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asia -0. problem een co any eee en ets ad | Revista Juridica Ano 50 - Junho de 2002 - N® 296 Reposit6rio Autorizado de Jurisprudéncia: ‘Supremo Tribunal Federal: 03/85 Supetior Tribunal de Justica: 09/90 ‘ribunitis Regionals Federais 1c 4* Resides FUNDADOR Prof. Angelito Asnms Aiquel DIRETORES ‘Marco Anténio Coutinho Paixto ‘Lala Auténio Duarte Aiquel é CONSELHO EDITORIAL : ‘Alexandre Pasqualini (Coordenadon) ~ AntOnio Janyr Dall Agnol Jr e ‘Avaken de Assis ~ Cezar Roberto Bitencoust ~ Fabio Luiz Gomes Luiz Edson Fachin - Ovidio Aranjo Baptista da Silva i Paulo Luiz Netto Lobo ~ Sérgio Gilberto Porto. ‘ COLABORADORES @ ‘Ada Pellerin Guinover~ Anema Fetelra Macicl ~ Ac Jost Pinocchio Sai ' Antonio de Padua Rabo - Antinio Vital Ramos de Vasconcsics ~ Aristides Athcnicase |E moldo Wal.» Athos Cusmio Canina « Cindido Rangel Dinanasco ~ Cats Albert» Goulas Feces a (Gatos Erni Constatino = Carls M.S. Veloso ~ Clndia Lima Maras ~ Cilio Satos i ‘Gistato Pasig Araujo into - Damo E. de Jess - Dion Carlos Eduardo France [)shundo de Ole Lite Bin Camo «bo de Ce Scio - Zalimpie Rods Fo f ‘iki Nancy Andi - Felipe Morcra de Olneira ~ Fenelon Tecdoro Reis q Feenanda ela Cass Touriaho Biko ~ Gelon Amaro de Souza ~ Geraldo Bata de Sues i Geraldo Goncalves da Costa - Gerson Fischman favo Tepedino = Hericto A. Mossin é Flags Ngo Muza ~ Humberto Theodore Jr. = Iimar Gaivio ~ fver Gandra da Sika Martins |) j-Necimeat Peano Jar Mares José Aus Panels Bore = José Augusto Dolado & Tost Calos Basbosa Motcta~fosé Mara Tesiner~ José Raberto Farcirn Gout Jost Routrio Crue Tucci ~ Juss Pretas- La Firio Borges D'Une - Lin Paulo Sieinshas | ain Sous Her = Lat ios Camino ~ Mio Malo Cosa - Mil B de Sis ‘Ney Fayet = Osnitt Corsa La ~ Palo César Slomio ~ Paso Cis Scenavex Paulo Roberto § da Cosa Lie ~ Pate Spo Prats Rezerte ~ Pao Tades Rodis Rose Raimundo Gomes a Cau ~ Reso de Souza Margucr-Mogio Lona Tuc ~ Rolf Matsleno Rosldo Baista Pinto ~ 8. O. Casto Bilbo ~ Sao de Figtewodo Te'ein ~ Sérgio Resende Siio Rede eat Mla Zack = These Negro Tapinamb Migicl Casto do fata Juridica 296 ~ Junho/2002 - Doutrina Civel z NOTAS SOBRE 0 NEXO DE CAUSALIDADE Gustavo Tepedino Polassor Tile Do Ghia UERL ‘ho lado da conduta cuipasa dos réus, toma-se Indispensivel ao autor, na agéo de responsabildade cvi, demonstrar o nexo causa ene tal condula eo resutado danoso, No ciretobraslito, em amas as espéces de responsabiidade civil, cbjetva ou subjtiva, o dover de reparar depend de prosonga do nexo causal entre 0 alo cujposo ou @ ativede bjetivamente considerada, ¢ 0 dano, a ser demonstrado, em principio, por quem o alega (onus probana! incumbit ei qui dic, ron qui negat, salvo nas hipéteses de inverséo do Gnus da prova previstas expressamente na ll, para situagbes especificas Muias sto as teoras que, insplradas principaimente por autores alemées, fanceses talianos, pretendem estipular os liriles defnidores do nexo causal na ordem [urcica, A matéria tem grande relevo, sobretudo nas frequenies hipéteses de causaldade milla, ov, como tecnicamente conhecidas, cancausas. Com efeto, no comum dos cases, na comploxidade da vida social, associa-se um determinado evento danoso a mdliplas fontes possiveis, sendo indispensaval estabelecer a