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SISTEMAS FLUIDOMECANICOS Sistemas de Bombeamento Jorge A. Villar Alé SISTEMAS FLUIDOMECANICOS Sistemas de Bombeamento Jorge A. Villar Alé PUCES Marco de 2011 Sumario PREFACIO Nesta material sdo abordados os principais contetdos de Bombas ¢ Sistemas de Bombeamento, O material € uma recopilagio das aulas dadas no Departamento de Engenharia Mecinica e MecatrOnica da Faculdade de Engenharia da PUCRS. Especificamente as diseiplinas de Maquinas de Fluxo, do curso de Engenharia Mecanica, e de Sistemas Fluidomecanicos, do curso de Engenharia de Controle e Automagao, utilizam este material. Nas aulas sd abordados os conteudos € fornecidas adicionalmente listas de exercicios resolvidos propostos, complementando assim 0 conteddo da apostila. O material que aborda o estudo de maquinas axiais e sistemas de ventilagdo industrial é fornecido adicionalmente. © Cap.1 apresenta uma introdugdo as maquinas de fluxo. No Cap.2 ¢ apresentada a equagio geral de turboméquinas aplicada a bombas centrifugas incluindo o estudo da influéncia do numero de pas ¢ sua espessura assim como o efeito do angulo de curvatura das pas so estudadas. No Cap.3 so apresentadas as curvas caracterfsticas de bombas relacionado a energia absorvida pelas maquinas ¢ a energia cedida pelo rotor ao fluido. Poténcia e rendimentos sao apresentados assim como 0s tipos de conexio em serie e em paralelo das bombas e seu efeito. No Cap.4 sio abordadas as leis de similaridade e coeficientes adimensionais de maquinas de fluxo assim como os conceitos de rotagio especifica, No Cap. 5 abordam-se conceitos relativos a curvas operacionais de sistemas de bombeamento assim como estratégias de controle para regulacio da vazio. A energia transferida nos sistemas de bombeamento € estudada no Cap.8, Dimensionamento de bombeamento e importincia da perda de carga nestes sistemas € visto no Cap.9 fendmeno de cavitaglio em sistemas de bombeamento é discutido no Cap.9. O material também inclui um anexo com propriedades dos fluidos e outras informagdes complementares para facilitar as atividades de aprendizado, Na metodologia de ensino das disciplinas lecionadas com 0 presente material, os alunos devem realizar uma leitura prévia e reconhecimento das equagées utilizadas nos capitulos, de tal forma que 0 professor possa esclarecer as diividas e realizar exercicios para explicar os contetidos. A primeira verso desta apostila foi langada em 2001, modificada posteriormente em agosto de 2003 ¢ sendo langada em 2010 esta nova versio, Os capitulos foram re-estruturados, Cada capitulo teve uma nova formatagao, novas figuras e exercicios resolvidos foram incluidos. Foram preparadas listas adicionais de exercicios seguindo a estrutura de esta nova versio. Esperamos que eventuais erros possam ser detectados no andamento das aulas com a finalidade de realizar as corregdes ¢ modificagdes que forem necessatrias para aperfeigoar o presente material. Porto Alegre, margo 2010 Prof. Jorge Villar Alé villar@ee.pucrs.br www puers.br/ce-colica iii Sumario CAPITULOS Capitulo 1- Introdugao as Maquinas de Fluxo Capitulo 2 -Teoria de Bombas Centrifugas Capitulo 3 - Curvas Caracteristicas e Associacdo de Bombas Serie Paralelo Capitulo 4 - Coeficientes Adimensionais ¢ Leis de Capitulo 7 - Perda de Carga em Sistemas de Capitulo 8 - Cavitagao Referencias Bibliograficas Anexo - Tahelas e Propriedades dos Fluidos Sumario Capa rr 12 13 14 144 142 143 144 15 16 1.6.4 162 17 474 17.2 cap2 tem 24 22 224 23 24 25 26 261 27 28 29 2.10 2a 212 213 214 SUMARIO Introdugao