You are on page 1of 16
no. Essas Tegras obrigatérias seriio chamadas de normas Juridicas. / rma jurfdica é elemento fundamental para a constituigao © existenes do Dircito, 0 estudo da.Histéria revela que: a. homem sempre adotou a solidéo como forma habitual de vida. ®A sociabilidade 6 caracteristica fundamental de nossa especl ¢. Para viver e sobreviver, o homem procura ficar completamente iva lado de seus semelhantes. d.Para superar os perigos e as dificuldades da vida primitive, era to talmente dispensdvel a uniao entre os grupos hurnanos. Reescreva as frases incorretas, corrigindo-as: a.O homem é um ser eminentemente social. b.Em sociedade, a agdo de um homem nao inte tros homens. interfere. c. A interferéncia de um homem na vida de seus semelhantes nao pro- voca reagdes. Provoca reagées. d.Para que a interferéncia de condutas tivesse um sentido construti- vo, preservando-se a paz no convivio social, foi necesséria a criagao de regras. rfere na vida de ou- © Direito nasceu da necessidade de: a.Eliminar a interferéncia de condutas humanas. Estabelecer um conjunto de regras que dessem uma certa ordem & vida em sociedade. c. Estabelecer regras desvinculadas da paz e da ordem social. d.Garantir 0 convivio social abolindo regras que estabelecessem or- dem, diregao e solidariedade. Elabore uma frase para cada item: mosposiosnessoais! a. Direito b. Normas juridicas Entretanto, como ensina Miguel Reale. 0 Dieeito também o fato (oriundo das condighes histérico —_———— 1. Esta é uma primeira ¢ ¢ nao se resume apenas 3 fociais) eo valor (apontando ¢ elementar definigo do Direito. vorma, Seu conceito abrange para 0 ideal de justiga) Scanned with CamScanner | Cap. 1—Introdugao ao Estudo do Direlto 15 ] NoRMma guripica Sabemos que s6 existe Direito onde existe sociedade. Entao, temos de admitir que as normas juridicas sio, essencialmente, regras sociais. Isso significa que a fungio das normas juridicas € disciplinar 0 compor- tamento social dos homens. No entanto, dizer apenas isso nio é suficiente Para caracterizé-las, porque existem diversas outras normas que também disciplinam a vida social. Vejamos os exemplos: © Normas morais — baseiam-se na consciéncia moral das pessoas (con- junto de valores e principios sobre o bem ¢ 0 mal que orientam o com- portamento humano). © Normas religiosas — baseiam-se na fé revelada por uma religiao. Tanto as normas morais como as religiosas se aplicam 4 vida em sociedade, Ent&o, como distinguir as normas juridicas dessas outras nor- mas sociais? A distingio pode ser resumida nas caracteristicas que vere- mos a seguir. Caracteristicas da norma juridica Entre as principais caracteristicas da norma juridica podemos citar: 1. Coercibilidade — ¢ a possibilidade de a conduta transgressora sofrer coerg¢io, isto é, repressdo, uso da forga. As normas juridicas distin- guem-se pelo fato de contarem com a forga coercitiva do Estado para impor-se sobre as pessoas. O mesmo j4 nao ocorre com as outras re- gras extrajuridicas (qué estao fora do mundo juridico). Assim, se alguém desrespeita uma norma religiosa (exemplo: 0 caté- lico que nao vai A missa), sua conduta ofende apenas aos ensinamentos da sua religiao. O Estado nio reage a esta ofensa, j4 que, no Brasil, vivemos num regime de liberdade de crenga c convicgoes. A norma religiosa no possui coercibilidade. Entretanto, se uma pessoa mata alguém, sua conduta fere uma norma prevista no Cédigo Penal. E essa conduta tipificada provocara a reagao punitiva do Estado. Em resumo: resguardando 0 Direito, existe a coercio (forga) potencial do Estado, que se concretiza em alguma forma de sangao (puni¢ao). A sangao deve ser aplicada 4 pessoa ou instituigao que transgrediu 4 norma juridica. A coercibilidade da norma existe de modo potencial, concretizando-se somente em sangdes nos casos de desobediéncia ou transgressao do dever juridico. 