IN MEMORIAM - MÁRIO RUI (1956-2020)

Meu caro Mário Rui,

Agora que estás prestes a entrar no

reino da luz da eternidade, tu que sempre
dizias “tem tempo”, tu que eras, por na-
tureza, bem disposto e tinhas uma me-
mória prodigiosa, agora que o teu tempo
terreno se finou, resta a saudade, ainda
breve, mas profunda e que será duradou-
ra.
Conheci-te muito jovem no Liceu D.
João III, depois jovem trabalhador na in-
dústria de panificação, depois marcámos
encontro nas pistas de Atletismo e, mais
tarde, cooperámos nos espaços associa-
tivos do dirigismo desportivo em instân-
cias da ADAC, do CRA, da Académica de
Coimbra e, finalmente, no Clube de Vete-
ranos Atletismo de Coimbra, anos em que
foi possível confirmar as tuas qualidades de dirigente e a tua extraordinária dedicação ao Atletismo que foi sucessivamente reconhecida
através da concessão de vários prémios, nomeadamente a maior e superior distinção com a atribuição da condição de sócio Honorário
da FPA, distinção justa e merecida que engrandece quem a recebe, mas também quem a atribuiu.
Meu amigo Mário, tenho um recado para ti - hoje aqui, junto a ti, vejo com muito carinho, a presença de muitos dos teus amigos,
desde o Presidente e Vice presidentes e da CNA da FPA, Presidentes de várias Associações distritais e respetivos CRA, Presidente da
ANAV, Dirigentes de clubes (incluindo os Presidentes da DG da AAC e da Direção do CluVe), dirigentes de associações desportivas,
antigos e atuais atletas, que, ao longo de 50 anos partilharam de perto contigo a sua dedicação ao Atletismo e, com a sua presença,
quiseram prestar a sua última homenagem. Fica a grata memória do dirigente e do juíz de Atletismo competente, sempre presente e dis-
ponível, fica o nosso reconhecimento e agradecimento pelo teu trabalho generoso, de grande rigor, em vários quadrantes do Atletismo,
nomeadamente no registo, na conferência dos resultados das competições, a atualização das estatísticas em que tu te empenhavas
num trabalho quase sempre solitário, áreas que tu dominávas dum modo excelente, ficando agora a tua vaga difícil de preencher.
Amigo Mário Rui, nós que aqui ficamos a aguardar a nossa hora para o inevitável reencontro contigo, espero que sejamos
capazes de ser dignos no respeito ao legado que deixas e ao Homem que em vida respeitou e soube ser respeitado pela comunidade
do Atletismo regional e nacional.
Agora que foi dado o tiro de partida para o caminho da eternidade, aqui fica a minha última palavra de agradecimento pela tua
amizade e dedicação ao Atletismo com a expressão do meu voto de eterno descanso em paz, que bem mereces.

(foto do quadro oferecido pela Direcção a Mário Rui em 2015) Jorge Manuel .R.F. Carvalho - Presidente do CF do CluVe
(texto lido nas cerimónias funebres e publicado no Dário de Coimbra)

Mário Rui Ferreira foi sócio fundador do CluVe.

