminveiosmente-— como €0 caso a epferagao — para ‘ncontarexatamente 0 que neo va er encontrado por Soa vat @possbilidade de um significant se enunear {Sp eva partir dele dizerse o detejo, cmos aqu Pai ideal ‘amo atengio para o fato de que ninguém nasce de porte, nem bebe alcool na infancia comumente ‘Assim como existe um chamado momento feeundo na Pricose, que écerta configuragdo significante, posso sa- por um momento fecundo (que nao & certamente da ‘dem da psicose) nesse quacro do aleoblico, ce tala neira que # expergneia do leool vai eri urea situasa0 de dopagem do Pai Ideal, ¢ vai ser, entf, apropriada ‘como mecanismo de saida para a questto do Pai Ideal. Existe um momento em que 0 sujeito tem a experiéncia do alcool. E claro que la pode estar dita no modo Significante que cerca esse sujeito: sem experéncia do cool isto j8 pode estar perpassando as eadeas do su- Jeito, em fungao da existéncia, no corpo socal, de dis ‘ursos.arespeito do lool. Eencia imediata, ou mesmo a adolescéncia, justficava, 2s vezes fazendo caretas, a ingestto do leool com esse protesto macho, que ¢ tipico do aleoslico, de, por exerm- 4 nado ¢ o.Nome do Pai, como se cle nfo assumisse exe"): plo, num bale, numa festinha, ete, achar difiell abor- i Tuser, faz surgi, justamente, a pecessidade dainvenga Gar uma mulher sem beber. Entao, bebia-se para se ter ‘de um Pai Ideal, extremamente Torte, se no onipotente, ._ Beto de if tra uma parote para danger. Era preciso, ‘Sopar alsuém pata conseguir abordar uma roulher. Isto fra ipieo da inka geracto. Hoje tem fumo, ovttos baratos, mesmo outrasartculagdes sinificantes facie ido €o pl encarmado, mas respelt io tera — para tango.” Mas 2 macheza pintava pelo avesso, Achel mu provar exatamente que ele not faldo: eige um Pa {o interessante ma entrevista do. Clodovil na revista ‘eatine tugar daquele © o-obedece radicalmente. Ea Playboy em que ele fa um comentario intercssanisimo Pai Ideal que, no caso, esti como onipotente, © nao" 0 a respeto de drogas.Perintado se usva droge, ce Nome do Pa Dea ae alate caveat ek cine ‘A fungBo do cidme & exacerbada no alodtico, 0 ae oe aera Pai deal requista coisas ieaposivels de o sujlto Teal [Gest he preteran de Grom par Taner 3g 2ar —saja porque o sujeito esta no vigor do deseo, seja ets AY so ae prfbe 9 sucto de realizar deer Dorque estd mama strut, neutoies OW out qual: Ee a aa ee aces en ae Ger, que imposibita, por iso mesmo, asa inate, desejo aparece: uma demand. O que faz um sujeito ser do suleito,& Imagem do. Fal Ident: 9 Ideal. de Eu. fet ccareta?\Ser ide, & ndo conseguir articular sempre acima do sujeito-Em-relagio-a figura desse Pai} + imediatamente seu desejo, : Ideal, entdo, qualquer sujeto_pode estar mais perto des: ~~ Continuarei comentando algumas coisas deste tex- ja imagem onipotente do que-o-suieito que etige esse Pa} to, a partir da ida de que exise esta prevengao, Eston Pre ered er a ees | Semi atneagado por quataersuletto que se aprosine| ia supookeo de ques se deer a, Pa Teal Na mat da imager do que ely ur cme erica, Al) ‘espécie de clivagem entre 0 Nome do Pai € © pai encar- paoteaeie ee rela a iaeat [Selmi coko a eta fade. "Nao se podera ver melhor operaragul a eva: Hi 2 (oe tae Be poesia inv Ge oenra ive ca oem a eer tacto, comseguirse a elrdo sextal primera desse pat ‘Que outro dia quiseram chamar de Pai Real, 6 pai que ee eee pn ade fies ee Put tina ser Arar do Pl Toscan m9 ‘pres@iiga azora onipotente dagucle”. Estto aizendo que eee ‘Bara cobrit as mazelas do pai encan Aguifo que Safouan aponta: a subservigncia, 0 elogio, As vezes, do pai falido ~~ freqUentemente quanto mais fa- Jexiste, na histéria do alcoolico, um pai falido, um pai Aqui precisaremos falar da dicotomia entre a histé- Ideal, 0, quamndo.ele, esti de pileque. Aboréaremos {gi goloeado-8 fespeito do Pat Ideal, entre 0 ai enc 2 © PORRE £ 0 roRRE essa dcoromi quando tomgrmoso texto de Jorge Ama do: a Morte ea Morte de Quincts Berro Dia le vive pescpuindo, na sua mulher, por eremplo, uma incesante confissto, O que ele quer saber? Quer Saber A Verdade, mis nenhum verdade que deco para dle & erdadcra, Talvez ele queira saber outa. coisa ‘alver qucta aprender, com essa mulher, como ea 80 obediente ao Pai Leal. Ela sempre deve estar dando o foe naqucle Ideal que ests acm dele A suspeita dee E se le €requidiado, talvez, por esse Outro, ese Outta certamente nao obedece no Pai Ideal, & como se pro. se nessa Ouran garanta de que a epferagao.d ea, sobrenudo para cla que pode deer NAO. Fangio paterna, ndo & um absoluto, \No_esquema_da na medida em ae. 9 eminino pode suspender Sua fisto nara slenente nis selua, mute inenos pum Pal. Idea. Como iz Lacan, “on les dit Femme” ~ as rather, nos a8 dizemor mulher, OW, or sonoricade, “on fdifame”” —~ nos a famammos ta est sempre pronta a eifra, porque justamente faz a suspensto do Nome do Pa Ouira vertente a de um espago homossexuado fra ternal ~ nas tamsas dos bebedors se mao uma pas sagem a so homosexual, como dz‘ ex HA ume. questio que fica de pé e, me parece, ninguém E91 Jeiolver:aoade enguadrar 0 lcoolimio? E neurose? E perversio? E psicose? Nao Se tem conseguido enquia “dar. Os livros de psiuiatria costumam dizer, como & 0 caso do resurmo do Henry Ey, que as toxicomanias em eral tm uma estrucura neurdtica. Mas a verlente mais Torte €a de supor, mestuo na psiquiatria, que € uma ver fente perversa. AS toxicomanias so peiversoes, segun 490s livros de psiquiatria. Mas, no easo da alcoolaani jcomo chamam, 0 que hi é wma predisposigao neurdtica, fea estrutura (Sem uenhuuma derdonstragao, isto € dito) & ansiosa, obsessiva ou perversa. Ou € 23 tr8s coisas a0 ‘mesmo fempo, 0 que é dificil pensar, ou, sendo, & cada luma em separado'c, al, como achar a estrutura disso? ASruplay e101 ca ot Neuro, pao ov perber- E: ‘So? Fu dita grovsoramenis aue-alaver praca tossetul estamente igada ao alcool, pata.o ana necssavatiente nena, perver ras tale rep, epresivarene, {ips telapoTafai_com.o pel, Aguile que, no mo mmenfo do Epo, ize que pits, 0 moraento em que © Sujeito nto podendo conipetr com 0 pal faz uma re tetsto eipiana: "TA que mio posto tomar dele a minha fe, entto me dou para ele". Suponda nao poder ven cero sujio bajula, au ama. homossexualments 0 p Nita faa radial ‘de coragera para enfrentar o Pai eal, no caso do alcodlatra certamente ae se pode dar tm revfamento repressivo para essa suayio homosse- ‘a, asim como pode pinta, também, um evrarveno Dara aagressto, uma espése de deseconccimento pie Fandio. 