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ESTADO DA PARAIBA PODER JUDICIARIO COMARCA DE GUARABIRA TEIZO DA 1" VARA Processo: 0000892-61.2017.816,0181 + SENTENGA Vistas, ete. a _ A Representante do Ministeno Pablico com base no inquénto poficial incluso, ofereceu deniincia em face de José Adailton Bezerra dos Santos, Wil Tertulinc da Silva, Ricardo Pereira dos Santos e de Pontes Chavier, quatificados na denincia em anexo, dando-o como incursos nas penas dos arts. 33. caput, 35. cic art 40, ill 1V e VI da Lel 11.343/2008, sendo o art. 33 da Lei 11.343/06, incidindo o acusado Ricarde Pereira dos Santos, também nas penas do art. 12 da Lei n® 10.626/2003, mediante a seguinte alegac¢ao. Aduz o Ministério Pablico em sua pega acusatora, que no dia 12 de julho de 2017, por volta as 16h:00min, na cidade de Pileszinhos/PB, os aousados acima qualficados, de forma associada para a pratica de tratico, tiveram em depésito 2 transportaram dregas, som autorzagdo ou em desacordo com determinagao legal ou reguiamentar, bem como o denunciado Ricardo Pereira dos Santos tina em quarda munigdes de uso permitida Relata 0 Parquet que policiais civis e militares que esayamn wealzanda dlgencias conuntas, observaram o moment em que @ acusado JOSE ADAILTON BEZERRA DOS SANTOS passou trafegando em uma motocicleta, ém velocidade acima do normal, trazondo consigo uma sacola pendurada no brago. Ao aborda-lo, o acusado lentou se desvencihar co bloqueio mas foi alcancado, senda constaiado que transportava, no interior da sacola, grande volume de maconha, dividida em tabletes, cerca de Skg (cinco kilos) Explica 0 Representante ministerial que o acusado José Adailtan alegou que apenas estava transportando a droga, tendo indicado a casa de Ricardo Pereira dos Santos e Gilvania Pontes Xavier, na cidade de Piléezinhos, no lugar ¢ qual havia recebido @ mercadoria para transporté-la até Guarabira, Nos termos da dentncia, os policiais foram até o enderega indicado, local ne qual funciona um pondo de comercializagao de drogas, segundo informagbes apuradas pela policia e com a aproximacao de guarnigho polcial os acusados Ricardo € Wiliam fugiram do imovel tendo este uitimo sido capturado ainda no quintal de casa, ocasigo no qual levava consigo uma balanga de Precisdo e um boneco de peliicia, pertencente ao filho de Givania, em cujo inferior estavam escondidas varias porgdes de maconha, embruthedas de forma mndividualizadas, HY Discorre Ministério Publico que em ato continuo, oy ecuips policial passou a fazer busca no interior da imével, no qual se encontrava a denunciada GILVANIA, companheira de RICARDO, tendo encentrado no interior do guerde-rouna do casal mas de 2 (duas) aorGdes de maconha e 14 muunigdes, sendo 10 de calibre 380 € 4 de calibre 38, também foi encontrada no imavel outra ba‘anga de precisdo e uma cademeta de anotagdes sobre a contabilidade do trafico de entorpecentes. A casa tamoém contava com uma Camera de vigilancia com indicios de que era para monitorar a aproximaga da policia Auto de prisao em flagrante, fis 06/44. 18 ‘Terme de Apresentagdo e Apreensao constantes as fis Laudo de Constatagdo e exames defiritivos de substancias entorpecentes as fis. 21 ¢ 136/138. Oferecida a dendncia, no dia 14 de agosto de 2017, foi gelerminada a notfcagan dos acusados pera apresentarem defesa prelirina (ts Devidamente intimados os acusados ( fis. 121, 122, 123 154) ofereceram resposta @ acusagao e nao sendo o caso de absolvicao sumaria, no dia 14 de navembro de 2017 foi recebida a dentincia @ designada audiéncia de instrugao € juigamento.