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© armed Baitora S.A, 2008, capa Prpaagiodo gna Merten Quiet tia Fad Canta Roa Aree iBall Caco Prjerge onto ‘an De Eo Heri — Roberto Vara esas oso do cde bina em age pages, ood a0 foe Neg NS Foe 1 90277000 Fx (51) 9027-7070 protida «dupa ox repeoduto deste vole, no ade ou em pte ‘began omason por gus cos (le, meric, Bag, ‘osipn daibugio nt Neb oon sem to cress da Es. soma ieee ERR Roy son NC 0000 70.3444 nmesso No Ras. O AUTOR ai Canésio ¢ profesor caedriico da Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Fdwcagao e agregado em Sociologia da Educacio da Unlvesdade de Lit ‘oa, onde € pessuisador nas dreas de socilogia © formagio de adults, das 4uais€ eoordenador.Elcencado em Histéria pela mesma Insiigio e dot {or em dueagio pela Universidade de Bordéus I Fl profesor efelvo do sino fundamen (56 séres, coordenae presi 0 Conselho Cientineo ‘de Escola Superior de engi de Porealegre, onde fandow ediigla a revs -Aprener.Attalmente, €cootdenador da Unidade de Investigago e Desenvo- ‘vimento em Edueagio, Dntre suas publiagbes, destacam-se fuga fo ‘mapio de adultos: unt campo ¢ wna problemetiex (1999), Esnlae excisdo foci (200%), Formagt estuopies de trabalko (2008) e O gue da escola? Unt "otha sciolégico™ (2005) 10 _samsio 4 Escola e educagio néo-escolar. tina jaca pre eso Fermag emp tia sca em ea. 5. O que esperar das ences do educagéo? ‘As cicada edcgio so tls? aa u3 129 TA ma 1 ee ee ee eee eee ESCOLA: CRISE OU MUTACAO? (© EDUCADOR NO OLHO DO FURACAO! (Queroparilhar com educadores ung relexo sobre o que convencional- mente se design por crise da esol” f uma sausage mas também uma ‘esponsabidade fez la. 14 rls de 30 anos sou professor e tens tabalha- 4d em todos os nveis do sistema de ensino, com erianas, jovens ¢ adultos, ‘em contexts urbano © tual, na formagio profisional na animario cult Fal Mas sou também pesquisadore€a par desta dupa expeiéncia que vou "xpor tm ponto de vista sabre os problemas aruis da escola e das professor. "As rtiplaseelteradaereformaseducnionas, que nas ns quar ese a i net en pe min Sta eve naar emp rp et ‘mara pro das exc da digi owl MX a uel teers das cen sper pan af ee 16 pat consio esas, gif specs, mls catns de pou para es ra twee Jesdo coma peng, emia gsm manu ws rade ‘ier do po ‘No final do séeulo XX, economia politico Robert Reich faz um extica precisa escola demases, por ele Idenincada a0 modelo tayorizado, quan [Bo procede 8 andlse dos problemas educativos da transi¢ao da sociedade {ndustl para a wend, Para Reich (1982), o curicalo da escola de massa coresponde a (mali de pti dia ramet em Cis eds em ei Gs de tempo presales, oranda em gus ecole pr tse ‘Stndardnnoy dessa ae eid ftunes eos as ‘elon, se tipo de organizago traduz-e em uma forma espeifica de tratar 0 saluno, a pant de uma coneepGio de exterordade do saber em relacio 20 iq ¢ensnado. A sua experéneia 6 tendendalmenteignorada, no he endo ‘Reontecid, portanto,o stati de sli. Ao longo dos dos wlimos sé fos esta fort de organizag, que &histvica e contingent, soe um pro ‘vo de naturalizagdo, passando ser encarada como ago de neutvel, ou Sees como "natura. Seta natualzagio desarma os educadores para ma porpeatha de compreensio exis do modo como exereem sua pofsso. Por out lado, é essa naturalzagio qu explica a permanéacia deste modelo frgonizaional,apesar dos vents de mudanga que vareram os sistemas e olares depois dos anos de 1960, preciso reconhecer que, em ver de as {eformas murdatem se ercol, fram 8s escola que mudaram as reforms. ‘As mutagbes da escola -Acscoa qu temos hoje nfo cortesponde 3 mesma instiuig que marcou a primeira metade do séelo 1 Durante ese seculo fos conecendo tes stole. A instuiggo escola sofreu mutagbes que podemossintetzar em uma ‘Bema