1 text, nesse primero momento, chara atengd0 paca qi 0 alcoaismo € mas Treqhentemente masculino fo que feminino. Haveria diferenga entre 0s dois Goalisas e, no cas0 do alcoolismo masculino, a tex ‘Stemamente maior etaria ene o protetaado, 0 tex pode faze! uma sociogenese do al coolio, ¢ a. wa {Gzat 140 resolve nenbure probleme pra. ade, E fanfo, € iteressantenolar por que 0 slcoolsioo seria has reghente no proletariado, EU me pergusto, para {har em auspens, a6 0 pofeériondo €equele queers Pal deal mas forte, mais vigoroso: ura Pal_eal aldo_pla fdeologia Ihe @ dado com plenos po- ‘eres As exeapatéias 80 difcimas para Um sujeto fue eath em ext de protetarzagao ou de proletarindo Nio mals fal encontrar uma moral extemarvente£- sida no proetariada ¢ na peqens burgesia doe es alge ota clase Qualater ale eons ‘Mo sene como diporiva pa Gila o Pal Meal aparénia de wm proetéro, qvalouet que seas b lente classe, & win pesquisa de tipo socolgico, Quando els levanem o aconiecmento de akooisna, acham ave a teande mora pertence no proearadoy Nao ¢ a tuts fio de que o sujet, mesmo no sendo proletsio, por ser leobia,stecom t aprsnin de poeta, © {Gueta t ques erandematora penence ao proktarnds wm fat, pate TABesai Geo (eto nos lear a coneber ura vren |tepervera no alcool, chams tango tambes tao corportamenc isto fo slooandoyo ena: lumo, e todas as suas manifesacdestpicente iste eas’ Mas conia-se # Inst nfo 30 por au, eto todas as avordagens pique, picasa, iy |nmvenente pervursn, As, como ave Higada sa ve |tete pervera, aise desareagao orl dios era Shia itn com apaénca eins pura som fatrala,c bebe, 6 guia, ©. osto pelo qucinar, Siaretar ov sign clsa asi do alcool, Quer der pul oral exh em Jog. Set que,necesararent, tah, | toe perverse? Euan igams'em lingo ara pe ee Tac Goto se mentionse eo ula mal ‘a a | gt bile { falar da questo do tratamento, acenua-se a dispaieto pervess do gro, no caso do silat, uma cert coragem de ogo, um jogo de ean coon tle. ove, ais, eta acestuado no Quineus Berro Dau + — 2s infnkizagiodeaim copo sno.0 asta, de 2° Sonseirnarat de bebert "Mais um, mais ts Ue mozinhe a i e1e.", 0 inumeravel, O texto diz que | tenn dessa reitdo do acho com 0 Teme — isto 6 0 mais-um, 0 inliniaivel do Teminine —, mi Geass Kinet, cn conse mea, a ergunto se ndo & um erta de golpe, se nfo € essa infi- gh millzasto a tentativa de se pesar 0 objeto a, infin EV racto' que torna A mulher particular, e, portanto, 0 070 delas infinizavel, ea abordagem delas, numérica, Uses, grea 4 9 ey AS ALAS DELOT bs | == — _ = —srss—— tule coneaiso 8 ee) engont0. aoe ae dena ede condone amonto,evidetement, como © texto die, 0 cone oem de manera algun, eir.9 scooim, Posem ie, de certo modo, aclear a dipsomania, Do. nosso post, vite, podem rede a reel conta 6 fr bles obediéncia servil, que seria uma capt Tgeio diane do Pai Ideal. O primeizo texto vai mais ow rien até ai No segundo texto, que é de autoria do mesmo eru- po e dit continuagao ao mesmo trabalho, faz-se outra vez 0 destaque da estruturs perversa do alcoolisia. V2o Supor, entao, uma “estrutura onde se inscreve a falta de um objeto designado ¢ dito como tal: 0 mais gozar” (p. 105), a falta de um objeto ae, nor sso, eles acham trata de wma esirutura_perversa, E vo mostrar tem tudo a ver, porque essa esrutura perversa rege essa ambivaléncia tpica do alcodlatra entre uma inteligéncia aguda (ele sabe o que quer) ea besteira mais, consumada (o que ele quer ndo & grande coisa. ‘Mas, oulea ver, o texto chama a atengao para a esrutura histfria, que evoca 0 teatralismo, as wodali- dades de demanda, a oralidade do bebedor, 0 heroism flo gesto, se ndo o cumprimento do dever, 2 relacao do, slcodlice para com 4 verdade, ele quer toda A verdade,, hoca e quer falar A verdade, fala feancamente com toda a franquéza, val direto ao assunto, e exige lima reciprocidade nessa frangueza, 0 que cria uma po- siglo estranha dentro da andlise, Par exemplo, diz rade A verdade, agarra a mulher pelo pescogo para que ela diga A veidade dela... justamente a mulher que nao ode. Ai ele fala da renegacao da castraeao no outro, que é 0 tema da perversio, a Verlewgnung — 0 outro maternal, feminine, ee. 6 0 PORRE E 0 PORRE © texto de Sibony diz, depois de um longo desen volvimento, que 0 obsessive “tomou a0 pe da letra {eoria dela’ — certemente ela, histérica— de que seu sexo pode ser coloeado como totalizagto de todas. as faltas™ (p. 188). Vejam bera como isso € impossvel ‘Como se'en puesse ter 0 eonjunto de todas as falas Se houvesse uma falta, eoutra falta, e outta fala, ¢ assim por_diante, sum intersegio seria ‘a inersccdo de {dass falta, na pensar, porgue exalamente no ue € irapossivel de Sanmpo onde ate a ano da Outro, que © Nao tage SBisho se pode univecalzar a (ala A falls Emaceula © gibda aso, Talver, nto pudéssemo dizer que exist, Sect db obsessive, nenhuma renegao da exsragto da mulher, Seria, die Sibony mais adam, tolice acre. altar que cle nao conhece a fata porque, na verdade, ele sé conhece iso” (p. 190) E-como se, dione da ca 0 do Oligo, 0-obsesivovisse 0 Belo, 0 Macavinosa Spee abla fla, d aual nade fol Nao aa iad na absoluta fai, @-8 beleea pra, Eu me per @ teoria se enganam diante do alco6lica. do da-renéuacho da eastrac30, 0,8 castragao em absoluia falta. ¢ aupade-est ei | absolute Belo, © texto sobre o alsoolsmo val em frente. Fala de um apego paranico a image ferainina na telagao supos {a pervera com o beber, a oralidader fala Ge uma eet since faica da mama, da passagem a um ato horosse Sul mais feaentementefelatri, a constelato neta Ordenada em torno do asro mateo e, na pricy © mt-estar de ose ster o que se far com ele com 0 chamado alcool. A possoiigade do cami css 4 j prea, portiularmente,-& renincia do-analista a toda AA eertetara esse conforto que ustamente seria pedo plo Basin O tx, nese epndo momento no chees sonjunto de todas as faltas, 0. “Tes protestos masculinos, 0 py AS FLAS DE LOT a LLrtrt—~— mont er Stuate sedo urs bacolsne al {elmo urn elo soto alin see Paceline: aera amma ca que se_organiza em torno do falo. E uma amiss Ne facta que ito ies an, pl sivtecSsaianie'a tnconanis cy geal as a L™LrtC—— LCL ee ee fee aoe a sanalade lenin, © SF ”LhLh™mr LL a esto ntestos realizados a par- es tee fein, nose nobis dele sete gaada gue o apa 1 See carn qe. ne edad es panitas doped dea. dlcoleo nacho, nas Bie pe nents ee ——rr——=———™” foge Napiiodo-¢ Tuncto filles: “Perecenos que eit ea iste tr cot sn enone Hee see arndorte de conde de aeshee, pes Ss ol tnaments nero unptanea) edo re ca erate tate ida coo dre pe sere Can as hte nk nee Shade elon a pens a de te "rnsacve pee See ayo de uma ex sstén eS Ie due nto € funglo falica, “°A reivindicacto virll do bebe dor &, portanto, tanto mais confliiva quanto mais se otigina de ura posigao feminina’” (p. 183) (© texto val, eno, falar da possivel intervenea0 terapéutica, que's6 se oferece “'se 0 bebedor admit 0 onto de vista narmativizado do.ouiro modo, que € do Frodo masculino’". E € “para esse ponto de vista que 0 seu excesso", enquanto feminino, “faz sintoma". © texto mostra ent, a posigno insistentavel do anaisa diamte dese fat, poi oma relagto tranterencal no pode dear de ressusctar a presenificagto de urn Outta {ujo in-fundado provocaangtsta,sendo 8 despersonall aslo, O silécio do anaista, com efit, seri registrado ‘como iropoténia (ene uma relagto dual paetca ‘mente invocads, mas justificadora da aienagto const tute, e uma relapao pronramente anata, mas gra dora de angistia patogea: abe a cle jogar com is, aque pode’ (p.163)-E ums expécie de bec sem sala sercortero bicho pees, se fear 0 bicho come, Nuroa flee da val ae ease siento suse em jogo, Num atiude anaes, a angistis val pintar sem remédio. 