as Méquinas de Fluxo Conteddo Introdugao Maquinas de Fixe Maguinas Motrzes Maguinas Geratizes ou Operatizes Ventladores e Compressores Turbinas Turbinas de impuls4o (Turbinas Peon, Turbinas Turgo) Turbinas de Reacdo (Francis, Kaplan) Turbinas Segundo a Diregdo do Escoamento Turbinas a Vapor e Turbinas a Gas Bombas Hidéulicas Bombas Voluméticas Bomas de Deslocamento Posivo Bombas Rotatvas Turbobombas Bombas Ceniritugas Bombas Axis Teorla de Bombas Centritugas Conteudo Introdugdo Equaco do Momento da Quantidade para Turbomaquinas (Axial - Racial ) Simpliicagbes Poléncia € Energia Espectica Equapo de Euler Aplcagdo das Equagdes para Bombas Centrtuges Poligono de Velocidades num Rotor de Bomba Centrituga ‘Caso Simplifcedo -Fludo entrando no Rotor Radiaimente Parcelas de Energia na Equagao de Euler para Turbomequinas Relagdo da Equaréo de Euler e @ Equacéo de Energia Grau de Reagao Infuencia da Curvatura das Pas Caso t Pas Voltadas para Tras ‘Caso 2- Pas Raciais na Saida Caso 3- Pas Voltadas para Frente Resumo Graco dos Resultados, Recomendagdes para Angulo das Pas feito da Curvatura das Pas na Altura Teorica de Elevagdo (H+) Efete da Curvatura da Pas na Curva de Potencia (P - Q) Resumo das curvas H-Q € P-Q Representagao da Curva Carasteriststca Tetrica Importancia do Nomero Fito de Pas Escoamento com Numero Finto de Pes Desvio da Velocidade Relatva eocorvevas ug Boorvwesog 13 14 8 16 7 18 18 19 19 20 2 23 4 8 Pe 26 Sumario 245 2.16 217 218 caps aa 32 33 34 35 36 37 38 39 310 3.104 310.2 3103 3104 3a amd 312 312 3.124 3122 3.13 34 3.15 316 37 3.18 319 Dependéncia do Numero de Pas ‘Altura Tedrica para Numero Fito de Pas Fator de Corregao do numero fita de pas Influencia da Espessura das Ps no Poligono de Velocidades ‘Anais na entrada do canal das pas ‘Anaise na saida do canal das pas: POL|GONO DE VELOCIDADES - FORMULARIO EXEMPLO Exemplos Resolvidos Curvas Caracteristicas @ Assoclacao de Bombas Série ¢ em Paraeio Conteddo Fluxo de Energia ¢ Rendimentos Rendimentos Rencimento Mecanico Rencimento Hidraulico Renaimento Volumétioo Rendimento Total ou Global Poténca de acionamento Curvas Reais de Altura - Vazdo (H-Q) Curvas Reals de Altura - Vazdo (H-Q) Curvas Carectristicas de Bombas Centrifugas Eeito do Tipo de Pas nas Curvas Reais (H-0) ¢ (P-0) Ponto de Operagao das Bombas Outras Representagdes de Curvas Caracteristoas Identficagao Variavets nas Curvas Caraceristcas. Equagtes Especificas Para Corte de Rotores Determinagdo do Diémeto de Corte de Uma Bomba Centrtuga Método Grafco para Determinar novo Digmeto CCorregao do Dizmetro de corte Método de Stepanott Exemplo para Delerminar Digmeto de Corte ~ Método Grafco. ‘Associagao de Bombas em Série Curva caracteristca de bombas em serie Rendimento de duas bombas em série ‘Assoclagéo de Bomibas em Paralelo Curva Caraceristica de Bombes em Paralelo: Rencimento de Duas Bombas em Parailo xemplo - Boras Conexda em Serie e em Paralelo Exemplo - Conexto Paralelo Exemplo - Conexo Série Outros Exempos Avdade de Aprencizado- 1 -Proposta ‘Avidade de Aprenclzado - 2 - Resolvida Problemas Propostes 26 7 7 6 28 20 a z RSBBURRRIRNS Sumario Capa ter 44 ada 442 413 44a 415 418 42 424 422 423 424 43 434 44 45 46 ar 48 43 4.0 4.04 an aaa 42 ana ana 415 46 42 4.3 4nd 415 Caps. ttem 61 Sad B12 513 B14 515, 62 524 522 523 524 525 526 527 Coeficlentes Adimensionals e Lets de Similaridade Conteddo Coefisientes Adimensionais Numero de Reynolas Numero de Mach Rugosidede Relativa ‘Coeficiente de Pressao ou Altura Espectica Coeficiente de vazdo ou Capacidade Especifoa Coeficiente de Potsncia Eftetos