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UNIVVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO CE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FÍSICA NUCLEAR

“Matéria referente à exposição do dia 12/04/2010, tendo em vista parte da nota da


primeira avaliação da disciplina.”

Início da física nuclear

Uma série de experimentos deu surgimento à física que tenta explicar estabilidade do
núcleo atômico, considerando aqueles experimentos onde se obteve os primeiros
indícios da existência do próprio núcleo até aqueles em que se obtiveram as primeiras
informações sobre a estrutura nuclear.

Segue abaixo, em ordem cronológica, os principais experimentos e seus realizadores:

Espalhamento de partículas alfa em um alvo fino de ouro. (Rutherford, 1911).

Observação: Espalhamento de algumas partículas alfas a ângulos bem maiores do que


os previstos considerando modelos atômicos da época.

Conclusão: era necessário considerar um núcleo maciço com cargas positivas para fazer
com que as partículas alfa sofressem uma deflexão em ângulos tão grandes.

“... as if a bullet was reflected by a sheet of paper.” E. Rutherford.

Experimento subseqüente - Bombardeio de partículas alfas em diversos alvos leves,


como o hidrogênio e o nitrogênio.
Conclusão: as partículas secundárias geradas na reação eram núcleos de hidrogênio, ou
seja, prótons. A reação observada por Rutherford era:

4
2 He + 197 N → 178 O + p

Descoberta do nêutron (Chadwick, 1932).

A hipótese: (E. Rutherford 1920) deve existir uma partícula neutra com massa similar à
do próton, resultante de uma reação de elétrons com prótons.

O experimento: (também realizado por Jean & Irene Curie, 1932) partículas alfa em um
alvo de berílio, resultando em uma radiação neutra com grande poder de penetração que
era parada em um segundo alvo de parafina. A energia da radiação era medida pelo
recuo do próton da parafina. Esta radiação foi interpretada como sendo gama de alta
energia.

9
4 Be + 24 He → 126 C + 01 n + Q

Conclusão: Por conservação de momento e energia, analisando o próton de recuo,


concluiu-se que a “radiação” proveniente do alvo de Berílio era uma partícula neutra
com massa similar à do próton.

Resumo: No átomo, existe um núcleo composto por prótons e elétrons (núcleons).

Segue a nomeclatura:

Z N° de prótons

N Nº de nêutrons

A Nº de massa (A = Z + N)

Representação de um elemento químico:

A
Z X

Isótopos: elementos com mesmo número de Z, porém diferentes N e A.

12 13 14
Ex.: Z =6 C C
Z =6 Z =6 C

Origem das forças nucleares

Revisando a teoria eletromagnética, podemos descrever a interação de atração ou


repulsão entre partículas carregadas como sendo a troca de uma partícula, que no caso
eletromagnético, seria o fóton.

Analogamente à interação eletromagnética, no caso de interação entre núcleons,


também existe a troca de partículas entre as entidades envolvidas. A essa interação dá-se
o nome de interação nuclear forte, a qual foi proposta por Ywkawa (1935), sugerindo
ser uma força de curto alcance, onde as partículas trocadas nessa interação seriam os
mésons, que tem massa de repouso finita. As situações de trocas (eletromagnética e
nuclear forte) estão descritas nos diagramas de Feyman seguintes.

Se descrevermos a interação de núcleons a partir de troca de mésons, a variação da


energia total do sistema pode ser expressa em termos da massa do méson emitido:

∆E = M m C 2

Observando o princípio de conservação da energia, e estabelecendo o intervalo de


tempo no qual o méson existe, podemos, a partir da distancia máxima percorrida pelo
méson e por dados experimentais do raio nuclear, podemos estimar como massa
mesônica:

h
Mm = : 200 Mev / C 2
RC

Estados de carga para o méson (píons)

Existem três estados de carga para o méson:

(π + ,π − ,π 0 )

