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Hibrido ..... Adolfo Tanzi Neto Fernando de Mello Trevisani oxganizedores Ensino hibrido: personalizacao e tecnologia na educagao 6 um livro feito por professores para professores Fruto das reflexes dos coordenadores e professores que participaram do Grupo de Experimentagées em Ensino Hibrido desenvolvido pelo Instituto Peninsula e pela Fundagao Lemann, esta obra, além de discutir sobre o que é ensino hibrido, apresenta uma série de propostas e experiéncias que podem servir de inspirago para sua implementacao na realidade educacional brasileira Veja, aa longo deste liv, TeowoLoia Daeaveagho indicagGes para videos disponivels hibrido, com.br que ‘complementam os ternas abordados. E ssisecca 1UBSIASJ| | OJBN IZue! | yoIDeg m > a. = 5 = cs =4 a ° Lilian Bacich Adolfo Tanzi Neto Fernando de Mello Trevisani Orgarizadores Ensino ibrido Personalizagao e tecnologia na educagado Lo ee, Conhega também BARANAUSKAS, MARTINS & VALENTE (Orgs) ~ Codesign de reds, tligtais tecnologia e educagao a serigo da inlusdo socal BARBA & CAPELLA (Orgs) ~ Computadores em sale de aul: ‘métodos e uses BEHAR,P.A. ~ Competéncias em educagao a distancia BEHAR & Cols. ~ Modelos pedagdgicas em educagao a distancia [BENDER W.N. ~ Aprencizagem baseada em projetos: educacao Aierenciada para 0 século XX! CHRISTENSEN & EYRING ~ A. universidade inovadora: mudandoo DNA do ensino superior de fora para dentro CHRISTENSEN, HORN & JOHNSON ~ Inovapdo na sala de aul: ‘como a inovagdo disruptive muda a forma de aprender ‘COLL, MONEREO & Cals, ~ Psicologia da educagao virtual: aprender ‘ ensinar com as tecnalogias da informago eda comunicagao GOMEZ, A. P.~ Educagiona era digital: a escola educativa HORN & STAKER ~ Blended! usando a inovagdo disruptive para ‘aprimorar a educagéo LJARAUTA & IMBERNON (Orgs) ~ Pensando no futuro da educa: uma nova escola para o sculo XXI PALFREY & GASSER — Nascdos na era dig entendendo a primeira geragao de nativos digtais PALLOFF & PRATT ~Ligées da sala de aula virtual as realidades do, ensino onine PALLOFF & PRATT ~ 0 insttulor online: estraténias para 2 ‘exceléncia profisional RUHE & ZUMBO ~ Avaliagso de educagao a distancia e teaming ‘SANCHO, HERNANDEZ & Cols. ~ Tecnologias para transformar a educagio VALLE MATTOS & COSTA (Orgs) ~ Educacdo digital a tecnologia s {favor da inclustio LOL Resta. de Comp Sulbe aw 2019 Ensino Hibrido Consetho Editorial: Ecivaldo de Souza Matos (UFBA ~ Salvador) Fraulein Vidigal d (USP ~ So Paulo) Mauricio Capobianco Lopes (PURD Blumenau) Vilson Jose Leffa (UCPet = Plots) (UFRPE ~ Garanhuns) Rosinda de Castro Guerra Ramos (UNIFESP - Sio Paulo) Diva Souza silva (UPU Uberkindia) a na educacio 2 Neto, ani. Porto Alegre = Penso, 2015. E59 Ensino hibrido : personal Organizadores Lilian Fernando de Mello Tre 270 p. il; 23 em. Isp 978 8429-0482 1. Ensino hbrido, 2, Edueagio. I. Bacih, Lilian. I. Tanzi Neto, Adolfo. Il. Trevisan, Fernando de Mello. cous? Catalogagio na publicagio: Poliana Sanchez de Araujo ~ CRB 10/2004 Lilian Bacich Adolfo Tanzi Neto Fernando de Mello Trevisani Organizadores Ensino Hibrido Personalizagao e tecnologia na educacgdo 28 Reimpressdo 2017 fas 2015 6 Penso Editora Lida, 2015 Gerente editorial Leticia Bispo de Lima Colat oordenadora editorial Claudia Bittencourt raram nesta edigio: Assistente editorial Paola Arai de Oliv Capa ‘Mauricio Pamplona Preparagio de original gusto da Rosa Leitura final Livia Freitag e Paola Araijo de Oliveira Bditoracio eletrnica ookabout ~ Roberto Carlos Moreira Vieira ‘Antara. Reservasos tacos 0s direitos de publicacio & PENSO EDITORA LTDA., ma empresa do GRUPO A EDUCAGAO S.A, {v,Jerénimo de Ornelas, 670 ~ Santana '90040-340 ~ Porto Alegre ~ RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 E proibida a duplicagao ou reprodugio deste volume, no todo ou em parte, sob ‘uaisquer formas ou por qusisquer meios(eletrOnico, mecnico,gravacao, fotacbpia, ‘listribuigdo na Web e outros), sem permisslo expressa da Bditora sho PAULO ‘Aw Embaixador Macedo Soares, 10.735 Cond. Espace Center ~ Vila Anasticio 105095.035 - io Paulo, SP Fone: (11) 3665-1100 ~ Fax: (11) 9667-1933, SSAC 0800 703-2444 — wwwigrupoa.com.be Pavilhao S IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL AUTORES Lilian Bacich Licenctaca em Cincias Fisica eBioldgicas. Mestre em Educagio pela Pontificia Uni versidade Catélca de Sio Paulo (PUC-SP). Doutoranda em Psicologia Escolar € do Desenvolvimento Humano na Universidade de Sao Paula (USP). Consultora do Inst tro Peninsula. Participou como caordenadota no Grupo de Experimentagées em En sino Hibrido, parceria entre o Instituto Peninsula e a Fundagio Lemann, lilias.bacich@ yahoo.com.br Adolfo Tanzi Neto Licencndo em Letras. Especaita em Planejamento,Implementagio e Gest da Educa ‘so Distincia (EaD) pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Linguist ca Aplicada: Linguagem e Educagéo pela Universidade Estadual de Campinas (Unieamp). Doutorando em Linguistica Aplicada e Estudos da Linguagem na Pontificia Universidade Catdica de Si0 Paulo (PUC SP), Pesquisadorvstane na Universidade de Oxford, Ing ‘err. Consultor da Fundago Leman, Partcpou como coordenadr no Grupo de Exper mentagGes em Ensino Hibido, parcetia ene o Instituto Teninsul ea Fundagio Leman. professortanzi@gmail.com Fernando de Mello Trevisani Liceaciado em Matematica, Mestre em Teenologiase Educagio Matemtiea pela Uni versiade Estadual Paulista (UNESP). Pér-graduando em Edueagio Inovadora: De sign, Autoria, Diditiea © Teenologias. Consultor da Fundacéo Lemann, atuando na 4rea de Inovagio nas Escolas com os projetos Khan Academy e Ensino ibrido. Par ticipou como coordenador no Grupo de Expetimentagées em Fnsino Hibrido, parce ria entre o Instituto Peninsula e a Fundagio Leman, fernando-mu@hotmall.com José Moran Dou:or em Comunicagio pela Universidade de Sio Paulo (USP), Professor aposenta ddo de Novas Tecnologias da USP Fundador da Escola do Futuro da USP Professor ¢ pesquisador de inovagées nos cursos hibridas e online. Atua no Grupo de Pesquisas em Edueagio Hibrida do Instituto Singularidades, ‘moran 0@gmai.com vi Autores Ailton Laie Camargo Licenciado em Histéra, Mestrando em Histéra Social na Universidade de So Paw lo (USP). Professor da rede pilblicae privada de Sorocaba/SP participante do Gru po de Experimentagées em Ensino Hibrido, parceria entre o Instituto Peninsula © a Fundagio Lemann, alguitar@ig.com.br Alexsandro Sunaga Licenciado em Fisica, MBA em Gestio Financeira pela Escola Superior de Adminis ‘tagio, Marketing e Comunicagio (ESAMC). Professor da rede privada de Sorocaba/ SB partcipante do Grupo de Experimentagies em Ensino Hibrido, pareria entre 0 Instituto Peninsula e a Fundagio Leman, alessandro.sunaga@ gmail.com Aline Soares Silva Pedagoga, Especializanda em Psicopedagogia na Fundacio Mineira de Educagio e Cultura (PUMEC), Professora da rede privada de Belo Horizonte/MG, partieipante ddo Grupo de Experimentagaes em Ensino Hibrido, parceria entre o Instituto Peni sulae a Fundagio Lemann. asoaress@yahoo.com.br Camila Sanches de Carvalho Teendloga em Processamento de Dados. Expecialista em Midlas na Bducagio pela Univetsidade de Sao Paulo (USP); e em Informatica na Educagio pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professora da rede publica de Salto Grande/SR, part: cipante do Grupo de Experimentagbes em Ensino Hibrido, parceria entre o Insticuto Peninsula e a Fundagio Lemano, «5 carvalhoO1 @hotmailcom Carla Fernanda Ferreira Pires Licenciada em Giéncias Fisica e Biolégeas, Especialista em Ensino de Ciéncias pelo Instituto Federal de Edueagio, Ciclas e Teenologia do Rio de Janeiro (IF). Mes: tre em Ensino de Ciéneias pelo IFRJ. Professora da rede publica do Rio de Janeiro/ RI, partcipante do Grupo de Experimentagées em Ensino Hibrido, parcera entre 0 Instituto Peninsula e a Fundagio Lemann, carlafbf@yahoo.com.br Lisle Freitas Rodrigues Licenciado e bacharel em Historia. Mestrando em Ensino de Hist6ria na Universida de Federal Fluminense (UFF), Professor da rede piblica do Rio de Janeiro/RJ, pat ‘ipante do Grupo de Experimentagdes em Ensino Hibrido, pareria entre 0 Instituto Peninsula e @ Fundagio Lemann. ceri frvodrigues@gmail.com Autores vil Femanda Schneider Lienciada em Letras, Mestre em Estudos Linguistics pela Universidade de Passo Fund (UPF), Doutoranda em Linguistica na Pontificia Universidade Catélica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora da rede publica federal em Ibirubi/RS, parte pate do Grupo de Experimentagdes em Ensino Hibrido, parceria entre o Instituto Peninsula ea Fundagio Leman fdesehneider@gmail.com via Ribelro de Moura, Lienclada em Matemtica, Especiaista em Avalingio Educacional pela Universida ded Estado do Rio de Janeiro (UERI). Embaixadora da Khan Academy pela Funda Gi Leman, Professora da rede piblica do Rio de Janeiro/RJ, participante do Gru po de Experimentagdes em Ensino Hibido, parceria entre o Instituto Peninsula © a Pundagio Lemann, Nlayinharmoura@hotmail.com Glauco de Souza Santos Licenclado em Histéria€ bachatel em Publicidad e Propaganda Professor da rede privada de Sio José dos Campos/SP participante do Grupo de Experimentagdes en Ensino Hibrido, parceria entre o Instituto Peninsula ea Pandagao Leman, slauco_ss@yahoo.com.br Leandro Holanda Fernandes de Licnciado em Quimica. Especialista em Teenologias Edueacionais pela Pontificia Un versidade Catdlica de Séo Paulo (PUC-SP). Mestre em Quimica pela Universidade de Sio Paulo (USP). Formador do projeto Inovacio nas Escolas pela Fundagao Lemann. Prfessor da rede pivada de Sio Paul/S_participante do Grupo de Experimentacies «emEnsino Hibrido, parceria entre o Instituto Peninsula ea Pundagio Leman, leandroholanda@yahoo.com.br Maria Alessandra Dubowski Naseimento Tend a em Processamento de Dados pela Facuklade de Tecnologia de Sao Paulo (TEC). Fspecalisia em Informatica na Educago pela Universidade Estadual de Lol 1a (UBL). Professora da rede plea de Salto Grande/SR paint do Grupo de Expert manages em Ensino Hibrido,pareria ene oInstitto Peninsila ea Fundagio Leman, ledubowski@hotmailcom Rodrigo Abrantes da Silva Licenciado em Histéria, Especialista em Histéria Contemporinea pela Pontificia Uni vetsidade Calica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor da rede privada de Sio Paulo/SR, participate do Grupo de Experimentagées em Ensino Hibrido, parceria enigeo Instituto Peninsula ea Fundagao Leman cilvatodtigo@ gmail.com vili Autores Verdniea Cannaté Licenciada e bacharel em Ciéncias Sociais. Pés-graduada em Sistema de Informagio pela Fundagio Santo André (PSA). Professora da rede privada de Sio Paulo/SR par eipante do Grupo de Expetimentages em Ensino Hibrido, parceria entre o Insti 0 Peninsula e a Fundagdo Lemann, verome@hounal.com Aneurin Bevan costumava dizer que a liberdade de escolha era itil sem 0 poder da escolha. Este é 0 poder dda aprendizagem personalizada Nao é uma falsa dicotomia entre a escolha e a vor, ‘mas uma aceitacio de que, jonar servigos piblicos, em seguida, as pessoas precisam ter ambos, Porque os alunos nao so apenas compradores de ensino ‘em um mercado; eles sio criadores da sua propria experiéncia educacional; e sua voz pode ajudar nesta mudanca. ‘Ambos como meio de envolver os altinos na sua prépria aprendizagem — os coprodutores dda educagio. E, como meio de desenvolver os seus talentos ~ usando sua vor para ajudar a criar escothas. Centre for Educational Research and Innovat (2006, p.x) SUMARIO Proficio José Armando W ApresentacSo do Instituto Peninsula Ant Maria Diniz Agresentacio da Pandagio Lemann Deuis Com a palavra, os organizadores Lian Bacich, Adolfo Tansi Neto, ernand de Mello Trevisani 1. Educagio hibrida: um conceito-chave para a educagiio, hoje Ensino hibrido: personalizagio e tecnologia na educagio. Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto, Fernando de Mello Trevisan, Otimizagio do espaco escolar por meio do modelo de ensino hibrido Fernanda Schneider Anexo: O estudante ¢ 0 ensino hibrido Carla Fer reiva Pires © professor no ensino hibrido 9 Holanda Fernandes de Lima, Flavia Ribeiro de Moura 47 67 81 89 12 410 Sumario Espagos dle aprendizagem Glauco de Souza Sanos ‘Anexo: A experiéneia da Escola Municipal Prof Coraly de Souza Freire Maria Alessandra Dubowski Nascimento A avaliagio e a tecnologia: a questio da verificagio de aprendizagem no modelo de ensino hibride Brie Freitas Rodrigues Ai al exo: Relatando minhas experiéncias. 1 Soares Silva As teenologias digitais no ensino hibrido. Alessandro Sunaga, Camila Sanches de Carvalho Quando a inovagao na sala de aula passa a ser tim projeto de escola. Verdniea Cannatd A-cultura escolar na era digital: o impacto dla aceleragiio tecnologica na relacao professor-aluno, no curriculo e na organizagio escolar Rodrigo Abvances da Siva, Ailton Lv Camargo Planejando a mudanca. Lilian Bacich, Adolfo Tansi Neto, Fernand de Mello Trevisant ‘Anexo 1; Fsclarecendo diividas sobre ‘0s modelos de ensino hibrido AAnexo 2: Recursos: sugestbes 103 23 138 M41 169 191 248, 263 PREFACIO OENSINO HIBRIDO VEIO PARA FICAR ama honra e um grande praver poder prefaciar um livro. A honta de ser eszolhido pelos autores para apadrinhar a obra e torné-la piiblica, O prazer de ver mais um livro sendo publicado e conhecimentos sendo disseminados. No entanto, neste caso, o prazer é ainda maior pela releviincia da tematica tratada, ou seja, os embasamentos tedricos, as experiéncias e as reflexses so- bre o ensino hibrido. Como seré discutido ao longo do livro, o ensino hibrido & uma abor " dagem pedagégica que combina atividades presenciais e atividades realiza- das por meio das tecnologias digitais de informagao e comunicagao (TDICS) Existem diferentes propostas de como combinar essas atividades, porém, na esiéncia, a estratégia consiste em colocar o foco do processo de aprendiza- gem no aluno e ndo mais na transmissio de informagao que o professor tra dicionalmente realiza. De acordo com essa abordagem, o contetido e as ins truedes sobre um determinado assunto curricular nao séo transmitidos pelo professor em sala de aula. O aluno estuda 0 material em diferentes situa: ‘goes e ambientes, ea sala de aula passa a ser o lugar de aprender ativamen- te, realizando atividades de resolugao de problemas ou projeto, discussées, laboratérios, entre outros, com apoio do professor e colaborativamente com os colegas. © ensino hibrido segue uma tendéncia de mudanga que ocorreu em praticamente todos os servicos e processos dle produgio de hens que incor poraram os recursos das tecnologias digitais. Nesse sentido, tem de ser en- tendido nao como mais um modismo que cai de paraquedas na edueagio, mas como algo que veio para fear. 44 Bacich, Tanzi Noto & Trevisan (Orgs.) Se tragarmos um paralelo com os demais segmentos da nossa socieds de, como o sistema baneétio, 0 comércio, as empresas, o que esta sendo pro posto no ensino hibrido tem muitas caracteristicas semelhantes aos proce dlimentos observaos atualmente nos servigas e nos processos de produca No caso do sistema bancério, no inicio dos anos de 1980 o cl um banco era totalmente dependente e vinculado a determinada agéncia, {que detinha todas as suas informages bancérias, como a ficha com sua as sinatura, seus dados pessoais, etc. O cliente era reconhecido somente nessa agéncia, Se atravessasse a rua e fosse a outra agéncia do mesmo banco, seria totalmente desconhecido e essa agéncia teria poucas condigoes de ajudé-to A informatizagao do sistema bancério permite que o cliente, por meio do cartdo do banco, carregue consigo todas essas informagbes de modo que ‘qualquer agéncia do banco possa reconhecé-lo, Além disso, permite que ele use o sistema 24 horas, e até mesmo realize as transagoes bancaias dire tamente de sua casa, Ou seja, o banco tomou esse cliente independente de tuma determina agéncia e passou a ele a responsabilidade de gerenciar suas atividades bancaias. O interessante & que isso nao significou o desapareci ‘mento das agéncias bancérias. Muito pelo contratio, elas continuam existin. do, porém sua funcéo é muito diferente. Elas existem para ajudar o clien te resolver problemas, a tomar decisdes sobre aplicacdes financeiras, ete. (0 mesmo acontece com servigos como comércio, lojas, supermercados, restaurantes por quilo. Antigamente o fregués era servido. Hoje ele se ser ve e tem a responsabilidade do que coloca em seu prato ou em seu carrinho Todas essas transformagées fizeram com que © foco das atividades, {que anteriormente estavam nos agentes que proviam esses servigos, passas- se para os usuarios. Além disso, as tenologias permitiram que o cliente se desvinculasse de um determinado local para realizar suas atividades, como aconteceu com as agéncias bancaias. Fssas facilidades, gostemos ou nao, vieram para fica. f inimagindvel pensar no sistema bancdrio como ele funcionava hé 30 anos. O mesmo vale para praticamente todos os servigos e processos de produgao que foram im plantados até as primeiras décadas do século XXL Por sua vez, um dos poucos, se nfo 0 tnieo servigo que ainda nao pas: sou por essas inovagbes, & a educagio. O foco ainda esté no professor, que detém a informagio e “serve” seu aluno. A aprendizagem do aluno ainda esté centrada na sala de aula, Ea responsabilidade pela sua aprendizagem ainda é do professor “Oensina hibrido é a tentativa de implantar na edueacdo o que foi reali zadlo com esses outros servigos e processos de produgio. A responsabilidade da aprendizagem agora é do estudante, que assume uma postura mais pat- _ ticipativa, resolvendo problemas, desenvolvendo projetos e, com isso, crian- Ensino hibride | 4§ do oportunidades para a construgio de seu conhecimento. O professor tem a fungao de mediador,consultor do aprendia. B-asala de aula passa a ser 0 local onde o aprendiz tem a presenga do professor e dos colegas aunilian doo na resolugdo de suas tarefas ena significacao da informagio, de modo aque ele possa desenvolver as competéncias necessirias para viver na socie dade do conhecimento. Essas mudangas nos processos educacionais proporcionadas pelo ensi no hibrido sio quase naturas, e hd vitias razdes para que sejam extrema mente benéficas para o processo de ensino e aprendizagem __ No ensino hibrido, o estudante tem contato com as informagées antes “deentrarem sala de aula, A concentracio nas formas mais elevadas do tra balho cognitivo, ou sea, aplicagio, andlise, sintese, significacao e avaliagio " desse conhecimento que o aluno construiu ocorrem em sala de aula, onde cle tem o apoio de seus pares e do professor. O fato de o estudante ter-con- | tato com o material instrucional antes de adentrar a sala de aula apresenta Sumer Primeiro, 0 aluno pode trabalhar com o material no Seu sitmo:e tens tardesenvalvaco mii de compreensio posivl Os videos gravedos tom sico um dos recursos mais utiizados pelo fato de o aluno poder assist-los. ‘quantas vezes for necessério e dedicar mais atengio aos contetidos em que presenta maior dificuldade, Além disso, se o material é navegave, com re cursos teenol6gicos como animacéo, simulacao, laboratério virtual, entre ‘outros, ele pode aprofundar ainda mais seus conhecimentos Segundo, o estudante ¢ incentivado a ser mais aut6nomo e a se prepa: “rar para a aula, realizando tarefas ou autoavaliagées que, em geral, fazem pate das atividades on-tine, Com isso, pode entender o que precisa ser mais ‘bem trabalhado, identificardividas que poderdo ser esclarecidas em sala de aula e saber como aproveitar o momento presencial, com os colegas e com © professor, “Tercero, 0 resultado da autoavaliagio, que normalmente faz parte do material sendo trabalhado antes da sala de aula, é um bom indicador do ni- «vel de preparo do altno, Esse resultado sinaliza para o professor os temas cem que os estudantes apresentaram maior dificuldade e que devem ser tra balhados em sala de aula, Nesse sentido, 0 professor poce customizar as at Vidades presenciais segundo as necessidades dos aprendizes. O proprio es tuiante, de acordo com as deficiéncias observadas, pode identificar areas nas quais precisa de ajuda. Essas dficuldades podem sero ponto de partida _para as atividades que o professor selecona para trabalhar em sala de aula Quarto, se o estudante se preparou antes do encontro presencial, 0 tempo da aula pode ser dedicado ao aprofundamento’da sua compreensio acerca do conhecimento construido, sendo possivel recuperilo, apicé-lo e, \ com isso, construir novos conhecimentos. De acordo com as teorias sobre 16 Bacich, Tanzi Neto & Trevisani (Orgs.) fendizagem, essa é uma importante fase esse processo, que, tradicional, o aluno realiza apés a aula e sem o apoio clos eolegas e do pro- hibrido, esse apoio ocorre no momento em que o estudan- te mais necessita, ou seja, justin time. Finalmente, as atividades em sala de aula incentivam as trocas sociais centre colegas, como acontece em algumas estratégias usadas na implanta- ‘gio do ensino hibrido, Essa colaboragio entre alunos e a interacio do aluno fessor: No ens et catocts de enn Hw RaManetcle teen Miedla & proporconado pelos etdor sobre a prcepgio eo desempenh dos es tuarnes que paveipam dessa expeiéncla, Deae 0 no 2000, quando sults sobre a aveliagio do desempenno dos estudantes que patcipe bido eftas negatives, lguns professres argument que, et € fo, alunos aprenderem por meio das exposigdes e apresentagdes no sistema tra- alton sedan