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Crue) 1 COE M UTC H) COCO) microbiologia ee : 1 Introdugao e temas principais da microbiologia at t Il Amicrobiologia no contexto domais lagos a histérico 13 CAPITULO 1» MICRORGANISMOS £ MICROBIOLOGIA 13 Il- A microbiologia no contexto histérico faturo de qualquer cigncia est enraizado em suas realiza- oes passadas, Embora a microbiologia pose raizes mn te antigas, a eigncia na realdade ndo se desenvolveu de forma sistemalica até o séeulo XIX, dovidoaofato de que teenologias ‘como microscéipios etéenicas de cultura precisaram acomp ‘nhar a incensa curiosidade cientifea da epoca. Nos tlkimos 150 anos ot mais, a microbiologia avanou deforma sem pre cedentes sobre qualquer outa cincia bolagicae tem gerado ‘viios campos novos na biologia moderna, Serio apresentados alguns destaques da histria da microbiologia hoje e descritos slguns dos sets principais conte 1.6 A descoberta dos microrganismos Embora a existéncia de eviaturas pequenas, invisivels a lho ry, tenha sido oxpeculada hé muitos anos, sua descoberta fst8 assaciads 8 invencia do microscépio, O matemstica © historiador natural inglés Robert Hooke (1635-1703) era um excelente microscopista. Em sou famoso livro, Micrographia (1665), primeiroliveo dedicado 3s observagies microsespi. as, Hooke dustrou, entre vrios outros tomas, as estruturas de frutificagao de bolores (Fgura 1.13). Essa foi a primeira descr «ho conhecida dos mierorganismos. ‘A primeira pessoa a visualizar bactérias, as menores c&- lulas microbianas, fol o comerciante helandés @ microsco- pista amadar Antoni van Leeuwenhosk (1632-1723). Van Lecuenhock construiu microscépios extremamente simples, contendo uma tnica lente, para examina o contatide micro biano de uma variedade de substincias natuais (Figura 1.19) Esses microscSpios eram rudimentares quande eomparados 20s padres tans, mas por meio da manipula efocalizagao precisas, van Leeuwenhoek foi capaz de viualizar bactérias le descobriu as bactérias em 1676 enquanto estudava inf- bes aquosas de pimenta,e relatot sas observagbes em ina série de cartas enviadas&influente Royal Society of London, «qucas publicou em 1684 em uma versio cm inglés. Desenbios de alguns dos "pequenos animalculos” de van Leeuwenhoek, como ele se refera, estioilustrados na Figura 1.14, ¢ uma foto tirada por um microscépio de van Leeuwenbock é mos- trada na Figura LL, ‘Como as ferramentas experimental para o estudo dos imicrorganismos eram rudimentates nesta epoca, poco pro= gre=s0 no entendimento sobre a natureza e importincis das baetétias fol feito nos 150 anos seguintes. No entanto, em meados do século XIX, a microbiclogia despertou. Um dos principais contribuintes durante este periodo foto cientista alemao-polones Ferdinand Cohn (1828-1898), que especa lizou-se como botinico,e seus interesses na microscopia © conduziram ao estudo de algasunicellares e posteriormente de baetéras, incluindo a grande bactriasulfrosa Begeiatoa (Gigura 1.18). Cohn estava particularmente inteessad na re sisténcia térmica aprecentada por bactérias,o quo levou descobrie que algumas bactéria formam endésporos. Attal- mente, sabe-se que os endésporos bactrianos sio fermados por diferenciacao da célula.mae (vegetativa) esto esruturas extremamente resistentes a calor. Cohn descreveu o ciclo de ‘ida da bacteria formadora de endésporos Bacillus (eélula ve _getativa > endésporo — célula vogetativa) edescobria qu as Figura 1.13 _ Robert Hoke e um mierscnio antigo, BstacSo m= ‘sont tila or be oka 