Professional Documents
Culture Documents
AGGADU
VM MMIIr
SFU
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
I. Introdução:
Para uma melhor compreensão, registre-se uma história bíblica, quando Deus
chamou a Abraão fez uma promessa. Depois que Abraão foi até o altar, Deus fez um
juramento.
O que se depreende é que a promessa vem antes do sacrifício e o juramento
vem depois do sacrifício. Quando Deus fez a promessa, aquela promessa só iria
cumprir se Abraão obedecesse. Quando Deus fez o juramento, Ele certamente iria
cumprir por que Abraão obedeceu.
Quando há um juramento não tem como voltar atrás. Quando a pessoa chega
ao ponto de fazer um juramento, ela está dizendo que custe o que custar, ela vai
honrar com o compromisso assumido. Isso pode custar muitas das vezes a sus
própria vida.
Uma outra situação pode ser invocada do “juramento de bandeira”, uma
cerimónia militar durante a qual um conjunto de militares jura publicamente defender
a pátria, simbolizada pela bandeira nacional, e cumprir os deveres militares, mesmo
que isso implique o sacrifício da própria vida. Geralmente marca a conclusão com
êxito da primeira parte da instrução militar. Exemplos de juramentos militares:
Forças armadas portuguesas: “Juro, como português e como militar, guardar
e fazer guardar a Constituição e as leis da República, servir as Forças
Armadas e cumprir os deveres militares. Juro defender a minha Pátria e estar
sempre pronto a lutar pela sua liberdade e independência, mesmo com o
sacrifício da própria vida”.
1
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
2
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
O compromisso maçônico:
Cumpridas as preliminares de prospecção, seleção e sindicância do candidato
à maçonaria, e uma vez submetido ao escrutínio da irmandade e aprovado, tem-se
então o grande dia do renascimento do então ainda profano, para a vida.
No início de sua vida maçônica, o neófito, perante o altar e o livro sagrado, na
devida forma, diante de todos oficiais da loja e todos os outros maçons presentes,
mesmo sem saber muito bem o que está se passando e o que estará por vir, o futuro
aprendiz presta seu solene juramento, e com isso também aceita se submeter à
punição, se por qualquer motivo que seja, praticar ato que vá contra tudo aquilo pelo
qual jurou. Esse é o juramento para seu ingresso na Ordem, onde ele será admitido
como Aprendiz Maçom.
Naquele momento, ainda inebriado, empolgado, assustado e tomado por
outras tantas emoções que vivenciou, certamente não consiga compreender toda a
complexidade e consequências deste ato.
Mais tarde, já um pouco mais abastecido pelos conhecimentos e novos
aprendizados, e ansioso por mais luz na Maçonaria, novamente defronte o Altar e o
3
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
Livro Sagrado, pode-se dizer que o aprendiz confirma e ratifica seu primeiro
juramento. Ele assume agora as implicações do juramento para sua admissão no
grau de Companheiro Maçom.
Não podendo ser de maneira diferente, agora como Companheiro Maçom, ele
estará novamente diante do altar e do livro sagrado, para seu terceiro juramento,
desta vez para sua admissão ao grau de Mestre Maçom.
O juramento do Mestre Maçom no Rito de York Americano, é a renovação dos
juramentos já feitos nos graus anteriores, mas não apenas uma renovação, também
é uma ampliação, pois se jura e promete sobre diversas outras situações não
propostas nos juramentos anteriores, colocando-se assim situações onde serão
postos à prova o caráter, a idoneidade, a fidelidade, enfim todo o arcabouço moral
do Mestre, tanto dentro da Maçonaria, quanto na sua vida profana.
O ser humano, na sua busca pela perfeição segue uma trajetória de vida
singular. Em maior ou menor grau de complexidade, cada um se esforça dentro das
condições que lhe são permitidas, tentar ser um exemplo de vida e referência às
demais pessoas que o rodeiam, não querendo ser melhor ou pior, apenas justo e
correto, independentemente das pessoas envolvidas, e tentando ao máximo encobrir
seus defeitos, egoísmos, medos, prepotência ou desejos supérfluos.
Ser maçom é uma questão de escolha: querer ser e ser permitido ser, afinal,
ninguém é dado adentrar na irmandade por acaso.
Depois de ter iniciado na Ordem, o olhar do antes profano bem-intencionado,
agora maçom bem organizado, torna se mais aguçado para o certo e o errado, o
dever e o querer, tendo apoio, onde um representa e tem a forca de muitos.
Pessoas que são baluartes, bússolas em meio ao deserto, onde a experiência
necessária para orientar para um objetivo comum e nobre faz a diferença, o real lado
do amor fraternal.
