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Dados Internacionais de Catalogacso ma Publicagio (CIP) (Ciara Brasileira do Livro, SP, Brasil) [Botta Norn 1909 — © Posinamo tree Lies de Flexo do ii Nebo Bobbio; compilads por Nello Morr: trade e oles Marcio Puss ‘Edson Bini, Carlos E. Rodrigues. — Sto Paul: leone, 1995 ISBN s5-274.01285 1. Dirsto 2 Direito — Filosofia 3. Positivismo L. Mora, Nelo 1 Tita, cpu-n4o.2 95.04 Indices para catéloge siatemsitcn: 1. Positivism jeri: Dirt: Filosofia Moa NORBERTO BOBBIO O POSITIVISMO JURIDICO LIGOES DE FILOSOFIA DO DIREITO compiladis pelo Dr. NELLO MORRA “Tradugto © notes Marcio Puglisi, da Faculdade de Direito da Universidade se Sis Pau, Edson Bini da Faculdade de Filosofia da Universidade de Sio Paulo Carlos E, Rodrigues, da Faculdade de Direita da Pontificia Universidade Cates de Sio Pau, te editors © G. Giepichel Eaton SRA Torine— li. © Direios Reservagos para lingua portuguesa feane Editors Lids, 1999, Colegio Blementos de Direito Coordenagi Técnica Carlos E, Rodrigues “MareioPuglies Producéo e Capa ‘Anlgiode Oliveira Diagramasio Rosicler Freitas Teodoro Revisto Rosa Mara Cuy Cardoso Proibida 8 reprodugio toa! ou parcial desta obra, de qualquer forma ‘uma eletrinico, mectnivo, inclusive aravés de prooessos ‘Netogrdticos, sem permissio expressa do editor (Lei nt 5.988, 14/12/1973). ‘Todos os iris zeservados pela ICONEEDITORA LTDA. Rua das Palmeiras, 213 — Sta, Cecil CEP 0126-010 — Sio Paulo — SP ‘Tes Fax: (011)3066-3095 INDICE Prefiefo& nova edigto Parte 1 AS ORIGENS HISTORICAS DO POSTTIVISMO JURIDIC INTRODUGAO 1, Direito naturale ditto positive no pensamentoclssico 2, Ditelto natural edreto positva no pensamento medieval 3. Direito natural edieito postvo no pensamento dos jusnatualists dos séculos XVII e XVII . 4, Chtgrios de dstingio entre ditcita naturale dirt postive. Capitulo — 0S PRESSUPOSTOS HISTORICOS Relages ene direito natural e dreto positivo.. 0 context histrico do positivism jurisico. [A posigo do juz quant formacso do ditto antes e depois do surgimento do Estado madera0. . Os eventos histéricas do direito romano “Common fw e “statue la” na Inglatere ‘ward Coke e Thomas Hobbes. ‘A monapolizagdo do diteito por parte do legislador na ‘concep absolut ena liberal. Montesquieu ¢ Beccaria 10, A sotvevivéncla do diveito natural nas concepges |usoséfleas do racionlismo na século XVII ‘As “Taeunas do dtcito™ eae at 15 19 er) 2 26 30 32 a7 2 Capitulo Il — AS ORIGENS DO PostTivisMo- IURIDICO NA ALEMANHA, 11, A “Escola hinsries do dzeito” como predecessora {o positivsmo jridico. Gustavo Hugo. 12, Ascarscteristicas do historicismo. ‘De Maiste, Burke, Méser 13. A cscolahist6rien do dieito, C.F. Sevigny 14. O movimento pels eadifcagio do dicito. Thibaut 15. A.polémica entre Thibau eSavigny sobre a coifieagéo ‘do diel ns Alemanhs Capitulo Il —0 CODIGO DE NAPOLEAO E AS ORIGENS ‘DO POSITIVISMO JURIDICO NA FRANCA 16. O significado histérico do Codigo de Napotedo. A coMitieagoJustiniana ea napolebnica 17. Asconcepgéesfilosbfco-juridieas do fluminismo ‘nspieadoras da coitfeago francesa ‘As deciaraghes programaticas das Assemblsias revolucionirias 18, Os pojeos de codificagio de inspiragio jusnatuaiss: Cambaceet| 19, _Aclaboragéoe a sprovagio do projto defintvo: Portalis a St 53 37 64 or 7 20, As telagéesenteo julz eI sogundo 0 an, 4 do Cédigo Civil 0 discurso preliminar de Portals, 21. Aceseola da exegese: as casas histircas do sew advent, 22. Acscoln da exegese: sous mares expoentes ess ‘caesctersticasfondamentais (Capitulo IV — AS ORIGENS DO POSITIVISMO JURIDICO, NAINGLATERRA: BENTHAM E AUSTIN 23. Bentham: rags biogfico. A inspiragto iluminista de sn ten wits ~ 6 7 78 83 ot 24, Bentham: a critica & common law e ator da codifcagio 25. Austin: a tentativa de mediagho entze a escola histrica lem eo utlarismo inglés 26, Austin: sua concepsio do dirt poxitivo 27. Austin a disingso entre ditto legislative e dircito Judiettios a erties ao dieitojudierio 28. Austin:o problema da coitiagéo. (CONCLUSAO DA PARTE HISTORICA 96 101 10s 109 a 29. 0 fatohisérico da produgio lepisltiva do dreto€ o funda ‘mento do positivism jurdiceso significado da leislago 19 30. A codiicagéoinexisteme na Alemunha &fungio histtica do iret cienco 31. tering ométoda da cinta juridca Parte ADOUTRINA DO POSITIVISMO JURIDICO INTRODUGAO 32, Ospontosfundamentais da dostrina uspositvsa Capitelo 1— 0 POSTTIVISMO JURIDICO Como. ABORDAGEM AVALORATIVA DO DIREITO 3.0 positivism juidien como posture cientiica ‘rete ao dete: juizo de validadee juigo de valor. 34. Cidncia do direito ¢ filosofia do diteito: detinighes avalorativsedefinigaes valortivas 35, "Positvismo juridico” e“realismo jurdico": a definigio do dieiio como norma vida ou como noma efcsz 1 2 Las 138 142 36, O“formalismo” como carsteristica da definigio jusposiivisa do dicta Capi ti — a DEFINIGAO DO DIREITO EM FUNGAO DACOAGAO 37. As origenshistrias ds concepeio coeriiva do leit: MhomBSivs nnn 38, A teorizagio da concepséo coercitiva: Kant e Shering, Objcgses a essa teoria ea 39. Amoderssfomulagio ds torla da cougio: Kelson Ross on Capitulo TIT — A TEORIA DAS FONTES DO DIREITO: A LEI COMO UNICA FONTE DE QUALIFICAGAO 40. O signiticado tenico da expresso “fontes do dtcito” 41, Condes nocesirias para que num ardenamento jriion exis uma font predominante 42. Fontes de qulifcngojuridica;fontes de conheeimento {rion (Fonts reconheces fontes dlegadas) 43. © costume como font de direito na historia do pensamento {uriicoe na histia das instituiges pestvas 444, A deco do juiz como fonte de dirt, A eqbidede 45. A chomads “naturera das enisas" como fone de direito Capitulo 1V — A TEORIA IMPERATIVISTA DA NORMA JURIDICA, 46. A concepeio da nonna jridia como comande, Distingio entre comando econselho. Austin e Thon 47. A construgioimperativist das normas perISSV85 nnn 48, A caracterizagio do imperative jundico: ‘entativasinstsftbrias 144 7 1st 135 161 162 164 1665 m 175 181 186 189) 49. A caracterigio do imperaivo justo drito como Jmperativahipotetico Capitulo V— A TEORIA DO ORDENAMENTO JURIDICO 50. A teoris do ordenamento juridico como contbuigio ‘original do pesitivismo juridico a teoia geval do drcito SL. A.unidade do ordenamento jurdico. A eoriakeseniana ‘da norma fundamental - 52, Rolages entre coeréncia e completiude do rdenamento jrdico... ‘53. A coeréncia do ordenament juriicn, Os eit para tliminae a8 ntinomiss ‘54, A completitude do ordenamento jaro, (© problem ds lacunas dei Capitulo VI A FUNGAO INTERPRETATIVA DA JURISPRUDENCIA 58, 0 papel dajurisprudéncia. A nogio de “ineretag0” + 156, Os meios etmenéuicas do positivism juiico: interpnctaie declaatvas»fterpretae integativa (anslogia) ~ 57. A concepgio juspositvista da cigncisjuriica ‘9 "formilism 260" sana a Capitalo VII—0 POSITIVISMO JURIDICO COMO IDEOLOGIA DO DIREITO wt 197 199 203, 207 au 58, *Teorin”e“ileologa”. © aspect ieoldgien do postivismo {urigico. Crea 4 teria e& Reologia do juspositvisma 59. O conteido eo significado da versio exemist da ‘dcologia jompositivintar a sus via justieages hisérico-filosstfeas 223 228 (60. _A versio maderada do pesitviemo étco:« ordetn como valor proprio do direito 29 CONCLUSAO GERAL. 61. Os ts aspeciosfundamentais do posiivisma jnidico: nossa aval APENDICE. 230 w PREFACIO A NOVA EDICAO Esasligdes sobre opositivismo juritic,publicads primeiramen- te sob forms de fasciules pela Cooperativa Libreria Universitaria "Torinese, Ii muito tempo exgotados, foram desenvolvids por mim no ano ueadémico de 16-196]. Sus publicaco fi possive pela diigén- ‘ine pel pericia com que foram compas pelo douter Nello Merraa ‘quem, apsar de nibs anos pastados, expresso a mais viva grado. Fram cancehides como comentsrio histrico e como sintese tees de dois cursos precedents sobre a Teoria da norma juriica® ¢ sobre» Tearia do ordenamento jeridco**, desenvolvides respectiva- mente nos anos cadémicos de 1957-1958 ¢ 1959-1960, publieados pelo ‘itor Giappichele, diferentemente das presents aulas, permanente ‘mente reediludos, Sepuiram-sea tas euscs alguns outos sobre ditto natural, dos quais slgunstrages podem ser lorigados no volume de fusciculos, Locke eo direito nara, editado pelo mesmo Giappihell cm 1963, ‘© problems dv nstureza edo significa histérieo do posiivismo jridicn estvn ns ordem do dia naquetes anos, patcularmeate depois dia ensaio que H. L, A. Hart havin eserto em defesa do positivisme jiidico cms polémice com Lon L Puller, Positivism and Separation Df Law and Morals”, na Harvard Law Review, vo. 7, 1958, pp. 593- 630 (tradurid so iiiano na coletines de estos de Hart, Conaibutt all” analisi de dirtzo, sob coordenacio de Vitrio Frosin, Mili, Gute, 1964, pp. 107-166). No mesmo ano fo editada «principal obra e Alf Ross, On Lav and Jasice, Landes. Stove & Sons (raduglo italiana por Giacomo Gases, Einaudi, Tarim, 1965) Bm 1961, ono da primeira edigio destesfasiculos, fi editadaaobraprnelpal de Hat, The Concept of Law, Oxford, Clarendon Pres (iaducoitaliana a eargo ‘de Mario A. Catanco, também pels inaug, Tur, 1965***). No ano Anterior havi sido editada 9 obra conclusiva de Hans Kelsen, 2 nova ‘eligi de Reine echtsehre, Viena, Franz Deuticke (wedugioitaliana'a mes er Moe ne Ca an ceurgo de Mario Losano, Einaudi, 19664"), No verdo de 1960, Alessandro Passerin d’Enireves e es, com a colaboragio de Renato Treves, convidamos os professes Hatt © Ress com alguns de seus alunos ¢ outros jovens estadiosositalinos para wm semtndsio sabre 0 positivism juridice, com ceres de duas semanas de duragio, na Vila Serbellon d Bellagio, sob os auspcios da Rackefllee Foundation, Foi sobretudo deste seminirio que abiveinspragio,e além da inspiracio ‘muito moterial, para desenvolver todo um curso soe oassunto. A ideia aque 0 embasa © jusifien sus articulacéa foi exposta por rim ex um ariigo, “Sal postivismo ginrdico”,publicada na Revista di Filosofia, m0 primeirofasciculo de 1961 (pp. 14-34). Emsusprimeina digo este curso teve shone de ser douts inten samente spreciado, no sem algumasjustes observagies eiicas, Revista timestrale di dirito © procedara civile (ano XN, 1961, pp. 1476-1480) pox Guido Fass, cujo peecoce desaparecimento constitu rave petda para 0 meio estudioso, Dedicn esta rimpressio& sua cara E init dizer que o curso se ressente do tempo em que foi eerito «ede um dobate que no mate desenvalvenas tenmos de enti, Maso ‘orevisei,nem oatualize, Apesa de toda gua que passou sob as pontes do positivism jarico, os place cents ressiam. A presente reimpressio reproduz exatamente s primeira edigio, stlvo alpumas pequenas comtesaes formas Nonscaro Bows 2 AS ORIGENS. HISTORICAS DO POSITIVISMO JURIDICO INTRODUGAO 1. Direito natural e direito positivo no pensamento classic, © curso a ser ministrado este ano & dedicado 20 positivism Jjuriico « divides em duas pares, a primeira dedicada a problemas histirioos e a segunda a problemas wdriees, ‘Acexpressio"positvima juridico” no deriva daguelade“positivis- mo” em seni ilssticn, embora no século pasado lena havido uma cea Tigacio entre os dois termos, posto que als positivist jurdicos ram também positivist em sentido filossfico: mas em sus origens (que se encontram na inicio do século XIX) nada tem @ ver com © positivism ilossico—tanteéverdade qu enquatoa primiro surge ti Alemanha, 0 segundo surge na Pranca. A expressao “positvismo jurdico" deriva da locugao dito positive contapostaiguelade dreito aural, Para com preender 0 significado do posiivismo jeridico, portant, é necesstio escarecero sentido da expresso direitopositivo ‘Toda a radio do pensamento juridco ocidental é dominada pl distingio entre “diseito positivo” ¢ “dieito natural”, distinct que, {quanto wo contesdo conceitus, ji se encontta no pensamento grego ¢ latino; o uso da expressio“direito postivo”é, enttetamo,relativamente recente, de ver que se encontra apenas nos textos latinos medievais, No ltim da Epoca romana, o uso do termo posiivus em sentido anilogo aqulea set assumiso na expresso “direito posto” €encon- tradoem gpenss um texto. "Trata-se de uma passagem das Nott Auiohe ‘be Aulo Geli, onde ve diz Quat P. Nigidus srgulsime docuit nomine non posi esse, sed storie. Como se v nesta passagem a contaposicio entre “postive” & “natural” é ets rlaivamentes natreza nao do dizeto mas da lingua- gem: cst raza problem (que jd encontamos nas dspotas entre Sécrates ¢ 08 sofisias) da distingio entre aquilo que € por matureza (lysis aguila que € poreonvengso ou paso pelos homens (thesis), O problema que se pée pela linguagem, iso €, se algo € “natural” ow soqvoneiona”pexeanalogimente imbsm para ditt, A primeira 15 ‘ez quo se encontra no lati ps-clissco a expresso pasitivusteferida 0 direlto € nums pussagem do Commento de Caleidio a0 Timeu de Patio" (est obra de Calcidio, um neoplatnico ou comentador de Plato, foi durante umtongo tempo — a osécuto XII-—a dnicafomte ‘do conkecimenta medieval de Patio). Diz-se nel: Bx ur udpart in ho lire ft & mo Time] principale id ag omtempluonem conviderationeng tnt no pose, senate isis justia ag acute nseripaaisitucas lib seseribense formas trbul ex seraina maderatione substantia, Aan o