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— a i , sca) Se Cd TERAPIA SISTEMICA NTU sat rai eATALOGRARICA BOSCOLO Lig BERTAANOD. Fel, “Tei stn nein: mana yo a Ll Bx Poe Beran ate Sra Goa Bx Horse: ra 212 "Stn tontoe 1 Pastrp 2 Piste nd 3 Teg ‘ean BERTRANDO, Po. GARAVELES She eho. ARTESA EDTORA.LTOA ua Ces 13a 28 Perea 'SIOIS172-Beiofaeons wiancoedt comb Apresentaco da edigao brasileira Em 2004, quando comegamos a escrever este lio, a teapia sitmica individual, pelo menos no ambito do modelo de Mio, ea uma daquelasatidades paticadas por todos, discutida por poucos & teorizada por ninguém. Este lio, juntamente a0 convite que Davie Campbell retor editorial da Karnac Books tnha feito a0 primeio autor (Laig Boscolo, fo o nosso ponto de parila: dav cignidade a um modo be fazer terapia ainda semidandesino, numa Epoca em que a trapia sitémica ea, out cour, idntificada como o setting da terapia de fami- la, Assim, desde o inicio, “Terapia Sistica Individual” fi para ns tum fro muito dierenie de nosso trabalho anterior ~ "Os tempos do tempo". Se este ttimo tinha um carter de monogratia muito ater aos spect teins e cultura, além de terapéuticos em sentido esto (como era justcado pela pariculridade do tema “tempo, “Terapia Sitémica Individual” tnha que serum aro mais perto da experéncia lca. Além cst, era um lo escrito tendo em vista certo letor em ‘monte: um trapeut, de orenag So mnisou mencetémica, com menos ‘operéncia espectca que 2 nasa e com deseja de obterconhecimento mundo da terapiainvidl ‘Assim nasceu um lino que, de tudo aque que més escrevernos ‘em anos, é mais pareido a um verdadeiro manual - mesmo que no sea realmente um manual. E um vo que apresenta um metodo 3 tera pin indivdual recolhido no seu consttui-se- uma boa pate desta, pro- ‘veente dirtamente da experéncia pessoal e profsional do primeira autor, mas uma outa e corspieua)realizda durante um projto de Pesquisa no qual colocamas 3 prova as idéas que poucoa pouco sug ‘am de nosso tabaho, Desta natureza dupla deriva, asim, a posiildade de algum ‘equivoco que queremes eliminar na momento de batizat uma nova ta icio, As vezes, dando seminitos ou parcipando de congress pelo ‘mun, encontramos coegas que, quase peindo desculpas, nos com> ies qc ahaa noses rears ma que No poem “par area sie este, a de ut se cada ds us ‘Bran co deco en nose bro ead mits dnc que descremos erm gs cspectcamete a peu qa eno xno edo en {sine nm nhs em mene pop), Asn os ‘Ean de qe 30 kre oes fo, eum conc de qe nett den vo eects crass de a sete de exe pose decodes aberas, que ad oor deer cnse © tga esx pip ode es rap, Een exeaor i elo psa amp 2 lio do roi simi sae 9 remant em uta pa ssi a fama que nace, no os exegams com a so da pct em se co) ea ser cosa spre mas tia ees epic, nena ce tabs ma cosraos o> “eles ile com tepid Acne eda a expec bo rnc: pai Ge deer sada tabi no comet do econo ca ont Coto apererererte ents mde de tp, Panzer tepi setaspca f in pii), em rine lps der smo pra baer em mod ‘Semicon ale cote trope: de fr: de Chl de gupta con ma medi, m by a trp ti por arth Cea qu, com anova ua outa gr sto de coer ponies tana date sia dal ‘endo sis eer is cs amen st props de ‘ero. Os r= eet io fz eco ~ tana vs some Cho comic eta no unc come parte de un ag mas ‘Ss Parae dil ns ostresd er tae din ta) 2 cri, ai Boscolo Paolo Bernd io, maio 2007 INTRODUGAO Foi David Campbell, um cologa de Londres, quem nos sugeriv a iia de excreve um iva sabe a Terapia Sistomica Individual. Ele reve- lou Luigi Boscolo que, por diversas raz6es, 0s piquatas ingeses com formagio em Terapia Sistmica da Fama requentementese vam obr- fos a vatar clientes em sesdesindviduas, 0 que os faa sentra recesidade de um lo que abordasseo tema da Terapia Sétmica I dividual. Segundo Campbell, est lio deveria propor um modelo de ‘Terapia Sistomica Indica relatvamente breve e transmissive, uti ‘vel em contexts tanto privados quanto patios. ‘Assim, podetiaatar os terapeuas que j conheciam o enfoque sitémico-elacionl e também, eventualmente, aqueles que se inspram ‘em uma tera diferente, por em prdica um novo modelo de consulta €terapia individual experimentado em nosso Centro. Aceitamos de boa ‘vontade o comvite; final, évnhames hi alguns anos ocupando-nos da aplcagio individual do modelo smico desenvohido no campo da terapia faa. (0 objetivo principal que nos fame foi ode descreveraprica terapbuticaesuarlago com as teoras de eeréncia nas dives fases ‘denosso trabalho desde os primérdios da década de 70, quando seg amos os princpios do modelo esratégjco-ssémico desenvohido pelo ‘grupo de Plo Allo, Em uma segunda fase, que envobe a década 1975 1985, as trapaseram condurias segundo 0 modelo sisémico do gu po de Milo, ispizado no pensamenta de Geegory Bateson. Os casos tralados a ptr da metade dos anos 1980 refltem a radical mudanca dde perspectiva teazida pela cibemética de segunda ordem e pelo consitutivsmo que colocou o sistema obserante 90 cenro de nossa tengo ou sea, oterapeuta) ea ato-eflexivdade, No amo decério, ‘am 0 adhento do pos-modemismo e do construtivsmo soil, a aten- {os concent a inggem ema reat Nes teas que fzemos talent descobreme os eos ds perigee lcs de tds ees anos, Hoje ze trp Stemi sinc pir ne mega com o cent em una complea ede ds, emogies, pests, conetadasecusament © explora por dosreectores, por meio do instumento inguin Como 0 pensamento. do terapeutasistémico se bastia na complement dos conceit de casa lear ec, a 'mprtnc d plualidade de pot de isa, privlegand lazer per gontas a dar eps, com o tempo, puso efeto de transmit Zo lente um mado deconetar xs pesos, os aos os pica des, que ber da visio rgd des mer eda realidad qe oc cond Asim ele poe expan profandar ua priser «a posiidade de expermentr ever os ato 8h qu Ie oneernem apart de ura pesca mas arpa, Dese md tect tendo cones reer da arti, pode ier que oc ene setibera de uma sta i,q ches a serembaragon ort de siemo, pra ener em um nova sta gue Ie ofa maior iberdade eatonomia. Em ls css nos quis rtureza © 2 ulin dos poe mas apenas (por exempo m competent bio ces Yo) prexomse a intervenes caacterstis do eno esate Sisémico, os tame, em pos ses, tar oe os pris jrobleras em ena expoacio da hist ed psa” do cet (0s eskados dese exc =a deseo do desenvohient do medeo ea apliagn- que aparece os ts pros caps doi, teram o eft de pet excrecer =a ants ded reese om proce recusament rma) mas tam ‘a preocgparam um po pela ceed ds conde ete a teow asumis em prticn que dels dem, Tl compleeate, que emerge pariculamente di primero aplos, pode er xm late ara agin ores, especie os mas expen, mas para cates pode casa cea dicldade « embarago Aconsehams que lem primeira o os clio presets m Senda Fate, ‘que sio ricos de referéncias teéricas e podem olerecer uma visio de Conjunto do proces teraptio om ete fo nib os diginos somete 20 rapt mais cxperets,mis também aos erapets mas overs qu toda, i poser ana exprénla minima edecjam adgl m conhecmen- {oecpecico da Terapia Sstnic did Ee no um manual que ters o ABC da eri qe supomes cone dolorem im “ino de ees" de intervenes tereptasespeticas. Fants um Fo que coca no cento da cen trap 0 explora, 0 pensar 9 Seti com ao de oda una sre de tists its) oer das por una Tong experi prticae pesquisa tia. Epranos {qe modelo ag expt sje aces ecrament asm due sina de pono de pata para ktor que des consruise ma triad woo. Desctevemosampamente um tip de terapa qe sind eas cxpermentado, denominads “beve-log tae de una teria pres para ni masque ine sexes, com nes de ds a to semanas eur dg tol no superior um noe mo, Nee To daicaos um amplo wpaco deseo de cs lion, Nee ements peracid: em rine lg ear eons trata cone dos fats spices eemogis que emer no 5 tyra manero maracas der ‘ohaem sein lar examina esata 0 osteo eg do non vio stl: Returmante,@e descob, ni oe ass clinics pesados, os portos de ga com a elaborac e- fen, cando suns propia cones, qe poder ser dleretsdaque- las que rca Esprames que ores des operaio pos transmit com clarezao spit eo modo como rable. Toque cloamas 8 Oca de decease ri siti a pal J stem se tcmoc ent pr con ‘ly ey nan AR, inc Satta 0 Nest do Ceo dee nt {180s emp do ip se, 198) Quo ee conte = Slime oases sn der mar cs dey Bn, ‘Shpriowrvenounecabpeateret 972 tlisposiio deve ser lido como uma investigago que nos permitiu enri- ‘quecer noses experiéniasclinicas e nossosconhecimentos tedrcos Esperamos também que os litores possam sir tio enriquecids como. aconteceu conosco. Exelvro se divide em dua partes, cada uma dels aticulda em lus capitulo. primera parte & dedicad avs aspects teGricos, a se funda pare, 8 apresetagio dos casos clinics (0 Capitul I descreve a evlucio do model tefrcoe as exper- ‘encias relacionadas aoe a pair do uso de um modelo psicodindmico, para chegar, através das fasesestatégic-sistémicas,sistémicas ¢ Consrutsas, até 0 nosso modelo aual, que nos agada define como “epigenetico” (as azdes dso vido 2 uz claramente com ltr) © Caputo i se dstica aos aspectos metodolégicos geais da Terapia Sistemi Individual, ito 6, a moldura em que se desenvohe a terapia. Em se interior, nos ocupamos dos aspectos que diem respeito 8 orgaizagio da terapiandicagbes, diagnstico, objetivo, duracio, 3 Posigio do terapeuta em relagio ao cliente ea reacio com este, e de _questdes mas amplas, como as ressonincas éticase filesfcas" dat ‘apie © Capitulo & dedicado 0 proceso terapéatico: os principio para a conducio das sessdeshipteses,ciculridade,pergunas crcl res), as diversas fases da tropa, desde a avalagSo inci até a sessio finale, por fim, as contribuigiesrecentese etimulantes concerentes 0s aspects linguists (semanticos, trices, hermentutcos da di logo twrapéutico, No Capitulo V0 mas curt, apresentames alguns casos conhs= zd através do método estratégco-sstfmice, com alguma inluénca {onal da década de 70. Captula V, a0 contri, &0 mais longo & apresenta uma série de terapias conduzdas segundo nosso modelo ‘stémico atal de terapia breve-lnga,evidencando, volta e mei, 25- ects especiios do ddlogo terapeutca (a primeia sesso, a cond ‘io, alinguagem, a conclaso da terapa, Poe timo, no Capitulo VI, apresentamos alguns casos clnicos com sess individu, qu revelam ‘os aspects peclires que difeenciam o contexto de consita do con texto da terapia, Para nos refeimos a0 terapeuta, wsamos o gine masculino somente com fim de eitarcomplicagiese confuses ingusticas. Prefe- rimos 0 termo “cliente”, a “paciente” ou “usudrio"; as razées desta esco- tha transparecero a0 longo da letura do lio. Tentamos sr fs a cetos temas que, esperamos, ho de sor com careza no texto, Um deles€ que, na