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DESTINO DO RESiDUO HOSPITALAR Edilene B. Ferreira - Farmacéutica Juliana Scanavacca - Farmacéutica Ricardo Delfini Perci - Médico Infectologista Docentes da Unipar Resumo NR lixo hospitalar tem sido considerado como um problema de satide publica. Seu destino, desde sua produgdo, até o seu condicionamento final vem sendo estudado exaustivamente. Os aterros sanitdrios ¢ os incineradores, com os seus pros € contras, serdio discutidos neste artigo. Abstract, Hospital garbage has been considered a public health problem. Its destiny, since its production to the final conditioning has been deeply studied. The pros and cons of embankment and burners discussed in this article. Introdugio Nas décadas de 80 ¢ 90, um grande interesse sobre a ecologia despertou-se no mundo. Muitos rupos de ecologistas se formaram e muitas pesquisas foram desenvolvidas, com todo este “boom ecoldgico”, muitas discussdes partidarias ¢ sentimentalistas esto sendo realizadas, ¢ como é de se esperar, o assunto “Lixo Hospitalar” tem sido estudado por diversos autores, sendo levados em consideragao varios tépicos, tais como: 0 seu destino (desde o lixo intra hospitalar, atéo seu fim), passando pelo manuseio de enfermeiros, médicos, servigos de limpeza, coleta e transporte ao local terminal. Seus riscos, se comparados com 0 lixo domiciliar ou “nao patogénico”, foram estudados e questionados diversas vezes e as conclusdes siio unanimes ao considerd-los como de “pouco risco” em infecgdes. Porém, se considerarmos que no Brasil as leis sao feitas para no serem seguidas, que o indice da populagaio que “vive do lixo” ¢ alta, que os nossos aterros sanitarios esto muito aquém dos padrdes estabelecidos, comegamos a questionar a utilizagaio dos incineradores e dos aterros para lixo hospitalar, comparando-os dos diversos aspectos levando em considera¢do principalmente a realidade brasileira, CLASSIFICACAO DOS RESIDUOS HOSPITALARE! 1 - Liquidos - pastosos 1.1 - Biolégicos: sangue, fezes, pus, urina, liquor, e outros organicos. 1.2 - Quimicos: solventes, sais inorgénicos, corantes, germicidas ¢ outros produtos quimicos nao utilizados como medicamentos. 1.3 - Terapéuticos: sobras de medicamentos ¢ medicamentos com prazo de validade veneido. 1.4 - Radiotativos. 2.1 - Cortantes/perfurantes: laminas de ago, agulhas, filtros de solugdes parenterais com ponta, agulhas, “butterfly”, intrarate, fraamentos de vidro, ampolas, laminas etc. 2.2.1 - Residuos de diagnéstico e tratamento (RDT): gases, algodao, curativos, fraldas, absorventes higiénicos, esparadrapo, frascos descartaveis (vazios), bolsas de colostomia ¢ de sangue (vazias), drenos, sondas, tubos e seringas descartiveis, luvas e outros materiais, inaproveitiveis, sujos de sangue, fezes, pus, urina, liquor ou outros liquidos orgénicos. 2.2.2. = Pegas anatémicas: fetos, placenta, membros, érgaos, tecidos orgénicos e carcagas de animais de experimentagio. 2.2.3 - Medicamentos s6lidos com prazo de validade ultrapassado. 2.2.4 - Residuos comuns: todos os que, a olho nu, nio estejam sujos de sangue, pus, fezes, urina e outros liquidos orgénicos. Incluem papéis, papelio, plasticos, aparelho de gesso, ponta de cigarro, tudo enfim que, também, possa ser econtrado no lixo doméstico. DISCUSSAO Os principais érgdos sanitarios americanos de controle das doengas, Environmental Protection Agency (EPA) ¢ 0 Center for Disease Control (CDC), sao conflitantes na classificagdo dos residuos infectantes. E errado pensarmos que 0 lixo hospitalar por pouco infectante que seja, deva ser encaminhado juntamente ao lixo doméstico, pois, neste encontramos uma grande populagao de catadores de lixo. Como questionamento principal, pensando em pais de 3° mundo como o Brasil, devemos considerar alguns prés e contras sobre a incineragao do lixo e o aterro sanitario. INCINERACAO 1) - a favor: - incinerar a 1200°C com dupla camara ¢ altamente eficaz; = todo material pode ser incinerado; ~ evita a necessidade de desinfecgio prévia para posterior desprezo (que ¢ ineficaz quando se tem residuos biolégicos); = desnaturagdo de antibiéticos e quimio- terépicos; - 0 controle dos poluentes com filtros adequados é eficaz na prevengio dos danos ecologicos; ~ areutilizagaio das cinzas em forma de energia - evita-se a possivel contaminagao de mananciais como nos aterros; - evita-se que a “populagao do lixo” reutilize 6 lixo e também a contaminacio, proliferagao de insetos, ratos ete; - utilizagao de apenas um incinerador por regio; - mais empregos na regia. .2) - Contra: ~ muito caro (15 vezes mais que 0 aterro); = falha nos drgaos fiscalizadores, no tocante a0 maior dano ecolégico: = nao propicia a reciclagem total do material. - falhano tempo adequado (e dupla combustiéo) sendo apenas “queimadores” de 600 - 700°C; - pessoal altamente especializado. ATERRO SANITARIO PARA LIXO HOPITALAR 1) ~a favor: ~ barato; - miio-de-obra ndo especializada; - material adequado no fundo evita a contaminagio de mananciais, - reciclagem do lixo. 2) = Contra: - aumenta o n° de ratos ¢ insetos na regidio; ~ aumento do n? da populagao do lixo: = aumento do risco de contaminagao com Salmonella, virus da polio e leptospiras; - grande area ocupada; - contaminagio do solo e agua, devido a nio fiscalizagao das técnicas de aterro; - possivel contaminagio do pessoal que trabalha no lixo. DESTINO DO LIXO EM UMUARAMA Em Umuarama, 0 lixo hospitalar é depositado em aterro sanitario especializado, seguindo as normas de controle sanitario. CONCLUSAO Estudados os prés e contras de incineragao, concluimos que tal método, apesar de mais caro, é melhor e de mais facil controle dos residuos hospitalares e de menores agravos a ecologia. Desde que bem realizado, podemos até utilizar suas cinzas como forma de energia. Bibliografia 1-EINGENHEER, E. C. e ZANON, V. Pro- posta para classificagdo, embalagem, ©: eta € destinagao final dos resisuos hospi talares. Arquivos Brasileiros de Medici- na, v.65, n. Sa, out. 1991 2-MEYER, R. Poluigao Ambiental por alguns produtos quimicos utilizados em labo- ratorios de estabelecimentos de Saiide. Arquivos Brasileiros de Medicidna, v.65, n, Sa, out. 1991 3-ZANON, V.A. epidemiologia dos resi- duos hospitalares. Arquivos Brasileiros de Medicina. v. 65, n. 5as, out. 1991

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