Professional Documents
Culture Documents
AUTOR
ORIENTADOR
RIO DE JANEIRO
2011
2
Monografia apresentada à
Universidade Candido Mendes – AVM
Faculdade Integrada, como requisito
parcial para a conclusão do curso de
Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Direito e Processo do Trabalho.
Por: Laura Pereira Sá de Alencar.
3
RESUMO
METODOLOGIA
informações das mais diversas fontes disponíveis, como livros, artigos, Internet
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 7
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CONCLUSÃO................................................................................................... 43
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 45
7
INTRODUÇÃO
regulamentada pelo Decreto n.º 71.885/73 e pela Lei n.º 11.324/06, dispõe
doutrinárias e jurisprudenciais.
passo que os que trabalham mais de três costumam tê-la reconhecida. Mas
a celeuma que envolve este assunto. Portanto, fazendo análise das expressões
não foi aprovado pela Câmara dos Deputados Federais, onde tramita como PL
CAPÍTULO I
Desta feita, não será a falta de prova documental o empecilho para que
se caracterize alguém como empregado de fato. A Legislação Trabalhista, que
rege as relações de emprego, portanto, não exige qualquer formalização para a
caracterização do liame empregatício. Trata-se, como bem frisa a doutrina, de
um contrato consensual, conforme dispõe o artigo 443 da CLT, como tantos
outros negócios jurídicos.
1
Segundo o artigo 442 da CLT, contrato de trabalho é o acordo tácito ou expresso correspondente à
relação de emprego. Portanto, o consentimento a que se refere o artigo pode ser expresso ou
subentendido.
11
2
O empregado descrito no artigo 3.º da CLT é espécie de empregado urbano, visto que o empregado
rural é regido por legislação própria (Lei n.º 5.889 de 8 de junho de 1973).
13
Segundo o que dispõe o artigo 3.° da CLT, para que surja a figura do
empregado, é necessário que estejam presentes os seguintes pressupostos:
a) que a prestação do trabalho seja feita por pessoa física; b) que haja
pessoalidade; c) que o trabalho não seja eventual; d) que exista onerosidade;
e) que o trabalho seja prestado de forma subordinada. Observe-se que os
requisitos para configuração de uma relação de emprego são, portanto,
analisados a partir do próprio conceito de empregado.
A Lei n.º 5.859/72, em seu artigo 1.º, define o empregado como sendo
aquele que presta serviços de natureza contínua, de finalidade não-lucrativa, à
17
[...]
seus atendimentos fora, ele não pode tratar o referido motorista como
doméstico, ainda que este passe maior parte do tempo na residência.
Ante o exposto até então, fica evidente que o elenco das funções que se
desempenham na comunidade familiar é ilimitado. Integram a categoria os
seguintes trabalhadores: cozinheiro, copeiro, mordomo, governanta, babá,
lavadeira, faxineiro, vigia, motorista particular, professor particular, jardineiro,
acompanhante de idosos, entre inúmeras outras. O rol, portanto, não é
taxativo, é meramente exemplificativo.
CAPÍTULO II
3
A definição legal de autônomo está no artigo 12, inciso V, alínea “h”, da Lei n.º 8.212./91, que
preceitua que é a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana,
com fins lucrativos ou não.
22
4
Registre-se que é direito do empregado doméstico ter a sua CTPS devidamente anotada, com a
especificação de todas as condições do contrato de trabalho, como, por exemplo, data de admissão e
salário ajustado.
25
CAPÍTULO III
5
Artigo 1.º da Lei n.º 5.859/72: “Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta
serviços de natureza contínua e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial
destas, aplica-se o disposto nesta lei.”.
6
Artigo 3.º da Consolidação das Leis do Trabalho: “Considera-se empregado toda pessoa física que
prestar serviços de natureza não-eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.”.
26
O fato de a diarista prestar serviços uma vez por semana não quer
dizer que inexista relação de emprego. O advogado que presta
serviços em sindicato, sob o sistema de plantões, uma vez por
semana, atendendo exclusivamente aos interesses da agremiação, é
considerado empregado, e não autônomo. O importante, no caso, é a
faxineira ter a obrigação de comparecer sempre em determinado dia
de semana, v.g., segunda-feira, a partir das oito horas até as
dezesseis horas, ficando evidenciada a subordinação pela existência
de imposição patronal quanto ao dia e ao horário de trabalho
(MARTINS, 2000, p. 55).
Até hoje, não há uma definição legal que preceitue quantos dias
configuram a relação autônoma da diarista. Trabalho em três dias por semana
é igualmente tratado como trabalho doméstico e como trabalho autônomo.
Assim, muitos diaristas acabam sendo enquadrados como domésticos quando
não era esse o espírito do contratante que se vê surpreendido com uma ação
trabalhista.
Nessa seara, boa parte dos juízes trabalhistas diz ser necessário
demonstrar a prática do serviço por três vezes ou mais na semana para a
configuração do pacto laboral. Outros têm considerado que a prestação de
serviço em dois dias exclui o critério de eventualidade, e caracteriza o
pressuposto da continuidade, restando assegurado, por consequência, o direito
ao vínculo empregatício. A controvérsia é tamanha que há, ainda, quem
sustente que apenas um único dia laborado na semana, se for com frequência,
já o incida.