nossa opis, trabalhar com ‘0 modelo sistemico permite uma grande liberdade e estimula a criatvdade, mantendo vivo o iteesse eo entusiasmo por um trabalho {que ainda continua 2 nos gata. Esperames que também o letor fe ‘que um poucocontagado por ele ese encorajeapercorer um camino parecido, porque no existe um lito que poss substi asrflexdes pessoais que cada um faz a panied seu prOpro trabalho © de suas prprias reflexes sobre ele PRIMEIRA PARTE TEORIA Capitulo UMA TEORIA EM EVOLUCAO, 'Nosso modelo stémico ava, em que ps inpiramos na terapia individual, desenvolveu-se através de uma sre de experéncias de pes- ‘quis, consulta e terapa com familias e casas. No inicio utilizamos o tenfoque estratégco-sstémico do Mental Research Insitute (MRI) de Palo Alto nos anos 1971-1975; em seguida,o enfoque sistémico do {rupo de Mido, que veo ase desenvolver na década de 1975-1985, fu sa, 0 mesmo modelo antes enriquecido pelas wntibuigdes do Consrutiismo, da ciberética de segunda ordem e, depois, pelo consrucionismo, pela narativae pela hermenéutica, Todas as cont bigs teicasctadasdeixaram — e no poderia deixar de ser assim — marcas sgificatvas no modelo atl, a0 qual pr esa razio abu imos,além da definigdo de “Sstémico", a defnigo de “epigenico” (vera nota 13 do Capitulo I). ‘0 primero auto, devi a crcunstncias particulars efavord- \eisdo iniio da década de 70 (enaturalmente por sua ade), teve 0 prvilgio de trabalhar durante quase uma década em dois contextos ‘muito diferentes sob o mesmo teto.O primeiro contexto foi o de um Consultério privado de psicanalsta no qual, em uma sl, tés dias na Semana, 0 autor conduzia anlises freudianas clissicas de duragio plurianual e terapias face a face de orientacSo psicodindmica, na frequen de uma ou dua vezes pr semana, por um periodo aprox: rmadb de uma trés anos. Q segundo era o do trabalho do asim cha mado “gupo de Milio” Seini Palazzoli, Boscolo, Cecchin, Prat, {que fazia pesquisa, terapia familiar ede casal em ts sales: uma sala ‘de terapia, onde se reuniam os memlros da fama ou do casal € 0 terapeuta; uma sala de observcio, separada da primera por um es ppelho uniirecional © uma sala de discusses, onde, a final de cada ‘sessio, toda a equipe discutia para chegar a formular a hipdtese sistémica «uma possvelintervenggo para cemunicar 3 familia (Boscolo et ali, 1987) ‘No periodo de trabalho com 0 mevlelo MRI de terapia breve, 0 grupo eve 0 prvlégio de atuar — durante aproximadamente duasse- ‘manas — sob a sypenisio dreta de Paul Watzlawick. Atendamos 2s famias durante dez sess, no miximo, com resultados mals do que satfatrios. Somente poucas familias, em geal aquels com um mem bo psictic cnc, apeesenaram a necessidae de um nimero maior de seses, (efeitos do trabalho solttio com o paciente individual, por um lado, e do trabalho em exjipe com a fama por out, foram tio vaiads que, de inicio, dearam o primeito autor, senio em estado de choque, pelo menos desconcerad ecurieso por entender algo’ Quan do estaa a ss com seu dente no consultrio, nha a impressio de {star em meio a um grande ro, cujas gas coxiam lentamente um a um mar ainda mais longinquo; ao paso que, quando tabalhava com a equipe eas fama, parciashe estar em uma rip comenteza, cus guas sofiam 3s vezes imprevsveis aeleragoes, € que se diva 2 uma meta mas prxima. Esa metfora pode ser tomada de empréstino para iusrar a relaio entre tempo e mudanca, to diferente aos dostipos de ‘experiénia, Em seguida, ela serra de estimulo para que ambos os autores se interessissem poo importante fascnante problema do tem po na terapia (Boscolo Deano, 1993), DDepois de meses de trabalho nos dois contextos diferentes, ope- rando com duasteorias tao distin, € em alguns sentidos anita, seja em relaio & concepco da pessoa humana da natureza dos pro blemas apresentados, soja no tocante aos abjetivos da mudanga e 208 modes de abt, tomou-se muito dif abalhar mantendo-e fel 3s remiss tics aos consequentes tame tons de cada ua das ‘eorias. © mesmo endmeno regisrames a Segui, no inicio da formagio 1 abe dear ga nse pada axe dpi ist ait ‘thd ura tec arma tu pan ch ms ana nude mnt. ‘dcratimlicio dps a qa ome pers do curso de terapia familiar sistémica, com as alunos que antes haviam "ido uma formagio do tipo psicodinamico, De inicio, fcavam descancetades 20 tenar Higa elementos tio heteragineos. Deals, pauco a pouco, comecavam a seorentar dese volvendo uma visio sstémica que, naturalmente, no podia apagar por ‘completo a experéncia anterior. Antes, em cicunstincias paiculares, ‘com o tempo chegavam a vale-se de ambas as tora, conscente ou inconsientemente hoje o deinimos como 0 ‘no dito", como ist ems mas adante,confimand o aforsmo de Gregory Bateson: “dois ‘olhos vem melhor que um, pos wem a dimensio da profundidade’ ‘Ora, a certo pont, para sairdo inguetante estado de dno de se sentir dvidido em dois, Lug Boscolo comegou aitroduzit nas ter as inividuis de orienta psicodinimica amas ideas e tcnicas {o enfoqueesatégco-sstfmico que vinham send utlzadas com fa- inlis e casis, como a prescricio do sintoma, 0 paradoxo, 0 Fe tenquadramento ou redefnigio reraming) lc. A intengio ea ver se se vercavam aquelas mudancasdescontnuas, a sates Selvin Palazzok et ali, 1975), tio imponentese caracterstcas, que sé raras vez eram ‘bseraveis nas