Fez consecutivamente parte dos Corpos Gerentes desde
1999. Era o sócio nº 54.
Em 23 de Setembro de 2015 foi distinguido como Sócio Até sempre, amigo!
Honorário do CluVe. Era responsável pelos rankings e listas de re-
cordes, entre muitas outras actividades.
Editorial Casos de Arbitragem
Amizade e compromisso! Num campeonato nacional de Pista Coberta um atle-
ta no seu ensaio de comprimento, foi perturbado na sua
Numa sala cheia, foram cerca de 150 corrida de preparação para a terceira tentativa, e devido a
os presentes, decorreu a 4ª Noite de Campeões/ este contratempo o tempo a que tinha direito para o efec-
CluVe 2020. HelenaCarvalho tuar foi ultrapassado e o Juiz Chefe levantou a bandeira
vermelha. Apresentou um protesto ao Juiz Árbitro que deci-
É muito gratificante ver a resposta que
diu, perante a situação descrita,
Carlos Gonçalves os nossos atletas e sócios dão às nossas inicia- atribuir-lhe uma tentativa mais.
Presidente do CluVe tivas e sentir que o CluVe continua a crescer. Esta ocorrência esta
A amizade e convívio foi o sentimen- prevista na Regra 180.18 - se
to partilhado. O ponto de encontro, as múltiplas histórias que se por qualquer motivo fora do seu
contam e a homenagem a todos os atletas do CluVe e a quem controlo, um atleta for perturba-
nos apoia. Mas também o compromisso de continuar a trilhar este do num ensaio e não o puder
caminho de sucesso. Um compromisso colectivo, um comporomis- realizá-lo ou o ensaio não tiver
so de todos. O crescimento tão rápido do CluVe (hoje somos 116) sido registado corretamente,
trouxe consigo mais obrigações, mais trabalho. Se por um lado o Árbitro terá autoridade para
atribuir-lhe um ensaio de substituição ou para recomeçar o tempo para
é muito bom, por outro obriga a mais exigência. Por isso, todos
iniciar o seu ensaio, parcial ou totalmente
somos necessários a manter o nível de exigência, organização e
acompanhamento que sempre fizemos ao longos dos tempos.
Muito provavelmente, a estrutura orgânica do CluVe já
Telescópio
não é suficiente para este número crescente do CluVe. Como tudo Dado o interesse e atualidade do tema Educação e
na vida, vamos ter de nos adaptar e encontrar a melhor resposta Ética no Desporto, hoje o TELESCÓPIO aborda o assunto,
a dar. O trabalho que desenvolvemos no dia a dia vai no sentido reproduzindo um excerto de um texto de autoria do jornalis-
de termos um clube unido, em que todos os atletas se sintam bem. ta André Xavier de Carvalho publicado recentemente num
diário desportivo.
Sem complexos, nem espírito negativo, temos de estar preparados Jorge Carvalho
“O Desporto promove experiências concretas e situa-
para as dificuldades. E se elas surgirem, temos de as ultrapassar ções únicas, que dificilmente são promovidas noutros contextos. Estas
todos juntos, todos remando para o mesmo lado. permitem, principalmente a crianças e jovens, mais do que a interiori-
MÁRIO RUI, um amigo que partiu zação, a vivência de valores e princípios éticos e morais, bem como o
Não é fácil entrar na nossa sede ou numa prova e não desenvolvimento de competências pessoais, sociais e cívicas, fundamen-
ver o Mário Rui. Presença assídua e bem disposta, para ele, havia tais na construção do carácter de qualquer ser humano (...) Mais do que
sempre tempo. Sempre que tínhamos qualquer dúvida, era com ele qualquer exercício de retórica, a experiência é ainda a forma mais eficaz
que tudo de esclarecia. Nos mandatos que levo como presidente de aprendizagem e, como é sabido, o Desporto é rico em experiências.
do CluVe, sempre fez parte das minhas direcções. O Homem con- O potencial educativo e ético do Desporto, enquanto escola de vida é,
fundia-se com o Atletismo e, por isso, também eu estou de acordo assim, infindável (...).
Numa altura em que muito se fala de uma crise de valores, não
com Mário Texeira quando propõe o nome de Mário Rui para a
desperdicemos nem desvirtuemos esta ferramenta fantástica (O Despor-
nova pista do Estádio Cidade de Coimbra. to).As palavras de Albert Camus reforçam a ideia que aqui se procura
Até sempre amigo! Onde estiveres, vai dando uma ajuda! transmitir “ Foi no Desporto que aprendi tudo aquilo que sei sobre a ética.”

