You are on page 1of 49
i de producio cientifica / Organizadores, Silvia TI. ‘Maria Ciara P de Paula Couto, Jean Von Hohendorff. - Porto Alegre : Penso, 2014. 191 p. il. 5 23 om. ISBN 978-85-65848-91-6 1. Método de pesquisa. 2. Produgao cientifica. 1 Kollet, Silvia H. Il, de Paula Couto, Maria Clara P Il. Hohendorf, Jean Von. DU 001,891(035) Catalogagéo na publieagdo: Ana Paula M. Magnus ~ CRB 10/2052, ia H. Koller Maria Clara P. de Paula Couto Jean Von Hohendorff Orgonizadores de producao cientifica 2014 3B KOLLER, DE PAULA COUTO & HOMENDORFF (ORGS) cago rasta : vine Paulo. Recuperade de htrp:// Ba ae gin da Universe Se 0 Pub arepscolgi Esp — re aces os arias pleads em pets 7 1 pocoperad de bp /emabetoinep x7 187. Anon seni ans na ey nae 12-11 51M Report 2012 a Je, M. 8 Mabe, pa (3a. ed.}. Oxtord/UK: a Lost cence nthe Ares ee cee ambro de 1996- cbpias de tar es Cientifieos. (entity nage um artigo de revisao Cee tite} A producto de revisoes de i -démicos € pesquisadores _ TB A secdo de introdugio de tral maloria das ve ‘iossa pesquisa, quando ja veritica ‘Tou para pensar que a sua revisdo de ‘ttigo? Nao? Espero que ao final da "Bat nisso! go op irittive aqui ¢ apresentar a voces, leitores, o que é um artigo de revi le literatura (ARL) e abordar uma série de dicas para facilitar sua escri- Para tal, seré utilizado como exemplo um ARL sobre violéncia sexual con eninos no Brasil (Hohendorfi, Habigzang, & Koller, 2012). De antemao, Ae ‘ue escrever um ARL é um desafio; nao ¢ facil, mas é recompensador. so conhecimento adquirido acerca do contetido do artigo, aprende-se [iio com sua escrita, E esse aprendizado nos acompanharé na produgao de HOS outros textos, cornando-os mais atrativos aos nossos leitores Antes de tudo, caros leitores, perguntem-se: O que é um ARL? Gaso vocé a chegado a uma resposta, aqui esto algumas, A American Psycho- Bociation (APA, 2012) indica que esse tipo de artigo caracteriza-se ratura pode ser transformada em um ra deste capitulo voce comece a pen- 40 KOLLER DE PAULA COUTO & HOHENDORFF (ORGS) por avaliagées criticas de materiais que j4 foram publicados, considerando 0 progresso das pesquisas na tematica abordada. Nesse sentido, os ARLs séo textos nos quais os autores definem e esclarecem um determinado problema, sumarizam estudos prévios e informam aos leitores 0 estado em que se encon- tra determinada area de investigacao. Também identifica relacdes, contradi- ‘Ges, lacunas e inconsisténcias na literatura, além de indicar sugestdes para a resolugao de problemas. Trata-se de um desafio, nao é mesmc cesso semelhante ao de o1 Zar nossa mesa de trabalho. No it sensacdo de que é impossivel arrumar aquele amontoado de papéis e objetos. Porém, basta que iniciemos essa organizacio para percebermos que ela faci- litard muito 0 nosso cotidiano. © mesmo vale para a produgao de um ARL: 0 inicio pode ser dificil, mas o seu resultado ser gratificante. Entdo, vamos em frente com nossa arrumacio! ‘A APA (2012) considera que os ARLs englobam, também, artigos de metandlise e de revisao sistematica, sendo esse entendimento compartilhado: por editores de importantes periddicos internacionais (Bem, 1995; Eisenberg, 2000). Porém, ha a consideracéo de que artigos de metandlise e de revisio stematica sio distintos de ARL (Petticrew & Roberts, 2006). ‘metandlise e a revisio sistemiitica podem ser entendidas como méto- dos de pesquisa. Quando se realiza uma metandlise, diferentes andlises es- tatisticas so utilizadas para examinar um conjunto de dados emy vindos de estudos jé publicados. A revisao sist gua vez, equivale 2 um tema especifico com o intuito de buscar respostas a determinadas questes (Peiticrew & Roberts, 2006). Para tal, é necessério ter um problema de pes- quisa claro, definir uma estratégia de busca dos estudos, estabelecer critérios de incluso ¢ exclusio dos artigos, além de realizar uma anilise criteriosa acerca da qualidade da literatura selecionada (Sampaio & Mancini, 2007). Por exemplo, tomando como base o estudo do tratamento psicol para criancas e adolescentes vitimas de violéncia, poderiamos produzi ARL no qual seriam