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José Carlos de Oliveira Joao Roberto Cogo Jose Policarpo G. de Abreu Pe eles TEORIA E.ENSAIOS jn G4, igs José Carlos de Oliveira Professor Titular Univorsiaace Fedofal de Uberiincia, Joao Roberto Cogo Protessor Adjunto Escola Federal do Engenharia de Najubs José Policarpo G. de Abrou Protessor Assisieie ds Escola Fodoral de Engonnaia de tajubs TRANSFORMADORES teoria e ensaios ¢ CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S.A, VERBA ye eS /Eebibne, Processo. go92 jf CiP-Brant Catslogegdo-ne-Pubtenyso Cara Bret do Lira, SP Oliveira, José Carlos de, 1947- oa7e ‘Transformadores : teoria © ensaias / José Carlos de Oliveira, Jodo Roberto Cogo, José Policarpo 6. de Abreu. - Sao Paulo : Edgard Bileher ; Ttajuba, 0: Escola Federal de Engenharia, 1984, Bibliografia, 1, Miquinas elécricas 2. wGquinas elétricas - com] versdo eletronecnica 3. Teansformadores elétyicos L. Gogo, Jodo Roberto, 1951- TT. Abres, José Policar| Po Gongaives de, 1952 ITT, theulo. 17, © 18, cop-6a1.314 ine 18. 621.31 84-0305, 1s. -621-31042 Inaices para eatdlogo sisleméiion: 1, Conversiio eletronecdnica : Energia,: Engenharia elétri~ ca 621.31 (17, e 18.) 2, Energia elétrica : Conversdo eletromecdnica : Eogenha-~ ria elétrica 621.31 (17. ¢ 18.) 3, Miguinas elétricas : Engenharia 621.31 (17.) 621.31042 (18.) 4, Teansformadores ; Engenharia elétrica 621.314 (17. ¢ 18,) 1984 Editora Edgard Bliicher Ltda, UvERSI 20k 000 Oey BIDLIOT: E proibide areprodugio total ou parcial seceteseecseecatey sem auton pris tector H Yt DITORA EDGARD BLUCHER LTDA. {01000 Caixa Posial 5450 4, Telegrdfico: BLUCHERLIVRO ‘Sao Paulo - SP - Brasil Impresso mo Brasil Printed Braz Prefacio Com o desenvolvimento de novas técnicas e sofisticados equipamentos, resce cada vez mais a publicacdo de textos avangados nos diversos setores da. Engenharia, Algumas areas, entretanto, envolvendo principalmente a chama- da Engenharia de Base continuam ainda deficitarias em termos de bibliografia de conteddo mais especifico: Estando envolvidos por mais de uma década na parte experimental do en. sino de transformadores e maquinas eiétricas, sentimos a necessidade de textos. especificos para disciplinas de cunho etinentemente pratico. Reunimos entao, em notas de aulas, uma gama muito grande de informa- ses relativas a técnicas e procedimentos de laboratério, possibilitando uma melhor compreensio dos métodos e objetivos dos testes de tipo e prototipos, assim como de ensaios de rotina em transformadores e, deste modo, contorna- mos, em parte, a deficiéncia literaria existente. Para nossa grata surpresa, além de atender os objetivos especificos das disciplinas afetas, tais notas de aulas passaram a ser requisitadas também por arte de profissionais ligados do assunto. Deste interesse, nasceu e cresceu en- tao a idéia de transformacao do material no texto mais abrangente que ora apresentamos. Seguindo @ mesma metodologia obedecida durante as iniimeras aulas mi- nistradas, a apresentagdo do material foi dividida em duas partes principais. Na primeira, oferecem-se informag6es teéricas sobre o assunto, enquanto que, nna segunda parte, na mesma ordem, apresentam-se sugestdes de procedimen. tos para execucao dos ensaios. Com esta forma de apresentacdo, acreditamos que o trabalho seja itil nao apenas aos professores ¢ alunos de cursos técnicos e de Engenharia Elétrica, mas também aos engenheiros ¢ técnicos que atuam nos campos de ensaios em transformadores. ‘Tantas pessoas contribuiram, incentivaram ¢ colaboraram para a concreti- zagao deste trabalho que seria ousadia agradecer a alguém em particular. As- sim, agradecemos a todos que, durante varios anos de trabalho junto a Escola Federal de Engenharia de Itajuba, contribuiram para a concretizagdo deste trabalho, : Esperamos que este primeiro volume de uma série programada de quatro livros venha prestar uma colaboragdo & comuhidade profissional. Agradece: mos aos colegas ¢ alunos que, conhecendo 0 conteddo deste livro, venham, através de criticas e sugestOes, contribuir para futuros.aprimoramentos deste trabalho, Agradecemos as Secretdrias do Departaménto de EletrotécnicadaEFEI pela de- dicacdo ¢ boa vontade na datilografia dos originais. Em especial, agradecemos ao desenhista Argemiro dosSantosdo mesmo Depar- tamento. JOSE CARLOS DE OLIVEIRA Novembro/1983 Contetdo TEORIA CAPITULO 1 — OPERAGAO A VAZIO Objetivo... Perdas no niles... Corrente a vaziowns Forma de onda da corrente a vazio. Corrente transitoria de magnetizacio (inrush) Relagdo de Transformagto.... Determinagdo dos pardmetros: Ry, Xp @ Zp Adaptagao para transformadores tifésicos.. CAPITULO 2 — OPERAGAO EM CURTO-CIRCUITO ObjetV0 6 renrenternee nn Perdas no cobre (P)) vn vwnc Queda de tensio (AV) cee peer Tmpedincia (24%), Resisténcia (Mo) © Reatancia (Xi) Percentua es teeta Perdas adicionais cs sscsrsnsonvonnnnn Adapracio para transformadores tifasicos 5 6. CAPITULO 3 — RIGIDEZ DIELETRICA DE OLEOS ISOLANTES Objetvo... Generates Qs processos de fitragem, Estufas de secagem rn Ensaio de rigidee dieltrca. Controle de aciea CAPITULO 4 — VERIFICACAO DAS CONDIGOES TERMICAS. DE OPERACAO Objetivo ~ Métodos de ensaio Método de curto-circuio: exeeugio -... Determinagio da temperatura ambiente... Duragdo do ensaio e medida da temperatura do leo Duragio do ensaio medida da temperatura dos EMFOIAMENIOS ve reerntrosernninreee 7. Agus problemas gerais relacionados ao aa 226 28 28 "30 32 232 35 40 wer) 4a a 8 vB 46 CAPITULO 5 — RENDIMENTO E REGULAGAO DE TENSAO Le ObjetV0 eee a8 2 Rendimenio de transformadores : wy 3. Regulagio de tenso para transformadares neni SB CAPITULO 6 — POLARIDADE DE TRANSFORMADORES MONOFASICOS E ANALISE INTRODUTORIA DE DEFASAMENTOS DE TRANSFORMADORES TRIFASICOS 1 Objetiv0 an © 2. Polaridade de tasformadores monofisicos. «0 3. Mareago dos terminais ‘a |4. Métodos de ensaio, : S92 'Polacidade em iransformedorestrifisicos — andlse de defasamento ang 68 CAPITULO 7 — PARALELISMO L Objetivo « 7 2. Mesma reiagdo de transformadones, ou valores muito PIERIMOF snvnnner 18 Mesmo grupo de defasamenio. cal Mesa impedncia percenuat (286) ou mest tonsao de eur. cireuito ou valores préximos.. ates 5. Mesma relardo enirsreatnca ¢ resistencia equivalente CT 86 CAPITULG 8 — VERIFICAGAO DO ISOLAMENTO: RESISTENCIA DE ISOLAMENTO, TENSAO APLICADA E TENSAO INDUZIDA 1. = Objetivo a 0 2. Solictagdes do isolamento, 90 3. Resistencia de isolamento. 31 4 Tensfo aplicada.n sie 7 3. Tensdo induzida ce ” CAPITULO 9 — ENSAIO DE IMPULSO 1. Objetiv 101 2 Natureza'das Sobreiensoas. 101 3. ensaio de impulso..., 103 4. Ligacéo dos wansformadores.. 106 5. Ondas a serem aplicadas 107 6 Analise dos defeitos. ho 7. Bxemplo de valores twansformador de 15 RV-B..... : vneesenee HED CAPITULO 10 — INTRODUGAO AO FENOMENO DE HARMONICOS 1 OBje1V0 wenn a a 2 Geracio dos companenies harmonica i m2 3. Thansformadores tiffsioos.ernasn Das CAPITULO 11 — ENSAIO A VAZIO EM CURTO DE TRANSFORMADORES DE TRES CIRCUITOS 1. Objetivo 12 2. O transforiiader de tis cies 12 3. Circuito equivalente do wransformador de dois ircuitos 123 4 Circuito equivalente do transformador de tes ecuitos 12s 5. Ensaio em curto-icuito 126 6 Relaedo de transformagaa dee eerie CAPITULO 12 — AUTOTRANSFORMADORES Le ntrodugdo.. paseo cee t er a0 2 —_Representacdo de um autotransformador ...... 80 2. Relagdes de tenses eortentes reno iat 4 Poténcia nominal rendimento do autoiransformador. 13 S. Circuito equvalente do autotransformador . ara 6 Autotransformadorestriféscos. eee eee 7 \ CAPITULO 13 — TRANSFORMADORES TRIFASICOS — CONEXOES E APLICAGOES 139 | 1. Objetivo.. > ENSAIOS 1. Ensaio a vaziovsessense : 145 2. Ensaio em curto-citcuito. : S18 3. Ensaio para a determinayao da der iti do deo isolante 151 4. Ensaio de aquecimento, 155 5. Ensaio para a determinagio de valores de rendimento e de regulacdo. . so 158 6 Polaridade e defasammento angular (D.A.) 160 7. Operagdo em paralelo de transformadores.. 162 8. Ensaio de tensZo aplicada, tensfo induzida & resisténcia de isolamento ie 165 9, Ensaio de impuls0....nse ner 2 161 10. Ensaio de observagao de componentes 1168 11. nsaios a vazio e em curto em transformadores de tés circuies 1m BIBLIOGRAFIA ean 114 Lista de Simbolos Lado de alta tensto (= TS) Lado de babea testo (= T) Induczo magnética Corrente alternada Corrente continua Defasamento angular Expessura da chapa do nie deo Forca contra-cletromotriz Forga cletromotriz: Frago de plena carga Fator de poténcia cos w) Frequéncia Corrente nominal ‘Componente ativa de eor- rente Componente reativa de corrente Corrente a vazio Corrente de cireulagio Coeficiente de Steimmetz Relagao. de transforma- io teérica, Relagdo. de transforma- co pratica Relagto do niimero de es- iras Coeficiente de. correcio de temperatura Induvancia de dispersto do enrolamento primério Ry R% Indutancia de dispersdo do enrolamento secundé- rio Numero de espiras do en- rolamento primario Numero de espiras do en- rolamento secundario, Poténcia ativa de entrada Poténcia ativa de saida Perdas por correntes pax rasitas Perdas em curto Perdas no enrolamento Perdas em vazio Perdas por histerese Regulacdo de tensio em porventagem Relutancia magnética Resisténcia do ramo mag- netizante Resistencia equivalente jos enrolamentos prima rio e secundério, referida 20 primario Resisténcia equivalente dos enrolamentos prima. rio e secundario referida 20 secundario Resisténcia elétrica do en- rolamento primério Resisténcia elétrica do en- rolamento secundario Resisténeia porcentual Poténcia aparente Poténcia aparente nomi- Periodo Lado de tensio superior Gan ‘Transformer turns ratio (Medidor da relagto de niumero de espiras) Grandeza em seu valor fica Grandeza representada or fasor Grandeza em seu valor instantaneo Grandeza em seu valor maximo Tensao ‘Tensio de curto-circuito ‘Tensao nominal Reatancia porcentual Reatiincia de dispersio equivalente dos enrola- We ws n%e ‘mentos primatio e secun- dario referida ao primé- Reatincia de dispersto equivalente dos enrola- ‘mentos primério e secun- dario referida ao sccun- dario Reatancia de dispersad do enrolamento primério Reatdncia de dispersao do enrolamento secundario Reatancia do ramo mag- netizante Impedancia porcentual Impedancia equivalente referida ao primario Impedincia equivalente referida ao secundario ‘Argumento da impedan- cia de carga Argumento da impedan- cia interna do transfor. mador Rendimento em porcenta. gem Fluxo magnético ‘Temperatura ee a) TEORIA capitulo 1 — Operagao a vazio 1. OBJETIVO © ensaio a vazio de transformadores tem como finalidade a determinagio de: * Perdas no nécleo ou perdas por histerese e Foucault (P,). # Corrente a vazio (Ip). ‘* Relagdo de transformae4o (Ky). + Parlimetros do ramo magnetizante (Rm » Xm» Zu) ‘Além dos elementos acima, 0 ensaio a vazio permite ainda que sejam ana- lisados alguns fendmenos de suma importancia para o perfeito entendimento do funcionamento do transformador, por exemplo: — o formato nao-senoidal - da corrente a vazio; e— a corrente transit6ria de magnetizacao. 2. PERDAS NO NUCLEO 'As perdas em transformadores devem-se: + As correntes que se estabelecem pelos enrolamentos primario e secundario de um transformador sob carga, que dissipam em suas correspondentes resistén- clas uma certa poténcia devido ao efeito Joule, * Ao fluxo principal estabelecido no circuito magnético que & acompanhado dos efeitos conhecidos por histerese e correntes parasitas de Foucault. Como os. Fluxos magnéticos na condicdo de carga ou a vazio so praticamente iguais, com 0 ensaio em pauta, podem-se determinar as perdas por histerese (Pj1) € por correntes parasitas (Pr). ‘A determinagdo pratica das perdas Py 6 feita a partir de: Py =k, Bf] ay em que: Py s80 as perdas pelo efeito de histerese, em watts por quilogréma de niicleo;K, , 0 coeficiente de Steimmetz (que depende do tipo de mate ial usado no micleo); B, a indusdo (Valor maximo) no niicleo; ¢f, & freqiiéncia em Hz. Na Tabela 1.1, sfo transcritos valores de K, para diversos materiais. Pela tabela 1.1, pode-se notar a influéncia da escolha do material do ni- cleo bem como a influéncia do silicio nas perdas por histerese. Deve-se, entre- tanto, observar que ndo sb a condigdo de baixas perdas Py deve ser considera- da, mas também as perdas por correntes de Foucault, que se devem a outros fatores. © aparecimento das correntes de Foucault ¢explicado pela lei de Faraday, ‘a qual para este caso seria interpretada como “‘estando 0 niicleo sujeito a um tornado, nele serdo induzidas foreas eletromotrizes””. Considerando Hd ad iaaeit tue asia eed lt feasts fluxo obedecendo a sentidos tais como os indicados pela: linhas tracejadas na Fig, ML. Tebota 1.1 MATERIAL K Ferre doce 2.50 ‘Ace does 2.70 ‘Aco doce para mdauinas 70,00 ‘Aso tuna 15,00 Funda 17,00 ‘Ace doce 23% de aici 1.50. ‘Aco doce 39% de sl 1.25 "Ago doce 4% de sicio 1.00 Lominags0 doce 36 LaminaeSo deigada 3.80) [Laminsea0 ordnaria 4.20 Figura 1.1 — Estabelecimento das cortentes de Foucault num ndeleo magnéico © produto da resisténcia do cireuito correspondente pelo quadrado da corrente significa um consumo de poténcia. As perdas devido ao efeito das correntes parasitas podem ser calculadas pela expressao: Pe 22P) Br a10-»> a2 em qu Pr sto as perdas por correntes parasitas, em watts por quilograma de ndcleo; f, a freqténcia em Hz; B, a indugto méxima em Wb/m: espessura da chapa em milimetro. Da expressao (1.2), pode-se observar que a frequéncia ea indugo influem has perdas Pr; sendo, pois, recomendivel o trabalho com valores reduzidos daquelas grandezas. Observa-se, ainda, que as perdas esiao relacionadas com © quadrado da espessura do nicleo, surgindo dai, como boa medida, a subst tuigdo de um nécleo macigo por laminas eletricamente isoladas entre si. ee ee eee ‘Somando as duas perdas analisadas, tém-se as perdas totais no niicleo de ‘um transformador (Po). a) i) bm termos prétios, devdo so numero de veriaveisenvovdas, uso ans iin de formula trae um ano complexe ao gue are eho das onsen, De modo areal robla, ees Pade be formes po traces ay aaa presenta sper) eh neo eed mae etn, ants eutne ea espera do atria sm ot tes Bxemplos de dos desses rificos so nciados nas ips. 1.2e 13. Polare] Figura 1.2 — Py = F461 para dlorentes valoes de d para fconstante 3. CORRENTE A VAZIO is mi rimario Para suprie as perdas e para a producdo do fluxo mz © primario above da rede de alinentayao ums corrente denominada corene a vazi Uo), euja magnitude pode ser da ordem de até 6% da magnitude da corrente nominal ({,) desse enrolamento. Considerando que a corrente a vazio tem por funcdo o estabelecimento do fluxo magnético ¢ o suprimento das perdas a vazio, € comum sua decomposi- fo em © fy, componente Jp, componente ativa, responsavel pelas perdas no nicleo; é I, ‘ative, responsével pela produgao do fluxo magnetic principal 4 Transtormadores teorta@ onsaies Pol’ # (wea?) Figura 13 ~ Po ~ 118) pore vio reabircnsw para constante A figura a seguir esclarece a ctada decomposicao. Além da corrente joe de seus componentes, é também indicada na Fig. 1.4 a tensio aplicada ao pric mério do transformador. Figure 1.4 ~ Diagrams fascial para © warsformadr a vazio Na Fig. 1.4 pode-se verificar que, estando a componente J, em fase com V,, a mesma é responsdvel pelo suprimento da poténcia ativa dissipada no ni- cleo. 34 a outra componente, perpendicular ao fasor V, esté vinculada a uma Poténcia reativa associada & produpio do fluxo magnético. A determinagao das componentes de Zp &feita a seguir: ©) Céleulo de 1, ‘Considerando 0 médulo da corrente > «'=~in (Ip) ea resisténc- Operocioe Veen § coroamentoalimentado com igual ea seria sped a pote 7S) Goma a esitacs¢pequena pow Sra o eno a vaso s aimentset nornaimente fea; portvos de orden prea, pla bata tet e 3 content fy como fo soy mito pee,» produte considered pode ser despre , nas condgbes, as perdi dcierminads pee visio concopondetam a Pe 7 equagao ds pots ava fornia um ransformador avai | Po Vigcos wo", em que: Poa poténcia ativa obtida por Ieitura de instrumentos durante 0 en- saio; ¢ V,a tensdo aplicada, que devera ser a nominal do enrolamen- to, de modo que os resultados encontrados no ensaio correspondam 40 regime nominal de operagao Do diagrama fasorial da 1.4, tem-se: aH b) Citeuto de ly Do diagrama fasorial tems: : =P x as) sendo Jp medida durante o ensaio e J, calculada pela expressao (1.4). 