{fls. 149). No dia 06 de dezembro de 2017 foi realizada audiéncia de instrugo e¢ julgamento, oportunidade em que foram ouvidas as testemunhas arroladas na denincia ; Luciano José Borges @ Luiz André Sobral e as teslemunhas arroladas ra defesa do 1° acusado: Maria cas Dores Figueira. Maria Lucia Neves e Suzana Ferteira Bezerra,; tostemunha arrolada na deiesa do 3° acusado Edna Lucia Berarmino Cruz ¢ testemunhas arrotadas pele 4* acusada: Daniela da Siva Oliveira (midia tls. 165). Em continuidade a audiéncia de instrugdio e julgamento fo! designado 0 dia 31 de janewo de 2018, oporiunidade em que foi ouvida a jestemunha arrolada na denuncia José Francisco Noorega e interrogados os acusados, (midia fls 190). A Representante do Ministério Publica ofereceu as alegagées finais através de memorials (Fs 208/230) requerenda a absolvi¢z0 da acuseda GILVANIA DE PONTES XAVIER, por falta de provas de ter a mesma partcipado dos crimes narrados na denuncia e a concenagao dos acusades JOSE ADAILTON BEZERRA OOS SANTOS, WILLIAN TERTULINO DA SILVA © RICARDO PEREIRA DOS SANTOS, nos termos da dentincia. A delesa da acusada_GILVANIA DE PONTES XAVIER, tambem através de memorias (fis. 266/259), ofereveu alegacbes finals pugnando pela absolvicdo da acusada por auséncia de provas. A Defesa do acusado JOSE ADAILTON BEZERRA DOS. SANTOS apresontou seus memoriais ae #. 255/265, pugnanda pela absoivicao do acusado por falla de prova nos autos de ter o mesmo preticado os crimes narrados na denuncia e alternativarente a imputagae apenas do art. 33 da Lei 11 343/2006. Plr sua voz a defesa de WILLIAM TERTULINO DA SILVA apresentou suas razoes derradeiras as fis. 231/237 pleiteando pela improcedéncia da denuncia @ absolvigao do acusade e alternativamente a aplicagao da pena no patamar minimo. a Hb . Por outro tado, a defesa do acusade RICARDO PEREIRA DOS SANTOS, também através. de: memaoriais as fis. 270/273, pugnou pola condenagao do mesmo as imputagses do art. 33 da Lei 11.343/200€, no patamar minimo. ‘Apés vieram-me os autos concluses para sentenga, E 0 relatério. Decido Cumpre salientar, initio itis, a normalizag’io processval, em _que 0 fete foi regularmente instruido, éstando isento de vicios ou nulidades € sem falhas a sanar, aléim de terem sido estitamente observados os principios Constitucionals da ampfa defesa e do coniraditéno. Trata-se de Agao Penal movida pelo Mi em face de José Adailton Bezerra dos Santos, Willian Tertulino da Silva, ardo Pereira dos Santos e Gilvania de Pontes Chavier, qualificados na deniincia em anexo, dando-c como incursos nas penas dos arts 33, caput, 35, cle art 40, Il, IV © Vi da Lei 11.343/2006, sendo o art. 33 da Lei 11.343/06, incidindo o acusado Ricardo Pereira dos Santos, também nas penas do art. 12 dz Lei n? 10.826/2003, mediante a seguinte alegacao 4 + QUANTO AO ACUSADO JOSE ADAILTON BEZERRA DOS SANTOS = CRIME DE TRAFICO Conforme a denuncia, 0 acusada José Adailton foi pego em flagrante transportande aproximadamente 5 kg de maconhs Art. 23. Impartar, exportar, remeler, preparar, produzir, fabricar, adquinr, vender, axpor 3 vanda, o'erecer, ter em dendaito, trarsportar, tezer consigo, guardar, prescrever, minstar, entrega’ @ consumo ou ‘forecer dfogas, ainda que gratutamente, sem aytorzapdo ou em cesacarda com doterminaggo egal cu regulamentar: Pena - reclusde de § (cinco) 2 15 (quinze) anos © pagamento de-600 (quirhentos} a 1.500 [mil e quinhentos) dias-mmulta No seu depoimento na deiegacia de policia 0 acusado informou