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COMO CONSTRUIR Ceramica estrutural Carlos André Fois Lanna Engenbeiro civil, gerente técnico da Cerdmica Selecta Introdugdo Sima ea 2 Sao reconhecidas hoje no meio técnico as vantagens da alvenaria estrutural, tecnologia utilizada ha cerca de 20 anos no pais. A racionalizagio, eliminacio de etapas do sistema convencional € ‘grande velocidade de execucio constituem fatores inegiveis de economia que mio podem ser desprezados. Dentre os materiais dlisponiveis no mercado, os blocos cerimicos para alvenaria estruti- ral tém demonstrado étimo desempenho na construgao dos mais, variados tipos de obras, aliando alta produtividade de execucao, ‘custos compativeis e bom desempenho termo-actistico. Neste artigo, abordaremos de forma objetiva os principais procedimentos utiliza- dosna execugao de obrasem alvenaria estrutural de blacos ceramicos, mas sem pretender esgotar 0 assunto, cuja tecnologia esti em constant aprimoramento, 1. Recebimento =n ‘Omanuseio e transporte dos blocos deverio ser executados de forma racionalizada, por meio de carrinhos ou equipamentos apropriados, aumentando 4 eficiéncia da mio-de-obra ¢ evitando quebras do material Descarga por grua Transporte por carrinho apropriado 2. Argamassa de assentamento e graute iinet 2.1. Argamassa de assentamento ‘A argamassa de assentamento desempenha diversas fungOes na alvenaria estrutural, entre as quais destacam-se: - Solidarizagao dos blocos; b- Absoreao dos esforcos originados pela movimentacao da cesirutura; c- Distribuir uniformemente os esforcos nas paredes, impedindo a transmissi0 de cargas concentradas originadas pelas ee 1086 1085 Notas: 1- Paredes de veacdo 2- Casas térens de os moderados (3m am) 3-Sobraudos de vdas moderados 4 Prios de 4 pavimentos de rdos moderados variagoes dimensionais dos blocos; d- Acomodar as armaduras horizontais. Veja no quadro acima os tracos usuais de argamassa. Observe que os valores fornecidos sto indlicativos e nao substituem 1s ensaios e recomendacdes do projeto, 2.2. Conereto graute (© graute ¢ um microconcreto que serve para preencher as cavidades dos blocos, onde sto acomodadas as armaduras verticais © as amarragoes das paredes através de grampos, Serve também para suprir as deficiencias locais da argamassa cle assentamento ou dos blocos. Também neste caso os valores constantes da tabela abaixo io indicativos e nao substituem 0s ensaios e recomendacb projeto. 1:010:204:272 hha ‘Nota: E recomendavel usar f, = 2, 150.10: 1.82: 1.98 3. Armaduras Sennen ES ‘As armaduras devem atender 4 norma NBR 7480 - “Barras e fios de aco destinados a armadura para concreto armado - Especificacao 4, Assentamento a A colocagio da argamass: ‘maneiras, segundo observa nos blocos pode ser feita de duas 20 do projetist FICHA TECHNE 27 COMO CONSTRUIR, 'A--Somente nas pares iengiuinale do boco Ferramentas utilizadas: erage Nos extremos das paredes podem ser assentadas vitias fladas para faciltar a colocagao das linhas, Os blocos dos cantos deverio ser assentados com 0 auxilio do escantilhao, prumo ¢ nivel Tratando-se de alvenaria aparente, recomenda-se que o fisamento seja executado antes do endurecimento total da argamassa de assentamento, Tipos usuais de juntas: sunt Junta frisada om -V" vomada (Bi aparente) (81 aparente) A limpeza pode ser efetuada ap6s ofrisamento uilizando-se pano ou esponja seca, evitando-se com isto produzir manchas (esbranquigamentos) sobre os blocos. Permanecendo restos de argamassa endurecida que venham a formar crostas sobre a alvena ria, recomenda-se a utilizacio de escova de aco com cendas finas, ymaduras e graute : - utilizagio de enrijecedores Yertcais (Pontos de graute), a colocagio das armaduras deve ser precedida da limpeza das rebarbas deargamassa dos furose abertura das espias na base das paredes, para controle da chegada lo graute até 0 fundo do furo. 1B Nas parodies onaucinatoansversis loco to © langamento do graute, efetuado apés a limpeza do furo, deve ser Feito no minimo apés 24 horas do assentamento dos blocos. 