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Segunda-feira, 11 de Novembro de 2019 SERIE — Numero 217 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICACAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOGAMBIQUE IMPRENSA NACIONAL DE MOCAMBIQUE, E. P. AVISO 'A. matéria a publicar no «Boletim da Repiblicay deve ser remetida om cépia devidamente autenticads, uma por cada assunio, donde conste, além das indicagdes necessdrias para ese efeilo, 0 averbamento soguinta, assinado ¢ autenticado: Para publicago no «Boletim da Reptblica». SUMARIO ‘Assembleia da Reptblica: Lei ns 2172010: Extabelece as Pincipios e Procedimentos da Cooperagio Furiica ‘Judicdria Intemacional em Matéria Penal, ASSEMBLEIA DA REPUBLICA Leins 21/2019 de 11 de Novembro Havendo necessidade de estabelecer os prineipios proce- dimentos da cooperagio juridica e judicidria internacional em ‘matéria penal, ao abrigo do disposto no ntmero 1 do artigo 178 da Constitigao da Repiiblica, a Assembleia da Repblica dete CAPITULO I Disposigdes Gerais ‘AamiCo 1 (rjecto) A presente Lei estabelece os prinefpios e procedimentos da cooperaco juridica e judiciéria internacional da Repiblica de Mocambique com outros Estados, assim como com entidades internacionais estabelecidas no ambito dos tratados ¢ acordos internacionais que vinculem o Estado Mogambicano, em matéris penal. Agmigo 2 (ameito) 1. No processo de aplicagio da presente Lei ¢ dada primazia ’& protecgiio dos interesses de soberania, da seguranga, da ordem piiblica e de outros definidos na Constitigao da Reptblica de ‘Mogambique. 2. Para efeitos da presente Lei, sto formas de cooperagio jurigica e judicidria internacional relevantes, em matéria penal as seguintes a) a extradicio; ) a transmissio de processos penais; 0) aexecugio de sentengas penais; a transferéncia de pessoas condenadas a penase medidas privativas de liberdades @) a vigilancia de pessoas condenadas ou em condicional; ‘JD o aunili judiciério mituo em matéria penal 3. A presente Lei é subsidiariamente aplicavel a cooperagaoem ‘matérias de infracgdes de natureza penal, na fase em que corram, ‘ermos legais perante autoridades administraivas, bern como de infracgdes que constituam ileito de mera ordenacio social, cujos, processos admitam recurso judicial. liberdade Agrico 3 (Dofinigses) significado dos termos ¢ expressbes utilizados na presente Lei constam do Glossério em anexo, da qual faz part integrante. Aamico 4 (Prevalencia dos tratados e acordos internacional) L. As formas de cooperagio a que se refere 0 artigo 2 da presente Lei regem-se pela Convencao de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 22 de Maio de 1964, pelos acordosinternacionais, bilaterais ou multilaterais que vinculam 0 Estado Mogambicano. 2. Na falta ou insuficiéncia, sio subsidiariamente aplicaveis as disposigdes da presente Lei, do CSdigo de Provesso Penal e demais legislagdo complementar sobre a matéca 3. A presente Lei ndo confere odireto de exigir qualquer forma de cooperagio internacional em matéria penal Agriao 5 (Autoridade Central) 1. A Procuradoria Geral da Republica 6 Autoridade Central com competéncia para tramitar os seguintes actos: 4) pedidos de cooperacio juridica e judicidria de qualquer natureza, referidas no niimero 2¢2 artigo 2 da presente Lei; +) medidas compulsérias; ©) cartas rogatérias; 4) solicitarao Tribunal Supremoa revisio.e reconhecimento de sentengas estrangeiras, 2. A Procuradoria Geral éa Repiblica remete ao Ministro que supetintende a dea de Justiga, todos os pedidos de cooperagio, juridica e judiciéria que receber, quer seja por via diplomitica quer por via de acordos de coopetagio ou directamente de outra antoridade central, 5178 3, Compete 20 Ministro que superintende a drea da Justia, decidir sobre a admissibilidade ou nao do pedido de cooperasio, havendo razGes de ordem politica ou de oportunidade ou conveniéncia. 