6) Fator de potencia @ vazio (cos Wo) ‘Como & natural, o interesse pratico ¢ evitar ao maximo as perdas 10 ni- cleo, o que seria conseguido empregando-se os recursos anteriormente aborda- dos. Desse modo, a cortente a vazio deve ser quase que totalmente empregada para a magnetizagao do niicleo, acarretando, em consequéncia, [,>> I, por tanto tem-se um alto valor de yo, fato este que leva os transformadéres na condig2o a vazio a um baixo cos yn, 0 qual seria determinado por: £05 Wo 4. FORMA DE ONDA DA CORRENTE A VAZIO Bil ohocimento geral aue os diagramas fasorinis so aplicados a eran- ATED SION ADIFES NONE @ ONSAGS ‘mato para ig. Entretanto, devido as propriedades do circuito magnético, que séo ndo-lineares, a forma da onda da corrente a vazio (ip) nflo ser senoidal, A forma de onda da corrente a vazio pode ser facilmente verificada com base na Fig. 1.5. Figura 1.6 — Circuito magndtico do tansfermador Como 0 objetivo & a determinagao de formas de ondas, trabalhar-se-& com valores instanténeos, como se indica na Para funcionamento a vazio, pode-se escrever, com certa aproximacio que: em que: v; €a tenso de alimentacao e e, , a forca contra-eletromotriz (Feem), Adinitindo-se uma forma de onda senoidal para v,, na forma para a fcem ey também 0 sera. Por outro lado, a relagdo entre o fluxo ea feem ¢ dada pela expresso: cujo valor eficaz & dado por: Ey, = 4,46N, BSS 06 Sendo Ny constante, se ey for senoidal, o fluxo (4) ter a mesma forma de condo, porém com una defasrem de radians | \ | | | Sabe-se também que, em sua forma instantanea, a forga eletromotriz (fem) necessaria para a producdo do fluxo ¢ dada por: an emaque: # € 0 fuxo magnético; Rmagy & relutancia do circuito magnético do nfcleo; Ns, 0 mimero de espiras do enrolamento primario; ¢ ig, & parcela da Corrente ig responsével pela produeao do fluxo magnético, © fluxo magnético ésenoidal, o nimero de espiras & constante, masa rele ‘tncia varia devido a diferentes estados de saturagdo que ocorrem no nécleo. Com tas considerasdes, pode-se concluir que a parccla fg no ésenoidal, acar- retando como conseqisncta uma forma de onda ndo-senoidal para’. ‘Ao mesmo resultado chegar-se-ia com base na curva de histerese: ¢ = fig}: Aplica-se a condigAo anterior de que o fluxo ¢ senoidal e, para cada va- lorde ¢, determina-se o correspondente valor de ig, O processo arco &indi- cado na Fig. 1.6. ‘Figura 1.6|~ Procasso gitico para dotorminagto da forma de onda de ig, @ parte de 8 = rc High ew Para a construgao da forma de onda de ig, observa-se a seguinte ordem: 1— Para um certo tempo 1, determina-se 0 correspondente valor de ¢ . 2 — Para este valor de fTuxo (crescente ou decrescente), verifica-se na curva de histerese o valor de iy. 3 — Transporta-se para aquele 1 0 valor de ip @ tem-se um ponto da curva de 4 - De modo antilogo, obtém-se diversos pontos e traga-se a curva procura- da. 8 —_Translormacores teoria © ensaios Se a forma de onda de fy for decomposta em série de Fourier, aparecerao as diversas componentes harmonicas, entre as quais destaca-se a terceita, res- ponsavel por indimeros problemas, Posteriormente, dedicar-se-a um capitulo a tal fendmeno. ‘5. CORRENTE TRANSITORIA DE MAGNETIZACAO (INRUSH) Aplicando-se uma tensio senoidal ao enrolamento primario do transfor- ‘mador ¢ estando 0 secundario aberto, tem-se, pela segunda lei de Kirchhof?, ‘que: iy a +N 1 on as) Merlot h fem que! rig €@ queda de tensio na resisténcia do primario; 1, “Gt. 4 queda de tensto devido ao fluxo de dispersao do enrolé~ i.” mento primari de Gy = 1+ 8 fem induzida no primario, Para a solugéo desta equagdo diferencial, apatecé um problema funda- mental que & a relagdo existente entre o fluxo ¢ ea corrente a vazio jg, que na- dda mais seria que a relacao ndo-linear dada pelo ciclo de histerese. Devido a essa ndo-linearidade, torna-se necessdria alguma aproximasao para a obtenséo de ig a partir da Eq. (1.8). A solugao desejada consistira em duas partes fundamentais: soluso complementar e solugao particular. A pri- ‘meira representando um termo transitdrio e a segunda, o regime permanente de operasao. Devido basicamente a0 termo iransitério, pode-se observar um fendmeno constatado por Fleming em 1892. © fendmeno observado mostrou que, quando um transformador & conec- tado a rede, por vezes hd o aparecimento de uma grande corrente transit6ria de magnetizacao (corrente inrush). O efeito da referida corrente é causar momen- taneamente uma queda da tensao alimentadora ¢ a provavel atuagdo de relés instanténeos, O valor atingido nesse regime transitorio dependeria de dois fa- tores: 4) Ponto do ciclo da tensao, no qual a chave para o energizamento seria fecha- da, b) Condigdes magnéticas do niicleo, incluindo @ intensidade e a polaridade do fluxo residual Considerando como primeira aproximagto que os dois primeiros termos da expresso (1.8) podem ser desprezadas, e admitindo-se que, no instante ini- cial do processo de energizagao, a tensao da fonte passa por um valor Vip sen a, em que a é um Angulo qualquer cujo propésito ¢ definir o valor da ten. so da fonte no instante ¢ = 0, tem: Operacdoavezio —g de Y= Vim sen(wt + 0) = N, ay Integrando-se (1.9), vem: 4 = G0 Hy 608 a ~ by, C08 (et + a) 19) em que: %€ 0 fluxo residual no instante ¢ = 0; €%m = Vin/ Nw. E interessante observar que 0 termo (¢y + ¢m C05.a), para os casos reais, apresentara amortecimento, Assim, apos encerrado o transitorio da energiz: 40, 0 fiuxo no nicleo sera dado apenas pela patcela ty COs (wt + 2). ‘A relacdo dada pela expressao (1.10) é mostrada na Fig. 1.7, para a qual se consideram valores particulares para ¢ € a. Figura 1.7 — Fiuxo no tanstormador durante © peroce transiténio Pode-se constatar que, s¢ %9 = 0,27 ¢,,€ @ = 64°, 0 maior valor atingido pelo fluxo & pio = LTE op aap Como 0 valor de pico (dado peta expressao (1.11)) & relativaiente alto e Jembrando-se de que 0 fluxo deve ser produzido por 19, tem-se que, pela rela- s#0 ¢ = f (iq), se necessita de uma grande corrente nos primeiros instantes. Um oscilograma tipico da corrente de magnetizagto, incluindo o regime pesreriess auto pyay feewvbearshay 10 Transiormadores teoria e ensaios Figura 1.8 ~ Osciograma da corente de magnatizgto de um vanstormador Conforme a Fig. 1.8, € comum encontrar um valor de rente varias vezes superior ao da corrente nominal do transformador. 6. RELACAO DE TRANSFORMACAO © ensaio a vazio visa também & determinago da relagao de transforma- do, ou Seja, a proporedo que existe entre a tenstio ou corrente do primério ¢ a tensdo ou corrente do secundério, respectivamente, Como existem duas definigdes para a citada relacdo, vamos considerar as figuras a seguir para uma melhor conceituagiio dessa diferenca. E importante observar que, independentemente da forma de onda de ig, todas as tensdes ¢ correntes serdo tratadas como senoidais, sendo que as componentes harm6ni- cas ndo serdo consideradas nas anélises subseaiientes. Operagioa Vaio 44 ig > 1 Be 2 | [Fc ~ Condigaes de uncenamento do un Kanslormadr a) tanstormador 2 vezi; 8) vansformedor em carga Figura 1 Para o transformador a vazio, tem-se 0 que se convencionou chamat de relacao de transformacao te6rica: ky = AL (1.12) Em que £; ¢ £2 sio os valores eficazes das fem e fem induzidas nos enro- lamentos primario e secundario, respectivamente. A partir da Fig, 1.9 pode-se construir 0 circuito equivalente de um transformador a vazio, mositado na. Fig. 1.10, Figiira 1.10 — Circuto equivalenre ae um wanstormagor a vere Na Fig. 1.10 tém-se: ry —resisténcia do enrolamento primaio 1 — reatancia de disperse do enrolamento prim: E; —feem induzida no primario 7 —Tesisténcia do enrolamento secundario Xp — reatncia de dispersdo do enrolamento secundario Ey — fem induzida no secundario 12 Trandtormadores tearla e enssios Para‘o citcuito primétio,tem-se: +B} no qual se { a Considerando que 2; ¢ pequena, 0 produto 2, Jy poderd ser desprezado e, nessas cirounstncias: WB, (3) Substituindo (1.13) em (1.12) e observando pela Fig. 1.10 que, estando 0 transformador a vazio, Ey = V9, tem-se: ay fem que: Vay € a tensiio que pode ser medida nos terminais do secundario, Cor- responde, a vazio, a fem Ey. Quando o transformador alimenta uma carga, sera fornecida uma corrente is, que fara com que a corrente primaria seja alterada de /p para /,, sendo j,>> Jo. Assim, 2 tensi0 V; j8 ndo mais seria igual a £, € Vay, que era exatamente al a E>, varia, pois agora parecem quedas de tensio devido as novas corren- tes. Desse modo, para 0 transformador em carga, define-se uma nova relagao de transformagio denominada relaedo de transformacdo pratica dada por: ausy E’interessante observar que para a realizagio do ensaio a vazio deve-se aplicar a tensdo nominal devido & ndo-linearidade entre V; e Ey Para a relagdo de correnses, basta lembrar que: uaa rar 16) Uma outra representaao para a Eq. (1.14) pode ser feita aplicando a ex- pressio (1.6) para os enrolamentos primario ¢ secundétio, Assim: Kp afl 7 aay Da expresso (1.17) pode-se afirmar: > transformadores mane" “98, Operapéo'a Vazio 43 4 relacdo de transformagao tedriea tem 0 mesmo valor que a relagao entre 0 rniimero de espiras do primério e secundario, O mesmo ja nao ocorre para a re- lagdo de transformagdo pratica, Para a obtengao da rela Pa de transformagto, pode-se também utilizar uum equipamento especial para esle-fim-0 medida de relapio de transforma. s40 (Transformer Turns Ratio TTR), que € basicamente um comparador de ~ tensdes. A Fig. 1-11 ilustra um modelo desses equipamentos. TH Figura 1.11 — Fotsrati de un TTR corti Tel nasa © Como 18 7. DETERMINAGAO DOS PARAMETROS: Ry, Xp, ¢ Zp Na Fig. 1.10, representa-seo circuito equivalente de um transformedor, onde as reatancias indicadas correspondem aquelas devido ao fluxo de disper- so. Por outro ado, afoem (E; a fem (E>) sdo induzidas por um fluxo prin cipal. Para a produyao desse fluxo principal, considera-se a existéncia de uma bbobina representada pela reatancia X,,, a qual sera parte do denominado 1a- imo magnetizante do circuito equivalente, Um outro problema que aparece refere-se.as perdas no.niicleo, pois se no- 4 que no cireuito equivalente nao_existe.nenhum elemento que as represente Para solucianar este ineonveniente, introduz-se no-cema.magnetizante una re. sisiencia fiticia (Ry), GU, sendo percorrida por uma certa corrente, dissipa uma poténeia exatamente igual’a Py, F are ‘Com iss0, o ramo magnetizante é formado de uma resisténcia e uma rea- Kincia, sendo, pois, representado de uma maneira geral por uma impedancia qq — impedénci® do ramo magnetizante —, que pode ser colocada no primi Ho ou no secundario, mas no nos dois enrolamentas sinwultancamente. . cig eee eee 14 == Transformadores teoria e ensai0s: Figura 1.12 — Circuito equivaente de um tanstormador,inclundo @ impedéncla do ramo mage retzonte Para a determinaedo da impedancla, basta considerar que na condigao de operagao a vazio, sendo i z, & 0, 0 circuito ficaria resumido ao indicado na Fig. 1.13. Figura 1.12 — Cicuito equivaiene simpificado para o funcionamento a vex A partir da Fig. 1.13, tem-se: ott (1.18) I Em relagio aos caleulos de Ry, € Xm, deve-se considerar um dos circuit equivatentes da Fig. 1.14, @) Figura 1.14 ~ Assoaiagdes correspendontes 20 rarno magnetzante: at sére bi paratlo pee eee eee Do exposto, constata-se que se pode obter uma mesma impedancia Z, as sociando uma resisténcia em série com uma reatancia; ov uma reatancia em paralclo com outra reatincia. Alguns autores usam a tepresentagao série ¢ ou tros wilizam a paralela. Cada representacdo tem suas vantagens. Veja-se, pois, como determind-las, lembrando que do ensaio a Vazio tem- se: Pos Vi € la a) Determinacdd de Ry» € Xess Pela Fig. 1.14, considerando que Ray €a resisténcia ficticia tia qual se dis- siparia a poténcia perdida no nicleo, pode-se escrever: Po = Rug 5, fe igo Be Pa Visto ser a conexto série: Kgs = VOE> 4.29 bp Determinagao de Rap & Xp Anteriormente, a corrente iy foi decomposta em jy dg, justifcando-se a distribuigao de correntes indicadas na Fig. 1-14b, Considerando conhecidas tais componentes, tém-se: aan 1.22) 8, ADAPTAGAO PARA TRANSFORMADORES TRIFASICOS ‘A teoria vista até agora foi deseavolvida para transformadores monofasi- cos. Com algumas rapidas consideragdes, pode-se aplica-la para transforma: dores trifésicos, 0s quais podem ser considerados como um agrupamento de trés enrolamentos monofasicos. Por isso diversos itens devem ser adaptados: @) Corrente a vazio Conforme 0 circuito magnético do transformador tsfisico, as correntes a vazio das tr8s fases poderdo apresentar valofes iguais para as fases laterais e 16 Trenstérmadores taora @ ensaios um valor diferente para a central. Para este caso, adola-se uma nica corrente a vazio, dada pela media aritmética das trés valores, Toy + Ig + Ia 1 + Toy ty ? (1.23) 6) Relacao de transformagao Para o caso de transformadores monofasicos, a relagdo de transformatao tebrica é sempre igual & relagao entre os nlimeros de espiras. Isto se deve ao fa- to de as tensdes Ee £, serem determinadas exatamente entre os terminais dos ‘enrolamentos em que foram induzidas. Para os transformadores trifasicos, o problema jal nao é tao simples, exi- indo eeros cuidados, contorme os ines de conext, a saber: este, irilngu- loor Enietaito, para todos os casos, basta raciocinar do seguinte modo: eer A relagdo de tranformacao tedrica (K'y) & definida como a relagio das ten- ses Ey ¢£; medidas eatrsfases. A relagao do nimero de espiras (Ky) é definida como a relagao entre os néimeros. de espiras por fase (enrolamentos situades numa mesma coluna do niicleo). A titulo de exemplo, a determinagao de Ky e Kyy para um transformador cestedlactriangulo & realizada a seguir, eee eee ee eee Overacioe Veco 17 A relacio de transformagao A’; sera dada pela relacao entre as tensdes de linha: Eu, Fg Exo. Bg Me SB Para a determinagao de Ky, tem-se que esta ¢ definida por fase, Observando a Fig. 1.15: fy. As Mew | Ex VBE Ny V3Vy Raclocinando desse modo para divers transformadores, pode-se elabo- car a Tab, 1-2. Na tabela, substituense as aproximagGesindicadas nas expres: So65 de Ky Ky por isvaldades Da Tab. 1.2 concluise que nem sempre Ky coincide com Ky 0) Determinagao de Zqy Xm € Ro, Para tanto, usar-seiam as mesmas expressdes anteriormente apresenta- das, sendo que, para os transformadores trifasicas, os cuidados a serem obser vados seriam: * Quando da determinagao de Zm, Xp € Rm, & mesma é feita por fase. + Assim, se foi determinada @ poténcia total fornecida ao transformador, deve-se dividi-la por irés para que se tenha o valor correspondente a uma fa- P, Py = Fe mae} = Nas expresses, tém-se tenses ¢ correntes, portanto, conforme o tipo de co- nexdo, observar as grandezas por fase. CONEXAO. capitulo 2 — Operagao em curto-circuito 1. OBJETIVO A operacdo em pauta possibilita a determinactio de: perdas no cobre (P;); queda de tenséo interna (AV); e impedancia, resisténcia ¢ reatincia percen- tuais (2%, R% © X%). 