que: (fis. 10) : "(na tatde do dia 12.07.17, recebeu um telefonema ontrastando 0 interrogado para i & cidade de Piidez‘unhos/PB egar urra encomenda ¢ trazé-la pata Guarabira, onde, na 1392 de glimentagdo do canivo da cidade sera entrague 2 uma pessoa; Que segundo informado essa pessoa reconheceria 0 ittertogado e dele ria se aproximar para receber o pacate pagat a eorrca; Que desconhecia a natureza da encomende, ue n&o sabe’ a real iderti¢ede de quem contratou seus servigos, pois aste nc se Wenwfcou{ y" Em Ju'zo, 0 mesmo expticou que (midia fis. 190): y J “(. | Que estava em casa com sua esposa Ehzangela, quando esta solicitou ao intertogando que este fosse buscar uma encomends, pcis a mesma astava ccupada ajeitando 0 cabeio de uma cliente Que o interrogando foi pegar a encomenda para delxar np local solcitaco quando fol abercado pela viatura que, ao veritcar a sacola que ¢ ecusado carragava constatou atat-ce de crogas entorpacentes, conhecida per maconha O infesrogando infornou ags policiais que nao sabia o que existia centro da sacola, pois eta uma encomenda contratada (. }" Apos exame pericial as fis. 21 € 136/138, foi constatado que tratava-se, de fato, de substancia entorpecente. A realidade & que ao tenter furar 0 bloqueio policial, 0 sousado contradiz os fatos que narra em seu Interrogatsrio quando alega 0 desconhecimento do contetido da sacola. Até porque, nao se admite que alguém receba uma sacola para transportar para outa pessoa, que sequer conhece, sem se interessa’ pelo confeuce que carrega, ou, de toda sorte, assim agindo, assume 0 Tisco de transporta substancia ou outro produto egal Pelos fatos narracos pelo Ministéric Publico e pelas provas colhidas nos autos, entende esse Julzo que o acusado José Adailton tinha conhecimento da ilegalidade do produto que transportava e assumiu 0 risco de ser flagrado pela policia. " © acusado confessa que carregava uma sacola @ que 0 produto da mesma era substincia entorpecente, porém nega que possuia o sonhesimento do seu conieido, mas também nao’ informa que quem o contratou tenha dito tralar-se de outa coisa, ol seja, assumiu o fisco do produto que transportava, Assim, restou devidamente comprovada a materialidade e autoria do trafico praticado pelo acusado JOSE ADAILTON BEZERRA DOS ANTE DA ASSOCIACAO PARA FINS DE TRAFICO, ART 35 DA LEI 11.343/08 EM RELAGAO A JOSE ADAILTON BEZERRA DOS SANTOS: Estabelece a Let 11.343/06 que: AML 35, Assoctarem-se duas ou mals pessoas pera o fim de pratiear, reteradamente ou nao, qualquer des crimes previstos hos arts, 33, capute § 18, e 34 desta Let Pena - raciusde. de 3 (trés) 2 10 (dez) anos, © pagamento de 700 isetecentos) a'1.200 {mil e duzentos) dias-mutta, Pardgrafo Onis. Nas mesmas penas do caput desie artigo incara quem se associa para = pratica raiterada co crime definido no art, 36 cesta Lei Compulsando 03 autos, venfica-se que o Representante Ministenal, no conseguiu prover a participagéo do acusado José Adailton Bezerra dos Santos na tpificagao do art. 35 da Lei anti-drogas, ou seja, de3 que 0 mesmo pertencesse a uma-organizagao criminosa para fins comércio de substancias ilictas. iy of - . Nea escuta juntada aos autos pela defesa do acusado as fis. 146, termos que a esposa do acusado conversa com Jairo da seguinte forma. " (.) daira pergunta se ele nunca tinha fetta 1880 (transportago, drogas) Fretinha diz que no, diz que ela que ja vinha fazendo 1880 pare Ronaldo ha muito tempo, desde que esse fot prese, & diz que “gracas a Deus, nunca fai pegue @ dz que seu esposo fol