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A DEMOCRACIA Hans Kelsen Martins Fontes Sdo Fao 2000 Fundamentos da democracia' CAPITULO I Democracia e filosofia ‘A democracia como ““governo do povo ‘um procedimento politico A dein politica do século XIX, nascida das revolugbes, americana ¢ francesa do século XVIH, foi a democracia, Sem dbvida, também existiam na ciilizagdo ocidental foreas ex tenordindrias a servigo da manutencdo do principio autocrat ‘co, Seus representantes, porém, foram estgmatizados como Feacionarios. O futuro pertencia a um governo pelo pov. Es sera a espranga de todos 0s que acreditavam no progresso, aque defendiam adroes mais elevados de vida social. Fo, so: bretudo, a jovem e ascendente burguesia que Tutou por esa iaéia ‘No século XX, porém, a situacio intelectual epoitiea mu ‘ou, O feito imediato da Primeira Guerra Mundial —é ver- dade — parecia ser uma vitoria do principio democritico. OS [Estados rem-criados adotaram constituigbes democrticas. (© Reich alemio, 0 mais poderoso baluarte da monarquia, tomou-se uma replica, Contudo, a tinta de documento de ‘az de Verses mal haviasecado quando, na Ilia, 0 gover- ro fascsta chegou a0 poder ¢, na Alemanha, © partido nacional-sacialista dava inicio a sua vitorosa ofensiva. Junto com eles, detendia-se uma nova doutrina politica que & op nha ardorosamente a democraci eproclamava uma nova for- ma de salvagio politic: a ditadura. Nao deve haver nenhuma dvia sobre a grande atragao que o novo idolo exerceu sobre ‘iteligentsia burguess,ndo apenas na Ilia ena Alemanh, 140 A pewocnscis ‘mas em todo 0 mundo ocidental. E, ainda que o fascismo © © nacionalsocialismo tenham sido dstruidos enguant reali ddades politias na Segunda Guerra Mundial, suas ieologias ‘io desapareceram e,direta ou indiretamente, ainda s open 0 credo democratic Um adversario mais peigoso do que o fascismo © o na cionalsocialismo & o comunismo sovitico, que esté comba tendo 0 modelo democratico sob a mascara de wma termino- logia democritica. © simboto da democracia parece ter ast ‘ido um valor to universalmente reconhecido que a substi sia da democracia nio pode ser abandonada sem a manien- ‘40 do simbolo. E bem conhecida a affemagio sarcstica: se © fascismo fosse implantade nos Estados Unidos, seria cha- mado democracia. Conseqientemente, 0 simbolo deve mux dar seu signifieado de modo tao radical que possa ser usado para designar 0 extremo oposto: na teoria politica sovitica, 8 ditadura do partido comonista, pretendendo sera ditadura do proletariado, ¢apresentada como democraca, E da maior Jmportincia desvendaro mecanismo conceptual através do qual fo possivel chegar a essa distoreao do simbol. (© significado original do termo ““democracia”, cunhado pela teoria politica da Grécia antiga, erao de “zoverno do po: vo" (demos = povo, kratein = governo). A essncia do fend ‘meno politico designado pelo ermo era. a participaglo dos £0- vetnados no governo,o principio de liberdade no sentido de sulodeterminasdo politica; fol com esse significado que oter- ‘mo fol adotado pela teora politica da civilizagso ocidentl. Eevidente que, tanto na Antiguidade quanto em nossa épaca, tum governo do povo €desejado pelo fato de tl governo ser, supostamente, para o pove. Um governo "para 0 pova” sig- nifca um governo que atua no interesse do povo. Mas a ques: tio relativa ao que sea imteresse do povo pode sr respond dade maneiras diversas, eaquilo que 0 proprio povo acredita ser seu interesse no constitu, necssariament, nica ree posta possivel. Pode-se até mesmo duvida da exsiéncia de algo ‘como uma opinido do povo sobre o seu proprio inerese e de uma vontade do povo diriida para a sua realizagio, Portan- to, um governo pode autoconsidera-se um governo para 0 pO vo — ¢, na verdad, é 0 que se ela com todos os governos — A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN ut ainda que possa ndo ser, absolutamente, um governo do po- Vo, J na Grécia antiga, os adversaries da democracia, como Plaido e Arstteles, chamaram a atenglo para o fato de que um governo do povo enquanto governo exercido por homens inexperientes nas prticas governamentaise sem o necesirio conhecimento dos fatos e problemas da vida politica pode e+ {ar totalmente distanciado dos interesses do povo e, assim, evelar-se um governo contra o povo. Os autores politico ten taram inimeras vezes demonstrat que a autocraca, sein ela em forma de monarquia hereditéria ou de ditadura de um eau iho, & uma forma de governo para 9 povo melhor que urn governo do povo, Le, melhor que democracia. Nao se pode hegar que ese argumento tem algo de verdadeiro,e que "20- vetno para © povo" no é a mesma coisa que “governo do ovo". Uma vez que ndo sé a demoeraci, mas também 0 seu tutocracia, podem ser um governo para 0 le ndo pode ser um dos elementos da dei nigdo de democracia. Também por essa razdo, a doutrina de (que a democracia pressupde a erenca na exsténcia de um bem ‘comum objetivamente determinavel, de que 0 pove écapaz de conect-lo e, conseqientemente,transformé-lo no conteido de sua vontade € uma doutrina crrdnea. Fosse correta, a de ‘mocracia nao seria posivel, Pos é fell emonstrar que nia ‘ste um bem comum abjetivamente determindvel. que a aes- "do quanto ao que possa ser bem comu 36 pode ser res. pondida através de uizos de valor subjetvos que podem dife- Tir fundamentalmente entre si, e que, mesmo que existsse, 0 hhomem médio e, portanto, 0 povo, no seria capaz de reco- nhect-lo. Nao se pode negar que, enquanto massa de indivi duos de diferentes niveis econdmicose culturas, 0 pove nao tem uma vontadeuniforme, que somenteo individuo tem uma vontade rel, que a chamada “vontade do pove” € uma figu- ra de retérica € nfo uma reaidade. Mas a forma de governo {definida come “'governo do povo"” nao pressupde umn vonta {de do povo voltada para a realizacdo daquilo que, segundo a ‘opinido deste, consitui o bem comum. O termo designa um ‘go¥erno no qual 6 pove participa direta ou iddiretamente, ou sea, um governo exercido plas decisdes majortiras de uma assembla popular, ou por um corpo ou corpos de individuos, ua ‘A DEWOCRACTA ‘ou até mesmo por umn tinico individuo cleito pelo povo. Osi “ividuoseletos pelo povo so chamados seus representantes. Essa representacto do povo ssntia a relagdo, constituida por leigdo, entre o eletorado eos eleitos. Por “povo™ dever ser ‘entendidos todos 0s individuos adultos que esto sujeitos a0 soverno execido diretamente pela assembléia dss individuos ‘ou indiretamente pelos representantes eletos. ElecBes demo- ‘ratcasSdo aquelas que se fundamentam no surgi univer Sal, igualitiio, livre e secreto. Dependendo do grau de stis- acho dessesrequsitos, sobretudo da universalidade do sutra io, o principio democratico pode concretizar-se em diferen- tes graus. Ess principio foi consideravelmente expandido no séeulo XX, gragas a0 fato de que o dizeto a0 voto, que no. seulo XIX era um prvilégioexclsivo dos individuos do sexo ‘masculino que pagavam impostos, fi também estendido 20s tsslariados ndo contribuintes e as mulheres. A democracia, tornow-se uma democracia de mass, Seo governo de uma de ‘mocracia irestrita eliza em maior grau que o governo de uma, ddemocracia restrita a opinio problematica, ou a néo menos problematica vontade do ovo, ou o mistrtoso bem comumn Sequndo a opinido ea vontade do povo,¢ uma outra questi. Qualquer que seja a resposta a essa pergunia, nenhums res posta justiica a rejelet do conceito de democracia enquanto $overno do povae sua substituiao por otro conceit, sobre {ado pelo conceito de um governo para © pove. Portanto, a partcipasdo no governo, ou sea, na criagio « aplicagdo das normas geraise individuais da otdem social ‘que constitu a comunidade, deve ser vista como a caractris- ica essencial da democraia, Se esta parteipago sedi por via direta ou indireta, isto &, se existe uma democracia dteta ou epresentativa, trata-s, em ambos os casos, de um processo, lum método espesifio de etar ¢aplicar a ordem social que constitu a comunidade, que ¢ 0 enitrio do sistema politico apropriadamente chamado democracia. Nao é um conteido ‘specfiso da ordem socal na medida em que © processo em {questio nao constituiem si um conteido desa ordem. isto &, ‘ho € regido por essa ordem. O modo de eriagio da order sempre rego pela propria ordem, desde que a mesma sea ‘uma ordem juridea, Pos ¢ earacteristico do Diteito 0 fato de {A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 13 le reger a sua propria crsgo e aplicagio?. Sem divida, 0 ‘moderna conceito de democracia que prevalece na cvilizacio ‘cidental no €exatamente idéntco ao conccto orginal da An- tipuidade, na medida em que este foi modificado pelo lies lismo politico, cua tendéncia€restringiro poder do governo ‘ho interesse daliberdade do individuo. Sob essa influéncia, a ‘sarantia de certasliberdadesintelectuais, em especial a liber dade de consciénca, foi incuida no conceito de democracia, {e tal modo que uma ordem social que nao contenba tal ‘anta ndo seria considerada democrética mesmo que 0 $e pro- cesso de ciagio eaplicacdo garantisse a paticipagio dos go- vvernados no governo. Contudo, a democrava liberal ou mo- dderna € apenas um tipo especial de demoeracia. E importante ter consciéncia de que o principio da democratia eo do liber Tsmo ndo so idénticos, de que existe até mesmo certo anta- {onismo entre cles. Poi, de acordo com principio da demo- crac, o poder do pove ¢irestrito, ou, como formula a De- agio Francesa dos Dirctos do Homem e do Cidadao: “0 Principio de toda soberania reside estencalmente na nagdo.” essa a idéia de soberania do povo. O liberalismo, porém, implica a restrgdo do poder governamental, sea qu fo forma que o governo possaassumir. Tambem implica arestr- ‘80 do poder democrtico. Portanto, a