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Reyista da ABCE ASSOGIAGAOBRAGILEIRA DI) CRIADORESDINCAMARAG) lamar de Pawa Rocha ‘Josemar F- Rodrigues Eduardo Rodrigues Colaboradoree (loude E. Boyd, PRD. Tamar de Pata Rocha ‘Jsemar Rediques Charles F Woodhouse S.Subasnahe Howard M. Johnson Marcio Vaz De JC Heoekare Chistian Grat ‘Nel Gers Mara da Paz C Fernandes Suan Carlos Avala Ennique Bertulo [Nekon Adalow Rodrigo Anions P LFerera Carvalho ‘Sam Caulemans ‘Alexander Vin Halteren "Abidin Nur Per Conta André Macedo Brugger Fichaed E Guting J. “Enon ava lene Maton Luis ride Lacerda Rozane Valente Martins (0s artigos assinados sin de responsabilidade dos autores "Boa Viagem Recife-PE, $1020-220 "Tel Fax: (Oxx81) 3467 5326 ‘wwe: abocam.com br ‘e-mail abceamabceam.com.br AGN Dingramacse: Jallgon Ferreira / jalson fahotmail.com Nota ao Leitor Ao fechar esta edigdo, permanecia a expectativa de ver confirmada oficialmente a anunciada_acdo antidumping contra o camarao importado pelos EUA, ¢ de saber se o Brasil, efetivamente, estara incluido na lista dos paises acusados. Os pescadores americans de camarao prometem entrar com 0 processo no Departamento de Comércio a qualquer momento de dezembro de 2003. Nesta edigao estado tratadas por especialistas as principais conseqiiéncias de uma acao antidumping, com base na revisdo analitica de produtos brasileiros afetados, cuja leitura enriquecera 0s conhecimentos do leitor sobre o tema. ‘A ABCC faz um comunicado sobre a doenga do camaro brasileiro que surgiu aqui no Nordeste, a Necrose Muscular do Camaro, indicando as agoes que esto sendo tomadas e evidenciando que seus efeitos na produgao regional embora minimos, servem de alerta para uma maior conscientizagao sobre 0 uso de boas praticas de manejo e programas de biosseguranca. O comunicado é de interesse de todos. Equipe do LABOMAR, que contou com a participacao do Professor Luiz Drude Lacerda, cientista de prestigio internacional na area de manguezais e ecossistemas costeiros, comprova em trabalho cientifico que a carcinicultura, no caso do Rio Juaguaribe/Ceara, € a atividade que langa a menor quantidade de N e P no meio ambiente. Leia o artigo e recomende-o aos ambientalistas que criticam 0 cultivo do camarao. André Brugger, oceandgrafo, mestre em agiicultura, faz uma breve analise dos prés e contras do cultivo do camarao e questiona o verdadeiro objetivo das ONGs ambientalistas contrarias a0 desenvolvimento da atividade. Marcio Vaz, Ph.D. em Ciéncias Ambientais, dé duas excelentes contribuigses a esta edicéo: comenta a_nova metodologia de zoneamento ecoldgico-econdmico, aplicada ao Maranhao, e olivro o Ambientalista Cético. ‘As cifras e uma breve resenha do mercado mundial de pescado, para 0 leitor interessado em ter uma visdo global do setor, podem ser encontradas na coluna Vocé Sabia? O leitor pode reservar espaco do seu precioso tempo para ler os bons artigos assinados desta edigdio. Sera remunerado com bons dividendos na area de novos conhecimentos. A Equipe Editorial espera que todos e cada um dos que nos Iéem tenham tido um bom Natal e um dia de Ano Novo alegre e com esperangas renovadas. Feliz e Prospero 2004 0 que desejamos a todos os nossos leitores! ne Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 indice Nota ao Leitor. o1 Expediente 01 Edit 04 Mensagem da Diretoria__ === Noticias 07 Vocé Sabia? 26 Noticia Especial — CT Mercado Americano de Frutos do Mar em 2020__30 O Ambientalista Cético 35 Cloranfenicol Revisado 37 Transmissao da NIM em Litopenaeus Vannamei ___ 45. Biosseguranca para Exportar para os EUA ___——sdS0 Camarao com Valor Agregado_ CC © Codex Alimentarius CC Avaliagao de Atractantes em Ragées para Camarao 60 ‘A Polémica Atividade da Carcinicultura ____62 Rastreabilidade de Frutos do Mar 65 Sais Minerais na Agua de Cultivo === Procedimentos Para Avaliagao das Ragoes___ 73 Emissoes de N e P para o Rio Jaguaribe —________76 Zoneamento Costeiro Maranhense —________________84 Estat 91 ‘Agenda de Eventos. 94 Ficha de Inseriggo___ CS 96 jicas do Setor Prego dos Anuncios Revista da ABCC | Ano 5 N. 4 As cifras da industria mundial de pescado impressionam e merecem um editorial. Segundo a FAO, a produgdo média anual de pescado em todo o globo gira em torno de 124,5 milhées de toneladas nos ultimos seis anos. Isso significa que os produtos pesqueiros esto contribuindo com 15% da proteina consumida no mundo. © crescimento das exportagdes de pescado, por sua vez, revela outras cifras que podem ser consideradas extraordinarias: de USS 8 bilhes para 56,3 bilhdes em 25 anos, ou seja, um incremento total de 703% que equivale a 28,5% de taxa média anual. Que outro segmento alimentar do planeta terra mostra cifras tao robustas? Nenhum. Os paises antes denominados subdesenvolvidos ou do terceiro mundo, depois, nagdes em desenvolvimento e agora, emergentes, smo que comemorar com a produgo de pescado. Nos ltimos doze anos, as divisas Iiquidas obtidas por esses paises, ainda de acordo com a FAO, aumentaram de US$ 3,7 bilhdes para US$ 18,0 bilhées. E mais uma cifra que da a dimensao de grandeza da industria mundial do pescado. Fica evidenciado pela analise da FAO que o mercado exportador de pescado se move em muito maior proporcao dos paises emergentes para os industrializados. E, sem duvida, uma alternativa que tem o Brasil para fazer crescer suas exportagées, e o camarao cultivado brasileiro ja esta dando um bom exemplo do que pode ser alcangado com a producao aquatica Paralelamente aos nimeros da FAO, outro marco de referéncia que pode ser usado para mostrar as expectativas grandiosas do setor pesqueiro mundial, em particular da aqiiicultura, esta contido no livro enciclopédico de Lester Brown, A Economia e a Terra, que prevé mudangas significativas no que ele denomina a economia mundial de alimentos, cujo subsetor de maior crescimento na década dos anos 90 foi & aqliicultura e dentro desta, o segmento da piscicultura, especialmente na China. Segundo Brown, este Ultimo segmento, que hoje produz 31 milhées de toneladas anuais, devera triplicar sua produg&o nos proximos 50 anos. A previsdo desse autor que melhor retrata o papel cada vez mais relevante da aqiiicultura, é aquela que admite que a produgdo da piscicultura pode vir a superar a do pescado oceanico, ainda na primeira década doséculoatual. E, para fechar este Editorial, cabe indicar 0 trabalho de Howard Johnson, publicado na revista The Advocate que, ao analisar as projegdes de crescimento da populaco americana e de mudanga de seu perfil por faixa etaria, considerando as modificagdes que ocorrem na dieta com o avango da idade (redugao de came vermelha e maior ingestao de frutos do mar), indica que 0 consumo de pescado nos EUA aumentard em 500 mil toneladas anuais em 2020, passando de 1,31 milhdo de toneladas em 2003 para 1,81 milhéo de toneladas em 2020.Cifras da industria mundial do pescado que, definitivamente, impressionam. Josemar Rodrigues Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 ei Mensagem da Diretoria A carcinicultura marinha brasileira chega a0 final de 2003 com os mesmos problemas que, nos. iiltimos tempos, vém afligindo esse dinamico setor, da economia primaria brasileira: pregos de mercado baixos, inexisténcia de recursos financeiros especiais para custeio da atividade, falta de apoio governamental para regularizacao ambiental do setor e superagao das desigualdades comerciais, e prevaléncia da incompreensao do setor ambientalista e do prdéprio Ministério Publico, que questionam, sem fundamentagao, a importancia da carcinicultura para o desenvolvimento econémico e social de sua area de intervengao. A despeito de todos esses problemas, o setor mostra dinamismo e pujanga com o excelente desempenho de suas exportagdes de Janeiro a Outubro de 2003 - 48.436 toneladas e US$ 189 mithdes que coloca o camaro cultivado em posigao privilegiada néo so no contexto do comércio exterior do pescado brasileiro, contribuindo com 60% das exportacdes, mas, também, no setor primario da Regio Nordeste em cujo caso as divisas derivadas do camarao ja rivalizam com as provenientes da tradicional cana- de-agicare seus derivados. Certamente que esses numeros, por si s6, deveriam ser motivo de comemoragao. Entretanto, se somos realistas, devemos reconhecer a dura batalha que a carcinicultura marinha brasileira tem pela frente em 2004. Os principais desafios sao de tal ordem que exigem muito mais do que o simples, esforgo do produtor individual, por mais eficiente que ele possa ser. Por suas caracteristicas e peculiaridades, os desafios demandam as denominadas agdes coletivas e articuladas do setor, que sao muito mais de tipo institucional, estratégico e logistico do que de tipo técnico. O encaminhamento das solugdes exige coordenagao proativa, motivagao do grupo e determinacao coletiva. Nesse momento, os aspectos que podem retardar 0 desenvolvimento do cultivo do camarao marinho no Brasil, cada um deles requerendo esforcos especiais de atuacao, sao: ‘* Aameaga da inclusao do Brasil na peticaio dos pescadores norte-americanos, que sera apresentada ao Departamento de Comércio e & Comissdo Internacional de Comércio dos Estados Unidos com acusago de praticas de dumping e uso de subsidios. * Areal perspectiva de crescimento da produgao mundial de camarao, dos atuais 4,2 milhdes para 4,5 milhdes de toneladas em 2004, projecao que devera manter os pregos nos baixos niveis atuais, ou mesmo contribuira para tendéncia de queda. * _ Afalta de recursos para o custeio operacional da atividade, de um maior engajamento dos exportadores no programa de valor agregado e de apoio dos Governos Estaduais, especialmente na regularizacio dos licenciamentos ambientais, condigao essencial para o acesso dos produtores a0 financiamento especial * A necessidade de adogao de rigidos controles de qualidade sobre os dois _insumos essenciais do setor (ragao e pés-larvas), sobre a produgao nas fazendas e sobre 0 processamento nas plantas de classificagéo, embalagem e resfriamento do camarao, enfim, em toda a sua cadeia produtiva. * _ O desafio de demonstrar a sociedade, aos governos, ao legislative e ao judiciario o compromisso do nosso setor com desenvolvimento econémico-social em harmonia com o meio ambiente e em respeito ao social. ‘Sem o fortalecimento do modelo institucional que une o setor privado em torno do cultivo do camarao marinho no Brasil e que esta representado pela ABCC, fica dificil encarar e encaminhar a programagao e a implementacéo das agdes de beneficios coletivos que hoje 0 setor exige mais do que nunca. Tenhamos sempre presente que a ABCC 6 a entidade que fortalece 0 encontro de todos os atores envolvidos na cadeia produtiva do setor e que mantém o intercdmbio de informagées entre produtores e a comunicagéo destes com a sociedade e o governo. A estruturagéo e operacionalizacao de estratégias proativas e de conceitos e bases normativas que superem cada um dos desafios setoriais e que garantam a defesa do produto brasileiro, sua competitividade internacional, sua qualidade total e sua regularizagao ambiental, dependem em grande parte da atuagao sistematica e eficiente da ABCC que, como organizagao setorial, necesita manter em alto nivel o constante interc€mbio com a sociedade brasileira, com 0 governo e com a comunidade internacional. Para enfrentarmos os desafios setoriais que se renovam, nao vemos outra saida distinta daquela que nos leva a apoiar, irrestritamente, as agées de fortalecimento da estrutura e funcionamento do modelo institucional que criamos para nos representar. Itamar Rocha Diretor-Presidente Revista da ABCC / Ano 5N. 4 Noticias ABCC ACAO ANTIDUMPING: “O ABUSO EO ARBITRIO’ Aluisio de Lima-Campos, Economista e ‘Assessor Econdmico da Embaixada do Brasil em Washington, DC, e Adriana Vito, Advogada Consultora na Capital dos Estados Unidos, desenvolveram um excelente trabalho analitico denominado “O Abuso e 0 Arbitrio O impacto das Ac6es Antidumping (AD) e Anti-subsidios (AS) nas Exportacdes Brasileiras para os Estados Unidos’, no qual os autores examinam, com critérios cientificos, os efeitos causados no desempenho das exportacées brasileiras quando submetidas a investigagées pelos EUA. Os autores tratam de responder as principais questées que segundo eles sao formuladas pelas empresas ameacadas, como é 0 caso do camaro cultivado brasileiro, isto 6, questionamento sobre o que vai acontecer com © produto exportavel em fungdo de um processo AD e/ou AS. Que acontecera se a empresa sair vencedora? E se perder? Mostra o trabalho que, confirmando as teorias desenvolvidas por Lima- Campos, a simples abertura formal do processo ja leva a uma reagdo negativa do importador americano em relagao ao seu fornecedor, seja cancelando pedidos e/ou substituindo o fornecedor ameagado. Nesse aspecto, os autores mostram que exportadores brasileiros submetidos a agées antidumping, enquanto se moviam os processos, sofreram prejuizos com a redugdo de seus embarques. O simples boato de uma agao AD e/ou AS pode ter impacto negativo nas exportagbes do produto colocado sob suspeicao. A andlise de Lima-Campos e Vito, cuja leitura a Equipe Editorial recomenda aos produtores interessados, faz referéncia a especialistas que indicam a formagao de uma espécie de cartel das, empresas locais americanas, que usam os processos AD/AS para diminuir a oferta de produtos concorrentes e provocar 0 aumento de precos durante a investigagdo. Os autores analisam ainda os denominados efeitos secundarios que ocorrem quando fornecedores nao envolvidos diretamente na acdo, por temor, desistem de exportar. Citam ainda outros especialistas que consideram o antidumping americano como uma forma moderna de protecionismo. A reviséo de 33 casos de produtos brasileiros mostra que a esperanca de defesa deve ser depositada na Comissao Internacional de Comércio (ITC) e nao no Departamento de Comercio (DOC), ja que 16 casos foram vencidos por exportadores brasileiros na ITC contra apenas 1 no DOC. Lembram os autores que no caso da imposigaio de direitos especiais, as empresas investigadas ficam sujeitas a revisées administrativas para atualizago dos resultados originais, as quais podem reduzir ou aumentar as margens de dumping. As investigagdes antidumping ou anti-subsidios, segundo os autores, podem resultar em acordos sobre limitagao de prego ou de quantidade em troca da nao imposigao de direitos AD ou AS, os quais so também revisados anualmente. Os resultados concretos das revisées de produtos brasileiros submetidos a investigagdes dos EUA revelam que: (i) Nos casos de investigagées concluidas sem imposigao de direitos na fase preliminar, ainda assim produtos brasileiros sofreram queda de suas exportagdes (11%), prevaleceu 0 fator certeza por parte do importador,; (ii) Nos casos de investigagdes concluidas sem imposigao de direitos na fase final, ou seja, depois de um ano em, média, houve queda significativa das exportagdes durante esse periodo (66%). Entretanto, nesses dois casos os produtos ameagados recuperaram suas exportagdes a partir do encerramento do processo; ¢ (ii) Nos casos de investigagdes com decisao afirmativa final da ITC, ficou demonstrado que os produtos examinados pelos autores sofreram efeitos nocivos e duradouros em relacao as suas exportagdes, com quedas que aumentaram gradualmente para, finalmente, aproximar-se do zero. Nesses casos, Lima- Campos e Vito demonstram que 0 efeito nocivo tende a perpetuar-se ao longo dos anos, o que sugere que as revisdes administrativas raramente incidem na reducdo das margens de direito inicialmente aplicadas. Nas suas conclusées, escrevem os autores: “Verifica-se prejuizo para as exportagées brasileiras mesmo quando néo ha imposigao de direitos e, quando hd, as perdas podem ser incalculaveis, uma vez que a tendéncia 6 de que os direitos AD e AS permanecam vigentes indefinidamente’. AGAO ANTIDUMPING - LICOES PARA O- EXPORTADOR BRASILEIRO Por ser de especial interesse para a carcinicultura nacional, ameagada que esta de uma aco antidumping movida pelo setor da pesca de camarao dos EUA, transcrevemos a seguir 0 que Lima-Campos e Vito consideram “ligses para © exportador brasileiro”, no trabalho analitico comentado precedentemente: . “Com base no material aqui desenvolvido pode-se dizer que, se um ou ambos processos (AD @ AS) forem iniciados, deve preparar-se para um ano de investigagdes, durante o qual seu produto provavelmente sofreré perdas significativas de exportacao, sendo que a média para os casos brasileiros nos Ultimos 12 anos foi de 59% em relagéo ao ano anterior" ———— —————— Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Noticias ABCC ‘Moticias ABCC * Nocaso muito improvavel de sair vitorioso com uma preliminar negativa de dano, espere que suas exportagdes sofram nos dois meses de nvestigagao e que isso possa anular o erescimento das exportagdes naquele ano, como ecorreu com os casos brasileiros analisados. * Se a deciséo final for negativa, sem, portanto, imposicao de direitos, suas exportagdes everdo recuperar-se no ano seguinte. Caso contrario, suas exportagdes gradualmente se reduzirao , podendo chegar ao extremo de serem completamente afastadas do mercado norte- americano, dependendo da magnitude do direito que venha a ser imposto. Isso esta acontecendo com 13 dos 21 produtos que examinamos ou 62% das agées. * De maneira geral e principalmente se seus recursos para financiamento de sua defesa forem escassos, deve considerar defender-se apenas na investigagéo de dano. Na ITC, visto que a probabilidade de vencer no DOC é, como vimos, praticamente, nula. . Teoricamente, as revisdes anuais e qliingiienais dos direitos deveriam ser encaradas como oportunidades para reduzir ou mesmo revogar os direitos, mas, na pratica, como evidenciado, tendem a perpetué-los. 0 is sopra miu Ue TONEDUFEE [el pamer ies vives Com isolamento térmico de grande eficiér a0 transporte de longas distancias, adequadas eo lima) brasileiro, com a caixa interna projetada paralima, descarga facil @ total das P's garantindo o minimolday perda, menos mao de obra, menor tempo de descar- ga, estresse menor com maior sobrevivéncia. 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Nao vale buscar a resposta no final desta noticia antes de ler o editorial e com ele deleitar-se. “A guerra sérdida do bagre de canal (catfish) com o Vietnam, Induziu os pescadores americanos de camarao a se engajarem num processo enganoso de dano comercial PL fone (ee) 3225012 We ‘Sonate 21eaeoe Se STBES: (il econo Catone Bemauer Aquacuftra Lida - fod. 62.470, Km 89 - Fone (47) $84-0089 - Fac 334-0090 - beaquaGlbemquacemity -Amendu - SC - Bos Revista da ABCC / Ano 5N. 4 icias ABCC Usando alegagées esptirias de praticas injustas de mercado, os criadores americanos de bagre de canal foram capazes de lograr que o governo federal impusesse tarifas de até 64% ao bagre de canal vietnamita. Um grupo de pescadores de camarao, de oito estados do Sul, esté neste momento preparando uma peticao solicitando similar taxa sobre 0 camarao importado. Os americanos créem no jogo de livre comércio até que eles comecem a perder. Entao passam a acusaro outro lado da trapaga. Esta é a mensagem que esses casos de dumping sem fundamento enviam para o resto do mundo. E compreensivel que pessoas procurem protecao quando seus meios de vida séo afetados adversamente pelo comércio. Entretanto, como uma nac&o que se beneficia de comércio cada mais livre, os Estados Unidos néo podem se dar ao luxo de continuar encorajando esses casos. Eles so hostis aos fazendeiros e trabalhadores de baixa renda em todo 0 mundo, que descobrem que a superpoténcia mundial ndo acredita de verdade naquilo que prega. As leis comerciais permitem que industrias domésticas procurem protecéo para evitar a pratica do “dumping” nas importagdes dos Estados Unidos, quer seja com pregos abaixo de seus custos de produgao ou abaixo de seus pregosde venda nos paises de origem. O dumping verdadeiro ou real nao deve ser tolerado. Entretanto, ocorre que essas peti¢ées sao julgadas por funcionérios do Departamento de Comércio que tendem a ser altamente solicitos aos “lobbies” domésticos, O Vietnam 6 um alvo tentador para tais casos. E também o segundo maior exportador de camarao para os Estados Unidos. Em vista de que o Vietnam nao é considerado uma economia de mercado, 0 Departamento pode livremente ignorar os verdadeiros custos de produgéo e determinar o que eles teoricamente deveriam ser, tomando 0 processo ainda mais facil para estabelecer que as importagées estéo contaminadas pelo ‘dumping’. A boa noticia para o Vietnam e para os consumidores americanos é que, neste caso, em contraste com 0 que ocorreu na guerra do bagre de canal, existem poderosos aliados. A Alianga dos Produtores de Camarado do Sul tera que enfrentar legalmente outros grandes exportadores, como 0 Brasil a Tailndia. As sofisticadas fazendas de camarao desses paises podem colocar seus produtos no mercado a um custo menor do que 0 dos pescadores americanos, e desde que o Brasil ¢ a Tailandia so considerados economias de mercado, o Departamento de Comercio néo pode meter-se em embustes contabeis para evitar a realidade. As vendas de camardo pelos pescadores americanos tém permanecido estaveis por algum & -. ““Camarao Compre produtos quimicos de uma distribuidora que atua no mercado ha 50 anos! Metassilicato de Sédio_| ‘Hypocal’ Uréia Técnica Perdxido de Hidrogénio LIGUE | Sio Palo (11) 46136300 | pit Sato (2) 1317.0078 1 ode janeiro (21) 254.3245) ‘ahi {8500 | Pernambuco (81) 12674700 (Ceard (851 276.9222 | Mine Gera (1) 18186600 Atendemos em todo Brasil! Www. coremal.com. br @Izarp Revista da ABCC / Ano SN. 4 a tempo, enquanto as importagées crescem aceleradamente, participando com mais de 80% do mercado. A queda consistente dos niveis de reco vem permitindo que 0 camaréo, outrora um alimento caro, possa competir com o atum como o fruto do mar mais popular nos Estados Unidos. Se um processo 6 iniciado, os importadores americanos de pescado estaréo o lado dos estrangeiros acusados, em apoio aos consumidores, argumentando que este nao 6 um caso de “dumping”, mas um exemplo do que esté nos livros sobre a teoria da vantagem competitiva. O governo deve dar toda a aten¢ao a este argumento para evitar ulterior eroséo da reputacao da América como pais praticante do comércio justo. Por sua parte, os pescadores de camaréo americanos devem repensar sua decisdo para avaliar o que realmente vale um caso sem razéo de ser. Eles fariam melhor se concentrassem seus esfor¢os na melhoria de sua competitividade, ou fizessem “lobby” por alguma ajuda transitéria para os pescadores cujos meios de vida estéo ameacados”. Pois bem, leitor, se vocé pensou que um ferrenho nacionalista brasileiro foi responsavel pelo que acaba de ler, fique sabendo que este é 0 editorial, traduzido, do famoso New York Times, 0 jornal de maior circulacéo dos Estados Unidos, publicado em 06 de Outubro de 2003 VIETNAM BUSCA PARCERIA COM VIZINHOS PARA DEFENDER SEU CAMARAO © Vietnam, depois de perder a batalha antidumping do bagre de canal (catfish) para os Estados Unidos (Ver noticia acima), prepara-se melhor e busca parceria coma india e Bangladesh para fortalecer a defesa de seu camaro, também ameagado de acao antidumping pelos EUA. A ‘Associagao dos Exportadores e Processadores de Pescado Vietnamita (VESPA), criou um Conselho de Defesa do Camarao, cujos membros estao visitando os dois paises mencionados para discutir a estratégia financeira e operacional de defesa comum. Os vietnamitas pretendem também explorar a participagao da China nesse esforgo conjunto. O Vietnam conta com 150 exportadores e processadores de pescado, os quais em 2002 exportaram camarao para os Estados Unidos, em grande parte com valor agregado, no valor de US#446,0 milhoes. PESCADORES DE CAMARAO DOS EUA QUEREM MAIS AJUDA FEDERAL ‘Agora que estéo organizados em uma associagao, a SSA, os pescadores de camarao do Sul dos Estados Unidos pressionam o governo federal por mais recursos emergenciais para alivio da crise que afeta toda a industria regional. Desta vez tém a pretenséo de conseguir US$ 50,0 milhdes que, se concedidos, seriam somados aos USS 35,0 milhdes 4 liberados pelo governo. A noticia circulada pela FIS Latino indica que os primeiros cheques da ajuda federal ja esto chegando as maos dos pescadores. Por outro lado, senadores da regiéo esto apresentando propostas para que o governo federal intervenha no mercado doméstico atribuindo um prego especial e comprando o camarao do Golfo do Mexico, para ser usado nos programas de lanche das escolas e das forcas armadas. © MEXICO BUSCA VIA DIPLOMATICA PARA SEU CAMARAO AMEAGADO Representantes da Comissao Nacional de ‘Aqiiicultura e Pesca (CONAPESCA) do México viajaram a Washington, DC, para manter negociacdes com o governo dos Estados Unidos num esforgo de prevenir a aplicagao de taxas antidumping contra seu camaraéo, segundo Patricia Didcono da agéncia FIS Latino. A acusa¢ao contra o México inclui basicamente o uso de subsidios na operagéo dos barcos pesqueiros nacionais que retiram 0 camarao do Golfo do México, ou seja, a mesma area marinha onde navegam os barcos norte-americanos. Noventa por cento do camaréo mexicano é exportado para os Estados Unidos, 0 que justifica 26 anos dle experiencia em INCENTIVOS FISCAIS) Reduza até 75% do imposto de renda de sua empresa. Consulte-nos ! Temos varios clientes do setor de carcinicultura. ‘Trabalhamos exclusivamente com contrato de risco ‘Av. Gal. Mac Arthur, 418, sala 93 — Unicenter Empresarial, Recife ~ PE Fone: (81) 3471-2200 _Fax: Home-Page:access.ecn.br E-mail: Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Noticias ABCC Woticias ABCC 2 preocupagao do governo e do setor privado. Lembremos que 0 México forma parte da NAFTA, acordo de integracdo comercial com os Estados Unidos e o Canada, podendo, por esta razao, ter ‘éxito na sua estratégia inicial de defesa. AGAO ANTIDUMPING: NUMERO REDUZIDO DE PAISES Varias agéncias informativas circularam abundantes noticias nos uiltimos dias de novembro que do conta de pronunciamentos formais da Alianca dos Pescadores de Camarao do Sul, a SSA, dos EUA, indicando que o numero de paises originalmente incluidos na lista da agao antidumping, seré reduzido aos que realmente, na opiniéo dos pescadores americanos, estao competindo injustamente com o produto nacional e causando sérios problemas financeiros & industria nacional. As informagées indica que se bem o numero de paises pode ser reduzido, para concentrar-se nos verdadeiros “predadores” do mercado americano, os tipos de camarao por tamanho e por apresentagao seriam ampliados. ‘Como ficara a lista final? O Brasil sera