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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO


ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
REGISTRADO(A) SOB N°

ACÓRDÃO IIIIIHIIIIIIIIIIIIHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Vistos, relatados e discutidos estes autos de
Apelação n° 990.10.120213-1, da Comarca de São Paulo,
em que é apelante ANDRÉ RICARDO VIEIRA (JUSTIÇA
GRATUITA) sendo apelado O JUÍZO.

ACORDAM, em 3a Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.n, de
conformidade com o voto do Relator, que integra este
acórdão.

O julgamento teve a participação dos


Desembargadores BERETTA DA SILVEIRA (Presidente) e
ADILSON DE ANDRADE.

São Paulo, 25 de maio de 2010.

DONEGÁ MORANDINI
RELATOR
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
3 a Câmara de Direito Privado
Apelação Cível n. 990.10.120213-1
Comarca: São Paulo
Apelante: André Ricardo Vieira
Apelado: O Juízo
Voto n. 15.233

Ação de reconhecimento de união


homoafetiva. Diversidade de sexos como
r e q u i s i t o o b j e t i v o ao reconhecimento da
união e s t á v e l . Aplicação do d i s p o s t o no
a r t . 226, par. 3 o , da CF e a r t . 1.723
do CC. Extinção do processo por
impossibilidade jurídica do pedido
preservada. APELO 1MPROVIDO.

1. - Ação de reconhecimento de união


homoafetiva julgada e x t i n t a , sem apreciação do mérito
( a r t . 267, VI, c/c o a r t . 295, I I I , ambos do CPC),
p e l a r . sentença de f l s . 54/55.

Apela o a u t o r . P o s t u l a , p e l a s razões
a p r e s e n t a d a s às f l s . 61/72, no afastamento da e x t i n ç ã o
do f e i t o , com o seu prosseguimento.

Sem c o n t r a - r a z õ e s .

É O RELATÓRIO.

2.- Preserva-se a/^éxfcánção de fls.


54/55, vez que o ordenamento /jurída.co\ vigente não
autoriza o reconhecimen^j0-^a^í união estável ^entre
pessoas do mesmo sexo-
3 a Câmara de D i r e i t o Prlbwad©- HpélaçãcTcível n. 990.10.120213^1
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Com e f e i t o .

A diversidade de sexos desponta como


pressuposto objetivo ao reconhecimento da união
estável. Claríssima, a respeito, a Constituição
Federal (art. 226, parágrafo 3 o ) , bem como o disposto
no art. 1.723 do Código Civil.

Invoca-se, pela pertinência, a


doutrina de CARLOS ROBERTO GONÇALVES: «Por se tratar
de modo de constituição de família que se assemelha ao
casamento, apenas com a diferença de não exigir a
formalidade da celebração, a união estável só pode
decorrer de relacionamento entre pessoas de sexo
diferente" (Direito Civil Brasileiro, Volume VI,
Direito de Família, Editora Saraiva, 2005, página
543) .

Nessa diretriz, inclusive, /já se


decidiu: "A primeira condição que se impõe à
existência da união estável é a dualidade de/sexos. A
união entre homossexuais juridicamente não existe nem
pelo casamento, nem pela união jerstáveCLy mas pode
configurar sociedade de fato, cjíja dissolução assume
contornos econômicos, resultantes da / divisão do
patrimônio comum, com inci/aencjLa—do-/h-J^ireito das
Obrigações" (STJ-RJ 332/ll>3i^f l\^í^ ~

3 a Câmara de Direito Privadõ^^^^Ãpelação Cível n. 990.10.120213-1 2


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E, recentemente, este Tribunal deixou
assentado: "Ação de reconhecimento e dissolução de
união estável homossexual. Pedido juridicamente
impossível. Inexistência no ordenamento jurídico de
união homossexual com o caráter de estabilidade.
Preceito constitucional especifico que protege e
reconhece, em tese, união estável entre homem e a
mulher. Art. 226, par.3°, da Constituição Federal"
(Apelação Cível n. 994.08.119317-0, São Paulo, 5a
Câmara de Direito Privado, Relator Designado Silvério
Ribeiro, julgamento em 10 de fevereiro de 2010).

Tampouco cabe alegar que a pretensão


está centrada apenas no recebimento de pensão por
morte (fls. 05). Para tanto, todavia, à luz do
disposto no art. 16, par. 3 o , da Lei n. 8.213/91,
exigível a presença da união estável ,de acordo com o
par. 3o, do art. 226 da CF, o mie, na espécie,
cuidando-se de pessoas JÍCL mesmo sexo, como já
destacado, não pode ser reconhec/da, inviabilizando,
em decorrência, a referida pre^en/são.

NEGA-SE provimento ao
apelo.

3 a Câmara de Direito Privado -/Apelação Cível n. 990.10.120213-1

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