democracia € esen- ‘almente um governo do povo. O elemento processual fiea em primeiro plano o elemento liberal — enguanto contcido e pectico da ordem social — tem importincia secundaria. Até mesmo @ democracia liberal é,em primeizo lugar, um proces: 50 especific. "Tem-seafirmado que a democracia enquant sistema po- liza, ito é, enquanto certo tipo de convencio institucional caja finaldade ¢ promover decisdes polices, egisativasead- tministrativas, € “incapaz de eonstitir um fim em s propria, independentemente das devises que vena aforjar sob deter. rinadas condigbeshistrieas™; © que, enquanto mero sist ‘ma, no pode “"necessariamente, sempre c em toda parte sr Vir a certos interesses ou ideas pelo quais nfo pretendemos Tutate morrerincondicionalmente”; que “emétodo democrs tico ndo garante, necessariamente, uma lberdade individual ‘maior do que o permitria outro sistema politico nas mesmas us A bEMocRACIA ‘sid em coaformidade com a voutade geal. Ao dar sea ¥0(0, fad homem manifesa sua opine sobre o pontem auesto a vontae oral eterminada tases da contagen dos wots Fontanio, quando prevatece a opnigo coals 3 minha, 0 ‘em provar, acm mals nem menor, abe et equvorado, gue fagullo que imine ser a vontae gral a vrdade noo ra owveste prevaleide minha opinido pestoal, teria e akcnes {600 oposto dagulo que era minha sontade € nese cas Que ‘x ado tra sido ve, Iso, na verdad, presupe Que todas 4s quldads da voriade geal rsdem na mason Quan dea ever asim, sja qual foro partido que um homem tome, ¢ Ierdade dea deter possvel Mas, um pouco antes, aprendemos que ‘a vontade cons ciemte de todos os membros do Estado ¢ a vontade geral” © também que apenas porque a vontade dos membros da mino ria ests implica nessa vontade geal presume-se que eles de ram seu consentimento a uma lel aprovada apesar de sua opo- ‘elo; e,portanto,sio livres por estarem submetidos apenas ‘sua propria vontade, Coma nao se pode nepar que, a0 ota 4 favor ou contra @ adosdo de uma le, um homem expressa ‘nfo apenas sua epiaito, como também sua vontade partis lar, a ierpretactn do proceso de voto por Rousseau pres poe a exstincia de duas vontadesno homtem, sua vontade par- ticular enguantosujeitoe sua vontade enquanto cidadao, im plicta na vontade gera,e que essasduas vontades podem es far em conflito, de tal modo que um homem pode desejar, 20 ‘mesmo tempo, duas coisas absolutamente opostas, Rousseau afrma expressamente: “De fato, todo indviduo, enquanto ho- mem, pode ter uma vontade particular contraria ou desseme Thante& sua vontade geral enquanto cidadao.""* Contdo, mesmo se acetarmos a interpretacdo dada por Roussea a0 ‘oto como expresso da opiniao endo da vontade, permancce questo: Por que a opinido da maioria¢verdadetra, ¢falss ‘da minora? E, se ela pode ser verdadeita em um dado mo- ‘mento, por que ado éverdadeira em outro, quando a opiniao dos que estavam em minora alcangam a maioriaem outra ele ‘10? E obvio que Roussea 0 se encedou em todas essas con v8 A pewoceacia tradigdes com 0 objetivo de reservar ailusto da liberdade na tural isto, absoluta. E provavelmente a esa tentativa que, Aadespeitodessas contradigdes, sua obra deve seu exraordina 0 principio do voto majortirio ‘ese acta o principio da maioria para o desenvolvimen: to da ordem social a ieia de liberdade natural no mais pode realizar-seintegralmente;s6 uma aproximagao desse ideal se ri possvel, Ofato dea democracia ainda ser vista como auto. teterminagdo ede sua iberdade sind significar que todos $6 esto sujeitos a sua prdpria vontade, ainda que a vontade da ‘maiora ej coecitva, representa mais um passo na metamor {ose da idtia de liberdade, [Até mesmo o individvo que vota com a maioria no est suit apenas sua prOpria Vontade. Ele toma consiénia ime diata dese fato quando muda a vontade express em seu vo. to, O fato de esa modifica de sua vontade individual ser legalmente irelevante mostra com claeza que ele esta sujeto uma vontade alla ov, abdicando do uso de uma metafora, A validade objetiva da ordem socal. Ele estar outra vezi ‘re, no sentido de estar sujeto exclusivamente sua prapri Nontade, somente sea modifcagio de ua vontade for contr tmada por uma maioria, Essa conformidade entre a vontade da individvo ea ordem socal que pode ser modiicada pela ‘ontade da maioria€ (20 mais diffe essa garania de liber dade individual tao mais reduzida quanto mais qualilieada for ‘8 maiora que se faz necessria para uma modifica da or ‘dem estabelecida, da chamada vontade do Estado. Se se xii ‘unanimidade, esa garantiaestépraticamente abolida. Uma. ‘strana ambivalénia do mecanismo politico tornese aqui ma- nifesa, O meamo principio que, quando do estabelecimento da ordem sorial, protege a iberdade individual agora a des- {16 se ndo mais for possvelapartar-se dessa ordem. A cria- ‘so original da ordem social ngo ocorre na realdade de nossa “experiencia social. O individuo sempre nasce em uma ordem Sov jexistentee, via de regra também em um Estado pec A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 179 existent, de euja ciagdo cle nfo participou. S6 a modifi ‘ho ou 0 desenvalvimento dessa ordem estao, na pritica, em ‘quest. Nese sentido, o principio de uma matoria simples e rio qualificada consti, rlativamente, a maxima aproxima- ‘to A idéia de Hberdade, De acordo com ess principio, entre (9s suetos &ordem social o mimero dagueles que aprovam a ‘mesma sed sempre maior do que 0 nlmero dos que — total ‘ou parcalmente -- a desaprovam mas permanecem vincul dos a ela. No momento em que o nimero dos que desapro- vam a ordem, ou uma de suas normas, supera © mimero dos ‘que a sprovam, torna'se possivel uma modificapto através da «qual se rstabelece uma stuagao em que a ordem esta em con: ormidade com um numero de sujetos maior do que o mime- o.com o qual a mesma esté em desacordo. A idéia que subjaz a0 principio de maioria €a de que a ordem social estard em ‘conformigade com 0 maior nlmero de sujitos possivel e em ‘desacordo com o menor numero possivel Liberdade politica significa confermidade entre a vonta- de individual ea vontade coletva expressa na ordem social. ‘Conseqientemente,é principio de maiora simples que ass ‘ura o mals alto grau possvel de liberdade politica em uma Sociedade. Se una ordem nao pudesse ser moiicada pela von tade de uma maioria simples dos sujetos, mas somente pe vontade de todos (ou se, unanimemente) ov pela vontade de Uma maloria qualifcada (por exemplo, por ui voto sje trio de dos tergos ou te quarto), enta0 um inico Indiv ‘duo, om uma minora de individuos, poderiaimpedir uma mo- diticagio da ordem. E,entdo, a ordem poderia estar em desa- corde com un nimero de individuos superior ao daqueles com cuja vontade ela esté em conformidade (© principio de maioria, a maxima aproximagdo possvel ‘jeiadeliberdade na realidad politica, pressupde, como con- Aigo essencal principio de iualdade,Pois 0 ponto de vis- ta sepundo 0 qual, na sociedade, o grat de liberdade € pro- porcional ao nimero de individuos livres implica que todos os {ndividuos tém o mesmo valor politic ¢ todos a mesma pre fenslo a iberdade, isto €, a mesma pretensdo de que a vonta- de coletivaesteja em conformidade com sua vontade indivi ‘ual, 86 se for irelevante que a primeira ou a segunda seja 180 A DeMOcRACIA livre nesse sentido (pois a primeira é polticamente igual a se- snc) & que se poder justificar © postulado de que o maior ‘imero possvel ser livre e que o mero numero de individuos lives €decisivo. Essa sintese de liberdade eigualdade esta na base da iia democratica acerca da relasao entre aordem so- ial Como a vontade coletiva) ea vontade individual, e entre ‘osujeito ¢o objeto de dominago, do mesmo modo que a sin- tese de iberdade eigualdade esta na base da idea relativsta acerca da telagdo en 0 sujetoe 0 objeto do conhecimento, © tipo democritico de personalidade De um ponto de vista prcoldsico, asintese de liberdade « igualdade, caractersticaessencal da democracia, significa {ue 0 individuo, © ego, desejaliberdade nao apenas para 8) ‘mesmo, mas também para os outros, para o 14 Bis0 Somen te possvel seo eg0 deixa de se perceber como algo tinieo, incomparaveleirreprodutivel, mas, a0 menos em principio, ‘como igual a0 tu. O ego 56 poderé honrar 8 pretensdo do tu ser também um ego seo individuo no considerar como cs- Sencais as inegiveisdiferengasexistentes entre cle © 05 outros €8¢ oeg0, ou autoconsciéncia, softer uma reduc parcial pe- To sentimento de igualdade com os outros. Bess, exatamen- fe, a situaydo intelectual de wma filovofa relativisia. Apso nalidade cujo desejo de lberdade & moditieado por seu sent mento de igualdade econhece a si mesma no outro. Repre- Senta o tipo altruista, pois no percebe o outro como seu ini- migo, mas tendea ver um amigo em seu semethante. Eo tipo ddehomem soidro e pacifico, cujatendéncia bagressio & des- vada de ua trajetéra orignal contra os outros evolta-secon- tra si mesmo, quando entdo se manifesta na tendéneia auto critica, na crescent inclinagao a um setimento de culpa e em uma forte conscincia de responsabilidade, Nio € to parado- sal quanto possa parecer a primeira vista que a um tipo de au toconsciéncia reativamentereduzida corresponds uma forma de governo caractrizada pela autodeterminario, © que ui vale & minimizagao do governo. Pois a atitude do indviduo frente ao problema do governo ébasiamente dterminada pela A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 18 itensidade da vontade de poder desse mesmo indviduo. Beste, ‘mesmo quando submetido a um governo, tend, se viver sob ‘uma forma de governo que aprova, a identifiarse com 0 £0" ‘Quanto mais forte a vontade de poder, menor 0 apreso Aalberdade. A nogagio total do valor de liberdade, a maxim ago do dominio — eis a a iia de autocracia eo principio 4o absolutism politic, que se caracerizam pelo Fato de to- do o poder do Estado estar concentrado em im tinica indivi. duo, o governante. Essa idéiaencontta.se bem formulada nas palavras atrbuidas a Luis XIV, état c's! moi, em direta opo Sigdo & democracia, que tem por maxima I'la ces! mous. A lei € a vontade do governante © nao a do povo, pois este se stubmete ao governante sem paricipar de seu poder, que, por ‘esse motivo, ¢ irrestritoe dotado de uma tendénci inetente 0 totaltarismo. Nesse sentido, o absolutisme politico signi fica, para os governados, a completa rennela 3 autodetermi- ‘nagdo. Fincompatve com a idéia deigualdade, poit 8 0 jus- tifcao pressuposto de uma diferenga essencial entre os gover- rnados ¢'0 governant. (0 paraleismo existent entre absolutism filoséfio epo- litico€ manifest. A rlagao entre o objeto da canhecimento, absolut, 0 sueito do conhecimento, oer humana indivi“ dal, € muito semethante & que exsteentre um governo abso- Tuto eos que a ele esto sujetos. 