7 ai O texto termina: “A questo de saber se akoolis mmo & neurose, perversdo ov pscose, ath asi eso) Vida? Vise, em todo caso, em au sentido ortentarmos hosso dispositive” (p. 183): Muto bonita a solugh, nao & Elegante. Quer dee, se pudesse demonstrat 0, co mo pretend tem es inten, as fihas de Lot am com plenarazaorestariam representando a posicto Feminina do bebedor, qual, por exces, tia 0 sin toma; € dela que vero ese pedido © € prelso hebor justamente pare dopar o Pai Ideal, de manga gue cle posse, como outes cols, transar coma mulher. No en. {anto, a coisa ambivalent, porque feam os protests mascitins, et. Tudo 80 nt jogo mim apaelno que € fntre neurose, perverse pucose — uma cosa etra= shissima Esse texto pode ser alguma indieagao, mas nos dei- xa completamente na mesa, Todos os portadores de Denis, ue seriam inscitvels do lado feminino, seriam Bebedores? Nao, 0 texto lambem nao garante tio. Serb aue € por ai? Temos a ffeqiénca do aleoolismo er Pessoa brihantsimas, em aritasOrihantissios Toultos ciadores —~ mesmo em ténicos, 0 "Genio da Garrate™, por exemlo, so no tconocaia. Podsmos AS UMS DE LOT Jembrar nomes: um Vinicius, nome a calhar e que als faz 0 prefacio do texto de Jorge Amado; Baudelaire, Allan Poe, Toulouse Lautrec, Fernando Pessoa, muitos poetas sob a égide do alcoolismo. Entretanto, retornan- {do 4 minha ue al Ideal) pergunto se agus: ergunto, em segundo jugar, se hi possibilidade de»; se folat em perverslo, enguanto tal, no caso do aleoobs- , em terceito lUgar, 0 qu esta fuscionando como Ieoblatra, 9s LexI08 colocaram entre o ‘Sabemios, sem tomar por enquanto os Quatro Dis cursos de Lacan, que o obsessivo tem sido indicado tpi camente em cerios funcionamentos discursivos, Freud, or exermplo, nos garantiu que a religio € da ordem da reuiose absessva, Num texto de Tean Clavreul da mes: mma Letires que citamos, como tambem no texto de Pier re Legendre O Amor do Censor, nos & mostrado como 0 Aiscurso juridico € da ordem do obsessivo. Lacan che fou a dizer uma ver que a conscigncia €a nevrose obses siva,N2o € 4 toa que catblico faz exame de conseigncia como quem faz exame de fezes, A analidade do obses sivo af esth na cara, stow conduzindo 0 pensamento da seguinte manei- sa: fiz uma referencia & dopagem do Pai Ideal, para ve se € sustentivel. Esse Pai Ideal me parece, nitidamente, pertencente-20.cémpo do-absessivo. F como psiquiatras, Dsicanalistas e mesmo psicanalistas lacanianos no dei aro de supor a neurose em jogo © nao deixams de ctar a alcoblatra.antes do Alcool, e quem & de. 8 cata seco, que embebido se torn do Pai Ideal, certamente —, e estou perguntando se cle He ee ica unk Sane ea ae Siuada enquanto tal, que dé de beber a cle — ow qe pede a cle que d2 de beber ao seu pai ~, est a passagem _do_carsta.a0.porreia.nto.& a passagem do obsesivo iste 2.6 amie {urs obsessive A posiura histéticae, por isso,.o primeiro, | fica impexavel. E existe, no meio, a relacae_ oral com |55¢ objeto, 0 que parece uma pervetsio. Sera uma per- 10? Ou_apatenia uma perversio no que se toma _> uma charnefra necesséria para essa tal passagem? Agora fica a questo: por que & exigida essa passagein? Por exemplo, a homossexualidade tipica do aleoslatra € uma perversto? Funciona como tal, Mas, a estrutura, ela € perversa? Vejamos um pouco os dois textos de Roland Che- ‘mama que indiquei. No primeiro, ele tenta demonstrat lao que me parece vive, a partir de certo limite, sobre 8 discurso do obsessivo. Nao existe, deserto por Lacan, | gene quatro discursos. Depos ele falou em. otros, so: (| bte-os.auais delet durante um semestre, tentando achar | alguma coisa: discurso da cigncia, do capialista, ete Mas fala de passayem, sem nunca télos escrito. B, de- pois que as pessoas comegaram a falar em mio sei quan tos discursos, declarour “4 quebrei a cabesa e s6 achel quatro, nfo ‘consigo achar mais”, Nao disse que no existem, mas disse que nao achou. Continuo insistindo ‘Que s6 existem quatro, talvez, Existe um diseurso cha ‘mado Discurso da Histérica, o matema da histérica, mas no existe 0 matema do obsessiva, nem do pervers0, Os AS FiLHas DELOT ” ‘que tentaram escrever se embeulharam, Pergunto mes- ‘mo se existira um discurso dol pervers0, Talvez que nao: ‘o-perverso, enquanto ta. talvez nto fagaliame social, €, jum solitaio, Ble deve falar a lingua de outrem. Ele ‘ira talver “numa”, de qualquer discurso, com uma ppostura especifica do objeto a, na dele — ele entra nu mua, mas nao 6 talver de nenhuma. Entra n versitirio, de mestre, na_que pinta, mas com. uma ceria, postura, uma cristalizagho especifca de objetqs Eo dis- Guis0 do obsessive? Existe isso? Chemama quer de: que sim, e que 0 matema do diseutso do obses- ‘0 matema do Discurso Universitari. Isto parece ‘possvel, mas alvez ndo exclusivo/ Ele mesmo, ainda in pressionado com estas questdes, veio a fazer, mais tar de, um trabalho sobre o Discurso da Histérica ‘© Discurso da Histérice existe © Chemama mostra uma coisa que me parece clara: *'Se o matema da hist: ria pode, a nosso ver, ilustrar-se tao facilmente € porque & nao s6 9 matema da neurose histérica, como o da histeria primordial pata cada ura". matema da hist Hea sendo nada mais nada menos que a demonstracao de que a histeria €a condicgo sive gua ton do falessr, do parlere, do ser Talante. E sobre 0 modelo da histeria fue se forma, logo de saida, 0 desejo, quer dizer, 0 hharato do sujeito, Freud e Lacan reconhecer de bom arado que se chega frequentemente a distinguir, mesmo Hecoberta por uma nevrose absessiva, uma estrutura his- térica primordial; que por tras de todo obsessive ha urns histeria de base, E Chemama diz que histeria # 2 con dicao natal do falesser, isto € que & o importante. “0. ‘esefo do homem € 0 desejo do Outro”, € exataruente 0 ‘que diz a histrica, Nao hi como falar de entrada na fordem discursiva a no ser por via histericizada: 0 ser falante comeya a falar como histériea; uma posicao de sujelfo est ali com todas as suas marcapbes, fazendo ‘operar um significante de base para a produgso desssa falagao de saber E € como desejado, como solictado desde Tora, como objeto a. Mas vias os hgars doe Discurso, O anal se fap gic. com gent, =a hnerce = poe somo Besos snghastn verdad como sua Tanda. Endo, suns leg ne aaa paca a ‘lmordal fo se alantes Eiri ser parr de oma errutura que € nore da muroe tomoyou sentra funglp do sent ee fungio significagto, tem que neurotizar um pouco. E funeto claro, o mabestar ne cultura, ee Prowde & funiagio mentees, Qual osntoma prorat 6 hie tea? Ea ingua: Ngoc fala nHogoagern aan ingen. Ey enow na order da fay etna onden do a fala em gues consga fecha © ceco esararente S postu da histrfen: 0 sonho da copa reslizads us {ity no foto. Aintnagao dante do wero de Peer is sintoma ¢ fant falar. Abriu 0 bc Talo, Hise ‘ieowo! Al, dni ta Ge aoe & cua analen, ‘Anal, o que 6a tenia psiconalica? a hsteringao ds qusigver suo que pmar pate se poser sa us veldnher uve nee vote evolige me ¢ tse pina 6 “Sentra que ertave como outro no Discurso a Hie idea, mar produc, qu a ponara aaieacoloca O saber come verdate Sera qe agent ens, 32 Sengumia eens a hse popsmente dy ou se no primordial, aneurose