14, Os pedidos de cooperagio juridica e judiciéria recebidos via diplomitica so encarainhados com brevidade & Autoridade Central, que dé seguimento nos termos da presente Lei. Agno 6 (Principio da reciprocidade) 1. A cooperagto juridica ¢ judicidria internacional em matéria penal regulada na presente Lei releva do principio da reciprocidade. 2, Compete a0 Minisiro que superintende a rea de Justiga solicitar uma garantia de reciprocidade se as circunstncias © texigirem ¢ pode prestar a outros Estados, nos limites da presente Li 3, Excepcionalmente, a falta de reciprocidade nao impede a satisfagio de um pedido de cooperagéo, desde que: a) se mostre recomendével em razio da natureza do facto ‘ou da necessidade de combater determinados tipos legais de crime; >) possa conttibuir para melhorar a situagio do arguido ou para sua reinsergio social; 6) sitva para esclarecer factos imputados a um cidade ‘mogambicano. ‘Antigo 7 (Principio ne bis in idem) 1. Nio se pode instaurar na Repiblice de Mogambique nem continuar um procedimento pelo mesmo facto que determinoy ura ‘pedido de cooperagto que implica a delegagio do procedimento ‘tm favor de uma autoridade judiciria estrangeira. °2, 0 disposto no niimero 1 do presente artigo, 6 aplicével nas sinuagbes referentes ao curprimento da sentenga cuja execugio € delegada noma autoridade estrangeira. Amigo 8 (Fundamento de recusa de cooperagao juridioa ejudiciéria Internacional) 1. Sem prejuizo do disposto no regime jurfdico sobre a cextradigio, 0 pedido de cooperagao é recusado quando: «2 satisfagio do pedido colidircom a ordem consttucional; }) 0 processo nito satisfizer ou néo respeitar as exigéncias dos instrumentos internacionsis e regionals em matéria de direitos humanos ratificados ou constante 10 cordenamento juridico mogambicano; ) houver fundadas razées que indicam que a cooperago é solicitada como fim de perseguir ou punir uma pessoa tem virtude da sua raga religifo, sexo, nacionalidade, Tinga, das suas conviegSes poiticas on ideol6gicas ou de pertencer a um grupo social determinado; 4) exist rico de agravamento da situacio processual de rma pessoa por qualquer das razées indicadas na ali nea c) do presente artigo; ‘®)puder conduzirajulgamento por um tribunal de excepgio ‘ou respeitar a execugio de sentenga proferida por um tribunal dessa natureza; {fo facto a que respeita for punivel com pena de morte ‘ou ovtra que possa resulter lestio inreversivel da integridade da pesson; 1 SERIE—NOMERO 217 {9 respeitar a infracgéo a que correspond pena de prisio ou medida de seguranca com cardcter perpétuo ou de ddaragio indefnide, 2.0 dispostonas aineas f) ed) do mimero 1 do presente artigo no obsta & cooperagio: 4) se oEstado que formula o pedido, por acto inrevogavel vinculativo para os seus tribunais ou oatras eatidades ‘competentes para execucio da pena, tive previamente comutado a pena de morte ou outa de que posse resultarlesdo irreversvel da integridade da pessoa, ov tiverretirado cardeter perpétuo ou duragao indefinida a pena ou medida de segurangs; +) se com respeito a extradicSo por crimes a que corresponds, segundo a lei do Estado requerente, pena ou medida de seguranga privativa ou restrtiva de libesdade com ‘carfcter perpétuo ou de duracio indefinida, 0 Estado requerente oferecegarantias de que tal pena ou medida de seguranga ndo € aplicada ou executada; ) se 0 Estado que formula 0 pedido aceitar a conversio das mesmas penas ou medidas por um tribunal mogambicano segundo as disposigées da lei mogambicana aplicéveis ao crime que motivou a condenagio; 4) seo pedido respeitar 20 auxilio previsto na alinea g) do artigo 2, do presente artigo, solictado com fundanento za elevancia do acto para presumfvel nfo aplicagée dessas penas ou medidas. 