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7 into e atleta — encaragio do For do templo de Malatesta em Rim ina visio mais recente de Francie observa Hall, € que ne” «co, matemético, arquiteto, cientistay ideal do “homem renascentist2”) ni, tebico “instaurador” do urbanismo, na ¥% h ‘ears eo Modelo. E 0 mais notavel, obser sac aroreratcos envolwendo comites deliberatvos, Fy Io ot pare des OTS AAS novo, F exportava sua linguagem ar quitetOnica para toda a Itélia, lac heinoséclo XVI as eidades-stado italianas,ciosas de sua ay, apazes de unio, ferentes a questoes de £6 ¢ im algo indit os ‘ar de sua paixio pela Roma antiga, nao foram T que herdaram o sentido romano de nacio » i jo. na construcio de um império. Inicia-se aio periodo da supremacia ‘vee a no mundo e na historia das cidades. Entee os séculos XV ¢ XV, ap usitanos ve langaram no Indico, entao dominado por mereadores mugul anos, para extender o império portugués 20 Oriente E sua entrada nage. Ioceane alteraria a geografia comercial ali estabelecida: mercadoras orien. tar paseando as mios de Veneza e Genova, pelos acessos do Golfo Pésco do Mar Vermelho, Como 0s lusos planejavam fechar 0 Mar Vermelho is ‘nbareagdes mogulmanas, a expansio oriental do império portugués teria de encarar Veneza e os mouros. Portugal encarou — e venceu. Do périplo Inaior de Vasco da Gama A vit6ria decisiva sobre os mugulmanos, diante da Cidade portusria de Diu, no litoral do Indostéo, em 1509. “Paralela e simu: taneamente, Lisboa e Antuérpia tormavam-se os grandes centros de dist buigio dos produtos orientais, Estas duas cidades iam herdar as prosperida dese 0 movimento cosmopolita de Alexandria e Veneza”, escreve Cortesio, na Historia da Expansio Portuguesa. Ainda no dizer de Cortesio, 0 que em \Veneza ¢ Alexandria era motivo de luto, tornou-se, para Lisboa, “motivo de jibilo e consagragao urbana”. Nem é por outra razao que Joel Kotkin com sidera que, depois da viagem de Vasco ¢ da vitdria em Diu, “o comércio ‘futuro das cidades cairam fora do controle de arabes, chineses ”. Os viram ficando para tris. Apes clas, mas Espanha ¢ Portugal mundial € outros povos, e foram parar nas maos dos portugueses e espan proprios italianos, como j 0 izera Colombo, passaram a trabalhar part ibéricos. Ea conquista do Novo Mundo liquidou a fatura. Na Espanhs expandiram-se cidades como Sevilha e Madri. Lisboa, “insignifcante zentos anos antes, emergiu como a cidade maior, o porto principal do ime so império portugués. Com uma populagdo de mais de 100 mil habitane assumiu ares de grande capital imperial influenciando eventos em © obal”. ‘cidade no Bo ‘Mas Madrie Lisboa no permaneceriam por muito tempo na vanguarda gas cidades europeias. O primado do econémico, quando milhdes de quilé- vos quadrados se incorporavam ao mercado mundial, era algo para 0 aes mentalidade ainda medieval de lusos e castelhanos nao estava prepa "k Igreja Catolica combatia 0 lucro. E 0s Gnicos homens de negécio dda Europa, que poderiam té-la dinamizado comercialmente cairam vitimas da intolerancia religiosa. Eram qual sad laquela parte saa raps kon ow. sya que Lisboa e Madr expulsaram da Peninsula, obrigando-os a se ers diregio a outros lugares, onde se converteram em elementos, ‘mercantil, Assim, a0 longo do século XVII, enquanto Lisboa fam, outros centros europeus floresceram e se afiemaram. adh gow a sonbar ser una nova Roma, Mas ndo tinhaforga econdmica. igando de seu entorno a riqueza que nao produzia. Saltaram sara linha de frente, entio, cidades que souberam lidar com as novasrea- ie ase os novos caminhos materiais do mundo: Amsterda e Londres. O frau de urbanizacio da Holanda, nessa época, no tina rival na Europa. E aersrerdi, acolhendo a didspora judaica da Peninsula, vai aparecer como a jou mais viva do “século de ouro” neerlandes. Calvinismo, pragmacismo e eaovios, numa cidade terra-a-terra, com cerca de 140 mil habtantes. Prag- hatismo que se inscreveria na prépria criaglo arquiteténica holandesa, como ros mostra Paul Zumthor, em A Holanda no Tempo de Rembrandt, ao falar do cariter uilitéri, “fortemente marcado pelas exigéncias do comércio e da navegacio”, da arquitetura de Amsterdi: a0 longo dos canais da cidade, os loves eram estreitos na frente e compridos em profundidade, de modo a as- segurar a todas as casas acesso direto a via aquatica — “era muito impor tante, para os negociantes que as habitavam, ter a entrada de seus iméveis soakanc di grande seus asco", Ba Holanda tua em ecla mind Rovian, tum assentamento em Manhattan: Nova Amsterda. uels altura, a produsio agucareira da Bahia e de Pernambuco era um negécio mais flamengo do que luso. A burguesia holandesa financiara boa Parte da empresa agucareira no Brasil. E, seo Brasil produzia o a a Holanda que o transportava, refinava e comercalizava na Europa, E loge ‘sara dsputando o Brasil com Madsie Lisboa. Ocupando sigificativa ex. nsio territorial da América Portuguesa. Criando o Recife hel ve €m 1664, & Londres que toma Nova Amsterda dos nee len — tie de Nose re Sita Now Amster dos nesandeses para re Oe sant Londees qu se impde como a capital mundial. seus prince ides ibrisas nas Américas foram construdas ederam ‘tempo em que Lisboa e Madri resplandeciam, Nao os ju spe sitais do jogo ¢ Madri declinav c intelectual, su Cidade iba na Am 68 dle ces do inicio do século XV. Nem ‘edi'¢ Londres, no final do século Xyq “ii e esta Lisboa decidiram plantar no Noy, a ‘mais uma Vez, a COr0aS lishog ram? Aa em que repodiie gear fa cidade ortogo, E que tipo de cidade esta M de ‘Mando, em suas terras ¢cantelhana, em sia expansio imperial PSST de Roma. A capital do Império Rot 1 pelo mundo ci la ico. Era o quadriculado : reso, bipodam ndada na Argélidy no ano 100 —e ainda hy ic. Commo cm Tamgadsfandada na Area, © S90 1 sh i \ricos sobre citada, nos estos SO snows cidadesenxadrezad8s Que 0 Imp Re Sra Lone casas tat a0"2 UN NOVA Vso dag fomano consruit: Lt aduzido erepensado a partir do século inaugural urban design — tani Wane que avalzou a grlha. E.gerou wma série de do Renascimento, th cidade ideal, em xadrez 08 em disposigao radial-con. soars rninho da sforzinda, de Filarete. © planciamenn ; ara, depois, of Fs epaao clara pea gretha. Clara e, depois, Crna anes Leyes Generales de ls Reymos de Indias (1573), dy ra ee cate renascentista. Nessa grelha hispiiica, o destaque seria saduzido entio para 0 espanhol ¢o por aoe pon Albert, Da desrigio vitruviana de um forum, Allert dese ae varroncepgao de uma piazza. Nascia assim a ideia renascentista de praca, que teria una repercusso espan Fé no campo geral da piazza vi pact mayor do planejamento urbano castelhano para © Novo Mundo, De ieee ets Lima e Buenos Aires, portanto — passando pelo Renasciment Contama se pensar que Portugal fi por outro caminho. Nao foi. A difeena tnurea cidade lusa ea cidade hispanica, no Novo Mundo, nao esta no Mas no que aconteceu ao plano, em sua implantagao objetiva no continent Exemplo talvez mais agudo das reste A Invengao da América, Edmundo O°Gorman observa ques soe os primérdios do séeulo XVI, a América foi pensada como a possibiiade de construgio de uma Nova Europa. E que havia dois caminhos para ms tenalizar tal projeto. De uma parte, a adaptagio das novas cicunstin americana 0 modelo europe romado asim como “arqutipo” De ou inversamente, a adaptacio do modelo europeu as novascircunstincias tm qu tl modco se tornaria“o pont de parida de um deseo historico empreendido por conta propria". Tanto os portugueses quam cidade no Bos! 64 a espanhis optaram pelo primeiro caminho. Pela conformagio das realidades {ropicais a0 “arquétipo” europeu. Nas palavras de O'Gorman, “seja na es. fera de interesses rel 05 € econdmicos, seia quanto a organiza~ Gao das relagbes sociais,verifca-se que a norma consistu em transplantat ta as terras da América as formas da vida europeia”. Nao é outa coisa 0 rie dia Stuart Schwartz, em Segredos Internos: o Brasil foi criado nao para ‘nsformar ou transcender, mas para reproduzir Portugal. Do mesmo modo, Darcy Ribeiro observa que nossos primeiros niicleos co a partir de diversos processos adap ge quais se destacam a sua integracio numa Gnica est sncorporagao da tecnologia europeia, a difusdo da role da vida mental no eixo Igreja-Estado. As inovagdes tec formas de ordenagio da vida social e0 novo aparato ideo! s se plasmaram onileiras como uma implantacio colonial europeia”. Salvador esteve no era desse processo, Mas —e aqui est o ponto que cumpre ressaltar —ela ‘nesta ndo foi pensada nesses termos. Lusos e espanhéis quiseram trans. lamtas para as Américas, todas as suas institugSes socais. Mas ndo a forma trbana das cidades peninsulares. O que pretendiam com isso? Construin de favo, uma Nova Espanha? Passar Portugal a limpo? {Quando os ibércos partiram para construircidades nas Américas, ha- id definido 0 urbanismo renascentista, De modo sistemético,costumna- se contristé-lo com o urbanismo mugulmano. Seo urbanismo renascentista, tomando como modelo a Antiguidade greco-latina aparece como a encar. do do “espiito de geometria” e da racionalidade, o urbanismo mugul- mano € visto como sua antitese — reino das formas orginicas, do desalinho, da desordem. Mas devemos matizar © contraste. Carlos Fabido soube ver, “Acidade andaluza, ou, mais corretamente, a cidade mediterrinica, define. se antes de tudo pelo seu contraste com 0 urbanismo elissico. Enquanto neste a négua e 0 esquadro so a expressio natural de um poder tacional ¢ ‘acionalizador,o espago urbano mediterrin geta-se a si préprio como um ‘05 € funcionais. Quando, po- aco islamica, ‘om pretensies hegem@nicas, imposta a intervencio "3 seja na Bagda abassida, Saori os