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Nº 590
Caxias do Sul, 21/03/2020
11 de dezembro de 1887 mansinho à porta da prisão. Era uma mulher vestida de preto.
Edição nº 1162 – Ano IV Madame Parsons, que suplicava com instancia que a deixassem
Página 2 tornar a ver ainda uma vez o marido; recusaram-lhe este favor e
Chicago. A tal respeito aproveitamos as seguintes informações depois em marcha o fúnebre cortejo.
do New York Herald: Fischer entoou a Marselhesa, sendo acompanhado em coro
“Todos os condenados estiveram acordados e conversando pelos companheiros. Todos quatro subiram com firmeza ao
tranquilamente até a meia hora da noite. cadafalso, sendo-lhes passado ao pescoço o nó corredio.
Parsons disse que Lingg, o que se suicidou, incendiando um Fischer gritou em alemão:
cartucho de dinamite que tinha metido na boca, sacrificara a - Viva a anarquia! – palavras que terminavam a última carta de
sua vida, esperando que a sua morte apaziguaria o furor do Lingg.
público e salvaria os seus companheiros. A agonia de Fischer e Spies foi terrível, Parsons debateu-se
Deu-se uma sena comovente quando a Senhora Spies disse o furiosamente. A morte só sobreveio no fim de sete minutos.
último adeus a seu filho. Os funerais dos quatro anarquistas enforcados deviam ter tido
Este recebeu friamente a noiva, Nina Van Zandt, que lhe disse lugar no passado domingo. Os amigos executados deviam ir
ao sair da prisão: incorporados buscar os cadáveres as casas mortuárias. No
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