0 iimitado poder de al po. verno est além de qualquer infiuéaca por parte de seus po: vernados, que devem obedizncia as leis sem participarem de sua criagdo; do mesmo modo, o absoluto esti além de nossa experincia,enquanto o objeto do conhecimento, na teria do absolutismo filosofico, independente do sujeita do conbec. ‘mento, totalmente determinado, em seu coahecimento, po les heterdnimas. O absolutismo Tloséfice pode muito bem sera. racterizado come totaliarsmo epistemoldgico, De acordo com essa concepedo, a constituigao do universo nao é, por ceo, democratica, A eviatura ndo participa da criagao, [Nao existe apenas um paralelismo externo entce 0 abso- latino politico e ilos6tico; o primeiro tem, com efit, ain confundivel tendéncia a usar o iim como insirumento ideo V6gico. Para justifiar seu poder iimitado e a submiss in 12 A beMocRACIA nogdes comuns de justia’ &s qua se Fefereagul devem ser entendidas como nogdes de uma justia tbsoluta, ainda que ofato de recorrer a religio paresa apon- {ar asst diregdo. Ao contrio de Brunner, no exige expres: sarente que nossos jis de valor politios se orentem pela ‘dn de uma justia absolua, pois tem muita conscincia das Timiagdes da natureza humana, eujas conguistas si, como cle diz, “contaminadas pela corrupeio pecaminosa””". Em decorréncia disso, ele cheva, como veremos, a ua jusiiea ‘aointiramente reatvista da democraia. Por outzo lado, Nie bute atribui a insufcizncia da tradicional jusitieagdo da de. smoracia “pela cultura liberal” 6 : {eolimistas da naturera humana eda histéria humana, as quais ‘redo democritco tem estado historicamenteassociado"™ (0 yessimimo quanto & capacidade racional de justiga no ho- mem nao é muito compativel com as avaliagbes excessivamen- te otimistas da natureza humana. O liberalism ndo s combi fn recessariamente com uma superestimagdo da natureza hu- ‘marae, sem duvida, tampouco com “uma confianga exaze adi na capacidade humana de transcender intereses pes- 22 A pewocrscis ". Hii muitos representantes do liberlismo, sobretudo economists liberas, que levam plenamente em conta as ten «leasis egoistas do hiomem e, em sua confianga na natuncon ‘humana, nenhum dos mais importants fildsolos liberas che ‘gou a0 ponto de considerarsupérfiua uma ordem cocrcnina Foi exatamente por sus total desconfianga na naturezs hums ‘a que um dos mais eminentes representantes do libetaliomo Politico, Withelm von Humboldt, a despeito de seu indiceg lismo radical, resonheceu 0 Estado como um “mal neces Ho", Niebuhr, que critica ne teoia democratico.iberd a ““confiangageral em uma identidade entre interesse nesal £0 bem comum"™, tem de admit que, se ndo exstne earn possibilidade de harmonia entre o interesse pessoal eo borg omum, “qualquer forma de harmonia social ent oshonrens sia impossvel;e, sem divida, uma versto democriica de {al harmonia seria 'ahsolutamonte impoasivel™™ Bie oatac 24.que “o mesmo homem que dd mostras de sa capacidade™ de transcender seu interesse pessoal tambem revel eraus en, "dvs do poder do interese pessoal eda subservignia da mons te @esesinteresse", Nenhumn fildsolo liberal ignowou sacs ato, critica de Niebuhr voltase contra um adverstio ines indo criado para essa finalidade, Ele actedita que “urna conc ‘epsio ctsta da naturera humana é mais adequada a0 desen volvimento de uma sociedade democritia"™ do que a con. cepeio liberal. Contudo,nio existe apenas a visto cist eres simista do homem na condigio de “contaminado pela conrupan Pssaminosa", mas também a erengactsté no homtn coarcas (o imagem dé Devs, uma crenga certamente malt otlmin do ue qualquer concepedo liberal da natureza humatta pods “0 otimismo coerente de nossa cultura liberal”, diz Nie- buh, “impediu as sociedades modernas tanto de avaiar ox ‘etamente os peigos da liberdade quanto de uma apreciasao Plena da democracia enquantotniea alternative a injusine¢ 4 opressdo.""5 Porta, Niebuhr vé coma sua tate nase lear que a democracia&tnica alternativa&injutign ou ja, 8 tealzagdo da justica absouta, pos, caso se demaonsne Aue a democracia € apenas relativamentejusta, cla ao pores 4 era “nica” alternativainjutiga. Essa a diecenve de kELSEN 233 1A DEMECRACIA SEGUNDO KE ma jung absolut ema justia apenas eat Sn pamcie, mas no aseeund, ech sooo a a ati, Ava oa Sansa accminsse conan conetentenen a. {Geza neon uma norma ou nstulgt opowtas, podem ser Sian Someme aval de qu ua oa abate spt oat gma an, Pee Straps Como sia poe de Ne, baron “conctes ia clea et be Schr outa Nao ot om mes ons Sees Sarr, ser ts por sor uma fo ston ahersacon sifoc de eats polico, enna mn {Eide com papa nrea a sua be elie © relaiviemo religoso em decortnca de ier vss podria parecer ave, se suas sven, Nib tore “so. leaimaaue " we dum pode resi” por at Sr gorean «a comuniade era “porate abi Ew puta om an prin eal a re sta ordem da vida em uma comunidac {acai a oe eo uname principe geri de justia”, 7 tent estara "rt rtual. Niche fre 2 ft ete sem omnis vies eo enam justi lem de suas eis strcas, ara {Sua ena ar si ee oe lccontat com cient pos he "ost a pt Stine lita demo ators mora frnowse rate ‘i apa arr som gio pe ae Dont se Jno pase quanto oft euron son evan Tavar qe “oda sotade human sempe te ago ae ‘semela um conti de Dito nara, po lone oe exten de prinpos de justia mals i mnaispuros do mncretamente corporifi- Einaispuros do gus os eS acham ° 2M «dos em suas leis de um Sbvio relativism” a questZo com a qual tem de defrontar-se 0 proponente de Ieee dunt nosed ane sent oe le permitir que esses principios sejam questionados.”” . funta: "Nao deveriam ees estar acing ds cotea ns 20? Se ees prpros ester sujtos ao proceso dene Sten eSctram deen ea eaprichos de diferentes, contnidadeseépocns, na ferences ccrificado o critério ultimo de justica e ordem medi ante os qual Brseriamoscstabelcer ints ao que ¢ deordenade sora ‘eon nda uato nn ee a justga ou do Diteto natural eaverem suietoe Genin Brocesso democrtico, is muito ferent ed seen: {Ka Paranoia dnenee asc ae onc wean eee tcp Eso que Neh ces ae Bea ne Io sins eeu Dic pnts eae sorb ro oma poten Niebuhr areita na existnca de um Dirctonanae ee loeieiode taps Dstoptne e Satan su ongem ma regs eee so talon ban dost mo representant da jusiga absolut Somenie ane ieee ‘istics absoluta pode o Direto natural coma Goshen Dir postivo gue Neth ame met ea ‘Feito positivo, a diferenca reside unicamente no fato de te o Dito ntsral ou pretend et, aol se, ao 880 que o Direito positivo tem apenas uma justica relative Eto Dist postive erlatvamte hares (A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 23s seen ee ear crenata Sede nie 236 A pewocescra ever ma ia das rs utcen Tsien Dio nal eae co epee re esses principios, ndio sabemos nada, vem prasad hea me aaa tfeen una jtarelatva tbo poleneser se ee ‘Mento de uma justica absoluta ou de um Direit earurafnaens: iar do cio, nem eno odtoie se ‘ncn det jusig ou Direto natural. NO hs pone es tral No hs porta fo [raptesipor quae el dere uma erst oa nuprior” jit deme oul ee Alem dso, os prnciion de usin lms a usa nos se odie de ume grap park onte {ambem de uma soiedade para outa dente de meana eas wer ‘upo para outro dentro da mesma sociedade. a Suhr evia,cldaosenene aa slut No se refer & justia do Dircto acura om ea einen inelativs. Dieapenas que on em uma filosfia reatvsta da jun mama lst a justieacomo-a que «lds peo homem, lweaflosofiade jus leejitad pelo ft As teas de Dro tr si url que infers, da azo, ete ios de cree ee moral pita, lvaravette es ‘sssdes pitas congrtes on deg Se is ioe 4 DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 237 Por stem inerenemente mais elativos quo princpios do pa ralladeospripioe de meraidade otic to pode ‘Erma scm aod de fate rvs eon ‘Se uma cori de Dirsito naturalist em que a iguaade uals € ua posbildae da soca, torn Se usa elo ade algom propo rebide que nao reconhece qu as desis {ie finclonas so nosis em todas associa, por mas ‘Sanna que fovem na scidade que ester send combat. ‘Spor out lad, ae desiavaldaes funciona orem define ‘Soar cut tale defngdes tne comes juseaes ious de lens prio fancionas poses pls class do tniupes da coor, jasiiapoes que comprometet 8 dfn ae ‘Meso que os consis de iret natural no conten ‘ayo deolopeo de uma cle ou napa especie els {Spun comcnat ints de adver pa, ‘Bio btara pa josinaraiberdde csencal dura ove Alle domoctiaa qual nem mestoospresuposios moras 30- ‘Sees quaisoe suena uscedade ato ves de um eare e ane contouoy © embargo prematro de ovesvigiades i= {iss pe ser evita ares de tl Bberdade.