sein, por ca da tei geet Ero ‘cbsesivo? Qual € o mata dele? Cheraroa ‘quer que seja o da Universidade. E claro que a universi- defe f onenva, nom preseava demonsar Tega sem pesagoic ¢ os ord do abe yt, d ce stds Plo par dem, saperego hem consid, Hem dese a (ms bor desi un bom design), os saga Mik por ou indo, tab pode Hibs encontrar ©. obsssivo no Diseuso do Meste, © roprio Chemoa, no artigo posterior, fala do encotro Asser stra por bao de todo bsciva, termnando AS FUAIAS DE LOT 2 or dizer assim: “Por fim, quereriamos acrescemiar que © Discurso do Mestre dé, de algum modo, a relagao mais simples do sujeito 20 significante primero, SO sujeito desaparecendo sob ur significance que o aliena ¢ © goz0 eaindo como dejeto (objeto a) Nao esquecer que Lacan diz que © Discurso do Mestre se esclareve por regressao do Discurso da Hist rica, Tem muitos sentidos, ai, esa palavra regressdo. Regressao no sentido de que, se eu der um quarto de volta para trs, caio no Discurso do Mestre. Mas posso, Derguntar;.o obsessivo € uma histériga repredida?, Passo até conjeturar daquela maneifa, mais aparentemence ge nética, que talvez nao tenha valor, ou que talvez tenh, nto vista geneticamente. Ou seja, a oraidade-da hist rica nao poderia passar A analidade do_obsessiva? Fica a divida alse € regressao ou progressdo. Acontece que, se cu der para tras, caio no Mestre. E se der um pouguitho ‘mais para tris, caio no Universitario. Pode ser que 0 Dobsessiva frequente estas duas areas, Mas tudo 0 que | lum obsessivo nfo consegue é set_um Mestre. Eniso ele {deve freqlentar de maneira muito especial © Discurso do Mestre. Lacan nao deixow de associar, de certo modo, 0 Discurso do Mestre ao que poderia ser 0 Discurso do CCapitalista. O que acontece no Discurso do Mestre, para ue ele se forne um capitalisa? O eapitalista seri obses- Sivo, enguanto mestre? E uma pergunta, Se pudésremos fscrever 0 matera do capitalista, no poderia ser algo 0 matema do mestre, enquanto postura obsessiva? Tal. vez nfo pudéssemos dizer que 0 mxieme do obsessivo ¢ cscritamente_universtatio, porque o Discurso Univers: trio, bem ou mal, consegue a produgdo de um sujeito. (© obsessive parece que simplesmente nao consegue; fica erernamente em divida quanto a essa producto. Ou se- ji, existe uma certa freqlientagao obsessiva daquelesdis- cursos, Ea histériea, em relaedo a0 universitario, & de ‘uma simettia especial ‘Em suma, tentarei desenvolver os seguintes passos * 0 PORRE EO PoRRE quanto objeto a, & do lado da raulher que ela se coloca. Pergunto, entio, se a_pressio de submissio, a_pressto «y de repressao do Pai Mdeal sobre o sujlto obsesivo,,num & ferio-quadro gue teremos_que descrever, 0 encontro, ese icio.com als ber 20. que dopa o Pat Ideal, permitindo ‘oliipha, caia na histeria e chegue assim mais perio Ua possibildade de dizer o que nfo € dizivel no caso da [Bse5s40.,Persunto s=-0 alcodlismo nfo habita este re= fistzo, Esta aparéncia de um psiguismo feminino pode, Sef mola emereéncia de histeria. Isto é, enquanto hist fica @ aparéncia se daria como de psiquisto feminino, mas nto 6, &histetie.Histeria em fungi da relagio do Sisto com a linguagem e com um nao conseguir dizer, “EW todo discurso existe uma disjuncao entre pro: ugho-e a verdade, disjung2o que esti em toda e qual ‘quer base histérica de fala, Nao seria em torno da exas Drago dessa dsjun¢a0 — exasperaeao de uma insti Tagdo originaria de fala na histériea — que faz 0 sujeito construir a neurose histériea para dar conta de uma exasperarto sofrida nessa disjungdo, isto & falta de No- me do Pai, fala de postura paterna para fazer aceitar a mera disjuneao?}A coisa se exaspera e & possivel segurar_ por-ai,.ou seja, 0 que quer dizer a // 8.? Signi Simpossivel. Eno, ha ekasperagao desse Impossivel. Faliando o Nome do'Pai para 0 sujeito se dizer em termos de desejo, provoca-se ura pogo to pro- undo que a sutura vai tentar se fazer como neurose histrica. Mas a histeria geral & simplesmente essa dis- jungio no Discurso da Histérica. Endo, alguma coisa Aconteceria numa postura obsessiva sobre a égide do Pat Teal, quando o sujeito, numa experiéneia qualquer (de lordem significante, cetamente), atravessa os efeitos [ar AS FLAS DE LOT 2 rmacolégicos do alcool e consegue, portanto, dopar 0 Pai Ideal a ponto de transar o desefo dele — nao s0i de ‘quem, se do pai ou dele proprio — de tal maneira que tle possa pintar como histérica, ov seja, pedir a0 pal 0 Titho que queria ter, como fizeram as fihas de Lot (0 impasse continua grande, embora mais pensivel, tale: se €is80 que acontece, 0 que esti entre 0 careta -o,copa? Exatamente aquilo que aconteceria na transte Fineia sobre o diva, A histerizagio do sujito. Entio 0 ‘Alcool & uma espécie de émulo do analista. Ess dispuia om o analista. Se 0 Aleool histerieiza, nfo preciso do fanalista para histericzar. O ue o analista podezia fazer para se tornar, talvez ele, 0 pileque do outro? Como poderia, ele, dar o pileque? Botar 0 Pai Ideal de porre, sem Aleoo!? 25 setembro 1980 » Co PonRE 0 PoRRE 2. BRAVOS EUNUCOS E BACANTES FRIAS Recomendo a leitura de um artigo interessante de Daniel Sibony: “L'Indifférence en Matiere de. Polit ue", publicado num livro intitulado Psychanalyse et Politique, Seuil, 1974. E hi algunas coisas interessan- tes, embora nfo especificamente, no livo de Cathérine Millot, Freud, Ant-pédagoaue, Ornicar, 1979, Hi um pequeno didlogo de Shakespeare, em Mac- ‘beth, que ilustra bem 0 que é a questo do alcoolismo. No segundo ato, cena 1, quando entra o_personagem chamado Macduff © faz’ um didlogo com 0 porteira, ‘epois de insistentemente bater 4 porta. HA uma certa comicidade na demora do portero e algurua referencia & bebida — o que estarin ele fazendo, por demorar a abrit a porta? O porteiro, entdo, faz uma pequena prelegto Sobre as coisas que’ bebida provoca. Ele diz que 2 bebida é um etande provacadot de tt8s coisas: “and drink, sir, i 2 great provoke of three rhings™. Macduf Deraunta da qué: “Marrs, sit, nose-painting, sleep and turine™. Quer dizer, nariz vermelho, sono e taj. E hit loa espéefe de insinuagao de que aguilo tem algo a ver com sexo. Ele diz: “‘Lechers, sr. provokes and wnpro- oles: if provokes the desire, but if fakes avsay the ner- Formance’" Ou seja: “A luni, senhor, ela provora & desprovoca (ela, a bebida); ela provoca'o desejo, mas tira o desermpenho™. E faz encao uma série de considera- goes: "Therefore, mich drink may be said 10 be a 2quivocator with ieckery: ir makes him and le mars hin: le sets hin on, ane Ut takes him off: 11 persuades irs, and disheartens hioy; makes him stand to, and not stand to: in conctusion, equivocates hive ina sleep, and, giving [BRAVOS EUNUCOS E BACANTES BIAS 2 him a ie, leaves him" Pe Considerar como um cquvocador com lunar, iim quivoceerea-bebii-c alos lasts a Since Tantra: Broveca 0 Testo € abale-0 testo" — Guero ilear como ilustagio, te Benno eislog, do ae et postana de colocat como endo 0 acontecmeno, no cas0 do scoot Naqueles textos de Selicer, os autores condlrizam a coisa de modo a chegar &existéncia, no caso do alcoalis ‘mo, de uma posigao ferninina de onde o bebedor