2. PERDAS NO COBRE (P,) Na determinacao das perdas nos enrolamentos, que s40 por efeito Joule, deve-se notar que elas dependem da carga eléirica alimentada pelo transforma. dor. Isso sugere a necessidacle de se estabelecer um certo ponto de funciona- ‘mento (ow uma certa corrente fornecida) para a determinagto de ry 1} + ra, respectivamente, perdas nos entolamentos primario ¢ secunditio. Tal ponto & fixado como 0 correspondente ao funcionamento nominal do transformador. Desde que se tenha a circulacdo de corrente por um dos enrolamentos, pe- 1a relagao de transformagao, a do outro enrolamento também o sera; e, nessas circunsténcias, as perdas por efeito Joule sao as denominadas nominais Para o conhecimento das referidas perdas, podem-se determinar r) er, € conectar em seguida a carga nominal ao transformador para a medi¢ao de I, € 1, Essas correntes poderiam também ser obtidas pelos dados de placa de po- téncia e tensto. Jé que o problema consiste no estabelecimento de correntes nominais nos enrolamentos, © método proposio corresponde @ realizagao do denominado ensaio em curto-circuito. O enrolamento de tensto inferior (TI) & curio- ciccuitado e a alimentagdo proveniente de uma fonte de tensBo superior (TS). (0 motive de se alimentar o enrolamento de TS & que, sendo as correntes iguais as nominais, areferente ao enrolamento de TI normalmente tem um alto valor due, talvez, & fonte nao tenha condigdes de fornecer. Em relagdo ao valor da tensio necesséria para a realizagao do ensaio, tem- se que, aplicando-se a nominal, estando o secundério em eurto, no seriam as correntes nominais a circular, mas, sim, as altas correntes de curto-circuito, Para entender melhor 0 que foi dito, basta raciocinar com um circuito consti- tuido de duas impedincias em séric, nas quais uma delas corresponde & impe- daincia interna do transformador (muito pequena) c, a outra, 2 impedincia de carga. A Fig. 2.1 esclarece a consideracao feita Pelas Figs. 2.Jac b observa-se que, estando o secundiério curto-circuitado, a tensdo necessaria para a circulagéo das correntes nominais é bem inferior a0 correspondente valor nominal. Assim, a tenso necesséria para a realizagio do ensaio apresenta valores, geralmente de até 10% da tensio nominal (Y,) do enrolamento alimentado. Esta tensio necessaria para a circulagao das corren- tes nominais correspondera, aproximadamente, & queda de tensio interna no transformador. ‘Supondo ai ido de curto-circulto (Vex) seia ad a indugGo_n0 nlicleo sera reduzida de 10 vezes. Cor histerese ficardo reduridas de 40 veres na parte da nomi- ist, as perdas. par a5 por correntes parasites de Foucault 20 Transformaderes toovia ¢ ensaios iy ix -— ana re % eet | | i a ®) igura 2.1 ~ Eteto da tons80 no enssio em eurto: a} em cargo; bl em usta de 100, 0 que leva a conclusao de que as perdas no niicleo podem ser despreza- das face aguelas no cobre. Portanto, fazendo circular as correntes nominais no transformador sob) censaio de curto-circuito, praticamente toda a poteacia fornecida ao transfor. ‘mador estaria sendo perdida por efeito Joule nos dois enrolamentos. E interes 'da internamente, uma 3. QUEDA DE TENSAO (AV) AA Fig. 2.2 apresenta o cireuito equivalente de um transformador. Como pode ser observado na Fig. 2.2, existird uina queda de tensdo no Primitio, que, por sua ve2, influenciard no valor de £. Isso resultard em uma alteracao do valor de £,erificando-se assim umna primeira etapa de variacdo da tensdo, Analogamente, 0 produto (r, + j2) f eorresponderd a uma queda de tensdo no secundario e, assim, a tensdo Vz telativamemte a V’, sofrera dois estagios de varingdo. Esse método para a determinagia de V;¢ valido, porém bastante trabalhoso, o que torna mais conveniente 0 manuselo com os denom: nnados circuitos reduzidos, ou circuitos em sistemas por unidade Operacioom Curtocireuta 24 Referindo o circuito primério a0 secundétio, tem-se 0 cireuito mostrado ha Fig. 2.3, onde se deve notar que as perdas em r; er} séo idénticas, o mesmo acontecendo para a energia magnética armazenada pela bobina x, ¢ sua equic valente xj reduzida ao secundario. Na Fig, 2.3. t8m-se: = AL = tneto rimtria refer a0 seundio 3 __Transtormago Figure 2.3 — Crouilo equivtenie go transformador com as grandezss do pmsio releidas a0 secundtio reatdnci cundirio Bj = iy KP de dispersao do primario referida ao se- i, K = corrente do primério referida ao secundario 2 =2q K7 = impedncia do ramo magnetizante referda ao se- cundirio K ‘elagao de transformagio Com uma pequena aproximagao, decorrente do fato de a queda de tensao ara a corrente a vezio'em (rj + jx/) ser pequena, pode-se conectar a impe- @ancia Zr, diretamente entre os pontos a eb. Esta iltima alteracao é ilustrada oot . Transformader i iszsieeeee " Figura 2.4 ~ Circuito equivalenteroduiiso E importante observar que, na Fig. 2.3, a tensio nos terminais de Z',era Ey que diferencia de Vj, pela queda 2} f. Entretanto pela Fig. 2.4 tal ja'na0 ‘corre, pois a tensdo nos terminais de Zé V3. A justificativa disso se faz ba- seando-se no fato que o importante € a relagao entre os valores da tenstio de entrada (V'}) ¢ tensto de saida (3), sendo que a intermedifria nfo interessa diretamente na determinagao da queda de tensio do transformador. Considerando ainda que /j, bem menor que /,, ¢ comum em aplicagdes priticas desprezar o ramo magnetizante, e o circuito equivalente do transfor- mador seria reduzido ao da Fig. 2.5. Na Fig. 2.5, conclui-se que a queda de tensao total no transformador é da- da pela expresso: A fh 2) Figuea 2.5 — Cucuito equvstone sinpiiicade retorido 80 secundivio, Da expresso (2.1) pode-se afirmar que, a0 fechar o secundario em curto- circuito (Fig. 2.6), a fensdo aplicada ao primario e referida ao secundério seré «@ prépria queda de tensao procuroda, Naturalenente, sendo a queda de tensdo uma fungio da corrente fz, isso forsa a especificagao do ponto de operagdo do transformader que, como anteriormente, correspondera 20 nominal. 4. IMPEDANCIA (2%), RESISTENCIA (2%) EB REATANCIA (X%) PERCENTUAIS Com a montagem do ensaio em curto-circuito, os instrumentos emprega- dos permitem a obtengo de: Pa, a poténcia fornecida ao transformador em curio; Vig, a tensio de curto-circuito medida no enrolamento de TS; e€ Jiy € ng, 5 cOrrentes nominais nos dois enrolamentos. Para 0 ensaio de curto-circuito sio validos 0s circuitos equivatentes da Fig. 26. Verifica-se deste modo que o transformador, como elemento de um cireui- to, se comporta exatamente como uma impeddncia (Zz) constituida pela asso- ciago-série de uma resistencia (Rz) e de uma reatancia (X.). Figura 26 ~ Crouitcs equivslertes para © warstormador om cure-chevito “Como a poténcia ativa medida neste ensaio (P,,) corresponde a aproxima- damente a poténcia dissipada em r, © 2, e, sendo R, wma resistencia que re- presenta a resisténcia dos dois enrolamentos, pade-se escrever: 2.2) Pela expressio (2.2) determina-se o valor da resisténcia total referida ao secundério. Caso interesse a resisténcia referida ao priméio, bastaria substi- 24 Translormacores teora @ enseios tuir na expressio Jp, por fy. Para evitar a dependéncia com o lado de refern- ia, procurou-se representar tais resisiéncias por um elemento que independa do lado a que sao referidas. Assim sendo, define-se um novo pardmetro: em que: RY € a resisténcia percentual que, embota adimensional, continua, possuindo uma conceituagdo de resis\@ncia, com a vantagem de apre- sentar o mesmo valor, quer quando caleulada para o primario, quer quando para o secundrio do transformador; Vin @ Vag SAO as tensdes nominais do primario e secundario, respect vathente; € Jig € Taq, 88 correntes nominais do primério e secund: Substituindo a Eq. (2.2) na expressdo de RY%: Ps I; P. mm = Pats = Pe R PaTE 100 = ES 100 Como 0 produto V2, Ii € igual a poténcia nominal do transformador, vem: am = 28-100 2.3) Da Fig. 2.6, tem-se que o médulo da impedancia equivalente refer secunditrio (Z,) pode ser calculado como: Y = His 2.4) amie 24) que pelo mesmo motivo anterior deve ser, de preferéncia, expressa em termos de seu valor percentual, que é definido por: 2m = Bele 109 « Zt 109 Substituindo Z, pela expressio (2.4): Yoel v, —Ys-tie 100 = Yes 100 2 = Rae Van RVs, Overagioam Curto-cheuito 25 Lembrando que 0 produto KVzy é igual a Vin: 2% = Ys. 100 Considerando a assoviagao-sériet X% = VB)? (RIP 2.6) Tendo R%, embora sem unidade, um significado de resisténcia, seu valor sofre variagdes com a temperatura. Como na realizagao do ensaio nao ha tem po suficiente para 0 aquecimento do transformador, justifica-se sua correeao ara 75 °C no caso de transformadores de classe de temperatura de 105 °C a 130 *C e para a temperatura de 115 °C para a classe de temperatura de 155 °C 2 180 °C, aplicando para tanto expressdo apropriada, O valor de X9% nao so- frera variagao. Como Z% corresponde a impedincia equivalente da associa ‘a0 de Xe com RU», deverd também ser corrigida pela expresso apresentada a seguir. RO 5, = ky RO 7) Zag, = V (Rig)? + (XV) (2.8) em que: kg @ 0 coeficiente de corregdo de temperatura dado por a eet vee ar, 0 coefciente de varingdo da resisténcia com a temperatura: E para o cobre €234,5 ¢ + para o aluminio € 225,0; 6,, @ temperatura ambiente em grau centigrado; 6;, a temperatura final de operagdo em grau centigrado; AY%y ,a resistencia percentual & temperatura final considerada (75°C ou 115 °C}; Rey, a resistencia percentual a temperatura do ensai 2"eq,. a impedincia percentual a temperatura final considerada CEC ne ne em ee eee 5. PERDAS ADICIONAIS No ensaio de curto-circuito, verifica-se que existem outras perdas além das ‘nos enrolamentos, a saber: nas ferragens, nas cabegas de bobinas e outras. Deste modo, ao se referir ao fato de que @ leitura no wattimetra no corres- ponde precisamente & poténcia perdida nos enrolamentos, estar-se-iain consi derando essas outras perdas, Nessas circunstancias, o valor da poténcia obtida pela leitura dos instrumentos sera Po = Px t Py fem que: Pz. é 4 poténcia lida no ensaio; Pg, sto as perdas adi perdas nos enrolamentos. mais; € Py as Portanto, para a aplicagiio da expresso para 0 célculo de RM, dever-se-ia entrar com P, e ndo com Pi. Acontece, entretanto, que, devide @ natureza das perdas adicionais, uma expressao para seu cdlculo é bastante dificil de se obter, 0 que leva ao uso de dados empiricos. Para a obtencdo de P, é recomen- dado wilizar a relagd Py = 15% 220% Py 2.9) Caso nao se queira usar a expressao (2.9), deve-se determinar P, pela me- digo das resisténcias do primério e secundario com uma ponte de Weathstone de alta preciso. O valor de P; seria obtido por 7) 1}, + 12 Thy 6. ADAPTAGAO PARA TRANSFORMADORES TRIFASICOS ‘Como no capitulo anterior, procurou-se desenvolver a teoria utilizando-se de transformadores monofésicos, , em seguida, estendé-la aos trifasicos. Tal como no caso do ensaio a vazio, para os transformadores monofési- deve-se considerar se 0s enrolamentos esto conectados em estrela ou em tridngulo. Conforme é usual nos célculos em sistemas de poténcia, comum a analise de circuitos trifdsicos por uma tinica fase, considerando as outras duas como simétricas. Naturalmente, tal representagdo 50 poderia ser conseguida pela conexio estrela sendo que, no caso da conexto tridngulo, trabalhar-se-ia com sua estrela equivalente, Nao entrando em maiores detalhes a respeito do problema, pode-se provar que os parametros Z, R eX em ohms sofreriam in- fluéncia pelo modo como as trés fases fossem conectadas. Entretanto seus cor- respondentes valores percentuais independem se 0 transformador ¢ estrela ou trifngulo, 0 que consiste em mais uma vantagem dos vatores perceniuais. Nos desenvolvimentos que se seguirdo procurar-se-4 obter expressOes para 0s calculos dos parametros percentuais empregando-se as leituras extraidas do ensaio trifésico, Para maior clareza, utilizar-se-A 0 indice f junto ds correntr= ¢ tensdes na fase, e as grandezas na linha sem indice. (Uperagad en Snto-creemo Mostrow-se anteriormente que: Ry laos P, ao ndo Ry = 2 100 sai = Able 100 se 2 a Considerando agora o transformador trifésico e que Pz: se refira & poten. cia correspondente 2 uma fase, tem-se que: P, Pea >, = 2s fem que: Pax € a poténeia de curto-cireuito total. Supondo um transformador estrela, ¢ analisando 0 problema de valores na fase ena linha, vem: fant = Tan v Vong = 20 ‘at = SP Substituindo essas expressdes em R%, vem: ~ a a 3 z ‘Roy = Pst tag 100 pose 8 Vari, Ge VEN tn V3 g Como V'3 Vag fan € igual & poténcia aparente trifésica nominal (S,), tem- se: 8 i Rw = 722-100 2.10) Analogamente, pode-se demonstrar que: Le 100 eu fem qite: Voz & a tensio de curto-cireuito entre fases; € Vin, a tensfo nominal do enrolamento alimentado, entre fases. ‘As corregbes de temperatura seguem 0 estabelecido para o caso do trans- formadar monofésico. capitulo 3 — Rigidez dielétrica de dleos isolantes 1, OBJETIVO ‘Todos os transformadores de poténcia acima dle 20 kVA e tens acimia de 6 kV sto construidos de maneira a trabalhar imersos em dleos isolantes. O leo Euusado com o objetivo de atender a duas finalidades: garantir um perfeito iso- lamento entre os componentes do transformador; ¢ dissipar para o exterior 0 calor proveniente do efeito Joule nos enrolamentos, assim como do niicleo. Para que 0 leo possa cumprir satisfatoriamence as das condigdes acima, ele deve ser tesiado ¢ apresentar boas condigdes de trabalho. Este capitulo visa discutit 0s critérios para testar a rigidez dielétrica do Oleo de modo a conhecer suas caracteristicas isolantes, que definir&o ou nao sua imediata aplicacao em transtormadores, 2. GENERALIDADES, ‘Sao encontrados 6leos de quatro tipos: animal, vegetal, mineral ¢ sintéti- Os animais e vegetais nao servem para uso em transformadores, pois mu- dam facilmente suas composigdes quimicas e alteram suas propriedades fisi- Os sintéticos também nao so usados devido a sua tendéncia em se polime- rizar, alterando suas propriedades fisicas, . Assim, 08 dleos usados em transformadores correspondem aos minerais, ‘que sdo obtidos da refinacao do petroleo. Esses dleos podem ser conseguidos ‘com uma grande gama de variagdo em suas propriedades fisicas ‘Torna-se, entdio, necessario fazer uma série de testes para se escolher 0s ti= Pos convenientes para uso em transformadores, dleo deve ser testado quanto aos seguintes aspectos: 4) Comporiamenta quimico 0 dleo deve ser analisaclo em condigbes as mais parecidas possiveis com as de trabalho. Justfica-se esse ensaio pelo fato de o comportamento quimico do Sleo ser alterado por condigdes externas, tais como, aquecimento, oxidagio, cenvelhecimento ctc., fatores que afetam diretamente suas propriedades isolan tes. b) Ponto de inflamagao e ponto de combustao Aquecendo-se o éleo até uma determinada temperatura, ele se inflama em presenga de uma chama, Este é 0 ponto de inflamacao. Se ‘a temperatura for elevada até outro valor determinado; 0 6leo se inflamara espontaneamente em contato com o ar. Este & 0 ponto de combusiao. O conhecimento dessas tem- peraturas é importante pois 0 oleo pode ficar submetido, em operacdo, a fais cas elétticas ou a aquecimento exaperado. ‘igiioz Dioirica de Oleos Iolartos 29 ©) Viscosidade E um teste importante, pois da viscosidade depende a capacidade de cireu- lagdo do dleo, dentro do transformador, para seu resfriamento, © éleo deve ter um valor de viscosidade tal que possa circular livremente pelas aletas de refrigeracao. 