temo “positive” referee 4 justia: a passage pretende cexpresurprecisamente que o Timeu tata da “ostiga natural” (st das leis naturais que reyem 0 cosmos, ,porianto, a easmologi,aeringioe §8 consitigio do universo)e mde da “justiga positive” (sto € das els reguladorss da vida social) ‘Como dissemos, 3 distingSo eoncetuil entre diteito naturale lieito postive i se encontra em Platéo¢ em Aristiteles, Este illimo {nies deste modo o captula VIL do lio V de sus Etica a Nicémaco: a jstig ivi una poe ¢ de origem natural, outa e fonda em ae [Natura €agelsjusign que mancén em toda pte omesmo efile nid Aepende do fato de que parega bow salut ov wo, fundada male ¢ sic, wo contri, de qu R36 importa se ss nigene sho estan guess mass como, unt ve sanconads(Datradogde A Pee, 4. Lavra. pp. 1465 7" Neste texto dieito positive & chamado“direito legal” (nomi ditaion) © 0 natural € dito “physikén”: observamos que € impropeio teaguzir 0 termo dikasion pels palavra “diteta” ainda que o fagaros {assim por motivospriticos) uma vez que o grega dilation (bem como 0 latino jus) tem um significado dual indicand womesmo tempo aida de “jumtiga” e de “direito" Dois sf0 os eritérios pelos queis Aritéeles istinguco direto natural eo positives ema de mda a kr ee rfc aoe 1) ori natural éaquele que te em toda parte (pantachod) a mesma efiedcia ( ilsof0 empeega o exemple do fogo que queima ez ‘qualquer parle), enquanto 9 dteito posiivo tem eficécia apenas nas ‘comunidades pelea singulares em que é posto, ‘by 0 diteto natural presereve agdes cujo valor nfo depende do {uizo que sobre elas tenha 0 sujito, mas existe independensemente do fato de parecerom bows alguns ou mis outros Prescreve, pois, aes ‘cua boadade éobjetivs (agées quo S20 bous em si mesmas, diam os tscolistioas medivais) O dirito positive, ao contro, é aque que tstabelece ages. que, antes de serem repuladas, podem ser cumprigas indiferentemente de um mado ox de outromas, uma vez reguladas pela lei, impora (sto €eonretoenecessio) que sejam deserapentadas do ‘mado presrito pele, Arisiseles dest exemplo: antes dx existéncia de um ei ritual é indiferetesacrifcar «um divide um ovelha ow ‘dogs cabras: mas uma vezexistenteursa lei que ordena stcrifcar uma ‘ove, iso e ora obrigatri: & eoeetasacifcar uma ovelha e mio ‘dus cabras no pong esta ago sea boa por sua natreza, mas porque canforme # um ei que dispose desta mane xa dicotomia também € encontrada no ditelto romano, onde & formulas compo distingio eae “dieito natural” ( € preciso moar que também o as gent € mites wezes ineluido neste) jus eile (nio.em sentido exrite —-contrapastoo jus honorarium —masem sent lato = contraposto uo jus get ou 20 jus marurale. Assi, no infcio das Instinigdes 36 enconta a tefplice distingio ene jus matarale, jus igentum c js civil. A primeira categoria (jus naturale) — definida ‘Como “quod natura omnia animals dacuit” — mo nos inveressa porque ‘estamos examinando a categoria do jus gentium que correspond 20 ‘cotta de drcita natural, hem com o de jus eile correspond 40 rosso conecito de diteito postive. Formulase a distingio ene jus _gentum jus civleneses terms naturale qd atar aaa dct. nt cle ‘el gentum ta dvr omes opal ul leis et mortbs regu, rtm so prop, parti caramel! omnia hominum are ater; tam ued use ps se as consi i Ips propria Chita ex cata as che, quas us propria iia vas (quod vero tastier mes hing cand op cmies 7 opus peracque cusealr vocotrgus us gentam, gust gue jure fmnes gents er (1,2, 1) 0 jus gemium eo jus civil corespondem 3 noses distingo entre iret nati edireito positive, visto que. primeirose refereAnatureza (aturalis ratio) eo segundo Bs estatuigbes do populus. Das distingbes ‘ora apresentadastemos que sto dois a crtérios para dstinguira diteito positiva (ius civife do dreto natural ins genta) 4) 0 primeiro limita-se a win delerminide povo, 20 passo que o segundo no tem Tinites, ’b)o primeiro € posto pelo povo (isa 6, por wna entidade soci da mesma Sociedade. Mas uma pen atesciu ale do limite fxado plas es €& ena jes mais uma ones peau; portant, mio pode um maga, x {ualgerpretento de zelo os em ble aeeaces pen etabelecd slum eidadio deingot. Beccaria enuncia aqui o principle dito de “estitalegalidade do lireito penal” que se exprime pa maxims: "nullum crimen, nulla poena sine lege”, Noparigrafo 4 insite, demais,emswasufirmagbes sobreas relagSes ents juz ea ei O Juiz ndo 6 no pode inrogarpenas a no ‘ser nos casos e os limites provistos pela li, coma também nfo pode Jnesprear a norma jriica, porque a interprotagao dé ei um sentido diverso daguele que Ie foi dado pelo legislador (umaposigioextremista ‘que hoje nem mismo 0 mis obstinado positivista esis dsposio a sesitiry (Ouarts consi mponco a oid de iateypetat 2 ee p= als pode wer abu dos jis crimimis, pela razdo de nao Set lepstaores Os fen no resheram as leis de tonsosanepaads ‘ome a tdgso domestics em festarento que mio dessa pesteros endo oeulado de obedeeer;reecberam, sim, da soiedade iva, on do saberin representantes, como leslie depostro do tivo tel da worn de tos eeeherm-n com big es de un antigo jotumeno, nulo porque lava vontade io existent, Inique porsuereduis or homens do esta de niiedae ao extido de rehano, mis como eftos de rm ct express arama gi a ‘ontides resid dts uv sram asoberano, como vineaos bnecrtiron pra fee reer fermen intesino ds ineseses pat cals.) ‘Oca see nto lepine iterpete dei? O sobering depostiro das efetiasvoatades de todos 0 0 use cao fo € Somnente ceaminar se tal homer havia cometido ou no uma ag50| conti be? lod delito deve faze oie um silogie petit: a maoe doves le geasamenor, sade conforme ou no ea conssg bear i. lierdade ca pen Quando 0 uz for constangio ou dese cer também dos slopes roma, brite» pot inert "Ni hi coi min peigons do que aque axiom comm: “E psec consult «expe es” Ewin hirigem romp rene 3 ferent das opis. -Aqul Beceutiaexpde s“teoria do silogismo" bem conhecida pelos jurists, segundo a qual 9 juz 20 apica sles deve fazer como aquele {que deduza conclusio de um slogismo. Assim fazendo ele no cia nada ‘de novo, apenas toma expliito aqulo que est impliito ma premissa maior. Beceata quer, sem mals, que 0 slogsmo saa “perieto”: no seria assim aguee racioeini do jrista que se fundasse mma interpreta 0 unalog de wa norma jridica (neste cs9, defo, 0 silopismo é Togleameate impereito), 4a 10. A sobrevivéncia do dirlto natural nas concepciesjusilos6tiens {do racionalismo no século XVIII. As“lacunas do direito”. Vien que on exciores aconalistas do evo XVI tora sobre x onipotécia do leilador Com eles, ntti, ainds 0 chegamcs v0 posivismo rico propiament dit. E preciso lem {que nese culo o ditto nacual snd ests vio tom um on seus forescimentos mas intenss, no sb na plano dtr como amb no prtica Basta recordar aun gue o prsanenojunaturalsa tove na formagio da Connituigho americana e dis Consisigies da Revolusio Francesa, Nopensamemt do séeulo XVII 8m ainda pleno ‘loro eoneitonsbne deol jusnatraliata tis como estado de ature, et matt (conebida como um complexe de noms que se Ge evoluionaia de aera esa eon existe ‘A hiss coms em grande parte em mise, que aobers, a am bio. wavareza. a vinganca,a asin revata 2 poor,» aide2 Aesconads eas paxoesdesetreadssespalaram plo mundo. Tai \ielorsio = caus doesn empestads, Reis, moa, lls, privison, berdade, ets do hamem a0 om preestos Gon qs servem os poder para poder yovernar a mara humans mobtzanioejogando (om sus pales [Nostas poucaspalavras ext ravad a prstura profundamente pes simista dos histriisas: a histria€ uma continua tagéis, (A alusio {eitapor Burke sos direitos do homer considerades comoum simples “pretext poeemevidéneiaamatiz idcolégicuesocial dohistoricismo, que estretamente izadoa interessese uma mentalidadeconservadores; Io € por acaso que se desenvolva principalmente na Alemanha,o pais 1 Restoricio.) 44) Um outro carter do historicixo & 0 elogio ¢ 0 amor peto paseado: nto havendo creaca no melhoramento fturaads humanidade, (0s histoicistik Tim, em compensacio, grande admiragin pelo passido {que nao pode mais volar e que aos es ols parece idcalizado. Por isto {les se intezessam pels igen da civlizagioe plas sociedad prmi- tivas. Temibem este ponto de vista esta cm nto contraste com os ituminista, os quas, a0 contri desprezam o passado ¢ zombam da fngenuidade eds ignordncla dos antigs,exaltando,em contrpart, os “luzes”daduleracionabisa, Tal contrasteentreracionalsas chistoricitas ‘seacende prncipulmente em referéneia a0 medieval, consdetado pelos primeitos uma Made obscura ebirbar e avaliads pelos segundos como 1 pocs na qual se eelizae uma civilzagio pofundamente humana que ‘exptime 0 expo do povo e a forg dos sentiments mas elevados, "Esa temitic € parlicularmente desenvolvida por Justus MBSer: trata-se de um obseur estioso da segunda metade do século XVIML amigo de Goetic, 0 qual 0 cila fegientemente nos seus Coldquios, posteriormente descoberto avaliado pela istoriografia da Escola his- {oriea (Sevigny « cil, a0 lado de Huga, come precursor de suas iin). ‘Maser era umn pico estudinso“provineiano”, que vivia num ambiente social fechado eiolude dus correntes da cultura contemporinca, Ded fous a0 estado di hisria da sua terra (Osnabruck), Suas obras prineipas, Hstria osnabructense (Ostabrihiscke Geschichte, 1768) enuasias poriciicas (Patrionsche Pharuasien, 1764) representam. 0 fio de sues eseavagies € de sto investigagio da histria de sua provincia, visa destacarcetosearacteres negigenciados pels histo- Fiograia oficial. E os resultados a que chega so estes a verdudeira Cvilizagdo genmanica 6 reresentada pela antiga “Tiberdade sexdnica”, ‘estria pela conguista carolingia. A pat de Carlos Magno nada mals. fvorteu de hom evalido na histria do sou pals; mister se faz, portato, Tetornay wo passado para reencontrar na forest e 30 longo dos ios a ‘Alemanha a essénci da civilizagio alemd, 2 lberdade dos antigos ‘andes, ‘Nesta ordemdeissoomais importante representante do primeira historcismo alemio foi Herder, cujs obras principals so: Anda uma Jlosofa de histria pica educagao da fumanidadee Ideas pela flo- ‘sofia a stra da humanidade, 'S) Um ago ulterior dohitoricismo éoemor pela radio, ito, pelasinsituigdes © 08 costumes existenes ma soeiedade ¢ formados 50 ‘através de um desenvolvimento leno, secular. Esta ila € express set por Herder, eja por Burke, senda que ese dime elabora o conceito de “preserigio™ histories: como o exerciio de fato de um ditcte por am longo period de tempo fiz adguirrtal dtetomesmoseoriginariamente ‘oseu exerciio nfo se fndasse num tuo jurtaiea valida: assim 6 para todas as instiugses sociis: vale agulo que € formado no curso da histria, aquilo que fi consagrd pelo tempo, plo énico ato de exist ‘muito tempo. O tempo sana as feridas da histérs, Assim, com referéneia ts revolucies dcorridas a Franca, Burke defense 9 principio de legiimidade e a hereditariedade dos citgos. “Também esta posigie hisorcist € antic a dos ikaminstas, os uais desprezavam a tradi. Para estes era suspelta aqulo que os homens repetiam mecanicamente, pela simples forga da inézcia, ¢ \esejavim que o homem aplicasseo eu espiioinavador pata reforms asinsivigies oscostumessociaisadoquando-osdsexigéneias a razio (asta recordara polemica de Volisie conta as supersighes). 