® ‘Tima soledade ue enme de ci os prin fendamen- tas encontrar ifcldadesem ba com as fore Rsias aoe ‘Saprraram das vera ed ara ou pari pe ‘© mais radical dos reltvistasestaria de plenoacordo com sss sfirmagdes. "Nebuh porém, faz init tentatva de atenuar, at certo ponto a impressio de sua filosofia antiabsolusta de jusiga, Fela’ zando otelativismo contido na mesma. Existem, su Go cle diferentes graus, “uma eseala descendente de relativi- Sade", “0 principio moral pade ser mais valido que os prin pies politicos que dele derivam, Os prineipos politicos po. {dem ter maior vaidade que as aplicapdes especificas através das quais se tornam relevantes para ina stuasao especif- "A relatividade no é uma qualidade como 0 calor, que pode ler diferentes graus, A relaividade de um valor esté em Soa natuteza condicional eno ha possibilidade de ser mais ‘ou menos condicionado, Um valor politico ou moral é cond ionado ou incondicionado. Nao exstem etapas intermedié- 28 tia cate um outro. O mesmo também se de valde, © tao se una norma reno eae eee ‘Portamento humano ser valida signifi gue ohomem deve rane ‘iniia que o homem deve potas send dteminada modo east ase ca, Portas do modo oposo, No hi capes inermsa ‘nes dis sunset, Una norma sal pode se asa oe ns fey, in & bees ou debe um Ne ‘sor ou menor de casos, mass vldae do € ene & su fii. Meso guandonio for osen pes ot tcz eu esa cnet, se mtr va ode ser dsobedcda efor valde A dotondte no relat € to insuxenavel quanto a douse dea absolutismo rlativa, isto €, a dou seo isto a doutrina de um Direto natural ‘A ‘olerincia com base rligiosn ices undaentas da democracia Cs ace siege octets abn see sci egap ry Wansreuzee ene Ademocracia, Niebuhr diz: “"Tods clas fas volicn ets etodn sin oligos ae sa tui uma ameaca & paz comunitaria,”™ [s que ‘ara, or na | DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 239 nas relativo, que representa ndo uma verdade absoluta, mas uma verdade apenas reativa e que, consequentemente, outra Telpiio, a etenga-em outro Deus, outro valor eoutra verdade, hig esto excluidas e devem, portato, ser toleradas, consti- {ui uma contradigao em terms. E nessa contra que se basea a teologiaeelatvista de Niebuhr. “Muito corretamente, ele vo problema deisivo na neces sldade de se manter a harmonia socal, isto é, a liberdade © ‘pan adespeto das diferencasreligiosas ede outras diteren- ‘as de natureza cultural. Afiema que a solugdo desseproble- tna “exige uma forma muito elevada de compromisso relgio- 50. Exige que cada religito, ou cada versio de uma mesma fé, procure proclamar suas mais clevadas percepodes 20 meso tempo em que preserva um reconhecimento humilde e conti to do fato de que todas a verdadeias expressbes de &relisio Sesto sujetas a contingencise elatividade historic Esse ‘recoahecimento cra um esprto de tolerdnciaetorna qualauer movimento religioso ou cultural hestante em reivindicarvai- ‘dade oficial para sua forma de eligi ou em exigit monopé- Tio ctcil para seu culto™"™. Niebuhr nfo vai to longe 8 ponto de airmar que af eeligiosas6 se efere a um valor re Tato ou a usa verdade relaliva e restinge a reatvidade & txpressio da fe. Chama atengdo para “a diferenga entre ma- Jest diving ea mera condigio de eriarura do homem; entre (carter incondiconal do diving e ocariter condicionado de todo empreendimento humano™"™, O cardter “incondicio- hal" do divio é.@ natureza absoluta de Deus, objeto mes- tno da é religiosa, Soa “expresso” da f religiosa, enguan to enpreendimento humano, ¢ declarada por Niebuhr como ‘condicionada, vale dizer, relativa. Contudo, 0 significado mes ‘mo da expresso da fe em Deus € ode que o valor ou a verda de expressos sto absolutes. O cardter absoluto ou reativo de tm simbolo — enquanto expresso de uma idéia — depende do senificado do simbolo, O araterabsoluto ou relativo no Eavibuto do ato psicoléaico de expressar uma idéia, mas do Sigtificado dese ato, A expressdo de uma idéia€ absoluta se fo que se protende expressar € uma verdade ov um valor abso- Tutes, eveatva se o que se pretende ou se express € uma ver- dade ou um valor relatives. Portanto, seo objeto ao qual re 240 A Te rligiosa deve ( on i dee.) incenva o&homens moda seu i rzodvel comet cea de te sua pips atirmacto até memo darcy a lament Una vend sn na “verdad fundamental" evidence, “a resposta fundamental que sed a persia tenon sobre o significado da vida" e que fname ee ualgue exe de valores" 9 sep ermine uma Pergunta fundamental sobre o significado invida . de er uma verdae absolut, Condo, adn gee a sobre una verdae clos tena im carioneea la alirmagdo remete ¢ ape ‘ue sua eligi ser sem vida mats verdes ue a slo se is verdadeira quando e- fonhecer componente de err ¢ pec, deliniardo esos tingéncia que se insinua até mesmo na atimasdo de aise, ‘lime verdade""! Dizcr que uma sfrmagio éceramene van era se se deve admitr que tal afirmasio ¢ possieinone ‘rdncaimplice uma contradicio bastante paradoual Seo cen, im por base afirmagdes ou expressoce mental fetas por outros homens ¢ ses ia sempre apenas relativamente veda Pode reivindicar a posse de uma verdade no existe F6alguma que posse reitinds ment religiosa.Pois © que distingve uma Feido da f€ humana t se uma verdade funda ‘expresso da fé human: dcira, nenhuma fe absolut; portant, porque humana, dessa fé 38 Posto de que Deus, isto é, dade’ eo vais dose sa verdade absolutae0 valor absolus A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 2a vosem Sua wancendna, et par an do home ye tov sneer aa ec nm sf raion so ‘Gps de aang equ, cm dct io, 9 ae ieee omen snd 086 eds, panos ear pr una verde elt ‘Ronen nitive ee resupoto o egue Det Cneaant solute aces ao nome, € gue 9 omen no pode fae goaguer ama soe Sua a Unde ou fetes, Sua vont ou nen. Alo deal Deuntranseeadni po oes sol ium. Yon recum Dat abrotameteeoneade tapi ‘creomerdo pio homens no pod pears # socdade befor "ro fundana de Nibuh const em pen que sedehisdametar9reatvsno ma humidade regan. ace ponts dc conats ene orc crelao Do Tans sho espito de humane que democrat ese {Suds tos da lo", "Deacon com ele," oral que procul carter “onaclonadn nado de ogo mpeenmento human, unten mesmo pedo Maegan 92 peas nieado, relocate un empreendine {oanmanes mas din; €revelaapor esr’ por Bk npn tedano coract do orem. Ate mes ah exagrgoo {uth gu us Romem Sint por ee eo ao one sae eonsttaum peat, ps et orl ono tet {ons alguns ona oar conionad cago de tivenprenden nan, Tas Go ogo natal tm tomes aur cl conencio eum vedade abla divin, E or sea compensa dela ese rl € comma thefooa ml sine nade qu seme a tito nondionl esa erade bua made igo ¢ una questo svc ema arco ase Ama deco ene denocacn ester Tlranela resupte laiadeG verdade sen tadaou do aly postdo; aida de oma erdade od ult ipa qe rade ons uo alr ops ‘Dao tunes exclon En ato pl ‘aorosdo dua eda apo ous propaganda dao 242 ‘A DEMOCRACIA ‘posto nio devem ser suprimidas. Se, em sua condigao de ‘membros do governo de um Estado, o8 homens que compart ‘ham uma erenea reigiosa defini adotam uma polities de o- lernsia para com as outras religies, sua decisao nfo € deter. ‘minada por sua creca relziosa ieracional no absoluto, mas Por um desejo exttemamente racional de manter a paz ¢ ff berdade na comunidade, No confito entre suas concepydee Uigiosas e polticas, prevalecem as shimas, E incocrente que (9s homens tolerem uma relzido que estd em oposite wom 4 Sua propria © que sua politica pressuponha o relativism ao ‘mesmo tempo em que o absolutismo constitu 9 pressuposto de sua relgifo. Niebuhr cita a afirmagaio de Chesterton de que a tolerinca és virtude dagueles que nfo aceditam em dda", Esa afirmagdo écertamente um exagero. A toler virtude daqueles cuja conviegto religiosa 6 forte o'sufeiente para superar sua inclinacao. po impedir-Ines a incoeréacia de reconhecet a possbildade ¢ ¢ leiimidade de ourasconvisbeselisiosas.Eexatamente nessa incon auc bscla um sone sods Ga Devese coma, smi gue tsps mas ete no ncvaamen a mals eas Uma ver au favre Tolrinca democbica que beespde unas relat, Nun ean co Cena d elavomo elon, poco tons ens 1, no pode seta reatvamo de una saison 1a animate, oregon tn Ne senses tad, seer owt somo cate aa slniar ada cultarl ara do epi ee ‘ras wacionai™ eatin qe "em ua lease ‘congue oseclarano crest ama forma Jeceh iso ue ones daadae setae reese tas humanas™™. Mao reavan tein de eve, Ae inten edad coo empeeninenta ee to pee mute dren dese veto cetesnn, Se Nhu, adferenacons no to deaicene eases ceca st de do aot ali mora, came toaade da via com ut seninento gr eae ea Uo. Cia dee modo, un dew eel ame se ea es ahi anata else monica’ Por |A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 2s oo rns ann tt wala song ae Spun cregiocres rma, scone ees cian snaiaaecen gers easier ces acta crore discon Sone iene reer pat coatea tno. Aegina, pov ears supersede income ctvrmngeeen 2a A DewocR Aci A filosofia da democracia de Jacques Maritain Una etraordiniia tetatva de associat a democrac ‘sii crs feta plo soo catalase saa smselito Christntmeet demaerate. Segunda cl eel ico tem sn org na napiragio evans tp ¢, no ensinamento do Evangelho, os demoe "Rdemcraa ar ‘5, Mog ademocsc scha no avec Doras nega oEvangsibo spore o eine seen tomar se “erdaera unt demerit ‘Stncia mesma da democravia x6 pode concretizar-se a0 to Tal extents seme bastante Agee empe ela doutin soviedca da democracia, ae tanbeer denny Ge, ara ornare ma “eraac Sana moc nament hmane, AUS ee a ue, para a doutrina soviética, a democracia se torna im ‘mente humana nilo a0 tomar-se ctisth, mas ao tornarse to. im ma ao rar _ {itd go Martin eatin ea sti da donor enquanocrnsareigiss,ocritinismo inser ee concee vi palin Bea cao que nose pode tora o ristiansna € a cists subservient absoltamentenenhun stems police ge tanto, tampouco a democraciaenqunta forma de worspe ou io sofia devised potas so funanetl ada pr Coens spemin ou die Ca carctae au sodas 98 or mals verdadcra que pss er, mas omens sae {nda or Duss ipoom hte da ta crt ponte sar a slvacto naa or quaguc Fegine Palion “A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 