4) Perdas por evaporagao Visa a determinar 0 quanto de leo escapara do transformador em forma de gas, devido a seu aquecimento. A quantidade perdida deve ser nula ou a menor possivel. ©) Rigidez dielétrica Eo cnsaio mais importante a se realizar e sera analis nos desenvolvimentos que se seguirao. Existem outros ensaios aplicados aos dleos isolantes, porém, por fugirem 40 escopo deste livro, ndo serdo aqui analisados. : De modo a visualizar a grande importdncia do teste em questo, ¢ apresen- tada ao final do capitulo, sob a forma de apéndice, uma tabela que descreve lum programa geral de manutengao preventiva de transformadores. Para os diversos tipos de transformadores & interessante notar a const cia do ensaio do éleo. Todos os ensaios anteriores devem ser feitos petiodicamente nos transfor ‘madores em uso, mas facilmente pode-se notar que a importincia ¢ a necessi- dade do teste da rigidez dielétrica sao bem grandes. 0s testes referidos anteriormente a tabela sao geralmente feitos pelos fa- bricantes do leo na escolha dos tipos a serem recomendados. Mas, 0 operdrio especializado, ao retirar amostra do leo para testes de rotina, ja verifica, pelo simples manusefo, seu estado de envelhecimento, de viscosidade, de impureza, ete, Vale dizer que, sob efeito'de oxidagao, reteng20 de umidade, elevadas temperaturas etc., 0 dleo vai perdendo suas qualidades isolantes, Geralmente, formam.se produtos lamacentos escuros, conhecidos por fama, que alteram as propriedades do dleo. Neste estado, 0 leo ja est deteriorado e deve ser rece perado ou substituido. ‘A retengdo da umidade € evitada usando-se silica-gel nos respiradouros, — valvulas destinadas a avaliar a pressao interna devido ao aquecimento do leo. A silica-gel é uma substancia higroscopica, que retira a umidade do ar. Quando em seu estado normal, apresenta uma coloragao azul claro; no entan- to, quando se satura, sua coloragao sofre mudanga, passando ento a rosa, Para restaurar a silica-gel as condigdes normais, deve-se aquecé-Ia a fim de se evaporar toda a Agua que a substdncia tenha absorvido. Se 0 Oleo retiver umidade, ele perderd, facilmente, suas caracteristicas iso- lantes; por exemplo, se o 6leo contiver agua na proporcaa de 1:10 000 (uma parte de agua para 10 000 partes de 6leo), ele se tornaré imprestavel como iso- lante, A rigidez.dielétrica também diminui, consideravelmente, se 0 dleo conti- ver impurezas. Havenclo nevessidade, o Alen devera ser filtrado ¢ reruperado, tornando- ido detalhadamente 3. OS PROCESSOS DE FILTRAGEM Ao processar a filtragem do dleo diversos cuidados devem ser tomados, periodicamente, para que se protongue a vida itil dos transformadores ¢ para minuir as possibilidades de interrupgao de operagao, (© equipamento para filtragem de 6leos isolantes consta de filtros comple- ‘05, estufas de secagem e medidor de rigidez dielétrica. O processo de filtragem pode ser feito por filtros-prensa ou a vacuo. As estufas de secagem, normal- mente elétricas, so encontradas em diversas linhas de fabricacto. 3.1. O filtro-prensa © filtro-prensa é constituido de uma série alternada de quadros ¢ placas, de tal forma que se encaixam rigidamente por meio de um parafuso de aperto e de tirantes de suporte, A Fig. 3.1 dé uma ldeia fisica de um desses dispositives. 3.2, Operagao de filtragem ‘A maneira mais eficiente & bombear o Oleo do registro inferior do trans- formador para o filtro-prensa e para o registro superior do mesmo, fazendo assim um circuito fechado. O éleo é bombeado parg o canal de admissao e dai penetra no espago interno dos quadros, sendo entdo forcado a passar pelo pa- pel filtro, fluindo por suas ranhuras, até atingir o canal de saida, j& purificado. Na Fig. 3.1 pode ser visto 0 circuito de alimentagdo ¢ os detalhes de um filtro- prensa, A aeragio do dleo deve ser evitada pois 0 envelhecimento do éleo é acele- rado em presenga do oxigénio livre. Nao devem ser usadas mangueiras de borracha comum. Normalinente, so fornecidas manguciras de neoprene ou, caso se requeira, metélicas. Deve-se ao filtrar um 6le0 muito émido, euidar para que a rigidez nao caia. Quando o valor da rigidez atingir 25 kV *, todo papel deve ser trocado € levado a estufa para secagem. Como referencia, indica-se a seguir o tempo que © papel pode ser usado eficientemente, baseado na rigidea dielétrica de um leo limpo, ‘Tabata 3.1 —, Tormpos estimados para a utilzagto conta do page iro Tiger dialaie iil T—Tenipo estimade ote} o 19 Ww 16 2 20 6 A temperatura mais adequada para a operacéo de filtragem est entre 20°C 40°C, Abaixo dessa faixa, a viscosidade do 6leo aumenta rapidamente , acima de 40 °C, a umidade & dificil de ser retirada do 6leo. leo que tiver sido danificado por superaquecimento originario de so- brecarga continua ou curto-cireuito podera ser tratado pelo filtro-prensa. O sedimento sera removido e a rigidez dielétrica levada a mais de 25 kV, embora a cor ¢ @ acidez do leo perrianeram inalteradas. * Ver unidade de rigid deerice na item $ ica de Oleos Isolantes fi f i e | i age 4 3 5 & 3 32 Tramstormageres tooria © enseios 3.3. Troca do papel do filtro Quando a pressao do mandmetro indicar presses de filtragem com valo- res superiores a0s recomendados pelo fabricante, isso indica que o papel neces- sita ser substituido. A troca do papel deve ser realizada também se duas amos- {ras de um mesmo dleo, antes e depois da filtragem, indiearem valotes baixos € iguais para a rigidez diclétrica ‘A filtragem deve parar quando os ensaios de rigidez indicarem valores su. periores a 30 kV. E interessante observar que o filtro-prensa pode estar dotado de um pré- filtro ou centrifugador, que evitam entrada de particulas maiores que possam danificar s bomba. Outra atengao a ser dada a esse processo ¢ que, apés executiclo, deve-se esperar 0 acomodamento do dleo; sendo recomendado, portanto, esperar um minimo de 24 horas para novamente se colocar em uso o transformador do qual o dleo foi filtrado, Geralmente, a vida do leo é de cerca de dez anos, sob condiedes normais de trabalho e com manutengao periddica, Além do dle0 comentado, pode-se encontrar produtos sintéticos em subs- tituigao aos dleos minerais. S40 os chamados ascaréis, O Ascarel apresenta inumeras vantagens quanto a suas propriedades sobre os dleos minerais, sendo ‘as mais importantes: nao ser inflamavel c ser mais estivel que o 6leo. Apresen- ta, porém, a desvantagem de ser um produto téxico. 4, ESTUFAS DE SECAGEM Existem diversos tipos de estufas de secagem, para cada tamanho de Papel-iltro padronizado. Esses filtros sto equipados com hastes para suporte das folhas de papel e termostato, que deve estar regulado para a temperatura de 100 °C, Existem diversos compartimentos de secagem independentes, com sistema de chaming, que prev uma distribuigao unifarme de calor, permitindo igual- mente a substituigao de ar Gmido por ar seco, Existe também um duto de leo para que paptis usados ndo venham a oferecer perigo de incéndio nas resistén- cias de aquccimento, As folhas devem estar espagadas de 2 mm no interior da estufa para asse gurar melhor secagem. © papel-fltro deve ser aquecido de 6 a 12 horas, Apés a secagem, 0 papel deve ser colocado imediatamente no filtro-prensa e usado, pois, por suas caracteristicas higroscépicas, reabsorve cerca de 2/3 da umidade total, © que pode fazer em 10 min. 5. ENSAIO DE RIGIDEZ DIELETRICA Conhecendo-se a diferenga de potencial entre duas placas ¢ também a dis- Hancia entre as mesmas (que deve se pequena), 0 campo elétrico pode ser su posto uniforme e dado por: Figider Dieéirica de Oleos isolznies 93 Ve ep em que: E, € 0 campo elétrico; V., a diferenga de potencial aplicada entre as placas; ¢ dy a distacia entre as placas. Conservando-se a distancia d, constante e aumentando-se 0 valor de V., 0 campo cresce. Para um determinado valor de tensto, se 0 campo elétrico (E.) for suficiente grande para romper o dielétrico entre as placas, entao uma des- carga no dielétrico se manifestara, Este valor do campo elétrico ¢ denominado rigidez dielétrica. © valor de V., que proporciona rompimento do dielétrico, é chamado de tensao de ruptura. O valor do campo necessario para a ruptura é tabelado de acordo com o dielétrico entre as placas, com uma maxima tensdo por unidade de comprimento que se pode aplicar ao isolante. Naturalmente, esse valor nun ‘ca deve ser atingido na pratica, trabalhando-se sempre, para seguranca, numa faixa bem menor. A titulo de ilustragdo, a Fig. 3.3 indica um analisador de tigidez dielétrica Efetuando-se 0 teste, usando dleo entre as placas, pode-se determinar 0 quanto de diferenga de potencial 0 mesmo suporta por unidade de comprimen- 10. O resultado obtido é comparado com os valores tabelados pelas normas ¢ determina-se, entdo, se 0 dleo serviré ou no para uso nos transformadores. (0s valores tabelados a seguir so validos para temperaturas do Oleo situa- das entre 25 °C e 35 °C. A tabela foi também elaborada para éleos mineral s valores constantes na Tab. 3.2 so referidos a uma distancia de 2,54 ‘mm ou 0,1 pol entre 05 eletrodos. Assim, um valor de 30 kV deve, na verdade, ser interpretado como 30 kV/0,1 pol. Em termas praticos, entretanto, como a distancia ¢ padronizada, wtiliza-se mais comumente apenas o valor da tensio, ‘ou seja, 30 KV para 0 caso considerado Para os ascartis, pode-se empregar a mesma Tab. 3.2, desde que se adicio- nem 5 kV aos valores das tensdes. Tabela 3.2 — Valores da rigderdieivice © stad do loo isoante Reina de 38 Excelente De 30.038 Muito Bom i De 75 0308 Bom De 20.8 254 Saistaion ‘Be 15320 KV Duvidoso (recomenda-se Fieae30) ‘bane de 15 Fojatavellndepensdvel gente tivacso) | Bee eee eee ae ee nec ne eee eee 6. CONTROLE DE ACIDI inreanupToR of REVERSIO WoV- 220V Q it 4° © OOOO I" Caos Levee fcerePCeemteelimazeeee | ra reduzir a acidez, para remover a lama ¢ aumentar a rigider requer MACANETAS OAS FORTINHOLAS cquipamento especial. Se 0 custo da instalagdo e operacao for alto o suficiente & para tornaro proce anieconOmio, er meio Westar le wad, 2 L ‘chamné Of exaustio eEsronTaNEA par o ttansformador ¢ substituir por dleo novo. A cifra de neutralizaeao pode ser reduzida por filtros que empreguem a A terra fier, argila ativada ou alumina ativada, Esses meios de filtragem sto muito mais ativos quando 0 dleo & tratado a quente. O leo é circulado atraves de leito filtrante até que a cifra de neutralizagao atinja 0 ponto desejado, ot i ‘que haja exaustéo da argila. Tal tratamento remove dxidos que possam ter tado no Seo, Isolantes usados, que foram tratados com terra filer, nko tém to alta resisténcia a oxidagao quanto 0 éleo novo. A Tab. 3.3 fornece alguns clementos relacionados ao controle de acidez | Tebete aa — Coiicte de acisex | coon | euitaubicao | rmeTACiO oasevacno, | aie Novo. Olen sem uso, novo, Flow 22 Esl de seanem { «wos Lmorowavel formagio de ama, ‘rata ou 4003 Desnecessaio var nicica com jo. 40 90 Davies nie e formaga oe tama, Teatar 04 wocer Lavar tones 0s componantas com jato de deo 7 [ve0.4000,70 Precio Fermapio tran de om. Tocer insert! ager | 8 fram de 0.70 Pengoro | 8 04 2 Eanponorts com | ‘samen sla dol pons anos 2.8 Anaksadr de rider dleeties(cortacia Trial Incistria @ Coméecio) 36 Transformadores toova ¢ ensaios ‘nee goal do cap. 3 ~ PROGRAMA GERAL DE MANUTENCAO Aigider Dielitrica de Oteos isotantes Normalmente, as quebras ov sochadutas nos 'solagores podem ser reporadas numa emergéncia (sevido 2 fata tempera do isotdor sobvessalentel a7 tempos. E, quendo uma for encontradafroura, antes e apertéis Sevom ce lnar va8supertces do onto x FRROUENGA a © Que Fazer a Doversolimar 0 esmalte das arestas quebrados ou ee asreunee DA INSPECAQ tsoladores | rachadoa e dor uma pinture de yerniz altamente ere ‘eve wa Tota a vericoto, rans com Base @ eens eee ieee eae Tempera | sir do aumento murs os onpantis anon ee Scere eee anne Soe | quo. tenslomedordnve suosrar conimorene, | cada jaan wv | Sepoticade ra pucose etarhe Mares |S A pra av pence §manutaneao povertva 6b etree eece ‘ ‘squels fete em dreas reduridas por motivo de laseas, oloes cbservata bbarbulhas ou arranhes que aparoram na suporice + Aisi pois, acopanads do arotgBen Seranquow ous pbncstedaieer mossy | 4 cag constitu prébiea recomendvel para o sevico de Pintura | ete.) Esta pintura consiste em apicar 8 pincel uma ped tranuensio. Guan nao romer nsvumontoe SE Fae pine conse cm api pol ur {nieadores instalados nas pines de comando de acabamenio, embrando-su de que as supertcies is subestacdes, os caren sna acionte |p cage fe caunaaraen sae coven | _ Ss com ur smpetinto por go ipo ea A soe pi Bie pel hme emiptoniiertets So os conta, ov rls, os Fecadoes, oF Wanted qué a chr gale in vorilaceres © utes Sepoativos aus comoltam 9 otascas, procunr soeto ee sees stipanen forionel do onsionavor, Poca ta pustons | sat tunconando poturamarta®, parent cada teaueror una atenedo permanent potia de ‘ume ‘A lengdo dave set redida de modo @ veiicar se 0 ‘manutencBo. Em gera, essa manuteng#0 conciste em Tensao | {Wansiormador estd na posiego apropriada de top. Acada ‘voriicar 8 operac80 normal dalese, esporadeamenta, Sobrtensbesprosuern etésces as pode 8 A biti ua pg Gtonuona cu fasta erio. Dever-se verificar a existencs @ a ordem nes pecas, fies _| Yea 0 is sto ungonando coratame® | Tranmara: "aEa | Sovecone do tansfomderemaner umben's Acad 4: mode a azeegr a rato cesonse ceeds s Saeeaiee See + Teds os ponios dr cone dover so PantaSe + Emo reo ser encontaga aca ou abana Go conestes |” impos do omugen ou sesso, do modo ar face Nera eens oe Reo ees Semestral temperatura em que se encontra o Oleo. Gh, | + Gitta resents os 6 sora, aver Sener tare neeneneenta brs» opoog stsltena doo ns cos 1 ee eee sate | lnmbm dos ets co rota 7 oo ape A cate 15 dispostivos de grote cone mbtoebes Do co | » Seporegur novo estanho (varamento cu ‘ties pce ett tates deco aur vane espero)» ne do Sle en be dovse arto | ‘gual ov enor 90 do ve ao trsio oe weer | Semssval loge compas-o usando sempre be pore conta | Ge promi co tandiornades A manstosie fete terstrmador to Atara, Boor ca) Se soowensbes | deste damaniesosuneat {nico sonoed * Hoste de wrdeago do obji0, doves ome 0 vonsormad: um ealponone roar de quo © tenia sso uo 6d ssoncimant ete, © ahor adore 2ua ‘testo sdntunda ever voto 8 ‘emporawa. | stipe sto! ds unconoments os