excluido? Esto mantidos em segredo absoluto os nomes dos paises que seriam acusados, 0 que significa dizer que se desconhece os que seriam eliminados da lista original que inclui: China, Tailandia, Vietnam, Indonésia, India, Bangladesh, México, Equador, Brasil, Honduras e Venezuela, paises que em conjunto abastecem mais de 90% das importagdes de camarao dos EUA. Somente quando da entrega formal da agao ao Departamento de Comércio, seréio conhecidos os. paises formalmente acusados. A aco antidumping movida pelo Estados Unidos, segundo sua prépria lei que € questionada nas negociacées da ALCA, cria tantos problemas para o setor exportador acusado, que mesmo sem ‘a apresentacao oficial do processo, é importante que seja antecipada a contratacéo de advogados especialistas para a definigao prévia das estratégias de defesa. CALCARIO DOLOMITICO Favorece a preparagdo e recuperago do sola dos viveiros. CAL VIRGEM Favorece a decomposicdo da matéria orgnica ereduz ‘sua quantidade no solo de fundo do vivir, re Et tae dated Dois bons motivos para investir na sua criagao: ons SALMAO CHILENO LIVRE DA AGAO ‘ANTIDUMPING Noticias do Chile dizem que o Departamento do Comércio norte-americano (DOC) deu por concluida a investigacdo de dumping contra a industria chilena do salmao, iniciada em junho de1997, ou seja, um pouco mais de seis anos. Os produtores de salmao do Estado de Maine conseguiram a abertura do processo pelo DOC argumentando que o produto chileno recebia subsidios governamentais. Ainda que os estudos realizados pelo DOC demonstraram a inexisténcia de subsidios, 0 Governo Federal resolveu aplicar um taxa de 4,57% sujeita a revisées anuais durante cinco anos. Concluida a terceira reviséo em fevereiro de 2003, 0 DOC levantou a medida punitiva para quatro empresas que se somaram a outra que jé havia sido beneficiada anteriormente. Segundo o comunicado emitido, a industria chilena do salmao, que estima haver gastado USS, 20,0 milhdes em todo o processo, fica completamente liberada da acusagao de praticar dumping na venda de salmao para os EUAe passa a entrar no mercado americano com taxa alfandegaria igual a zero. Um exemplo do que poderia ocorrer, caso 0 camarao cultivado brasileiro seja incluido na lista dos paises produtores que serao acusados da pratica de dumping nas vendas para os EUA. CASO DO AGO: OMC DIZ QUE EUA VIOLARAM NORMAS - EUA RECUAM Noticias que circularam com destaque em varias fontes revelam que a Organizagao Mundial do Comércio (OMC) confirmou que os EUA violaram as regras internacionais ao impor tarifas, adicionais de até 30% sobre 0 prego do ago importado, em margo de 2002. Varios paises afetados, inclusive o Brasil, viram confirmadas suas posigdes de que as salvaguardas norte-americanas impostas sobre o aco violaram as regras da organizagao mundial. Desta vez, a agéncia Wave News Network destaca que a Comissdo Européia read (81) 3221.5788 Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Noticias ABCC ‘Meticias ABCC secomendou a imposigao de taxas especiais a “mailista de produtos provenientes dos E.U.A, que ‘clu frutos do mar, caso este pais ndo acatasse a decisdo da Organizagao Mundial do Comércio. A recomendagao, se aprovada pelo Conselho Europeu, como é de se esperar, significaria um aumento consideravel no prego dos produtos americanos, representando uma forte retaliagao a Europa contra os Estados Unidos. Noticias que circularam ao fechar esta Edigao informam que os EUA recuaram e decidiram suspender as tarifas especiais aplicadas ao aco importado, dando, em todo caso, uma contribuigao para o livre comércio entre as nagdes. Este é outro exemplo do que pode ocorrer com o camarao brasileiro, ameagado que esta de acdo antidumping pelos EUA. PRESSAO PARA RETARDAR PLANO DE RECUPERAGAO DO CAMARAO DOS EUA Os préprios pescadores norte-americanos, que movem aco antidumping contra o camarao importados pelos EVA, estao tratando de retardar © antincio de um plano para recuperar a industria regional da pesca no Golfo do México, cuja situagao financeira 6 insustentavel. Consideram eles, certamente assessorados por seus advogados da agdo antidumping, que o langamento do plano poderia prejudicar a ago que neste momento recebe os retoques finais para ser submetida formalmente ao Departamento de Comércio. A agéncia The Wave News Network informa que o plano de recuperagao ja esta formatado e que apesar de ser seu principal autor um economista do Servigo Nacional da Pesca Marinha, nao se trata ainda de uma proposta governamental para reestruturar a pesca do camara. Tal plano, segundo comentarios da agéncia de noticias, esta focado nos principais aspectos do que a industria pode fazer para reduzir custos ou subir prego ou ambas as coisas. E bem provavel que um plano para salvar a industria da pesca do camaréo, em vigéncia, poderia ser usado como evidéncla de que os problemas que incidem sobre a industria nada tem a ver com dumping. Dai 0 posicionamento de retardaro seu langamento. OUTRA INICIATIVA DE CARCINICULTURA MARINHA COMERCIAL NOS EUA Desta vez a noticia vem do Alabama, onde um numero reduzido de criadores esta partindo para o cultivo comercial do vannamei a 150 milhas do Golfo do México, usando agua salgada subterranea bombeada. Ja sao em total seis fazendas que estariam, segunda a noticia da ‘Associated Press, com bons niveis iniciais de produtividade e produgao. O cultivo do camarao marinho se realiza na zona denominada “Black Belt’, regiao central do Alabama, na qual existiu um oceano que foi coberto ha 80 mihdes de anos deixando lengéis subterraneos_relativamente pouco profundos. A agua pode ser usada, também, para a criagéo de peixes como o vermelho, a cioba e, também, o lagostim. Alguns municipios da regio tém suas economias estagnadas ou em depressao, e os especialistas opinam que 0 cultivo do camarao poderia ser uma alternativa econémica para reativa-las Professores da Universidade de Auburn consideram que os dois elementos essenciais para a produgao comercial do camarao, agua de baixa salinidade e solo apropriado para viveiros esto presente e podem ser plenamente utilizados. Esta é mais uma iniciativa de produgao comercial de camarao nos Estados Unidos, entre muitas outras comentadas nesta revista. HONDURAS ENCONTRA MERCADO PARA SEU CAMARAO NA AMERICA CENTRAL, Estando com o seu camaro extraido do mar ‘sob embargo dos Estados Unidos por falta do uso do TED, apetrecho de pesca utilizado nas redes de pesca para proteger a tartaruga marinha, condigao esta a que esta submetida toda a pesca americana, Honduras esta descobrindo mercado nos paises visinhos para 1 milhdo de libras do seu produto estocado. As primeiras transagées ja foram feitas com El Salvador. Paralelamente, 0 pais realiza esforgos diplomaticos com as autoridades americanas para levantar o embargo. Esta noticia é ilustrativa para o caso do nosso camardo que esta sob ameaga de uma agao antidumping, em relagéo ao mercado potencial que parece existir nas Regides Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Nao estaria chegando o momento de revisar mais cuidadosamente esses mercados? INDIA RECONHECE IMPACTO DAS MEDIDAS SANITARIAS DOS EUA E DAUE A Associated Press em seus comunicados a imprensa informa ser a India o primeiro pais a reconhecer os efeitos negativos em suas exportagdes das medidas sanitdrias extremas adotadas pelos E.U.A ea E.U, em relagao ao uso de antibidticos. Os produtores indianos rejeitam a acusagao da pratica do dumping no mercado do ‘camarao americano, mas admitem uma queda de suas exportagdes e frutos do mar pelas dificuldades de realizar Os pré-testes de embarque exigidos pelos principais mercados importadores. Alguns paises europeus rejeitaram carregamentos provenientes da India por ter sido constatada a presenga de antibidticos e metais pesados ——_—_—_ Revista da ABCC / Ano 5N. 4 ooo, dos EUA. O GAA resolve apoiar vigorosamente a ASDA na sua ago contra a peticao antidumping ameagada pela indiistria americana de camarao”, O Presidente do GAA, George Chamberlain, em seus comentarios na Revista The Advocate, considera que a aco antidumping nao reduziré os custos de produgao dos pescadores de camarao, nao aumentara sua producdo e nao os ajudara a se manterem competitivos no longo prazo, Considera ainda que as taxas protecionistas para reduzir as importagdes de camaro aumentariam © custo do produto para o consumidor dos EUA afetariam milhares de empregos dos trabalhadores envolvidos na industria de distribui¢ao, processamento e venda do camarao e ocasionariam danos aos carcinicultores de todo, omundo. SEGURIDADE ALIMENTAR A palavra segutidade se diferencia de seguranga, em portugués, para significar 0 conjunto de medidas voltadas para proporcionar ao individuo ou a sociedade um grau total de garantia sob o aspecto fisico, econdmico, social, etc. Pelo menos é 0 que diz o dicionario. Para quem deseja conhecer uma boa definicao de Seguridade Alimentar, veja aqui uma encontrada e adaptada pela Equipe Editorial, que se aplica perfeitamente bem ao camarao cultivado: Seguridade Alimentar, do ponto de vista do consumidor, 6 uma percepeao de estar seguro. Para a indistria de alimentos resulta numa estratégia operacional cujo objetivo final é transferir a0 consumidor essa percepoao, para 0 que tal estratégia nao deve admitir a existéncia de problemas sanitérios e assegurar a operacao de um processo que garanta a auséncia de riscos de contaminagdo em toda a cadeia produtiva. Sendo em definitive uma percepgdo, a seguridade alimentar é, portanto, a conseqiiéncia de um processo de controle sistematico desde a produgao primaria até a entrega do produto ao consumidor, que faa com que este se sinta seguro do que consome. ANALISE DO PREGO BAIXO DO CAMARAO BRASILEIRO NO MERCADO DOS EUA Para justificar @ necessidade de RS$ 500,00 milhdes para capital de giro da industria brasileira do camarao cultivado, 0 Presidente da ABCC. desenvolveu a seguinte andlise que foi submetida aos Presidentes do BNDES e do Banco do Nordeste: “A andlise das exportagdes de camarao marinho cultivado da espécie L. vannamei para os Estados Unidos no periodo de Janeiro a Outubro de 2003, revela que o Brasil foi, entre os exportadores, 0 que obteve a menor remuneracaéo média pelo camarao exportado, o equivalente a USS 4,50/kg contra USS 6,29/kg do Equador, USS, 12,651kg do México e US$ 5,49/kg da China . A explicagao para esta constatagdo é encontrada ao se analisar duas situagdes que estao Voce podera modemizar 0 seu velho aerador, transformando-o em um modemnissimo Aquapa ganhando mulio em desempenho produtividade, e o que 6 melhor, nao precisa ser Bemauer, pols todos os modelos fabricades em Taiwan tom total ‘compatibilidade de componentes. Consulte-nos sobre as vantagens da instalagso de um Kit Aquapa total ou parcial. Pegas para modernizacao pronta entrega, também nos Postos Avancados para que vocé tenha um rdpido atendimento com a seguranca, garantia e precos_de fabrica. Bernauer Aquaculture Lida Rod. BR470, Kmso rua Pincesa satel Be Fone (47) 334-0089 Fons (84) 241-3084 Fax 334-0090 ax 241-308! beraqua@beraque.comibr beroquam@beraqua.combr Blumengu "SC - sras Conguarerarna- RN Fe BER SF ay Cat, o98O SOS 2 ees wy wwnberaqua.com.br Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Noti s ABCC posicionando o produto brasileiro em condigao de inferioridade mercadolégica. A primeira relaciona- se com a venda prematura do camarao brasileiro com peso médio abaixo do padrao internacional e a segunda, diz respeito a oferta do produto “matéria prima” sem qualquer agregacao do valor. Essas duas situages desfavoraveis decorrem da escassez de financiamento para atender a demanda do setor, 0 que est se constituindo numa forte ameaca ao crescimento sustentavel desse agronegécio que se estabelece e cresce na zona rural da faixa costeira do Brasil A primeira e forte restrigao esta diretamente relacionada com a falta de crédito para custeio, ficando o setor a mercé de taxas de juros da ordem de 10% ao més, cobradas pelas fabricas de racao e laboratérios de larvicultura. Na pratica, 0 pequeno e o médio produtor de camarao, que trabalham exclusivamente com a engorda do camaréo em sua fazenda e que dependem da compra de pés-larvas e de racao, exercem forte presséo sobre os poucos compradores/exportadores, que, por sua vez, recorrem aos importadores para_suas necessidades de capital de giro. Estes uiltimos condicionam o adiantamento de recursos a antecipagao do produto, o que leva a despescas prematuras do camarao e invertem nossa posigao de vendedor para entregador de matéria prima, com as danosas conseqiiéncias para a formagao de pregos. A Cummins tem geradores movidos a diesel ou a g: +A segunda limitagéo est no produto ofertado ao mercado internacional pelo Brasil, ou seja, 0 camarao inteiro ou sem cabega, cuja demanda global se restringe a cada ano a medida que cresce vigorosamente a demanda pelo produto elaborado ou com valor agregado. Os Estados Unidos, o maior importador mundial de camarao, registrou, em 2002, compras recordes de produtos elaborados, isto ¢, 250.000 toneladas (60%) de um total de 430.000 toneladas de camardes importados no referido ano. Por sua vez, a Europa comega a registrar aumentos significativos de importagdes com valor agregado de camarées provenientes da Tailandia, Vietnam, india, etc, que apresentam diferencial de idade em relagdo ao produto brasileiro tipo "matéria prima” A carcinicultura nacional ja conta com algumas iniciativas de melhoramento genético, 0 que é importante para um setor produtivo que usa uma Unica espécie exética, o L. vannamei. Dois laboratérios de maturagao de larvicultura, AQUATEC e AQUALIDER, estdo desenvolvendo atividades no campo genético voltadas para a produgao de linhagens resistentes a doencas e desempenho de crescimento mais eficiente. A ‘empresa Sygen International, especializada no campo do melhoramento genético, adquiriu a RR uy ea Ree ec Seer) Pee nC ee Rec Cece ESL OZ ‘Agora que vocé jd sabe que a Cummins pode dar a melhor SOI qualquer necessidade, nio deixe por menos. Na hora de nosticar corretamente a sua, chame quem mais entende de energia. Chame a (DREON DCDN DCDN - Distribuidora Cummins do Nordeste Lida. GRUPOS GERADORES Ce Generation 1212/ (81) 3476-4190 EG Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 AQUATEC e promete usar toda sua experiéncia acumulada para acelerar os trabalhos com o L. vannamei aqui no Nordeste. O Genoma do Camaro, projeto concebido e estruturado pelo Professor Pedro Galetti, Especialista em Genética da Universidade de Sao Carlos, em parceria com onze centros académicos brasileiros, é outra iniciativa digna de mengao pelo impacto que podera ter no melhoramento genético do L vannamei brasileiro. Esse projeto ja foi aprovado, pelo CNPq, que destinou uma primeira partida de recursos para assegurar seu inicio, e conta também com o apoio institucional e financeiro da ABCC, condigéo imposta pelo CNPq para sua participagao financeira. O mecanismo de execucdo do Projeto Genoma do Camarao mobiliza doze laboratorios de universidades brasileiras para os trabalhos de sequenciamento genético, o que permitira acelerar estas atividades e reduzir consideravelmente o tempo de execucao do projeto. CONSELHO INTERNACIONAL DE CERTIFICACGAO PROPOE PARCERIA COM ABCC O Vice Presidente do CCA (Conselho de Certificagao da Aqiicultura), William More, dirigiu comunicagéo a ABCC propondo uma parceria institucional para a certificagao da carcinicultura brasileira. O objetivo da proposta é claro: certificar © proceso de producdo das fazendas, dos laboratorios e das unidades de beneficiamento em. relagao a qualidade comercial e 4 sustentabilidade ambiental e social do camarao. Do ponto de vista tucional e operacional, a proposta do CCA tem varias implicagdes financeiras e de recursos humanos para a ABCC, as quais devem ser objeto de um cuidadoso exame por parte de seu Conselho Consultivo, para respaldar uma tomada de deciso. A Diretoria da ABCC esta tratando de determinar as conseqiéncias institucionais da proposta e de analisar mecanismos operacionais alternativos e de custos financeiros, para apreciagao e decisdo do Conselho Consultivo e posterior negociagéo com 0 CCA no primeiro trimestre de 2004. MINISTERIO DAS RELAGOES EXTERIORES APOIA CAMARAO BRASILEIRO O Ministro Celso Amorim, em correspondéncia dirigida a0 Deputado Federal Bismark Maia, com cépia para a ABCC, comunica as atividades desenvolvidas pelo MRE em defesa do camarao brasileiro. Entre outros paragrafos, diz oMinistro’ + "Desde que comegaram a intensificar-se noticias de uma possivel acdo por parte dos produtores norte-americanos de camaro, no final de 2002, 0 Ministro das Relagées Exteriores realizou, por intermédio da Embaixada do Brasil em Washington, gestdes junto aos titulares do Departamento de Comercio e do Escritério do Representante Comercial (DSTR) dos Estados Unidos, com vistas a evitar 0 acolhimento de eventuais petig6es de defesa comercial Em paralelo as gestdes individuais, determinei que nossa Embaixada se coordenasse com os Governos dos demais paises exportadores, cujos produtores seriam potencialmente afetados por restrigses as ‘exportagdes de camarao, com vistas a congregar esforcos contrarios ao inicio das investigagoes. Com esse objetivo, 0 Embaixador do Brasil, juntamente com os Embaixadores dos paises afetados, dirigiu carta a autoridades nos poderes Executivo e Legislative dos Estados Unidos. No plano de interlocugdo interna, este Ministério tem mantido permanentemente informada a Associagao Brasileira de Criadores de Camardo (ABCC), 0 Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior (MDIC) e a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca acerca dos desdobramentos do tema nos Estados Unidos. Os contatos com a ABCC, em particular, incluiram reuniao de informagao e exame conjunto das possiveis modalidades de colaboragao deste Ministério em eventuais investigagées. Por fim, em preparagao a possivel abertura de investigapdes de defesa comercial pelo governo norte-americano, este Ministério recolheu € processou informagéo dos érgaos da Administragéo Publica Federal brasileira que possam contribuir para a defesa dos interesses da carcinicultura em eventual procedimento anti- subsidio". LEI DO BIOTERRORISMO - FORGA TOTAL PARA AF.D.A. Os Advogados Marcos de Camargo e Silva e Renato Chiodaro, em artigo publicado na Gazeta Mercantil, de 10 de novembro de 2003, dizem textualmente: “A Lei do Bioterrorismo outorgou forga consideravel 4 F.D.A e seus agentes no que se refere ao poder para a realizacao de inspegdes @ vistorias. Pelo texto da Lei, a discricionariedade da FDA e de seus agentes na interpretacdo e aplicagdo das novas regras representar4 o fiel da balanga que, se pender para um lado, obstaculizaré os processos de exportagao de medicamentos e alimentos aos EUA, ao passo que, oscilando para o lado oposto, nao traré os Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 beneficios e garantias almejados. Os articulista esperam que “a regulamentagao da lei e a pratica de seus principios consolidem 0 equilibrio aspirado. A ABCC tem mantido os exportadores de camardo informados dos requisitos da nova fegisla¢éo, bem como da existéncia de mecanismos institucionais norte-americanos de prestagao de servigos aos exportadores, como por exemplo o da representagao legal do exportador nos EUA. INDONESIA PREVE FORTE INCREMENTO DE PRODUCAO PARA 2005 © Boletim da INFOPESCA de outubro de 2003 transmite noticias dos esforgos que esto sendo realizados na Indonésia para que o pais possa chegar a 250.000 toneladas de camarao em 2005, 0 que significaria a geracao de divisas da ordem de US$ 2,5 bilhdes. O Ministerio de Assuntos Marinhos vai desenvolver_uma estratégia para reativar a operacionalizagéo de 81.000 hectares de viveiros, que estao paralisados por problemas de enfermidades. EUA CONSOMEM MAIS PESCADO EM 2002 consumo per capita do camarao nos EUA ja foi comentado nesta coluna, a partir do momento ‘em que superou 0 hist6rico consumo do atum. O Boletim da INFOPESCA volta a informar, com base em informagées liberadas pelo Servigo Nacional de Pesca Marinha norte-americano, que © consumo per capita de pescado naquele pais aumentou quase uma libra em um ano, o que representa um incremento espetacular, ou seja, de 14,8 libras em 2001 para 15,6 libras em 2002 © camarao continua ocupando o primeiro lugar dos produtos pesqueiros, com um consumo per capital de 3,7 libras contra o segundo lugar do, atum com 3,1 libras. Dentre os produtos pesqueiros, a tilapia foi o produto que registrou maior incremento de consumo anual, ou seja, 15,2%, 0 que é outro registro espetacular. BIOTERRORISMO - CONTEINERES VISTORIADOS NOS PORTOS DE EMBARQUE Segundo noticia circulada pelo MDICE, a lei norte-americana do Bioterrismo, que alguns especialistas consideram protecionista com efeitos muito mais favoraveis para a industria doméstica do que uma ago antidumping, entre outros instrumentos de protegao contra o bioterrorismo, criou a Iniciativa de Seguranga de Contéineres, que contou com 0 apoio da OMC Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Qs portos que embarcam mercadorias para os EUA deverao receber inspetores norte- americanos e instalar scanners gigantes que, por meio de Raio X, examinam o contetido dos contéineres pelo sistema de amostragem. O custo do aparelho é da ordem de RS 10,0 milhdes, cujo uso criard custos adicionais de operagao e manutengdo para os portos, os quais deverao ser repassados para os exportadores. Como ficaraoas exportagées de camarao do Nordeste? Esta pergunta esta sendo esclarecida pela CAMEX do MDICE, que indica haver sido escolhido 0 Porto de Santos para a instalagao desse mecanismo, com previséo de Junho de 2005 para o inicio da operagao do sistema. VISAO GLOBAL ATUALIZADA DO CAMARAO + SHRIMP OUTLOOK 2003 Para revisar a oferta e a demanda do camarao cultivado em nivel mundial, o Grupo Internacional GAA realizou a reuniéo Shrimp Outlook 2003, no balneario Cabo San Lucas, Baixa California, México, de 3 a 6 de Novembro, contando com a participagéo dos principais produtores e compradores dos hemisférios oriental e ocidental. O Brasil esteve representado: pelo Presidente da ABCC. tema principal do evento foi a ameaga da ago anti-dumping contra 0 camaro importado pelos Estados Unidos. Ocupou o segundo lugar a revisdo do desempenho da oferta de cada um dos principais paises produtores de camarao cultivado, cujo total reportado para 2003, 1.628.880 toneladas, corresponde a um incremento de 12% em relagao a 2002, 1.455.246 toneladas. A produgao cultivada somada ao total extraido dos mares de 2.600.000 toneladas, elevou a produgao mundial de camarao em 2003 a 4.200.000 toneladas. Os numeros apresentados pelos produtores da Asia (China, Vietnam, Tailandia, Indonésia e india) revelaram a crescente participagao do L. vannamei na carcinicultura Asiatica, cuja produgo em 2003 foi estimada em 500.000 toneladas, ou seja, mais do dobro da produgaio de todo o ocidente (Brasil, Equador, Colémbia, Venezuela, Peru, Panamé, Honduras, Belize, Nicaragua, Guatemala e USA) © terceiro assunto do evento, também, ‘ebjeto de ampla discussdo, esteve relacionado com os baixos precos do camarao cultivado, em ‘tal dissonancia com a forte demanda e com a Sanutencdo de niveis altos na ponta, inclusive com registros de incrementos de prego em varias cadeias de restaurantes dos Estados Unidos. A queda na ponta, segundo a justificativa dos mportadores, sé ocorrera dentro de 1 a 2 anos e, anda assim, caso nao se concretize a ameaca da 2¢40 antidumping ‘As discuss6es da Shrimp Outlook 2003, evidenciaram dois aspectos principais para a industria do camaro cultivado: (i) a fragilidade do setor produtivo frente as ameagas dos pescadores norte-americanos; ¢ (ii) a convicgao de que se faz necessdria uma sdlida organizacdo dos paises produtores para que possam fazer frente ao cartel dos importadores, sob a bandeira da URNER BARRY. Ficou a percep¢ao de que este ultimo desafio sera questéo de tempo e que no seu encaminhamento o Brasil, como lideranga emergente do hemisfério ocidental, deverd exercer um papel preponderante_nas discussées sobre a adogao de agdes centralizadas para o fortalecimento da cadeia de comercializagao de camaro cultivado no mercado mundial Em parceria com a empresa AcuaBiotec, a ABCC promoveu nos dias 24, 26 e 28 de novembro de 2003, em Salvador, Natal ¢ Fortaleza, a realizacao de semindrios técnicos de um dia sobre “Cultivos Intensivos de L. vannamei_em Tanques Bercarios e Racewyas” e “Utilizagao de Probiéticos em Manejo de Fazendas de Camaro”, com a participagao dos especialistas Dr. T. Samocha, da Texas A&M University e do Dr. Daniel Villamar, da AcuaBiotec. Os referidos seminarios contaram com expressiva participagao de técnicos e produtores e de representantes da area académica e de indUstrias de insumos € equipamento setoriais, tendo sido registrados 240 participantes em Salvador, evento que congregou pessoas da Bahia e Sergipe, cerca de 400 em Natal, envolvendo representantes de Pernambuco, Paraiba e Rio Grande do Norte, e de 250 em Fortaleza, basicamente em representagao dos Estados do Cearae Piaui. Com © lema Integracdo, a Comissao de Carcinicultura, criada ha trés meses no ambito da Federacdo de Agricultura e Pecuaria do Estado de Pernambuco (FAEPE), anuncia que esta formada por vinte e cinco membros das diversas areas do Estado e que tem como objetivo identificar pontos de entrave no setor produtivo, para assim estruturar oportunidades de negécios bem como atrair investimentos. Para tanto, a comissao segmentou-se em seis grupos de aco vinculados aos seguintes macro-temas: Organizagao politica dos carcinicultores; Politicas publicas; Gestéo financeira; Pesquisa e desenvolvimento tecnolégico; Capacitacao profissional e divulgagao; Comercializagao e Marketing. ‘Cada um sob coordenagao independente e calendario proprio para a elaboragao de programas e projetos. Segundo a coordenagao da Comissao, 0 grande segredo para um bom andamento nos negécios é a unio do grupo. “A rede de parcerias se fortalece a medida que cada integrante da comisséo assume as responsabilidades e os ganhos de fazer o processo acontecer’, acrescenta a coordenagao. Assim, a Comissao se reuine semanalmente para discutir questdes de cardter prioritério, na busca de solug6es para elaboragao e continuidade de projetos. Para fazer parte da Comisséo de Carcinicultura do Estado de Pernambuco, basta ser carcinicultor ou pretender implantar esse tipo de projeto. Outras informagées através da Federacao de Agricultura e Pecuaria do Estado de Pernambuco (FAEPE) no telefone (081) 3428-8866 ou pelo e-mail da