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eG enon . re diferengas da cocaina |; Caga-niqueis Esta edicdo da Pericia Federal destaca a entrevista do procurador de usta Deméstenes Xavier Torres, ex-secretério de Seguranca Publica e Justica do Estado de Goi. Ele presidiu a Comissdo Mista formada no Ministério da Jus- tica com 0 objetivo de apresentar sugestbes legislativas 30 Congreso Nacio- nal para questées de Seguranga Publica. E apresenta varias propostas discutidas no 4mbito dessa Comissao. Entre elas, a que prevé a atuacdo conjunta das policias, para que & de seguranga piiblica”. E a que eleva 0 prazo médio de priso preventiva. Deméstenes Xavier Torres sugere ainda o restabelecimento do contraditério, com a participacao do promotor e do advogado no inquérito policial, presidi- do por um delegado de policia. Seria, segundo afirma, “uma alternativa & morosidade da Justica” O artigo de capa aborda o exame e a elaboracéo de Laudo em Equipamen- to Eletrénico, mais especificamente Maquina Caca-Niquel, com 0 objetivo de esclarecer a comunidade pericial sobre a legislagao em vigor, a partir do estu- do de casos do ponto de vista da criminalistica. O autor, o perito criminal federal José Helano Matos Nogueira, lembra que a exploracao dos chamados jogos de azar esta proibida no Brasil desde 30 de abril de 1946. Em destaque, outro artigo aborda uma metodologia simplificada para pe- ricias de obras piblicas. Estes laudos, afirma 0 perito criminal federal Augusto (César Fabiao da Silva, da SecrinVRN, possuem peculiaridades proprias, “o que torna dever do perito conhecer a legislagéo a eles pertinente”. A entrada em vigor da nova moeda européia, 0 Euro, ¢ os seus dispositivos de seguranca ‘sa0 os assuntos abordados no artigo da perita criminal federal Marla Rezende Mota, da Secrim/BA, que em sua pesquisa foi auxiliada por peritos de Portu- gal. E mais: andlises de diferentes amostras da cocaina encontrada nas fron- teiras Norte e Sul e do método que determina a transparéncia das peliculas de protesao solar. Boa leitura! ( Diretores Regionais da APCF ) Murilo Castel6es de Almeida ‘Alagoas Francisco dos Santos Lopes ‘Amazonas Gutemberg de Albuquerque Sil Bahia José Carlos Lacerda de Souza Ceara Alexandre Cardoso de Barros Distrito Federal Paulo dos Santos Espirito Santo Carmem Lucia dos Santos Gomes Goiés Anténio Waldir Peixoto Silveira Maranhao. Waldemir Leal da Silva ‘Mato Grosso Joadenor César Amorim ‘Mato Grosso do Sul Lucio Pinto Moreira Minas Gerais Ant6nio Carlos Figueiredo dos Santos Para Elvis Rodrigues Farias Paraiba ‘Magda Aparecida de Araujo Kemets Parana Fernando Anténio Maciel Ramos Pernambuco José Arthur de Vasconcelos Neto Piaui Roberto de Araujo Vieira Rio de Janeiro Débora Gomes Mendonca Santos Rio Grande do Norte Clarimundo Flores Rio Grande do Sul Joucimar Alfredo da Silva Rondénia Santa Catarina Sérgio Barbosa de Medeiros ‘Sao Paulo César de Macedo Régo Sergipe APCE — Associagao Nacional dos Peritos Criminais Federais QS 212/412 Bl. A Brasilia - DF ~ CEP: 70.275-450 Tel: (61) 346-9481 Internet: httpvawwwapct.org.br E-mail: apef@apct.org.br CGC: 33.521.352/0001-41 Pericia Federal E 0 velculo de comunicacao oficial da Associa ‘8 Nacional dos Peritos Criminals Federals. A publiagéo tem como objetivo principal difun dir informagdes oficiais da entidade e noticias de carater tecnico, cientifico e social da Criminalstica. A Revista visa principalmente fo- rmentar a dscussao e troca de opinioes dos Pe- ritos sobre assuntos atuais da Criminalsica, As ‘matétias sao elaboradas pela Associacao sen {do que a revista nao se responsabliza por opi niges dos autores das matéras assinadas. Biénio 2001-2002 Diretoria Executiva Nacional Presidente Paulo Roberto Fagundes Vice-Prosidente ‘Ant6nio Carlos Mesquita Secretario-Geral Rogério Laurentino de Mesquita Diretor Juridico Daelson Oliveira Viana Diretor Financeiro Delluiz Simoes de Brito Diretor Técnico-Social Marcos de Almeida Camargo Diretor de Comunicacso ‘Marcos Alexandre Oliveira Conselho Fiscal: Carlos Mauricio de Abreu Eufrdsio Bezerra de Sousa Filho José Gomes da Silva Jornalista responsavel Geisa Mello. 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Nesta entrevista, ele identi- fica alguns dos chamados “gar- galos” que impedem a atuacéo conjunta das policias e se diz a favor da unificacao. “Precisamos ter um sistema de seguranca publica, até para a sociedade ter a visdo de que, a partir de agora, saberé a quem procurar em caso de necessidade”, afir- ma. E esclarece que atualmente “a policia civil investiga e a militar faz a prevencao, mas quando 0 cidadao tem um proble- ma, nao interessa a ele se vai buscar uma autoridade policial civil ou militar: ele quer é bater na porta da policia’ Para este ex-secretdrio de Seguranga Publica do Estado de Goids, a mudanga no atual quadro exige um investimento maci 0 em educagio, mais agilidade na atuacao do Poder Judiciario @ aten¢o ao cumprimento da pena pelos presos. Ele sugere 0 estabelecimento do contraditério, em que 0 promotor e o ad- vogado participem do inquérito policial, presidido por um dele- gado de policia, como alternativa 4 morosidade da Justica. Entre as propostas analisadas pela Comissao, uma delas torna a Criminalistica independente. Qual a sua opiniao? - Hd uma proposta, nao sei se na Camara ou no Senado, dando conta de que ela vai ser independente. Mas essa ¢ uma proposta quase irreal, Porque no atual quadro a tendéncia é de enxugar as policias e nao de cri- ar mais uma policia. Na minha opinigo a policia técnico-cientifica, pela carac- teristica dela, deveria sair dos quadros da policia tradicional e se agregar ou 20 Ministério da Justica, como uma superintendéncia, ou a0 Ministério Pablico, porque no futuro seré quem vai deter a investigacéo, ou a0 pro- prio Poder Judicirio, para esclarecer quaisquer dividas que existirem. Eu 1ndo vejo a policia cientifica como uma Policia auténoma, acho muito impro- vavel ~ e estou sendo absolutamente sincero ai ~ que aquele sonho de ter uma policia auténoma como existe em. alguns estados, como Sao Paulo, pos- sa se concretizar, porque a tendéncia 6 enxugar. Agora, a policia técnico- cientifica ndo quer ficar ao lado da Policia Civil tam- bem, nao quer ser subordinada a Poli- cia Givil, nao quer fazer parte dos quadros da Policia, Eu acho isso até justo, porque hoje isso pode ser ampli- ado. Por exemplo, na investigacao de paternidade, o Es- tado paga uma for- ‘tuna para empresas particulares realiza- rem essas investiga (Ges. Entio eu acho quea policia cienti- fica ndo precisa estar também ligada a0 lado criminal da Justica brasileira, ela nao precisa ser apenas aquela que ajuda a formatar 0 inquérito policial, que faz 0 exame de necropsia, aque- la que é a ciéncia que auxilia apenas a desvendar os crimes. Acho que ela pode ser utilizada no espectro mais amplo da Justica. Talvez ai a necessi- dade de ela se juntar a0 Ministerio da Justica, ou a0 Ministério Publico ‘0u a0 Poder Judicidrio. Em relacao & policia cientifica, esse é o quadro que eu vejo, Como o sr. encara hoje a ques- 30 da Seguranca Publica no Brasil, onde esta 0 “gargalo"? = Acho que so varios os gargalos. Primeiro, eu entendo que nos deve- ‘mos investir maciamente em educa- «0, inclusive dobrando a carga horé- tia das criangas na escola. Coma proi- bigdo do menor trabalhar aos 16 anos de idade, 0 estado tem que oferecer a essa crianca politicas publicas para que ela se ocupe, para que ela se for- ‘me, para que ela tenha uma expecta- tiva de uma profissdo futura. Se voce colocar a crianca na escola, vocé a es- tard retirando da mao de um margi- nal e colocando na mao de um profes- sor. Quando os pais voltarem do traba- Iho, a crianca tam- bém estara retor- nando para sua re- sidéncia. Essa 6a pri- meira fase, de um investimento gran- de na educacio. Qual éa segun- da fase? - A segunda fa- seéade agilizacao da Justica, princi- palmente da Justi- @ Penal. De um modo geral nés te- mos uma Justica cheia de recursos. Nés precisamos valorizar o juz, 0 pro- motor, a decisao deles em primeiro grau, enxugar a quantidade de re- ‘cursos. E acho que 0 promotor e 0 advogado devem vir participar do inquérito policial, formando aqui o contraditério, s6 que sob a presidén- cia do delegado de policia, ou de qualquer outra autoridade que ve- nha substitui-lo. Isto porque promo- tor e juiz nao entendem de investi- gacio. Eles tém que cuidar da lisura do procedimento eevitar que os atos se repitam em Juizo. Por que hoje nds temos 0 inquérito e depois tudo repetido em Juizo? Porque se des- confia da autoridade policial, Entao, vamos trazer 0 promotor e 0 advo- gado para discutir aqui dentro. Por isso nés ndo precisariamos utilizar a esfera judicial para também repetir todos os atos praticados no inquéri to. Com esse contraditério ao inqué- Tito, 0 proceso subiria ao juiz, para © julgamento, e se ele entendesse que era necessario, seria repetida qualquer diligéncia da fase do in- quérito, Acho que é preciso também unificar as policias, aqui ainda nessa segunda fase, para que a policia te- nha uma melhor estruturagao. 