reca- ‘ma'uma assune2o veil, obrigando-se ou colocando-se no ever de deslocar a ctiatura eastrada que o ocupa. Mais abaixo, colocam 0 postulado de que 0 aleodlico macho fe colocaria inconsclentemente do lado feminino: "A. feivindieagao vir do bebedor & portanto tanto mais confitual quanto mais ela se origina de uma posieao feminina”"E mostram o impasse da posigho teraptu- tica que exigiria do bebevor que ele adritisse uma posi- ‘ho masculina. Isto me parece um pouce frouxo porau, Gai, seria de se exigir de outras estruturas a posigao tspecifiea do bebedor. Sera que todos os que se col0- tam, da ponto de vista inconsciente, numa posigao fe ‘pinina, inlusive as maulheres, teriam que optar; seria tuma via aberta, fail, a via da bebida? Entdo, a bebida fica remetida a uma estrutura perversa ou alzo de psi cético. Bles terminam mesmo dizendo: “A questio de Saber se 0 alcoolismo # neurose, perversao ou psicose, stb assim resolvida? Vé-se em todo caso em que sentido nds optamos". No sentido dessa postura ferinina que, se tem alguna coisa a Ver com psicose nBo € bem psi- cose, ou coisa dessa ordem. VE-se que a inteneto era, jente Feminino obrigada,inao se sabe por qué, a Tuncionar como mazculino e nao conseguindo, Quer di et, a visto que parece que o texto tem & inconsciente mente 0 sujeitoesté do lado feminino. Parece ser pedido 28 0 PORE F 0 PoRRE a ele —e portanto ser ele obrigado a isso — que fun- sfone masculinamente, © ai se monta esse impasse. Se fosse assim o problersa, rouitas saidas existiriam para ele. Como sera que entia a bebida ai? Posso arranjar uma série de justificatvas, mas este tipo de abordasem ‘nfo me convince Por isso propus a leitura daqueles textos: a situacao parece um pouco mais drarmdtiea do que trgica, Menos {de ordem dessa passagem entre ferinino e masculino, fou mesmo da postura psicética, do que da ordem do teatro neurético. Coisa para a qual oF autores chamam tengo: a emergencia dessa histrica depois da bebida ‘Bnesse momento que Chemama, no artigo sobre a histeria, vinha mostrar a fundagdo histérica da entrada do sujeito na fala. Seria, entdo, preciso distinguir essa histeria primordial de que ele Fala (p. 325): "A histeria € 8 condigao natal do falesser”. Podesfamos ler isso no Discurso da Histériea — © no que Freud situou como ‘momento da fala — gue Lacan matemizou e que vem sobretudo garantir a formula: "*O desejo do sujlto € 0 desejo do Outro”; € [ato de que por tris de toda reurose obsessva ha uma histeria de base, Isto foi 0 que indieamos da vee anterior. ( que poderia, entio, por esse eaminho, acontecer zo fenémeno chamado alcoolisma? Nao o estou abor- ando como a alcoolairia especitica desse texto, mas fentando entender 9 fendmeno em geral e, certamente, fento me basear no que dizem os analisandos interes dos na questo. Nem mesmo sei se 0 que estou tentando dizer se atticula com as outeas toxicomanias De ouira vez sugeri que podetiamos ridficar com aguela anedota biblica das filhas de Lot o problema do alcoolismo, ou seja: a quem se di de beber? Situel que iamente seria ao Pai Ideal, para que ele pérmilsse.o aparecimento do desejo_que vai na interdicto enquanto ‘outra face da Lei, na medida em_que,o Pai Ideal — segundo a descrigao de Safouan — insistiria na vertente proibigko, ocultando a veriente desejo. Eniao darse-ia [BRAVOS EUNUCOS & BACANTES FRIAS de beber ao Pai Ideal para que ee esquecesse da preibi- Go por tes dela pintase deslo. Gostaria de coloar, agora, essa questo da histeia, do proceso de hiteriagao que scontece quando 0 ana lisando entra em anise, pois € como histerica que cle val falare tomar... derrubaro sijeito no dive tans. formiclo num falante hstxco ‘Cheguel @ sugerir_que certamente haveria uma disputa, uma emulagao, ou qualguer cosa desa ardem, entre bebida'e a posiao do anata. O impasse que patece surir em fungao da Debida, a difcudade de se Conduit @analise no que dia respifo 0 alcolismo, € ue a bed ei em uta com 0 ror anal, com propria situacao analitc.\E se eu dise-que-o processo€ de hsterizasao, na andlseesiou dizendo que Ubebida produz uma Nterzacto do raesmo nivel, of mesma estrura, da histerizaga0 da and ‘Oe existe no Discurso da iscica © #9 que vigora no processo mesmo da tinguagem: $77 &. HA uma disjungao entre a produgta e a verdade erm todo discurso, e no Discurso da Histérica essa disjuncko vera dizer que 0 saber nio fifo consesue dar_conia da cause do deseio, que ‘aurso conot OW insereve o que é da ordem do falante fenquanco tal. Fala-se numa lingua, fala-se dentro do sintoma ¢ fola'se nessa disiungto; Tala-se_a_partir-ca impossibilidade de produzir_um saber que € conta da jade, que, nesse caso, d@ conta da c Ela se apresenta na sua posicdo de sujeto em Todas as mostracbes e erupgdes sintomitieas, fazendo funcionar a sua marca para produzir aquele saber, de modo a tentar dar conta, fechar o eirculo desse deseo. Isto é a histeria fundamental ‘O.que seria. a neurose histérica? Podemos dizer que hi uma modulag4o neurética em todo falante, e isto € evidence na medida em que todo fatante fala a partir de 30 £0 PoRRE lum recalque, ainda que seja 56 0 recalque originario Mas a neurose histériea pinta como alguma coisa ouco mais grave do que essa ieurotizacso comum: antes ‘Que € essa disjuncto? Vamos abordé-Ja um pouco para ficar clara essa miquina de produgao dos discur sos. Pedi a um artista, Luiz Carlos Miranda, para fazer esse desenho. Lacan jarsais disse assim, eoas talvez p= déssemos entender a disjungdo por aqui. Peguei os luge res dos quatro discursos ¢ transformei numa maquina, fumma engrenagem, quatro rodas dentadas: Se Diseutso do Senbor, do Mestre Onde posso compreender essa disjung0? Se supu: ser esse aparelho lbgico lacaniano como uma méquina observaremos que, ao girarmos a roda do Agente n0 sentido dos ponteiros do rel6gio, ela impulsionara neces- Sariamente a outra que esta engrenada a ela, do gutta no sentido conirario ao dos ponteiros do reldgio. E esta vai transmitir & da Produeao 0 movirnento que & gitar’ no sentido do Agente (@ claro, 0 Agente no ia agir 8 nto ser para fazer alguroa coisa dentro do seu sentido: & intengto do Mestre & apropriar-se do que produzido to sentido do seu proprio movimento). [RAVOS EUNUCOS E BACANTES © que esti por baixo, como regime da Verdade, & ‘uma outra engrenagem que se acopla perfeitamen {do ponto de vista da logica das engrenagens — nesse ‘onjunto: ela pira no sentido contrario ao dos ponteiras 4o reldgio e por isso pode engrenar-se perfeicarmente, de fal maneira que, se imprimir movimento & roda'do ‘Agente, todas girardo engrenadinhas e 0 movimento es tara coreto. Mas ndo € uma maquina celibatéria, nBo fica gran. do ¢ evorrendo & sua propria Producao, Se tivéssemos ‘que ligar um motor nessa engrenagem, seria de se pensar ‘gue oligariamos no Agente. Mas n20, eu ligaria © Tu0- {or na Verdade, pois, & claro!, 0 motor esti sempre tescondidot os carros andam, as rodas ager, estendo, no fntanto, © motor, oculto. Isto & 0 que faz’ girar todo 0 processo. Endo, na verdade, o pereurso é da Verdade para o Agente, pois aguela é quem sustenta ocultamente © movimento deste, fazendo