comissao carciniculturape@yahoogrupos.com.br. A Comissao esta constituida por: Claudio Rabelo, Presidente; Rodolfo Aureliano/Felipe Ferreira, Vice-presidentes; Augusto Aureliano/Lenildo Junior, Secretarios. lingnedientes [Especiats para lRacaode Camarao ie rdsie: D. D.K E; Farinka de Trige ! SI Sas Comers Fae OD AT Revista da ABCC | Ano 5 N. 4 Vocé Sabia? Elementos Gerais do Mercado Mundial de Pescado* * Que, segundo a FAO, no periodo 1996/2001 a industria mundial do pescado produziu em média 124.5 milhdes de toneladas anuais, o que significa que o setor contribui com 15% da proteina consumida mundialmente? Que 38% deste total entram no comércio internacional, ou seja, 47,3 milhdes de toneladas? Que as exportagdes de pescado cresceram, extraordinariamente de USS 8 bilhées em 1976 para 56,3 bilhdes em 2001 e que os paises emergentes contribuem com cerca de 50% dessas exportagies? Que o retomo liquido em divisas desses paises emergentes aumentou de USS 3,7 bilhdes em 1980 para US$ 18,0 bilhdes em 2001 e que este ganho liquido de exportagées de produtos pesqueiros é maior do que 0 obtido com commodities como café, arroz, aguicar, banana, cha e came, juntos? * Que a produgao da aqijicultura vem se desenvolvendo nos paises emergentes a uma taxa anual de 10% desde 1970? Que o comércio exterior do pescado é predominantemente de paises emergentes para paises industrializados, sendo os principais importadores EUA, UE, Japao e outros paises como Canada, Noruega e Nova Zelandia? Que sendo um produto altamente perecivel, mais de 90% do pescado no comércio internacional é de uma forma ou outra processado para aumentar seu valor ou sua vida de prateleira e assim contribuir para expansao de seu mercado? * Que os paises emergentes exportam basicamente atum, pequenas espécies pelagicas, camarao, lagosta e cefalépodes e que alguns desses paises (Peru e Chile) sd0 0s principais fornecedores de pequenos pelagicos na forma de farinha e dleo de peixe? Que o crescimento das importagdes de pescado tipo matéria prima para ulterior processamento € re- exportago € um segmento relativamente novo do mercado? * Que como forma de controlar a entrada de pescado processado ou com valor agregado, os paises industrializados importadores aplicam tarifas mais elevadas a estes produtos em relagéo as tarifas aplicadas aos produtos tipo matéria prima? Que na Ultima década, como resultado da Rodada do Uruguai (Negociagées Agricolas Intemacionais), muitas tarifas de pescado foram reduzidas nos acordo bilaterais? Que existe uma recomendagao das instituigses de desenvolvimento para que sejam transferidas tecnologias de agregagao de valor e investimentos dos paises industrializados para os emergentes, para que estes possam aumentar a geragéo de emprego e a captagao de divisas? * Que apesar da disponibilidade de tecnologia, muitos projetos de valor agregado em paises emergentes fracassam devido 4 pouca atengao dada aos aspectos de marketing, comercializagéo e qualidade do produto? Que uma alternativa adotada por paises emergentes para assegurar mercado a sua produgao de valor agregado é usar a marca do importador? * Que a oferta do pescado sofreu modificagbes coma criagdo das ZEEs e que uma parte importante do camaro, dos bivalvos e do salmao, comercializada intemacionalmente, provem da_aquicultura? Que se estima entre 35% @ 40% a participagao do camarao derivado de fazendas no total que circula no comércio internacional? Que 0 crescimento da produgéo de salmao, para chegar a 2,5 milhdes de toneladas em 2001, ‘foi inteiramente de responsabilidade da aqlicultura, ja que a produgao extraida do mar tem estado estavel em 900.000 toneladas nos ultimos 20 anos? * Queos estoques pesqueiros explorados no nivel, MSY t8m diminuido consistentemente entre 1974 e 1995, mas que mostram uma clara recuperacao depois de 1995? Que a tendéncia dos estoques que oferecem potencial para expansao esta claramente deciinante, diminuindo de 40% em 1974 para 25 em 2003? Que a proporgéo de estoques sobre-explorados tem, aumentado de 10% na metade dos anos 70 para 25% nos primeiros anos da década de 2000? + Que apesar das preocupagées sobre a sobre- pesca e a disponibilidade de pescado, os pregos da maioria dos produtos pesqueiros estao mais baixos do que eram 10 ou 20 anos atrés. Que isso € possivel gracas 4 aqiicultura e 4 concorréncia de carnes animais (frango, porco, etc) com precos baratos? Que o crescimento da aqilicultura esta projetado com taxas de 5%a7%aoanoaté 2015? * Que apesar dos resultados da pesca mundial estarem gerando incertezas, confirmando ou nao certas, previsées ou projegées, os especialistas da FAO confirmam as seguintes: (i) O consumo total e per capita de pescado aumentard nas proximas décadas, pelo menos até 2030; (ii) Nos paises industrializados, os fiuxos do mercado refletiro a demanda pela importago de espécies de alto valor e alto custo: (ii) Nos paises emergentes, os fluxos do mercado refletira0, as exportagdes de espécies de alto valorialto custo ea importagao de espécies de baixovalor/baixo custo. © Que a FAO prediz um aumento no consumo per capita mundial de 16 quilos em 2002 para entre 10.a 21 quilos em 2030? Que as conclusées mais recentes da FAO, ainda preliminares, e, portanto sem carater oficial, indicam: (i) Que apesar da presséo dos pregos, as pessoas em média comerao mais peixe em 2020, com marcadas diferengas regionais? (ii) Que o panorama global da produgao de pescado sofreré mudancas de ser uma atividade basicamente do Norte realizada por barcos pescadores de alto mar, para transformar-se em uma atividade do Sul realizada basicamente por produtores rurais em viveiros, na Asia? (iii) Que muito provavelmente o nivel de prego da came de pescado ‘aumentard no longo prazo (2020) se tornaré mais cara em relagdo a outras cames outros produtos de alimentagao? (iv) Que os pregos de farinha de peixe provavelmente se desvincularao dos precos da soja em 2020, dado que 0 crescimento da producéo agricola eliminara 0 uso da farinha e do dleo de peixe da ragdo para bovinos e frangos? *Extraidos do relatério preparado pela FAO para o encontro “Expert Consultation on International Fish Trade”, realizado no Rio de Janeiro entre 03 ¢ 05/dezembro/2003. Revista da ABCC / Ano 5N4 Noticia Especial Trata-se da enfermidade. A Necrose Muscular do Camarao 1. A Necrose Muscular do camarao_vannamei brasileiro 6 uma enfermidade caracterizada pelo aparecimento de opacidade ou branqueamento na regido muscular dos dois tltimos segmentos (5° € 6°) abdominais e urépodos do camaro, seguida de necrose total com vermelhidao que indica tecido morto. 2. A enfermidade foi constatada pela primeira vez em 1984, na zona costeira do Estado do Piauf, 6poca em que se tentava 0 cultivo comercial das espécies nativas predominantes na costa do Nordeste como o F. subtilis. Nao se tém noticias de efeitos negativos notdveis na produgéo do camarao afetado que, na época, era cultivado com baixas densidades, de duas a cinco pés-larvas por metro quadrado de mina de agua. Os brotes da doenga desapareceram sem ocasionar maiores prejuizos com a adogao de boas praticas de manejo da agua. 3. A Necrose Muscular volta novamente a ser constatada em agosto de 2002, na mesma zona costeira do Piaui, desta vez em fazendas que usam sistemas semi-intensivos de produgéo com densidades que variam de 30 a 60 pés-larvas/m’ de agua. Vale mencionar que esta ocorréncia se apresenta em uma circunstancia climatica idéntica a da primeira aparigao, em 1984, ou seja, depois de intensas chuvas na regido que elevaram consideravelmente os indices pluviométricos acima do normal e que afetaram o meio ambiente onde se cultivao camarao. 4. Levantamentos feitos pela ABCC nas seis maiores fazendas do Piaui, afetadas pela doenca, nos seis meses de sua maior incidéncia, revelam que houve um decréscimo na sobrevivéncia do camarao da ordem de 34,1%, ou seja, a sobrevivéncia média das fazendas pesquisadas baixou de seu nivel de 68,53% antes da doenga, para 45,18%. Também ficou evidenciado que a conversao alimentar (FCA) média da zona afetada pela Necrose Muscular, no Piauf, teve um aumento de 24,8%, isto é, passou de 1,52:1 para 2,02:1. 5. A dispersdo da Necrose Muscular se moveu entre fazendas da zona costeira do Piaul, A Equipe Editorial abre esta coluna para um esclarecimento publico da ABCC sobre assunto que interessa a todas as pessoas envoividas ou que fenham desejo de envolver-se no desenvolvimento da carcinicultura marinha. Municipio de Cajueiro da Praia, para fazendas do norte do Ceara em torno do Municipio de Camocin, dai, seqiiencialmente, para as zonas produtoras de Acara e Aracati, ainda no Ceara, para depois chegar no Rio Grande do Norte em algumas fazendas da regido em torno do Municipio de Pendéncia. Em Aracati, no Ceara, nos meses de Outubro e novembro de 2003, perfodo de maior incidéncia da enfermidade, os niveis de sobrevivéncia, produtividade e da FCA de algumas fazendas baixaram aos mesmos patameres registrados na zona do Piaui. Entretanto, no més de dezembro de 2003, ja houve recuperagao da ordem de 20% nos indicadores mencionados. No norte do Rio Grande do Norte, na regido de Pendéncia a doenga se apresentou sem problemas expressivos de sobrevivéncia, produtividade e FCA. Na Regidio de Mossoré, mesmo nas fazendas que trabalham com recirculacao total de agua, a doenca esta presente, embora sem registrar queda dos parametros: sobrevivéncia, produtividade e FCA. 6. Como resultado do monitoramento feito pela ABCC até a primeira quinzena de dezembro de 2003 em fazendas e em zonas afetadas, transcorrido mais de um ano e quatro meses de constatagéo da doenga, pode-se dizer que a Necrose Muscular nao tem se comportado como enfermidade virulenta Esta conclusao se fundamenta nos registros precedentes de seus impactos e no fato de que, na Zona produtora do Piaui, em novembro de 2003, a situagao é de acentuada regressaoda doenca ede tendéncia a normalizar a produgdo, gragas & intensificagéo das boas praticas de manejo & adogao de medidas de biosseguranca. Algumas fazendas, individualmente consideradas, tiveram perdas mais elevadas. Reforca ainda a conclusao da baixa viruléncia revelada pela Necrose Muscular até dezembro de 2003, 0 fato de que a produgao projetada para a Regido Nordeste em 2003 foi muito pouco afetada, ja que a previséo de 90.000 toneladas devera ser alcangada até o final do presente més de dezembro. OE Revista da ABCC / Ano SN. 4 Noticia Espec! 7. As agées tomadas pela ABCC desde que a doenga surgiu incluem, entre outras: (i) © envolvimento do especialista de renome internacional, Dr. Donald Lightner, Diretor do Laborat6rio de Patologia de Camardes Marinhos, da Universidade do Arizona, centro de referéncia mundial, para a caracterizagao cientifica da doenca, (ii) O monitoramento da enfermidade e de sua dispersao, realizado por técnicos nacionais; ili) A realizagéo de 3 projetos voltados para a identificagao e caracterizacao da biodiversidade microbiolégica dos viveiros, dos aspectos quimicos dos solos e da histopatologia dos camarées afetados, e para a conducdo de Bioensaios destinados a determinar meios e rotas de transmisséo da doenga e eficiéncia de tratamentos quimicos e biolégicos; e (Iv) © envolvimento do especialista internacional em biosseguranga, Dr. José Ibarra, para elaborar protocolo de medidas de biosseguranca em relagdo.ao controle e dispersdo da doenca 8. O ultimo relatério técnico do Dr. Lightner e de sua equipe técnica diz textualmente: “Um virus de 401nm de diémetro esférico fol isolado de camarao infectado naturalmente pela doenca. O virus foi parcialmente caracterizado e porgdes do genoma de seu RNA, clonado e seqiienciado. Provas moleculares e métodos de RT-PCR para diagnéstico da doenga e detecgao da IMNV foram desenvolvidos e seréo informados oportunamente”. 9. As observagées nas fazendas afetadas, feitas por inumeros profissionais a elas diretamente ligados, indicam sem lugar a duvidas que a viruléncia da doenga esta diretamente relacionada a fatores de estresse do camardo. No seu relatério o Dr. Donald Lightner diz: “Os brotes da doenga parecem estar associados com certos tipos de estresse fisico @ ambiental ¢ possivelmente com a baixa qualidade da ragéo usada”. 10. A ABCC esté coordenando suas atividades e intercambiando informagées com o Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecudria e Abastecimento (DDA/MAPA), para a adocéo das agdes e medidas pertinentes de controle da doenga e sua dispersao. wssturiean INSTRUMENTOS DE MEDIC AO | nile ‘Medidor de PH / ORP / Condutividade / Temperatura / TDS e Oxigénio Dissolvido Salinémetros e_, a Refratémetros Instrutherm Instrumentos de Medicao Ltda. instrutherm@instrutherm.com.br mail a Condutivimetroe Medidor — Medidor de Oxigénio de pH de Bolso do Ar / Dissolvido / Temperatura Refratémetro Digital on de Bancada (Tipo Espeto) Tel.: (11) 3932-2800 Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Mercado Americano de Frutos do Mar em 2020 - Provavel Beneficio da Forte Demanda para a Aquicultura Howard M. Johnson H.M, Johnson & Associates P.0.Box 688 Jacksonville, Oregon 97530 EUA De acordo com um estudo efetuado em fevereiro pelo Servico de Pesquisa Econémica do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as mudangas demograficas e o crescimento da populacao criardo fortes demandas por frutos do mar nos Estados Unidos nas préximas duas décadas. Este aumento causara profundo impacto em todos os elementos das industrias de frutos do mar dos Estados Unidos e de todo o mundo, afetando o tipo de produto que comemos, onde comemos assim como as fontes produtoras que atendem essa demanda. Embora 0 consumo per capita de frutos do mar nos Estados Unidos tenha sido relativamente estavel na década passada em aproximadamente 6,8 kg de peso comestivel, esta previsto que estes produtos se tornarao o setor de maior ‘crescimento do mercado de proteina dos Estados Unidos. Ultrapassando aves e carne bovina, os frutos do mar exigirdo 1,81 bilhdo de quilos a mais (peso integral) para atender a demanda por volta doanode 2020. ‘As empresas organizagées individuais de frutos do mar precisarao entender as conseqiéncias da situagdo na mudanca da oferta e da procura, planejar dentro deste novo esquema. As principais oportunidades serdo criadas para as empresas inovadoras e que pensam a frente, preparando-se agora para ademanda de amanha. Mudanga Populacional nos Estados Unidos A medida que amadurecem os “baby boomers”, seu impacto sera sentido a medida que 70 milhdes de americanos passarem dos 60 anos de idade no ano 2020 (Figura 1). A pesquisa do consumidor mostrou que os adultos mais velhos nos Estados Unidos consomem mais frutos do mar do que outras faixas etdrias. Por exemplo, de acordo com a pesquisa do NPD Group CREST, ao jantarem fora de casa, adultos nas faixas etdrias de 50 a 64 anos comem 35% mais frutos do mar do que a média nacional, e adultos acima de 65 anos comem 53% mais frutos do mar do que essa_média © USDA esta prevendo um aumento no ‘consumo per capita de frutos do mar da ordem de 6.58% até 2020, amplamente estimulado pelo fator, etario (Figura 2). Os adultos mais velhos consumem menos carne bovina (0 Servigo de Pesquisa Econémica prevé uma queda de 3% no consumo per capita de carne bovina até 2020), o que acompanhado de mensagens de muita salde associadas ao consumo de frutos do mar, indica que a demanda por frutos do mar deve crescer de forma significativa. Faixa Eerie Figura 1. Distibuio comparative de fais etiras da poplar dos Estados Us, 188062030 poeta) Outra tendéncia demografica propensa a aumentar a demanda de frutos do mar 6 0 crescimento na populacao hispanica. Os estudos mostraram que os hispanicos consomem frutos do mar numa taxa mais alta do que a populagao dos Estados Unidos como um todo. De acordo com um relatorio da Opinion Dynamics Corp., os hispanicos consomem 24% mais frutos do mar do que os nao hispanicos. Em 38 milhdes de pessoas, a populagao hispanica € agora o maior grupo étnico nos Estados Unidos e continuaré a crescer mais rapidamente do que a populacdo em geral. Camardes, lagostas outros moluscos sd os frutos do mar preferidos pelos hispanicos. Unidos e cativos sobre os produtos e as formas de Se ee eet ea ene bouts do mer & ~— adquirido e consumido. ___ As mudangas na populagao dos Estados jemografia O outro elemento que estimula a demanda por frutos do mar é 0 crescimento global na populacao dos Estados Unidos. De acordo com o Comité Americano do Censo, a populacéo atual de aproximadamente 285 milhdes aumentaré em 18%, ‘ou seja, para 336 milhdes por volta do ano 2020. Quandb o efeito demogréfico no consumo per capita e no aumento da populagéo séo combinados, espera-se que por volta do ano 2020 0 aumento na demanda anual de frutos do mar sera de 500 mil toneladas de peso consumivel, ou aproximadamente 1,81 milhao de toneladas/ano (figura 3) Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Demanda Futura de Frutos do Mar nos Estados Unidos As mudangas na populagao e demografia =erericanas terdo efeitos significativos nos produtos @ frutos do mar e nas formas de produtos, bem como onde 0 produto ¢ comprado e consumido. E erovavel que as espécies mistas no consumo de Sutos do mar nos Estados Unidos continuaraéo a sudar. Contudo, uma constante provavel é a supremacia dos camardes como o produto mais sopular junto aos consumidores americanos. Por volta de 2020, estima-se que os quatro principais frutos do mar consumidos —camarao, saimo, tilépia e bagre_serao todos produzidos pela 2qtiicultura. Além disso, diversos peixes cultivados sero intercambiados para satisfazer a demanda por peixe branco. Entre as espécies propensas a cair nesta categoria esto basa e tra do Vietna, e channa (Channa micropeltes) da Asia. Sem duvida outras espécies sero acrescentadas no decorrer do tempo. O Unico elemento comum deste “peixe- branco-do-dia” seré que eles sero sem pele, sem ‘sso, de carne branca e relativamente sem sabor. ‘Além do peixe branco genérico, as espécies de frutos do mar no futuro podem ser classificadas dentro das seguintes categorias: * _ Frutos do mar entendidos como de bons valores (salmao, bagre) *~ Altemativas cultivadas para por em isco espécies nao cultivadas (barramundi para perca-do- ‘mar chilena) * Espécies ndo cultivadas com sabor e/ou textura exclusivos (salmao do Copper River, bacalhau negro). * Alimentos de indulgéncia (camardo, lagosta caranguejo) ‘A populagao idosa americana apresentara interessantes oportunidades de produtos e comercializagao para a industria de frutos do mar. No lado do produto, as oportunidades relacionadas a idade podem incluir frutos do mar funcionais com maiores propriedades nutricionais e de saude introduzidas como vitaminas ou dleos benéficos. Adultos mais velhos também podem querer porgdes e pacotes menores, mas também podem estar dispostos a pagar mais por produtos de valor agregado de primeira classe. Frutos do mar premium de valor agregado se tornarao em um nicho do mercado de importacao. Os operadores do setorde servigos alimenticios esto se tornando mais sensiveis & populagao mais velha. Isto pode incluir mais restaurantes orientados para saide com porgdes menores e/ou menos calorias. Outros mercados propensos ao crescimento incluem viagens ¢ lazer, bem como tratamentos de saide. Uma area em forte crescimento parece ser os centros de convivio Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 assistido, onde adultos mais velhos tém seus proprios apartamentos, mas jantam em comunidade. Muitas dessas instalagdes de convivio assistido sao decididamente de primeira classe e oferecem excelentes alimentos a seus residentes. © estudo do Economic Research Service relatou que frutos do mar vivenciaréo o maior crescimento de mercado em volume das principais proteinas, como volume de frutos do mar consumido fora de casa aumentando 30% por volta de 2020. Os frutos do mar no varejo também estao propensos a mudar nas proximas décadas, a medida que sua demanda em casa adapta-se a mudanga em termos demograficos e natureza competitiva do varejo. Conforme relatado em diversas edigbes da revista Progressive Grocer, os frutos do mar so atualmente o departamento de pereciveis menos rentavel em termos de contribuigao para vendas (1,96%), contribuigao para lucros (3,3%) e margem média (24,5%). Requisitos normativos como rotulagao do pais de origem, notificagdes de cor agregada e aplicagéo do HACPP, serao actescentados a carga de custos dos departamentos ‘operacionais de frutos do mar em servigo completo. Consumo (6 2000 - 2020 ) Projegao de Mudanga Tame Bowne Su Tree Fonte de Proteina gr. Pree dane anaodepoanee Consume de Fats do Marton) Figura, Projected aumento semegratco popaconal ‘unnos Undee 200 2020 A recente “enxurrada" de fusdes de supermercados, juntamente com a forte pressao exercida pelo gigante do prego baixo Wal-Mart, bem pode resultar numa mudanga para uma maior quantidade_de_departamentos de frutos do_mar Americano de Frutos do Mar tipo auto-servigo. Essas operagGes de frutos do mar “self-service” serao feitas com produtos em caixas prontas, pré-embaladas. Estimulada pela fonte de influéncia da Rysin e Perdue, a tendéncia das caixas prontas ja foi bem estabelecida em termos de carne bovina e aves. A recente aquisi¢ao da Intemational Basic Protein pela Tyson deve acelerar a tendéncia. A medida que os departamentos de carne mudam para caixas prontas, é provavel que os frutos do mar no ficardo muito atras. ‘A _mudanga para “self-service” nao sera universal, 4 medida que os varejistas regionais e os comerciantes de nichos continuem a oferecer servigo de alta qualidade a clientes de primeira classe. Uma oportunidade oferecida pela tendéncia de caixas prontas sera a possibilidade de consumir mais frutos do mar e adicionar receitas ¢ informacées sobre satide a embalagem ao consumidor. Frutos do mar embalados também oferecerao oportunidades de rotulagem para produtos organicos similares ao organico embalado que agora esta sendo introduzido nos Estados Unidos. s frutos do mar organicos podem também se transformar em um nicho de mercado de varejo significativo por volta de 2020 ou antes. Alimentos naturais e produtos alimenticios organicos tiveram um crescimento de dois digitos nos uiltimos anos, & esta tendéncia é propensa a continuar. A tecnologia também tem seu papel nos frutos do mar em caixas prontas, com embalagem atmosférica-modificada estendendo o tempo de prateleira e irradiagao que torna os produtos mais seguros. ‘Suprimento da Demanda Futura de Frutos do Mar nos Estados Unidos Com 0 mercado americano exigindo 1,81 milhao de toneladas por ano adicionais de frutos do, mar por volta do ano 2020, é evidente que a aqiiicultura tera de representar um papel crescente no suprimento desta demanda. Embora as estimativas apresentem variagSes, é provavel que a aqilicultura forneca atualmente cerca de 20% da demanda de furtos do mar dos Estados Unidos, em termos de volume. Esta cifra deve crescer para 30 ou 40% por volta de 2020 De acordo com a FAO, a agiicultura atualmente representa 38% do suprimento mundial de frutos do mar comestiveis e deve exceder em 50% por volta de 2030. Um estudo de 2002 do Intemational Food Policy Research Institute (IFPRI) prevé uma participagao de 41% do mercado de frutos do mar comestiveis para aqiiicultura por volta de 2020. Embora grande parte do aumento antecipado na producao de aqiicultura ocorra entre espécies de baixo valor, como a carpa, uma série de novas espécies cultivadas incluindo o linguado gigante do Pacifico, bacalhau negro, cobia, barramundi e bacalhau do Atlantico _manteré a demanda abastecida nos Estados Unidos. De acordo com o IFPRI, os paises em desenvolvimento produziréo mais de 79% de todos os frutos do mar por volta de 2020 (Figura 4), Deve-se observar, contudo, que 0 instituto inclui a China neste grupo. Embora a produgao da aqiiicultura enfrente diversos obstéculos para desenvolvimento nos, Estados Unidos, a aqiiicultura marinha, incluindo sistemas em mar aberto, pode oferecer alguma oportunidade de expansao. Ainda € razoavel supor que 0 suprimento futuro de frutos do marnos Estados Unidos dependera seriamente de importagoes, particularmente os produtos de aqiiicultura Barreiras comerciais impdem 0 risco néio somente de elevar artificialmente os precos ao consumidor, mas. também desviar os suprimentos necessdrios para outros mercados. Perspectiva Global Tanto a FAO como o IFPRI prevéem um aumento liquido nos frutos do mar per capita para 17,1 kg (peso aproximado) do peso atual de 15,8 kg. Uma anélise da sensibilidade do consumo ‘executada pelo IFPRI concluiu que um crescimento mais rapido da agiicultura acrescentaria um adicional de 1,9 kg/capita, enquanto um crescimento mais lento dessa industria reduziria 0 consumo em 1,4kg A populagao do Japao, espera-se, diminuira nas diversas décadas futuras, reduzindo a demanda global naquele pais e provaveimente desviando o produto para outros mercados. A China sera o competidor dominante no cenario global de frutos do, ‘mar, como comprador e como fornecedor. IFPRI prevé um consumo per capita de 35,9 kg na China por volta de 2020, um aumento de aproximadamente 10 kg acima dos niveis atuais. Grande parte desse aumento de consumo sera atendido pela produgao da aqiicultura domestica Uma classe média em formagao na China também deve criar uma demanda por produtos de maior valor, no produzidos na China, incluindo salmao, linguado Gigante, lagosta e caranguejos. De acordo com o IFPRI, a forte tendéncia global por frutos do mar aumentaré o prego real (antes da inflacdo) de peixes de 4 a 16% por volta de 2020. Embora os pregos da came devam cair para 3%, “Finfish” de alto valor deve aumentar em 15%, € 0s pregos dos crustaceos devem subir 16%. Além disso, o IFPRI prevé um aumento de — — eee / we Revista da ABCC/ Ano 5N4 18% nos precos da farinha de peixe e dleo de peixe. 