4ª Noite de Campeões - Amizade, convívio e compromisso

O CluVe - Clube de Veteranos de Atletismo de Coimbra
realizou a 4ª Noite de Campeões para homenagear e distinguir to-
dos aqueles que contribuíram para que a época 2018/2019 fosse
considerada a melhor época de sempre. Aliás, o CluVe vem melho-
rando em todos os aspectos de ano para ano.
Com cerca de 150 presenças, entra elas, de Marta Prata,
em representação do Vereador do Desporto, Moura Távora, Vogal
da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, David Soares
e Narcindo Cunha, Presidente e Vice-Presidente da ADAC, a noi-
te decorreu num ambiente de amizade, convívio e compromisso.
A noite começou e terminou com a actuação do Grupo de Ceira
“Copo & Bucha”. Carlos Gonçalves, em nome do CluVe, recebeu,
pelo segundo ano seguido, o Certificado de Bronze da Federação
Portuguesa de Atletismo, por ter tido 94 atletas federados. Um dos
momentos mais marcantes da noite, foi a apresentação do Hino
do CluVe, com letra de João Catalão e música de António Mateus.
Outro momento alto foi a entrega do Troféu Mérito Internacional/
CluVe 2020 a Céu Cunha, Teresa Mendes, que conquistaram pó-
dios e Helena Carvalho, pela sua função de juiz internacional. O
Diploma Mérito Internacional foi atribuído a Nilza Ribeiro, José Ri-
beiro, Vitor Gomes e Manuel Gil, pela participação com excelen-
tes prestações.O Troféu Reconhecimento foi entregue à Câmara
Municipal de Coimbra, Junta de Freguesia de Santo António dos
Olivais, A Previdência Portuguesa, SABSEG, DELIBERISA e Oral-
Med.
Outro dos momentos aguardados da noite foi quando a
atleta internacional do Sporting Clube de Portugal, Vânia Silva,
recebeu uma camisola do CluVe assinada por todos os atletas,
por ter sido a Madrinha do 7º Torneio Internacional de Atletismo
Master “Cidade Coimbra”. Em memória daqueles que já partiram
e deixaram muitas saudades, os presentes aplaudiram durante um
minuto a sua memória. Todos os atletas da Escola de Atletismo
Helena Carvalho foram presenteados com uma mochila, enquanto
Troféu “Caminhando Lado-a-Lado” foi entregue à ADAC e CPT So-
bral Ceira. Como sócios do Ano foram distinguidos Graça Afonso
e Victor Gomes. O atleta juvenil Afonso Fernandes recebeu o Tro-
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4ª Noite de Campeões - Amizade, convívio e compromisso
féu de Mérito da Escola de Atletismo Helena Carvalho. Os atletas de 1200 participações em provas”…”hoje somos muitos mais, pelo
campeões distritais e nacionais foram igualmente distinguidos. Vitor que a exigência é maior, logo a colaboração de todos é absoluta-
Saraiva, co-autor do logótipo dos 30 anos do CluVe e das novas mente essencial. A nossa responsabilidade colectiva tem de ser
tshirts do clube foi, igualmente, presenteado com uma camisola as- muito maior”. Desafiou a ADAC a promover uma Acção, para os
sinada por todos. Este ano, pela primeira vez, foram entregues os clubes de Coimbra, que viram nos últimos anos e número de atle-
Troféus Imprensa de Ouro, ao Diário de Coimbra, Diário as Beiras, tas a aumentar, com clubes que tenham mais experiência na sua
Notícias de Coimbra, o Despertar e Clube da Comunicação Social gestão, pois, foi um salto muito grande para todos e tudo é feito
de Coimbra. Também foram entregues os Troféus Boas Vindas aos por carolice”. “Temos a sorte de ter connosco uma Comunicação
novos atletas do CluVe. Social que divulga e bem as nossas actividades e é muito elogiada
Carlos Gonçalves, presidente do CluVe, destacou na sua por atletas de outras zonas do país. Um muito obrigado”…”damos
intervenção o aumento significativo de atletas no clube, hoje são como abertas as comemorações dos 30 anos do CluVe, com uma
108, e os excelentes resultados alcançados, a nível internacional Gala já marcada para Novembro deste ano”.
e nacional. Para além dos títulos nacionais colectivos no feminino, Uma palavra de apreço para os apresentadores da nossa
em Pista Coberta e Ar Livre, o masculino alcançou dois terceiros Gala, Jão Pontes e Rita Antunes, pelo excelente trabalho na consu-
lugares. A nível individual os “nossos atletas conquistaram 97 títulos ção da Gala e a Paula Pessoa e Carolina Antunes na coordenação
nacionais (63 F/34M), 72 títulos distritais (32F/40M) e estabelece- das entregas dos muitos troféus. À Direcção do CluVe pelo exece-
ram 15 recordes nacionais. No total os nossos atletas tiveram mais lente trabalho em equipa na implantação da nossa festa.
50 anos do Atletismo Veterano Calendário de actividades
No passado dia 14 de dezembro, em Lisboa, durante a As- MARÇO INFORMAÇÕES MAIS
sembleia Geral Ordinária da ANAV, foi apresentado o livro de autoria de 1 - Corrida do Alva - CD Estrada - O.Hospital DETALHADAS NO BLOG do CluVe
Arons de Carvalho “50 anos de Atletismo Veterano em Portugal” uma 87/8- VIII Louzantrail - Lousã
- C. Nacional Veteranos - Pombal
iniciativa da ANAV na comemoração dos 50 anos de actividade regular 7/8 - C. Nacional Lanç. Longos - Vagos
de atletismo para atletas veteranos desde a fundação do Clube de Ve- 8 - C. Nacional Esperanças - Braga
teranos de Atletismo em 1969, passando pela Comissão Nacional de 8 - 3 Léguas do Nabão - Tomar
8 - Corrida 4 Estações Inverno - Coimbra
Veteranos (1995) até à ANAV criada em 2008. 14 - C. Nacional Marcha Estarda - Olhão
Trata-se de uma obra bem elaborada por 15 - Terras Ansião Ultra Trail
Arons de Carvalho que com o seu habitual 15 a 21 - C. Europa Veteranos - Braga
rigor e conhecimento ao longo de 127 pá- 15 - IV Trail Barracas Pedras - Cantanhede
ginas de grande riqueza de fotografias, 15 - C. Nacional Longo Masters - V.Cambra
15 - Corta Mato de Condeixa 22 - II Trail Solidário - Pampilhosa/Mealhada
traz à actualidade o caminho trilhado 15 - Trail Barracas Pedra - Cantanhede 27a 29 - C. Europa Mater Corrida, Montana e
pelo Atletismo Master em Portugal 22 - Corta Mato - C. Distrital - Cantanhede Trail - Madeira
com dados estatísticos, evocação da 22 - 3º Anadia Wine Run 2020 - Anadia 29 - 1º Trail das Azenhas - Dianteiro/Coimbra
22 - EDP Meia Maratona - Lisboa 29 - 23º Km Verde/12º Caminhada - Choupal2
participação de atletas portugueses
em
re-
grandes competições internacionais,
ferências pessoais a valorosos
Atletas do CluVe em evidência
atle- tas veteranos, dá-nos uma evolução Campeonato Nacional de lançamentos Longos - Veteranos
histó- rica e estatística do atletismo vete- CluVe sagrou-se campeão nacional no feminino e masculino
rano em Portugal.
Neste livro, Arons de Carvalho dedica espaço significa-
tivo ao importante papel desenvolvido pelo CluVe e seus atletas, com
uma referência à história da criação do CluVe em 1990, referências a
vários atletas que conquistaram medalhas em campeonatos europeus e
mundiais e, numa selecção do autor de 14 atletas veteranos nacionais
em foco, inclui 2 atletas do CluVe, José Canelo (34 títulos mundiais e eu-
ropeus dos 85 aos 92 anos) e Helena Carvalho (Das pistas ao dirigismo
europeu). (texto de Jorge Carvalho)