1350 86 para que nés criemos um sistema de seguranca publica, que nao exis- te no Pais. As policias nao podem es- tar soltas ~ a civil fazendo uma coisa, a militar fazendo outra, absolutamen- te desvinculadas da realidade, ea po- licia federal trabalhando em outra esfera completamente diferente, Ost. ¢ favordvel entao a unifica- do das policias? Sou favordvel a que se unifi- quem as policias da Uniao ea policia dos estados. A Policia Rodoviaria Fe- deral, a Policia Ferrovidria Federal © a Policia Federal podem constituir ‘uma policia s6. A Policia Civil ea Mi- litar podem constituir também uma outra policia, no ambito estadual, e sob um comando tinico, porque hoje © secretério de Seguranca Publica nao é chefe da Policia Militar e nao é chefe da Policia Civil, mas apenas chefe do érgao que planeja as duas policias. E isso tudo leva a uma multiplicidade de érgaos e a uma gama de resultados nada especifica, Eaterceira fase? - € a da punigao. Condenado, 0 réu tem que cumprir pelo menos me- tade da pena. £ preciso criar uma série de medidas, como 0 restabele- cimento da prisdo automatica para determinados crimes. A pessoa néo precisa mais ser presa s6 em flagran- te ou por ordem judicial. Se ela co- meteu determinado crime, essa pes- soa pode ser presa a qualquer tem- po. Hoje o prazo maximo de prisio preventiva é de 110 dias, quando a média mundial é de dois anos. Aqui também poderia ser estabelecido esse prazo de dois anos. Restabelece-se a pri- sao automética. No Brasil, 0 preso tem apenas uma referén- da do cumprimento_ da pena. Condena- do a 18 anos, num crime de homicidio, por exemplo, ele vai sair da cadeia com dois. Porque ele vai ‘cumprir um sexto da pena, depois ele vai trabalhar trés dias, 14 dentro, ea cada trés dias trabalhados, seré descontado um dia. Isso faz com que ele va para ‘0 regime semi-aberto com dois anos. Pela minha proposta, ele cumpriria pelo menos a metade. Porque é mui to grave essa sensacéo de impunida- de que se tem no Pais. Outra verten- te é a da recuperacao do delinqiien- te. E preciso construir minipresidios regionais, importantes para que se coloque © preso dentro da sua re- gio, mais prdximo da familia dele, e ‘a0 mesmo tempo fazer com que ele nao caia em um aglomerado de pre- sos em uma cidade grande. No meio de tantas pessoas, é impossivel cata~ logar o preso mais perigoso. E preci- so fazer essa catalogacao. E preciso criar mecanismos para que 0 preso trabalhe. Inclusive, acho que ele deve ser obrigado a trabalhar. O preso que nao trabalhar por trés dias teré sua pena aumentada em um dia. Quer dizer, ele sera obrigado a trabalhar e terd uma punicao se nao trabalhar. O Estado deve criar mecanismos para ‘educar © preso, dar uma formacao profissional dentro do presidio mais voltada para a realidade que ele vai enfrentar Id fora. Ao mesmo tempo ‘as empresas devem ter incentivos fis cais para aproveitar 105 egressos do siste- ma prisional. Enfim, para modificar 0 qua- dro da seguranca pi blica no Pafs é preci- so um investimento macico na area de educagio, mudancas estruturais que possi- bilitem a Policia traba- Thar melhor @ a agili- zagao do Poder Judi- cidrio, é preciso punir as pessoas, porque hoje a impunidade muito grande, e ¢ pre- ciso trabalhar para ‘que essas pessoas se recuperem. S6 ‘assim, poderemos evoluir. Uma coisa rndo exclui a outra. Temos que fazer todas elas ao mesmo tempo. Com o estabelecimento do con- traditério, o sr. ndo acredita que o réu terd sua vida facilitada, inclu: ve com a formagao de provas que viabilizem a inocéncia? - Pelo contrério, 0 promotor tra~ balharé dentro da delegacia, 0 ad- vogado trabalharé dentro da dele- gacia e € preciso criar mecanismos de defesa que nao impliquem procras- tinagao da apuracao. Hoje, é isso que se tem. Quem possui um advogado bom, consegue empurrar o julga- mento ou a decisio até 0 infinito. ‘Com a vinda do promotor e do ad- vogado para dentro do inquérito policial, 0 que teremos ¢ agilidade. Nao se poderé dizer que o inquérito estard defeituoso, porque o promo- tor estard ali acompanhando. Acho que inclusive algumas prises podem ser determinadas pelo proprio 6rgao do Ministério Piblico. Por exemplo, a prisdo proviséria, a priséo cautelar, essa que existe hoje para investiga- ‘<0, essa pode ser determinada pelo préprio promotor. A prisdo preven- tiva, por implicar juizo mais apura- do, pode ser determinada pelo juiz de Direito, Isto significa que nés pre- cisamos criar mecanismos para que © inquérito tenha qualidade, para que ele seja insuspeito, suba sem a macula de que a autoridade policial foi corrompida, de que o inquérito foi mal feito ou de que foi praticada alguma violéncia, com testemunhas coagidas e tudo aquilo que é comumente alegado na fase judici- al, com a presenca do promotor € do advogado, seria absolutamente escoimado ¢ o juiz receberia, na qua- lidade de magistrado, o processo jé pronto para julgamento, ja passado pelo crivo do contraditério. Se ele achar que 0 processo nao esta per- feito, pode inclusive determinar qual- ‘quer outra diligéncia, ou que sejam repetidas todas. Esse procedimento 6 vai fazer com que o inquérito ga- nhe em confiabilidade e com que haja agilidade por parte do Poder Judiciario. ‘Mas um réu com uma situagao financeira melhor nao conseg impedir essa rapidez da Justica? ~Todo mundo sabe que o proces- 0 penal busca a apuracio da verda- de real ~ 0 que aconteceu quando o crime foi cometido - e que o melhor momento & quando as provas ainda estdo frescas. Mas quase sempre 0 inquérito é desmoralizado na fase ju- dicial. Uma das propostas (no apre- sentada por mim) prevé acabar com © inquérito, e eu acho que isso nao pode vingar, por um motivo muito simples: qualquer que seja o nome que se dé & peca que vai substituir o in- quérito, ela vai existir. fem que haver uma fase de investigacao, nao ha como fugir disso. Entdo é melhor que essa investigacao esteja reforcada, que ela seja boa, que ela seja escoimada de vicios, para que quan- do ela chegar as maos do juiz de Di- reito, passando pelo crivo do contra- ditério, ninguém tenha como dizer que “aquele inquérito foi viciado por que 0 delegado recebeu propina, 0 agente recebeu propina, porque ba- ‘eram no preso, porque houve viola- ‘go dos diretos humanos”, Sobre a eficécia dese modelo, deve-se pensar em termos de Bra- sil, onde faltam recursos humanos. Como fazer para acompanhar essa evolucao? -£ preciso ampliar o quadro, tan- to da policia, do Ministério Pablico, do Poder Judiciario, dos peritos, por- que estamos hoje em uma fase de expansio da criminalidade e os ope- radores de Direito so em numero bem menor. Mas com a retirada do promotor do gabinete do Forum ea ida dele para ajudar na formatacso do inquérito, praticamente nao ha- verd necessidade de contratagio muito expressiva de representantes do Ministério Public, Por sua vez, 0 juiz que teré como julgar mais rapi- damente teré sua carga de trabalho diminuida, porque ele nao precisaré repetir todos os atos praticados no inquérito policial, s6 aqueles que ele entender indispensaveis. Entao ndo havera necessidade de isso acontecer —annio ser a expectativa que jé existe hoje pela ampliaco do quadro, Em relagao aos peritos? Ai é preciso reconhecer que 0 nimero é muito defasado. A policia técnico-cientifica também est mal equipada, nao tem os aparelhos ne- cessérios, acon- digao técnica necesséria para desempenhar seu papel com maior agilidade. Acredito até que, mais que pessoal, hoje precisamos au- mentar a opor- tunidade para que desde 0 po- licial a0 perito, ao promotor, todos tenham condigées de trabalhar com mais agilidade, comum sistema de informacao, um sistema de “call center, em que a popu- lagSo pede a presenca da Policia Mili- tar, por exemplo, e ela possa chegar dentro de dois, trés minutos, com a multiplicagdo do nimero de carros. Talvez, mais do que aumentar 0 né- mero de pessoas, nés tenhamos que ampliar os recursos que devem ser co- locados a disposicao dessas pessoas. Apolicia é mal aparelhada? - Extremamente mal aparelhada, @ isso ¢ insuspeito. Com o Plano Na- cional de Seguranga Publica, houve uma ampliacao no aparelhamento, mas isso precisa ser mais bem dimen sionado. O investimento tem que ser muito mais eficiente. Defendo inclu- sive que para que nés tenhamos es- ses recursos, exista uma vinculagdo dos recursos da Unido, dos estados dos municipios para a seguranca publica, com um percentual estipu- lado. Com a vinculagéo, os policiais, entao, teriam a garantia de bons equipamentos e de que isso nao se- “Vinculacéo dos recursos para a Seguranca garantiria bons equipamentos, sem troca de favores”” ria um favor da autoridade, mas sim uma obrigacdo legal, como jé existe em outras areas. Muitas provas tém que estar na forma escrita nos autos. O sr. nao acha isso muito burocratizante? Por exemplo, no caso de transcricéo de fitas. - 0 processo escrito foi uma ga- rantia para o réu. Antes se julgava de qualquer forma. Na medida em que se escreveu tudo 0 que se tinha contra oréu, naturalmenteisso éuma garantia para ele. Acontece que a tecnologia evoluit de tal forma que a propria audiéncia, hoje, é absolu- tamente desgastante. Pergunta-se e o escrivao reduz.a termo, Se isso fos- se filmado, primeiro, naturalmente, saberfamos exatamente o que o réu falou; segundo, teriamos maior agi- lidade. Ao invés de depois de con- dluir tudo ainda ter que levar para asa, analisar, se o processo fosse vis- ~— “Em menos de dois anos nao se faz uma boa investigacao" to 0 trabalho do juiz poderia ser melhor. Ento se tem e se pode ter no futuro a oportunidade de usar 0s recursos da tecnologia para jul- gar mais rapidamente. De volta a his- t6ria da degravacao: em Goids, ou- tro dia, foi feita uma escuta telef nica que gerou 39 fitas gravadas. E 37 delas sao pura conversa fiada. O perito simplesmente respondeu ao juiz que com a aparelhagem dispo- nivel, eleiria demorar dois anos para degravar essas fitas. O juiz até man- dou um oficio irritado para mim e eu respondi que a situacao técnica & essa mesmo. A parte relevante, que 6 a autenticidade da fita e a autoria das declarac6es, € 0 que deve, na minha opinigo, prevalecer na ques- 140 pericial. 