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Rosenfield PSICANALISE PASSO-A-PASSO Diregao: Marco Antonio Coutinho Jorge i Filosofia analitica Ver lista de titulas no final do volume fim itl nero Para Maria Inés ¢ Danilo Copyright © 2004, Danilo Marcos Copyright esta ediyao © 2004 Jonge Zaha Ealitor Ltd ur México 31 sobreloy W981 144 Rio de Fanci, eles (21) 2240-0226 ] fax: (21 2 femal: jo@eaharcom.br site: worw zahar.com.br Tados os drcitos reservados, rtorizada desta publicayao, no todo A reprodugio nao- joao de direitos autorats. (Lei 9.610/98) Compesigi cletrnica TopTextos Edigdes Graficas Ltda, Impressio: Geogrifica Editora Capa: Sérgio Campante C1P-Brasi,Catalogagio-na-fonte Sindicato Nacional dos Euitores de Livros, RL Marcondes, Danilo, 1918- M269 Filosofia analitca | Danilo Marcondes. — Rio de fa neo: Jorge Zahar Ed, 2004 Filosofia Passo-a-passo) Inca bibliograia ISDN 85-7110-798-X, 1. Anilise (Filosofia). 1 Titulo. I Série. cpp 101 4.1323 cpu 10. Sumario Introdugao Consideragoes historicas A concepgao de andlise na filosofta analitic 0 problema da anilise A contribuigdo de Frege a filosofia analitica A teoria das descrigdes de Bertrand Russell ‘A analise segundo G.E. Moore Austin ¢ a Escola de Oxford ‘A concepgao de anilise em Wittgenstein Duas concepsdes de analise Conclusao Selegao de textos Principais representantes da filosofia analitica Referencias ¢ fontes Leituras recomendadas Sobre o autor Introdugao “Filosofia analitica” é uma expresso que pode ser enten- dida pelo menos de dois modos. Em um sentido m amplo, significa uma maneira de se fazer filosofia recor- rendo-se ao método analitico para o tratamento das ques- t6es filoséficas. Em um sentido mais especifico ¢ histori- camente determinado, a filosofia analitica € uma corrente filos6fica que adota o método analitico e surge ao final do século XIX, desenvolvendo-se ao longo do século xx até os tempos atuais, caracterizando-se assim como uma das principais correntes do pensamento contempordnco. Mas, mesmo neste sentido mais especifico, a filosofia analitica inclui também diferentes tendéncias, desde as suas origens no contexto da critica ao idcalismo entio dominante até as varias linhas do pensamento contemporaneo. O método analitico pode se desdobrar, por sua vez, em diferentes modos de se interpretar 0 que vem a ser “andlise” em um sentido filos6fico. Se nos perguntarmos, portanto, o que significa fi- losofia analitica ¢ como podemos entender a nosao de “andlise”, veremos que no ha uma resposta Gnica a estas questdes, No presente livro procurarei mostrar alguns dos Danilo Marcondes dilise € discutir sentidos mais importantes da nogao de + contribuigdo dos mais influentes filosofos do que pode- mos considerar a “tradigao analitica” na f sofia contem- pordnea, cia antiga como busca de resposta A filosofia surge na Gi expecifica a um sentimento de necessidade de se compreen ndo de nossa experiencia, “Compreender der melhor 0 mi ignifica compreender a realidade di melhor” s srentetente de como o fazemos ¢ de forma mais satisfatoria, dados certos objetivos praticos e tebricos. Isso acarreta um senti- mento de que o mundo de nossa experiéncia nao é transpa- rente, nao se revela a nds espontaneamente. Compreendé-lo melhor significa, assim, analisd-lo, Analisar, por sua ver, equivale a decompor, separar certos conceitos basicos, para entio defini-los. Esses conceitos basicos servirio de ponto de partida para a definigo ¢ a compreensio dos demais. Definir consiste em estabelecer 0 significado de certos con- ceitos basicos e, na tradi¢ao analitica contemporanea, conceitos sao entendidos como entidades lingifsticas, dai o apelo a linguagem na anilise filoséfica, ¢ dai a filosofia analitica ser confundida com frequéncia com a filosofia da Jinguagem. Veremos que estas sao bastante diferentes, em- bora possam ter muito em comum. As definicdes,enquanto resultados da anilisefilos6fica, nao sao imutdveis, jf que a necessidade de compreender melhor € recorrente, € ja que aquilo que consideramos satisfat6rio—assim como os objetivos em relagao aos quais, julgamos algo satisfatorio — é relativo e varia dependendo das circunstancias. Filosofia analitica 9 Consideragées historias A filosofia analitica contemporainea, na medida em que de- fine sua tarefa como a andlise dos conceitos, visando desse modo clucidar os problemas filosétficos, tem demonstrado muito pouco interesse pela formagao historica da tradigao filoséfica. A anslise do conceito como parte da tentativa de solugéo de um problema filoséfico nao depende de uma compreensao da historia do conceito, de suas origens € evoluugao, mas sim, na concepgao tipicamente analitica, ape- nas da determinagao da definigao desse conceito da forma mais clara e precisa possivel. Porém, mais recentemente, alguns filésofos analiticos, como por exemplo Michael Dummett, tém tido a preocu- pagao de entender melhor a formagao da propria tradigao analitica, sua origem, sua ruptura com a tradigao filos6fica anterior e seus varios desenvolvimentos ou desdobramen- tos mais recentes. Dummett divide a tradigao filosofica em trés grandes perfodos. © primeiro, que vai da filosofia antiga (séc. VII a.C,) até o final do pensamento medieval (séc. XIV), € mar- cado pelo interesse central pela ontologia, ou seja, pela questdo sobre o Ser, sobre no que consiste a realidade, qual sua natureza tiltima, sua esséncia. O segundo caracteriza-se por uma ruptura radical com primeiro ¢ marca 0 surgi mento da filosofia moderna (séc. XVI-XVII), tendo como questdo central a epistemologia, a investigagao sobre 0 co- nhecimento. A resposta a questéo sobre o Ser depende, segundo esta nova visto, da resposta sobre algo mais funda- Danilo Marcondes. conheci- 9 conhecimento do Ser, a natureza de ossibilidade. O terceiro periodo marca Ido ment mento € sta p ruptura, por sua ve7, da filosofia contempordnea (F sée. XIX — inicio do séc. XX) com a filosofia mode nova ruptura introduz agora a questao ligico-Tingiistica, ou \dependen- Essa seja, o conhecimento nao pode ser entendido temente de sta formulagao ¢ expresso em uma linguagem ‘A questao primordial passa a ser assim a anslise da lingua- gem, da qual dependerd todo o desenvalvimento posterior da filosofia. A filosofia analitica surge nesse momento, vin- do responder diretamente a essa necessidad Embora a filosofia analitica adote a anélise como pro- cedimento basico, 0 recurso ao método analitico jéé encon- trado na tradigao filosofica desde a sua origem. Platio por exemplo empreende uma andlise conceitual em sua busca da definigao do “sofista” no didlogo homénimo, quando pela diairesis (divisao, separagdo, decomposigao) busca os varios elementos que entram na definigao de um conceito © as varias distingbes que podem ser feitas a partir da consideragio de um conceito geral. A discussao por Arist6- teles da causalidade nos Segundos analiticos e na Fisica, mostrando que 0 conceito de “causa” pode ser entendido de quatro modos diferentes — formal, material, eficiente e final —, consiste em uma anilise do conceito de causa, da {qual resultam essas distingdes, permitindo assim uma defi- nigdo mais precisa e desfazendo equivocos. Kant em sua discusso da representagio, igualmente mostra que a compreensio de um conceito depende de sua definico, e que para defini-lo é preciso analisé-lo, ou seja, Filosofia analitica " decompé-lo em seus elementos constitutivos. Como resul- tado da anilise nossa compreensio do conceito muda, en- ‘quanto © conceito em si permanece inalterado: “Quando distinguimos 0 conc o de virtude em seus constituintes, 1n6s 0 tornamos mais distinto pela anilise. Ao torné-lo mais, distinto, contudo, nao acrescentamos nada ao conceito, mas apenas o clarificamos.” Portanto, mesmo antes da centralidade que a filosofia analitica atribui a anélise conceitual, fda encontramos como parte fundamental da investigagao filosética. A concepgao de anilise na filosofia analitica A filosofia analitica surge ao final do século x1x, sobretudo com George Edward Moore e Bertrand Russell, como uma dupla reagao as correntes entao dominantes na Gra-Bre- tanha: 0 idealismo absoluto de inspiragao hegeliana de Francis Herbert Bradley, TLH. Green ¢ Bernard Bosanquet dentre outros; ¢ 0 empirismo psicologista influenciado principalmente por John Stuart Mill. Um movimento se- melhante, denominado por Alberto Coffa de “tradiga0 semantica’, surge na Alemanha nas tltimas décadas do século x1x, sendo que a obra de fil6sofos, lagicos e tedricos da ciéncia como Bernhard Bolzano, Gottlob Frege e Ernst Mach, apesar das diferengas te6ricas entre eles, pode ser considerada em grande parte uma reagdo & filosofia trans cendental de origem kantiana, sobretudo no que diz res- peito & questao da fundamentagio da ciéncia. Podemos 2 Danilo Marcondes dizer que, de certa forma, essas duas novas concepgdes de Filosofia vao se encontrar no positivismo logico do de Viena, a partir dos anos 1920, representado p mente por Rudolf Carnap ¢ Moritz Schlick. O positiv no ¢ pela preocupagio com a fundamen légico caracteriza tagdo da ciéncia em uma linguagem légica ¢ em bases empiricas, eliminando os elementos metafisicos (como es- (como idéias ¢ repre- séncias ¢ formas) ¢ psicoldgico sentagdes’ mentais), considerados inverificaveis, ou seja, fora do alcance do teste empirico, adotado como critério de validade das teorias cientificas. Em termos gerais, a filosofia analitica pode ser carac- terizada por ter como idéia basica a concepgio de que a filosofia deve realizar-se pela anélise da linguagem. Sua questo central seria entio, pelo menos em um primeiro momento, “Como uma proposigdo tem significado”. & nesse sentido que, nessa concepgao de filosofia, o problema da linguagem ocupa um lugar central. Em seu livro sobre Leibniz, de 1900, Russell faz uma afirmagdo ilustrativa desta concepgao: “Que toda filosofia s6lida deva comesar com uma andlise da proposigao é uma verdade demasiado evidente, talver, para necessitar ser pro- vada” As razes subjacentes a esta afirmacao, aparentemen- te um tanto dogmatica, merecem ser examinadas, jd que sto, bastante representativas dessa nova forma de se conceber a filosofia. De fato, essa citagao contém muitos elementos signifi- cativos. Em primeiro lugar a idéia de “uma filosofia sélida” (sound philosophy), que se contrapde as tradigdes entdo Filosofia analitica 13 dominantes que constituiam a unsound philosophy, uma filosofia pouco confiivel — por exemplo, as correntes idea- listas mencionadas anteriormente. Em seguida, temos a visio de que a filosofia deve comegar com uma anilise da proposicao, sendo que o “deve” encerra precisamente uma prescrigdo, um reconhecimento de que nao é isso que a filosofia tem feito até entao, mas que agora precisa fazé-Lo. A concepsio de que isso é uma verdade “demasiado eviden- te” ¢ igualmente significativa, porque representa uma atitu: de tipica dos primérdios da filosofia analitica, em que € maior a preocupagao em estabelecer um nove modelo de filosofia do que em elaborar uma critica interna das teorias anteriores ou refuté-las. Na verdade, podemos distinguir na tradigao analitica tal como se constituiu historicamente uma multiplicidade de concepgbes de anilise, nem todas excludentes. Temos anélise como tradugdo de uma linguagem imprecisa para ‘uma linguagem logica isenta de equivocos e ambiguidades; como redugao de algo desconhecido ou obscuro a algo conhecido € mais claro; como decomposicio de um com- plexo em seus elementos simples constituintes; como elu- cidagao ou clarificagao de algo confuso ou obscuro. Temos anilise do conceito, andlise da proposigdo ¢ anilise do dis- curso. Duas grandes vertentes podem, contudo, ser identifi cadas. A primeira, que constitui o que podemos chamar de semantica classica, se desenvolve a partir de Frege, Russell (destacando-se a teoria das deserigoes definidas ¢ 6 atomismo légico) e Wittgenstein (com o Tractatus logico- Danilo Marcondes philosophicus, 1921), caracterizando estes dois sltimos, juntamente com Moore, a chamada Escola Analitica de -ambridge. Podemos incluir ainda nessa trad mo logico do Circulo de Viena, que foi de inicio ciado. por Wittgenstein. A segunda » © posi- ti fortemente influ grande vertente parte também da influéncia de Moore, de Gilbert Ryle, do “segundo” Wittgenstein e de John Lang- shaw Austin, incluindo a Escola de Oxford, também co- nhecida como “filosofia da linguagem ordindria’, caracte- rizando a assim chamada “virada lingatstica” (linguistic turn). £ claro que a distingdo entre essas duas correntes nao deve ser considerada em termos absolutos, jé que ambas interagem de diversas formas; além disso, trata-se de uma caracterizagao hist6rica reconstrutiva endo de uma identificagao oriunda diretamente desses fildsofos. Ha, contudo, justificativas suficientes para essa distingao, ¢ na verdade essas correntes mantém concepgGes bastante di- ferentes quanto ao que seja fazer Filosofia. Um traco comum a semantica classica €a preocupagao com a questio da fundamentacéo da ciéncia, sendo sua solugao basica o recurso & légica. Devemos entender, con- tudo, “I6gica” em um sentido amplo, nao apenas como teoria das linguagens formais ou como estudo das formas de inferéncia valida, mas como englobando problemas como a natureza da proposigio e a constituigao do signifi- cado, isto é, a seméntica, examinando assim a relagao entre a linguagem ¢ a realidade, questio fundamental para a justificagao da possibilidade do conhecimento cientifico ¢ da validade de uma determinada teoria cientifica. Filosofia analitica 15 O problema da analise A nogio de analise ocupa um lugar central na filosofia desde ‘© pensamento antigo. Como vimos anteriormente,a discus- sio na filosofia grega da possibilidade do conhecimento € da definigao da essencia do real tem como um de seus aspectos centrais 0 conceito deandlise, Veremos