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iroarol FORMA E FUNCRO DO TECIDO URBANO “0s edificios ndo sao apenas objetos, sao transformacées do espaco por meio de objetos.” (HILLIER, 1984) A cidade é um artefato criado e constantemente madificade pelo homem para exercer uma diversidade de fungdes, contudo no & um artefato como os demais objetos utilitirios. A cidade & um mecanismo de lordenamento espacial que tem efeito no potencial de interacio entre os individuos. Neste artigo seréo discutidos alguns aspectos de uma possivel relacio entrea forma efuncéo da cidade, apartirde umaabordagem lem queaconfiguragSo urbana éa gerador primériodos encontrosnoespacourbano, Palavras-chave: Espaco, forma urbana, sintaxe espacial ‘maneira geral, expressam a fungao que he foi atribuida. Assim, no 8 toa, as iversas partes que constituern esses artefatos geralmente s30 arranjadas de modo {que a sua funcio seja alcancada da maneira mais eficaz possivel, Uma vez que acriagdo de Um artefato resquarda sempre intuitos, quer sejam, estéticos, socials, econdmicos, funcionais ou culturas, que inevitavelmente so exteriorizados, revelando ao observador a ‘va finalidade. A forma exterior do artefato indica ent3o 0 seu préprio uso ou 0 uso daquilo, {que vem a compor. Nesse sentido possivel que a forma dos artefatos da arquitetura seja ‘obtida com a composigo dos ambientesinternos somada aos elementos construtivos que <0 origem ao edificio, Por conseguinte o arranjo destes edificos com o conjunto de lespacos lives dé origem & forma da cidade. Pode-se dizer entdo, que a aparéncia da cidade engloba os elementos Tz artefato utiltrio ov artistco possi uma forma ¢ um propésite que, eum ara Lina tou, 40) 9 tome arquiteténicos do dominio privado que ajudam a delimitara forma fisica do dominio este ies 5 em pUblico da cidade (LIMA, 2002), Em outras palavras, a “forma urbana” contém a “forma da Howie i sigeenrat arquitetura” em uma escala que no é apreensivel para os individuos como os artefatos racine So dono pete arquitetonicos oso, a cidade & maior, mais fragmentada e mais complexa. Nesse sentido, Ente ’3 compreensio dos processos sécio-espaciais que estruturam a forma e fungso das cidades poderiaater-se aos aspectos mais globais do espaco urbano, na medida em que, segundo Hillier (2996), isicamente, as cidades s80 estoques edificados igedos por espagos e Infraestrutura, suportanda todos os processos socials, culturais e ambientais Esta tratando-se ento, de como as préticas socias vlo se distribuindo nos espagos, tanto-em. ‘uma porsao como também em toda a cidade. Para Hillier (1996) a chave desta relacio, entre aformae de como os individuos atuam nas cidades, passa através da organizagao do espago e de como ele &configurade, ‘Sendo assim, os espacos livres, ruase estoques edificados podem ser considerados elementos fisicos indutores do crescimento e constituigdo do tecido urbano. O conjunto de Sei macapmnaaes lotes € edificios agiomerados em quadras que sao articulados entre si e entre as ruase as cole praca S80 os defnidores da coniguraclo do tecido urbano como um todo (DUARTE, 2006, a mies 1.56) e eles homogeneizam relativamente o tipo de uso praticado em cada porgao da een ce Cidade. Isto quer dizer que aconfiguracéo espacial pode ter influéncia na apropriagdo dos suse es £3020: pelo uso, ou se, 05 arranjos de bareiras e permeabildades que tecem a malha sreearin aeons ¥ucbana sio quem definem potencialmente por onde as interacBes humanas ocorrerao. € {cSt Aton eyo justamente essa interagdo, que associada a articulagdo das diversas parcels da cidade, quem dé vida & cidade e insttui o tecido urbano. Sendo assim, a circulagio e encontro de pessoas "revela-se,entdo, como um meio para a consttuicao da vida urbana e ngocomo fim em si mesma” (DUARTE, 2006 ps8). $Seomovimento € 0 repouso sBo as necessidades bisicase genércas dos individuos epartindo-se da premissa de que a vitalidade dos espagos urbanos 6 promovida pela ciculacSo de pessoas, pode-se concluirentio que a principal fungSo 40 tecido urbano & a de preserva as conexdesnecessarias para sustentaro padrao e cirulagao que est associado 8 provsio de oportunidades a interaéo, trocase vida comunitvia(PEPONIS eta 1997p. 334), ou Sea, a Fungo do tecidourbano éa de preservar a acessibildadee cirelagio de pessoas entre as virias porgies da «cidade, potencializando os encontros einteragio que promovera vitalidade dos espagos ‘Aconfiguragio espacial surge entdo como a interface entre a ldgica que move as alagbes sociaise seu efeito sobre a forma da cidade, afinal“o mundo fsico ‘rodusido pela homem jé éum comportamento socal (HILLIER, 2984 9. g). Quanto ‘mais desarticulada ou segregada esté uma porgio do tecido com orestante da Cidade, haveré menos pessoas cirulando e consequentemente, menos usos que

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