100 0 2 & wo 3 70. a 6 3 0 a) 2 x0 3 5 2 é 0 ° 1973 1088 1987 2020 Ano Fen: tnatona Fd Poly Resch tite Figura Fortes lobes eto ome, 197282020 (poego) Estratégias para 2020 futuro parece brilhante para o mercado de frutos do mar dos Estados Unidos. Ha uma forte demanda por esses produtos de alta qualidade, saudaveis, convenientes e de bom paladar. Os mercados de varejo e de servigos alimenticios devem vivenciar um crescimento acima da média, & medida que o consumo per capita desloca-se para 7,26 kg, Embora sempre havera necessidade de manter um equilibrio entre a oferta e a procura, produto por produto, os pregos globais devem tender para uma elevacéo com o decorrer do tempo. Para melhor posicionar-se, a fim de capitalizar as oportunidades de crescimento dentro da industria de frutos do mar dos Estados Unidos, as empresas precisarao desenvolver estratégias para garantir a oferta, particularmente medida que nova produgo de aqiiicultura torna- se disponivel. Os frutos do mar serao necessarios para atender as demandas dos mercados étnicos @ relativos a faixas etérias, e os programas de comercializagao serao obrigados a diferenciar as empresas e produtos individuais, e a ajuda-las a atingir seus publicos-alvo. As empresas na vanguarda dos frutos do mar em caixas prontas estardo particularmente bem posicionadas para fornecer produtos e servigos a varejistas. Howard Johnson é presidente da H. M. Johnson & Associates, uma empresa de comercalizagio de frutos do mar e pesquisa de ‘mereado bascada em Oregon, E editor e distribuidor do “Relatério Anual sobre a Indistria de Frutos do Mar", Este artigo foi adaptado ‘de “Seafood Vision 2020", uma anilise da demanda futura de ffutos do mar no mercado dos Estados Unidos por H. M. Johnson & Associates. A andlise abrange as previsdes sobre populaglo € ddemografia e pesquisa do consumidor atual para avaliar a oferta 4 frutos do mar no futuro e suas implicagBes para os mercados 2 varejo ede servigos alimenticios. Este artigo foi publicado originalmente na edigao de outubro 2003 da Revista The ADVOCATE Sonu Canis ite etseas Ran Cuidar é tomar as atitudes certas com responsabilidade social e ambiental E acreditar num mundo melhor ‘com mais qualidade de vida para © seu oficio de cultivar camardes. ‘as futuras geractes. E assim que a Camanor realiza Por isso 0 seu camarao ven conquistando cada vez mais [pessoas que apreciam e valorizam um produto rico em qualidade. Cuidar = taz crescer. Antes de cultivar camarao, a Camanor cultiva vida. E vida com qualidade, "Modutos Manos Le Hé duas décadas produzimos resultados preservando a natureza, fevista da ABCC/ Ano 5 N O AMBIENTALISTA CETICO Uma atualissima discusdo sobre a ideologizagao da questao ambiental Por Marcio Vaz Ph.D. em Ciéncias Ambientais Vivemos hoje sob um constante bombardeio de noticias alarmistas e pessimistas sobre a questéo ambiental. O fim esta préximo, dizem os arautos oriundos dos mais variados credos e curriculos, e sO conseguiremos evité-lo se nos convertermos ao desenvolvimento sustentavel. Impossivel, assim, ndo ficar preocupado, pois poucos de nés tém formagao técnica para analisar, como especialistas, assuntos tao complexos © variados como perda de biodiversidade, transgénicos efeito estufa. Dessa maneira, acreditamos nos cenérios pessimistas que nos apresentam, apesar de poucos arautos discorrerem sobre 0 que consideram como desenvolvimento sustentavel ou sobre os critérios para avalia-lo.Nao constitui surpresa, portanto, a ideologizagao da questao ambiental quando tomamos partido, levados por questdes de fé (acreditamos na existéncia de um problema), sem nos preocuparmos com a necessidade de evidéncias com fundamento estatistico e cientifico, © quadro acima descrito € fendmeno global, @ 0 nosso pais também tem a sua parcela local de ideologias ambientais, exemplificadas no debate sobre carcinicultura marinha e monocultura de soja no cerrado E neste contexto de crescente ideologizacdo que 0 livro de Bjorn Lomborg destoa com seu discurso racional e rigorosa analise estatistica de selecionados temas polémicos e ideologizados, tais como poluigaéo atmosférica, biodiversidade, transgénicos, cancer, esgotamento de recursos naturais etc. O seu titulo, O AMBIENTALISTA CETICO revelando a real situagdo do mundo, sintetiza a principal mensagem do livro, evidente em todos os capitulos, que nada mais é do que um alerta para que tenhamos bom senso e criemos o habito de pesarmos os prés e contras das nossas decisées sobre questées de desenvolvimento sustentavel. Em outras palavras, temos que, em uma sociedade de recursos financeiros limitados e finitos, adquirir o habito de fazermos andlise de custo e beneficio de nossas agées € politicas publicas. E ndo sO isso. Temos, também, de assumir as conseqiiéncias das nossas agdes, pois os custos de decisdes equivocadas podem significar nao somente perdas materiais, mas também perda de vidas humanas. Missao impossivel? E provavel, pois pedir um pouco de bom senso em um mundo tao informalmente ideologizado, talvez seja pedir demais. Mas, mesmo se 0 livro de Lomborg nao for capaz de resgatar o bom senso nacional, pelo menos dara sobrevida a algumas inteligéncias tupiniquins. Bjorn Lomborg, O AMBIENTALISTA CETICO revelando a realsituagao do mundo.2002. Editora Campus. ‘Tradugdo de Ivo Korytowski e Ana Beatriz Rodrigues do original de 1998 The skeptical environmentalist Revestimento de Reservatérios, Tanques Bercarios, Canais, Race Ways, Viveiros e Protegao de Taludes com Geomembranas de PEAD (Liners —- HPDE) Impermeabilizacao 100% Segura Resistente as Intempéries e Raios UV Garantia Total de 05 (Cinco) anos Aplicado em estruturas de Concreto, alvenaria ou direto sobre o Solo TO scree Bacio | °S) Go e Gaia Fone: (+85) 244-4622 Fax: (+85) 261-3415 Internet: www.recordengenharia.com.br e-mail: record@recordengenharia.com.br Bercdrios, Tanques e Reservatérios as ny Canais Protecao de Taludes Race Ways e Viveiros Revista da ABCC /Ano 5 N. 4 ‘Na medida em que equipamentos de teste, como o sistema de cromatografia liquida de alto desempenho, continuam a ser aperfeicoados, seré possivel detectar mesmo concentragées menores de compostos de teste. Alguns segmentos da industria de frutos do mar questionam os fundamentos légicos desse teste “sem limites’. ‘Dr J.C. Hanckamp Superniondonte Exocutho Hodelberg Appeal Nederiand Foundaton 0. Bor 78317 1070 AM Amsterdam Holanda despchangeuonetol Em 1993, 0 Comité Conjunto Especializado FAOMWHO sobre Aditivos Alimenticios concluiu uma avaliacao relativa ao risco mais significativo da exposigéio humana ao cloranfenicol, a anemia plastica, da seguinte forma: “O comité observou a incidéncia global extremamente baixa de anemia aplastica e a falta de associagéo entre o uso oftalmico de cloranfenicol (CAP) e a anemia aplastica. Concluiu que a exposi¢do humana a residuos de CAP nos alimentos, da mesma ordem de exposi¢ao resultante de absorgao sistémica apés uso oftélmico, néo causaria nenhuma alteracéo demonstravel na incidéncia do distarbio.” Contudo, a adesdo continua a tolerdncia zero dos residuos de cloranfenicol nos alimentos, pela comunidade européia, indica que os riscos desse antibistico s4o considerados reais pelos 6rg&os normativos da Europa, além de ser um instrumento de protecéo comercial sdlido e funcional. Além disso, as politicas de tolerancia zero expéem uma clara nogao de Infracdo, a qual somente esta relacionada exclusivamente ao uso veterinario ilegal. Cloranfenicol Revisado Tolerancia Zero, mas Problematica e “Sempre em Movimento” Em meu trabalho recente, ficou claro que, com relagéo ao cloranfenicol, 0 comércio internacional esta tratando de um problema de fontes multiplas néo reconhecidas nem. entendidas pelos governos. Isto é devido ao fato de que o Regulamento do Conselho EEC, No 2377/90, s6 trata de uma fonte: 0 uso veterinario real. Qualquer deteccéo de cloranfenicol é considerada violagao da lei, uma vez que a detecgdo sé é enquadrada em termos de aplicagdo veterinaria ilegitima. Uso Clinico do Cloranfenicol, Outros Produtos cloranfenicol ainda é usado na medicina humana. Tem atividade de amplo espectro contra bactérias gra-positivas e gra-negativas. A terapia do cloranfenicol usualmente ¢ restrita a infecgdes graves quando outras drogas nao sao eficientes. Na Holanda, uma série de produtos farmacéuticos registrados incorpora cloranfenicol, principalmente em formulagées usadas para tratar de infecgdes dos olhos. Cloranfenicol ¢ também usado por via intravenosa contra certas infecgdes como meningite. Com relacdo a presenga de cloranfenicol no ambiente aquatico, os usos humanos permitem admitir como verdade que a agua da superficie pode ser uma fonte de contaminagao de produtos alimenticios. Diversos compostos farmacéuticos ja foram detectados no ambiente aquatico na ‘Alemanha. Enfocando a presenca de antibidticos nos efluentes das usinas de tratamento de esgotos e de agua de superficie, um grupo alemao de pesquisa liderado por R. Hirsch publicou, em 1999, uma analise de amostras de agua com 18 substancias das classes de antibidticos macrolid, sulfonamidas, penicilinas e tetraciclinas. Notavelmente, foi detectado cloranfenicol no Anti O SEU CALCARIO IDEAL CAL VIRGEM Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 efiuente de uma usina de tratamento de esgotos ao sul da Alemanha numa concentragao maxima de 0,56 g/l, e na agua de superficie numa concentragao maxima de 0,06g/L. nos do cloranfenicol permitem ir como verdade que a agua da “superficie pode ser uma fonte de __ contaminagao de alimentos. Os produtos medicinais so eventualmente excretados_metabolizados ou ndo metabolizados pelos seus consumidores. A presenga detectada de cloranfenicol foi provavelmente o resultado do uso humano e, possivelmente, algum uso veterinario esporddico. Contudo, um grande numero de amostras de lengol freatico foi extraido de areas agricolas na Alemanha, e a contaminagéo com antibisticos foi detectada em apenas dois locais. Além disso, 0 esterco usualmente nao é descartado juntamente com Aguas servidas municipais Isso indicou que o fluxo de aplicagées veterinarias para o ambiente aquatico tem pouca importancia na Alemanha, o que nos deixa com as aplicagdes humanas de cloranfenicol ou sua produgdo natural pela estreptomicetas. Para se ter uma idéia do consumo humano de cloranfenicol, S.F. Webb avaliou o consumo total nacional desse antibiético no Reino Unido em 377 kg/anoem 2001 Contudo, 0 Programa Internacional de Seguranga Quimica INCHEM relatou que as vendas de cloranfenicol sdo de 11 a 440 vezes maiores em Hong Kong do que diversos paises ocidentais e Australia. A contaminagao ambiental da agua de superficie como resultado do uso humano é portanto esperada ser muita mais alta na Asia do que na Alemanha e outros paises europeus. Ao considerar outros compostos do Anexo IV_do Regulamento do Conselho EEC, No 2377/90, 0 metronidazole também é de interesse, uma vez que é usado clinicamente como o cloranfenicol, mas em quantidades muito mais elevadas. Entre outras aplicagdes, o metronidazole é prescrito em casos de infeccoes protozoarias. No Reino Unido, S.F. Webb avaliou que cerca de 15,5 tm/ano sdo usadas clinicamente. A concentragao ambiental de metronidazole prevista no pior caso foi estimada em 2,85 g/L. Ao considerar a persisténcia ambiental de metronidazole (durante 0 ano), a suposigao razoavel seria encontrar metronidazole nas aguas superficiais. Como acontece com cloranfenicol, 0 uso clinico de rotina de metronidazole poderia encontrar seu caminho na cadeia alimentar via ambiente aquatico, e resultar em outro panico alimentar mal direcionado. Fontes Naturais? Dos 12.000 antibidticos conhecidos aproximadamente, estima-se que 160 séo ou foram usados como medicamento humano. As esteptomicetas, que sao responsaveis por bem mais da metade desses antibidticos comerciais @ terapeuticamente significativos, estéo entre as bactérias do solo mais abundantes e significativas. De todos os isolamentos de actinomicetas do solo, cerca de 90% sao estreptomicetas. Portanto, no 6 nenhuma surpresa a possibilidade de isolar 0 cloranfenicol do Streptomyces venezuelae presente no solo, conforme esta declarado no banco de dados de substancias perigosas, uma base de dados on-line produzida pela Biblioteca Nacional de Medicina. A pergunta que precisa ser respondida é se a propria natureza pode ser uma fonte de cloranfenicol em produtos alimenticios, fora do uso clinico humano. Para isso, o Instituto Tecnolégico Agro-alimenticio (AINIA) uma entidade credenciada e sem fins lucrativos na Espanha, criada, entre outras, pelas empresas do seior de fabricagao de alimentos fez uma amostra de produtos alimenticios prontos para vender, adquiridos de varejistas, para deteccéo da presenga de cloranfenicol. Usando um kit comercial de teste imuno-sorvente ligado a enzimas (ELISA), 0 grupo detectou cloranfenicol em diversos produtos em niveis muito baixos. Esses resultados foram no melhor dos casos ambiguos, contudo, como em um unico caso em que foi confirmada a presenca de cloranfenicol por espectrometria cromatografica de massa liquida de alto desempenho. Mas a amostra confirmada nao representa um aviso interessante, talvez inexplicdvel, para a Possibilidade de uma fonte bacteriolégica natural de cloranfenicol na cadeia alimentar, o que merece mais pesquisas nesta area, Um problema com os dados da AINIA é que no final muito baixo da escala, os artefatos da matriz de alimentos pelos quais 0 teste ELISA responde, nao podem ser diferenciados de uma presenga real de cloranfenicol. A realidade dos falsos-positivos 6 um problema bem conhecido nas ciéncias analiticas. llustracdo disso séo os resultados obtidos num recente teste colaborativo por U. Schéder, na Alemanha, no qual camarées Revista da ABCC /Ano 5 N. 4 Cloranfenicol Revisad com quantidades predefinidas de cloranfenicol adicionado, foram testados com camarées testemunhas limpas. Em resumo, 50% dos laboratérios participantes designaram os camarées limpos como positivos em termos de cloranfenicol usando diversas técnicas analiticas - resultados preocupantes, em vista das preocupagées politicas atuais. Alternativamente, eles poderiam refletir um nivel basico natural de cloranfenicol, conforme indicado pelos resultados da AINIA. Contudo, quaisquer amostras dadas teriam sido consideradas positivas em termos de cloranfenicol por esses laboratorios, e retiradas do mercado Limites de Deteccao A detecgo de analitos melhorou muito nas ultimas décadas, incluindo os métodos usados para deteccao do cloranfenicol (Figura 1). Por exemplo, a sensibilidade do equipamento para o método espectrométrico de cromatografia liquida de massa melhorou 10 vezes nos Ultimos seis, anos, e ainda nao atingiu seu limite fundamental Pode-se esperar que a deteceao de cloranfenicol em partes por trilhdo tomar-se-d vidvel na proxima década 100,000 10,000. 1,000 100. 10. 1 Cloranfenicol (waIKs de lite om 6) 001 1970 1980» 1990-2000» 2010 ‘Ano 1 -Desenvolvimento dos i leite om po. ites de detecc#o de Cloranfenico! Atualmente existe uma certa confuséio em relagao aos Limites Minimos de Desempenho Exigido (MPRL) para residuos quimicos. Os MRPLs ndo so mais nem menos do que os niveis de concentragao que os laboratérios reguladores na Comunidade Européia devem ser capazes de detectar e confirmar. Os MRPLs ndo devem ser confundidos com os limites de tolerancia ou qualquer terminologia similar. Os laboratérios reguladores da Unido Européia sao obrigados a procurar e encontrar residuos de substancias banidas, como cloranfenicol, nas mais baixas concentragoes tecnicamente possiveis. Como resultado, e dependendo da habilidade e dos equipamentos dos laboratorios, uma concentragéo menor que 0 MRPL pode levar a um resultado positive ou a uma "amostra fora das especificagées". A politica americana de tolerancia zero também pode levar a desigualdade econdmica. Produtos designados como seguros por um pais exportador podem ser designados fora das especificagdes se o pais importador utilizar um método mais sofisticado de andlise que resulte em limites mais inferiores de detecedo. A concluséo simpléria adotada pelo Regulamento do Conselho EEC, No 2377/90, de que o cloranfenicol detectado nos produtos alimenticios é resultado exclusivamente do uso ilicito na produgao de alimentos, é falsa. Mesmo se © cloranfenicol for eventualmente usado ilicitamente na produgao de alimentos, 0 risco de contrair anemia aplastica como resultado da exposigéo a essas dosagens é insignificante. Qualquer referéncia ao risco como resultado de uma exposigao a baixo nivel a cloranfenicol estranha ao fato cientifico. Claramente, o risco zero nao é realista, e isto é pertinente ao considerar 0 aspecto das fontes miltiplas do cloranfenicol, o que nunca foi tratado durante as andlises do problema desse antibidtico A solugéo preventiva da tolerancia zero Revista da ABCC /Ano 5 N. 4 2 uso ilegitimo 6 totalmente ineficaz, uma vez ¢ nenhuma distingao pode ser feita nos baixos veis aqui abordados entre a contaminagao biental, presenga natural potencial e fraude. Considerando a vasta area de geoquimica organica e os metabolismos secundarios de diversos organismos, 0 campo analitico devera vivenciar muitas surpresas no futuro, uma vez que limites de deteceao continuam a cair. Cada vez ais produtos quimicos de fontes indistinguiveis 40 acontecer em nosso alimento, para que os reguladores compliquem ainda mais os riscos. Posteriormente, a conformidade com os regulamentos de tolerancia zero sera inatingivel, tornando-se um artefato legal das ciéncias Isso nos leva a outra falha em termos de precaugao. Pela escolha regulatéria da tolerancia zero, 0 risco de no conformidade é totalmente transferido para o mercado internacional. A tolerncia zero 6 um alvo sempre em movimento que requer total conformidade dos parceiros comerciais sem nenhum tipo de contribuigao normativa. Para superar os instintos da tolerancia zero dos regulamentos, primeiramente os niveis de relevancia precisam ser formulados, levando em conta 0 problema das fontes multiplas. Depois, para eliminar as diferengas entre os paises exportadores e importadores, deve haver consenso na padronizagao e uso dos equipamentos analiticos. Para obter essas metas, a Comunidade Européia deve desprender-se do método de tolerancia zero, e os paises exportadores devem investir em nova tecnologia de andlise. Dentro da grande estrutura da Organizagéo Mundial de Comeércio, isso também deve se transformar em metas para a industria e para os governos. A concluséo simpléria adotada pelo Regulamento do Conselho EEC No 2377/90 de que 0 cloranfenicol detectado nos produtos alimenticios é resultado exclusivamente do uso ilicito na produgao de alimentos, ¢falsa. Este artigo foi publicado originalmente_na ao de outubro 2003 da Revista The ADVOCATE. Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 A completa solucao para a nutricao de RUPE Tae por ae) GUAYAQUIL CAlbén Bor, pto2, 0f114 Driabsa@gyesatnet.net www. prilabsa.com Transmissado da Sindrome da Necrose Idiopatica Muscular ( NIM ) em Litopenaeus Vannamei Graf (Consator to de Reprodatores) jervais (Gerente Técnico da Aqualider) nndes (Técnica da Aqualider) Béslogo Juan Carlos Ayala (Diretor Téenico. da Aquafort) INTRODUGAO Estes bioensaios foram realizados com 0 objetivo de estudar a transmissibilidade da Sindrome da Necrose Idiopatica Muscular (NIM). Esta doenga é apontada por causar perdas econémicas por mortalidade nas fazendas de camaro no inicio do ano de 2003, nos estados de Piaul, Ceara e Rio Grande do Norte. Nestes bioensaios testamos a transmissibilidade de NIM pelos seguintes meétodos: 1. Infeccdo através de ingestdo de tecido contaminado; 2. Infecgao através de agua inoculada com extrato de camarao contaminado; 3. Infecgdo através da ingestao de fezes de aves alimentadas com camarées contaminados; 4. Infecgdo horizontal através de efluentes de populagées de camarées contaminados; e 5. Infecgdo através da ingestéo de biomassa de Artemia adulta viva alimentada com uma emulsao de camarées contaminados. Os Bioensaios foram realizados por iniciativa da Aqualider Maricultura Ltda., com apoio da Aquafort Aquacultura de Fortaleza S.A. financiamento da Associagao Brasileira dos Criadores de Camaro (ABCC). METODOS Neste experimento foram utilizados tecidos contaminados homogeneizados de camarées contaminados. A quantificagao foi feita por meio de peso e volume, em gramas e mililitros, respectivamente. Estes pardmetros foram suficientes ja que 0 objetivo dos experimentos é quantificar a mortalidade causada pelas diferentes meios e doses de contaminacao. Apresentamos procedimentos de quantificagéo de massa necesséria para contaminagdes de camarées presumidamente saudaveis, e a mortalidade resultante da administracao de diferentes dosagens e vias de transmissao. Pela inexisténcia de técnicas para quantificar concentragdes da NIM em animais vivos, para este experimento foi estabelecida uma correlagéo entre uma quantidade especifica de biomassa de camarées supostamente infectados e sua patogenicidade pela observacao de mortalidade, Bioensaio B#1 - Infeccao através da ingestéo de tecido contaminado. A contaminagao dos camarées foi feita por alimentagao em doses de 1,6 g de tecidos moidos com 0,2 g, 0,4 g, 0,8g € 1,6 g de tecido contaminado, e a diferenga de tecido nao contaminado. Bioensaio B#2 - Infeccéo através de agua inoculada com extrato de camarao contaminado. A contaminagao dos camarées foi feita de forma indireta, inoculando 8 L de Agua com doses de 1,6 mL de extrato de tecidos liquidificados, centrifugados e passados por um filtro de 1 micron com 0,2 mL, 0,4 mL, 0,8 mL e 1,6 ml de extrato feito com tecido contaminado, e a diferenga de extrato feito com tecido nao contaminado. Bioensaio B#3_Infecgao através da ingestéo de fezes de aves alimentadas com camardes contaminados. A contaminagao dos camardes foi feita pela ingestéo de matéria fecal de patos que foram alimentados com camarées infectados, e nao infectados. As fezes dos patos foram inoculadas em 8 L de &gua em doses de 1,69. Bioensaio B#4 Infeccao horizontal através de efluentes de populacées de camarées contaminados. A contaminagao dos camardes foi feita através da exposigao @ materia fecal, detritos e A Agua proveniente de aquarios populados com camardes contaminados. Bioensaio B#5 - Infeccdo através da ingestdo de biomassa da Artemia adulta viva alimentada com uma emulséo de camarées contaminados. A contaminagao do camarao foi feita pela alimentacao de Artemia adulta alimentada com uma emulsdo de tecidos de camardes contaminados. Todos os bioensaios e controles foram realizados em replicas de 3 aquarios de 8 L de Agua estocados com 25 camardes juvenis de 0,2 a 05 g. Em total, foram utilizados 60 aquarios e aproximadamente 2.400 juvenis. Para todos os bioensaios houve apenas administragéo de contaminagao no inicio do experimento apés 24 h sem alimentagao para assegurar 0 consumo de todo 0 alimento ofertado. Além disso, todos os animais mortos foram retirados imediatamente dos meios para evitar contaminagoes secundarias. Ap6s a infeceao inicial, aplicou-se uma alimentagdo de 5% da biomassa dos juvenis com uma ragdo comercial de camarao com 37% de proteina —— Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 ‘Transmissao da NIM em Litopenaeus Vannamei Sammon ntopenacis Vennemen Os aquérios tiveram uma troca de agua didria de 50%. Duas vezes ao dia, 0 excesso de fezes e de alimentos era sifonado com um filtro para evitar a fuga de camardes. Para eliminar possiveis vetores, a dgua utilizada nos bioensaios foi retirada do canal e do reservatorio da fazenda, e desinfetada com 20 PPM de Hipociorito de Sédio, por 24h, desclorada com 10% de Tio-sulfato de Sédio e filtrada até 5 micras e 1 micra. A salinidade de agua para os aquarios foi de 35, PPT. ‘A temperatura media foi de 28° C, com minimo de 25°C pela manha. Para a realizago destes bioensaios, Aqualider e Aquaforte ofereceram gratuitamente apoio logistico e equipe técnica. Os testes foram realizados durante um periodo de 6 semanas na fazenda Aquafort, localizada em Camocim-CE, onde se instalou uma infra-estrutura_com todos os equipamentos necessérios. Os tecidos foram retirados de camardes provenientes de viveiros infectados e com mortalidade associada a NIM. Para assegurar que os camarées dos bioensaios estivessem inicialmente livres dessa doenga, foram utilizados camardes juvenis do Centro de Reprodutores da Aqualider, que os cultiva desde os estagios larvais dentro do proprio laboratorio como fator de bioseguranca. RESULTADOS Para analisar de forma combinada os resultados dos cinco bioensaios, em todos eles observamos as variaveis e os fatores comuns que so: mortalidade média, mortalidade maxima, mortalidade nos controles e a diferenca entre a mortalidade média dos controles e dos animais infectados. Observagaoda infecgao Os juvenis dos bicensaios nao apresentaram nenhum sintoma visual de doenca até 0 5° dia dos experimentos. Apés 0 5° dia, foram observados pontos vermelhos nos uropédes. No 6° dia os camardes apresentaram uma espécie de ane! branco no seguimento do abdémen e, também, manchas brancas ou opacidades. Essa sintomatologia é similar aquela observada nos viveiros suspeitos contaminados pela NIM. Os Juvenis dos bicensaios foram guardados em trés lotes: controle, positives e mortos, fixados em solugao Davison para serem analisados pelo laboratério Labomar - Universidade Federal de Fortaleza, visando A_deteccao e identificagdo da NIM Esta forma de mortalidade continuou até o 11° dia @ nao houve mortalidade depois do 15° dia. Nos bioensaios B#1 e B#2, alimentados com maiores doses de tecidos infectados, houve maior mortalidade. Ao final dos bioensaios os camardes foram contados e em todos os aqudrios faltaram camardes em um niimero nao superior a2, de uma populagao inicial de 25, a que possivelmente atribui-se a canibalismo durante o periodo noturno. Estes foram contabilizados dentro da mortalidade total dos bioensaios, Os controles duraram 21 dias e nao foi observado infec¢o alguma, mas em todos os controles existiu mortalidade. Bioensaio B#1 - Infeccao através da ingestao de tecido contaminad A aplicacdo com a dosagem de 0,2 g de material infectado resultou em 4,33 mortos ou 17,3%; de 1,6 g, 8,67 mortos ou 34,7%. Nos controles, a mortalidade média foi de 1,33 animais 0u5,4%, Bioensaio B#2 - Infeccdo através de agua inoculada com extrato de camarao contaminado: A aplicaco com a dosagem de 0,2 mL de extrato infectado resultou 2,33 mortos ou 9,3%; de 1,6 mL, 4,67 mortos, ou 18,7%. Nos controles, a mortalidade média foi de 1,67 animais 0u6,7%. Bioensaio B#3 - Infeccdo através da ingestdo de fezes de aves alimentadas com camarées contaminados: A aplicagao de 1,6 g de fezes de patos alimentados com camarées contaminados resultou em 4 mortos ou 16%; na de nao contaminados resultou em 2,67 mortos ou 10,7%. Nos controles, a mortalidade média foi de 2,33 animais, ou 9,3%. Bioensaio B#4 Infeccao horizontal através de efluentes de populagoes de camarées contaminados: Neste bioensaio os camardes foram expostos aos efiuentes, fezes e restos de alimentos de aquarios de camarées contaminados. Nos aquérios com Juvenis nao contaminados a mortalidade foi de 2,33 animais ou 9,3%. A mortalidade dos controles foi de 2 animais ou 8%. Bioensaio B#5- Infeccao através da ingestdo de biomassa da Artemia adulta viva alimentada com uma emulséo de camarées contaminados: A aplicagéo de biomassa da Artemia adulta alimentada com emulsdo de camarées contaminados resultou em mortalidade de 2,67 animais, ou 10,7%; com biomassa de Artemia adulta alimentada com camardes nao contaminados foi de 1,67 animais ou 6,7%. Nos Revista da ABCC/Ano 5 N. 4 controles, a mortalidade foi de 1,67 animais ou 6.67%. Crafico do Mortldade Maxina om Blosnssios e Contoles al amt CONCLUSOES Analisando a mortalidade dos bioensaios pode- se assumir: A maior transmissibilidade ocorreu com a ingestao de tecido contaminado em B#1 no qual a dose de 1,6.g causou uma mortalidade de 34,7%, muito superior € segunda maior mortalidade de 18,7% ocorrida em B#2.. Embora nao dispuséssemos de técnicas laboratoriais para quantificar as concentragées de NIM nos inéculos preparados, foi observada uma forte relagao diretamente proporcional entre a mortalidade e a quantidade, em gramas, de tecidos contaminados (R2=0,9102), conforme demonstrado em B#1 e ilustrado no grafico abaixo. Este alto grau de correlagéo da confianga e sustentacao para as demais doses aplicadas nos bioensaios Y= 4,125x + 2,325 RP = 0,9102 Promedio de Mortalidade o 08 1 18 2 Quantidade de Tecido Em B#3, em cujo caso utilizamos fezes de patos alimentados com camarées infectados, nao observamos mortalidade significativa sobre os controles, indicando, aparentemente a contamina¢o nao sobrevive ao sistema digestivo do pato. Em B#4 e B#5, nos quais testamos a transmiss4o via efluentes de camardes infectados, e Artemia.alimentada com tecido contaminado, respectivamente, néo observamos mortalidade ‘significativa sobre os controles. Portanto, estatisticamente nao podemos afirmar, infecgao por estes meios. Em B#1 foi administrada uma alta dose de tecidos infectados, equivalente a 50% da biomassa existente, mas a mortalidade nao foi maior a 34,7%. Podemos presumir que a populagao o remanescente de aproximadamente dois tercos, tolerou ou resistiu a contaminagao, sugerindo uma baixa patogenicidade quando comparada com outras doengas de camarao, a ‘exemplo da Mancha Branca. Nao se observou mortalidade representativa por contaminagao horizontal nos controles, sugerindo que: a) o método de desinfeccao da agua utilizada em todos os bioensaios foi eficaz, b) a contaminagao cruzada nao foi significativa e c) os camarées juvenis oriundos do Centro de Reprodutores da Aqualider estavam livres dessa doenca no momento dos bioensaios. OBSERVAGOES Nestes bioensaios observamos que o maior vetor de transmissao dessa patologia ocorreu por ingestao direta de tecidos contaminados, e que os outros vetores de transmissao horizontal como gua, fezes e outros crustaceos demonstraram ser relativamente ineficazes, bem como observamos uma baixa patogenicidade quando comparada com a da Mancha Branca. Isto pode explicar a baixa velocidade com que esta patologia tem se dispersado, estando neste momento, aparentemente, contida nos Estados do Piaui, Ceara e Rio Grande do Norte. E, sendo este 0 caso, medidas de bioseguranga podem mitigar sua possivel transmissao horizontal das regides contaminadas para as regides ainda nao contaminadas Agora que temos técnicas cientificas para contaminar camarées quantitativamente, devemos desenvolver novos bioensaios para estudar fatores ambientais que influenciem a patogenicidade e transmissibilidade desta doenca. Outros ensaios necessitam serem desenvolvidos especificamente para estudar a transmissdo vertical, que apresentam fator de risco de contaminacao de nduplios e pés-larvas originados de reprodutores contaminados. Os resultados individuais e detalhados dos bioensaios aqui apresentados, bem como os métodos e procedimentos utilizados, estao documentados e disponiveis na ABCC. Agradecemos a cooperagao do Diretor da Aquafort, Blgo. Diego Buenaventura e 0 Diretor da Aqualider, Eng. Manoel Tavares. Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Biosseguranga para Exportar para os Estados Unidos - Diretrizes para Unidades Pesqueiras da América Latina © mundo nunca mais folo mesmo apds os atentados terroristas de setembro de 2001. A qualidade dos alimentos, que jé fol tema central no comércio internacional a partir da déceda de 90, retomou agora grande importancia, pelo menos no que se refers 4s regras de importagao dos Estados Unidos. A FDA exigird novas condicdes @ partir de 12 de dezembro de 2003. Este trabelho, que fol apresentado no IV Encontro da Rede Par, americana de Inspecéo e Controle de Qualidade de Produtos Pesquoiros, na lhe de Margarids, Venezuela, explora. os antecedentes © proporciona as dirstrizes para adequagto as Por: Enrique Bertuloe Nelson Avdalov* Introdugao Logo apés 0 11 de setembro de 2001, e mais Precisamente apés a promulgagdo do Estatuto Contra o Bioterrorismo, de outubro de 2002, por parte do governo dos Estados Unidos, as empresas de industrializacao de pescados e exportadoras de produtos pesqueiros ou de aquicultura da América Latina tiveram de adotar, voluntariamente, novas diretrizes de Biosseguranca e adaptar seus procedimentos produtivos. A finalidade é garantir talvez de forma bastante rigorosa_a seguranca de seus produtos alimenticios, além das exigéncias atuais para atender a inocuidade e a qualidade comercial dos produtos que venham a ‘ser colocados no mercado. Dentro desse esquema, a Administracdo de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) publicou uma Proposta de regulamentacéo que atualmente encontra-se em fase de consulta publica, relativa ao registro de unidades de industrializag4o de alimentos de exportagdo para os Estados Unidos. A aplicacao obrigat6ria incluiré pescado e produtos pesqueiros, € entraré em vigor a partirde 12 de dezembro de 2003. A América Latina nao aparece, em principi como uma regio problematica do ponto de vista estratégico. Além disso, a industria pesqueira em Particular (exceto por alguma intervencao terrorist deliberada) distribui no geral alimentos de origem aquatica que contemplam a seguranca e a inocuidade necessérias para seu consumo humano ou animal. Um aspecto de certa relevancia, por tras da adequacao das diretrizes de seguranca nas unidades pesqueiras, é 0 relativo aos custos que deverdo ser assumidos pela industria para adaptar Seus sistemas de seguranga e para enfrentar os novos requisitos legais. A titulo de exemplo, a rastreabilidade é um elemento que, mesmo que ainda no tenha sido incorporado, representara no curto prazo uma nova barreira néo tarifaria para a comercializacdo do pescado € dos produtos derivados, dos paises em desenvolvimento até os paises desenvolvidos.Tampouco fugiu a atengao dos operadores do setor privado o aumento substancial utilizados no transporte de produtos pesqueiros da regio. O comeércio internacional de produtos Pesqueiros bateu novo recorde em valor monetério No ano 2000, atingindo 55,2 bilhdes de ddlares, aumentando o comércio liquide de exportagao dos Paises em desenvolvimento, de 10,0 bilhdes de délares em 1990 para 18,0 bilhes apés 10 anos (equivalentes a um crescimento da ordem de 45%). Apesar de haver um comércio importante de Pescado entre as economias desenvolvidas, o mercado tende a fluir desde os paises em desenvolvimento até os desenvolvidos. As importagdes mundiais de produtos Pesqueiros atingiram também um novo valor maximo de 60 bilhdes de délares em 2000, correspondendo aos paises desenvolvidos mais de 80% do valor total das mesmas. Os Estados Unidos, apesar de ser 0 quarto maior exportador mundial, também foi o segundo maior importador. Tudo isto configura uma atengao especial sobre este mercado, nado apenas Pelos precos, mas também pelo volume e pela diversidade de produtos pesqueiros introduzidos em seu territério. E quanto as medidas de seguranca alimentar, que tradicionalmente empregaram as inddstrias processadoras de pescado e produtos Pesqueiros, a implementacao do sistema de Andlise de Riscos @ Controle de Pontos Criticos (ACCP) e, especialmente, seus requisitos relativos as Operagoes Normalizadas de Higiene (SSOP) e mais, Precisamente, as Boas Praticas de Manipulagao (GMP), dao em si uma seguranca nos Procedimentos habituais que permitem salvaguardar a satide publica, pelo menos no caso da situagao das atuais unidades de processamento, e na ausénciade ages prejudiciais deliberadas. Por esse motivo, deve-se enfatizar que as diretrizes de seguranga ja eram de aplicagac habitual antes de 11 de setembro de 2001 nas unidades de Processamento de pescado, implementadas Tazoavelmente para proteco da propriedade, dos insumos e das mercadorias armazenadas. nos mencionados estabelecimentos. © que se pode destacar é que talvez nao existisse uma associagdo necessdria entre as diretrizes de seguranga contra roubos eventuais (lamentavelmente nao distante de nenhuma indistria) e as diretrizes de seguranga contra as agées deliberadamente provocadas com finalidades terroristas, que pudessem utilizar © alimento pesqueiro, seus recipientes ou Se custo dos seguros para cobertura dos frets contgineres, para Propagar substancias téxicas, Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 microorganismos patogénicos ou outras substancias nocivas que sejam prejudiciais aos manipuladores ou consumidores desses alimentos. E necessario especificar, também, que a previséo sobre a seguranga alimenticia na industria pesqueira aqui estabelecida 6 meramente uma andlise conjuntural proposta com finalidades académicas. Além disso, do ponto de vista de seu alcance e implementacao, a andlise das diretrizes de seguranga em cada unidade de processamento deve necessariamente adaptar-se ao ambiente de uma fabrica, a escala da mesma e a outros fatores que seguramente ficaram fora desta andlise.deve-se evitar que a instrumentacao de medidas de seguranga se transforme numa gestdo de carater obsessivo e pouco racional, e que termine dificultando 0 andamento produtivo da empresa Analisando a situagao da seguranca em algumas unidades pesqueiras que trabalham para exportagao a partir de nossa regio, pode-se avaliar em termos gerais uma falta de coordenagao entre os selores responsaveis pela produgo (matérias- primas, insumos e processos), os responsaveis pela manutengao (sob cuja érbita encontra-se o fornecimento e o armazenamento de agua potavel, por exemplo) e os responsaveis pela seguranga da ‘empresa, 0 que geralmente recai sobre a Geréncia de Recursos Humanos. Isto é facilmente compreensivel se for considerado que a estratégia mais comum nas empresas pesqueiras é evitar a entrada de intrusos e 0 furto de valores (inclusive mercadorias), ou eventualmente a prevengao contra, incéndios, muito mais que suspeitar acdes deliberadas e mal intencionadas sobre o alimentoem, si ou sobre os elementos de transporte e distribuicao_ (embalagens, contdineres, transportes terrestres, aéreos ou maritimos). De acordo com o anteriormente analisado, o estabelecimento das diretrizes de seguranga deve consistir em um plano escrito e aprovado pela empresa, e deve ser coordenado entre os diferentes departamentos, com uma administragao responsavel que se reporte a Diretoria, e que tenha capacidade de discernir as necessidades reais do estabelecimento e seu ambiente. A FDA dos Estados Unidos divulgou um conjunto de diretrizes gerais de carater voluntario sobre Biosseguranga para os estabelecimentos preparadores de alimentos que pretendam comercializé-los no territorio dos Estados Unidos. Vale ressaltar, paralelamente, que a Unido Européia também esté promovendo uma Portaria cujas diretrizes estdo voltadas para garantir um alto nivel de protegéo aos consumidores, salvaguardando a satide e a seguranga. Apesar de que toda empresa exportadora de pescados e produtos pesqueiros, que deseja continuar seu fluxo comercial até esses mercados, tenha de implementar e aplicar um Plano de Seguranca Alimentar, este plano, por sua vez, deveré adaptar-se & tealidade produtiva do setor pesqueiro local ou regional. Obviamente, o plano e os investimentos necessérios terao de ser realizados com cautela Desde 1989 produzindo solugdes tecnolégicas para o controle da qualidade da agua e meio ambiente em aqiticultura es & a Oximetros Kits Mictoprocessados Além dos produtos acima, produzimos pHmetros Colorimétricos Refratémetros Foto Salinémetros colorimetros Kit Colorimétrico (para Nitto, Nittato, Aménia, Fosfato, Sulfeto, Silica e Alcalinidade), Kit Produtor, Kit Técnico, Polikit, Kit para Coliformes Fecais e Totais, Rede de Plancton, Estufa Microbioldgica, Incubadoras, Garrafa de Coleta, entre outros. Revenda: Balan¢a Digital, Mictoscépio, Lupa e Salinémetro. Garantia, reposigdo de reagentes e bai custo de manutengdo para fod a linha produzico pela ALFAKIT polis, Santa Catarina RIKKI) Tecnologia Nacional pve das Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Biosseguranca Para Exportar Para os EUA —_—_—_—_——_—_—_—_— realismo, sem cair em obsessées improdutivas. Diretrizes Voluntarias de Biosseguranca A seguranga deve abranger tanto as medidas que a fabrica implementou para evitar danos intencionais em suas estruturas ou equipamentos, Como as que possam afetar o consumidor. Em outras palavras, as diretrizes devem: a) garantir a inocuidade e ndo adulteracdo de todos os produtos alimenticios derivados do pescado de captura ou da agilicultura, que so elaborados na fabrica; eb) garantir a integridade fisica de suas estruturas ou de Seus arquivos de registros ante qualquer tipo de pratica intencional adversa que possa causar danos intencionais e afetar a salide do consumidor. Essas diretrizes podem ser aplicadas também aos navios-usinas de pesca (processadores de bordo) que comercializam suas capturas diretamente dos portos de embarque até os mercados compradores através de transportes de carga maritimos ou aéreos, Objetivos Formular medidas e procedimentos em todas as dreas da planta de processamento para reforgar sua protegéo contra qualquer pratica potencial de terrorismo que atente contra o ‘consumidor, contra os recursos humanos ou contra a empresa Importancia A planta de processamento deve adotar as Medidas necessarias para assegurar a protecdo de suas operacées, incluindo especialmente as relacionadas com 0 abastecimento e transporte de Pescado fresco ou semiprocessado como matéria- prima; o processamento e embalagem do pescado e dos produtos preparados ou transformados; o armazenamento dos alimentos finais, proviso e Porte de insumos para os processos, incluindo materiais de embalagem; 0 abastecimento, armazenamento e distribuigao de Agua potavel endo potavel e do gelo utilizado para refrigeragao do Pescado e dos transportes. A empresa deverd vigiar © processo desde a produgao primaria (captura ou colheita) da qual se abastece a planta, até o Transporte do alimento final para o distribuidor ou consumidor. Quanto a origem da mercadoria, os procedimentos destinados a rastreabilidade evoluiram positivamente com a identificagao das Zonas de captura do pescado, ndo somente através dos documentos denominados “itens de pesca” que devem levar os navios, sendo também com a incorporagao gradual de localizadores por satélite (Sistema Global de Posicionamento) nas frotas maritimas regionais. Os mencionados sistemas sao essenciais para apoiar as me fiscalizagao da atividade pesqueira industrial, ao Permitira detecgao das areas de pesca, contribuindo assim para a individualizagao da captura mantida a bordo. A partir dai, a identificago dos langamentos (na pesca de arrasto de fundo ou de meia agua) ou a quantificagao dos dias de produgao, como jé adotado pela a maior parte do setor pesqueira da América Latina, permitiré a individualizagao total dos desembarques. Assim, sera possivel identificar as Partidas ou lotes que se transportam para as unidades de processamento e transformagao. Nao obstante o anterior, os navios pesqueiros das frotas industriais latino-americanas devem manter diretrizes de seguranga de carater geral para garantir © desembarque de capturas inécuas, seguras e de qualidade normalizada. E por isso que as diretrizes ou normas para as plantas de processamento, com as adaptages do caso, devem aplicar-se sobretudo 0s navios-usinas, que so os que processam e armazenam sua mercadoria a bordo e a exportam diretamente do porto. Para o caso das plantas pesqueiras, as diretrizes deverdo conter aspectos que facam a seguranga externa do circulo perimetral, a seguranca interna das areas de processamento, armazenamento e expedicao; as areas de abastecimento, armazenamento e. distribuigao de ar, Agua potavelnao potavel, vapor ou gas: abastecimento de insumos e matérias-primas: pessoal das dreas de processamento, manutengao; transportes etc, Do ponto de vista alimenticio, os elementos de um plano de seguranga podem ser implementados de forma mais acessivel, confiével e com menores Custos, se o estabelecimento jA possui seu Plano Operacional e é periodicamente ‘submetido a auditorias quanto 4s Boas Praticas de Manipulagéo, SSOP, HACCP etc. Deve-se sempre. levar em conta que os fegistros de producdo, o arquivo destes e o ambiente produtivo sao a base de qualquer plano de seguranga de uma planta Pesqueira de processamento para exportagao ou consumo local. Isso também proporciona aos compradores © as autoridades competentes do pais importador as garantias necessarias de que os produtos Pesqueiros, além de inécuos e de qualidade normalizada, so seguros. (") Dr. Enrique Bertullo & Diretor do Instituto de Investigagdes Pesqueiras (Uruguai); Dr. Nelson Avdalov € Diretor de Projetos da Infopesca. (Bibliografia disponivel com os autores) Este artigo foi publicado originalmente na edicao de julho/setembro da Revista INFOPESCA Internacional. Revista da ABCC / Ano 5 N.4 Por: $, Subasinghe INFOFISH 1"Floor Wisma PKNS Jalan Raja Laut 50350 Kuala Lumpur, Malasia e-mail: infish@po jaring. my /http:/Avww.infofish.org Num ambiente de mercado competitivo, Processadores de produtos da aqiiicultura esto cada vez mais concentrados em agregacao de valor. Contudo, 0 sucesso da agregagao de valor no depende simplesmente do acesso a matéria- prima @ a tecnologia, mas de diversos outros aspectos, entreos. quais inteligéncia e inovacao de mercado sao dois fatores chaves. O grau de agregacao de valor nao esté necessariamente ligado @ sofisticagéo da tecnologia usada ou a forma do produto. Muitos paises em desenvolvimento competem no mercado internacional com utilizagdo habilidosa dos recursos disponiveis e com um minimo de automagao. Camarao - Candidato Basico a Agregacao de Valor © camaréo 6 a principal espécie de aqiiicultura de agregagao de valor. Independente ga disponibilidade de uma oferta adequada e regular, espécie e tamanho do camarao, a matéria- prima determina a adequabilidade e a viabilidade técnica e economica da transformagao do produto. Entre os frutos do mar, o camarao exibe a mais ampla faixa e o mais alto grau de agregacao de valor. Quase cingtienta produtos de camarao com valor agregado so comercializados em nivel global. © camardo da aqiiicultura via de regra é de tamanho uniforme e de boa qualidade, além de ser bem adequado para produtos de valor agregado. Embora os exportadores dos paises produtores estejam cada vez mais voltados para Processamento de exportacéo de produtos de valor agregado, o volume principal ainda é exportado nas formas convencionais: blocos com casca e sem cabeca (HLSO), descascado e desveinado (PD) ‘ou descascado e nao desveinado (PUD). Para uma industria acostumada a tais produtos, mudar para agregacao de valor é um grande desafio. Assim, mudar para produtos de valor agregado deve ser Processamento e Apresentagao de Produtos de Camardo com Valor Agregado um método gradativo, a menos que haja uma rapida injecao de capital e conhecimento técnico através de parcerias de empreendimentos Conjuntos ou preparagées de recompra garantidas. Alias, @ sempre seguro comegar com Pouco e avangar gradualmente. Neste processo é Sempre seguro ter um equilibrio saudavel entre Produtos convencionais e de valor agregado na linha de produgao. A agregacao de valor deve sempre se concentrar nas expectativas de mercado e do consumidor. Portanto, a Participacao em pesquisas de mercado e feiras comerciais deve ser parte integrante de qualquer esforgo. Agregando Valor a Produtos Convencionais A agregacao de valor a muitos produtos convencionais pode ser obtida através de embalagem e apresentacéo apropriadas. Crescentes quantidades de HLSO, PD e PUD sao comercializadas em embalagens de consumo de 300g @ 500g, em bolsas ou embalagens tipo ‘janela’, com mais agregacao de valor. Em algumas embalagens 0 produto 6 disposto de forma atrativa em bandejas para dar volume e aumentar a aceitagao do consumidor. Os consumidores estéo procurando variedade ¢ conveniéncia, e pacotes de menor tamanho esto se tornando cada vez mais populares, ainda que pacotes com volume déem ao consumidor maior importancia em termos financeiros Vender camarao inteiro 6 ainda outro Método de agregagao de valor. Ao invés de perder mais de 35% do peso corporeo através da retirada da cabega, camardes de tamanho grande (26/30 € abaixo) podem ser vendidos inteiros, dispostos de forma atrativa em embalagens tipo. ‘janela’. Camarées de agua doce de tamanho grande também podem ser apresentados em tubos de Polietileno. Esses camardes também podem ser cozidos e acondicionados em agua com embalagens tipo “picolé” Muitas Oportunidades com Produtos Descascados Produtos descascados oferecem muitas oportunidades para agregacdo de valor. Camarées descascados e desveinados da faixa de 50/70 a 70-90 podem ser usados em espetos kebabs de camardo/frutos do mar. Cada espeto pode conter de 5 a 6 camaroes, dependendo do tamanho do produto e das especificagdes do Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 comprador, dispostos, horizontalmente, no espeto. Camardes de tamanho maior podem ser apresentados individualmente em um espeto. Estes, por sua vez, podem ser dispostos em bandejas (4 a 6 espetos por bandeja), como pacotes de consumo ou acondicionados em volumes de poli-sacos de 1 kg para o setor de abastecimento alimenticio. O camarao descascado também pode ser disposto em espetos como kebab de frutos do mar/camardes. Legumes em cubos como cenouras, cebolas e papricas podem ser branqueados e dispostos no espeto, alternando- se entre os camardes ou qualquer outro fruto do mar. O branqueamento ajuda a desativar os enzimas nos legumes e assim contribui para preservar suas cores. Os kebabs podem ser dispostos em bandejas ou pacotes em volumes de 11kg para o setor de abastecimento alimenticio. Produtos “faceis de descascar” so itens com um crescente segmento de mercado, especialmente nos Estados Unidos. O termo “facil de descascar’ é usado no produto devido a esta facilidade de tirar-Ihe a casca estando preparado. Os camardes com casca e sem cabega (26/30 41/50) podem ter a sua casca cortada pelo dorso (corte dorsal) ou lateralmente (corte lateral), até o 5° segmento, deixando-a intacta no camargo. ‘Quando preparado 0 camarao, a casca se abre a partir do corte, facilitando o manuseio da carne pelo consumidor, e dai o termo “facil de descascar’. No produto com “casca central”, a pelicula abdominal (segmentos de 1 a 4) do camaréo.com cabeca ¢ retirada. e Produtos Descascados e com Cauda Produtos descascados com cauda (PTO) na maioria das vezes séo usados para processamento adicional. A casca no 6” segmento permanece, de modo a permitir que o consumidor possa segurar 0 camaréo e, também, para oferecer um contraste atraente de cores ao produto quando preparado, a cauda assumindo: uma cor laranja/vermelha brilhante. A maioria dos produtos de camarao, com ou sem casca, desenvolve cores quando cozidos ou branqueados. © branqueamento, que envolve um curto tratamento térmico do produto por imersao em Agua quente, nao cozinha o camarao; apenas esteriliza a superficie, desenvolvendo uma coloragao rosa avermelhada. O camarao tigre (P monodon) da um produto de uma cor mais avermelhada e é preferido para alguns produtos. © camarao PTO é usado na produgao do camarao “butterfly” e “nobashi", ou camarao estirado. O corte butterfly pode ser ventral oudorsal. Um corte dorsal limpo abre os blocos musculares de forma asseada, dando ao produto uma forma de leque, enquanto um corte ventral ao longo das veias da um produto mais triangular. Este ditimo corte 6 usado principalmente na preparacéo de camarao “sushi” (sushi ebi, em Japonés), € 0 primeiro produto é usado na fabricagao de camarao em pasta ou empanado. © camarao estirado ou “nobashi” é feito estirando-se 0 camarao PTO através do uso de uma mattiz. A primeira etapa envolve dois ou trés cortes leves e transversais no lado do abdome (ventral), O camarao 6 colocado numa mesa, com a “barriga” para baixo, e pressionado uniformemente com uma matriz de metal ou plastico. O processo estira o camarao de 20 a 30% ‘em comprimento. O ‘nobashi” pode ser embalado em volumes, bandejas de compartimentos com ou semoprocesso de empanado. og -— A preparagdo de produtos empanados é um pouco mais sofisticada do que os produtos discutidos até agora. O processo pode envolver uma série de etapas: pré-polvilhamento, aplicagao de pasta e o empanado propriamente dito. O produto a ser empanado tem de estar totalmente descongelado e sua superficie deve estar livre de umidade. Gelo ou agua na superficie promove ma adesao do revestimento, as vezes provocando vazios no produto final ou areas sem revestimento Isto € devido ao vapor gerado durante a fritura que “incha" o revestimento, um fendmeno conhecido como “pillowing’. O revestimento as vezes se rompe no elemento de fritura. Assim, é necessario livrar-se do gelo superficial derretendo-o com uma aplicagdo superficial de sal e um pré- polvilhamento baseado em farinha. Produtos tratados com polifosfato com teor de agua de alto peso também podem criar esta situacao. Por outro lado, excesso de pré-polvilhamento também pode levar a “rompimentos”. O pré-polvilhamento pode portar sabores que complementam o substrato. Empastelados Alguns produtos s4o aplicados apenas com pastas, enquanto a maioria vai direto para o processo do empanado. Antes da aplicagao da pasta, produto tem de ser pré-polvilhado. O pré- polvilhamento de amido ¢ ideal para produtos de Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 ‘Camaro com Valor Agregado peixe. As resinas (guar e xantum) melhoram a adesdo da pasta ao produto através de congelamento térmico. Os ingredientes com efeitos paralelos/complementares sao: Metilcelulose (MC)/Hidroxipropilo Metilcelulose (HPNC)/Carboximetilcelulose (CMC), alginatos e musgos da Irlanda (“carragineanos”) As pastas populares a serem usadas sem empanado sao a pasta ‘tempura”e “fish and chip’, baseadas