relacdo de causa e eleto ent ao menos uma delas e 0 dano, pare que surja 0 dever de reparagdo. Afnal, no basta “que um dano tenha colncdido com a existéncia de uma culpa ou de um rsco para estabelecer uma responsabilidad, Coincidéncia néo implica causalidede” ‘No Supremo Tribunal Federal, prevalece a teoria de causaldade dicta ou mediate, também conhecida como teoria da interupedo do nexo causal segundo entendimento amplamerte consagrado apds a Consttuigdo de 5 de cutubra de 1986, e jé melorlariamente adotado pela mais ala Corte do Pais sob a 6de da Consituigio Federal do 1967. Consider esta doutina que o at 1.060 do Cédigo Civil Brasil, embora wate de responsabilidad contratual, define @ teoria adotada também em matéia de responsebikdade exttacentatual, notadamenta no qué tange & ‘ausalidade. Tal posigdo tam por base a ciogao do aluddo dspostiva: + hore d Petleme de Casa o cap oxpesice de SUVA sor Mls da, Responses sem Gua, Séo Pave ‘Suave, 1574, 112 se Lonbve 0 aor (p.112) que ardo a cause 6 dice ou, quando mips, o s8o Cencoitememente aun meen lao de (esaraticuaata chamam, aso, cs lends) nd her, ao ju, ‘Grloncades nates Pees caute mips, coun, via de erase extabelace, em soared aie 08 _Sgeles, Quando, no enarlo, as cautas mUpas so apes sucess mas enicemenefhantoquando se esd fm pecenga das ‘oncauses, & que sige a boresca, Covse cavao est cua causa. i, quanto ma se Teroniaese sre de atecadontas en busca ca cause cere, as se cannhariuno ao mic + A adverénca € é@ SAVATER (Le Responsebits Cie, vl, 46), vecado por PERERA, Cao Mario de Siva, esponsatsaade Cl oc, Rib de Janel: Forerse, 996,678. 8 Revista Juiclea 296 - Junho/2002 ~ Doutrina Civ Raitt rite 286 = Juno /2002 ~ Dotrina Cina "Aft. 1.060. Ainda que @ inexccugdo resute do dole do devedor, as perdas @ danos 6 incluem 0s preluizos efetvos eos luros cessantes por efeto dela dato @ media’ Torna-se, oportuna, ao propésto, a andlise do acérdic profetdo pela 18 Turma do STF, por \animidade de votos, no julgamento do Recurso Extaordinaro 130.764-1-PR, sendo Relator q Ministro Morera Alves, em 12 de maio de 1992 Cuidava-se de ado movida conta o Estado do Parana por vlimas de assalo praticado por fugvo de ume penitenctara do mesmo Est2co. A tese co recurso, acohida pelo STF, damonstiou a inexistincia de nexo causal dreto eimeciato entre @ fuga e 0 assalto, prticado pelo foragido juntamente com outros irtegrantes do bando, muitos meses apes a ovesdo, Em seu voto, 0 Minisro Moreira Alves, Proessor Catedrdtca da Delo Civil da Faculdade de Dirito da Universidade de Sao Paulo, assim se pronuncou: ".. Ei nosso sistema juridi, come resulta do aisposta no artigo 1.060 do Céigo Givi, a teoria adotaca quanto ao nexo de causalidade 6 a toora do dano dlreta ¢ imediato, tembém denominade teoria da interupgéo do nexo causal. Nao obstante aquele tspostive da codtcacdo civil diga respoilo a impropfamente. denominada ‘esponsabilidade contratual, apicase ele também a responsabiidade extracontatval, inclusive a objetiva, até por ser aquela quo, som qualsquer considerapdes de ordem subjetva, agasta os inconvenientes das outras duas teorias existentes: a da equivaléncia das condlgdes ¢ a da causaldede adequada(..). Essa teoria, como bem sdernonstra AGOsTINHO ALvIM(..), $6 admite 0 nexo de causalidade quando 