24s sot a condi de que o mein ao anseridao Dtsto nat SCAth te Deus. E pose! sr era e buscar a slvaio na {cfesn de uma losis olticaoatra que ni loot demo- ‘rhea assim como se poi ser este na época do Imptio oma ao mesmo empocm cue se acetav resme de crs ‘ato ov. no sculo XVI a mesmo tempo em que 3 aderia ores pltico da monarqia absolut." til entender como a esnia mesa da democraca pode set cisanismo s, eaquaatorcligito, 0 crsianismo Ernderent aos sistemas poo, consort com a di Sstabelecia por Crt ete quests policas erelio sas, se um ‘omen pode ‘ser um bom cristo sem ser democra- faves mesmo adeando 20a aoe, Maras no fe ngar que, em nome da eelgido cist, a grea catia Peatolnessatocritios«seand a movimentos demos ‘Bon enqunto ees no foram ben-suedidos le mite, sm “Temos visto as Fores ontors dos estat sos xs tos ltarem, duran um selec em nome da rei, contra ine eee oe a ean toonen So sean tt sea cinetan ts ec Se eon eg encanta eee ceiniueareoe Macitain explica esse fato da segunte maneira: no & 20 cristianismo enguanto credo raigoso ¢ caminho para a vida tera que eles refere a0 afirmar uma relagdo essencal entre lemocraciae cristanismo; ¢ ao cristianismo como fermento {da vida s6cio-poitica do povo + como portador da esperanca {emporal do homem. Nao ¢ o cistianismo enquanto repos toro de verdadedivina, afirmada epropagada pel Ire, mas © etisianismo como uma energiahistrica atuante no mun: tio. O erisinismo no atua nas alturas teoigieas, mas sim has profunderas da consciéacia profana e da existéncia pro- anal”, ou sea, € af que o crisianismo se torna um compo- 246, A bEMocRacIA ‘na e sua esperanga da vida eterna fermentem a vi tea, hire atuate no mundo. Pot, seo csalsnmeneaees San Marian faa de um “ersianume selene" pos € uma contradigao em termos. 7. bo howe predomi de reps signa aim como ae bem se pode afrmar que um governo democriico sera tals sae irtaaeaites area de ser verdad; conto, mesmo sen vrdade, nao demon questio da esséncia da democracia nao deve ser confundid ee iichremnemieamrtn sénca da democracia cum sistema econdmicodxcmnade peso sefsse ostvel provar qu a democrat funciona me: 0,0 mesmo sé aplca trelapdo ene democrat elgies ‘i spd femur qe exe un lo en «tae |A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN ar cficincia mais alto do que qualquer outro sistema rligioso, ‘Aidemocracia de Antigidadeestava ligada a uma rlig Talmente diferente do crstianismoe nfo hf nenhuma razio pa fa se imaginar que um povo com uma religo diferente da cris Undo seja capac de estabelecer una verdadeira democracia, Naverdade, existe, atualmente,Fstados democréticos na par~ fe nio-crista da bumanidade, como, por exemplo, as demo- is maometana, judaicae hindu, O que Maritain tenta de fato mostrar no éexatamente uma relagao esencial entre de- rmocracia e rligito erst, mas una relagio entre democracia ‘eertosprineipiospoltico-morais que supoe possulrem 0 ca- ater de Direito natural e que — 2om escasa justifieaso — denifica, ow considera harmonics, com ale evangéica (“oi ‘Grangdlique") enquanto moraidade crit especfica, S6 txste, porém, umn nico prineipio de moralidade espcifica- mente cristo, pos que for enuncado por Cristo e nso ¢ au {ado por nenhium outro sistema socal: abrir mao da repress- tia, nf reribuir 0 bem com o bern e © mal com 0 maly mas retrbuir 0 mal com o bem ¢ amar ndo apenas a nosso prOx! fm, mas também 4 nose inimigo, © que sinifiea nfo punir {quent pratica o mal, mas perdodo. Esse € 0 novo principio {hs justia cristo principio do amor. Esse principio, porém, ‘inaplcave realdade politica; eincompatlvel com qualauet Estado enquanto ordem eeradora de les coerctivas a setem Aplicadas aos infratres da lei. Os outros princpios da mora Tidade cist ndo sioespeciticament crisdos ou evangéticos: também s89 praclamados — e foram prociamados ates do Evangelno — por outros sistemas moras, esio apliciveis em ‘qualquer sociedade e no apenasem uma comunidade demo- Craticamente orpanizada, ‘Para uma confirmagio de sua tese acerca do cardter evan- atlco da democraci, Maritain se report a seguinte afirma- {ho do filbsofo francés Henri 3erpson: “A democracia €, por sua propria naturera, evangica; sua forga motriz € & mor" Seo amor, 0 anor de Cristo, fosse realmente for- fa mottiz da democracia,entdo,esomente entao, podera-se ‘Sirmar gue a democracia est fondamentalmente Higada 30 istianfamo. Mas € evidente que ndo é, nem pode ser ese 0 aso. A afirimagio de Bergson nada mais €que uma express8o 248 4 vewocescrs hiperbtica do fato 20 qual me referi na primeira parte deste «nsaio:o de que a forma democritca de governo corresponds ‘mais a0 tipo de caréter amante da paz do que ao agresivo, Mas 0 amor & paz em uma Sociedade politica ¢algo muito di ferente do amor evangico eo fata de a democraca set com pativel com o tipo de homem aman da paz nao significa que © Principio da democracia pode ser inferido do amor 4 par ¢ hhdmicos podem predominar. E um ‘ato inegivel que a8 polit- ay para a realizagao do ideas religiosos ou nacionalistassem- pre ebtiveram o apoio enusiético,e até mesmo fanatico, das trandes massas, mesmo quando essas politiess hes impunham sais dutasrestrgbes a0 seu ben-star econdmico. Se, em fermos do besi-estat esondmico das mass, o sistema socia~ lista ¢ uma garantia melhor que o sistema capitalist, é uma {questo ainda em aberto. experiénia da Unio Sovitia ain ‘de-ndo nos pode oferecer uma prove convincente. Contudo, tmesino que se pudesse provar que osociaismo se volta, muito mais que o captalismo, para o neresss daesmagadore maio~ fia do povo, no se poceiaafirmar que onde existe um iste ‘na capitalist sob um governo estabelecido por elias livres ‘om base no suftégio universal, gualitro esereto, ou seis, Sob um sistema de democracia formal” 0 sistema capials- ta-exista sem, ou até mesma contra. a vontade do povo, eae, por esse motivo, gaverna no pode ser consderado uma ver- dadera” democracia, Os argumenos utlizados pelos marx: fas ent defesa desse ponto de vista so claramente equvoca- dos. Simplesmente no €verdade que os detentores dos meios de prodigao, os captalistas, também controlam a ideologia poltca pelo fato de controlarem ¢ processo econdmico. Nao fe pode negar que todos os meios de propaganda, sobretudo ‘himprensa,esteiam muito mais sua disposiglo do que & dis: posigdo dos adversrios do capitalsmo. No entanto, também hao se pode negar que, enquanto o sistema politico mantiver Seu eariter de democracia "formal", neahum monopdlio da propaganda pré-capitalista poder? ser estabelecio; € um po- {der econdmice maior por tis de uma miquina propazandis: tica nto constitu! uma garantia de eu maior efeto. E um fat bem conecido que, durante a campanha presidencial de 1936, 2 imprensa anti-Roosevelt inha uma crculagao muito maior ‘que a da imprensa pré-Roosevele que, ndo obstante, Roose: elt venceu a eleigdo!. E um exegero absurdo afirmar que 2s p00 em contol sto das needs condi do o- them em cota nente de menee ee Spies pois, Exe via cee tte ealidade econdmicacdeolgia politic, Contudors tg de quo patos scala putea deemohe ee tice nas denocactapalsas ea pone ete democtac “Toma ue ipa see Codeetecertm onto apoio dee {ocomocapiaiamo cosocalants Same Sonim ce peiominani sb aneine sees "posiikade de Sti to ste eee Tal repeso dina de etre um eine dente ss ual no se pode ob una cane pe a ‘uma mudanya gradual. Iss0 ndo sighifica, por certo, que um {nae de stat ate pee oe Ekem-tcdin we aecdnshasonee ne et ® goverodemocaico pan haber wate 5 inpiea,ncearamente caution otic aoeatco, do mcins made ane ee Se ee Cro era pres scans ee mic irene dag ue eave ‘Uma “redefinigdo” da democrucia to s7e25 0 mars oodoos, Sializas que aredtamem mapas xolurdors epee io it oscalo, © a em aa stan rc im sistema condmico plo outa, deers pe ae Vista ganda 0 aul no athido reise eee semocrai nto ¢ compaietcom o captions, Sea fam due, durante steulo XIX, os Esacoe ka denature democrat. Atma portm gic sehen mas também os 50. A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 299 ‘nic os timo cng noon adver ma por in iposvel mater osrala sou sera Sahin e que es evo resuhow em uma "erie da de inocraca™ al er, afrmam es, const no fto de aue ps formas demo on diits poticos fram gad mente verado deseu sina, reso cm lg os mais {anos pases democrtics, pl forge dominante do po dereconomico" ede guco process Semorina con- {es auomatcament, "ease do poder” ""Quando © pte econdmicoerganizado erisnvon, fundamen da de- Iowa perl do sexu XIX efceloe.Os ditos pol Tho omaramse elevates, na mid em qe ilo mais on- fer o contol sobre or atres gue dtr as quests dcaivas da vida raion." A stag crac pode Ser nda crisatrimente através da cag de uma “nova de trowava"s A nova democrasa ve schegt a uma r= Detmio, cm (cmos predominanemente econdmico, das iias democrats de igual’ liberdade"" deve “fa ter com que, em terns de a efi, 0s ios pots fredominen sobre o poder econdinicoedsenvolve, et {Eos membros, um senimento "de responsabilidad comum tele tunconamnento da democract™ Eu atgunentaclo basa sem ia de um possvelan- tagonsmo ene poder economic = res oles. Seeun- dcoa conepsie acts da demoracacontenpordnescot- She emtament nse antagonismo Conto,aextncades- ‘Sumagonismo na ealdade poi das democrais eed tis emuto duvidoss, ov —formaado com mais ratio — ausidoso ve cue antaganiamo, qe por eros cr fetamentedescito deste modo. Poder capasiade denier os otros. Ua ps- soa tm poder soe ots se pce levis a8 comports- {Ede condo com sun vontade Em, portant, 0 pode 80 Fem pola nem econbmio; 6 meio po ql se olen © Sompottamentodesjado€ police ou ecomic.O mio es pect atraves do qual seer ee peer denominado eo Romico 0 proce de produrao contmicaeAstrbuito de prodatos, Ochanado poder ewonémio esta nas fos daahe- Ieque conta