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GESTAO et ENTAL Sumario Apresentacao | 5 Introdugao 17 A Transformacao do Ambiente Natural em L banol 9 Os Beneficios da Arborizacao 110 Reducao da Temperatura | 10 Redugao da Poluicao Urbana | 10 Redugao dos Ruidos | 10 © Quanto Vale uma Arvore | 11 Quais Espécies Utilizar | 12 Espécies a Utilizar para Reducao da Poluigdo| 12 Espécies a Utilizar em Estacionamentos | 14 Canteiros Centrais | 15 Corredores de Fauna | 16 Espécies Nativas do Rio Grande do Sul a Utilizar em Arborizacao Urbana | 17 Espécies Nativas de Pequeno Porte | 18 Espécies Nativas de Médio Porte! 20 Espécies Nativas de Grande Porte | 22 Palmeiras Nativas do Rio Grande do Sul para Uso em Arborizacao | 25, Espécies que no Devem ser Utilizadas | 26 Plantio | 27 Parmetros para Implantacao de Arborizacao em Calcadas | 28 Como Reatizar a Poda | 30 Poda de Forma¢ao i 31 Poda de Manutengao | 31 Poda de Seguranca | 32 Dendrocirurgia| 35 Destino dos Residuos da Podal 35 AVisao © 0s Beneficios do Manejo Integrado 137 Legislacao | 38 Referéncias Bibliograficas | 39 Ficha Técnical 40 ARio Grande Energia - RGE, é a distribuidora de energia elétrica das regides norte e nordeste do Rio Grande do Sul. Nos 243 municipios que abrange, a RGE atende a 938 mil clientes, representando aproximadamente 3,3 milhdes de habitantes. ARGE tem sede em Porto Alegre, onde se encontraa diretoria e as atividades nofmativas, de planejamento e de apoio logistico. Para aumentar a racionalidade e a agilidade no atendimento a Empresa foi estruturada em seis departamentos de operagao: Metropolitano, com sede em Gravataf; Serra, com sede em Caxias do Sul; Vinhedos, sediado em Bento Goncalves; Planalto, com sede em Passo Fundo; Misses, sediado em Santo Angelo e Noroeste, com sede em Santa Rosa. Origindria da privatizacao da CEEE em 97, a RGE é formada pelos grupos Previ(Caixa de Previdéncia dos Funcionérios do Banco do Brasil), PSEG Glo- bal e VBC Energia (Votorantim, Bradesco e Camargo Corréa). Em dois anos de operacao a empresa conquistou 0 Top de RH Nacional da ADVB/99 e 0 Top Ser Humano, da Associagdo Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Rio Grande do Sul. Recebeu, da Revista Eletricidade Moderna, o prémio de Melhor distribuidora do Sul do pais, bem como Mencao Honrosa da ribuidoras de Energia Elétrica -ABRADEE, pela Associacao Brasileira de Eficiéncia na Gestéo Operacional. Em 1999 obteve a certificacao de seu Sistema da Qualidade pelo Bureau Verités Quality International - BVQI - nos servigos de Restabelecimento de Emergéncia e Teleatendimento a Clientes (RGE 24 Horas). “Atuar competitivamente no mercado energético do Mercosul, buscando a permanente satisfacao de clientes, acionistas, parceiros e colaboradores” 6 a Missdo da RGE. E para isso tem investido intensamente na qualidade de sua rede, na capacitacao de seus recursos humanos e na tecnologia de seus processos. Introducao ARGE- Rio Grande Energia S/A, desde sua fundacao tem prestado servicos 8 comunidade gaticha, com uma incessante preocupacao com 0 aumento da qualidade de seus servicos. Este trabalho insere-se neste permanente esforco, como uma ferramenta de auxilio ao planejamento urbano municipal de um segmento que consideramos muito importante para a qualidade de vida dos cidadaos: 0 meio ambiente. Neste breve texto que segue, busca-se exibir aspectos dos processos de poda e arborizacdo urbana sob um novo prisma: manejo integrado das podas, arborizagao e destinacao dos residuos gerados, e ndo apenas 0 plantio e o corte periédicos de arvores na cidade. Buscamos visualizar a cidade de forma dinamica e integrada, propondo um projeto de arborizacao planejada que pode trazer diversos resultados positivos. Este trabalho resultou de pesquisa bibliografica e da experiéncia de um corpo técnico multidisciplinar especializado em planejamento ambiental. Para informacées complementares, sugerimos uma pesquisa as fontes consultadas, listadas ao final do trabalho. ATransformacao do Ambiente Natural em Urbano Antes da existéncia dos centros urbanos, onde hoje eles se erguem, 0 ambiente era composto por florestas, campos e cursos d’gua. Em conjunto e convivendo harmoniosamente com a vegetaco, a égua e outros elementos naturais, existiam inameros animais silvestres. Atualmente, a maioria da populagéo mora em cidades, obedecendo a um movimento de concentragado que somente tende a crescer. Isto acarretou algumas modificagdes ao sistema natural, como aimpermeabilizacao do solo por pavimentacao e construgées, a utilizagao macica de materiais como concreto, vidro, ferro, asfalto e ceramica, a reducao drastica da cobertura vegetal e 0 aumento da 10 atmosférica, hidrica, visual e sonora. Como conseqiiéncia, padrao do ambiente urbano tornou-se muito inferior aquele necessario para dar condigdes de vida humana mais adequadas. Entretanto, se 0 processo de urbanizacao é irreversivel, o que se deve buscar é tornar este ambiente urbano o mais préximo possivel do ambiente natural, compatibilizando o desenvolvimento com a preservacao ambiental e proporcionando uma melhor qualidade de vida a populagao do municipio. Os Beneficios da Arborizacao Arborizar uma cidade nao significa apenas plantar arvores em ruas, jardins e pracas, criar areas verdes de recreacao piblica e proteger areas verdes