apresentadas as abordagens terapéuticas utilizadas, os principais resultados dos tratamentos e os métodos utilizados nesses estudos, tecendo uma .e critica desse material. Caso realizdssemos uma revisio sistemstica, precisariamos definir as bases de dados nas quais realizariamos a ‘busca pelos estudos, os descritores e a sua abrangéncia (p. ex., por ano, local de publicacdo, idioma, etc.). Nosso foco estaria em arrestee dade Oo sa busea: quantos artigos foram encontrados, onde e como os estuclos foram MANUAL DEPRODUCAO CIENTIFICA 4 Diferencas entre artigos de revisio de literatura, revisio sisterdtica e metandlise — Revisio de literatura Aralagoe ica do Mtoe de pesquisa smi a Método de pesquisa no ‘material ja publicado ne survey, no qual os partipantes qua sio investigados 0 slo os estudes Sgrupamonco de resultados de diversos ertudos por meio de andlisesextatsticas ‘Objeeiva examinar cestasdcamente resultados de estudos prévios (Objeciva sumarizar pes ravi para responder quostées, estar hipsteses ou eunir eviéncias Agora que jd sabemos o que diferencia um ARI dos artigos de mezanéli- se e de revisdo sistemtica, vamos as dicas acerca de sua escrita, Antes, cabe salientar que um ARL ndo é o mesmo que a revisio de literatura que é pro- duzida em projetos de pesquisa e demais trabalhos académicos. Revisdes de literatura para projetos de pesquisa, dissertacées ¢ teses costumam ser dema- siadamente longas, realizadas com o intuito de mostrar-a0 leitor que a litera. {ura existente sobre o t6pico de interesse fol revisada em sua totalida pode resultar em um texto com muitas segdes (Bem, 1995) nas quais t qualquer estudo e seu resultado ¢ descrito detalhadamente. Entao, a prim: za dica é: ndo confunda revises de literatura com ARL. Transforme sua re- visio de literatura em um artigo; arrisque-se! Depois disso, passe a escrever Suas revisdes de literatura no estilo de artigos. Elas ficardo mais bem escritas, tomando-se atrativas aos leitores, possivelmente membros de sua banca, pa. Teteristas ou avaliadores de agéncias de fomento ficaro muito satisfeitos em ter investido seu tempo na leitura de um texto de qualidade. Outra dica importante é estar ciente de que, provavelmente, voce terd ena dificuldade em produzir seu primeiro ARL- Isso € natural, ps como ve do novo trabalho, sua execucéo requer pratica. O importante é nao desani- Mar. Tenha em mente que a cada texto produzido vocé estar aprimorando Suas habilidades e, com o passar do tempo, escrever um artigo parecera me- fos dificil. Além disso, procure ler e eserever muito. A partir da leitura do que Outros cientistas escreveram, vocé teré ideias para produzir seus préprios tex- {0s (Trzesniak & Koller, 2009). Quanto mais familiarizado com ARLs jé publi- ‘£2dos, mais facil serd redigir o Seu proprio artigo. 42 KOLLER, DE PAULA COUTO & HOHENDOREF (ORGS) Com 0 intuito de facilitar o processo de producdo de um ARL, a seguir serd apresentada uma espécie de roteiro passo a passo com dicas. Atente para © fato de que no so normas para a produgo do seu ARL, mas apenas uma sistematizagao das principais etapas e dicas. ETAPAS DE ELABORACAO DE UM ARTIGO DE REVISAO DE LITERATURA A produgao cientifica inicia com a definicéo e delimitagio de um tema de pesquisa. O mesmo ocorte na produgéo de um ARL. Entdo, antes de iniciar a produgio do seu ARL, pare por algum tempo e reflita sobre qual sera, especi- ficamente, o seu foco, Muitos de nds temos a tendéncia de escolher temas de- liar, Essa técnica consiste em Por exemplo, caso um pesquisador tenha interesse em estudar depressio, ini ‘ard seu cone invertido com es rd delimité-lo ao maximo. Nes- te processo, é aconselhdvel fo pergunte a si mesmo(a) sobre quem voce quer escrever (p. ex., homens, mulheres, criancas, etc), sobre qual cont ‘egidio/estado/pais voce quer ada (p. ex., seu foco de estudo possui fam?). Apés respondé-los, vocé terd um tema com um fo- co especifico, do a busca pelo material de consulta e a escrita do seu ARL. Veja na Figura 2.1 como ficaria o cone invertido nesse caso: Tema de icerosse Violéncs sexual Quem? ‘Violénes san contra meninot Onde? \Violénca