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Vereação do Partido Socialista

SÚMULA DAS INTERVENÇÕES NA 27ª REUNIÃO


DA C.M.C.

A) CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO

Começámos por questionar a maioria sobre a razão que a levava a contrair este
empréstimo (1.000.000,00€) quando é certo que em tesouraria a C.M.C. dispõe de
5.953.077,15€, como, aliás, resulta do Resumo Diário de Tesouraria n.º 230 de
02/12/2010.
Seguidamente perguntámos qual era a taxa de execução da receita do
orçamento em curso e o que é que corria mal nesta execução de forma a condicionar o
recurso a este empréstimo, para que pudéssemos aquilatar da necessidade do mesmo.
Perguntámos também porque razão se pretendia contratar a 20 anos e não com
um prazo mais curto.

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Questionámos ainda a razão de ser do período de carência – porquê 5 anos?
Foram-nos dadas respostas meramente formais, designadamente que o Sr.
Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento tinha proferido em 18/11/2010 o
despacho de autorização de excepção para este empréstimo. Que a amortização das
obras devem ser repartidas pelas sucessivas gerações, e que não é hábito pagaram-se
comparticipações de obras financiadas por fundos comunitários com “tesouraria”.
Objectámos que não entendíamos o recurso ao empréstimo em apreço quando
o município tem disponíveis quase 6 milhões de euros e quando o Sr. Presidente da
Câmara e a maioria fazem gala em afirmar que as finanças municipais estão de boa
saúde e se recomendam.
Salientámos que este empréstimo é um endividamento suplementar, que
agravará a situação financeira da C.M.C. e contribuirá para hipotecar a acção do
município nos próximos mandatos, tanto mais que vivemos num difícil momento
financeiro e económico nacional e internacional, sem a garantia que num futuro
próximo existam receitas extraordinárias significativas e que, com toda a probabilidade,
deixaremos de receber fundos comunitários a partir de 2014.
Por conseguinte, salientámos que não estavam reunidas as condições para em
consciência se viabilizar mais um empréstimo que se repercutirá nos próximos
mandatos e onerará as próximas gerações.
Pelo que, considerando que se trata de uma irresponsável proposta de
endividamento, que compromete o futuro, votámos contra.

B) PEDIDO DE APROVAÇÃO DE MAJORAÇÃO DO ÍNDICE MÁXIMO DE


OCUPAÇÃO DO SOLO RELATIVO AO PROJECTO DE LOTEAMENTO DA QUINTA
DO FREIXO, POR PARTE DA EDGE – PROPERTIES, SGPS, S.A.

A EDGE – PROPERTIES, SGPS, S.A. apresentou um Pedido de Informação


Prévia (PIP) relativa a um projecto de loteamento que prevê uma zona comercial de
grande densidade, com 47.500 m2 de área bruta de construção, contemplando ainda
40 lotes para moradias unifamiliares.
Como o n.º 3 do artigo 19º do Regulamento do Plano de Urbanização da Grande

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Covilhã (PUGC) prevê um índice de ocupação do solo máximo de 0,25 e o loteamento
em apreço tem projectado um índice de ocupação do solo de 0,38, foi o assunto
presente a reunião de Câmara para que, ao abrigo do estatuído no n.º 4 do artigo 19º
do Regulamento do PUGC, atento o “justificado interesse público municipal ou
interesse económico” se aprovasse a majoração do índice máximo de ocupação do
solo regulamentarmente previsto, o qual, nos termos deste regulamento poderá ser
majorado até 0,65.
Tendo perguntado se a sociedade promotora do projecto tinha feito chegar
algum estudo ou documento sobre o assunto, já que do PIP não constava, nem tinha
que constar, qualquer estudo económico ou argumentário que concretizasse o
empreendimento, ainda que em traços muito genéricos, foi-nos referido pelo Sr.
Presidente em exercício, Prof. João Esgalhado, que sabia que se tratava de um
projecto muito importante, que criaria 600 postos de trabalho…
Declarámos então que, não obstante do PIP resultasse tratar-se de um grande
empreendimento e também fossemos favoráveis a empreendimentos que criassem
emprego e dinamizassem a economia local, a verdade é que não nos satisfazíamos
com a nua e crua realidade dos números constantes do projecto e com a parca
informação (privilegiada) que a maioria evidenciou possuir e nos quis fornecer.
Tendo deixado bem claro que, na ausência de documento fundamentado
provindo da sociedade promotora, não estávamos em condições de nos pronunciar
sobre o interesse público e económico do empreendimento, decidimos abster-nos.

C) ACTUALIZAÇÃO DA SUBVENÇÃO E DO TARIFÁRIO DOS TRANSPORTES


COLECTIVOS DA GRANDE COVILHÃ

Tendo-nos sido solicitado já no decurso da reunião que deliberássemos sobre


tal actualização dissemos não estar em condições de a apreciar, discutir e votar, uma
vez que a análise e a ponderação do nosso consciente sentido de voto não podiam ser
feitas com base na rápida leitura da proposta, pelo que solicitámos que o assunto fosse
agendado para a próxima reunião do executivo.
Tendo-nos sido referido que tal não era possível já que havia muita urgência na
deliberação, decidimos abster-nos.

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D) RAMPA DA SERRA DA ESTRELA

Face à notícia da possibilidade de a Rampa da Serra da Estrela não se realizar


no próximo ano e atenta a importância da realização de tão relevante competição
desportiva da FIA no nosso concelho, decidimos, no Período de Antes da Ordem do
Dia, interpelar a maioria sobre tal assunto.
A maioria escudou-se no facto de a iniciativa de tal evento desportivo pertencer à
Entidade de Turismo da Serra da Estrela e no custo do mesmo para se eximir da
responsabilidade que tem sobre a realização ou não realização do mesmo.
Face a tal posição exortámos a maioria para que a CMC contactasse a Entidade
de Turismo da Serra da Estrela e em comunhão de esforços pugnassem pela sua
permanência na Covilhã, e evitassem a sua deslocalização para Seia, Gouveia ou
Guarda. E que tal iniciativa devia merecer tanta atenção e empenho por parte do
município como lhe mereceu a realização do estágio da Selecção Nacional de Futebol,
não devendo a Câmara ter dois pesos e duas medidas relativamente a eventos desta
magnitude, quando é certo que o turismo é, cada vez mais, um importante sector da
actividade económica concelhia

Covilhã, 4 de Dezembro de 2010

Os Vereadores do PS

Vitor Pereira
Graça Sardinha
João Correia

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