particulares. Além disso, a arborizacao deve atingir obj ivos de ‘ornamentacao, melhoria microclimatica e diminuicao da poluicao, entre outros, como se pode verificar a seguir. Reducao da Temperatura As arvores e outros vegetais interceptam, refletem, absorvem e transmitem radiacao solar, melhorando a temperatura do ar no ambiente urbano. No entanto, a eficiéncia do processo depende das caracteristicas da espécie utilizada, tais como a forma da fotha, a densidade foliar € 0 tipo de ramificacao. O vento também afeta o conforto humano e seu efeito pode ser positive ou negativo, dependendo grandemente da presenca de vegetacdo urbana. No verao, a aco do vento, retirando as moléculas de agua transpiradas por homens e arvores, aumenta a evaporacao. No inverno, significa um aumento do resfriamento do ar. Reducao da Polui¢do Urbana As arvores no ambiente urbano t8m consideravel potencial de remocao de particulas e gases poluentes da atmosfera. No entanto, a capacidade de retencdo ou tolerancia a poluentes varia entre espécies e mesmo entre individuos da mesma espécie. Algumas drvores tém a capacidade de filtrar compostos quimicos poluentes, como o didxido de enxofre (S0_), 0 oz6nio (0.) € 0 fldor. Mesmo considerando-se que as arvores podem agir com eficiéncia para minimizar 0s efeitos da poluicao, isso sé sera possivel por meio da utilizacao de espécies tolerantes ou resistentes. Os danos provocados pela poluigao atmosférica podem ser muito significativos, dependendo principalmente adas e dos indices de poluicao. das espécies ul Redugao dos Ruidos O nivel de ruido excessivo nas cidades, provocado pelo trafego de veiculos € por diversas outras fontes, afeta psicolégica e fisicamente as pessoas. A presenca das arvores reduz os niveis da poluicao sonora ao impedir que 08 ruidos e barulhos fiquem refletindo continuamente nas paredes das casas e edificios, causando uma sensacao de um som permanente, similar a0 Isto &, as arvores e que sentimos ao falar numa sala vazia, sem mévei suas folhas contribuem para absorver a energia sonora fazendo com que 08 sons emitidos desaparecam rapidamente. 0 Quanto Vale uma Arvore Pode-se atribuir as arvores um valor sentimental, cultural ou histérico. Alguns deles so valores subjetivos, dificeis, portanto, de quantificar. A maioria das pessoas considera o fator estético como o principal valor da arborizacao urbana, em virtude da aparéncia das arvores ser direta e imediatamente perceptivel, ao contrario dos demais beneficios. As alteragdes que as drvores sofrem em funcao das estagdes do ano fazem com que estas se apresentem ora com flores, ora com folhas ou sem folhas. Estas modificagdes sao importantes pela renovacao da paisagem urbana. Elementos como textura, estrutura, forma e cor, inerentes as arvores, alteram o aspecto da cidade, quebrando a monotonia e a frieza tipica das construcées. Outras qualidades que podem ser atribuidas as arvores urbanas sao seu poder de interferir em microclimas e de reduzir a poluicao, os ruidos e a temperatura. A estes atributos, associam-se as contribuigdes sociais, que podem ser definidas como a satide fisica e mental do homem, as opcées de recreacao propiciadas pela arborizacao e 0 aumento do valor das. propriedades em funcao da existéncia de Arvores ou dreas verdes. Por este conjunto de razées, é dificil estimar quanto vale uma arvore, mas a Associacao Americana dos Engenheiros Florestais realizou um estudo comparativo que chegou a um valor estimado de US$ 273/arvore/ano. Considerando-se um tempo de vida de 50 anos e uma taxa de juros de 5% ao ano, o valor de uma arvore urbana chega a incrivel marca de US$ 57.151. Embora possam ser discutiveis estes valores, os custos de producao e manutencao de uma arvore somados. aos seus custos ambientais poderao servir de bases para aplicagdo de multas pelas prefeituras. Quais Espécies Utilizar A selecao das espécies deve considerar, necessariamente, os seguintes itens: capacidade de adaptacao, sobrevivéncia e desenvolvimento no local do plantio, além de caracteristicas como porte, tipo de copa, folhas, flores, auséncia de frutos, habito de crescimento das raizes, auséncia de principios téxicos, adaptabilidade climatica, resisténcia a pragas e doencas, tolerancia a | poluentes e a baixas condigdes de aeracao do solo. 0 programa de arborizacao deve estabelecer para cada tua ou padrao de rua a espécie e 0 porte de arvore a utilizar, indicando se o plantio sera de um ou de ambos os lados da rua. Deve definir paisa- gisticamente seo plantio seré regular, com uma Gnica espécie por rua, intercalado por espécies diferentes a cada determinado nimero de quarteirdes ou totalmente misto, dentro de padrdes de porte aceitaveis. Deve-se, por razGes estéticas e também fitossanitarias, estabelecer 0 niimero de espécies a utilizar e a proporcionalidade de uso de cada espécie, em relacao ao total de arvores a ser plantado, sendo que cada espécie nao deve ultrapassar 10 a 15% da populacao total de arvores. Segundo a ISA (International Society of Arboriculture) 6 recomendavel que a frequén\ de uma Gnica espécie nao ultrapasse 15%. Espécies a utilizar para reducao da poluicao Se 0 objetivo é utilizar espécies para o controle da poluigao, em areas centrais do municipio, entao deve-se utilizar uma composi¢ao de espécies resistentes 4 poluicaéo e que ao mesmo tempo reunam caracteristicas morfolégicas adaptadas para esta fun¢ao, pois as folhas das arvores podem absorver gases poluentes e prender particulas sobre sua supe! especialmente se estas forem pilosas, cerosas ou espinhosas. Aseguir, apresenta-se tabelas com a denominacao de espécies indicadas para a reducao da poluicao: Pequeno Porte com Folhagem Permanente (ene Teme Sistema radicular Quaresmeira Tibouchina granulosa Pivotante ~ Quaresmei Tibouchina sellowiana __Pivotante Chal-chal = Allophylusedulis —_—~Pivotante Aracé.