teapias psicodinimicas. Nesta, as mudancascostama- ‘var chegar muito mais lentamente, de maneia mas continua, mais pelo ptdprio madelo do que ocasionada por crises. ‘As primeirastentatvastiveram um eeito desastrso! Ao invés de ‘melhor, 0s clients pioravam ou a terapia chegavaa um impase, ob fando oterapeuta a dar marcha rE significative que, em dos casos, 0, ‘lentes verbliaram sua peepexidadee erica, um dels a perguntar se ‘ terapeuta no extavaexperimentando um nove modo de fazer terapia Ul; utr, expressando-se com uma metifora mais bem eloquent: "Esa nd € arinha de seu sco, verdad? Seré que na semana pasada feu anemia saan sets calescom ies thferentes?Esiguicativo~ poder sei aminém dizer “Savio” que 0s, clentes‘cobaiastenham reagido com perplexidade, confusto e ceta rejegio mais ou menos evident dante da inroducio de ideas diferen- tes. O terapeutacompreendeu que, parasatsfazer sua curisidade cen Ica com eses cass, eslava pagando um ato prego a ciagao de um contest confso que minavaa rela terapeutica, Ele extava cometen- do mais ou menos os mesmos eres que, no pasado, os psicanalitas ‘ortodoxosatribuiam aos assim chamados “analitassehagens", Pode se {também acrescentar que o terapeuta havia cometide 0 erro de conduzir| terapasindviuais descritas segundo critérios puramente eléticos, em ‘verde integar, aos pues, e quand o context terapeuticoo permit se, elementos do novo modelo, ‘Asta altura, 6 imponante descrever quais eam, eno, a prin- cipais ierencas entre os dois modelos as dos tips de trap, Natu ralmente, nos imitaremos a mencionar aquoes que, na nossa opin, ram 0s elementos dstntvos e essencias, ¢ nos desculpamos pela exquematizacio excesvae peas events simplificgbes. 1 No madelo psicodinamico, 0 sintoma era considerado 0 vimeno de um confit incansciente,e o objetivo primiro era a resolugio dos conflitos, mais que o desaparecimento dos sntomas. Poe tuto lado, no enfoque estratégico-sitémico, baseado na visio de cau- saldadee cicularidide,osntoma e sua pessstnciaeram consderados dentro de um contexto elacional no qual as “tentativas de solucio” se anveriam no problema. Poranto, o objetivo era romper os patterns rigid ereptitvs com os quis e conecavaosintoma, de mado que surgisem novos pattems mais “funciona 2- Jes primera dstingosugere uma profundadierenca: a Pricanise ve interessva pelos aspectos semdintios da comunicacio, los significados, metiforas,simbols e,sobretudo, pelo pensamento, mais que pela ago, quando a tomada de consciéncia Unsight) era 0 inatrumentoteraptia por excell, Oenfoguc esvatégcr sinc, por sua vez, se baseava em aspectos pragmatics e comporamentas, na aio mais que no pensamento,raz3o pelo qual entre os instruments terapéuticos mas impenantes se uswa a pescrio de comporamentes para mudar condutas no desjsve's. A teoria da “ana peta também onfrmava esa dating entre pensamentoe aco (comportament: segundo ela, um abservador podia ver somente comportamentos & putters comportamentais de conduta, mas mio 0 que acontecia na c= Faas psoas. 5 No modelo psicodinmico, interes principal doterapeuta ‘mst em explorar de que mods o dente se eacionava consigo 12) aan mc ecm emp, ambos mb mao ‘mesmo, com 0s outros e,sobretudo, com o terapeuta (0 transfert), mo denets pale ser pons, cba, obs parca Interixzar eos progetores como inimes ov eas, juntos Ssepatados, rn dates, em un lag de amo, de con to et [-] Os membros da fami podem senti-e mais ov menos inclu 0 exis em reac a uma pate da fama ou, eno, fem elagio a tod a aria. p 6) Em nosa opnio, este uhimo aspecto € comproxivel em eeyra nos casos de patoogia grave, como as picses,carateriadas por um sentido de dversidae © de estanheza. Outro conceito de Laing que € signticaivo para nds, enquanto se eefere aos parimettos de tempo © cespago ~ des quais nos ocupames em nosas pesquisasrecentes ~ € 0 que se segue: ami itvozad & um stoma espago empl. O que se intron como “primo” ob “honge" nid” ou “desu” ro est! representadosomerte pa egies espa. Sempre cad presente uma sequécia temporal [1 Come da Sate, a fama Fund sue pé umiesobre a ierivzaioreciprca, por pate deca um de seus menos, ds interivizaces ds demas 7) scans exec do peat de Lang o de incorino errno eterno rig). Alterra) torte ra eure Jo mano een pao mando te os ema dees No que concen an cnt de orstomago€ errirano sar sconce ai ete oc donde Slam mest a pesos nde poeta eter 3 fa in je (ede enn Lag cnarns nee os hs ima sd ail fa" Nos indus gravementepertarbados se averte que 35 ett que podem ser coriderads dliaees esto contd, ‘de maneica ainda recnfcie stuns fairs A re-pojeedo ‘fara no const simplesmente em projetar um abet ter 0" sobre uma pessoa edema. tase da superposigio de um con junto de elas sobte cut: os ei conan poem coesponder fem maior ou menor medida, Somente as cso em que 0 conunts ‘Sim ufientemonte dcndantes soos dor otros a shuag3o 6 ‘i como pita. Em outa plas, a Stuaan ni se considera lta em si mesma (p. 12) sa Ieitura de Laing produziv em nds uma agradive emogSo, como se fos 2 redescoberta de algo familiar que de algum modo co ‘seca, ainda sem o ter tdo ber presente na conscéncia, Como ‘ies que estavam lentes em nossa meméra e que faziam parte do “no-dlito”. Segundo uma perspectva epigentia, o pensamento de ‘utes autores, que sucesshamente e ocuparam dos