0 que o perito poderia fazer era, primeiro, degravar as par- tes principais - ouvir e separar 0 que 6 @.0 que nao é relevante ~ e entao, como ele tem fé publica, ele atesta- ria que aquelas sao as partes relevan- tes, garantiria a autenticidade da fita, E 0 juiz, se tivesse alguma divi- da, poderia pedir mais uma degra- vacao, ou fazer com que todos ou- vissem 0 trecho nao degravado para tirar a davida. Nao adianta fazer a degravacao e praticamente inviabi lizar a investigac8o com a quantida- de de coisas desne- cessérias que so gra- vadas. Mesmo por- que nés ndo teremos recursos humanos, ainda que a evolugao da tecnologia seja muito grande, sufici- entes para fazer com que toda a demanda criminal, que é cres- cente, seja periciada pela policia cientifica O prazo da inves- tigacao tem que ser maior? = Lembro que 0 prazo médio de prisao preventiva nos paises desen- volvidos & de dois anos, em alguns até mais. Todo mundo sabe que em menos de dois anos nao da para se fazer uma boa investigacao e um jul- gamento sereno. 0 contraditério de- veria ser buscado para o inguérito policial; algumas prisdes seriam estabelecidas automaticamente; ¢ 0 prazo de prisdo temporaria ou pre- ventiva seria de dois anos. Na reali- dade, nds precisamos discutir no Bra- sil 0 que & bom para a sociedade Nés burocratizamos os crimes de pe- queno potencial ofensivo. E existe solucdo? ~ As policias estéo tentando de toda forma evitar a unificagao. A cada minuto surge uma nova pro- posta. Depois da proposta de unifi- cago surgiu a de integracao, que é colocar uma policia trabalhando ao lado da outra. Na realidade, as poll- cias precisam atuar de forma conjun- ta, ser uma s6, para que nés tenha- mos um sistema. A policia hoje é até assim: a militar investiga e a civil faz a prevengdo. E uma tem citime da ‘outra, uma ganha mais do que a ou tra e quase sempre ha um desperdi- cio de tempo e até de proximidade com a sociedade. Quan- do 0 cidadao esta com um problema, ele vai bater na por ta da Policia. A ele ndo interessa se é ci- vil ou militar. Eo que ele ouve? Que “nao 6 comigo, é com aci- vil", ou “ndo é comi- go, 6 com a militar” Entao 0 que nés pre- cisamos mesmo é unificar, até para a sociedade ter a viso de que a partir de agora, saberé a quem procurar. As policias hoje estdo desestruturadas e do tém mecanismos eficientes para que 0 seu trabalho seja melhorado. A integragao € um engodo. Primeiro, ido se precisa regulamentar a Const: tuigdo Federal para se fazer a inte- gracéo. Basta colocar um para traba- thar ao lado do outro, Mas ainda falta vontade politica para isso acontecer. eee ee Cts ee een ed Ce ese et id Cee eats Re reek tec aes eR aa ee Cea One cue cis BEE ee) tipo caca-niqueis nos mais diversos ee Rech mc) Cee cue cs Ce ee eae Rc Fae Cee Sito Cece Cea Cece ad eee Cee eee ec DCR ceed Pe ee Ree ne Pee eek ge De eee pete wccs Cn aaa gos eletrénicos, pela Caixa Econd- Bee cman ce ia Ce sen Pee eae Dea CL nu COU Ce Pee unc) Poteet et ec) Pe ea eee as See ee Reece Duc cee sce Dee ee ee DA ESE Sse See ea) eee er com acd Bern eee nce ace) Cee ee cee en ea ea nos esclarecidas e de poder aquisiti- Rees PO Le MSc ay mais variados e improvaveis locais, Renae Ree C enes pee ec CO et oe rc ee esd SO en acc) Bei Meese See eee coe ce Se een a Orme Ecce Sec ad Cee Or Cer Co need cs ee ees Been een eect OO ec eee ee Pee eee a Dee Coe ecu Dee ee ere CC eee Este artigo visa esclarecer a co- es oc eee) CCR ek od Boece er ay ee ce Rae Gficamente Maquina Caca-Niquel..0 Ce a SC mae eed Pete eat eee eee Nese eet Cee et ae cd da criminalistica, a partir dos quais See ued Tee re kee od Ree ec pacer) eee chamados jogos de azar esté proibi- CO eee ee en Occ Cu ce Prem kee aces Gere eae Rete ek eae ae das Contravencdes Penais (LCP), cujo Pee Beceem ecg azar em lugar publico ou acessivel a0 a ee eae) entrada ou sem ele: (§ 1° ..§ 2°...) Pee cues ee ea rer a ee er) Pr eae eee Tay Pence ys Reet ee rr ee cca r Or eee cena Pee eee ec De aes en ae eee ks eee Mea ea texto legal citado. Pee ee cL CONS ae om ens constituinte, a0 permitirem a explo- Pee ee re i tados, jamais pretenderam que a ra: Ree eee te ae Rene ee cen ee ee ed ee USE MSL Lc) Pee enc cnc para que fosse possivel instituir dife Peete eke ems ea ee oc eee eae cen? een eck teeta Pee ee a pea i eo Corea ee e ae tcm ciplinara utilizagdo de méquinas caca- Bete ested Peo Cen een Scie Pec erie Croce! Pee ee Ce Ta pedem, ou pelo menos deveriam im- Peek ae ae hg Dee Me ee Bee ees a mente por maquinas caca-niqueis Se eR cy ee mee ca eg ne ee ee ct eee ecient Bea Macatee a Pec ee Rete Oe eee ud Ce estes Rect Col Pen tee Rau Cee ok eee Cn Id eee ae a cua es eek Ce RC ee Cauca Semel eee Peete ee cg VS LOA, »y Peo stay ely) proibita jilipnsh y oa de an Crease Rome ‘do sd CCB ie en: oy Co nO CeCe en eke mic See ey err) - neste sentido, a Secretaria da Coe es aa og meio da Instrucao Normativa n° 093, de 29 de setembro de 2000, deter- eS eae Oe mare CO eee cr een CI Cee ae rd eRe er) Core ead Pee videopéquer, videobingo, Cee ee sees Se ee ieee nem Pe eae Fe eee ee ee DE Ler ee pee net ie a ae ee ee ee et eae ae eRe es te artigo aplica-se, também, as par- Ce eng Ce Mee ei en ese Pee aed eed Cee gem das referidas méquinas. See ee os POM eee co te eter mecar pela prépriailicitude, Um de- ea eh eet etd nas maquinas caca-niqueis jamais Pe ecm eat Ree em ee Deo eed -ainstalagéo destas maquinas em PCC ees ees eee Pe nce Rc bém seduziré certamente a camada mais jovem da sociedade, menores e te eat eee od ec - outro risco é este tipo de ativi- COR nu DCR ne Ee legalizacao de dinheiro obtido por Pen ee canoe ee sivamente para a pratica de crimes SO eR mead etree Bete eu DCE ee eu eC ad Seco e Con Cree Sen ee Ce ge) ec rc Cc casa i eC RR ea Cee enn ek ect Pee ee ae Sy Ce eee ee eee por circunstancias financeiras adver- Se acer as de melhora. Aqui se destaca que Oe eee eC tS na aferigao do resultado. Como con- Ree ee eed ee ee ce Deere eee ct) Reese ecco oe Pee eeu eas Oe Cae) rea oe ee Pee eee Cac Decis6esjé foram tomadas no sen- tido de proibir esse tipo de jogo, como é 0 caso das decisées proferi Cre eae en OU Res ORS a cd eee ae ca Cee em ene Rene ese te cy eee eo) Be Cec en eo eee nar ere Fe acc) PoC ea ay De Ree ee eee Ra que funciona em Vitéria (ES), ndo Cee cee ce dores, maquinas de videopéquer e Seen cee cc OR cos cnt) identificar casas de jogo que operam Ce eee tee ey Crone uname acon Cree ecu? Om Ca diversos bingos foram fechados no Rio de Janeiro, Ceard, Parana e Rio OC a ene ees ccc eel eck eT Cee eee ats Ore rn quina Caca-niquel) comeca pela des: ree cet Beet ee etd Cena msc ad Cee eA ead modelos de maquinas caca-niqueis Seen Me eae) pericia necesita de uma atualizacao See eeu ad Ceca ens sed tecnolégicos. Acestrutura basica destes equipa: Dean nonce Ce se a acd identificar e descrever de forma cla eee acne cg Rete en nee anc Cee Oa nee Marcia) Pie i uc Ce Sons material, extravio ou a sua perda. Reet eae CE Cee eco ae Bee eee cc COC ee Rca Reet ee om sca) DER ec ee CMe Cee ead OMe ured CUE Cu ce quantificar em valores financeiros as Renee Como 0 intuito deste artigo é apresentar de forma pragmitica es- Re eee eee etc Coe eee ee etc Cee Mtr Ret do, extraidos de casos reais e cuida- Cee ture ete eee oto cluem os procedimentos periciais de Merce eae eC ee eo © perito pode chegar a alguma con- Cee Ret ae are Cee ee eu es Ca ee ee oe ce een ka ORs Pe Sen em asad re ce a Oe eg a ke forme as etapas a seguir Pee eC dos equipamentos aos proprietarios; ee Neer enc bilidade da tensao elétrica das mé- CT ene Su eae) DCU ae OMe nee ec CR anes eee Nec SU came Pre aca a CO ame ce cae a tre outros; DCR SE Creat ee ecu Or ee lei ee oe Cees Rn equipamentos evidenciando somen- Pee aod Nee ee aa) ee een roy ee Sc aed PUR eee Cea sd Preece Dee ace eso Pee este cases Des cy Decne ie cos construir, de preferéncia PR Rete Rice CO ee ey CORE eR ety Rec Pe ae Nerd eRe nC bricante e em procedimento pericial Poicre OE EmCrCc a Ge ee oe Pee eau el Pere nny ee ee ke es De cen ees Ce ecu cere ene ee em ee Rac) Sa se cena} Po end resultado final do sorteio através de eee ats Peet) RCs Cece eee peered Pre Meer cad seletora de programacio pos Rac token Cre een cc CC ed Pe Ome emus Peete Onan Set cee Cn iey Deere kk cts Cee eae une Pet ae eet Sars Cee cencs etc CO eu et en De heated Sm See ae Pee eek Ro DCO a rac POR atk Gene ee eure cee es Ce ee Reet ee ene Pe acc) Cee ee a rece Oe eee See a ek Sr) Ree CeCe] ee en mento de cada jogo pode ser descri- Doe ee Sse oa el pc eee ie eee ae) SCR meer ed Rai nee ee Ret Cro eee ee cemet Rese ca oe "Aposta” e "Aposta Maxima”. Em se- Cr eS Wenn to siona-se a tecla “Jogada”. € possivel, Races ee mers ic eee eee Ce ee eet guras sorteadas, ou nos espacos va- ced Sn ee eee See cc ea sc Renee ee eae ed Seo Eee tuk BU ee tens pene ee ue eam namento externo e interno de cada ee eek ced De Set ee nd Tee et kc Cec ieee ican} Pe ee ance} So Cr er Cece Peed Pomc ag Cee estudadas e visto- ec Sree ete met ema eco cs on) COME nae) Cone ecg Tee Cee Poa Ree isc) CO ae 5 pee E possivel che- Poe ete Cea Gee ete a un Cee eet Cae ce De ce Cec en ce aa eae Croc a COE cca ee ad partidas efetuadas em todos os mo- Cece eee eeu caec tary Dn te) ea © apostador/jogador perde em apro- SE Ce eer ne Os rs CL OR Cand ee eee) eo ee Cen eases rac eet Perce ee ccc CO eee CE tee eer ic) eat Be eR reine Ce ee eed Be eae eet Cones Ree ar ce niqueis? Dee Cu ed Cee ec Trata-se de maquina de sorteio Se rece en ed a Cound eRe seo Coe eeg Pn ce eee oC Puma ene Ri ec eee ce Le Ce eMC Ce cd Sore ks cre Raat ees Cece Cee aC eee ee eee) PR eee ce Cee Msc Bee ema oo COSC eck Musca Ce Bee cue