argues retomam de Cordoba, gizada durante o es ‘izada e racional ocupag: Portanto, da relativa flexi velmente 0 vo- io do solo urbano”. Nao devemos nos esquecer, lade do quadriculado romano, nem da planta (Cade ibéica na América = s lar do Cairo, © xadrez romano ¢ 0 dé- inda assim, 0 contraste se mantém, O — mesmo que a cultura arabe tradicional nao tenha qualquer espécie de tratado acerca da estruturagio do rdas. As figuras do xadrez e do labitinto, com le Bagda, ou do plano regul: espago urbano — sio anti {que se costuma defini-os, dizem tudo. "Na verdade, os gregos, como os romanos, tanto tinham cidades de ruas inregulares, a exemplo de Atenas, quanto cidades de desenho geométrico, tomo as que foram projetadas ou ampliadas por Hipédamo de Mileto — {quem Aristoteles, na Politica, trata como o criador de uma gretha gregaes- pecifica, associada a uma teoria cidades planejadas. “Numa regio nlo fa ser diagramaticamente intcligivel”, escreve Spi jem A History of ture, enumerando tracos distintivos dessas cidades: 0 ter ‘om sua inteiteza, era concebido como uma forma geometricamente 'a forma regia edificagées publicas e privadasy e ordenava o cimento futuro da cidade. Nesse «a polis era, a0 mesmo tempo, ‘de arte (“configuragio deliberada e artificial que estabelecia suas pr a as regras internas de comportamento arquitetOnico”) e experimento con- vom limites fisicos e demograficos predeterminados. Os arabes, 20 . > sreferiram, quase sempre, passar ao largo da regularidade, permi- rma tipica do labirinto. O desenho de- Sordenado das ruas, Os becos sem saida. Estudiosos assinalam que gregos omanos, ao pensarem um assentamento citadino, concentravamse na ci Calagio, no movimento, nas vias de passagem, na rua — far pblio dink nice, Os arabes, diversamente, voltavam-se para a fixidez, a ideologia da "sda moradia, a personalidade propria da habitagio — ele- ‘estitico, Pouco se importavam, em prinefpio, coma clare: lade da rede piiblica das vias de comunicagao. A rua mais sobretudo, para si indo a materializagio urbana da mesma — e nio para olhares externos. ‘Com o Renascimento, 0 urbanismo e a arquits icas, desenhadas em waridvel era a ideia, cetura da Antiguidade clés- cculos ou estrelas. maria conta de quase toda a Europa, de que a E Vitrvio — segundo Luiz Walter Coelho Filho, em A Fort ee nna Baia de Todos os Santos — con 4 iu-se na “pri 2 projeto da Cidade da Bahia, Vitrvio ¢ os renascentistas. No momen «que Portugal e Espanha deci sam construir nicleos urbanos no Novo Mun cidade no Bas sua escolha recair sobre a iltima. Opraram pela projecio at i 0 renascentista. Nao reproduzitiam, aqui, os polos urbanos pe nada a part "20 com povoagdes cujo desenho set jo do pensamento urbanistico clissico-renascentista. Teoricamente, ao ‘nenos, Porque, no caso portugues, tal disposigao nao vingou. \Veja-se 0 que aconteceu com 0 projeto da cidade-fortaleza baiana, porado por Miguel de Arruda, arquiteto-mor do reino. Salvad mente defi arquiteto Luis Dias, deveria ser rigorosamente Mesmo 0 nome ¢ 0 escudo d'armas da futura cidade-fortaleza scolhidos na metr6pole de ultramar. Por tudo isso, Edison Carneiro, em A Cidade do Salvador, 1549: uma Reconstituigao Historica, comparou sma Brasilia do século XVI". Coelho Filho, por sua vez, de- Fortaleza do Salva- ‘© mar; no fundo, o pantano. Os acessos 8 aos limites norte € sul. O padrio de escolha foi com ideias defendidas ¢ accitas no século XVI. Ela era uma cidade irregu- pesar do seu tragado geométrico. Adotou o principio da adaptacio 20 ‘to condicio recomendada por Vitnvo edefendida por Cataneo. A geo- [3 fo bem utiizada na obtengao da poligonal e do tragado. Nesse pon- ©: cla € um born exemplo do saber renascentsta: explorar ao miximo a erunere Pari da topogeaia”, esreve. Para insistir: “A mater se combinaram em mentes abertas ao sabs da Fortaleza eons ds Fortaleza do Salvador. O tragado da nova cidade & tm exereico di etria e simet ‘A geometria estéexpressa nas linhas rtas das sane mee essa nas linhas retas das suas © tragado adapta-se a topografia, mas busca a regulati- dade, ea d * €4 disposigao espacial de ea cada componente tem Moana df cada parte segue padrbes hist icaea indo a criagio ico e suas partes foram definid. i todo lego e suas lefinidas por desdobra- combina sae Cart Insist: “A Fortaleza do Salar fa const * fepografia. O relevo do terreno determinou a pro- (Cidade ibtica na A “ eee ° pada clevagao. Pe Wve e guarda um centro reticulado, que luta p se vJaptaraum rlevo rebelde, Dentro do perimetro o iginal da capital baiana, Pea ire curios ainda pode ser apreciado”. EJ. B. Bury, em “The Arch. oaiene and Art of Colonial Brazil”, fala do “fairly regular layout of upper ‘Srnador”, do desenho absolutamente regular do centro ist6rico da capital fiona e, ainda, que também Rio de Janeiro de Mem de Sa, fundado em 1567 no alto do Morro do Castelo, foi implantado segundo um plano or. togonal. A Cidade da Bahia, fruto do geometrismo do urbanismo colonial foi de fato concebida no Ambito maior do pensamento renascents igno da Antiguidade greco-romana encarnada na figura de Viti. ida a disposigao geomética da planta da cidade-fortaleza. A von- rade de racionalidade. A intengio simétrica. A mancha matriz da cidade — onde o relevo nao pode ser tratado como rel jculado. O tragado € de um tabuleir. Ea jo racional da grelha é visivel ainda nos movimentos iniciais da cida te para fora de seu perimetco primeiro, para além de seus muros e ports 1 sentido do Terreiro e do Pelourinho. Mas a cidade no est- ‘Avangou por vales e cumeadas. E, nesse crescimento em terreno cidentado, a racionalidade nao se sustentou. Toda pretensio de regulars: de foi por agua abaixo. A claridade da geometria cedeu a0 emaranhado, 20 jogo desregrado de sombra e luz, 8s variagbes “orginicas”, na auséncia de lum pattern estruturador. Também o Rio desceu desorganizadamente do Ca telo paraa varzea ea orla do mat. Nao s6 pelas condigdes topos ax porque ordem geométrica, exigindo dsciplna, intencionalidade slob espera ser garantida por instancias superiores. Sem determinagbes monic explicitas, o mundo em construgio, quando entregue a si mesmo, pat tender para a descontragioe airregularidade. Antes que simetria, 2s pesos bbuscam comodidade. E vio arrumando as coisas desarrumadamente, 29% bor da ocasiao e da conveniéncia. De qualquer modo, 0 fato é que o Prk” renascentista para Salvador ficou circunscrito ao seu primeiro espas™ eli cado. Nio se manteve quando a cidade principiow a caminhas, despel para novas diregdes. 7 E aqui podemos voltar a O'Gorman, Schwartz e Darey. O POF transplantagdo cultural, de reproduc das formas da vida europe 0°" 1 A cidade 10 picos americanos, nao se cumpriu em sua inteireza, Foi subve ai inca deforgas poderosas. Pela propria cheuneeareg ee ese timo ¢ intenso, ainda ialmente assimétrico, aa com ricas formagies culturais extracuropei Principalmente com a cultura tradicional dos grupos tupis e com diverse configuragbesnegroafricanas de cultura. A presen dessas forces bretudo, 0s processos de mestigagem e sincretismo desencadeados jd no ce. culo XVI—mandou pelos ares o projeto de pura c simples transelareos, 10s uma sociedade estruturalmente europeia. Uma nova variacae dy civlizagio latina, Mas, também, um mundo neoafricano. iho constitigdo de uma sociedade e de uma cultura essencaimente mestcas ‘Tome-se o caso da lingua. Produto final de muita : muitas misturas, o portugué jd um dominio linguistic auténomo ¢ estavel apap achat no caminho da 1a medida em que sistemas linguisticos podem ser estaveis), quando se imiscuiu na realidade br: Aqui, enveredaria por novos lances de sincret 3 Carioca tismo verbal. Com influxos do guesa no Bra articular-se-ia entao a hist6ria da ling E os sneretsmos foram se encarregando da deteten ig inguistica pat =e apa — a ji de sorte que hoje podemos distinguir, Aer ene 4 lingua portuguesa, dois grandes dialetos: ; peta iro. Coisas parecidas aconteceram ‘com outros - : que 0s portugueses tentas =p lusive. Mas 0 caso da cidade é cla qu owe since inden ede ram transplantar. Em campo relig especifico. Di aed smo agutetoico, ingue-se de tudo o mais. E a revelia do Estado, : € Outros miicleos tus Castelo —, a +a fim de ter uma cida- numa profiad Baty & sade junto a0 mat, Perads. Sea programasio stan oe < 7 ussio, depois foi a topografia que deu as cartas, sem go le projetos. Ou seja: quase guess transplantou, em sug ‘aquilo que, em plano oficial, no se quis transplan, fantinopla (antiga Bizancio, atual Istambul), Fernand Braudel veUma cidade ctesce em determinado lugar, casas com ee e nay, Ihandona, salvo rarissimas excegdes”, Se as implantagées da Cj hia ede Constantinopla apresentam séros inconvenient, ofr. largas vantagens, “Sendo os entraves nao teriam sido ace n suportados”. Em Constantinopla, 0 que conta, em meio aque. Chifre de Ouro, “o tinico abrigado Ja extensdo azul da Bahia de Todos os Santos — “um Mediterraneo em miniatura, bem abrigado ary ddas suas illhas”. E nao é s6. Na escolha do sitio escarpado e na ocupagig flexivel do relevo dificultoso, reconhece-se de imediato a formacio geocul j imrlantow em seetmecimen dP civilizagies fabricaram largamente a cidade intricada ¢ irtegular: 0 cluindo a India do Norte) ¢ 0 Ocidente medieval”. A ambas retraca seus ‘vinculos a primeira capital da América Portuguesa. E Salvador, guardando embora 0 seu centro marcado pela intencionalidade renascentis 3 desen para lembrar 0 que Oliveira Marques observou, a propésito de Lisboa: pro- jetada como cidade renascentista, Salvador se realizou, objetivamente, como cidade hamita 0 A tese hoje prevalecente reza que a cidade nasceu numa encrziads «em consequén do ineremento da produgio agricola e sob faa ee nento populacional. Esta seria a condiclo de formacio do fexémeno 1 bano, independentemente do fato de que esta ou aquela cidade parcel’ tenha se constelado, objetivamente, em fungio de um local de cuko 03°F cio, ou, ainda, nas cercanias de uma edificagao militar. Ou sei Ia provocou a revolugao urbana. Historicamente, campo gera a cidade, E a cidade brota, na paisagem ‘queles que ja nao vivem diretamente do c er Ela €a sede do poder. O signo maior da centealizacio es volugio ags ‘cidade no Bo 7 pabitat da autoridade, do aparelho burocratico e religioso, do aparato mi- ‘que implica, obviamente, especializagao do trabalho e existéncia de classes sociais. Vale dizer, um corpo social diferenciado, hierarquizado e ‘entralizado. Assim, se 0 campo gera a cidade, esta, por sua vez, controla € omina o campo, do ponto de vista tenico tanto quanto do ponto de vista militar. £ toda uma nova forma de ordenagao social que se imp3e, impensé- tel sem a tecnologia da escrita, Sem os caracteres cuneiformes gravados em plaquetas mesopotimicas; sem a escrita egipcia exibindo, na superposigio Te cruzes dentro de um circulo, o hierdglifo de cidade. A cidade nasce entio como produto do excedente econémico e da expansio demogratica, desta- ‘ando, do conjunto da populagao, um grupo dominante, que detém 0 mo- nopélio da coergao organizada, servindo-se da escrita como instrumento indispensavel a0 exercicio do poder. Mas esta € uma tese genética de cardter eral. Depois que a realidade urbana se instaura no planeta, os niicleos cita- dinos concretos podem se configurar de maltiplas formas. Veja-se o caso da cidade ibériea no Novo Mundo. Se, historicamente, em termos planetarios, ‘o-campo gerou a cidade, o que aconteceu aqui, na colonizagao europeia das ‘Américas, foi uma inversao. Para lembrar a distingao de Pirenne, a cidade ceropeia foi ce americana, centrifuga. Aqui, a cidade antecedeu 0 ‘campo. Ou, 0 que € mais preciso, coube a cidade — por menor e mais isola- da que fosse — o papel de gerar o campo. De irradiar currais e plantacoes, E verdade que, no espaco da colonizagio espanhola, isto no ocorreu de imediato. Em seu primeito estagio, a chamada “fase caribenha” (circa 1493-1515), ndo se pode dizer, de modo accitavel, que a cidade tenha dado nascimento ¢ forma ao campo. Ela ficou como que encerrada em si mesma, A formacio imediata de uma economia mineira e 0 estabelecimento do sis. tema de encomienda nio favorecias abriam caminho para uma nova vi A encomienda, cessio. Concedia- (que, assim, im 0 processo de criagio do campo. Nao m ida rural, Para a hispanizacao do campo. tuigdo tipicamente espanhola, era uma espécie de con. Se, Por exemplo, a um espanhol socialmente destacado Se romava “encomendeiro”) uma determinada aldeia, para que tas meee as indios cassem a sua disposiglo, trabalhando a seu servigo as minas. A terra continuava nas mios dos sua vida de sempre. A novidade era que . era que 0 caci sation nha dae seus homens que rae Pata o encomendeito. Pagar tributo sol ea aldeia prosseguia em ie, a autoridade que no cram esera b a forma de t seu servigo, um (Clade ibtica na America 1 radios permaneciam em seus pueblos, Resultado: yp Pela o campo indi. Assim, erage aa vai acontecer mais tarde, no final ou coma fal é los depésitos aluvionais de min 1a. Nesse momento, dante da nea quanto 0s i lade esp po pel ‘mineradh a Com o esgotament di ‘Ja mio de obra ind wo Ut economia erecompor demografcamente yg ye acids de Hispaniola (hoje, Repablica Dy tae aa vo eriar uma existéncia € uma producio agri 5 aan dcengenhos, a plantagio da cana-de-agticar ea — eee ce Bi sega, com a conguista do México edo na ig ea encomendios 10 OPE LTS par planar at 20 mercado webano. AS POPs encomiendas 2 ase err diereniando dessas propriedades.Até que predonine ioidade realmente agai, hispanizando o campo, a ae edamento tam no Brasil, Mas ete fi maior — an cain cidade da Bahia aparecet nos mapas, a América Espanhol “inde do México, a do Panama, Bogoti, Quito, Lin, aan do Paragiai € Santiago do Chile — € por outa ears, be sstboe pensaram em colonizar o Brasil africana, repro ay » a pritica da implantacio de fortes efitoris,S6 adn reno ieam o vac de pederotetritroultramarin, fo que se dian sui colonzag 3 espanhola — ist , pea congue cupasio roy aaa igma, cam a constugao de vias e cidades, segundo a perspec se eoonizar era, sobretudo,utbaniza. Ai, sim, cidade passoua die ero campo também na América Portuguesa, Os aos tiveram ing ae uador eempreender a conquista militar do Reedncavo, paras eno iblecer os engenhos de agdear e promover a expansio dos cana Ex anaviais nasceram em consequencia das construe Olinda e Igaragu, Fo mesmo se pode dizer do Rio de Janeiro: as plana sea snade-agticar sao posteriores& implantagto da cidade, depois de exp tna década de 1560. Em todos esses casos, a cidade con j eampo, O fenémeno nio fo, als, exclusivamente americano, Aces aaaiarc partes do mundo, em condigGes semelhants 3s nosas Bak co no ascunto, Fala, primeiro, da América, “onde a Europa rons woe tidades, na realidade Iangadas de paraquedas no vazio € on 00" tantes eriam, quet sozinhos, quer com os indigenas, campos qve 0, mer", Para, entao, observar: "Passa-se o mesmo na Sibérit e500 Thandos ens 1652, nasce Irkutsk, antes dos campos provimos WN 4 artic dat, 4 sa cidade, estabel alimenté-la”. A partir dai, da produgéo do campo Pel ava com a Ci longo d est Pernambuco, 08 sio dos franceses, ai cidade 0° 1 eviprocidade: a cidade produz erescimento ¢ € produzida por ele. Mas o aed, na América Espanola como no Brasil s6 mais tarde o campo vai gerar cidades- ‘Na Europa, houve cidades que surgiram de repente, eriadas do nada. igo romana, quanto a0 longo do renascimento urbano do aa? oma foi uma alia consagrada 3 etrusca, em base auguraly so- se pessoas € procesos para se fazer cidade, Lisboa nao chegou a cons 1 Pe Torre de Belém ¢ a0s dias cosmopolitas das grandes navegag + aps poucos 0 castro de onde se originou, Paris foi um assenta sem ampl serine colonial romano numa ifha do Sena, antes de se tornar o centro inte- me sve da Franca. Marselha assentou gradualmente suas bases, sarc rorar um dao maior porto da Gals. Venea, com su base oneal a yncen de criagBes gotcase renascentistas, comegou como com suite em ilhas incultas de lagunas italianas, crescendo a0s pow- weeps povoa comercial, na troca de sal e peixe pelo trigo de seus vizi- im sum: cidades europeias, cidades forjadas de forma progr ‘es historicas. Mas 0 que aponto nao é a existé banal, e sim o modo como a cidade europeia nasceu. se formou. Mais do que uma fundagio, conheceu um Foi-se configurando pela agregacio gradual de pessoas fm determinado sitio, onde se organizava o mercado. Eincorporou progres- sivamente levas de gentes, pensamentos técnicas. Na América, ao contratio, a cidades ibéricas brotaram ex mibil : s brotaram ex nihilo. Ci daues eriadas de um 56 golpe. Nascidas de projetose decisdes dos poderes shamans, so crises deliberadas, urd etre mess epranchets moptaas, Pra surgi asim come edad plneindas, conceidas mente, em resposta as exigéncias e necessidades do orale mes processo coloniza- dor Lina, fda por Francisco Pizaro em 1535, fi assentada de aordo comma ana geomética (uma tras) reviamente defi, Salvador sau Sees fet em Lisboa para septa na Bahia de Todos ox Sa aoa caam ordane Per isso mesmo, a observagio geal de Ange Rama Gn Cidade das Letras: “Desde a remodelagio de Tenochili 5 de sun destrigdo por Hern Cortés em 1821, ated Eareaiacal Hippos ne ey eptemnmiaiatenenee eins casas urbe de gue fram capazs ox amersanos a Bra car Niemeyer, a cidade latino. ‘ Oscar Nien tino-americana veio sendo aoe la intligénca, pois ficou ins ‘alm que a cidade passava a serum sony orden eoneanro ae do ove conten m Sono de una orden e econ, co lugar propicio para encarnar™ processo fundacion nas mai Cidade iin na Am n eee . IE suas pages ave 96 Foe antes de set be im cay do emp istrieoy a5 lades assim gradu plas po “ant da intlgencia 2S norma zn emer fase fam, nos planos que 0s ee Em Sor Jaa dela Creo Las Tampas V1 foi o século da evangelizacio is d f i eres porém, uma observag hhois encontrara ‘Antes diss» ~~ Lusos € espa tes nas rrras que conauista espanhois, a0 des impérios € a 210 século ‘mesmo tempo Pe*Pl cidades. De socie wos. De cent © artifice: convent, inicios do mentos 1 s obra constr uo! ria m ido. Sao as realizaGoe fo contin ‘a ea cidade ibérica d- cdes americanas entre 1m reali ym, Ao chegat Jexos e fascinados, sdades complexas, ros urbanos €xc' XVII, os espanh ‘banos nas Américas. Os séculos ‘a. E nao hé davida: o que rindial da cidade, entre aqueles sé rente americano. Mas, sspectos. Do hist epeionalmente POI igreias, hospitais, ci. fun. icas que se se falamos de ia América, cabe falar, si. Distinguir, no con- ss urs crica, a cidade hispanica ¢ a cidade lus rico a0 urbanistico. cdades extremamente dessemelhan- ‘ra chamada América Nuclear, 0s fe viram diante de gran ‘com suia nobreza, seus pulosos, .dinos. De uma ar- ebeus, seus e567 ‘ Movs mesoamericanos quanto COT ‘0s an speeura sida emonumental € Se egenieas produtivasrefinadas, Do SS seca deesrita edo sistema numérie® Meeimal dos incas, 0 iP ave Pe apa a elaboragio de arquivoss €ens0% 6 catatisticas. 