A prestação dos 15 atletas do CluVe, no Campeonato Nacional

de Lançamentos Longos (Disco, Dardo, Martelão e Martelo), organizado
pela Associação Nacional do Atletismo Veterano, com a participação de
cerca de 60 atletas, no Centro de Lançamentos de Leiria, foi excepcional.
Os atletas do CluVe conquistaram 20 títulos nacionais individuais, 15 se-
gundos lugares e 17 terceiros. Para além disso, a equipa feminina venceu
novamente colectivamente com 187 pontos, seguida do CF Oliveira do
Douro (111) e Linda-A-Pastora (73). Pela primeira vez, nos últimos anos,
4 José Augusto Lopes
no sector masculino, o CluVe sagrou-se, igualmente, campeão nacional
5 José Filipe Aires
Março com 176 pontos, seguido do Linda-A-Pastora (151) e O Belenenses (122).
9 José Manuel Machado Em plano de destaque esteve a atleta do CluVe, Paula Martinho,
10 Abel José Monteiro do escalão 65 anos, que estabeleceu 4 recordes nacionais (Dardo - 22,64
12 Graça Maria Afonso
metros, Disco - 16,41 mas, Martelão - 8,40 mas e Martelo - 22,45 mas).
28 Rosa Maria Brilhante
13 João Orvalho 29 José Alfredo Ribeiro Atletas do CluVe brilham na Figueira da Foz
Alda Maria Antunes Gonçalo Carvalho Na Figueira da Foz, numa organização da Federação Portuguesa de Atle-
17 António Manuel Reis Almira Mateus tismo/ANAV,realizou-
20 Mário Carapinheiro 30 Carlos Corino -se o Campeonato
Nacional de Corta
24 Arménia Boleto Vitor Lopes Cardoso
Mato Veterano, com
25 João Catalão Hélder José Ferreira José Abade e Jorge
26 Maria Fernanda Fernandes 31 Sónia Filipa Antunes Loureiro, ambos do
escalão 75 anos, a
Sempre que tiver qualquer obterem o 2º e 3º
lugares do podiam,
dúvida contacte o seu CluVe! com 21.01 minutos
e 22.48, respecti-
cluve.vet@gmail.com vamente. No sector
masculino, o CluVe classificou-se colectivamente em 5º lugar, entre 56
clubes. O CluVe esteve presente com a maior comitiva de sempre nesta
FICHA TÉCNICA
Propriedade: CluVe
iniciativa.
Director: Carlos Gonçalves
Corpo Editorial: Rui Costa, Jorge Carvalho e Luis Neves. Apoio: Jorge Loureiro
Composição: ANGOCAR Tiragem: CopyKnómica