154A lar osbaeeam ap {eas na serenade coum fle astvel (9), cam a Ting fecalzada ‘espe a pat do uma nt separa 0) Deal: desrn de abet ook do um ole azado que el ncctou dorado una supercede ‘auc a esis areerdadas cate seporae blo ‘las vegetativas de Bails, nas no seus endéspors, cram ‘moras pel gus em ebulio Cohn também intodin os fundamentos para um sist ima de cassia bacteria e desenvlveu muitos métodos altamentsefcars para preveniacontaminago de meios de ultra, coma tiagio de algadso para fechar or frasoe tubos Fanes mctodos foram postriormenteadotados por Robert Koch, oprimciro microbiologists midico, 0 per tiram progredir rapidamente no isolamento ¢ na caracteriza- gio de varias bactérias causadoras de doengas. Cohn também foto contemporsneo de Lous Paster econsideacemon a contigs de Pasteur Koch nas proximas das shes "MiniquesTIONARIO~ ‘+ O.qus imped desenschimenta da clércia da micrcbislogia tntes da ra ce Hooke van Leeuwenhoek? + Qualdescoberta importante sur a pat dos estates de Got sete a reste termica dos micirganmos? i 1.7 Pasteur e a geracao espontanea Grande rangs em mirobioogia fram feos no século XIK devido ao interese em duas questesprincipais da poce: (a) gercioeopontines aconteet Equal natrvea das dong infoccosas?Astespostas ara sss perpntas surgi 14 UNIDADE 1 + AS BASES DA MICROBIOLOGIA e Figura 1.14 Omicrescplo de van Lecowathook. (a pa do ntsc de anion van Letuneek 2) Deprns dan Lexus repronrianc ttn, pinicatca am 1684 Mesmoa pare esr das- es restvomente admires, pase recone vos ps mr «pati do trabalho de dois gigantes no até entio nove campo «de micrabologia: 0 quimico francés Louis Pasteur © 0 médico emo Robert Koch. Comecaremos com o tabalho de Pasteur Isimeros épticos e fermentagées Pastourespecilizou-se em quimicae fi um dos primeiros cientistas& reconhecer a importéneis dos isbmeros pics. ‘Uma moléeula ¢ opticamente ativa se uma solugio pura, ou tum cristal da molécula, desviaa luz em uma tnica dregao Pasteur estudou ox risa de aid tartticn que separa mac ‘muslmente naguees que desviam um feixe de luz polarzada para eaquerda enaqueles que desviam o fee para a dirit Figura 1.45. desea tito por Ferdinand Cohn da grande Baca ‘arenas oxidant deen, Bega. Us inns gas ee rior dace canister em ero clemertar, ria ptr a oniarso Aosuteto deo 5 Ca fo pleaser gue de emf em 1806. Una clade gga agreenta care de 15 mde - rete A Boggs s loxnove ste supeiie sls por um carom (desta azo is, as css equate meres en us sot as ors Compas eta uso Bega com aga spor iro na Fa 1288 ce de actancauns: A, F 6 bactrim fama do batons: mers eter ou cos, rte cows.) Ftc 6 tm eatogaz do sang hurane asa pr mi oun miracanD Yan [eementork As bonis esto caer apes, Pasteur descobru que o olor Aspergillus metaboliza on-tar- tarato, que desvao feize de luz para adircta, mas nto meta boli o seu isomer épticet-tartarato (Figura 146). O fata de {que um organismo viva podria discriminar entre os isimeros ‘pticos nto paseo despercebido por Paste, e cle comecot 8 suspeitar que algumas atividades quimicas seriam realmente tataliadas por microrganismos, que essas poderiam ser die tintas de reacoes puramente quimicas Pasteur inicio estudos sobre o mecanismo de fermenta- cto aleoslica, que em meados do saclo XIX era coneiderado tam processo exclisivamente quimico. As céluas de levedura presontes no caldo em fermentaczo correspondiam um de {erminado tipo de substancia quimicaformada pelo proces so de fermentacio, No entanto,observagdes microsepicas © ‘outros experimentos simples, por