fazer um favor para ela, porque ela estava com uma cliente: no salfo, e eb disse que ina enquanta ela termnava 0 cabeo da menina @ que pegaria € devar com ela no salao, Jaro diz ‘que vai dar certo com ié em Jesus Casta ( )* Dessa escuta e considerando que nao hé outras escutas envolvendo seu nome e seus servigos, se percebe que 0 acusado José Ailton ndo participava da associacao para fins de trafice, mas apenas poderia, eventuaimente, fazer alguns “favores” para sua esposa ‘Pretinha’, Como a lei exige, para a configuragac da associagéo, 0 dolo direto de participagdo na organizacao criminosa, nao restou configurada a autotia, em relagdo ao acusado José Adailton na imputagio do art 35 da lei 11.343/2006. 2+ QUANTO AO ACUSADO WILLIAM TERTULINO DA SILVA - CRIME DE TRAFICO. Conforme explica o Ministério Pblice em sua exordial, o acusade se encontrava na casa indicada por José Ailton como o local onde recebeu amercadoria. Explica ainda que, com a aproximagdo das viaturas, 0 denunciada Willian com o acusado Ricardo fugitam da imavel. tendo Willian sido capturado ainda ne quintal da casa, ocasiao em que levava consigo uma balanga de preciso e um boneco de pelicia, pertencente aa filho de Gilvénia, em cujo interior estavam escondidas varias porgdes de’ maconha, embruthadas de forma incividualizada. Também ha nos autos os laudos de constatacae e 0 laude definitivo. Em seu interragatéria negou sua participagao na empreitada criminosa e alegou ser apenas usuario. Nao procede o argumentc da defesa para desclassificagdo para o art, 28 da Lei 11.343/08, pois todas as provas constantes nos, autos, como a apreensdo da balanga de precisao e 0 boneco contendo dragas Frorias para venda, resta clara a condi¢éo de comerciante do trafico do acusado. My Também restou comprovada a sua participagéoem virtude da sua conduta de se evadir do local da culpa, carregando objetos que comprovam o caréter comercial da casa de Ricardo Todas essas provas colhidas, dao conta da materialidade € de que o acusado Wiliam Tertuiino ca Silva participava do trafico na casa que de Ricardo que é conhecidamente ponto de droga. DA ASSOCIAGAO PARA FINS DE TRAFICO ART. 35 DA LET 11. 342/06 EM RELACAO A WILLIAM TERTULINO DA SILVA Os depoimentos dos policiais, bem como do Dr. Delegado de Policia, que atuaram no processo sigiloso de escula e investigacao, nao esclarecem, de forma clara e precisa a participagdo do acusade ne organizagfio criminosa. Entende 0 Juizo que o acusado Willian nao era conhecido pela organizagao, pelo contréric, em face da escuta telefénica anexada pelo Ministér'o Publico em suas alegagées finais que assim declara’ (...) invadiram a casa de Ricardinho também, Jairo diz que Ricardinho * rodou" {foi prese) Vitor diz que nao @ que teriam sido outras pessoas, sendo um “mototaxi' @ outro chamado “Henry” (William) e que Ricardinho tinha “dado o pinote” (foregido). Semas provas devidas, nao tem como incirter 0 acusado WILLIAM TERTULINO DA SILVA nas penas do art 35 ca Lei 11.343/2008, por nao estar provada sua essociagéo criminosa. 