operar 0 outro para Pro- duit alguraa coisa Mas hi um desperdicio, ou, pelo menos, impossibi- lidade de recuperar a forga que vai até a Produgdo. [sso tem muito a ver com a mais-alia de Marx. Se 0 motor ‘Sti ligado em V, set movimento sera transmitido aA ‘Que, enkdo, age porque tem 0 motor em V. E dentzo do movimento da engrenagem tera que transivitir 0 movi mento 20 objeto, teré que operar sobre o objeto. O resultado, o movimento que vai se operar, fazendo pro- ‘uz alguma coisa, também depende da passagem pela Produgao. Ou seja, se em V hit um motor, A gira, trans mitindo para 0 outro e para P... € acabou-se 0 movi- ‘Mas como essa engrenagem P est ligada em V. & absolutamente desperdicio, porque nao precsava, cla se Iovimentaria sozinha. Entao, quando P se moviments acompanhando 0 movimento de Y, que porta © motor, disse a impressto de que P esti iransmitindo para V também 0 movimento, mas ndo ests transmitindo coisa alguraa: est s6 dangando junto, porque se transmitisse seria 0 moto perpetvo. Pepava a produsdo que este mo: {or fez e devolvia para o motor até chegar a0 ponto que flo precisava mais de motor. ‘A disjunct estéentre a Produpno e a Verdade, ¢ 0 que é procizido nto seri recuperado jamais — no caso ddo Discurso do Senhior, sua inteng2o & apoderar-se desse ‘objeto que sobra como resto, mas nunca vai conseguir fazer 2 conjungio desse movimento de retorno a sta Fonte. Ha, portanto, uma perda, algo de entr6pico, ou, pelo menos, de nao aprovetdvel ‘A'mais-valia de Marx nao serk inventar um disposi- tivo, ou melhor, o Discurso Capitalista nfo teria inven- ‘ado um dispositive para fazer acreditar que a forea veio Pas vai tudo para V? Ela foi transmitida de volta. Esse €0 logro do captalismo, se nlo analisarmos bem os movirmentos: vai passando @ forea, quando che- ‘gar em P, ela vai passar de volta para V. Al posso me lograr se nao acompanhar logicamente © processo. Lacan mosira que basta mudar as posigdes, man- tendo os lugares, que surge, apos um giro de 1/4 de volta, 0 Discurso da Histérica. A disjunct rauda de ugar assim como as letras. Continua 0 mesmissimo problema da disjungto entre a Produgdo e a Verdade, e, no caso da histérica, fica evi- BRAVOS EUNUCOS E BAGANTES FRIAS 8 denciado que nao hi possibilidade de fazer a conjuncao do saber (S,) com a causa do desejo (a): 0 saber 80 pode dar conta da verdade; o saber diz a verdade, ras nto toda. E a mesma coisa que pensar no jogo da entro: pia comendo o diseurso, Continuemos tentando figuras, imaginarizar_ um pouco a disjungto. ‘Aqui estaria o Discurso do Analista Analisar € tao impossivel quanto as outras coisas: ndo & porque o significante mesire (S.) vat pintar que a. Ver dade do analisando, como saber, vai se fechat: de modo algum, i850 & 0 que acreditam os tolos — a disjungao continua serupre a funciona. ‘Aqui, o Discurso do Universitario: 4 (0 poRRe £ © poR: A Producto nto acrescenta coisa algurma a Verda de, Quando o Senhor, que & a posicdo primeira, conse- gue de algum modo se apropriar do objeto a, que & 0 resto da Produedo, © nao toda, na verdade nada se acrescenta ao Senhor enquanto sujlto (3). O obsessivo & ‘ue pensa que se pusesse ir para o lugar do Senhor, ele seria acrescentado enquanto sujeito, O Senhor ndo quer saber disso, so quer saber de coisa alguma, Ele quer ozar. Desde que goze (0 objeto}, ele nfo quer saber de hada nem quer ser mais sujet do.que era, (© obsessivo, portanio, é um sujeito-que fica pen- sando gue o Senhor gue é Senhor porque sabe. O texto de Chemama cuir dizer que O Discurso Universitario era o matema do obsessivo e eu propus que 0 obsessivo deve talver pastear pelo Discurso do Senhor e pelo Discurso da Universidade. © que ele nto ‘consegue € ser Senhor, ser Mestre, mas cle tenta sentar no lugar do Mestre a partir da sua fundagto histérca, A, ele € por tris do qui ira ‘que, engianio sujeito sabente, poderia se apropriat do objeto, € s6 pode ocupar esse lugar porque & sabedor: o lugar dite esta na dependéncia da produigao desse sujet to, do sujeto que & Agente, 9 produtor do saber Por ai deve estar também situado 0 Discurso do CCapitalista que Lacan jamais quis eserever, mas mencio nou. Eo discurso do usurdrio: através de un) saber, conseguir capturar sem entropia, ou inventando pelo ‘menos uma mais-valia, « Producto do escravo em su plenitude. (0 Senor, de sua parte, ndo faz opeao, nao sabe de nada: para poder ser Senhor, tem que roubar — ele rouba 0 escravo, apropria-se do que 0 escravo produ Quem sabe é escravo, ele nao sabe de nada, nem quer saber — vail, rouba ¢ acabou-se! Como dizia Proud. hom, € Lacan sustenta: “A. proptiedade é o roubo” 0 ‘que faz o sujeito ser Mestre? Nao ¢ 0 saber que ele rs. [BRAVOS EUNUCOS E BACANTES FRIAS % simplesmente_slguma io. algura extranho amor Vejamos, entfo, 0 que € que o “U" tem que ver com as “algas”. O Discurso do Universitario & 0 eiscur- £0 anal, por exceléncia. E outra frequentaglo do obses sivo, 0° que esta bem demonstrado no texto de Che- ‘Q Pai Ideal de que fala Safouan & uma certe conti ‘uurago muito pronicia, coma no-comego do te to, & postura do obsessive. Seri que nto poderiamos ‘uma ouira configuragto para esse Pat Ideal, que ‘aio. fosse necessariamente da. prética do obsessive? ‘Acha que sim, Por isso vou distingvir esse Pai Ideal em Aois ipos, duas confisuragdes maginarizadas de pai. Para esse pai que tanto Treqdenta 0 discurso do obsessiva e que se di muito bem no Diseurso do Mestre (Gem so) e no Discurso Universitario (mesmo sendo), ‘ou chamé-lo Pai Bedel. Bedel €aquele sujeto que anti- famente, na escola, era o responsavel pela disciplina scolar: procurava manter denuso das repras (ndo da LED 0s alunos, Ha por tris disto a fungto pedagozica fu gostaria, até, de usar entre aspas a mesma palav7a “psleanaisar”, pois, como vemos em varias insttuicdes ce ‘praticas, ela cabe em qualquer discurso, Como é umm Sianificante, as pessoas 0 botam no discurso que que- rem. AIPA, por exemplo, bota aqui: 2“. Ou sta, isa que_o coloca nessa past ‘existe uma possibilidade de “‘psicanalisar”, sob @ ponto de vista obsessivo, Universitério. Basta escrever eetto: Pie-anat-isar isso ¢ fungdo pedagbica: o.contrale anal, ‘TGUTULUEA obsessiva em sly {© Senhor (e mesmo 0 obsessivo.quando se finge, se fantasia de senhor,levando 0 que & de anal) talvez ten- tasse psi-canal-sar, canalizar os coisas do sew interes, ‘A psicanalisetalverlivesse 0 interesse Ge psic-ara-lsar. ‘Analisar @ um termo fedundante, um pleonasmuo, mesmo na lingua grega. Minhas incursbes na lingua gre. 4 ado conseguem distinguir muito ber a diferenca en- | 36 0 PORE E 0 PORRE tze analisare iisar, analysis e Isis em grego. Todos os dois dizem respeito a desligar, livrar de lagos, dissolve, delivrar. E analisar & lisar @ acto que ana, talvez no sentido de repetigao,retorno. A aed de deslizat, desi. pedir, liberar, destacar, partir, dar partda, e, sobre- ‘tudo, aquilo em que Lacan vem insistindo, que & funda- ‘mental no icrmo psicandlise: dssolueao. ‘Trata-se de f smisar, a psicandlise teria a fungao de lslisar ow lisal- sar. filha de Freud ficou na and — 0 que para anal & asso, basta mais