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Organizadora Cn Luixa Carvalho da Rocha Prat 2008 . ~ A Alfabetizagao eve Crés meses de jovens e adultos GEEMPA Esther Pillar Grossi Presidente Textos ‘Ana Luiza Carvalho da Rocha Esther Pillar Grossi Organizadora desta publicacdo ‘Ana Luiza Carvalho da Rocha Consultoria Editorial Jussara Bordin P582 _Piaul: alfabetizago em trés meses de jovens e adultos) organizado por Ana Luiza Carvalho da Rocha, = Porto Alegre: GEEMPA, 2005. 1.Educagio de adultos 2. Educagao 3. Piaui 4. Pés-construtivismo. |. Rocha, Ana Luiza Carvalho. da. Il GEEMPA. Ill Titulo. cpu 3747 Catalogagao na publicagdo Luciane Silvera Soares ~ CRB TO/1338° Fotos Banco de imagens do Geempa Projeto grafico ¢ editoragéo Beth Azevedo Thomas Benz Impressao Grdfica e Editora Pallotti GEEMPA Grupo de Estudos sobre Educacéo Metodologia de Pesquisa e Agao Rua Lopo Gonealves, 511 - CEP 9050-350 Porto Alegre/RS ~ Fone/Fax: (51) 3226 5218 geempa30@ terra.com.br - www.geempa.org.br Porto Alegre, setembro de 2005 inDICE Apresentacao Contra o senso comum, as astucias de ensinar a todos 0 Curso Programa Esquemas representativos de aspectos basicos da proposta geempia lista de Professores Programa Aula-entrevista Assessorias Qual 0 sentido de uma assessoria? Programa das trés assessorias Bagagem que cada alfabetizador deve trazer para a assessoria 0 progresso Escadas E possivel alfabetizar em 3 meses? Melhores momentos Aula-viagem Aula-viagem Para agrandar uma leitura do mundo: aula-viagem Roteiro da aula-viagem InteliGEEMPA Formatura Cartas Noticias da revista “Le Nouvel Observateur" Bibliografia 13 31 34 39 31 42 51 58 63 67 69 73 79 81 82 83 87 a1 m 121 A ao * Esther Pillar Grossi Doutora em Psicologia da Inteli igéncia pela Universidade de Paris Presidente e Coor rdenadora de pesquisa do Geempa Apresentando Piaui Esther Pillar Grossi* Dentre as publicagdes do Geempa, "Piaui, alfabetizacéo em trés meses" ocupa um lugar muito especial. Ela divulga uma experiéncia didatica me- moravel ¢ muito emocionante. Logo apés a vitéria de Luiz Inacio Lula da Silva para Presidente do Brasil, Guaribas e Acaua, dois municipios do Piaui, foram escolhidos como protétipos da pobreza para sediar o inicio das agdes do Programa Fome Zero, instituido como uma prioridade do governo que se instalaria no pais, Guaribas e Acaua se situam no sul do Piaui, proximos de sitios arqueolégicos como o da Serra da Capivara, que nos projetou internacionalmente como testemunho das origens da raga humana e patriménio dos valores culturais de nossos antepassados. Portanto, antes mesmo de empossado 0 novo Presidente da Republica, a UNESCO jé havia garantido os recursos para a alfabetizagao de adultos naquela regiao, com a proposta pés-construtivista do Geempa, por sua eficacia em fazé-lo no curto espaco de trés meses. Neste interim, como integrante do governo de transigao, junto com Cristévam Buarque, 0 qual se tornaria 0 primeiro Mi- nistro da Educagao do governo Lula, foi elaborado um programa factivel para alfabetizar 20 milhdes de adultos, com a produtividade ja validada da aplicacéio de uma seqiiéncia didatica embasada teoricamente em consis- tentes elaboragdes cientificas. Mesmo esta intengao nao tendo sido con- cretizada em todo 0 pais, no Piaui a possibilidade de sua efetivagao vale como uma amostra muito eloguente € sua publicagao tem significativa talidade ¢ oportunidade, para apoio de analises a respeito de haver ou nao vontade politica para enfrentar esta situagao. Dentre 800 adultos, 700 conquistaram, em trés meses, a competéncia de ler e de escrever um texto. Conseguiram esta vitéria com alfabetizadores capacitados em um curso de cinco dias ¢ trés assessorias, como s¢ pode ver nesta publicagao. Esta realizago é uma luz que se acende no fim do tunel deste imenso desafio brasileiro que so os seus 50 milhdes de jovens € adultos margem da maravilha que é 0 dominio da escrita. ae wn es = no em trés meses” € uma publicacao emblematic, 20 ep so dos inueTOS PrOGrEMES de alfabey Merge 1624, foram levad0s @ CABO NO Brasil coms + ste ue, a ; ¢20 de atts a oficial em garantir as crianeas, em idade pray 8 falencia atual 40 eitoe umbrais d2 cidadania, @ Saber ter ACESS0 ao wept lograr transpor Um prar que mais de 50% dos brasileiros matriculadgg dia Tetra Vale eee das escolas do pais N30 saem lendo © escreyenr™® ; betizaga ee an vera Ietivo. Ler € escrever por volta dos 7 anos ocorre ao final de ul grande maioria das criangas em qualquer eae ae planeta -Piaui, alfabetizacao em trés meses’ poe a nu a falécia de desculpas qe que nao € possivel fazé-lo ou de que somente em condigdes muito favors. veis e especiais se poderia ter este éxito, por si SO ja surpreendente, de alfabetizar adultos em tao pouco tempo, com baixissima evasio ¢ com mais de 90% de sucesso dentre os que se mantém até 0 final. Atestam esis resultados 700 cartas escritas pelos alunos do programa em Guaribas ¢ Acayg levadas por 40 dentre eles em aula-viagem a Brasilia, ¢ entregues ao Presi. dente da Republica. Também € representativa a matéria publicada na revista francesa “le Nouvel Observateur” em fevereiro de 2005, com Leria, uma das alunas de Guaribas, Leia-se sobre isso no Ultimo capitulo deste livro intitulado “Final “piaui, alfabetizac’ estado da arte da faléncia, ‘Vendo, Para 3 mente eu sei escrever" A experiéncia positiva do Geempa no Piaui também poe a nu g enganagao de programas antigos ¢ atuais de alfabetizacao de adultos que, em primeiro lugar, néo tém a precaugdo de inscrever reais analfabe. tos, os quais procuram ser invisiveis, pela vergonha € pelos apuros que vivenciam nesta condigao de caréncia cultural. Sao deles depoimentos a respeito de vexames que nem sequer so vislumbrados como possiveis para alguém letrado. E 0 caso de ser flagrado como analfabeto ao entrar em um WC feminino sendo homem, e vice-versa, porque nao identificam, por exemplo, as letras M e F, ou H € M, quando o M ora representa o masculino, ora representa a mulher. Na maioria das vezes, os inscritos em programas de alfabetizagdo de adultos j4 so alfabetizados ou quase, ¢ tém 0 intuito de continuar aprendendo, o que é para la de justo. Aconte- ce também deles nem sequer se consideram alfabetizados, face as criticas que recebem de familiares, incapazes de distinguir erros construtivos de erros patolégicos, sendo que os primeiros séo cometidos por alguém re- cém alfabetizado como etapa previsivel. Dest'arte, em muitos programas de alfabetizagdo de adultos no Brasil ocorre a inscrigao de pessoas que efetivamente nao sao analfabetos, quais misturadas com reais analfabetos impedem estes de aprender. Esta afirmacao se justifica pela constatagao cientifica de que uma turma de ali” nos deve ser organizada em torno de um nucleo comum de conhecimentos, MPABEN AGO Rs Mess - ru sem 0 que as chances de aprender s80 muito reduzid as, os menos avancados. especialmente para Neste sentido, no Piaui, como em qualquer outro programa d zag0, 0 Geempa encaminha, como primeiro passo para 4 orgon meee uma turma de alfabetizandos, a realizagio Ue uma aoraeng ae chamada de prova ampla, a qual consta de nove tarefas Sekai escrita, com a qual se caracteriza o nivel psicogenético em que cada shang se encontra na trajetéria rumo a alfabetizacao. Somente so admitides em seus programas para levar a ler € a escrever aqueles que efetivamente no © sabem, constituindo-se turmas garantidamente com 0 mesmo nticleo co- mum de conhecimentos a respeito da lingua escrita. Esta aula-entrevista, que € aplicada individualmente para cada aluno, é repetida pelos menos trés vezes depois que a alfabetizacao se iniciou, So- mente se considera alfabetizado o aluno capaz de ler € de escrever um texto simples, constatado explicitamente pelo professor. Alias, outra caracteristica da proposta geempiana é que alfabetizador tem que ser professor € nao leigo de boa vontade. Isto porque se alfabeti- zar criancas € tarefa para profissional, mais ainda deve sé-lo para alfabeti- zar adultos, por conta das lembrangas negativas de insucesso que acumula- ram no intuito de superar seu analfabetismo, o que ainda torna mais dificil esta superacdo. Por outro lado, a condescendéncia com um alto indice de evasdo € res- ponsavel por pifias aprendizagens em programas de alfabetizagao. No Piaui, como em todas as circunstancias, 0 Geempa tem como um de seus principi- os pedagdgicos “nenhum a menos’, isto €, 0 esforgo para nao perder ne- nhum aluno depois de constituida uma turma. Basta de fraudar a confianca na capacidade de aprender de tantos, or- ganizando mal programas de alfabetizacao de adultos, levando-os @ se pen- sarem responsaveis por seu proprio fracasso. Outrossim, urge que se tenha parametros objetivos de avaliagdo do su- cesso ou do insucesso de aprendizagens no final do percurso, efetivadas ou nao em programas de alfabetizacao, com comprovacao cientifica de resul- tados. E comum o uso de um personagem que logrou ler € escrever, como demonstragao de pseudo-sucesso de iniciativas para alfabetizar adultos. Com estas imprecisdes € com equivocos na implementacdo alfabetizante sé 6 que tem ocorrido no Brasil € perpetuar-se 0 altissimo numero de pessoas A margem deste instrumento de insergao na vida social neste 3 milénio. Que “Piaui, alfabetizagdo em trés meses" aponte para uma alternati- va objetivamente capaz de ensinar a ler € a escrever tantos que esperam por esta chance. saeco MES x3 Contra o senso comum, as astucias “ez de ensinar a todos “Ana Luiza Carvalho da Rocha poutora em Antropologia pela Universidade de Paris V Antropéloga da UFRGS Pesquisadora na atea de Antropologia do Geempa Contra o senso comum, as astuicias de ensinar a todos ‘Ana Luiza Carvalho da Rocha* Passados dois anos da aventura do Geempa, em missao conjunta com 0 Ministerio da Seguranga Alimentar € 0 Ministerio da Educacao, ¢ com 0 apoio da UNESCO (Organizagao das Nagdes Unidas para a Educagio, a Ciéncia a Cultura), no Piaui, na regio da serra da Capivara, onde se localizam os primeiros indicios da civilizagao humana na América, escrever sobre os altos indices obtidos na alfabetizacdo de jovens ¢ adultos nas cidades de Acaua, Guaribas