ko Cee Ce em ciced Oren eet een Pe ee enue Fee er a Cee ecco Src nn Neon gue bastante, dezenas ou até cente- Coe eed estatisticos, para s6 entao poder con- duir algo. eee eR i PREM Rec od eR en eed ete Rc erg eS Ns ec Pere eu acta fe rc On a See cy ee eee Saucy ere Ree ace’ CNet neta Cee ed eee Roan Ree etn ead tere eee etme ec jogo semelhante, seja possivel esta- Cee ee Le “cada jogo & um jogo", nao adianta tentar concluir um laudo deste tipo sem jogar. E preciso que o perito des- Territorios demarcados “E chegada a hora de toda a forca policial, federal e estadual, unir forcas para dar um basta nesta pratica criminosa que tem captado valores monetarios néo s6 dos ricos, mas principalmente de pessoas de ees ee cd Enquanto os integrantes da Policia Federal e do Ministério Publico néo tém ddvida de que os caca- niqueis séo ilegais, 0s contraventores procuram brechas na lei para manter a atividade. Com ramificacées ee RO ee te ne en a eT ed Deg tae / Cee Re ee ee ee ee ee ee een eee eee eek Bee ee en en ee ee ee ee et ae ern ne ee ee Re ee ed Se eae ue ee UE ae cee ee Reo natureza, com 0 qual tem trabalhado em varios estados brasileiros. eee ee ee eee ee ee ee) OFICIAL’, travestido de “bingo” ou “loteria”, apenas no nome, que os envernizaria com uma falsa camada eed a aaa Cg er ee ee ae a eM en en eR Ree ee eee eu Red ey Fee ae ee ee ee ec Cee ee ue nd Tee ae ean ee eee eee ee ed See aN eee ea ee eR ae) Ce eR ae ee ee ne ee ce ace en ae eee eee ee eo nee ee ee ee abertos novos horizontes e que sejam tracados novos rumos onde os peritos possam caminhar de modo firme e seguro em direcao conclusdo de seus laudos em maquinas do tipo caca-niqueis.” U.H.M.N.) Centro de Telematica No dia 27 de fevereiro, o complexo do Departamento de Policia Federal ga- nhou um novo prédio, construido pela . Paulo Octavio: a sede da Coordenacao A placa € abencoada pelo padre Adriano e descerrada por André Geral de Telemética (CGT), onde funcio- Machado Caricatti, Agilio Monteiro Filho e pelo ex-coordenador de informética, PCF Lafayete Oliveira Galvo nara o Centro de Telemética, Dados e Informatica do DPF. © anexo foi projetado pelo arquiteto Glénio Alberto de Almeida Carvalho dentro da concepcao de edificio inteligente, ocupando uma area de 10.900 metros quadrados. Ainauguracéo contou com a presenga do entao diretor geral do Departamento de Policia Federal, Agilio Monteiro Filho, e do entdo coordenador geral central de policia do DPF; Itanor Neves Cameiro, atual diretor geral do DPF, entre outras autoridades. Na ocasido, a Associagao Nacional dos Peritos Criminais Federais ofereceu um brunch e 0 coordenador geral de telematica, perito criminal federal André Machado Caricatti, lembrou, em seu discurso, que a inauguracéo do Centro representa a busca do DPF por “exceléncia em sua atuagao na esfera da seguranca publica, defendendo os interesses da Unido e atendendo aos anseios do cidadao brasileiro” Segundo Caricatti, “para o Departamento, este é um marco que simbo- liza 0 desejo de superar-se, garantindo o cumprimento das leis com elev dos padrées de eficacia e qualidade”. € concluiu: “Como principio, inspira 05 futuros ocupantes em sua missdo de prestar servicos de tecnologia da informacao ao policial federal e demais operadores da Justica, fornecen- do subsidios primordiais ao combate da ago criminosa, que jaz vencida sobretudo pelo uso do conhecimento.” Em Goiania Em Portugal O Ill Seminério Nacional de Pericias em Crimes de Transito A perita criminal federal Marilia © V Seminério Brasileiro de Pericias em Identificagao de Vefcu- Reaedeaiiafina (ore seattends los realizaram-se em Goisnia (GO), entre os ultimos dias 20 e notas da nova moeda européia, 0 23, organizados pela Associacdo dos Peritos em Criminalistica Euro, entre os peritos da Policia Ju- de Golds diciéria de Portugal que a auxiliaram © perito criminal federal Fernando de Jesus Souza langou, 1a pesquisa para o artigo publicado durante o evento, seu livro “Psicologia Clinico-Organizacional”, a0 lado de outros autores ~ Ranvier Feitosa Aragao, de “Aci- dente de Transito/Aspectos Técnicos e Juridicos"; Osvaldo a partir da pagina 20. A esquerda, de branco, a chefe do Sector de do- cumeritos/do! PABSPRSTib ie Policia Negrini Neto, de “Dindmica dos Acidentes de Trénsito”, tam- Cientifica de Portugal, Maria de Fati- bém palestrantes do evento sobre crimes de transito; e Alberi ma Soush Morites Renee Baris Espindula, de “Pericia Criminal e Civel”. SRISIA 9 orgigo A eutoria que acoineu no diast® de janeiro 0 nascimento “fisi¢o" do euro, em doze paises da Europa, con- firma a boa aceitacdo da nova moe- da pelos 304 mithées de cidadgos que a adotaram. Pela primeira vez, 12 dos 15 pat- ses da Unido Européia (Portugal, Espanha, Franga, Luxemburgo, Ale- manha, Italia, Irlanda, Bélgica, Holanda, Finlandia, Austria e Grécia) constroem de forma pacifica um pro- jeto comum de coesdo social e eco- nomica, onde se espera que a moe- da Unica desempenhe o papel de aproximagao das pessoas e das na- oes, na busca de prosperidade e justica. Efetivamente, 0 euro nao estara somente nos bolsos dos europeus. Também circularé por uma série de paises que, mesmo néo fazendo par= te da “eurozona”, assumirao a nova moeda como propria. Nesta situagao se encontram nao somente Andorra, San Marino, Ménaco, Vaticano, bem como 20 paises da érea da Comuni- 20 DT OSCE Teale na nova moeda européia dade Financeira Africana (CFA), onde o franco francés era a divisa de refe- réncia © euro também se converters na moeda de referéncia nos Bal- cs ~ com excegio da Eslovénia, que aspira associar-se a Uniao Européia em 2004, os outros paises da ex-lugoslavia que uti- lizavamo marco alemao como divisa de cAmbio agora 0 subs- tituirdo pelo euro, £ 0 caso de Kosovo e Montenegro, onde a moeda alema era oficial, ¢ da Bésnia, onde a divisa oficial era 0 marco convertido. Caracteristicas ~ A moeda tnica iria se chamar “ecu”, mas os alemaes se opuseram devido & proximidade com a palavra “vaca” em alemao (Kut). Euro ¢ de facil prondincia em todas as linguas. Seu simbolo € (epsilon), primeira letra da palavra Europa em grego, lembra as origens ‘comuns da cultura européia. As duas barras paralelas representam a esta- bilidade da moeda. A. nés, brasileiros, cabe a torcida para que os anseios desses povos re- vertam em resultados positivos & hu- manidade. Aos peritos, cabe a preo= cupacio do conhecimento de todas as caracteristicas e em especial dos dispositivos de seguranga incorpora- dos as novas cédulas e moedas. As sete notas do euro (€5, €10, €20, €50, €100, €200 €€500) possu- em frente’e verso iguais para os 12 paises aderentes e representam os sete periodos da hist6ria arqui- ‘teténica européia. As pontes simbo- lizam a dinamica de cooperagio e as portas 0 espirito de abertura dos povos da Europa. Cada nota possui uma cor dominante para facil distin- ao @, quanto maior o valor da cé- dula, maior o seu tamanho. Um euro divides em com cén- ‘timos. As oito moedas circulantes (€ 0,01; €0,02; € 0,05; €0,10; €0,20;€ 0,50; € 1; € 2) apresentam uma face comum aos doze paises e outra nacio- nal, diferente de pals para pals. Elas poderdo ser utilizadas nos paises ade- Dispositivos de seguranca em cédulas de 5, 10,20, 50 ¢ 100 euros entes, independentemente de sua face nacional. Considerando 0 in- tercdmbio de pessoas entre os conti- rnentes e 0 peso desta nova moeda na economia mundial é imprescindi- vel que o perito profissional conhe- 20s dispositivés de seguranga a se- rem analisados quando do questiona- mento acerca de autenticidade. Em face da maior probabilidade de falsificagao das cédulas em relacao as moedas, segue detalhamento des- j e000 oe fi o9 a9 Qe go aa @ a @ @ e030" "eo20 Soe E ses dispositivos em cada uma delas. Quando se observa as notas a transparéncia, marcas irregu- lares impressas em ambos os lados da nota complementam-se, formando 0 algarismo referente ao valor (regis- tro frenteverso).. Também quando a cédula é vista por transparéncia, pode-se observar a presenca de trés marcas d’agua: 0 motivo arquiteténico (feita pelo pro- cesso mould made), o algarismo re- ferente ao valor correspondente, abaixo do motivo arquiteténico, e, mais a direita, sob as estrelas, 0 codi- go de barras (feitas pelo processo dandy roll) ‘Aimpressao calcografica, que pro- duz um efeito tactil, 6 utilizada em diversas partes do anverso das cédu- las, inclusive as iniciais do Banco Cen- tral Europeu, expressa em varios idi- mas (BCE, ECB, EZB, etc). No verso das notas de €200 e €500, no canto superior esquerdo, 0 algarismo correspondente ao valor se apresenta em impressao calcogréfica, servindo como identificador para de- ficientes visuais. Em ambos os lados das cédulas a palavra euro aparece nos alfabetos latino e grego (EURO E EPO). O fio de seguranca, visto por transparén- ia, apresenta o algarismo referente 2 Como fugir das falsificagoes do Real A \céduta do Real, a moeda brasileira, contém pelo menos nove elementos de seguranca (contra na figura ao lado) e © Banco Central do Brasil ensina em seu site na Internet (wwwbcb.gov.br) como reconhecer uma nota falsificada, alertando que néo pode trocé-la - nem qualquer érgéo federal pode fazé-lo. A fabsifcacéo & crime previsto pelo artigo 289 do Cédigo Pe- ‘nal, com penas que variam de trés a 12 anos de priséo. Para quem tentar colocar uma cédula falsa em circulagéo depois de tomar conhecimento de sua falsidade, mesmo que 2 tenha recebido de boa fé, pode ir de seis meses a dois anos de detencéo. Segundo 0 banco, 60% das cédlulas falsas retidas nao apresentam marca d'qua. E o fato de o papel ser verda~ deiro néo garante a autenticidade