ompeanes cance | olamonto do pre par most do scundrio Peat | Aimedca ia dvearonta por um tonrbeetn Acasa Resicia | para masse: do primano para secundio, paeie iso | 80 goramente vem Instaado, O sarigo de ‘uma + Rvetheagdo do solamente do um tonsfotmader ‘harateneb deve estar ator pas © potore ee @ 0 acompanhamento periédico de uma possivel vermeino do termémetto, indicativo da maxima “anagho tn soa0carotoetios de woogso ‘eroeotra airgap earn Senstituom seam om far tment pte» ga Soe eee do equipamento# para a sequrance do insalaéo, Figkter | instant, 0 dleo devarh sor lado. ho testa © Acade 7s conardies 60s condteres nos boos dos dolce | Astra tora Custos species este neome ¢ | 9 nests ‘renstomdores im nctnco's sv stestr dogo tone 2e anuocmenoe 9 etoaenta sueesies cue commer | Eeemam nsmesnan Porsua' wcomanctve 0 | ng ces | 08 conexdo sam exarioados Ce trsos uh SE ener eee ere eee tet Na ausneia de dosumisiicedor,besta uma fmpera Veriicar a axsténcie de acim de pra nas om ato de ar araves de seus eis. Com Supedices dos enolemantos seabor de corex3o inausso de desumisitador, doves verter © Nuseoe | miemnos.A tregcanea Jesse om 6 tureto 40 eto | Trg stad do loreto ce dso ou Ga sce ge. ds forma ( tembrnenio | de tmpera eo ata ear Procure por sas de Respiadouros | mantero desumidifeagor om estado dessratante “| Trmestal I coraate. Eat taboo deve ser rasizado em ‘va. A sicegel tm seus estas cam eolorer do tvenslomedores secon, lads quando secos« eam osedas quando Tobricagao | Lupaiieae com graxa ov Goo recomendedo a ‘atures de umidedo, Veriiear 9 exatonca de { cos vantegoes| pao lobiant sabe schadron ou sabre nos eapkedourns, | TTemperture de] Revise as temperaluras para future verticagBo da Testes de | TARGY de modo a evidencar vazamontos acine do agus do | oleae sistema de rostiamonta Eeweonte Cus | yang) Dressio. | fvetdo dle, Este teste deve ser fio ara nual enivada e | te tem ser ebieato eseras para os Ivansormadoens saison | Wosaids | ttanstormadoes restiados 9 sau Fetrar uma quantidods subiote de io de pane air couse Tica oo mic ere Insoscto | superior do nocloo para Testes da concibes goals ae PressGo | reista-se o pressfa de agua e sue vazd0 ‘soma | Este toses sto epteacos as tansormesors eee ca Aqua | em*lmini. Nee vertiengbos que seguro, Semesta onicies | seladas a afs ou dl, 0 too etado deveré ser ‘eau vazbo | comporar estas letras com os ovos valores los testada para deiaopdo de wmidade at Para weratormadores restos » 3908, Inspecionst as condipbes gor, tas como @ Veriar possveis vazementos. O inloralo de ‘stoi do umiede,imourezas » desiocamortos Sserpentnas | 8P2=80 depende Se vins Intron, ais com: ade, | yar ye) Inspagso | Ge componanias caussdos por aperagz0 anormal. ead | vmentinas / orrsao, expernes Operate. Para raetormadores ‘sea | Inspacdes mes Weauontes necessitom se fetus sb | 8 anas i tealiados 2 sau. 1s ocrrenla do sidentes oa nos eanos 30 ’ ' ‘Ooservar oval do Gao pare constatay fa nO ox Sedaes acer orca do mosmo. Eniods do to stoma de ‘Doves eleva ata do babmato eanoteis Bombas« avel| testiamantofercado elo recur a fiona a coda Prossdo | Isso pormitiS constator qua no existom varamentos |p cag ‘de ioo | selogem. A entiado de ar tnderd 9 aumento nivel | tua ce _[ nossiemeVeitcar ambém se orenulador ce 08S | “yr de Oo ea ecasiond’ fatusgoes na inbeador da gs | est coretamente alustade, wtando desea forms aaae aise presses em boeas lempertures Const ur tana sr constedo uncamente pare Mazina | Verear 0 eonteido de oxgdn no nirogéni (sade : Temperatura do] 08 wanstermadores com resinamntoforgado a deo conte | como gis. Esta vertices & impetante pes Semestat ‘eo de anrada| Reaister os temperatures do Oo de entade © sada, | Semana és ougtno | contoard a formapse do ume mstura raovexpiosha, eau cemeodevasareso mend warms con ‘Valle de presao Ffetuar teste para andlse de sue operario eral sperando satsfoloramente Se arin aproriada ara os vanstormadres com rexiamento teapado a © baromet a marcire pode MELT om alate if ‘0 @ eomum a instaloedo do ios do 0. crete | eco um dispesivaseparedo de alarma 6 Five | esses tos exstem,roxramant, ists ce alarms | mormalmonto anconrade. E3888 spostivos indicam | —Temestal de} medores om sous trminsis par e SeterminacSo da | Semenal 2 boxe reso | se a presso se ancontraabaixo de um valor minimo 20 | queda de presto ente a envada 0 saa co fo semis {Um aumento dosta ierengs do press80 indcars Dita de Dislragmas com ochaauras ov qusbrados dower Se |p coag | hetugtis 0 Hi. ‘ico | rpsios modiatamonts. Ee taste & rest 208 oo i frase | tonetomadres salads { Fegulader | Veriiar es conseses de operaedo do eauoder aed G2 gis | do pressdo 30 6s, inspesonaro exatinda do wnidode sbono da arpa | Inspocto | principal supote dos oladores ete. Verifier & | . sot | funeo de ol, procurando por acimulo de 8940, Semesta! : ‘tampa | Esvestsbalhos s80 do grande impartinc, t prineipaimenta para 0s Vanclormaderss abertos. Tiadores | Vetfcar cperacdo des ventladres sobre 03 Reade Venlecores | agate resis 9a ‘wma ‘orma de | Tea" 9 operacto do lara movendo Alara do | (rarualmente) © ponteito do termbmero de modo Tiimesval = ue oss lvapesse 9 temperatura do aera, capitulo 4 — Verificag&o das condigdes térmicas de operacao 1, OBJETIVO transformador & um dispositivo estitico, gue trabalha em temperaturas superiores a do ambiente devido a energia dissipada, sob a forma de calor, nos enrolamentos € no niicleo. Naturalmente, a temperatura do transformador deve estar numa gama de valores para garantir um perfeito funcionamento dos componentes visto que, devido ao aquecimento, tém-se problemas, tais como: isolamento, refrigera. io ete © ensaio de aquecimento visa, pois, a determinar se 0 transformador, 20 funcionar, nao ficaré sujeito a temperaturas elevadas que prejudicariam seu Funcionamento ou pudessem danifi 2, METODOS DE ENSAIO (O ensaio de aquecimento poderia ser realizado colocando-se 0 transforma- dor em operacao nominal, determinando-se, em seguida, as temperaturas em ontos fixados, que serdo analisados posteriormente. Isso seria valido para pe- ‘quenos transformadores, para os quais a simulagao da carga seria relativamen- te facil de se obter; entretanto, para médias e grandes poténcias, o problema tornar-se-ia maior ¢ mesmo inexequivel. A ABNT, for meio da norma NBR-5380, recomenda quatro processos pa- ra se determinar a elevagao da temperatura: a) Método da carga efetiva B o método que fornece maior preciso. Entretanto, segundo 0 exposto, & praticamtente impossivel para transformadares de média e grande poténcia, 4) Método da oposigao Este método, empregando dois transformadores iguais, consiste em se li- gar uma fonte a um dos enrolamentos, para suprir as perdas a vazio, ¢ outra Fonte ao outro enrolamento com tensdo tal que produza as correntes nominais ara suprir as perdas nos enrolamentos Tal processo no muito aplicado por requerer transformadores auxilia- res para a aplicario das tensdes, e também mais de um transformador ¢ liga- (G0es especiais entre eles para sua realizacao. Visto que nao sera utilizado, nao serdo discutidos os detalhes deste ensaio. (Para maiores informagées, consultar a ABNT, norma,(NBR-5380). ©) Método do cireuito aberto Um dos enrolamentos fica em cire tensto acima da normal de modo que as ne"'7° no ferro sejam ig 10 aberto e ao outro ¢ aplicado uma Veilicayso das Condisées Térmices de Operarso a4 totais do transformador a plena carga, isto é, sejam iguais a soma das perdas no ferro mais as perdas no cobte. O mesmo efeito pode ser conseguido empregando-se corrente de freqiiéncia inferior a freqiéncia normal, em vez de elevar a tensdo, pois assim o fluxo ¢ a induco sero maiores, aumentando as Perdas no ferro. A seguir, analisar-se-A 0 método de aquecimento por curto- sircuito. A escolha de um ou outro método depende da relagao entre perdas no cobre. Se elas forem grandes em relacdo as perdas no ferro, o método do. curto-circuito deverd ser o preferido. d) Método do curto-circuito Dos métodos indiretos previstos pelas normas para determinar 0 aqueci- mento do 6leo e dos enrolamentos de transformadores de poténcia nas condi- ‘s0es normais de plena carga, 0 curto-circuito ¢ de uso mais difundido, cujos resultados tem sido aceitos, quer pelos fabricantes, quer pelos usuarios. O iini- co inconveniente que 0 processo apresenta refere-se & concentragao das perdas totais em uma Unica parte (nos enrolamentos). Este fato leva a uma distribui- a0 interna da temperatura, diferente da que ocorreria em condigdes normais de-funcionamento. Entretanto, como ja se disse, os resultados sto accitos de- vido & precisao que oferecem, ‘A (écnica empregada consiste em se colocar um dos enrolamentos em curto-cireuito e no outro aplicar uma tensdo tal que produza, nos enrolamen- tos, correntes, que pelo efeito Joule seriam as cesponsaveis pela geragdo de ca- lor. As perdas devem corresponder mesma dissipada em condigdes normais de funcionamento, Conforme se analisa a seguir, 0 ensaio & efetuado em duas etapas. 3. METODO DO CURTO-CIRCUITO: EXECUGAQ. 3.1, Aquecimento do Oleo (1! etapa) Sabe-se que uma das funedes do dleo é a transmissao a0 meio ambiente do calor gerado no transformador devido & energia dissipada nos enrolamentos (feito Joule) ¢ no niicleo (histerese e Foucault). Quando se efetua um ensaio em curto, como j& fot visto, as perdas no ni cleo sdo despreziveis, resultando dai que, se no ensaio fosse empregada uma fensdo tal que correspondesse aquele valor utilizado no ensaio em curto- cireuito (para a determinagao de Zi%, X% e R%), um erto seria cometido, ois as correntes seriam as nominais ¢, deste modo, estar-se-iam produzindo apenas as perdas nominais nos enrofamentos e, como ja foi dito, 0 Olea se aquece devido as perdas nos enrolamentos ¢ no nucleo. Desse modo, ao se efetuar 0 teste, deve-se compensar as perdas nao exis- tentes, 0 que seria conseguido com a aplicagao de uma tenstio um pouco acima da necessaria para a produgdo das correntes nominais, sendo que este actésci- ‘mo das correntes dissipara nos enrolamentos uma parcela de poténcia corres- pondente a existente no niicleo. Nessas condigdes, 0 leo do transformador dissipara para o exterior a mesma quantidade de calor que em regime normal de funcionamemto. Nao seri necessrio o cdlculo do citado actéscimo de corrente, pois, ao ser Peete Seana aera ee ae Lune no warriverae « ane Figura 4.11— esuomna para 0 ensav de aquacimento do deo Em relag#o ao método usado, pode-se observar que, devido A localizagao das perdas (concentradas nos enrolamentos), ha uma diferenga em relagz0 a0 Funcionamento normal sob 0 ponto de vista de distribuigao de temperavuras. Devido a esse fato, a temperatura nos diferentes pontos do dleo 40 & a mesma nos dois casos. Admite-se, porém, gue @ temperatura média e a do Oleo em seus pontos mais quentes coincidam em ambos 0s casos, Em relagao a duragto do ensaio, isso sera discutido posteriormente, assim como também a determinagto da temperatura do leo. 3.2. Aquecimento dos enrolamentos (2? etapa) Visto.que as perdas que produzem 0 aguecimento dos enrolamentos cor: respondem as que efetivamente ali se localizam, 0 acréscimo de temperatura seria entao devido unicamente ao efeito Joule produzido pelas correntes nomi- nals. Conclui-se, desse modo, que a 1? etapa, deserita atris, ndo serve para a determinacao de temperatura dos enrolamentos, pois 14 a5 correntes eram maiores que as nominais e, portanto, a temperatura ali seria maior, Para a s0- lugao do problema, aps 2 compleinentagao daquela etapa,‘ desliga-se o trans- formador. Apés seu resfriamento, aplica-se ao mesmo uma tensdo tal ligado conforme o esquema da Fig. 4.1, que faga circular nos enrolamentos as respec- tivas correntes nominais. Nessas condicoes, a indicagao do wattimetro sera idéntica do ensaio em curto e 0s enrolamentos se aquecerdo da mesma ma- neira que em regime nominal. 0 tempo e a determinagdo das temperaturas do 6leo e dos enrolamentos serao analisados nos itens gue se seguem. 4, DETERMINACAO DA TEMPERATURA AMBIENTE A temperatura ambiente é dada pela média das leituras obtidas num ter- ‘mémetro, colocado em um recipiente cheio de Oleo, que deve ser posto proxi mo do transformador, porém de maneira a nao softer influéncia do calor irsa- diado do mesmo. O termOmetzo também nao deve receber correntes de ar. Wenificacao des Condigdes Térmicas de Operscio = 43 Para efeito de ensaio, a temperatura ambiente seri tomada como a média {as leituras, em intervalos de tempo iguais, durante o sltimo quarto do perio- do de duragao da experiéneia. No caso de o transformador ser com refrigeragto forgada, a Agua ou a ar, a temperatura a ser medida sera a de entrada e saida dos mesmos, acompanha- da de medidas de vazao, Deverse tomar o maximo cuidado na leitura dessas temperaturas para se sem erros. Se # temperatura ambiente estiver entre 10°C e 40°C, nae se- fo necessirias as correcdes le ensaio. Fora desses limites, deve ser introdu- Fidos fatores de corregao, 5. DURACAO DO ENSAIO E MEDIDA DA TEMPERATURA DO OLEO A temperatura do éleo & medida por um termOmetro ou por um par terme letrico imersos até no maximo a $ em de profundidade em relagao ao nivel do leo (onde se encontra a parte mais quente do mesmo). Se o iransformador possuir tanque de leo, 0 termometro dever ser introduzido nesse local, Registrando para diversos tempos de funcionamento as respectivas tempe- raturas do éleo no ponto mais quente, traga-se uma curva do tipo representada na Fig. 4.2. Figura 4.2 — Temparaters do cio om lungdo do tompo de fune-onamento Como se vé na Fig. 4.2, 0 ensaio continuara até que em trés horas sucessi vas de funcionamento se tenha uma variagdo de temperatura no maxima igual alc, Conhecendo-se Bpuc (lemperatura maxima de-6leo), determina-se © gra- diente de temperatura dleo-ambiente. O resultado €, emt seguida, comparado com valores definidos por normas. Desta comparago tem-se a aprovacdo ou do do transformador sob o ponto de vista de aquecimento. 6. DURAGAO DO ENSAIO E MEDIDA DA TEMPERATURA DOS. ENROLAMENTOS A temperatura dos enrolamentos &, antes de mais nada, definida como 44 Transformadorasteora © onsaios uma temperatura média entre os condutores das bobinas, pois os condutores internos ficam mais quentes que os externos. Esta temperatura € praticamente impossivel de ser medida diretamente com o termmetto, por iss0, usa-se 0 rmétodo indireto da variacao da resisténcia do condutor com a temperatura. Primeiramente, mede-se a resisténcia dos enrolamentos @ temperatura am biente, que também deve ser registrada. Para tal € necessirio que o trasfor- ‘mador fique sem funcionar um tempo suficiente para que seja estabelecido 0 cquilibrio térmico entre os enrolamentos e 0 ambiente, ~ Liga-se 0 transformador em curto, fazendo circular nos enrolamentos as correntes nominais por cerca de uma hora (lempo este apas © qual se pode ad- mitir @ estabilizagdo do gradiente de temperatura: enrolamento-ambiente). Desliga-se, entdo, o transformador e mede-se o valor da resist2ncia dos enrola ‘mentos, a quente. O tempo entre o desligamento ea medida da ressténcia deve sero menor possivel, no maximo de 4 min., e deve-se sempre aplicar a3 corre- Bes, que serdo vistas adianie, para se conhecer @ temperatura no exato instan- te do desligamento. A resistencia dos enrolamentos & medida aplicando-se uma tenstio conti tua (para nao ser levado em conta o efeito de reaténcia indutiva), geralmente de pithas, e mediante aparelhos precisos, medindo a tensdo aplicada a respecti- va corrente cireulante ‘A tensao aplicada no pode ser muito pequens mas, sim, deve ter um va Jor suficientemente alto para saturar o circuito magnético dos enrolamentos, fazendo com que as bobinas tenham uma pequena auto-indugao. O funciona. mento nessas condides ¢idéntico ao de uma babina com cleo de Ferro sat rado, isto é, 0 circnito toma-se, praticamente, Ohaico, sem auto-indugao. Consegue-se, assim, que a corrente medida se establze em Tragoes de seen do. Bim outras condigdes, a corrente continua, devido & auto-indugao, demo- Faria muito para se estabilizar, chegando em transformadores grandes até em minutos. Para um periodo tao clevado, a temperatura das enrolamentos jl 50: freu'variagSes substanciais. Ao se mredir a resisiéncia, a quente, dos encolamentos, apés 0 desligamen: to do transformador, tal valor j& ser’ menor que o do exato instante do desli amenio. 