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Contra © tréfego de veiculos, outra forma de proteclo sonora eficiente em determinadas situagSes & a construgso de tanels (Figura 80) Internamente, porém, eles represantam sem pre um luger de grande intensidade sonora, por causa das rele oes promavidas por suas superficies. Com conhecimenta e criatividade, © arquitato tem varias atternativas pare que uma barreirs acdstiea seja projetad Inplantagte dene Isolando o ambiente interno Ruidos e meios de Propagagao Os rufeos existentes em um ambiente interno podem ser decorrentes de atividades externas ou de atividades internas 4 cedlficagso. As fontes de ruido determinam conjuntamente um ryel sonoro minimo nos amblentes intemos ¢ externos, que 6 denominade ruldo de fundo, (Otermo rufdo de fundo pode ser referenciad pars rufdos eerados dentro da proprio ambiente, decorrente da atividade rele desenvolvide, ou para rufdes provenientes de atividades fexternas ao ambiente considerado, sendo las urbanas ou ocor Fides no ambiente vizinho. Para fazer uma diferenciagao entre sles, © ruido de fundo ¢ algumas vezes considerade apenas ‘como aquete geredo dentro do préprio ambiente, enquanto os dlemals rufdos sa0 considerades rufdos intruso. © tuldo de fundo caracteriza-se por apresentar vartagso dle intensidade e pode, por conseaUncia da propriedacie de mas. caramento dos sons. contribuir pars a aetistica dos amblentes Portante, somente quando © ambiente requer condicdes espe- ‘iais de baixa intensidade sonora, coma no caso de esttidioe © ‘cimaras acdsticas, € que 0 ruldo de fundo deve ser eliminado, Para ambientes mais comuns, solar € reduzir a intensidade sonora transmitida para dentro dos ambientes, sem que, no fentanto, Isso represente a extingso total do rufdo de fundo. Condicies de total stléncioacabam aumentandoapercep- ‘cae de sons de pequena intensidade, que poderiam ser elimina dos por meio da mascaramento produzido pelo rufdo de fundo. (Nis Tabela 4 880 apresentados os niveis de Intensidade sonora aceitéveis para o ruldo de fundo de alguns tipos de sala.) ‘A forma de tratamento para a redugao de rufdos varia com otipode rulde considerado. Conforme mencionado no cap tulo anterior, as fontes de ruidos podem ser propagadas tanto sob a forma de ruldes aéreos como de ruides trensmitides por vibragies de sélidos e por impacto, Como forma de diferenciar © tipo de rude que estd sendo tratado aqui, sfo encontrados dois termos relacionados & reduce de ruldos: 6 isolamento © fa Isolagio, © Isolamento refere-se ao tratamento para ruldos: ‘agreas, enquanto a isolagéo € empregada para ruidos de impac- 10 04 vibragso (Os materiais empregados para os diferentes casos tém objetivos e caracterfsticas diversas entre si, Para 9 utilzagso do ‘material adequado, € importante que o arqulteto saiba distin- fir materials Isolantes de materiais absorvedores. AS funcoes solar "absorvec" podem ser complementares, mas requerem, dos materials, diferentes caracteristicas. Nem sempre um bom material isolante € um bom absorvente, ou vice-versa, ‘Alguns nivalis sonore aemissvei (Fonte: ABNT, 1987), ‘iblotecas Salas de aula Dormiterios “Teatro @salas de concertos Solas de conferénciae salas de moltiplo uso) Salas de computadores Pavilhdes fechados para espetaculos @ atv. esportvas (Fone: AN 1957) ‘abel Snaices Sonora pars algune (Fonte: adgtaco ca ‘Todo material apresenta capacidade propria de reduzica intensiclade sonora, quando aplicado entre a fonte ¢ o receptor Essa copacidade de isolar varia com a freqliéncia dos sons. Por isso, a