reve: a escola passou de um contexto de certezas, para um contexto ddepromessa,ineerindo se, atualmente, em um contest de icetezas. ‘Nescole das certeas cortesponde & esola da primeira metade do século ‘qu, a partir de um eonjuto de valores ntiaseos © estvels,funcionava ‘Sino una *fabica de eldadior, fornecendo a5 bases para uma InsergGo na tivisto socal do trabatho. Consituindo um pllar central do estado-nagio, & ‘ola funcionava em un vegstro clita que permit a alguns «aacensio Stal, permanecendo lsenta de responsablidades na producto das desigual- Aciclatem to? _17 aes eit. el pres como uma stu jt mum mundo (© periodo posterior & Segunda Guerra Mundi marca a passagem de lua escola elitist para una esola de masss e& corespondentetransigio 4 uma escola de certezas para uma de promesias. Nese period, a expansio ‘quanttatva des sistemas exclares coincide com tna stage ovimisa que associa “mals escola” a ues proms: desenvolvimento, mabidade soci ‘gualdade. Eo malogzo dssaspromessas qu justifies a pasiagem da evox av desencant,assnalada a attr dos anos de 1970, Nessa epoca, a socal fia da educagio evidenciou 9 pape de reproducio das dei ee tna i ‘ diplomas excoares toma estes noe, simulsocoment, inpreseitigea e cada vez menos tentdveis. Assim, para cada um, a 3. dass forma que aes ‘O mode como o futuro da sueago e da exo poder irs con ‘a depended serota que for dan 0 ema pos aoe sess laces o de cantintem se eta eguno cto sora instumenal elaine a una acon ecnbmca auc end la dg noses raves problemas soca, a0 conti, aposar saad tanya de tasfonogan sl Ga ao cacy Construr 0 futuro da edcagio A constrgio de we va para as dfleuldades a outa” edueagéo que represente uma sada posit- 1s supde a nossn cpacidade YB_nuiconro Supetar @ forma escolar (0 movimento da educagio permanente emergiu,noinco da ead de +1970, como 0 momento mas importante dese seul, em termes de uptura crite com 0 mods escolar eta expansio acelerada havia conduzido 20 {impasse nos aos de 1950 e 1960. publiagio do ratio “Aprende ase”, fem 1972, pela Unesco, marco uina mudanga no peasamenc sobre a educa. ‘Gio. Contd, o limo quarto de séuto fo mareado pla "erst dos ideals {in edueage permanente, relativamente aos quats se deve fazer Hoje uma revisiagio cre "Enearada como um processo continuo que, do nascimento & monte, se confunde como peéprio ciclo vital ea eonsragao da pessoa, a perspectiva da ‘cage permanente aparece como um pinepio reorganizador de tedo 0 roots educative, segundo orlentagbes que permitiriam superar o dominio juss sass dap concepsiese-pricas escola, “foproresi eduetiv tem como ponto de referénca central pessoa como seta da formaqao e se exbas em rds pessuposios prio (ds continutdade do processo eductivo, 0 da sua dversdade © o da sus Shoat, A educagdo permanente, asim eonccbida,enforirs 2 dimensio ‘van niente da costrugzo de uma edade educative. ‘alos da perspective da euagio permanente azo proceso eucatvo coined com th processo amplo e mulifome de solalizario em que os momentos ea etapa escolares constter a exces e no arera, Em termos tciveativos, oaluno ve rolatvinda a sua Impornela, na medida em que & fpresentado como t pare visiel de um Kebers no qual predominan sug (Goss educativas nfo-delberads enio-formalizadas. Supe fonna Seo Signi, nic, transfer, do ensnar para o aprender, o ei central das no = E pled aro pees our fom Signe (ter x prog ‘aber, privileginr ar pergutas por opongto as gots onl tl, oe. Alene xu pesto agin vai ew profesor mab de aan ce ala sta descrgio ¢ corroborada, confirmada, pela reportagem de um §omalista Gardin, 2001) em excolas de bairos onsiderados dices e que Fare seguinte diagndstico das competéncis reqisitadas xo professor pata frercer a sun prose 4 meri apie de msg wm ois ar on {Ee sed de epee de