Massa: M π ± : 140 MeV


Tempo de vida média: 2, 6 x10−8 seg

Os principais processos de decaimento dessas partículas são:

π+ → µ + + ν µ (1)
π− → µ − + ν µ (2)

Sempre observando a conservação dos números quânticos:


Para o caso da equação (1):

Lπ + = 0 → Lµ + = −1 + Lν µ = 1
qπ + = 1 → qµ + = 1 + qν µ = 0
Bπ + = 0 → Bµ + = 0 + Bν µ = 0

Outras formas de decaimento para os mesons positivo e negativo são:

π+ → e+ + ν e
π− → e− + ν e

A massa para o méson neutro π − é da ordem de 135 Mev/C2 e os principais canais de


decaimento são:

π 0 → γ + γ (98,8 %)
π 0 → e − + e+ + γ

Partículas estranhas

Híperons – partículas estranhas, mais pesadas que os núcleons, e que decaem nos
próprios núcleons.

( Λ, Σ, Ξ, Ω )

Os núcleons e os híperons são bárions e férmions de spin ½.

O outro grupo de partículas estranhas são bósons de spin fracionado, chamados Kaons
ou mesons K (não são bárions).

Comparativamente, temos:

10−15
∆t f : 8
: 10−23 seg
10

τ Λ0 : 10−8 seg

Temos então que: τ Λo ? ∆t f .

Essas partículas são produzidas rapidamente via interação forte e decaem lentamente via
interação forte.

Gell-mann e Nishijima (1953) – proposição que a produção de partículas estranhas tem


sua conservação verificada pela definição de outro numero quântico chamado
estranheza, tal como se observa na reação abaixo.
π− +p → K0 + Λ0
Bπ = 0 B p = 1 → BK 0 = 0 BΛ0 = 1

Todas as partículas podem ser agrupadas em grupos com aproximadamente a mesma


massa, mas cargas diferentes. Para efeitos de classificação das partículas, em analogia
ao momento angular de spin S, podemos definir outra variável quântica chamada
isospin, que semelhante ao spin, tem multiplicidade (2S + 1).

Então a multiplicidade do isospin t pode ser escrito como segue:

2t + 1

Para núcleons: 2t + 1 = 2 t = 1/2

Analogamente a S tz = ± 1/2

Assim, para diferentes famílias de partículas, podemos agrupá-las em dubletos,


tripletos, etc., de acordo com a multiplicidade destas.

Núcleons:

 p 1 1 1
  ; t = ; t zp = ; tzn = −
n 2 2 2

Píons:

2t + 1 = 3 t=1

π + 
 0
 π  ; t = 1; t zπ + = 1; tzπ 0 = 0; tzπ − = −1
π − 
 

Podemos escrever outras quantidades das partículas em função do isospin:

B
q = tz +
2

B – número bariônico

Incluindo a estranheza:

S+B Y
q = tz + = tz +
2 2

S – estranheza

Y = S + B – hípercarga
Potencial de troca de um méson em interação núcleon-núcleon (potencial de Klein-
Gordon)

Utilizando as relações de troca de mesons como do ponto de vista relativístico, podemos


escrever as relações de conservação de energia em termos do quadri-momento.

P µ Pµ = m 2C 2
E2
− P 2 = m2C 2
C2

Reescrevendo os operadores de energia e momento, temos:

d 2φ
h2 2
= m2 C 4φ − C 2 h2 ∇2φ
dt

E reescrevendo para soluções esféricas:

m 2C 2
∇ 2φ = φ =0
h2

Temos como solução aceitável:

e− µ r mC
φ (r ) = g ; µ=
r h

Sendo g uma constante semelhante à carga nas interações eletromagnéticas.


Daí, o potencial de interação entre os dois núcleons será:

e− µr
V (r ) = φ (r ) = g 2
r

Podemos tirar daí o alcance das interações:

µR =1
1 h
R= =
µ mπ C

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