rigorosos, comvencer Pasteur de que a formentagao alcodlica era catalisada por ‘microrganismos vas, as clulas de levedura, A partir desses studs fundamentas, Pasteur iniciou uma série de exper ‘mentos clissicos abordando a gerato espontinea, expe menos esses que serso cternamente vinclados ase nome © Anca da microbilogia, Geragao esponténea © conceit de geracao espontinea existe desde os tempos biblico, e sou principio bisico pode ser facilmente com- preendido, Se um alimento ou algum outro produto perecvel for deixado de lado por algum tempo, apodreceré. Quando xaminado microscopicamente, o materia putrefatoestard repleto de microruanismos. De onde suryiram esses organi ‘mos? Alguimas pessoas afirmavam que ces xe deservolveram a partir de sementes ou germes que penetraram no alimento pelo ar Outrasdiriam que cles srgiram expontancamente,« partir de materi inanimadas, ist, por sera esponnes {Ques estava eoreeto Esa controvésia requeria uma percep «io agurada para sa solucio, c este foi exatamenteo tipo de problema qu attaluo interes de Louls Pasteur o Laban wan agers eponr] No metstolands Mottola oH HO La Ht-on Forma Fomao o Figura 1.18 Louis Pasteur os fmeros Spins.) Mcegradp- ta de cilas do blr Asperils)lustraces ce Pastur de cristal de ‘ido tartrico. Crista evens formes) diam luz pare a ese {cias dentin formas ) desvam az para adres, Cbserve que 0s discrete corespndem a imagens especuares um d ovo uma mare de ‘simon pics Pater doscobis qu apenas 2Taaato fi metabolize lo Aspens Pasteur se tornou um oponente poderoso a teoria da pe- ragio expontinea, Apés suas descobertas sobre o écido tar Lirico ea fermentacdo aleodlica, Pasteur previu inilalmente ‘que mierorganismos em materiais putrefatos eram descenden- tes de eélulas que entraram a partir do ar, ou de células que ‘estariam depositadas em materiais em decomposicao, Pasteur ‘onsiderou que, seo alimentofossetratado de modo a desteuir todos os organismos vivos presentes — isto & se fosse tornado cestéril~ entio protegido da contaminagao adicional, ele nao apodrecer Pasteur utilizou o calor para eliminar os microrganismos ‘contaminantes ¢ descobriu que o aquecimento extensivo de ‘uma solugao nutriente,seguido pela sua vedacio, impediria ‘que a mesma entrasse em putrfayao. Os defensores da gera- ‘clo espontinea critcavam esses experimentos declarando que (0 “ar fresco” era necessirio para a ocorréncia do fendmeno. Fm 1864, Pasteur contestou esta objecio de forma simples ce brilhante, ao consteuie um fraseo com pescogo de cisne, atualmente denominado fraseo de Pasteur (Figura 1.17. Nesse CAPITULO 1 MICRORGANISMOS E MICROBIOLOGIA. 15 ‘tipo de frasco, as solucbes nutrientes podiam ser aquecidas ‘8 a chuliedo, c, entio, esterilizadas. No entanto,apos 0 res friamento do frasco, a reentrada de ar era permitida, porém as curvas no gargalo (o formato em “pescogo de cise") ime pediam a entrada de matéria particulada (incluindo micror- ‘ganismos) na solucio nutriente, o que eausaria a putrefacio. “As solugdes nutsientes presenter em tas irascos permaneciam ‘estéres indefinidamente. ( crescimento microbiano foi observado apenas apés a ‘matéria particulada do gargalo do frasco entrar em contato ‘com o liguido no interior deste (Figura 1.17¢), finalizando a ‘controvérsia da geracdo espontinea para sempre. O trabalho de Pasteur sobre geracio espontinea levou naturalmente so ‘desenvolvimento de procedimentos eficentes de estrilizagio, ‘0s quais foram eventualmente padronizados ¢ estendidos as ppesquisas microbiologicas, tanto basicas