sexual conira meninos no Brasil 1H algura conc agrogada? ‘Violéneia sexs! itr contra meninos ne Bras FIGURA 2.1 Exemplo de como definire deimitar © tema de um ARL por meio da técnica da primide lnvertida, MANUALDEPRODUSAO CIENTIFICA 43 ‘Apés a definicdo € a delimitacao do tema de seu artigo, zar a busca e organisagdo de materiais para a revisio de li satarefa nessa etapa é identificar as palavras-chave relacionadas ao s (Echer, 2001), Apés a identificagao dos descritores, consulte as prit : ses de dados. Para uma descri¢ao completa sobre descritores ¢ consulta a ba- ses de dados, veja o Capitulo 3. Vocé deve estar se perguntando 0 porque da definicdo de descritores busca em bases de dados, jé que estamos falando de um ARL e néo de um artigo de revisio sistemética (ARS). Lembre-se de que a busca de artigos em bases de dados ¢ o “pontapé” inicial de qualquer trabalho cientifico e nao se- ria diferente em um ARL.. A questo é que, ao produzir um ARS, os autores necessitam descrever detalhadamente essa etapa de busca por artigos em ba- ses de dados, pois esse € 0 método de pesquisa empregado no arti sentido, um ARS se assemetha muito a um artigo empirico (ver C: pois possui as segbes de método e resultados, o que nao ocorre com um ARL. Embora sejam wtilizados descritores e bases de dados, 0 contetido de um ARI. no descreverd o processo de busca pelas publicacées consultadas. ‘Ao reunir material para a produgo de um ARL, é aconselhavel também fazer uma busca por outras publicacées, tais como livros, teses e dissertacées. Lembre-s¢, no entante hora de real a estratégia de busca é acessar a plataforma Lattes (lat- tes.cnpq.br) e fazer uma busca de curriculos a partir de determinado tema, verificando as publicagdes dos autores sobre a tematica dle interesse. Ao realizar a busca de materiais para sua revisio de literatura, leia aten- famente o titulo e o resumo dos materiais encontrados. Nao esqueca de verifi- car sea fonte dos materiais que vocé est consultando é confidvel, bem como a ‘ua qualidade e relevancia. Salve apenas aqueles materiais que possuem algu- maligacio com o seu tema de interesse, Crie pastas em seu computador, divii rentes aspectos de seu tema. Em seguida, realize a leitura detalhada de cada material, e produza um resumo com suas préprias palavras. Retina os resumos que posstiem relacao entre si e aqueles que, apesar de abor- darem uma mesma questao, apresentam visdes/resultados contraditérios ‘A busca de materiais para sua revisdo de literatura também faré com Que vocé fique mais familiarizado com o tema que escolheu. Assim, é hora de elaborar o roteiro de seu ARI, (Echer, 2001). A elabora¢ao do roteiro requer bom senso jd que, a0 contrario dos artigos empiricos (ver Capitulo 4), os ARL Bo possuem um formato preestabelecido. Tenha em mente que o artigo de ve“ coerente”, ow seja, com inicio, fim. E posstvel o a partir de modelos tesricos; pontos de vista do tema abordado (Bem, 1995), aglutinando ideias convergentes de autores diferentes ou obe. ee 44 KOLLER, DE PAULA COUTO & HOHENDORFE (ORGS) decendo a uma ordem cronolégica (Echer, 2001) de publicagées ou do conte- ido abordado. A Figura 2.2 apresenta um roteiro do ARL sobre violencia se- xual contra meninos no Brasil Pardgrafoincrodutério Primelro, 0 tema do artigo € apresentado Dados opidemiolégicos Percaba que hé uma ord «cronolégca do contedo: Violncia sexual precisa ocorrar (Gades epidericlégices) para que otsamos saber com quem ‘ocorre (earacteritleas) @6 que ‘ela acareta(consequéncias) Corscteriseas Consequincias Abordagem des condlusées geval FIGURA 2.2 Exemplo de roteiro para um artigo de revsio de literatura. PRIMEIRO, O TEMA DO ARTIGO E APRESENTADO Perceba que ha uma ordem cronoligica do contetido: a violéncia sexual preci- sa ocorrer (dados epidemiolégicos) para que possamos saber com quem ocor- te (caracteristicas) e o que ela acarreta (consequéncias). De posse do roteiro, chegou a tio esperada hora: a escrita do seu ARL. ‘Simultaneamente, inicie o processo de escolha pela revista a qual o seu ARL serd submetido. Apés essa escolha, busque por ARLs jé publicados por