13. A escola histérica do direito, C.F, Savigny. Se tomarmosostragoshisicos de historicismo, que fram enunci sddos no parigrafo anterior, e 08 aplicarmos a0 estido dos problemas juridicos, poderemos fzer una idéiabastanteexata da doutrinada escola histérics Jo diel, ds qul o maior expoeate foi Carlos Frederica von Savy’ 1) Individuatidade variedade do homem. Aplicando ete pric: pio ao dreto, 0 resultado é a afimagio segundo a qua tio existe um Aireto nico, jgual para odos0s empos e para todos os lugares, Odieito io é uma ideia da raz, mas sim um produle historia, Nascee se deseavelve ma historia, como todos os Fendmenos roca, portanto ‘varia no tempese no expago 2) racionaidade das forcas hissricas. O diteito nao € frto de uma avaliagio e de um eSleule racional, nascendo imediatamente do sentimento da justia. Ha um sentimento do justo edo injuso,gravade ro corago do homem e que se exprime diretamente através das formas Jurcicas primitvas, populares, a8 quas xe encontram mas origens da Sociedade, por bino das incrustagBex arias sobre odieitoexiadas pelo Estado moderne, sl 5) Pesimsmo anropoiglo, A descenga na pssbiiade progr humane mss dan vlorman in a aimar Etec no campo do dito, ¢ pecan comerar a ordeamenos Chitenes descaia ee pve ast eae Invagbes ss these queram impor oe, pg por esse exconde Scent improves nas Assim scsclabinrzs ope come ‘rcos mera segul a0 poo decaf ew periico. Jigundo nfo arora civaigio eo pve alemies ecrstaliagio sect num rca clee lope O exces eta ela enc urls cons ox fastest dco poss eo leiar Sue € Uo verdeio que cotticcto acts um sao depos feawamente wots peo no prin oslo XX. “mor pe asd. Pcs os Joss paris Escola bistccaestaorsinfons tentative rerentr ein drei" Shells anona Alan pre rss, reali poste tmnt civeroanhgo dio pemanio Doweassimos" genase” ‘abel ovens dese deo em conapaniae ws Toman") ie fats ao los dos jurists prt doRsrcamo, ecepeto perclsupaentive de inp lpeamene uminsde Wann Cars Alemania un dio engi nfo asad wo povo len Un dis qo caer carpeted come oa ratio - 5) Sentido da tradic&o. Paru a escola histérica este sentimento: sistema dua fr ats prio rica EMabconume, vo auc as nora consuctdnius 0 pecisamene xpress Juma tags ota ee desenvelve por eae Tago ne solede. © ovume & potato, um dco gue nace Cizumentede povoe qx expe osotimeno csp ds poe (Goleta Abs, deal nso, scbvenia alsin rag me Sh or deat, alae oe) © agilaeptnes Co fistung), itogue rent considera pine prevalent sobre pines Se-desjrmoseocunarenpres "sums" dadouinada escola tissdes do deo ass fr © melee Hato 6 expente db ‘Rosa Caos FredecovonSavigny: Da Voc de ato empo para STepslagdoesarspradenca” Vom Bora anerer Zl flr Gest bunt and Rechswisenschf) — lio itn eranent pr oso 2 {apolémica contra projet da codificacio edo qual ranserevemos aqui algumas passagens provenientes do capitulo (ao term do qual so pre ‘samen citados Hugo e Moser como precorsores da escola iste) Jn os m0, que enka uma sii dbi, vemos o dict ‘vil se revestr de um catdtr determina, abwoluiamete pecuiat Aguele pov do mesino modo que sus Hing was costumes, sta ‘onsiigio poten. Todas estas diferente manetagdes no poster uma existuciaseperada. © que dist forma um Gna olde € 4 ‘renga universal do pov, ¢ 9 setimentowniorn, de inuiges ¢ de secret tle ge meaner den © autor prossegueafirmando que es atvidiades carats fasem de cada povo wn tndividua e que 2 infinca da sociedade [no] foi pasadn noma condi inteiramente ‘animales... [nas fa] um periodo wo qual ore vive de maneira ‘qual lingua i eoassdnis popu. "Matsta natal dependacia 0 dito em reago 3s costumes «0 eater do powo se conserva umber no progreso do tempo, dt ‘mesma maces que inguager (.) © dieitoprogride com 0 pore se apeseigs cum eee por ele perece quam e_ povoperdev xe cater (Du wocaeaa ete, Veron, 1487, pp. 103-104), 14. O movimento peta codifcagio do direito, Thibeut. Como i sessltsmo, escola histriea dn direito (eo historiismo em geral) podem ser considerados precursores do positivism jridico somente no sentido de que representam uma eric radical do dircito Aatural, conforme 0 coneebia oiluminismo, ito ¢, como um ditito ‘universal © imutsvel Jeduzido pela razio. Ao dieto natural a escola bistriew contrapieo dieito consvetadiniri considerago comoa forma _genuina do direto,enguanto expresso imediata da realidad histo Social ¢ do Volksgoist. A atitude antjusaturaliss & cangénita a todo 3 pensurnento jurdico que sustentou em primeiro plano o costume Recor ‘Samos que a Inglaterra, onde a fone principal do tetera. common far, estdo do diceto natural era descurado a tal ponto que um ‘gomentador de Bracton aie (com uma formulagio que devetia tora f= proverbial) In Anglia minus carat de jure natural quam in lique regione de mun, as dita, miseries odo eesti pcan nota pesivi juico quant 4 Stators ft (como encode e eas (ocwescrvlveum pment no mano anglosin) ave, Be dodo bce we nel do sco seam ems posi tae fet pone ‘tures qo emus couse eit Jo postive ein dee conti, sr invetgao i anes oan ‘Snide cate om do sclo XVII €0 nel, o seo XIX, que ‘Socotra etal do pipe cnet Sle [ler Fame seatmorinent ascetic ssone uta pose Uaetoutndecomoverem no roxio pre Aseoleaies ‘Guetta la cu longs congue wo segue Ter J elo XVI, prom movimento piece rnc ten ann, verona ee fds cama “Penns Jo Saco mnt Sopind ee movine,oSiito. TeRnGS to menmo np da aaiad ear B expen d Sieve qa nto efean aro vae sens or posto ovale sehoesio(e pecsumen so pd detcatoo movimento pol refine rad tk jd); mas et oxo pelo ‘Suan tuw ener atarcdaeo conti €exproan da Ripe (Jtario pnp fz ds "a0 0,008 nn que leradr deve con). ‘anism tuna ics dlrs 9 di contre a cao st tins).conieando- wm psa ‘adposhangcacsenjors de dtl daateve) como seataotctgecesdohomem vibe dla npioans Simin coon eng expresso uo Sa ads mas 3 st traconl nit ntad ti, Osim conse oie € ecto bun sco de norms cota or Seto conti po im conto sem Se nomen joie sess plo rio ¢ fetes stver da Wt © movimento cosifngn reese sin, esoolvimems exten Bo eee tlm, xine ado pmcneno js uo el eum items denon deserve ne once de Song stem Dum go pono pelo Ena Ext, selva mo pata ran ms tb pa + astoridade do Fata, oe favorit acs Pls Gots ata do sono XVI, sees nc, expe sbiendmenshistnccnenads cn vnomededepetonecetrecde ‘Acstlarelisiocat ominous este atl mo aioli eet ¢coiesges tui bem evienae por tigi arms pls sida plc, por sails prin endiciic, Asn, Frederic Jara Covosn de propaar un poo Je cao ei pte thse Exc xpimi nde eo mov ie prime devs fonda “oars” au te Verma) cot os erm ners Silament ati pos nani eda ei) Pps prs Cig Cl ne etre Exise wm diet univeesofnative. fom de todas seis postvas Ao €outrsenioarazio natural, vit eta governs odo homens, (oto cone aexpresi ran naturel este arigoreque, canes tau felment a expresso de Gai “natal rio acon. Shula hres dena eexpine aves desaterinlogta ue —timasiemindosgnifcaoecvrs —pemanceinaleade eaves dos scales) uandoosertctosda Frings evalctoniiocparamunapate 44a Als etuntam 0 Cig de Napoleo qc pel fate de ‘tao picid igalad forma d ooo sos (sto 0 Prin ds igualdde pene Le despot de sas pose. fconomico-scus aves) consitia um invaga atenteamene ‘evclucionisia num pals ainda snes ome et Alemanhe degue Tes tempos, nde eadificagi psn do 1797 conser anda sistingio da popolagio em is casas ou "estados": nobreza,burguesia ‘ccampesinao, Entre os muitos fermentos provocadosna Alemania pela ‘ocupagio mipolednies howve um movimento que prepugnava a criagio ‘eum diteto tnico «codifieado para tds a Alemania (sjuestendendo ‘saplicagéo do proprio Codigo de Napoledo sejaredigindo um apropr- ‘6 a0 sev model}, do manciraw elimina as graves diteuldades que a plurlidadee o fracionamento do drsto cavsavam na pric juries “Tais propdsitos suscitaram a oposicio dos meios conservadores ‘que, em nome a defess das caractriteas nacionais da civilizao lem, defendiam na ealidade os prvilgios que uma lepslacio de tipo frances teria ameagads, Desta oponiio se ex pora-voz Rehberg (ipo onservadoralomsioreacionério) que, em 1813, escreveu um aig i tulado Sobre o Codigo de Napolaio ea sua introducto na Alemanha. Tal esrito provocou uma aprecasio critiea surgi, em 1814, nos Anais de Heidelberg. wpreciagio era an6nima, mas sea autor eta um ‘dos maiors jurists alemses da epoca, Antonio Frederico Justo Thibaut (1772-1841); da mesa geragio, portant, de Hugo, nuscido em 1774, € {e Savigny, nascida em 1779), "Thibauthaviaescrito,em 1798, umaobrinttulad Sobre inflaco da filosofia na interpretacao das tes postvas, Devido a0 titulo desta ‘bra a escola que eatesponde a esse autor é chamada de “escola filo- sitica”, mis se tata de aria donominacio iotalmente imprépris, visto ‘que tal escola poeri ser chamaca mais propeiamente de “positivist [Na ers, seer sfentamentea obrucra citada ver-se-ique eusutor no prstende em absolto fazer sobreviver es idias do jusmaturaismo ros velhos moldes (que contapunho verdadero dieito, guee imu vel porque fundago na rizi0, a0 diteito mutivel produzido pelo Jesenvolvinientohistoico}; Pibaut 0 contro, rofutaidéia segundo ‘1 qual se poss deduzir um sistema juridicg inti de algun prinipios racionis@ prion. Por “influ da flosoia na interpretagio dodireito", ‘Thibaut ented algo muito mais simples (¢ mesmo maisbanal, pode amos aereseentat, para 0 que ndo era necesséro incomodar 0 exmo “ilosofis"). Empegando uma linguagem moderna, podemos dizer que ‘autor tencionava pr em evidénciaw inciéncia do rciocnio lgieo- ‘istemdtco na imerpretscio dodleito.Parainterpretarums norma, cizis le, no basta conhecer como cli € formads, & necesirio também Felicions-la com 6 contesdo das outes normnas; & preciso, portato, ‘alist fogicamente enquadti-1 sistematicament (nd0 por acaso, 56 “Thibuut esereveu, em 1799, uma outa obrasignificativamenteintitulada Sobre a interpretagdo ligica das lis, da qual existoumna antiga tadugso italiana, Napoes, 1872. ‘Thibaut, 6 reso, no assumia absolutamente ua atte ext ‘mista, Para ele, a interpretagi “flosdica” (ato 6 logico-sistemstica) nio se contrapse &inlepretago histérica, mes @ integra, Procuriva, Portanto,assumir uma posi moderada, de conclio, ente histria {raz — como tests dest lirmativa: Sem floss nio hi reaizalo de neshum bistiniss sem isa nenhuia aphcago segura da loots (sta formula nos tz 3 mente a posigdo de um grande fl6sofo italiano dahistiriaedo dteito, GB, Vio, s¢gundo o qual no estado da histria &necessio wie “ilowofia” e“iologia”) A Thibaut, portato, importava no rssuscitar o jusnaturalismo, ‘mas constuir um sistema Jo diteito positivo. De fat, ele esreveu, em 1803, um Sistema do direttodas Pandectas (System des Pandelanrechts, «que representa primeira tentativade ordenar sistematicamente oiteto positive (especialmente o pivada). Pouco depois (1807) surgiu uma ‘obra anlogs de Heise: Fundamentos de um sistema do direto civil ‘comum (Grandriss eines Sysioms des gomeinen Zivilrechs) Ess duss ‘obras representa os primendins daquela escola lem gue, na primers Imetade do séeulo XIX, sistematizou cienificarenteo diet comam vigente na Alemanha e que leva o nome de “escola pandectisis” A definicio mais exata da pesigho de Thibaut foi dada por Landsberg, que, na sua monumental Histéria de cinciajuridicnalems, cama 0 pensamento desse autor de posiivismo cienifico (wissens- chaflicher Pasivismas}. 15. A polémica entre Thibaut e Savigny sobre ‘ codificagio do direto na Alemanha. Retornando i apreciacio do argo de Rehberg eserits por Thibaut, ste afirma entre outs cosas: Os alemies esto hi muitos seule praisados oprimidos,separados ‘uns dos outs por eausa de um abrnto de costumes hetero gtmees em 7 pate recone © periions, Jastmente agora se apreseata wma ‘omni ineaperadarmeate favorvel pata eon do drei cis coma rinse apreaciavaellvez no se apeeente mais em mil amos.) A CGonviceho de que a Alemunhs eteve até gore enferma de mit role graves, dequepodcedevemethorar.é univers. O precede Gini tapes multo cotbuin para isso. Ningém que quer ser impatclat poe aewar que nas insuigies franceass eno encrradss smias exis Bouse que 0 Céiigo e as discusses € 08 diseursos a "espeto del, asim sone 9 ciigo prosiano oaustiaco, uouxeram pats nova filosfie mae vitaldide ate evita que as eslradas Siscssderdos nos tulad sobre det mitral Se rao ein ps alemics coneondasem com # reds de um e6dio gr slemo| [vl oul © proces e cmpregase por apenas cinco anos aguld ‘ye ost im mco regiments de oidad, no poeriames dinar de tecsber algo de nolavel e sls, A contigo de um lego seta fnideutvel (Landsberg pe, ol I p79) “Thibaut, depois deste escrito polémico,retomou & diseussio da codificagio do dirito com um ensaio que apareeeria poweos meses ‘depois intitokado Sobre a acessidade de um dircito civil geral para a Alemarha (Heidelberg, 1814), Ese enssi, muito importante porque ‘exprime a posigio da chamada “escola ila do direito”e porque provocou, por parte de Savigny. a fomada de posigio em contri, ‘somegava falando dorenascimento da nacio alemi,fuzendo oelagio do povo alemio © indagando © que deveriam fazer os principes para avorecer ess processo de renovacio. Uma das principals tarefas que 0 auloratibui aos soberanes alemies € prceisamente a de promover a codificagi do dteito: Sou de opinito que 0 moso distal.) necssia de ums ans fevmase rapids e completa que x alemies nao pedo se trmat {eles nis as lage visa set ue Todos os pegeipes alma, remind sues forga,proctem regi um etge Valid pata toda ‘Alemania e que exape do arbitrarictase dos Estados indepemenes! “Thibaut prossegneilusiando os dois requisios fundementas que uma boa legisao deve apresenta, isto é, perfeedo formal e perfeigao substancal Alegistacio deve ser penetaformalmente, toe, ss ‘deve enuiciaras normas juridicas de modo esto e preciso; ¢ deve ser perfeita substancisimente, isto deve comer norms que regulem fdas as relagGes socias: Na Alemanha, infelizmente, afi 0 aor, ni0 existe nenfuma epslagio que apresente tas tequisits. Nios presenta ‘oditeto de origem germinica, que ¢ insaficent, obscure primitive, ‘lo os apresenta o diteito cand, que é incuto e dificil de ser inlerpretado, tumpouso os apresentao divito comum romano, que € ‘ompicadoe incerto (Thibaut observa como Justiniano, so compilat Corpus, hia deformado 0 genuino pensarneno dos juristas cassia, «uja reconstruc, pelos estudiosos moderns, oeasionoW infinitas con. loovérsis ¢ é,porianto,fente de incerte7a). Dante dessa desoladora sitwagao do divetoalemo, Thibaut afirma a necesidede de uma legis 0 ger iso &, de uma coiicacio propriamente dit, ¢ enuncia as ‘antagens desta ejapuraosjuizes,sejaparscsestudiososdadireio, sj Pars os simples cidados; a coificagde, por outro ldo, wari também algumas vantagens polities, visto que daria uma impulso decsivo & ‘niicacéo da Alemania © autor prevé também as objegdes que poderiam ser movidas contra seu projet, especialmente aguela segundo a qual x oodificagto € algo ndo-natural, pois constviia uma espécie de camada de chumbo imposta& vida do dieito, que Ihe secasia ws fontex e the paralsaria 0 