de Escala Efeito do Numero de Reynolds Elita do Numero de Mach Elite da Rugosidade Relatva feito de Espessura Leis de Similridade Leis de Similaridade para Duas Maquinas Semelnantes Utiizando as Lels de Sinilaridade Modificago do Tamento da Bomba ‘Curva Caracleristica de Bomba Variando a Rotagéo: Rendimento Global Variando a Rotaggo Determinagao da Rotacdo Especttica Rotacéo Espectfica Caracterstca- nq Numero Espectco de Rotagées por Minuto Relagao entre ns nq \Velocidade Especiica em Bombas de Miliplos Estagios Bombs com entradas bilaterais (Rotor Geminado) Bombas com varios estagios e entrada bilateral Rotagdo Espectfica - Unidades Americanas Numero Espectico de RPM em Fungo da Poténcia Outras Relagtes Relagdo entre Coeficiente de Pressio e Numero Espenifion de Rotagies Exemplos Resolvidos Aividede de Aprenclzad Aividede Proposta Not ‘Alividede Proposta N°2 Curvas Operacion: De Sistemas de Bombeamento Centetido Curvas Caracteristicas de Sistemas de Bombeamento Sistema com Altura Estatca Nula ‘Sistema com Aura Perda de Carga Nula ‘Sistema com Altura Esttca Positva Sistema com Altura Esttca Negativa ‘Sistema com Baixa Perda de Carga Controle de Desempenho das Bombas. Controle do Sistema por Regulagdo ou Estrangulamento de Valvula Controle de Sistema de Utlza¢do de uma Linha de Recirulagao (Bypass) Controle de Sistema por Ajuste da Rotagdo Controle de Sistema por Mudanga no Diametvo do Rotor Controle por Ajuste do Angulo de Passo das Pés CComparatios de Estatégias de Contole da Vazi0 (Operagao de Sistemas com Bombas em Paralelo eoaseeannaassoe 2 vii Sumario 53 534 532 54 55 56 tem 754 752 78 77 78 78 710 Parametrizagdo de Curvas Carecteristicas de Bombas Centitugas Equagéo Caracterstca Real de Bombas Centrifuges Petdas Hidraulices nas Bombas Método para Parametizecéo das Curvas de Bombas Exempio do Procedimenta Equagées Complementares ‘Sistemas de Bombeamento Contetido Equagdo da Energia: Sistemas de Fluidomecdnicos Poténcia Adicionada ou Absorvida por Dispositivos Mecénicos Equacionamento dos Sistemas de Bombeamento Definig&io de Alturas Estaticas Alturas Totais ou Dinamicas Altura Total de Aspiracdo ou Manométrica de Aspiragao - Ha Altura Total de Recalque ou Manométrica de Recalque ~ Hr ‘Altura Manométrica Bomba Acima do Nivel do Reservatorio de Aspiragao Bomba Abaixo do Nivel do Reservatério de Aspiracao - Afogada Altura Util de Elevacaio Leitura Instrumental da Altura Manométrica em Bombas, Principais Elementos de um Sistema de Bombeamento Resumo das Principias Equagdes nos Sistemas de Bombeamento Curva Caracteristica dos Sistemas de Bombeamento Leitura Instrumental da Altura Manométrica em Bombas, Exemplo de Curva Caracteristica de Bomba e Curva Caracteristica do Sistema Exemplos Resolvidos Atividade de Aprendizado Folha Modelo para Dimensionamento de Sistemas de Bombeamento Exemplo de Resultados Perda de Carga em Sistemas de Bombeamento Contetido Perda de Pressio no Escoamento em Tubulagdes Perda de Carga Total Perda de por Tubulagdes Diagrama de Moody Método para Determinar a Perda de Carga Seoundaria, Método do comprimento equivalente Método do coeticiente de perda de carga Perda de Carga nos Sistemas de Bombeamento Resumo das Principias Equacées nos Sistemas de Bombeamento \Velocidades Tipicas nos Sistemas de Bombeamento Exemplos Resolvidos de Sistemas de Bombeamento. Dimensionamento de Sistema de Bombeamento 19 9 2 viii Sumario Cap. 8 tem at ett B12 82 83 a4 844 842 85 Conceltos de Cavitacdo Conteudo Introdugéo Determinagaio do NPSH (Net Positive Suction Head) Disponivel Caso Geral de (NPSH) Disponivel Casos Especificos de Sistemas para Determinar o NPSH Disponivel Altura Positiva Liquida de Sucgo (NPSH) Requerida pela Bomba Limite da Altura Estatica de Aspiracao Determinagao do Fator de Cavitagao ou Fator de Thoma Velocidade Especifica de Aspiragao Margem pratica de seguranga Exemplos de Cavitagao worse’ 10 "1 12 B ix Capitulo 4: Itrodupgo as Maquinas de Fiuxo Capitulo 1 Introducao as Maquinas de Fluxo Jorge A. Vilar AB 1 Sistemas Fluidomecdnioos Introdugao as Maquinas de Fluxo SUMARIO INTRODUGAO... 