hats fell queaprenarn vn aides online SaaS, Ours cleo imben ees @ esta oa als your dc A a cae ent Ertan, 2 ieee SS pode ocorrer com essa nova abordagem. Por exemplo, o fato de o professor ‘estar preparando videos para os alunos assistirem antes das aulas, na verda- de, esté condensando a aula em um sinico formato, mais curto e necessaria- eee SENN caso, a0 na = init edeaememaepeseleanadans mas como materia gore profes (iRiccececenntaae sie cional Eada que ele custo e exten iterescs para que mas lanes Sejm tends com menor eit, ensng hd pode se isto como Uh cna Agia por tis € Ensino hibeido 47 assstindo a uma “superaula”. Nessas condigdes, como 0 aluno jé foi bem instruldo, a sala de aula pode contar com professores menos qualificadlos pera simplesmente avaliar as tarefas previstas. Essa visio deturpada perver teexatamente 0 aspecto mais importante do ensino hibrido, que é 0 de pro. mover a autonomia e a responsabilidade do aprendiz, de modo que ele te rnha um contato mais profundo com o material de apoio e, em sala de aula, possa ser desafiaco por um professor bem preparado que saiba eriar cond- gfes para consolidar o processo de construgio do conhecimento. Fica claro que a implantagao do ensino hibrido requer a boa formacio + do professor, a adequagao do curriculo, bem como das atividades curricula- “res da dindmica de sala de aula, A chance de banalizagiio é grande, como jé aconteceu com insimeras sclugdes implantadas no ensino tradicional, mas ha esperanga de que isso rio acontega com 0 ensino hibrido, Assim, torcemos para que essa pro. posta possa ser cada vez mais bem elaborada, evitando que atalhos sefam construidos e propostas como se fossem inovadores. Este livro é uma tentativa de mostrar como o ensino hibrido pode ser implementado e o que ele pode oferecer como proposta de mudanca do en sino tradicional, Teorias, experiéncias e argumentos pedagégicos existem. Agora, & necessario colocar esses conhecimentos em pritica e que os educa- dores possam entender que o ensino hibrido veio para ficar! José Armando Valente Livre Docente pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Professor Titular do Departamento de Multimeias, Midia © Comunicagéo do Instituto de Artes da Unicamp APRESENTAGAO DO INSTITUTO PENINSULA O Instituto Peninsula acredita que é possivel transformar a realidade da edu. ‘acdo brasileira por meio de um professor que acredite de verdade em seu potencial de catalisador para fazer seus alunos aprenderem, Que possa des: pertar neles a curiosidade, por meio da qual cada um seré guiado pelo inte rmindvel mundo do aprender e do conhecimento, Que confie em si a ponto de aceitar que no é 0 tinico detentor de conhecimento no processo de en. sino e aprendizagem, Quando isso acontecer, o Brasil ser de fato um pais diferente. Somen- te nesse dia estaremos no eaminho seguro para extinguir a principal barrei re que nos separa dos paises ricos: a barreira do conhecimento, Nossos pro fessores serdio bem preparados, cheios de entusiasmo para ensinar, aprender ceestimular cada crianca e adolescente a se interessar pelo aprendizado con- templando os diversos olhares: da vida, da natureza e da art. Com esses ideais, o Instituto Peninsula foi constituido, com a missiio de contribuir para a educagio basica de qualidade de criangas e adolescentes, no Brasil a partir da formagao, da valorizacio ¢ do fortalecimento de pro: fessores como agentes multiplicadores de modernos métodos de ensino € aprendizagem. F com essa visio que apresentamos o livro Ensino hibrido: personaliza co e tecnologia na educagdo, fruto das observagdes ¢ préticas de um grupo de professores brasileiros, que experimentaram diferentes abordagens em sela de aula com 0 objetivo de promover a personalizacao da aprendizagem aliada a0 uso de recursos tecnol6gicos, Esse processo rico em experimenta bes € descobertas incentivou a construcio do primeito curso brasileiro so: bre ensino hibrido, idealizado com 0 intuito de provocar reflexées mais am: plas sobre a prética docente. Nele é possivel acessar diferentes propostas de 20 Bacich, Tanzi Neto & Trevisan (Orgs.) aulas para promover uma aprendizagem mais significativa e que acompanhe ritmo de cada aluno, O livro Ensino hibrido: personatizagdo e tecnologia na educapdo aborda de forma muito peculiar temas essenciais, como a importincia do ensino hi brido para a educacdo, o papel do professor, a atimizagio do espaco, a ava liagao, as tecnologias digitais, a cultura escolar e,finalmente, o envolvimen. to da gestio nesse processo de novas possibilidades. Esperamos que este livro seja fonte de inspiragiio, o ponto de partida para todos aqueles que esto em busea da ampliagao dle habilidades e do re pert6rio para suas praticas como professores. Bem como que novas possibi lidades sejam compartilhadas e préticas implementadas com um olhat sin gular para o percurso educacional do aluno no século 21, possibilitando, as sim, que a arte de ensinar e aprender transcenda as paredes da escola, Boa leitura a todos! Ana Maria Diniz Presidente do conselho do Instituto Peninsula APRESENTAGAO DA FUNDAGAO LEMANN Promover a exceléncia com equidacle na eduicagéo, ou seja, garantir que to- dos os brasileitos tenham acesso a uma edueagéo de exceléncia é um dos grandes objetivos da Fundago Lemann, Para cumprir essa missio, desen. volvemos e apofamos projetos inovadores, realizamos pesquisas para emba. sar politicas piblicas, oferecemos formacao para profissionais da educacio ¢ para liderancas de diversas dreas capazes de contribuir para as transforma: {ies sociais no Brasil. Dessa forma, buscamos criar um ecossistema virtuo- Sc em que tecnologia e inovagio dialogam com a realidade educacional do pais, a0 mesmo tempo em que fortalecem o papel relevante dos educadores dos profissionais do setor na garantia do aprendizado de todos os alunos. Por seu potencial acelerador de transformagées em escala, a tecnologia uma das grandes apostas da Fundacio Leman na superacio dos desafios ceducacionais urgentes de um pais com as dimensées do Brasil, Longe de ser um fim em si, ela pode contribuir para assegurar que o ensino ocorra de ma: neira dinamica, personalizada e abrangente. J4 so muitas as solugées ino. vedotas para a educagio com bons resultados sendo acompanhados. O aces: sc. plataformas on-line abre oportunidadles para que o aprendizado em. po ocorra simultaneamente e sem limitagdes geograficas, ao mesmo tempo fem que permite que cada aluno se desenvolva do seu jeito, Para o professor, essa personalizacdo garante 0 acompanhamento do percurso de aprendizagem de cada aluno, sem que isso demande ainda mais hhotas de trabalho drduo. Com uma perspectiva clara do ritmo de cada este dante, o educador pode estimular os mais habilidosos com desafios e tam. bem concentrar seus esforgos junto aqueles com dificuldades especificas. AAlém disso, ele pode promover a interago entre os alunos, estimulando a ecoperagao no processo de aprendizagem, 22 Bacich, Tanzi Noto & Trevisan (Orgs.) Fundagio Lemann eo institute Peninsula esperam ampli as posible sala de aul, tendo sempre como foo 0 aprendiado de todos os alana. sara cnet ¢ saat cone coals seapecin SE otonare COM A PALAVRA, vole habldades prs supers s lmtagios enfrovass drone ea OS ORGANIZADORES sala eal, empezando a ecole pesonaliagio come flags Denis Mizne Diretor-Bxecutivo da Fundagdo Leman Ensino hibrido: personatizagéo e tecnologia na edueagio & um livro feito pot piofessores para professores. Ele é fruto das reflexes dos coordenadores & professores que participaram do Grupo de Experimentagées em Ensino Hi- brido desenvolvido pelo Instituto Peninsula e pela Fundacio Lemann, cujo objetivo foi levar um grupo de professores a vivenciar novas formas de atua: fo, planejamento ¢ uso integrado das tecnologias digitais em sala de aula, ra que verificassem até que ponto esses eneaminhamentos metodolégicos Pederiam impactar nos resultados esperados em relacio ao desempenho de Neste liv, os letores ter a oportunidade de aprender a partir de ex perigncias reais. Essas vivéncias compartilhadas serdo momentos de refle xdo sobre os modelos de ensino hibrido e sua relacio com a personalizagao do ensino. A expectativa & apresentar aos educadores possibilidades de inte sgrgio das tecnologias digitals ao curriculo escolar, de forma a alcangar uma sétie de beneficios no dia a dia da sala de aula, como, por exemplo, maior engajamento dos alunos no aprendizado e melhor aproveitamento do tem. pc do professor para momentos de personalizagio do ensino por meio de in te-vengies efetivas, 0 papel do professor é essencial na organizagio e no direcionamento ‘de processo. O objetivo & que, gradativamente, ele planeje atividades que pessam atender as ‘eais da sala de aula, identificando a necessi- | dade de que o processo de ensino e apre! de forma colabora- " tiva, com foco no compartilhamento de experiéncias e na construgao do co- “necimento a partir das interacdes com o grupo. Essas interagées, em alguns momentos, sao feitas por meio de tecnologias digitais e, em outros, aconte- ‘cem nas discussdes de questées levantadas em sala de aula ¢ na utilizagao ‘des mais variados tipos de materais. 