0 dano & ‘ito necessario de uma causa, o que abarca 0 dana cteto e imediato sempre, e, por vezes, 0 dano indieto e remota, quando, para a produgio deste, néo heja concausa sucessiva. Dai dizer AGOSTNHO ALi: 08 danos indielas ou remotos néo Se excluem, 6 por isso; em regra, no s8o indenizéveis, porque deixam de ser efeto necessério, pelo aparecimento de concausas. Supcsto no existam esias, aqueles danos 80 indenizaveis." A ligéo de AGosTIHO ALviM auxila a comipreenséo desta feo: “A expresséo dielo e imediato significa a nexo causal necesséria|.J. O dano deve ser conseqiéncia necessévia da inexecugSo da obrigagao: Para reforgar 0 seu posicionamento, 0 mesmo autor valese de eloqiente examplo configurado por PoTiuea: "Se 0 comerador, apés receber a coisa comrade, veriica que a mesma {em cefatto coutoe, tomando dela, vai ter com o vended, a fim de obler otra, e 8a se dé 0 caso que, em caminho, é atropelado por um veiculo, responderd o vendedor da coisa por este dang? No responderd. Mas a razdo néo se prende ao fato de estar dstante este dano da causa primeira (a inexecucio de obrigardo), e, sim, 8 inteteréncia de oura causa, suponha-se, para este caso, a culpa da vila, ou a do condutor do velcule.". E conclui o meste paulista lembrando que a imagem de PoTuigr, contrapondo embora 0 dano remoto ou indireto ao diet, para o efaito da indenizagdo, nao quer, propiamente, excuir 0 dano indrelo, mesma porque, na férmula que propGe como sintese de sua doubina, 0 que ele exige é o nexo causal necessétio ene a ‘nexecupao @ 0 ano, “afastando-se aqueles que podem ter outras causas". Em definive: Os anos indiretos ou remotes néo Se excluem, s6 por Isso; em reg, ndo so indenizaves, porque. RT 14,9270 STE v.72, 197}, “ALM, Agestino, Oa inexeeog das agape eaves consoqibaciag 4.2, So Palo: Sara, 1972, p 36270 Revista Juridica 296 - Junhe/2002 - Doutrina Ciel ° deixam de ser efeiio necasséio, pelo aparecimento de concausas. Suposto nao existam estas, aquolesdanos so indenizaves". ‘A ado, pelo Suprema Tribunal Federal brasileiro, da toorla do dno diteto ¢ imediato alasta. a aplioagdo das duas outas tearias conhecies pela dogmatia do direto cil: as teorlas da ‘equveléncia das condigdes @a da causalidade adequad, Pela teorla da equivaléncia das condlgses, considera-se como causa do dana qualquer ‘evento consideraco, por si s9, capaz de geré-o, Na presenca de meis de uma causa possivel, ‘conforme esclarece AGOSTINHO ALVIN, a teria da equivalénda das condighes aceita qualquer das ‘causas como efciento, A sua equivaléncia resuta de que, suprimida uma delas, o dano néo se varitca’, Forjada no soio do eireto penal, em 1860, por VON Bum, pretend esta doutina que “em hevendo culpa, todas as condigGes de um dano so equivalentes, ito 6, todos os elementos que, do uma certa meneira, concorreram para a sua realizagdo consideram-se como causas, sem & necessidade de daterminar, no encadcamenio dos falos que antecederam o evento danoso, qual deles pode ser apontado como sendo o que de modo imediato provecou 8 efetivagdo do prejuiao’ Considere-se, assim, que o dano ndo teria ocorida se ndo fosse a presenga de caca uma das cconcigdes que, na hipétese concret, foram identiicadas precedentemente a0 resultado danoso: condiio sine qua nor. A inconveniéncia desta