5 portuguese 0: otra adeis, a agricul ds OFF malocas de palha, indios ms A areaere esses mundos cuICurais “9 dos asteca tupis ejés — era uma disténcia estelar. Astecas © ine ‘ma esteve para os primei algo assim como Ro! wa. Apresentava centros region sua conquista territorial ais como Quito, izacoes urbanas- | pela Amaz6t ee edades altamente estruturadasy £7 sem larga escala), auroras de OBFaS fisicas extraordinan vente originais, com sitios densarmen” povoados. Eram 08 szonia. Mas 08 1us0s "4° iniciaram P cicados complexos” da Am: sezras sua aventura tropical ultramarina, eas segundos e terceiros pas peers iramaring D primiros, com: havia tabas. pela margem atlintca do Brasil, onde so ‘0 império incaico impres sionou os espan das cidades, as obras de arquitetura, 1 pannel Com 0 prt a bse rad aot vi decom 3 dino ca agrcatra cn tron pants crepes os itrigados onde s6 ceesculturas megal svangando ainda por terras da Colombia e do Chi pana digna de nota. Cuzco era cid: - cra cidade rica e fel Sol, rebrilhando em ouro e prata. re confederagio de cidades estado, Tenochitn — splandecente metropole do século XVI", na def zagio url rente templo do. {0 de Jacques Soustel so dade lacusre, como Veneza,cobria uma su ssi uma popula de cerca de 300 mi habitants. 0 Petapela primeira ver, ® noite a distancia, descreram de es Jes toes, templos e piramides se erguiam da égua — eee Ses 8 anon lode Aa [| vendo dean Sue aqucllo que vein, sera entre sucios, relata Bern Thue eatin I itera Verdadera de la Conquista de la Nueva Espara. eae ‘oda, Tenochtitn continuow a maravilhar. Com sua grande ee ae acs ese to ‘os jardins elevados em terragos, 0 mercado as pontes elevadigas de il hectares € mngular, seus | légico de serpentes e jaguares, agitado e colorido, o vaivém dos barcos nos canai aici 0 luxo de mantos bordados, plumas ¢ joias de ouro dos ia eo 2 clareza do tragado de suas ruas longas,largas rt ee sonal Na sine de Goose . Vaillant, em La Ci eee see eae en leiasgrises e as colinas queimadas da Espa- sha, Tnoehtl deve ter parecido um paraiso, gra a seus paacaae Seen ‘no centro dos lagos a2 Saas espanhéis nao apenas encontraram esses aa ‘urbanos. Eles conguistaram, ressemantizaram propésitos algumas das grandes cidades amerindias. Hernin C: iu Tenochtn, Em 1533, foi aver da tomada de Cun a do impo inca,“O triunfo deve st evident ode denonsrago: os lugaessgrados do novo sete soe a runs ds vehoseploe Oexe Ho mais not igteja erguida —em sinal de de desprezo, de suprema (Cade iérica na A 1a", escreve Ruggiero Romano. O caso ico foi construida sobre a capital sobre a praga restrida. A praga principal sobre pa edral, sobre o templo de Huitz i ats huva. O pall sobre o de Montezuma. Eé de Teno! cio do governador, ‘América Portuguesa. sncontraram cidades indigenas, res de eles chegarem, ‘onizadores ingleses nao et 1m desaparecido ai genas como a {ta Saint Lous) lean aaa et anasaz, cujas cidades mais famosas, sco Canyon, floreseram entre 1100 ¢ 13 8 Cn Quando ox pais entrar 80 aa erie dna, Os colonizadoresingleses nio toparam mais do So, com s dor slgonguios Roques, Comen pontua gue nao havi, por parte dos puritanos “de catequizar 05 indios”. Para fe, mesmo que houvess al ), para entio desaparecer su aque aldeias em seu tando o assunto, Rybezynski inten¢io ,afirmando qu r ceatequetico, “porque nao havia ra, também no Bra spantoso trabalho catequético. Em especial os jest ‘em maré milenarista. Para executar seus propé: de aldeamento, Porque catequest ‘hada tem a ver com a existencia ou inexistencia de cidades. Nao é um pro” blema urbanistico, mas uma questio cultural. A explicagdo da indiferens® superior ceado em copas étnicas, ¢ do empenho quast sobre: humano do jesuita, no campo missiondrio, esté nos mundos cultura's {que eles habitaram e nos quais estavam enraizados. irmanavam no zl atequtco (ea Compas tum ibérico descendente de judeus!> de Jesus foi criag! ‘vamos encontrar, na locali uir as cidades que eles fizeram const la, as cidades foram situadas principalmente no spanbol: Accidade no BS! bem uma g sim de ideologia, geografia e economia. Na Am nio ocorreu uma ocupagio imediata de teras interioranas. am no litoral, com repercussbes futuras em todas as dimen- fo delineamento do perfil a neo que aqui se defini preferéncia,. Portugue- sa, diversament Ascidades Ses da vida social ¢ ha malha urbana brasileira a0 estilo do viver Por conta disso, fixou-se a tese do “caranguejismo” como um dos tragos uliares e mesmo individualizadores da experiéncia histrica br ros séculos coloniais. Nao é. Partilhamos o suposto “carang fericanos. Na linha de frente da colonizagio inglesa, pec ‘nos prime mo” com os norte-am i terras hoje norte-americanas, 0 que se viu foram cidades litorine: a exemplo de Boston, Newport ¢ Nova York. E 0s anglo-ame ovale do Misissippi marcava o ponto extremo do povoamento nos EUA. Ou, como escreveu Darcy, em As Américas e a Civilizagao: “Depois de dois séculos, as steve colbnias ainda arranhavam a costa [‘como caranguejos’, faltou dizer, desconhecendo o interior". Foi somente a partir da segunda metade daquele século que os ianques comegaram a conquistar o “velho oeste” — extenso € do Mississippi ao litoral do Pacifico —, dizimando indios, aviando diligéncias, abrindo caminho para 0 ‘ouro descoberto em 1848 na California, disparando a cavalaria, despachan- do pistoleiros ¢ prostitutas, assentando trilhos de trem. Além disso, que tal inverter os termos, € di refugiando-se em planaltos e deixando ‘Go o “caranguejismo” de um lado e o “Ihamaismo” de outro? Nao é bem assim. Tradigdes urbanas diversas, fontes e bases econémicas dessemethantes © disposigdo da rede de assentamentos amerindios foram fortes condicio- Ri diferenciadas de espanhdis ¢ lusos nas Américas. sett amon som masa Em * ror da primeira Histéria do Brasil escrita por um brasi «cin anos: “Da agura que Tetra do Br ‘os Porgue até agora no houve quem a andasse por ne ae ue, sendo grandes conquistadores de eee no se apro cannhimas contentam-se de as andar arranhando ao longo do mar como ngUcjo: ida por Sérgio Bi " label POF Sérgio Buarque em Raizes do Brasil, a declaragio ie, Passando a ser repetida ad nauseam. Todos desandaram em tom d : lepreciativo, do “caranguejismo” da colonizacio lust 4 lusitana, a falas, Ci bia na Ameria ‘Do seu confinamento comodista em terras Vicente é duplamente injusta. De uma parte, porque s¢ re a0 que foi uma proeza, ‘brando alto prego em vidas: a obra do assentame! intica dos tropicas brasilicos. As primeiras ¥ sem muitas guerr Grande do Norte ses e potiguares. Cerca ‘bateu em retirada, naw em combate aos caetés. Igaragu no teve s0ss cerco indigena. A conquista de Sergipe, ‘municasio por terra ent we contririo do que supés Sérgio Buarque: as 4guas andavam frais, Mas a afirmacio de Frei sere, com desdém, ‘sno se implantaram, na who tentar desembarcar no Rio vy da Canha foi recebido por balas e flechas de france- ide setenta portagueses morreram na refrega. E Cunha frayando sem deixar vestigios. Olinda foi construida sego. A pequena pévoa de Na- Wis onde hoje xc encontta Sio Luis do Maranhao, sofreu com o com 0 objetivo de estabelecer co- ‘Olinda e Salvador (por mar nio era nada ficil, infestadas de ress fortes ventos contrérios empurravam navios para pontos impre- como Camamu — canhdes € mongdes no caminho, portanto), vin volando os dois principas nicleos da colonizacio portuguesa, resultou numa guerra que se estendeu de 1575 a 1590 —quinze anos de luta, ‘com milhares ‘como Porto Seguro, morreu nas maos dos aimorés. No atual Espirito Santo, os goitacases (de goitacé, corruptela de waitaka) cbr: tam de flchas a tentativa colonizadora de Vasco Fernandes Cot yutinho. O Rio foi conquistado em luta armada. E Frei Vicente nao deveria desprezar oc» forgo ¢ a morte de tanta gente. Manter-se na franja do litoral facanha, E nenhuma contestacio mais direta do “caranguejismo” do que * palavras de Duarte Coelho ao rei de Portugal: “Somos obrigad tar por polegadas a terra que Vossa Alteza nos fez merce por De outra parte, a observagio de Frei é enguanto ele escrevia sua Historia do Bra va sempre suje mesmo, pelo menos quinze fortalezas foram construidas, para defender a Bahia de Todos os Santos —¢ ‘Vicente, als, foi prisioneiro dos holandeses), 05 quais chegat Pernambuco por um bom tempo, como lusos e brasileiros passado a fai século XVI, bandeiras voltadas para a captura de indios ¢ is precosos marcavam a vida baiana, Simultaneamente> belo solar barroco situado na atual Praia do Fort, fo! 2¥% sertio com seus currais e suas boiadas, para chegar a com! culo XVI, um verdadeiro império territorial, no interior 4 a investidas de piratas e invasores estrangeiros (Po! entee 08 6 rnea e comecado a se embrenhar pelos por ai jos a conquis- leguas”. ainda, poraye, brasileiro est 80 « proprio Fie ramadomitat | rxoes. Dest? jprocura de me ‘Casa da Tor | gando part? oe ainda 00 qual amai colonies asia a ees erro ase eno comepe, eito aberto para o mar, cor - fi ‘ wil edad, engenhoseplantages Pact uo, or roe tas 05 porageses term de w a E nentacam ameaga realmente séria de invasdo e ae foe ios) ¢ diversos grupos indigenas, que tudo fizer fences fost orla maritima, Eles nao estavam simplesmente arran endo» ral, mas assentando as bases de um império no ultram: ee if sem as quais nao teriam nem manteriam se Siete ‘no Tratado de Tordesilhas. E Besa 6 den ares Sei as. E perderiam o Brasil. S6 dey re Sut pssst malo ee € que poderiam, de fato, se arriscar sertdo adentn eas . A ocupagao do litoral brasilico foi fe - eee lvora ¢ sangue. Tentar caracterizar 7 ee istrica de alta envergadura a uma ee se dominar Para.a discussio do tema da localizacio dos sti uses na Amiria, etd na especie Ge reacons cine Espanhola e Améric ida de agua, Castela fica no interior, tham lugar em sua ; ham lugar em sua soiedade”. Acon- ‘conquis- @ experiéncia individual jue dominava o niicleo ‘outros grandes reinos qi © gente do que os doi eetnocenr ie oats €t8 também o heambs ico". No século XVI, cor ‘mais