You are on page 1of 8
7 O vazio ea falta A questo do sujeito na psicanilise Lulz Alfredo Garcia-Roza’ i Q.sfevlo XVI testemunhow o desmantelamento do cosino aristotélico. Mas antes deste desmantelamento se consumar intciramente, fazia-se necessfrio constrair um outro paradigmoa para substituir aquele fornecido pela filosofia de Arisi6teles. No entanto, esse novo paradigma surgiré apenas com Descartes, ¢ nesse meio tempo a filosofia tenta remendar 0 que sobrou da demolicao empreendida por pensadores como Nicolau de Cusa ¢ Giordano Bruno. Entre a dissolugdo do cosmo no século XVI ea construgdo de uma nova fisica ¢ de uma nova ontologia no século XVII, o mundo peideu todos os seus referenciais: a idéia de “lugar natural”, 0 mundo fechado hierarquizado de Arist6teles, a Terra como centro do universo, o lugar central do homem no cosmo € 0 sentido ¢ 0 valor de suas agbes, ¢ até mesmo 0 lugar do “‘trono de Deus" num * universo sem centro ou constituido por infinitos centros. © antigo mundo foi destrufdo ¢ um nove mundo ainda nao havia sido construido. Montaigne € ‘contempordneo desse desmantelamento do cosmo aristotélico' mas recusa-se a remendé-lo, embora nio tenha nada pronto para colocar no seu lugar. O mundo, ou o que restou dele} deixou de ser o lugar. da verdade e tornou-se o lugar de miltiplas opinides. incertas, Frente a essa incerteza genetalizada, 0. ‘pensador procurou uma garantia para a verdade e se deu Conta de que a verdade no podia ser colocada em termos extétnos ¢ intemporais, mas que deveria ser produto do método, de um procedimento te6rico ¢ subjetivo. Havia necessidade de abandonar, provisoriamente, as “‘verdades’’ universais” estabelecidas pela filosofia cléssica’€ voltar-se sobre si préprio A procura de critérios seguros para se ‘distinguir 0 verdadeiro do falso. Essa foi a tarefa ‘empreendida por Michel de Montaigne. ; ~SORTGINAL PASTA eps Montaigne a partir de Montaigne, as dltimas décadas do século XVI, que a questio da subjetividade (¢ a Jortiori a do sujeito) se constitui como objeto da Teflexio filos6fica. E verdade que o préprio Montaigne declara que nio é um fil6sofo, ov que nao conseguiu ser um filésofo, mas é inegvel que foi a partir dos Ensaios qué a questo do eu (moi) e “~ da subjetividade como lugar da verdade emergiu para o pensamento moderno, As aquisigées cientificas, politicas religiosas do século XVI nio encantam Montaigne. Para ele, a ~ ciéncia € instével, fantasista, estéril e produtora de souhos ¢ de loucuras.? E Montaigne volta-se para si prOprio A procura de uma verdade que o mundo objetivo Ihe negava. A subjetivagao do método passa a ser, daf em diante, a marca do seu pensamento. Seu eu (moi) € 0 que se oferece como tinica salvagio possivel ¢ ele acredita encontrar em si préprio aquilo que havia sido perdido com o fim da escolésti Esse retorno para a pr6pria interioridade nfo faz de ‘Montaigne um novo Santo Agostinho. Ele nao + procura um deus interior, nem uma azo universal, garantia absoluta da verdade. A razSo, para ele, € éncia de discurso que cada um forja em que se acomoda a todas as finalidades. A raz30 attificio e o discurso vale pela sua capacidade “de persuasio: ““A verdade € o sucesso da persuasio, © 0 método € a forma desta persuastc Embora Montaigne afirme que a divida acompanba toda investigagao ¢ que a verdade resulta do método, le ndo faz da divida um método. Entre a divida de Montaigne ¢ a divida de Descartes b&:uma grande diferenca. A de Montaigne € uma divida pré- cientifica, que se esgota em si mesma ¢ desemboca num aparente ceticismo; a divida cartesiana € metédica, refere-se especificamente 20 conhecimento ¢ € 0 comego de toda a Filosofia modema. Descartes Nas palavras de Koyr6, ‘‘a diivida, 0 cético € Montaigne sofrem-na. Descartes exerce-a".