teoria, logo apontade, esté na desmesureda ampiiagdo, em innit espiral de conceusas, do dever de reperar, mputado a um sem-nimero de agentes, Almourse, com fnaitria, que a formula tendera a tornar cada homem respansavl por todos as males que atingem a humanisade, 416 nos terms da isoria da causaitade adequac, concetida pelo fisofo aleméio VoN Kaizs, ainda no final do Séoulo XIX', e aperfelgoeda por ACMELW, TRAEGER, ENNECEERUS © GGrBRIEL Many, procure-se identifica, na presenga de mais de uma possivel causa, qual aquela potenciamenie apta a produzir os efeitos danosos,independentemente das dems circunsténcias ‘que, 10 caso concreto, operaram em fevor de determinado resuitado, “Aprecido certo dano, temos ‘que conclir que o ‘ato que ooriginou ea capaz de fhe dar causa. Mas ~pergunta-se ~ tal relacéo de causa e efeto exile sempre, em casos dessa natureza, ou existy nesse caso, por forga de Crcunstancias especias? Se existe sempre, cz-se que a causa era adequada a produiro eleto; se somente uma circunstincia acidental expica esse causelidade, dz-se que a causa no era adequadet in ‘Hi Ato, Dano cs cee su coneaginos p68 "Pera Coo loca Sha exons Cc. pan ie ea heap pare west no dino ev qn VON im putns © to Gn scr takes (Ow Nema nr StRanon Brann om 1. = Acbraeyio So HAG, Po oA, Lael (Oo Co La aes 4,04 & i po Pee, Coils Sh, Reprieve ps Guarana cote pzsagen gr ns nba for Stim, tson $3, Reporsbiead con Ca, cy rN? xg © alt mohersa& ae ce Shot io cao ann a tee eat Sen, tne tien opto masta un etc ol ro Qtr et oe arama « Fauna prose ano cs drs testa cna sno enacted, campus 0 Comcesee decree eng, Hla cl,» para outa do VOU KRY (Ou Pnzpon dor anctteetang 120, Hue, Gl La olen cee oe cone cro oe porate Gis. n ewe Tones Da 859,05 e- ‘Av Again. Dione cs bags aasconsgténs tp 48 30 Revista Jurica 296 ~ Junho/2002 - Doutrina Civel Reduz-so, dessa forma, a investigagio do newo causal & equaco de probablidade, send cada uma das diverses causes ebstrtamente considerada: ‘Dente os antecedentes do dan, ha cue destacar aquele que esté em concizBes de necessariamentetéo produzido™. Tais tevias, rejitadas, como se viu acime, pela dogo expressa do at. 1.060 do Cédigo Civil, gaaram resultados exagerados e imprecsos, astabelecendo nexo de causalidade entre todas as possiveis causas de um evento danoso e 05 resultados efetivamente produzidos ~ por se equivalrem ou por sorem abstrazmente adequades a produzHos ~ ainda que todo e qualquer resultado danoso seja sempre, ¢ necessariamerte, praduzido por uma causa imediata, engendrada @ condicionada pelas cicunstincias especificas do caso conceto ‘A intrprelagdo literal dos vocdbuios “drto e imediato"uilizados pelo at. 1.060, por sua vez, exclitia qualquer hipotese de dano indleto no dieto civil brasileiro, incluindo aio chamado darto por ricochet, reconhecido sobejamente pelos Trbunais Estaduais e cujo exemplo mais oglienta se trace no at. 1.537, I, da Cbdigo Civil, ove prevé, no caso de homicide, indenizagéo consistente ‘na prestacdo de alimentos as pessoas a quem o defunto os devia’ ‘Acxporiénca basic, neste paticular,ndo dfee da de inimeros paises que, a exemplo a Bélgica, Franga e lta, possuem norma de teor equvalente, restingindo a reparacdo aos ees dretos e imediatos de um certo evento causal (ao iit ou ativdade prevista