—=s«ésidiumcattleyanum =—séPivotante _ Chuva-de-ouro Cassia multijuga Pivotante Médio Porte com Folhagem Semi-caduca [emer CC ee ees Guabiroba-de-folha-mitida Campomanesia rhombea _Fasciculado Cocio —~=«Eythroxylumargentinum —_Fasciculado Manaca-da-serra Tibouchina mutabilis Pivotante Tanunaspreta Vitex montevidensis Pivotante Feijoa sellowiana Pivotante Goiabeira-da-serra Médio Porte com Folhagem Permanente (ono [eee Sistema radicular Goiabeira Psidiumguayava _—_—~Pivotante. Sibipiruna __Caesalpinia peltophoroides __Pivotante Grande Porte com Folhagem Semi-caduca [eee [onescues Becureriecy Guabiroba Campomanesia xanthocarpa__Fasciculado ‘Camboata-vermetho _—Cupaniavernalis_———_—~Piivotante. Maria-preta. _-—-Diospyrusinconstans —*Fasciculado Camboaté-branco_-Matayba elaeagnoides _ Fasciculado Grande Porte com Folhagem Permanente edu Lat ese Sistema radicular Guajuvira Patagonula americana _Pivotante Agual __—~Pouteriagardneriana__—_—~Pivotante Aguai-folha-de-salso Pouteria salicifolia Pivotante Catigua Trichilia clauseni Pivotante Acoita-cavalo Luehea divaricata Fasciculado ~~ Louro-preto Chordia ecalyculata Pivotante Louro Chordia trichotoma Caroba__—facaranda micrantha _—_Fasciculado Pivotante A seguir, apresenta-se tabelas com a denominacao de espécies indicadas para a reducao da poluicao: Pequeno Porte com Folhagem Permanente eeu Drees io Sistema radicular Tibouchina granulosa Pivotante Tibouchina sellowiana Pivotante Allophylus edulis Pivotante ‘Aracd Psidium cattleyanum ivotante Chuva-de-ouro Cassia multijuga Pivotante Médio Porte com Folhagem Semi-caduca DR coud Dress SS CuEE CaCl ja Campomanesia rhombea Fasciculado ~~ Erythroxylum argentinum —_Fasciculado " Tibouchina mutabilis __—Pivotante Vitex montevidensis_ Pivotante Taruma-preta “Feijoa sellowiana Goiabeira-da-serra Médio Porte com Folhagem Permanente [ner [eee Gecnrereen Goiabeira Psidium guayava Pivotante Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides Pivotante Grande Porte com Folhagem Semi-caduca ements [emer Beene Fasciculado Camboaté-vermetho Cupania vernalis ___ Pivotante Maria-preta Diospyrus inconstans __‘Fasciculado “Camboaté-branco_ Mataybaelaeagnoides ——_—‘Fasciculado Grande Porte com Folhagem Permanente [ements ence) Berner Guajuvira Patagonula americana Pivotante Pouteriagardneriana _—_—Pivotante Pouteria salicifolia Pivotante Trichilia clauseni Pivotante Acoita-cavalo Luehea divaricata Fasciculado Louro-preto Chordia ecalyculata Pivotante Chordia trichotoma Pivotante Jacaranda micrantha _ Fasciculad Espécies a Utilizar em Estacionamentos Se 0 objetivo é arborizar locais de estacionamento de veiculos, deve-se utilizar espécies que proporcionem sombra, mas que nao tenham frutos grandes, que possam causar danos aos veiculos, folhas caducas de grande tamanho e outras caracteristicas que dificultem o transito dos veiculos. Para estacionamentos, sao indicadas as espécies abaixo: Aen cl Acoita-cavalo Luehea divaricata _ Aletuia Senna multijuga ___Angelim-bravo _Lonchocarpus campestris Angico-vermelho _ Parapiptadenia rigida Aroeira-pririquita Schinus molle Bartimao —«Cassialeptophylla Camboaté-vermelho Cupania vernalis Canafistula Peltophorum dubium Canela-amarela Nectrandarigida Canela-do-brejo —- Machaerium stipitatum Canela-ferrugem Nectranda rigida Capororoca Rapanea umbellata __Camne-d Styrax leprosus “Carvalho-brasileiro _ Roupala brasiliensis Catigua Trichilia clausenii Cedro Cedrella fissis “Corticeira-da-serra____Erythrina falcata Grapia Guajuvira Patagonula americana Ingé-feijao Inga marginata Inga-macaco Inga sessilis ~ Ingazeiro ~~ Lonchocarpus sericeus leiro-do-mato Re rrechtia laxifior __ Pau-brasil _ Coesalpinia echinata _Pau-ferro __—_Caesalpinia ferrea __ Quaresmeira Tibouchina granulosa Rabo-de-bugio Lonchocarpus muehlbergiana Caesalpinia peltophoroides Sibipiruna _Timbé____Ateleia glazioviana _ Perenifétia Caducifoii __ Caducitoli Caducifélia “Caducifélia Caducifélia Caducifolia Caducifétia caduci Perenifoli lia Perenifélia Perenifélia Perenifolia Caducifoli Perenifolia Perenifolia Perenifélia Caducifélia Caducifélia Perenifétia Perenifélia Perenifélia Perenifélia Caducifélia Perenifélia Perenifélia ‘Perenifolia Perenifélia Canteiros Centrais Na arborizacao de canteiros centrais pode-se utilizar espécies de grande porte, se o canteiro tiver grandes dimensées (mais de 4 metros de largura), ou entao espécies colunares, como as palmeiras. Estas dltimas se apresentam de forma adequada para este fim, além de servirem como referéncia aos condutores de automéveis. Sempre que possivel, deve-se utilizar espécies nativas, mas se estas nao estiverem disponiveis, pode-se utilizar espécies exéticas adaptadas. Parametros para Implantacao de Arborizacao em Canteiros Centrais Espécie * Quando, elected Largura POU OG KOM een een __2metros sem P____ Pivotante 2metros com Pp _Pivotante _ “2a3metros sem PMG Pivotante a3 metros. P “3aqmetros sem Pp a 3.44 metros com P _Pivotante 4metros sem PLMG Pivotante/Fasciculado “4 metros com P.M,G nte/Fasciculado Palmeiras para Uso em Arborizacao Local de plantio (eee [ieee Calgadas e/ou Canteiros Centrais Palmeira-real-da-Australia ro Bul Cariota Palmiteiro Neodipsis imareira-das-candrias Tamareira Robeline Palmeira imperial ~ Sabal Geriva ~ Palmeira cabeluda Trithrinax brasiliensis _ __Washingtonia robusta Palmeira-da-california da-california Corredores de Fauna As uas e avenidas da cidade podem formar corredores para o deslocamento da avifauna construidos por meio do emprego de espécies nativas que produzam frutos e constituam abrigo para as aves na cidade. Tais corredores devem ter ocorréncia na area de mata e vice-versa. As espécies utilizadas devem produzir frutos e sementes em diferentes épocas do ano, de formaa proporcionar alimentacao permanentemente disponivel no corredor. Além disso, é fundamental que o logradouro permita nao apenas a aplicagao de espécies variadas, mas também que cada uma possa contribuir com expressivo niimero de individuos. £ necessaria uma grande quantidade de frutos de uma mesma espécie para que 0 corredor seja efetivamente atrativo. Espécies Frutiferas Nativas mais Procuradas pela Aves [enon (emer) [enrsecs Grandidva Trema michantha Canela _ Aiouea saligna __Ché-de-bugre Casearia sylvestris Figueira-da-folha-graida __—Ficus enormis. Chalchal —=—=—CAllophylus edulis Aroeira-vermelha _Schinus terebinthifolius Manica-de-cadela Zanthoxylum rhoifolium ~ Embaiba Cercopia catarinensis “Taruma-do-banhado Citharexylum myrianthum — Figueira ——s~*~*«*«éCcus‘pertuse - ~__ Leiteiro Sapium glandulatum Camboata-vermelho Cupania vernalis 05 — Cerejeira Eugenia inolucrata — 05 Guabiju———_Myrcianthes pungens = Tarum: Vitex megapotamica _ = N° de espécies de aves que procuram seus frutos ou sementes Sanches (985). Taba compost ara Ge evo de leratra¢nlormaes estou de estudoses 6a niauna Espécies Nativas do Rio Grande do Sul a Utilizar em Arborizacao Urbana Esquema de apresentagao das espécies Nome Comum Nome Cientifico FAMILIA Epoca de floracao Tipo de folha espécie folha Goiabeira Psidium guayava ‘MYRTACEAE setembro/novembro Semidecidua Aroeira-periquita ‘Schinus molle ANACARDIACEAE setembro/novembro Perene Aroeira-vermetha Schinus mote ANACARDIACEAE agosto/novembro Perene Camboim Myrciaria tenella MYRTACEAE novembro/dezembro Semidecidua Espécies Nativas de Pequeno Porte Angiquinho Calliandra setloi MIMOSACEAE todo 0 ano Perene Ipé-amarelo Tabebuia chrysotrica BIGNONIACEAE agosto/setembro Decidua Corticeira-do-banhado Erythrina cristagalli PAPILIONOIDEAE setembro/dezembro Decidua Pitangueira Eugenia uniflora MYRTACEAE agosto/novembro Semidecidua Caiina sex brevicuspis, AQUIFOLIACEAE setembro/janeiro Perene Aracad Psidium cattleyanum MYRTACEAE junho/dezembro Semidecidua Cancorosa Prunus sellowii CELESTRACEAE setembro/janeiro Perene Chal-chal Allophylus edulis SAPINDACEAE novembro/dezembro Semidecidua Espécies Nativas de Médio Porte Ipé-roxo Tabebuia avellanedae BIGNONIACEAE setembro/fevereiro Decidua RUTACEAE todo o ano Quebra Machado Trichilia chausseni MELIACEAE setembro/dezembro Perene Pata-de-vaca Bauhinia candicans CAESALPINOIDEAE outubro/janeiro Decidua Pessegueiro-do-mato Prunus sellowit ROSACEAE dezembro/fevereiro Decidua Salseiro Salyx humboiditiana SALICACEAE setembro/outubro Decidua Sina-sina Parkinsonia aculeata CAESALPINOIDEAE setembro/dezembro Perene Capororocéo Rapanea parvifolia MYRSINIACEAE setembro/dezembro Perene Agoita-cavalo Luehea divaricata TILIACEAE novembro/dezembro Semidecidua Timbaiva Enterolobium contortisiliquum MIMOSOIDEAE setembro/novembro Decidua Guajuvira Patagonula americana BORAGINACEAE setembro/novembro Decidua Canela-amarela Nectandra lanceolata LAURACEAE setembro/dezembro Semidecidua Canela-do-brejo Nectandra leucothyrsus LAURACEAE janeiro /abril Perene Guapuruvu Schizolobium parahyba CAESALPINOIDEAE agosto/novembro Decidua Pinheiro Araucaria angustifolia ARAUCARIACEAE setembro/outubro Perene Jaboticabeira ‘Myrciaria truncifiora MYRTACEA janeiro/fevereiro Perene vodocarpus Podocarpus lambertii PODOCARPACEAE setembro/outubro Perene Paineira Chorisia speciosa BOMBACACEAE dezembro/abril Decidua Butiazeiro Butia eriospatha PALMAE outubro /janeiro Perene Geriva Syagrus romanzoffianum PALMAE setembro/margo Perene ‘as Nativas do Rio Grande do Sul para Uso em Arborizagao Palmito Euterpe edulis PALMAE setembro/outubro Perene Espécies que nao Devem ser Utilizadas Deve-se evitar a utilizacao de algumas espécies por diversas razées. Em alguns casos, pode-se ter uma alta freqiiéncia de individuos de uma mesma espécie, 0 que é indicio para o aparecimento de doencas. Nas cidades gatchas, é muito comum a alta freqiiéncia das espécies Ligustro (Ligustrum japonicum) e Extremosa (Lagostroemia indica). Se este for 0 caso, deve-se evitar 0 uso destas espécies, dando-se preferéncia as espécies nativas, ficando a critério do técnico responsavel a decisao quanto a sua utilizacao. Outro caso é a elevada afinidade de certas espécies com hemi- Parasitas, como as ervas-de- passarinho. Neste caso, deve-se evitarouso daa. do-japao (Hovenia