capacidade cos materials de isolar os ruldos é indicada or um valor especifico para algumas freqbénclas definidas, Essa capacidade, expressa em dacibéis, 6 chamada indice de ‘atenuagio. Se o valor indicado para um material é de, por exem- plo, 45 dB, significa que uma onda sonora, a0 atravessar esse material, tende a sofrer urna redugSo de mesmo valor em seu nivel de intensidade sonora (Tabela 5), Componente construtive Froqencias Hs) 125 250 500_1.009_ 2.000) Parede de Wolo macigo (80 ka/m?) a1 45 4a sa 57 Parco de tjole macigo (260 kg/m) 32 at aes Janel de vidro simpies. 4 mm,com boa vedagae 19 22 25 Boa Janela de video simples, 6 mm. com bos vedags0 22 ro os Porta simples oca,sem vedagio 2 1 4 16 Porta com recheio 25 kg/m", sem vedagio 6 200 2% 2119 Porta com recheto, 25 ka/m!,com vedacso 20 28 27 2B Telhado com foro telhas de barroeestuque9mm) | 21 26 33 32 a5 Por outro lado, os materiais também apresentam capa- cidade de absorver o som. Essa capacidade de absorcao € Rormalmente indicada pelo coeficiente de absorgao e também ~apresenta variaglo er funcao da freqiéncia do som ineidente. coeficiente de absorgao de um material é # relagio entre a ener- ‘a sonora por ele absorvida © aquela nele inekdente. 2 Normaimente, quanto mals poroso 0 material (If mine: ral, espuma, tapete ete.) maior sua absorgio (ver t6pico sobre propriadades sonoras). Enquanto um material isolante aplicado sobre uma pare- de promave a reduce do nivel sonote transmitide para outro ‘ambiente, urn material absorvente regula a quantidade de absor- Bo do som dentro do proprio ambiente De mesma forma que para © ambiente urbane, as medl- das de controle de ruido para os ambientes internos podem ser ‘efetuadas por meio da intervengao na fonte, no melo de propaga- \g8o ou no receptor. A intervencao sobre a fonte engloba medicas ‘como: escolha adequada de uma maquina (fonte de rufdo), subs- tituigSo de fontes mais ruidosas por fontes mats silenciosas,alte- agio do ritme e do hersric de funcionamente da Fonte, redueto do ndmero de fontes emissoras ou, ainda, distanciamento da Fonte. A intervengio sobre o receptor relere-se a medidas como, reduugso do tempo de exposicao e uso de equipamentos de pro tego, tais como protetores auriculares, A Intervengio sobre 0 melo de propagacio, préxims ov no da fonte, que é abordads neste capitulo, € a que mals se relaciona & atuagio do arauite= 10, porque envolve a construct de superficles © a utilzagio de rmateriais de construsée apropriades. Inclul-se, aqui, 0 enclaui= suramento de fortes e 0 Isolamento do receptor em cabines, cchamando 2 atengao pars 0 fato de que, em muitas referéncias Dibliogréficas, essas medidas s8o classificadas como Interfer@n- cias sobre. fonte e o receptor, respectivamente. ° Reduzindo ruidos aéreos — — isolamento Os principals elementos da edifleagto responséveis pela transmissio de rufdes aéreos para o interior de um ambiente ‘io Janelas, portas, paredes, plsos, tetas, frestas ou fendas exis tentes nas superficies que compoem o ambiente (Figura 81) (Os tufdos aéreos incluem aqueles originades no ar econ- tinuamente nele propagados, além daqueles que também 30) eerados no ar, provocando a vibragao de uma superficie, que, Por sua vez, provoea # vibragio do aradjacente 4 sua face opas- {a Inclui-se, nesse caso, a onda sonora provocada pela vor de uma pessoa Incidindo diretamente no ouvide de outra, o¥ ainda 4 wibragao de um parede provocada pela vor © sendo captada por ourra pessoa situada no ambiente adjacente (Figura 82) © solamento promavido por uma supertcie depende, da mesma