3- QUANTO AO ACUSADO RICARDO PEREIRA DOS SANTOS — CRIME DE TRAFICO Conforme as informagées trazidas nos autcs, 0 acusado Ricardo Pereira residia numa casa conhecida na ragiao come ponte de dragas. Conforme informou o acusado José Ailton, o mesmo recebeu os 5 (cinco) kilos de maconha das maos do Ricardinho, bem como tinha ido busca-la em sua residéncia, As testemunhes que so policiais, informaram que a casa de Ricardinho ja era conhecida pela comunidade coms ponto de venda de drogas. A materialdade € inconteste, bem como a autoria, O acusado confessa que as drogas ¢ munigdos encontradas na sua residéncia sao de sua propriedade, senao vejamos: © acusado RICARDO PEREIRA SANTOS, fs. 16: “...) que € 0 propnetério das munigées e da droga apreendida em sua residéncia (...)” Desia feita, considerando tode a droga apreendida na residéncia do acusado, e considerando 0 auto de apreensdo de fis. 22, comprovada HY ee @ autoria do trefico pelo acusado RICARDO PEREIRA SANTOS, sith. DA ASSOCIAGAO PARA FINS DE TRAFICO, ART 36 DA LEI 11.343/06 EM RELAGAO AO AGUSADO RICARDO PEREIRA DOS SANTOS Compulsando os autos, verifica-se que 0 acusado Ricardo Pereira dos Santos, Ricardinho, participava intensamente da organizacdo criminoca gerenciada por Jatio Alves do Nascimento € comandada por Francinaldo (Vaaueirinho). No didlogo de fis 220, existe um didloge da arganizagao ctiminosa preocpada com a prisdo de Ricardinho: (...) Ricardinho diz a Jairo que teve um satado ta que caboetou, nés tem que botar pra moer i daquele jeito (...) Jairo diz que vai mandar uns boys da um apoio a ele la na cadeia (...) Jairo conversa com Vitor: (...) invadiram a casa de Ricardinho tambam, Jairo diz que Ricardinho “ rodou’ (foi presa) Vitor diz que n&a e que teriam sido outras pessoas, sendo um “mototaxi” e outfo chamado “Henry” (William) e que Ricardinho tinha “dado 0 pinote” (foragido} : Ademais, 0 comércio era realizado na sua residéncia © sob a sua administracao, mostrande que o acusaco tem autoridade na organizacao. Desta feita, esta caracterizada a pratica da associacao para fins de trafico pelo acusado Ricardo Pereira dos Santos. DO ACUSADO RICARDO PEREIRA DOS SANTOS PELA GUARDA DE MUNIGAO DE ARMA DE FOGO. E importante destacar o tipo penal do detito cue & imputade ao réu Art. 12 da Lei 10826/03 — Fossur ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessério au munigéo, de uso pemmitide, em desacords com determinagic legal ou regulamentar, na interior de sua residéncia ou dependéncia desta, ou, ainda ro seu local de trabalho, desde que sej 0 titular ou 0 responsave! legal do eslabelecimonte ou omprasa’ Pena —detengio, de 1 (um) a 3 (trés) anos, © mutta. Consta na peca acusatéria que dia 12 de julno de 2017, 0 denunciads fol flagrado por policiais mantendo sab sua guarda 14 munigées, sendo 10 ce calibre 380 e 4 de calibre 38 A materialidade do fato ito_de_guarda ilegal_de_munigae, encontra-se provada através do auto do apresentagao @ A Jal apreensao de fis 22, pelo proprio interrogatéric do acusado, bem come pela prova testernunhal produzida nos autos, senao vejamos: JOSE FRANCISCO NOBREGA, 06/07: ‘(...)que na casa de Ricardinho, no guarda-roupas do casal, foram encentradace 14 munigSes, sendo 10 de calibre 380 € 4 de calibre 38, (..).” LUIZ ANDRE SOBRAL, fis. 05: “...) que na casa de Ricardinho, no guarda-roupas do casal, foram enconiradase 10 de calibre 380 e 4 de calibre 38 e duas porgoes maiores de maconha prensada, by” © acusado RICAROO PEREIRA SANTOS, fis 16: “...) que & 0 proprietario das munigoes e da droga apreendide em sua tesidéneia ( .)* A autoria também ¢ inconteste quanto ao ctado delito, em razao dos deparmentos acima transcritos. 