1850 porque, por mais rapido que se faga a medida apes o desliga- mento; 08 enrolamentos jé teriam sua-temperatura uin pouco diminuida. As- sim, para a determinagdo da resisténcla« quente, &necessiia a introdusio de algumas corresbes, A correcio mais usada ¢ a extrapolagio eréfica, a qual é descrita a seguir. ‘Tomam-se varias medidas da resiséncia com tempos iguais ao tempo de- ccorrido entte o desligamento e a primeira medida. Procura-se efetuar 0 maior riimero de medidas denito de 4 min, Com esses valores ¢ wagada uma curva da variagao da resisténcia com o tempo, conforme se ilustra na Fig. 4.3. Para_a obtengdo da resistencia no exato instante do desligamento, determinam-se as variagdes de resisténcia AR, = (Ry — Rz), ARy = (Ry Ry), ORy = (Ry ~ Ry) @ORy = (Ry ~ Re) que sho colocadas no grafico, conforme mostra a Fig. 4.3, Unindo-se os pontos P, , Pa, Py e Py, obtem-se a eta xy, Por Ps, traga-se uma paralelaa PR, , determinando no eixo das resis- Aéncias 0 valor Re, que é a resisténcia no instante do desligamento. Um outro procedimento consiste em empregaremse corteydes por meio Be sneeaehgnediraageadnen ent penmessiireepactceriradehaaaab ith Verificegio das Condipdes Térmicas de Operaeso AB lerminseao da rsistorcia pars # = 0 Figura 4.3 — Proceso ica para 8 exemplo, em transformadores em liquide isolante, nos quais as perdas em cur- to sejam menores que 66 W/kg de cobre, a correo da temperatura em grav centigrado poderd ser tomada como sendo 0 produto da perda, em watts por quilo de cobre, para cada enrolamento, por um fator dado na Tab. 4.1 (que depende do intervaio de tempo decorrido entre 0 desligamento ¢ © momento da leitura), Tabels 4.1 ~ Fatoros de corogte da temperatura Tntowvalo de temeo (min) Foor v Too 1 O12 2 0.18. 2 0.20 a 0.23 Para tempos nao constantes na tabela deve-se usar interpolagao, Quando as perdas em curto nao forem maiores que 15 W/kg para cada en rolamento, a corresdo € de 1 °C por minuto decorrido. Para a determinacao Siete eivn-tog 4-1 Testo ek -ioid Taaer- Oidenie a ee ee eee eee porcionalmente & perda Shmica de cada enrolamento. De posse da resisténcia a fio, da respectiva temperatura ambiente e da re- sisténcia a quente corrigida, aplica-se a expressao a seguir (ABNT NBR-S380) para calcular a temperatura dos enrolamentos com o transformador operando em regime nominal, {K +8) )-K ao sendo: 6, a temperatura correspondente a R, em grau cemtigrado; Gy a temperatura correspondente a Rg, em grau centigrado; Rg, a resisten cia a quente em ohm; Rg, a resistencia a frio em ohn; € K »,=234,5 para cobre € 225 para o sluminio, Se 0 transformador for ensaiade numa altitude superior a 1/000 m, Inteoduzem-se outras corresdes, como indicam as normas. Finalmente, sa0 apresentados na Tab, 4.2 os valores dos diversos gradien= tes de temperatura, de acordo com as normas ASA e IEC, adotadas pela ABNT. Esses valores correspondem a0 méximo gradiente admissivel para fun- cionamento normal, 7 ‘Tabela 4.2 — Gradionts de lomaeratura méximos permssivals pata anslormadores lem °C pos do Chasse 3 Wixmo grade vanslermadores mara! pamssive ssotite [Frais ] Ponies | Gleo | ares rentes | mais rmetiicas qusetes En iqude [som do sclanie |conseevader] 105. | 65 50 aoaeo 150 dovem ating Com temperatras elevadas, conseevadoe| 108 | 56 55 | que trogom prejuizo de be {85| 65 Secae { 2) se) - Idem 105] 115 - 130 | 140 A classe do material isolante refere-se maxima temperatura que pode ser aplicada ao mesmo sem alterar suas propriedades isolantes, 7. ALGUNS PROBLEMAS GERAIS RELACIONADOS AO AQUECIMENTO a) O aquecimento limita a poténcia que pode ser extraida de determinada maquina, pois, com 0 aumento da corrente, hé acréscimo da temperatura e, como conseqiiéncia, pode ocorrer danos no isolamento. Como $ = VI,e a tensdo € praticamente constante, havera um maximo valor de corrente, & qual estara associada uma maxima temperatura que definira a potneia nominal que poderd ser extraida. Desse modo, melhorando as condigdes de refrigers- Venicacée des Condicées Térmicas de Queracéu AT ‘lo, € possivel a utilizag2o de um mesmo transformador para maiores pottn- cias que as especificadas, Com arrefecimento forgado, pode-se aumeniar em cerca de 20% a 30% 2 poténcia nominal do ransformador, de acardo com as cearacieristicas de projeto do transformador. »b) Em casos em que 0 aquecimento brusco provocar Formaciio de gases no interior de um transformador, caracterizando defeitos, & comum a uiilizagao de um relé Buchholz para alarme e desligamento do transformador. ©) Para evitar aquecimento, 0s transformadores, normalmente, possuem tanques de ferro com superficie corrugada para aumentar a area de dissipagao do calor. Quando isso se torna insuficiente, sao acrescentados tubos ou radiadores. Nestes, 0 dleo pode sofrer processo de convexao natural ou foreada. Utilizam: se igualmente ventiladores externos, alimentados pelo servigo auxiliar da usi nna, com a finalidade de aumentar a poténcia extraivel do transformador, Em grandes subestagoes abrigadas utlizam-se transformadores com dois 6leos isolantes distintos. O primeiro, chamado de ““6leo vivo”, & 0 que isola a ‘maquina propriamente. O segundo, chamado de ““6ieo morto™, tem por fina lidade levar 0 calor para a parte externa da subestagao, onde existe um troca dor de calor. Tal sistema € mais confiavel, pois um vazamento de gu na tu- bbulagao da serpentina do trocador nao compromete a rigidez dielétrica do iso lante propriamente dito. capitulo 5 — Rendimento e regulacao de tensdo 1. OBJETIVO Para 2 utilizacao de um transformador em um sistema elétrico, umasérie de requisitos € desejada. Entre eles, citam-se 0 rendimento e a regulagao, Para transformadores de poténcia € sempre exigida uma baixa regulagao com um al- to rendimento, 2. RENDIMENTO DE TRANSFORMADORES Os transformadores stio miquinas estaticas que transferem energia elétri- cade um a outro circuito, mantendo a mesma freqiéncia e, normalmente, va- riando valores de corrente e de tensio. Essa transferéncia de energia, como foi visto anteriormente, € acompa- hada de perdas, tais como: no nitcleo (Po), nos entolamentos (P,) ¢ adicio- nais (P.). Essas perdas dependem da construcao do transformador (material ¢ ‘espessura das chapas etc.) ¢ do regime de funcionamento (tensdo, corrente etc.) Considerando a existéncia dessas perdas, tem-se para os transformadores, assim como para qualquer conversor de energia, uma diferenca entre a potén- cia de entrada (P, )e de saida (P2). A relagto entre P, e Py vem expressa pelo denominado rendimento, cuja detinigao ?; Pa 5.1 a-FZ 6.) (Ou em porcentagem: nv = 2 100 (5.2) Na maioria das maguinas, para se determinar o rendimento, bastaria me- dir as poténcias na entrada ena saida e substitul-las nas expressdes (5.1) € (5.2), No caso de transformadores, & necessario 0 uso de um pracesso indireio, Pols, para estes, 0 rendimento pode chegar até 99% e, nessas condigdes, a dife renga das poténcias de entrada e saida é bem pequena, muitas vezes superando a classe de precisdo dos instrumentos de medida. Para contornar esse proble- ma, utiliza Pre Py + Py + Po + Py (5.3) Como P, * 15% a 20% de Pp; considerando-se a pior hipotese e substi- tuindo na equagao anterior, vem: Fondimento. Requlssso de Tensio 49 tem-se ainda gue: Pr = Vy Ip 608 He 6.5) Py AE + nti= Ra 6.) Na equagao de P,, substituindo P; e Py pelos segundos membros das ex- ressdes (5.5) e (5.6), ver: . Py Valcos we + RoIh+ 1,2-Py 69 De modo a generalizar a formulagdo, observa-se quea corrente na expresso anterior ngo é f4g mas, sim, um valor qualquer de /3 Levando (5.5) ¢ (8.7) em (5.2), temse: Val, 008 we ie Me = Val 605 we + Ryl} + 1.2 Py 6.3) Deste modo, para a determinagao do rendimento de um,transformatior, & suficiente a colocagao de um wattimetso no secundario (verificando o valor de P), um amperimetro (valor de /3), © conhecimento de Rz (ensaio em curto) € Py (ensaio a vazio). Nota: Segundo a ABNT, 0 rendimento fornecido pelo fabricante deve-se refe- rir és condigdes nominais e ao fator de poténcia da carga de valor unitd io, (© ensaio para a determinagdo do rendimento néo é um ensaio de rotina, sendo geralmente feito em protétipos quando do projeto do transformador. Dependendo do resultado, efetuar-se-a uma altera¢io do projeto de modo elevar tal valor. Na Fig, 5.1 tem-se um abaco para o calculo do rendimento de transforma dores em fungdo do Pp ¢ P;, para diversas correntes de carga, ‘Como exemplo, apresenta-se o célculo do rendimento para um transfor- mador que apresenta perdas nos enrolamentos da ordem de 1,5% da poténcia nominal e perdas no niicleo da ordem de 0,45% da mesma poténcia nominal, Como resultado, tem-se que, para a plena carga (4/4), 0 rendimento sera de 98,19, 2.1 Condigio de maximo rendimento E natural, na operag4o com qualquer componente de um sistema, que 0 ‘mesmo apresente 6 maior rendimento para o ponto de funcionamento onde @ maquina ou o equipamento permanece por mais tempo, Assim, imaginemos ‘um transformador de poténcia que seria instaiado, por exemplo, em uma su- bestagao. Devido a seu funcionamento quase que constantemente préximo da poténcia nominal, o que o caracteriza como transformador de forca, &interes- ea a ones i” wid i 3 4 3 ie 4 io F t af 20 = eg Figuia 6.1 — Abaco para edleulo do rendimento ve tanslarmadores corrente fornecida préxima da nominal. Um outro caso a ser considerado seria © de um transformador de distribuieZo para 0 qual o funcionamento em gran- de parte do tempo se encontra em subcarga. Uma curva tipica de operacio de igdo é ilustrada na Fig. 5.2. Nota-se, pela Fig. 5.2, que o transformador fica na maior patte do tempo ntando uma carga correspondente a, por exemplo, metade de sua carga nominal (f4,/2). Portanto, neste caso, & mais interessante o funcionamento com 0 maximo rendimento para fy =" Iay/2. Para se verificar como isso se processa, consideremos os desenvoivimentas a seguir. Figura 5.2 — Curva de cage de vonsformedor de disuibuigio A equagao do rendimento para uma corrente fy qualquer & Yah 08% agg Wah cos ye # yl? + 12 Py n% Para transformadores ¢ sistemas bem projetddos, embora haja varia¢ao de Iz, V2 praticamente constante e a carga alimentada tem um fator de po- téncia com um valor praticamente constante. Nessas condigdes, podem-se in- troduzir algumas simplificagdes na expresso do rendimento e obter algumas importantes conclusbes. Na expresstio do rendimento, multiplicando-se e dividindo-se os termos dependentes da corrente por Jay, tem: cae Vat 608 yc Uinlty) 100 Waly 05 ye (lay/Tiq) + Rol Wiy/Tag) * 12 Po Valoy 608 we U2/o5) na % i 7 Vylay 005 We (ly /Toq) + R23 Unf lag)® + 1,2 Po Considerando o que jé se referiu anteriormente para ¥, ¢ cos w., pode-se V2Toq COS w = Pz, — que corresponde a poténcia nominal ¢ tera tum valor praticamente constante. RoTi = Pjy — que corresponde as perdas no cobre (nominais) € terd um valor constante, 52 _—_Translormadores taoria e enssios Chamando: a Tn em que: f, €frago de plena carga, temse P = fen _____ 99 5. OS SePan + P2Piy + 1D Pe a De uma forma mais geral, isto é, para qualquer fator de poténcia, tem-se: Fe Su 608 We nfl = FSp C08 we + FE Py + 12Po 100 8.10) sendo: Sy a poténcia aparente nominal do transformador. De onde se constata que, em (5.9), a nica variavel é f,.. Derivando, por- tanto, a expressao (5.9) em relagao a f. e igualando a zero, vem: LPP = 12 Po © resultado acima permite concluir que o maximo rendimento ocorre quando as perdas no cobre forem iguais Aquelas no nicleo mais as adicionais. Da equagto anterior: 2 Py Pre te (AD Na fase de projeto do transformador, deve-seestabelecer 0 valor def. co- mo aproximadamente igual a1 para os transformadores de forga ¢ 1/2 para os de distribuigao. Caso sejam levantadas as-curvas no = f(fe), para transformadores tipicos de forca e de distribuigdo, os resultados serdo dos tipos mostrados na Fig..5.3 3. REGULAGAO DE TENSAO PARA TRANSFORMADORES, A regulagao de tensao de uma maquina mede a variago de.tensdo em seus tetminais devido a passagem do regime a vazio para o regime em carga. Para 0 caso especifico de iransformadores, a regulagao mede a variacdo de tensdio nos terminais do secundario, «a"-0'a este se conecta ur Fondimento e Reguiogio de Tensso 53 Com o transformador a vazio, no secundatio tem-se a tensto Ex, que pas- sa para umn valor ¥, a0 se ligar uma carga. Se a regulaco & boa, esta variacao serd pequena e vice-versa. Figura 5.3 ~ Cunvas % xf pata tansformadores: 0) wancteemadoces de distibuiedo fate '500 KVAY, eb) tiansfoemadoces de forca lacima de 500 KVAI A variagto AV = Ey ~ ¥; fepende da carga que se coloca no secundaio, © pode ser: positiva, iiegaiiva ou nula, sendo que seu valor é inflyenciado por [Lh Be08 wi, como sera visto, "Ena geral, a regulacao dos transformadores é definida para valor nominal _da-cotente e fator de poténcia da area aproxiinadamente unitiri. A regulago é dada relativamente afta ‘esua expresso em porcentagem é: eee == ti 109 } 6.9 meen) 7 nee = 4 100 3) Analisando a expressao anterior, conclui-se que um grande valor da regu- lagao significa grande diferenga entre Ey e Vz, ou seja, grande variagao de ten- sto. Se, a0 contratio, o valor da regulaedo & pequeno, tem-se pequena varia- sao de tensao. Para se determinar a regulago com a variagdo de fy ¢ cos we, empregam-se normalmente dois processos, que sero analisados. 