4, Para efeitos de apreciagio da suficiéncia das garantias a aque se refere a alinea c) do mimero 2 do presente artigo, tem Seem conta, nomeedamente, nos termos da legislagio ¢ priticn do Estado requerente, a possibilidade de nto aplicago da pena, reapreciagao da sitnacio da pessoa reclamada ¢ de concessio {a liberdade condicional, bem como a possibilidade de indulto, perdio, comutagio de pena cu medida anfloga, previstos na Iegislagdo do Estado requerente. “4.0 pedido de cooperagéo 6 ainda recusado quando nfo estiver garantida areciprocidade, salvo o disposto no ntimero 3 do artigo 6 da presente Lei. '. Quando for negada a extradicéo com base n0 disposto mas aifneas e,f)¢ g) do nimero 1 do presente artigo, 6 instaurado procedimento penal pelos factos que fundamentam 0 pedo, Sendo solicitado ao Estado requerente os elementos necessirios, f, que 0 juiz pode impor as medidas cautelares que se afiguram. adequadas. Aamco 9 (Recusa relativa 8 natureza da infracoio) 1.0 pedido 6 também recosado quando 0 processo respeitar «facto que constituir: 4) infraceo de natureza politica ou conexa 2 infracgio politic nos termos da legislagdo mogambicana; >) exime militar que nfo seja simullaneamente previsto na ‘ei penal comum, 2 Ni se consideram de natureza politica: 4a) © genocfdio, os crimes contra humanidads, os crimes de ‘guerra e infracgées graves segundo a Convengio de Genebra de 1949 ¢ os Proiocolos Adicionais de ane Mocambique é parte; + as infracgbes determinadas nos termos da Convenso ‘da Unizo Africana sobre a Prevengiio © Combate a0 ‘Terrorismo de 1999 e 0 respective Protocolo; 0) 08 actos referidos na Convengio das Nagbes Unidas ‘contra a Tortura¢ outras Penas ou Tratamentos Crud ‘Desumanos ou Degradantes; 1 DE NOVEMBRO DE 2019 4) os atentados contra a vida ou a integridade fisica dos tituleres ou membros de érgios de soberania ou seus parentes, ou de pessoas a quem for devida especial protecgio segundo o direito internacional; 6) 0s actos de pirataria aérea ¢ mart ‘A qualquer outro crime que seja retirada natureza politica por lei, tratado ou acordo internacional de que @ Repiiblica de Mogambique & parte. Agmco 10 (Denegacéo facutativa da cooperagéo internacional 1. Pode ser negada a cooperagiio quando o facto que a motiva, for objecto de processo pendente ou quando esse facto deva ou [possa ser também objecto de procedimento da competéncia de ‘uma autoridade judicidcia mogambicana 2, Pode ainda, ser negada a cooperaco quando, tendo em conta as circunstiincias do facto, 0 deferimento do pedido possa iplicar consequéncias graves para a pessoa visada, em razio da ‘dade, estado de satide ou de outros motivos de carécter pessaal, 3. A cooperagio pode ser recusada, se a mesma poder prejudicar a investigagio ou diligéncias na Reptiblica de Mocambigue, comprometer a seguranga de qualquer pessoa ou impor custos elevados para o Estado mogambicano. Agrico 11 (Extingdo do procedimento pena) 1. A cooperagio nio € admissivel se, na Republica de Mogambique ou noutro Estado em que tenha sido instaurado procedimento pelo mesmo facto: 4) © processo tiver terminado com sentenga absolutdria ttansitada em julgado ou com devisio de arquivamento; ») a sentenca condenatéria se encontrar cumprida ou nao puder ser cumprida segundo o diteito do Estado em ue fot proferida 6) 0 procedimento se encontrar extinto por qualquer outro motivo, salvo se este se encontear previsto, ‘em conveng&o internacional, como no obstando & cooperagiio por parte do Estado requerido, 2. O disposto nas alineas a)¢ b)do nimero | do presente artigo rio se aplica se a autoridade estrangeira que formula 0 pedido justificar ser para fins de tevisio da sentenga ¢ os fandamentos {esta forem idénticos aos admitidos no direito mogambicano. 3.0 disposto na alinea a) do nimero 1, do presente artigo no ‘obsta a cooperagio com fundamento na reabertura de processo arquivado prevista na lei, ‘Antigo 12 (Concurso de cass de admissibildade 0 do inadmis: ‘da cooperagio) 1. Se 0 facto imputado a pessoa contra a qual é instaurado e 6 procedimento estiver previsto em varias disposicées do direito mogambicano, 0 pedido de cooperagio s6 € atendido na parte que respeita a infracgio ou infracgdes relativamente as quais seja admissivel o pedido, desde que 0 Estado que o formula dé ‘garantias de que observa es condigdes fixadas para a cooperacdo. 