forma que nas barreiras actstlcas para ambiente urba no, de sua massa, de sua Inflexibilidade e de sua capacidade de amortecimenta de ondas sonoras. ‘Quando uma parede, janela,teto ou piso sao submetidos: a uma variagao de press3e sonora, oles so forgadas a vibrar. ssa vibragto é controlada principalmente pala massa da super- Ficie, pois, em geral, quanto maior a massa, menor sua expaci- ade de vibragio. Por isso, paredes leves, como dlvisérias sem Hatamento aedstico, so normalmente menos eficientes como isolantes actsticos que paredes de alvenaria. Por muitas vezes, fem amblentes separados por divisérlas, sons prevententes do ambiente adiacente sao facilmente percebids (Figura 83) ‘A importancla da massa do materlal, no entanto, varia com a freqiéncia sonora, Para sons de balaa freqdancia, 0 aumento da massa é menos eiciente do que para sons de altafre- Uéncla, Portanta, os sons de balsa freqléncta sii mals diffcals de serem isolados do que os de alta frequéncia. Considerando novamente dois amblentes adjacentes como exemplo, se em lum deles uma masica ¢ tocada, no outro & possWvel perceber 08 sons de frequéncia mais balxa com mais ntidez que equeles de alta frequéncia, Nessa situacao, 0 som de uma tuba pode ser transmitide pela parede com mais facilidade da que 0 som, de ‘mesma intensidade, produzido por um violine ou um clarinete. A capacidade de isolamenta das superficies diminui para as freqUéncias nas quais © material 6 capaz de softer ressenan- cla e para sltuagSes em que ocorte 6 fendmeno da coineldéncia, (© Sngulo de incieéncia da onda sonora pode promover coinci+ dencia do comprimenta de onda do som Incidante com © com- primento de onda da flexbilidede do material (Figura 84) (Geaptade 2 ‘ROE 2600) ‘Apesar da lrregularidade de atenuagio para as diferentes freqdenciss. pode-se dizer que o valor de 4 dB corresponde ac: ‘sumento do Indice de atenuagso para cada ver que se dobra a freqdencia, Da mesma forma, © Indice de atenuagzo aumenta cerca de 4 dB para cada vez que se dobra a massa do material como pode set observado na Tabela 6, Io acerca Leiexperimental Lele frequencia a 500 Re ava 100 kame 2skgim | sa vashe | ao “SaB_| S0kgim? | 368 | saa | 250m | sea8 Too ksi" | 4008 soon | a0ap +508 | 200ka/m? | aaae | ssaa | v000He | aaae = FOO kg/m? | 4B dB BoooHe | eae ‘Como esse valor de atenuegao da intensidade sonora ‘ransmitida é relativamente baixo, nem sempre 0 aumento da massa do material €, na prétics, visvel, tanto sob © ponto de vista econémico como sob © espacial. Se for considerada uma parede de bloco de concreto que pesa cerca de 202 ke/n?, apre- fen Senta 14 cm de espessura e tem o indice de atenuacio de 40.48 tenuate sonora or 300 Hz, para que se alcance 50dB de atenuagae nesta mesma an freqnéncla, seriar necessarias 36cm deparede composta homo: ‘eeneamente pelo mesmo material (Figura 85) Algumas vezes, a soluggo mais epropriada pode ser a composigao de paredes duplas (Figura 86). Em geral, quanto maior 0 espago de ar entre elas, maior o isolamento sonoro, Podendo melhorar um pouco a faixa de abrangéncia do isole- mento das balxas Irequéncias. Para as médias ¢ altas freqitn- las, 0 isolamento é maior Para que tums parade dupla ofereca 0 Isclamento apto~ priado, € necessério que suas partes estelam o mals Isoladas possivel entre si, Elementos estruturais para amarracdo entre 1s paredes duplas tendem a diminui a efleiencia do isclamento vodstico dessas patedes, @ quanto mais inflexivels ou rfgidos cesses elementos, menor é a atenuagio do rutdo, De preferéncla, ‘os dots panas da parede no