um fonems. Mas © Discurso Ana- Iitco € disolvente e dissoluto. Talvez a histeria, enquanto tal fosse uma questio. de pst-canathisar, de tentar set o Outro, tentar portat com a verdade a sua posigho de objeto a: “Eu sou Dai para dizer que #0 Outro, & um passo, Talvez essa canalharia psicanalitica por ai tenha a ver com urna for- mulagao histéri __ Mas o Pai Bedel freqienta certamente esses dois tipos de discursos. O do Senhor, tentando regular as ‘posses, as apropriagdes, os lueros, as moedas empilha- das (talver seja 0 caso do romance de Balzac, Eugénte Grandet; 0 velho Grandet com as suas pilhas de dinhei 10). No Discurso do Universitario, teriamos a figura do Pigmalido: produzit aquele sujelto abediente as regras dda boa dicga0. Os dois subditos & nogao de Pai Ideal fenquanto o que chamei de Pai Redel, ‘Trata-se sempre, nos dois casos, de manter o rigor das repras, isso que cles chamam de suas leis [Na regito da histérica, ha emergéncia de uma outra configuragdo do Pai Ideal, que ndo seria um bedel, mas lum herbi. Af a referéncia paterna parece ser 0 reclamo, de um Pai Herdi, que aliés ja foi novela de televisao. Que ele compareca possbiltando que ela consiga ultra: Bassar 0 que pata la pare evdenciado: sia impo- (© que a histérica supoe & que nfo se trata de uma dlisjungao da ordem do discurso, mas de uma impoten- cia, dela, a produzir essa conjungao: ela sonha com a ARAVOS EUNUICOS E BACANTES FRIAS v realizagao da relagdo sexual. Essa disjungto esta dizen fo, no Discurso da Histérica sobretudo, que a relacio sexual &impossvel:impossivelo saber fecher o conhert mento do objeto a. Entao, ela sonha com o outro lado do Pai Ideal, que é 0 Pai Her6i, que vai produzir aquilo fue ne hi: a chamada Herofna, Nao existe heroina, eaiste herdi, Temos na nossa historia algumas heroinas Maria Quitiria de Jesus Medeiros, Benta Pereira... Que é um her6i? Na mitolosia gress é todo perso- nagem que exereeu sobre 0s homens e sobre os acoate- imentos uma influéncia ta, fez @ guerra com tanta bra- ‘ura, ot cummpriu exploragaes com tanta temeridade que se elevou acima de seus semelhantes, os moriais. Por isso feve a pretensio de se aproximar dos deuses, mere- cendo depois de sua morte ura veneracko, um culo particular: Aquiles, Ajax, Ulises... Mas na mitologia odemos supor que, desde o naseimento, eles j8 so ura ppouco diferentes dos mortas, pois na maioria das vezes Sto Tithos de ume devs ou de’ uma deusa com um mor tal... eles ja s40 meio divinos. E uma metifora da exce: Tencia no desempenho. E 0 desempenho no diseurso his: trio — como na histeria fundamental —, essa busca de conseguir aquilo que fecharia 0 conhecimento, acaba Dor produ excell series, tb, em Pro ‘Mas a histérica, enquanto tal — a neurose histévica —, vai solicitar a vigéncia desse Pai Ideal. Ela nto vai procurar produzir nenhum discurso excelente em funeao dessa disungdo. Ela vai é pedir a presenga de um Pai Heréi, e que ele, por j8 ter produrido essa exceléncia, The empreste poténcia para ela sais da impoténcia que julga ser a causa da sua disjungao. Tsto tem justificativas numa histeriaoriginaria, que seria talvex a origer dos dois casos, obsessivo e histe- Fica, Aguila que se diz da experigncia intensissima do ‘obsessivo, tlvez seja essa impressto de gozo em excesso aque ele tia da funcao da disjungso como superpotencia Seria uma tenativa de conseguir negativizar instanta 8 o poakE 0 pore reamente, num acidente Logico, a dishungao (a // 8.) ‘Ou sea, algum acontecimento que Ihe apresentasse essa dlisjungéo no como impossivel, nem como impoténcia, momentines, mas satsfatoria tal ponto que parecesse luma superpoiéncia. Ele teria, portanto, uma requisio saudosista, passadista, da relagao supostamente havida, esse momento, Possa inventar a Tiegio de que, no m0- mento da estruturaeao, esse que se tornou obsessivo pas Sou por essa disjungao, mas, mesmo nesse regime, how ‘ve uma ocultaga de tal forma desea disiungao para ele, ‘que ele comou como um goz0 excessivo, como um acon tecimento de verdadera copula. E ficara etersamente na saudade dessa cOpula, mas sobre um fundo de disjun ‘Ho, pols escamotear nao é abolir. Entao, com a impres: so de que suspenderam a disjuncao e, logo em seeuida, ‘a experiéncia de que essa cépula ndo se repete como da primeira vez (porque ela vai cair novamente na da histé- Fea), ele ficar& querendo requistar no passado esse aco: plamento, Ele nfo tem, como a histérica, a impressao de ‘que isto nao se deu, foi impossivel e, pior, exasperado. 'Na histeria, posso flecionar que, aléra da injunglo pura e simples da impossivelrelaeRo,'a coisa foi exaspe- ada de ta! modo na sua fundacao que a histérica tem a impressao de uma disjung2o para além do que a pura e simples disjun¢ao produz. Uma impoténcia radical de ‘um minimo de sausfaeao. Como ela tem a experiéncia de uma nao satisfaeio, requisitara isto no futuro. Fie card, ento, muito bem instalada no Discurso da Miste- sia: produgio de saber, de saber, de saber... obsess vo negativizou e 2 hisiérica positivou; €, para ela, sim plesmente uma disjungao em nivel de zero, e assiza po ‘Semos dizer. ‘Como 0 obsessive ndo tem essa experiéncia da his térica, de ter que correr sempre para a frente, para agarrar a cOpula lb adiante, que ele supee ter havido Ta atrés, nto tentard a produgao de um saber para dar conta desta postura. Tentaré capturar o objeto la de tras, que supbe ter exist, ow tratart de se comportar RAVOS EUNUCOS & BACANTES FRIAS » direitinho para ganhar de novo o objeto. Ou seia, ten- tard moldar 0 objeto de mancira a ter 0 objeto cero (que ele j4 rivera), ou tentaré moldar-se segundo uma teterminada "mesiria', para ser merecedor do objet. Imediatamente, nfo faz requisiczo de nenhium Pai Heroi sim de um Pai Bedel que Ihe indique qual 0 objeto Eerto, ou como ele proprio deve ser certo para ter de volta,9 objeto. o lugar da frequentaeao do discurso pedagbeico, do diseurso juridico, do discurso militar, do discurso Teligioso, que slo formas diversas de. Se comportar ‘obsessivamente como pseudo-mesire ou como educador, (Os Pais da Tereja, por exemplo, incentivavam a exce- lncia pela brochura. © hontem, 0 viril, senda “bro cha”, era a exceléncia: vrlidade sem desejo — sparér ia de wriidade, bandeira virl, Afinal de comtas, isto & farmadura, O que esti a dentro no se precisa necesse Fiamente ver. Um cavaleiro bem armado € macho até resmo que nto deseje coisa alguma —~ basta fiear num ‘canto da sala com a arma-dura.... O obsessive, filho deste tal Pai Bedel, nfo & sento aquele que a escola pede, E 0 c.f. por exceléncia. Esti sempre pereun- tando para o Bedel se esta se comportando diretinho, se @ assim mesmo, se a roupa esté arrumadinha, etc. ‘0 obsessivg fia saltitante entre o Discurso do Mes. tre e-9 do Universitario, e isto J4 tem a ver com 0 “Gubitativo'" ele tenia senter no lugar do meste, tenta 50 € ser educado,.. Mestre ele ndo consegue ser. A his- {erica também nto consegue, mas também nzo quer, Ela quer produzir um saber para fer um mesre sobre o qual fique reinando; ist Ihe € sufiiente: "Ele € quem sabe, mas quem manda sou €u, com os meus siaques”. O