desenvolvimento (ede fato esta sera objegio levantada por Savigny), ‘Thibaot responde afinmando que, na realidad nos assuntos importantes Pata vida socal, as variagbes do direito sie muito menores do que se Pens Muits partes dodo civil io por assim der, semen uiaespécie possir hens ara poder satisluzer as propras necessidades; ) poder dispor desios bens no interesse proprio e da propria ‘ami ‘A estes rts principos comespondem as és partes do projeto dedicadas respectivamente i pessoas, vos ites reais eis obrigaces. “Também esse projeto teve pouea sore. Dele foram discutidos apenas 0 atiges, depois do que o seu prdprio apresentador percebeu ‘que ele haviasusitado ostildades demais eo deixon cai. ‘0 tercelio projet ¢apresentado por nosso personagem em 24 de junno de 1796, durante @ Ditetrio, av Conselho dos Quinheatos. Representa am paso avante (Jo ponto de vista da maior elaboragio t6enico-juridis oda maior conformiNade &experiuciajuriica tact onal) ou, 8 se prefee, um paseo ats (do ponto de vista do abandono dos principios do jusnaturalismo racionalista). Cambacétésrealmentese ‘eu conta Je que a oposgSo dos juristas tadicionaisas (que, no lina ‘moderado do Diretiio, hava readqutido vozem sssembléis)trnava impossivel a reallzago de um “eéaigo de natureza", simples eunititio, tal como ele hiv amejado,O projeto de 1796 upreseta, portanto, por um lado uma maior elaborago técnica (compunta-se de L004 artigos) ‘por outro, va notévelatenuagio das idéias jusnatraisas. “Também esse teresa projlo no fo} aprovado. Conrado, teve tna maior importineiahisériva, visto que Toa nico dos és projetos % apresentados por Cambuctiés que exerceu uma cettainfluéncia na laboragio do projeto definitive do Cio Civit (embora os membros ‘da comissio preparatriatenham tentado obscurecer as relagbes de seu rojeto com todor os anteriores). Na prison do Cédign de Napoleio nos resta eof indica, apenas tulo de curiosidade, um quart projet, obre quase exclusiva ‘mente pessoal do jie uequemnino, que fi apresontadd em 1799, mas no foi sequer discutdo, 19, A elaboracio € a aprovacio do projet definitive: Portals. © projto detnitive do Cédigo Civil foi obra de uma comissio installs por Napoleio, primeino-consul, em 1800, © composta por |quatr juristas: Tronchet, Maleville, Bigot Préumeneau ¢ Portals, © papel mais importante nesta comissi foi desempenhaco por Portals, ean Etienne Marie Poralis (1746-1807) era também ele, como Cambacétes, jurist politic, mas, diferentemente deste limo, era um liberal moderado. Par suas posiges politics fiapisionado por Robes- Piette, nas durante oDiretsrioatingiv um posi poiticade destaque Ensetunto, em 1797, fot acusado (parece que inustament) de ter feito ‘ontatos com os emigiados politicos. para eseaparacondenagio ficou por trés unos no exlio (1797-1800; de volts pra, ascendew ainda uma ve7 3 italia politica e foi senador e minisro durante 0 Consulad 0 Império. Durante o esl, Portas esereven uma obra cujo titulo diz de Imediato qual era sua ovientacio (c, por rete, qual links sido a inspiragso do Césigo de Napoli). Esse escrito (publica postuma- :mehte por conta dos hos do autor, em 1820, edo qual oi ambem fits, slgumas dead depois, uma waducio italiana) se ttitula Do so e do abuso do espirita llessjeo durante século XVI. O espn flosofico 0 qual 0 avior se rlese € 0 espitito iuminisa (ox racionalistas, realmente, no séeulo XVII eram consideradas os "filésolos” por antonomasia), Uma considerivel parte dessa abr édedicada A contest ‘0 do pensamento kaniano (com o qual Portals hava feito contato ‘durante o extio, primeira ne Sulgae depois na Alemanha)e representa, portant, » primeita cries a Kan, do ponto de vista da mentalidade “latina” em particular francesa. Ness xu escrito, Potlis e concen: n tea naguilo gu, segundo ele, foto abuso do expt fiossfico, isto 6,2 ‘ritea indiscriminada conduzida pelo racionsismo contra toda aeultura pssida, cities que levou & destuigho da tradiio, 20 ateismo e a0 mateisismo e & parte mais nefasia da Revolugio Francesa (0 autor present pginas de eseonjuramento do Terror, que antecipamos temas ‘ontza-revoluelondtios que sio caos aos esritores da Restaura), ‘East obra (uinds que particularmenteifeliz,devido 3 sua exten so « seu estilo pesado © verdadeiramente indigesto) tem um certo sipnificado nt historia das iia, porque epresenta 0 ponto de pusta- ‘gem ds flosofisiluminista da Revolucio para aquels (de inspiracio spiritualistcromintica) da Restauraio: 2 atitude iloséfca de Portals pode ser comsiderada a expressio dese espiriualismo ecléco que teve fs seus miores expoentes em Viet Cousin eo italiano Rostnii Lavolle, seu biograo, o compara com muita iis a Chateaubriand 'A Comissio para a redagio do projta do Cédigo Civil elaborou tum projto que fo submetido ao ConseThode Estado, onde foidiscutido presididas pelo proprio Napoleio (57 dum total de 102 esses), Fle patieipou ativamente do exame da disposighes do ‘Cédigo, demonstrnda sober encontrar Solugio pata as controversias levantadas com mor age e pronto pelos jurisus consumados ‘que constituiam o Conse (este urndos temas mais arosdhagiografia Iapolednics; mas tavez se possa lembrar que a boa disposicio do Primeizo-Cénsul em resolver as controvérsias juridicas se devia no -somente sua percepgzobilhante come lamba ao fao de sua palavra ser Te), Na medida em que os varios titles do proetoeram aprovats, fram promulgados como leis separadas (34 no total). Foram coletadas posteriormente em 181M poblicadas com o nome de Code Civil des Francais: somente na segunda ediio, de 1807, tomou o name (com 0 ‘qual foi transmit historia) de Code Napoléon(Cigo de Napoledo} ( projetadefiitvo sbandonou deeilidarrens a concopotojusna- ruraist (que mesmo Cambucrés, entio membro do Coaselho de Estado, nao defendis mais) O timo residuo de jusnatualismo,repre- sentado peo ar, 18do Tul 1 (euo texto ji transcrevemos no patigrafo 114, foi eliminsdo depois de uma trida discussia no Conselho de Endo, O Cisigo de Napoledo representa, na realidade, a expressio ‘orgies esinica da tag francesa do direitocomum. Em particu- lat fi elaborado com base no Traiado de direto civil, de Pothier, © ‘maior jurist francs do século XVII. Esta derivagio do Codigo trancés ‘partir de Pothier fok posta em evidéncia especialmente por Fene, que, n to ew estudo Pothier & 0 Cadigo Cit, desenvolve umn exame das Dassagens parlelas,demonstrndo que 38 disposigses do Coaigo coin. ‘idem na maior parte dos casos com as solughes dadas por Pothier 205, ‘iris problemas juridicos. 20. As relacies entre 0 juiz 0 el segundo o art 4° ‘do Cadigo Civil O diseurso preliminar de Portalis, A pussagern dos projetos revolucionios iquele redigido pela comissio napolednica, para ser compreendisa plenamente, deve set enguadrada no seu contexo histrien, «saber, no desenvolvimento do ‘movimento sevolucionéio da su fase culminante dos ancs da Conver: {0 (1795.94)3 ase das conelostodos anos de Consulado (1800-1804), Os projetosinspiradas ns ideius do jusnaturalismo raionaista repre sentavam a Revolugio no ponte culminante da parabola, quando esta queria fuzertibula rasa de todo 0 passado:oretorno 4 nature, mo give {ais projeos se inspcavam, desejava precisamente er um desafio a0 passado,idiseiplin juriaice ue direto romano, a monarguia francesa ‘eas outa insituigdesradicionas vin rfando ao longo dos séculs, [Nas imtencbes ea comissio napledica, em lugar disso, 0 nove codigo ‘slo deveria constr um inicio, um ponto de partide absolutamente ‘hovn eexclusivo, mas utes um ponte de chepada cde partida 0 mesmo ‘empo, ume sintese do passado que nio deveria exeluir a sobrevivencia 4 aplieacio do diteito precedente (onstumee diteito comum romano), ‘a0 menos em casos part os quas a nova legisacio no estabelecesse ‘lgums noms ‘Se Cio de Napoleo fo consderado o nico absolute de uma nova tadigi juries, que sepulta completamente a precedente, st fo ‘devido 20s primis intrpretes eno 4s redores do proprio Codigo FE de fato guces edo a estes que se deve a adogio do principio da ‘nipoténcia uo esislagor, principio que constitu, como jase disse mais, fle uma ver, unt dos dogmas fundamentais do positivism jridico (€ preeisimente por sa ineidéncia no desenvolvimento desta doutrina ju ‘Sica que estamos ago! nos ocupsindo da hstria do eéigotrancts. 'As posixies diversas de reditores e inlxprees do Codigo de [Napoledo, quato 20 Jogma ora lembrado, se deduzem do significado iverso que uns outros atribuiam 9 at. do proprio Céigo (otnico ‘dos vias artigos de eanergerl contd no pojeto que fol mando no texto legislative) Ese antiga disp: n ( juiz que serena ajulgarsoh oprcteto do iencio, ds obscuridade ‘ud insufcenca si, poets ter proces como culpa de justicadenegas [Este antigo estubelee portanta que 0 juiz deve em cada aso resolver a contvérsia que Ihe 6 subnets, estado exclu a possibi lidade de abster-se de deci (0 assim chamad jutzo de non lu’), argumentundo com o fato de que a lei ni oferece nenhuma regula decidendi Em particular ta atigoexplica com tis conceitos os casos {que poderiam enlocat a juiz em cificudade yobscuridade let neste aso 0 juiz deve tema clara, através da Smerpretacio, a disposigia legislativa que parece obscura, by suficiéncia da ei, no momento em que esta no resolve completamente um caso, descarando a consideragio de qualquer ele mento: em talcasoo juizdeve completa acispostaegistativ integracao dale: ©) silncio ds lei, quando este se cala sobre uma determinada questio (6 6 caso tpico das “lacunas”, as quais, por outro lado, 26 verificam também no caso de nsufciénca da ei): nese caso juz deve suprir a lei, deduzindo de qualquer mod a regra para resolver a [No caso do silencio (¢ também da insficéncia) deo problema fundamental 60 neguinle: juiz, que nccssita de ums repr para supe (ou integra) lei, deve buscar tal tegta no interior do proprio sists Tegisltivo (ecorrendoaplcagio anu ou 2 pineipos eras do ‘ordenament oniico) ou no exterior dese sistema, deduzindo-a de um juizo pessoal de eqiidade (o que Sgnfica: recorendo a um sistema ormalivo—omoral ov aguce do direto natal —dstiniodo sistema dodircto postive)? Osmodernostedticos dodivete cham a primeira solucio de aurvintegragdo © a segunda de heterointegracdo Jo ‘oadenament juridico, A solucio adotada pelo postvismo juridice em ‘semido estito éa primeira: 0 dogma da onipotncia do lepslador, de fato, implica que juz deve sempre encontrar a esposta pars todos oF problemas jutidicos no interior da propria lei, vis ge mela estio ceontidos aqucles priacpios que, atmvis da interpretaio, permitem individualizar uma diseiplina joidica pora cata caso. O'dogma da ‘onipoténcia do legislagor implica, portano, num outro dogma esreita- ‘mente ligido ao primero, o du complettude do ordenamento juridico, ™ A solusio que os redsores do art. 4° tinham em vista era, 20 contrrio, «segunda: deixar aberta a possibildade da lire eriagdo do diveto por pare do juz. Esta intencao resulta clatissima num selebre ‘discurs feito por Poralis para apresenta 0 prjeto do Cédigo dante do Conselhode Fstado, diseurso doqual amos aghi oresumiae tanscreve moa passages mas importantes para nosso ae, ‘0 oradorafrma, entre outas coisas, que nose tata de simpific ‘car até redux as les @ poucas principio gers, vista que tal redugSo se Verifies somente nos Estados despticon onde exttom male uae carrasces do pees (pts 3). (Nour se-i com estaafimagio contraraosxtrios inspiradores do projtes que foram apresentados mi Convengi ¢ mesma o curieso raciocinio trazido para suseuté-larepesentaa invesio do raciocinio de Saint-Just que metcionamos ao 817.) Mas, prosiogue Portis, no se tat tampowco de estabelocer wm cdg que preveja todos os casos possives Seis I 0 que se fos, a8 fis pitvas no perio ovo mtbr ‘ntiramente ood ero natal no negseio da vids op. ce, 3) ‘se sto porque muitos individuosfogem necessariamente do legisla sd, efx porque, enquanto as leis no mudur, a vida social que estas eis devem regular est em continuo desenvolvimento uma erate quamdade de coisas sto, portant, abandonndas 2 impé- Fiode wo, ade dos homens cult, 0 abi doxjues ope pa Calne, usin, jul “pene sido pelo esprit geal das eis” decir guuntaw dtales,splicando os elias esabeleckos pelas prépriss eis. siz, em todas maesclvilizadas, junto a0 santuario das eis, se {forma um conjunio de maxima, de decisbes e de doutrina que constitut ‘um verdadeino suplemento desse santusrio de leis, Parecedesejivel que todas as materasfossem roguladas por les, mas 18 na fala de un texto precio sobre cada mati aso ani, canta tee bemestubelcid, arse niyinerrompidadedeisesiniare, tie opin cu re maxima adotada oncom como le, Qeandonio fn relagzo nenhum com agulo que ests etbeleigoe &conbecio, “quando tala dum ato absoutamente novo, enone os pinch plosd drei nara, Pos ses previdéncn do egiladres élite ‘anatureza€nfiniteseaplca atid ie de faleresar aos homens (opcin.p 4) ‘A integragio da tei dove seontecer, prossegue Portis, recor rendo:se a0 jz de equldade, com referencia 40 qual ele afirma {polemizands com aqueles que querem que a deciGes 00 juz, no %0 em matéra penal como também ns evil seam Sempre based aura Tei, jo que a eqikdade &subjetvae arbitra © arbi sparen da paix (one 9-5) lade € ainda myelior do que o tml das (Ooradorse icon da relatvidade do juizodeequidade fondado ‘ume avaliagio posse subjetiva da juz, mas considers preferivel resolver uma eonttovétsia medignte a deeisio de umn juz, que age conform cririosracionais, do que dixs-a para as reagaes emotivas ‘das partes em confit.) ‘Quea inencio dos redatores don. #fosse ade deixar uma porta aberta so poder erstivo do juz ressalaclaramente do ter do at. 9 do Livro preliminar do pre (stigo que foi eliminadon0 text definitivo ‘por obra do Consetho de Estado: [Nas mtvas vis oul, ma falta e is precisa, € um ministo Ge seldae, A ead € 0 retorn bei mail e vor uss adados 0 silaci da pia, (Note come nese antigo aliés no discurso de Portis, dst guest o direito civil do direito penal; & somente com referéacia 20 primeito quese admit o recurso a entiosdiversos dt nonina posits ‘0 segundo, em lugar dist, deve ser fundodo exelusivamente na lei em hhomenagem as principio fendameatal do peasumentajurdic ilminist- Iiboralnullum crimen, nulla poena sine lege, prinelpio que tend & garantira iberdade do individoo contra os arbittios do poder do Esta fxm matéta pen, portato, 0 360 de falta de um nota positiva ni dese vetficar,esstindo #noema gral exclusiva segundo. qual tude. {que no € protic pela lei € permitido,) 6 Portals, no su discurso, repete quase iteralmente conccita de eqiidade expressono art ora citad (que, segundo parece ele mesmo havi redigido) Quando ei ar, & ecu sept quando ¢ obsurn.