em farinha e amido com um agente de fermentagao como bicarbonato que, em combinagao com um acido de fermentagdo, formam bolhas, dando um revestimento de pasta mais leve. O armazenamento congelado de iongo prazo de produtos empastelados/empanados pode levar a migragéo de umidade ao revestimentolempanado. A espessura do revestimento do empastelamento/empanado depende da natureza e numero de aplicagdes sobre 0 produto e pode ser de 40% a 60% do peso do produto. Como a mistura de empastelamento/empanado é relativamente mais barata do que frutos do mar, os produtos podem ser comercializados a um prego competitivo. Sem davida, maior velocidade de aplicagaéo produz melhores lucros para o processador, o que alguns créem ser uma pratica antiética que beira a fraude. Empanados Os empanados tém diversas propriedades, dependendo de seus tamanhos de particulas e constituintes. Os empanados de farinha, destinados ao uso geral, séo constituidos principalmente por farinha de trigo/milho, amidos, resinas, corantes e temperos. Por outro lado, produtos para empanado ‘de farinha crocante usados para desenvolver uma textura tipo cracker relativamente dura, consistem de farinha nao fermentada. © tamanho de particula da farinha pode variar de grosseiro (60 a 140 mesh - EUA), médio (20a 60) a fino (4.a6 mesh). Os farelos de empanados de acordo com o padrao americano (ABC) sao feitos de matérias, primas derivadas de fermento e sao usados principalmente para produtos crus, empanados ou fritos, para forno ou fritura, dando uma textura crocante ao produto final. Os farelos para empanados, segundo 0 padrao japonés (JBC), também denominados Panko, sao feitos com massa de empanado preparada em ferment, cozidos em microondas ou por resisténcia elétrica. Os farelos tém cor mais clara e formato alongado, e dao ao produto uma textura crocante, como se assado no forno. Diversos tipos de produtos baseados em camaro, exclusivos para a Asia, entraram nos principais mercados nos ultimos anos. Sua popularidade nesses .mercados poderia ser atribuida principalmente a uma crescente populacao migrante e a influéncia das viagens e ‘exposicao de uma maioria de consumidores nos principais mercados de gostos e habitos alimentares exoticos. Os bares de sushi esto se tornando cada vez mais populares nos paises desenvolvidos e em desenvolvimento entre os conhecedores de alimentos saudaveis, visando dietas de “zero caloria’. Camarao sushi ou camarao sushi ebi e tempura sao um ingrediente importante em muitos cardapios dos bares de sushi. Uma grande variedade de produtos de camardo moido também esta se tomando globalmente popular, bolas de camara, nuggets de camarao, bolos de camarao etc., para citar apenas alguns. Esses produtos so feitos de camarées de tamanho irregular/indefinido, nao adequados para processamento de exportagao. O cracker de camardo 6 ainda outro produto que se consolidou em muitas partes do mundo. Produtos especiais curados, como pasta de camaréo e molho de camaro, também sao populares entre muitos mercados exteriores de etnia asiatica. ‘Subprodutos de Residuos de Camarées Cabegas de camaréo sao a principal matéria-prima na produgao de quitina e quitosana ‘As cabecas secas so descalcificadas usando-se dcidos minerais e desproteinizados através de Alcalis a fim de obter uma massa rica em quitina, secada ao sol ou ao foro, para dar a quitina um amplo uso industrial e farmacolégico. A quitosana esté se tornando cada vez mais popular como alimento saudavel eliminador de gorduras. A agua de cozimento do camarao das operagdes de exportagdes é usada na produgao comercial de extratos e agentes aromatizantes de alimentos. O pigmento astaxantina, usado em ragdes de camarao para intensificar a cor do camarao, é extraido das cabegas do camaréo e outros re: OE Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 — O CODEX ALIMENTARIUS Comentarios sobre a 26° Sessdo do Comité do Codex sobre Pescados e Produtos da Pesca, em Aalesund, Noruega, de 13 a 17 de Outubro de 2003 Rodrigo Antonio Ponce de Leon Ferreira de Carvalho - Engenheiro de Pesca Em Outubro deste ano a ABCC esteve presente na 26° Sessao do Codex sobre Pescados e Produtos da Pesca, na cidade de Aalesund, Noruega, considerada a capital do bacalhau Noruegués. O Codex Alimentarius, ou Lei dos Alimentos, é um marco de referéncia mundial para consumidores, produtores, processadores, organismos nacionais de controle dos alimentos, e para o comércio internacional de alimentos. A Comisséo do Codex Alimentarius 6 © organismo internacional que se ocupa da execugao do Programa conjunto FAO/OMS sobre normas alimentares. Criado em 1962, 0 Programa FAO/OMS tem por objetivo proteger a saide dos consumidores e facilitar 0 ‘comércio internacional de alimentos, servindo como fonte de subsidios técnicos, por exemplo, para a tomada de deciséo em disputas comerciais no Ambito da OMC. O Codex Alimentarius é uma colegéo de normas alimentares internacionais aprovadas pela Comissdo e apresentadas de modo padronizado. O Codex contém normas para todos os, alimentos principais, sejam eles elaborados, semielaborados ou crus. Os padres do Codex contém normas relativas @ higiene e qualidade nutricional dos alimentos, assim como padrées microbiolégicos, disposigdes sobre aditivos alimentares, residuos e praguicidas, contaminantes, rotulagem e apresentagao e métodos de andlise ¢ amostragem. Incluem ainda regulamentages com carater de recomendagao na forma de cédigos de préticas, diretrizes e outras medidas recomendadas. Os padrées para pescados sao discutidos no Comité do Codex para Pescados e Produtos da Pesca, com varios tipos de pescados ja submetidos a padres e outros em processo de estudo para padronizacdo, como os peixes e crustdceos que resultam da aqiiicultura comercial e que estéo inseridos no comercio internacional ou séo para consumo direto. Sendo os padrées aplicdveis aos produtos da aqiiicultura estratégicos para o Brasil, € estando em processo de elaboragao, os técnicos ¢ produtores brasileiros podem opinar para torné-los os mais inclusivos possiveis e assim permitir que os produtos das nossas industrias estejam em sintonia com os Padrdes do Codex. E estratégico para 0 Brasil a definicdo de um padrao “bom”, pois apesar de ser 0 objetivo do Codex proteger a satide dos consumidores e faciltar praticas comerciais|ustas da forma mais inclusiva possivel, decisées unilaterais podem,Eventualmente, prejudicar um setor de determinado pais. Interessadas em cumprir com esses padrées, as empresas comerciais privadas mais atentas e proativas acompanham as reunides do Codex para assegurar que os padrées definidos em suas sessdes, sejam exeqiliveis. Tais empresas podem contribuir com sua experiéncia para evitar os excessos ou minimizar o impacto desses padroes em seus negécios. Todos os Padrdes e Cédigos 840 discutidos nas Sessées Anuais do Codex, consideradas por alguns a Copa do Mundo das Discuss6es Técnicas sobre Alimentos, @ vo tomando forma como resultado de uma série de colocagées técnicas precisas, j4 que pela extensao da agenda e o preparo técnico das delegacdes, nao hé margem para suposigdes e comentarios infundados. Paralelamente, de forma discreta, acontece uma série de disputas politicas. Todas as decisées sao submetidas a aprovagéo das delegacdes presentes, que podem favorecer determinados paises, blocos ou continentes ao apoiar determinadas posigdes, o que a Presidéncia das sessées trata de evitar focando o debate no objetivo de melhorar os documentos para torna-los mais inclusivos, para garantir a seguranga dos alimentos e facilitar as praticas comerciais. Os Cédigos de Praticas para Aqiicultura e Camardes ainda esto em elaboracao, na etapa 3, rumo a etapa 8 quando so incorporados aos padrées elaborados pelo Codex. E de fundamental importancia que os técnicos das empresas associadas 4 ABCC participem da reviséio desses padrdes para que eles reflitam os nossos conhecimentos e interesses. Os participantes das reunides do Comité Técnico do Selo de Qualidade da ABCC ja receberam 0 Cédigo de Praticas para Camardes e Lagostins. Para ampliar as discussées, sugerimos aos interessados no tema que entrem em contato com a ABCC para que sejam incorporados a0 grupo e ao trabalho de elaboragao da carta- proposta da ABCC com sugestdes para o debate com 0 Servico de Inspegao de Pescados do MAPA, que desenvolverd o documento com os comentarios do Brasil para proxima sesséo do Codex, a ser realizada na Africa do Sul, em 2005. ‘Beodex alimentarius * Rodrigo Carvalho representou @ ABCC na delegagio brasileira da 26" Edigao do Codex Commitee on Fish and Fishery Products a ‘convite do Servigo de Inspecao de Pescados, SEPES, do Ministério dda Agricultura, Pecuariae Abastecimento, MAPA ——————— ee ——eeeESF_»>eee Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Avaliagao de Atractantes em Ragées para Camarées Através do Uso de Bandejas em Viveiros ‘Sam CEULEMANS'’, Alexander VAN HALTEREN'’, Abidin NUR’ e Peter COUTTEAU' 'INVE TECHNOLOGIES NV, Hoogveld 93, 8-920 Dendermonde, Belgium mans@it °BBPBAP, Jalan Pemandian Kartini PO Box 01, Jepara 59400, Central Java, Indonesia Nota: As referencias bibliogréficas poderao ser fornecidas pelo primeiro autor via e-mail INTRODUGAO Neste trabalho nos referimos ao termo “atractante” de uma forma abrangente, envolvendo tanto as respostas comportamentais de atragéo do camarao assim como a sua incitagao e estimulagao alimentar (de acordo com a terminologia de Lee & Meyers, 1997). Esta definigéo pode ser considerada como adequada para a pratica da fazenda, pois os técnicos de producao classificariam uma ragao como atrativa de acordo com a velocidade que esta fosse consumida na bandeja, desde que os pellets remanescentes demonstrassem uma boa estabilidade na agua A farinha de peixe 6 um reconhecido atractante tanto para lagostas (Homarus americanus) (Daniel & Bayer, 1989) como para 0 camarao-branco Litopenaeus vannamei (Costero & Meyers, 1993). Dentre outras raz6es, o aumento da pressao das industrias de racdo pela redug&o da inclusdo de farinha de peixe nas dietas de camarées, por razées econémicas e ou por problemas ambientais para o consumidor final (no caso de obtengdes de certificagdes organicas), introduz 0 medo de que estas dietas perderdio em atratividade.Os camardes sdo comedores lentos, mordiscam os pellets ao invés de engoli-los como. fazem os peixes. O melhoramento da atratividade pode estimular o camarao a comer o pellet mais, depressa, minimizando o lixiviamento dos nutrientes. Os nutrientes lixiviados reduzem tanto a qualidade nutricional da ragao como a qualidade da agua. MATERIAL E METODOS: Uma variedade de metodologias tem sido empregadas em trabalhos publicados a respeito deste assunto, variando desde experimentos realizados in vitro com 0 uso de tecidos quimio- receptores, até avaliagdes da ingestdo alimentar em grandes tanques (> 1m’). Nés aqui adotamos uma abordagem de campo, usando bandejas circulares de 1m’ e com uma borda lateral de 10 em de altura para eliminar perdas acidentai durante a colocagao do comedorna agua, Apés 90 minutos de permanéncia no viveiro, as bandejas eram retiradas cuidadosamente e colocadas ao sol para secar, facilitando a coleta dos pellets restantes. Estes pellets secos remanescentes eram entao pesados para quantificar a quantidade de ragao consumida pelos camarées. Foram realizados quatro testes (com 5-6 epetigses cada um) com o camarao tigre Penaeus monodon no“Brackishwater Aquaculture Development Center’, na Indonésia, em viveiros de 0,36 ha com uma densidade de estocagem inicial de 15 camardesim’. No periodo de avaliacao a sobrevivéncia foi estimada em 85% e 0 peso médio individual de 15 g. Durante os testes nao foi verificada nenhuma anormalidade no comportamento ou na salide dos camardes. Todos os alimentadores continham inicialmente 50 g de racéo experimental quando estes foram colocados na agua. Os efeitos da lixiviagaio de nutrientes dos pellets foram paralelamente estimados e corrigidos para a obtengéo do peso seco da ragao consumida nos experimentos. Preparagdo das Ragdes Experimentais As ragdes experimentais extrusadas foram formuladas para conter 40% de proteina bruta e um maximo de 8,5% de gordura para satisfazer os requerimentos nutricionais de P. monodon. Como atractantes foram usadas fontes protéicas marinhas misturadas ou nao (cinco variagdes foram testadas). Antes dos testes verificou-se que todas as. dietas afundavam e permaneciam estaveis na gua por periodo superior ao dos testes. Os diferentes tratamentos testados foram: C60 plus: ragao controle positivo na qual a farinha de peixe de origem escandinava contribuiu para 60% da proteina e diferentes atractantes foram adicionados para criar uma ragdo com alta atratividade. C60 e C25: ragées controle negativo nas quais respectivamente 60% e 25% da proteina sao oriundas de farinha de peixe escandinava, e nenhum atractante extra foi adicionado a estas ragées. Cé0attr e C25attr: ragdes experimentais C60 e C25 com a adicdo de 2% de inclusao de diferentes atractantes. Revista da ABCC/Ano 5 N. 4 a C60top e C25top: rages experimentais criadas através do manejo simples de ‘top dressing’. Esta técnica de cobertura do pellet resumiu-se em misturar de maneira homogénea a ragao uma combinagao de 1% de atractantes e 1% de dleo de peixe. RESULTADOS E DISCUSSAO Os resultados podem ser observados na figura 1, onde sao mostrados o percentual de radio consumida (ja corrigido a lixiviagao) e 0 erro padrao das repetigdes feitas em diferentes areas do viveiro e em diferentes horérios. © _Niveis elevados de farinha de peixe nado sao uma garantia de alta atratividade. O teste 1 deixa clara a diferenga entre a dieta C60 Plus e a dieta controle negativa, mas nota-se uma pequena diferenga entre as dietas C60 e C25, isso se repete noteste 4. Uma dieta comercial local foi usada no teste 1 como controle externo. © Através da adigao de atractantes as dietas controle 0 consumo alimentar 6 melhorado. As dietas controle, sem a adigao de atractantes, foram sempre as menos consumidas dentre os. tratamentos (Testes 1-4). Adicionando diferentes tipos de atractantes as dietas controle negativo, verificaram-se aumentos no consumo alimentar dos camardes, 0 que demonstra o potencial da presente metodologia na avaliagéo dos atractantes (testes 2,34). © Aadigaode atractantes as ragdes através do manejo de "top dressing” é no minimo tdo efetiva quanto sua incluso na formulagao, durante o proceso de industrializacdo (teste 2). No teste 3 foi igualmente mostrado que o “top dressing” melhorou 0 consumo de ragéo comparado a incluséo do atractante na dieta. cenPue 80 os Local Racio consumids ap6s 90 min de “exposigto(%) ceo At GOAMZ GOTopt Testo 3(n5) Ragio consumida apés 90 min de ‘exposio(%) ca BSA. SANA 28 TopA 408) | el 3 * | : 90 {$$ a Sa ae ize en it 8 7 n BBs gw (dos 0 ceo cs «SANZ SAND SANS Figura 1. Consumo de ragao apés 90 min de exposigao nos viveiros de Penaeus monodon para diferentes testes (1-4). As barras verticais representam as médias com seus respectivos erros padrées obtidos nas repetigées feitas em diferentes reas dos viveirose em diferentes horérios. CONCLUSAO Embora seja necessario um grande numero de repeticdes para reduzir a variabilidade, a metodologia aqui aplicada permite-nos averiguar, de uma maneira rapida e facil, o potencial de atratividade de diferentes substancias para a alimentagaéo do camarao. Isso, combinado ao fato de que os testes foram realmente realizados em viveiros de produgo comercial, confere aos resultados obtidos a relevancia necesséria para sua direta aplicagdo. ee Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 “A Polémica Atividade da Carcinicultura - Questées Politico-ideolégicas Travestidas de Questées Técnicas” André Macedo Brugger Oceandgrafo, mestre em aquicultura, Diretor-executivo da FISHTEC Consultores Asociados e professor de Elaboragao @ Analise de Projetos do Instituto de Educagao Superior de Brasilia ESB, Nos diversos féruns onde se debate a questio da carcinicultura marinha sao expostos os prés © os contras desta atividade, 0 que, alias, é extremamente normal, jé que todas as coisas na vida tém prés @ contras e no poderia ser diferente com 0 cultivo dos camardes marinhos. O que sempre me causou certa estranheza 6 a reincidéncia dos ataques 4 atividade, sucessivamente repetidos, reuniéo apés reunido. Parece que a coisanao avanca, ndoata, nem desata, @ a polémica permanece. Afinal, € possivel ou nao criar camardo.em cativeiro de forma sustentavel? Aqueles que criticam a atividade baseiam seus argumentos de insustentabilidade nos seguintes pontos: a atividade é destruidora de mangues (pelo desmatamento, pela destrui¢ao de apicuns e pelo langamento de efluentes); que 0 cultivo ¢ feito com espécie exética; que a atividade 6 concentradora de renda e, que a mesma exclui Populagées tradicionais. Alguns dos que sao realmente a favor da atividade comecaram a trabalhar para dirimir estes problemas. Quanto a questao do desmatamento, a solucdo parecia Obvia: - que se proiba, através de lei, a supressao de mangues nos projetos. Entretanto, cabe a observacao de que mesmo existindo uma lei que proiba a supressao do mangue, isso nao assegura necessariamente o seu cumprimento, dada a crise institucional que assola tanto os nossos érgdos legisladores (gerando leis contraditérias), quanto 0s executores e fiscalizadores (sucateados, carentes de equipamentos, pessoal qualificado ¢ insumos). Sobre os apicuns, existem duas “verdades': os que criticam a atividade asseguram que os apicuns tém importancia enorme para o manguezal, através da exportacdo de nutrientes do balango hidrico. Jé os “defensores do camarao” dizem que eles nao tém tanta importancia, exportam poucos nutrientes e nao interferem sobremaneira na dinamica da regiao costeira. Quanto aos efluentes, vemos seguidas acusagSes de que estes causam grande impacto na qualidade de agua e que, em casos exiremos, causam a morte de varias espécies de plantas ¢ animais. No entanto, 0 sistema de recirculagao parcial e total em processo de expansdo na carcinicultura brasileira vem apresentando excelentes resultados de desempenho zootécnico dos camarées em cultivo, o que demonstra que a gualidade dos efluentes nao provoca os impactos reclamados pelos que criticam a_atividade. Para garantiro fiel cumprimento da legislagao que trata da supresséo do mangue, ou de qualquer outra supresséo, deveriamos passar pelo fortalecimento das instituigses que tratam do setor. A criagao da SEAP - Secretaria Especial de Aqiicultura e Pesca, a meu ver, pareceu um bom comego, faltando, entretanto, que a mesma incorporasse_as fungées de ordenamento e fiscalizagao. De todo modo, sabemos que se leva um tempo até uma instituigao se firmar e devemos criar solugdes paliativas para o problema, como, por exemplo, a criagao de “estruturas paralelas” de fiscalizagao, que podem ser municipais ou até mesmo comunitarias. Transformar membros da sociedade civil em “fiscais da natureza” funciona, uma vez que sabemos que mesmo pouco aparelhado 0 Estado entra em agao, caso seja provocado através de dentncias legitimas e formais. Bem, podemos conseguir que novos projetos nao fagam supressao de mangue, mas e quanto aos ja instalados? O que fazer com as areas degradadas (tipo salinas desativadas) que poderiam ser recuperadas, caso a dinamica original do terreno fosse restabelecida? Criamos camarao ou replantamos mangue? Ora, se forem feitos levantamentos plani-altimétricos e estudos da dinamica costeira podemos, com boa preciso, mapear e separar os locais que podem ser Tecuperados, dos que ndo podem (por estarem em cotas muito elevadas em relacdo as areas de inundago). Eu arrisco dizer que apenas utilizando areas de relevos planos sem vegetagao ¢ passiveis de inundagao via bombeamento, o pais Pode se tornar o maior produtor de camarao do mundo. Para o problema dos efluentes existem duas solugées factiveis e nao excludentes, as lagoas de estabilizacdo e a drenagem direta para o mar (nos casos em que esta é possivel). Quanto a questo da espécie exética parece que a saida seré desenvolver pacotes tecnoldgicos viaveis para as espécies nativas, porém, enquanto isso nao ocorre, 0 pais ndo pode abrir mao de cultivar a espécie exética, pois temos que ocupar os mercados existentes, caso contrario, outros paises 0 fardo. Enquanto criarmos o camarao branco do Pacifico, que se tomem as medidas necessérias para diminuir, ao maximo, a Possibilidade de fuga dos mesmos, adotando rigidos padres de construgdo, transporte e manejo. Parece razoavel, no? Analisando os ltimos pontos da critica dos “anti-camarao” nos Temetemos a uma questéo ampla e complexa, Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 como a da apropriagdo de recursos naturais e a da renda gerada nos mesmos. Temos que admitir que © atual modelo de desenvolvimento da carcinicultura 6 concentrador de renda e que pode excluir a populagao tradicional do processo, mas isso no quer dizer que ndo se possa fazer diferente. Como “contra-ponto” existem os projetos comunitarios, que apresentam algumas vantagens sobre 0 modelo tradicional, tomando-se uma alternativa ainda mais interessante para melhora na condigao de vida dos habitantes das comunidades costeiras do pais. O modelo atual promove crescimento econdmico, exportagoes, gera impostos e empregos. Ja 0 modelo “comunitario” também gera impostos e, mais do que emprego, gera micro-empregadores, cujos lucros aquecem a economia local. Parece dbvio que estes dois modelos deveriam se complementar. Mas 0 fato, é que & medida em que se demonstra interesse real em se desenvolver um modelo sustentavel para a carcinicultura marinha, vemos alguns criticos se tornarem colaboradores do Processo, mostrando que estéo realmente comprometidos com a solugao dos problemas. Entretanto, com muito espanto, vemos também que outros se mantém igualmente céticos sobre a atividade. Sobre este A quem interessaria que a carcinicultura no decolasse no Brasil ? Por qué algumas ONG's ambientalistas recebem recursos diretamente de paises desenvolvidos? O que querem os paises industrializados “no fundo", preservar nossos recursos naturais ou os seus mercados? Os paises industrializados querem Preservar nossos recursos naturais para “virem visitar nas férias” ou para que estes néo se transformem em meios competitivos de produgao? Por qué ouvimos dentincias de ONG's ambientalistas que apoiaram candidatos a Camara? Por qué os comunistas e a esquerda radical adotaram a “bandeira da ecologia" para continuar sua briga politico-ideolégica contra o “avango do capital"? Comegamos a perceber a ténue linha que separa as questées técnicas da carcinicultura, levantadas neste artigo, da agenda politica nacional e internacional do momento (questao semelhante vemos na discussaéo dos transgénicos), mas 0 que é realmente injusto é Notar que um pequeno grupo de pessoas, para conseguir impor determinadas idéias, acaba Prejudicando uma grande “massa de Ultimo grupo @ seu comportamento, excluidos", os quals, contraditoriamente, devemos fazer uma breve reflexdo: eles dizem que defondem é Tradigéo - Competéncia - Qualidade Area de Produséo: 230 ha ProducGo Estimada 2003 : é Laboratério Capacidade : 1000 tonaladas 40 milhoes de Pls/més Néuplius : 400 milhées de néuplius/més = WLW Lda FAZENDA ere ary Revista da ABCC/ Ano 5.4 Novos Requisitos de Rastreabilidade de Frutos do Mar traz Desafios e Oportunidades Novos sistemas de rastreabilidade administram uma série de informagdes, desde fontes e insumos de frutos do mar até 0 processamento e distribuigao de produtos alimenticios finais Richard E. Gutting, Jr.