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Livro “REFORMA AGRÁRIA DA NOVA REPÚBLICA Contradições e

Alternativas”, artigos de vários autores coordenados por Laurindo Leal.


By Carla

Para auxiliar o projeto na busca da compreensão do que foi o período da


Nova República, para posterior análise das charges produzidas pela imprensa
sindical no período, um dos aspectos que não pode ser deixado de lado é a questão
da terra mais especificamente a Reforma Agrária e o PNRA (Plano Nacional de
Reforma Agrária), o que representou e como foi conduzida a discussão na época.
O livro se divide em temas onde cada um dos autores discute um assunto
relacionado ao tema da Reforma Agrária.
Para facilitar a compreensão o texto foi subdividido em tópicos com as
questões mais relevantes levantadas no decorrer do livro.
• O PNRA não era uma lei, foi apenas uma proposta que enfatizava a
participação de toda a sociedade em sua formulação e de forma que todos
participassem igualmente.
• O Plano se baseava no estatuto da terra de 1964, falava da terra e sua
função social, seria a melhor forma de atingir a justiça social.
• Fala da quantidade exorbitante de terras ociosas no país onde 41% da
área aproveitável não estava sendo utilizada (p.10).
• Projeção que 15 anos após a implantação do projeto seriam mais de 7
milhões de pessoas assentadas.
• Buscava acabar com os latifúndios e minifúndios, pois seriam divididos
em:
A) Unidades familiares
B) Unidades de propriedades em comunhão
C) Unidades associativas e,
D) Unidades mistas.
• Foi tido como uma proposta comunista que causou muita controvérsia
entre os latifundiários
• Previa várias formas de apoio aos assentados créditos, assistência
técnica, educação, etc.
• Ponto de divergência também eram as indenizações as terras
desapropriadas, se fossem pagos os valores comerciais das terras a reforma agrária
seria extremamente cara.
• A esquerda do PCB à CEPAL – Colocavam que a reforma agrária era
fundamental, à continuidade do capitalismo.
• O lado mais radical afirmava que haveria uma estagnação do
capitalismo, necessidade de ampliar o mercado interno (vendas) + renda reduzir o
valor da força de trabalho, aumento na acumulação do capital.
• Após o golpe de 64 o capitalismo cresceu mais ainda o que provou a
burguesia que a reforma agrária não era necessária.
• A realidade a reforma agrária não alteraria a estrutura do capitalismo,
pois seria apenas nas terras improdutivas.
• Comenta sobre as oligarquias e o enfraquecimento das autoridades
rurais, a reforma agrária traria mais cidadania para os trabalhadores rurais que não
dependeriam mais dos patrões (esquema de domínio, voto de cabresto)
• Fala dos vários países e seus motivos para investirem na reforma
agrária.
• Coloca que o estado capitalista propõe a reforma agrária quando está
com problemas de ordem principalmente econômica que colocam em risco a
estrutura do capitalismo.
• E também para aliviar as tensões sociais para atingir a estabilidade
econômica do país.
• A Reforma Agrária seria utilizada para atingir objetivos capitalistas, pois
apenas mudaria as relações de propriedade das terras principalmente pela pouca
capacidade organizativa da população rural somada a não-mobilização política para
conscientização da importância das formas de produção cooperativas e
associativas.
• Contrariedade entre governo e latifundiários sobre o valor das
indenizações das terras desapropriadas (dimensão, exploração, benfeitorias, valor
de mercado).
• Outro problema levantado pela classe dominante foi a escassez de
mão de obra ocasionado pela redistribuição de terra, uma vez que assentados os
trabalhadores não teriam razão para trabalhar em outra coisa se não em suas terras
e também o aumento do valor da mão-de-obra e o descontentamento com as
condições precárias de trabalho.
• O uso da terra como reserva de valor pelos latifundiários e o prejuízo
para o resto dos setores, pois a terra fica ociosa e “parada”.
• Comenta que a maior parte dos alimentos são produzidos nas
pequenas e médias propriedades e que para a pecuária é destinada a maior parte
das terras.
• A imprensa da época era claramente anti-Reforma Agrária o que
refletia em uma criminalização maior ainda das ações pró Reforma Agrária, exceto a
TV Globo que na ocasião apoiava o Sarney.
• A Reforma Agrária estancaria o êxodo rural aliviando e reduzindo a
migração para os centros urbanos, as cidades não tinham capacidade para absorver
o aumento na população operária.
• A proposta foi compromisso imposto ao programa da Aliança
Democrática que elegeu Tancredo e Sarney.
• Fala da questão agrária e a questão agrícola que são diferentes, mas
completamente complementares uma leva invariavelmente a outra.
o Questão agrária – relativo a mão de obra, relações de produção, como
e quem produz.
o Questão agrícola – envolve a falta ou sobra de produtos, o que e
quanto produzir, seus valores e preços.
• Apoiavam a Reforma Agrária:
o Praticamente todas as federações do comércio;
o Algumas federações industriais (principalmente a dos estados de
periferia), que trabalhavam com bens de consumo;
o O sistema financeiro, que visava tirar o papel da terra como reserva de
valor;
o Os militares, interessados em “salvar” a imagem da revolução;

O livro apresenta também a proposta para a elaboração do 10 Plano


Nacional de Reforma Agrária da Nova República que tinha como objetivo:
Mudar a estrutura fundiária do país, distribuindo e redistribuindo a terra
eliminando progressivamente o latifúndio e o minifúndio, assegurando a justiça
social e aumento da produtividade.
Realizaram um levantamento da situação da população em relação a
pose de terra situação social. Montaram um quadro me metas estipulando
O livro data de 1985 e um fato interessante claramente perceptível na
leitura é que os autores realmente acreditavam que a reforma agrária aconteceria no
período da nova república, em nenhum momento nenhum deles faz uma leitura
crítica da situação nem cogita a não realização da reforma.

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