* Esta € ‘uma diferenga noidvel entre ambos os pensadores. ‘Montaigne fracassa ao procurar na sua propria interioridade a verdade que havia sido perdida juntamente com a derrocada do cosmo aristotélico. ‘No lugar das verdades legadas pela filosofia grega, Montaigne nio consegue cdlocar nada, a nao ser a concluséo dramftica de scu proprio fracasso: nao hé ) nenbuma certeza, nem no mundo externo, nem na jinterioridade da subjetividade. E Montaigne tomba, vitima de sua conclusio cética. Descartes transforma a divida de Montaigne em método. O ponto de chegada deste diltimo € transformado em ponto de partida do primeiro,- Descartes maneja a divida com a mestria com que um artesio maneja o seu instrumento de trabalho. Em suas mios, a dévida transforma-se no “*écido que dissolve o$ erros”, o instrumento a partir do qual serd possivel discemir 0 verdadeiso ¢ 0 falso, Cogito, ergo sum. Esta € provavelmente a diferenga fundamental entre Descartes ¢ Montaigne: pensamento implica o ser. Mesmo que eu me engane ‘em todos os meus juizos, mesmo que todas as minhas representagdes sejam dclirantes, uma cesteza G inabalével: duvido, penso, existo. Descartes faz da dGvida sua primeira certeza e a partir dela reconstr6i © cosmo perdido. ‘Montaigne e Descartes so 0 ponto de partida para o grande discurso que a filosofia, moderna constr6i sobre a subjetividade. Mas 0 discurso sobre a subjetividade ndo € necessariamente o discurso sobre ' o sujeito. Se a epistéme se move, como disse Foucault, sobre o elemento da ordem ¢ no mais sobre o elemento da semelbanga, € se a ordem procurada tem sua referéncia inicial na Tepresentacao, isto nao quer dizer que ela tenba constituido um discurso sobre 0 sujeito. Podemos pensar uma subjetividade sem sujeito, uma espécie de subjetividade acéfala. E este parece ter sido o shado da diivida cartesiana. Se o que restou da davida foi o penso, na primeira pessoa do singular, Descartes, para nfo ficar preso a um solipsismo insuperdvel, foi obrigado a recorter a um absoluto que lhe garantisse a recupcracéo do mundo exterior. Nessa passagem, a singularidade do eu penso cedeu lugar a uma mathesis universalis. | A substancializagao do eu confere 20 sujeito cartesiano seu duplo estatuto de **sujeito 4 “sujeito a”, isto 6, de sujeito e de sujeitado, sendo que 0 sonlio da mathesis universalis € o de etiminar * Omais possivel 6 efeito de erro resultante da vontade individual, . || Nos trés séculos que separam Montaigne/Descartes & | Freud, a subjetividade foi tema privilegiado da teflexio filos6fica. Spinoza denuncia a subjet { como o Jugar da ilusio, Leibniz faz dela uma mbnada, Berkeley a transforma em ponto de npoio para sua critica a0 conceito de matéria, Hume afirma | Sou cardteriredutivelmentedeliante, Kant vai nele | buscar as formas a priori da conscitacia __ | transcendental, mas € apenas com Hegel que vamos \ verdadeiramente poder falar em sujeito. dade Hegel e a questao do sujeito A questio do sujeito aparece em Hegel sob a rubrica ~~~ do Selbst, do si mesmo, da Selbstbewusstscin| 4" = (autoconsciéncia), que dé titulo ao capitulo TV da Fenomenologia do espfrito. A questio €uatada sobretudo no item A do capitulo IV, denominada ‘fave *Autonomia ¢ inautonomia da consciéncia— ~~ dominagéo ¢ servidio”, que passou a set conbecido, distorcidamente, como ‘A dialética do senor ¢ do | escravo"s 7. + © que Hegel nos prope com sua figura dominago e-servidao € uma parébola do surgimento do homem a partir da animalidade.” Esta parabola chegou até 16s, primeiramente, pela interpretacéo que lhe foi =.