essa revista e a . Isso auxiliaré na escrita do seu artigo. Atente também pa- ra as normas da revista (mimero maximo de paginas e de referéncias) que in- fluenciardo diretamente na produc&o de seu artigo. Preocupe-se com sua for matagao geral somente ao final da escrita, , Durante a escrita, 6 importante estar atento ao uso da linguuagem cient! fica, Entende-se por linguagem cientifica 0 modo como os pesquisadores de- MANUAL DEPRODUGAO CiENTiFICA 45, ‘vem se comunicar em seus textos. Trata-se de uma linguagem pautada pela clareza e objetividade. Antes de iniciar a produgéo do ARL, é necessétio defi- air qual é a mensagem que seu art rransmitir. Guie sua escrita a partir de tal mensagem e busque transmiti-la aos leitores da forma mais clara e ob- Jetiva possivel. Bem (1995) alerta para o fato de que a maioria dos ARLs se caracteriza por ser um amontoado de citagdes sem que haja uma clara men- sagem, um fio condutor que perpasse todo o contetido abordado. Os autores de um ARL devem transmitir uma clear take home message (“mensagem clara ;para levar para casa”; Bem, 1995). Isso nada mais é do que o(s) autor ppsicionar a respeito do conteiido abordado no ARL. Porém, nao basta ‘ver “nossa opinio é..."; 0 posicionamento dos autores deve ter respaldo na teratura, ou seja, no basta apenas expor uma opinio sem demonstrar que a literatura existente certfica esse ponto de vista. Leia o trecho a seguir e tente fdentificar a mensagem. Esumatias indicam que uma em eada quatro meninas e um ‘em cada ses meninos experimentou agua forma de volenca sexual ra infinis ou adolescéncia Sanderson, 2005). Deacorde Baseados na escassez ‘om este dado, meninas sao maisviimizadas do que os menines, Ge lteratura sobre o rém. a ferenga no & grande o sufleiente para justicar a "278. 08 autores| Ba date ee naire prs [ue buscaram, 2 longo do texto, onfatzaraidein de que &necassirio invescr nessa tems Sociedade am geral possam percabé-la como um probh snide publica (Holmes, Offen, & Wala 1997). Antes de escrever, pare e pense em qual & a mensagem que vocé quer Mansmitir aos leitores. Apds definir isso, inicie a escrita de seu ARL. Nao se Gsqueca de que a linguagem cientfica prima pela clareza e objetividede. Seu ARL deve, entio, obedecer a esses principios. ,_ Escrever de forma clara e objetiva consiste em escrever de forma simples €direta. Evite palavras desnecessérias, bem como a utilizagao de diferentes SnOnimos para indicar um mesmo fendmeno/contetido. Utilize frases curtas £ Objetivas. © mesmo vale para os pardgrafos — cada um deve abordar uma Aeia, e conclui-a, sem haver necessidade de retomé-ta novamente em outra Man’ d° texto, pois isso torna a leitura macante. Bem (1995) enfatiza que um ARLndo é um romance com flashbacks, mas uma pequena histéria com uma Patrativa simples e linear. Veja o exemplo a seguir: 46 KOLLER DE PAULA COUTO & HOHENDOAFF (ORGS) (© local de ocorréncia da vilénca seyual fot ‘Avance parao tamanho do pardgrafo e das ‘eases —devem ser curtos objetivo, apresentando uma Ideia e conclindo-a Usize sempre o ‘mesmo termo ~ is tornaré 0 seu texto claro. A uli diferentes sine para'a mesma pal pode confuncir os letoree 48 meses (Holmes & Slap, 1998) Evitar 0 uso de jargoes ~ terminologias especificas de uma determinada disciplina - também potencializa a clareza e a objetividade de seu ARL. Es te geralmente possui uma audiéncia maior que outros tipos de artigos, pois ropicia aos leitores uma visto ampla sobre um assunto. Como nao € iinco- ‘mum que leitores de outras éreas de conhecimento consultem ARL, 0 uso de Jargoes pode dificultar o entendimento do seu contetido. A Psicologia possui varios jargdes - citando apenas alguns: complexo de Edipo, contingéncias, tendéncia atualizante —e, por vezes, sua utilizagao € necesséria. Quando nao ¢ possivel evitar seu uso, faca-o com cautela, definindo o termo utilizado de forma clara e concisa e, preferencialmente, exemplificando-o (Bem, 1995). Vocé deve tomar cuidado também com a forma como faz as citagSes du- ante o texto, Priorize a ideia, e nfo os autores. Assim, os sobrenomes dos au- tores devem aparecer entre