da cédulo,jS que 40% das fasificacées do Real sio obtidas a partir da lavagem de cédulas de menor valor. Esta marca dagua pode ser vista quando se segura a cédula contra a luz, olhando para 0 lado que contém a numeracéo. Na érea clara & esquerda, podem ser observadas as figuras em tons que variam do claro ao escuro. As cédulas de R$ 50,00 e de RS 100,00 apresentam apenas a figura da Repablica. A de RS 2,00, a figura da tartaruga ‘marinha com 0 nimero 2. E as de RS 1,00, RS 5,00 e RS 10,00 podem trazer a figura da republica ou a Bandeira Nacional Pequenos fios espalhados no papel, nas cores vermelha, azul e verde, podem ser vistos em ambos os lados, a0 longo de toda a cédula — sao as fibras coloridas. Hé outros, que se tornam visiveis na cor Iilés, quando expostos 8 luz Ultravioleta, e so encontrados também nos dois lados da cédula ~ sao as fibras sensiveis. E ha ainda o fio de segurango, vertical, de cor escura, embutido no papel, visivel contra a luz. Est fio s6 néo existe nas cédulas de RS 1,00 RS 5,00. As cédulas usadas no Brasil, em sua maioria, séo impressas aqui mesmo. As de estampa B-no padréo monetério do Real js existem até as de estampa D, caso da cédula de polimero de R$ 10,00, a lavavel - vém da Alemanha (RS 5,00), da Inglaterra (RS 10,00) e da Franca (RS 50,00). A letra relatva a estampa é a itima da numeracéo impressa na nota, que fica na parte de baixo, 4 direita, Esta numeracio inclui letras e ndmeros, sequindo os conceitos de série, ordem e estampa. © papel deve ser sentido com os dedos, assim como a impressao. O legitimo é menos liso que o papel comum. A impressio traz relevo (marca tati) para auxilar os deficientes visuals. Ele pode ser sentido ne efigie de Republica, nde esté escrito “Banco Central do Brasil” e nos nimeros do valor da cédula, Outro item de seguranca é 0 chamado registro coincidente, onde a estrela do simbolo das Armas Nacionais, na cédula vista contra a luz, deve se ajustar exatamente ao desenho igual que se encontra no outro lado. 'Na observacao da frente da cédula, encontra-se o ponto da imagem latente: quando se olha a partir do canto Inferior esquerdo, colocando-se a cédula na altura dos olhos, na posi¢éo horizontal e sob luz abundante, ficaréo visiveis as letras "Be "C". E com oauxilio de uma lente, essas mesmas letras, pequenas, as chamadas micro impressbes, poderdo ser das na faixa clara entre a figura da Republica e o registro coincidente com as Armas Nacionais. As micro impressées também sao observadas no interior dos nlimeros que representam o valor da cédula, O Banco Central recomend, sempre que possivel, a comparagio da cédula suspeita com outra cuja veracidade seja comprovade. AAs sete notes do euro possuem frente e verso iguais para os 12 paises aderentes e representam os sete periodos da histéria arquiteténica européia a0 valor e a palavra “EURO” Na frente das notas, existe uma banda laminada de “efeito’holo- grafico” que mede aproximadamen- te 8mm de largura. Inclinando a nota em diferentes angulos se observa 0 simbolo do euro (€) numa cor viva e © algarismo referente ao valor res- pectivo, No verso das notas de €5, €10 €20 é possivel observar uma faixa de- nominada “banda iridescente” que brilha quando se inclina a nota sob uma luz forte, refletindo o valor e 0 simbolo do euro. No verso das notas de €50, €100, €200 € €500 ¢ possivel observara pre senca de tinta opticamente variavel (OVI) no valor presente no canto in- ferior direito. Os algarismos referen- tes a0 valor quando observados de frente, apresentam-se em cor pirpu- ra, mas quando observados sob ou- tro angulo mudam de cor, passando a verde-azeitona ou mesmo castanho. Observa-se que a numeracéo de série ¢ feita com a utilizagio de dois, tons de tinta, uma preta e outra de acordo com a cor predominante na cédula (8 excecao da cédula de €5, ‘onde a numerado é toda em tinta preta), Aluz ultravioleta, © papel nao tem fluorescéncia. Na frente das no- tas, a bandeira da Uniao Européia a assinatura do Presidente do BCE mudam de azul para verde, e as es- trelas da bandeira mudam de ama- relo para cor-de-laranja. No verso, 0 mapa da Europa, a ponte e a deno- minagao do respectivo valor e a pa- lavra "EURO" ficam amarelas. ‘Asmini e microimpressées sao uti- lizadas em varias partes da nota. As inscriges com 0,8mm podem ser li- das a olho nu pela maioria das pes- soas, enquanto as inscrigdes com 0.2mm parecem uma simples linha fina a vista desarmada. © tamanho das cédulas de €5, €10, €20, €50 e €100 é crescente nos eixos x e y (largura e comprimento), enquanto as notas de €200 e €500 ‘crescem somente no eixo y (compri- mento), boom ad 200 ey As notas de euro, vistas por transparéncia, possuem trés marcas dégua es Este artigo apresenta as pecuia- dades dos Laudos de Engenharia de Obras Pablicas, situa-os dentro de um. contexto legal, ilustra com exemplos as casuisticas mais freqiientes e pro- pée, a0 final, uma metodologia sim- ples para a realizagao das Pericias de Obras Pilblicas. Busca, assim, estabe- lecer diretrizes para se obter um lau- do conclusivo que ajude a formar 0 livre convencimento do julgador. Na sociedade brasileira, a Pericia de Obras Pablicas ganha maior importan- cia a medida que se consolidam as pré- ticas de um regime democratico, como Metodologia simplificada para 1s investigacbes de dentincias de irre- gularidades administrativas e a conse- quente producéo de provas periciais. Portanto, & necessério entender, tanto no ambito da Engenharia como no seu aspecto Legal, do que se trata, onde se insere e como eficazmente realizé-a. Quando se fala em eficacia, preten- de-se estabelecer que cumpra fielmen- ‘tea sua funcio, ou seja, que produza tum laudo conclusive, demonstrando a verdade e assim ajudando a estabe- lecer 0 livre convencimento do juiz, para que seja feita a Justica Laudos - De forma didatica, os Laudos de Engenharia Legal podem ser divididos em dois grandes grupos. Num primeiro ficariam os Laudos de Avaliagéo, que procuram a determi- nagio técnica de valor de um bem ou de um direito sobre este bem. Premissa basica para a sua realizacao 6 0 entendimento da utilidade do bem - para 0 que serve - visto que 0 valor de mercado de um bem ou de um direito sobre ele é determinado pelo valor presente das rendas advin- das do aproveitamento eficiente des- te bem, — Assim sendo, a avaliagdo de um terreno ou das rendas dele advindas depende das possibilidades da sua utilizag3o, razdo pela qual algumas vezes encontramos alteracées mo- menténeas no zoneamento munici- pal. Tais alteragdes possibilitam que projetos antes inadmissiveis encon- ‘rem uma brecha na lei para a sua realizacao. Se avalidssemos um ter- reno pensando na sua utilizacao residencial, quando na verdade este se situa em zona comercial, afencon- trando 0 seu mais eficaz aproveita- mento, com certeza estariamos incor- rendo em erro. Num segundo grupo ficariam os Laudos de Responsabilidade, que procuram a determinacao técnica de responsabilidade sobre um bem ou de alteracao sobre ele, com ou sem determinacdo de custo de reprodu- co. Neste caso ¢ também necessé- rio conhecer-se a utilidade do bem, visto que antes de tudo um bem deve se manter capaz de, ao longo do tempo, exercer as suas funcoes. Deste modo, a determinagao té- nica da responsabilidade quanto ruptura de um elemento estrutural - iaje, viga, pilar ou outro - depende das possibilidades da sua utilizacao, de acordo com a sua funcio. Se de- terminassemos que a ruptura da laje do piso de um prédio se dera por erro de célculo, quando na verdade aque- la laje houvera sido projetada para uso residencial, mas era no entanto utilizada como biblioteca, estariamos incorrendo em erro, pois houve uma alteragao da funcao do bem sem a sua necesséria adequacso. Os Laudos de Obras Piblicas, di- ante da Lei que os rege, sdo Laudos de Engenharia Legal que possuem peculiaridades proprias, 0 que torna dever do perito conhecer um pou- co, senao tudo, da legislacao a eles pertinente, Licitag6es e contratos -A realiza- ‘s40 das obras piblicas € objeto de legislacdo especifica, com formalida- des e mecanismos de controle em to- das as fases, impondo restricdes 8 ad- ministragao em prol da moralidade. Esta abordagem parte da hipotese da corrupgao como fato social, defen- dendo a tese de que a obediéncia & Lei mudaria a atitude corrupta, De fato, a Lei de Licitacoes e Con- tratos Administrativos, como &conhe- ida a Lei 8.66/93, diz em seu Arti- go 3° que “A licitacdo destina-se a garantir a observancia do principio constitucional da isonomia e a sele- cionar a proposta mais vantajosa para a Administracao e sera proces- sada e julgada em estrita conformi- dade com os principios basicos da legalidade, da impessoalidade, da ‘moralidade, da igualdade, da publi- cidade, da probidade administrativa, da vinculacéo ao instrumento convo- catério, do julgamento objetivo e dos que Ihe so correlatos." Na fase da licitagdo, a lei exige da administragao um Projeto Basico, com Orcamento Detalhado, Previsao de Recursos ¢ Objeto de Plano de Metas ~ este, quando for 0 caso. Destes itens, todos importantes, cabe realcar a definicao da legislacao a respeito do Projeto Basico: “Conjun- to de elementos necessérios e sufici- entes, com nivel de preciso adequa- do, para caracterizar a obra ou ser vigo, ou complexo de obras ou servi- {G05 objeto da licitacao, elaborado ‘com base nas indicagées dos estudos técnicos preliminares, que assegurem 2 Viabilidade técnica e 0 adequado tratamento do impacto ambiental do ‘empreendimento, e que possibilite a avaliagdo do custo da obra e a defi- nigéo dos métodos e do prazo de execugéo, devendo conter os seguin- tes elementos (..) ) orgamento de- talhado (...)”