4 altura mmxima de langamento € de 3 m. Recomenda-se, no entanto, langamento de alturas m0 superiores a 1,40 m com graute auto- adensivel, 6. Amarracdo das paredes === Pode ser de tréstipos: direta, com fertos em formato *L” e com ferros ‘em gancho, 6.1. Amarracao direta Executada através do entrelacamento dos blocos, este tipo de amarraci0 6 € possivel em blocos cuja espessura tenha o valor da ‘metade do comprimento utilizado na modulaczo. Exemplos: blocos dda linha 15 x 20x 30, linha 20 x 20 x 40 ou 12.5 x 16 x 25. Nasalvenarias com ferragem vertical, este tipo dle amarrago propor- ciona economia de graute, ferragem vertical ¢ grampos, FICHA Ceramica estrutural 6.2. Amarragao com ferros em “L’ Aamarragao com fermas "L€ usida quando o bloce a ser utiizado iio permite amarracao diteta. Os ferros utlizados si0 do tipo CASO ccujo diameto devera ser menor ou igual A metade das espessuras dajunta de argamassa;essa amartacio deverd se eitaaltemadamente cada duas fiadas, entre as juntas. ‘rea de encosta da parede de igaca do ser Chapiscada 8. Cintas de amarracao (apoio de lajes) Laje sem embutimento na canaleta "J" a ssc Sonia p80 > s0—m » fon em 190m 190m a canal norma (cinta) case Bove sree Laje embutida na canaleta "J" al vel a amaracao = loco carimico| direta. Os ferros deverao ser colocados a das, introdus —U>s0e| | Conia piso ides nos furos dos hlocos das pareds a serem amarradas e, neste pon Caso, estes furos dleverao ser preenchidos com gi een aes 90m - cinta -canaeta “ato Nos casos de lajes préfabricadas ou lajes painel, recomencla-s enrijecer as canaletas com concreto até a altura das-mest sgaranti fou arranques, solidarizagio com a parte superior através de esiribo: 7. Vergas # contravergas l= = z - Nas aberturas de pons sto colocadas vergas, e nas janelas, vergas : {Contravergs eccomend-se spo lateral maior ou igual a 40 e). eee TECHNE 27 COMO CONSTRUIR “Shaft” para ‘embutimento ‘de tubulagdes do mater diametro 10. Fixagbes de paratusos i A sustentagao de diferentes esforgos pontuais de tracio aplicados & alvenaria pode ser resolvida pela fixacao de parafusos Fixagées leves Mt Fixag6os posadas 11, duntas de dilstagho EERE Devem ser continuas e verticais para possibiliar mavimentos relati- -v0s, propiciando completa separagio entre dois blocos. Devem ser previstas onde se conhece a mixima variagio de temperatura ou a ‘maxima expansio devido 3 umidade, ssergantee ceca {As lunias devem ser ‘sdequadaments Impermeabiizadas 12, Revestimentos. Sennen smite A absorcio superficial dos blocos cerimicos resulta em 6tima aderéncia aos mais diversos tipos de revestimentos existentes no ‘mercado, além da possibilidade de deixar a alvenaria aparente, com simples tratamento superficial. Dentre algumas opgdes de revesti- menos, destacam-se: 13. Normas técnicas 22sERDESIEZISs aera RRA A.ABNT dispoe das seguintes normas sobre 0 uso de cerimica em alvenaria NBR 7171/92 - Bloco ceraimico para alvenaria - Especificacio; NBR 7170/83 -Tijolo macigo cerimico para alvenaria -Especificagao; [NBR 8042/83 - Bloco cerimico para alvenaria - Formas e dimensdes. Padronizacao NBR 6461/83 - Bloco cerimico para alvenaria - Verificagio da resist{ncia 4 compressio, Método de Ensaio; NBR 8041/83 - Tijolo macigo cerimico pana alvenatia - Formas € dimensoes, Padronizacao; NBR 8043/83 - Bloco cerimico portante para alvenaria - Determina- fo da dea liquida. Método de ensaio; [NBR 6460/83 - Tijolo macico cerimico para alvenaria - Verificagao da resistencia 8 compressao, Metoda de ensaio, 14. Bibliogratia NS Cerimica, ttu/SP, janeiro de 1988, *Catilogo Técnico"; ‘Cement Association, FUA, 1976 - "Concrete Masonry Handbooks Gage, Michael © Kirdbrige, Tom, Inglaterra, 1976 —"Design in Blockwork”; Macchi, G, Sixth International Brick Masonry Conference, Italy, maio de 1982- "Behaviour of Masonry under Cyclic Actions and. Seismic Design’; M. Tomazevie (Y1IG), Sisth International Brick ‘Masonry Conference, Italy, maio de 1982 ‘Lateral Load Distribution in Masonry Buildings"; Gomes, Nelson dos Santos, 29° Congresso Brasileiro de Cerimica, Criciima/SC,1985 - “Resistencia 4 Compres- sao Simples « a Estabilidade dle Paredes nao-armadas construidas com tijolos ou locos cerimicos’; Gomes, Nelson dos Santos, Dissertagio de mestrado/ Escola’ Politécnica da USP, 270 pgs., fevereiro de 1984 - “A resisténcia das paredes de alvenaria’ FICHA TECHNE 27

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