* Reed Smith LLP- 1301 K Street, N.W. -Sulte 1100 East Towor Washington, D.C. 20005 EVA / rgutting@reedsmith.com Empresas que operam com frutos do mar esto construindo consideraveis redes nas quais produtos, investimentos, especializagao e informagdes deslocam-se rapidamente em grandes distancias. Essas novas cadeias globais de suprimentos esto gerando lucros e um amplo leque de produtos para os consumidores. Mas elas também estao tentando estabelecer metas para produtores domésticos preocupados com a concorréncia global, érgaos governamentais responsaveis pela seguranga de frutos do mar e interesses especiais que procuram modificar valores e comportamentos culturais. Novos Requisitos Como resultado, as cadeias de suprimento esto se perdendo num emaranhado de requisitos de “rastreabilidade" que apresentam armadilhas legais sutis para empresas imprudentes, mas oferecem as empresas sensatas novas oportunidades de lucros. Esses novos requisitos incluem: * Uma portaria européia que exige a identificagao de métodos de producao (aqiiicultura ou captura em ambiente natural) e area de captura, para os consumidores. + Umalegislagao agricola dos Estados Unidos que exige aposi¢do de rotulos “pais de origem" e “criado em cativeiro ou nao cultivado’, até setembro de 2004 e diretrizes voluntarias neste interim. * Alegislacao sobre bioterrorismo que exige, até 12 de dezembro de 2003, registro das instalagées alimenticias domésticas e estrangeiras e a manutengdo de registros identificando as fontes imediatas e os beneficiarios de todos os alimentos vendidos nos Estados Unidos. * Uma portaria européia que exige total rastreabilidade para alimentos e rages animais em todas as fases de produgao, em janeiro de 2005, * Diversos requisitos de documentagéo de captura para aplicar as restrigdes internacionais de safras para frutos do mar capturados em alto mar. A medida que novas regras tornam-se obrigatérias, as fontes de defeitos de produtos se tornaréo mais transparentes, pressionando mais ainda o produtor de frutos do mar para adotar controles tipo HACCP e de outra forma melhorar suas operagées. Necessidade Operacional Protegao, qualidade e seguranca do produto devem comegar do inicio _na fazenda ou no navio de colheita. As autoridades publicas de satide ja esto questionando as praticas de criago em fazenda e manuseio a bordo. Os érgaos governamentais, contudo, no serao os unicos a questionar. A concorréncia acirrada fez da lealdade do consumidor marca ou ao vendedor uma alta prioridade para varejistas e para cadeias de restaurantes. Eles nao podem parecer impotentes em relagdo a protecdo, seguranga ou qualidade dos alimentos, nem ignorar as questées formuladas por seus clientes em relagdo ao local e forma com que os produtos foram produzidos, ou que tipo de produto quimico foi usado. Novos sistemas de rastreabilidade ajudarao a encontrar respostas. Esses sistemas também podem ajudar a direcionar custos para fora das cadeias de suprimento. Varejistas, distribuidores e empresas de armazenamento a frio estéo combinando cédigos de barras com outros avangos tecnoldgicos para criar sistemas patenteados de rastreio de cadeias de suprimento. Fungées essenciais como vendas, marketing e andlise competitiva agora contam com esses novos sistemas. Para produtores que esperam abastecer essas cadeias, a rastreabilidade podera se transformar numa necessidade operacional Grupos ativistas também estao se voltando para a rastreabilidade. Nenhum teste pode determinar totalmente se o golfinho esta a salvo com a captura do atum, se a tartaruga esta a salvo com a captura do camaro, ou se um produto de frutos do mar é organico, ambientalmente limpo, comercializado Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 de forma justa, biotecnologicamente livre ou captado de forma sustentavel. Para merecer crédito, reivindicagdes como essas precisam de rastreabilidade para verificagao. E onde nao houver padrées consistentes de rastreabilidade, 0s grupos ativistas estao convencendo os érgaos governamentais a administrar os mesmos sob mandato, como fizeram com relacao aos produtos organics e aos golfinhos. Novas Oportunidades de Mercado Como resultado, novas oportunidades de comercializagdo esto surgindo. Agora mesmo, saber onde os frutos do mar sao capturados ou se so cultivados ou apanhados em ambiente natural, ndo diz muito aos consumidores sobre sua qualidade. Provavelmente isso nao sera verdade no futuro. Muitos produtores de frutos do mar estéo procurando formas para “misturar” seus produtos e beneficiar-se da rotulagem e de uma infra- estrutura de rastreabilidade de rapida expansao, Pescadores e processadores da California, por exemplo, recentemente decidiram comercializar salmao em sacos plésticos rotulados com a inscrigdo “Criado na Califémia” para diferenciar seu produto. E neste veréo alguns grandes compradores de camarao dos Estados Unidos trabalharam com criadores de camarées domésticos para comercializar camarao de maior qualidade sob os rétulos de marca dos Estados Unidos. ‘yum » quanoreRMncos« MEDasuLTO ynenas -SFOgATOS cBeAMA SAMUI © CORO TINA DE SA iniciativas de marketing como essas podem ser enfatizadas no futuro. Na Europa, por exemplo, 0s processadores de came estao convidando os consumidores a visitarem sites na Internet onde podem ver fotos e ler a respeito de fazendas e fazendeiros, sexo e peso do gado, bem como 0 nome ou denominagao do abatedor de seu alimento. Clicando um link de produto com face e lugar, as vendas a varejo se tornam pessoais. Rastreabilidade e rotulagem criam uma série de problemas legais para empresas individuais Os frutos do mar tém grandes historias a contar. Infelizmente, alguns produtores véem a rastreabilidade e a rotulagem como uma oportunidade para desbancar concorrentes. Diversas faccdes agora estao batalhando entre frutos do mar domésticos e importados, e espécies no cultivadas e criadas em cativeiro. Em alguns casos, os produtores juntaram-se a grupos ativistas para fomentar o medo de residuos quimicos no produto de seus concorrentes. Problemas Legais Alguns paises exportadores questionam se os mandatos de rastreabilidade e a rotulagem da Europa e dos Estados Unidos sao legais, e muitos desafios surgiram na Organizagao Mundial de Comercio. A lei de comércio internacional exige que as regras sejam cientificamente justificadas com base na avaliagao do risco, e que elas nao REIZA KERN Indukern Group rezk comb (1136897666 Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 podem discriminar. Ainda permanece em observagao se os mandatos existentes atendem a esses padrées. Rastreabilidade e rotulagem, contudo, também criam uma série de problemas legais para empresas individuais. ReivindicagSes de responsabilidade na ordem de bilhdes de dolares, por exemplo, obrigaram depésitos financeiros quando 0 milho geneticamente modificado foi misturado com outros graos de milho, apesar da falta de evidéncia de perigo real. Da mesma forma, as empresas enfrentam responsabilidades criminais por misturar ou rotular indevidamente frutos do mar Sujeitos a requisitos governamentais. Nesses casos, as violagdes também podem acionar apreensoes de produtos ou devolugées onerosas. Como as declaragées ou reivindicagdes seréo verificadas, e como outras empresas poderiam ser afetadas se uma empresa na cadeia de suprimento fizer reivindicagdes falsas, so pontos criticos do sistema. Os produtores devem ficar preocupados com rela¢ao a responsabilidades a eles atribuidas por problemas sobre os quais eles nao tém nenhum controle. Por outro lado, a documentag4o de rastreabilidade, se estruturada de forma devida, pode ajudar a proteger o produtor contra responsabilidades. Para minimizar os riscos, alguns compradores estao insistindo que os fornecedores assinem contratos legais e concordem em ser inspecionados. Numa hora em que proliferam as agdes judiciais, as empresas estrategicamente dispostas precisam buscar solucdes que alocam riscos para as partes que podem prevenir responsabilidade da melhor forma. As empresas que constroem novos sistemas de rastreabilidade também podem respaldar-se na lei de patentes para proteger seus investimentos. Rastrear informagdes pode ser extremamente valioso, e podem surgir questées sobre quem possui o sistema e se esta protegido por direitos autorais. Novos sistemas de rastreio coletam e disseminam vasta gama de informagées. Mas a medida que mais informagdes so compartilhadas entre empresas na cadeia de suprimento e a medida que as empresas continuam a consolidar e formar aliancas estratégicas, aumenta o risco de responsabilidade antitruste. Empresas sensatas que operam no setor de frutos do mar precisam acompanhar os desenvolvimentos e rever suas estratégias de negocio. Uma coisa é clara: a hora de formar parcerias e “marcar” mercadorias de frutos do mar, no varejo est se aproximando rapidamente "| Richard Guttng fo| presidente da National Fisheries institutes de 7997 a 20020 agora 6 consultor da empresa de advocacia Reed Smith LLP em seu escrtorio de Washington, D.C., como especialista om legistagao sobre frtos do mar. Este artigo foi publicado originalmente na edicéo de Outubro de 2003 da Revista The ADVOCATE Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 > Temos a melhor solugdo para sua Unidade de Beneficiamento com melhores precos e excelente qualidade em nossos servigos. §> Projetos completos no Sistemas Turn-Key com modernas técnicas de Construgao Civil, Refrigeragao Industrial, Maquinas de Beneficiamento e Camaras Frigorificas, > Modernos sistemas frigorificos de IQF, Congeladores de Placas, Tineis de Congelamento rdpido com gas Freon Ecolégico egas Aménia > Sistemas de Cobertura Termica com isolamento para reduzir custos de energia e aumentar seuslucros. D> Execucdo de projetos para financiamento junto a bancos como: BNB e FINAME, Solicite j4 uma visita de nossos profissionais qualificados. ‘QUALIDADE EM CAMARAS FRIGORIFICAS Rua Elizeu Oliveira, 87 Eusébio Ceara 61760-00( www.mavquel.com.br / mavquel@uol.com.br Sais Minerais Corrigem Desequilibrios lénicos na Agua de Cultivo Dr. Claude E. Boyd, Professor do Departamento de Pesca e AqUiculture Aliadas Universidade de Auburn, Alabama 36849, EUA, Ceboyd@acesag.aubum.edu A agua salina do lengol freatico usada com freqiéncia na cultura interiorana de camardes com baixa salinidade e em outras espécies, com freqiéncia € deficiente em potassio, magnésio e outros fons. Como a aplicagao dos sais de potdssio e magnésio para corrigir desequilibrios iGnicos tem causado notaveis melhoramentos na sobrevivéncia e producéo, a pratica esta se tornando cada vez mais comum. Por exemplo, uma fazenda de camardes no interior do Alabama, Estados Unidos, com salinidade de agua do viveiro de 2 a 4 ppt e concentragdes de potassio e magnésio abaixo de 10 mg/L, relatou uma sobrevivéncia de 19% e produgaio de 595 kg/ha em 2001. Em 2002, os sais minerais foram aplicados para aumentar as concentragées de potdssio para 35 a 40 mg/L eas. concentragédes de magnésio para aproximadamente 20 mg/L, a sobrevivéncia aumentou para 67% e a produgdo média chegou a 4.068, Os deseauilibrios iénicos também podem ter efeitos adversos sobre o peixe de agua doce. As vezes as concentragdes idnicas séo muito baixas para suportar os processos osmorreguladores normais nas espécies de cultivo, Em outros casos, os desequilibrios idnicos causam alteracdes no pH ou outras varidveis de qualidade da 4gua. Além disso, na criagéo de bagres de canal, aplica-se cloreto de sddio nos, viveiros para aumentar a concentracao de cloreto e reduzit a possibilidade de absorcao de nitrito pelos peixes. Este tratamento foi altamente bem- sucedido no combate a toxicidade do nitrto. Uso Mineral Muitos sais minerais séo usados na aqiiicultura. Os mais comuns sao os fertilizantes quimicos e materiais calcarios. Nitrogénio, fésforo, potdssio e outros nutrientes sao fornecidos pelos fertilizantes quimicos para promover o crescimento de fitoplanctons. Além disso, é aplicado 0 metassilicato de sddio nos viveiros de gua salobra para aumentar as concentragées de silicato e intensificar a abundancia de didtomas. Os materiais calcdrios neutralizam a acidez e aumentam o pH do solo e da agua, além de aumentar a alcalinidade e dureza da agua Materiais calcarios nao sao altamente soliveis normalmente no aumentam a alcalinidade total e a dureza total além de 75 a 100 mg/L. Assim, eles afetam apenas pequenas quantidades nas concentragées de bicarbonato, calcio e magnésio, e normalmente nao sao usados para corrigir desequilibrios iénicos. Altamente soltivel em agua doce e agua salobra, 0 bicarbonato de sédio pode ser usado para aumentar os niveis de bicarbonato e a alcalinidade. Contudo, na maioria das circunstancias, 0 uso de materiais calcérios tradicionais para esta finalidade é economicamente mais viavel. Sulfato de Cdlcio O sulfato de calcio também € conhecido como gesso ou gesso agricola. Este mineral é extraido de depésitos em regides dridas. Também & subproduto da fabricagao de fertiizante de fosfato. O produto extraido normalmente contém 95% ou mais de sulfato de célcio, embora 0 subproduto usualmente tenha um teor aproximado de 80%. As aplicagdes de gesso podem aumentar as concentragées de calcio, a parte do calcio correspondente a de dureza total, ¢ os niveis de sulfato. Supondo que 0 gesso seja 95% puro, 1 gim’ provocaria os seguintes aumentos nas variéveis da qualidade da agua: célcio, 0,22 mg/L; dureza total ou dureza do calcio, 0,55 mg/L; e sulfato, 0,53 mg/L. A solubilidade limitada do gesso cai com o aumento da salinidade. Contudo, ele pode ser titil no aumento das concentragdes de calcio para 100-150mg/L (dureza de calcio de 250 a375mglL), Muriato de Potdssio © muriato de potdssio est disponivel como material tipo fertiizante, que consiste principalmente de cloreto de potassio. O produto usualmente tem equivaléncia de dxido de potassio de 60% e contém cerca de 49,8% de potassio e 45,2% de cloreto. O muriato de potassio tem duas importantes vantagens como fonte de potassio: alta solubilidade na agua e custo relativamente baixo. Cada gim’ de muriato de potassio tipo fertilizante aumentara a concentragao de potassio em 0,5 mg/L e a concentragao de cloreto em 0,45 mg/L. Quando usado como fertilizante, as taxas de tratamento usualmente sao selecionadas para aumentar as concentragdes de potdssio em 0,5 - Revista da ABCC / Ano 5N. 4 ‘Sais Minerais na Agua de Cultivo 4,0 mg/L. E necessario utilizar doses bem maiores para aumentar as concentragées de potassio na agua salgada. Sulfatos de Potéssio e Magnésio sulfato de potassio / magnésio ¢ um produto interessante por conter dois ions potassio e magnésio -, 05 quais freqiientemente tém sido associados a desequilibrios iénicos na agua salgada para cultura interiorana de organismos marinhos. Um sal comercial de sulfato de potassio e magnésio contém 8% de potdssio, 10,5% de magnésio e 63,6 de sulfato. O produto é soluvel em Agua doce ou salobra, mas nao se dissolve tao rapidamente quanto 0 muriato de potassio. O material tipo fertilizante nao tem custo muito elevado. Sua aplicagao em 1g/m3 fornece cerca de 0,18mg/L de potassio, 0,1 mg/L de magnésio e 0,64 mg/L. de sulfato. © sulfato de potassio também ¢ disponibilizado como fertiizante com cerca de 41,5% de potassio e 50,9% de sulfato. E altamente sollivel em agua e tem custo baixo, A aplicacao de 1gim3 de sulfato de potdssio aumenta as concentragées de potassio e sulfato em 0,42 mg/L €0,51 mg/L. respectivamente. Osulfato de magnésio, as vezes, é colocado em fertiizantes como fonte dos nutrientes secundérios, magnésio e sulfato. O material tipo fertiizante mais comum ¢ o heptaidrato de sulfato, ou sal de Epsom, que contém cerca de 10% de magnésio e 0,39% de sulfato. Quando aplicado Agua em 1g/m’, 0 aumento na concentracao de magnésio serd de 0,1 mg/L e a concentracao de sulfato aumentara em 0,39 mg/L. Cloreto de Sédio O cloreto de sédio (sal) extraido em mina, do tipo industrial, ¢ usado comumente na aqiiicultura de dgua doce para aumentar as concentragées de cloreto e neutralizar a toxicidade de nitritos para 0 peixe. Também pode ser usado para aumentar as concentragées da salinidade. Este produto ¢ altamente soltivel em agua e contém cloreto de sédio a 98-99%. Numa taxa de aplicagéo de 1g/m’, o aumento nas varidveis de qualidade da agua é de 0,39 mg/L de sédio, 0,61 mg/L de cloreto e salinidade de 0,98 mg/L (0,00098 ppt). Concentragées Necessérias Nao existem dados definitivos sobre as concentragdes de ions necessarias para 0 cultivo de espécies marinhas em agua de baixa salinidade, as concentragdes de fons devem ser similares as concentragdes normais da agua do mar diluida na mesma salinidade da agua do sistema de cultivo. Os fatores para avaliar essas concentragées s4o fornecidos na Tabela 1 A agua nos viveiros de aqiicultura deve ter no minimo 75 mg/L de alcalinidade total (91 mg/L bicarbonato). Além disso, as concentragdes de cdlcio, magnésio e potassio s4o fundamentais porque esses ions tém fungdes fisiologicas especificas. Os demais ions sddio, cloreto e sulfato contribuem para salinidade e presséo osmética. Assim, suas proporgdes sao provavelmente menos importantes do que as do célcio, magnésio e potassio. Use a seguinte equagao para calcular 0 Coeficiente de dosagem do sal mineral para obter uma concentragao desejada: Dose (g/m’)= Concentragao desejada davariével (mg/L) Porcontual da variavel em sal100, Por exemplo, para usar muriato de potassio para aumentar a concentragao de potassio em 25mg/L: Dose de muriato de potassio = 25 mg potassio/L. 50% potassio/100 = 50 mg/L. Distribuigao Embora os sais minerais sejam solveis em gua, eles mostram melhores resultados quando distribuidos sobre os viveiros a frente de aeradores mecanicos ou pré-misturados com Agua e pulverizados na superficie do viveiro. Como os fons nao sao altamente reativos com o solo, as principais perdas de ions de sal ocorrem, principalmente, por percolacao, transbordo e descarga intencional de agua para a despesca. Tabela 1, Fatores que podem ser multplicados pela salinidade (ppt) para se obter concentragGes aceitaveis de ions (mg/L) em cultvos de lespécies marinhas em gua de baixasalinidade.’ (1)Aateatinidade total deve ser acima de 75mg/L como CaCO, (2) Exemplo: para dgua com salinidade de 3.5 ppt a concentracio de Potassio da agua deve seriguala 10,7%3,50u37.4¢mgl. Este artigo foi publicado originalmente na edicdo de agosto 2003 da Revista The ADVOCATE. Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Procedimentos Padrées Para Avaliagao Qualitativa das Ragées Comerciais Adquiridas Enox Paiva Engenheiro de Pesca ‘enox@compescal.com.br Consideragées Gerais Em decorréncia da importancia dos complementos alimentares sobre os custos de produgao e, conseqiientemente, sobre a sustentabilidade da carcinicultura semi-intensiva e intensiva, torna-se de importancia vital para esse segmentoa adogao de um mecanismo de controle eficiente sobre a qualidade desse insumo quando da recepeao pelas fazendas camaroneiras. A qualidade das rages, mais que de outros parametros, depende da inocuidade de seus ingredientes, além de estar intrinsecamente relacionada ao desempenho dos mesmos em termos de digestibilidade e do aporte e satisfagao dos nutrientes e de sua apresentacdo, requeridos pela espécie em cultura. No caso presente, especialmente por se tratar de segmento produtivo de elevados custos, além de satisfazerem os requerimentos supra mencionados, os complementos alimentares empregados devem ainda preencher requisitos importantes como: adequada estabilidade; flutuabilidade nula; quantidade minima de finos; homogeneidade granulométrica do material dos pellets, auséncia de corpos estranhos, conservagéo adequada e prazo de validade vigente. Ciente da obrigacao dos fabricantes em disponibilizarem produtos cada vez mais embasados em qualidade, e do direcionamento dos produtores voltado para o incremento das conversées alimentares (reduco do fator de conversao alimentar: F.C.A), como o mecanismo mais apropriado de manutencdo de sua competitividade internacional, sugeriu-se na Ultima reuniao ordinaria da Associagao Brasileira de Criadores de Camarées ABCC a elaboracao de um plano de monitoramento da qualidade das ragdes adquiridas para ser usado por todos os produtores nacionais. O plano de monitoramento em aprego foi inicialmente implementado nos dominios da Compescal - carcinicultura e abrange 0s procedimentos metodoldgicos e limites que se encontram descritos como segue: 1. Avaliagao do Prazo de Validade e do estado de Conservagao Uma vez satisfeita a condigao estabelecida, uma amostra representativa, correspondente a 2% das bolsas, é examinada cuidadosamente, observando-se 0 odor, a temperatura, 0 estado de agregacdo dos pellets, a presenga ou auséncia de bolores “mofo”, a coloragao ea consisténcia das particulas. © Occheiro deverd ser caracteristico de farina de peixe e a temperatura deverd ser semelhante aos valores do ambiente, ou mais baixa, ao passo que as particulas deveréo estar livres de agregacdo e totalmente isentas de bolores, ou de cheiro caracteristico de mofo. As ragées no interior, das bolsas deverao estar secas, e mediante constatacao de qualquer quantidade de alimento Umido, o lote devera ser rejeitado. 2. Avaliagdio'do Tempo de Lixiviagao + Essa denominagao se refere a solubilizagao. do material hidrossoluvel e a liberagdo de dleo para a agua. * A metodologia consiste na coleta de 10 gramas de ragao e da imersao da mesma em agua limpa, coletada dos viveiros, usando-se um recipiente de 100 ml. O teste deverd ser realizado com trés amostras e os resultados deverao expressar o valor médio. As trs amostras deverao ser observadas a cada 15 minutos, e o tempo minimo para o inicio desse processo deverd ser 30 minutos, permitindo que os animais se alimentem do produto, antes que este perca importantes componentes como: vitaminas, minerais, proteinas ete. 3Hidratagao * © processo de hidratacéo se refere a absorgao de agua por parte dos pellets da racdo. Com a hidratacdo ocorre o aumento de volume e tamanho, facilitando a retirada de particulas pelo animal, uma vez que as dimensdes dos pellet's das ragdes atualmente no mercado, nao sao adequadas para que o camaro possa apreender eabocanhar o pellet inteiro. * As mesmas amostras usadas para 0 teste de lixiviago s&o empregadas para o teste de hidratagao. * 0 tempo assumido como ideal para a hidratagdo 6 considerado como sendo de 30 (trinta) minutos a um maximo de 2 (duas) horas. 4. Desintegragao * — Adesintegragao se inicia apés a hidratagao total dos pellets. As amostras empregadas para os Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Procedimentos para Avaliacao das Ragées procedimentos anteriormente citados, também se usam para essa avaliagao e as observaces deverao ser realizadas, também, a cada 30 (trinta) minutos. + Para que o processo de arragoamento seja eficiente (controle de oferta e de sobras), torna-se necessario que a raco inicie o seu processo de desintegragdo somente apés um tempo minimo de 3 (trés) a 3,5 (trés e meia) horas, intervalo de tempo esse normalmente despendido entre os arragoamentos. O tempo maximo determinado para a desintegragao da racdo devera ser de 6 (seis) a 7 (sete) horas, caso contrario a estabilidade da mesma esta exagerada e, portanto, 0 seu consumo podera estar comprometido. 5. Flutuabilidade + A flutuabilidade diz respeito @ constatagao da presenca de pellets em suspensao na agua. Tal constatagao reflete em maiores ou menores perdas de alimento, alterando a sua conversdo alimentar com reflexos diretos sobre os custos de produgao dos empreendimentos. * A metodologia envolve a coleta de no minimo trés e até seis amostras aleatorias de 400, (quatrocentas) gramas de racao, retiradas de sacos diferentes escolhidos aleatoriamente. O teste € realizado em aquarios de condigdes similares aos viveiros em termos de profundidade e usando-se a mesma agua. As amostras s4o postas em bandejas, tal qual é feito nos viveiros, € os pellets flutuantes sao coletados através de pucas e contados para se estimar o porcentual de flutuantes. * Para que tal cAlculo esteja correto, é necessario que se determine previamente o niimero de pellets por grama ou por 100 (cem) gramas de cada ragao utilizada. * resultado ideal para este teste é o porcentual nulo de flutuabilidade, uma vez que na superficie da Agua o alimento nao sera consumido pelo camarao, além de contribuir para a degradacao da qualidade da agua dos viveiros e afetar negativamente os custos de produgao dos ‘entos. Entretanto, admite-se como ximo o porcentual de 0,5%. TIPO DE RAGAO "ROMERO DE PELLETS "POR 1009, sera 460 Jsoou 37 3080 [cuxei as PELETZADAY S310 [cura as eEXTRUSADA) ‘a0 jours mL 35 3500 NIRS 2220 [oxwaseonna 35 5200 TABELA+: Quantidade de pellet's em 100g de raga. *Os valores médios acima relacionados, foram obtidos apés @ realizagaode 3(trés) repetigdes em todas as rages 6.Finos * A presenga de finos ou pé é outro fator importante que contribui para o acimulo de matéria organica nos viveiros de cultivo e a indugdo de degradagao de qualidade de agua. * Para o calculo do porcentual de finos, dois a trés sacos de racao escolhidos ao acaso devem ser abertos e 0 seu contetido colocado de modo individualizado, por saco, em uma peneira de 1.5 por 1,5metro, com malhade 1,0 mm* Apés a elevacéo e movimentagdo manual suave da peneira, o pé resultante desse processo deve ser recolhido e pesado, estimando-se, assim, 0 porcentual de finos. O limite maximo estabelecido para esse parametro é de apenas 1,0% (um por cento) 7.Granulomertria * Oeste de granulometria ¢ realizado com 0 objetivo de verificar a uniformidade e a dimensao das particulas dos ingredientes formadores.dos pellets. A uniformidade das particulas e a dimensao inferior a 250 micra deverao ser exigidas, por serem parametros por demais importantes para proporcionar maior capacidade de homogeneizacao e agregagao das particulas, proporcionando maior possibilidade de estabilidade aos pellets e de aproveitamento do alimento por parte dos camardes Para a realizagao desse teste, trés amostras de 10 gramas deverao ser coletadas de sacos escolhidos aleatoriamente, sendo em seguida maceradas individualmente e visualizada ao microscépio ou lupa. Além dos parémetros especificados, deverdo ser observados ainda se existem ingredientes nao especificados, como milho e outros de muito baixa digestibilidade. 8, Presenga de Corpos Estranhos * So considerados como corpos estranhos, quaisquer outros ingredientes diferentes dos pellets da propria ragdo como: graos de cereais, pedagos de madeira ou particulas de ferro, araila, ou pellets de outras ragdes animais, além de outros. A avaliagdo de corpos estranhos ¢ feita visualmente, podendo-se usar como amostras os mesmos sacos de racao coletados para a avaliagdo de finos VZ7T7T<[__*eeN SS Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Emissées de Nitrogénio e Fésforo para o Estuario do Rio Jaguaribe, ( CE )* llene Matané Abreu, Luiz Drude de Lacerda & Rozane Valente Marins Instituto de Ciéncias do Mar (LABOMAR) UFC Av. Abolic&o 3207, Fortaleza, 60165-081, CE “Trabalho apresentado no VI Congreso de Ecologia do Brasil, Fortaleza, 9 a 14 de Novembro 2003 4, INTRODUGAO O Rio Jaguaribe ¢ o principal curso d'agua do Estado do Ceara, possui uma extensao aproximada de 610 km e uma bacia de cerca de 72.043 km* que drena as partes meridional e oriental do Estado do Ceara, desaguando no Oceano Atlantico, no Municipio de Fortim. A Bacia, hidrografica possui uma grande rede de drenagem, seus principais afluentes sao pela margem direita, os rios Carius, Salgado e Figueiredo e pela margem esquerda os rios Banabuii e Palhano. A foz do Rio Jaguaribe apresenta uma extensa zona estuarina (Soares Filho, 1996), cuja penetragao das aguas do mar se faz sentir até a barragem de Itaicaba, cerca de 34 Km da sua desembocadura (Marins et al., 2003). A bacia do estudrio do Rio Jaguaribe cobre cerca de 1.350 km’ onde s&o desenvolvidas diversas atividades econdmicas, como o turismo e agricultura, com destaque para a fruticultura carcinicultura. Embora seja evidente o impacto das atividades antrépicas sobre o meio fisico do Rio Jaguaribe, nada se conhece sobre as alteragdes quimicas de suas aguas, nem de seus reflexos sobre a qualidade das aguas costeiras. Neste trabalho sao avaliadas as fontes naturais antropicas de N e P para as aguas estuarinas do Rio Jaguaribe, desde a barragem de Itaigaba até a linha de costa, utilizando-se 0 inventario dos fatores de emisses das fontes naturais bem como das diferentes fontes antropicas decorrentes das atividades econémicas implantadas na regido. As estimativas das emissées de Ne P foram realizadas a partir do uso de fatores de emissao de cada atividade, considerando-se as dimensées das atividades potencialmente emissoras desses elementos para a regiéo estuarina do rio Jaguaribe, i.e. a concentragao de Ne P em seus dejetos e efluentes e sua produgao, determinando-se ao final a carga anual de N e P por atividade, bem como o percentual de participacéo de cada atividade nas emissées totais, Detalhes desta metodologia podem ser encontrados em EPA (2002), EEC (1999) e NRC. (2003). 