2. Sistema imperativo e atributivo — em decorréncia da coercibilidade, a norma jurfdica assume uma caracteristica imperativa ¢ atributiva. Imperativa, porque tem o poder de imperar, de impor a uma parte o cumprimento de um dever. Atributiva, porque atribui 4 outra parte o an an &\ 7 fe ee eR EN 18 DIREMOELEGISLAGAO direito de exigir o cumprimento do dever iny posto pela norma. E por isso que se costuma dizer: o direito de um é o dever do outro. 3. Promogéio da justica — o contetido da norma jurfdica deve ter como finalidade estabelecer justiga entre os homens. Justica é a virtude de dar a cada um o que é seu, solucionando de modo equilibrado os interesses em conflito, A pritica da justiga € alimentada pelos ideais de ordem e seguranga, poder e paz, cooperacio ¢ solidariedade. No plano teérico, costuma-se reconhecer que as normas juridicas tendem a realizar os ideais de justiga. Ou seja, a justia seria o objetivo que da sentido & existéncia da norma juridica. Do contrario, ela niio se- ria uma norma legitima, ¢ sim arbitréria, Em termos priticos, entretanto, sabemos que a norma juridica e o Processo judicial que visa a sua aplicagao ainda estao distantes de reali- Zar, a contento, os ideais de justiga, Infelizmente, permanece viva a con- tundente adverténcia do jurista Rui Barbosa (1849-1923): em nosso Pafs a lei ndo exprime o consentimento da maioria; sGo as minorias, as oli- garquias mais acanhadas, mais impopulares e menos respeitdveis, as que pdem, e dispéem, as que mandam, e desmandam em tudo.” Definigo de norma juridica Com base nas caracterfsticas examinadas, podemos formular a se- guinte definigao: Norma juridica é a regra social garantida pelo poder d coer- gao do Estado, tendo como objetivo teérico a promogao da justica. @® Identifique as frases verdadeiras: @S6 existe Direito onde existe sociedade. b. Somente as normas juridicas sao regras sociais. © As normas morais sao regras sociais que se baseiam na conscién- cia moral. Z d. As normas religiosas contam com a coergao do Estado para serem obedecidas. te Es - : $40 caracteristicas da norma juridica a coercibilidade, o sistema im- perativo e atributivo, a promogao da justiga. Tawa. Doi ie mete: Re esate ese. Cap. 1 —introdugio ao Estudo doRireite 17 Wj Explique as caracteristicas da norma juridica. :contorme texto nas pigs. 15-18) Bl Responda: a. A coercao da norma juridica precisa ser sempre aplicada? {Conforme texto na p49, 15) b. Qual é a frase que define a caracteristica imperativa e atributiva da norma juridica? o diveto de um ¢ 0 dever do outro c. O que podemos entender por justica e quais os ideais que alimen- tam sua pratica? Justica 6 2 vitude de dar 2 cada um 0 quo 6 seu. A pritica d2 justicn & alimentade polos ideais de ordem e seguranea, poder e paz, cooparagao e solidariedads. [Hi Explique por que, na pratica, a norma juridica e o processo judicial nao realizam a contento os ideais de justi¢a. (Resposte pessoal) 1B] Elabore uma frase para cada item: (Respostas pessoais) a. Norma moral b. Norma religiosa ¢. Norma juridica 3] FONTES DO DIREITO A palavra fonte tem o significado comum de lugar de onde a égua surge, nasce ou jorra. E nesse sentido que se diz: a praga desta cidade tem uma bela fonte. Mas podemos usar essa palavra num sentido amplo quando falamos, por exemplo, em fontes do Direito ou fontes da nor- ma jurfdica. Nesse caso, queremos saber qual é a origem do Direito, de onde provém as normas. * So quatro as fontes formais classicas do Diteit 1.a lei; 2.0 costume juridico; 3. a jurisprudéncia; 4a doutrina juridica. 