dulcis) e controlar o uso da Tipuana (Tipuana tip). “L Outras espécies, como Perna-de-moca (Brachychyton populneum), apresentam problemas de estabilidade em calcadas. Outras razées sao aquelas mais ébvias, como nao utilizar espécies frutiferas que apresentam grandes frutos préximo a locais de estacionamentos, espécies caducifélias que apresentam grandes folhas préximo a locais de drenagem superficial, como calhas e bueiros, espécies que apresentam raizes superficiais, notadamente conhecidas como do género Ficus, em logradouros que apresentam pouco espaco etc. 2,00m Plantio Parametros para Implantacao de Arborizacao em Calcadas O plantio adequado das arvores necessita da observacao de alguns critérios técnicos, para que no futuro nao ocorram problemas com o transito de veiculos, pessoas ou mesmo com 05 fios elétricos ou de telefonia. Deve-se escolher, preferencialmente, uma s6 espécie para cada lado da rua ou mesmo para cada rua, com exce¢ao dos corredores de fauna. Sob os fios, deve-se plantar sempre arvores de pequeno porte. No lado sem fios, podem ser plantadas espécies maiores. As mudas devem ter entre 1,80m e 2,00m de altura e devem ser transportadas em embalagens préprias, para nao perder 0 torrao. S 2a 4 ramos laterais / para formacao da copa ~——Amarrio borracha ou corda sisal Sobre 0 espacamento entre drvores e sua localizacao nas calgadas, deve-se considerar, entre outros aspectos, o porte e as neces- sidades da espécie. & indicado 0 uso do espacamento de 7m a 10m para arvores pe- quenas e de 10m a 15m para arvores grandes; devendo ser guardada uma distancia minima de am do meio fio e 5m das construcées. A posicao da muda na cova deve sertal que mantenha a mesma profundidade em que estava no viveiro. 0 preenchimento da cova deve levar em conta que 0 colo da Meio Fio muda permanega ao nivel do solo e deve ser feito de forma que as bordas fiquem mais elevadas, formando uma bacia de captacao de agua. A terra para 0 preenchimento das covas deve ser fértil. Recomenda-se a utilizagao de composto organico formado por terra e esterco curtido na proporcao de 1:3. Ruas e passeios estreitos: ‘*Nao se deve arborizar. *Se houver afastamento entre a construcao e 0 passeio, plantar dentro do lote, com autorizacao do proprietério. *Escolher sempre as espécies de pequeno porte. Ruas estreitas com passeios médios: *Plantar apenas do lado onde nao houver fios. *Plantar espécies de porte médio. Ruas largas e passeios estreitos: *Plantar apenas do lado onde nao houver fios, a 50 cm fora do passeio. *Plantar espécies de pequeno Porte. Ruas estreitas e passeios largos: *No lado com fios plantar espécies de pequeno porte. *No lado sem fios plantar espécies de porte médio ou grande. Ruas largas e passeios largos com recuo nos dois lados e fiacao elétrica: * No lado com fios plantar espécies de pequeno porte. * No lado sem fios plantar espécies de grande porte. Ruas largas, passeios médios: *No lado sem fios, plantar espécies de médio ou grande porte. *No lado com fios, plantar espécies de pequeno porte. com fiagao elétrica: * No lado com fios plantar espécies de pequeno porte. **No lado sem fios plantar espécies de médio ou grande porte. largas e passeios largos: lado sem fios, plantar espécies de médio ou grande porte. *No lado com fios, plantar espécies de pequeno porte. 9- Ruas largas e passeios largos sem fiagao elétrica: * Plantar espécies de grande porte nos dois lados. i, Largura (m) Menor ou igual 2,00 2,10 - 3,00 2,10 - 3,00 2,10 ~ 3,00 Pe Rec sem com com sem com sem ‘com sem com fk) nao arborizar pequeno pequeno pequeno pequeno e médio pequeno peq., médioe grande pequeno Como Realizar a Poda ‘Apoda das drvores urbanas é uma pratica constante, seja para proporcionar mais vitalidade as arvores, seja por questdes de seguranca ou mesmo simplesmente por estética. Esta pratica consiste na retirada de ramos, galhos ou mesmo de parte das raizes. O periodo para a realizacao da poda no Rio Grande do Sul é o inverno, no periodo de laténcia da vegetacao, a menos que a espécie a ser podada seja caducifélia, a qual deverd ser podada 1a primavera, pois neste periodo ja recobrou as folhas, o que torna possivel a identificagao dos ramos secos, doentes ou danificados. A pratica da pods inicia-se ainda no viveiro, com o objetivo de direcionar 0 desenvolvimento da copa contra a tendéncia natural do modelo arquiteténico da espécie. Isto é feito para compatibilizar a arvore com os espacos urbanos ou para promover sua conformacao estética. Este tipo de poda é chamado de poda de formagao. 441085 alcancado o objetivo da configuracao arquitetonica da \ $a <0pa,as arvores necessitam de cuidados, como a retirada é de galhos secos e a eliminagao de focos de fungos ‘<=>, ou plantas parasitas. Entdo, é realizada a poda & de manutencao. Mesmo apés estes procedimentos podem ocorrer alteragdes do ambiente urbano que demandem a realizacao de outra modalidade, a poda de seguranga, com o objetivo de prevenir acidentes. Para entender melhor o processo é preciso imaginar a estrutura de uma arvore, suas caracteristicas, como forma da copa, gathos, folhas € outros. 