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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia de Construgao Civil ISSN 0103-9830, BT/PCC/81 Consideragées sobre algumas Propriedades dos Concretos Celulares Espumosos Fernando José Teixeira Filho Yasuko Tezuka S&o Paulo - 1992 © presente trabaiho é uma versio abreviada da Dis ertagao de Mestrado apresentada pelo Eng! Fernando José Teixeira Filho, sob orientacao da Prot Dr! Yasuko Tezuka: "Considéracdes sobre aigumas propriedades dos concretos cejuiares espumosos’. A imtegra da disseriacao encontra-se 4 disposigao com 0 autor € na Biblioteca de Engenharia Civil da Escola Politécnica/USP. Teixeira Filho, Fernando José Consideracoes sopre algumas propriedades dos concretos celulares espumosos / F.J. Teixeira Ino, f. Tezuka. -- Sao Paulo : EPUSP, £992. 19p, “= (Boletin Técnico da Escola Politécnica Ga USP, Deparcanento de Engenharia de Canserugao Civil, aT/PCC/81) 1. Gonereto leve 2. Conerete celular espunoso - Tecnologia 3. Concretos especiais - fecnologia I. Teauka. Yasuko 11. Universidade de So Paulo. Esco Ja Politéenica. Departamenro de Engenharia de Cons trugdo Civil III. Titulo IV. Série cpu €71.327.3 © 197306 6 974 traoalhabilidade com tempos de desforma reduzidos. Face a0 crescente interesse demonstrado por empresdrios construtores pela aplicaga9 do processo construtiva, 2 em fungao da reduzida bipliografia sobre o concrete celular espumoso, tor- nou-se necessdrio um estugo bdsico sobre slgumas de suas proprie- dades. através do estudo inicial aas relagties entre 2 massa espe- ica, resisténcia & compressdo axial, retragdo linear e carbona taco, procura-se trazer um subsidio para construtores « interes sagas na anlicag&o do conereto celular espumoso. 3 CONCRETOS CELULARES famiiia das concrecos celulares é emola e abrange uma ra rodvel quantidade ce grupos com distintas caracterfsticss. 580 pos siveis diversas classificagdes. A figura 1 indica a senarag3o do concreto celular em gois grupos bdsicos: uNcRE 1 CF LUN ARES Ha LHOPOG TRS aLRaDus 1 po AGENT ESPUMTGLND —— AFRAGHO WUTME TA ! —- 1 spunea espuMA CORDA ORE FORMADA por AGA HLCANTCA boo Mes Tumangs Figura 1 - Classificagao dos concretos celulares \ diferenca entre os serados e as miccaporitas ‘eside no processo de formagao de purus e 4 forma destes. Sua es it va po- rosa é cesultado da exce @ guantidade de dgua adiciouada a ar- gamassa. A cura poderd see ae ar, 39 vapor ou em autoclave. sequndo processa de gerscdo # coros, chave para a CONSIDERACOES SOBRE ALGUMAS PROPRIEDADES DOS CONCRETOS CELULARES ESPUMOSOS, Fernande cosé Teixeira Fiiho 1 RESUMO 0 estudo bibliogréfico indicou 3 necessidade de se conhe- cer melhor algumas propriedades do concreto celular espumoso com espuma eré-formada, para a aplicagéo em paredes de havitagdes tér reas. Com esse propdsito sio estudadas as relagées entre a massa especifica, relacao agua/cimento, resisténcia & compressaa axial @ tetragéo linear. & também avaliada a carbonatacg3o 30s 90 dias de idade. 4s misturas ensaiadas apresentam massas especificas no estado fresco de 1100 kg/m*, 1300 kg/m, 1500 kg/m?, 1700 kg/m? @ 1900 kg/m?, com relagées dgua/cimento 0,50, 0,60 e C,70 (em mas- 83}. 0 consumo de cimento é de 400 kg/m?. 2 INTRODUGAG A demanda crescente por habitagdes para a populag&e de bail xa renda tem exigida do meio técnico nacicnal, boa dose de criati vidade na busca de alternativas tecnoldgicas para @ construgdo de casas populares, Dentre os diferentes pracessas construtivos em uso, aqueles que efetuam a coneretagem das paredes "in ioce" parecem muito com petitivos com relagéo & otimizacda da mag-de-obra, & racionaliza- a0 dos materiais utilizados, A minima geracéo de entuiha e, prin cipalmente, na elevada velocidade obtida para a producaa de casas Os processus canhecidos de moldagem "in loco” de paredes, utilizam concretos convencionais de cimento portland com consis-= téncia oldstica. Seu emprego é alva ge criticas dos usudrios, prin cipalmente dadas as caracteristicas térmicas ¢ acUsticas insatis fatérias Como fito de minimizar as desvantagens, sem prejuizo des necessigades que o processo impoe, a selegao de alternativas Ini cou o concreto celular espumoso como material vidvel, jd que Suas caracteristicas fisicas e mecanicas podem ser controladas através de sua massa especifica no estado pldAstice ou endurecido, flém das vantagens de isolamento térmico acustico e incombustibi- lidade, atende &s condicionantes técnicas de processo: elevada classificacde dos celulares aerados, impSe uma abordagem