ese proceso, o que faze quando tem & i 4 benoceacis sua disposigao os meios de produsia. Em uma organizaglo poll ticaconstiuida por uma ordem juriica, isto &, em um Estado, ‘disposigdo dos meios de produgio deve assumir uma forma ridica, a forma da propriedade. Os metos de produgao podem set propredade de pessoas privadas — 0 que ¢ componcate cx Sencal do sistema capitalist resulta em uma staagao erases. Flzada pelo fato de os meios de produsio se concentrarem nas Imios de um grupo relaivamente pequeno, de uma minora da Dopulagdo. Ness caso, dsebuigio dos produtos concmices ‘sssumea forma juridca do contrat, Ou os meio de produsie Pode se propriedade do governo, ou ja, podem ser naciona. Tizados — 0 que ¢ componente esencial do sistema econdeico| Socialista. Ness aso, a dst ibuigdo dos produtos assume for ‘ma juridia de adjudicagao, deta ou indireta, do governo tos overnados. Em ambos oscasos, a vida scondmicaéreaida pelo brocessn de criapio eapicagdo de Dirito, No ease do soca. mo, ese process € coneretamenteorsanizado por dispontvos {que reservam o controle dos meos de produc ao governo ed ‘gem o proceso de produsdo edisiribuio econdmicade modo autoritéio, insiuindo uma economia planifcada. No caso do ‘apitalismo, aida econdmica nao fica a margem do domino da lei residaporaispositivoslegais que deixam a aquiscza da pro. bredad em gerale da propriedade dos meios de produsao eds ‘rodutos em particular ao contrato, que sonst a esenca de "uma economia ive. Mas esalberdade esondmica €uma liber «lade juridica, uma liberdadeparantda pela ei. Os propritarios brivados dos meios de produgdo ndo podem exercer seu poder ‘condmico seo principios da propriedade privadae dacontrato io forem solidamente estabelecidos pelo proceso de crag de Direto ese sua propriedadendo for eetivamente protesda pelo Drocesso de apliasio do mesmo. Iso & sobretudo evident nos Estados modernos onde xistem fortes movimentossovaistas a favor da nacionalizastio dos meios de producto. $6 através dos rooessos de cragio eaplcagdo de Direito€ posivel manter 0 ode econdmico dos proprettios privados dos meios de pro. des conta as foras vlads pare. supresso dese sista Diretos politicos sto os direitos que confeem a seus pos: suidoresinlugncia sobre o govern, essa significa controle dos i on gr le i aaa ete ee pallens ons sae ee et it wverno pode estar —e nos Estados capitalistas do sécul. ‘Simca Sa ts oe ropa cSt ta peims mennepe oie ‘Erement igs os poser decashoapast de Die a ae a ote ee omen iu por uma pequena ssinoria voltada para os seus propriosntereses Se ‘uma democracia mo- i a eat tee et scata lutte tc see) Sieinceco pote wondmica ato fs proesade os Sek tatrn oucenheme to ee time qee meat oe Soro i A pewocescia ‘esl eat, ieee Sem eager eceivame tee de certos abusos que podem ore pa foe pate, 1 s pode near que nan democrats eldentas fs elasoee bo parlamento-e dos chefs do eccrine cumprem cna ea fencias Se um govern eto desea forma marten wae imaecondmico capita, nto hi motvsucente para ae. tmar qv al sistema Sea contro vonade popstar, o para formulr com mas xa consi as nen da ‘maiova do eletorado mas on menos oreaizado em partidos Polos. enquan Suna minors, os uma eee tan Stein mane, dtorada or trie a tena economic soca, nd ver moto sucnte pra iar ave os disitospolicos perderam osentio porge Mo s esabelces oss sola | (unto infuzncia dos deentores dos meios de prods cto sobre govern eva somente fot se sac fo a Cisoral Se pari soiaita nove ume maora pe Imanete do eetorad, srs imposivelprovar que aka ‘deve a exitaia da propiedadeprivada dos mes de ro digo, Se, em uma sociedad que cumpreas itn deme eves hi pouco menionads,o fata de 0 ms de prose {0 estarert nas mos de una minori de propitros pie dosiao for apa de impair o surements deum oe par Jo vows, e mals que improve aco mesmo fas ose itmpeir o partido socal de btera maieria necessrs para controlar 0 goveno e exabeker un stoma ronmicg so Sita posse que o eleva una peson a eer sous Aires patios em favor de dterminad pando plice ao se) a propia opi independent sobre o ae ease, Polticamente, 20s sus interes poder qu ee elt se Sa etre pela propaganda pies caver ea nusior do considera vote dado influnca da propaga Pll tin como a expresso da verdad ou efetiva Vota dc tor, Mas nao h motivo par presupor que, eta lettes Socata a propagasi ene os que vam seauindespcnss Sta propia opie cos que vot sab inutncl de pops fanda pica eacfrente extn crear iors se ‘ociitas, 1 sh, que os primis expesem mals sspundos a verdad ou eeva vontad Go pave O fata de 4 DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 263 a propaganda ant-sciaista, a despite do maior perio exo- dios sa tsps, no exer necesariamente umf. tomas forte que od prapagands soil algode eaten meng! Pode arse perfetamene qo un omer pobre no None er um partido socialist por acedtarem Deus, demons Yando, portato, mais conflangano instr de susie, que Srrontthaagiassi, Go queso sitador poi de um par- {fount teow ou ainda, peo ide ter por une ov outs tua ott aint an dre ‘Sat um pario polico mais faorvel a0 amamento do que Seeformas soca, Contado, ait que aexitnca da re apo do acionasmos deve wr expeada pea inuencia do Etplalsmo sera absurdo, una ver que ambos exstem no Est ‘ote US, inert ua ore pega antseigiosncosepundo ado poo propio ove So louasta con instrument cee para eealago de 20 polis Portanto,¢smplesment fo que em umn Estado demo craton pode conamico poe sempresesobrepor ao pode po igo, quo proceso democratic podesempte ser fal ao bus caretabeleerareadade do podere qu srt politico se ‘Sroam vetvantsprave no emit que se dete ocon- Tttcsobreosftoresque determina aqueso geisha da i Mocona™ A stung polisa deri desa manera enganosa Como a crs da demoeraia moderna cons, na verdad, n0 {ato de que em uma democraia em vrtude dos prinipospl- thos queconsigem sua ropriestnci, sug eacumlon ora Somsidervel um partido poiicocufamera€ substi capita tame extent pelo vocal, em spor, no entanto, eum Inara de eleilores neces para o exec de um contole primanente do governoalraves do proceso democratic. Con- “tetemente or clogos do soap dearam ese proceso {Frlcrante nada masque “formal”, Flam de uma erie” da emowrass eeuemocstaclecneni de uma "nova ou" hada democrat, quer pelaorga 08 — quando nib sio se furs da dournarevoluconiria masta — por uma rein {Etpreratte dos princi demoraticos de berdade equals Gremermeoseconomeoy, ff por umasovadefingiona aval ‘Tentase pasa do governo do ovo ao govetno para o pov = A bewoceacis Esse de to ua, is io sera de uma isda democrat uma crt dosiicmacondmice redone do captalime. Euma eformacs eval podem se recess eulnevidvcs Esa efor ouevoigt no inplcauma mo dieacto na ea da denacac, as nasupesao do site Inaccontmico predominate Octseleimeto det sea ‘condnico socialists ea naconlago dos nosed poss dk produ podem er eto demeloraropuido Sono. co meio damn o poo, ns tte" Semor Gia Jaseramato sents a enor em dd terior elo "rxatar apr os dos otices™ Peloconiiio, cbasants psig, sexs um sea nico gue negra odors sasfgio de suas mals tmportan: tsnecesads economies o eee pla pote iar ‘etatemente,sobetudo sn stemaecondnico soli for {nj com ums polenta uc abet a creunzact internal cops de aseurauna efetva sep rang calatva, Seo home se ibrar do tena os dl mele Imaors aomeea por aadade yoveaamentl pode pet dkerrande pat de un imports pao nd, aon rest em pap da mex pode ora Se menos nena do Atesempre quando sds do govern noscampa dace omlae das eles xeriores atta sua propiid,Os ie Togs do sovilnmo lo maria csgemuna etna dade tera como um sitemadeovertobseadem cos pole tos ldosconea poder economist mo. Cri deve er combinaa como sotalsmo: Peeler ao Sou conta exe programa polio earedlo qua democtaca ‘ejacompael com osoalomo, Condo, neg cfacaneste Ae, parareazareteprograma,sjaneasrio ree ocom scoedemocrac pose abut oct a oer soca om gs, pao ja pres ua 8 sien democrat Jo modo smo detge nse Ssivenapria senate ns denerasas copatnaseas tens. Umaredlnigndadomosaca coma nosmowra tee fasoviica~€ uma eran nla, pos pode omer — {cuando caboraanomldes deoriasovcicade ao Tote ‘= uminruentoidolec param movineno paige tado ‘contra a democraca. 7 i * | DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN A alegada incompatibidade da democrat amt salaame economispaaleas) Da aie reste, eer ue dota main ‘Sottaco soca consi um eo evident, Mas no ¢ ‘Shue quer democraca nfo pose reaiar-seem a ema, {hee smiisno ea daca njaminempatel ened rque ego uma dourina cpt mito difundida rer Selalsn impie ecessriamente a suresio de toda verdes em temos tanto poss quanto negativos, da berdade police no seni de partes dos governs 0 vero, asim como daiberdadeecondmicn ete! no ‘Sho detierdae em retasao a0 over: eae conse ‘Snenerademocracas ¢pomve dente de um sistema eo nomico apis rata dea demosracia, do modo como definida nes cosa, ser postive en oma sosetade capitalist & ua ev SEncla que nao careve de demonstrago expel. Nem mesno Erna cos socal, qe pens Se recuse scone Sera democraca capa como "werdadeira™ democrat Devemos nos ocvpar, portant, com a questo de sea deo: Cacia somente® posse dent deuma economia capitalists, por et inompatel com 0 Ssias ‘questo quase sempre dicta em conexto com o yobten da ronan planifcad, qe consti a essnca do ‘eeitnm, Os averse dese stema econdio afm {uo sistema extemamente completo de atvidadesexondmi- $SEsnao pode er dcionado de forma demote, iso & por Seles majoriirias de um corpo muliforme de indivios Slciton por am breve peiodo de tenpo por partidos poticos Som inressesanagdvicos, mas somente por um qaco d= SSpucattes sob drama de um ditadoe dado de poderes ‘camentelimtadoe, A economia panfeada exie a st- Premao de ibedade ese 8 democtacia, Por berdade meric, como jt mstamos, o qe se entende 40 do deine