1. MAQUINAS DE FLUXO.... MAquINAs MoTazes. MAQUINAS GERATRIZES OU OPERATAIZES. \VENTILADORES E COMPRESSORES.. ‘TURBINAS: sca 1 pt 2 —Turbinas de Reagao (Francis, Kaplan) 00 3 Turbinas Segundo a Diregao do Escoamento 4 Turbinas a Vapor e Turoinas a Gas... BOMBAS HIDRAULICAS...... BouBAS VOLUMETRIOAS : 8.1 Bombas de Deslocamento Positivo.. 2 Bombas Rotaivas i... : 1.7 “TunBosonas, 1 72 Bombas Centrifugas Bombas Axiais. 12 PUCRS Capitulo 1: irodupdo as Maquinas de Fluxo Introducao Na indtistria existe uma série de sistemas e equipamentos que utilizam maquinas para movimentagao € transporte de fluidos. Todos estes processos estio relacionados com a energia € seus processos de transformagao. A energia contida nos fluidos em movimento pode ser utilizada para acionamento de méquinas de fluxo denominadas turbinas. A energia elétrica gerada pelas turbinas pode ser utilizada para acionamento de motores elétricos, os quais podem acionar bombas, ventiladores, compressores para movimentagao e transporte de fluidos com diferentes finalidades, segundo 0 processo industrial em que esteja inserido. As turbinas hidrdulicas recebem energia do fluido (gua) que transformada em energia mecanica possibilita. sta transformacao final em energia elétrica, As turbinas edlicas recebem energia dos ventos que pode ser transformada em energia mecdinica. As furbinas a vapor sio méiquinas movimentadas pela elevada energia cinética de vapores em processos de expansio as quais possibilitam 0 acionamento de geradores elétricos, bombas, compressores, ventiladores. As hombas e ventiladores so miquinas que recebem trabalho mecinico através de motores e possibilitam transportar Iiquidos (bombas) e gases (ventiladores) vencendo desniveis energéticos. Os compressores so utilizados em processo frigorificos ou em instalagdes com gases ou ar comprimido para acionamento de méquinas € ferramentas pneuméticas. Trabalham com gases com pressies superiores as utilizadas em ventiladores, levando em consideragio as mudangas significativas da variagdio da massa especitica pelas mudangas de temperatura e pressio. Um curso de sistemas fluidomecinicos possibilita 0 estudo das equagdes que governam 0 movimento das turbomdquinas como turbinas, bombas, ventiladores e compressores. A equagio do momento da quantidade de movimento permite determinar a energia obtida ou recebida pelas méiquinas; 0 estudo das leis de semelhanga permitem avaliar 0 funcionamento das turbomaquinas em diferentes condigdes de operagio. O estudo da dissipagio de energia no escoamento nas maquinas de fluxo leva o aluno a reconhecer as diferentes perdas hidréulicas, volumétricas, mecfnicas que devem ser levadas em conta para se ter uma nogio da eficiéncia de tais miquinas. Com toda esta informagao o aluno estaré capacitado pata selecionar o tipo de méquina mais apropriada em diferentes processos industriais, assim como avaliar a poténcia requerida de tais maquinas ¢ realizar uma_interpretacao grafica das curvas caracteristicas verificando o ponto de operagio entre as miquinas de fluxo e