You are on page 1of 28
CAPITULO 1 INTRODUGAO GERAL C. R. Ellenport De acordo com Vesalius (1543), a anatomia “deve ser corretamente considerada como a base lida de toda a arte da medicina e como a sua intro- dugao essencial”. Deve-se entender também que a natomia apresenta uma grande parte da termino- logia médica ao estudante. ‘A anatomia é 0 ramo da biologia que lida com a forma ea estrutura dos organismos. Esta, portanto, ‘em intima relagio com a fisiologia, que estuda as fungées do organismo. ‘Etimologicamente a palavra anatomia significa separagio ou desassociacgao de partes do corpo. No periodo inicial de seu desenvolvimento, a anatomia tra uma simples ciéncia descritiva, baseada em ob- servagoes realizadas a olho nu € com o uso de ins- trumentos simples de dissecagao — bisturi, pinga € ‘outros. Naquela época 0 termo expressava adequa- damente a hatureza do objeto de estudo, Mas com a expansio do objetivo da ciéncia ¢ com o crescimento dos conhecimentos anatOmicos, tornaram-se ne- ceaviias subdivis6es € novos termos foram introdu- aidos, para designar areas especificas e métodos de trabalho. Com a introdugio do-microscépio, e seus ‘essbrios, tornou-se possivel estudar detalhes mais inos da estrutura de minisculos organismos até entao desconhecidos. Este campo de pesquisa desenvolveu-se rapidamente na ciéncia da anatomia microscépica ou histologia, como é convencional- mente distinguida da anatomia propriamente dita ou macroscépica. Da mesma forma, 0 estudo das transformacées que os organismos sofrem durante 0 desenvolvimento, logo obteve suficiente importan- cca para ser considerado, em termos praticos, como tum ramo separado, conhecido como embriologia. A aplicagio deste termo é geralmente limitada as fases iniciais do desenvolvimento, quando sio formados (0 tecidos e érgios. O termo ontogenia é usado para designar 0 desenvolvimento total do individuo. A historia ancestral ou filogenia das espécies € consti- tuida pelas modificag6es evolutivas que sofreu, mos- tradas pelos registros geolégicos. ‘A anatomia comparada ¢ a descrigio e a compa- ragdo das estruturas dos animais, e estabelece os cri- térios para a sua classificagdo. Através deste pro- cesso — sendo objeto de esttido inclusive formas ex- tintas — tem sido possivel demonstrar a inter-rela- ‘cao genética de varios grupos de animais ¢ elucidar S significado de muitas peculiaridades de estrutura, que de outia mancira seriam obscuras. As dedugoes telacionadas as leis gerais sobre forma ¢ estrutura, que derivam dos estudos de anatomia comparada, constituem a ciéncia chamada morfologia ou ana- tomia filoséfica. Contudo, 0 morfologista lida so- mente com os dados anatOmicos que sio necessarios para formar a base para as suas generalizagoes. O Eonhecimento anatémico necessirio para a pratica médica e cirtirgica é, evidentemente, de carater di- ferente e precisa incluir muitos detalhes que nao so de interesse particular para o morfologista ‘A anatomia especial ¢ a descrigio da estrutura de um simples tipo ou espécie, por exemplo, antropo- tomia, hipotomia. "\ anatomia veterinaria € 0 ramo que lida com a forma e a estrutura dos principais animais domésti- cos. £ geralmente estudada tendo em vista a forma- ge profissonale, portanto, € de carter altamente jescritivo. Sao utilizados trés métodos principais de estudo — 9 sistematico, 0 topografico € 0 aplicado. Este livro usa a abordagem sistematica, onde 0 corpo € visto como constituido de sistemas de drgios ou ap: telhos que séo semelhantes em origem e estrutura ¢ festio associados na realizagao de certas fungoes. AS divisdes da anatomia sistematica sao: (1) osteologia, descrigao do esqueleto (oss0s e cartilagem), cujas fungdes Slo apoiar e proteger as partes macias do corpo; (2) sindesmologia, descricao das junturas, Cujis fungoes sio dar mobilidade aos segmentos dos ‘Ossos rigidos e manté-los unidos atraves de fortes faixas fbrosas, os