aqui breve- mente como varias das questoes que se originam na discus- sao clissica do conceito de andlise permanecem ainda na filosofia anali sa. Interesea nos, ,aobretudo, explicitar otra tamento que a filosofia analitica dé a algumas dessas ques- tes. Na concepsao tradicional, conhecer a realidade consis- teem examins-la em suas partes constitutivas, estabelecen- do de que modo a natureza das partes ou elementos que a compdem ¢ a forma como se articulam contribuem para a constituigao da natureza do todo. O processo de conheci: ‘mento caracteriza-se assim, ao menos em parte, como um processo de anélise no sentido de decomposigio de um ‘complexo em suas partes simples constitutivas. Esse proces- so chega a seu limite precisamente quando determinamos as partes simples, aquelas que nao poder ais ser decom- postas e, portanto, conhecidas. © conhecimento teria por base assim algo que nao pode ser conhecido, ji que nao pode mais ser submetido a anilise. Temos af o chamado “parado- xo do Teeteto”, uma vez que uma de suas primeiras formu- lagoes se encontra nesse didlogo de Plato. Definir algo consiste precisamente em formular uma proposicao em que se atribuem a um sujeito certas proprie- 16 Danilo Marcondes dades ou qualidades, ou seja, certos predicados que Ihe sido inerentes e essenciais e que podem ser determinados através da andlise, Por exemplo: “O ser humano é um animal racional”, “Todo niimeto par é multiplo de 2”. O acesso a0 simples, o constituinte tiltimo da realidade, nao pode, con- tudo, dar-se através da anslise nem de uma definigao que se formule discursivamente. Esse acesso deve ser direto, ime- dato, intuitivo, jé que o simples, por sa natureza. ndo pode ser analisado nem definido. A definigao (logos) formula-se ‘em uma proposigao que é um complexo (synthesis), arti- culando dois elementos (sujeito e predicado), como nos exemplos acima; portanto, nao se pode expressar em uma proposigao o simples (asyntheton), De acordo com esta concepsao tradicional, o pensamento discursivo, a lingua- gem, nao é pois, adequado a expressio do simples. O dis- curso é sempre incapaz de chegar a definicao da esséncia da realidade; a definigao discursiva € sempre composta de palavras que remetem a outras palavras. Como uma filosofia que se pretende definir pelo mé- todo de andlise e se caracteriza por recorrer a consideraga0 dese método pretende superar esse tipo de problema? Se analisar é traduzir uma proposisao por outra ou reduzi-la 4 outras, isso ndo nos levaria a uma circularidade ou a uma regressio ao infinito? CH, Lanford dé a seguinte formulagao para o “para- doxo da andlise”: “Se a expressdo verbal representando 0 analysandum (aquilo que esta sendo analisado], tem o mes- mo significado que a expresséo verbal representando 0 analysans (0 resultado da andlise], a andlise estabelece uma Filosofia analitica Ww simples identidade ¢ € trivial; mas se as duas expressdes verbais nao tem o mesmo significado, a anilise € incorreta.” Duas idéias distintas, embora de certa forma comple- mentares, podem ser identificadas a esse propésito. Em primeiro lugar, dentro de uma perspectiva da filosofia da linguagem, isto é, de uma investigacio filos6fica da natureza da linguagem e, sobretudo, de seu papel no conhecimento da realidade, a andlise & vista coma o pracedimento que revela a natureza da linguagem, determinando como se dé a relagéo entre os signos lingiisticos ea realidade e exami- nando a estrutura da linguagem, isto é, como os signos simples se relacionam entre si para formar signos mais complexos. Em segundo lugar, do ponto de vista de uma filosofia que concebe a andlise da linguagem como método filoséfico, como procedimento através do qual a reflexio filoséfica se desenvolve, essa andlise tem por objetivo dar um tratamento as questées filoséficas em seus diferentes aspec- tos, produzir um esclarecimento filoséfico sobre perple- xidades geradas nos diferentes campos da experiéncia hu- mana. Nao se trata, neste segundo sentidu, de astalisar a linguagem com o objetivo de estabelecer a sua natureza, como meio de formular uma teoria da linguagem, mas sim de, através da andlise da linguagem, produzir um esclareci- mento de problemas filosoficos. As duas posigdes nao se se da lin- guagem como método de esclarecimento pressupoe até certo ponto também uma concepgao de linguagem, dessa excluem mutuamente, na medida em que a andl linguagem a ser analisada, podendo tal concepgao receber tum tratamento te6rico mais elaborado, como de fato ocorre nna maior parte das correntes da filosofia analitica.

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