24 Bacich, Tanzi Neto & Trevisan (Orgs.) As reflexdesreaizadas pelos professores do grupo tiveram como pon sartida os resultados da pesquisa realizada pelo Clayton Christensen, Institute sobre as aplicagées do ensino hibrido em escolas dos Estados Unt dos foram enriquecidaspelasdiscussbes que ocorreram no workshop con duzido por Michael Horn, baseaco em seu limo Blended A equipe de ges to do Grupo de Experimentagées, formada por representantes do Init to Peninsula e da Fundacio Lemann, coube a elaboracio das propostas de desafios pelos quas 0s 16 professores do grupo, lecionando em wirmas da exlucagio hisica em escolas paiblicase privadas do Brai, passaram duran £© 08 oto meses de experimentacao. Essas propostas de desaio,inspradas so livro Blended, foram implementadas de acordo com as earacteraticas de nossa cultura e de nossa realidad escolar Aspectos como o papel do profesor, a valorizago e construgio da au tonomia do aluno, a onganizagéo do espaco escolar para fciitar ages de petsonalizagaoe para o uso integrado das tecnologias digits, reflex so bre qual a melhor forma de avaliagao eo envolvimento da gestao pata pro piciar uma madanga gradativa na cultura escolar foram alguns dos temas propostos nessa implementagao. Mas como organizar esses temas? Pensa ‘mos em uma implementacio em que pegas de uma engrenagem se artic Jam com o objetivo de levaro grupo arefletir sobre a melhor forma de atar em sala de aula na realidade brasileira atual th, "HORN, M. B.; STAKER, H, Blended: usando a inovago disruptiva para aprimorar & educagio, Prefieio de Clayton M, Christensen, Porto Alegre: Penso, 2015, Ensino hibride 25 Além de reflexdes tedricas sobre esses aspectos,o livro conta com uma bagagem de casos bem-sucedidos que podem servir de exemplo para a im. plementacio, por parte dos professores e/out da equipe de gestao da escola, de modelos de ensino hibrido na realidade brasileira atwal essa forma, a obra encontra-se assim constituida: iniciamos com uma reflexiio sobre a educacao hibrida e sobre as concepgdes que norteiam o es. tudo sobre o tema e, em seguida, discutimos a proposta de ensino hibri do que é base da abordagem proposta ao Grupo de Experimentagoes. Na sequéncia, contamos com os capitulos elaborados pelos professores que fi zeram parte do Grupo, em que pepel do professor, o papel do estudante, a organizagio do espaco escolar, a avaliagao de ensino, a cultura escolar e a gestao escolar, enriquecidos por exemplos de utilizagio de modelos hibridos em cada situagio. AA proposta deste livro se assenta na larga experiéncia de professores que refletitam a partir das experiéncias préticas e buscaram apoio na lite ratura para embasar suas reflexdes. Assim, com essa proposta, procuramos preencher a lacuna identificada em relacio as referéncias nacionais sobre 0 uso e a implementagio de modelos de ensino hibrido em sala de aula. cada um dos seguintes temas é abordado: 0 Lilian Bacieh Adolfo Tanzi Neto Fernando de Mello Trevisan Organizadores 1 EDUCAGAO HIBRIDA Um conceito-chave para a educ: 10, hoje MUITAS MISTURAS ‘Hibrido significa misturaelo, meselado, blended. A educacio sempre foi m terada, hibrida, sempre combinou virios espagos, tempos, atividades, me- tcdologias, puiblicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a conectvi dade, € muito mais perceptivel, amplo e profundo: &-um ecossistema mais, aberto ¢ eriativo, Podemos ensinar aprender de intimeras formas, em to- dos os momentos, em miiltiplos espagos, Hibrido & um conceito rico, apro- priado e complicado, Tudo pode ser misturado, combinado, e podemos, com ‘0s mesmos ingredientes, preparar diversos “pratos", com sabores muito di ferentes. _ A mistura mais complexa ¢ integrar 0 que vale a pena aprender, para “que e como fazé-lo. O que vale a pena? Que contetidos, competéncias ¢ va- lres escolher em uma sociedad tio multicultural? O que faz sentido apren- der em um mundo téo heterogéneo e mutante? Podemos ensinar a mudar se nés mesmos, os gestores e docentes, temos tantas dificuldades em tomar docisbes, em evoluir e em ser coerentes, livres, realizados? Podemos ensinar de verdade se nao praticamos 0 que ensinamos? ‘Aedlucagio 6 hibrida também porque acontece no contexto de tuma so: iedade imperfeita, contraditéria em suas politicas e em seus modelos, entre 6s ideais afirmados e as préticas efetuadas; muitas das competéncias socio: ‘emocionais ¢ valores apregoados no so coetentes com o comportamento, -cotidiano de uma parte dos gestores, docentes, alunos e familias 28 —_Bacich, Tanzi Noto & Trovisani(Orgs.) ’ £m uma sociedade em mudanga, em consiugéo, Central, com profisionas om etagis desigusis de 8 | evolucto cognitiva, emocionale moral, tudo é mats eed complanc.e afc, Uma escola impertelta 62 expressto de time socledade tembém impertelia, hibrida, contract tro, pl foci debe emocionais) e pelas saber conviver e aprender (© eensino é hibrido, também, porque no se reduz. ao que planejamos institucional e intencionalmente, Aprencdemos por meio de processos orga- nizados, junto com processos abertos, informals. Aprendemos quando es- tamos com um professor e aprendemos sozinhos, com colegas, com deseo: rnhecidos. Aprendemos de modo inteneional e de modo espontaneo, quando estudamos e também quando nos divertimos. Aprendemos com 0 sucesso € ‘com o fracasso. Hoje, temos iniimeras formas de aprender. Por que tantos se perdem, ndo se interessam, abandonam o que iniciaram? ensino é hibrido porque todos somos aprendizes e mestres, consumi- dores e produtores de informacio e de conhecimento, Passamos, em pouco tempo, de consumidores da grande midia @"prosumidores” ~ produtores © “consumilores ~ de miiltiplas midias, plataformas e formatos para acessar in- formagdes, publicar nossas histrias, sentimentos, reflexes e visio de mun- do, Somos 0 que escrevemos, 0 que postamos, o que “curtimos". Nisso ex. pressamos nossa eaminhada, nossos valores, visio de mundo, sonhos elimi: tagbes. Em um sentido mais amplo, h4é muitos portais e aplicativos que faci. litam a qualquer um tornar-se professor, ensinar algo que interesse a alguém (de forma gratuita ou paga). Todos nés ensinamos e aprendemos tempo todo, de forma muito mais livre, em grupos mais ou menos informais, aber tos ou monitorades, Na eduecagio, acontecem vitios tipos de mistura, blended ou educacio hibrida: de saberes e valores, quando integramos varias areas de conheci mento (no modelo disciplinar ou no); de metodologias, com desafios, ati- vidades, projetos, games, grupais e individuais, colaborativos e personaliza- Hibrido também é a ar Ensino hibrido 29) de processos de ensino e aprendizagem mais formais com aqueles de educagio aberta e em rede, Implica misturar e integrar éreas, profssionais e alunos diferentes, em espagos e tempos distintos. So muitas as questdes que impactam o ensino hibrido, o qual nao Se! _ reduz. a metodologias ativas, ao mix de presencial e on-line, de sala de aula € outros espagos, mas que mostra que, por um lado, ensinar e aprender nun: cafoi tao fascinante, pelas intimeras oportunidades oferecidas, e, por outro, tio frustrante, pela difculdadies em conseguir que todos desenvolvam sew potencial ese mobilizem de verdade para evoluir sempre mais Qual &a melhor combinagio dessa mistura? Como juntar 0 melhor de caia ingrediente e conseguir um resultado excepcional? As instituigées educacionais atentas as mudangas escolhem fundamen: talmente dois eaminhos, um mais suave ~ alteragées progressivas - e outro mais amplo, com mudaneas profundas. No caminho mais suave, elas man- de aula invertida. Cura tues pros ‘qe rodsehamo pro, os aa areas erdalegascom ben “proprio ritmo e de acordo com sua necessidade, além de aprender também ‘com os outros estudantes em grupos e projetos, ob supervisio de professo= res orientadores, EDUCAGAO HIBRIDA EM MODELOS PEDAGOGICOS MAIS INOVADORES As instituigées mais inovadoras procuram integrar algumas dimensées im- Portantes no seu projeto politico-pedagégico: 4} Rnfase no projeto de vida’ de cada aluno, com orientagao' ae wnt / mentor: 2) finfase em valores e competéncias amplas: tle conhecimento esocioemo- /cionais; “Cet de aprendungem deci sun conPinsde com metodo _ ativas grupais (desafios, projetos, jogos significative com integragao de tempos, espagos ¢ teenologias digas. 30. Bacich, Tanzi Neto & Trevisani (Orgs.) Aconstrugao do projeto de vida Puy, stintaen spt Seats shine see ncaa a>) Secret wel” de uma vida com significa do, com motivagio profunda a disp x io de futuro. Professorese pais, nessasescolas inovadoras, transmitem uma mensa gem fundamental para as crangas: *Persigam seus sonhos”.Além disso, au dla os exudantes reals oe QeamERERADBAN, resto que tals objet vos, depois, mudem. Nosso maior desafio ¢ aprender a nos transformar em pessoas cada vez mais humanas, sensveis,afetivas e realizadas, vivendo de forma simples, andando na contramao de muitas vies matetalistas, egols tas e deslumbradas com as aparéneias. De pouco adianta saber muito se nfo saimos do nosso egoismo nem praticamos o que conliecemos, ‘cada aluno (histéria), para 0 ae contents au pane sie capers fetus i pote se ‘Ver a aprendizagem como algo ligado & histéra de vida é entender que la estdsituada em um contexto, e que também tem histrla- tanto em termos de histérias de vida dos individuos e historias e trajetGrias das intituigdes que oferecem oportunidades formais de aprendizagem como de histdrias de comunidades e situagbes em que a aprendizagem informal se desenvolve. (GOODSON, 2007, p. 250), O curriculo e a aprendizagem sio narrativas que também s a0 longo do percurso, em contraposi¢ao as narrativas prontas, definidas pre- vviamente nos sistemas convencionais de ensino. Cada um de nés vai construindo seu projeto de vida na fluéncia de uma — mw Ensino hibrido 34 ue se interligam e recombinam inces: narrativa dinamica com enredo fluido, costu- -compartilha- navrativa em construgio, nossa existéncia adquire mais sentido quando con- seguimos perceber alguma coeréncia, alguns padrées importantes, junto com algumas descobertas iluminadoras. Construfmos a vida como uma narrativa, com enredos miiltiplos, bem como diversos atores internos e externos, que se cexylicita nessa troca incessante de mensagens, vivencias e saberes vida & & {mb Steen ign -o : ~ ilumina nosso passado e presente, bem como orienta A ‘2/0, por meio de comunicacao e compartilhamento ~ a construir historias de Vida que facam sentido, que nos ajucem a compreender melhor o mundo, aos demais e a nés mesmos; que nos estimulem a evoluir,a fazer escolhas, nos li- bertem das nossas dependéncias e nos tornem mais produtivos e realizados ‘em todos os campos, como pessoas e cidados. ‘tomar significativa a aprendizagem na vida dos estudantes por meio da inte- | A educacio de qualidade nos ajuda a construir histérias relevantes. “ pore sv grande ste quale a pea sera egte "a construimos em eapitulos sucessivos: como criangas,jovens, adultos e ido- “Sos; Isso amplia enormemente o potencial motivador para viver ¢ facilita a percepcéo de que, no meio de miltiplas pequenas histérias, estamos cons: trundo uma narrativa silenciosa que as integra em uma sequéncia significa tive. Costumamos dar muito mais énfase a contetidos especificos do que A corstrugao dessa narrativa integradora de vida. de historia que precisa ser estimulada em Infeliz- ‘meate, muitos 6 navegam na superficie das acontecimentos, sem construir um sentido mais profundo para sua existéncia, Nao basta estar conectado para aprender o essencial 32. Bacich, Tanzi Neto & Trevisani (Orgs) Enfase em valores e competéncias amplas: de conhecimento e socioemocionais ‘O centro do projeto pedagdgico das escolas inovadoras é a construgio de va- lores fundamentais sélidos e, a partir deles, das competéncias cognitivas e socioemocionais da comunidade edueadora. Os valores, as competéncias e vamp dann prmora confinados nos documentos oficiais, mas “ culo, na formagao continuada e na pratica docente, na A ceducacio é um processo de desenvolvimento humano que ocorre na aprendizagem 360 graus: uma aprendizagem ampla, integrada, desafiado. t,o mundo comple de MaRS al ‘mostran- Gi vnunce pai ogmton enna chee delibaaade ‘Aprender é um processo ativo e