0 conhecimento prévio da arquitetura das espécies que se pretende utilizar em arborizacdo é fundamental para © seu planejamento, reduzindo os custos de manutencao e melhorando avitalidade das arvores. Poda de Formacao A poda dos galhos deve ser realizada 0 mais cedo cicatrizes muito grandes. Por esta razao, 05 galhos ba possivel, para evitar ixos, que dificultarao a passagem de pedestres ou o estacionamento de vefculos, deverao ser retirados quando a planta ainda é jovem. Além destes, defeituosa também deverao ser retirados. Poda de Manutencao Na poda de manuten¢ao, sao eliminados basicamente galhos senis ou secos. A atencao, neste caso, é dada para a base do galho. Na base do gatho, inser¢ao do galho no tronco, pode- se observar duas estruturas: a crista de casca na parte superior e o colar na parte inferior da base do galho. No momento da poda, estas duas estruturas deverao permanecer intactas. Quando o galho tem mais de sem de diametro, paraa necessario adotar 0 tradicional método denominado de trés cortes. Primeiramente, faz-se um corte na parte inferior do galho, a uma distancia do tronco equivalente ao diametro do galho, ou no minimo 30cm. Este corte nao precisa ser profundo, sendo 1/3 do diametro do galho suficiente. 0 préprio peso do galho dificultard a acao da serra. O segundo corte feito na parte superior do galho, distante de 2cm a 3cm acima do corte inferior, até a ruptura do gatho. 0 terceiro corte visa eliminar 0 toco remanescente. Sem estar sendo forcado pelo peso do galho, este corte muitas vezes deve ser feito de baixo para cima, preservando-se 0 colar e a crista de casca intactos. Isto porque a serra nem sempre pode ser corretamente posicionada na parte superior do galho, devido ao Angulo de inser¢do muito pequeno. 0 corte dos galhos pesados sem os trés cortes provocara danos no tronco logo abaixo do galho, apresentando descascamento ou extracao de lascas do lenho, além disso, por meio do primeiro e do segundo cortes pode-se direcionar a queda do galho. galhos com inser¢ao realizacao da poda, € f eo GALHO GROSSO “e GALHO FINO Poda de Seguranca Esta poda é semelhante a de manutencao. A diferenca é que neste caso 0 galho nao esta preparado para a poda, pois quando o mesmo perde a vitalidade, o que popularmente chama-se de “morto”, ocorre a reducao dos processos bioquimicos dentro do lenho junto a sua base. Isso prepara os mecanismos de defesa, para a futura perda do galho. Uma alternativa para esta eventualidade é o corte em etapas, preparando o galho para a poda. Na primeira poda, 0 galho é cortadoa uma distdncia de socm a 10cm do tronco. O galho assim debilitado provocara a ativacao dos mecanismos de defesa. Apds um ou mais perfodos vegetativos, procede-se a uma segunda poda, agora junto ao tronco, concluindo a operagao de remogao do galho. Obs: Nunca deve-se realizar a poda em mais de 2/3 da copa. 2°ETAPA Relacao de Espécies Nativas a Serem Utilizadas na Arborizacao, Relacionadas com o Grau de Poda de Manutencao Necessaria Espécies Nativas de Pequeno Porte (ner [emeei Camboim Blepharocalyx salicipolius Primavera Brunfelsia uniflora Angiquinho Calliandra selloi Pitangueira Eugenia uniflora Guamirim Gomidesia palustris Camboim ‘Myrciaria cuspidata Camboim bala Myrciaria delicatula Pau-ferroverdadeiro —_Myrrhinium loranthoides Araca Psidium cattleyanum Fedegoso Senna bicapularis Ipé-ouro Tabebuia alba Ipé-amarelo Tabebuia chrysotricha Média Quaresmeira-da-serra_ __Tibouchina sellowiana Média Baixa Manutencao = raramente requer podas de condugao Média Manutencao = requer podas de conducao com média freqliéncia Alta Manutencao = requer podas de conducao com muito frequiéncia Espécies Nativas de Médio Porte no uti) me cienti Uc Chal-chat Allophylus edulis Baixa __Pata-de-vaca Bauhinia candicans Alta Goiabeira-da-serra Feijoa sellowiana Alta “ Guabiroba-folha-mitida _Campomanesia rhonbea Baixa Guassatunga Casearia parvifiora Média Maria preta Diatenopteryx sorbifia Baixa Corticeira-do-banhado _Erythrina cristagalli Alta Cocio Erythroxyllum argentinum ‘Média Uvaia Eugenia puriformis Média Camboim-de-folha-larga__- Myrcia multiflora Média Bacopari Rheedia gardneriana Média Araticum Rollinia silvatica Média Aleluia Senna multijuga Alta Manduirana ‘Senna macrantera Alta Ipé-rosa Tabebuia roseo-alba Média Baixa Manutencdo = raramente requer podas de condugao Média Manutencdo = requer podas de conducao com média frequiéncia Alta Manutengo = requer podas de conducao com muito freqléncia Espécies Nativas de Grande Porte er rues ico Albizia Albizia lebeck Grapia Apuleia leiocarpa Pinheiro Araucaria angustif Guatambu Aspidosperma parvifolium Timbé Ateleia glazioviana Canjerana Cabraleia canjerana Sibipiruna Caesalpinea peltophoroides Média _ Guabiroba Campomanesia xanthocarpa__—_—Baixa Cercopia catarinensis Baixa Cedrela fissilis Baixa Camboatévermetho __—_Cupania vernalis Canela do brejo Dalbergia variabilis Maria preta Diospyros inconstans ~ Baixa Corticeira da serra Erythrina falcata Média ___ Cerejeira Eugenia involucrata Baixa Batinga Eugenia rostrifolia Baixa aah lecrim “Erva-mate Mex paraguariensis Inga feiiao _Inga marginata "Jacaranda mimosifolia Luehea divaricata Matayba elaegnoides ~____ Myrciantes pungens Myrciaria trunciflora ___ Myrocarpus frondosus Canelas ““Angico-vermetho Palopiptedenla rigida __ Guajuvira " Patagonula americana Canafistula _Peltophorum dubium ~~ Capororoca Rapanea umbellata Carvatho-brasileiro Roupata brasiliensis Aroeira-periquita Grandiuva ___Trema micranta Schinus