interior, voltado para dentro de Madeira cetea de 70% da teanica de 80% da populagio espanh . digo daaer ad 8 concede tert Cone ok 2 aban, tendo oa omar, patdosse, de Sevilha para we ae excegio de um pe- Sides gue e dang en OU Ea realidad lastana, Pongal ee Sem estus, "m com a praia e ‘ana. Portugal contava com © mar. Cidades ue, embors de tudo como. ‘maritimas. “Lisbos, . Se 5 eel, Jo de um ensaio de Oliveira Marques, iga de Joao Zorro, de finais bre o Tejo, mas sobre o mar ca por ‘ hoa se debruga nao so : para os portugueses da Idade Média 0 Tejo s6 inte, onde as marés deixavam de se fazer sentir. re 0 maf, com mais forte razao seriam 2 co ateuo Bests pepo v rempo das viagens ao Novo Mundo. Viana do Castelo, pio, em 1258, era jé uma comunidade m lé nasceu, 0 que havia al a for do lade o mito do Letes: 0 rio do esquecimento, fando a meméria de quem 0 atravessas tna das viagens por mas. Em Portugal, a Terra e o Homem, Cortesio fal maritima” do Minho. E.em Os Mareantes de ‘ea Construgio da Atlantidade, Manuel Ant6nio Fernandes Moreira escreveu: “As colmeias de pescadores ¢ 0s grupos de mareantes contribu ram, decisivamente, para 0 progresso urbanistico, econémico e social do | portugués®. Nao surpreende, pois, que, enquanto os espanhéis e no Novo Mundo niicleos urbanos localizados a madeilenha, Portugal nha construido cidades talassicas. E certo que tais tradigées divergentes contaram na escolha dos siti ‘natural ter pévoas e centros urbanos mari 1s castelhanos, lugar de cid ha ficava a quilometros do litor navios chegavam grag navegagio no Guadalquivir). Mas € claro que to nio explica tudo. Havia, desde logo, 0 fator geografico, Nao nos esave do le & Colémbia —é uma longa zona desértica de cerca de \quilometros quadrados. Trata-se do deserto de Atacama, imensidie com seus salaes, ierse flamingos. Uma das repides mais Sei ¢ do mundo, E se 0 norte do Chile abre-e 0 Atacama, 0 sul Ye remo. O geo toma conta da paisagem.£ dificil vivre sobre™ al, Anda hoje, a densidade demogrifica da regio € ba +a de sua pequena populagio concentrada em Punta Arenas, Magalhies. As montanhas dos Andes, que entio guardavam Fiqueas miners eam mais para o interior. Eera aly em terra int! au vviam a8 populaées indigenas. Indios eespanhéis nao teria siguma pata leer odeserto ou plo como espao feito sab med = bem snes Aforaisso, também nao sera demaislembrar que, quando PY" rari0 7 0 Bes cidade 09 € as condigdes eram propicias, os espanhdis hua se reasarama estar cdaes a oa do'may sereoghe dex to Domingo, Havana, Veracruz, Cartagena e Acapulco, entr localizagio litorinea de novas cidades estava nio apenas prev também devidamente determinada nas Leyes. Se o assentamento ficado na linha costeira, ordena-se levar em consideracio a qualidade do porto (“en la costa del mar, sea el sitio levantado, sano y fuerte teniendo consideracin al abrigo, fondo, y defensa del puerto”). Situata plaza mayor no embarcadouro (e nao no meio da povoago, como nos m nos). Nao deixar que o mar fique 20 sul ou a oeste da cidade. Impl de tal forma que ela seja sempre vista pelas embarcagoes que se apro- ximam ou se distanciam do porto, Mas nao nos esquegamos de que a localizagéo dos agrupamentos indi ‘genas mais complexos dos grandes focos de riqueza mineral foi determi- nante para a dis Sul, a0 longo da primeira metade do século XVI. Lembre-se que os castelha- nos se serviram da malha indigena que ja existia. Que os locais das maiores 0 5e converteram em cidades. Ou, ainda, que tum deslocamento na localizagio das minas podia fazer, de uma hora para ‘outra, com que antigos centros se tornassem cidades fantasmas — e seus raros moradores, saudando algum visitante inesperado, reticassem a cabega junto com o chapéu. No Brasil, diferentemente, o litoral ofereceu tecras fér- is. Os engenhos nao deviam ficar longe do ‘que despesas com transporte reduziriam set lucros. E nossa inser com as exportacdes de aciicar, exigia estru- pronpaRtdtns,levando os lusos a fix cidades na linha ltoranea ou na srecimidade do mar, como as que tinham em Portugal. A dimensio econd- cag Sa Pata valet. E, quando o fulcro da economia se desloca, cartega as ral foo Ro dar o ae de sua graga em fins do séeulo XVI, no centro Tera $0l6nia — principalmente em Minas Gerais —, 0 ouro bras Os copay RBIS 20 seu redor, todo um rosécio de vilasricas. Do mesmo modo, ‘Panhéis conduziram seu process ce fiver. Concerzaram suas ergs as sone qrcoloren jucro eda Med m suas energias nas zonas que ofertavam ouro ¢ prata. aios doa 2 esto de seu territétio no abandono. Em abandono talvez fe do Ag ae ie @ que foi relegado o sertao brasileiro, a0 longo da toraneidade haa ae mais — ¢ mais importante ainda. Ao iar da li- Pnurdi nagate B® Buarque se exquece de que 0 Atantico era axis intereses no noe: E Portugal cra um império atkintico. Tinka terras e ‘asilena Africa, A Cidade da Bahia foi pensada, entre outras ‘deters na América st | do Atlantic Sl. Porto e mercado para as triangu. ne essa como a pol Lshoa-Bras-Goa, a receber negreiros da Af ee a eae eaziam para cé poreelanas, escrivaninhas 0 era este o caso da Espana, E tivesse vida interna. Como se cada cidade e as eventuais vilas do seu entorno formassem uma entidade auténoma, uma comunidade apartada, existindo apenas para si mesma. E para Portugal. [Aires aparecesse com v rederic Mauro (*ColonizagBes Latinas”), “os portuguese dos. Como disse Fi z ae ‘o 4 maneira dos atenienses, € no um im- Espanhdis e lusos, integrando por quase um milénio as redes dos im- ronal seund 09 ibis”. érios romano e islamico, essencialmente urbar 1 fizeram 0s espat z : ii ari territorial segundo 0s romanos, com eee oir adiante. Angel Rama fala do isolamento das cidades esp sobretudo, mora- também que, se a vida na ia ainda mais urbana na sociedade mente, no C: grande da populagio espanhola estava na cidade de S. dores de cidades. Schwartz ¢ Lockhart observat Espanha era jd centrada na cidade, ela ue se articulou no Novo Mundo indo: *Nas antipodas do crtério de uma frontier pro- ® ‘que regeria a colonizagio dos Estados Unidos ea princi se a a conquista espanhol yi uma frendincavalgada por um com ima a 10 metros, deixando a sua tos edificios de peda, que o nome dado a ilha comegou a ser ignorado ¢ toda Tro vara ameriano, so perorrdo por aterorizadas populace ind tetOnica, no continente americano, se deu em condioes realmente io “rede” soa como um despropésito, quas 1 0 contriio, cde conexdes interurbanas, como a que vinculava cidades andr : “uma parte tio Domingo, em mist Vitrivio gm seu Tratado, a0 narraro encontro entre o arquiteto Dindwrates nanaect ee Por sua belera fica, e Alexandre Magno. Ange! Raima por ane de Lima, ou a que Zacatecas Cidade do MENS fala de “uma opo ae ao 20 porto de Veracruz. No Brasil sciscentista, nao era isto 0 que cidades mexicanas e peruanas apareciam iplesmente ignorar as demais, smas internas da vida contine que Portugal queria. Ve tunidade Gnica nas tetra vrgens de um enorme comnene ',cujos valores : jgadas, cada cidade brasil? an ios foram ignorados ‘mas para Lisboa. F mundo cong} ler geome Jide que os portugueses construiram na América nao é produto mental, nio chega a contradizer © quadro da natureza, e sua silhueta se enlaga na linha ds paisagem. Nenhum rigor, nenhum método, nenhuma previdéncia, sempre ssc significativo abandono que exprime a palavra “desleixo.”” No eas0 panhol, tefamos a ordem do ladrilhador. No portugués, os acasos do seme «dor. E isto pede para ser contestado. Nao s6 porque a intencao primeira foi outra, ou porque as cidades luso-brasileiras nao sejam medndricas, menos ;0 do que ao arabesco. E que a sua fantasia, a sua a0 modagio coleante aos caprichos do relevo, as suas concessées & nature, rio decorrem de uma postura mais de feitorizagio da riqueza ficil do de firme postura de colonizagio. O problema esté em que Sérgio, além de passar ao largo da vontade construtiva do barroco, se esquece da matt turbanistica que dominava a mentalidade lusitana — ¢ assim acabou infor indo a fisionomia de nossos primeiros assentamentos coloniais. Antes 4% a cidade brasileira prolonga, no Novo Mundo, outs nismo medieval lusitano. A questio nao de postura feitorial ou de ene a0 desleixo. Mas de matriz. urbanistica oo Para tentar demonstrar que, no Ambito lusitano, a rotina as "e-P° cias sucessivas” predominaram sobre o planejamento ¢ a raz30, SBT ‘ye que “raros si0 0s estabelecimentos fundados [..] no Brasil, ue m ea presenga da clissica wudado uma, duas ou mais vezes de sit m0 " srente rete pe lado de certos centros urbanos de origem colonial € persistent TY dt afeitas a0 quad ica geomét essa atitude tateante e perduldria”. Sérgio nao se imports ¢& tais sos hist velha” baiana, assim como a do Espirito Santo, nada, por conta de ataques indigenas. Mas nao ¢ ist conta — e é impressionante que ele 1ca de sitio acont io se dé receu tat due realment ‘que 05 eA Gue a “tateante e perduléria” mudan rica Espanhola, Desde 0 inicio. Foi tateando 0 teem 9 sires param encontrando um Iugar para Sanco Doming®- TLC yando Cy da em 1536, abandonada em 1541 erefundade 1, pana fer pueblo, na articulagio de pampa ¢ puerto- 88 de lugat. Eos portos espanhéis eram surpreendentemente méveis, como o de Veracruz, que se mudou varias vezes. Morse observa que muitas fundagbes urbanas hispano-americanas foram ef@meras em consequéncia da escolha ‘quivocada do sitio, de ataques indigenas, da escassez de recursos naturais € des econdmicas ou, simplesmente, da atragao exercida por novas paris. Di ind, que mas clades maar sd ou ats ost dee ‘at. Faz teferéncia & pitoresca Nova Burgos (em Nova Granada), a chamada ralmente carregada, de um lugar para