e Sao Raimundo Nonato representa, ainda hoje, para mim um desafio. Face diversidade cultural das «regides culturais» do pais, trata-se de compreender, por um lado, 0 processo de letramento dos alunos e, por outro, a aprendizagem da didatica geempiana por parte dos professores de nossas turmas de alfabetizacdo, sem cair na folclorizacao da diferenga na abordagem do tema do analfabetismo no Brasil Diante dos resultados em outros estados do pais onde o Geempa atuou em 2003, 0 indice de 90% no Piaui me instiga a refletir sobre o problema da interpretacao/traducao de tracos culturais locais e/ou particulares, @ um sé tempo, de redes municipais de ensino cujos professores nao sé se permitiram, mas se autorizaram, a entrar numa proposta didatica inova- dora desafiadora de alfabetizacao de jovens € adultos em trés meses, ¢ de um grupo expressivo de corajosos alunos decididos a se jogar na emprei- tada de aprender a ler ¢ a escrever depois de terem passado boa parte de sua vida 4 margem da civilizagdo da escrita. Alunos e professores separa- dos por suas descontinuidades de origens sociais e culturais, no ambiente das salas de aula, por serem portadores de capitais culturais € simbélicos diversos. Alunos € professores reunidos como parte de unidade cultural, pois compartilham, aos olhos da opiniao publica brasileira, um passado histérico sombrio que conduziu a regido sede da campanha do governo federal, 0 “Fome Zero’ pore 4S SE 4 | ue estranhamento © relativizagao sig a. | logia, dizemos ico, uma ver que deles depende a cans. ree ein (o Estranho, © Diferente). Mas, no caso de iti jogo com 0 ONTO TT estrangciror €M Felacdo a qual sist uit fen para a equipe de especialistas do cat ee jovens ¢ adultos em trés meses, num conten 0 de letramento, isto €, 0 interior do sertig, 2 principio, ad é certo ponto das coordenadas espago-temporais urbana, crite germina € foresce. Vamos ver mais aang ida vida cotidiana” desafiam nossa ignoranciay izem' «il Em Antrope! es tnogrdti en ‘olitas onde @ & ponderaveis: fevereiro de 2003 Rumo ao Piaul, m Petrolina, cidade do estado do Piaui mais proxima 4 ado Nonato, onde se iniciaria © CUFSO de cinco dias gy ul , Aterrissamos © das cidades de Acaua € Guaribas (mais tarde, ay cidade de $30 Raimi - weg : ra professores ; ¢ E- = Geempa Lee os professores da cidade de S40 Raimundo Nonato que longo do we rjo curso acabaram montando turmas de alfabetizagao, sendg y = participara indagao do Homem Americano), sede do curso) M (Fu mi las na FUNDHAT ( : e Y a “ “Guaribas eram as cidades onde o Programa “ome Zero", do Minis. cau , vaso da Seguranca Alimentar do governo federal deveria deitar suas py eri i ‘es, Imediatamente rumamos para a cidade de S80 Raimundo meiras raiz Nonato ¢, se ndo houvesse mais nenhum outro contato com a populagio local, acredito que so a paisagem contemplada j4 poderia "falar" de sey povo. Até Sio Raimundo Nonato tivemos que atravessar trés estados do sertao brasileiro, zonas caracteristicas de uma realidade completamente distante de tudo que ja havia visto antes (sendo filha de militar, viajar ¢ deslocar-se para outras terras € um vicio que cultivo desde tenra infancia}, Nao conheci as cidades de Acaud e de Guaribas, mas acredito que a cidade de S40 Raimundo Nonato deve se diferenciar das outras duas pela presenca da FUNDHAM, que sediou o projeto "Para Alfabetizar em trés meses", um espago de insercéo da “civilizacdo" com suas salas com colecées arqueoldgicas, seus gabinetes de pesquisa, sua biblioteca, onde se situa 0 Museu do Homem Americano/FUNDHAM, além de seus sitios arqueologicos, dentro do Parque Nacional Serra da Capivara, no sertao piauiense. Sa ; ue ne Nonato € uma cidade de pequeno porte, penso eu itua : arqutctoene (Cet Pesduisadores nacionais e estrangeiros na area dt 2, tais como estudantes de mestrado e doutorado em formacia IMEEM py nacionais ¢ estrangeiros,jé que possui um compus privilegiado sa, mas que deve reeeber regularmente grupos de ecoturstes in pesqui- postos ao confronto com a aventura que significa a vida nascer e ue dis- volver em ambientes tao distantes do contexto de industriaizago, urbane zagao € glovalizagao a que estamos submetidos, eae Na regido, acredito que a FUNDHAM pode ser considerada um polo de disseminagao da cultura da escrita, nao s6 por promover aprendizayen, dentro de suas escolas, mas por instrumentalizar alguns dos ae i que trabalham no interior da Fundacao com os atos de leitura e escrita, que Nacional, seja para participarem do processo de trabalho nos sitios arquealdgicos, de tagisirs: clasalflennlia. € Gatelogaplis. dos shjeras © pugas 10s pearves existentes na instituigao, incluindo-se ai seja para atuarem nos postos de fiscalizagéo do Pa @ capacitagao de alguns nas novas tecnologias por meio das quais as informagées coletadas séo acervadas. Este sentimento do lugar especial de Sao Raimundo Nonato, no cémputo das trés cidades escolhidas para a realizacao do projeto “Alfabetizar em trés meses’ do Geempa, se confirmaria mais tarde quando recebi fotos de uma colega de Canindé, Cleide, que havia trabalhado conosco durante 0 curso, € que tinha ido acompanhar, em Acaus, 0 proceso de aplicagéo da Aula-entrevista nos alunos pelos professores alfabetizadores. Parque Nacional da Serra da Capivare 0 bergo das Américas, Uma das atividades culturais promovidas pelo curso “Para alfabetizar em trés meses” para os professores foi a visita a um dos sitios arqueolégicos existentes no Parque Nacional da Serra da Capivara. No caminho de ida a paisagem natural é avassaladora, nos retira do dbvio ¢ do banal dos guias turisticos! Mas nao € sé ela, a “paisagem" humana que vemos a beira da estrada, nas soleiras das portas € de uma beleza simples, gestos despojados, olhares interrogativos. Pessoas simples, magras, pocirentas, suaves € Pequenas, homens, mulheres € criangas. No sertao piauiense, participando de um projeto de alfabetizaco de adultos em trés meses que se apoia numa didatica pos-construtivista absolutamente inovadora para os padrées convencionais, ¢ para a qual tenho, modestamente, contribuido com meus conhecimentos na area de antropologia, contemplo, num misto de honra ¢ humildade, as centenas de vnc 5 Ms a estres das paredes de cavernas ty ; havia ido a Lascaux, 7 rita deixado pelo homem americang , cultura S comparacao com 0 que Se encont,. ae (Le geste et /a parole) em a nguage™ humana, penso que te as montanhas do Parque Nacionay os antepassados, quando nag eciamos, ainda, distantes do fabetica: © cenas cotidianas, envolveng, ne “gbedece™ uma rigorosa ordem espacg. 0 ser lidas 18 s mais diferentes direcée, eT i ‘oletivos. f ns da leitura & da escrita. briga as origens do homem americano, nos r responder quais seriam as ndicdes de vida em que Se encontra a sua populacio, e analfabetos. A populacao local se situa num mmajortariame jacao a maiaria de nds, brasileiros, moradores lugar social diferencial em rel J sul maravilha, que | ado que uma ciéncia temerosa de comprometer- danos, a ponto de nao se aproximar dos dilemas d participamos de uma cultura letrada. A prat ou nao ca antropologica tem revel se com os fendmenos muni vitais que eles desencadei; tica geempiana no Piaui temos que reconhecer os da diversidade cultural como uma das_ razées da am, esta destinada ao fracasso. Assim, para se pensar o sucesso da dida possiveis usOS indevidos separacao entre a tradigao oral e a cultura da escrita. £m termos concretos, sob a bandeira de um curso de cinco dias intitulado “Para alfabetizar em trés meses", no coragao do Parque da Serra se con Gem pase a ensinar aos professores um novo Sine ae alunos da humilhante condigao social inked ene gem que despertaria em todos, alunos € hae tae ‘ojeto, mais cedo ou mais tarde, questdes 2 sir do lugar, pane no descentramento cultural que os forgarla s, alfabetizados e alfabetizadores, letrados ¢ nao-letrados a repensa a Tem as distancias sociais e as fronteiras de sua crengas nelas contidas, Atentos para nao cairmos na armadilha que Geertz (Uma nova luz na Antropologio, 2001) denomina de “totalidades sociais ensimesmadas” ou seja, conceber a condigao social dos alunos ¢ professores das cidades de Acaua, Guaribas ¢ Sao Raimundo Nonato alheia as experigncias que 0 Geempa ja realizou com jovens ¢ adultos em outras cidades do Brasil. Em ultima instancia, deveriamos permanecer vigilantes para que 0 exotismo atribuido aos sitios arqueolégicos do Piaui nao seja considerado como valores préprios ao seu povo. O aprisionamento desta populacdo no “exotismo” de uma tradigao cultura oral, nos dias de hoje, representa, antes de tudo, 0 confinamento destas pessoas nos preconceitos étnicos e raciais configurados a partir do passado colonial, escravagista, patriarcal e racista da sociedade brasileira. Acima de tudo, a pintura rupestre impressa nas grutas do Parque Nacio- nal da Serra da Capivara nos convoca a pensar as diversas formas de escrita € suas variagdes no tempo € nas culturas, assim como as formas de ler. Aprende- se a escrever, a ser autor, ao mesmo tempo em que se aprende a ser leitor, 0 que revela que ambas as acdes devem ser pensadas pelo professor alfabetizador, desde o inicio de suas aulas, como parte dos procedimentos € situagdes de suas provocagoes didéticas aos seus alunos alfabetizandos. Penso que através dos desafios de ler silenciosamente, ler em vor alta, coletiva ou individualmente, ler um livro de pequeno format ja sala de aula, aprendemos, todos 10 ou de grande formato, ler ao ar livre ou no recinto fechado di nds, a folhcar um livro ¢, assim, no ritmo que a leitura de um texto exige para ser ouvido, observando-se as pausas ou as emogoes do que € narrado, aprendemos a operar os conceitos-em-ato da leitura € da escrita 0 Geempa tem afirmado que ensinar a ler € a escrever € ensinar uma leitura do mundo. Creio eu poder interpretar isto a partir da idéia de que nao se pode reduzir as sonoridades das palavras ao registro escrito, ¢, menos ainda, ao alfabeto. Escrever é, até certo ponto, reduzir as palavras a certos éveis €, por esta razdo, devemos estar atentos & fendmenos visuais im raza pela qual sugerimos sempre aos oralidade da qual a escrita emergiu, ‘as salas de aula do Geempa que recriem, regular € professores n através do ambiente alfabetizador, a paisagem cultural sistematicamente, que deu origem a civilizagdo da escrita. ‘correu no Piaui, € nos outros municipios onde atuamos, nados materiais de leitura e de escrita especialmente posteriormente, nas nsavel a0 proceso de Assim foi o que o onde foram confec para serem trabalhados por professores no curso @ assessorias. Atentos a0 fato de que a leitura € indisper aquisicao da escrita, tratou-se de provocar, nos professores, @ aprendizagem seg os MEE rk a eles situagdes © Procedime, os atos de escrita dos «n° o Cus ay ee nas assess0rias), PreOCUPadg, G nay como advogamos QUE 0S py 5 on nos, 0 Geempa promovey OFess. 