3, Relacionames as fontes formais do Dircito. Estas se distinguem das fontes materiais. isto é do conteiddo implicito na norma juriico,extraido do sistema de valores que molda a reaidade social _ A lei € a mais importante fonte formal do Direito. Entende-se por lei a norma Juridica escrita emanada de Poder competente. A lei esti Presente na Legislagao, que é o conjunto das leis vigentes em um pais. A apresentagao escrita da lei est relacionada a Pr6ptia origem ctimol6gica desta palavra, pois lei ver do latim légere, que significa ler. Portanto, lei é texto escrito, feito para ser lido.* Em sentido técnico estrito, a lei é a norma Juridica ordinaria etabo- Fada pelo Poder Legislativo. Distingue-se, por exemplo, dos decretos, dos regulamentos ¢ das portarias expedidos pela Administracdo Publica (Po. der Executivo). Costume juridico © costume é a norma juridica que nao faz parte da Legislacao. E criado esporitancamente pela sociedade, sendo produzido por uma pri ca geral, constante e prolongada. Nas comunidades primitivas 0 costume era a principal fonte do Direito. Nao existiam leis escritas. As normas se fixavam pelo uso repe~ tido de uma regra, que se transmitia oralmente, de geragdo a geracdo. Nos dias atuais, 0 costume deixou de ser a principal fonte do Dire. to. Entretanto, ainda mantém seu valor como fonte alternativa ou suple- tiva, nos casos em que a lei for omissa, isto ¢, na falta da lei. O costume também é utilizado quando a propria lei expressamente 0 autoriza. Devemos salientar que 0 costume nfo podera ser aplicado se for contrario a uma determinagao expressa em lei, Do ponto de vista legal. somente uma nova lei pode revogar a lei antiga. Mas, na pritica, sabe mos que hd casos de leis que nio sio efetivamente aplicadas, por serem contrarias aos hébitos tradicionais da comunidade. A aplicagdo do costume varia conforme 0 ramo do Direito. Em Direito Comercial o costume tem considerivel importineia. Ji no Direi- al, o costume, com forca de lei, é radicalmente proibido. Segun- - re codigo Penal, nao hé crime sem lei anterior que o defina, Dessa seca, niniguém pode ser‘criminalmente condatds poe tar destespel- tado apenas um costume. ‘iéncla do Direito. Sto Paulo, Revista dos Tribunais. 1979. p. 6%. Franco Montoro. Inirodugao & Ci 4, Ch. Andeé Frané AOS EERE LED Cap. —introdugho ne Estudo do Kyto 19 durisprudéncia A jurisprudéncia € 0 conjunto de decisdes judiciais reiteradas (re- petidas) sobre determinadas questoes. A jurisprudéncia é dinami se formando a partir das solugdes adotadas pelos érgiios judiciais ao jul- gar casos juridicos semelhantes. Ao longo do tempo, o sentido dos juiga- dos varia, adequando o Direito As mudangas hist6rico-sociais. Além dis- so, conforme a situagao, ndo h4 um consenso dos julgados, mas apenas uma tendéncia que vai formando uma jurisprudéncia dominante. Doutrina juridica A doutrina juridica é 0 conjunto sistemético de teorias sobre o Direito elaborado pelos juristas. A doutrina é produto da reflexiio e do estudo que os grandes juristas desenvolvem sobre 0 Direito. O parecer em comum sobre determinados assuntos, de diversos es- pecialistas de notério saber juridico, constitui verdadeiras normas que orientam legisladores, juizes ¢ advogados. Assim como ocorre com a jurisprudéncia, a doutrina é dinamica e, em muitas situagdes, permite enfoque plural . Hil Responda: a. Quais as quatro fontes formais classicas do Direito? Ae 0 costume jurdice, a juisprudéncia e a dovtrina jurtica, b. Qual a mais importante fonte do Direito? Ea lei Nas questées 2 a 4, identifique a alternativa correta: i