quanto aplicadas, ‘bem como para a medicina clinics. A industria alimenticia ‘também se beneficiou do trabalho de Pasteur, uma vez que ‘seus principios foram rapidamente adaptados paraa presecva- ‘¢20 doleitee muitos outros alimentos por tratamento térmico (pastourizaeao). Outras realizacdes de Louis Pasteur Pasteur passout de seu farnosa trabalho sobre a geracto es- [pontines para muitos outros triunfos na microbiologia © mmedicina, Alguns destaques incluem 0 desenvolvimento de vacinas contra as doengas antraz, c6lera avidria e ral ‘va, O trabalho de Pasteur envolvendo a raiva foi seu éxito mais famoso, culminando em julho de 1885, coma primeira ‘administragio de uma vacina anticrabica em um ser huma- ‘no, um jovem rapaz francts, Joseph Meister, ue havia sido rmordido por um cio raivoso. Naquela época, a mordida de tum animal raivoso era invariavelmente fatal. A noticia sobre ‘0 sucesso da vacinagdo de Meister, e de uma administragio [posico depois am jovem pastor, Jean-Baptiste jupill, se as- ppalhou rapidamente (Fgura 1-182). No decorrer de um ano, milhares de pessoas mordidas por animais raivosos viaja- rum a Paris para serem tratadas com a vacina antirabiea de Pasteur. ‘A fama de Pasteur decorrente de sua pesquisa sobre a raiva foi legendiria,e evou o governo francés a construir © Instituto Pasteur, em Paris, em 1888 (Figura 1.186). Original- ‘mente concebido como um centro clinico para tratamento da raiva e de outras doencas contagiosas, o Instituto Pasteur é, atualmente, o principal centro de pesquisa biomédica voltado 2 pesquisa producio de antissoro e vacinas. As descobertas de Pastour na medicina ena veterinéria nto foram importan- 's6, mas também ausiliaram a solidificar 0 ‘que associava os germes as doengas, cujos principiosestavam sendo desenvolvidos nesse mesmo period por um segundo gigante dessa era, Robert Koch. ‘MiWiQUESTIONARIO ‘ Defna o trmo este. Como o experiment cam o asco com [peccago de ene de Pasteur dornonstou que © conti de ‘96980 espontanes ea invaiso? ‘+ Alam do acabar com ae controvérsias sobre a gerago 16 UNIDADE 1 » AS BASES DA MICROBIOLOGIA (4) Unido io eat garg do tasco Oxide ¢esterzado éaongado or aqueciment itso Figura 1.17 _Derrta da geracéo espontanes: 0 experimento de Pasteur enpregandoofasea com pesca de cane. En (a KQu po ‘rece porque 0 micrrganismos entra com a poe. Acunatura da arta 1.8 Koch, doenca infecciosa e culturas puras A comprovagio de que alguns microrganismos causam doengas foi o maior impulso no desenvolvimento da ciéncia ‘da microbiologia como uma cigncia biologica independente, Ja no século XVI, acreditava-se que algo que causasse uma doenga poderia ser transmitido de um individuo doente a ‘um individuo sadio, Apés a descoberta dos microrganis- ‘mos, acreditava-se amplamente que eles eram os respon- ‘siveis, embora faltasse uma prova defintiva. Melhorias nas ‘medidas sanitirias promovidas pelo médico hingaro Ignaz Semmelweis (tentativa de controlar as infeegBes associadas hospitais, 1847) e pelo médico britinico Joseph Lister srodugao de téenicas assépticas para eicurgias, 1967) for neceram evidéncias indiretas da importincia dos micror {ganismos como agentes causadores de doengas humana Porém, somente apés os trabalhos de um médico alemao, Robert Koch (1843-1910) (Figura 1.19), que 0 conceito de doencas infecciosas foi desenvolvido e recebeu uma funda- rmentagio experimental direta. Ateoria do germe da doenca e ‘0s postulados de Koch Em seu trabalho inicial, Koch estudou o antraz, uma doenga mente, de