ligamentos; (3) miologia, descri- Go dos musculos e estruturas acessérias que funcio- fram para colocar os ossos € as articulacdes em mo vimento; (4) esplancnologia, descricao das visceras incluindo os aparelhos digestivo, respiratorio ¢ turogenital, o peritnio € as glandulas endécrinas); (5) angiologia, descricao dos érgaos da circulagao (coracao, artérias, veias, linfaticos e bago); (6) neuro- logia, descricao do sistema nervoso; sua funcao controlar e coordenar todos 0 outros érgaos € es truturas; (7) 6rgaos do sentido, que poem o indivi- duo em contato com o meio ambiente, ¢ (8) tegu- mento comum, que funciona principalmente como Um revestimento protetor do corpo, come uma parte importante do sistema regulador de tempera- tira, voltado para as sensagdes e com poderes limi- tados de excrecdo e absorcio. ““Ainda que a aquisicao ea organizacio do conhe- cimento anatémico seja facil para os iniciantes, quando aprendido por sistemas, os estudantes dos Campos de medicina precisam estar sempre atentos pars aprender as relagdes das varias partes, para Pom cada uma e com a superficie do corpo, porque 0 3 propésito final de seus estudos é visualiza-los em espécimes vivos. Em adigéo a disseccéo do corpo, 0 ei ds ssn pein Sp pb oo tudo da anatomia da superficie, da anatomia seccio- nal e da anatomia radiologica™ (Goss, 1966). © termo anatomia topografica designa os méto- dos pelos quais as posigdes relativas das varias partes do corpo sio rigorosamente determinadas. Pressu- poe um conhecimento bem sedimentado de anato- mia sistemitica, As consideragdes sobre os fatos ana- tomicose suas rele com a rug, diagnéstico fisico € outros ramos praticos vio denominados ana- tomia aplicada. TERMOS TOPOGRAFICOS Para que a posigio ea divegao das partes do corpo sejam indicadas precisamente, empregam-se certos termos descritivos que precisam ser conhecidos desde ji. Assumimos, na explicagio destes termos, que scjam aplicados a um quadripede na sua posi- Gio ereta normal (Fig. I-1). A superficie orientada em direcao ao plano de apoio (solo) é denominada ventral ¢ a superficie oposta, dorsal; os relat mentos das partes nest direcdo sto denomii de forma correspondente. O plano mediano longi tudinal divide 0 corpo em metades similares. Uma estrutura ou superficie que esti mais préxima do plano mediano do que uma outra é chamadia medial (ou interna) a ele, ¢ um objeto ou superficie que esta mais distante do’ plano medial do que um outro é€ chamado lateral (ou externo) a ele. Os planos para= lelos ao medial sio say lanos transversos ou segmentares cortam 0 €ixo mais longo do corpo petpendicularmente ao plano mediano, ou um 6rgao ou membro em Angulos retos ao seu eixo mais lonyo. Um plano frontal € perpendicular aos planos mediano ¢ transversal. O termo também ¢ usado em referéncia a partes dos membros ou de varios 6rgios cortados no mesmo sentido. O lado do corpo mai proximo 4 cabeca é denominado eranial ¢ 0 mais DORSAL CAUDAL PLANO _~ TRANSVERSAL GERAL proximo a cauda, caudal; as relagdes de estruturas Com respeito ao eixo longitudinal do corpo sio de- nominadas em conformidade, Com respeito as par- tes da cabega, o> termos correspondentes sio rostral € caudal. Certos termos s4o usados em sentido espe- Gial quando aplicados aos membros. Proximal e dis- tal expressam distancias relativas das partes em rela- ‘cao wo cixo longo do corpo. Abaixo do carpo os termos usados sto dorsal e palmar e abaixo do tarso, dorsal c plantar. Os termos superficial ¢ profundo (profundus) s30 siteis para indicar dist’ 1 partir da superficie do corpo. NOMENCLATURA (NAV, 1972) “Até 1895 no havia acordo geral sobre a nomen- clatura da anatomia humana ou veterinavia. Cada hagio possuia seu proprio sistema de terminolog; inda que houvesse uma base comum que se ester dia atvavéy da historia. Muitas estruturts possuiam nomes diferentes em diferentes puiises € muitas cram denominadas com 0 nome da pessoa que havia feito