Entende-se por lei a norma juridica: Escrita, emanada de poder competente. b. Oral, emanada do poder Executivo. c. Transmitida oralmente, de geragdo a geragao- @ Legislagao 6 0 conjunto de: a. Costumes juridicos do pais. ®)Leis vigentes no pais. c. Normas morais e religiosas. EEE OE 70 onemocLecAGho > s2amnr BI Em sentido estrito, lei € a norma juridica elaborada pelo: a. Poder Executivo. ‘B)Poder Legistativo. ©. Poder Judiciario. identifique as frases verdadeiras: @0 costume é a norma juridica criada espontaneamente pela socie- dade e que nao faz parte da legislagao. (8) Nas comunidades primitivas 0 costume era a principal fonte do Di- reito. © costume nao poderé ser aplicado se for contrario & determinacao expressa em lei. d.O costume é aplicado constantemente no Direito Penal. e. O costume perde seu valor nos casos em que a lei for omissa. [6] Comente: Na pratica, sabemos que hé casos de leis que néo sao apli- cadas por serem contrarias aos habitos tradicionais da comunidade. Em alguns cae0s, 08 habits tacicionais da comunicads acabom provalecendo om detrimento de °F] (MEC*) Quando 0 juiz nao encontrar, no ordenamento juridico positi- vo, normas legais para julgar o caso concreto, deverd: @Recorrer & analogia, aos costumes e aos principios gerais de direi- to. b. Declarar a impossibilidade da prestagao jurisdicional, em face da omissao. c. Recorrer exclusivamente aos principios gerais de direito, que cons- tituem a dnica fonte subsidiaria a lei. d. Aguardar a elaboragao da lei, em virtude do principio da comple- tude do ordenamento juridico. e. Recorrer exclusivamente aos costumes, que constituem a Unica fon- te subsididria a lei. 4 PRINCIPAIS RAMOS DO DIREITO O Direito pode ser dividido em dois ramos bisicos: Direite Puibli- co ¢ Direito Privado, Essa famosa classificagiio do Direito jé era, de cer- ta forma, conhecida na antiga Roma. Podemos conceituar esses dois ramos do Direito, basicamente, do seguinte modo: () Ministério da educagio e do Desporty — Exame Nacional de Cursox — 1996, (Cap. 1 — Introtiuptie 20 Eero do at * Direite Péblico — regula os interesses predominantes da sociedade, derada como um todo. Nas relapées de Direito Pablico. o Estado cipa cnmnn sujeito ative (tituler do poder juridico) ov como sujei- 5 9 (Gestinztérin do éever juridico). mas sempre como érgao da saciedade perder 2 posigZo de supremacia ou poder de impéria, Exemplo: cobranga de impostos, aco criminal, matéria as relagSes Din itn Privado, o Estado node participar como sujeito ati- vo ou passiva, em regime de coordenag&o com os particulares. isto €, spensando sua supremacia ou poder de império. Exemplo: locacao ivi casamento etc. Za te uma diferenca tHo rigida entre Direito Pa- re 05 juristas que se dedicam ao tema ha muita con- tisfat6rios para se delimitar, com exatidao. os cri tre e559 eral, podemos agruper os principais ramos do Direito da sting2o entre Direito Pablico ¢ Privado: Ea ee ee 238 ORETOELEGSLAGKO Ei Interprete o sentido da frase: Pelo trabalho, 0 homem acrescenta um. “mundo novo" a0 mundo Natural j4 existente. pelo tabeiho, realizado com a utilizagio de capital (equipamentos), 0 fomem moditica a natureze, adaptando-a de ecordo com sues necessidades. Ele produ bens mate ‘ais @ méo-materiais, rio e desenvolve cultura 3 Sintetize, com o menor ritimero de palavras possivel, o texto a seguir: Em sociedades marcadas pela explorag4o econémica, o trabalho foi desvirtuado de sua fun¢ao positiva, transformando-se em castigo que 0 homem cumpre para sobreviver. De ato criador o trabalho tornou- Se rotina de reprodugGo. (Resposta pessoal.) i@ DIREITO DO TRABALHO O Direito do Trabalho, segundo Amauri Mascaro Nascimento!, Surge