seres humanos. O antraz & étia formadora de endésporos, deno: minada Bacillus anthracis. A partir de analises microscépicas ‘euidadosaseutlizando corantesespeciais, Koch verficou que as bactérias sempre se encontravam presentes no sangue de “um animal que estava morrendo da doenca, Entretanto, Koch ponderou que amera associagdo da bactéria com a doenga nio ‘era prova real de causa e feta, assim, Koch aproveitou a opor- ‘permit a entrada de ar (uma obego fundamental ds frescos sla de Pesiou), mas imped entrada de mcrrgansmos, ‘tunidade para estudar a causa ¢ o efeito experimentalmente, usando antraz e animais de laboratério. Os resultados desses estudos geraram 0 padrio a partir do qual as doengas infeccio- sas tm sido estudadas desde entio. Koch utilizou camundongos como animais experimes tais, Empregando todos os controles apropriados, Koch de- ‘monstrou que, quando uma pequena quantidade de sangue de um camundongo doente era injetada em um camundon- go sadio, este dltimo rapidamente desenvolvia © antraz. Ele ccoletou sangue deste segundo animal e, apés injeté-lo em ‘outro, novamente verificou os sintomas earacteristicas da doenga. No entanto, Koch introduziu uma etapa adicional a fesse experimento, a qual teve importincia fundamental, Ele descobrits que as bactérias do antraz podiam ser cultivadas ‘em fluidos nutrientes fora do conpo da animal e que, mesmo apés varias transferéncias em meio de cultura laboratorial, 1s bactérias ainda causavam a doenga quando inoculadas em ‘um animal sadio. ‘Com base nesses experimentos e em experimentos re~ lacionados com 0 agente causador da tuberculose, Koch formulou um conjunto de critérios rigorosos, atualmente conhecidos como postulados de Koch, para associar de- finitivamente causa e efeito em uma doenca infecciosa. ‘Ospostulados de Koch, resumidos na Figura 1.20 salientaram a importancia da cultura laboratorial do provivel agente in- feccioso, seguida pela introducao do agente suspeito em at ‘mais sadios, ea entio recuperacio do pat6geno dos animais| doentes ou mortos, Utlizando esses postulados como guia, Koch, seus alunos, eaqueles que os seguiram descobriram os agentes causadores da maioria das doengas infecciosas im- portantes de seres humanos e de animais domésticos. Essas descobertas também levaram ao desenvolvimento de t tamentos eficazes para a prevengio e cura de varias dessas o Figura 1.18 Louis Pasteur o: simbolos de suas contribuigt ‘merobologia, (a) Una céaua de ino ances ranceses em honenagem Paster 0 meno past, er-Beptsts Jp hed afyentando um ‘aos que havi alacaco um grupo de crianeas. A aca anibiea de Paste salou vid de Jui, Na Franga, franco recede o eu come ‘monde (Pata do Peter ntti, Pri, Franca, Asien eo esi, ‘canstrda para Pasteur elo govero frances, biga um museu onde eta posts alguns ds esos com pacoga de cine gai iizados em saus esperimenose uma cael contend cpt de Pasteur doengas, trazendo, assim, grande avango as bases cientificas dda medicina clinica a saide e a bem-estar dos seres huma- nos (Figura 1.8) ‘A era da genémica moderna também teve sua inluéncia nna questi da causa e efeito das doencas infecciosas por meio do desenvolvimento de métacos moleculares para. identifica ‘0 de potenciais patégenos. Pela utlizagao desses métodos, "um patogeno pode ser identificado mesmo se nao puder set cultivado, ou até mesmo seo préprio patégeno j estiver mor- {toh muito tempo (ver Explore o mundo microbiano, "A Peste [Negra decifrada’), Esses métodos tém revolucionado o diag: ngstico¢ o tratamento das