a sua primeira descrigao. Em muitos casos 0 mesmo 6rgio estava associado com os nomes de di- ferentes anatomistas em paises diferentes.” A partin daquela data tem havido diversas Nomina Anatomi. as; a primeira Nomina Anatomica Veterinaria in- ternacional foi publicada em 1968 (veja NAV 1968 € 1972 pana a su histOvia € membros) ‘Os seguintes principios, que esto, em grande parte, de acordo com os da N.A., tém servido como guias’no trabalho do Comité Internacional sobre Nomenckatura Anatomica Veterinivia (C.LN.A.V.) + Fora um niimero muito limitado de excecde: cada estrutura anatémica deve ser designada por um tinico termo, "2, Cada termo deve estar eri latim na lista ofi- Gial, mas os anatomistas de cada pais estio livres para traduzir os termos ofiias do iii para gua de ensino, PLANO MEDIANO \ * PLANO FRONTAL, VENTRAL Figura 1-1, Termos de posigho e diresio. INTRODUGAO GERAL "3, Cada termo deve ser, dentro do possivel, 0 mais curto e simples. |. Os termos devem ser ficeis de ser relembrados, ‘edevem possuir, acima de tudo, valores instrutivos € descritivos.” Estruturas que estao muito relacionadas topo- gvaficamente devem possuir nomes similares; por exemplo, atria femoral, veia Femoral nevvo emo. “6. Os adjetivos diferenciais devem ser geral- mente opostos, como maior € menor, superficial € profundo. “7. Os termos derivados de nomes préprios (epo- rnimos) nao devem ser usados. ‘Com respeito os termos de divecao, as seguintes regriis foram adotadas depois de longay delibera Gdes: 0s termos cranial e caudal aplicam-se a0 pey cago, to tronco, 3 cauda € aos membros, tao distais 5 quanto sejam da extremidade do antebrago ¢ da perna. Os termos dorsais e palmares so usados para ‘as maos e dorsais € plantares para os pés. Na cubeca, 0s termos rostral, caudal, dorsal e ventral sto pret ridos, com os termoy anterior, posterior, superior € inferior usados para poucas’ localizagoes, como 0 slo ocular a plpebras ¢ ous interno, Medi! € lateral sao usados em todo o corpo, exceto que axial c abaxial designam os lados dos dedos nos mamiferos domésticos, excluindo-ve 0 cavalo. “Nenhuma nomenclatura cientifica pode ser con- siderada completa e permanente enquanto houver pesquisa em seu campo. Pesquisa em anatomia geval dos animais domésticoy € realizada ativamente em todo o mundo ¢ tem sido aceletada pelo interesse nos problemas nao abordadoy pela NAV. Esperacse, portanto, que sejam necessarias freqiientes revi- BIBLIOGRAFIA coms, €,M. 1966, Gry's Anatomy of the Human Body. 28th ed Lea "E Febiger, Plladetphia Lint J 6 de. 1926. Atle ofthe History of Medicine. 1. Anatomy. ‘Lewis, London, snina Anatomica 1966. 3rd ed, Excerpta Medica Foundation, ‘Amsterdam Nomina Anatomica Veterinaria. 1968. World Association of Veter Nomina Anatomica Veterinaria. 1972, 2nd ed, World Assoctton of Singer. €. 1937. A shor history af an “Greeks to Harvey. Dover. New V Vesaive, A194, De Humans Corp the furan body omy and phystology from the Hs Fabrica (The workings af ANATOMIA NA RADIOLOGIA M. A. Emmerson A IMPORTANCIA DA ANATOMIA PARA O RADIOLOGISTA “Para ser profciente no campo da diagnose ruioligica peut ibe jamaica com @ anatomia Ya- SCHEBITZ E WILKENS OQUEEA ANATOMIA RADIOGRAFICA? © posicionamento apropriado do paciente é de grande importincia para o radiologista veterinatio, a fim de obter a melhor radiografia possivel.