como auténtica expressdo do humanismo jurtdico e instrumen- to de renovagao social. Constitui atitude de intervencao juridica em busca de um melhor relacionamento entre 0 homem que trabalha e aqueles para os quais 0 trabalho se destina. Visa também estabele- cer uma plataforma de direitos basicos do trabalho. balho abrange 0 conjunto de normas trabalho subordinado, ocupando-se, ainda, em ‘ais bdsicas ao trabalhador. O conjunto de normas referentes ao Direito do Trabalho recebe o nome de legislagao trabalhista. Importante parcela dessa legislagio encontra-se reunida na Consolidacgdo das Leis do Trabalho (CLT), consubstanciada pelo Decreto-lei n° 5.452, de 12 de maio de 1942, edita- da no governo de Gettilio Vargas. Tipos principais de relacdo de trabalho Entre os tipos de relagio de trabalho, destacam-se: 0 contrato de trabalho ¢ o trabalho auténomo. e Contrato de trabalho — relagio de emprego de cardter continuo, su- bordinado e assalariado. Exemplo: operdrio empregado de fabrica. Jrabalho auténomo — atividade profissional ndo-subordinada, mo- vida por “conta propria” e de forma independente em relagao ao des- atrio do servigo. Exemplo: médico atendendo em seu consultério. Uma das modalidades m: importantes de relagao de trabalho é o contrato de trabalho, que estudaremos a seguir. tin: _ Sew eoidik : Ti Amauri Mascaro Nascimento, Iniciagdo 20 Direto do Trabalho. SSo Paulo, Li, 1977. p. I. aur Nye Cop. 16—Direito do Trabaiho 237 CONTRATO DE TRABALHO Contrato de trabalho ¢ 0 acordo pelo qual o empregado, em troca do salatio, presta servigos continuados ao empregador, subordinando-se, profissionalmente, 4 sua diregao. Observe, no esquema a seguir, os elementos do Contrato de tra- balho: ARTO ETRABALHO rai : ‘Vamos esclarecer agora os elementos da definigao. De inicio, per- cebemos que 0 contrato de trabalho envolve dois sujeitos: 0 empregado ¢ o empregador. « Empregado — é toda pessoa fisica que presta servigos de natureza nfio- eventual a empregador, sob a dependéncia deste e mediante salério (CLT, art. 3°). « Empregador — sao as empresas e outras pessoas que, assumindo os riscos da atividade econémica, admitem, pagam salfrios e dirigem a prestagio de servigos do empregado (CLT, art. 2"). As caracteristicas fundamentais do contrato de trabalho sao: a) Prestacao de servigos continuados — 0 trabalho do empregado na em- presa deve ser permanente e contfnuo. Em outras palavras: nfo pode ser eventual. b) Recebimento do saldrio — devemos entender por salério o pagamen- to efetuado pelo empregador ao empregado em troca dos seus servi- gos. Esse pagamento no podera ser inferior ao salério mfnimo esta- belecido por Ici. c) Subordinagio profissional — na execugiio do seu trabalho, 0 empre- gado deve obedecer as ordens do empregador. Essa obedi€ncia, entre- tanto, € apenas de carater profissional ¢ nao pessoal. Isso significa que a subordinagao do empregado diz respeito ao seu trabalho dentro da empresa e nao 4 sua pessoa, que, assim, permanece livre ¢ inde- pendente. A existéncia de uma relagao de trabalho entre empregado e empregador pode ser judicialmente provada por varios meios. Vejamos os principais: a) um contrato escrito entre as partes; b) a Carteira de Trabalho; c) documentos diversos que comprovem a existéncia da relagdo trabalhista: envelopes de pagamento, recibos, vales, fichas de registro de empregados, acordos escritos sobre compensagao de horas, ordens da chefia endereca- das ao funcionario etc.; d) testemunhas que deponham afirmativamente sobre a existéncia e condigbes do trabalho. Garteira de Trabalho e Previdéncia Social Um dos principais meios de prova da relagao de trabalho é a Car- teira