outro, nas costas de seus moradores, sempre em busca de um sitio onde os dios os deixassem em paz, cultivando o campo. Além disso, Morse cita um livro revelador, Milicia y Deseripcién de las Indias (1599), onde o caudilho Bernardo de Vargas Machuca compés um manual para fundadores de « dades. Entre outras coisas, Machuca elabora um rito de fundagio do nove nicleo: o fundador deve entetrar o punhal numa arvore, brandir a espada deat adalat adversni, bri cares flpean bee, roclamar seus dieito, etc, mas com a ressalva de que a cidade poderi se ansferit, posteriormente, para algum local mais apropriado. S6 depois dis. € 0 quadriculado dos quarteirdes. Ou seja: cuida-se de anunciar sua possivel mudanga, ee Peru: 05 fundadores de Jauja avisaram que am mag apenas até encontrar outro melhor. a de ae au 0 espanis no Posto aos velhos nomes tom gua at dominadas — de reproduzir omes com que 0s conquistadores desi Nova Espanha, Nova Galicia, Nova Gra © modelo das cidades metroy 4 sancidade pudesse surgie e também ter vastas conse- wecessirio que a di ‘entee 0 grupos paralelos ‘e que 0 mais novo deles tivesse um tamanho consideravel ¢ ide forma duradoura, além de estar solidamente subordi- "Essas condigGes foram encontradas nas Américas, como eograticas pr forma de absorcio gradual dos povos dentro de unidades, rate amplas que transformou Las Espafias na Espanha e submergiu a Exo. res no Reino Unido". Segundo, a imigragao europeia para as Américas se Gea om larga escala — 0 tamanho dessa comunidade migrante e sua supe Sloridade militar, econdmica ¢ tecnolégica frente aos indios garantiam sua ceusao cultural e ascendéncia politica local. Terceito, as metropoles tiveram sreios para impor sua vontade 20s ultramarinos durante séculos. Para fcar vresces termos, na América Espanhola nao tivemos uma reproducio do mo: elo urbano peninsular, mas a criagao de uma nova forma de cidades para Jelas: Voltando a Rama, os conquistadores “perceberam progressivamente, ‘ranscurso do século XVI, que se haviam afastado da cidade orginice eval em que haviam nascido ¢ erescido, para entrar em uma nova dis ‘buigao do espaco, que enquadrava um novo modo de vida, que jé no era {S que haviam conhecido em suas origens peninsulares”. Suas cidades slo “abstratas” (Buarque), “ideais” (Rama). Cidades onde a curva do rel fo submetida a régua do espi (Os portuguese, diversament, superpuscram a5 cosas craram cidads paralelas que, no fim das contas, reproduziram a cidade Jusitana. Por Recife, sob dominio holandés, vai destoar de nossas demais cidades seiscen tins, exceoes de So Luise Belém, ainda bem incipintes Basta SA ré-la com Olinda, a “Lisboa pequena”, como a chamaram rnaquela €p0%- “Ao entrarem na Vila de Olinda, os holandeses ja enc« yram, sob 0 pono de vista urbano, uma aglomeragao definida, & maneirs racteristicas que se encontram em outras vilas ¢ cidades do Bra tnérias de niicleos urbanos do Portugal ibérico. A vila sinha crea de alguns de grande cabedal, entre pracas, aruamet o> Lae Ventos € colégios, dispostos nas colinas, quer nas Pare en Jadeira, ligados por caminhos irregulares, na isposicio gue ail dieval das cidades informais”, escreve José Luiz Mota’ Meneaesse” 05 oa tura e Urbanismo no Recife do Conde Joao Maur de Nass deses acharam complicado fortificar a vila, destruindo- rt o Recife. Olinda seria incendiada em 1631, para renascet vizinl 90 se vasfomaria a asim chamads seed oy Mes, um “so tio de rsingo urbana, qe orttard«eince a \oria urbana, diferente, cultural, bas ihe ¢ peninsula hoje, Recife gees “Nessa nova orientagao”, instalando outra mem mente, daquela decorrente das es das cidades port na sfera da racionalidade construtiva, dol nda Penanbe nh iolas, determinadas Pelas Ordenagey ina gas mnhecer entao, sob Nassau, a “ fo onde fon ras envolvendo a praga c¢ ral as eaten hen do mins, a dremgens 3 hone lolanda, inundacées na maré Rec Rese propane, ead press com ras oa ase Beco, Ne ‘métrico renas { construiy Vion Ea a na América se op z - “AS caracter; as. Um desenho t Ch "Sem as da fun dado e rbano especial ‘S40 espanhola nidade lusa. No dizer de Muri rntado para a banda orien: sinda Murillo: “Como as cidades ‘acidentados e & imagem das port jo marcadas pela irregular- Preto, ¢ outros me jana em Bo 0 de li ul diferente, da variagio de largo nos m-desce das ladeiras. O sitio urbano, ge rodo tipo, do sobe-e-desce no se ovposca esses aragados iregulares, E, na verdade, +s «Mage de ade 0 ecolhe Pa Sno" amos matizar, Encontramse, na América Espanhola, casos de a desordenada. Ena Armée Postugusa, explo aon 2. Ao se aproprar de Cuzco, os espanhis no aera nem alargaram rans. Maso desainho compareceu também 95° 1m, J.B. Bury chama a atengio para 0 contraste et sre eos mincizos da America Espanol. Lembst e Zacatecas a” da rede das ruas em Guanajuato sve cencontra paralelo peter ram assentamentos juntos barrocos de Salvador, do do elenco devils qu eva implantar na Amazonia: se ‘examinow 0 assunto, em suas cesses conjuntos urbanos nas ae inde novi ‘Chamamos ci) vase nt separava seus m0 isting na do pais. A cid as, em termos socioespa apartheid. Em comparacio com a ci ‘fier que a velha cidade barroco-escravista res. £ um paradoxo. O regime e os individuos. A demoeracia capi de lei, Mas enquanto a cidade bras segregacionista, na ordenacio &P roco-escravista mais agregava que aP2 toa eontemporinea, os limites socioeconém adem, exata e pontualmente, com as fronteitas Nunes o apartheid foi io claro. Na cidade barroco- te, senhores ¢ escravos condivi conviviam, vizinhos ou quase ¥i ‘Mas o termo de comparagd0. sica. Se as Leyes determinavam manter se edificava, 0 que ocorreu no Bras 98 7 tes rbanos Dentro do sbrado inst Eoin mas dentro do Ti jue nossas cidade, sba mania, no fossem simple fo fundamental pra oe vecia ea afemacio de formas afianas dec aa stuido, Para a confguracio, em nos ore ltaneamente hierrguica © informal, violent jedade simultaneament in Tac: daigul cae Scie de sociedade mestiga que fomos fia, Da espécie Tadica, desiguale sree que somos. 3 CIDADES DO OURO, CIDADES DA AMAZONIA ,tivemos a coexisténcia das duas espécies ba- de cidade: a orgainica, tecida entre o pragmatico ¢ 0 - Coexisténcia encon- no interior de um mesmo niicleo urbano — caso de Salvador, om sua grelha flexivel, sem a rigidez do tracado hispanico, estirando-se em desalinho para fora da mancha matriz —, quanto entre ntcleos distintos, De tum lado, Olinda, senhoreando colinas. De outro, a vila de Sao Luis do Ma. ‘anhio, primando pela claridade formal, ea de Belém, espécie de poligono, fem seu terrago entre a Bafa de Guajara eo Rio Guama, Durante o século XVIII, com a nova ¢ numerosa florasio colonial de {ocos urbanos, esta coexistincia de modelos citadinos distintos ganharia vi Sblidade maior. Num extremo, o elenco das vila unplanned que se loca fide Minas Gerais, Em outro, a série de assentamentos plancjados, re. Mags Pela ligica geométrica, que se foram implantando na Amesan ig Mato Grosso e nos campos de Golds. Coexistence ‘modelos que também eo eatts Posteriormente, no Rio Grande do Sul, como nos mostra 28, examine Orikem e Evolugao das Cidades Rio-Grandenses. Neste Ou na segunda fsionomia da antiga Porto Alegre, nacida em meade mosontitade do século XVII, com ruas que ato ae dant ‘Comenta que “fica ainda hoje muito claro que Wvidade, conforme reque- respostasvariam conforme a & 2 époea, a cultrs 1 exempl, como em Tancso os Carpcabe ne ends ch Cnc, tha um ds Compania de Jos (o pate open io do Colégio, em Si oo sed rencontre epi cee ae Denn eae ie 20 catatonia Marx. Ness desenhe oa? Js, os processos de a propdsito de cidades planeiadas, em grelha, plano or 1s — como Babiléna, ur de muitas formas, oe eeunstincias ropogrifias mato divers Com Tha é ubiqua, mas nio prev Seria uma projecio da re rea Kost em The City Shaped, 2 el , ima flexibilidade sem fim. ‘Curvando-se, inci" co ee para ds ii i ma proj muito raro de ser visto. A questio basica € 0 sitio. Na observa Kostof, o terreno ideal para assentar 0 xadrez verdadero é aque oe lano, aproxima-se de uma folha de papel em branco- ‘sitio que# i nos encrespados oo strato do Angulo rero. Tere ‘blemas para o tabuleifo Pi se 0.caso da exPal n sendes 0 rigor al desvios, desniveis €curvas, criam pro ortogonalidade, ‘de um modo geral. Ve Uma intengao enxadristica pura jamais ppoderia se realzat a dchen A pelha seria obrigada a concede F 4 desfgurat topografica é um convite 3 irregularidade urbanistica- ‘Mas este é apenas um aspecto da a discussbes 5 cevidentemente, no ‘mesmo, jamais erescem natural acavel da intenciot ‘a dimensao semi Y awe Propésito, de lificilmer : = rc 'nte menos tnicedo 4 ie '0 Siena ilustram com C= ; plicitamente in referencial citimo, 102 103, 10 que as consideragdes racionais e as p vernaram cada caracteristica do plano ou que um desenko cegrado nao possa dai resultar”. Mais: “Ague. s organicas, como indignas do nome de plan imo e a regularidade com finalidade, ea ie sompeténcia técnica. As cidads les que poem indem 0 mero form: ula dda Idade Média confutam essa 1, muitas vezes, suis ma -2”. De outra parte, Mutt su mistura de necessidade pratica¢ visio e on eecreve que "a interpretagao dada por Oswald Spengler 3 plana en tabuleiro, como simples produto da petrificagao final de uma cultura como Nama generalizagao insustentavel”.E prossegue: “pan ido sujeta a uma constantecorrete de fabs fecpretacio. As vezes, tas planos so mencionados com "americanos ou do Novo Mundo; s vezes emf ynimo de enfado, Até mesmo ta em tabuleiro ou grade tem si especulagio € tipos pecul da brilhante Pequim pré-comunista, como si fcoricos do urbanismo tém cometido erros dessa natureza, em grande ue rpacidade de compreender a diferenga, conhei formas homélogas e andlogas. Uma forms uum significado semelhante, numa por causa da sua estudantes de bi melhante no tem, necessariamente, aace erentes alem diss, fungoes semelhantes podem produit forme tiramente diferentes [..] 