0 ¢ leitura. individual ou coletiva, além entre ws vente preparados para Os profess, ent’ efantinho no Pogo, das pores, . |, da Historia de Marina senda ticos, afora 0s iNGMerOs jogos da aye res, posteriormente nas fees _ ‘SOF; 5 de leitura € escrita de ya OXto, ais tarde m seus alu! “a0 ce e neros " jaterialS espect a atividades do El a, as ; cantins Ps estes materiar® didd professo de experiencia pesalojando yelhas certezas, 0 curso. tos foram os desafios proposto, sido de promover suas aprendizagens da a aos nsavel por uma turma, tendo a cee na Cleide Alves como meu apoio. Embora ja tenh Org nte da didatica geempiana de alfabetizagdo de a co. plicar uma Aula-entrevista oe lus ‘ho tongo dos cinco dias mui res no sen professo na. Fiquei resP0 geempia alfabetizadora nhecimento suficiet tos em trés meses par m divida jamais me @ ‘ompan| me arrojar a al nos, set treveria a enfrentar a forma alfabetizadores sem estar ac hada de professores com rec de ‘Onhecid: a competéncia nesta formacao. wo & apenas nas turmas dos projetos do Geempa que aplica teoria da sola de aula. Como fazemos com os alunos, ao s eae ativida i eee aid ee curso, 0 Geempa aplica dois instrumentos fund tan 3 carac 6 = et as hipéteses que os professores compartilh i : i ii 340 eles, 0 “primeiro contato", onde se pret salt ipéteses sobre aspectos centrais do pro‘ Oe eases ae sa icenaigae ose + do processo de ensino-a a igma pés-construtivista que o G pSseeeene fatro eem, palavras ¢ uma frase", pa defende, € a “prove A partir d os resultados destes instrumentos, cada especialist: jalista responsével por uma tun ma constréi i a s escadas de niveis dos seus prof professores. Como aprendizagens mais singulares e, a0 mesmo tempo, mais coletivas de cada um dos professores. Momentos especial as eleigoes de grupos dulicos entre os professores desencadeiam suspeitas € desafios. Suspeitas de expor-se & aceitago ou a rejeigdo dos colegas, pois nem todos podem ser escolhidos para coordenadores de grupo ou nem podem estar em todos os grupos a0 mesmo tempo. Mas também momentos de desafios. A hora € de deciso responsavel, pois devo escolher meu parceiro de travessia rumo a0 conhecimento. Ao votar, devo escrutinar meus trés colegas de grupo aulico conforme certas caracteristicas peculiares: a quem eu quero ensinar, com quem quero trocar e com quem quero aprender. Ao final dos cinco dias, 0 “primeiro contato” € a prova de psicogénese “as quatro palavras e uma frase’, so re-aplicados. Este ¢ o momento de celebrarmos com os professores suas “passagens de niveis", com 0 acompanhamento de uma especial merenda pedagégica. Geralmente ¢ um tipo de merenda que marca a passagem da turma a um novo status social diante de suas realizagbes profissionais anteriores. Apds, escreve-se a ligio onde cada professor avalia suas aprendizagens ao longo dos cinco dias, suas perdas ¢ ganhos. Os usos da Aula-entrevista ndo param ai. Fato interessante e significativo foram as experiéncias dos professores com 0 processo de aplicacao da Aula- entrevista, durante 0 curso, na populagao que acorreu 4 FUNDHAM, apés a divulgacdo de que estavamos cadastrando jovens € adultos analfabetos na regidio para a sua inclusdo como alunos de um Programa de Alfabetizagao no Piaui, local onde 0 governo federal iniciaria a Campanha Nacional Fome Zero. 0 engajamento de intimeros jovens € adultos das regides vizinhas a Sao Raimundo Nonato foi tal que, mesmo passados mais de dois dias da realizagao das avaliagdes, continuamos a receber pessoas interessadas em aprender a ler € a escrever € que haviam percorrido longas distancias até chegar 4 Fundagéo do Homem Americano/FUNDHAM - sede do curso de formacao de professores. Uma boa parte desta populacao desconhecia totalmente o mundo das letras. Situando aprendizagens, aplicagdo da Aula-entrevista No Piaui, talvez por abrigar 0 bergo do homem americano, a visdo desta populacao reatizando atos de leitura ¢ escrita durante a aplicagao da Aula- entrevista, em sua maioria filhos de pais analfabetos, sem convivéncia com materiais escritos € praticas de leitura, me fazia rememorar as observagoes dos arquedlogos a respeito das diversas passagens do pensamento humano: avai tbs esa do gesto da m40 que escreve, * Con, 20 alfabeto. fonetizado € linear no tem" grafismo da transformacao de agrupame ers 7 vida sedentaria até 25 nossas gra ey partir de sistemas comple 05, n0 formas simples de configuradas @ agicos € racionais. posture corporal J0s Profesores face, alunos, em situagao de prova, me permit, aspecto cultural ae constituem os atos de leituray re uitas vezes naturaizadds PeIOS Profesiny eotogia da leitura e d9 escrita na caminhat ygeao da humanidade, tanto quanto 1n Ora, 0 fato de se pensar que y te construido no nos permite da nas fronteiras de nose j, abservar 3 refletir sobre © Atos cultura que & do processo de hor a historia destas PF sentido de n0ssas 36 eligénc 4tieas socials. bes € socialme! ja esteja aprisiona’ para nds letrados, tanto ler quanto escrever sin ¢ em nossa vida cotidiana que temes “instintuais’. Entretanto, como co- Uma nova luz sobre 9 An- de uma dada maneira ov concluir que nossa int cultura. Nao hd divida, al ponto internalizado -los quase como Jogo (Clifford Geertz, fer aquilo que. atos banais € 2 t ‘a tentagso de considera focou um famoso antropél logia, 2001:84) “compreend trop forma, nos é estranho ¢ tende a continuar @ sé-lo, sem aparar suas arestas com vagos murmaios sobre a humanidade comum (.) € uma habilidade uramente e, depois de havé-la aprendido, (1, que temos que aprender d temos de trabalhar continuamente para manté-la viva (.)" que capturar a riqueza dos 0 aluno durante 0 proces special Como um antropalogo que se preze, penso significados culturais da leitura e da escrita para aie Peis & sempre um momento muito €sf Haan Dah sil compreender 0 valor simbélico que * Raapclanmaneaien atos humanos de comunicagao com 0 ut las stoeet ce ios professores podem pensar, a realizaca? a etnagetico com 9 Outrg fe ma experiéncia desafiadora do encontt? Sepende do recuo, do dista Kis ents "att, ols 209 ohrigandoo profesor meiamento das amarras de sua tradigao es" Situagdo de mundo" da enover ine Sentido de 0 professor sual:clas compreend reconhece T 0S cone: Simba i Simbélicas com a tos cotidian Polos diferencia 05 seus alunos -se com as hipdteses de seu alu! derivam. A Aula-entrevista, aplicad® " ler os niveis das hipdteses dos alunos © jopular" e as representago® Quais ope 0s da ratio * ra, ot - briga-o precisamente ao cruzamento & 'S do conh recimento da lei analfabetos, a leitura © da escrita e que 0 se?" eg A sorte esta lancada, marco de 2003 % ia byalaiand ian re Iniciaram-se as aulas nas classes de alfabetizacdo do Geempa, nas cida- des de Guaribas, Acaua ¢ S40 Raimundo Nonato, no Estado do Piaui - as duas primeiras, cidades-sede do Projeto Nacional «Fome Zerow. No momento da primeira assessoria, 0 grafico da escrita das quatro pala- vras € uma frase na 1° avaliagdo das turmas de alunos do Projeto “Para alfa- betizar em trés meses" nos municipios de S30 Raimundo Nonato, Acaua € Guaribas, confirmava 0 quadro patético do analfabetismo entre os segmen- tos populares do pais, atingindo a cifra de 54 milhdes de analfabetos acima de 15 anos. A situac&o critica dos alunos em relacdo a leitura € a escrita € reveladora da condigéo social dos analfabetos que habitam o territério na cional. Havia 191 alunos que se encontravam no nivel psicogenetico PS’ da aquisigdo da leitura € da escrita, portanto, mergulhados na condicao de oralidade, desconhecendo completamente o sentido das letras e possuindo como recurso de expresso grafica de seu pensamento apenas os desenhos. 303 alunos encontravam-se no nivel PS?, possuindo como suporte do pensa- mento, além da fala, apenas alguns tragos graficos sem nenhuma relacao com a escrita do alfabeto do qual deriva a cultura letrada de muitos outros de sua espécie - 0 homo sapiens sapiens - € que habitam este pais chamando Bra- sil, 250 alunos encontravam-se no nivel sildbico, ja portadores do conheci- mento do cédigo alfabético, mas sem qualquer atribuigdo do valor sonoro 4s letras, embora no conseguissem vincular a pronincia de seus sons particula- res com a grafia das palavras - alunos que provavelmente, por sua trajetéria social, j4 haviam tido contato com o mundo das letras em razao de seus deslocamentos nas pequenas cidades € vilarejos do interior do estado do Piaui, trabalhando de biscates aqui € ali para sobreviver. Finalmente, apenas 72 alunos encontravam-se no nivel alfabético, demonstrando conhecer mais de 20 letras, e identificando as unidades lingiisticas (palavras, nuimeros, tex- tos, nomes, frases ete.) minimas que permitissem a cles se comunicar com seus iguais, 0s outros “homo sapiens sapiens". orang eas SSP ee wn 5 aprendizagens, as assessorias dando nova na, a afiemagao ~ todos podem aprender ane, tulado filosdfico, trata de um pensamento que se vrata de aifabetizar 2 todos € que IMpUta um el to de ensinar que realiza cada professor alfabetizadoy responsabilidade que a didatica geempiana tae velagao ae ensino-aprendizagem, © que conduz o ae fia 2 pensar na virtude J¢ SU2 PrOfiss30, OU Seo, ay todos, abdicando de um determinism social para ey alunos. Na didatica geempia se referir a um POS 4o con €tico-mora uma tal agao resulta 2 toda ¢ qualquer sor que a ela SC capaz de ensinar a casso escolar de seus car 0 fra ue afirma e sustenta, respectivamente jm ae podem aprender a ler © a escrever isto num prazo de tre ema de erradicar 0 analfabetismo num pais que mu tiga social so podem gerar uma didatica oye exclusao que predomina, ainde ensamento e uma aca0 4} qu meses, diante do prob tre o sonho democratico de jus originalidade € romper com a logica de hoje, nas redes publicas de ensino do pais: "56 ensina quem aprende”, olvendo problemas”, “em pedagogia, ¢ venga", “ndo se nasce in- “Todos podem aprender", teligente, fica-se inteligente res “diante do impossivel sé nos resto a im “toda 0 didatico & uma provocacao”, "somos geneticamente socials’ si tantos os slogans proferidos pelos professores geempianos que até par 1s na pratica cotidian ambigéo é um dever’, cem féceis de serem realizados; porém, sustentd-lo: de uma sala de aula ndo é algo trivial. 