dicen: iberade ssitv ou pla deni crminado, a partkipaia dos povermados no gover, {Es nactngoeaplago da orem coriva, ea Hberdade 266 A vewoceacia sistrativa judicial do governo, Realiza-sequase sempre na fu SSonntricer fee garantia muito mais fetiva do que a organizacio perfcitamente A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 267 Ni 6 56 exigdncia de legal dade na funedo aplicadora de Dineto que pode leva, no interesse da democracia do 10 tdo, a uma resricto do principio cemocratico na organizagao tdo poder adminisratvo edo jud-eirio. A exigencia de uma ‘administragdo ficient caminha nsse mesmo sentido, Se uma ‘AdminstragdoInefciente vem a pdr em rsco a propria exis tencia de um Estado democratio e se um menor grau de de- Imocratizasio asepura ma adminirasa0 mais eficene, 0 tipo tenos democratico de organizacao administrativa pode ser es folkido, coma finalidade de master a democracia do todo. essa, sem divida, a razo pela qual, em todas as democra- cas modenas, o método pelo qual se nome 0 chefe do exe- {ative ¢ muito menos democrtice do que o método pelo qual Se elegeo parlamento, O presidente dos Estados Unidos, el to indretamente pelo povo endo responsivel peranteo parla mento, € ui OrgE0 menos demoxdico que a Cimara de De putados. A nomeagio de julzs plo chefe do exeeutivo & ce Tamente menos democritica que aeleigdo dos mesmos pelo po- vo, enquanto a norma de que somente advogados provectos podem ser nomeados e, sobrecuo, os principios de que um Jie tem de ser independente dos que o nomeiam ou elegem ode que. mesmo ¢ rremovive, sto tudo menos democrat- 0s. Nao obstante, no hesitamoy em considerar demoerstico um Estado cuja constuigao etaelece que juizes independen- {ese irremoviveis sjam nomeados pelo chefe do executvo, ois tcreditamos que, para um Esiado democritico, esse tipo de ‘dministragdo judiiria € melhor que o outro. Fverdade que rho Estados capitalists questo modelos de democraca o chefe {do exectivo tem poderes cisrcinérios muito amplos no cam- po da administragao militar e da relagdes exterores © que, ‘Quanto 20s problemas puramenteenicos, por exemplo a érea ‘Ta satide publica, os especilistas tem um alto gra de partic prado na aividade governamental. Quando mais ténica for lima administragto isto 6, quanto mais os mes para a eal fo dos seus fins forem determinados pela experitaciacien- {ifea, menos politica ela sera e menos essencal sera, ao card- ter democritica do corpo police como um sodo, sua sue ‘io ao processo democratic. Essa arazdo pela qual a eres: ‘ene burocratizayao do governo, um iro caractristico do i A pewoeracia Fer demerits, na mecdaem de fear eatin A Meepra de Dirt A incompaibiidadeente ssa e democrcia, por im no hernia ne demacac cali ‘mo, por outro, sto ds vere consusanciadas plo sre de gue a chamada “regra de Dircto™ nto ode ser ant ovum stems eontmic soi, nas some sn tema esondmico capitalist, e, por se una garana de be se ter de Dito enc para demouaca 4 DEMOCRACIA SEGUNDO KELSE? 269) Por regra de Direito entende seo principio de que as fun- 8es administtativas«judieirias do Estado dever ser 0 ma imo posiel detrminadas por acrmaisgeais de Ditto pres- tabelevidas, de tal modo que caba aos érpios administra ‘vos ejudicrios o minimo possivel em termos de poder disci Condtio: desse modo, ao evitarse um governo arbitrrio, assequra-sealiberdade. Uma vez qu, como se afirma, um sis tema de economia planificada nio permite que se determine ‘ administragdo por normas gerasprestabelecidas, € inevtd- ‘el um governo arbitrrio e, prtanto a perda de hiberdade. ‘Tal argumento, porém, no & de todo correto.O principio cha- mado “regra de Drei” alo resting o poder lgislaivo is to & 0 poder de promlgar normas juridicas gerais, e, dese modo, ndo restringe o grau em que 0 comportamento hums fno pode ser repulalo por esas normas. Conseqientemente, ' phnetpio de rgra de Direltondo garante a iberdade Jv i dividuo, mas apenas a possbilidade de 0 mesmo prever, até certo ponto, a atividade dos draios aplicadores de Direito, i= 06, dos érgis administrativos = judicirios, e, portanto, de ‘Adaptar seu comportamento a esas atvidades.O prinepio de ‘epra de Direto pode prevalecer ainda que Coda a vida do in- dividuo sejatexida por normas juridicas gers que presee- ‘vem em detalhe sev comportamento em relacdo aos outros ¢ ‘Que, portanto, zestringem, em prande pate, sua iberdade de a6l0, A regra de Direto nit gavante a liberdade dos indivi {luossujeltos ao governo porque n80 tata da rela entre g0- ‘vermo e governados, mas de uma relagao no mbito do pr6- prio governo, a relagao eatre a funedo eriadora de Diteto © Tango aplicadora de Diteto; seu objetivo ¢ a conformidade da segunda com a primeiza. O efito da regra de Direito é @ racionalzaeio da atividade do govern, isto &, dos processos de cragio © aplicacdo de Direite, Seu objetivo no éaliber- ‘dade, masa seguranc, segurancano campo do Dirito,Rechis- Sicherheit, como & chamada na jucsprudénciaalema. Seo pro- blema da democraciae da economia for abordado do ponto de vista de racionalizagoe seguranga deve-se admits que © Socialismo, com sua economia plnificada, condus exatamen tea racionalizagio do processo econdmico ea seguranga co- ‘némica, em oposiga ao eapitalimo, © qual com sua produ - A pewocracia ‘idadeandrquica et longe de garaniumaseguransaecond- ica. Ese efeto de uma economia capital nao pads oe stado pla era de Dir predaminanc emu emacs, cia eptlista, piv a vid sondmica no &drtamente ope lad plo Dirt; ea racionalizasao do proceso economic, juntamente com a epuranga condi, edo slaneader ot tm democraia socialite mesto sea eure de Dna na += aplicar®lamentagdo jrdcn da vida econ 'No qe dz respeito&arbiraridade do govern, ase supde deva ser imped pla“epa de Dieu" lo sede ‘em ignorar dos fatores que prejuicam seamen exes ee to. Em rims lugar, a posblidade de determina» ber dade de aco de rat pendor de Dk stn de a mas oa vse lmtada pela propria nature da lp eae tetas tings de rage apo de Dc Tas Tmo ao airilrae gesios ea sados pelo redo competente em um caso conceto emis & "ocma geal aplicada a um iivduo especfin,constuce uma norma individual Aautridade administration, be ce ‘mo o juz, ordenam ao individu aque aja ou obsteaave de toicde demands cous oder a norma que presreve um eomportamento cnet par i i, dvi speci. tensendo prinspadenoind fae Dire" ¢ determina tanto quanto posses ante ‘dua norma gra, o conte das normasmiduaa se ‘em promuleads pelos eos alminstratvose judi Mas oconteido da norma individual nunea pods scone: tamentedeterminado por umn normal gral Fone spo. vel. promulgacio de norma individ seria superfans te sempre um certo grau de poder dscricionaro 4 eargo to Sratodesinado a apieaca toma ger que ape a utr eno da qual ve er sd ov ny €st, por sua ve, smote conten algo de nove cae sind «st sonido na gorma perl Prtanto, nevi on sons rau de arbitraredae na apliasto de Dteo, que tambem ¢, necesariamente, ua elagio de Diet. Pods nore is dividual promulgada peo Srgao adminscevo ou juleiio 4 to legal quanto a norma gral promulgade pelo Srete Ie “A DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN am sisatvo, Por outro lado, o poder ssrciondio, ou a “ari- nds do dro legiatvo, ¢prtcament mica. O reno ¢soberano su soberatia a soberaia do Pov0 1 ambito de uma democracia representa, Tse ainda wn outro aspect do problema da arbitra siedade do governo para 0 qu seve char stenao: a6 Sea admnseag em um erste nico, sto até onde melon que determina os ins cu adminisaao sto be ‘Eades na experiencia cena petn(, os speciaistas at- ‘Tapa deta ov inietament d administer, o fato de {conti das norms indvidoanao Ser deterinado or torias rides pra prsstabekidas no igen, nee Sevament, que adminstragdo tesa un cardtrarbieio Sum govern, autorizado pla dada por um paramento democtacament dito — como, por exemplo, na Suca —, Spur uns fersvi, sia oi pote anes de noes Stricas geri, o tnodo de cons uma lovomotiva ou de ue mancra dvam ser apowo es teiios:¢ evident ae as desibe cm questo devem ser omadas peas especialistas da Stninsario, Ning considera gover arbitro por sce mative. Como jt observado, 1 sdmunistagdo economia Sim um sistema de economia plaieada pode ter um carter Stinentemente tno. © fo de a dese nics seem {Tunas nego os specialises eo conan mtvo St- ficente para vedo como "arbitsio™ ‘segundo far capaz de prejuiar oii da er de Divo ainda mat rio. A sncago do Direto sempre ‘pics uma interpetaio do mesro, Sem esa inerpreasto, tehuma aplicasto€ pose Ura ver qe sora geri {Temata pelos ros adninitatvsejudrios 80 tesesnrimente xprevas em ngage humana fedo em vita que eta ¢ sempre mals ou meos abigua, omansepos- Sve imtrpretagoes quae sempre diferentes, e 4 vere con- tracitria, de uma mesma norma gra. ASin, no aue dz es faite tos individeosafecados,o 74 de previsoioade da Esuay dos oados administrative judo, mesmo ae ‘termina tanto quanto posse por noxmaszas pees belrda, nto io grande quantosmaginam eles de om fam no pncpi gerald Dito. A seguranga urea abso- a 4 penoceacis Ia € ua aso exatamente pats maner esa iusto eplnio do pico que ears es aes ursprodenc in dlsonl nega a possbidae deferetes interpreta goa, dum porto de vin jurico, si gunimene coca ei. sie no dogma de qi seme exited uma ini inert So coreta determinivel pea clea Junen A posibldae de diferentes interpreagSe ua ar sa jure gral € particalament erande no cas do Dio consuetuinti, onde ndo exist una formas esis das Borns rides gras. Emultovinieatno gus oa dost do itso consetuinaso a importincia ds norman jr 62s geass to poo reconbeida que um dos Prins jurists amerianos, Job Chapman Gian da Hato fag School, pe defender a texe de gue todo 0 Dieta ¢ eats Belo ibunis-o que implica complete ga ee ace Poa era cde Ds em um Esa deniotce © fato des norma gral