simulta- nea do agiomerante e processo de cura utilizado. A aeracdo quimica € resultado da reagao de ume substancia quimica (pd de aluwinio, 4gua oxigenada ou cal clorada) com os ou tros componentes presentes na argamassa, gerando pores. Estas rea gdes ocorrem antes do inicio da pega do ciments, 2 em fungéo do tipo de aglomerante utilizado, haverd um processo de cura mais adequado. Os concretos celulares gerades por agentes espumigenos, da qui por diante denominades apenas concretos celulares espumosos, podem receber @ incorperagao das bolhas de ar através de: 1. espuma oré-formada: uma 2spuma, com carecter{sticas con troladas, € gerada em equipamento especifica e introdu- zida agds o prepara da argamassa; espuma gerada por ag80 mecénica do mistutador: 0 mistu- sador recebe as matérias primas e¢ 9 agente espumfgeno ja diluide na dgue. A espuma vai sendo gerada pela velo cidade de operagao do misturador, que apresenta caracte risticas especiais. 0 processo de geragto de espuma em eauipamento especifico permite um controle de qualidade da espuma getada © da quantidade adicionada & ergamassa. 4 CONCRETOS CELULARES ESPUMOSOS Os coneretos celulares espumosos apresentam a possibilida- de de serem produzidos com diversas massas especificas. LEGATSKI (1) estabelece um limite entre 320 kg/m? © 1920 kg/m’, — enquanto VALORE (2) mostra uma faixa de 160 kg/m? a 1600 kg/m* para a mas- sa especifica do material na estado fresco. Os diferentes valores de massa especifica, de maneira simplificada, 580 conseguides pe- la maior au menor incorporagSo de ar na mistura. Além da leveza obtids, outtas grioridades Fisicas s8o afe- tadas. Un aumento na quantidade de ar incorporada & mistura final, reduz a resisténcia mecdnica, mas melhora o seu desempenno como isolante térmico ou resisténcia ao fogo (3). Estas duas caracte- risticas permitiram, ainda na década de 1930, as primeiras aplica gdes comercisis (2}. ftualmente, o concreto celular espumoso ¢ largamente apli cade come isolante acdstico em pisos, 19 preenchimento de lajes ou no isolamento térmico de coberturas. & usado pata a camada de nroteggo mecénica de sistemas de inpermesbilizacdo de coberturas 2 no enchimenta de revestimentos de tuneis ou grandes tubulagbes (4), LEGATSKI (1) comenta a aplicagao de coneretos celulares espu mosos de baixa densidade no enchimento de cabeceiras de pontes. A referéncia (1) cita @ utilizagéo de concreto celuiar es pumoso, com varias massas especifica trutura de um ediffcio nabita no Hawai{EUay. , em diferentes partes da es ional com trés andares, canstruido 4.1 Tipos de Conereto Celular Espumoso Os diversos tipos de coneretos celulares espumosos estéo agrupados na Figura 2 . Conereto celular com cimenta Conereto celular com cimento e areia CONCRETO | Conereto celular com agregados leves CELULAR | conereto celular modificade por: esPuMaso | (. agentes dispersantes de cimento - incorporacao de fibras de vidro |. aditivo expansive Figura 2 - Tipos de concrete celular espumoso (1) Para a produgo de concretos celulares com massas especifi cas abaixo de 800 ka/m’, utiliza-se apenas cimento mas, pata ob- ter massas esoecificas acima de 800 kg/m? é zecomenddvel a cola- cagde ce areia mas compasicdes. dos agregadas leves ao sancreto celular feite para melhorar s relago massa especifica x resisténcia mecd nica. Os concretos celulares, modificades pela adigdo de disper santes de cimento portland, tamoém apresentam uma melhoria nas re sisténcias mecAnicas. S40 relatados acrdscimos de 10% e 40%, para massas especificas no estada fresco de i440 kg/m? 2 1760 kg/m’, respectivamente (1). A modificaga&e resultante da utilizagao de fibras de vidro resistentes a élcalis = dos aditivos expansores, objetiva minimi- zar os efeitos da elevada retragaa por secagem que o conereto ce- lular apresenta (1). 4.2 Sropriedages do Concreto Celular Espumoso 4.2.1 Resisténcia 3 Conpressao A resisten ce um material € Sefinida como habilidade que este apresenta para resistir 4 tensdes sem Fraturas (5). Nos con- eretos convencionais a resisténcla € limitada pele porosidade da pasta e da interface pasta/agregado, uma vez que os agregades usuais normalmente s30 densos e resistentes. Ocorre uma relagdo fundamental inversa entre porosidade e resisténcia de sélidos ho- mogéneos. um bom exemplo desta relag8o para concretas € apresentads pela figure 3. a0 6.95 1c Relag’o entre sassas especitioas Figura 3 - Relagdo entre redugdo da massa especificaea reducdo da tesisténcia mecadnica (6).

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