motte Baixa Manutencao = raramente requer podas de conducao Média Manutencao = requer podas de condugao com média freqiiéncia Alta Manutencao = requer podas de conducao com muito freqiiéncia Dendrocirurgia Como todo ser vivo, a arvore tem mecanismos de defesa para reduzir os riscos de morte total apés uma lesdo. Mas, diferentemente dos organismos animais, as arvores nao cicatrizam com a substituicao das células afetadas. No tecido vegetal, sao processadas alteracdes quimicas e formadas novas células para recompor a estrutura afetada. Este processo € denominado de compartimentalizacao. A compartimentalizacao € fundamental para a poda, pois evita a degradacao da madeira apés o corte. € importante observar que quanto mais ativo for 0 metabolismo, mais rapidamente se processara a compartimentalizagao. A dendrocirurgia € uma técnica que objetiva a recuperagao de arvores por meio da eliminacao de tecidos necrosados, especialmente na regido do tronco, realizando a desinfecao através de fungicidas a base de ento. cobre. Depois disso, a regido é coberta com material de alvenaria, geralmente Esta pratica € muito contestada e deve, nos préximos anos, ser adotada ou totalmente abolida, pois os fungicidas geralmente sao ineficientes ou causam danos ao processo natural de compartimentalizacao. Segundo a ISA (International Society of Arboriculture), a pratica da dendrocirurgia deve ser abandonada. Cabe aos responsaveis técnicos pela arborizaco do municipio optarem, ou nao, pela utilizacao desta técnica. Destino dos Residuos da Poda A poda na arborizacao urbana é uma pratica fundamental e vital para a implantacao e manutencao das espécies arbéreas, mas os residuos da poda nos centros urbanos podem se tornar um problema, a menos que a administracao municipal disponha de um projeto para a destinacao destes, residuos. A maioria dos municipios destina estes residuos para os depésitos de lixo. 0 mais recomendavel, porém, € a sua remocao para um aterro sanitario onde exista um local apropriado para sua disposicao final. Em um ambiente natural, os residuos gerados pela queda espontanea dos galhos e folhas sao incorporados a0 solo e retornam as préprias arvores sob forma de nutrientes. Sendo assim, o ideal dentro de um programa ecologicamente integrado é que estes residuos sejam transformados e incorporados na arborizacao urbana. A forma para que isto ocorra é a formacao de um sistema de compostagem que utilize estes residuos na formacao de adubo organico, o qual podera ser utilizado no viveiro municipal ou na adubacao da propria arborizacao, retornando assim a sua origem. Podemos dividir os residuos gerados pela poda em funcao do seu tamanho. Isto é fundamental para definir a destinacao mais adequada para este material. material de maior diametro, ou seja, de didmetro igual ou superior a 8cm, deve ser destinado para uso como combustivel. Neste caso, podem ser utilizados em olarias, programas assistenciais, caldeiras para creches, hospitais, padarias de escolas técnicas, entre outros. 0s residuos de menor diametro deverdo ter suas dimensdes ainda mais reduzidas através de um triturador, equipamento que transforma os galhos em cavacos e serragem. Desta forma, pode-se reduzir 0 tempo de degradacdo da madeira. Mas s6 isto nao basta, é preciso realizar a bioestabilizacao do composto, através, do acréscimo de composto rico em nitrogénio, que pode ser 0 lodo de esgoto estabilizado ou esterco de gado nao curtido, dependendo da disponibilidade destes materiais no municipio. No caso da utilizagao do lodo de esgoto, deve-se incorporar a este processo um minhocario, o qual acelerard ainda mais o processo de transformacao do composto organico além de reduzir drasticamente possiveis contaminacées do lodo por coliformes fecais. O composto gerado pode ser utilizado no viveiro municipal, nas mudas que retornarao a arboriza¢ao urbana, ou na adubagao direta na arborizacao, melhorando as condi¢ées nutricionais das arvores da cidade. Residuos gerados Central de Composto Organico (utilizado Compostagem na arborizacao (gera 0 composto como adubo) organico) Composto Organico (utilizado em viveiros municipais) A Visao e os Beneficios do Manejo integrado Como vimos ao longo desse trabalho, as vantagens de uma arborizacao e de podas planejadas sao bastante considerveis para se methorar a harmonia do ambiente urbano. Por outro lado, os custos de aces ambientais como essas sao relativamente baixos, visto que a maior parte do equipamento e da mao-de-obra necessarios ja encontram-se disponiveis nas Prefeituras Municipais. Além disso, se 0 municipio j4 tem em curso uma politica de planejamento ambiental e outros projetos, como reciclagem de lixo, dreas verdes, saneamento basico e horto florestal, os custos so ainda menores e 0s resultados podem ser ainda mais contundentes para a comunidade. Para os municipios que ainda nao iniciaram ages mais concretas de gestao ambiental, esse projeto pode servir como incentivador e desencadeador do comego de um processo cada vez mais necessario e bem-aceito pela populacao. Legislacao De acordo com a Constituicao Federal, toda cidade com mais de 20 mil habitantes deve, obrigatoriamente, contar com plano diretor aprovado pela Camara Municipal. Dai a existéncia de zoneamentos urbanos identificando setores com vocagées, destinacdes e