em le}, Diante de tal cfcuidade, fommulou-se construgéo ovolutva da teora da relapio causal imedita, denominada de subteoria da necessariedade da causa, que considera sinérimas © relorcatvas as expressées dano defo e dano imediat, amas identificadas com a idéia da rnacessariedade do lame entre causa eefeto £m outs termos, 0 dever de reparar surge quando 0 evento danoso ¢ efsito necessério de certa cause, Pode-se ientfcar, assim, na mesma série causal, anos inietos,passtveis de ressarcimento, desde que sejam consegdncia dieta (0 adjetvo pode ser aqui empregado), Porque necesséria, de um ato iicte ou atvidade objetivamente considerada -AGOsTINHO ALva, enlrentando minuciosamente 0 assunto, & luz do direto comparado, atima que "a expressao direto imedalo significa 0 nexo causal necessérs’. € analisando os tlversos exemgios de PoTHieR, relalivamente a concausas, afima que a cause deixa do ser relevarte ndo por esta distanle do dano e sim pela interferéncia de outa causa Na literatura estrangeia, jé Hewat O& PAGE propendia por tal solugio interpretative, sugerindo mesmo a supresséo da. expresso dano indreto da lingua francesa. Segundo ele, 0 " BeRem, Cao Maida Siva. Rosponsabiiao Cit cp 7, Sv, Wan Noda. Responabiuece com cua, 2, 119, ae @ eclopdo xarpo eluate: "A di uma Iga parcada na crsi do. Por se, tal pencsda ora Insulcone para acasonar€ more doB, Noein, . por um delto do calico que lhe amc o paral menos ‘adstefe bem mal igi que odo comum dos homens, loo em tude dessa parca que A. ha doit. E asin, co se pade ver, a pancada sofda por 8, muito erbora Igeda co alo Tito do A. nfo se lara consiuo, rormalnen fandom causa necesstta cu ete de sua more.) pels to da cavzaldad adequaa,odaro safdo por B. (eta no pod ser nputad a Ao que 6 ro ecoriowia em lac 6 ena da equal das ‘cons, quanto a pacada sui coro a cor sn qua non d more do ® No dren Franots, coma no nosso oat. 1.181 do Gade eo capt reletents ao iacimplementoconvalual asta © ‘over de indenza o cao causado pola deve, dosde que "une sue end et cece de inexdovten de nvr 0 Ceigo Ci iatano, er seu at 1223, warm insesdo no cal decd ao maaerpleeneo oe luigegies conti, re oressacmeio dos danas quano ne sano conseguanza hare @ Sea. "= uvs, Wilson fla de, Respanabiace sem culpa ct. p. 13. “Aum, Agostino. Da nexscra das anrigaptese Sues coseqiinges ck, pED 6. Revista Juridica 298 ~ Junho/2002 - Doutrna Civel a exo causal implica a necesseriedede do dano, pouco importando que se trate de conseqiéncia dire ov indreta, desde quo possa ser considerado uma conseqdénca cet do ato tts Na mesma drepo, GaBrieL MARTY leciona que “le damage est direc toutes fs fol que Ton peut affimer que la fauie en a été la condition nécessaire; il cesse de Fre dans le cas conti”. Giovanna Visi, Professora Titular da Universidade de Genova, ropée intrpcetagio ‘evolutva para a expresséo danos setas e imediatos do Céxigo Civil italano, investigando a ‘ungéo desemperhada pelo art. 1.223 do Cédligo Civil italiano no ambiente histrico em que fi promuigado e nos dias Ge hoje, de modo a amply, na estela da uisprudéncia italiana, os efeitos daquele dispostvo» ‘Atendéncia a ume interpretagdo evolutva, alits, encontra-se presente na jursprudéncia brasieia, a tal ponto que, sob infuéncia de todas as trés conrentes antos