os sistemas onde estao inseridas, presente capitulo apresenta uma revisdo das principais méquinas de fluxo, e pela complexidade do assunto e pela extensio do tema apresenta basicamente uma classificagio geral, os principios de funcionamento ¢ as aplicagdes deste tipo de mdquinas. Para aprofundar o tema especifico de alguma familia ou tipo de maquina de fluxo o leitor deverd pesquisar a bibliografia consultada ou bibliografia mais especializada. Jorge A. Vilar AB 43 Sistemas Fluidomecdnioos ‘Maquinas de Fluxo As maquinas de fluxo sio utilizadas para adicionar ou retirar energia de wm fluido, Podem ser dindmicas (turbomiquinas) ou volumétricas. Nas dinimicas 0 aumento da pressio do fluido é continua, Nas volumétricas 0 aumento da pressio se produz reduzindo o volume do. fluido confinado hermeticamente na cfimara de compressio, As méquinas volumétricas podem ser alternativas com descarga intermitente do fluido, ou rotativas com descarga continua do fuido. J4 as méquinas dinamicas podem ser classificadas segundo a trajet6ria percorrida pelo fluido ao passar pelo rotor como radial, axial ou mista, Na Fig. 1.1 apresenta-se uma classificagio de méquinas de fuxo. ‘Maquinas de Fluxo oo Vouumeticas Frubaraauinas| — _——— Pitto Paanso | [ Ganmiagas ] [ Conurugas | | Piaauiose Diatagma | | aot ‘sale ‘iis Vapor ‘sig tas Msias ‘ces Engoragone Eolas Figura 1.1 Esquema dos tipos de méquinas de fluxo As turbomaguinas direcionam 0 escoamento através de laminas, aletas ou pas soliddrias ao rotor. © Numa turbomsiquina o fluido nunca permanece confinado no interior da maquina, esta sempre circulando. ‘* Numa maquina volumétrica 0 fluido permanece periodicamente confinado no interior da maquina. © Todas as interagées de trabalho entre fluido-rotor de uma turbomquina resultam dos efeitos dinamicos do rotor sobre a corrente de fluido. ‘* As turbomiquinas podem ser mdquinas motrizes (ex: turbinas) ou geratrizes (ex: bombas) As turbomaquinas apresentam. os seguintes componentes basicos. © Boca de entrada (Bombas: boca de aspiragdo ou de stucgdo) Rotor Impulso ou Impelidor Fileira de pis Corpo, voluta ou coletor em caracol Boca de safda (Bombas: boca de recalque ou de descarga) aminas, ‘labes soli . fas a0 rotor Tabela 1.1 Maguinas de Flux Designagao Fluide de trabalho Turhina hidrdulica e bomba centrifuga Tiquide Ventilador, tzhocompressor (neuiro) Turbina a vapor, turbocompressorffigorifico Vapor (agua, ftcon, et) Turina a gis, motor de reagao. Gas de combustio ‘Tabela 1.2, Maquinas de Deslocamento Designagio| Fluido de trabalho Bombas (alterativa, engrenagens, parafuso) ido ‘Compressor (alternativo, rotative) Gis (neato ‘Compressor (altenativo, rotative) ‘Vapor (Freon, a Motor alternative de pistio Gis de combust 14 PUCRS Capitulo 1: irodupdo as Maquinas de Fluxo 1.1, Maquinas Motrizes Transformam a energia recebida por um fluido em energia posterior, como por exemplo, na geragdo de energia elétrica. mecanica para um aproveitamento ‘Tabela 1.3 Quadro resumo dos tipos de maquinas motrizes ‘© A onergia potencial se obtém por um desnivel | « ‘natural ou por embalse Usilizadas para gerar energia elétvica. ‘Maquinas Motrizes | Caracteristica Exemplos Turbinas hidraulicas [+ Transiormam a cnergia hidrdulica em © Torbinas Francis, Propeller, trabalho mecinico. Kaplan, Dériaz Rodas hidedulicas ou todas de gua. (c6lica) em trabalho mecinico. ‘+ _Utilizadas para gerar energia elétrica Turbinasa vapor | Transformam a energia recebida por um Turbinas a vapor, vapor em trabalho mecinico, Turbinas a gis ‘© Utilizadas para gerar energia elétrica, Maquinas