0 que observamos, entretanto, foi que a cada uma das trés assessors ssibilidade de Lie einen € regularmente, no Piaui, diante da po: quimeras da a — afastavam-se progressivamente das ponsabidade, como chave pal ilidade, aderindo sem receio a légica dar to segundo 3 gic da responabid do desafio de ensinar a todos. AB professor respondia Pues ame nos seus grupos de estudos, we dizagens de seus alunos, tant Se or ito. mesmo, responsével) Peas ae Zagens da didatica geempi 0 quanto respondia por suas proprias are" fel, 2 ignorancia como fa em andamento, No Piaui, sem medo d¢ 5 como possibilidade de tod, gil condicdo humana transparecia precisament® fa © qualquer aprendizagem humana. Passado um més lags ', Mo mo S40 eram alentadores: ae da segunda assessoria, os indices 4 * 487 alunos ja estavam alfabéticos (contrapond” 8€ aos 72 alunos ¢, Mados, nj, fa 1" avaliaca, "5 nao havia euforig pn Mas, apesar de estarmos todos entus + Pois sabiame los das ameat 5 arte cas de evasao por P dos alunos que ainda nao haviam avangado apés um més de aulas. Em meio a estes niimeros poderiamos nos iludir com os resultados, mas nossa condu- ta foi investigar quantos alunos, do total de 800, tinham permanecido es- tacionados. Por exemplo, teriamos que precisar os indices obtidos nos ni- veis psicogenéticos da leitura e da escrita, em principio os niveis Alfabéti- cos (A) € Pré-silabico 1 (PS1), onde se registrou a maior variagao. Entretan- to, diferente de nossas suspeitas, os resultados mostravam que, no primeiro caso, foram apenas 41 alunos que haviam permanecido no nivel Alfabético (A), € no segundo caso, Pré-silabico(PS2), tao somente 15 alunos. Assim, 0 jornal da 2" Assessoria abria seu editorial com a pergunta provo~ € possivel alfabetizar em trés meses?" A iginas seguintes, quando o leitor era cadora da professora Esther Grossi resposta viria logo a seguir, ao virar as confrontado com 0 quadro comparativo entre as escadas da primeira assesso- ria e as escadas da segunda assessoria: a cifra de 72 alunos situados no nivel alfabético, num prazo de apenas um més, aumentara para 487; dos 191 pré- silabicos um (PS1), apenas um ainda permanecia neste nivel do processo de aquisigao da leitura € da escrita; e dos 303 pré-silabicos dois (PS2), haviam restado apenas 85 alunos. Sim, era possivel ensinar a todos, desde que 05 pro- fessores permanecessem realizando boas provocagées para as aprendizagens dos seus alunos. Para a realizacao desta meta tratava-se de preparar 0 profes- sor para intervengées nas aprendizagens dramaticas de seus alunos no que se refere a ensind-lo a ocupar este novo lugar social de sujeito alfabetizado. 0 enfrentamento da questdo dramatica das perdas e das mortes sociais por parte de jovens adultos em proceso de alfabetizagao era agora outra frente de batalha nas aprendizagens da pedagogia geempiana pelos professores, € as assessorias aparecem como 0 espaco nobre para que isto acontega. O professor, como o xamd do relato etnografico de Claude Lévi- Strauss (Antropologia Estrutural, 1975), deve permitir aos seus alunos reviver intensamente suas ignorancias sobre a leitura e escrita, 4 medida que eles aprendem a ler e a escrever. Diante da vergonha, “sentimento social por exceléncia”, as experiéncias frustradas anteriores dos alunos com a leitura ¢ 2 escrita sto secundarias. Na pedagogia geempiana, o professor precisa saber atuar nas ressonancias afetivas que o fracasso escolar instalou no pensamento légico dos seus alunos, fazendo com que estas experiéncias anteriores sejam passiveis de serem revividas num objeto de ensino conereto. Numa sala de aula qualquer, os medos € as insegurancas dos alunos que aprendem, tanto quanto os dos que ainda nao estéo aprendendo, os tornam confusos e inorganizados diante de suas aprendizagens ldgicas, e isto poderia causar um tal grau de desordem psiquica que poderia provocar, a “doenga” em steno ots ass Ra os. O professor, na pedagogia geempiana, deve & to destes estados confusos de seus alunos cm * hey smo intelectual durante as aprendizagens a, hates seus pensament fom o extravesamel coeréncia do seu psig évi-Strauss (Antropologia Estrutural, 1975:194) " siste a dissolugdo da personalidade social” E igty nn a um indigena australiano quanto para jovens fa sy intros urbanos que ainda compartitham entre i, it fendmeno complexo que descreve a intersecin enos fisiologicos € 0 mundo social se pa prendendo, ou podem se revelar no Moning Segundo C. L dade fisica nao re tao verdadeiro par de nossos grandes ce cao de anatfabetos, Este 2 vida psiquica, os fendm quando os alunos nao esto ai cisamente esto aprendendo, uma vez que o suce em que eles pre’ ea aprendizagens escolares representa 2 retirada siibita dos seus antigos sie. mas de referencia provenientes da sua condigdo social de analfabetisma, fy cluidos de certas funcdes e atividades pelas quais ele se situava no muniy social, jovens e adultos analfabetos em situag3o concreta de aprendizagen (diria C. Lévi-Strauss, de “efusdes simbdlicas") experimentam um sentimento de morte social. A eficécia da didatica geempiana ancora-se, assim, no reco- nhecimento deste approach pedagégico que coloca o professor, tanto quan- to 0 aluno, no lugar de produtores de sentido para 0 mundo social, diante da violencia do desconhecido que este provoca na vida de uma coletividede. Ensinar aos professores 0 uso de relatos de estorias sobre as perdss, mortes, doencas € outras passagens penosas na vida dos seres humanos é parte importante dos trabalhos de assessoria para que eles possam, com elas, ensinar seus alunos a passar por experiéncias de aprendizagem sem que elas sejam “intelectualmente informes” e “afetivamente intolerave's. As “boas novas" mostravam aos especialistas e pesquisadores 40 Geempa que havia algo de importante acontecendo no Piaui, € 4u¢ precisévamos compreender do que se tratava para podermos general Zar em outros municipios. Chegamos 4 conclusdo que um elemento-chave do sucesso que vinha ocorrendo nas cidades de Acaud, Guaribas ¢ Sé Raimundo Nonato era © processo das assessorias, com reunides semana sistematicas de estudos dos professores, sob a coordenacao ae Um & seus membros, num processo de formagéo complementar a0 curs? & Cinco dias realizado em janeiro. Ao retirar o professor do ostracis™" amplificando sua pratica didatico-pedagagica nos meandros 1? we aides sen @ partir do convivio com os seus colegas. 0S ee : iram aos alfabetizadores otimizar e potencializat * Exitos com base nas trocas grupais, svar. od Finalizando as trocas nos grupos de estudos, as assessorias foram, por- tanto, momentos nobres dos relatos dos professores sobre seus melhores momentos de aula, tais como 0 de Eliana (Aprender a ler para que?) e 0 de Sirleide (Espelho do Nordeste), momentos que serviram, posteriormente, como inspiragdo para a ago de outros especialistas do Geempa atuando em outros municipios brasileiros. Ao final de cada més, a recepcao aos especialistas do Geempa era detalhadamente preparada no sentido de cada alfabetizador trazer para os encontros de dois dias sua bagagem de experiéncias vividas com seus alu- Nos, traduzidas num material a ser reunido e preparado para os trabalhos de assessoria; por exemplo, os livros € textos trabalhados com os alunos, a folha de freqiiéncia, os graficos de escadas da turma, modelos de ligdo de casa distribuidos aos alunos, produgées escritas, didrios de aula, graficos dos grupos dulicos ete. Concentrando as assessorias na cidade de S80 Raimundo Nonato, os professores de Acaud e Guaribas deslocavam-se para esta cidade a fim de participarem das assessorias. Dentre os aspectos dra- maticos das aprendizagens da didatica geempiana pelos professores do Piaui, € no deslocamento constante destes professores que se pode alocar, possi- velmente, uma das razdes para os bons desempenhos obtidos pelos profes- sores de Acaua e Guaribas no processo de alfabetizacao de seus alunos, diferentemente dos professores de S40 Raimundo Nonato que permanece- ram aprisionados as suas situagdes de vida e, por isto mesmo, com menos chances de realizar, nos aspectos Idgicos, as aprendizagens sociais que exi- ge esta proposta de alfabetizagao de jovens e adultos em trés meses. Aprendendo a ensinar nas diferencas e através das diferengas Mas s6 estes aspectos ndo so suficientes para se explicar o éxito obtido, no Piaui, por aqueles professores alfabetizadores que adotaram a proposta geempiana de alfabetizagao de jovens e adultos em trés meses, cientes do sen- tido tragico de sua profissdo num pais onde os indices de analfabetismo so assombrosos. Para sermos mais justos, teriamos que mencionar como uma das causas do sucesso da didatica geempiana no Piaui a presenca de um sentimen- to de responsabilidade social generalizado entre estes professores, face a con- digo de vida de seus alunos. Diante da vacilagdo de alguns alunos ¢ das ame- agas de evasdo, os alfabetizadores, em sua grande maioria, evitavam a todo 0 custo a saida facil da vitimizagio do lugar do professor. Sem jamais se perder na moralidade dos sentimentos de piedade e de compaixio para com a trajeto- scr 04S MESS 2 ria social € a histria de vida destes alunos, cles investiram, durante g ty | assessorias, naqullo que thes era mais caro: 0 desejo de aprendey yo O* | 8 al | enlagado no