wait de nese. ree 3 tt, eecandn oda cam einen slr so sede uma Yb de fa eae de ge 2 res Ge ats. fame no pre ci ge & Acsistatom wo? 38 ‘sonpas perio comets fa ou spe ines. 8 geben ‘nae, es faa a ei alga ede vnal num cel de as ssl eae dra, ‘A frsrgio eo canag de multos profesor exresia-eem um an twponiso cmos alunos, no al exes panama consi nfo 0 pn fwoblema emo um ote rate de hoslate “Seri outer mere. ores da nse ra perguntao protsornaerta qo hi pouco ee ‘te sntagoiame tm conn base o edo dos anos, mas também esta sitngio nf nitive O problema conal da excol, como dis escroveu tim ago profesor mes (Dens 1956) omuma slot ¢ pokes ver. Tratase, nto, de reeqetcionara flag dos profesoes com 6 alunos em uma out bse: come tomar nimigs ex laos? “Raatamene aos los, amie experince de profesor ede pes sador di que a chave para ma poss! slug ext em transforma ova tos em prodoresuitapasandoa mers contigo de receptors fe norma go ede exeevtoes de tris de rept eure. © pedagopo tas Stiguel Arroyo C202) trbm pret pensar asin ‘i npn ge ks lca, den eps Ie pure dir me em ora coea, cone Ms en ut th re rch io ee a epee ribo cms ‘oles ule taba on sc, ma oh ‘ram en de dy parr doe, nico mn enna ‘shal i fame ra em ue nese es rian, ees de Si es sen cles “rn ‘escola em como uma dat seis importantes fangs ade favor cer Inentiaroscesto 20 so da pala, fal tas stead, Ste A Sprendzagem da liga representa sprog de'um isbn pelo {ha alo ac oo mundo fea ty ee, nse {mn todos op ator eazlares orca fer de pss amb, 2 studs ‘Shion como produtres, so & como stn e agents de apendangem ‘gat de sendag rea ren, como pene tenia em um eto cledvo de sunon de ua peqen eel al, interior de Portugal: a " "ns ela eo de i tan en cei pn nr a pes ‘nk Esa nam eps urbe ere ear hes en (6) M eninanos mts ess, con, er eo, quis seme ta, er, ‘con fea, und pata cones eos ephsecamo dona esca a Jean tebe prna alpine a sr, 3M nai convie Com relagio aos pais ou as, alunos atm tém como agentes de spreadnagem: Un aluno de ume outa esol, oa meson rela, fvormou ‘um rent sro em tla “ul eu que enanou minha av alee a exe ‘Esme ler pra ue me die of ditador. depos ensina a ecever, hn conopir aera sua iat Em lac aos profesone, ete ar vraslugbes que tém sido propos: tas, dstaco do foto Ka Popper Caren opper, 19895) qe get que fensen sonsrldas pontes de oaro™ pra permit as prfesores que no Se fentem bom pose de sbandonar aero sua opin, eng {eum grande mimero de prferores pemanecrem amaros, omar mb ‘Sang amargse fle: Nao € ue slug exeqeledesonio que ‘mo aplanene ar excols Beam guase defer. O camino tert de ser fu. A somelanga dor alunos, o rofesrre erode ssi congo {Ge protons sono. ‘Un dor éods que o salaidos liza pra praia uma organi 2agio a chamada gee deal ue consi em una forma de Ta para Splcr deforma cegne minucora sr epanetabeecdas, ou se face Chins o tabao rel com o taal. Por gue Sea, eno, a organiza. Ges ou os eervorpaalznos? Pea siples rao de qoe nenhuna organ ‘Go humane pode presindr da cate humana sta ratidade i Dia ining ot adapenr ees prs na face aon iprevises. Sr azo, Euseiacratno imple, portant, ining regres. Do pont de via da pro. {esa de docentey ino snes que desempenio profisonal nSo pode Correrponder isles aplcagio ou exseugo rotinera de comportamenos ‘remnant dever oar a pot de pea co uno J ‘Sajna ret com os las, entendendo-s como lindo colocadon em {ima sago Se reversbiidade.O bom paisa preci ter disponible ara saber excuta os ino asin, spender com les Ernstascondgies que o bal esol, er por os profestores quee para alunos, pode desiocarse de tna lla de eta pars ua de razr {prazer da eng pessoal edo trabalho viride come uma expresio de s Presume, ent, smuanament, vr na esol profesrese alunos que ‘jam ese Stam como aia Coen exevew fa Th a obra reer, tina sprendzagen