devem estar solidérios. Na Tabela 7 stio mostradas vétlas solusces construtivas & seus respectives Desempenho Solugdes de Montagem faixo 3s Gianna genase kage gan SECCESTE Sonn Sma so ugcan sear ie Medio FH a 0 SNaSHl o soluoen contra (Fone PATIO 2083) Figura 7 aso ce ator frokate ‘A aplicago de materiais absorvederes no Interior do espaso de ar entre paredes duplas ¢ aconselhada (Figura 87) Normalmente, em matetiats porosos, # energis sonora ineiden- te € perdida por causa dos movimentos de seus componentes, sludando a atenuar a Intensidade do som transmitido, Materiais POFoEos Per si s4 no sfo bons [solantes, mals apresentam equenas melhoras no Isolamento acistica, se aplicados em conjunte com matertais isolantes. 4 aplieago desses materials ha cavidade entre paredes colabora também para a diminuicao das reflexdes sonoras que ali podem ocorees, Na teducSo de rufdos agreos, of materials absorventes| podem ser utilizados como eontroladores do tempo de reverbe. ragio € redutores de ruféo de fundo, A aplicagao desses mate rials ne ambiente de geracio do ruldo promove atenuace das 'eflexSes ocorridas dentro do ambiente, controlando @ intensida- dde interna do som. As sucessivas reflextes acortidas em corredor res, por exempio, podem ser atenuadas com a aplicaczo cesses ‘materials em suas superiices, de forma que o nivel alcangado no ambiente do receptor € diminufda na trajetéria (Figura 88). ‘Também para 0 caso de ruldos aérecs transmitidas por reflexio fem tetos, essa solugo é uma medida cle controle (Figuta 89). ‘plato de materiale ae snraia tra eae mca -Absono or plas A diminulgso da teflexio em tetos pode ser aleancada também por meia de painéis absorventes penclurados ou places edsticas (Figura 90), Normalmente, quando a absorgso neces sérla para dimainulr © nivel sonoro requer dea maior do que a superficie do teto pode promover, essa solugho é edequada. As places penduradas apresentam a possibilidade de absorgo atta vvés das duas faces do material (Os clementos mais preludiclals ao isolamento actistico ee penery de uma edifieagSo sio aberturas, potas e janelas. Toda vez ae uma superficie apresenta aberturas, sua capacidade de isola mento solre grande redugio. Pequenas frestas ou orilicios de fachaduras permitem a passagem do som. Portas ¢ janelas aber. {as sempre representam situagSes para as quis @ transmissao do ruido aéreo 6 maior do que para uma situacio em que esses clomentas se encontram fechades. £ necessarlo estar consciente de que uma pequena aber tura provoca redusdes drésticas no isalamento sonore de um ele ‘mento construtivo, como se pode facilmente cbservar na Figura 91. Por exemplo, uma abertura com uma drea correspondente a 0.1% da rea da parede ondle esté Inserida leva 9 uma redusdo de 30 4 no isolamento global da parede. Intenci de serets (Foner »ATFECNO 300) cy Bethe do vescao Para aberturas de portas, 0 isolamento aleangado depen- de, em grande parte, da massa da folha da porta ede sua forma de montagem (Figura 92), Portas que esto diretamente suicitas 1 dteas de grande intensidade sonora devem ser pesacias, como no caso de portas externas sujeitas ao ruldo de trafego, A veda- {Bo das bordas ¢ orifcios ¢ primordial, Espacos detxacos entre porta e soleira 850 pontos de transmissao de som (Figura 93) Superficies heterogeneas, ou seja, composta por diferen tes elementos arquitet&nicos, paredes com janclas, por exem- plo, apresentam menor isolamento de que as hamogneas de ‘mesmo material Figura 94). FreqUentemente, a heterogenelda-

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