3.1. Método anal Considerando as grandezas do transformador referidas ao secundario, tem-se o diagrama fasorial da Fig, 5.4, Da Fig. $.4, tem-se: A= 8, Fe Figura 5.4 ~ Oars lasoal do Yarsfrmador com 3 gandzas rls 6 Secunsne AB + BC + Ch B,- Vz (3.14) AB = Ry cos (5.15) BE = Xyhseny, 5.16) segmento GD ¢ aproximadamente nulo, fois os transformadores apre- sentam normalmente o angulo de poténcia (d) muito pequeno, de tal modo que © ponto D esté bastante proximo do ponto C (logo CD * 0). Deve-se observar ue tal parcela j4 ndo desprezivel para os casos em que dé grande, ou seja, transformadores que apresentam clevada queda de tensAo, que ndo pertencem ‘40s casos normais aqui considerados. Substituindo ($.15) © (5.16) em (5.14), € considerando CD = 0, vem: Ez — Vz = Rylz 005 we + Xzlz Sen We Dividindo ambos os termos por V3 ¢ multiplicando por 100, tem-se: 100 = 25-109 c0s ye + ABE 100 sen ve Vy Ye Sendo a variaggo de Vz bastante pequena com a carga, pode-se admit como praticamente constante e igual a V2, 10 segundo membro, o qual, mult plicado ¢ dividido por I, leva a: Regt = 222 109 Le cos y, + A242 199 Le son y, Van Ton Vag an ou Reeth = 2 Relea 109 cos yo + AB» 109 sen we te Van Ty Van logo: Regt = fo RM cos we + fe XM sen yr. (5.17) Rendimentoe Regulecéo de Tansio $5 ‘Também, a partir da andlise da Fig. 5.4, pode-se chegar a Reg.te =f, 2% cosy; we) (S18) ‘As expressbes (5.17) ¢ (5.18) permitem um estudo da variagao da regula- ‘¢4o com alteraces de I; ¢ w,. Para diferentes valores dessas grandezas, € co- ‘mum tragar curvas, tais como: Reg. = f(J,) para cos yc constante Reg. = f (cos we) pata f, constante ‘Tais curvas nfo so, entretanto, necessérias, pois, com o uso do Diagrama de Kapp para cada condicao de funcionamento, determina-se AV e, com iss0, a regulagao. 3. Método grifico — diagrama de Kapp Desejando-se a regulacao para determinados valores de I, © c0S we, constréi-se um diagrama pelo procasso a ser deserito. O diagrama fasorial da Fig. 5.4 pode também ser representado pela Fig, 5.5. No diagrama da Fig. 5.5 aparecem o tridngulo de quedas de tenso no transformador referido ag secundario e 0 tridngulo OAB, que é a representa- gio da equacto fasorial Ey = Vz + Zyhy Estando 0 transformador em operac2o, o valor da fem E; nao se altera, pois Er .. 1y/K a tensto da alimentagdo V; € considerada sempre constante Logo, o fasor B; tem médulo constante no diagrama, variando apenas angu- larmente. Os valores Rz, Xz. Zy sdo parimetros do transformador, portanto independendo de seu regime de funcionamento. Figura 5.5 — Outra conigutagio pare o disgrama feral do Yanstormadoe 56 —_Transformadores teora @ ensaios A fem induzida E, ¢ a impedancia Z> podem ser deserminadas pelos en- saios a vazio ¢ em curto-circuito, respectivamente. Restam, ento, apenas tr8s grandezas que podem softer variagdes: a corrente Jy, a tensto V;'e 0 fator de poténcia da carga dado por cos wy. A andlise simultanea da variagao das trés grandezas ¢ extremamente com plexa, analitica e mesmo graficamente. Por outro lado, se uma das grandezas for tomada como parametro, a analise poders ser feita facilmente por meio de grificos, tendo-se entto uma variavel dependente e uma independente: Pot exemplo, se 0 fator de poténeia da carga permanecer constante, poder-se-4 fa- cilmente tragar um gréfieo que fornesa, para cada valor de corrente 1, a re5- pectiva tensao V2 0 dispositive grafico que permite, tomado um determinado parimetro, a analise das outras duas grandezas foi idealizado por Kapp e € conhecido pot Diagrama de Kapp. Deve-se dizer que a tensio V> quase nunca é omada como pardmetro, de- vido ao nao interesse prético de Se analisar a variagao de 1, com 608 we. As sim, © uso do Diagrama de Kapp é realizado de duas maneiras: tomando. cos 'y_ como pardmetro e analisando a variagao de V> com J; 04, entao, to mando J; como parimetro e estudando > em fungao do cos ye. ‘A construgao do Diagrama de Kapp é feita a partir do tidnguio de quedas do transformador, chamado de wiangulo fundamental, ou triangulo funda- mental de Kapp, ¢ representado na Fig. 5.6 Figura 6.6 — Tnngulo tundamentat 0 Angulo interno desse tridngulo nao se modifica com a cortente J, pois este & sempre semelhante ao triangulo de impedancia formado por R;, X; € Vejamos, pois, como se processa a construsio para os diversos casos. Construindo o tridngulo fundamental, centra-se um compasso no panto 0 ¢, com raio igual a E, traca-se umarco de citculo (Fig. 5.7). Com centro em Ae com raio ainda igual a F;, traga-se um segundo arco de circulo. Qualquer sezmento partindo de A e interceptando o primeira arco, SE eee Pata ata ea oe Rendimento.e Regulopta de Tensio— §7 modulo da tensao V2, para determinados y. ¢ I, ¢ um segmento CD (dife- renga aritmética entre E ¢ V2) representando a queda de tensao (AV) entre os rogimes a vazio ¢ em carga, valor este usado para 0 calculo da regulagao (ex presséo (5.13)). Deve-se notar que o segmento CD fornece a diferenga entre 08 médulos dos fasores e, no, a diferenga fasorial diagrama anterior permite a analise da queda de tensdo A V, variando-se © fator de poténcia da carga. Notar que no ponto P, , correspondente a um fa tor de poténcia capacitive, nao existe a queda AY, isto é, a tensdo no secundi- rio & mesma a vazio e em carga. O ponto P; nao tem significado, pois corres- ponderia a um y. maior que 90° ew, Figura 9.7 — Digrama de Kopp para /p constanto Diminuindo o fator de poténcia indutivo, aumenta a queda até um valor maximo, e isso se justifica pela analise da expresso (5.18), que corresponde a ‘um angulo: X; arctg 22: ve = wrote fe 58 = Transformadores teoria e ensaios ireuito do transformador (pois, em curto, a impedancia do circuito equivalen- te se resume a impedancia do transformador).. Se a carga for tal que ultrapasse P,, 20 se passar do funcionamento a va- zio para com carga, havera aumento da tenso secundaria devido a preponde- rancia do efeito capacitive da carga em relagdo ao transformador. No caso de ocorterem variagOes da carga alimentada pelo transformador, acorrente fy se modifica e, a cada valor dessa grandeza, tem-se um determina- do tridngulo, Entretanto basta a construgdo de um triangulo, por exemplo, pa- ra I, = Jz, (triingulo fundamental); e, para as demais correntes, os triangu- los serdo semelhantes ao fundamental e os lados serdo fracdes daqueles corres- pondentes ao fundamental. Fig. 5.8 ilustra tal construgao. Pelo motivo anteriormente exposto, a fem E; permanecera constante e seu tracado seré idéntico ao caso anterior. Para o estudo da variagto de V3 com Iz ¢ cos wy, inicialmente identifica se o tridngulo fundamental correspondente. A partir de seu vertice A, que po- deria ser Ay, Ap, A3..., 0 processo sera idéntico ao estudado, bastando 0 tra- gado da reta que determinaré V2 ¢ AV posicionada para um we dado. Na Fig. 5.8, o diagrama esta completo para o trifngulo OAs 2, , mostran- do também AV nesta situaco. Para os demais, 0 tracado é anilogo. Figura 6.8 — Diagram do Kapp para vias covrentes do Carga Deve-se lembrar que o Diagrama de Kapp deve ser construido com bastante precisto para se obterem resultados satisfatorios, Para o cilculo da regulacao, basta entdo, conhecidos Jz ¢ yi, tracar dis- sgramas como os das Figs. 5.7 ou 5.8-¢ determinar V; ¢ V, aplicando entao a ‘expresso (5.13). ‘A seguir apresenta-se, por meio da Fig. 5.9, um abaco para o célculo da ee ee eee regulagto. Se as grandezas a serem introduzidas para o cilculo de Reg% forem diferentes das existentes no abaco, pode-se imaginar a existéncia de uma escala (de redugao ou ampliagao), Por exemplo, se RY = 8 e X% = 12, entdo pode-se considerar um fator de reducao igual a 10, entrando com R¥™ = 0,8 X% = 1,2, Quanto a0 resultado obtido, o mesmo deverd ser multiplicado por este fator. REOULACHO EM % J ovale > s Tita sluusfissleuaLal L ssa reprerr Tepe itu T : 833333 = sf fe eet ee é g 83833 aro € POTENGIA INOUTIVA Figura 6.9 — Abaco pare célolo da regulacBo capitulo 6 — Polaridade de transformadores monofasicos e andlise introdutéria de defasamentos de transformadores trifasicos 1. OBJETIVO ‘A marcagdo da polaridade dos terminais dos enrolamentos de um trans- formador monofissico indica quais s40 os terminais positivos e negatives em tum determinado instante, isto &, a relagRo entre os sentidas momentaneos das fem nos enrolamentos primério e secundario. Por outro lado, 0 Angulo de de. fasagem entre tensdes de TS ¢ TI, isto é, o defasamento angular (D.A.), ¢ im- portante de ser determinado nas seguintes situagdes: 4@) ligagdo em paralelo de transformadores ¢ +) ligagdes de transformadores de corrente e poteneial nos circuitos de medi- do €/ou protesdo. 2, POLARIDADE DE TRANSFORMADORES MONOFASICOS A polaridade dos transformadores depende fundamentalmente de como sdo enroladas as espiras do_ primario e do secundario (Fig. 6.1), que podem ter sentidos concordantes ou discordantes como se vé na mesma figura, Esses sentidos tém implicagao direta quanto a polaridade da feem e fem. Por exemplo: Aplicando uma tensto ¥; a0 primidrio de ambos os transformadores, com a polaridade indicada na Fig, 6.1, haverd circulagdo de correntes nesses enrola- ‘mentos, segundo o sentido mostrado. Admitindo que as tenses e, consequen- temente, as correntes esto crescendo, ent&o 08 correspondentes fluxos sero ccrescentes e seus sentidos indicados (ver na figura o sentido de ¢). Como ja se conheve da teoria de transformadores, devido ao referido fluxo, aparecerdo Fems nos enrolamentos secundatios que, de acordo cam a lei de Lenz contra- slam a causa que as deu origem. Logo, no caso d, ter-se-A uma fem induzida que fenderia a produzir a corrente i; indicada. Portanto seria induzida uma fem e, no sentido andicado, ou seja, de 2 para 1”, que ira ser responsavel por tum fluxo (¢") contrério a0 9, Jé no caso b, tal fem devera ter sentido exata- ‘mente oposto ao interior, com o propésite de continuar produzindo um fluxo contrario a0 indutor. Analogamente a0 que acontece no secundério, estando © mesmo fluxo ¢ cortando também o primério, tem-se uma tensAo induzida no circvito do pre mario, sendo, pois, denominada por fcem, tendo o sentido indicado na Fig. * 6.1 ae b. Uma ver.que a tensao aplicada () em a mesma polaridade, em am: bbos 0s casos deve-se ter a mesma polaridade para a fcem e de modo que se te- nha o feito de queda de tensao, Ligando-se, agora, os terminais 1 ¢ 1’ em curto, ¢ colocando-se um volti- metro entre 2¢ 2', verifica-se que as tensdes induzidas (e, ee) ido subtrair-se (aso a) ou somar-se (caso b), originando di a designasaio para os trans! ina. aaa Poloridoce de Transformadores Monotisicos 64 4 2 1 2 ‘= tluxo produrido pola covrente iy santice concordante dos enrlamentos; bt sent de ) Preparacao de ensaio: Tomam-se a pitha ¢ 0 ampérimetto,¢ ,liga-se 0 polo positivo da mesma a um dos bornes do instrumento, com a finalidade de deter- minar ou verificar 0 positivo do instrumento. minado borne o ponteiro defletir para a dirita, o borne ligado ao positive da pilha seré positivo: caso contririo, sera negativo. a] _-__- —. Figura 8.21 — Vortieapio do posiive do amparimato 76 —_Trensloxmagores feoria @ ensaios Feito isso, saber-se-A no decorrer do ensaio, que, se sli 4 dois terminais do transtormador o ponteiro deflet ligado no positivo sera 0 positive. ©) Deserieao do ensaio: Liga-se a pilha na TS, como no esquema abaixo: 3 ° Ky He By. Cal o%2 3 Figura 6.22 — Conaxde da fonie na 1S Liga-se o amperimetto em tr@s posigdes, aos terminais da TI 12 posigao: X;X2 (positivo do instrumento X;) 22 posigao: X1X; (Positivo do instrumento X;) 32 posigdo: X,.X5 (positivo do instrumento X) : ry os Ya y Om on] [on me One on gn on} | on on on £O- Le g=t Figura 623 ~ Conexdas pata TI Fecha-se o interruptor na TS, fazendo desta forma Hy\"? e Hy), ¢ verifica-se para as irs ligagdes de TI a polaridade dos terminais X, X3, Xs eX X3 ‘Quando se apticar um pico de tensto con Hye Hy, ter-sesdo as respostas da Tab. 6.2. nua na TS com polaridade x x3 Detasamanio| oreo 30" au 1 = 780" ov 6 = 2107 7 Tabela 6.2 — Delerminac3o do do‘asamento angular pola métado-do aoe in capitulo 7 — Paralelismo 1, OBJETIVO _ Sem diivida, uma das mais importantes operacdes com transformadates ras unidades em_paralelo, de tal modo a ser conseguida uma mesmo uma maior poLen- a para um sistema.cgtico, Para que o proposio sejaaingido coretamente, certas precaugdes deve ser tomadas, ¢ serdo o objetivo desta andlise Entre as vantagens citadas do uso em paralelo de transformadores desta- ca-se, como se disse, a obtengdo de uma certa poténcia que, talvez, nao pudes- se ser conseguida com um Gnico transformador de poténcia normalizada (ou, ate que isso seja possivel, advirdo graves problemas de transporte). Uma outra snrande vantagem da liga¢do em paralelo de transformadores pode ser eviden- ciada pelo diagrama unifilar de uma subestacdo alimentadora mostrado na Fig. 7.1. i) [5] AW rrawsrormaoor TRANSFORMADOR 2 cAROA Figura 7.1 — Sunestarto east tpl com ianslrmadoes em paleo Nota-se que, no caso de defeito do transformador 1, ou mesmo para sua manutencdo, pode-se atuar nos disjuntores 1 € 2, retirando 0 citado transfor- mador de servico, ¢ mantendo a alimentagao da carga pelo transformador 2. Nota-se que hé um aumento da confiabilidade do sistema em termos de forne to de energia, o-qve Toi conseguido pelo uso dos dois transformadores ‘perando.em paralslo, De modo geral, para que dois ou mais transformadores sejam colocados ‘em paraleo, oles deve ‘or a uma série de condigdes que serdo especifi- et a eee ea eee eet eee eee eee Pere eel eee por (O}, © estudo sera realizado para o caso mais simples (dois transformado- res), podendo os resultados serem estendidos a todos 03 casos. 2. MESMA RELACAO DE TRANSFORMACAO, OU VALORES MUITO PROXIMOS (F) Como as tensdes entre fases para a alimentag3o so as mesmas, quer para o transformador 1, quer para 0 2, da Fig. 7.2, para que os mesmos possam ser ligados em paralelo a primeira condicao estabelece que as leituras nos voltime- {ros indicados sejam as mesmas ou aproximadamente iguais, [ Figura 7.2 — Veiticarz0 da velaga0 do wanctormagio Vejamos 0 caso de transformadores monofasicos que ndo satisfagam a tal condigdo, ou scja, as relacdes de transformago slo diferentes (K, # Ky). A andlise € feita com base na Fig. 7.3. I Figura 7.3 — Circuito intone formado pelos eroldmentos dos transformadores Paratelismo = 79 Observa-se pela Fig. 7.3 que, sendo as tensdes do primario-as mesmas, ¢@- so haja diferenga na relagio de transformago, poder-se-A ter, por exemplo, ES > EY, ou seja, Kz > Ky Considerando 0 funcionamento a vazio, pode-se tracar o diagrama faso- rial da Fig. 7.4 aplicado ao circuito interno formado pelos dois secundarios.. Devesse atentar para o fato de as fems estarem em oposigao a referida malha. bee tcire Figura 74 ~ Digrame oto! pare © cout foqrado dans 0 funconamente a var Na Fig, 7.4: #8, — fem indvzida no secundario do transformador 7). EY’ — fem induzida no secundario do transformador T;. AE, = B= £3 — fem resultante para a malha formada. Tere — cottente de circulagao que se estabclece na malha Formada pe- los secundarios devido a AF Deve-se considerar que, neste estudo, admitem-se os dois transformadores com impedincia do mesmo valor do angulo interno, 0 que permite somar as impedancias na forma algébrica. Admite-se também que os transformadores estdo ligacos de forma correta, e, conseqlentemente, o nico problema se re- foie & telagdo de transformagao, Dessa forma, tem-se a equario a seguir fornecendo o médulo da corrente a.) em que: Z3 & a impedincia do transformador 7; referida ao secundério, e Z3 , 4 impedineia do transformador 7; referida ao secundério. Podemos fevar em conta os dois transformadores com Z = Z¥, entre- tanto, no estudo, consideram-se as mesmas diferentes (médulos diferentes) pa- ra uma generalizacio. Sabendo-se que AE; = E}- Eye 5 ge EL a= i gp = Ee 80 Translormadores teria @ ensaios substituindo £3 e £3? em AFy, ¢ a expresso obtida, por sua vez, na equacao de Tece Ver: Ky - Ky Ev ) ‘Ki Ky Tee = 7 7.2) Zs + Zs ee Pode-se adotar uma relagao de transformacao media K dada por: KuVE Ke a9 Na expressao da corrente de circulagto: tae Temse que £;/K corresponde a uma fem média induzida no secundério (£2), que com aproximagdo pode ser considerada como sendo a tens&o de sai- da (Way). Nessas condigdes, peated € we Zs 2p Ze Vag Van ue é equivalente 42=K1 399 K eee on “22h, 100, 237% 100 Van Van Ti Na expresso acima, 13, ¢ 1%, so as correntes nominais dos dois tranfor- madores que, de modo a generalizar, admite-se como sendo diferentes, pois os ‘mesmos podem ter poténcias diferentes. Pela definicdo de valores percentuai e chamando: a tem-se que: eee Akin We ZT. & ZT, 16 Paraoismo BA Normalmente, a corrente de cirulaglo € expressa em porcentagem da no- minal de qualquer um dos transformadores. Tomando-a, por exemplo, em re- Jagdo a corrente nominal do sccundario do 7 AK% _ 100 ec ) Lo + Ze LT) Como a tensdo V2, € a mesma para os dois transformadores, pode-se es- crever: ates, Ss a TSP (7.8) ‘em que: 6 poténcia nominal do transformador 7; ; € 87, a poténcia nomi- nal do transformador 7. Substituindo a Eq. (7.8) em (7.7): AK% 100 Tage 7.9) Z% + Z% (SSD) Esta corrente nao teria nenhuma utilidade e & responstvel por um sobre- aquecimento do transformador, pois, circulando pelas resistencias R}e RY" dissipam poténcias pelo efeito Joule. Assim, fecomenda-se uma certa percen- tagem maxima da citada corrente, expressa em Fungo da diferenga de tensdes, admitida no maximo igual a 0,5% da tensdo nominal do enrolamento corres. pondente. ‘A operagdo em paralelo de transformadores que possuam relacdes de transformagao diferentes, funcionando a vazio, conduz a uma tensBo no bar- ramento, possuindo um valor intermediario entre Eye EY’, portanto menor que a fem de um dos transformadores ¢ maior que a do outro, 3. MESMO GRUPO DE DEFASAMENTO (F) Quando dois transformadores sto colocados em paralelo, &essencial que, para a malha interna formada pelos secundarios, enhia-se a fem resultante nu la, Para tal, devesse ter £3 = Eye as duas tensbes em oposiglo, conforme se flustra na Fig. 7.5. & <>.’ Figure 7.5 — Comnosiao fasorial deseiads para as fems, como ea isa pela maha interna se Ccundavis formada pelos tanstormacores © problema da igualdade dos modulos foi devidamente analisado. Faga- mos 280 “ consideragdes a respeito da oposicao entre os fasores re- 82 franstormagores ore € enswus Desejando-se conectar transformadores monofésicos em paralelo, o irten- to sera alcancado curto-circuitando os bornes de mesmos indices, com o que se ‘espera obter uma.fem resultante nula para a malha interna formada pelos se- cundarios. Para a verificacdo desta condieAo, sejam os exemplos a seguir de ‘conexdo em paralelo de dois transformadores, em. que foram usadas as duas representagdes para a polaridade, como se discutiu no capitulo anterior. & im- portante observar que a notaedo realmente empregada corresponde a primei- ra, a esquerda (Fig. 7.6). @) Ty € Ty subteativos Representando os transformadores coma sendo vistos pela parte superior, tem-se 0 arranjo ilustrado na Fig. 7.6. a7 notago comm) 212" noted Figura 7.6 — Paraaiemo de doi tanslormadoves monofbsicas subvatives| Na figura acima, ndo houve preocupacdo com as ligagdes da 7S, visto que ‘as mesmas consistem simplesmente em unir também terminais de mesmo indi-_ Sabendo-se que os sentidos das fems obedecem a ordem dos indices, podem-se marcar ainda na Fig. 7.6 0s sentidos para ££ .Em consequdéncia das ligagdes realizadas, tem-se formado-um circuito interno pelos dois secun- dérios; circuito este constituido de uma baixa impedancia; portanto, se para ‘esta malha as tenses Ee EY se somarem, haverd uma elevada corrente de cir- culagio correspondendo a uma corrente de curtd-circuito. De modo a evitar tal problema, conforme se pode constatar pela figura, basta que sejam conec- tados os bornes de mesmo indice; ¢ assim, para a malha interna, ter-se-4 uma fem resultante igual a zero. b)T;, subtrativo ¢ T; aditivo Neste caso, a representacdo seria a indicada na Fig. 7.7. Renee tae | | 211 tage {commu Figura 7.7 — Paraleismo de dois vanstormadoras menctésios: Py subtatve; eT advo No caso da 1* notagio, o problema ja foi devidamente analisado (lgar tcrminais de mesmo indice), entretanto, a 2? notac&o, caberia um rapido co- mentirio. . Quando o terminal x; de 7; fot conectado com X; de T;, 0 objetivo era procurar os terminais correspondentes dos dois transformadores, de tal modo que a fem resultante na conhecida malha interna fosse nula, Efetuando essa operas, X, estard ao mesmo potencial de X, portanto este fato leva a uma rudanga dos indices do transformador aditivo. Alterando-se a marcagao das buchas de 7, estar-se-ia transformando-o de 120° para 0° e, asim, X, de 7; correspondetia a X; de T;, 0 mesmo ocorrendo com os-X;. Deste modo, constata-se que transformadores de mesmo tipo, porém de polaridades opos tas, podem operar em paralelo desée que sejam procurados os terminais cor- respondentes, Tal como foi abordado para monofisicos, a0 se desejar colocar dois transformadorestrifésicos em paralel, seo problema se resumirna ligagao de dois transformadores, sendo wm 30° e outro 210°, concluirse-i que édesejada a operacto de dois transformadores: um subtrativo e um aditivo, pertencentes 4 um mesmo grupo, Neste caso, assim como no dos monofisicos, deve-se pela mudanga dos termineis de um deles — mudangas estas que poderio ser efetua- ddas ne TS ou na 71, ow em ambas —, transforma o angulo de 210° em 30°. Is 10° passvel, como se observou no capitulo anterior. Colocando em paralelo dois transformadores com um mesmo defasamen- to, unindo os terminais X,, X ¢ Xs, fem-se as tensdes entre fases em opos cotrespondendo exatamicnie a0 problema analisedo. Este fato permite a higa- co em paralelo, pois, para as malhas internas formadas, as fems resultantes ferao valor nulo. [No caso de transformadores pertencentcs a grupos diferentes, sem alterar as ligordes internas do transformador (transformando, por exempio, uma es. trela em um tridngulo, eles jamais poderiam ser operados em paraielo, pois ni haveria possbilidade da iransformagao para um mesmo defasamento. Ca- 84 Transformadores tacra @ ensates s0 fosse tentada a ligacao, na melhor condi¢do ter-se-ia um defasamento entre (08 dois secundarios de no minimo 30°, otiginando uma fem resultante, confor me se indica na Fig. 7.8. Figure 7.8 — Fn la tencatva do igagdo em patel de transformadores Ge grupos sterontes Utilizando a mesma equacdo anteriormente apresentada para a determina- ‘go do médulo de corrente de circulacao, pode-se escrever: = AH oe Brae zy Admitindo-se que acondigfo anterior eas deotimizasao (a seguir) tenham sido obedecidas,exceto a de defesamento, a equacZo acima seria restmida a oe (7.10) Da Fig. 7.8 pode-se expressar a tensfio AE; como funsio das fems Ey. Deve-se observar que, se a condicdo de relagdo de transformagao foi obedeci- da, isso implica médulos iguais para as fems E} ¢ E}’. O Angulo a, para dois, transformadores, corresponde ano minimo 30°. Da Fig. 7.8: AE; = 2E; sen a/2 on Substituindo a expressto (7.11) em (7.10), modulo de Ire seré: Ey sen o/2 Zr 7.12) Lee = Como 2% = 22/2 199 Pavloisme 85 pode-se expressar Z; em funclo de 2% e substitu na equagto de Jaye. Assim: __By sen a/2 29 Vag Tz, 100 Como By = Van, tem-se: Ioge = 10a Sem a/2 ee yc aeececee-omg PERC (7.13) 7.14) Considerando que a corrente de circulagao € normalmente expressa em re- lagao a corrente nominal, & conveniente dividir a expressao obtida por fra 100 sen o/2 _ ais 4.MESMA IMPEDANCIA PERCENTUAL (Z%) OU MESMA TENSAO DE CURTO-CIRCUITO OU VALORES PROXIMOS (0) Estando os secundarios ligados em paralelo, verifica-se que a vazio, pela primeira condigao, deve-se ter Ey = EY. Nesta situagao, nenhuma corrente de circulagdo existira e o conjunto estara operando em vazio, Colocando-se desse modo um voltimetro entre os terminais do secundério de cada um, tém-se as fems E¥’e 3, como mostra a Fig. 7.9, oO P24 Figura 7.9 ~ Etoto das impedincias dos wanslormadoras na dstribvicbo da carga Quando uma carga for conectada e alimentada por uma correnie /,, esta corrente sera distribuida entr= os dois transformadores, Nota-se entao que, 86 Transformadiores teoria # ensaios to nada mais é que uma impedancia, haverd uma queda de tensdo interna, de tal modo que as tensdes terminais resultantes indicadas pelos voltimetros se- riam V} = V2 = Vz, ou seja, como £3 era igual a EY , ocorreu nos transfor- madores umamesma queda AV} = AV?. Como jase referiu, essas quedas corresponderiam ao produto de tima impedancia pela correspondente corren- te. Os médulos dessas quedas de tensio so expressos por: AVE=20 (7.16) AVY = ZL 17) Como AV} = AVY, tem-se: (7.18) Ja que a tensdo 6 tinica (¥;) ¢ como $ = VJ, a equagao anterior pode tam- bem ser representada por: (7.19) em que! S'% & a potencia que o transformador T, fornece em porcentagem de sua poténeia nominal; e $”"%, idem, para o transformador 7. Desta expressto, observa-se que as poténcias entre os transformadores se distribuem de maneira inversamente proporcional as correspondentes impe- nyo + ty a) vorrente 8 Vaio; #) thx, ern @ eam i Assim, quando for importante considerar a forma de onda da corrente ¢ excitagto, por exemplo, em transformadores para comunicagao, ou mesmo ‘part 9s transformadores de poténcia, devido ao importante efcito de interfe- réncia indutiva entre as linhas de poténcia vizinhas as de comunicagées, 0 de- senvolvimento em série de Fourier levara a coneluir os diversos harménicos da onda nlo-senoidal, que, no caso particular da simetria inversa, forncce apenas componentes de ordem impar. Como resultado desta analise, conclui-se que a corrente de magnetizacdo possuird, alm de um componente de freqiéncia fundamental, harménicos impares. Destes, um.dos mais importantes & 0 ter- ‘eira, que possui um valor da ordem de 30% a 40% do-componente Tanda. mental. manners a 3. TRANSFORMADORES TRIFASICOS Inicialmente, no havera preocupago com a poscibilidade ou ndo da exis {@ncia dos harménicos, de acordo com 0 niicieo magnético dos transformado- res. A anilise sera limitada & conexdo dos enrolamentos primario e secunda- rio, © sua influéncia no contexto dos harménicos, Um estudo com todos os tipos de conexdes e nicleos & complexo ¢ longo, ¢ tornar-se-ia praticamente impossivel faz2-lo neste texto, Entretanto alguns ca~ sos sero analisados e servirdo como base para o esludo de outros casos. 118 Trarsformadores teoria@ ensaies 3.1, Primario conectado em tridngulo Vamos supor trés transformadores monofasicos, como os mostrados na Fig. 10.6, perfazendo um banco trifasico, e que inicialmente apenas o primario esieja ligado em tringulo, estando os secundarios em circuito aberto endo co- nectados entre si, Se os transformadores slo iguais e as tensbes de linha, simé- tricas, as formas das ondas das correntes de excitagao dos transformadores se- Ao iguais em amplitude, porém defasadas de 120° Figura 10.6 — Banco de wanstormadoves monolasicat com peindsio em & Se as tensdes de linha variam senoidalmente, as formas das correntes cor- respondentes (nas fases) serao como as indicadas na Fig. 10.5. Assim, joan & fgca teriam as formas indicadas na Fig, 10.7. Para a corrente de linha tem-se: fon = fons ~ toca (10.4) ‘A composigao das duas correntes de fase ¢ apresentada pela onda com os dois picos. Observa-se que a forma de jg, & diferente das duas que as com- poem. Tanto as ondas das correntes na fase como na linha (ndo-senoidais) po- See Sareea ea Introducio a0 Fendmeno de Harmévicos ~ 447 Figura 10.7 — Formato das corienies na 185 loan @ gcal @ Comarte na nhs oy) tica das ondas leva a concluir que, para as correntes na fase, tém-se todos os ‘harménicos de ordem impar, a0 passo que a correspondente corrente de exci- tagdo na linha nao apresenta, por exemplo, o 3° harménico, bem como seus miltiplos. ‘Seja, inicialmente, os terceiros harménicos das correntes no tridngulo. As ts correntes de fase Cioas.s ion ¢ igca) estdo defasadas de 120° entre si, Por método grafico ou analiticg, verifica-se que 0s terceiros harménicos corres- pondentes esto em concordaneia de fase, Para as ondas fundamentais ¢ de terceiros harm@nicos, poder-se-iam tracar os seguintes diagramas fasoriais. a sn ocann oehann al ondas tundementas . bhretcexos hamncos Figura 10.8 ~ Ovagrama fascial par as cvas prmoitas Componentes de fp ~ Flt: a ondos fundamentas;» 6 trcoves barménices Da Fig. 10.9 constata-se que ndio existe a corrente de 3° harménico de li- tridngulo, conclui-se que a corrente de linha dada pela soma das correntes que chegam e saem do né é igual a zero, Para se chegar a tal resultado basta lem- brar que as correntes de 3° harménico esto em fase e possuem o mesmo mi dulo, originando, portanto, uma anica corrente de malha. es Ve ern Figure 10.9 ~ Cieuito para 05 componsnies de 3° narméico Utilizando 0 mesmo raciocinio, pode-se concluir que todos os harménicos impares de ordem mtltipla do terceiro (nono etc.) se comportam analogamen- te ao terceiro. Acontece que tais componentes apresentam amplitude bem me- nor, fato este que faz com que haja maior preocupacao com o terceiro, Nota. se que um amperimetro colocado na fase faria uma leitura de uma corrente efi- az, na qual entrariam 0s primeiro, terceiro, quinto ¢ sétimo componentes, Caso todos esses componentes tivessem correspondéncia na linha, um amperi- metro ali colocado acusaria a leitura anterior multiplicada por V3, entretanto, como foi analisado, alguns dos componentes ndo possuem correspondéncia na linha, Com base nessas consideragdes, tem-se a relago abaixo para as corren- tes eficazes de linha e na fase To Dentro do prinefpio de operagto do transformador, o fluxo,induz em cada es- pira dos enrolamentos uma tensdo praticamente independente da corrente que flui no enrokamento, Desta forma, pode-se considerar que a distribuigao de tenso entre quaisquer partes dos enrolamentos permanece constante ¢ inde pendente da corrente no enrolamento. Isso também ocorre no autotransfor~ mador, que & um equipamento baseado no mesmo principio do transforma dor. O autotransformador possui apenas um enrolamento, de maior tensio, ‘com Nj espiras, das quais uma parte atua como enrolamento de menor tensAo. Essa maior tensio, como ja se mencionou, pode agir como circuito primario (receptor de poi2ncia) ou secundério (fornecedor). A Fig. 12.2 ilustra o arran- jo de uma autotransformador. Figura.t2.2 ~ © auictranstovmador 9) osuoma do avtotansiormsdar: b) sutaransformedor reauiadr por lboratér 3. RELAGOES DE TENSOES E CORRENTES Soja o autotransformador da Fig. 12.3. Nesta figura, pode-se observar que a tensio do lado secundario & a tensto do enrolamento comum e a tensio priméria é a soma fasorial das tensdes nos terminais dos enrolamentos comum e série, ou seja: WaWis (12.2) 02.3) Como jit se analisou nos Caps. 1 ¢ 2, pode-se dizer que as tensdes V7, € Vz diferem das tensdes induzidas pelo fluxo resultante (feem e fem, respecti- vamente) no néicleo apenas da parcela correspondente ao fluxo de (reatancia de dispersio). Admitindo que o transformador indicado na Fig, 12.3 seja subtrativo, as tenses E*; (foem) e £3 (fem) induzidas nos enrolamentos série e comum, res-

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