. Note-se a insisténcia da legislacdo na apresentacao de um Orcamento Detalhado. Alicitacao pode ser feita nas mo- es dalidades de Concorréncia, Tomada de Precos, Convite, Concurso e Lei- lao. Em obras publicas é normalmen- te utilizada uma das trés primeiras modalidades, a depender do valor a ser licitado, Selecionada a proposta mais van- tajosa para a administracao, passa- se & fase do Contrato, 0 qual deve conter, entre outros, Objeto, Regi- me de Execucéo, Preco, Pagamentos @ Reajustes, Prazos das Etapas, e Ga- rantias ~ estas, quando exigidas. Quanto ao Regime de Execugao, a lei admite duas modalidades: a Dire- taea Indireta, Se escolhido o Regi: me de Execugio Indireto, por tercei- ros, a administracao pode- +4 optar entre Empreitada por Preco Global, Emprei- tada por Preco Unitario, Ta- refa, ou Empreitada Inte- gral (tum key). Vale ressaltar que pode caber ao contratado pro- Videnciar 0 Projeto Execu- tivo, definido como 0 con- junto de elementos neces- sétios @ suficientes a exe- cugéo completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associagao Brasileira de Normas Técni- cas (ABNT). Este projeto podera ser desenvolvido concomitantemente coma execugio das obras e servi- 60s, desde que autorizado pela administracao. A Lei 8.66/93 determi- na ainda que a fase de Exe- cugdo das Obras ou Servi- 605 seja programada, sem- pre, em sua totalidade, pre- vistos seus custos atual € final e considerados os pra- zos de sua execucdo Complementando, a Lei 8883/94 assinala: “E proi- oust ee bido 0 retardamento imotivado da execugéo da obra ou servico, ou de suas parcelas, se existente previséo ‘orcamentéria para sua execugao to- tal... ". Como visto anteriormente, a Lei 8.666/93 exige da administra- Gio a Previsdo de Recursos, jd na fase de licitacao. Ali, até entio uma rigida cami- sa de forca, libera a existéncia de Al teracées Contratuais, que podem ser feitas unilateralmente pela adminis- tragio, no seu interesse, para Modi- ficacao do Projeto ou Modificacao do Valor — esta, de mais ou menos 25% para obras novas ou mais ou menos 50% para reformas. ae AE Podem também ocorrer por acor- do das partes, nos casos de Substi- tuigéo de Garantia, Modificacao do Regime de Execuco, Modificacao da Forma de Pagamento ou para Resta- belecer a Relacdo (de equilibrio) en- tre essas partes. Tipologia de fraudes ~Apés essa apresentacao resumida do contexto legal em que se deveriam desenvol- ver as obras pablicas, vejamos alguns casos com que os peritos poderao se deparar. Vale ressaltar que a Pericia de Obras Publicas é antes de tudo uma Pericia de Fraudes. A insuficiéncia na 3.2005 Imagem tomada pelo satélite Landsat V em 28/07/1991 e utilizada na elaboracao da Pericia de um Acude realizada em 1999 prevencao e fiscalizagéo torna 0 Go- verno uma vitima em potencial das fraudes. © despreparo na repressao resulta na morosidade da investiga- ‘<30, que por sua vez beneficia a pres- crigéo, © que contribui finalmente para a perpetuacao da fraude. Por isso é necessario entender ainda que a fraude € dinamica, deslocando-se sempre para novos espacos, surgin- do de onde menos esperamos. No seu livro “Pericia e Investiga- so de Fraude”, Fernando de Jesus assinala que “Sob a perspectiva da vitima, a fraude é um delito bem di- ferente, porque normalmente 0 au- tor deste delito & alguém que a viti- ‘ma conhece muito e em que confia.” Nao 6, pois, de se estranhar que percebamos, sob a dtica da socieda- de e do Governo, como vitimas, que muitas das fraudes que séo objeto de dentincias possam ter sido come- tidas por cidadaos ou funcionérios ““acima de qualquer suspeita”, 0 que dificulta a sua elucidacao. A fraude mais simples, mais ingé- ‘nua, por sera mais evidente, 6 a Frau- de na Execugéo, quando a obra ndo foi realizada, seja integral ou parci- almente. Exames de Verificagdo ou Exames de Medicao no local, respec- tivamente, evidenciariam a fraude. No entanto, diante da aparente sim- plicidade, técnicas especiais podem ser necessdrias. Vejamos um caso em que era questionada a construcao de um acude, ‘Aude - 0 aspecto formal da lici- taco da obra estava correto, porém havia dendincias de que 0 acude em questo ja existiria, anos antes da li- citagdo, contra testemunhos de que a obra havia sido realizada, como constava na Licitagao, em 1993. A duvida nao havia sido sanada por engenheiros do Tribunal de Contas © permanecia até 1999, quando foi vistoriado 0 local: os peritos consta- taram a existéncia de um acude for- mado por um barramento de terra, ‘Além deste exame de verificacao, foram feitos exames de medicéo no local, determinando-se as coordena- das geogréficas (latitude e longitu- de) do ponto central da crista do barramento de terra, bem como as suas dimens6es transversais e com- primento. Constatou-se de pronto que este ultimo item, o comprimen- to, divergia significativamente do Projetado. Como porém determinar a época da construcso? Os peritos passaram a analisar imagens do local tomadas pelo saté- lite Landsat V, em 1991. Do confron- to desta andlise com as medicées fei- tas no local, foi possivel determinar que o barramento de terra ja existia no ano de 1991, antes portanto da licitagdo, tendo sido, quando muito, recapeada a sua crista com o uso de 2.7% dos recursos alocados para a obra A fraude na licitagéo apresenta maior requinte, por isso devem ser examinadas todas as fases do proces- so. Uma das mais questionadas é a Fraude nos Precos Unitérios, pela majoracdo muito superior 8 dos va- lores de mercado. Em geral, este tipo de fraude se vale de Alteracdes Contratuais, justificadas por discre- pancias entre 0 Projeto Basico e 0 Projeto Executivo, que resultam em Termos Aditivos com ou sem reflexo financeiro. O laborioso nestes casos 0 Exame de Custos de Reproducdo, muitas vezes envolvendo diversos itens de servico em datas pretéritas. ‘A seguir, pode-se ver um caso em que era questionada a construcao de uma Barragem, Barragem - Alicitagéo apresenta- va alteracées de diversos aspectos do objeto da obra, inclusive um deslo- camento de 8km do eixo do barramento, tudo justificado pelo 6rg0 contratante como necessario para a adequagao do Projeto Basico -_ aos levantamentos técnicos realiza- dos no local para a elaboracao do Projeto Executivo. Questionava-se a execugo e 0 custo da obra. A andlise dos autos e seus apensos demandou enorme tempo, tanto do perito engenheiro como da perita contadora, tarefa essa necesséria para melhor compre~ ensao da questao. Os diversos Ter- mos Aditivos nortearam os trabalhos dos peritos no exame da obra. No Exame de Verificacao foi reve- lada a existéncia de um barramento segundo 0 Projeto Executivo. Exames de Medico, porém, mostraram que outros itens previstos em Termos Aditivos nao haviam sido realizados, ‘© que representava 0 pagamento de servicos nao executados. Exames de Custo nas planilhas da obra revela- ram que itens de servicos acrescidos por Termos Aditivos, cujos precos Unitarios haviam sido acordados en- tre as partes por nao constarem da planilha do Projeto Basico, apresen- tavam-se até 300% superiores 8s co- tages de mercado época. Apesar de construida a obra, as irregularidades jé assinaladas repre- sentavam um custo a maior de US$ 2,2 milhOes. Verificou-se ainda que a Sangradouro de uma Barragem, cujo sobrepreco montou a USS 2,2 milhées sentido mais amplo, nao cumprit Oe ary Pee quais se destinara, sendo pois nulo o seu valor ee ne re ee a ‘obra, no seu sentido mais amplo, no ‘cumpria as fung6es 8s quais se desti- nara, sendo pois nulo o seu valor. Isto resultou num prejuizo de USS 8,4 mithées aos cofres piblicos. Metodologia pericial -De modo geral, os Laudos de Obras Piblicas sao Laudos de Engenharia Legal que possuem peculiaridades proprias, podendo ser agrupados, conforme (0s exames necessérios, em: Verifica- G40 - determinagao da existéncia de obra e/ou alteracdo em obra; Me ‘so - determinacao da extensdo de obra (ou alteracéo em) e/ou seus ‘componentes; Custo - determinacao do custo de reproducéo de obra e/ ‘ou de seus componentes; e Avali ‘¢40 - determinacao do valor de obra ‘ou bem, Diante da diversidade das solici- tag6es, torna-se necessério criar uma metodologia para a realizacao de Pericias de Obras Publicas de Enge- nnharia que possa ser adaptada a cada caso. Propomos aqui uma metodo- logia simples, dividida em trés partes —Planejamento, Vistorias no Local € Trabalhos no Escritorio - e a ser aperfeigoada pelos colegas peritos. A fase de Planejamento prevé: entender 0 que é pedido; ler os au- tos do inquérito ou proceso; sepa- rar as pecas pertinentes; listar e soli- citar as pecas ausentes (projetos, plantas, planilhas, contratos, ‘memorial descritivo, planos de traba- lho etc); localizar 0s “pontos-chave"; montar a equipe. Na equipe, é necessério levar a0 menos um colega perito. Pode-se também permitir que acompanhem as vistorias um funcionario da con- tratante e outro da contratada, se houverem participado da fiscalizacéo efou da execucao da obra. No Pla- nejamento das vistorias, ¢ também interessante verificar o que levar den- tre os seguintesitens: garrafa d'égua, protetor solar, repelente, chapéu, culos escuros, prancheta, caderno, caneta, lépis, régua, trena, mira, fio de nailon, maquina fotografica, fil- mes ou disquetes (se digital), GPS, arma etc. Na fase de Vistorias no Local da obra, recomendamos: focar na veri- ficagao dos “pontos-chave"; fotogra- far o aspecto geral da obra (compre- ensio); fotografar aspectos especifi- cos da obra (fraudes); e anotar as- pectos novos, nao constantes dos autos. Na fase de Trabalhos no Escrité- rio, é