* A melhor radiografia ainda é dificil de ser interpre- tada; a radiografia fraca € quase impossivel de ser No animal vv, nio € possivelcolocatoflme de raios X no plano frontal ow mediano efa a Fig. 1-1). Portanto ofeixe de ras X tera que pasar inteiramente através da cabegs, pescogo, pelt, ab- Afome. pee e eanda anes de ating semina emutdo do ime de alot X Quando o fee de raios X passa de lad a lado, ou de tina para belo, o poscionamenta € deignado conforme requ Enviada 4 exqucrds sida diel; bteral exquerda-dire. Entrada & dirt aida bexquerda; lateral dieita-esquerda. Entrada nas cosas —salda sobre a lina; dorsoventa Entroda sobre a linha —saida nas conan; ventrodorsal Para os apendices, 0 uso do "plano transversal” no sufeente. interpretada com preciso.” Desta forma, para se obter uma excelente radiografia, para fins diagnos- ticos, o paciente tem que estar adequadamente posi cionado. A aquisicio de conhecimentos anatémicos tidimensionais é, portanto, necessiria para que se seja cientifico ao invés de depender da sorte para a obtengao da melhor chapa de raios X. (O tratamento das lesdés internas de 6rgies espe- cificos com energia radiante (terapia de raios X, por exemplo) exige que o radiologista conheca a posigdo do érgao que esti doente, ¢ aproximada- Mente sua profundidade abaixo da superficie do corpo, para que receba o efeito miximo do feixe de 1ios X adequadamente direcionado. so venham a ser usados implantes de energia radiante, tais como sementes de radon ou agullias (0s seguintestermos de povcionamentasio de wso comum: Entrada anterior (ranisl) — saida posterior (caudal); vita anteriorposteir Entrada posterior (caudal) — saida anterior (cranial); vista posterioranterior Entrada lateral Entrada medial — sida lateral vista mediolateral A terminologia usada para orientar o interpretador de vistas cblguas wre Tadiografine tera que se relegada a0 estido "em Drofandidade” da radhologia vterindria sida medial; visa lateromedial de radio ou de cobalto, a adequada colocagao destes materiais no 6rgio doente requer conhecimentos anatémicos quanto ao érgao, bem como conheci- mento da putologia da condigao da doenga. A ana- tomia é basica para o sucesso na diagnose e no’tra- tamento das doengas dos animais quando se usa a energia radiante. POR QUE A ANATOMIA PRIMEIRO? Torna-se logo dbvio, para a pessoa que se prepara para a carreira nas ciéncias médicas, que 0 conheci- mento da morfologia normal do corpo ¢ a designa- 40 adequada das estruturas — através de nomen- claturg aceita tanto local quanto universalmente — é fundamental para o aprendizado, para a comunica- saove, eventualmente, nas contribuigées pura o avango da ciéncia médica. As doengas, muitas das quis S40 descobertas no inicio através de exames de aos X ou fluoroseépicos, s40 muitas vezes designa- das por pelo menos uma parte de seu nome anaté- mico (por exemplo, osteite, nefrite, artrite, com o 0880, Orgao ou atticulagdo especifica incluida na de- signacio). Que confusio caética nao seria se todos tivessem nomes diferentes para os érgaos do corpo, as doengas, ou as anormalidades anatomicas! Portanto € axiomatico que a anatomia seja basica e fundamental para 0 desenvolvimento, a aplicagao e © avango de todas as disciplinas da ciencia médica e da satide, incluindo a vadiologia © QUE E RADIOLOGIA? Por definigio, a radiologia € 0 ramo da ciéncia médica que lida com a aplicggio diagnéstica e tera- péutica da energia radiante, incluindo raios roent Ken, 0 radio, ¢ isdtopos radioativos.* Todas as utilizagoes da energia vadiante na medi. cina, tais como a radiografia, a fluoroscopia, a tera. pia através de raios X e as utilizagées terapéuticus ou investigativas dos istopos radioativos, estio inelui- ncia da Radiologia. © QUE E RADIOLOGIA VETERINARIA? A radiologia veteriniria & 0 ramo da radiologia que lida principalmente com as aplicagées diagn dati cas ¢ terapéuticas da energia radiante nas doengas de todos os animais que por direito estao sob a juris- digao do veterinario.t Isto inclui todas as espécies domésticas, animais de zoolégicos e espécies exdticas utilizadas na pesquisa e normalmente designads como animais de laboratorio (Medicina de Animals de Laboratério). Além dos raios roentgen, as fontes mais comu mente usadas de energia radiante em medicina ve. terinaria so 0 radio ou sementes ou agulhas de 1a. don, placas ou agulhas de cobalto 60 (incluindo o fio) e 0s aplicadores beta. *Das exigéncias do Conselho Americano de Radiologia para o cer- tificado em