= dada por Alexandre Kojve e cuja introdugio pode, =. + ser resumida da Seguinte forma: A pardbola kojeviana * . : os Enquanto a consciéncia (Bewusstsein) caracteriza-se por uma atitude passiva frente a0 mundo, a oo hutoconsciéncia (Selbstbewusstsein) constitui-se av através da ag3o. A consciéocia € conscitncia do objeto mas no € consciéncia de si mesma, Absorvida na contemplagao do objeto, ela ncle se perde e nele se aliena. &, literalmente, uma ‘conscigncia sem eu, O indivfduo absorvive ¢ perdido 1o objeto, pela atitude cognitiva, nfo pode revelar- asi mesmo sendo pelo desejo (Begierde). Enquanto ‘o.conhecimento o maniém passivo (contemplative), pia spo? ‘ desejo inipele-o 3 aco. Essa agio é fondamentalmente negadora, posto que seu objetivo: 4 trinsformagao do objeto desejado. Assim, por exemplo, 0 desejo de comer, para ser satisfeito, © implica a assimilagio, destruigao ou transformagio do alimonto. £ também o desejo que vai.operat a .. Aoposigio entre conse A wen ye Hoos Oo oa Bet 1 “ er O o Ver | -\;per, o animal permanece, prscigacia-de-si, entre 0 ndo-eu co ev. S6béeu.no e pelo deseju. 0 "sevrevela sempre como meu , Gescjo. Assim, enquanto 0 conhecimento revela © objeto, o desejo revela 0 eu. 0 eu do desejo, tal como o proprio desejo, é um yazlo, A deierminagio desse vazio vai ser feita em Fangio do nio-eu negado. Se o nao-eu negado € um paoeu natural, 0 conteddo do eu que se forma pela acao negadora serd também natural. Se a ag0 decorrente do, desejo dests6i de obj sma corresponde, portant © desejo € aqui concebido como falta ¢, a0 mesmo tempo, como agio transformadora (negadora) Jo. dado, Mas 0 desejo no se esgota na ago Gestraidora. Desta ago que suprime o objeto, surge {uma realidade subjetiva como.efeito, da dominaci exercida sobre 8 exterioridade. Portanto, a0 ‘assimilar © objeto, o ser que assim procede mantém a sua propria realidade se transforma. ‘No entanto, esse desejo que surge no scio da vida ‘animal junto a outros déscjos nao se identifica com fesejo humano, O desejo animal €condigho Secesofria para que exista desejo hummano, mas nao ¢- condiggo suficiente. Ao negar 0 objeto, assimilando- ©, oasimal afirma-se como superior 20 dado mas permanece dependente dele. A aga0 decorrente do desejo nio chega a constituir uma autoconsciéncia Go animal mas apenas um sentiniento de si. Para que © desejo supere sua forma natural (animal) ¢ se Constitua como desejo humano, sao necesstrias duas condigdes: 1. Que o desejo se volte para um ‘objeto \eo stra: 2A existéncia da lingvagem. ‘A razio da primeira condigio € evidente. Se 0 desejo ‘uimal supera momentancamente a paturez2 20 nepéla, ele permanece no entanto escravizado a ela pela necessidade de satisfagio. Transformador do porém, preso ao ser. Para . Tinguagem é mediagao, meio. constitua como desejo bumano& 4) 4; cle se dirija para um objeto nio- 4 ae {nico objeto nao-patural 6 0 proprio “" aque 0 desejo se necessério que natural. Mas 0 deseo, jf que € um vazio. + Assim, sendo o des jo um vazio, austncia de set, 20 | se voliar para um oblro desejo ele se volta para um Gqulro vazio,e apenas desta forma ele supera sua lidade natural, dando lugar ao surgimento de algo)| ‘nao-natural: 0 desejo de desejo. —* ' a 0 desejo humano , pois, desejo de outro desejo- Mas para que baja desejo de desejo (desejo humano), € necessério que exista uma pluralidade de desejos. O desejo humano s6 pode surgit no seio de ‘uma comunidade animal, isto €, no seio de uma comunidade de desejos animais. E tendo feito sua cmergeacia no seio da comunidade animal, desejo jnumano s5 poder se manter, por sua vez, numa comunidade humana, j4 que 0 desejo humano € sempre e necessariamente desejo de desejo. ‘Mas se 0 desejo humano sempre desejo de outro desejo, como justificar o fato de que, enquanto homens, desejemos objetos? Hegel responde que 0 desejo hursano volta-se para objetos na medida em que estes se constituem como objetos do descjo de Gutros homens. Nesta medida, a0 nos apossarmos esses objelos, estamos afirmando nosso dominio sobre 0 desejo,do_outro. O que o desejo humana esa € pss 10 desejo do outro, € ser desejado ou Ganilo pelo outro, € ser fecouhecido em seu valor bumano.