Toda essa controvérsia, porém, pode ter uma trégua, caso seja
aprovado, na segunda Casa do Congresso Nacional, o Projeto de Lei n.º
160/2009, que visa à regulamentação da profissão dos diaristas. O referido PL
será o próximo tema a ser abordado no presente estudo.
eles está o Projeto de Lei (PL) n.º 160/2009, de autoria da senadora Serys
Slhessarenko (PT-MT), que visa a regulamentar a profissão de diarista.
7
Participaram também do debate Daniel de Matos Sampaio Chagas, do Ministério do Trabalho e
Emprego; Eunice Lea de Moraes, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres; e Gilberto
Augusto Leitão, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Também foram convidados os presidentes da
Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creusa Maria Oliveira, e da Organização Não
Governamental Doméstica Legal, Mário Avelino.
38
para o mesmo tomador de serviços. Sob essas condições, não vai restar
configurado o liame empregatício. Este só se formará caso o trabalhador preste
serviços por três dias ou mais durante a semana, situação em que se
descaracteriza a figura do diarista e configura-se a de empregado doméstico,
quando, então, o prestador de serviços passa a ter direito ao registro na CTPS
e aos direitos reservados ao empregado doméstico.
O principal ponto deste projeto, portanto, foi colocar em uma lei o que a
Justiça do Trabalho já vinha aplicando, ressalte-se, na maioria de suas
decisões (e não em todas, daí a controvérsia): o reconhecimento do vínculo
empregatício quando o trabalhador prestasse o serviço por mais de dois dias
em uma mesma semana para o mesmo contratante.
8
Ressalte-se que, hoje, o valor cobrado pela diária varia de acordo com a região; no Recife, por
exemplo, a diarista cobra, em média, R$ 40,00.
39
Ele pontua:
Caso o projeto seja aprovado com o texto proposto por Lobão, vai
estimular os empregadores a demitirem suas domésticas e a
contratarem uma diarista, diminuindo a quantidade de trabalhadoras
com vínculo empregatício, ou seja, ter uma carteira assinada vira
artigo de luxo. É um retrocesso nas relações de trabalho, além de
gerar desemprego (DOMÉSTICA LEGAL, 2010).
9
De acordo com dados da ONG Doméstica Legal, existem no Brasil cerca de 6,7 milhões de
trabalhadores que prestam serviços domésticos. Desses, 27% são empregados com carteira assinada e
72% trabalham sem carteira assinada. Do total de trabalhadores, 93% (cerca de 6,3 milhões) são mulheres
e apenas 6,2% (418 mil) são homens.
40
Uma diária é como se fosse uma tarefa. Pode-se gastar tanto uma
hora como dez horas, a depender da eficiência e da rapidez da
diarista. E quando a tarefa exige uma carga horária maior, o próprio
diarista estabelece um preço que pague de forma justa esta jornada.
[...] hoje nem mesmo o empregado doméstico tem jornada de
trabalho definida em lei (DOMÉSTICA LEGAL, 2010).
E pondera:
de lei será objeto de muitas discussões, debates e reflexões, não só por parte
dos operadores de direito, mas também por toda a sociedade, e, inclusive, pela
própria categoria profissional. Esses questionamentos são necessários até que
os entendimentos sejam sedimentados pela doutrina brasileira e pela
jurisprudência dos tribunais.
À parte de qualquer nova celeuma que, por ventura, possa surgir, não
seria exagero afirmar que se trata o PL de uma medida legislativa que procura
atender os dois pólos da relação jurídica. Afinal, de um lado, determina quantos
dias caracterizam a prestação de serviços do diarista. De outro, concede a
segurança jurídica necessária aos contratantes. Nessa seara, é essencial que
resguarde o equilíbrio entre os interesses de trabalhadores e contratantes para
que alcance, de fato, o seu real propósito, o que só o tempo será capaz de
registrar.
42
CONCLUSÃO
10
Ressalte-se que até a conclusão da presente pesquisa o referido projeto ainda não havia sido
aprovado.
43
CONCLUSÃO
11
Ressalte-se que até a conclusão da presente pesquisa o referido projeto ainda não havia sido
aprovado.
45
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Magno Luiz. Manual do Trabalho Doméstico. São Paulo: LTr, 2008.
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. rev. e ampl.
São Paulo: LTr, 2010.
CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
__________. Direito do Trabalho. 27. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2011.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
ÍNDICE
RESUMO............................................................................................................ 4
METODOLOGIA................................................................................................. 5
SUMÁRIO........................................................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 7
CAPÍTULO I
A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E A RELAÇÃO DE EMPREGO .................. 10
1.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................. 10
1.2 – ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO.........................................14
1.3 – A RELAÇÃO DE EMPREGO E O EMPREGADO DOMÉSTICO............ 17
CAPÍTULO II
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO DIARISTA .................................. 21
2.1 – UNIVERSO FÁTICO................................................................................ 21
2.2 – DIREITOS QUE NÃO SE ESTENDEM AOS DIARISTAS EM VIRTUDE
DO NÃO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO.................... 24
CAPÍTULO III
O DIARISTA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO........................ 26
3.1 CONTINUIDADE X EVENTUALIDADE .................................................... 26
3.2 O PROJETO DE LEI N.º 160/2009 ............................................................ 36
CONCLUSÃO................................................................................................... 43
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 45