radiologia, {Definigio modificads do Conselho Americano de Radiolog para satisfazerexigéncias da Medicina Veterinaria, GERAL © QUE E 0 RADIOLOGISTA? © radiologista € qualquer pessoa quialificada por treinamento nas ciéncias médicas e na fisica radiol6- gica para usar a energia radiante nas areas de diag- ose, terapia e pesquisa da medicina. © QUE SAO RAIOS ROENTGEN OU “RAIOS x"? Qs raios X foram descobertos em 1895 por \ thelm Conrad Roentgen, um fisico alemio (Emmer son, 1952). A historia da descoberta dos raios X uma das niais fascinantes na historia da ciéncia. Os raios X so ondas eletromagnéticas ou acimulos de energia na forma de ondas que se deslocam a 186,000 milhas por segundo, O comprimento da onda dos raios roentgen é extremamente curto. Os comprimeitos de onda utilizados nas diagnoses mé- dicas veterinarias sio de 0,1 a 0,5 A Os raios gama sio fisicamente idénticos aos raios X curtos, mas si0 emitidos por determinados elementos radioativos. O conceito de importincia para o estudante de anato- mia € que 0 feixe de raios X é tio mintisculo que pode. passar através dos atomos dos tecidos de um animal ¢ que apenas determinadis partes do feixe de raios X serao “paradas" ou “absorvidas” pelos eléctrons, protons ou néutrons em érbita nos tecidos expostos. Desta forma, é importante que o radiolo- gista veterinivio aprenda anatomia em tés dimen- ses. Excmplo: A sua frente hi um clo anestsado, Voctseecbe um daquclesamiquadorsiinets de chpevs de senhoras ¢€ als $l emnpurrs lo, de pona,srads do ora da equerda para Tein eres quarts 3 quits costs aio do eather cntc ligament suprsenpnhino e 9 eterno. Emivora sore nao pws realmente vers pont do altace penctrare emergirds cols ares tra anatmiea, ck ever er cp de visual cm su mete (doravanectaa comme seu "cho de as X7) ea estrus ques $lfnetesraena st cmergir no ado dro do peo Ager fine Iteralment,mihoes le alintes pasando aoanéso pr ‘oo que fare fede nos X quand ve tia una sehape de sor 3 cutadigrata do pete de ne, COMO OS RAIOS X MANIFESTAM SUA PRESENGA? Os raios X manifestam sua presenea, pelo menos, de quatro modos diferentes: (1) efeito fotografico: (2) efeito fuorescente; (3) efeito biolégico; e (4) efeito ionizante, EFEITO FoTOGRAFICO. Os raios X penetram na matéria s6lida; os de ondas de comprimento mais curtas possuem um maior poder de penetragao e s40 conhecidos como "raios duros”. Na sua passage através da matéria, 05 raios X sio absorvidos, sua jwantidade dependendo do niimero atémico eda densidade da substincia ubsorvedora. Osos Gace © seu teor de calcio, absorve raios X muito mais fa. cilmente do que os tecidos moles do corpo. Os raios que penetram no corpo fragmentam os cristais de brometo de prata, na emulsio de um filme de raios X, de modo que, ao serem revelados, estes Sio rapi- damente reduzidos ao “preto” da prata metilica, A isto denomina-se radioluscéncia, Os raios absorvi- dos por determinados tecidos (por exemplo, 0 0880) nao alteram os cristais de brometo de prata que so dissolvidos ¢ removidos no processo de fixacao, dei. xando o filme claro; desta forma, diz-se que 0 0ss0 € INTRODUGAO GERAL radiopaco. Entre estes dois extremos temos muitas gradagées de opacidade, de modo que o filme to- talmente processado torna-se agora um registro fo- tografico da capacidade de penetracio dos raios X re urna determina parte do corpo. Este registro & denominado um radiograma ou radiografia*, es- quiagrama ou esquiagrafia*, roentgenograma ou roentgenografin ou, pel leigos de chaps de raios EFEITO FLUORESCENTE, Quando 0 feixe de raios X tinge uma cartolina forrada com determinados Crista, ela faz com que esses cristais fluoresgam ou emitam luz visivel. As variagdes da quantidade de feines de raios X que atingem os cristais fuzem com que a imagem surja no exame fluoroscépico. EFEITO BIOLOGICO. Deve-se lembrar que os raios X sio sempre destrutivos para os seres vivos Quando a destruigao do tecido vivo nao for maior (Ox termos marcados com um asterisco (*) sio os mais comumente uvidos ou Usados. 