problemas da rela {io entre 0 see 0 mundo extemo, nos fer exquecer Laing que, no ‘entant, ainda hoje nos parece muito inci. ‘© corsrutvismo, e ainda em maior medida o consrucionismo, cara em crise oconceito de sl como unidade monolticae fav0- receram uma visio do self como comunidad (Gardner, 1993; Minky, 1985). Varela (1985), por excmplo,cré que sea mals apropriada fal dos “set” no plural sees no lugar de sel. ‘Uma concepcio peculiar a de Schwartz (ver Breunlin eal, 1992), que desenvolveu um modelo derominad IS Internal Fail ‘ster, segundo o qual a mente, em vez de ser enidade unitira, € lum conjunto de *sub-mentes ou sub-personaidades”, conectadas en- tees, mas com relativaautonomia, Alm desses conjuntas de partes, pessoa tem um self, uma entidade de nivel diferente do das partes, caja fungio € “dvgr” as partes interas como um maestro de oF- ‘questa dirge 0; mdsicos. Segunda esta complicada teora, self nio se desenvolve através de estigios nem representa o resultado de wma introjecto, mas ests presente desde 0 comeco com todas as suas pacidades de guia das sub-personalidades. O objetivo da terapia se- ria ajudar o cliente areorganizar seus stemasinternos, a fim de que ‘self cumpra sua funglo de gua eas outras partes colaborem com cle, Todavia, 0 modelo nos parece bem mats concretista, cheto do {que Bateson tera definido como *principios dormitves’ ‘Karl Tom (1995) propis um modelo que aresena alguns pon {sd convergéncia com ode Laing, mas dentro de um marco diferent, ‘consrucionismo socal. Napriticaerapéutica de Tora, presta-se muita tengo a0 self como comnidade de outros self interaizados,revelan- {do uma concepcio plraita e mapa. Ao mesmo tempo, segundo 0 auto 3 identidade do indduo ze efunde na comunidad por mo de sus interivizaies presents nas pessoas que rodeiam, Dessa mane a, 2 dltica entre mundo interna e mundo externa se complexica em uma visio batesniana na qual oslfpodera se “calocar” nos cruitos relexvos que unem os diverss mundosinternos externas em wma, comunidad, ‘No que nos diz respeto, no dogo teraputcopeeerimos usr 4 metfora dis “vazes™ nternas, que cada um tem dento desi, e que ‘menial de distuncbese patolgis, mas também ao uso de ntervengbes capazes de madara organizacio patolégica do sistema. Na cibemétca de segunda ordem, o dbservador esti conectado recusivamente 20s tema observado, seus preconceitose teorasentram em suas descr bese explicacies, conduzindo, dessa maneia, construc (ou inven cchegou a desenvolverse no tempo, abrindo-se a uma perspectva epigenica que acta ~ mais do que eet — 0s modelos massif ‘os para nds aos quai estamos expsts. Oquendo implica que ans ponios de referinca do ps modemismo no tenham adquiio impor- tac para nds. Eire eles, considramosrelevantes,sobetudo, dus oi tentagdes com muitos potos de contato ene si~ que enratam em cena onc dos anos 90: 0 corstruionsmo socal a nara (0 constracinismo social (© construconismo deixouaberta a dicotomia entre obsevador ce observado,concebidos come sees distinos (Frogger, 1995). Asim, a perspectivassmica se deslocou de uma visio extema (ousght) para {uma visio interna (night) do individu. A supeacto dessa dicotomia requeria uma mudanca na perspectiva, vinda a posteriori, do ‘onsratvsmo 20 constrcionsmo social ‘0 consracionisma soca, que em nossa opin est conquis tando ~em divetsos ambientes teraputias - uma pascio de preemi néncia acentua 0 aspect de intercmbio e de nese socal do conhe- Cimento ja implicit, ainda que nio sufcientemente desewolido, no ‘onsruivsm Lynn Hoffman (1992), teria terapeuta muito atenta 3s ‘murdancas eisemalpicas,sintetiza da seguinte maneia a dierengas entre os dois modelos, quase homdfonos ind que mis pose qn eco temene canal consent) iy anes 8 poszpscn bem drat Hun een ann fa de Jas qesinam aia dt de gue eso rd eal ape posse con com coer cet To comes ‘Stems pelo consis te mene mage SO ‘Seman ono ua mig ecu Sein sv reps econ tan rns mo moat en 6 Mio em seu pro sine mca, o tein So Corcoran as cnc eles tert den sol © comin atv ng {rms conetnet- stern cosconits oa _evoluem no espago entre as pessoas, no dominio do “mundo comum” ‘aud ‘danga comm’ Somente através conser contin com ‘os nimos ond deserve um Sendo de deta ou uma vx inema (8) Em outros termos, enquanto 0 cansutvsm pie em tlevo & ‘observadore seus cnstrutos mena, 0 construcianismo socal poe em primeito plano a ideia de relates, mas vistas sob uma cca dierente ddaquelaadotada pels primitia teovias cibernéticas, ita é,ndo mais ‘como expresses de estruturas ou pater de conduta, mas de sistemas engage e significado, Esa mudanca também pode ser encontraa, als, os ests de Bateson (1972) sugidos ns anos 60, nas quai, 20, Se perguntaro que ea a mente, escreveu fainaeaacneeeee ‘Mas no 6 assim que o aciental médo v8 a sequénda dos ‘eventos que caracterzam a derbada dane le i" cot 3 nave” e, asi, cb que exe um agente delimitado- oe" = que ‘edizou uma ao “nasa” bem delta sobre um objeto bem ‘elintade. p39) [Neste exemplo, Bateson pode ver a acio ou d ponto de vista do ‘observadr(o homer ou do ponto de visa “meta, que considera que a ‘mente & imanente no complexo das sequéncias de ages. Esa visio em dois nveis nos permite ver, a cet nse, 0 indvidvo como observador (consrutvsmo) logo, pasando a outro nies € a0 da mente imanente