2. Emissdes de N e P para o estuario do Rio Jaguaribe * 2.1 Emissées naturais deNeP Dentre as fontes naturais de N e P para bacias de drenagem estéo a deposigao atmosférica e denudagao fisica e quimica de solos. A deposigao atmosférica é fungao da area da bacia e da concentragao das substancias de interesse na deposig&o total (deposicao Umida e seca). Com base nas faixas de concentragéo obtidas de N e P, relatados em diferentes estudos realizados ao longo da costa brasileira, podemos assumir uma deposigao media de Ne P de 100¢8 mg.m*.ano", respectivamente (Lacerda ef al., 2003). Utilizando-se a area da bacia estuarina do Rio Jaguaribe é possivel estimar-se a cargade Ne P que entram na bacia através desta via. Os valores, obtidos s&0 entao corrigidos pelas respectivas taxas de retengao de retengao de Ne P pelos solos da bacia, uma vez que parte varivel da carga de origem atmosférica ¢ retida em solos e somente serao mobilizadas para areas costeiras ¢ estuarinas através da denudagao fisica e quimica de solos. Por exemplo, Burns (2004) apresenta uma taxa média de retencdo de nitrogénio atmosférico em solos de 63%, baseados em dados provenientes de cito bacias do meio oeste americano. Golley et al., (1978) relatou um percentual de retengao de 70% para P, oriundos da deposigao atmosférica, em solos do istmo de Panama, diversos outros estudos tém encontrado taxas de retengao semelhantes (Lacerda et al., 2003). A fragéo da deposigao atmosférica retida em solos, portanto, sera incluida nas estimativas de carga originada na denudagao fisica e quimica de solos. Com base nesses parametros calcula-se que a contribuigao de N e P pela atmosfera seja respectivamente de 63,5 e 3,2 t.ano", para toda a bacia estuarina. Allixiviagdo do solo ¢ outra fonte natural de N e P. Sua contribuigao aumenta a uma taxa que varia entre a denudagao quimiga e/ou mecdnica (Schlesinger, 1997) e a erosdo associada a construgao e urbanizagao (Goudie, 1987), de 128 a 213 toneladas de solo.km™.ano', respectivamente. De acordo com os principais tipos de solos que cobrem a regiao (IPLANCE, 2001) suas respectivas concentracdes de Ne P (RADAMBRASIL, 1981), calcula-se que juntos eles contribuam com 90 a 149 tano’ de Ne de 11 a 19 tano’ de P presentes no material_de_solo_lixiviado_para_o_estuério. Revista da ABCC/ Ano 5 N. 4 Emissées de Ni io © Fésforo Aguas servidas: Na regido de Itaigaba, acima do estuario, encontra-se uma barragem que tem a funcao de desviar o fluxo do rio para o canal do trabalhador. Apenas na época chuvosa o volume de gua ¢ suficiente para transbordar a barragem e alcangar o estudrio. Dessa maneira na maior parte do tempo as fontes de aguas servidas para o estuario s0 0s municipios de Aracati e Fortim cuja soma das populagées entre a zona rural e urbana 6 de 72.572 habitantes (IPLANCE, 2001), que juntas, produzem 2,65x10° a 3,98x10" m’ por ano de dguas servidas (Carioca & Arora, 1984), contendo aproximadamente 50 mg.t'N, 14mg.l" P (Von Sperling, 1996), 0 que corresponde a descargas de 133 a 199 t.ano” de Ne de 37 a 56 t.ano"de P. Agricultura: A produgao agricola concentra-se no cultivo da castanha de caju, do feljao, do milho e do melao (IPLANCE, 2001) e suas necessidades nutricionais so supridas com a adigéo de feriiizantes ricos em N e P (Andrade, 1991). Caloula-se que de acordo com as necessidades de nutrientes de cada cultura e suas respectivas reas cultivadas, sejam aplicados por ano na regido 1.110 t de Ne 1.315 t de P, no entanto mesmo que a administracao desses fertilizantes seja feita com base em analises quimicas dos Rea E Ce) eRe eave) RN eae es solos, para que nao sejam aplicados em excesso, uma parte do N e P associados a esses fertiizantes sera perdida pela drenagem do solo. Segundo Esteves (1998), de 16 a 25% do N ede 0,7 a 1,4% do P aplicados sao perdidos em solos. agricolas, porém essa taxa pode ser ainda maior na regio nordeste devido aos solos aridos da regiao. Levando-se em consideracdo estes parametros, estima-se que a emissdo de N e P. atribuida a agricultura da regido seja de 178 a 278 t.ano" de N ede 3 a6t.ano" de P. Pecudria: Outra atividade importante desenvolvida na regido ¢ a pecuaria, dividida entre a criagéo de bovinos (8.601 cabecas), aves (32.155 aves), suinos (3.603 cabecas) e ovinos (8.603 cabeca), além da carcinicultura que sera avaliada separadamente. A contribuicao da peouaria é ocorre através da producao de dejetos que alcangam aproximadamente quarenta mil toneladas por ano. Os teores de N e P dos dejetos foram calculados com base no volume e na composigao média produzidos por animal (Boyd, 1971). Cerca de 55% do N e P depositado nos solos por dejetos animais 6 absorvido por plantas e cerca de 15% do N ¢ evaporado para a atmosfera sob forma de aménia (NRC, 2003) Portanto, aplica-se a carga total de N e P fatores de correcao de 0,3 e 0,45, respectivamente, O resultado final da contribuigao da pecuaria para a emissdo total de N e P para a regido do estuario do Tele Eas. aulo - SP - Tel.: 11 9961-0477 - Revista da ABCC /Ano 5 N. 4 Rio Jaguaribe é de cerca de 82 t.ano” de Ne de 40 tano"deP. Carcinicultura: A ultima atividade incluida neste estudo € a carcinicultura, que ocupa uma area de cerca de 920 ha na regio estuarina do rio Jaguaribe. Esta atividade quando gerenciada de forma nao sustentavel tem resultado em impactos negativos na qualidade de dguas de regides estuarinas, em particular quando substituem areas de manguezal (Twilley et al., 1999), tornando-se exportadores liquidos de nutrientes (Boyd, 1999; Burford et al, 2003). Apesar da importancia relativa da atividade, nado existem fatores de emissao conhecidos para a atividade no Brasil. Entretanto, concentragoes de N e P em Aguas de captacdo e de saida de algumas fazendas séo monitoradas freqiientemente e produzem dados que podem ser expandidos para quase toda a atividade, dada a semelhanca dos processos de producdo utilizada na carcinicultura do nordeste brasileiro (Abreu et al., 2003). Taxas instantaneas de emissao provenientes do monitoramento de grandes fazendas de camarao localizadas no estuario do Rio Jaguaribe, mostram que as fazendas sempre emitem P, com diferengas de concentracéo entre aguas de entrada e de sada nas fazendas variando de 0,0 a 0,18 mg.I’. No caso do N, as medidas existem ‘somente para nitrato, nitrito e aménia. Para estas espécies de N, dada a elevada taxa de denitrificagao verificada em canais de adugao e saida de efluentes, os resultados tanto mostram uma exportagdo liquida deste nutriente como um consumo liquido, resultando em taxas negativas de concentracao entre a entrada e a saida das. Aguas, variando de valores negativos a valores positivos de 0,2 mg." (Abreu et al., 2003). Nao ha informagdes sobre o balango deN total. Mesmo que a area ocupada pela atividade seja relativamente pequena em relagéo a agricultura, por exemplo, a localizagao adjacente aos estuarios pode potencializar os efeitos da atividade sobre a qualidade das aguas. A emissao de nutrientes vai depender intimamente da taxa de renovagao de aguas das fazendas que varia de acordo com 0 processo produtivo entre 5% e 10% do volume existente (Abreu et al., 2003). A constante modemnizagdo do processo produtivo deve ser levada em consideracao, levando a necessidade de reavaliacao permanente das emissdes. Para 0 calculo das emissdes optou-se por utilizar uma taxa de renovagao minima didria de 5% do volume d'agua, mais proximo é realidade produtiva da carcinicultura regional. Baseados nestes parametros estima-se que a contribuicao da carcinicultura para as exportagdes de N e P podem variar respectivamente de 0 37 kg.ha ‘ano'e de 0 33 kg.ha".ano”. Entretanto estes valores referem-se a cargas instantaneas, e no caso do N nao incluem as formas particulada e organica, sendo dificil, portanto, sua extrapolacao para bases anuais. Dados experimentais obtidos em fazendas de camarao australianas mostraram concentragées efluentes de N total de 0,98 mg.I" de P de 0,13 mg.I" em viveiros com tempo de renovagaio de aguas da ordem de 5% por dia (Burford et al., 2003). Os valores de N encontram- se bem acima daqueles estimados para fazendas do Ceara, ja que incluem todas as formas do elemento, enquanto que os valores de P séo bastante similares. A partir desses estudos, foram estimadas cargas de N e P para o estuario de 0,99 1,18 kg.ha’.ano’ e de 0,08 kg.ha’.ano”, respectivamente (Jackson et al, 2003; Burford et al., 2003). Em areas de carcinicultura no Golfo da California, México, Paez-Osuna et al. (1999; 2003) estimaram exportagdes de nitrogénio e fosforo respectivamente de 112 e 32 kg.ha'.ano”. Estes valores sdo utilizados para a bacia do Rio Jaguaribe a titulo de comparagao (Tabela 1). _—Kecafoiemento ____Nioginio_Fisforo Rio Jaguaribet 0-30(15)_0-27(18) Austrlia 327 18 Golfo da Califiria, México 112 32 Faia deemissio 15-327 14-32 TABELA 1 Fatores de emissdo (kg ha'\ano") de Ne P em efluentes de Viveros (éados instantaneos).* Incluem somente a espécies nit, ivatoe amon Maior variedade de pedras porosas do mercado .Valvulas e mangueiras de ar ‘Sopradores de ar Esterilizadores de ozonio .Biomassa e cistos de artemia Compressores 12v CC para transporte Testes nacionais e importados Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 -Pucds e materiais filtrantes Fone: 81 3469 4777 / 3469 4842 81 3469 2403 / 3469 3214 e-mail: dagua@dagua.com.br Jaboatéo dos Guararapes / Recife - Pernambuco Os resultados apresentados na Tabela 1 mostram que as emissdes obtidas por dados instantaneos sao bastante consistentes com dados publicados na literatura internacional para 0 P, mas mostram-se aparentemente subestimadas para N, sugerindo a necessidade urgente de estudos especificos. Um resumo das emissdes naturais e antropicas de Ne P para a bacia do Rio Jaguaribe é apresentado na Tabela 2. Fonte’ Elemento Nitrogenio_Fostoro Fontes naturais Deposigo atmosférica! 64 3 Denudagio de solos 120 Is ‘Sub-Total 184 18 Fontes antropogénicas ‘Aguas servidas* 166 9 Agricultura’ 228 5 Pecuitria® 82 40 Carcinicultura® 114 16 Sub-Total 590, 108, Total 774 126 TABELA? Estimatva de omisstomedia ano") de NeP palasprincipai, fontesantipicasnabaca do bate Jaguarbe 1. Emissao atmosférica: area do estuario 1.350 Km’; deposigéo média de N e P na atmosférica 100 'e 8 mg.m*ano’; taxa de retencao pelos solos 63% de N (Burns, 2004) e 70% de P (Golley ef al.,1978), 2.Emissao de solos. Principais solos da regido: Areias quartzosas distréficas (AQD): 1,13°10° Km"; Solonchack (S): 0,16°10" Km’; Latossolos (LVE): 0,06*10° Km’, Taxa de denudagao quimica: 280 kg.ha'.ano”. Taxa de denudacao mecanica: 1,000 kg.ha’ano’. Total: 128 t.Km*.ano" (Schlesinger, 1997). Taxa de erosdo associada com construcao e urbanizagao (Goudie, 1987): 213 tKm*.ano". Composi¢éo do solo (%) (RADAMBRASIL, 1981): Cxoo: 0,54; Cy: 0,45; Cy 0,91. Naoo: 0,05; Ng: 0,05; Nive: 0,09. P,op: 0,04; 0,05; Pyve: 0,02. 3. Geragao de residuo Iiquido: 100 a 150 |.hab” dia *, 365 a 548 m’. hab".ano' ; 2,65°10° a 3,98*10" m’ano" . Populagao local: 72.572_habitantes. Média e faixa de concentragao de C: 170 350 (250); N: 35 70 (50); P:5 25 (14) emmg.L”, Von Sperling (1996), 4. Emissdo pela agricultura. Principais culturas do municipio de Fortim: castanha de caju (55%), feij0(21%), milho (18%).Em Aracati as principais culturas sao: castanha de caju (50,6%), feijao (11,5%), _melAo (25%), milho(8,4%). Necessidades de nutrientes (t.ha’) por cultura e area cultivada: Castanha de caju (13.828 ha): N: 42°10"; P: 12°10", Feijao (3.420 ha): N: 20°10": P: 60°10°. Melo (6.000 ha): N: 120°10"; P: 140°10° Milho (2.600 ha): N: 60°10"; P: 40°10”. Perda de solos em areas agricolas adubadas, de N= 16a 25%; P=0,7 a 1,4 % (Esteves, 1998). 5. Numero de animais criados na regido, fonte IPLANCE / IDM: Bovino: 8601; Suino: 3603; Ovino: 8603; Aves: 32155. Volume de dejeto produzido por animal (kg.cabega’'.dia"): Bovino:10; Suino: 2,5; Ovino: 1,0; Aves: 0,18. Composigaéo percentual média de esterco: C- bovino:2,4%; C-suino:2,0%; C-aves: 4,8%; C- ovino: 5,6%. N-bovino:0,6%; N-suino:0,5%; N- aves: 1,2%; N-ovino: 0,5%. P-bovino:0,35%; P- suino:0,3%; P-aves: 1,3%; P-ovino: 0,5%. (Boyd, 1971). 6. Emissao pela carcinicultura: 920 ha; taxa de renovagdo didria de agua ¢ de 5% ; 1,38°10° m’.ano"; profundidade dos viveiros 0,7 a 1,4 m (média 1m). Concentragao média do efluente (kg.ha’ ano") dos viveiros de: N: 15 327 (171); P: 14 32 (23), ano ~ 225 dias de descarga de efluentes; considerou-se 2,5 ciclos de cultivo por ano e que nos primeiros 30 dias de cultivo nao ha renovagao de éguas. 3. CONCLUSAO. ‘As emissées naturais de N e P para o estuério do Rio Jaguaribe contribuem respectivamente com 24% e 17% das emissdes totais, sendo a denudagao de solos responsavel pelas maiores emissdes. Entre as fontes antropicas a contribuigéo das aguas servidas atinge 21% e 44 % da contribuicao total de Ne P para o estudrio, respectivamente. A emissao proveniente da agricultura corresponde a cerca de 29 % do N emitido e 4% do P. A pecuaria é responsdvel por 11 % do N @ 32 % do P emitido. A carcinicultura emite aproximadamente 15% do Ne 13% do P do total emitido para a regio do estuario do Rio Jaguaribe. A figura 1 resume os resultados encontrados. Fica evidente a inter-relacdo entre as condig6es sanitarias precérias da regido e a emissdo de nutrientes potencialmente geradores de eutrofizacdo, particularmente para o P, cuja emissao 6 dominada por aguas servidas. A agro- pecudria como um todo responde pela maior parte da carga restante. A carcinicultura, embora pouco significativa como emissora de N, apresenta uma emissdo relativamente elevada de P, particularmente devido @ pouca capacidade de retengao deste elemento pelos solos e sedimentos ‘sub-xicos tipicos de regides estuarinas. oe —wwirRoaenio —~mroarora—) Figura 1. Resumo das emiss6es naturaise anirdpicas de nitrogénio & {6sfoo para estudro doRio Jaguarive, CE “Referéncias bibliogréficas disponiveisna ABCC. Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Zoneamento Costeiro Maranhense - Um Desafio Teérico e Técnico Marcio Costa Fernandes Vaz dos Santos Ph.D. em Ciéncias Ambientais e integrante da equipe do ZECMA Marciovazsantos@uol.com.br No més de novembro de 2003 0 Zoneamento Costeiro do Estado do Maranhao (ZECMA) e 0 Diagnéstico Ambiental para a Carcinicultura foram apresentados ao piblico. Realizado em apenas quatro meses, apesar de ter © Maranhdo 0 segundo litoral brasileiro. em extensaio com 640 km, 0 zoneamento produziu centenas de cartas georeferenciadas, nas escala, de 1:100.000, diagndsticos e cenarios-sintese, documento de texto compreendendo metodologia, eresultados. Para informagao do leitor, zoneamentos ecolégico-econémicos (ZEE) consistem, na verdade, de varias etapas de complexidade crescente. SAo compostos de diagnésticos que fornecem as informagdes basicas para caracterizar a regido de interesse (aspectos bidticos, abidticos e sdcio-econdmicos); de cenarios de sintese que permitem a simplificagao. e a identificagao de potenciais confltos e soluges; de propostas e diretrizes a partir dos cenérios, transformadas em politicas publicas; e pela implementacéo dessas politicas. Um Zoneamento nao precisa ter todas suas etapas concluidas para ser chamado de tal, contudo considera-se como nticleo minimo a elaboragao de diagnésticos e cenarios sintese. A tabela 1 ilustra as etapas e produtos do ZECMA. A despeito da quantidade de material produzido, podemos afirmar que o ZECMA introduziu’ alguns conceitos simplificadores e inovadores para a gestdo das zonas costeiras. O principal foi 0 reconhecimento de que um dos maiores desafios de um ZEE esta na sua capacidade de gerar cenarios de sintese a partir da grande quantidade de dados gerados na etapa de diagnostico. Desafio tomado maior, se considerarmos que estes cenarios devem ter bases quantitativas e ser de facil entendimento pelo publico leigo. Apesar da aparente obviedade deste principio, grande parte dos ZEE peca justamente na fase de elaboragao dos seus cenarios-sintese, transformando-se apenas em diagnésticos mais complexos. A solucdo encontrada pelo nosso grupo foi tomar por base a Agua como referéncia para todos os cenarios- sintese. A base do raciocinio é que nao existe atividade humana que nao dependa, direta ou indiretamente, da agua. Sao também os corpos d’agua estuarinos e costeiros que refletem todos 0s usos diretos e indiretos que ocorrem nos limites, de suas microbacias hidrogrdficas. Em sintese, 0 ZECMA ¢ um zoneamento, que diferentemente da maioria, parte do mar para a terra e nao da terra para o mar. Para que os cenérios fossem quantitativos era necessario que o parametro Agua fosse trabalhado como volume. Dessa maneira, o litoral foi compartimentado ao longo de dois eixos, um horizontal (de jusante a montante) e outro vertical (da calha do canal ao divisor de agua da microbacia hidrografica). A compartimentagao horizontal adotou critérios de vegetacdo, padrao de propagagao da onda de maré e padroes de salinidade da agua, criando subdivisées denominadas de plataforma interior, baixo estuario, médio estuario, alto estuario e varzea de marés © procedimento acima resultou em 393 médulos que séo um misto de microbacias e ecossistemas estuarinos. Conseguiu-se assim obter médulos que tém uma base fisica e ecolégica e ao mesmo tempo permitem formulagao de cenarios quantitativos. Uma vez definidos os médulos, construiu-se dois cenarios centrados nos recursos hidricos de superficie que 0 0 potencial de renovagao hidrica e o volume do corpo d’égua em baixa-mar. O primeiro é definido pela diferenca de altura entre as cotas de preamar e baixa-mar maximas, denominada de altura da onda de maré, multiplicada pela extensao areal do espelho d'agua. O volume de baixa-mar é definido como a area de espelho d'agua multiplicada por um indice de profundidade média (O indice batimétrico consiste na atribuigao de um valor de profundidade média para cada uma das subzonas da zonagdo horizontal. Este indice de profundidade médio foi obtido a partir de levantamentos batimétricos em trechos escolhidos dos estuarios maranhenses, que totalizaram mais de 300.000 pontos distribuidos pelo litoral ocidental e oriental). A soma do volume de renovagao ao volume de baixa-mar fornece um indice de volume total do médulo. Ozoneamento propriamente dito do ZECMA indica 0 potencial de absorgao de comprometimento hidrico por parte dos corpos d'agua da zona costeira maranhense. Este potencial é na realidade um indice composto que adota a premissa de que o volume total de agua de superficie (marinha e estuarina) em cada médulo de referéncia é um bom indicador do potencial de absorcao de impactos ambientais potenciais deste médulo, Esta premissa baseia-se na assertiva de que todas as atividades econémicas necessitam de agua para seu sucesso, e que a agua utilizada em qualquer atividade humana retorna ao corpo de Agua estuarino ou marinho através do ciclo hidrolégico. A segunda premissa do zoneamento é de que impactos ambientais sao cumulativos. Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Dessa forma, a adicao de um determinado impacto pode ndo ser significativa em uma drea integra, mas pode comprometer o equilibrio ambiental se a adicéo ocorrer em area ja estressada, ‘A proposta de elaborar um zoneamento de simples entendimento, e que fosse a0 mesmo tempo poderoso na representagao do potencial de absor¢ao de impactos, levou a selecdo de apenas quatro parametros, que serdo discutidos a seguir: + Indice de populagao E obtido do logaritmo da populacao total. Os dados de populagao total do municipio, obtida do censo 2000, foram aplicados nos médulos que se situam dentro dos referidos limites municipais, sendo que o valor é repetido para varios médulos, caso os limites municipais comportem mais de um. O logaritmo é multiplicado por peso 35, sendo que 0 indice negativo cria uma relagdo inversa entre total populacional e capacidade de absorver impactos, + Indice de volume total E calculado pelo logaritmo do volume em metros cubicos. O logaritmo € multiplicado por peso 25, gerando valor positivo que é diretamente proporcional A capacidade de absorcao de impactos « _ indice deinterfacie hidrica E 0 logaritmo do perimetro do limite de espelho d'agua com area emersa, em metros. A sua correlagéo com 0 potencial de absorgao de impacto € positiva, pois quanto maior o indice de interfacie menor sera a superposic¢ao e conflito de usos. O logaritmo é multiplicado por peso 5, + Capacidade de renovagao hidrica Baseia-se na altura maxima da onda de maré, e indica a freqiiéncia e intensidade com que é renovada a agua de superficie estuarina.. O logaritmo é multiplicado por peso 5. A selegao do valor numérico dos pesos procurou realgar conhecimentos empiricos de dominio da equipe, mas, precisamente, a constatagéo de que os estuarios com maior pressdo ambiental sdo aqueles nas areas metropolitanas da Ilha de Sao Luis (rios Anil e Bacanga), e de que aqueles sob menor pressao e com melhores caracteristicas naturais, seriam as areas de baias protegidas da plataforma interior (Baia de Mutuoca, Capim etc.) Dessa maneira, calibrou-se o indice para que refletisse estes extremos, gerando assim pesos muito distintos para os parametros populagao total e volume total, em contrapartida aos pesos adotados para os outros dois parametros. As categorias de classificacao receberam os seguintes valores Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 POM eNCIEN TA HEUIUINEAY LUTE) payee! © novo alimentador para camardes BAEPOTY, muito eficaz,rediz, drésticamente a quantidade de ragao consumida devido a forma como foi desenvolvido 0 seu proto. Anaisando de modo conservad © desperdicio de ragao como sendo de 15 a 23% por ciclo (chegandk 30%, conforme o manejo do arragoador) 0 que significa um ganho ac Cional de R$0,90/Ka de camardo produzido. ‘Alem de acabar praticamente com a troca da tela e pregos ou gramp de fxacao da tela da bandeja de virola de pneus. x: Um viveiro com 50 cami - 60 bandejasiha produgdo: 4.500kg/halcilo - Rago: custo RS1,85kkg 1 Ragao 1.1 Perda de 15% - R$1.998,00/ciclo, sendo 2,4 ciclos por ano teremos uma perda por bandeje de RS79.82 2 Bandejas de virola de pneu 2.1 - Gusto de aquisicdo RS7,00 - Desperdico de rag 2.2. Reforma da tela elou pregos a cada ciclo rm.o. minima=30 min/band = RSO,60+encargos= RS1,00 Tela RS1,10 -pregos R$0,20 materialvm.o. RS2:30x2 4 ciclos/ano -gasto =R$12,52/bandi 3- Perda total por despersicio de ragao e manutengao RS82,44/ bandeja Perda anual (60 bandejas )= RS5:546,40/ha Concluséo: Com um investimento de apenas RS1.800,00,teremos uma economia de RS3.748,40/ha (aie 1h E Olt kg i wy Bernauer Aquacultura RN Rod, BR-470 - km 59 Rug Princesa Isabel, 86 Fone: (47) 334-0089 Fone: (84) 241-3080 Fox 334-0090 Fox; 241-3081 beraqua@beraquacombr ——-betaquayn@beraqua.com br 15.023 Bernauer Aquacultura Lida Potencial mui Potencial alto Potencial médio Potencial baixo Potencial muito baixo Em sintese, a etapa de zoneamento do ZECMA pode ser descrita como uma classificaco do potencial de absorcao de impactos ambientais da zona costeira com base nas interagdes antropicas com 0 corpo hidrico e 0 potencial de renovagao deste. Dentro do ZECMA foi também realizado 0 Diagnéstico da Carcinicultura Marinha. O potencial de cada médulo foi determinado a partir de um indice que incorporou aspectos legais, ambientais e sécio-econdmicos, atribuindo notas e pesos as varidveis selecionadas (primarias, secundirias e tercidrias) de acordo com sua maior ou menor importancia na implantagao e/ou operagao do empreendimento. As variaveis adotadas sao: a) Varidveis primarias (ambientais e legais proibitivas) - peso 6 *Salinidade - inclui a proximidade da area a estudrios, visto que a carcinicultura exige um fluxo de agua salobra ou salgada para manutengao dos viveiros e do ciclo biol6gico dos camarées; * Capacidade de renovagao hidrica - baseado na altura da onda de maré, o que possibilita identificar com que freqiiéncia e intensidade o ambiente renova suas aguas, onde os efluentes dos viveiros serao langados; * Percentual de areas planas - topografia plana ou com minima inclinagéo, com baixas cotas altimétricas abaixo de 15m, apresentam vantagens para a implantagao dos viveiros; * Distancia de captacdo de agua avalia questdes de engenharia hidraulica e bombeamento de agua sem necessidade de recalque, identificando facilidade ou nao de captagao de agua do mar para, a operacionalizacao do empreendimento. * Percentual de abrangéncia de Areas de Preservagao Permanente (APP) - considera o aspecto legal de proibigdo total do uso da area para atividades de carcinicultura, identificando 0 potencial de conflito legal e social na area. b) Varidveis secundarias (legais restritivas) - peso 4 * Percentual de abrangéncia de Areas de Protecao Ambiental (APA) avalia o fato de que o desenvolvimento no local estara submetido aos planos de gestao/manejo. c) Variaveis tercidrias (logistica e conflitos) -peso2 * Logistica - considera a proximidade de centros urbanos (importante para aquisigao de insumos mao-de-obra), existéncias de estradas trafegaveis, eenergia elétrica * Potencial de conflito - identifica areas onde podem existir ou nao conflitos de uso, tais como atividades agricolas e pecuarias. As variaveis receberam diferentes “pesos’, dependendo da sua importancia na implantagaoe na operacionalizagéo do empreendimento. As variéveis que comprometem a implantagao do sistema receberam pesos mais altos. Ja aquelas que apenas dificultam o funcionamento do empreendimento receberam as menores notas. O somatério geral das categorias de andlise permitiu classificar 0 potencial dos médulos (tabelas em anexo), que seguiu as seguintes consideragées: 125 e 150 100 a 125 Potencial muito baixo (PMB)| Em sintese, 6 importante concluir que todos os produtos do ZECMA, na forma de diagnésticos, cenarios e zoneamentos, so instrumentos de apoio ao proceso decisdrio de planejamento estratégico. Em fungéo da escala adotada, de 1:100.000, ele é mais um instrumento instrutivo do que normativo, ¢ nao isenta nenhuma atividade econédmica da necessidade de licenciamento ambiental ou de adequacao a planos diretos municipais e planos de gestao de APAS. © que importa ressaltar é que ao incorporar cenérios quantitativos com base em varidveis fisicas e utilizar 0 know-how de equipes locais (a Fundagao Sousandrade foi contratada, pelo Governo do Estado, com a interveniéncia de professores e técnicos do Laboratorio de Hidrobiologia e do departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Maranhao, e professores e técnicos do Nucleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhao), 0 ZECMA mostrou que é possivel gerar instrumentos de apoio & gestéo ambiental em tempo recorde e com qualidade e custos satisfatorios Revista da ABCC / Ano 5 N. 4 Zoneamento Costeiro Maranhense Tabela 1 - Estrututa do Zoneamento Costerio do Estado do Maranhao. ASAREAS MEO Fh neo rsICe OCI ECOROMED ‘pasnosTco ESTUARMAS ERESPECTIVNS MCDESTURRINO —_—_—SIOTIGD ENTORNO todo AMIENTAL PA teas O€ WELUENE mero eee samemerone niacos Se pasagem ——“arctarans: s

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