importante: compilar os dados e avaliar os “pontos-chave"” CO perito deve entao se perguntar: estou convencido e/ou satisfeito? Se a resposta for “sim”, redigir 0 Laudo de acordo. Se a resposta for “no”, entender o que falta, saber aonde esta e voltar as fases anteriores, se necessério, até se obter um “sim Esta metodologia pode ser colo- cada na forma deste fluxograma, ressaltando que apenas um Laudo conclusive, demonstrando a verda- de, poderd ajudar a estabelecer 0 li- vre convencimento do juiz, para que seja feita a Justica. Augusto César Fabiao M. da Silva Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Técnica da Dinamarca (OTH) Perito Criminal Federal Secrim/RN Referéncias Bibliograficas ee eg ea) Era Ten oe ae ee eet Cece ee A) Cen ea ea droga apreendida) | na regido Norte geralmente tem te- ores relativamente altos de cocaina, apresenta-se na forma de base livre e tem coloracao cinza ou levemente marrom. Enquanto isso a cocaina apre- endida na regido Sul geralmente tem um baixo grau de pureza, muitas ve- zes esti na forma de dloridrato equa- se que invariavelmente tem colora- 80 branea. De forma similar, a droga encon- trada no Amazonas muitas vezes adulterada com férmacos como a fenacetina e a cafeina, a0 passo que na droga da regiéo Sul € comum a = presenca de cloridrato de lidocaina e benzocaina Neste trabalho foram analisadas amostras de cocaina provenientes da regiao amazdnica e do Rio Grande do Sul. Registraram-se espectros de absorcao de radiagao infravermelha ESPECTROS DE IV DE AMOSTRAS REAIS (FTIR) das amostras secas e também foi determinado o teor de cocaina nas mesmas por cromatografia em fase gasosa, com detector de ionizacao em chama (CG/DIC). Foram realizadas a analise hierarquica (AH) a andlise de componentes princi- pais (ACP) dos dales @btidos: Anélises -Aanalisedeeomponen- tes principals eansisteem um méto- do matemattieg que feduz o ntimero de varidvelgioniginals, Qeran- cdo uma fi@¥e represen- taco daguelas atra- vés dasieBamadas componentes principals) que! sao comBiniae Ges linearesdas originals, A principal nalidade do iis todo ¢ a redueag) da dimensao de Gas dos, mas ele tamBen pode ser utilizado pata truir modelos de classificagaeaah novos dados medidos para © MeSImB} sistema. 34 a andlise hierdrquica é uma téc- nica multivariada de classificacao uti- lizada para se determinar a similari- dade entre as amostras a partir das distancias entre elas. £ obtido um {grafico chamado dendrograma, que descreve 0 grupamento hierérquico das amostras. Esse gra- fico liga grupos de amostras com ‘0s mesmos niveis de si- millaridade. E. im- portante ressaltar que toda a cocaina apa a distribuigao interestadual. Metodologia - Os es- pectros de FTIR foram ob- tidos em um instrumento Bomem utilizando pastilhas de KBr. teor de cocaina nas amostras foi determinado Por CG/DIC utilizando-se cafeina como padréo in- terno. 0 instrumento utili zado foi um HP 5890-II com uma coluna HP-1, 0 forno foi mantido a 220°C; em amostras onde a cafeina jé se encontrava presente como adulterante a dosa- gem de cocaina foi feita por adic3o de padrao. Os espectros de FTIR fo- ram analisados em trans- mitancia Para a andlise de ACP Biibiam consiceradas 765 v2- faves (1200 a 600crs") em ‘72 0b | tos (ab paka.cada regiso geo- aréfica). Resultados @lgiseussao - A ACP encontrou cinco eBmpORentes signi- ficativas, sendo que Siprimeira com- ponente explica 849% Wariancia total dos dados. O gfafiegide esco- res das duas primelf@st@Be mostra dois conjuntos separad@apsendo que em um conjunto\predgiminam as amostras do sulje no outfas amos- tras do Norte. Qs teores delegeaina nas amos. Eimaempla faixa Bondo que, em ge- Bibs 520 encontra Da regio Norte. Biamostras encontram-se BRA apresentando simila- Bes om nenhum dos conjuntos. BAMIePersic & esperada e pode ser Jexplicada pela existéncia de peque- nos "laboratérios de adulteragao" da droga em territério nacional, adul- BREE EEC Re Be eee ne ee teracdo realizada Pelosi - que fazem a distribuiga® a0) eOnsUay midor final e também pela existenela de rotas de trafico interestadual, que acabam por conferir algumas carac- teristicas comuns a droga de diferen- tes regides geogréficas. © dendrograma gerado pela AH também mostra semelhanca en- tre amostras do mesmo es- tado, levando assim a existén- cia de dois con- juntos de dados € corroborando os resultados da ACP. ConclusGes - A cocaina consu da no Brasil tem caracteristicas fisi- case quimicas regionalizadas que pu- deram ser separadas em grupos atra anereantty van Cr Ly amostras de cocaina consumida no sul, apresentando também coloracao e adulterantes préprios e caracteristicos © aumento no tama- nho do banco de da- dos espectros- cépicos, dados relativos & pure- za e demais ca- racteristicas da cocaina, aliados 0s tratamentos quimiométricos tem permitido a caracterizacao_e regionalizagao da dro- ga no territério nacional. Assim, esta metodologia de tra- balho mostra-se promissora para 2 determinacao do perfil global da cocaina consumida no pais, também chamada por algumas pessoas de "DNA da droga” Fernanda M. Coura Marcello Moreira Santos (instituto de Quimica da Universidade de Brasil Marcio Talhavini (Instituto Nacional de riminalistica-DPF) Idelazil C. N. Talhavini (instituto de Quimica da Universida- de Estadual de Campinas) Este trabalho foi apresentado na 25° Reunigo Anual da Sociedade Brasileira de Quimica, em maio de 2001, em Posos de Caldas (MG), com apoio financeiro da APCF Método determina transparéncia das peliculas de protegao solar peliculas plasticas semitrans- parentes sao utilizadas ha varios anos para o controle da luminosidade & da quantidade de calor em ambien- tes. Seu uso doméstico é bastante comum, porém a sua principal utili- zacdo é, sem duivida, em automéveis Neste ultimo caso, a principal fun- {¢80 das peliculas 6 aumentar 0 con- forto das pessoas que esto no inte- rior do vefculo, por meio da diminui- ‘cdo da luminosidade e da incidéncia de radiagéo ultravioleta e infraver- melha. Além do conforto, a pelicula ‘também pode atuar como um fator de seguranga, retendo fragmentos de vidro em sua camada de cola acrilica no caso de um acidente. Entretanto, 0 uso de filmes de- masiadamente escuros pode com- prometer a visibilidade e, como con- sequéncia, a seguranca. Dessa forma, a fim de se criar ormas eevitar abusos, a Lei n? 9602/ 98 e a Resolucdo n° 73/98, do Conse- Iho Nacional de Transito (Contran) estabeleceram limites minimos de transparéncia para as éreas envidra- cadas de automéveis (vide tabela abaixo). A transparéncia minima citada referente a0 conjunto vidro + peli- cula, devendo-se assim ter cuidado quando da aplicacdo de filmes em Vidros escuros ou verdes. Recentemente foi enviado a0 SLCINC material composto de frag mentos de vidro e pedacos de peli- culas, relativo a um incidente envol- vendo a Policia Rodovisria Federal e um automével de passeio. O pedido de exames envolvia explicitamente a determinagao da transparéncia des- tes fragmentos de pelicula. Como a anélise envolve procedi: mentos técnicos, e apesar de a Reso- lugdo do Contran néo mencionar qualquer tipo de certificacao, foram [Area do veiculo Transparéncia minima Vidro frontal 75% Vidros laterais dianteiros 70% Vidros laterais traseiros 50% Vidro traseiro 50% 23 Absorbancia Comprimento de onda (nm) Figura 1: Espectros de absorcao de alguns filmes padrao consultadas as normas técnicas da ABNT. Constatou-se que estas trazem apenas métodos para se determinar se um dado filme ¢ ou nao transpa- rente, nao fornecendo qualquer re- sultado quantitativo. Assim, foi ne- cessario 0 desenvolvimento de um método simples e répido para a quantificagdo da transparéncia do material em questao. O principio do método desenvolvido foi a aquisico do es- pectro de absorcao de luz visivel do material questionado e de filmes pa- drao, com transparéncia conhecida. Os dados foram adquiridos ape- nas na regio visivel do espectro ele- ‘tromagnético (400nm a 700m), uma vez que absorcbes em outras regiGes, embora mensuraveis, nao influenci- am no valor da transparéncia em ter- mos da visdo humana. Alguns espec- tros de filmes padrdo podem ser ob- servados na figura 1. As oscilacées mostradas principal- mente nos espectros com maior ab- au 560 sorgdo sao atribuidas a efeitos de interferéncia, ocasionados provavel- mente por reflexes nas superficies internas dos filmes analisados. Sensi 00 600 Considerando-se que o figura 2. 650 700 olho humano apresenta gran- des variagées de sensibilidade relativamente ao comprimen- to de onda (cor) da luz e que 0s perfis dos espectros da fi- gura 1 nao sdo perfeitamente coincidentes, torna-se neces- siria a correcao destes espec- tros com relacdo a curva empirica de sensibilidade do olho, a qual pode ser vista na ‘Apés a correcdo, 0 espec- tros assumem a aparéncia mostrada na figura 3. Uma vez corrigidos, pode- se agora utilizar 0 valor mé- dio de absorbancia de cada espectro como uma medida relativa da transparéncia de cada amostra de filme. De acordo com a equacao fun- damental da espectroscopia de ab- sor¢ao UV/Vis, conhecida como lei de Beer-Lambert, deve existir uma rela- 40 —«800—« 880 ‘Comprimento de onda (nm) Figura 2: Curva de sensibilidade do olho humano 19. 08. or. 08. 