seu proprio desejo de ensinar a todos. Com os brofew | Praui, nos, pesquisadores € professores do Geempa, aprendemas 4 "4 tema da ética como parte essencial da formagao do ser professon So 0 projeto de alfabetizacao de jovens e adultos, no Piaui, fo um dey tts abet i _ sao em trés meses como realidade conereta,palpavel verdes, yy uma realidade que 36 se torna possvel se 0 profissional da rea da five, Go, accitando eruzar fronteiras sociais © cultura, deixar-se afetar ye, condigao de analfabetismo de seus alunos e pela via de seu compronisg ético-moral de ensinar a todos. acontecimentos felizes que confirmam @ didatica geempiana de aj Num pais como o Brasil, com indices alarmantes de analfabetismo, ag um professor ter, na sua pratica profissional, uma experiencia que tone Possivel ensinar a todos os seus alunos, sem excecdo, significa a oportuni- dade de re-fundar sua ago no mundo das praticas sociais. Portanto, trata-se de uma experiéncia singular aquela que o Geempa ¢ 98 professores do Piaui realizaram em 2003, ou seja, a afirmagdo da inst- tuicdo escolar como esperanga democratica, uma instituigao justa porque Fesponsavel pela disseminacao ampla e irrestrita de parte de um patriménio que @ humanidade adquiriu ha milhares de anos atrds, a cultura de escita. Para 0s professores alfabetizadores no comprometidos com esta ética de ensinar a todos, sem excegdo, a0 deixar apenas alguns alunos, ainda que poucos, Festa © mal-estar de ter de se indagar a respeito das razbes de sed facasso como professor. Um mal estar que revela que, a todo 0 momenta, 10s, Profissionals da Educacio, precisamos fazer uma opcdo entre a etica ensinar a todos € @ moralidade insti ituida. Diante do fracasso como profes Sor, € na recusa de res Julho de 2003, uma Provocacdo para o resto do Brasil Os resultados avassaladores da implantacao da didética geempian® " Piaul em relacdo a outras cidades onde o Geempa esteve atuando, em 200% tacnagle ors es ra —_ continvam 2 nos interrogar. Seré que atingir a meta de 100% de aifabetizacao entre jovens € adultos € um fendmeno que se diferencia conforme se considerem os ambientes psicossociais do “sul maravilha* e do nordeste? Poder-se-ia responder, sem riseo algum de contradicao que, sim ¢ no, ao mesmo tempo. Nao se pode negar, na linha dos estudos antropolégicos da escola boasiana de “cultura e personalidade", que a historia dos grupos humanos aponta para a singularidade das culturas como uma das razdes para se interpretar as suas diferencas entre os povos, Mas, acredito eu, que recorrer a este “expediente” para encerrar ou reduzir a riqueza da experiéncia da vida humana numa determinada condigao pode | nos conduzir, segundo pontuou muito claramente Claude Lévi-Strauss | Widentité, 1987), a um "etnocentrismo as avessas" Ou seja, ao invés de se interpretar as diferencas culturais a partir da afirmacao da universalidade do género humano, a tendéncia poderia ser pensé-las a partir da idéia de exclusio € de fragmentagio, aumentando ainda mais as diferencas: sexuais, étnicas, culturais, regionais, nacionais ete. Portanto, bem ao contrario, 0 | sucesso do projeto "Para alfabetizar em trés meses", no Piaui, regido do pais onde se iniciou 0 Programa “Fome Zero", nos revela a riqueza ¢ a plasticidade do gener humano na invengdo do impossivel, espaco privilegiado da cultura, Pensar na especificidade da realizagao da didatica geempiana nos trés municipios jé citados é refletir sobre 0 devir humano sempre a criaga0 apesar das adversidades. Sei que a tentacdo de todo o gestar é convocar a ‘cultura’ como o fendmeno responsavel pelos resultados pifios que as politicas publicas obtém nos seus projetos de educaga popular. Da mes- ma forma, os professores sofrem a tentac3o semelhante de acionar as ex- Plicagoes historicas que cercam as condicdes de existéncia dos segmentos Populares como origem das ditas “dificuldades de aprendizagem” de seus alunos, conferindo a tais praticas sociais e culturais determinados siste- mas de classificacdo € nomeago que tendem a isolar estes grupos sociais d€ outros mais abastados, operando com a idéia errénea de uma “cultura 2 pobreza’. No Piaui, os indices de aprendizagem dos alunos a partir da Gidatica geempiana de alfabetizagdo em trés meses interrogam a nature- 24 das instituicdes sociais brasileiras e, entre elas, da escola publica do Bas Provocando professores, gestores © alunos a respeito da explicitagao dos julgamentos ético-morais que os conduzem a este pensamento vicio- 5, 0 qual separa o analfabetismo das praticas culturais racistas e Staregacionistas das elites da sociedade brasileira Fara compreender os resultados obtidos pelo Geempa, no Piaul, teria que pelar para Sahlins (thas da Historia, 1990:15) quando este autor comenta @ Importancia de se pensar a “estrutura da conjuntura”, ou seja, “a realizagao. ——— pratica das categorias culturais em um contexto hist como se expressa nas agdes motivadas dos agentes fig , do, posso pensar que, para as elites letradas ¢ braneg, ‘Otiegs, bon Brasil, cujas taxas de analfabetismo sao alarmantes, . de y podem aprender! Os indices favoriveis a0 procesyo since i vens € adultos em trés meses, no caso do Piaui, ¢ instigating nao devem aprender? Em grandes urbanos e industngn Londrina, So José do Rio Preto etc) cujas marcas qe nee Piston contribuicao do brago escravo, ensinar a ler e a escrever find mess iniciada com a empreitada dos ideais democtitios as 2 fins do século XIX, pode significar um abalo narci "I : 'SICO na memérig uma comunidade urbana desde suas origens racsta © dscrimingy ome llc COetyg Ora, a, A alfabetizagdo de 90% dos alunos no Piaui tem razées for ciadas ao sistema simbolico da cultura local. Ela traz as marcas da acto historica da sociedade brasileira no ambito das prtcas ety, locais. Na tentativa de interpretar 0 mistério de indices tao alentadoes ray a didatica geempiana de alfabetizacao em trés meses, oferego aqui alguns categorias de interpretacdo, Sobre este ponto vale aqui uma refexo’o qx 0s professores das trés cidades piauienses (Acaua, Guaribas © Sao Rimunds Nonato) tinham a ganhar com o sucesso de seus alunos? 0 resgate da hong puiblica de seu povo violada ha séculos! No Piaui, diferente de algumasrej- Ges do pais, talvez os tragos colonialistas da histéria da sociedade braskia ainda sejam téo marcantes na cultura escolar local. Neste caso, alfabetiza a todos nao implica a perda do privilégio, das marcas de distinggo de una determinada classe social no interior de uma sociedade habituada a um ethos € a uma visio de mundo aristocratico e aristocratizante. Bem ao conta, alfabetizar a todos, no Piaui, talvez tenha significado, para cada professor ¢ restauracao de sua propria identidade social no cémputo da sociedade bas- leira. Os indices de alfabetizacao obtidos a partir da didatica geempians, Piaui, representaram uma conjungao ideal de esforgos, tanto do Geemp? quanto dos professores que a ela aderiram sem grandes resisténcias. Tatas de um resgate moral da honra piiblica dos professores, precisamente re? Fesgate da condicao social dos habitantes locais, criangas, adultos ¢ vehes antes marcados por suas condigdes de analfabetismo ¢, hoje, alfabetiae™ 3 intesior= inosos, "° temente acy, da ASinatury Se a culpa nos alivia de nossos atos insanos, pois ela nos redim' mente em relacdo as responsabilidades sociais de nossos atos crimingt > Plaui, foi a responsabilidade de ensinar a todos 0 que conduzil 5 PO "es a0 compromisso com 0 Outro. Assumindo o sentimento tagico 0 © Fencia humana, os professores rebelaram-se contra o atributo a nt er ‘ulna associado a esta regio do pals, insubordinando-se 4 logice Wers8 que tende a separar 0 povo do sertéo brasileiro daqueles WE @ modernidade de Sao Paulo e de outros grandes centros urbano-inde 0 curso Programa Esquemas representativos de aspectos basicos da proposta geempiana Lista de professores Aula-entrevista Programa Fome Zero Ministérios da Sequranca Alimentar ¢ Educagao Ministros José Graziano e Cristavam Buarque Curso para alfabetizar em trés meses Data: 24 a 28 de janeiro de 2003 Local: Municipio de $0 Raimundo Nonato (Piaui) Participantes: 50 professores do municipio de Acaua 50 professores do municipio de Guaribas 20 professores da rede estadual de ensino do Piaui Equipe docente: Especialistas Dra. Ana Luiza Carvalho da Rocha ~ Aspectos antropolégicos das aprendizagens Dra. Esther Pillar Grossi - Psicologia da Inteligéncia Professores Vera Lucia G. Manzanares ~ (Prémio Nacional de Alfabetizagao Prémio Darcy Ribeiro de Educagao) Rogério Povoa Braule Pinto Silvia Dutra Badra - psicanalista Celso Francisco Criséstomo - Secretario de Educagéo de Canindé (Cear8) Apoio Professores alfabetizadores de Canindé Josenildo dos Santos - Ana Cleide Alves Maria Sueli S. de Almeida - Marta Gomes Disciplinas: Psicogénese da Alfabetizagao Didatica da Alfabetizagao Processo Cognitivo Aspectos socioantropologicos das aprendizagens Aspectos psicanaliticos das aprendizagens Teoria da sala de aula Teoria da escola € das instituiges educativas Retrospectiva histéria da didatica geempiana Estruturacéo sécio-interativa dos professores participantes Os participantes serdo agrupados em turmas de 30 alunos, as quais, por sua vez, se organizarao em subgrupos de 4 alunos, para intercambio das aprendizagens. Bases tedricas do Curso 0 construtivismo de Jean Piaget, de Lev Simenovich Vygotski, de Henri Wallon e de Paulo Freire, revisitado por Emilia Ferreiro, Gérard Vergnaud e Sara Pain. et neg as SS ” Programa Fome Z ee curso para alf petizar © Lae Local: SAO paimuNnvo NI 3 ue 2728 de janeiro fe 200: Data: 24, 25. 