€ neces rio aprotundar sus dsposigies. Na alta dale € neces consular 2 usvow a eiidade. A equldade 0 retormod lintel, mo sere, i oposic ao ex na ebsewridade das lei poate (op cts p 3) A ratio do at. 4 do Cio de Napoleon intengio ds sus compiladores, ra adeevitac os inconvenienies de uma patie judicara Insauradsduranea Revolcio, pla qua suze, quando ni dspu sham de ums nos leglava presi, se absinam de deci casa € devolviam os wos so podet legislative pura ober disposgies a propésito isto em muitos casosera impos pel propia fl eval oni, que deejay estimular at o exten principio ds sepatagio dos poderes:em ours casos ram sugeridos ao juz itrios de prden- cia plitca, para evita que, cam a mudanga ds relies de orga ene sitios ropes revolucioninis, ele foseresponsabliza pela aplic Go de una fei emanada de um prop para eembster um out Os redatores do Cdigo de Napoteso quserum elimina este inconveniats,dtando oat, qu impunha 30 juz decir em cada caso, eat, que indicava os rita com bate nos ua cit no siléscio ou, de qualquer maneia, na incerten és let. Elminado © Segundo arg, prineio—-consideradofsladamente prescndindo das motivo sirens qu o aviom serio —€compreedido ps pimeirosinrpretesdo Cédigo de modo completamente diverso; 06, & imerpreiao, asim, no sentido de que se deveria sempre deduzit da psp ea norma pra resolver quasquerconzovesies. Tal aig, de {ato tem sido um dos atgumentos mas freqsememente cits pelos jispastvists, pata demonstra gue, do pono de vist doer ales ompreenc a Uiseptinn de todos ox caso (M0 pata Seton & {sim chamads compete de. E neste malo Ge entendceo a. 4° que xe fandou escola dos intrprtes do Codigo Gv conidia como exclu du exepese" (Cele de exis: eta eased de fvchismo dale, porque considerava © CéAigh de Napoedo como se tvesesepultad todo 0 dreto prec eateccotivesse cas ax armas poral spose cass furs, « pretendia fanar a esougio de uaisiverquesties nintendo do legisla n A esta escolt se contraps, pero do fim do século passa, uma nova corrente, a chamads escola cienific do dire, que critioow & fundo a escola anterior e, com el, am concepeier do positivinme ji, 21. A escola da exegese as causts historicas do seu adyento, Na verdade, 0 art 4° no desempenha a fungio de valvula de segurang que gufants poder de cracio do ditete por pate do ju como era intencio de seus redtores e, em panicula, de Portals; por outro ldo, vetficouse aquele fendmeno hisériso que Sevigny. em 1814, excrevendo Du vocagdo de nosso tempo para a lepslagdo e a Jurisprudéneia, havin prevnt e receado quindo a cadiicasio vigorssse ‘oa Alemanhs, isto é a brusca interupgio do desenvolvimento da ta Aigo jurdicae,prineipalmente, dy eignca juridica ea peda por pate esta itm de sue eupacidade eriativa. Ino aconice efetivamente ma Franca com 4 escola da exegese, jo nome iadica como ea se limitava ‘sma iterpretacio passiva emectaica do Céigo,enguanto aguela gue a sucedeu, 4 escola clenfic, assum ese aore preisamente para estacar que se propunla uma eluboragio auténoma de dudos e de conceitosjuridios eu validadefosse independentee wanscendesse 0 rSprio Cédige. Se busearmosa causas que determinaram o advento da escola da ‘exegese, nos pareeoté possivel agrups-las em inco pontos 2) Aprimeira causa €repesentada pelo préprio face dacodificagan. Bata serve, comefeito, como umaespécie de pronturio para resolve, se ‘io todas, aomenossprincipais eontzovérsias. Como poser evidéncia hulich em seu trabalho ji ciado A tégien das juristas) 08 operadores do direto (jizes administradores poblicas, abvogades)procuram sem- roe via mais simples emaix curt para esolveruma dada questo. Ora, ¢indubtivel que existindo unt O6)g0, 2 via mai simples e mais cor ‘consist em procurara slueio no propio ebaiyo,desprezando as outras fontes das quais se poderia deduzir uma norma de decsdo (costume, jursprodéncia, doutins et), sendo 0 manuseio destasfontes mais ‘complexe edifeil do que o do drcitocodiicado, ) Un segunda tao ¢ representa pela mentalidade dos juris: tox doninaa peo principio de serie, O argumento fundamental 8 {que guia os operadores do dieito ao seu raiocinio jude € principio dda autoridede, sto 61 vontade do legsiador que pox norms jurigien, poisbem, com eodiicacto, aVontade do legislator expresst de modo ‘Seguro ecompleto esos operadoresd diel basiaater-xe ao ditado pela aulordade soberana. Essa mentalidade €expressa de manolta paradig iitica pelo parecer formulado pelo Tribunal de Apelagio de Rowen, com referéncia ao discurso preliminar de Portals (do qual falamos amplamiente-no puragrafe anterior, discurso que foi distribuido jut mente com o texto do projeto do esdign para os érgios judicléios superiors da Franca visando obter sua apreciago. Este discus puececoneeer demasiado eepag a jue NGO neces Sidade de ela, deprovocr por assim dizer nerpeagcs ‘omnotadesaspreddnla ais, ster lel estore el, {ve primcio delta depoiy nam pous + poueae seebim pot tsarparibe or direc, capaeceatn st spesss demas Ade sem felagao bps cin que, como no pasate buscar menos o que dia Teido qac aqui gee after! Onde opine dew borer 108 a mest aordede que 9 Tel Quando un ero cemctido por umn © rucersvamente ata pelos onto, converte em verdad! Quan {So unr rede proconeieecolsades pels commpiadore,cezos Ot ‘sevls vjlenids eomeitocadosjutzesesufocad var do lepsader ) Uma terceira caus, que pode ser considerada como a justifies Go juriico-ilosoliea da fielidade a0 Codigo, ¢ representada pela que tenha sinda ocupado alum cargo oficial relativo i refonma da legsiaglo), 101 ‘etorndo & Europa continental, passon alguns anos Aleman e em Paris até que, alarmado com a revolucio de julho de 1848, deixou a Franga e voltow Inglaterra, onde pastou os cimos anos de sua vida, ignorado por todox. “Austin 0 tipico auctor unius libri: durante sua vie publicou uma Uieae cuta obra imitulada The province of urispradence determined {Gsto6,A determina do campo da jarispradéncia, 1832), que teunia as primelis seis ulus intodut6rias de seu curso, Somenie apds Sua torte € que sua devotad esposa Surah publicos todas as aus ¢ alguns ‘otros apontaments, com siulo de Lectures on jurisprudence (Ligdes de jerisprudénca) om dois volumes! Esta obra traz como subitulo a expressdo The philosophy of positive Law (A filasofia do direlto posi), porgue eta assim que ‘Austin designava seu perio peasimento e seu proprio easino. Fle Sistingus, realmente, de moo nid a jurisprudéncia da eiéncia da legisiagdo: a primeira etuda o dicitovigene al como este € efetivar ‘nent; # segunda esc 0 dieto tal como deveri st, com base em ‘cettosprinepiosasumides coi criléros de avaliago (Bentham expri- mia « mesma isting, vsando os tomas jurisprudénciaexpositiva € jurispridénciscenséra), Enquanto Bentham se ccupava principalmente 4a citneia da legisla, Austin se interessava em vez Uist, pela js pradéncia, quo sabdividia em jurspradtncls geval e jurisprudéncia ‘particular, Enquanta segunda esta a eaactersticas proprias de um ‘rdenamento juridico expecitie, a primeira estuda us principies, rnogdes¢ ox eanceios queso comunsatodos os ordenamentosjridicos, {sto a toda direito positive pssivel (ou, parasee maisexato, so diteto positive de quilquersociedide que tents atingido um certo grau de Civildade, excluindo-se, asim, os ordenamentos dos grupos soci primitivos). ‘Austin se interessa precisamente pels jurlsprudéacta ger, cujo ‘ojela cle assim define ‘A jwisprodaca yes, 0 filosoia do sneto postive, nose refere tivetanene cine da Leislago. Tratadctamente dos peincipios «| Aisingies que su coma ss diversas sistemas de direito panier postive que ada um esses ritemasdiverosnevitavelmenteenvol- Yer sejnese gna de Foor o de censure) de card ou no eam 102 ee i ums determinadh meso erro. O bem (madame fese) jispmdéacis ger ov Mlovota do tito postive diz respi #0 Alito com ele necesariamente&, oa ates 9 direto come deta (ought) sero devo como deve ncowsaramente (tus) set eee Pr maou ates ditto com deve necesaanete foe om (Leet en du, w p. 32), Quanto expressio “filosoti do direitopesitivo, que no techo citado € repetida duas vezes, 0 lito recordar que tal expresso fot inventada por Hugo (ef, § 12): watase de uma dorivagio que Avstin reconiece expressimente, declarando num pissagem imed Anterior a essa ora insert: De toes as expresses concise exmine matuaent, “flsolia do direto poslva” fades ds forma mis sgnficativav objeto © @ mbito do mes curso. Empresa expresso de un ttado de Mag, tlebne professor de junspradénia va Universidade de Gatingsm, © fut de una excelente hls do Geto tora, Emborao tratado er {guests intitle “odie mntarl, no diespeito ao dite mata ‘no significado orn do temo. Na Finguagem do autor di respeito 0°ditetonatal como umaflossiedodirato poste” Wee. Tur vol 1,p.32), Se € ponto pacifico & dervacio da locugi “flosfia do direto positiva’” da terminologiada escola histricaalem3, muito maisdelicado ® discutido ¢ 0 problema da influéncia de tal escola na substincia do Pensamento austiniano. Achamas que esta nio deva ser exageradne que 2s comrespondéncias as coinidéncias ene o pensamiento da escola histéricac ode Austinscjembatantelimitadavesuperiiais enedtiveis, em ltima indlise,aum dnico onto: ecusade considerar como dteto propriamente dita aditetonatora, sconcepeiods efetvidade do diteito exisente nis virassociedades como a funcamento da sus validade, a Aeterminagio, emt surma, do ditt tl qual ele eftivamente€, como 0 ‘objeto da ciéniajuridica Quanto ao rest, hi ene os dois pensamentos tama divergénsa profunds, no s6 n0_ que se relere aos pressupostos filosticos (Austin € um uiitarsta © um empirsta ao qual so absoluta- ‘monte extras as postuas historicistas¢ romsintcas), como tambem nn que diz respeito s propriasconcepetes judas. escola hstoica 0s lems, em homenagem 4 deologia do Volkseist, via no dreito consu- ‘tuinirioo prottipa dodirctopostivoe, no plano d politcalegslativa, cra decididamente hos & coditieacio, Austin, a0 contri, win a lei (isto 6, na ordem emanada do sobersno) a forma tipiea da dieito © © fondamento ultimo de tods norma juriica e, no plano da pottca legislatva, eta defensor convicto da reforms da dire wlravés i legisla, 0 que demonsra que est inteiumente linha dietia do pensamento de Hobbes e Beathay (Que sejam de al naureza as relagbes ent Austin € a escola histérca alema percebe-se claramente numa pastagem de Lectres, ni {qual o autor, pata compatbilizat nus evocagio da eoolshislriea com a {idelidde 8 artodosia do wliitriemo de Bentham, decara [Bentham pertence examen escola hitrica de jrisprudéncia. 