regras de ocupacao especificas. Os zoneamentos determinam as regras de ocupa¢ao especificas que, por sua vez, geram facilidades e/ou dificuldades para a existéncia da arborizagao urbana. Somam-se a estes instrumentos legais basicos as leis normativas complementares como os Cédigos de Obras ou Posturas Municipais e os Cédigos de Loteamentos ou parcelamento do solo urbano. Ajjuncao destas determinacées legais basicas define as possibilidades de efetivacao da arborizacao urbana em seus diferentes aspectos. A criagao de pracas e parques piblicos requer para sua efetivacao, além de embasamento legal e recursos econémicos, a disponibilidade de espacos fisicos. As leis de zoneamento urbano e de loteamentos ao definirem regras e condicdes de parcelamento, destinacao e ocupacao do solo urbano podem garantir esses espacos, constituindo instrumentos de grande eficacia para a efetivacao de um adequado sistema de arborizacao. ae As Leis que atribuem as prefeituras a responsabilidade sobre a realizacao da poda sio 0 Art. 65 do Cédigo Civil e 0 Art. 151 do Cédigo das Aguas. As leis que determinam e regulamentam as dreas de preservacdo permanente e as espécies arbéreas nativas imunes ao corte sao a Lei Federal N° 4.771 de 15 de setembro de 1965 - Cédigo Florestal e a Lei Federal N° 8.518 de 21 de janeiro de 1922 - Cédigo Florestal Estadual. Em reas urbanas, 0s cortes e as podas sao licenciados pelos municipios, normalmente pelas Secretarias de Agricultura e de meio Ambiente. Nas areas rurais, ou em casos de empreendimentos especificos, o licenciamento do corte e/ou poda, deverd ser encaminhado a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, mais especificamente, ao Departamento de Recursos Naturais Renovaveis. Em caso de dividas, deve-se entrar em contato com a prépria Secretaria Estadual do Meio Ambiente. ‘Além desse conjunto de leis, 0 municipio deve possuir uma legislacao especifica. Com o intuito de auxiliar 0s municipios, a RGE efetuou uma coletanea de Leis e Projetos ambientais que podem orientar na defini¢ao das melhores diretrizes legais para implantacao de uma politica de gestao ambiental. Todos esses documentos podem ser facilmente encontrados na nossa pagina da Internet (www.rge-rs.com.br) Referéncias Bibliogra BALENSIEFER, Mauricio. Arborizagao Urbana Legislacao. Instituto de Terras, Cartografia e Florestas. Curitiba, 26p. DETZEL, Valmir Augusto. Avaliagao Monetdria de Arvores Urbanas. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ARBORIZACAO URBANA, 3, 1990, Curitiba. 1990, p.140-150. FIRKOWSKI, Carlos. Polui¢do Atmosférica e a Arborizagao Urbana. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ARBORIZAGAO URBANA, 3, 1990, Curitiba. 1990, p.15-25. LOMBARDO, Magda Adelaide. Vegetaco e Clima. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ARBORIZACAO URBANA, 3, 1990, Curitiba. 1990, p.1-13. LORENZI, Harri. Arvores Brasileiras; Manual de identificacao e cultivo de plantas arbéreas nativas do Brasil. vol 1. Nova Odessa, Plantarum 1992. 2v. MILANO, Miguel S.. Avaliac4o Quali-Quantitativa e Manejo da Arborizacao Urbana; Exemplo de Maringé PR. Curitiba: UFP, 1988.272 p.il. Tese apresentada ao curso de Pos-Graduacao em Engenharia Florestal do setor de Ciéncias Agrarias da Universidade Federal do Parana, como requisito parcial para obtencao do Titulo de “Doutor em Ciéncias Florestais”. PORTO ALEGRE. Plano Diretor de Arborizacao de Vias Pablicas, 21 de setembro, Vol-lI, Porto Alegre-RS. 416p. PORTO ALEGRE: Atlas Ambiental de Porto Alegre. Porto Alegre Ed. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998.228 p.il. SANCHOTENE: Maria do Carmo: Frutiferas Nativas Uteis a Fauna na Arboriza¢ao Urbana. 2a ed. Porto Alegre, SAGRA, 1989.306 p.il. UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE. Curso Sobre Arboriza¢ao Urbana, 27 de setembro a 01 de outubro de 1993, Curitiba, PR. 144p. Este manual foi desenvolvido entre outubro de 1999 € marco de 2000, na gesto de Wilson P. Ferreira J. Direitos reservados. DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente SIDNEY SIMONAGGIO Diretor Comercial EDUARDO GUS CAMARGO Diretor de Operagdes JOAO ALFREDO SPADA Departamento de Engenharia PAULO RICARDO BOMBASSARO Divisdo de Normas, Padrées e Qualidade do Fornecimento LUCAS THADEU ORIHUELA DA LUZ Elaboracéo: Geolinks Gedlogos Associados Ltda, Equipe Técnica Participaram das diversas etapas de elaboracao do trabalho os seguintes técnicos: ALEXANDRE STEGMAYER MONCHISKI Engenheiro Florestal Especialista pela UFRGS, CREA RS 87.646-D JGLIO MORETTI GROSS Geblogo M.Sc. em Engenharia pela UFRGS, CREA RS 57.662-D EVANDRO GOTTARDO Gedlogo M.Sc. e Doutorando em Engenharia pela UFRGS. CREA RS 83.699-D ANDRE BERNARD! BICCA DE BARCELLOS Gedlogo M.Sc. em Engenharia pela UFRGS, CREA RS 63.760:D GABRIEL SIMON, Fisico M.Sc. € Doutorando pela UFRGS Nustragées RODRIGO PELLICCIOL (Pei) Projeto Gréfico GAD'DESIGN Levantamento Fotogrético ALEXANDRE STEGMAYER MONCHISK! GEOLINKS GEOLOGOS ASSOCIADOS LTDA. Textos ALEXANDRE STEGMAYER MONCHISK! Fotolito GRAFICA E EDITORA PALLOTT! Impressio GRAFICA E EDITORA PALLOTTI Departamento de Operacao da RGE S.A. Localizacao do Estado do Rio Grande do Sul na América Latina. Localizagao das regides de atuacao da RGE no Estado. en nen eer

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