parénteses, pois a énfase deve estar no contetido (Bem, 1995). Dessa forma, seu texto ficara mais atrativo e claro aos leitores. Em vez de ler 0 sobrenome dos autores no corpo do texto, os leitores prefe- rem saber o que eles tém a dizer sobre o contetido abordado em seu ARL. As- sim, coloque os sobrenomes ao final da frase, entre parénteses. Compare os dois trechos a seguir MANUAL DE PRODUGAG CieNTiFICA 47 coma Arai (2002) «Pires Filho (2007 lembram que requerte que fais de vitimas desisam do atedimento, amas objetivo © {requente que fanilis de viimas desistam do atondiment> (Ava, [_2002: Pres Fin, 2007) O sobrenome dos autores deve constar no corpo do texto somente quan- do se objetiva enfatizé-los devido a sua relevancia, ou seja, chamar atencéo Para determinado autor, For exemplo, neste capitulo, por vezes, a citacdo de Bem (1995) foi feita no corpo do texto. Optou-se por cité-lo dessa forma por conta da relevancia desse autor ¢, especificamente, dessa publicagéo com di- retrizes sobre produgao de ARL. Outro cuidado referente as citagdes diz respeito a sua quantidade, uma ver que artigos de ARL tendem a ter muitas citacées. Aconselha-se, que lite- es sejam omitidas (Bem, 1995). A escolha pelos arti- fimero de vezes ue o artigo foi citado; b) periédico no qual 0 ido; ©) autoria do artigo (ie., autores destacados na drea). £ possivel também dda para colegas mais experientes. Além disso, varias revistas ci restringindo 0 nimero de referéncias que podem ser utilizadas na producdo de um artigo. Esse € mais um motivo para avaliar o que incluir em seu ARL, Priorizando literaturas mais relevantes. 4B KOLLER DE PAULA COUTO & HOMENDORFE (ORGS) Ao esetever seu ARL, tenha em mente 0 chamado “efeito don igo. Lembre-se que o processo de escrita de- vve ser invisivel ao leitor. Veja 0 exemplo a seguir: Este pardgrafo antecipa © comtetdo que ‘Apés a abordagem das caractoristicas da vio- erg shor, kao pode ses eoeideraco Feneia sexual contea meninos, come um meescomentire, 8 consequincas dassa forma de vo conhecieas, Dass Indicam como comune em maninoe vgn. (ieee teen aeciooe! eicentenss aor Acre seoaci e ocrcon Ese pariralo cones 0 contelido cus ena sondoabordado apierorneme pe ARL (carareries (Arai, 2002 Furs, 199; Krnsen 1996: davolencisonal~ curse. frequtnen, Sa Gutter cade dt vias) come contcuco ue sera abordado posterormente — fs conequéncias da volnca soul fara evans, E necessério lembrar da definicio de ARL enquanto se est eserevendo uum, Nesse tipo de artigo, os autores definem e esclarecem um problema es- pecifico, sumarizam estuos prévios e informam aos leitores o estado em que se encontra determinada érea de investigacio. Além disso, buscam identificar relag6es, contradigoes, lacunas e inconsisiéncias na literatura e indicar suges- MANUAL DE PRODUGAO CiENTiICA 49 ou para os quais ainda nfo hé um consenso. Lembre-se de que o principal ab- Jetivo de qualquer trabalho cientifico é 0 avanco do conhecimento, Seu ARL ‘om esse processo. Leia o trecho inicial do artigo de ARL so- as de violencia sexual no Brasil: ‘bre meninos vi nasioni publcados que abordam, especifamente, vias Jo sexe Inasculne 6 escasso, Ao se realizar um lavantamento breve nae Part dese trecho vott contegla cer ‘toma do ARL? ‘Qual su fsicatvar Apés definir e esclarecer 0 prob: a de seu ARL, é nevessirio sumarizar ‘studos prévios. Busque mostrar aos leitores o estado em que se encontra conhecimento sobre determinado tema, Tente responder aos seguintes ques- Honamentos: © que jé foi pesquisado? Quais os métodos utilizados? On ‘estudos foram feitos? Sumarizar estudos prévios Sem uma anélise do material @Presentadas no texto, E possivel afirmar que a escrita de um ARL. deve compreender dois pro- SS80s: deserever e avaliar. Somente descrever os materiais consultados é in Sificiente, também é necessério avalié-los a partir de seus métoulos ¢ resulta. dos. Ao reali critica 6 dirigi- (Bem, 1995). Nes- ir uma ideia clara, {240 trabalho, e néo ao autor ~ Ar verbum not ad hom S Processo, no esqueca de que seu texto precisa We deve ser o fio condutor do artigo, Veja 0 exemple:

You might also like