aseadana ciao e na deobera pte parpantes igus no seta em que “posam expeimeay, no moment da sua Fe niko expano eceordade compare to serdpossvel Tudo parece forza ma resposta. alunes eos prfesores se orarem ata ot fe © fader ssi ox comoros de una rag, "er Thc farce Ge cad cool una Comunidade de ata? & segura rent fc ins tab 0 nico camino pare tensformar 9 escola ‘aglloqueoexror mopmbican Mla Couto cham, relerinds 9 pen Sanrento lie eriatho, sua ama de consrugto mack Asia tom fat? _ 35 [AEDUCAGAO DO FUTURO E 0 FUTURO DA EDUCACAO* Ese tema est Jonge de ser fel, Quando se fala em eucagio,pensa-se ra esol, e quando se fala em educagio escolar penss-e a sla de ala. Em lum eongresso que participe, ha res anos, em Bras,” ostrabalos decore- :um sobo tema "o futuro de um pals constd-se na sala de aula Nao extow de fazordo com esta afrmacio e vou eonstruta minha incervengio em torno da Fddia de que énecessro, por um lado, ter da edueagio uma acepefo arpa «que nose reswinja&educndo escolar, por ou, repensar a escoa sal. A ducago tem futuro, mas a edueagio escolar de haje ¢obsoet, fem tarno esta fese que desenvolvo a minha argument. Minha interven est estraturada em quato posts: em um primero ‘momento, vou expor una concepeio da edueagSo: em segulda, feel Una andlse do que tem sido a educapio escola; apés, vou exporalgumas da ‘araceristicas do que poder sera excla do furuo, Pars conclu, fal breves ‘eonsieragées sobre o futuro da educa. 0 que é 0 educacao? Para destacar a importincia da edueagio na definigio da singulaidade ‘humana, elem a para do fideo slemsio Immanel Kant (2004) que, ‘no final do séeul XH, em um eurso de pedagoga,afcmou: "0 homem s6 se ‘de tomar hamem por melo da edueagso (Fe) Nada mais € do que ago em ‘qu wedueacioo torn. Sendo ohomem um resultado dt edicagio, es st dade que, na inceragio com contexte por nediagso Sokal, coist em con tir uma visio do mundo, e nele lates tomase to necesita, natural © ineviivel come resprat. Como a esolarizagdo generallzaa & una invengSo socal mul recon, dussennclstos se impoem:a primeira & rele a conf. Sto que continua a esti enre educagi eescolrizagio: a segunda, érejetar ‘uma outa confso que sobrepte edvcaio a ensno. Todos etamcr conden los @ aprender, masa maior parte daguil que sabemos no nos 0 nsinado nt ‘cola e, em tim paseo recente, a malor Parte das pesos no fequenta ‘cola. Mesmo da pate dos mas intrudes, so numeross os testemunhos do tipo desta aftrnacio do flésofo Ivan Mich (Cayley, 1996): "Nunes level a eso: la si, De at, aqui quase todos os meus conhecimentas fora da esl ‘Assim, convido o letor a pensar em educagio associandoa a uma ati dade, a aprendizagem, para a qual todos os sere humanes esto necessaria- mente dotados e Voeaionados. A vontade eo desjo de aprender & aga in. trnseco, cua orgem recompensa resem no seu proprio exerci, confor. tne sublinhou ener (1999), segundo o ql aprender ss toma um p= ‘lama precsamente na escola, "em qi o cures Fix, os estudaates exo «onfinadose 0 camisho € varie 36 ruiconeto Pensar a educagio em termos do aprender, em vez do ensinay,cores- ponde a uma mudanca de paradigma que ocorreu de forma consstente & fontinuada durante ab idimas décadas, ragas ao trabalho teério prtico Alesenvolvido no campo da educagio de altos. Com base nesses bal, torentados pela questo "Como se formam of adulos", estamos, hoje, em ondigbes de entnciar um qundrotedrco geral sobre 9 modo come as pes ous (adultos eiangas) aprendem,independentemente de trem frequen fado os nfo esol” ‘0 qe hoje sbemos permit-nos defender a revalorizagio da expertnes dos sprendente,entendida como una Sncora paaaealzagso de novas apren- tizagens. No se tata de um puro e simples proceso de continuidade (a ‘prendioagem tamabem exige ruptarss com a experincla anterior), mas