08. oa incia 03 02 oA 00 450500 550 600650 Comprimento de onda (nm) Figura 3: Espectros de filmes padrao corrigidos fo logaritmica entre a transparén- cia (transmitancia) nominal de cada filme e sua absorcao média (ou absorbancia média). Esta relagdo pode ser claramente observada na figura 4, onde a re- .gressao linear entre o logaritmo de- cimal da transparéncia e a absor- bancia média de cada amostra apre- senta um coeficiente de correlacao de 0,994. A linearidade do modelo permite que ele seja aplicado para a determi- nagao da transparéncia real de peli- 104 WS. oe ag 3 3 oq © 06 g a 3 5 04 A 8 02 By 08 1,0 42 14 16 18 2.0 Log da transparéncia nominal Figura 4: Relagéo entre o logaritmo da transparéncia nominal e a absorbancia média corrigida culas encontradas no mercado & 1ndo certificadas, como o material questionado ja citado, o qual apre- sentava inscrigoes em relevo afir- mando tratar-se de filmes com 70% de transparéncia A utilizagao da equacéo obtida na regressao linear possibilitou de- terminar facilmente os valores re- ais de transparéncia dos fragmen- tos de peliculas questionados. Os filmes dos vidros laterais e 0 vidro dianteiro do veiculo apresen- taram transparéncias entre 20% e 25%, enquanto o filme do vidro tra- seiro apresentou transparéncia in- ferior a 4%, Pode-se concluir que 0 método utilizado é repro- dutivel, répido e barato, sendo executavel por qualquer laboratério ‘que possua um espectrofotémetro de UVNis. A utilizagao de aparelhos mono- feixe pode tornar o trabalho um tan- to demorado e tedioso, pois é im ortante a aquisicao do perfil espec- tral da amostra em toda a faixa de luz visivel. Entretanto, caso se dis- ponha de um instrumento duplo- feixe ou com detector multicanal 0 experimento pode ser concluido em poucos minutos. A principal fonte de erros do mé- todo ¢ a utilizagao de filmes-padrao cujas transparéncias reais nao corres- pondam aos valores nominais. A fim de se evitar esses riscos, sugere-se 0 uso de peliculas com transparéncia certificada, ou ainda a conducao de experimentos de calibracao do pro: prio aparelho de UV/Vis e posterior aferigao das peliculas. 35 Daelson Oliveira Viana PCFiEspecialista em Gestdo da Qualidade Carissimos colegas de aprendizado. Dirjo-me a todos dessa maneira e me insiro neste {grupo porque, quanto mais o tempo passa, mais me certifico de que somos eternos aprendizes. Da menor a maior adversidades que enfrentamos, sempre tiramos proveito € aprendemos. Acreditamos que a sociedade brasileira tem aprendido bas- tante no que se refere ao trato das questoes da seguranca publica. Tivemos a oportunidade de, em edicdes anteriores, colocar os problemas de gestéo como aqueles que mais afe- tam a seguranca publica nos diversos niveis da administracao piiblica: gestao de pessoas, gestao de recursos financeiros e materiais e a logistica de todo o sistema. Vamos pensar e reite- ro: na adversidade aprendemos mais rdpido e em maior quan- tidade Os projetos de modemizacao do DPF esto em plena fase de execucao. No titimo més, tivemos a incorporacéo de dois helicépteros modelo AS 350 B2, da Eurocopter/Helibras, vistos nas fotos ao lado. Os treinamentos dos pilotos ja foram reali- zados mais dois helicépteros modelo AS 355 N estéo previs- ‘os para outubrojnovembro deste ano. Essas aeronaves fo- ram adquiridas com os recursos existentes nos projetos Pro- Amazénia e Promotec. ‘Além desses importantes projetos, outros que estdo tendo resultados marcantes s0 os de Modernizacao da Academia Nacional de Policia, em parceria com 0 UNDCP (Programa das Nagées Unidas para o Controle Internacional de Drogas). Na ‘Academia, nos anos de 2001 e 2002, respectivamente, serdo formados 900 e 1282 novos policiais federais, entre peritos, agentes, delegados, papiloscopistas e escrivaes. (0 Projeto de fortalecimento do controle de produtos qui- micos, em parceria com 0 UNDCP, depois de uma fase de reandlise pela Direcdo Geral, entrou finalmente na rota de execugao e comeca a dar resultados com a nova sistematica de recadastramento de empresas, atividade necessaria devido a0 aumento da gama de produtos e empresas a serem con- trolados. ‘A cooperacao com 0 PNUD (Programa das Nacdes Unidas para o Desenvolvimento) viabilizou a elaboragao do primeiro Plano Estratégico para 0 Departamento de Policia Federal, para um universo temporal de seis anos e est permitindo a prepa- ragio de uma equipe que permeara todo o Departamento para as funcdes de gestao estratégica a ser implantada, Cabe ands, nesse contexto, contribuir com a devida dedicacdo para que esses investimentos retornem para a sociedade, com os resultados esperados, € contribuam de forma significativa para a reducéo dos altos indices de criminalidade. Seguranca em debate O departamento de Policia Federal partcipou do Seminério de Seguranga Piblicae Privada, realizado parale- lamente ao VII Congresso Brasileiro de Municipios, no Pavilhao de Feiras e ExposicSes (ExpoBrasilia) do Parque da Cidade, em Brasilia, entre os dias 4 e 7 de marco 7 No estande de 48 metros quadrados, estavam representados a Academia Nacional de Policia (ANP), a Coordena- ‘Gao Geral de Controle de Seguranga Publica (CGCSP), 0 Comando de Operacées Taticas (COT), 0 Instituto Nacional de Identificacao (INI) € 0 Instituto Nacional de Criminalistica (INC) O estande (nas fotos), onde o publico péde con. ferir as aces desenvolvidas pelos diferentes orgaos de seguranca e os equipamentos utilizados nestas agées, recebeu as visitas do diretor geral do Depar- tamento de Policia Federal, Agilio Monteiro Filho, & do diretor do Instituto Nacional de Criminalistica, Eustéquio Marcio de Oliveira, e do senador Romeu Tuma (PFL-SP) Alem do estande, o Departamento de Policia Fe: deral (DPF) participou do seminario ministrando duas palestras - uma sobre Seguranca Privada e outra sobre Crimes Ambientais, © coordenador do estande do INC, PCF Rogério Mesquita Os seguintes eventos esto confirmados para este ano: - VII Comité Nacional de Documentoscopia ~ de 10 a 13 de junho, em Joao Pessoa, na Paraiba. - Ill Seminario Nacional de Balistica Forense e Il Seminario de Pericias em Crimes Contra a Vida - em agosto, em Vitéria, no Espirito Santo - Férum Internacional de Quest6es Ambientais — na ultima semana do més de setembro, em Belém, no Para. - I Comité Nacional de Pericias em Crimes contra 0 Meio Ambiente - de 9 a 11 de outubro, em Palmas, no Tocantins. - Ill Seminario Nacional de Pericias em Fonética Forense e | Seminario Nacional de Pericia em Crimes de Informatica - em novembro, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Anténio Carlos Villanova Em nossas colunas anteriores, abordemasassuntos re lativos aos vestigios e a Grafotécnica e nos referimos & tncia daqueles primeiros como “psiquicamente con- dicionados”. Ficaram para outra oportunidade os comen- tarios e o significado direto deles. Vamos, agora, tentar suprir esta lacuna. Assim: A-escrita & apontada como passivel de apreciago quanto a elementos de ordem objetiva, resultantes de aprendizado inicial pela cépia e repeticao de modelos ‘aligréficos, e evoluindo com 0 treinamento e 0 habito, até acabar por atingir desenvolvimento pleno e estavel: 2 escrita madura, ou automatizada. Em seu estudo para a individualizaao e obviamente seu confronto com outras, 0 perito grafotécnico se uti- liza de uma série de propriedades caracteristicas, que podem ser de ordem objetiva ~ portanto, desde logo perceptiveis no tracado -, tais como 0 andamento gré- fico, a inclinacao e alinhamento da escrita, os espacamentos entre gramas, letras e vocabulos {intergramaticais, interliterais e intervocabulares), 0 ca- libre ou dimenses dos caracteres, as limitantes, 0s va- lores angulares e curvilineos. Ou podem ser de natureza mais subjetiva, quando so antes sentidos pelo observador, como o aspect geral do grafismo, a velocidade grafica, a pressao da escrita (representando 0 esforco vertical exercido no ato, de escrever), 0 dinamismo, resultante da combinagao. velocidade-pressao (escrever rapidamente, mantendo a pressio), 0 ritmo, ou cadéncia dos movimentos grafi- 05, a projecdo no espaco. Relativamente a forma dimens6es que os simbolos escriturais (letras e algarismos) possam assumir, estas variam ao infinito, impos- sibilitando qualquer tipo de classifica- G40. Mencionem-se como mais curio- ase definidas a escrita gladiolada, na qual 0s vocdbulos se afilam do come- o para o fim de seu lancamento, e a filiforme, onde a diminuigéo do cali- bre dos mesmos conduz praticamente a ilegibilidade. Uma das caracteristicas subjetivas da escrita mais discutidas, por muitos 28 PCFProfessor da ANP apontada como misteriosa, é 0 nivel de forma, 0 formniveau criado por Ludwig Klages, 0 fundador da escola grafolégica alema. Entretanto, uma leitura aten- ta de sua “Graphologie” (na traducao francesa de E. Reymond-Nicolet, Paris, 1949) mostra que o formniveau representaria o nivel de plenitude da Vida do escritor, pela combinago do grau de originalidade, individuali- dade e intensidade do ritmo de sua escrita. Mas nao ¢ somente na escrita que encontramos vesti- gios psiquicamente condicionados, pois no processo té- 0 investigatério, freqtientemente o perito se depara com a necessidade de estimar tipos de grandeza que nao coferecem qualquer base material, como 0 tempo ¢ 0 es- Paco (a que Einstein se referia como duas manifestaces de uma mesma realidade, cuja natureza nos é completa- mente desconhecida). também no inter-relacionamen- to dessas manifestacées na estimativa da velocidade: em que tempo foi ou seré percorrido tal espaco? E temos que ficar por aqui, para reservar lugar (ou espaco) para duas ilustracées, tomadas da “Graphologie Pratique”, de Streletski We duc. Cage — Ck Mu des Vor Kote ba Aa rmsd Ano tbat a OY Glia the (ina, op ower. Escrita gladiolada Escrita filiforme PNT CSET To ETE oe eee M UE meted Nem sempre é 0 criminoso quem vai parar atras das grades. o comércio ilegal de animais silvestres. www.renctas.org.br

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