0 retangulo significava uma coisa part ose farusco, outra para HipSdamo, uma teeta pars 0 eso" ‘romano bros da Comis? ava sev campo ‘ ff ico Noa Ys en a1. Parao pramiro 0 retire ara os tiltimos, sig possi amos de que a modernidade ant CIAM (Congressos Internacionais de Arqui cos. Coisas riad38 ‘20 planejar espagos urbanos orga ren mma forma “natural”, pica de cidades a © jiterura Moderna) — € ne prance 0 jogo, +a, mas procur: mpo. mente dtrica pode ser ecolosicament fo urbano de aplicass0 % "Com acon eo" ‘o mesmo pias? Alem cional. Os C ignorando ccologias, vopogra cher suas fungies € ser efica2, . a racionalidade geom .M propuseram um model fias e antropologias. ‘0s urbanistas adotario dade para a Franca, 0 Japio, 0s Estados Unidos ea Africa do Norte. Corby Sierchega a propor 0 mesmo esquema para o Rio e Argel”, lembra Frangoi, se Choay, em O Urbar it micas em torno de Brasilia. no para pessoas. O que, na verdade, éu que a cidade foi pensada para automoves, caracteristica universal da mo- seus habitantes circulassem f: Paral geometria urbana para eles mesmos. Resta saber se pessoas os in ow rica no Brasil. A avenida W3 om tem seus engarrafame wsalvodoc ws seus engarr famentos — como a Paralela, em Salvador. , st a imotivada. A linagio corbusieriana d 5 raves da articulagéo em amplos trevi a wer dali enquanto pedestre. . © Peso de le no poder se indis, a a ito leias tuy _ Sa oar de convocar espiritos; os curumin: “4 ee sa Ruasecsquingy ee eisabas, de conduzir batalh: er vnee vein Ms entrequade eet e8atinas? Licio Costa (Registro de w Fi tudo. Nan is tem comér rere oats io tem eran om cafés, cadeiras nas calgad: €stavam no plano, 5 a tem, inclusive, o i. ‘hee degrees a O que resultou nao fc a ade eee As. Pane ou na proximidade do lago, ae ), Mais parecem ataques a Lik aaa im nos ombron desta elites Ma alo 38, ann ote itas ¢ sinuosas, eee soltadas para o atendimento entrequadras. Os comercianes nk ‘Deram as costas as superquadras ¢ voltaram as fachadas das . eriando a pica va comercial das ciades tradicional O gue tem bem menos ras do que a8 cidade antigas, mas nio que nao Jeira aparecem, na verdade, como reagoes tradicionalistas&informacio nora, ‘subvertia 0 repertério cristalizado — a norma e a normalidade da no da nov: I. _srantes para oabrigo acalhedor da redundncia urbana, Pes iret ao “eos sobreleva aos valores est rsa E Cann ides bral seta necesita eRe Setar ance ne in taveis para elas. Viam-se perdidas numa cidade de vanguard doe ono ae oe Sones leo século passado”. Mais: “Os gre ae B05 € 05 romanos, verda- 3 ade raul; com planta em xader, Poderamos essa regularidade, melhoraram no termos confor E nao suportavam a angiistia do novo. Ruas, muitas vezes, representam respostas a0 meio ambiente. Ao so, ao cal i lr Eso ferent, sob ste aspect, a sd cidades go imétricas ¢ as das cidades geomérficas ou orginicas. Regra geral, o que em cesta eae ‘contramos nas cidades implanejadas sdo ruas estreitas que se cruzam e mee a frequente no mundo islamico[...] le serpenteando contra lineaidade. Mas -aVam, ruas estretas, co 0 {| requeriam ou, pelo erpenteando contra alinearidade M Crono ak arias com esguina a ada pas, oe ere ran aa cade Pas, ofercend re- 080 fascando, 0 ‘it Parado. A paisagem natural humanizada pode nos oferece: devores para igem natural humanizada lisadas, sem acenos de folha. Se elas passe a mais leve asa de : de folha. Sem que por elas pass is leve asa de ven- medidas varidveis, quase aleat6rias, Brasilia foi uma cidade premeditada. E sua disciplina formal é evident. Nex secaso, a gretha é um empecilho a0 ire vi das pessoas. Nio andanos £® Gngulosretos. Peferimos curvas atalhs. Eo verde de Brasilia fore cio its, De pequeos caminhos que economizam pass frmando fos sakes sscemelhos nos gramados. A leitura das ruas passou a se um Holeton (A Cidade Modernsta: wma Critica de Brasilia ¢ si Utopia “ES! rejeigdo da cidade ut6pica levou-os [os primeiros miggantes] a reafimar {quemas conceituais familiares respeito da vida urbana — familiaizanl° dima cidade desfamiliarizada. Assim, repudiaram a intengao do pismo Pa, via de ruas,voltando a frente de suas lots PAR ada apenas alguns ccontréria a ex! para oeansito. Ainda que limit aaa es reproduzia a vida da rua de comércio tadcOm sepputerara pretendia nega. Embora nfo Pass sand na “ renee eesidencias, muitos burocrats ai Co mash ean he aa tj construam casts des hin ¢ sna # eRSO de Jodo Cabra. “A te todas aquelas de dimensio leterminadas.eespontinea Sakemos tombs qui outro lado do lago, on consideravel ostentagao € teriorizam o status, a riqueza € & Person: STaboradas, que negam a estética moder! jum" incolerdvel, a ¢! verquadras, como hava ‘m clubes privados ni é novidade, tenham passado ‘mesma Vi lubes igual disso, muitos se associaram © irios nas sup 106 ‘mayor resume as caracteristicas de do poder politico e religioso, mo- ia”. Angel Rama enfatizou, na planta hispano-americana clisica, ial na ordem geométrica citadina, Romero viva ‘a antimestigagem. E-nés, diante das vilas geomér- ‘vemos 0 qué? a reprodusi uma dis geométricas da Amaz 1 Minas Gerais surgiu de repente para a histria do Brasil. Mas aquels ‘erras vinham sendo percorridas, povoadas ¢ colonizadas, ha algum tempos antes do mundo colonial luso-brasilero. Ja na primeira metade do por hal Peealo XVI, bandeitas da Bahia, partindo em busca de ouroe dios aes vam o interior minero, A primeira dels deisou Porto Seguro em 15% bacias do Jequitinhonha, as cabeseras dos tos para percorrer as varzeas € Pardo e das Velhas, antes de chegar a0 Sao Francisco. A pa Bahia dew inicio & colonizagio do territério hoje minciro, ido os mais antigos seres humanos de ram aq aera iia entre nds —o grupo negroide de Luzi, que, et ae er se eiculava pela regido onde hoje ets 0 aeroporo Conf 8 arrcaniay de Belo Horizonte. Em meio aos “barbes 40 pd da Baia sees, na época, os Avilas da Casa da Torre os Bt acs aaa pabos conquistaram ou adquiiram, arraves Jo ria, enormes laifindios. E falar de “enormes ‘mas uma definigao precisa dos fato Comunidade Sertancia: da Seamaria a0 B ves recorreu a um neologismo para se refer AgUE i venice pontos de pouso, n40raco,graram Vile 4 cise mae wi ppressionado com a vastidio das propriedade ‘em Cultura e Opuléncia do Brasil vista, Simeao Ribeiro Pires checou, em Re Rio entre Morro do Chapéu © 2 1250 ve oe 1 rere um ponto «ourre éde L055 8 108 sdoceatando em 156 gus. “Falariam da Distinct pera cobs con or certo quatro gus desesma- Vanhu (Rio Para) Simeao. “ © trecho até as na de meio, *O depoimento de ae ina Gerais asda Casa da Ponte abangia todos Vankgs tea da Grande Belo Horizonte interava onsen Lo ios". Avangando sobre o mesmo teritério, vera dango ee onde, em 1693, ouroaforou ary tenn ra subvert em po. imensas. de expansao tercitorial, a Crm spo de um mercado intro, algo para rscoberta de roexportadora. No cent - lo ouro (depois, di tro de tudo, 0 Bahia fe co :pois, diamantes) em Min. oa ftom uc una sselade grea ions Ge citer, de mao vertigino dade, algunan aay Patt 4 €P0¢a — um elenco de povoas, 1 een dts use projetariam, em ela de requir. rose bendr de nasa argue area, Eo emp do Sie oa ey due s€ metamorfoseariam em O aes Rei. Avangou por a ur Preto, Mari, em 1590, incorporan- em Curitiba, onde rambém Como em Sio Paulo, 0 que ra aquele macigo montanhoso. Por mvegadoresecomercian- 'o por bandeiras paulistas, 109 As cidads, que toda uma mise sci s miscelinea humana comesou como forma embrionétia, pousos e acampamentes dene Em Sobrados e Mucambos, Freyre fala de “ar aa sapaecam ereapareciam como se pelo primeito planalto paranaense, abrin- sau cobertas da palma do but. O ouro, do garimpo perma- que aquelas casas ¢ ho fio ciando galinhas pores —-apa caminkos, proximas aos principaisc eros. Eat spin ampos auriferos. Entre as la ‘msn capl evens Pokemon ne {Ho de focos de atvidade mineradora, sitios de génerosalimentare, cane ‘owas pequenospontos de comeércio que nasceram as printer rence, esas Os pinor aaa Alga i garam, Pos de Ribeirdo do Carmo (futura Mariana), Ouro Pretoe Sahn man erdos em vs. Em vegies oi fo € Tiradenes. Esteve Charles R. Boner (A jail “Os mais antigs campos auriferos cram a sados, ¢ mesmo depois que comesaram a = ’ petmanente,fazendo-se vil io, osleme ‘Gaeta eam dos mas simples, Paredes de paurepinag sor ee Se palmer apple: Paredes de pau-a-pigue, com ladon de Palha. © methoramento que se seguit foi o de Cobertas de sap, send o piso de todas as Xs. Conforme a porous foi prosperando ¢ adas por dentro e por fora pisos de logo escasseou. Mesmo as 1695, veio o reconhecime ‘ano, com o ouro das Minas Gerais. ‘omegou a experimentar, entdo, um crescimen- sou entre 1700 ¢ 1750, gragas & imigragio. das minas, que arrastava para si 38 € trocas se incre forma um tanto ms laicas ¢ espanholas e, sobretudo, de novas correntes ‘Ocorreu a corrida do ouro. Gente partindo al- paulistas comecaram a nao gostar do de ouro, Nao so achavamt rio pertencia a S40 Pav- Ah ras cosets ‘migrantistas de Portugal Cinada em busca da pedraria rara. Os Sue estavam vendo, Jlgavam-se donos dos campos ue haviam desbravado a zona, como aquel re Teese Rio de Jancto (a Capitania Real das Minas Gerais surgiiacm 17° como desdobramento da atividade mineralogica e, mais imediaramen recposta a revolta de Vila Rica). F queriam 0 monopélio das 1% et had sie aerovimas, Mas seria impossivel bloguear a maré