doencas infecciosas Koch, culturas puras ¢ taxonomia microbiana O segundo postulado de Koch afiema que um patog peito deve ser isoladoe crescido longe de outros microrganis- mos em uma cultura laboratoral (Figura 1.20); em microbio- Jogia, se diz que tal tipo de cultura pura, Para ating esse importante objetivo, Koch e seus associados desenvoiveram CAPITULO 1» MICRORGANISMOS E MICROBIOLOGIA 17 Figura 1.19 Robert Koch. 0 médico microbiologist alemsn recede (8 eros por fundar a micrebiologia médica a fomular sus famacos poe- twldos. ‘uma série de métodos simples, mas engenhosos, para obten- ‘io © erescimento de bactérias em culturas paras, ¢ muitos desses métodos sao utllizados até hofe Koch iniciou seus trabalhos utlizando superficies nat. ris, como uma fatia de batata, para a obtengao de culturas puras, entretanto, rapidamente desenvolveu meios de cultura mais confidveis e reproduziveis utilizando solugaes mutrien tes liquidas sliificadas com gelatina, posteriormente com ‘gar, um polissacarideo de algas com excelentes propriedades para esses fins. Junto com seu cologa Walther Hesse, Koch observou que, quando uma superficie sélida era incubada exposta ao ar, massas de células bacterianas, chamadas de colénias, se desenvolviam, cada uma exibindo cores ¢ formas ‘caracterstica (Figura 1.21) He deduziu que cada coldnia teria surgido a partir de uma tinica célula bacteriana que cresceu, ce assim uma massa de células foi obtida. Koch argumentou que cada colonia correspondia a uma populagio de eélulas {déntieas ou, em outras palavras, a uma cultura pura, ¢ Koch rapidamente pereebeu que meios slides forneciam ama ma- noira fic de obtencio de culturas puras. Richard Petr, outro associado de Koch, desenvolveu as placas transparentes de ‘dupa face chamadas de “placas de Petri" em 1887, e esta se tornou rapidamente a ferramenta-padro para obtencio de colturas paras, Koch estava consciente das implicagdes que seus métodos para a obtengao de culturas puras apresentavam no estudo da ern 18 UNIDADE 1 + AS BASES DA MICROBIOLOGIA 0S POSTULADOS DE KOCH Ferramentas laboratoriais: Microscopia, 2.0 patogeno suspeito | cuturas deve ser cuttivado em | laboratrals ‘cultura pura. 3. Células de uma cultura | Animais pura do patégeno xperimentais ‘suspeito devem causar doenga em um animal sadio. 4.0 patégeno suspelto | siotamente dove serrreisolado, de | lsborator formaase demonstrar | *cutue sera mesma amostra original. Figura 1.20 Postlados de Koch para provar a causa eo etito om ‘doengas infeciosas.Obsere que apts oslamento do patgeno suspeto ‘er uma ctura pura uma cutis aboraori organism dev ar capa2 sistemética microbiana. Ele observou que colénias que dite riam na coloracio e tamanho (Figura 1.2) eram pura e que ‘estas cdlulas de diferentes colnias normalmeate diferiam ‘em tamanho ¢ morfologa ¢, muito frequentemente, também ‘em suas necessidades nutricionas. Koch pereebeu que essas liferoncas eram equivalents aos eittios axonémicos para a classlicagio de organismos superiores, como espécies de plantas eanimais, e suger que os diferentes tpos de bacté- Flas deveriam ser consideradas como “espécies, variedades, formas ou outra designacao apropriada Essa observaca0 cri teriosa foi importante na acetacao eeativamenteripida da ricrobiologia como uma ciéncia bolégica independente, en. rrizada, assim como a biologiaestava na clasfiagao durante aera de Koch. Koch e a tuberculose A realizagao cientifica que coroou Koch foi a sua descoberta

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