nositema,conetaroobsenador ao obserad (cnstcionisme).O exer plo do homem que corta a drvore, que nos pareceu um dos mais ‘esclarecedores, mostra em primeiro lugar arelacao complementar entre “aus pea asada cua, em senda hp, pe em ev ‘ncaa dierengs ee oobsenador que descreve eum visi ds el ‘hes nas qua os cbsewadores ext mess (embedded. siiicavo tue, desde o ponto de vista tric, ocontutvsmo exe vinclado 20 Cogito, que 6 uma teoriapsicogia individual, enquanto © Consens ext lial 3 pala soa Anarava [Noss interese pela sativa deriva de nosas pesuisas sobre 0 tempo ea linguagem nas relagbes humans Boscolo e Berrando, 1993; Boscolo et ali, 1991) e, a seg, de contats com outros colegas como Michael White, David Epston, Halene Anderson, Harold Goolshan, Carlos Suz, lynn Hoffman, Tom Andersen e muitos utes, Foi a pasagem de ura perspectiasincinica, baseade na de terminago dos patterns relacionaisno tempo presen, caracterisica do perfodo estatégico-sitémico, para uma perspectia diacrdnica, a qual tos conduziu,sobretudo, altura de Bateson, de De Saussure (1992) € ‘de Bruner (1986, e ue pouco a pouconoslewou adesenvoher particu Tar interes plas histas, como elas se consroem e so consid. ‘Asim como a abertura da caixa pret, nos meados da década de 70, despertou nosso interesse pelos signiticados, assim a abertura do fenquadamento temporal do presente para o pasado e o futuro nos festmulou 2 tabalhar as conexoes de eventos e igncados no tans odo tempo. Sentimos curosade em saber como os clientes conectam (05 fatos e signficados de seu passado para explicar, de maneira igs de ree ede vtncnere a papa npc 45 de sorter do sand ere dem a he {b breed ser Fate gps ae te ‘tin ca ale ts pw una race clo. ‘ei ial na recor ds Hts ae do aaa, Si le tans aa lil el ero lane a recompesigio das muitase imeconeiveis“hstirias"produzidis por Sua poi dso. (p27) 'No campo da psicanslise alguns autores jeri, 1989) mostram seu descordo com um naratismo excesinamente ensolvente que, de certo modo, conduit a um intreseexchsivo pels sgnificads emer sgentesro aqui agora de relacio, excindo todas stpologasreudianas € pls feudianas, como também outros aspectos meto-dlogcos. ‘Uma andoga evelugo e consequentedivsio do campo foram ‘também observadas no interior das teraplas cognitive, traicionalmente consieradas menos abertas a uma orienacio de tipo hermenutico, Villegas (1994) demonsou que, entre as décadas de 1980 « 1990, tam lag os terias da ea cognitive haviam comecado ase intresar pela terapia como criago de naragbes compartihads,abandonando a ra clcional psig de once terapeutica em favor de um modelo bem nas daltico. Os temas trazdos ples pacientes So desconstuidos in ‘alment, para depois serem reconstruidos, até fazer delesnaragBes {que possam proporcionar aos clientes metifcas mais adequadas para construe “aoa represetacies des mesmos no passa, no presente © no futuro" (35). ‘A peculaidade dos ogrtvisas € a maior atengo acs proce rmentosdetalhados e minuiosos para cesar a esa desconsrugoe r= ‘onsrucio, @o emprego de ténicaspaticulres como ada auto-obseia- ‘co descrta por Guidano (1991). Nesta, terapeuta ajuda o cliente a petcorrer de novo faxes de suas vida, concerrando-se nos minimos deta Thes técnica do zoom) ou retardando os events com oii des ana lisa meho (tcnica da mova) Desa manera, o centeexperimenta tum novo mode de uiizar a prépria meméeae obtém uma nova consc- encia do proceso de constr da prépria coerénca (arava interna Também ese interest plricentico pelos modelos naratvos testeranha as canvergéncias paras que se erica entre os modelos terapéuticos nesse periodo, tanto que alguns autores (Broderick & Schade, 1991) riam hipoteses sobre uma gradual homogeneizaco das tives excols em um Unico modelo de “terapia integra ‘A propésto,gostariamos de citar uma tomada de posigio de Laura Fruggeri (1992), docente da Escola de Mili, uma terapeuta sigémica com foes peopensbes pea consrucionismo: 6 "Noenfaque sstémico, 0 construcionismo socal produziu uma revs concitualemetodoliga. Motos rape, po de uma thse estratural xray e pragma, enconanse agora em melo 2 uma fase de wansga.Proctam near modelo ants © novo, vets cerezas com novaspremiss. © novo praigna centica formula algumas prgueas gue nao concemem somente 3 ris 'eapbutis, Ao conti, dsaam a propria nogao da picmterapa¢ «ident doterapeuta., deat, um pensarento que questions ‘os undaments em que se sein a pice, ea coma fende 0 Getic, seja como ene sel p41) {Em certo sentido, os canted desta citacoanteipam os argu- rmentos das dua seeges seguntes, que corsttvem uma tenatva de sintese do naso modo de pensar e de agi © DITOEONAO DITO Se observamas em ago um terapeuta de grande experiéni, um *mestre", como as vezes 0 chamam, poems caer que elev e faz muito mais coisas que as preva em sua tora de refer, 0 que ve faz poe se tbuido inclusive a ours teoras a fazer ess consid agbes como observadores externas, valemo-nos de nossosconhecimen tos, preconcets eterias, s qua podem identifica, ene a acfo do torapouta# a tora espctcasaprendida no pasa, coneroes das {quai ele ndo tem consciénca. A esta dreasubmersa,seprada da cons clencia,chamaremos deo ‘no dio’. ‘Algo semeshante pode ocorre quando conduzimos um autom= vel. De vez em quando, absoridos em nosso pensamentos ou envoi