26. Janeiro 22 sooo ms ae Resposta 20 instrumento “Primelro Contato’ ‘Apresentagao dos conceitos e da estrutura basica do Curso ese das quatro turmas ha de quatro palavras ¢ uma frase Organizaca Resposta 20 instrument: escoll fen grande grupo) eum aluno com a Prova Ampla ‘valiago nove tarefas Colocagio em grafico de respostas nas da Prova Ampla Marketing de pequenos textos (nas turmas) Relato biografico curto ‘Aula no Boqueirao da Pedra Furada Eleigdo de lideres e constituiga0 dos grupos dulicos Tarefa com pedacos de letras Avaliagdo de um aluno por turma Estudo da Prova Ampla (nas turmas) Se eee ae Leitu a ira.em comunhao da poesia "Mudar" de Clarice Lispector ‘tos psic “a Psicanaliticos das aprendizagens - Esther Grossi tos socioantroy i polégicos das aprendizagens Aética de ensin; a : (em grande grupo)” (u°S ~ Ana Luiza Rocha Sessdo cinematogréfica “Central do Brasil” sil Construtivismo e pés-construtivismo - Veritek Esther Pillar Grossi e Ana Luiza Rocha (em grande grupo) ‘Avaliagéo de um aluno por grupo (nas turmas) Apresentacao das avaliagdes Desafios de alfabetizar adultos: os nds existenciais Esther Pillar Grossi e Ana Luiza Rocha Talentos regionais, ore [ Demoeracia sf. Kutta} Veritek |) avaliagdo de um aluno por professor participante do Curso | nas turmas) i 1) Aula-demonstragio 111 Liggo de casa: Planejamento didatico a partir da avaliagao i Livre para estudos i Janeiro Pos-provas - Gabarito (nas turmas) 28 Diditica e Teoria da Sala de Aula Esther Pillar Grossi e Ana Luiza Rocha Ritos de passagem ~ Ligdo nas turmas a O contrato de alfabetizar 1000 alunos adultos em trés meses (em grande grupo) Encerramento nec HS ESP de mas rep presentativos Esqu roposta geempiana pasicos da p aspectos zB % % 8 3 % 3 % 3 3 } a i de Alfabetizagao é % . 3 Sem 3 meses 200% % 5 Teorias do aprender oe Empirismo Nac est a ntiéncia que no tena ‘asetdo polos sors" Inatismo Oconhecimento 4 nerento& mente suse to | f esi | Construtvismo Pés-construtivismo 0 conhacimento 6 flo do Intraguo entre suotoe esac Campo conceitual na alfabetizagao CONIUNTO DE CONCETTOS ayaeencoeurdsssts ma 38 Produtos de aprendizagens IMPROVISO. CONHECIMENTS SISTEMATIZAGAO Triangulo basico da estruturacdo humana INoIviouo ‘SUJEITO. FUNGAO MATERNA 38 NIASEZAGho OM IS Mess Put Grupos basicos de aprendizagem Oo ourro SUJEITO FAMILIA TRABALHO cipave nena eS SS donne, sem [@]- ame (Avsimbe) Q|L\> dre de seninn at 4 HLANUISLO + DIEGO E FILHO BO FRANCS VoRQve & MABIDO & MuULHER) {422 6 CONTAS 4 D + DIEGO Er Fromnw coms Toku = osencahogarntsmes Ak 47 Assessorias Qual o sentido de uma assessoria? Programa das trés assessorias Bagagem que cada alfabetizador deve trazer para a assessoria “Esther Pillar Grossi Do.tora em Psxcolog '@ da Inteligéncia pela Universidade de Paris Presidente ¢ Coorden, dora de pesquisa do Geempa qual 0 sentido de uma assessoria? ju Esther Pillar Grossi* |dgias basicas Uma assessoria do Geempa € um momento privilegiado de aprendiza- gem porque ele é precedido pela bagagem de um curso de cinco dias e/ou tambem de outras assessorias, € acontece no coragéo da acao de alfabetizar, o que Ihe dé uma densidade e uma fecundidade especiais na perspectiva da construgao de respostas didaticas. Deve-se isso ao fato de que uma assessoria pode e deve estar assentada na resolucdo viva de problemas enfrentados nas salas de aula, por varios professores, em situacao de troca entre eles € com o respaldo da equipe de pesquisa do Geempa. Entretanto, ela revestira nenhuma ou pouca fecundidade aprendente se nao for efetivamente uma resolucdo de problemas formulados pelos professores a partir de suas vivéncias concretas, com transparéncia, sinceridade e comprometimento ético, grupal, profissional e politico. Este comprometimento ético se relaciona 4 capacidade inventiva face aos impossiveis, que inevitavelmente aparecem no intento de alfabetizar em trés meses. A eficacia da pratica depende de elaboragao simultanea de teoria Tanto 0 curso como as assessorias concretizam a afirmacdo de Ana Teberosky em 1995, em Aprendendo a escrever, quando provoca a Claborag’io de redes vidveis de construgdo de conhecimento: _ “Tanto a comprovacao da teoria para 0 pesquisador quanto as experién- Clas para o praticante transformam a situacgdo de ambos. 0 intercambio Entre pesquisa e pratica deveria ser imediato e possibilitar © Gesenvolvimento de um novo tipo de conhecimento, denominado por Schon nsseerengio THs mss aul 81 — fz, __ go-em-agio' 2 fim de superar a divisto de tapas, | ‘reflenaojemico, por um lado, € Uma competéncia 1° eas 7 or outro. Dessa forma, a ‘reflexdo-em-acsg: aig ig refexd0 ¢ implementacao. A ‘Feflexo-em-agag a fc pacd0 conj uma fonte € U bos, @ pesquisa unta do educador € do pesquisador. As exy erie Fequer ting nc ma possibilidade de acesso a problemas oe mage €-a pratica, deveriam resolver" (pig, 496)" "9 tng 5 am, Toda a pratica consistente se apdia permanentemente em ria, como rede que resulta de andlise € reflexdo de Priticag boa ee pano de fundo um conjunto cocrente de pontos de referénciy com, poorer 2 pritca numa mistura de modelos teariege ty imexoravelmente a ineficacia. Neste sentido, 0 Geempa ope, enh, pela revisita do construtivismo de Piaget, VygotSi, Wallon « po Meny fom 0 concurso de Emilia Ferreiro, Gérard Veranaud e Sara pin a Pi, nogoes de psicogenese, de campos conceituais, de funcso qq mee que levam 2 concep¢do de uma oldaues como Provocacao coroadg Nia, expliciagdes geempianas, de que nao se masceintligente, fase in : , aprendendo, e todos podem aprender. Estd nela embutida vsceralmente @ nogdo de que aprendente& um y jeito dividido, para quem as aprendizagens estdo no lugar dos inst, 6 ry complexidade das constatagées da antropologia e da psicandlise, Pesquisa viva como suporte do trabalho educacional Atras de uma boa pratica deve haver uma boa teoria. Um bom e sério trabalho educacional se assenta na permanéncia de uma pesquisa viva a ele associada. Se o trabalho educacional for escolar demanda pesquisa em sala de aula, como Gérard Vergnaud ensinou a Esther, conere- tamente, em sua equipe, em Paris, e como Zoltan Dienes ji havia iniciado e sustentado 0 Geempa no campo da matematica desde 1971. Muito nitidamente 0 Geempa perdeu sua eficacia quando, por conta do engajamento de Esther como Secretaria de Educagao do Municipio de Porto Alegre, afastou-se temporariamente da pratica da pesquisa em sala de aula, que Ihe da vigor e luzes. Se aprender & um fendmeno histérico-social e este muda sempre, ensinar Precisa ser permanentemente realimentado com dados de pesquisa. E im- Portante lembrar a falta que fazem érgos como o CPOE (Centro de Pesauis? € Orientagao Educacional) da Secretaria de Educagao do Estado do Rio MIMO OS 85 ps nde do sul, hoje extinto, que funcionava como um suscitad grand® fy de demandas para as universidades. 0 mesmo se pode | adore mente 20 INEP, que RO}E aPenas se ocupa de avaliagdes : on ro da pesquisa educacional em ambito nacional. Sem es des, salvo excecdes pontuais dentro de algumas Faculdades = esto a léguas de distancia da sua vocacio de teorizar a ae truturando-a conceitualmente a partir de investigagdes no sea a saber, as salas de aula. gducacao escolar. €' ygcus proprio. pesta forma, floresce a faldcia de misturar modelos te6ricos para sustento das praticas pedagégicas, com o consequente desastre dos baixos resulta- Jos nas aprendizagens dos alunos. 0 Geempa tem o maior interesse em smpliar seu nacieo de pesquisa pelo Brasil afora, se possivel em cada Estado jae atua. Entretanto, no se pode banalizar a pesquisa, tentando vneralizé-la sem os seus pré-requisitos devidamente atendidos. Pesquisar uma atividade que requer formacao especifica de seus quadros, uma vez que para ser efetiva exige condigdes técnicas € recursos humanos devidamente qualificados. Alinha-se nesta direcdo a perspectiva do Geempa de orientar candidatos a pesquisadores, de forma compativel com os principios pos-construtivistas. Assessoria, lugar de intercambio de pensamentos, a partir de narrativas Retornando, assessoria ndo ¢ lugar de palestra com escuta pouco ativa. Assessoria € um lugar de pensar e de elaborar, na troca e em cima dos desafios da pratica. Nao faz sentido esperar comodamente receitas nem, narcisisticamente, fazer-se admirado pelo derrame de sugestdes prontas, por mais interessantes que sejam. Uma boa assessoria € aquela em que os participantes participam pra valer, em que todos pensam e se enriquecem na troca, que confronta idéias com agées, sem democratismo de divisdo eqiiitativa dos tempos de falar, mas na partilha inteligente de espacos diferentes para contribuicoes singulares, realmente uteis para todos. ssn Ts Es vinculos entre impasses lagicos e dramaticgs Em cima de que S© dao as trocas? b impasses l6gicos € dramaticos, resolvides gy mpreender € agit SODTE © process de a. Peg 0 processo de aprendizagem dog sree M05 & gs oq em " Em cima dos fessores, @ firm de 60! _ por conseguinte, de qualquer assessoria. Ele a vetores ; um légico ¢ hee \ que s¢ interpenetram. E con ec ie a a acdo entre avanig ri niveis psicogenéticos e freqiéncia as aulas, assim como também ie ede & | a relagao entre evasio € faltas € a dolarosa experiéncia de a ‘i, agraciado com 0 prazer de avancar nos nivels psicogenéticos, Porany, SMa possivel pensar 2 didatica 0 come técnica para memorizar sons qc, eserita de palavras. Ela est sempre embebida num tesdo que vem Se ou seja, da representagao simbolica & qual pode ser associada, As ie rpolicas dependem de uma trajetoria de subversdo © nag ge ie muita ¢ muita coragem. Ensinar é ajudar a Ssigior de coragem. A coragem de transitar ignorancias, ide Freando-as e superando-as. A coragem de deixar 0 velho, rumo ay “= sempre portador do medo do desconhecido, experimentado a cade pasagn de nivel psicogenético na forma de conflito. , a cada vez, € preciso deci se quer ou nao jogar. Jogar no sentido de fazer uma escolha entre 0 veg » novo. ém toda decisdo hd uma perda, Diante de uma encruzihada, some posso ir por um caminho, deixando de lado todos os outros. Escolher é con. fiver com a falta do que ndo foi escolhido. No se pode ficar com o toda Estamos sempre inexoravelmente amarrados 4 perda que nos leva ao deseo, quando 0 fazemos entrar em jogo. Mais precisamente, assumir nosso deso¢ ter coragem de matar 0 desejo dos outros que configuram e constituem as bases do narcisismo, ou seja, a nossa dependéncia em relacdo & imagem que o outro fabrica de nds e que nos impede de organizar uma consciéncia refie- gies sit cao, a qual exige imperiosa demanda xiva de nds mesmos. 