de Trabalho e Previdéncia Social. Entre suas principais caracte- risticas podemos citar as seguintes: Obrigatoriedade — é obrigatéria para 0 exercicio de qualquer em- prego, inclusive de natureza rural, ainda que em carater temporario, e para o exercicio por conta prépria de atividade profissional remunera- da (CLT, art. 13). e Emissao — é emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho ou, me- diante convénio, pelos Orgiios federais, estaduais € municipais da admi- nistragao direta ou indireta (CLT, art. 14). Elementos de identificacaio — além do numero, série ¢ data de emis- so, a Carteira de Trabalho e Previdéncia Social contém folhas desti- nadas as anotages pertinentes ao contrato de trabalho e de interesse previdenciario, assim como os seguintes elementos referentes ao seu portador: a) fotografia de frente, modelo 3 x 4; b) nome, filiagao, data ¢ lugar de nascimento e assinatura; c) nome, idade ¢ estado civil dos dependentes; d) ntimero de documento de naturalizagiio ou data de chegada ao Bra- sil e demais elementos constantes da identificagiio de estrangeiro, quando for 0 caso. e Anotagées — a Carteira sera obrigatoriamente apresentada pelo em- pregado ao empregador, mediante recibo. A empresa que admitir 0 em- pregado tera o prazo de 48 horas para anotar na Carteira a data de admissao, a remuneragio e as condigdes do servigo (CLT, art. 29). Recusando-se a empresa a fazer as anotagdes ou a devolver a Carteira, 0 empregado poder apresentar reclamagio perante a Delegacia Re- gional do Trabalho (CLT, art. 36). 2A DmETORLEORANGAD (8) Responda: t #8, 0 que 6 contrat de trabalho? £0 acorde pole qual 0 emprogado, om troce do salé- ‘in, pron eovvgue cuminuale 0 omprayedcy eubordinando-se, profisionatmente sua dregs. b. Quais os elomentos do contrato de trabalho? emprogado, empregador e acor- do aninagaticla nin u prootagi le sorviga (continued, subordinado © astalariado), (i Indiquo as frases que se referer ao gmpregado: (a) Dovo nor possoa fisica. bb. Asuume os riscos da atividade econémica. 6, Dirige a prostagio de servigos. (U) Recebe salério em troca do sou trabalho. (@)Pronta sorvigos do natureza nao-eventual. 1, E, om geral, a empresa. ‘cuts 0 trabalho em regime de subordinagao profissional. contrato de trabalho de trabalho auténomo. Dé um exem- plo para coda UM. (Coulnne tonio na pig. 230) 1@ Cito dois moios de prova da relagdo de trabalho. Coounto uncito ante a9 varto, carton do trabalho, documentos diversos que comprovem a relaéo tratiatinta frovibue, vali, Hine wt), tstanmune. JO) Com relagiio & Cartoira de Trabalho e Previdéncia Social, é correto afir- mar quo ola 6: a, Disponsével para o exercicio de trabalho rural. (b) Obrigatéria para o exercicio de qualquer emprego. tida pela Justiga Eleitoral. ida pelas Delegacias Regionais do Trabalho. documento de identificagao do trabalhador, porém nao consti tui prova da relagio de trabalho. 1. Cito tr0s elementos de identificagao do portador da Carteira de Traba- Iho 0 Providéneia Social. rorograti, nome, filiacao, data & local de nascimento, asina tea ne wi DURAGAO DO CONTRATO DE TRABALHO Conforme o fator duragiio, podemos dividir os contratos de traba- Iho cm dois tipos: eontratos de duragio determinada e contratos de du- ragiio indeterminada. Gontrato do duragio detorminada {¢ 0 contrato no qual o cmpregado ¢ 0 empregador resolvem fixar, antecipadamente, 0 momento final do trabalho. Esse momento final pode ser fixado em fungtio: a) de um prazo previamente combinado pelas partes; }) da execugiio de um servigo especificado; Ss ¢) da realizagiio de um fcomecimento sobre o qual Beja possiyel uma pre- viniio aproximada, © contrato por prazo