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Direito da Família
VITÓRIA, 2010
A instituição Familiar
A adoção
No direito romano, segundo a Lei das XII Tábuas, eram praticados dois tipos de
adoção: a ad-rogatio e a adoção propriamente dita ou em sentido estrito. Para adotar
através da ad-rogatio era necessário que o adotante tivesse mais de sessenta anos e ser,
pelo menos, dezoito anos mais velho que o adotado. Para a efetivação da ad-rogatio era
necessário, a concordância das partes interessadas, ou seja, do ad-rogante e do ad-
rogado. A adoção no sentido estrito ou propriamente dita do direito romano é a que mais
se assemelha à concepção moderna do instituto, para adotar no sentido estrito, em
relação à pessoa do adotante: deveria este último ser sui juiris (homem), ser mais velho
ao menos dezoito anos que o adotado, e não possuir filhos legítimos ou adotados.
A Idade Média, com as invasões bárbaras e o início da Idade Média a adoção cai
em desuso. Tanto aos senhores feudais como à Igreja Católica o instituto em questão
não era adequada. Aos primeiros, pois contrariava seus direitos hereditários sobre seus
feudos, sendo somente admitido quando lhes interessava do ponto de vista sucessório. À
Igreja Católica por ser a adoção considerada contra os princípios que se formava de
família cristã e do sacramento do matrimônio, que tinha como finalidade única a
procriação.
Com isso, havia sérios obstáculos impostos àqueles que tivessem a intenção de
adotar. No entanto, é interessante observar a necessidade de o adotante não possuir
filhos. Este detalhe importante demonstra como a adoção possuía, à época, a função
primordial de dar a oportunidade àquele que não pôde ou não quis ter um filho, adotar
uma criança, mantendo-se a tradição que adoção já possuía..
Está lei estabeleceu que o parentesco resultante da adoção tinha efeitos apenas
para o adotante e adotado. Com exceção do pátrio poder, que era transferido, os demais
direitos e deveres em relação ao parentesco natural não se extinguiam. Além disso, em
se tratando de sucessão hereditária, o adotante tinha direito a apenas metade do quinhão
a que tinham direito os filhos biológicos, segundo o artigo 1.605 do Código Civil, que
foi revogado pelo artigo 227, § 6º da Constituição Federal de 1988, que proíbe qualquer
distinção entre filhos legítimos ou legitimados.
Diante disso, seguiu a luta até 27/04/2010, o STJ reconheceu por unanimidade a
adoção por um casal Homossexual. Com isso, os registros de duas crianças feitos pelo
casal Lésbicol, ficou mantidos. Abrindo um precedente histórico dando esperança
mesmo desfecho em ações parecidas.
Como podemos ver, a própria lei de adoção não faz restrições a orientação
sexual dos pais e permite até mesmo a adoção por solteiros. Logo, certificamos que as
decisões judiciais são simples discriminação e preconceito.
- Foi criado o Cadastro Nacional de Adoção, o qual reúne os dados das pessoas que
querem adotar e das crianças e adolescentes aptos para a adoção, de modo a impedir a
“adoção direta” (em que o interessado já comparece no Juizado da Infância e Juventude
com a pessoa que quer adotar); também estabelece uma preparação psicológica, de
modo a esclarecer sobre o significado de uma adoção e promover a adoção de pessoas
que não são normalmente preferidas (mais velhas, com problemas de saúde, indígenas,
negras, pardas, e amarelas)
- Traz o conceito de família extensa (ou ampliada), pelo qual se deve esgotar as
tentativas de a criança ou adolescente ser adotado por parentes próximos com os quais o
mesmo convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. Assim, por exemplo, tios,
primos, e cunhados têm prioridade na adoção (não podem adotar os ascendentes e os
irmão do adotando).
- Irmãos não mais poderão ser separados, devem ser adotados pela mesma família.
- A adoção conjunta por união homoafetiva (entre pessoas do mesmo sexo) é vedada
pela lei. Não obstante, o Poder Judiciário já se decidiu em contrário, em caso de união
homoafetiva estável.
- A gestante que queira entregar seu filho (nascituro) à adoção terá assistência
psicológica e jurídica do Estado, devendo ser encaminhada à Justiça da Infância e
Juventude.
- A lei ainda determina que crianças e adolescentes que vivam em abrigos (espécies de
acolhimento institucional) terão sua situação reavaliada de 06 (seis) em 06 (seis) meses,
tendo como prazo de permanência máxima no abrigo de 02 (dois) anos, salvo exceções.
Documentação necessária:
- RG e comprovante de residência;
- Cópia autenticada da certidão de casamento ou nascimento;
- Carteira de Identidade e CPF dos requerentes;
- Cópia do comprovante de renda mensal;
- Atestado de sanidade física e mental;
- Atestado de idoneidade moral assinado por duas testemunhas, com firma
reconhecida;
- Atestado de antecedentes criminais.