O juramento maçônico, em particular o de mestre maçom, como num degrau
na escalada na Ordem e na vida, tem em muitas pessoas o impacto de um chamado
à responsabilidade, como num “abrir de olhos” à realidade que nos cerca a todos.
É certo que isto reflete diferentemente na vida de cada um, pois “todos somos
e carregamos uma herança sócio, histórico e cultural”. Para alguns, talvez o reflexo
4
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
5
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
Como senhor de suas ações, o Mestre Maçom também deverá ser senhor de
suas responsabilidades, e consequências que essas ações possam acarretar, pois
neste caso, fica bem caracterizada a lei de causa e efeito.
“A observância desses preceitos é o guia para da nossa conduta, que nos
norteará, dará subsídios e inspiração na nossa árdua luta diária, ajudando-me
a me manter firme no propósito de seguir o que jurei frente ao altar e o livro
sagrado”.
6
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
e seu coração arrancado e seu corpo partido ao meio com suas entranhas retiradas
e jogadas aos animais. Alude ao terceiro ponto perfeito de sua iniciação, o Gutural.
A "Justiça", que permite reconhecer o direito de cada homem sem distinção.
É uma virtude compatível tanto com as leis divinas quanto com as mundanas. A
prática da justiça define o homem bom e justo. Deve-se lembrar de quando, de pé no
canto nordeste da loja, diante do Venerável Mestre, ele ensinou que a posição ereta
e os pés em esquadria, era a de maçons corretos e justos, e incumbiu ao então
Aprendiz Maçom, a sempre andar, pensar e agir como tal diante de Deus e dos
homens. Este é o quarto ponto perfeito da iniciação, o Pedal, e alude à posição de
seus pés enquanto esteve em pé no canto nordeste da loja.
7
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
8
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
Penalidades Simbólicas:
As penalidades (simbólicas) a que se dispõe o Maçom, caso quebre seu
juramento, é representada pelos suplícios aos quais os rufiões Jubela, Jubelo e
Jubelum se submeteram por ocasião do assassinato de Hiram Abif, mestre artífice
da construção do Templo do Rei Salomão.
Quando Aprendiz Maçom, que é o de “...ter a minha garganta cortada, minha
língua arrancada e meu corpo enterrado nas areias do mar, na orla da praia - onde a
maré sobe e baixa / duas vezes em vinte e quatro horas”;
Após, já como Companheiro Maçom, é “...ter o meu peito esquerdo aberto,
meu coração arrancado e dado às feras do campo ou às aves de rapina como
repasto”;
E quando Mestre Maçom, “...ter meu corpo cortado ao meio, minhas vísceras
removidas e meus restos queimados, sendo minhas cinzas espalhadas aos quatro
ventos”.
Estes simbolismos são cotidianamente praticados pelo Maçom, afim de
lembra-lo de que os compromissos assumidos em juramente jamais sejam
atraiçoados ou deliberadamente ou conscientemente esquecidos.
Crença em Deus:
“Que assim Deus me ajude e me conserve firme”: esta invocação e crença de
que apenas o DEUS supremo pode amparar um Ser Humano nas suas
fragilidades, passo a passo rumo à perfeição. A ninguém deve ser permitido
começar uma grande obra ou m importante empreendimento sem antes
invocar o auxílio da Divindade.
9
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
V. Conclusão:
O Mestre deve se esforçar por enxotar o velho homem, isto é, por eliminar de
forma paciente, mas definitivamente, todos os erros, as antíteses, as contradições
dos usos e costumes da nossa civilização, a fim de edificar sobre um terreno novo o
ser superior que o colocará em comunicação com as regiões de igual natureza.
O Mestre não deve esquecer que, em sua ascensão para a espiritualidade, o
pensamento é uma força soberana, guiada pelo bom-senso. Convém ter sempre no
espírito a meta de atingir e concentrar os seus desejos, os seus pensamentos e os
seus atos para um mesmo ponto de vista dirigido com amor para uma ordem de
coisas, mais perfeita, para as múltiplas definições do Bem, do Belo e do Verdadeiro.
Ser Mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e
força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em
mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes, mesmo que nos
denominemos Mestres.
Ser Mestre é aceitar que pertencemos a coletividade e que, por isso mesmo,
sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por qual passa, luzes de amizade e
sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e
fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas
saber compreender e perdoar.
Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.
Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.
Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações.
Quer seja no Grau de Aprendiz, de Companheiro ou de Mestre, o que se
espera do Maçom, é que ele esteja apto e propício a aprender as vicissitudes de
cada uma dessas etapas.
Além disso, que tenha em mente que é um eterno aprendiz e que tem fortes
deveres e obrigações com a Ordem, com a sociedade e com sua família.
11
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.
Bibliografia:
12
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------
Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.