0 Sgn exato deste term, asin como Cemptepad pelos alemies, que jin assimedesgnados pensam que wm conjonto completo de lee no pode ner dozids poo devenwalvimento deans prneipioe [eta asiumidos «prior, mss deve tr fundado na expeincia dos sujetas es objetos aos quas octet se refere. Bentham, por so, petence mifetareate sea excell E dopois de wr indicado 0 Tato de alguns expoentss da escola historia (Hugo e Savigny) serem contratios 4 codificasto, enquanto ‘autos jurists (com Thibaut) so favoriveiswela, el assim prosseguc: © significado do fato de este fos juss mencionado acim} srem ‘chamado de escola hntrcs€spleamente ete, que concord cont Benthars em pensar que odetodeveria ser fandado nama vsd0 x periments ds sujet dos objets dodreitoedeveriaser ceteris fo pela ice gra, ode de sgamae mupsighes abies 4 prior chamadss de dito tual. Um nome mais adequado sera ‘cola leita ede (op cit vol Ip 679) Com sev2, pars conciliae Bontham com sescol istrica Austin ‘forgado‘ dar delauma “verso” ingles asaber, prem evidénciaum Sinicn eater (polémicaaniusnatualsa),negligenctando seus aspec- tosmaispeculatese wexigencias do fundo,e, sem mls, chegaaatsbuit a essa escola um conceito (0 de uilidade geral) que Ihe € estranho. Substaacalmente, Austin concilia a escola hisérica com Bentham fazeno, nim estorgo novel mas tambem inseients, de Bentham um istoricista ede Sovigny um utara, 108 os 26, Austin: sua concepgio do dieita positive. Para definir 0 deta positive, Austin o distingue, antes de mais ‘nada, dos outros pas de normas. Neste sentido, ¢ necessitio nota que hi uma difculdade de natureza lingbistca aa referencia i dstingbes ‘este autor, Ele, com efeito empregao temo inglés law que significa ao mesmo tempo fi, no sentido generalissimo de norma, © drei, a0 setido expecificn de norma juridica (enguanto pata indica a “lei” no sentido de direto emunido do érgio legislivo do Estado — em contraposigio ao “costume” — em inglés use temo statue) Austin define lei como um camando geraleabstrao,excluindo assim, antes de tudo, do conceita de lei as ordens “inldentais” ov “ocasionais”, vale dizer at orden drigida a uma pessoa deterinada porque wealiza uma acio individual. O comando ¢ definido como a ‘expressio de un: deseo, mes nem toda expressio de desejo ¢ um ‘comand assim, por exetplo, nioo &prece), qual éportano a nota ‘araceristien do eomando? Esta & representada pelo fata de que, no tomando, » pessoa para quer & expresso 0 desejo passivel de um mal {qualquer por ato daguele que exprime o deseo se este no for realizado, Este mal sob constitutive da ameaca € chamado de sancao. O comando implica potanto no conesto de sancio eno de dever, come se conc esta passage em que Austin enuncit com clarcza seu pensament ‘Um eananda..6 uma express dedesco, Masumcomando €dstinto tas oniras expiesdcs de desejo pela segine earctersica: que 2 pute prs qual digi €pssvel de um al sob a alo do cata, 10 caso de ndosatisfigio do deseo. Sendo passive eum mal dua pare, senosatisagoun desefoqueexprines euesia vinclado ow Dbrigads pelo tev comand cee acho na deer decd, {Comando dever so, por in, temo conse, no tentdo de qe Sgnificado denote por ur implies ge posi pelo on Om em ‘ttasplavranond: yur que aj usm deve fl expresso comand ‘hind quer qu tenaso expresso un eomando, sm ver fa ipest ‘Concaancateo signfieda do eonelagio ete. Quer desea nig um aa nea dose deseo not sdoespeitadoenuncinsm ‘comando exprimindo ow ntifeapdoo seu deseo Quem ¢ paved de til cn ena de no renptar ode, é vinemladoon obra pelo fomand (eet, on Jer, vol, 9. 89 Dein #nosio e Ie, Austin dstinge ws eis em duas categori- as, fundadas no seit do qual proven a comando (0 destinatirio & 105 sempre o mesmo, ito &, ohomem): leila los humana, segundo Sejm posts por Deus ov pelos homens; as prmeiasse dstinguem, por sua vez, em les divinas reveladay eles divinas ndo reveladas (ras € lum istincdo gue aqui noo interessa, pone diz respeito esters tico-religiosa: as sepundas xe subevidem em eis poiivas (0s, como serigaqui maisexatotraduziroermo law, direitopostva)emoraidade positive, ‘Trata-se agora de estabelecer qual 6 diferenga espcifica ente Aireto positive e moraldade positiva, O aur local tal diferenga n0 fato de que o dieito postive € constuide pelos comands emanados pelo soberano, numa soriedade potica idependente. Soerano ¢$0- tiedade politica independente so dois vonceitos estreitamente comrelacionslos; com a expressde “sociedade politica indepondente™ Austin realmente preteade indica a end soa comumentechama- dade Estador esa ociedade & dita politica par indicar que 6 compost ide uma mimero relevante de pessoas sujeilas um supetion comum (razio pela qual sea distingve da saiedade familiar dus outras formas, ‘mais primitivas de agrupamentos socials € 6 dita independente para indicar que ¢auiSnoms e soberan,isw €, que nfo depende de owas ‘nlidades socins. A saciedade politica independents comporta no seu Inferior uma esiruturasio herarquca, ov sea, a subordiao do con- junto dos seus membros a um saberano superior (que pode ser uma Uiniea pessoa ou um grupo de pessoas). Para que se possa falar do soberania si necessrios,sogundo Austin dois Fequsitos: 4) 4 obediéneta habitual de um eonjunta de individvos a um superior comum: b) a auséncia de toda relagao de suborlinasio e de cbediéncia dese superior nos confiontosdiane de qualquer outro superior humane, Bm outras palavzas, para que uma sociedade politia passa ser ‘consderada independente nso bast exis no seu lneror uma estrutra hietarquies, sendo também necesssrio que esta slim se eapote m0 interior da propria sociedad is das pussagens das Lectres on Jurisprudence, contendo a Primeizadelas uma definigio sinttica do dieito positive, enquanto na ‘segunda xe eximina mais amplamente x relate ene 0 coneeito de diveito eo de soberanis: O objew da erseudencia €o direit posiivu.ou ochamado simples e estnmende drei ot dicta pt plow sprite pains nos Infeines politicos (ope, vl 1, 86). 106, yy 7 Todt psitva.ou bem ode el sinples estan dts, posta por uma pesiogsobefan ou por um corp saberan de pessoas mon ate ero sociedad politic independent guess essen owesne compo d soheranou supremo, Osemontaspalavras esse posta im monte ow gro soberanu + ums tis psoas em etd de sajeigio frente seu sar (ep, vol Ip. 220), ‘Quanto moralidade postva esta se distingue da drcitopositivo precisamente porque € posta por um sujeito humane que mao possu a ‘qualidade de soberano pars urn out ou pata outs sets humans. Austin desta, na vasta categoria da moralidade positiva,tipos de formas que 80 eis propriamente dtas vito que tém a esitutura do ‘comando eoutras norms queso leis impropriamente ditas porque a0 possvem 0 carter de comandos. Estas itimas sto aquelas que hoje chamariamos de normas do castume social (regis de hone, do galan- 'eio, do jogo. damodactc, que Sio posts pela opine publica) 0 sto ‘comandos (© portnto ao so leis) em sentido proprio, porque um ‘comand. para sé-o, deve provit de wm superior bem inividuslizado, enganto apiniio pablica & um Fendmeno socal que eseapa de qual: ‘que tentativa de individueg, isto, de reducso a uma pessoa ou 8 um [Bupa de pesvoas detcrminadas ‘As nonmas ds moralidae positiva que So leis em sentido estito ‘to divididas por Austin om wes eategorit: 44) Leis que tegulam a vida das indiviguos no estado de natures (io so norms juriicas, porque © Estado no exist, mas s8o leis Porque possem natureza de comando) ») Leis que regulam as relacaes entre os Estados (ito é,0 dct internacional). Segundo Austin, tis leis aio tm natureza juridien, porque, sendo a communidude intenicional haseads numa rela nda de suborinago mas de coordenacie, as regtas por ela emanacas mio 840 ‘comandosdirgides de um superior polico para um sido. E esta uma as mumerosas doutrnas que negum a jupiicidade do ordenamento internacional possui omestto de ser funda em citrios gies laros ‘ rigoraso: urea vez admitda2definicdo austiniana do diteito positive, ‘no resia sent negar caries juridieo as normas internacional. Asis das socledades menor, uiseom afi, comporasio . Sto realmente comandos dades de un superior para um inferior (Pot texemplo, ocomando dio pelo pai ao filho) mas ndo so dteto porque ‘© superior que mite 9 commando mio 6 seroma (Sendo, por sit Vez, submetido to poder do Estado). 107 Na psi seguinte spresentemos um esquema que reproduz as vivias dstingSes austnian relative ei. Entre a dverstseategoras { possvel esabelecer interessates relays — a6 Tois divinas ¢ 0 ditelo positive consituem comands soberanos, ~9 dicito positivo ex leis propriamente ditas de moratidade posiiva sio camandos humanas; 35 leis positvas,o dizeto positivoe as leis propriamente dita dda morale positiva (ist g, ods as Jeisexceto aquela impropriae rene dias da moralidade positvs) s80 comands. ‘Se examinarmos a concepeio autiniana do direitopasitivo, vere= ‘mos que comporta is prineipios fundamentastipicos do positivism jure: 18) aafirmacao de que o objeto da jurisprodéncia (isto, da cigacia 4o diteito) € 0 diteto tal como ele € € nao 0 direto como deveria ser (oncepgio pasitvista do dreito), ) a afirmagio de que 2 norma juridica fem a estrutura de um ccomanco (concepsio imperativisa do dieit}, ©) afirmacio de que o dreta € posto peo soberano da comuni- ade politica independente — isto & em termos modernas, pelo igo legislative do Estado (concepgio estatt do direto). NNotu-se que exes és prineipios mio dependem logicamente um 4 outro, ms so reeiprocamenteautdnoms. Assim, Thon, um jrista alemio da segunda metade do séeulo XIX, que ser ctado na segunda pire, € mn tipico esposnte da coneepcio imperativista do ditto, mas refula etatista, 108, 27, Austin: a distincio entre direito legislative ¢ direito Judiciario; a critica a0 direito judi Falumos da concepcso estatal da diteito de Austin, Mas t] con: ‘epeo nio contariav ipa defonte do dtetovigentesnaInglaterta (Giretojutitirio), de mode que ee teria de ou nega a jriicidade da common law ou renuaciae 3 prépria concep? Noss autor nao nega absolutamente a juridicidade do diteito posto pelos juzes, mas, por ‘outro lado, nfo sustenta al situa conttasiante coma propria concep io. Erecorte ao eonceto de auloridade subordinada que peo direito 4 partir do poder que the € delepado pelo soberano; ¢ bem verdade que (0 izes riam o direto, ms isto a exclu su estatizagio, visto que eles agem com base no poder a eles atribuido pelo Estado, A distingso ene ditto legisativo¢dieito judicsri no signifi, portato, uma Aistingio ent dieito estaal e direito no-estatal, mas entre ditto posto imediatament e dteto posto de modo mediato plo soberano da Sociedade politics independente ‘Anda que por via dite [i seve origem mums outa masente 00 foate,€ vas le postive em sent eit por brads sigs ‘ proentesoberani, que fr & cater de spear politcn (op i, vol p22). Resolvide esta queso prejudicial, 0 autor passa a snalisar a dliferenca existent eate deta jadictitoe dreito legislative, submme= tendo a uma erica contundente os lugares-comuns relatives a este problema fornulindo uma slucio parheularmente perspcaz. Adife- renga ene dieito judiiiioedietolegintativo nfo consist nus fontes {que prodzem Isis dteiios, mas sim no modo pelo qual eles 0 pro- dduzidos:odieito legislative constitu por normas praise abstates, isto €, por ormas que regular nio um caso nico existente no momento da su.emisso, mas um nimero indeterminado (ou clase) de casos que seetificationo futuro; odireto judicirio, por oto lado, €eonstituldo por normas panticolares, emitides com 2 Finulidade de’eegular uma controvétsia nica, expeifica © ditcta leislativo 0 diteitojudictsio no se identficam necessrinmente com 0 dieito emanado respectivimente do soberan € dos jizes.O soherano pode também emanar norma que esolvam un) ‘aso Unico (e entan age coma juiz), enquanto o juz (como © pretoe 109 romano, pelo por de que €investdo, ou o jie inglé, pelo valor de precedente que pode wsimie st deciio) pose também emanes normas que tenia carter ger (eentio apie como legisla) Austin passa. enfim, a examiner 0 valor doses dois tpos de Aiea, colimando estabelecer qual & 0 melhor Susioma que o direito legislativoseja superioraojuicirio (nist segue oensinamento de seu imestre Bentham) e para demonstrat tal supeiordade elena toda uma série de detitos do direito judicizrio, dedicando a este exame um apitulaespecitico (o XXXIX) das Lectures: Mawantes de desenvolver sua critica, ele refuta algumas abjegdes conta o divito judi gue do considera vidas, entre as quis existem dss que aqui nos interes sam particularment. porque foram formuladas por Benthant, nestes Pontos, portant, o Gisipulo esté em desacordo e critica © meste (eesma sem menecionar seu nome). ‘A primeita objecio que Austin copee ¢ por cle asim formulads: a producao do drvto judieiri no pode ser contolada pela comunidad politica, enquanio a do direto legislative permite tal conte, Esta Dbjecio evoca 4 de Bentham, mas nio a reproduzfielmente. Beathatn realmente falava da posibildade de controlar produce legislativa do dleito referndo-se nao 3 reulidade de fato, mas 2 wm Estado democré tico ideal; Austin, por outro lado, formula a objecio referindo-a 8 realidade de ato. Desse modo, ele repel faciimente a afirmagio de seu este, resltando que possbiidade do coniole popu nio depend a narueza juiiiria ou logstaiva do direit, mas sim do tipo de constituigdo prépria do gio pradutor do direito, Numa monarquia absolut, existe uma produ legislaiva do direto que nio permite enum conirok, enguanto este € possivel na produto judiciria do ireit, sos nies forem eleitos democraticamente. Segunda objecio de Bentham relutada por Austin diz respeito 3 naturezaarbitreia do dlieitojudicisio, que seia cada pelos juizes sem nenhum crtéio ‘objetivo, sem limites e sem coniroles: mrad, observa @ nosso ‘lor iz nie é abeolutamente livre para agit como dese, mas ests submetid u miltiplos vinculose controle: ent sujeit wo sistema dos precedents: ¢ eonirolido pels auroridade soberans que pode aastélo ‘da Sus fungbes, se ndo respeitar as normas juridieas evistenes; € € ‘controlido pelos érgios jodicdros