0 centro da dramatica é 0 medo de aprender A dramética da sala de aula gira fundamentalmente em torno das vies situdes das escolhas de continuar jogando, assumindo perdas inevitavels mas curtindo a alegria de assumir a partida que cada um de nés tem com Vida, no renunciando ao desejo que nos torna sujeitos. Estas escoltas ameagam uma alfabetizacao de adultos varias vezes, em momento> como ° 4 Asrurco ee mis ues Me 00 aifabetie texto escrito, sr tes ye cotidiano, mas também de uma estruturg fra tan cas ott SF exidade para quem estd se iniciando na escrita, A expe. n basta nosso nino junto com os demais alunos, em solenidadee "* S, ide tegracdo cidada, por aquilo que 0 Hino wy lation, de cantar 8 ma int liza u 1 a simbo! judat i" representa. sma estrutura € UM sistema de transformagées que comporta (por oposigao 4s propriedades dos elementos) ¢ g Is Ue se tema vrariquece pelo proprio jogo de transformacdes, sem Que 1a fora de suas fronteiras ou fagam apelo a clement uma estrutura compreende os caracteres 4g rmacées ¢ de auto-regulacao". (Piaget, J. 9 $40 Paulo/Rio de Janeiro 1979) enquanto sis conserva 0U SE esas conduzam pal exteriores. Em resumo, totalidade, de transfo estruturalismo Ed. Difel £m matematica, em termos muito sintéticos, chama-se de estrutura y m eragdo fechada dentro dele. O fechamento diz de Piaget, de que no jogo de transformacées duzem para fora das fronteiras do conjunto conjunto munido de uma op respeito 4 afirmacao acima, de uma estrutura elas ndo se con de transformagoes. Nao ha, a partir do que acabamos de considerar, uma alternativa sobre alfabetizacao, se leitura e escrita ndo fazem parte de um mesmo sistema, Alunos que Iéem € no escrevern, ou 0 seu contrario, no podem ser ona alfabetizados. Para eles, leitura e escrita nao estao ainda ee ee eee interior de uma mesma fronteira e, portanto, 30 rutura de pensamento alfabetizado. Uma ativida 4 ate ween de leitura de um texto pode configurar perfei- Uma vez que Scie! Pee denomina de um espago de problemas. resolver problemas, ensinar € organizar problems capazes de pr ovocar os alunos. Como os alunos de uma mesma turma, embo" MD ES «ty um nucleo comum de sab cats siterent € saberes © de nag, ont ets aiferentes 0 interior deste mes, mo saberes, ests e917 confrontados, no sé com u a0, ne ™ proble: Nucteo, aque" ficadOS segundo os niveis, mas com eg, MA ou com . evel divers simultaneamente toda a turma ou pee de p, pxovote™ aprender & um fenémeno social em ° um grup seu M gentes & fundamental. Nao & adcaiaag : a inte pretend separadamente. A concepgao indian apron equivocada, fem duas graves Rane da ©, cada Um no TAS80 entre og arse cada um aPFendizagens, rem indi a saber, ; ‘onstram os indices baixos de r 1 ndo & como demons esultados escolares, ¢ produ miaigao eotalitaria pe e a construgdo de conhecimentos, como to bem aponto em suas elaboragdes em torno da idéia de a Wygotski, so- Proximal do pretudo labors Ivimento, € eminentemente social vol eergtand® entre todos os envolvidos. Cn: a fompartlhar questOes Na cooperacao entre pessoas que ey ‘agi cempem a esposiga0 de modificar ideas, se foro caso, Este cries vammico € humilde, a partir de ignorancias, esta tonge aberto, vrnvencional, onde 0 professor dé aula, dé matéria e 48 nota ee receptivamente passivos. Na trilha da superagso da erudicao totalitaria esta a troca, o direito & pergunta (evidencia de ignorancia), a accitagao do erro, a paciéncia com as limitagdes dos aprendentes, para os quais as verdadeiras aprendizagens de conteddos objetivos provocam obrigatoriamente aprendizagens de conteudos subjetivos. Construir conhecimentos sem se construir pessoalmente € também erudigao artificial e perigosa, porque desvinculada da ética. Sofia, uma menina de 4 anos, filha de Elenice, professora do Geempa em Brasilia, inventou um novo adjetivo instigante € interessante: inteligeempa. Ser inteligeempa € ter um caso de amor com a construgao pés-construtivista. Nio da para adentrar na construcao € na generalizagdo desta proposta de vo. Ser inteligeempa sO ismo € muito abarcativo oeréncia € fidelidade ensino sem um comprometimento pessoal € afeti com lagica, sem desejo, é impossivel. 0 pos-construtivi €, conseqiientemente, exigente. Ha que se ter muita c 4 ética, no sentido de ética como compromisso com 0 desejo- sae Q Nu? 5 fF wy oO 3 3 wd Ce isl e Veet # fe beet oS —— f Sw ~ i a hea "A leitura da palavra € sempre precedida da leitura do Mundo, render a ler, a escrever, alfabetizay. a ntes de mais nada, aprender 3 ler a do, compreender o seu Context, : ce manipulacao mecanica de palavras mas numa relacdo dinamica que vincula linguagem e realidade." Paulo Freire jedades humanas celebrom, através de sigg todas 35 Gait e/ou grupos pociaG, — da ges de in sociedades cuja teeta social t i et escolas pilblicas - que teriam por f a esceta S dizagens dos saberes letrados a Ponto de culmin pa osrasaprend 0 fazer. No caso brasileiro, em famine soe ura nem aa perdade, antes dese referirem 20 ambiente e ne a da cultura letrada, acabam se contigurando diretamente a i pe aba, pela insers3o precoce de criancase ovens nu! @ COM 0s alunos de seus projetos de alfabetizagao mpa celebri 10, 0 Geet I de analfabeto para ue simbolicamente a de adoleseéncia p M Por base a Passagem, ara a idade difusio da TO Sucesso ‘arem uma de classes Scolar e aos Por ist’ dultos a mudanca de seu status social ns @ a de jove! través de um rito de passagem, que oe ajfavetizado t6rias de suas vidas na cultura da eset " entrada Tal Foi 0 que aconteceu no Piaui, com a alfabetizagao de estar no mundo dultos, a final de trés meses, em tréscidades, So Raimund goto de jovens € aaa Sendo as duas ultimas, objeto do Programa Fome Mea agem de satisfac30 ¢ realizago presente nos alunos eae ieecneae autorizando seu novo lugar no mundo, atfavetizados, ite ta aguardavam ansiosos, aquilo que antes hes parecia ibeeinetl eee concretizava através deste rito, impossivel e que nes ‘a, uma forma outra de Alfabetizados em trés meses ias Cruz Prof Mariléa da Silva Abilio Paes Landim ‘Adelina Ferreira de Alcantara Benedito daSilva Leite Neto Bernardina de Sousa Elvira Paes Landim Lacerda Gracilene Antunes Paes Landim Irene da Silva Gomes Joana Ferreira de Aragdo Santos Jose Carlito Pereira Lidia Paes Landim Ramos Luiza Maria da Conceicéo Maciel Maria Julieta Pereira Lacerda Maria Lucia daSilva Maria das Gracas Cardoso Dias Maria da Paixao Silva Maria Solimar da Silva Perlandimn Terezinha Pereira do Nascimento Zélia Maria da Silva Prof Maria da Paz Franga Carlos Alberto Alves da Silva Delzuite Pereira Marques Brito Dézia Ribeiro dos Santos Jucilene Pindaiba Brito Madalena Maria da C. Borges Maria do Amparo Alves M. Ferreira Maria dos Remédios Ferreira Maria Leda Alves de Sousa Maria Rosilene da Conccigéo Maria das Dores de Jesus Neves Prof*Maria das MercésG.de Oliveira ‘Antonio Alves Pereira de Sousa ‘Antonio Nonato da Silva CCicera da ConceigoM. Costa Cleonice dos Santos Maciel Cleonice de Miranda Soares Elicio Moreira da Costa Hilda Patriarca de Jesus lidete Pereira daSilva Justiniano F do Nascimento Luise Goncalves de Assis Manoel Ferreira Lima Maria das Mercés dos Santos Gées Saturnino dos Santos Teresinha de Jesus. Ribeiro Proft Maria do Rosério G. de Sousa ‘Atemilson Paes Landim Cleide do Nascimento Lima Francisco da Silva Conceigao Jean Carlos de Brito Joao Ribeirodos Santos José Quirino Brito Marques Katia Costa Marques Luzimarda Costa Machado Maria Borges Goncalves Maria de Lourdes Viana de Sousa Maria Salete Franca daSilva Maria Sebastiana Torres daSilva Neuza Souza da Silva Raimundo Pereira dos Santos Valdir Pereira de Brito 90 AUABEAGhO EM RES MESES - Ra Proft Simone A. C. Armelina Dias Miranda Domingos Ferreira Maciel Inécia Maria de Jesus Joana Maciel Silva ‘ucilia Maciel Carvatho Margarida Holanda de Santana Maria de Jesus S. Almeida Silva Maria Joana C. Ferreira Maria Raimunda de Carvaiho Raimunda de Castro Santana Tereza Ferreira dos Passos Walderina Borges do Nascimento Prof Lcia Araujo Nascimento Catlos de Souza Maciel Clarice Miranda dos Santos Eva Pereira dos Santos Francisco Assis da Silva Iracema Barbosa Irene Costa Oliveira Janeide Assis Souza ‘Jodo Batista P. da Silva Jodo José Luz Jogo Luis Vieira Monteiro Luisa de Castro Dias Maria Daria dos Santos Maria Helena dos S. Munhoz Raimunda dos Santos Ribeiro Raimundo Ferreira de Souza Valdeci de Castro Dias Valdemar Ribeiro dos Santos Profs Rosenilde M. de Abreu ‘Ana Candida Pereira Anibal Ferveira Lima Luiza Pereira de Souza Maria Aparecida dos Santos Maria de Fatima B. Ferreira Maria Durcelina dos Santos Lopes ‘Sueli da Costa Santos Vanderlin Pereira de Oliveira Prof Sirleide dos Santos Ribeiro Aurineide da Mota Deusdara Catia Siriene Paes Landim José Raimundo Rodrigues José Luis Rodrigues Leide Amaral da Silva Santos Luciane Paes Landim Maria Dias Maria Correia da Rocha Maria Quitéria da Silva Maria da Conceiga0 Sousa Silva Martinha de Jesus Almeida Maria das Gragas Paes Landim Maria das Gragas Santos Silva ri He Helenitencttia Ismena Pes Luciana ge Sura He kag rina Via Maura NO de Seuy Nila Raimunda Rosa Pera da Valdomiro hanes 9" Prof Maria Jeiva ‘Ana R Damascena Auristélia de Sousg Darei de A Vana Hercila de C: Domascen rai PA Santos"? Joana Maria Francisca Louivaldo de & Sova Leontina Ade Sune Louraceia Ade Sousa Maria Aarecia § Santos Maria Aparecia fareg Maria Leonia B da Siva Maria Perr da Siva Maria Siene da Luz Mace! Maria Amorim de Sousa Zenida da, Nunes = 2 — n & Bay = @ YU ove Rader vovele bd tern tor Gals oy C2 GO bale Cog ae 7 Ge eee tankanll per pitti ape! teeietorhe de portitiwoan ds Likes vapeto de anolbabsts rue MPA, OA ask TULL Dy yeride Lroxe ALL ate et oat Arn or Carrlor Qo. Cov Cubans neler amor Cus bewndc joes panty MO Wendin dade, C erkrio ee ContinucA re Pat epee Fetches Onze. OAD, CACM AAT Gre murite. howe abo Decrroc ti PO LOCAL 2 nore Ter feed Duidwe Pita G2LW1es 2466 sor LILO ALMA | OAS SOUL brenatiletetar Amwtrtanle 4 tether qe Ornelas C4 nerds AEG Pitas age Ani Cow Pod, Bee he Tor apne dungsuge WL hhr@er / POA arintio Aandberd 2 MWtnle LOT 2 ree nhse nei Jenr AVAL LALS + 4 g : ae apres AGsvoite te wrietktn bi her POTN CLEBE deere € 1.4 cst p fc nto. do. 