alo € possivel pensat os processor de aprendizagem (de adultos ¢ erancas) Aeseonectados de pereutsos experiencas, Essa aprendizagem, em. contrast ‘em modaldades formals de aprendlzagem por via simbalica, veaiza-se por Smersio em contests rea ou sj, insrevese ems um processo ‘anente-e multiforme de socalizaglo. & ‘evidenciao poten fomativo dos conextos edo excell do tabu. Na ‘prendizagem assim entendida, a expermentaglo~e, portance o pocesso de tentativa e erro ~ desempenha um papel fundamental. O erro éinerente & aprendizagem e &confusto, uma etapa inviive. A aprendizagem ocore no ‘uadro de interagas socials com colegas ou com pessoas mats experientes, om as quas as rlagbes de saber ttm um eater asimétric. ‘Aagio humana & una ago fnalizada, eas atvidades de aprendizagem so orientadas para resolver problemas (que podem ser teri), Resolver problemas & totalmente dstinto de reroducirrespostasensinadas para pro- Blemas j conhecids. Comresponde, plo contri, a procurar slugio para cnigms, problemas em regra abeios a uma pluralidade de solugses Por exemplo, como ¢ que aprendemosacozinhar? A esmagadora maior das pessoas no precisa fretentar cursos paras. Aprendemos poe tentat> ‘ae er, testando, provando e dando a comida para que of oats a exper rentem, pedindo informagées a ougos (ecitas,procedimentos) oy anda or inltago,ebservando e cozahando com alguém mal experinte f gual heats esa a manera de aprender em outs dominies, em prineplo mas ‘xigentes e sofistiados. € assim que Wabatham os anata simbélieos na ‘esolug de problemas complexes, por exemplo os urbanistas ou os idloges, Stunndo em equipes, ex redesetacindo permanentemente informagoes Aciclatem we? 37 ‘A maior parte das siusgtes de aprendlzgem so, por um lado, née formais (ao obedecem aos requistos do modelo escola) e sequer so delibe- ‘ads, ou sea, ni hd consiénea de qu o pinepal objetivo seja aprender alg. A aprendizagem surge como o coproduto de una ago. f deste ponto ‘evista que, cada ver mts, ext convencido de que a educagao nao formal, ‘ou sea, a edago no-eseoar,deverd se eoastitul eam o ponto de rele la para pensar a educago escola Examinando a questo do ngulo post, 4 escola tem toda a vantagem ¢ necessidede de conhecer of procestog feucativos no formats e iar proveto dele para organtar de or forma as stuagbes (eseolares) de educagbo delberads e for © que tem sido « educagéo escolar? Desde o final do séeulo XVI, a escola asumiy 0 monopélio da educa so, &0 modelo escolar como modelo, ao mesmo tempo, de ensino © de focilizacio) torou-se hegemenico, Historicamente, 9 escola tem uma fi fo de instragio e outa de socalizaco normative, destinada a regular as fondutas. Como escreveu Kant, no texto eltad, “(as crangas #50 enviadae& ‘cola, de ini, ndo com 0 propésito de aprender algo al, mas part que Postam acostamar-sea estar sentadas em silencio e a observar pontalmente que thes é dic ‘Assim, a principal caracteritcn da escola onsite em fazer preceder 0 tensino de uma operagio prévia que permite wansformar as crangas em ali ros, suscetveis de conheter acetar as regras do univers escola, ntti. zando-as.Kslgnfeatio que um dos mais recentes ministos da Elwcag, fem Portugal, tena publiado um lio sabre os problemas da esta, com © titulo ii sent-os,repredusindo a queza mals fequente das profes. "as. Sea soializaglo escolar precede a reagao com o saber (6 um requisito previo), a alvdades de ensno fo desenvolvdes patindo, como base, Jo Dressposio da inompeténcia ou da ignorinca do alun, it, ignorando of Saberese opatimnl experiencia de que ele ¢ porta, Neste fermos, nfo demos encarar como surpreendente fato de que as stages esolaes Sejam fonte de ansiedade e se traduzam, para muitos alunos, em stages de Dlogueio que os tomam *uncionalment estipidor” (mais uma vex recorren- ‘do ao testo de Bruner). 