ser aplcada pels oeaosadmi- stats ejrospermiirditrene interprets por parte dos memos € uma das rates da esta Heslop proceso administrative jira, na qual os Ineouoe tema posbidad de ecorrr da dein dt uma auforidade Sra ov aiminsratva de instinia terion us dca !ncasupetios, sempre qe consieram a deseo dan) dade de insticia interior em desconformidade cous among acral ae aplicaa. Conti, ua vex que ene recur ee 4 chara um trio a deca da auondade tptess dare estar investi de fread evs ou nto em conformed, coms ormageral ase apc pea autordade Nao ha, pa tcament,nenuma posbiidade de ita o poser dese. ‘lode in rede adminitrativo ou julie sopra ne diso tm foes de ei. Esa nso em bra sea todos sitet cos nse auc ds demas ‘nai radi pode reudcar seriamenteo piacpo da san de Dirt onde — como em uma democraia sapere redo aiinisratv ejuiciro no €Hemteo ao supe ‘eo lpisatve sto onde preva orinsino da separa. ‘io dos pers Na medida om que € reais, o pinto da rea de Dire €certamente um complement aa detocala mag JEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN as conform tina emma democrats ssc to Sietocrpececememia usar our to 00 se replamenago jure ea tao inciocm usttont oder ser apd on, po mene, {ido com pant ic nmaitrio ontnica eco tna anfeaa,nosinifenqucome sect sera scmcte ec dectros epost ape do Dr ert Laas sottequ, nse met, peter smc ‘hor perftamente most Sina ol eames aa ores 9 vnc dena de Dt na su to Mere em {ina racionaleaco das aivdadesgovernamentis. Na relia {cpt porn pins poder edt st eo ponto “Sbanporum goers, pls rain Se cue Stato pups en ‘Sosa dpradoseorioy aniaresbordinatos Sec qu Saw son oat ens samo main Pe Sth psp namirao cfc ae ve Sheu her une va er SSG don eto dnt asin, que aa SSShname, pocnorme pera esa capar de formar Sata formar preps tb oseucontol cmunio Sipeoteaa Acampo peta Stsemcntcumreine smectic ener sistance ers pe Ds rinse pl Sao ‘betncins dtd, osatenento deers ess reas Gnctr encores comparacmentemas femme dence ape doom ama clam nunc proves parca, do ques ma sot tbat sob poe donde ncn, stds cjvomae > Nao, prem, rao para frestupor que, aese resp, dev xsi umadiferena fund seen Eade capt rum Eta sonst ae lutjtniean funds Jerndoe apbdora deDietoem intl dcconrseplanifeadadeaterumesrterato "xenon dear upems occ dar Sima poder distress oman seas que de mina anne bial A pEwoceacis Democracia ¢ iberdade econdmica © restado da andlis precedente € 0 de gue, no ue diz ‘espe iberdade posta ov pla, bande gue ca Sst paras ton gover ng gover dan Gitta quanto capitalist. Mas que dizer da bends net qe lo conse na participa dor que eatdesujeos ‘ne cocciva do ado em su cao aplcaro, ae 1a liberdade dante da coeeio,earantia por ma festricdo specs den rem atraves da exelent conse gal de certs dieitos humanos? Que o capitalism, camo beraismo econdmico xe tal Hoerdade,¢ um fate Married € evident por si mesmo. Que o socialism, somo um sistema de esonomia planicadadrearente pos ao liberalano es ‘omic, €incompatve com a iberdade economics po ato 4 ser, por sua propia naturera, uma cteato da orden coos iva do Estado relates exondnias amb evident yor mesmo, Mas iberdade ccondmica no Tatar dion to que dr respeto questo dea icrdade sence rasa sc ou no compat! com o soilsmo, Em psd usar, no podemosequeer qe a mesmo oberon es seo do século XD nao senfcava uma compet bere roti mine ques orc do Ete ‘ass de er qualquer imerfrencia nas quests econdmica ‘fala prpredde vada one costes ak tmadocaptatsmo itera, sto natu rea, eanuee roles a propriedadepivad expr oampemeniodoscon, lratos€ uma das principals anges do Dict el capac {8: a panigdo imputada ao roubo, baad ea peste om, aunt ries espesficamente condos, una funga0 Sencial do Deo criminal capitalist O desetvolimento ao Estado modetnocaracterizase po oma cesente tendenla 3 reamentagto Juridica ds estes econdmics: ae taal caniane so cementonndpensives de po ca interna ecertmente constitu uma exraoriniia at Go da liberdade economics Erecnhesdo, Se mode ser, auc ene desenvolvimento ao privou as panes poten da ‘hileato ociental desu carter democrc. Seno poe A BEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN 25 tendermos admits que a democracia desapareceu no mundo moderno, nio poderemos incur na definigao de democracia ‘principio de liberdade econdmica. Nao € lberdade econd- nica, mas aliberdade itelectua, — liberdade religiosa,cien tiffese de imprensa — que é esencal & democracia. Porta fo. a questao fundamental € saber se a liberdade intelectual pode ser mantida em um sistema politico que suprime a iber- ‘ade econémica através da economia planificada. Ou, como tem sido formulada a questao, sm coletivizaedo do setoreco- ndmico da vida leva ou nfo, newssariament, &coletvizagdo Je todos os outros setores. E alps dos mais dstacados eco hhomistastém dado uma respostsafirmativa a esa interop (io. Dizem eles que a coetvizaco nao pode lear restita as ‘quests econdmicas, que a liberdade intelectual ndo mais o- era ser mantida sa liberdade econdmica for suprimida e que DO coletivismo que contrala a vida econdmica do homem deve- ‘ainevitavelmente controlar também sua vida intelectual. E- Se ormals poderoso argumento na defesa do capitalism con- tra socilismo. Contudo, pot mais paradoxal que possa a fever, tl argumenta é se nao inti, pelo menos muito pa Fecido com a doutrina marxista segundo a qual a realidade ‘eondmica determina sa superestrutura ideologica, isto in {electal e, sobretdo juridiae politica. Expicar 0 totalita- rismo politico como @consequeaca de um sistema econdmico ‘specifica € dar una interpretazdo econOmica da sociedade. ‘0 argumento fundamenta-e no pressuposto de que so iatismo €sindmino de coletvismo, em contrapesicio ao idk idualismo do capitaliemo liberal, ena identifieacto do cole tivismo com 0 totaltarismo", Essa identficado, porém, € inadmissvel pos ocoletivismo existe na realidade socal em fraus diferentes, engunnto 0 foalitarismo € apenas o mas al- {o grau de coletvimo possivl. Qualguer ordem normativa que regule o comportamento mituo dos individuos constitu um ‘Collectivunn, 04 ej, um corpe coletvo, e, portanto, repre- Senta algum ipo de coletivsmo. Contudo, as ordens norma ‘as diferem no que diz respeito sua esfera material de vali: fade isto ¢, a intensidade com que regulam 8s relagBes huma- fase no que di respeito ao grau de centralizagdo, Mesmo @ ‘mais primitiva ordem social, que € completamente descentra- bid A bewocn, leads ita reglamentacs lamenag das rele hmanas mais ‘ais através da potbicdounicamente do nena oto aoee sinato, representa um certo sau de colegio, O Estea ‘modern uma ordem coercive centrale comune cane terial devaldade extant amp, exlbum pra stute levad de olivia sem tery nese, Ua eae ‘otal, Sem dvd, soviet sinmine dealin, ols significa a coletivizagéo da vida econémica do homem. ‘Masa questi ¢exatament saber sce coltvsae ens ssriamente&colevizag da vida man tac lade. Tinha de pensamento na qual se sea ua eo afirmativa a essa ‘eeu Dergunta sepueo cso indicdo seas Nao posivelseparar a exfere economic ds otis oes avid humana, pos, pana azn doses uc no Sistine Fis enti socio cfs fe scouduics: ok fins economicon sto sem Bt meios para novos ns. Se, po echo um pup de vivos que comparhan a mesa relldo dese cera @ eto comum presctito por sua renga. val poten de ito apron vale Sue de mean connec Permit ans im intel Se ~ como scone uma sociedad sciaista— eset meio econtms sob o controle de uma autoridade central, a conse odo fim val depender da devisio dessa auoriade, ques soscguone Sent, contol ambm im ndoeeonsne Porat os membros nao sio livres no que diz respeito & consecucio di = Se5 fins, Iso € verdade. Mas, em uit hoviedade sapiatoa, ford a stuasaoessnsilmente diferente? Exisiraliberdade no fe stinfpdo das neesidades no-econdmicns aon 4 a economia nao ¢ planficada? Se em none creo es individuos em questao nao tiverem o dinheiro para construir ou comprar o clio de ae pessam pare o eu song eh sos, podem eta obter, para ese propos: um carat "80 jntoaum banco, Contd, seo banco tine am tose Seguro ou mals ucrativo para ese inher, nia i concede © emoréstino, Eevidene que, a medida em gue nea concorténca de uma socedade captalsta tambon etd pre sete no sete banc, as esos poser tna ther em brdstino em otro banc iso, poren, no sige uc os 1 DEMOCRACIA SEGUNDO KELSEN a rio bem-sucedidas, Podem nao ser capazes de encontrar um tnancodispostow empresar-thes a soma necessiriae dese mo- ‘do, no que diz respelto a realizagao ce suas necessidades reli- iosas por meios evondmicos em uma sociedade capitalist, se- ‘io tdo pouco livres quanto oseriam 2m unrasociedade socia- Tista, anda que a socledade capitalists tenha uma constituigao emocritia que assegure a liberdade cligioss. Em uma so ‘edade capitalist, diz Hayek, “os cbstvlos em nosso ca nino no ve devem a ume desaprovagio alheia de nossos fins, mas ao fato de que os meios para tao slo também amici. fhados alhures?™®. Mas seremos livres para alcangar nossos fins nlo-seondmicos se os meios econdmicos para eses fins sit "“ambicionadosalhures"? Do pento de vista dos homens {que precisam de um edificio para seuservigo religoso, nao faz {Iimenordiferenca se quem Ihes recisa os meios econdmicos nevesstios sda os bancos ou Uma autoridade central, Tem-se “firmado que em um sistema econdmico socialista de cono- nia planificada nfo pode haverliberdade na escolha de nosso trabalho Iso é verdade, Nao se pode nezar, porém, qu, em lm sistema econdmico capitalist, essa iberdade tami cons- titi um privilégio de elavamentepoucos, mesmo que a cons- tiigdo democritica profba qualquer restric legisltiva, ‘ministrativa ou juidica dessa ibereade. Se, em uma socedade capitalists, existe Hberdade na so tistagt das neesidades nfo-

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