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EU FfOQUEl on RADECLDA PED aiu gue ie SEHOKA VOS FEZ RA. vos [RA PARA BRAS! iLiO_mpis EY MAD Posso ik jNT AO Hr SEHORA min DESCOLPA EU QUERO cue HA SEMOKA pity Def ‘UM AgUuUYDA | CORQUE EU 5° FRACR DE KECORSO & O WEY 15 Fosse vag TEM WEI IPREGO rewido. gots FILHO AGokh vO FeRMINANMOE LHe PEDID 2 DESL OLA [ PELO ure D >i MENTO GUE HA SELORE) 1qiP) Fee Ass OVA CA \wbipy Be enixno ber? © Pension sion ie see cei See ae ote eer & hao Mai. oo | a = day fesse a aon ns ye CEE fen. Nore Arcola oun a x p Quale cdrom tion 9 2 Fok aati gt Oe aga TF FH Ane pada Nuno vocala Out wo Roux for a. age agninds muna cova, Gorter meas de oul ars, Gorka dos mm. cofegarn re maar eM F WI frome omits monavie» dade ote’ a wnainia dar Babe wi divraleln, fojenao Vobatles , BIC D conan boas- adonu’s Ns Duncelnar SETA 4& SOWACO 4 O Ae Tem Bote ge Aa aly OLA KO = . Ln? pth ag CE 4 LAG A ali gaS as 2 OXON. OmMLANes WA AO YO” Eocpet wu Dost ia YUL OD - Ps Voc R “naendyg SS LS A a - Sie SaLany 2 Pr Ye 1s 2 o PANSY AV rt bow oki Rozrmba is Carpe os DS OSi mo : Manta arse ioe TR Eanes oe ed Sole ~ ZEN 0s | Dot Eta ke [ij ton ie rime At ALS One, Se / haz, | eae emp hi pace a Metra \ GIP Aare as | Bane loom bhi | tt be/-7 20-00 — Saco remade, PL, 93 oulood = G Lo & Lace Sindh posta sl tahy dan ackitmah ule» pape mee oh a Port Ae Fhe - fadoy lindo Ti tro gnhare. fe ie hoya L ray ee 2 oP cians fon we Re asa Mplrewan 4 mair Pritaman de Mair. Gaara. ha umn. Vaults dr vin y te, nem F Mangpride, hau Viale a 4 mushy, Fonbra, 56 Anan Hmbe am we panbra. yet Corrf'non, by o Coneligath Vois, eae Warr, ® % mute Conn Png min divbsone te, pile Voir Villo de, m “um | poloria. Ak Lh [AAR nee ae fenoa rabereadl ty eer etd Atflaracka. oS gee donb anléia nA yee ter Voi aa Patines sin alr a “nde ay) a pe a tn weal ie aera ee f Gea ioe WMerigerica Holanda oe Sante toe az Loko a TEs | lone. Paro. rina. : Ao pratoma fazan des oukioy ta pica emzen— 0 aus. AND) —c0hdhe ¢ ig. Yau naa Al oe [2 ono ple de Sb nore 1 Bia di | Sad porntaiassinaichs to Ts Pts hag +Ex To de ; f thir Ld 2 7 Prrito ty Fh ! 4 > q 1s 2 A wen Lo —— ww. BINED «box S08 Rainrundo ~rorots No Boo pune Patt maada bstrr port 0 as AEUASO MS MESS crn 8 AnaCWIAD EM mS ME ras [ cil als trata Carta houuenee ; a ta ola. aa Lansfe—caeha | Pane bi Aa? pyres | OC aiaet ALE aA hdd | i foe dL ty AAA A DADA [- ZL wale 10 Aaa Diet foe Pipa gene ghia a. | fee? Amarte aa Stina Sar Be IE Be 2teclad La ater A A ok Lelie. aa foot Baga Saat ia cdc abe’ oe Cala. 2 ple laa ola a lin BD ee a Noticias da revista francesa € Nouvel 9 bservateur of a. | 2002) mn pe DHE Boe opis bh eal no GRO o7 oD. : ee gre ae a : Penk ae ca sat othe ES he Sp ge Teresa 510 FLO okt ee Domo Mev, 9 Ligation, db) EY pearls Depts nb 4 Ze condo gna _ Clt 5Cb CSCHCUCK 405 33 anos descubso uma oulra ada finalmente “eu sei screver" gstando eu em Paris, na 1+ semana de fev acta d¢ Régine Douady, doutora em Matematica interpelada pela prestigiada revista francesa “Le Nouvel Observateun” a aete 200 a mmo tempo que me mostrava © exemplar: "A senhora zendo-me, ao mes- an de quatro paginas sobre Guariba, is panes este lugar?" e material cothido Por um reporter da Teferida re © do Piaui, resultado getsonagem, a Jovem senhora Lecia da Sily: a, um apanhado muito interessante da visio reir, fui j vista em torno de um + Moradora daquela Cidade. depositadas em Lula pelo povo pobre daquela r da pobreza do pais, a qual o Presidente Se pr de seu governo. de Lecia sobre as esperancas giao, tomada como protétipo ropde atacar como Prioridade Lecia esté realmente entusiasmada. Fala das Modifieagdes que ocorreram em Guaribas, a partir do governo Lula. & Significativo que Lecia nao tenha conseguido beneficiar-se do que o Jornalista denominou de “cartao magico" - 0 cartao do Programa Bolsa Familia. Ela nao te 'M as certiddes de nascimento de seus quatro filhos e, portanto, nao Preenche os pré-requisitos para desfruta-lo. Entretanto, ela melhorou de vida Porque montou uma barraca, onde vende roupas que compra de um atacadista em ‘S80 Raimundo Nonato, cidade proxima a Guaribas, sede do Parque arqueoldgico da Serra da Capivara. Ela afirma que nao se amofina com a falta do cartéo, porque, gragas a um outro segmento do Programa Fome Zero, “sua vida mudou completamente". Enquanto um sorriso flutua sobre seus labios, sua mao nodosa acaricia afetuosamente um pequeno caderno azul pousado sobre a Mesa, Seu nome caligrafado figura sobre a capa. “Gragas a Lula eu acabo de aprender a ler, a escrever e a contar também. Finalmente eu sei escrever meu nome. Aos 33 anos eu descubro uma outra vida.” Com orgulho, a jovem mulher relembra os trés meses ae curso 7 alfabetizacdio, os 24 alunos - 5 homens somente - € a ee lingua com a ajuda das novelas, as célebres novelas da w Late “A gente aprendia os nomes e a vida dos personagens. Era muito divertido.’ ase er SESE ry de as mocas de Guaribas jamais fre ; ‘GUenta. mulher de toda sua familia a ese; mbra que em sua juventu Par do Ue é a primeira vam a escola. Ela iletrismo. Lecia quer ir mais longe. Ela sonha tentar sua chance no comércig Mas, e a do “Le Nouvel Observateur” no havia referencias sobre | pela alfabetizagao de Lecia, mas havia fortes indicigy wvelmente se tratava da alfabetizacso geempiana, po, do caderno azul com 0 qual costumamos jema alfabético € da contextualizagio dag Na materi projeto responsavel de que muito prova conta dos trés meses do curso, ; m ao esqui imbolizar a passage n strvidades em aula em torno de dramaticas como as atividades mas novelas ati Mas, principalmente, porque ela acreseentava que as aulas eram muito qi. vertidas. Minha primeira iniciativa, a0 voltar de Paris, foi verificar se Lecia havia sido efetivamente aluna do Geempa no nosso projeto “Para alfabetizar em trés meses", que faz parte da primeira investida do Programa Fome Zero, em Guaribas e Acaua, no Piaui. Dentre os documentos que registram o trabalho estava um texto escrito por ela enquanto nossa aluna, na turma da professora Ligia, do municipio de Guaribas. Ela fez parte do grupo de 800 adultos analfabetos que, na alvorada do governo Lula, 0 Geempa conduziu a alegria de juntar letras para o dominio da escrita, esta forma mais ampla, mais plena e mais linda de falar que € 0 umbral da cidadania. Nem é preciso falar da emocao e da energia gostosa que me invadiram por inteiro, provocadas pela certeza da validade desta construcao cientifica do Geempa, que consegue levar ao letramento adultos e criangas, contrastando com a ineficdcia do que acontece em escolas e em tantos movimentos que tentam alfabetizar adultos. Esta foi uma das muitas presencas do Geempa contribuindo para que o Brasil cumpra com seu dever de instruir os brasileiros. Em 24 de janeiro de 2003, 120 professores de Guaribas, de Acaua e de S40 Raimundo Nonato, no avancado recinto da FUNDHAM (Fundacao Museu do Homem Americano), durante 5 dias, com uma equipe de especialistas do Geempa, cumpriram Passo a passo a programacdo abalizada para formar alfabetizadores que esta ONG forjou com pesquisa séria e competente nos seus mais de 30 anos de atividade, i de Lula era enorme, entusiasmo pela eleigdo Os ai 9 am com uma surpreendente expectativa esponder lerem € escreverem. 500 adultos acorrera ren 5 momentos no curso do Geempa em q _inar do: ic! nalfabetos do Piaui a Possibilidade de m a FUNDHAM Para ue ha contato direto ia e pratica, fecunda entre teor part 7 petizandos, numa mescla alfa : oe sc meses Subseqiientes, quando ororerant as aulas para alfabeti- Nos trés M Geempa assessorando os alfabetizadores que assumiram tur- ig esteve © foi fantastico. De 800 alunos, 700 leram e escreveram um If : ar i fo resultado e curto periodo letivo. 250 deles foram a Brasilia em ‘ i : i rova use go final dess em entregar pessoalmente ao Presidente e 7 -via ‘ io i foal © pordvel aula-v sua competéncia letrada, isto é, um texto pi me do comego ore eles. = ee oe esentando todos eles em au depois, Lecia, simbolicamente repr naam i aad anaes bservateur", quase dois anos | que € a revista “Le oe eee 5 i : a Ico internac! ontinuar apostan i ae neste pale ificados para se © ase 15 milhdes de analfabe ae : dos mais just! adro desafiador dos q u 30 deste 9 reversa no Brasil. utos acima de 15 anos absolu ieemp: ie aparecem nao descansa, ate lendo dema como as qui d sa, atendend d das SC: : a 0G pra a s para que se cum 2004, formando professores pi srios de 2003 € 1 nos relatorios render’. “todos podem ap' iciosa constata¢ao de que ‘tod auspici Pa Bibliografia gibliografia de Referéncia gpl Hans. pidactique Psychologique, Suisse, Delachaux et Niestlé, 1951 peut Hans: apts PHTPP: Didatica psicolégica. 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Portanto, antes mesmo de empossado 0 novo Presidente da Republica, a UNESCO ja havia garantido os recursos para a alfabetizagao de adultos naquela regido, com a proposta pds-construtivista do Geempa, por sua eficdcia em fazé-lo no curto espaco de trés meses. Neste interim, como integrante do governo de transigao, junto com Cristévao Buarque, o qual se tornaria o primeiro Ministro da Educagao do governo Lula, foi elaborado um programa factivel para alfabetizar 20 milhdes de adultos, com a produtividade ja validada da aplicagdo de uma seqiéncia didatica embasada teoricamente em consistentes elaboracdes cientificas. Mesmo esta intengao nao tendo sido fa concretizada em todo o pais, no Piaui a possibilidade de sua efetivacao vale como uma amostra muito elogiiente ¢ sua publicacdo tem significativa vitalidade e oportunidade, para apoio de endlises a respeito de haver ou nao vontade politica para enfrentar esta situagao. Dentre 800 adultos, 700 conquistaram, em trés meses, a competéncia de ler e de escrever um texto. Conseguiram esta vitoria com alfabetizadores capacitados em um curso de cinco dias e trés assessorias, como se pode ver nesta publicagdo. Esta realizagdo é uma luz que se acende no fim do tunel deste imenso desafio brasileiro que sdo os seus 50 milhdes de jovens € adultos 4 margem da maravilha que € 0 dominio da escrita. ccna nena ISBN 85-98022-11-X jm sransveloeet te) Bl0221

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