progressivo. Como disse Peter Senger Recetas ETD + mos". E desenvolver um conjunto integrado de competéncias de aprender a conhecer, a conviver, a ser e a agi. ‘A comunicagio aberta, em miiltiplas redes, & um componente-chave para a aprendizagem significativa, pelas poss le acesso, troca, re se 8 ‘Tavero significado mais marcante de nosso trabalho e de maior aleance futur sejasimplesmente nosto modo de sere agrenquanto equ tir um ambiente Prot apr tudo isto inaudito na vida ‘comum. Nossasescolas, nosso governo, nossos negécios esto permeados da visio de que nem o individu nem 0 grupo so dignos de confianca Deve existir poder sobre eles, poder pata controas O sistema hierdrquico G inerente a toda a nossa cultura, (ROGERS, 1992, p. 66). Ensino hibrido 33 A comunicagio afetiva ~ com apoio das tecnologias ~ nos ajuda a ap‘ender a partir das historias de vida e dos sonhos de cada um dos alunos. <0 dlima de i acolhimento, confianga, incentivo e colaboragio é decisive para |< uma aprendizagem significativa e transformadora. “Se as pessoas so acei tase consideradas, tendem a desenvolver uma atte de mais consideragio em relacao a si mesmas” (ROGERS, 1992, p. 65). __Aaprendizagem depende também da motivacio profunda, se € intein- "seca ow extrinseca, Na intrinseca, a pessoa nio depende de controle exter no, de premiagdo ou punigio. Na exteinseca, o individuo depende de refor- gos exteros: nota, remuneragio, medo (BRITO, 1989) com a intrinseca, ‘nas € procedimentos, sobretudo com criangas, mas, posteriormente, é mais importante que seja internalizada pelos préprios estudantes, SQ Aaprondizagem & mals significative quando motivames os ‘ alunos em seu Inimo, quando oles acham sentido nas (>. ——SESESE Equilibrio entre compartilhar e personalizar ‘A aprendizagem acontece no movimento fluido, constante e intenso entre a coriunicagio grupal ea pessoal, entre a colaboracio com pessoas motivadas € oditlogo de cada um consigo mesmo, com todas as instncias que 0 com= Sem e definem, em uma reelaboragao permanente. SSE __culturas, cada um de nds precisa = 34 Bacich, Tanzi Neto & Trevisani (Orgs.) A instituigGes mais inovadoras propdem modelos educacionais mais integrados, sem disciplinas. Organizam o projeto pedagégico a partir de va lores, competéncias amplas, problemas e projetos, equilibrando a aprenci: zagem individualizada com a colaborativa;redesenham os espagos fisicos e ‘0s combinam com 0s virtuais com apoio de tecnologias digitais. As ativida des podem ser muito mais diversifcadas, com metodologias mais ativas, que combinem o methor do percurso individual e grupal: As teénologias mo- a cada situacio, | nhamento e aos que sabem aprender sozinhos. Conviveremos nos préximos anos com ‘com graus dil e “mist Isso exige uma mu danga de configuragio do curriculo, da participagao dos professores, da or ganizagio das atividades didaticas e da organizacao dos espacos e do tempo. ‘As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se em que “relevances, Se:queremos que r Desafios e atividades podem ser dosados, planejados, acompanhados ¢ avaliados com apoio de tecnologias. Os desafios bem planejados contr: buem para mobilizar as competéncias desejadas, intelectuais, emocionais, pessoais ¢ comunicacionas, Exigem pesquisa, avaliar situagées, pontos de vista diferentes, fazer escolhas, assum alguns riscos, aprender pela desco- berta, caminhar do simples para o complexo. Sie. | Nas otapaside formago, os alunos precisam do ‘ acompanamento de profissionals mals experientes para =P - siudéros a tornar conscientes alguns processos, a A estabelecer conexSes nfo percebidas, a superar etapas tnais rapidamente, a confrontélos com novas possibilidades. e durante 0 curs = Podemos oferecer propostas mais personalizadlas, para cada estilo pre dominante de aprendizagem, monitorando-as e avaliando-as em tempo real, Ensino hibride 35 fo que nao era p sivel na educagio mais massiva ou convencional. Os alu: nos mais pragméticos preferirio atividades diferentes daquelas escolhidas po: estudantes mais teéricos ou conceituais, ¢ a énfase nas atividades tam- bém sera distinta ~ tes em ritmos distintos e ib 1 professores. Esses recursos mapeiam, monitoram, facilitam e interaprendem ‘com a prética e a experiéncia (SIEMENS, 2005). Ha, hoje, um grande avan: {go na analise dos metadados, na geracao de relatérios personalizadlos, no desenvolvimento de plataformas adaptativas e aplicativos que orientam os professores sobre como cada aluno aprende, em que estigio se encontra & 0 (que 0 motiva mais (GOMES, 2013), Aescola pode integrar-se aos espagos significativos da cidade e do mun- do pelo contato fisico e digital: centros produtivos, comerciais e eulturais ‘museus, cinemas, teatros, parques, pracas, ates, entre outros. Podem or _ganizar também os curriculos com atividades profssionais ou sociais, com Ly uy eg para pensar como organizar de forma diferente a “sala de aula’ & olhar para algumas escolas inovadoras Por exemplo, os projetos das escol equilibram tempos de atividades individuais com as de grupo, sob a supervi sic de dois professores, de dreas diferentes (humanas ¢ exatas), que se preo- ‘cupam com projetos que permitam olhares abrangentes, integradores, inter- dlisciplinares. Acompanham o progtesso de cada aluno (toda sexta-feira con- ‘qual tem um mentor, que o orienta ‘emseu projeto de vida. Os estudantes fazem avaliagées quando se sentem pre- pparados. As: “desenvolvimento de © ambiente fisico das salas de aula e dla escola como um todo também foi redesenhadlo por essas instituicdes mais inovadoras, passando a set mais certrado no aluno. As salas de aula sio mais multifuncionais, combinam fa cilmente atividades de grupo, de plenario e individuais, Os ambientes estao caéa vez mais adaptados para uso de teenologias méveis. EK, Asescolas precisam ropensar esses espacos tho Auadrados para outros mals abertos, onde lazer e estudo & D> steam mals ntgrados, ud” "Para mais informagées, acessé: . 36 Bacich, Tanzi Noto & Trevisan (Orgs.) 0 que impressiona nas escolas com desenhos arquitetdnicos e peda gogicos mais avangados & que os espagos so mais amplos e agraddveis. Hi instituigbes mais em contato com a natureza, o que proporciona vantagens inegiveis para projetos de ecologia de aprendizagem mais integral (como 0 Projeto Ancora).? Também ha projetos em comunidades carentes, como 0 da Escola Municipal Campos Salles, em que os alunos dlesenvolvem roteiros de aprendizagem personalizados, em pequenos grupos, com o acompanha: ‘mento dos professores tutores ¢ 0 apoio dos dados da evolucao de cada alu: no, fornecides on-line por uma plataforma adaptativa.* Também no Rio de Janeiro e no Recife temos as escolas piblicas do projeto NAVE. Niicleo Avangado de Educagio -, que utiliza as tecnologias para capacitar alunos do ensino médio para profissées no campo digital. S30 ‘espacos grandes, com patios onde lazer e pesquisa se misturam.* (0s impactos positives do programa vém sendo colhidos também nas valiagées realizadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nos re sultados divilgados nas duas iltimas edigdes co exame, o Colégio Estadual José Leite Lopes obteve o primeiro lugar das escolas ligadas & Secretaria de Estado de Edueagio do Rio de Janeiro (SEEDUC-Ru), resultado também al canado pela Escola Técnica Estadual Cicero Dias, primeira colocada entre as escolas de Pernambuco vinculadas & Secretaria Estadual de Educagao de Pernambuco (SEP). Um dos exemplos brasileiros de foco nas competén cias socioemocionais ¢ 0 Colégio Estadual Chico Anysio, no Rio de Janeiro. Auunidade, inaugurada em 2013, faz parte de um projeto da Secretaria de _Edueago flaminensee do Insttto Ayrton Seana A excola tem jorada in tegral no ensino médio, mas sem contetido profissionalizante. Os eixos da formacio envolvem trabalho, convivio, aprendizagem ¢ autonomia (SAN- TOS; VIEIRA, 2014). ‘Outro conjunto interessante é composto pelas escolas puiblicas High ‘Tech High, que lembram laboratGrios multiuso, onde os alunos vao da ideia a realizagio e apresentagao das seus projetos, com apoio de ferramentas fi sicas e digitais, entre elas as impressoras 3D. Ha énfase na cultura do fazer (cultura maker) e nas competéncias socioemocionais.* 5 jcesse: 30s alunos se retinem em grupos de quatro integrantes para o desenvolvimento dos roteiros de pesquisa, Cada um tem 0 seu préprio roeir e segue um ritmo individual de ‘execigio das tarefassolicitadas, As atividadesextraclasse:aulas no cinema da escola, Visitas & comunidad, pesquisas na internet na sala de informatica, aulas de arte e de educacio fsica, Mais informagSes em: . Acesse: . Eni oohibrido 37 No ensino superior, a Area de sade foi pioneira em trabalhar com solu «io de problemas, jf na década de 1960, por meio da Universidade MeMas ter no Canad, e da Universidade de Maastricht, na Holanda (CYRINO; TO- RALLES-PEREIRA, 2004), Muitos cursos dle medicina trabalham com pro blemas, e também diversos cursos de engenharia adotam a Metodologia de Projetos, como a Olin College® e, no Brasil, o Insper,Institwigdes inovadoras, como o Institute of Design, de Stanford, admitem alunos de todas as dreas do conhecimento e desenvolvem projetoscriativos por meio da metodolo gin do design thinking.” Agora, com as teenologias méves, os modelos de problemas e prote siic mais hibridos. Uma parte das atividades évealizada no ambiente virtual e outta de modo presencial. Também hi maior flexbilidade para reunides Virtwais ou presenciais. © modelo hibrido é muito importante para aque- ‘Tes que trabalham com problemas e com projets. Instituigdes como a Uni sal, em Lorena, desenvolvem metodologias ativas como a aprendizagem por pates (peer instruction), por times e outros. Tratase de tuma das metodolo gias inovadoras aplicadas por professores nos diversos cursos. Outros mé todos uilizados sao 0 PBI. ~ Project Based Learning (aprendizagem baseada «em projets ou em problemas); o TBL~ Tean-based Learning (aprendizagem por times); 0 WAC - Writing Across the Curriculum (escrta por meio das dis ciplinas); € 0 Study Case (estudo de cas0).® Outra proposta interessante é a da Uniamériea, de Foz de Iguacu, que abeliu, em cursos como os de Biomedicina e Farmacia, a divisio por semes- tres ot anos; além disso, o curriulo néo é organizado por disciplinas, mas por projetos e aula invertida ‘Ao tiara diviséo por disciplinas,orientamos todas as competéncias necessaras através de projetos semestrais temticos, © aluno escolhe um problema real de sua comunidade ou regido para tra balhar os temas daquele periodo.”