2. A cooperagio ¢ excluida se o facto estiver previstoem varias isposigées do direito penal mogambicano oa estrangeiro, ¢ © pedido posse ser satisfeito om virtude de uma disposigao legal que o abranja na sua totalidade e que constitua motivo de recusa a cooperagio, dade 5179 ‘Avetigo 13 (Reduzida importincia da infracea0) 1. A cooperagio pode ser recusada se ainfracgdo for de menor sravidade. 2. Considera-se infracgo de menor gravidade: 42) as de natureza criminal puniveis com pene de pristo até dois anos; ‘yas contravengées puniveis nos termos de legislagdo penal. Agnigo 14 {Proteceéo do segredo) 1, Na execugdo de um pedido de cooperacio formulado & Repiilica de Mocambique, observam-se as disposigées do (Cédigo de Processo Penal e legislagio complementar relativas 4 recusa de testemumhar, is apreensées, as escutastelefSnicas € a0 segredo profissional ou de Estado e em todos 0s outros casos, ‘em que o segredo seja protegido. 2. O disposto no nimero 1 do presente artigo aplica-se a informagées que, segundo o pedido, devern ser prestadas por pessoas nao implicadas no procedimento penal estrangeiro. Arrigo 15 (Direito aplicavet) 1. Produzem efeitos na Repiiblica de Mogambique: @) 0s motivos de interrapgio ou suspensio da prescrigio segundo o direto do Estado que formula o pedido: ) a queixa apresentada dentro do prazo constante da legislagio aplicdvel a uma autoridade esteangeira, quando for igualmente exigida pelo direito mogambicano. 2. Se apenas o direito mocambicano exigir queixa, nenhuma reaogio eriminal pode ser imposta ou executads na Reptblica de “Mogambique no caso de oposigfo do respective ttlar. Arnica 16 ((emputagdo da deteneio) 1. A pristo preventiva cumprida no estrangeiro ou a detengao decretada no estrangeiro em consequéncia de urna das formas de cooperagio previstas na presente Lei so tomadas em considereeao ‘no Amibito do processo penal mogamibicano ow imputadas na pena, nos termos do Cédigo Penal, como se a privagio de liberdade tivesse ocortido em Mogambique. 2. A tomada em consideragao da pristo preventiva ou da ‘pena ja cumprida na Repsblica de Mocambique sio prestadas as informagdes necessérias Arrigo 17 ((ndemnizagéo) Na lei mogambicana aplica-se & indemnizagdo devida por detencio ou prisio ilegal ov injustficada ou por outros danos, softdos pelo suspeito ou arguido: 4) no decurso de procedimento instaurado na Repiiblica de Mogambique para efectivagio de pedido de cooperagio formulado a0 Estado mogambicano; ») no decurso de procedimento instaurado noutro Estado ppara efectivagio de pedido de cooperacio formulado por uma autoridade mogambicana, 5180 Axmioo 18 (Concurso de pedidos) 1. Se cooperagie for solicitada por varios Estados, relativamente 2o mesmo ou a diferentes factos, esta é concedida a favor do Estado que, tendo em conta as circunstincias do ‘caso, assegure melhor of interesses da realizacao da justica © ) o Estado estrangeiro dé garantias de que no procede penalmente, pelo mesmo facto, contra 0 suspeito ou arguido, no caso do mesmo vir a ser definitivamente Julgado por sentenga de um tribunal mogambicano; 6) 0 procedimento penal tenha por objecto um facto que ‘constitua crime segundo a lei dos Estado estrangeiro segundo a lei mogambicana; ) a pena ou a medida de seguranca privativa de liberdade correspondentes ao facto que seja de durago maxima nio inferior a 1 ano ou, tratando-se de uma pena Pecunia, o seu montante méximo no seja inferior 4 quantia equivalente a 108 salérios minimos; ‘)osuspeito ouarguidotenham nacionalidade mogambicana ‘ou, tratando-sedeestrangeiros ou apétridas, que tenham 1 sua residéncia habitual em territério mogambicano; A a.aceitagdo do pedido se justifique pelo interesse da boa administragio da justiga ou pela melhor reinsergo social do suspeito ou do arguido, no caso de virem a ser condenados. 