dds em ma conversacio com um companheito de vagem, no temas consciéncia de estar conduzindoo veicuo; enquant iso, 0 “plo au {omtico” (ou nosso inconsciente) se acupa da conducio. igialmente, parte do que oterapeutavé e faz est fora da consciénciaimediat, Em tum segundo momento, iso pode ser reconsrido ou recuperado ~ 30 menos em parte ~ quando o terapeutareflete, au €estimulado por um colega-observado a role sobre aqulo que fe2, Quando ito aco, pode ser cil ver até que panto a intuigao e aexperiéncia, mais que o [ret eric, guiam as percepces, as escohase agbes do rape, ‘Cada terapeuta, independentemente de sua orientagio tec «a, atuaentdo de acordo com um pincpioepigenéico” que o leva a interaras mais variadas experiéncias eteocas. Nesta chave, 0 puso teérico nio 6 mais que um mito. E& um mito porque todos os opera- doves em nosso campo, desde a época de formagio universititia até ‘os estfmuls que recebem ds meios de comunicago em mass, esto ‘onstantemente expostos nunca de diferentes teorias. Ha um antecedente que podera eslarecer estas afirmagies. Recentemente, um colega neuropsiquiara infantil nos contou que, no decorter de uma visita efetuada ao Cento Milanese di Terapia della, Famiglia no inicio da dads de 70, hava obserado ports do espe Tho 0 trabalho da equipe de “Paradouo e Contraparadoxo. Ele tinha ficado muito impressionado,juntamente cum seus colegas, pela gran- de conwiegioe “rigor sstfmico" que os membros da equipe adotavam 20 dscutir consi hipteseseinervencies. Mas 0 que mais 0 in pressionou fo a dferenca entre dito e ono dito por pate da equipe ‘do grupo de Milo: tudo 0 que escutava era dito em uma linguagem ainda nova imanobas, pattem, rlaghes, causalidade circular stems, mas o modo como se consriam e conectavam as hipSteses parecia subentender uma série de conceitos e temas pscanaicos que, até ‘0 “no dito da dscussio em equipe, um “nao dito", em sua ‘opinizo, bem mais araente, mas que pasava totalmente inadverido para eles que, no prineipia de cu pes, haviam decide adorar 0 ‘modelo sstémico e serem “pursas" to 6, no misturarteorias df= rentes. , com efet,o grupo de entiotnha procurado prescingl por ‘completo no somente dos conceitos, mas também da inguagem psi- 1190 wo dese come oid hia do tig dean. Wn, seq ‘Sul dct epee oma a ele wana fhe ce acsearle ndatonert pecesoe e Gneuriododeemolinenunanrbrmesebee teres deat ‘isdeswabimeno x commen eer len un aap ‘sham a conectar-se entre si para formar hipéteses mais complexas, até chegar 3 assim chamada hipstese sistémica, baseada em uma visio itcula, que refetia (Segundo a primeira ciberétia, vigente naquele momento) a organizacao do sistema observa, Para a construgio do conteddo das hipéteses, empregavam-se os diversos conhecimentos, ddos membros da equpe, conlecimentos que podiam deriva da ps. cologia, da pscandise, da psicoterapa, da literatura, do cinema e das experincias de vida ‘Ness sentido, Paul Del (1985), provavelmenteo mais purta os erica do modelo ssémico, teve que admit, nos is da década ‘de 1980 e em seguida is cricas dos movimentos emits (ver captu- 10.2), queaincomensurabiidade entre a teocia dos stemas a pico ‘a indvidal era apenas apaente. De fat, ele exreve: Em primo aga, dia que a pico india sempre foie sempre ser inseparvel da pati da trap de faa, Pa ment tos seers de erepa de ami fazer amplo uso, anda {que ireqentemete inplict, da psicloga individual [1 Em se fndo la gande arte de meu taba eco anterior se base mum exer rigs para destinchar elementos experience pcalgias de uma expleagaosstémia “pura. Retenpetna rent, meu modo de ver grande parte do meu tabulho dep ‘a0 da tora sitmica 56 f1 pase porque muitos eapes farifareshaviam misurado sclogaindil que insitnamente Deuebiam como neces) com opensamenta ssémic. (11), £ obvio que as consderacbes de Dell paem ser asiociadas ‘cam o que definimas como 0 “nda dito” do terapeutasistemico,Po= dder-seia falar de uma espécie de “ocupacio’, por elementos proce dentes de diversos modelos (como o psicoinamico, o cognitivo, 0 estatéyco, 0 esrutural etc), dos conteddos clnicos de um modelo (istémico) que, em seu esforyo por ser “puro", sempre colacau em relevo 0 aspecto formal. Em outaspalawas,o formalism da modelo dexava ive o terapeuta para econ inspirag, para a formulacso de sus hipoteses, em concetoseexperiéncias provenienes de outs, ‘modelos de terapa familiar e individual Em substncia, os contedidos ficado camo paciente. De todo medo, os encontos do terapeuta com um 36 cllenteeram defnidos como canversages de terapa faiia, permanecenda fis defn iplégca nica, para evar quese tans fers o tuo de “paciente” da fara para o inv. As indicacbes para aterapia individual praticamente se dur ama duas:a primeira quando o cliente no deseava vir com sua fam Ta afirmava iso como condigio sine qua non para a terapa; © 3 segunda quando cliente ndo podia vazer a fama ou seu cOnjuge, (ou porque se negavam a sso, ou por ndo poderem partiipar das ses » ‘sdes por razdes logisticas ou econdmicas, Todavia, isso ocortia muito raramente;sendo nosso Cento especilizado em terapia da familia © do casa, os responsive pla indicacio motvavam os clientes avrem como famtia€ come casa. (Dferente do discuso dos alunos em for- macio que, no seu contexo de trabalho, desde o inicio deviam acetar