® As aulas expositivas também foram abo. lida Agora, os alunos estudam os conteidos em casa ou onde preferirem. Sto disponibilizados, em uma plataforma onne, videos, textos e um con: junio de atividades is quais os estudantes devem se dedicar antes de it & aula. Essastatefas so de dois tipos: um de fixacao e garantia de compreen sio do contetido e outro de problematizagio, que estimula a pesquisa e a trarsposiglo do conhecimento para problemas reais. Com isso, 0 tempo em Para mais informagées, consulte: Acesseo ste da instituigo em: ® Eri Mazur recebe prémio internacional pela eriagio de método aplicado no UNISAL 2014). " Ryon Braga, Diretor da Uniamiérica (KALENA, 2014), 38 Bacich, Tanzi Noto & Trevisan (Orgs.) sala de aula é usado para que os temas sejam debatidos mais profundamen: te, bem como para a realizagio dos projetos do semestr. Na educagio formal, alguns projetos pedagégicos dio mais énfase & aprendizagem grupal, enquanto outros, & individualizada. Ambos sao im- portantes e precisam ser integrados para dar conta da complexidade de na nossa sociedade cada vex mais dindmica ¢ incerta, aprend Em um mundo de tantas informagSes, oportunidades e caminhos, a qualidade da docéncia se manifesta na combinagio do trabalho em grupo ‘com a personalizacao, bem como no incentivo & colaboracio entre todos e, ‘a0 mesmo tempo, a que cada um possa personalizar seu percurso. As tecno: logias web 2.0, gratuitas, facilitam a aprendizagem colaborativa entre cole: gas préximos e distantes. Cada vez adquire mais importancia a comunica- fo entre pares, entre iguais, dos alunos entre si, que trocam informagées, participam de atividades em conjunto, resolve desalos, realizam projetos ¢ avaliam-se mutuamente, Fora da eseola, acontece 0 mesmo: a comunica: co entre grupos, nas redes sociais, que compartilham interesses, vivencias, pesquisas, aprendizagens, Cada vez mais a educacio se horizontaliza e se expressa em miiltiplas interacdes grupais e personalizadas. ‘A comunicacio por meio da colaboracio se complementa com a co- munieagdo um a um, com a personalizacao, pelo didlogo do professor com cada alino e seu projeto, com a orientacio ¢ 6 acompanhamento do seu rt mo, Podemos oferecer sequéncias didaticas mais personalizadas, monitoré: Jas e avalidclas em tempo real, com o apoio de plataformas adaptativas, 0 {que no era possivel na educagio mais massiva ou convencional. Com isso, ‘6 professor conversa, orienta seus alunos de forma mais direta, no momen: to que precisam e da forma mais conveniente. Sozinhos, vamos até certo ponto; juntos, também, Essa interconexio entre a aprendizagem pessoal e a colaborativa, em um movimento cont ‘nuo e ritmado, nos ajuda a avangar muito além do que fariamos sozinhos ou FF 2 Ensino hibrido 39 arenas em grupo. Os projetos pedagdgicos inovadores conciliam, na organi zagao curricular, espagos, tempos e projetos que equilibram a comunicagéo pessoal e a colaborativa, presencial e on-line. ( papel ativo do professor como design de caminhos, de atividades in dividuais e de grupo, 6 decisivo ¢ o faz de forma diferente. O professor se torna cada vez mais um gestor e orientador de caminhos coletivos e indivi duais, previsiveis e imprevisiveis, em uma construgio mais aberta, criativa ce empreendedora (0 que a tecnologia traz hoje é integracao de todas os espacos e tempos. Censinar e o aprender acontecem em tima interligacso simbidtica, profun- dee constante entre os chamados mundo fisico e digital. Nao sao dois mun: ‘mas um espaco estendido, uma sala de aula ampliada, que porque ‘eadasale:deinuly, mans nos muiltipios © Bitais. © professor precisa seguir comunicando-se face a face com os alunos, as também deve Fazé-o digitalmente, com as teenologias méveis, equi biando a interacio com todos e com cada um, (© digital facilita ¢ amplia os geupos e comunidades de pritieas, de saberes, de coautores. O aluno pode ser também produtor de informacéo, Ceautor com seus colegas e professores, reelaborando materiais em grupo, spaco fisico contando histérias (storytelling), debatendo ideias em um frum, divul- gando seus resultados em um ambiente de webconte na da web, Essa mescla entre sala de aula ¢ ambientes virtuais é fundamental para abrir a da insttuig ‘municagdo mais planejados, organizados e formais e outros mais abertos, cia, blog ou pag scola para o mundo e também trazer © mundo para dentro io. Outra mescla ou blended & aquela entre processos de co: como os que acontecem nas redes soc is,em que ha uma linguagem mais. familiar, maior espontaneidade e fluéncia constante de imagens, ideias € videos. Ha indicadores que nos permitem argumentar a favor do curricula por projets como uma matriz de mucdanga em potencal para aqueles Segmentos da educagio que entendem ser necessivio recuperar a tot Tidade do conecimenta e romper com o conservadorismo das prticas pedagégicas repettivas © acrkicas. (KELLER-FRANCO; MASSETTO, 2012, p. 12) 40 Bacich, Tanzi Noto & Trevisan (Orgs.) "aprende, pelo menos em pat (CHRISTENSEN; HORN; STAKER, ‘Todas as escolas podem implementar 0 ensino hibrido, misturado tanto aquelas que posstiem uma infraestrutura tecnolégica sofisticada como as mais carentes. Todos os professores, também EDUCACAO HIBRIDA EM MODELOS PEDAGOGICOS DISCIPLINARES Podemos ensinar por problemas e projetos em modelos disciplinares e sem disciplinas; com modelos mais abertos ~ de construgao mais participativa ¢ processual ~ com aqueles mais roteirizados, preparados previamente, mas executados com flexibilidade e forte énfase no acompanhamento do ritmo de cada aluno e do seu envolvimento também em atividades em grupo. “Um dos modelos mais interessantes para se fazer avangos ~_supervisionadas. poe 0 estude de determinado tema, ¢ 0 as informagées ba- sieas na internet, assiste a videos nina st wont 8 ‘ou na biblioteca. 0 passo fazer uma pedindo que a turma responda a trés ou & asang para dlagnuten oq ol apendia eos Ponce qe nee tam de ajuda, Em sala de aula, o professor orienta aqueles 4 adquiviram 0 bésieo para que possam avangar. aie ce problemas mais complexos a quem jé domina o essencial, assim, 0s es tudantes vao aplicando os conhecimentos e relacionando-os com a real dade. Um modelo um pouco mais complexo é partir dreto de desafos, 0 {que pode ocorrer em uma s6disciplina ou juntando-se varias. Ts ou qua as atividades mais criativas & ‘que se chama de aula invertida. Nela, o docente pro- Ensino hibrido 44 tro professores que trabalhem com a mesma turma podem propor um pro blema interessante, cuja resolugio envolva diversas reas do conhecimen: to, E importante que os projetos estejam ligados vida dos alunos, as suas motivag6es profundas, bem como que o professor saiba gerencia essas at vidades, envolvendo os estudantes, negociando com eles as melhores For mas de realizar a tarefa e valorizando cada etapa, principalmente a apre sentagao e a publicagéo em um lugar do ambiente virtual que seja visvel para além do grupo e da classe “A combinacio de aprendizagem por desafios, problemas reais e jogos ‘com a aula invertida é muito importante para zendo, juntos e no seu préprio ritmo, Os jogos eas aulas roteirizadas com a lirguagem de jogos estdo cada ver mais presentes no cotiiano escolar Para garagées acostumadas a jogar, a atvidades com desafis, recompensas, de campetigio e cooperagio sao atraentese fceis de percebe Muitas escolas e professores preferem, neste momento, manter os mo: delos de aula prontas, com rotetos definidos previamente, sobretudo os chamados sistemas de ensino, Dependendo da qualidade desses materais, das atvidades de pesquisa, dos projetos planejados e da forma de imple menté-los (adaptancdo-o & realidade local e com intensa participagio dos alunos), podem ser tteis, se nao forem executados mecanicamente, Um bom professor pode enriquecer materiais prontos com metodolo- "alas atvas: pesquisa, aula invertida, integracio na sala de aulae atividades: ‘Oreline, projtos integradorese jogos, De qualquer forma, esses modelos precisam também evoluir para incor para propostas mais eentradas no aluno, na colaboracao e na personalizagio. Em escolas com menos recursos, podemos desenvolver projetos signi ficativs e relevantes para os estudantes, ligados & comunidade, utlizando teenologias simples ~ como o celular, por exemplo ~e buscando 0 apoio de espacos mais conectados na cidade. Embora ter boa infraestruturae rect s0% gere mutas possibilidades de integrar aividades presenciais e on-line, muitos profesores conseguem realizé-las de forma estimtlante com recur $0% teenoldgicos miniios As escolas mais conectadas podem integrar melhor a sala de aula, os espagos da escola e do baitro 03 ambientes vrtuais de aprendizagem. Po ddem disponibilizar as informagdes basicas de cada assunto, atividade ou projeto em um ambiente on-line (Moodle, Desire2Learn, Edmodo € outros), bem como fazer atividades com alguns tablets, celulares ou ultrabooks den trv fora da sala de aula, desenvolvendo narrativas“expansivas”, que seco nectam com a vida no entorno, com outros grupos ¢ com os interesses pro fundos dos estudantes 42 Bacich, Tanzi Neto & Trevisan (Orgs.) © professor precisa ser competente dos pontos de vista intelectual, afe- tivo e gerencial (gestor de aprendizagens miltiplas e complexas). 180 exige profissionais mais bem preparados, remunerados, \ Infelizmente, no € o que acontece na maioria das instituigoes educacionais. @} CONSIDERAGOES FINAIS Algumas dimensées esto ficando claras na educagio formal: F) © modelo hibrido, misturado, competéneias am PI * curticulo é mais flexivel, com tempos e espacos integrados, combinadlos, presenciais evirtuais, nos quais nos reunimos de varias formas, em grupos e momentos diferentes, de acor do coma necessidade, com muita flexibilidade, sem os horaios rigidos © o planejamento engessado; 2}. Metodologias ativas com tecnologias digitais: aprendemos melhor por meio de pritieas, atividades, jogos, problemas, projetos relevantes do {que da forma convencional, combinanda colaboragao (aprender jun: tos) € personalizagao (incentivar e gerenciar os percursos individuais), Cada aluno desenvolve um percurso mais individual e participa em de terminados momentos de atividades de grupo. Nos cursos on-line, uma pat te da orientacio serd via sistema (plataformas adaptativas com roteiros se- miestruturados, que respondem as questes mais previsiveis),e a principal sera feita por professores e tutores especialistas, que orientaro os alunos nas questées mais dificeis e profundas. "Todos os processos de organizacéo do curriculo, das metodologias, dos tempos e dos espacos precisam ser revistos. Isso & complexo, necessé- rio € um pouco assustador, porque nao temos muitos modelos prévios bem: ssucedidos dos quais aprender, Estamos sendo pressionados para mudar sem | Ensino hibrido 43, muito tempo para testar, Por isso, & importante que cada institu esco Jardefina um plano estratégico para tais mudaneas. A principio, pode ser de forma mais pontual, apoiando professores, gestorese alunos ~¢ também al gas pais ~ que estfo mais motivados e tém experiéncias em integraro pre- Sencal 0 virtual, Podemos aprender com aqueles que estao mais avanca- dis em compartithar seus projetos, atividades e solugdes. Depois, precisa mnos pensar mais estruturalmente em mudangas. Capacitar coordenadores, professors e alunos para trabalhar mais com metodologias ativas, com cur Ficulos mas flexiveis, com inversio de pracessos (primeiro atividades on-t hee, depos, atvidades em sala de aula). Podemos realizar mudanas incre mmentais aos poucos e, quando possivel, mudangas mais profundas, disrupt: ‘2s, que quebrem os modelos estabelecidos. Se as mudancas da educagao depenclessem somente de cusiculos mais flexiveis, metodologias ativas etecnologias hiridas, seria mais fil conse guir realizé-las, Porém, essasalteragdes dependem de pessoas que foram ‘educadas de forma incompleta, com competéncias desiguais, valores contra Airis e prticasincoerentes com a teorin, A difieuldade de uma parte dos _gestores educadores em saber convivere trabalhar juntos dificuta muito ‘que 0s avangos necessérios no ensino hbrido sejam implementados rapida.. Iente, Precisamos muar a educagéo para poder mudar 0 mundo, come gando por nds mesmo. }} REFERENCIAS BEITTO, S, Psicologia da aprendizagem centrada no estudant. 