4. QUANTO A ACUSADA GILVANIA DE PONTES XAVIER — CRIME DE TRAFICO E ASSOCIAGAO PARA FINS DE TRAFICO Compaginando todo o cademo processual, verifica-se que a autoria referente a Gilvania de Pontes Xavier no esto comprovados nos autos. E todas as provas produzidas no presente feito nao levam a cemteza de ter a ré participada do crime de tréfico de enlorpecenies ¢ nem tampouco de associagaio para fins de trafico. Néo hd nes autos qualquer prova de que a /é tenha praticado o crime descrito pela dentincla. Como nao ha prova segura de que 2 acusada praticou a conduta tipica a ela imputada, data vénia deve ser beneficiado pelo principio vetusta in dubio pro reo, pois mera presungao ou ilagdo ndo S40 suficientes para ensejar uma condenagao. Corroborando com o explanado, colaciono: *O decreto condenatorio née pode assentar-se om suposigoes, devendo a acusagao apreseniar proves iefutéveis da auforie ¢ da metcrialidade do crime para alicercar sua pretensac" (TAM - 2° Camara Criminal - Ap Crim 294.1766 - Rel Juiz Carlos Abud - DJMG 20.08 00). processo, ; Nesse sentido, ressalte-se que até meso a Representante’Ministerial requeteu a absolvigég nas alegagées finais (fis. 208/230) Ainda que se admijisse ser muito provavel ~ nao seria bricente empregar esse adjetivo ~ a autora do tato, isto ndo cere base suficiente rata crmasaa co julz0 de certeza buseado, pais 6 que @ mate Provavel em um penne Tima & Provivel, sinda que menos, no sentido operate probabiidade Perlence a0 pantanasd terreno da divida, que precede o seiotiens da certeza . Desta feita, nao procede a dentncia em relagao a acusada, em face de ndo ter sida provada nes autos, o6 aloe de ‘raficancia ou associacdo para o trafizc imputados a mesma na deniincia, CONCLUSAQ. Em conciuséo, provadas pois, a autoria e a matorialidade, outro caminho nao testa a nao ser juigar PARCIALMENTE PROCEDENTE a pretensao punitiva do Estado, para ABSOLVER GILWANIA DE PONTES XAVIER de todas as acusagdes formuladas na denincia, nos termos do art 386, V do CPP e CONDENAR JOSE AILTON BEZERRA DOS SANTOS e WILLIAN TERTULING DA SILVA, as penas do art 33 da Lei 11.343 @ ABSOLVER, os mesmos, das penas do art. 35 ca Lei_11.343 /2006, nos teimos do art 386. V do CPP, CONDENAR RICARDO PEREIRA DOS SANTOS, j4 qualficaco nes autos, dando-o come inoursos nas penas dos arts. 33, caput, ¢ 35 da Lei 11.343/2006, e CONDENAR apefias o acusado RICARDO PEREIRA DOS SANTOS, nas penas do art. 12 da Ler 10.826/2003. INDIVIDUALIZAGAO DA PENA NOS TERMOS DO ART. 59 DO CP. 4 - PO ACUSADO JOSE AILTON BEZERRA DOS. SANTOS PELO GRIME DE TRAFICO A CutPaaILIDADE do acusade esta evidenciada nos autos,; 0S ANTECEDENTES Ihe sio favordveis, pois sem antecedentes; SUA CONDUTA SOCIAL conforme testerunhas 0 acusade ¢ trabalhador, mototaxista @ nao tem histonco de alitudes crimnosas.; PCRSONALIDADE; mo ha nos autes nenhum dado para andlise a cerca da Personalidade do agente MOTIVOS no ha nes autos nenhuma prova sebre as razées da conduta do acusado, especialmente tendo em consideragaa que nao se trata de conduta ‘eiterada: as CIRCUNSTANCIAS S40 as comuns do tipo e nao boas 20 acusade considerando que foi encontrado 1% (meio) kilo de maconha, as CONSEQUENCIAS aSsaz danosas para a sociedade, j4 que atentou contra a saude poblica Hy Apli a tomo concrotaedetintiva areca these Om 06 (s8i) anos de rectusso, cul Amingua de outias ‘citounstancas a serem consideradas, Na_hipstese, k ir iterdae 4 lel comina 2 reprimend (novecenio) a-nuaa en bene Extaicinca para poet gl d . © definitiva, Aa vator unititio i No unitaria de 1; s) do Ssalario.minime: ‘gente a époce des fatos fart. 49, § 19, woo tae atendendo as condigaes sesna e con ‘mingua de outras crounsifneian, °°" (OF 00, do CP), relatadas nos autos, 2. DO acusADO wiLi PELO CRIME DE TRAFICO DE ENTORPECENTES M TERTULINO DA sitva A CULPAEILIDAGE do acusado esta eviden Incusive