mencionadas, os Trlounais fxam 0 nexo de causaldade de forma intuitva, invocando alterativamente @ teora da causalidade adequada, da interupgo do nexo causel, € da condo sine qua ron, sempre na bousca de um liame de necessariedade entre causa 6 efeto, de modo que o resutado danoso seja conseqiSnca dire do fatolesivo. ara se entender, poranio, o panorama da causalidede na juisprudéncla brasiete, toma se incispensével tor em linha de conta néo as designagdes das teorias, nao rao tratadas de modo ediético ou aigcnico pelas Cortes, sendo a mativagéo que inspire as decisées, permeadas predominanternente pea teoie da causalidads necessdi, TTalvez por perceber tal cicunstincia, observou argutemente 0 Miristro Septveda Pertenoo, do STF, em voto proterdo no acérdéo supramencionado, que “a toria da equiveléncia das condigdes néo € levada, sequer na ordem penal, 8s suas tiimas consegiéncias; ela é temperada pola forpa infernptiva da cadeia causal, reconhecida @ superveniéncia da causa reletivamente independenle (..). 0 que limita a teva da equivaéncia das condicdes é a causa rolatvamente independent, vele dizer, aquela que, leveda @ teora Utimas consequéncias, também sera considerada condicao do resultado" ‘A causa rolainamente independente & aquela que, em aperaca sintose, toma remoto 0 nexa de causalidade anterior, importando aqui no a distncia temporal entre @ causa oigndra & 0 8 Tal Elimentate de Ort Chi Boia, vil, Bales Pas: Bryant Sey, 1854, 0.983, 818, Pola mporanca do suo, mos 9 opaturaetraneaigdo do passe agnel: expression onznage noc es un term inoropre & U8 {um ie, On se set dabord ee ella expression our quai dos choco as denis (.) Le camnage nde. ne oan jamais Lau a répaston len nassreexrracue, rien mare aqulleme, En rie ersqcn dt quly a ‘drinage inet on ered sirgementsoulgeor qe relaoncausle ext pas, r, nous evens vgs, pour qua leroaton casa exis, re faut pas quale st doce ele pet ee insect casta-ire médias Fnetantou el fx conse. Clet coe le cara Se mien do a rtxoneausle cul pina. ln que nous Fevons dy & lon cause ndcessale rue le domage est une sie can de aut Ee cose des que cle ceriude mds pls, Gee et sla ela sul L'earessio ‘orage ec, gui pt b ‘onus, deval Sac spare de note aoe” "san, Gabel Laren do case o fet cars conion dl vesponsabi cil, cp 708, que eceseea: ‘Anal ‘angus, nlc da dommage det outer lon causal cine cofomémnen then de Fiance dhs condor. " VST, Gioranna. Tala dl responses lus. Go Aka Crue). 2 Buenos Ares clo Astea, 198, 256-287, para quom a nomatva a estn se pra aera slo un asp ce enatia que tabivekrams se fa ld def emusakd jure, sede, ol aspen que consist en peguna al incumplmeroo hecho Ho can caus recesses do dlominadasconsacuorces ares edits, o eons locas a Rolsta Jurca 296 - Junho/2002 ~ Doutrina clio, mas, sim, © novo vinculo de necessariedade estabolecido entre @ causa superveniante & 0 resultado danoso. A causa anterior detxou de ser considerada, menos por ser remota e mas pela interposico de oura causa, responsavel pela produgéo do efeto, estabelecendo-se outro nexo de causabade. Repita-se, pols, alnda uma vez: a despeito das teorias nominalmente adotadas pelos Tbunais bresleios, prevalece empiemente a investgagdo do nexo causal necessério para a

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