3. ed. Campinas: Pa pius, 1989, BRUNER, J. A Gultura da educagdo. Porto Alegre: Aremed, 2001 CHRISTENSEN, C. M.; HORN, M. Bs STAKER, H. Bnsino hibrido: uma inovacio dlisruptiva? 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Acesso em: § mat. 2015. 2 ENSINO HIBRIDO Personalizagao e tecnologia na educagao LILIAN Bacicit [ADOLFO TANZI NETO FERNANDO DE MELLO TREVISANI Estruturalmente, a escola atual nao difere daquela do inicio do séeulo pas: sail. No entanto, os estudantes de hoje nfo aprenclem da mesma forma que os do século anterior y Criangas e jovens esto cada vez mais conectados as 4 tecnologlas digitais, configurando-se como uma geragao =~ que estabelece novas relagdes com o conhecimento © Ree We, portato, equer que ranstormag 9's acontegam na Essas constatagdes no sio novidade na educagio, e muitos estudos tm se dedicado a discutir esses temas. A integragéo das tecnologias digitais na educacio precisa ser feita de modo criativo e critico, buscando desenvolver a autonomia e a reflexdio dos seus envolvidos, para que eles nao sejam apenas receptores de informacées, 0 projeto politico-pedagégico da escola que queira abarcar essas questées precisa ponderar como fazer essa integracio das tecnologias digitais para {que os alunos possam aprender significativamente em um novo ambiente, {que agora contempla o presencial eo digital 0 uso de tecnologias digitais no contexto escolar propicia diferentes possibilidades para trabalhos educacionais mais significativos para os seus participantes. Entretanto, nfo devemos esquecer do planejamento de pro: Postas didaticas que busquem o “aprender a aprender”, o “aprender a fa 48 Bacich, Tanzi Neto & Trevisan (Orgs.) zer”, 0 “aprender a ser” e 0 “aprender a conviver”, pilares de uma proposta de Delors e colaboradores (1996), ou sefa, da década de 1990, mas que ain. da precisamos caminhar e refletir com a educagio brasileira para que esses pilates sejam contemplados no nosso contexto escolar Essa autonomia é construlda gradativamente, e as tecnologias digitais que esto ao nosso redor nos dias atuais enfatizam uma mudanga de menta: lidade. Para Lankshear (2007), as préticas socinis contemporaneas formais e informais do nosso dia a dia tém uma natureza mais partiipativa, colaborati vac distribuida. Segundo o autor, essas praticas sociais devem ser enter como um novo ethos ou uma nova mentalidade dos nossos alunos, que deve se diferenciar dos “tradicionalismos” da década de 1970, nos quais 0 mundo era centrado, hierdirquico e se baseava na reproducio do modelo insdustrial, dda época, a pessoa era entendida como uma unidade de produgao, as especia- lidades e autoridades estavam localizadas nos individuos e nas instituigbes, ¢ as relagies sociais eram estveis, Entretanto, no contexto virtual ~ no qual a ‘geragio dos nossos alunos se encontra -, 0 mundo funciona a partir de prin: Cipios e légicas nfo materiais, é descentrado e plano, o foco esta na participa continua dos individuas, no coletivo como unidade de produgio, as eom- cias S20 distribuidas e coletivas, ¢ as relagdes sociais se dio nas midias pet Aigitais, ada vez mais emergentes e visiveis (LANKSHEAR; KNOBEL, 2007). (Com ess alteragio de paradigms, jéobservada ns pritcas socials de jovens em nosso pas, €posivel perecber 6 quanto a soiedade midou, Po Isto ainda se bascia no primeir ipo de mentalidade exposto por Lankshe- ar, no qual o profesor €a unidade de produgao e competénet, bem como de especialdades e autoridades, ue esto ocalizadasno seu conheciment As tecnologiaisdigitais comeam a fazer parte da rotin escola, enco rajando muitos educadores part's mudanga ce mena aoc prope uma reflesio sobre © papel de tas teenologas suas epicaes nessa mudanga, 0 autos disque as ecologies proporionam aces: ‘uma grande quantidade de informagéo, modificando as ries os nt Sa cd ‘como nas alteragdes comportamentais de Pela facilidade de acesso & informacio, novas formas de Zzagem surgem, com conhecimentos sendo construides coletivamente e com: partthados com todos a partir de um clique no mouse. Dessa forma, sendo construide a muitas maos é possivel perceber que nao hi um conhecimen to pronto e acabado, mas reorganizagbes conceituais que consideram dif rentes cendtios FF a Ensino hibrido 49) Antes de ser possivel construir conhecimento de modo colaborativo com a utilizaglo das teenologiasdigitais, a informagao era dada unidiecio hamente para quem a buscava, Por exemplo, a informagées veiculadas por radio ow televisao, A eriagio da internet, a web 1.0, modificou essas carac texsticas, possbiltando uma comunicacio bidirecional e a busca néo line arpelas informagées, Depois, com a denominada web 2.0, tornou-se possvel a colaboragio ence as pessoas que buscavam informagdes em sites, os quais foram aprimo- rados em suas interfaces visando garantir uma experiéncia de obtengio des sae informagies de forma bidirecional por interagbes sineronas e asincro: nas, A web 3.0 (seméntica) e a web 4.0 (imersiva) estio sendo construidas — Refletindo sobre tais mudangas de mentalidade e a forma de trans mitir conhecimento por meio das tecnologias digitais, cabe uma andlise sobre as pessoas envolvidas nesse proceso. Adultos, jovens e eriangas es- “tao recebendo, a + € tualizada diariamente, Qual a afin Segundo Mare Prensky (2010), temos geragdes diferen- tes envolvidas nesse processo: a dos nativos e a dos imigrantes digitas. 0s primeiros sao aqueles ‘sc cafes umen- tee marcam sua forma de relacionamento com os conhecimentos.. tia dos + na ém uma for pre est em sintonia com «como os nativos aprendem melhor, 0, pelo menos, que thes des perta maior interesse. Aprender passo a passo, em coletivo e concomitan temente, tendo o professor como transmissor dle conhecimentos, com sua exolicagio partindo da teoria para a pritica, slo algumas das formas pelas quais os imigrantes dgitais aprenderam. Tais modelos podem nio ser ade- quados para todos os estudantes que preferem aprender em paralelo, em seu préprio ritmo, solicitando ajuda individual quando nevessécio e, mui tas vezes, tendo interesse em saber, por meio da pritica, a teoria que est por tris dela. Aulas que privilegiam apenas exposig6es orais tendem a ser_ | cala vex mais curtas, porque mantém os estudantes atentos e concentra- "dos por poco tempo. Nesse sentido, as tecnologias digitais oferecem di- ferentes possibilidades de aprendizagem e, se bem utilizadas pela escola, constituemse como oportunidade para que os alunos possam aprender mais e melhor 80 Bacich, Tanzi Neto & Trevisan (Orgs.) J ‘ As tecnologias digitais eto inseridas,ranaformando eerlando novas rel {AD |= Shire os envolvidos no processo de aprendizagem: “Laur _ Professor, estudantes e conteddos. ‘modificam o ambiente no qual de A relagéio professor-tecnologia: com um objetivo de aprendizagem ja fi xado, o professor busca utilizar uma ferramenta teenol6gica especifica para potencializar a construgio do conhecimento pelo aluno. HA pre feréncia por ferramentas que tornem possivel observar, explorar ou de senvolveralgum aspecto, agdes que nfo seriam vidveis sem seu us0, justificando, assim, a escolha do instrumento em questi. Como vere mos no decorrer do livo, algumas ferramentas possbilitam ao profes sor coletar dados de cada um dos seus alunos pata personalizar 0 en sino e a aprendizagem; 2). A relagdo aluno(9)-tcnologia: pode ser a relagdo de um aluno em um trabalho individualizado ou diversos estudantes (grupo) com a tecno logia digital. & caraeterizada por interagdes constantes com as frra rmentas a partir da primeira interagio, que pode ser originada do pré prio instrumento (p,ex., um comando iniial para que o aluno comece uma atividade de programacfo) ou pelo aluno (p.ex., a construcio de tum gréfico em um software de matemética). Nessas interagées, a prin cpio, tende a ocorrer o processo de agao-reflexdo-acao, em que pri meiro o estudante faz uma acio com o uso da ferramenta, reflete so bre as consequéncias e age novamente. Nesses casos, nio costuma h ver uma reflexao prévia bem construida sobre as eonsequéncias que lo geradas a partir da ago, pois as ferramentas possbiltam um traba Iho a partir da intuigdo dos estudantes, sobretudo no primeiro contato com 0 instrumento, sendo necessirio, portanto, mexer (tomar ages) para entender seu funcionamento na prética, Posteriormente, hé uma fendéncia ao processo de reflexio-acio-reflexao, em que o estudante primeito refletira sobre a acio desejada, buscando prever suas conse quéncias, para depois agir de fato. {2} Arrelagdo profssor-aluno(s)-tecnologia: é uma mescla das duas relagbes anteriores, com o professor tendendo a ser tornar um mediador na re Ensino do 54 Jago do(s) estudante(s) com a ferramenta na busea de informagiio e construgio de conhecimentos, e ‘mesma idade no tém as mesmas necessidades, pos suem relagies diferentes com professores e/ou tecnologias digita Nem sempre é nec | _ sempre aprendem do mesmo jeito ¢ a0 mesmo tempo. sério que toda a turma caminhe no mesmo ritmo. Avangamos gradativamen- tepara ute des da educaio: 4 prsonalizagio do ensino. As modilicagées possibilitadas pelas tecnologias digitais requerem no: vvas metodologias de ensino, as quais necessitam de novos suportes pedagé: sicos, transformando o papel do professor e