'Nao € de admiras também, que muitos alunos no tenham uma visto muito pesiiva da escola, qu se questionem sobre ss raze que oe obrigam 2 ir escola procurem na magia slueio para dar conta das taefar esa res, Histo que preisamence faz constantemente & poplar figura de Cavin iguca 1, 38_euicanaio CALVIN & HOBBES M& am 2 seamoue asa SnuaLlee ean smente quali reconhicerabertamente estes problema, fo caso do minis da Edueacs0 franges, Lt ery que, segundo o jomal Le Monde (de 14 de janeiro de 2003), Confessou que ne escla “aborreca se como uma ratazana mora” £ 0 cas6 também do femaeo liga Noam Chomsky (2002), que eseteveu 0 que as ‘clas fazem Bs erangas: esr un queer be ges cin cin. Guzen ‘por ascnarecer go ate: dere ds alia conse en teri per ade ar am mol, basse comporareben, dar se peso casa eles Assim, + Acprimeita & que a progressva escoarzagio das nossas soeiedades fer com que edueagio escola eoinldisem, como se fessem uma e tutta a mesma coin. O monopilioedvcativo da escola Teva a desva lovnar ea subestimar ar modalidades eduestvas nio-formas, ga dda A vida cotiiana © aos processos correnes de socalzaio, 25 {nttlges qu, nfo sendoescolates, em, contudo,uina fre dimen 0 educativa, como 6.0 cao dos museus, das biblioecaspablias, dds aseciagbes cultural, das organtzages de trabalho, ct + and falamos em esni,pensamos em ensno. Esta € urna segunda ‘aa para consderarmas obsolets os atuas sistemas edcatves que permuanecem centados ns Iiicas de ensno, em vez de se eentarem Acsicols tom utuo? _39 ‘os procssos de aprendizagem. Estamos hablnuados a ola para as escolas a pats do ponto de vista do profesor, ignorando 6 ponto de ‘sta doles que so ce sujet da sprendizagem A aprendizagers um trbalho que o aprendenterealiza sobre si proprio, a parti da ‘mobilizagio dos seus recursos cognitvs, emoconalse felaionas, ‘Aeeducagio escolar ndo valovza essa perspecva. + Uma tereita razao para considera obsoleta a aval edueagio esolar Ai respeto aos modos de organizaio e aos métodos de trabalho que ‘conta dominantes na exo equ a confguram como um st: ma de repetgio de informagées, no qual o trabalho se organiza se undo le da ina de menage, crate da red Se finermos&stola aio qua criangas costman fee as bring dos, ite abo para ver coma fenconam, enconraemos sala de ala com clulabase da organizazio. Se pudessemos cbse simultanearente, fam grande nimero de esos de plese peas diferentes, contiavarimo ‘bnernt sta fealdade muito semelhante em toda. Uma sala retanglan ‘de of alos ye sent de costs uns para om onto, Vendos paso roe Sor ti, om una mes eum quad nego, anemia erm infrmags0 8 todos, esinandoo gro como see tte de um a8 individu, E esa Aserigi da ala dela em que se relza 0 "ensnn tradicional” © ae & Fgura 12 procir asee (Os anos de 1960 foram un perodo de intensos debate de eater peda: bso, maredo pela intodugio dos mein aon, noe quis ram ‘epontadas mits experangt de renovglo do dio “ein trace, Os rerlador a foram nada animadores mo mosea a Figura 1.3, ionice ‘mente, neta ova imagem. As madangar so atccar€ 9 mati Or ‘zacenal da escola (assim come as elacses de poder e com o sabe que he ‘So subjacetes) parmanece ainda hoje quseinocival, depot de algunas ‘ieadar ede muta refema ect meas “pati sue pou rept da frag ov, den trode algum temo, 4 sua deradaco. A passer de iformacio bocs-t ‘bcs orgem a diferentes formar de dtogdo que tomar iformagio Incompreensvel no fia. Eo qe acontce em uns organisa hearqulaada ns ala fnformagio fi vetialment, de forme snideconal.Vejnos 0 ‘iempo de wm quate em gue ocoronel petende fer chars subate ‘or ua deterdnaa inforagse: Diz 0 coronel a captor ~ Amanhd corres um eclipse solar. Made formar a compari em fr

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