a vapor de descolamente positive, ‘Turbinas eélicas [+ ‘Transforma a energia cinética dos ventos Turbinas eélicas Turbinas Darreius ‘Turbinas Savonius, 12 Méquinas Geratrizes ou Operatrizes Tabela 1.4 Quadro resumo dos tipos de maquinas operatrizes Recebem trabalho mecanico, fomecido por uma méquina motriz (motor elétrico, diesel) ¢ 0 iransformam em energia de pressao. ‘Maquinas Operatrizes Caracteristica Classificacio ‘Bombas Hidriulicas © Bombas sso maquinas utilizadas para transporte de liquidos vencendo a resisténcias de tubulacdes Turbobombas © Centrifugas © Helicocentrifugas © Axiais Bombas de deslocamento positive 2 Alls presses © Alternatives + Rotativos Fluide incompressivel com gases a bahvas presses Geralmente o fluido utilizado € at Transportam o gas por tubulagdes vencendo as resisténcias de dutos ¢ clementos da instalagao. ‘© Utilizados em sistemas de exaustio ou em sistemas diluidores, Para compressdes superiores a 2,5 atm se utilizam ‘05 turbocompressores, Turboventiladores © Centrifuges © Helicocentettugos © Axiais ‘Compressores * Trabalha com gases compressivels a alas presses ¢ temperaturas, © Blevam a pressio do uma is desde 1,0 atm até hares de atmosteras Turbocompressores © Centrifugos © Helicocentettugos © Axiais ‘© Compressores de deslocamento positive © Alternatives © Rotativos Jorge A. Vilar AB 15 Sistemas Fluidomecdnioos ‘Tabela 1.5 Comparacio entre méquinas de Fluxo e de Deslocamento, Maquinas de fluxo Maquinas de deslocamento = Alta rotagio Baixas © médias rotagdes ‘= PotGncia especifica elevada (pot€neia/peso) Poléncia especifica miédia pY baina (potncia/peso) Ni hi dispositivos com movimento alternative Virias itm dispositivos com movimento alternative © Médias © baixas pressbes de trabalho Altas € muito altas presses de trabalho > Nio operam eficientemonie com Muidos de viscosidade elevada “Adequadhs para operar com Muidos de viscosidade elevada © Vazio continua ‘Na maior parte dos casos vazio intermitente © Bhergia cingtica surge no proceso de transformagio de energia ica nao tem papel transformagio de energi«a ignificative no processo de © _ Nainalorin dos casos, projeto hidrodiaimico © ccaracteristicas construtivas mais complexas que as mviquinas de deslocamento. ‘Na inaiorin dos casos, projeto Bidrodindmico © ccaracteristicas construtivas mais simples que as miquinas de fluxo, 13 Ventiladores e Compressores Os ventiladores e compressores so méquinas muito semelhantes jf que trabalham com gases, contudo, os ventiladores sio utilizados para movimentar gases enquanto que os compressores sio utilizados para aumentar a pressio dos gases. Os compressores causam uma variagio signifi tiva da massa especifica do gis. Os ventiladores so utilizados para ventilago residencial ¢ industrial, sistemas de exaustio insuflamento de ar e sistemas de climatizagao, Os compressores so utilizados para aplicagdes de ar comprimido acionando equipamentos a pressio de ar como transporte pneumatico, acionadores de émbolo. Também so utilizados em equipamentos de jato de ar como resfriadores ou aquevedores, jateamento de equipamentos e maquinas de percussie como martelos de ar comprimido, ou também para acionamento de maquinas ferramentas fixas € portéteis como furadeiras, aparafusadeiras. Os compressores € os ventiladores podem ser miq) as dindmicas ou volumétricas. Entre as miquinas dindmicas podem ter rotores centrifugos, axiais ou mistos. Os compressores volumétricos podem ser de émbolo onde o movimento linear do pistio € produzido por um sistema biela-manivela. Também os compressores podem