='*- . ques E&ée réconhecimento s6 pode ser feito pela palavra. Besta a segunda sa tod fesejo pana a que ‘me referi acima. Sem a palavra ficamos ‘ irremediavelmente aprisionados na subjetividade. A jo necessario para 0 to. Ea gem ¢ somente cla que pomsibilita a intrsubjetividade. Fora da linguagem Peo hé eu humano. Nao hé um eu bumago anterior & Jinguagem, cu mudo que apenas pensa. Epela palavra que o individuo se torna um ser pensante €» portanto, bumano. E essa luta pelo reconhecimento, aque vai constituir o tema cé Stn da chamada Gialética do senhor e do escravo ou a “figura da =~ “dominagio e da servidio"’. Espero ter sido razoavelmente fic 3 exposigio de ‘Alexandre Kojeve. Importa agora assinalar as ‘onseqiiéncias da interpretagso que Kojtve faz do texto de Hegel para a psicaniilise, levando-se em fitudes, de 1933 a 1939, sobre a Fenomenologia do esptrito, foi assistido por Jacques Lacan. Ba presenga de Hegel em 1Csan 6 inegivel. Ela se faz— Sentir nio apenas I onde Lacan a torna explicita, mas também ¢ sobretudo onde Lacan no se dé conta dela? ' Ovazio ea falta Em primeiro lugar, hé que se destacar a importincia da Icitura que Kojve fez do texto de Hegel. Em que ppese 0 fato dele ter trabalbado com a vulgata Eegeliana e de ter imprimido & sua leitura uma marca jdeol6gica apontada como responsdvel por algumas distorgées do texto, o fato & que a exegese por ele empreendida, quando nao havia ainda tradugao francesa do toxto, foi de extraordinéria importincia, Kojtve ‘descobriu”” Hegel. O que se seguiu foi enormemente facilitado pelo seu trabalho pionciro. conta que seu curso dado na Ecole des Hautes—.———- = No caso do desejo humano ocorre algo “Gout. Neste caso, o que vai essencial. O vazio do dessjo animal € pois i jelerminada pelo objeto, ou melhor, pela faltado , ¥ Galio +0 objeto... woe! completamente diferent. Ele € desejo de dese, homer? fap desejo de ebjelo, Ou se preferirmos: 0 objeto dejo ecucy sae restlnmano € out deseo, Mesmo queele se oSt.5) eur presse sb a forma de desejo de objeto, esse objelo "| $6 & descjado porquetbbjeto de descjo de outta desig +v0 2 sujeito, O-que-o homem deseja, sempre, € 0 desejo , —————~ *preencher” ovazio ‘do desejo néo €um objeto, mas um outro vazio. Portanto, nao hf, como no desejo animal, falta de objeto, mas sim um vazio essencial ¢ insuperivel. ‘Ao desejo humano, no falta um objeto (seja este teal ov fabtasinético), mas enquanto desejo de desejo tle se move sempre no registso do vazio. © que 0 esejo bumano deseja € permanecer desejando. A ele pada falta. Ele seria, neste sentido, absoluto.? Ocoire porém que essa concepgao do deseja como 1 vazio¢ no como fli 36 6 posse seodescjofor' “S ek a ee . referido A linguagem. E a linguagem que distingue, 9 ql ue ae ‘Gave gos interssaanalsas agul Ges srgmeni® Ge forma edie, deseo animal dessjo youn 00 Ship deat amano apart animaiade '25%% puma, pel ngage ave nso Berne mops di Madora de uma verdad eee etencla bun elo outro seré possvel. E portanto, € samente pelk =~ portadora de una verdade sobre'aexiséncie hamana epvapem que o deseja podess ser conczbido come dividual e social. = nl a desejo de desejo. 