d (CUR, art, 443, pardygrafo 28): + de natureza transit6rin que justifique a predeterminagio do plo: uma loja de jresentes que, na Epoca do Natal, con- almente maior ndmero de funciondrios. corto terao a duragéo m4xima de 2 anos © contrat seja prorrogado por , pasar a vigorar por ctorminado #6 sera valido em se tratando a) de wervige pprazo, Hxetn trata excepcions Os contratos por prazo (CLE, art. 445), A Ici admite que e: for prorrogado mais de uma v aM, art. 451); er transitério. Exemplo: a empresa para realizar determinada obra dos, Temos, entéo, 0 contrato do trabalhador forem uma ve pruzo indeterminado (C b) de atividades empresariais de caréte de construgito civil que se organizou pablica ¢, por isso, contratou empri de obra certa que duraré enquanto os servigos firios 4 conclusio da obr ©) de contrato de experiéneia, cujo prazo maximo para sua duragio é de 90 dias (CLT, art. 445, parégrafo Gnico). Contrato de duragiio indeterminada {i 0 contrato de trabalho que nasce com a admissao do empregado pelo empregador ¢ vive através do tempo, sem que as partes estabele- gam previamente um prazo final para sua existéncia. Em nossa sociedade, a maioria dos contratos de trabalho é de dura- gio indeterminada. A caracterfstica dos contratos desse tipo € prolongar- fe indefinidamente pelo tempo até que uma das partes decida interrompé- lo. A do desse contralto, isto é, 0 seu rompimento, obriga a parte que pretenda encerrar a relagio de trabalho a conceder aviso prévio a outra. Na vigéncia do contrato de duragao indeterminada, o tempo de ser- vigo trax para 0 empregado diversos direitos, tais como: férias, décimo terceiro salério etc, he a 1 et BS i Responda: a, Como podemos conceituar 0 contrato de t cl rabalho de durag& determinada? Seiereene Mitval ther malate oem ” b.Como podemos concsituar 0 contrato de trabalho de duragéo inde- tarminada? duntorae tomo nn pag. 240 war eavolvnr fixer, antecipadamonte, o momento lf] TRABALHADOR NA CONSTITUIGAO FEDERAL A Constituicao Federal assegura aos trabalhadores urbanos e ru- rais uma série de direitos fundamentais, além de outros que visem a melhoria de sua condigao social. A seguir, vamos conhecer uma sintese desses direitos fundamentais | do trabalhador brasileiro: * i Duragao do trabalho * Jornada de trabalho — a durago do trabalho normal nao pode ser i superior a oito horas diérias e 44 semanais, sendo permitida a com- i pensaciio de hordrios e a redugao da jornada, mediante acordo ou con- vengdo coletiva de trabalho. Para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, a jornada normal é de seis horas, salvo negociagdo coletiva. « Horas extras — além do limite fixado para a jorada normal de tra- balho, o servigo extraordinério ser4 remunerado em 50% a mais do | valor normalmente pago. « Trabalho noturno — considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia ¢ as 5 horas do dia seguinte. O trabalho noturno ( ser remunerado de forma superior a do diurno. j Salario ‘A Constituigao profbe a diferenga de salérios, de exercicios de fun- \ gio ou de critério de admissio por motivo de sexo, idade, cor ou estado } civil. ik Gap. 17 —Dirolton Fundamentals do Trnbntiador 245 ¢ Salério minimo — quantia minima devida ¢ page nacionalmente pi empregador a todo empregado. Esse rio deve ser cupaz de der as necessidades basicas do trabalhador & de sua famflia, como: moradia, alimentagio, educagio, sade, lazer, vestudrio, higicne, transporte e previdéncia social. O saldrio mfnimo deve ser reajustado periodicamente, de modo a preservar-lhe 0 poder aquisilive. © Piso salarial — a cada categoria profissional pode ser fixado um limi- te minimo de remuncragtio proporcional & extensiio © & complexidade do trabalho exercido, « Irredutibilidade do salério — 0 salério do trabalhador, na vigtncia do contrato de trabalho, nao pode ser reduzido, salvo o disposto em conyengio ou acordo colctivo, firmado entre as categorias de trabalha- dores ¢ os respectivos patrocs. © Décimo terceiro salario — 6 a remuncragio anual que 0 empregador paga ao empregado, correspondendo @ remuneragao integral recebida em dezembro ou ao valor da aposentadoria. Repouso e férias * Repouso semanal — o trabalhador tem dircito a um descanso sema- nal de 24 horas consecutivas, que deve ser remunerado, e coincidir, pre- ferencialmente, com os domingos. © Férias — todo cmprogado tem dircito, anualmente, ao gozo de férias, sem prejudicar scu saldrio. A remuncragio das {¢rias deve corresponder a, pelo menos, 1/3 a mais do que 0 salirio normal. FGTS e aposentadoria © Fundo de Garantia por Tempo de Servigo (FGTS) — depésito ban- cério obrigatério realizado pelas empresas no valor de 8% sobre 0 sa- lario do empregado. Os levantamentos dos dep6sitos do FGTS podem ser realizados cm diversas hipéteses previstas na lei, durante, ao tér- mino ¢ apés o término do contrato de trabalho. " © Aposentadoria — 6 assegurado ao trabalhador que contribui para a seguridade social o direito de aposentadoria. A mulher, 0 menor, 0 empregado doméstico © Trabalho da mulher — a Constituigiio prevé a criagilo de incentivos espeefficos, previstos cm Ici, destinados A protegaio do mercado de tra- balho da mulher, Determina que a mulher tem direito & Heenga-ges- tante, sem prejuizo do emprego ¢ do saldrio, com a duragho de 120 dias. Ao pai foi conferida licenga-paternidude, que ¢, atualmente, de cinco dias (esse prazo depende de confirmagio por lei ordindiria). 240 tmenorteasuagho => * ‘Ivabatho do menor considera-se menor todo trabalhador de 14 a 18 Anos de idude. 14 proibido o trabalho ao menor de 14 anos, salvo na con- digit de aprendiz, Ea todo menor é proibido o trabalho noturno, peri- BONO OU insalubre. aos trabalhadores domésticos (cozinheiras, ba- cic.) estiio assegurados os seguintes dircitos: 0 menor salétio pago niio pode ser inferior ao salério mfnimo; dio de redugio do salfirio registrado na Carteira de Trabalho; —repouso scmanal remuncrado, preferencialmente aos domingos; — [érias annais remuneradas em, pelo menos, 1/3 a mais que o salério normal; Fim do trabalho # Aviso prévio — consiste na notificagao pela qual a parte que deseja encerrar a relagio de trabalho comunica antecipadamente sua decisao 2 outra, O aviso prévio sera proporcional ao tempo de servigo, sendo, no mfnimo, de 30 dias. © Protecdio contra a despedida arbitraria — a relagdo de emprego est protegida contra a despedida arbitraria (ou sem justa causa), isto é, 0 despedimento que nio esta baseado em fundamentos legais contra o em- pregado, como, por exemplo: embriaguez, condenagao criminal, mau procedimento ofensivo 2 moral e aos bons costumes, abandono de em- prego, ofensas fisicas etc. Ocorrendo despedida arbitréria, o trabalhador fard jus & indenizago compensatéria, além de outros direitos. « Seguro-desemprego — é garantido 0 seguro-desemprego em caso de desemprego involuntario. © Prescrigio da agao referente a créditos trabalhistas — todo traba- Jhador que é lesado em seus direitos trabalhistas tem um determinado tempo para reclamd-los na Justiga. Os prazos para reclamagOes traba- Ihistas sii —Trabalhador urbano: cinco anos até o limite de dois anos apés a extingiio da relagao contratual; —Trabalhador rural: até dois anos ap6s a extingiio do contrato de tra- balho. Ao final desse prazo, o trabalhador perde o dircito de reclaméa-los.

You might also like