dos estudantes e ressignificando {©} © ENSINO HiBRIDO COMO POSSIBILIDADE ‘Aimportincia do uso das tecnologias digitais na escola, possibilitando a per sonalizagéo do ensino, é um desafio para muitos educadores. O ensino hi brdo, da maneira que vem sendo utilizado em escolas de edueagio basiea nas Estados Unidos, na América Latina e na Europa, difere das definigées de blended learning sesso dimeses de aendagen ee es forma poe livro. ) est enraizada em uma ideia de educagio 52 Bacich, Tanzi Noto & Trevisan (Orgs.) _ hibrida, em que ndo existe uma forma tinica de aprender e na qual a apren-_ __ dizagem é um proceso continuo, que ocorre de diferentes formas, em dife- E possivel, portanto, encontrar diferentes definigées para ensine hibri- do na literatura. Todas elas apresentam, de forma geral, a convergéncia de » dois modelos de aprenizagem: o modelo presencal, em que o processo 0co re em sala de aula, como vem sendo realizado hi temp ologias digitalis para promovero ens espace vial tomarmse gradativamente complementares, s0 ocr por ‘que, além do uso de variadas tecnologias igitas,o individuo interage com 0 po, intensificando a troca de experiéneias que ocorre em um ambiente f- Sico, escola. O papel desempenkado pelo professor e pelos alunos softe al teracGes em relacio & proposta de ensino considerado tradicional, ews n=. - Ensino hibrido 53 ‘As modalidacles ao longo do caminho de aprendizaclo de cada estudan teem um curso ou disciplina so conectadas para oferecer uma experiéncia de educagao integrada. Os autores apresentam as propostas hibridas como ccencepedes possiveis para o uso integrado das teenologias digitais na cultura excolar contemporiinea, enfatizando que ndo é necessério abandonar 0 que se conhece até 0 momento para promover a insercio de novas tecnologias fem sala de aula; pode-se aproveitar “o melhor dos dois mundos" A organizacdo dos modelos de ensino hibrido, feita pela equipe de pes guisadores do Clayton Christensen Institute, aborda formas de encaminha, ‘mento das aulas em que as tecnologias digitais podem ser inseridas de for ima integrada ao curriculo e, portanto, nio sio consideradas como urn fim cm si mesmas, mas que tém um papel essencial no processo, prineipalmente fm relacdo & personalizaciio do ensino, Segundo Bray e MeClaskey (2013), em um ambiente de aprendizado individualizado, as necessidades do alu. no sio identificadas por meio de avaliagbes, ¢ a instrucio é adaptada, Nesse ambiente diferenciado, os alunos sio identificados com base em seus ¢o- nnhecimentos ou habilidades especificas em uma area, e 0 professor org finidades para atendé-1a melhor: Emy uv am= ‘ented aprendizagem o Ot “tos de forma ativa, junto com o professor: Em um ambiente de aprendiza- do individualizado, a aprendizagem passiva. Os professores fornecem ins- trugies individualmente. O aluno néo tem voz em seu projeto de aprendi zagem, Em uma sala de aula diferenciada, s estudantes podem ser partic pentes ativos em sua aprendizagem. Os professores modiicam a forma de ersinar por meio de estacies ou aula invertida, apresentando o mesmo con: teido para diferentes tipos de alunos, mas que ainda reeebem informacées de forma passiva. Quando os estudantes personalizam a sua aprendizagem, eles participam ativamente, dirigindo seu processo e eseolhendo uma forma de aprender melhor ‘As propostas de ensino Irido organizam-se de acordo com o esquema apresentado na Figura 2.1 serio discutidos a seguit 54 Bacich, Tanzi Neto & Trovisani (Orgs.) — === | — ) 8 9. 9. de Rotacao Fle = (sco fe Modelo Maccarte Rotacso Int LEP FIGURA 2.1 _ Propostas de ensino hirido. Forte HORN MS. STAKER.H. Ben: ung dative notion lo mprove schools, Wloy. ©2015, [pMchoe Ho, Hester Saker Aig ese {i} MopELos (}- Modelo de rotagio: os estudantes revezam as atividades realizadas de ‘acordo com tum hordrio fixo ou orientagio do professor. As tarefas po- ‘dem envolver discusses em grupo, com ou sem a presenga do profes: sor, atividades escritas, leituras e, necessariamente, uma atividade on line, Nesse modelo, hé as seguintes propostas: Ensino hibrido 55 + Rotagdo por estagdes: os estudantes so organizados em grupos, cada tum dos quais realiza uma tarefa, de acordo com os objtivos do pro: fessor para a aula em questo. Podem ser realizadas atividades eser tas, lecuras, entre outras. Um dos grupos estard envolvido com pro postas on-line que, de certa forma, independem do acompanhamen to direto do professor. importante valorizar momentos em que os estudantes possam trabalhar de forma colaborativa e aqueles em que possam fazé-lo individualmente. Em um dos grupos, o professor pode estar presente de forma mais préxima, garantindo o acompanhamento de estudantes que precisam de mais atencio. A variedade de recursos wilizados, como videos, lei tras, trabalho individual e colaborativo, entre outros, também favo rece a personalizacio do ensino, pois, como sabemos, nem todos os estudantes aprendem da mesma forma. Apés um determinado tem po, previamente combinaco com os estudantes, eles trocam de gri- Po, € esse revezamento continua até todos terem passado por todos 6s grupos, O planejamento desse tipo de atividade nao é sequencial, as tarefas realizadas nos grupos si0, de cera forma, independen tes, mas funcionam de forma integrada para que, a0 final da aula, to dos tenham tidoa oportunidad de ter acesso aos mesmos contetidos. Ao inicio e ao término do trabalho, como ocorre na experiéncia de senvolvida na Innova Schools! 0 . estimulando 0 trabalho colaborativo e sistematizando, ao final, os aprendizados da “aula, Nessa rede de escolas, por exemplo, 0 ns zado no moment je € conduzido pelo professor e incentivao trabalho colaborativo entre os alunos, e no momentosolo- “Tearing, que estimula o uso do ensino anne: De maneira geval, a rotagio por estagées é um dos modelos mais utlizados por professo 18s? que optam por modificar 0 espago e a condugio de suas aulas. + aboratério rotacional: os estudantes usam 0 espaco da sala de aula e laboratétios. O modelo de laboratério rotacional comega com a sala de aula tradicional, em seguida adiciona uma rotaciio para comput tador ou laboratério de ensino. Os laboratérios rotacionais frequen ‘temente aumentam a eficiéncia operacional e faclitam o aprendiza do personalizado, mas ndo substituem o foco nas ligbes tradicionais cemsala de aula, O modelo nao rompe com as propostas que ocortem "ara mais informages 2De nC acesse: mento da professora Alison Elizondo, a escola pili Burnett Elementary, frm, Estados Unidos, que pode ser encontrado em Katena (2014), 56 Bacich, Tanzi Neto & Trevisan’ (Or de forma presencial em classe, mas usa o ensino on-line como uma inovagio sustentada para ajudar a metodologia tradicional a aten der melhor As necessidades de seus alunos. Nesse modelo, portanto, os estudantes que forem direcionados ao laboratério trabalharaeo nos computaciores, de forma individual e auténoma, para cumprir 0s ob- jetivos fixados pelo professor, que estard, com outra parte da turma, realizando sua aula da maneira que achar mais adequada. A propos semelhante ao modelo de rotagao por estagbes, em que os al nos fazem essa rotagao em sala de aula, porém, no laboratério rota cional, eles devem se dirigir aos aboratérios, onde trabalharao indivi * Wais informagées em: = beepe//wwwwsummitps.org>. 58 —_Bacich, Tanz Noto & Trevisan (Orgs.) protagonistas, no controle de seu aprendizada a maior parte do tempo. 0 ideal, segundo essasinstiuicdes, seria que os estudantes pucessem aprender em seu préprio ritmo e que tivessem projetos para sustentar set! aprendizado, Nao deveriam depender de memorizagao, mas aplicar ‘que aprenderam em situagdes reais. Nessas escolas, ao che tudantes pegam seus computadores, acessam seu plano personalizado de estudo e comecam a trabalhar em seus objetivas. Ao término desses trabalhos, seguem para as demais propostas do dia, Seguindo esse pla ro personalizada e atingindo seus objetivos, eles indicam, anotando em tum quadro, quando esto prontos para serem avaliadas. O controle in dividual de seu aprendizado &a chave do envolvimento dos estudantes, } Model es ans em unas ase capri cam {ase no ensino on-line, © ritmo de cada estudan co | professor para esclarecer diividas. Esse modelo, apesar de ser considerado uma possibilidade metodolégica, é tido como dis ruptivo e propée una organizagio de escola que no € comum no Bra: sil 0 Projeto Ancora® é un dos exemplos para este tipo de abordagem, Qque assemelha-se rotacio individual, pois requer um plano persona: Tizado a ser seguido pelo estudante, potém, a organizagio dos alunos ‘io é por sévies ou anos. Estudantes do 6" ano podem realizar um pro- jeto junto com aqueles do 7° ou do 8° ano, por exemplo. '3} Modelo @ la carte: o estudante é responsavel pela organizagao de seus estudos, de acordo com os objetivs gerais a serem atingidos, organi ‘aos em parceria com o educador; a aprendizagem, que pode ocorret hho momento e local mais adequados, € personalizada, Nessa abord ‘gem, pelo menos um curso ¢ feito inteiramente on-line, apesar do su Porte e da organizacao compartilhada com 0 professor. A parte on-line pode acorrer na escola, em easa ou em outros locas 4} Modelo virtual enriquecido trata-se de uma experiéncia realizada por toda a escola, em que em cada disciplina (como a de matemé: tica, por exemplo), os alunos dividem seu tempo entre a aprendiza- gem on-line e a presencial. Os estudantes podem se apresentat, pre- sencialmente, na escola, apenas uma vez por semana. Assim como 0 modelo a la carte, o modelo virtual enriquecido também conside rado disruptivo porque prope uma organzacio da escola basica que no é comum no Brasil. 5 Acesse o projeto em: Ensino hibrido 59) oe Para saber mais, acesse o video: q i hitp:sWwwzensinohibvido.com brimodelos J i importante ressaltar que no hd uma ordem estabelecida para aplica «fo e desenvolvimento desses modelos em sala de aula, tampouco tina hie ranyuia entre eles. Alguns professores utilizam essas metodologias de forma int2grada, propondo uma atividade de sala de aula invertida para a realiza so, na aula seguinte, de um modelo de rotagao por estagées Outro aspecto importante & que grande parte das propostas apresen tadas no & novidade na educacao. Decroy, com os cents de interesse, ¢ “Freinet, com de interesse, jé ‘sal de aula em espagos que atuavam de forma difere acordo com ss scssidades dos etidants, proxinando-se do que & propst na ro: tagio por estagdes e no la rotacional. Segundo Imbernén (2010), Imuitas das técnicas propostas por Freinet mantém essa capacidade de adap tagio & “escola do futuro” e basciam-se no respeito ao ritmo de cada erian:

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