1 gaia, va20 5 yoo Kojeve ressalta 0 cariter|antiopogena)do desejo. & Esta 6, precisamente, a meu ver, a caracterfstica da eX LO BOE. pelo desejo que 0 sujeito humano se constitule psicanélise: mover-Se, desde o inicio, na dimensto » ‘puarneste desejo € ‘entendido como falia, embora em da Jinguagem. Portanto, na dimensfo do vario ¢ pho Ne eutas passagens ele oconsidere comdvao. A)” a fal. ~ | eeisao por uy destes dois fermos — vazio e falta Ly -c8 —serf de fundamental importintia para a psicanilise: Creio que © desejo como falta e 0 desejo | como vazio dizem respeito, em Hegel, a dois registros diferentes que nio podem ser confundidos. r 2? No entanto esta nao € uma invengio psicanalltica, 0 Ae préprio conceito de autoconsciéncia em Hegel jé nos aponta esta diregio. Autoconsciéncia (Selbstbewusstsein) nio € 0 mesmo que consciEncia yore formados. Sua auséncia € momentinea € 30 _ 2 ide si (Bewusstsein von sich). Nao sé tratade |" qui? .o~'| Se, como nos diz Kojtve,|s eu do destjol(assima ‘iggnever uma experiencia introspectiva através da ang como o préprio desejo) € um vazio que miosccebe qual a consciéncia toma cla pr6pria como objeto, |, J Suz dolerminagdo positiva sendo pela ago que nega as de afirmar a coincidéncia da consciéa ia com ore desejado)¢ se no mubdo animal cla propria enquanto sujeito na experiencia do ~0-8u descjado € necessariamente w saber. colare* a yh, se voltar para o mundo, a.consciéncia nip descobre senao ela mesma, ou melbor, descobre. que oul as de tlstem ui duplo objetozelamesmaco mundo CO” real.e acessivel ao animal através de enguanto que a revela para ela mesma. Ni Og comportamentos que percorrem caminhos pré- Sealido, ela € aufoconscléncia. Ao se.colocar frente a : jhe ‘outra consciéncia, vai ocorrer 0 mesmo. ir do outro, Uma autocons: anal senso pot e para outra autoconsciencia. Poe € uin dos temas Fundamentals do capitulo IV: @ | consciéncia implica e: ssa reduplicagio, de tal modo aque cada uma se constitul com autoconsciéncia & sncia DA se Capitulo IV, “‘Autonomia ¢ inautonomia da | vecenbecimento. Ceproprio titulo do item A do caMpascigacia”, enpressa essa dualidade interior 3 putoconsciéncia. Nao se trata de fazer da : autoconsiéncia uma ji ustaposigao de termos otagonicos; aulonomia ¢ inautonoma nao devem ‘ser eptendidos como ois aspectos separados Ou eparivese que sio justapostos para ‘‘compor” & ser conseiéncia, Cada um destes termos porta 8 Verdade do outro e s20 ligados aqui numa ‘iyerdadeira definigio da autoconsciénc! * ule 0 sujeit 6 caracterizade por. essa dualid interios 1S ot | da autoconsciéncia que faz com que 0 sujcito 5 0% ¢ [singular ‘seja necessariamente entendido como ov¢} refacioual: uma autoconsciencia. 36-6 avtoconsciéncia none’ cot onse) ‘enquanto reconh cida por outra autoconsciéncia. pon ga \]Nisio consiste a autonomia e jnautonomiada =) 49 GL \autoconsciéncia. a Fuh? ot vd —exporo su ot ou oy ayo” ‘A pardbola freudiana -Também a psicanilise nos coloca, desde o infcic, ne Testo da inguagem: € 0 estudo do ato falhado ¢ do Japso, jé presente no primeiro _. C*A interpretagao das afasias iexto tebrico de Freud >, 1891), assim como o Scrodo dos sonbos, que pretendem fazer passar yma fala que foi interditada (‘*A interpretagéo dos sonbos”, 1900), ov ainda o estudo das parapraxias ¢ Jos chistes (""Psicopatologia da vida cotidiana”, 1001), Freatl se move, desde.o-comego.de sua Jrodcan iGsica, no Smbito da inguageme-nele Fermanece até o final de sua obFa. ece até o final de sua ObFF \. Uma parébola frevdi jana, anéloga & das figuras, att? dominagio servidao de Hegel, nao tcria 0 ih Sor propésito de nos expor 0 surgimento do bomem @ F partir do mundo natural animal, mas sin de nos ‘Uma pardbola frev: rgimento do sujeito 0 partis da Woguages. Colno coneiliar 0 conceito de pulsio com 0 vazio #0 jf tomaria como ponio de partie a linguagem € no o mundo natural, oO ___mesejo, como categoria psicanalitica, nao € ee anwrortaene éhumano. V6 ponto de partida de nossa pardbola seria, pois ta wy O Pepncia de Hinguagem. Nela, ov a partic dela, odos os objetos do mundo passam a ser significatives, Sresio se acredTiansos buna suposia ordem natural, cla necessariamentc teré que ser teferida M Tinguagem. A conseqincia disto € ut ~Agsnahitalizagao Co mundo € a forti .

You might also like