per exeroer iteraaga na erganizagan, ‘oe aureenee ae amecedentes, SUA CONDUTA SOCIAL & tipica dos que praiicam sucialmiente Gere tipo Ge crime, causande femor; no ha informagao a cerca da Gla PERSONAtInare Susantes quaisquer aryumento sobre 0 assunto. MoTIvOS para a pratica do defi, « Nao ser a propria cunidez do acusado, na busca de lucra facil, as CIRCUNSTANCAS ‘so #3 comuns do tipo; as CONSEQUENCIAS $40 extremamente danosas para a sociedade, j que se organiza para atentar contra a satide publica Assim sendo, abroquelado em tais variantes, fixo @ reprimencta inicia! em 08 (oito) anos de reclusdio, que foro concreta ¢ definitive & mingua de circunstancias atenuantes © agravantes e cause de diminuigao e aumento de pena. No tacante @ pene dé muta, fixo-a em 900 (novecentos) I6rio minimo vigente, o que ulta, corresponendo cada dia-mutta a 1/30 do sal i Ae Me acordo com 2b ccunslancias do crime @ situaga0 econdmica de eéu, que tee concreta e defintiva & mingua de circunstancias atenuanles © agravantes © causa de dimingao € aumento de pena 3-DO ACUSADO RICARDO PEREIRA DOS SANTOS PELO CRIME DE TRAFICO jena A aulgabilidade ¢ alta, pois o acusado tem pi consciéncia da carater ifete da sua conduta O aousado tem antecedentes, oe condita socal néo Ihe & favoravels Tem uma personalidade vottada pata o crime, demoretrando propensto a pratica de deltes, Os otivos sép os comune do tipo, 0 ganno de dinhero facil As cicunstancias nao the sao favoravels, pois, foram encontradas determinadas quantidades de arterpacentas; As consequéncias Jo nme foram graves, pois tem como vila toda a sociedade que fea envala do tréfieo e do uso das dragas.as vitimas nao tiveram seus celulares de reciusao, Aplico a pena-base em 09 (nove) anos 1ue-atenuo em 04 ano pela confissdo, nos termes do art, 61 do GP, pertazendo um total de O8{oito) anos de recluse, que tomo concrets e definitwa a mingua outras circunstancias a serem consideradas, DO _Acus, PELO CRIME DE ASSOCIAGAO. PARA PINs MAR, PEREIRA DOS SANTOS A culpabilidade 6 alta, por sua capacid: carta ito de sua conduta. © acusado tem antecedentes gua condita soea ks Ie favel, Nao ha dados sobre a sua personalidade Os motives sao os uns do tipo, o ganho de dinhelro facil. As ctrcunstancias no lhe so favoravele, Pois foram enconiradas determinadas quantidades de entorpecentes, As vonsequéncias do came foram graves, pois tem como vitima toda a sociedade que fica envolta ao terror de trafico e da uso das drogas. Aplica a pena-base em 06 (seis) anos de reclusao, c . que foro concreta e defiritiva & mingua de outras circunsténcias a serem consideradas Na hipétese, a lei comina a reprimenda privatwa de liberdade cumulada com a pena pecuniaria. Estabeleco a pena pecunidria de 900 (novecantos} dias-multa, que torno definitiva, no valor unitario de 1/30 (um trinta avos) do salario-minimo vigente & época dos fatos (art. 49, § 1°, do CP). Tudo atendendo as condicbes econdmicas do 1éu (art. 60, do CP), relatadas nos autos, 4 mingua de outras circunsténcias DO ACUSADO RICARDO PEREIRA DOS SANTOS PELA GUARDA DE MUNIGAO DE ARIA DE FOGO. ‘A Culpabilidade — 2 conduta foi reprovavel, Antecedentes - 0 réu cem anteceventes, Personalidade sem dados para fundamentar a personaliiade: Gonduta social ~ sem informagdes: Motives da crime - ganho de dinhero facil Circunstanciaa ~ as normais do tipol; Conseqiiéncias — nao foram graves posto que as cépsulas foram apreendidas artes de que fosse cometide crime mais grave; Comportamento da vitima — nao pode ser analisado, visto se tratar