supeiores, que anulariam suas ‘events dcisoesabitrariamenteprolatades Detendo-nos agora nas objeges formuladss por Austin, pademos ‘xpi em sete pontos no ¥ 8) odireito juicivio menos acessivel a conhecimento do que © legislative (ratase de um critica que jf encontramos outs veres), b)odircitojudicitto & prodaside com menor ponderacao da que © legislatvo, porque o primeizo &emitde no upressado despachs dos assuntos judicirios,enquanto 0 segundo ¢ (au pode ser) formulae depois de madura deliberasio, ©) odieitojudiciia€Freqdentementecmitido e post facto (isto com eficcia reroaiva,ertiea também gue Austin retomade Bentham), 4) dirt juicirio € mais vago e Incoerente do que 0 direito Tegistativo, seja pela quantita enone de documentos em que sedi seja pela dffculade de exrar dos virios casos decides uma regula decidendi gers «) uma quits objesio, patcularmente interessante, diz respeito \ifculdade de cerifear a vlidade das normas de diretajudicirio, Para o direto tgistsivo, segundo Austin, © problema nfo epresenta \ifculdade, visto que vigoa o eitério segundo o qual ¢ wilde s norma «mana pelo rao legislative; mas tal citron pode ser aplicato 00 ‘irito judietirioe, por conseguine, no passvel afirmar avilidade da norma eimanada por un juz, visto que pedemos nos enconise diate de uma pluraidade de seyras -~ dseiplinands de modo diverso a mesma ‘questio — emitdas por joes diferentes em tempos e lugares diversas Neste caso qui critrio se deve seguir para defini a norma a ner apical? O stor afirma que no hi am nies exitério, mas vérios ‘ttéios ou, pera usar sua prépris expresso, hi vias prvas possiveis ‘a valida da decisio dos juizes, a saber 1) © mimero das decisées (segundo este eritrio considerase ‘valida « nama que fo aplicads um maior simera de vezes), 2)a eleganta regula (segundo este crilério considera Vlidaa norms que esolvea questing melo mais siisatrio, do pontode vista téenieo © equitativo} 3) a cooréncia da regya em relagio 3 walidade do sistema juridico, 4) ¥aurortdade do juz que alotow a norms daquel determinada ecisio: 1) sexta eritica diz respito 4 eseassa compreensibiidade do iri juicirio, pois ele mo discipling eategorasabstaigas de fatos sma sinensos concreto, sendo necessirio procederaum dificil abana ma de abstragio ou indugio para extair dos casos yesolvidos uma repr etal: 2) por fim, © diet judicirio no & jamais auso-suficiense, necessitandosempreser“remendado” aquealicomnormaslepislativas, 4oterminando assim u exsténcin de um ordenameni juridio hibrida, ‘qual se acham justaposios dois sistemas normativos diferentes mal Aamalgamados; adamais, 0 dicito legislative que ¢ omitdo com essa ung inepradora é de quilidde inferior como a direito judicéri que dove integrin eis ui passigem das Lectures on Jurgprudence que 6 ape0xi- ‘madamente uma sntee das eilicusaustinnas ao dtcitojueirio: Ei to psc que pram parte do dite comin rm dito jc rte oinems arco, vo corp jars intl, €necessuamemts| tim cues monet em grande pate consisie de dilio jute, Intrdzido pouco = pouco « diggers ama enorme quantidade de ocsies jis paroles, eem pve et lpistatvoutesido gui de emendo 0 die jadiano e disperso mumenorme sma toado dee ocaionas e supfemenats (op et, vl. ,p. 60), 28, Austin: 6 problema da eodifieagao, [A conclusio dst critea so dtsto judicdio € que ele deve ser substtuido por uma forma superir de ditto sto 6, pela eodificagio. Visando confirma esa sua es, Astin deserve a et histirica segundo a qual direto se desenvolve na sociedad detacando sis fase: 1) primeia fase € representada pela moralidade posiiva, Tata se de ua fase prjarien porque nio existem ainda normasde direito proprismeate dito mas somente normas consuetudininas. Sucesive Imei hates fses de desenvolvimento do dieitojudicidrio, a saber ‘b)pritnciamene, 0 juizesadotam e fam valer como diteito 25, prSprias norms da moralidade positiva (Brcitojudieirio com funda ‘mento conswetudinario ) em seid, juizes integram as normas consuetudindias, transformadas em ditto, com ouiras normas elaborads por eles me ‘os ombise no principioda analogia(ireitojudieriocom fundamento entific, 112 we | | €or himo,o as rien memos oie com bs on prin cto de alga (go ia to io Nee ponte sree» det legato, atm decnolve sets de ae fies *)rntamen odo legtve Semana ccsonalene para intr i iro en mais pases fel, tse toms nie fom fa prod do dio © isin, semscamente, com norma gre sso, ade a tlhe oc lel clmia ain medio Dagon eo ees de An le 3 cat, muon qe 0 pancsamene nesants perqs Siercienete de Beir ese fave na sn i SCO emai abies, Austin tom, ey contpada et ‘iv semble pr edi do rata jrdcove ales {Sava cent da plemic sobre a esc odo mm Alan, Duras esd ess pus emit ca Sv, por apemnuta rnde aan como sic (ct 18) Sop fo Sringpal prog east oieagio. primase past d stu str consesbeeent a despa been de ivi ogv tratando ques noche nitadacoiesso em aman sm primo poop de oa coin ‘lems Or obs Asta de cca nae opr pars aq pala preset ov db deliocoican orl (se anid nectar porta, de Spee etc de Scvigny aatn, porgue ma lidde, como vos ext a Conroe pnp Costa). As ous rics de Signy tan reset wo modo plo a eam reise So soi tempo (apm 6 inant, Asin eee fronds pre eee peo putamen pumas rote few Citgo de apse 2) wee ei lum defines ns dos emo jrns et, ) no lve siiemene om conta o dito romano, qve repre argo jen comin (mt js ten Seen. 0) © leishdr fast no cnssex 0 cig como completo (corde west espeo como orienta wt ee pra Dbeliminos die peesitent oh prc vanit joe dro 13 ‘codifieado,outrs fonts subsidirias de dteto (ireito natu, judi rio, eonsuetudinio), 0 que evia uma situacio de ambighidade e de 1d) 0 Cédigo de Napoledo, enfim, fo redigido com demasiads press "Mas mesmo estas eritens, observa Austin, se referem somente 40 modo em que fram reslizadss no pastadoalgumas codificagaes e no nega ei absolut a vulidade do prinepioda cdificagto, Alias, dese notar que agulo que nosso auiorsusieta como necessrio mio & um digo qualguer que seja, mas um bom eédigo: "melhor © direto juicidrio do que um mau eddigo”, diz ele amide, porgue um mas ‘sido tem todos os defeitos do dreito judiciro sem tet dle 0s poucos ‘Quanto 10s requisios do eédigo, Austin specifica que poreéigo sedeve entender, coma sc iz.com frequénca (lund, por exermplo, de cdiican jstniana”), nfo uma simples coleta Ue es preexisentes, mas sim a reformulagio ex nov de todo o diteito vigente numa sociedude, de modo ahuver um text legislative coerente unitiin; pot ‘ute lado, rodavia, el enatiza que a inovaio deve se eferir forma, mas mio a0 conic do deli que ¢ eifieado. A caificagio deve, portant, imilar-se dat uma roups nov — uni, coerente, tecnica mente prfeits— so mesmo dreitoquej vig. Nese ponta se manifesta uma importante divergéncia entra concepeio de Austine ade Beatham, sliverpécia que tem seu fundamentons dferentesattudespoiticas dos ‘ols pensicores, de Austin Hberal-moderadi cw de Bentham racic sdemacritica, devendo 1 codificagin para Bentham representar uma renovagio iniggrl do ditto, fo na foxms quanto. no contesido Enguunto Benthum concebis 4 eodficagio como um instrumento de progresso politico-ocial, Austin a eoncebia como ums instrumento de Progresso purumente Wenico rile. ‘Austin tentowvesumir sus dia respeito da cnicago (que se “enconttam também expostasoeasionalmenteaguieuliem sua obra) pum escrito, que permaneteu enttetanto ma condigia de apontamentos assim, incomplelo ¢ Tragmentiro, intitukda Notes on Codification (Notes sobre « Codifcacao). que foi publicado nas Lectures on urspradance (vol. Il, pp. 1021 e5s.), Nessa Not so examinadas € refutadas catorze objegdes contra 4 idéia em ger ds codiicusio (i ‘vimos, logo acima, come Avstin responde a6 objegSes fundadas em ciiteas conti exemplos histticas particulars de codifcacio), ne af estas objegbes examinaremos penas as cinco mals interessantes, ‘Como o eitor podera observa as das primeiras podem ser unidas com bse no eriso do contrasie (Visto que tedem # se eliminar ent 8), fenguanto a das suessivas podem ser unidas com base no eriteio da sinidade;observarse-itambem comaas respostis de Austin eonsistem freqdentemente numa retorso, a saber, em demonstrar como oditlto juicrio tinh, em proporgso muito mais grive, os mesmos defeites ‘censurades no dein codified, 8) Todo eédligo € necessariamenteincompleto no pode dispor ata todas os esos futuos (de tal modo a coxificago no relia $8 finalidade fundamental, que €precisamente a complettude da direito) © autor responde que 0 efdigo € reelmente incompleto, mas muito ‘menos lacunar ue odietojudiciio, que é “necessariamente tilde € iadeguado™ ') Todo codigo, para aproximar-ce da complettude deve consistir ‘num tal miscelinea de normas mumerasas e minuciosas que se torn impossivel & mente humana conheoé-o¢ abarcclo na sua totaidade ‘Austin responde que 2 complettude do tga fo consiste em discpli- ‘har todos 0s eases individvalmente considerales, mas em estabelecer formas, cada uma delasaplicivel toda uma estegoria de easos (em Tinguagem moderna, demos que a norms aleanea wm fat specie bata) ©) Todo eédigo & inalterdve, no sentido de gue as normas wele contd no podem ser adaptadis i ransformagbes que continuamente ‘cortem na sociedad (F ese © argumento da. crstlaacde do dirt, tipico de Savigny) Austin responde observando que o dito judicirio muito mais inalteravel que legislative, poi fundado no sitema de precedents e, portato, uma regraFundads numa dees estabelecida ‘numa €poca hisGrca anterior continua a sobreviver, apes ds muda is secinis,¢ ainda mak profifers continuaments, visio que os julzes Udesenvolvem 0 dreto a3o median unis atvidadeeriativa livre, mas braseandonse semen na analog, 4) O diteta citicado€ menos maledve nto€,mtenos failmente aplicavel avs casos conctets) do que o drt judicsrio, Avatin respon. de que isto é verdadero, mas que a maior rigiez do direitocodificado represent no um inconveniente, na una vantage que aexcessiv ‘maleahilidode determina ainsegutanca juries, posta que diteite pode Ser mas fcsimiene aera, us £90 direito coificado onge de reduzir, favorece as conteovérs 2, porque torna possiveis “conflvos de analogias contrarias” mais punerovos (a0 sentido de que cresce o numero doe casos que adie tims pluridie de solughes, sendo passive! subsumes, mediante 0 procedimenta anilogieo, ob vias normas diversas ene) emis, ‘0 deeitos do diteto codifieado — pelo fato de ele ser fosmulado em termes clras ¢fixos — slo mais evidentese mais difcilmenteremedi- fveis do que os do dreits judiirio. O autor refuts esta efica, afirmando que acodificagio elimina os ‘equivooos eas ambigdidades 6, portsnto, tora impessvels 8 conto ‘vérsasfundadas em merasimprecisSesinterpretativas. Com reeréneia 41 isto ele exprime uma epiniin caactristea que era também a dé Bentham, a siber, que a codificagio teria promovido uma elevagio do nivel tiene tonico da profisio forense, climinando os abla, caja Sinien ativdade consisteem destrtar sem eseripuls da obscuriddese incertezas do ditt, e avorocendo 9 ingreso na profssao de homens {ealto nivel morale intelectual. A codificagiodeterminara,entreoutrss coisas, também ‘um melhora do carter da profissio legal Se el fesse mais simples «lenin, mente de ordem superior ingresariam aa prolsao € hhomens de prsigio indepen a ara enquato uns & oat dela agors se desviam por seu arte repoznate, pos repogante ela reaente- Qual hore de eucagio hierar eintelecto calwado pode suport absordos do ero prises foremse, po exerplo, © Semi ovta partes do diet? Nada Sena uma fort necesidade Ou ‘uma forte deca de atin atonal do dco avavds da rata Que (recive pra sextet wm fal pessoa nett empress. Mas = 9 ‘iret fost convenienemente codileado, ais mentes 0 esteriam; [detimosentio esperar ama legislagiosncomparvelmente mebor © fina anistago melo dug do que a deaora. A proissS0 m0 sa merimente vente dig aumlagdo de soma, camo 6€ m0 preset, ns, somo na aig Roma, comin a estada que cond I honrase ao restigio poli (op et, vol. Il-pp. 680-81) ‘Comose vé, Austin assume, nestapassagem, uma posigaoatittica| relativamente ade Savigay, segundo o qual x codifieaao tera posto em ‘incit jurdica,Suslenlando, a0 contrario, que € 0 direto jidicrio que torn impessvel o desenvolvimento di jurispradénca, ‘qual eceberia grande impulso pela codificagio. Com referéneia & atitue assomida Irene a esta por Savigny, ele observa Le Sun oposigin sos Clgos & © efeto de um preeonecte de douto Gelhrsrem Savor do dict romano, ed apt nacional (Lect om Jur, vty. 157). (Aentndo pte a pecnceio em aor do diet romano, ave Savigny teria io come Cece, no come Sout oes profesor, Austin parece qe isla suc etn sles se {pua fc por ed i ex onsen smoot de ‘mani; na ela, 4 ses, lng de exit en ‘ort, pet met ein, Da {Sdioss de posepast de alepar 9 dito do Coes ye txigincns merase petitinda tad dum pot evising com meee rigersamene istiso) (Os moive plo qui usta clrosamentea ong podem ser visios como sintetizados nesta sua afirmagao: st E melhor cram dteito expresso em termes gery sistemitic, concise (compa) eacssve atodes, do qu om dito disper. sepllago nam monioudo de deals meno (bully) iscesivel Leer Jur vob