migratoria. Nem com coluna de canto vigenenn oe sua obsessio de fortuna. Em ee ae aerator cam ape ae sobre tole. Esse lino tipo tro Preto apenas uma casa no real estancaria tal fluxo humano, de baianos e portugueses invadiram a regido. Os paulisas migratério que desconhecia limites, m ras dos rios. Uma enchente de gente Iusa na naquela terra de ninguém, 5 ¢ portugueses, chamados ingua geral”, designando ma cara para tris. Mas 4 nossa historia como Guert : son lo XVI, nnio houve guerra alguma —¢ sim frouxido : ar 8 ig idas, veem o término das obras do ver que os emboabas se mostravam dispostos 182 ‘0s campos de ouro que haviam descoberto Armou-se entio, disputa entre paul lificado e episédios que passou 110 wea a escasseat. Esplendor do ouro eesplendor ia cronolégica. Tome-se os rempl Para ter uma ideia de co- primavam pelo r se configeravam, interna e externamente, basta so aguelas ie pensar na eapela de Nossa Senhora do O, em Sabars ainda que esta seja ‘com motivos chineses, em lacte vermelho € ouro, chi- ‘da expansio oriental dos lusitanos (cua » acabou gerando, a partir do século im ramo estétio japonés, com a arte namban). Bem diversas desses primeitos templos 4 igrejas que hoje contemplamos nas antg cidades do ouro. Boa parte delas compée um elenco de obras reconstruidas. De templos que comecaram a ser reformulados, para ganhar outra fisiono- speci lada em consequén de re 1a grande escola a0 ar livre — escola de artes , misturando os mais variados aries pintores, escultores. Profissio- Jiavam buseas, procuravam a suf io que se formou 0 ‘esa, o detalhe inédito, o toque inovador. Foi nesse 10 de arquiteto portugués com uma sua escrava africana —€ inho, mulato de cor escura, iho de escrava, teve também “Se Ouro Preto € cidade-sintese, acidade-documento que nos ene na sua coerénciae autenticidade, a imagem viva de uma cultura, de um estilo dor, de um modo de ser que marcaram toda uma decisiva época 4 a, a arte-sintese, a arte-document? se mani jinho”> formagao mincira, da formasio brasil ‘que melhor exprimiu todos 0s valores e tendéncias que ento aqui festaram e prevaleceram nao poderd ser outra sendo a arte do Al sentencia Affonso Avila, em Iniciagdo a0 Barroco Mi presente na histéria de nossa arquitetura, talha e es ins, da estatudria em espaco aberto, Pense-se em seus profetas ena igri® de ‘Sao Francisco de Assis de Ouro Preto. Alejadinho deixa para tras 0 pade® partido quadrangular tradicional dos rempls barrocos aposame fes « harmonicas, “apoiadas no movimento das massas © ™ da fachada” de um templo sem Angulos retos, aus pertencem tanto a frontaria quanto fac 1a, pioneiro, etre cm formas fantasia escultural com torres recuadas que cul ‘cidade 10 88 42 ra — “em Sio Francisoexplende o barrocn ney ia dov Geass de Lov Gos ee iro. Afonso Avila cleba, ainda, 0 “sigathon shade Antonio Francisco Lisboa apreents como simran ees da vontadecriatira ‘nica de toda s Fepensando com elas talvez a propria soma de tradigbes da arte ocident ue a arte de qualquer outro criador bra lade jé moldada por novos estimulos contradit6ria de uma sensibiidade 4 um omen nov, parece anima rte prado ma spr d iu Francisco, Sole mas descontaidae alegre em Sio Francco de talon ca Peto, ela também solene, mas enti drama passio: Shim Congonhas. ..] Dual, contraditério, dilacerado,o Aleijadinho é hem encarnado na dimensio humana e criativa de uma perplexidade as € bio que estas obras nd € Gbvio que estas obras ndo existiam no vazio, ou isoladas numa ae ica, em meio a paisagem do mundo natural £ preci Ajay SU ura urbana, em que desenhoctadino, obras cd dangle de outros arquitetos eexultores miners exis, coneoen s igorosaedecisivame oe a Roane tment ara agnetiaredefni um nb Slides do cure Meant Fae sobre € dspsiioornica des Naan coat BH alpaca cides gometias. A excst0 ado, quand pet 8 década de 1740, a0 ser escolida para sede 0 <0 de Marans (ered com a execugio de um plano ortogonal. Mas ‘tonics em cong inst tard. Caso premedtad de sordenagio Lefora inves ducted da nova fungi celigiosa regional de que a Pemedinads, Nine M88 Hethuma das cidades do ouro nasceu de forma Xin, Gun NIE due elas se tenam f oto Eau os cones 1am formado de modo meramenteespon- Crile da pear asimtentos ram de outa ordem. Antes queda r2- Mina espagy a Vihtm da distribu das fonts de riquza em io. O assentamento nascia colado ao ouro —c vol Cy 0 *°sdads da Ama nia ts ao desenho do assentamento urbano, grafico, 0 fato de 0 0 tum desenbo urbano anilogo «dade do interior eda ina ica — com 06 niceos ‘unindo assim a ci astasse a ih alizncias ¢ ondulagdes dos tertenos, em ica, para gerar as caracte icho —, havia a identidade a + fundamental da arquitetura barroca, Urbais lecer 0 parentesco et regaram, assim, de estabel ides cidades barrocas do Brasil Quando o ouro mineiro se reduziu a brithos esporaidicos, da cet comegatam a cait, Os mineiros foram 6 converte ‘rocando corrego € bateia por enxadis¢ elas a Beleza imponéncia de suas cidades se ‘mantiveram, sob © hat dos profetas de Congonhas. Suas origin idades permancceram its ‘meio, Cabe, por isso mesmo, ¢ ncavo asd ‘Jo em laveadores 08 pecuaristas {cas mesmo, em 0380 fugbes barrocas da Bahia de Todos os Santos ce seu Recdt as Gerais (© barroco baiano foi altamente inventivo ¢ maduramente a¢4! ea can sagt anagoeswerais, com os sermons de Vira € 2 POP de Gee de Mattos. Saindo do plano textual para ‘o campo arquitet ico, a sitwavi routra, Enos convida a tratar de modo algo i “das casas particulares. © barroco ea argui sar de toda a sua beleza e capacidade construtivay ‘uma forma que seja criagdo unicame ‘0 padrio europeu. Mostra esplendon ida Ordem Terceira, com suas alegorias c sereias Guismo extremo de um Churriguera, na Améris Es eal ibérico do templo de ou inhos bochechudos ¢ De outra partes f ‘como a Cast igeja de Si0 Francisco, ¢ colunas retorcidas, cus a be novidade. foram capital barroca, eee Bee earbem agua orginalidade no seimpont® LX co “A cidade de Salvador do séeulo XVI € pri fra merade Je xa uma cidade marcadamente aristocratica des casas, de porte se pedra, quer dis salvo_a imponente casa chamada ‘dos dos sio decepados no enc: iam € 0s seus en pados no enconto ds tibuasextvasedar don een las dos p com simples plmetas de remate, aieplscameorefaquece 0 cords ds chars ce caprichosos e alegres arranjos e a cor i fa para dar & cidade a sua graca, ¢ con pee Tudo socom a Presenca sdbria e aristocr cs que sobreviv scadas de moe eu com as ua sac a eo ida e seteiras, possa parecer, & rine ae variado e consentido convis ara que atraie sedur io uz, fz da Bahia o que ela”. nuance Eumalletura onde o olhar arq asa de comego de setecentos, dade 0 alteragdes de por so akerages de pormenor, devin deel rid art, Para Ca and Saar novo nos sae fachadas livres Seonterind indigena’ de. do que ocorrew na B. lidade me = restiga vai transfigurar a natrie un 1o de Vasconcellos, em seu livro sobre o Aleijadinho, prope uma ica para 0 fato. “Na area das mineracies, igrejas ecape- iciativa popular que, se por um lado as condicionou Bem, a disposigio emancipadora, naquela época, nio to Manifetou'se também, ede forma até meas redial oon Pou min ‘eudavam igualmente em Coimbra). Mas, contextual aque antes se disse — base laica do financiamento das seruiramse por iti wa eeados recursos, por outro permitiu estimulow particularessoluées formaram o sibito ¢intenso processo de urbasi- da, somando-se a0 de condicionamentos das ordens religiosa nee ligiosas,circuto de informagdes, a ra para 0 novo — a tese pode ganar algum sentido, Se Seja como tenha sido, 0 fato foi que se processou suas da matriz arquiterénica eropeia, E asim come flamer deo ba ido na rea, manifestando-se nao s6 nas construgdes relgio Embora tivessem ambas conservado a técnica € 05 esque- nas tradicionais portugueses, expressos nos estilos artisticos da época, su jeitaramse, paralelamente, a um processo de adaptacio especfico que as tiferenciou sobremaneira das lusitanas e mesmo das bras ines.” ‘elna arquitetura civil, mas, sobretudo, na religiosa. Sp ligiosa mincira diferencia-se ainda mais dos modelos orig ica, uma particular interpre da ma im como falamos de u tropical mestigo com respeito 4 arquitetura textual de Gregorio de r podemos também falar de um barroco tropical mestgo com relaga a , arquitetOnico-escultural, do Aleijadinho. Quando pena, aigreia de Sio Francisco de Assis de Ouro Preto estava pronto para condu. “et rio destino, Estava prearado, material e esprtualent para independéncia. Porque aquela igreja € nica, Em sua ‘ase circular, em seu assentamento leve no si d a Diferenciaga “A arquitetura nais portugueses. Concebida com intengao tacio do barroco ¢ do rococé nela evidenciou-se nitidamente”. Além diss, “abe-se que a coroa portuguesa proibiu 0 estabelecimento de qualquer orden feligiosa regular em Minas. Foi o tnico lugar do Brasil onde isto aconseces {os esutas ndo podiam sequer sonhar em por os pésem seritrio mini! Eesta proibigdo deixou o campo mai ginacio plastica e arquiteténica. No dizer de Sy na delicadeza de suas cur- lade da do quadrado pesado, do “caixotéo” da igreja "conor materia de gue fof pedra-sabéo. Nao ha nada alia ie ee riagio local, menos sujeita aos padres tradicionais ae) inguém vira. “Novidade total” He givcados na Universidade de Coimbra simula, mais que dit ress ina“ inteira coerene® ait cme eycemntcni vez um dos mais perfeitos”, faz desir 1 ican emotinee tern casa eH dos poy SY: Seu desligamento do esto do so mais ricos, movimentados e popul ras njunto da vida brasilei a Piers tgs cso +0 cor 1 C He romada de Si0 squista da Amazbnia. Tratava-se de avang

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