ser rotativos como os de palhetas, I6bulos e de parafuso. Figura 1.2 Ventiladores (a) centrifugo e (b) axial 16 PUCRS Capitulo 4: Itrodupgo as Maquinas de Fiuxo [4 Turhinas As turbinas sio méquinas que extraem energia de uma corrente de fluido. O conjunto de Kiminas integrantes do eixo da turbina é chamado de roda ou rotor. Sio utilizadas para acionar sistemas meciinicos ou para acionat geradores de energia elétrica, Segundo o fluido de trabalho podem ser turbinas hidréulicas {dgua), turbinas eGlicas (ar) ou turbinas a Vapor e a gas. Na Fig. 1.3. mostra-se turbinas e6licas de eixo vertical ¢ de eixo horizontal. O escoamento pode ser compresstvel como no caso das turbinas a vapor e g4s ou incompressivel como no caso das turbinas edlicas e turbinas hidréulicas. Podem ter rotores axiais, centrifugos ou helicocentrifugos. (b) (e) fa) Figura 1.3 Turbina edlicas de eixo vertical (a) e de eixo horizontal (b). 4.44 Turbinas de Impulsao (Turbinas Pelton, Turbinas Turgo) ‘Transformam toda a energia dispontvel do escoumento em energia cinética 2 press almosfériea por meio de um bocal So acionadas por um 0 mais jatos livres de alta velocidade. A velocidade e a pressao se mantém praticamente constante quando atravessam as pas do rotor. A expansio do fluido de alta para baixa pressdo ocorre em bocais extemos ao rotor da turbina, rotor trabalha parcialmente submerso no fluido. As turbinas Pelton (Fig. 1.4) possuem um distribuidor e um receptor. O distribuidor é um bocal que permite guiar o jato de égua, proporcionando um jato cilindrico sobre a pi. © rotor & formado por pis com forma de concha. As turbinas Pelton podem ter um ou vitios jatos. Figura 1.4 Turbina hidréulica Pelton Jorge A. Vilar AB 41 Sistemas Fluidomecdnioos 1.42 Turbinas de Reagdo (Francis, Kaplan,) ‘+ Nas turbinas de reagiio parte da expansio do fluido ocorre externamente e parte na superficie das pas. ‘A aceleragio extema & imposta e o fluido € conduzido para o rotor na dirego adequada através de um conjunto de ps estaciondrias chamadas aletas guias do disiribuidor. * A.combinacao do conjunto de pas fixas do distribuidor e das méveis do rotor é chamado de um estégia da turbina © Os rotores trabalham totalmente submersos no fluide produzindo maior poténeia para um dado volume do que as turbinas de impulsdo. ‘+ As turbinas hidréulicas axiais ou de hélice so apropriadas para baixas quedas (da ordem de 30m) € ‘grandes descargas. O receptor tem forma de hélice de propulsao com pis perfiladas aerodinamicamente, As turbinas Kaplan (Fig.1.5) so semelhantes as turbinas de helice que apresentam a possi variar 0 passo das pais de acordo com a descarga, permitindo maiores rendimentos. Figura 1.5 Turbina hidréuliea Kaplan + Nas turbinas Francis (Fig. 1.6) 0 receptor fica internamente ao distribuidor. Seu rotor ¢ tipo radial de fluxo misto. Possuem um difusor ou tubo de aspiragdo. As turbinas Francis possuem um distribuidor constituido por um conjunto de pis méveis em volta do receptor, orientadas por sistema de controle permitindo mudar © Angulo para diferentes descargas para minimizar as perdas. Podem trabalhar com alturas de Sm a 500m. Figura 1.6 Turbina hidréulica Francis 1.43 Turbinas Segundo a Diregio do Escoamento As turbinas podem ser também classificadas segundo a diregao do escoamento através do rotor: Turbinas radial (Centeifugas) Turbinas axiais (Hélice, Kaplan, Straflo, tubular, bulbo), Turbinas tangenciais Pelton, Michell, Banki) Turbinas com escoamento misto ou diagonal (Prancis, Deriaz) 1s PUCRS

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