pp. 10281028 [Estas duss sériescontrapostas de quato ajetivos nos do na aspeccio de conjunte das exigéncias que determinatam o movimento pela coditicasio eos arguments pelas quis foi sustentada, ‘A mao dificuldade encontada por Austin etumbém por Bentham) fem promover 1 caifieacéo ndo era no plano teérieo defendé-la des ‘teas dos adversirios, maselaborar um procedimento que lhe garantis- ‘se umatrealizagi eficsz. Austin se di conta que a coificagio na pode ser obra de uma s) pessoa (como quetia Bentham), porque ningusm pode ter um conhecimento exaustivo da totalidade do ditto, als, a Codificagio no pode tampouco ser obra de ma comissio, porque seus ‘componente teriam provavelmente cancepesese pincipios diferentes, do que resulttia ums eodiieagéo incoetente. Austin formula uma solugio intermedia: projto deve ser redigido por vina 8 pessoa, "mas posteriormente seri reexaminao por via comisso, ve provide ard as coreghes ea integracio qu se fizcrem necesiris. ‘Um ultimo ponto em que Austin diverge de Beatham concerne a0 requisite da acessibildade do eidigo, Para Bentham, ele deve ser acessivel a todos 06 eidadios, para Austin, por outro lido, deve sex acessivelsomente a jurists, mas 0 vo pov, 7 Um citi ecesive! a todos sta um igo am. sea porque paasercompieensivel o omem como iti rad se excess Tamente spin, sj, pnp, prgue am cdg scessivel ‘odos sera coninnaentssubmetid a cesnne riten da ono ble. que exit constnemente movin reforms. Fe mote de {Trergencisculoca and ure vem evden as posts espetlaiva pola diferentes de Penthame Ads: oprimeiro gu oof om fine bow se destin) cum rad, © segundo € um jurist (Gensel engi encase um conservator. ns ¥ CONCLUSAO DA PARTE HISTORICA 29, 0 fato historico da producio legistaiva do dieito 0 fundamento do positivisme juridico; ‘significado dalegilagho, Procuremos agora, extraindo as conclusbes da investigugso hist rica pecedentemente desenvovida,precsat 0 sigifiendohistrica do positivism juriieo, que, no inicio deste trabalho cefinimos provsori= “amenite como “aguels doutina segundo a quando existe ovo direito endo © positive”: podemas agora precisar que est corrente dovtriniria entende o termo “direito positive” de maneira bem especies, coma ‘ireito posto pelo pouersoherano do Estado, mediante norms gels. abstaas, isto &, como “le. Logo, © positiviame jurfdioo nasee do Impulso histrico pats legisla, xe realiaa quando a lei se tomna & fonte exclusiva —~ os, de qualquer modo, absoluamente prevalente — do direito,e eu revatado ttm € representa pela eadificagie, Investizamoso surgimento da idea ds legisla mo processo de formugo do Estado modern. Um estudiaso susen, Gagner, em seu livre recentemente publicado em alomio, imitulado Estudos sobre @ hisiria da idéia de legistagio (Studien 2ur Ideengeschichte der Gesetzgebung, Uppssl, 1960), quis situa @origem de fal ida no sfeulos XIE © XII, isto 6, na €poen em que se consul a doutrina ccanonstas segundo esse autora ida da Tel, xo & da produgio de ormas jueiicas geca por pute de ums pesto investiga de um poder sberano, gin por obra das estudosos dodreito eandnieoe somente rum segundo periodo foi passada pus sociedad civil e ingressou no patriménio conceit dos jurists. Se buscarmes as idns-mutrizes (os pincpicsideskgicos), que subjazem 30 movimento pela codified da lopisagio, tal como se veriicou durante 2 formaszo do Estado modern, podemos destacar duis, um eoutra de marca nitidament racionalist 2) 0 dur prevalénsia 8 lei coma Fonte do ditito exprime uma coneepeio especifics deste dtimo, que € compreendido como lordemmente rcion ca soeiedade tl ondenamento nao pode nascer de ‘comandosindiviwicocaxionsi (porque eto odireto seria capricho no ‘arbitvo), mas somente de norms gers cocrentes posts plo poder ‘soberano du sociedade, uss comouondemdo univers repousa em eis ) O dar a prevalznca 3 tei como fonte do dieito nasce do propesito do homem de modificar a sociedide, Como homem pode ‘onlgolara natueza através do conhecimentode suas les, assim ele pode {eansTormr a sociedade através da renovagio das leis que a egem mas pra que iso seju possive, pura que-o-direito poss modificar as tsiuturasaociis€ mister gue sea posta conscientemente, segundo uma Finale raciomal;€ mister, portant, que Sea posto através da lei. ireito consuetudinato ndo pode, de ato, servic atl finalidade, porque € inconsciente, inefletido, & um direito que exprime e representa a ‘statu tua de sociedadee,conseqientemente no pode incidirsobre ‘ests para modifici-I lei, em lugar iso, eri wm dreto que exprime sestolurs que se quer gue # sociedad assuma, O costume € uma fonte passin, bei € un Fonte ativa de dei [Ein sntese,oimpolso pata lepislacio nasce da dup exigéncia| 4 pr ordem no cus do dieito primitive e de fomecer ao Estado um instrumentoefieaz para intervengo na vida social ‘0 immulo par egislacio no € um fto limita econtingente, mas um miavimentohstrco universal eirreversivel,indissoluvelmente ligido i formagiodo Estado moderoo. Nem todos o paises formularam. 4 codificagio (resuliado stim e conelusivo da legislacéo), mas em todos of paises ocorteu a sopremacia da fei sobre as demais fontes de eit. Isto acooteceu também na Inglaters. Se neste pals nio fo executado 0 projewo ue codiicasio de Bentham, © pensamento deste, todavia, exereeu um grande inflvéncia nas reforms Jeisativas.e-n9 desenvolvimento do sistema das ontes de dircto. No por acaso que 0 séoulo XIX foi chamado de oséclo benthamiano, ja que vu afiemar-se fn Inglaterra a prevaléncia do dicito legistivo sobee a common law paralelamiente i consolidag3o do Estado parlamentas ‘Que iia ds Tesla no tena somente urna marea continen tal conelui-se clivamente da que asievers um estudioso anglo-sixio, Plucknest, no seu trabalho A Concise history ofthe comman law (Cima breve historia do direto coma): No presene o mas pads Snsrumento de medansa juicn nas indin do Esta a legisla. Toda mag moderna poss uma ov 120 | | ' | 7 | | sais tegisltras — ma Amica i mi de gusto dizis — so ‘Uma enorme quantdade de dict legiaativo € prduzida em ‘ada sesso, uma grande quamidade dele dhe rapt € verdad 4 problemas de ministagioe de poicia, enor ose poss negarque os dis de hoe leislaga oeups um lg impurtante mos snes dios: madernos. Poveos temas de histrin do ltsito so mais inferesanes que o sugimento 0 progress da legeag,vdesenvol- viento de Oris espeissdestiados serio dicta epsativae 9 omportameniodosnibanaisna interpreting dos resllads da alivida- Ge esses dngion op ep. 298. 30. A codificaio inexistente na Alemanha: a fungio historia do direito cientifico. Hi um outro ato histrico que parece colocar em divide o carter ‘universal do impulso pata alegislagio:e€o fat de no século pasado a coditicagio nao ter sido realizada na Aleman, geaas ® “eagio” ‘rovocada pela escola historic e, em particular, por Savigny. ‘Observeros preliminarmente qe a fla da codificagio encont sua explicagio na panticulae siwagio poliica na qual se achava a ‘Alemanhy naquele petiodo, isto é, no seu fracionamento politioo- {erritorial Mss, principalmente, € necesséro salient que mesmo a ‘escola histrica, embora se opando 2 codifieasio, compartilhava da _mesmas exigéncias qu estvam na base do movimento pela legslogio, ta exigénca, a saber, ce dar a uma determinada sociedade um ditto Uunitrio sistematio. Também a escola histrica comparlthava da ‘rica benthamiana ao dircto judieiéio, 6 que sustentava que se Podetis remediar mais efiazmente of defeiios do diteto existente ‘mediante egncia juridica do que por intermedia ds eodicagso, visto ‘quea primeira produztiaum dzetoeom os nesmos requisites posiivos (unidade e sistematiedade) obteniveis mediante a segunda e, ademas, _sssegurutia uma outta vantagem — maior maleabilide e maior adap tabilidade do direito — que a segunda nio podia consegi (0 dizeito e quanta pelo juries, No polémiea contr acsificaco,aescolshistrica tn exaltaracertamente D alreito judicirio, mas 0 dieito cieniic. © dete juticiéio no pticipva segue 0 sea des Contes tal ual era enunciado pela scala istrca (ve p. 64) “Talverse tena exagerado 4 importnca que teri tio a esola histricao det popular ow comsactuindrin.O que Savigny tinba em m2 ‘sia no cr tnt xa do rit poplarquantouma reform {niet cinco. A extnca do penne da scla hstc, brmctamene ede pues, depoi, no ta de dat em nada 6 sem do dco gente nu Aleman mas que ge alg devia sot Arado melhor emo nes acoaiicaio, nas vdesevolines ‘oda cite jrdica. Tamim o jr lem comen frances e Ovingests ram remiss pelgutidede de mata pric confess € sper, mas susienavam got» abrgna de ner onlem a0 exon cabin les mesmo om legislator mis ou meno saga Ete Concctngexpres mila claarente por Signy aaseginte espe ae vocacéer oe sss mates investeme opted todo os ado. fegue nt ment sem gue o-aitamns. Alguém poderis perma, lve, a 3330 pease ser desl, proaraio romper fh stoic ecomegat tina vids abolstamente nova [also aos autoces congo sp coient)-masmesto fl empresa sei andada mm liso.» One ss fhe predominant do matetaisense nea cineiiveh, set etmicicsa para is enguauto a softer neonsietemente; betes, fe he oponios ua fogs vvae eiativ [een fogs nog atta senda 8 ‘ci do dei se, mediante um proud eosheciment isi 0, dominsmos ees mates vaastn nos aproprianion de too ‘aridnio din goragicn psa op lip. 171). Savigny, logo depois, esclarecia que, par este emprecadimento cientfico, os alemies se adequavam parieularmente pela “tendéncia eniica geal ongénita as semcse ragas qual eses so convaca dos em muits coisa anteceder ovtrasnagaes”(p, 171). No final do pargrsfo anterior dissemos que tori desta concep ‘Gio da cigneiajurdiea foi elaborada prinipalmente por Jnering, No Sime volume do Espirito do direto romano, ele firma gue a ciéncia {uridica€ universal e que “os jursta de todos os pastes e de todas a8 ‘pocasfalam 11 mesma lingua". © aacionalism dé Sivigny era enim superad. Esta iia de wa clei uriica universal extava mitomats proxim do concepso rvionaisa do que da coneapsto historicista do ‘iio. A universaidade da cinta juries € posivel porque se serve dde-um mSiodo pripric, de certasiécnicas de pesquisa claboradas e refinadas através dox séculos, a8 quis s¥0 vidas para o eatdo de ‘qualquer ordenamento. ering define este riciedo como um precipitado 4a si razio humana em matéria de direito. Um jusnaturalists no teria usado uma linguagem muito divers, 13 ‘A operagio mais importante & qual se deve dedicar jurist, alem aquela da aplicagio do dirito, é segundo Jhering a simplificagio dos rmaterinis jurisieos. Ele distingue uma simplificagio quantitatva ¢ uma ‘qulitatva, Bis como define a primeira _Asinplifcagoguuntatva ted a iminiramansa dos rater por iso tererprjiao os restos que se desea ating. Fazer © tmaxinopossivel com o menor sumer delements possvlcstae sua [ej quanto mais esto foro mata, mais ish manuseit op. it tad. fe, vo. Mp 22) ‘Como sv, wma das tare principals da clénea juries coinck- lia perfitamente com uma das arf principals da codificagio, ‘As oporac6es caracteristicus du simplificacio quantiauia sio evsencialmene es 4) A andllse Juridica, que consis em decompor o materia juridico transmitido nos seus elementos simples (como fax a quimies ‘om a materia), Nest capitulo Ihering se vale essencialmente da analo- ia com o afabeto. A tarela da ails juriea 6 colocar junto com os elementos simples ds experiéncia jurdica uma espécie de alfabero Jaridico, quo ever sevir para compor, colocando-se as vias Fetcas ‘em diferentes combinagées, todas ox conceitosda citncta juries. Pode “sucede, para dar um exemplo, ue o conesito de “ero”, como vic da ‘vontade,eparece «primeity vez num contato de compra e vends, mas, epois, consiaando que este problema se apresenta novamente em futras exposes, abstraimos & nagio de ero come nogao de ca feral que no se refee mais a uma exposiio particular. procedimento fundamental nesta etapa € a absirapzo, que permite destsear a nocio geral do caso particular do qual ela surgiu by A concentrugdo liga, que faz @ camino inverso em relagio a operagio preeedont, visto que consiste em recompor aquilo que foi ‘decomposia. Se x primeira operacio é a anise, a segunda, como de resto ein todas as eitncias, € u sinese. Através desta operagio Je ‘ecomposigio, jurists chegea formulacSo do prinepio latentee quase sempre nio expresso nas eis. © legisladordificilmente reconhece 0 principio, vindo a perdet-se com Uisposcbes particulates, Cabe a0 Jrstapercorter toda a ceunferencia a encontrar a via ingresso para chegar ao centro, E quando chega é sinal de que aleangow 0 a partido qual sedominae se assenhoradetodaacircunierén- ia. A descobesta dos principio ¢ de importincia capital para a cca juridica, nos pela concentacio a que ds lvgar, como também peas ovas egcus que desta nascem Obvervese aqul que precisamente essa prewngio de dedurir ‘tegras do prineipio abstrato se tornu objeto das mais violent erties ‘movidas conta a jurisprudénca dos eonecitos, cusada de deduzit as regtasjurdicas no de uma avaliagie eonerea dos interesses em jogo, ‘mas de um procedimento meramente légio. Um dos miaioresexticos

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