2. Pode ainda aceitar-se a instaurago ou continuagio de procedimento penal ne Replica de Mogambique, verificadas, as condigdes do nfimero 1 do presente artigo: 4) quando 0 suspeito ou arguido se encontrar processado penalmente na Repitblica de Mocambique por outro facto aque corresponda pena ou medida de seguranga de gravidade igual ou superior a 108 salios minimos as referidas na alinead) do mimero 2 do presente artigo soja garantida a sua presenga em juizo; ) quando seja negada a extradigdo do suspeito ou arguido estrangeiro ou apétrida que resida habitualmente na Replica de Mogambique; ©) se 0 Estado requerente considerar que a presenga do suspeito ou do arguido nio pode ser assegurada perante 0s seus tribunais, podendo s@-1os na Reptblica de ‘Mogambique; 4 se 0 Estado estrangeiro considerar que nfo existem ‘condigdes para executar uma eventual condenacio, ‘mesmo recorrendo & extradigio, e que tais condigées ce verificam na Reptiblica de Mogambique, 3. As disposigdes dos mimeros anteriores nio se aplicam se a infracgao que motiva 0 pedido relevar da competéacia dos tribunais mogambicanos, em virtude de outras disposigses relativas a aplicacio da lei penal mogambicana no espaco. 4. A condigdo referida na alinea e) do mimero 1 do presente antigo pode ser dispensada quando circunstiincias do caso 0 aconselharem, designadamente para evitar que o julgamento nfo pudesse efectivar-se quer na Repiblica de Mocambique quer no estrangeiro. ARTIGO 71 (@ireito aplicave) ‘Ao facto que 6 objecto do procedimento penal instaurado ou. continuado na Repiibica de Mogambique nas condiges referidas ‘no artigo 70 da presente Lei é aplicada areacgio criminal prevista, na lei mogambicana, oxcepto se a lei do Estado estrangeiro que formula o pedido for mais favordvel ‘Antigo 72 {Eteltos da aceitacto do pedido relativamente ao Estado que formula) 1. A aceitagdo pelas autoridades mogambicanas do pedido formulado pelo Estado estrangeiro implica a renincia, por este, ‘0 procedimento relativo a0 fact. 2. Instaurado cu continuado na Repiiblice de Mogambique, procedimento penal pelo facto, 0 Estado estrangeiro recupera 0 direito de proceder penalmente pelo mesmo facto, apés a devida, comunicagio, logo que o Estado mogambicano certfique que 0 arguido se ausentou do teritério nacional ‘Agrg9 73 (Tramitago do pedo) 1.O pedido formulado pelo Estado estrangeiro é acompanhado do original ou ¢6pia autenticada do processo « transmitir, caso exista,¢ & submetido pelo Ministro que superintende a érea de Justiga & apreciagdo do Procarador-Geral da Repiblica. 2. Se 0 Procurador-Geral da Repiblica decidir que o pedido € admissfvel, o expediente é remetido a0 Tribunal Supremo, que ordena imediatamente a notificacio para a comparéncia do Suspeito ou do arguido, bem como & do adivogado constituido, se 0 houver. 3. Se o suspeito ou o arguido no comparecerem, o Tribunal Supremo verifica se a notificagio foi feita pela forma legal ¢ nomeia defensor oficioso, na falta de advogado constituido ou se este também nfo aparecer, lavra-se 0 auto. 4, 0 juz, oficiosamente ow a requerimento do Ministério Paiblico, do suspeito, do arguido ou do defensor, pode ordenat a repetigao da notificagdo a que se refere o mimero 2 do presente axtigo. 5. 0 suspeito, 0 arguido ou seu defensor slo convidadas a ‘exporem as suas razes contra ou a favor da aceitago do pedido, e igual faculdade gozando o Ministério Publico. 6. Se necessatio, o juiz procede ou manda proceder as dliligéacias de prova que repute indispenséveis, po sua iniciativa ‘ua requerimento do Ministério Pablico, do suspeito, do arguido ‘oudo seu defensor, fixando, para oefeito, um prazo no superior 230 dias. 7. Bfectuadas a diligéncias ou esgotado o prazoa que serefere ‘ontimero 6 do presente artigo, o Ministério Piblico, ¢ osuspeito ‘ov anguido podera pronunciar-se no prazo de 10 dias, alegando‘o que tiverem por conveniente, 8. O juiz decide sobre 0 pedido no prazo de vito dias, cabendo recurso da decisfo nos termes gersis. 9,Na pendéncia do pedido o juiz suieita o arguido &prestacio de temo de identidadee residéncia, sem prejuzo da possbilidade de adopgio de outras medidas de coace%o e garanta patrimonial previstas no Cédigo de Processo Penal ‘Agno 74 (Etettos da dectsio sobre 0 pedido) Em caso de aceitagao do pedido, o juiz, conforme os casi a) ordena a remessa dos autos & autoridade judiciérie competente para instaurago ou continuacio do procedimento penal;

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