compromissos, em especial aquees que tabalham em senicos que hhabitualmente, admiam as intervencoes sobre o individuo mais do ‘que sobre a famfia) ‘© Cenirotrabathou com as falas durante mais de vnte anos, insprando-se na epstemologia ciberética de Bateson, segundo a qual '8s mudangasobtidas no stema das relages familiares deviam necess- riamente envolver todos os seus membros, inclusive ao asim chariado paciente designado, mesmo quando este se tvessenegado a partcipar da terapia. Durante muitos anos, esa comvcgio levou a considera a terapa de familia fe de casa como a terapia referencia, sendo uma de prc ates qu am descr do ao det com 9 Psterormente, o Cento chegoua ser mas level nas relages com os clientes. Comegouse a aeitar a familia mesmo na auséncia de tum ou mais de seus integrates ¢, a0 contro, tia entre as inter- \venges mais importants, a convacagio separada de um ou mais mem ‘bros da fia, de acordo com a hipétese do momento, No final dos anos 8, mesmo continuando a tabalhar com familias e casas, comega- ‘moe 2 nae intressar de manela stomstia pela terapia individual, ‘movidos pela mesma curcsded que, vinte anos antes, haviacaacter: ‘ado 2 excitante e profcuaincusso da equip original de Miso n0 cet ow epoaco prado a iat deep ii © ‘Como agora, em sua pesquisa sobre aterapia familia, a equipe se valia do novo modelo experimentado com éxito pelo grupo MRI Je Palo Ao, assim pudemos ocupar-nos do individu, utiliza o modelo ‘mais complexo, recentemente posto & prow, que coneeta indvuo © Natures, como mete mabe api i Bosca com "irs contin eraps nian poe tnt pads omic de ey 1 197, egementnf, de er em gua dha © eet sus do tei sts tna onc em ee, selagGes, mundo interno ¢ mundo externo, comportamentes, significa dose modes “Em 1990, niciamos uma pesquisa sobre um tipo particular de terapa sstémica individual, com duraciovariével ene uma a vinte es- ses. Evaro cutiosos por averiguar sea terapa de familia (ou de casa, por um lado, ea terapia individual, por outro, teriam efeitos dle rentes (no tocante& qualidade, quantidade e duragio) sobre o cente individual - ou “paciente designado, segundo 0 velho vocabulirio da terapa familiar -, bem coma explora 0 importante problema das indi- caghese containdicagbes de uma e outa terapa ‘Com elagio 20 tipo de lente a que se pode aconslhar tual mente a terapiasstémica individual, por arte de erapeutassstémicos ‘orentados para alana ou casa, podlemos indicar os seguintes cass: 1. Adolescentes ou adultos jovens que, a0 final de uma terapia de familia ou de casa, onde resaheram mas ou menos os confitos intafamilaes, responses pelo mal-esar individual ou coletvo, pare ‘em poder beneiciarse com um tralamento individual para enfentar 2 difcaldades da vida extra 3 familia, eos demas relatos 8 proje ‘Ho do seu futuro (ver aso de Brune K, capitulo 5)" 2, Adolescents ov adultos que, desde o inicio, se negam aacei- tar uma terapia familiar ver eso de Giorgi F, capulo 4). Ao contro, as criangas so tratadas dentro da terapia familiar ou, 3 vezes, com uma intonwncha sale 0 cael de genitores, para evar a patolosizacio. 3. Um cénjuge que pede uma terapia de cas, que € negada desde a primeira sesso peo outa cinjuge (ver 0 caso de Cala, capt- tulo 5 4. Um cBnjuge separado ou divorciado que, a0 final da prime ra sesso de consulta, pede uma terapia de casal ou de familia, oficial ‘mente para comprometero outro cOnjuge,alegando problema (verda- deiro ou ako dos fos, mas com o objetivo seceto de negara sepa regio. 5. Os casos jd mencionados, nos quais os familiares se negam abertamente 2 compatecet 3s sesses, alegando dficldades insupe- 12 Rede apa «min, oe Weer tame as 205 ens eis imps fans none do ce, ‘veis do tipo econdmico ou logistico (ver 0 caso de Giuliana 1, capt tal 6 No mbit de nossa pesquisa sobre a trai sistémica indi dua além dos casos anton cad de tpi invidul de"e ganda op" devo 3impossbiidade de uma trap dean ou de Casi, tami encontamos “ass de primeira op", nos quae do de nico propusemos uma rapa indidal. Ee limos compreen- dem casos adolescents e aes de toss idades, qu se apresen tam em noso Cento com sino varias, no primeitoenconto, meso eventusimente ra presenca de otros membros da faa, nos paregam encontrarse em uma lase mas ov menos avancada de blema’ ou problem-dtermined sytem; Anderson e ali, 1986) De acordo com estes concetos, podemos considera o proceso de diagrésio sobretudo como proceso de aribuiio linguistic; de fat, se a “ealidade” emerge da guage através do consenso, tam bam osconceitosdepatologia esanidade ws ategorizaciesdagnosicas 0 frutos do consenso de uma comunidade de profisionas. Outros, autores que poem a inguagem oa base de tudo chegam a conluses Similars; por exemplo, White e Epson, 1989, que se inspiam no con- ceito de dicurso dominate de Foucault (1970); Anderson e Gooshian, Hotiman, Andersen, que inflam na narrtva & 90 consruionismo social amb outros, como De Shazer (1991) e, em parte, os mes ‘mos (Boscolo etal, 1991), que nos inspramos na Leora dos jogos linguistics de Witgensten (1953). Voltando aquele particular jogo lingustico do dagnésic psi quit, iteressa-nes regia qu ele cond 3 reficacio(reifcaton) 2 consequent simpliicago de uma realidade complex; sobretudo, o

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