Dbsessivo, entao, osclanda entre eses dois discurs0s, 00 vei tentar produsir um objeto exato em relagao & histé Tica primordial, ou produrit-se como sujeito exato em Felagho a essa experiéncia primaria. Ambas as produgoes 0 gosto do Pai [deal enquanto Pai Bedel ” OvORRE E 0 Poke © Pai Ideal, enquanto Bedel, vai devolver essa su posigio do obsessive como prémio (por ser bem com- oriado ov saber exatamente qual © objeto — ¢ Dor jsso nunca consegue delerminar 0 objeto, JA que saber exatamente nfo se consegue), ¢ © prémio sera a relagko Seaual que ele tivera. Dai a divida: ele fieark sempre evendo ao Pai Ideal um poco mais de exatiddo para ganhar o premio, pois tem que pagar exatamente a divi- da, nfo pode pagi-la nem mesmo a mats. E hi a supo- sigko de que 0 Outro, absoluto e completo do passado, seré reencontrado por ele, o que é a constante dene” ¢80 da falta de signifieante no carmpo do Outto, S(A). ‘Aqui talvezesteja o erro daqueles artigos que disseram ue ele esta do lado do feminino, ete. O feminine st ‘mostra como sendo aquilo que tem a ver com S(&), & falta no campo do Outro, @ isto € o que 0 obsessive ddenega o tempo todo. ‘A histérica flea na sua busca incessante, repetindo aguela experiéncia primordial da produgdo de umm Se ‘que, por completo (um Hegel, por exeraplo), venha a equiparar-se ou equivaler a0 objeto a, ou a0 Outro en- ‘quanto tal. Para a histérica, enquanto neurotica, 0 Pal Ideal, enguanto Pai Heréi, conquistata essa. relacko, Uma’ coisa € produzir um heroismo, produzit discursi- vamente uma exceléncia que & a da histeria fundamen tal, outra € solcitar um Pai Herdt que venha the dar poténcia — e 0 sonho da histrica & de que o Outro ha fe ser absoluto e completa, Ours manera de deneear esta. ‘Ambos denegam a falta no campo do Outto, De tum fado a obedigneia a um Pai Bedel; do outro, a invor cagao de um Pai Heri Abordarei um pouco as relagdes que se supsem, no campo da psiquiatriae, a8 vezes, da psicandlise, do ab cpolismo com a perversho. Seri que no alcoolisino vige alguna perversao, enquanio tal? BRAVOS EUNUCOS E BACANTES FRIAS # Tentei escrever umas relagdes, umas articulagdes, melhor dizendo, no semindrio O Pato Logico, as quais fetomarel aqui tm pouco variadamente, Quando siti 0 ‘que eraa perversio, fale numa atitude de versio” si Plesmente, ou de “versatilidade”, e, brineando com & Tingua alems, chamet de Veranderlichteit. Depois faei de uma perversio que chamel de P-versao, no sentido de Pore-Version em franc8s, que seria um ancoramento do objeto: af roubei 0 termo alemio Verankern. Em se fia, falei numa perversidade enquanto perversao proprlamente dita, pegando 0 termo Vercouchung, de troca por confusio. Depois sugeri até uma psicase per versiva que nfo teria diferenca das outras, com for susto do Nome do Pai Entlo, repetindo, ev poder supor que o Nome do Pai est para o Falo assim como (0 sinal de aualdade nada tem a ver com quantificagbes) 0 Falo esta para 0 objeto a: NE = 2 1sto eu chamei de desvio, de verso pura e simples — talvez o lugar onde encontrissemos a perversio polimorfa de Freud 0 objeto se desvia 9 tem o todo porque € constituido mesmo com a vigencia do Nome do Pai. Eu teria que pensar até mesmo a per versdo polimorfa fora da vigéncis do Nome do Pai, ras oderia pensar, apés a vigéncia do Nome do Pai, de um Ponto puramente abstrato, ands a possibilidade de, em fungae desta Ie, desizar corm o objeto a, Seria a sal vaedo radical, mas simplestaence isto ndo existe ‘Depois fale de ura versio paterna, uma P-versto, uando nesta mesma proporgto, P= 2 poderia dizer quando nest proporsio, BP = & pod que 0 objeto a foi situado, ¢ al vieencia mesmo do Nome do Pai. Ele é situado de slgum modo, portanto, todo e qualquer deseo relacionado a0 objeto & perverso enquanto tal. Hi um ancoramento do objeto confi ado em funglo da sintomatica de lingua, de produsio ae 5, , ete a O PoRRE £0 PoRRE Na perversidade, quando digo que hi. uma espécie e troca por ecnfusto, € porque o objeto a toca de nusar-8 =e 0 Nome do Pai fe prejudice na meds em ae «propose parse 4 mesma, mas, 49 Invs dest pl orem (8 orden € porate, rr ———”— Sie obj du tal dear quem 9 Pal Bo mesmo te dln ut Nome do Pa ca pejucde en ote omverdasro Pa Ide reoneato aa 3 slp Ao conto do qv spern Pra Aulagne, ‘lo hi a mesma estrutura da psicose, no hé foraclusto do Nome do Pai, de modo algum. & um Pai Ideal que vem subtrocado pelo abjeto. como se alguma coisa constituisse 0 objeto ¢ um acidente fizesse com que ¢ objeto € que fosse garantia da possibilidade de uta Pai ue & ideatizada, Mas, no que chamei de P-versdo, gostaria de colo car outra coisa. Sequindo ainda a okie formula acina, dltia que posso pensar uma espéeie de troce do Notte do Pai enquanto tal, como um Pai Ideal, mesmo nessa for ‘mula da Perversdo Normal: a -F Podeiames en Contra ai que se chama de pervs, ae segundo emonsou Frew, 0 aveso da nto, ns © neon Seria como se ese abet foie constiido em fun. 0 de um Pat Ideal e, por fs, negtvzad, $0 comm Bareeno como objets proihio, viado. No moreno fm que ele seintesiin em fungao do Pal Kea he Drobieio Go objeco sem funda desejo, & ocltada'2 oslo deseane luo teri ver com a neue No eso da perversto ropramente diy a pever sidade,-2 = 5€ , dita que acontece um eclipse do NB’ ARAVOS EUNUCOS E BACANTES FRIAS 8 Nome do Pai, Nao uima foraclusdo. Fica parecido nor ‘que ha um verdadeiro eclipse na medida em que o obje fog, como lua, fica na frente. A coisa, digamos, é ma ternizada, ou sea, €falicizada ou & tornada penis No neur6tico ‘aqui ha uma especie de disposigao de pénis), também nao deixaria de existir isso, m8 comm @ mesma vieuléncia, porque ainda & o Pai Ideal que tem ‘algo a ver com o'simbdlico, que esta na frente, E uma ‘questdo de empurrar um pouco a lua para 0 lado por que, na verdade, nto exstria para neurético um tclipse verdadeiro. Seria algo como um eéu nublado. Os sscrdnomos falam que no eclipse ha urabra e hé pemura- bra nos arredores, E algo como um eclipse parcial, ras © pal évisualizavel, [No perverso, nao. Ele tem a lua na frente e 0 sol std oeullado mesmo, Ele so tem referencia através da Tuas ele “sabe que o sol esta la atrés, mas olha para a Ina, Com isto, repito com Freud que "a perversto & © conttério da neurose”. Se compararmos a formula da perversto-propriamente-ita, a perversidade, com a que estou chamando de “perversto"" do neurdtico (que com parece e € dificil de se dar conta, uma especie de retarno fo recalcado), hé uma espécie de apagamento do Nome do Pai porque ha uma inversto: DAE _ & Colocar 6 Pa Ideal no lugar do Nome do Pai j8 € uma espécie de inversto, embora negativa. E como criar um objeto se- melhante ao do perverso, mas no sentido de estita proi- bigdo, O recaleado no pode vie & tona. Existe apenas tum modelo de pribgao ey extamete por io, ee pi [Nao poderiamos dizer que as pratieas ditas perver: sas do neurotico sBo perversdes propriamente ditts, pois © neurético as pratica em grande confusao ¢ em grande temor. © perverso propriamene dito pratica suas per- verses numa seguranga radical, O neur6tico no, ele

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