de toda a sociedade. - Atendendo, portante, @ analise das crcunsténcias judiciais, preponderantemente favoravels ao réu, fixo-Ine a pena-base em 01 (umn) ano 2.06 (seis) meses do reclusko @ 30 {trinta) dia (considerando a situagao sconémica do réu, fixo o valor de dia-multa em 4430 do salario-minimo vigente a Spoca do fato). Atenuo em 03 {trés) meses © 05 (cinco) dias-multa, pela confisséo, nos termos do art. 61 do CP, periazendo 04 (um) an meses do _reciusfio, & inte_e cinco} diag-multa tcrnando-a definitiva, diante da ‘uséncia de cireunsidnciss outras (legais ou especais) a serem consideradas na fixagdo da pena. CONCURSO MATERIAL DE CRIMES By Nos termos do art. 69“ Quando o a i gente, mediante mais Pratica dols OU Mais crimes, idénticos ou nao, aplicam-se Privativas de lberdade em que haja incorride, No caso de Penas de reclusao e de detencdo, executa-se primeira de uma ago ou omissac, cumuiativamente as penas aplicaggo cumulativa ce aquela’. Neste sentido, considerando o presente concursa matatial na punida com reclusao, tem-se um total de 48 tquinze) 10 1825 (hum mil © aciseentos © vinte ada dia-muita a 1/30 do salario minima vigente de crimes, onde 66 hé per anos _9 03 (trés) mese: cinco) dias-multa correspondendo DET 'S GERAIS Para 0 inicio da cumprimento da pena determino par: aos réus WILLIAN TERTULINO DA SILVA, RIGARDO. PEREIRA DOs SANTOS, © fegime fechado (art. 33, § 2%, a, § 3° CP. e art. 2°, da Lei 8.072/90), em especial devido 4 natureza do crime para ¢ qual os réus foram condenados, a ser cumpride em Estabelecimente Penitencidrio a ser designadc pelo juizo da execucdo e para o sau JOSE ADAILTON BEZERRA DOS SANTOS,0o regime semi-aberto (art. 33, § 2°, b, § 3° CP,) Face ao quantum da condenagdie dos réus, impossive! quaisquer substituigdes por pena restrtiva de direito ou suspensdo da pena. Por outro lade, 0 altige 44 ro admite a substituigdo da pena privativa de berdade por uma restritiva de direito, quando 0 réu for reincidente ou cometer crime com violéncia contra a pessoa, € no presente caso, 0 réu se enquadra nas proibigoes. Nao concedo aos acusados ¢ direito de apelarem em liberdade, tendo em vista que responderam todo © proceso, presos @ com maior fundamento agora que tem uma sentenga penal condenatoria, togo determing seja expedida a guia provisérla de cumprimento de pena. Ao acusado José Adailton Bezerra dos Santos foi ime semi-aberto para inicio de cumprimento da pena, logo Inado o 1 Seve wer ex para o cumprimento do apenado neste deve ser expedida guia provisdri regime, por ser menos gravoso. Apés 0 transito em julgado desta sentenga: = Expeca-se guia de cumprimento de pena privativa de liberdade © pagamento da multa ao juizo das execugdes penals, com copia da denuncia, da sentenca e da certidge do transite em julgado; - Remetase o boictim mdividual 4 Secretana de Seguranga Publica do Estado da Paraiba, para fins estatisticos, HH - Oficie-se 4 Corregedonia do TRE — PB, comunicanda esta decisdo, anexando cépia desta sentenga e da certiddo de transita em julgado, Para os fins do artigo 15, inciso Il, da nossa Carta Magna; - Anote-se 0 nome dos condenados no rol dos culpados; ~ Deixo de condenar os réus nas custas processuais em razao de suas miserabilidades. - Expega-se Aivara de soltura em face da acusada GILVANIA DE PONTES XAVIER, se por autro motive nao deva permanecer piesa. Publique-se. Registre-se Intimem.se Guarabira/PB, 14 de novembro de 2018. Fave oA ate, Sitvestra duiza de Direito

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