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A ÉPOCA DO RENASCIMENTO (Séculos XV/XVI)

Esta nova época vai modificar, a todos os níveis, o pensamento “fechado” que se vivia na Idade Média,
procurando ser uma época de modernidade, de novas experiências e descobertas. Vamos ver a que
níveis podemos encontrar diferenças em relação à época anterior:

No século XVI dá-se uma maior liberdade social e económica. Ao desenvolvimento comercial e
industrial corresponde o desenvolvimento das cidades onde habita a burguesia.Os burgueses mandam
os filhos para a Universidade, deixando a educação de ser um privilégio quase exclusivo do clero.

A aprendizagem teórica que era típica da Idade Média (Escolástica) é substituída pelo desejo de passar
da teoria à prática e, consequentemente, de experimentar tudo o que se desconhecia até aí.

A curiosidade do povo pelo desconhecido levou aos Descobrimentos portugueses (dos quais se destaca
a descoberta do caminho marítimo para a Índia), que desvendaram novos climas, paisagens, faunas,
floras e costumes, alargando assim o conhecimento do Mundo e do Homem.

Surge a imprensa em meados do séc. XV, o que fez com que qualquer pessoa tivesse mais acesso aos
livros, uma vez que eram produzidos em maior quantidade.

Com as descobertas marítimas, dá-se um avanço da técnica da construção naval e dos instrumentos
náuticos.

Começa-se a questionar o poder exagerado da Igreja Católica de Roma. Então, vai desaparecendo a
cultura do Teocentrismo da Idade Média (Deus era o centro do mundo e era ele que decidia a vida de
todos os Homens) e constrói-se a ideia do Antropocentrismo (o Homem continua a acreditar em Deus e
conta com ele para sua proteção, mas passa a acreditar também que, pelos seus atos, pode planificar o
seu próprio destino, libertando-se da opressão e do medo da “mão” de Deus).

O Homem passa a ser “o centro do mundo”, um ser importante, uma vez que é ele que faz evoluir a
vida. Chama-se a este interesse e valorização de tudo o que é humano, Humanismo.

Mandam-se construir palácios, praças, fontes, parques, todos os edifícios que se considerassem belos,
confortáveis e úteis para o ser humano, por oposição às escuras catedrais e fortalezas da Idade Média
que apenas serviam a Igreja e os Senhores da guerra.

Ao nível cultural, os artistas começaram a interessar-se pela Antiguidade Clássica dos Gregos e
Romanos, uma vez que, apesar de serem civilizações muito antigas, tinham revelado uma modernidade
e uma abertura de ideias inigualáveis que podiam, agora, servir de modelo nesta época do “renascer”. A
Antiguidade Clássica era considerada uma época em que o Homem tinha sido valorizado e, por isso, era
uma época muito admirada pelos Humanistas. É assim que surge o Classicismo, teoria artística do
Renascimento, que se baseia num sentimento de admiração pela Antiguidade Clássica, no desejo de
imitação da cultura greco-latina e de retoma dos seus valores. A arte classicista procurava a perfeição
formal, o equilíbrio, o rigor.

Alguns escritores humanistas procuraram, neste século, voltar a adotar formas da literatura da
Antiguidade Clássica, das quais um exemplo é a epopeia, que era considerada a forma mais elevada,
mais excelente de se escrever entre os Antigos. Logo, passou a sê-lo também entre os Humanistas que
queriam não só imitar esse modelo, como se possível, superá-lo. Daí o facto de Luís de Camões ter
escrito Os Lusíadas na forma de uma epopeia, pois era uma maneira sublime de tratar um tema tão
grandioso como os feitos heróicos do povo português.

A Epopeia é uma mistura dos géneros lírico e narrativo, uma vez que é escrita em verso, mas também
narra uma história. Já na Antiguidade, a palavra épico queria dizer heróico. As epopeias Clássicas
contavam a história de heróis, das suas aventuras e vitórias.

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