7 do que possa ser reparado, muito pouca reagao dos tecidos € observada. Na pele nao pigmentada, a primeira reacio visivel ¢ a vermelhidao ou eritema; O sinal seguinte a queda dos pélos, ou depilagao; e, finalmente, vem a morte do tecido ou queimadura por raios X. A irradiacao por raios X, de todo 0 Corpo, altera a contagem sangitinea, é letal em altas doses'e pode causar mutagdes dos genes em doses menores. Doses repetidas de raios X so acumulati- vas, A exposigao desnecessaria aos raios X deve ser josamente evitada. EFFITO IONIZANTE. O ultimo método de detectar a presenga de raios X € 0 método de ionizagao. De ferminados gases recebem e retém uma carga elé trica conhecida. Quando um dispositivo tal ‘como uum medidor “t", ou medidor roentgen, for colocado em um feixe de raios X, as ondas eletromag removem ou neutralizam a carga elétrica contida, de modo que a perda de carga pode ser mensurada. Tal dispositivo € usado para calibrar ou determinar Figura 1-2. Feto de bovino imediatamente apés 0 segundo trimestre de gestach. tras caeifcadas esto realgadas. O bezerro nio possui nem ar ingpvado pues e traquéa invisives) nem aimento deglutido (nenum gas no est6mago, intestines, clon ou reto), & dif verse 0 Gafrogma eparando o peito ¢ 0 abdome) Note a homogencidade da densidade dos tecidos moles. Somente as estrutu GERAL Figura 1-3. Feto de bovino; o mesmo da Fig. 1-2, porém no sistema circulatorio foi injetado através das artérias umbilicals um meio sadiopaco. Note oe renhur ar nem gis nos trator espiratovio ou digestivo, a quantidade de raios X, produzidos por um deter- minado aparelho e usado para tratar de tumores € outras doencas. A unidade de mensuragio é 0 roentgen, designado por um “r" mintsculo. roentgen,* é uma dose de exposigio de radia- Go X ou gama, tal que a emissio, corpuscular asso- Giada por 0,001293 g de ar produz, no ar, ions car- regando uma unidade eletrostatica de quantidade de eletricidade de qualquer sinal. COMO PODE A RADIOLOGIA AJUDAR-ME NA ANATOMIA? A pressio de conhecimentos sempre crescentes, na medicina veterinéria ¢ outras ciéncias do setor de satide, tem sido um estimulo para o reexame dos meétodos de ensino da anatomia e de outras discip nas profissionais. Uma resposta superficial a ‘tal pressio € a de reduzir o tempo e 0 contetido dos USS. Dept. of Commerce, 1960, 1961 to que o sistema cireulatério possui na delineagio do térax e do abdome. A ciculagio fetal esté bem ilustrada. Ainda nao ha cursos de anatomia, Entretanto, as fronteiras em expansio, no campo clinico e outros relacionados muito provavelmente nao serdo sérvidas pelo ensino reduzido de anatomia, embora scja altamente provavel que avangos possam ser realizados na efi- iéncia da apresentagao da anatomia. Para ser eficaz, a anatomia terd que ser ensinada e aprendida como uma disciplina tridimensional, para que o pratican- te (ou cientista de animais de pesquisa, se for o caso) seja capaz de visualizar as modificagoes (pato- logicas ‘ou outras) que se realizam no corpo com vida. Embora a mesa de disseccio seja provavel- mente o melhor lugar para se aprender a anatomia tridimensional, 0 exame fluoroscépico ¢ ra- diografico de determinadas estruturas ou érgaos pode muito contribuir para a precisio da “foro men- tal" a ser desenvolvida pelo aluno. Por exemplo, € muito mais exata a determinacio das tensdes trabe- culares em um osso, através da radiografia, do que pela serragem do osso 20 meio. Um outro exemplo é © notavel melhoramento, no conceito mental do INTRODUGAO GERAL aluno, com relagao ao suprimento sangiineo.de um Srgio’ou especie espectico que pode ser obtido pela injegio, no sistema vascular, de uma tintura Tadiopaca ¢ a realizagao de sua radiografia (Figs. 1-2 ¢ 3). Ambos 0 exemplos apresentados criam uma imagem mental mais precisa e contribuem grande- mente para a eficiéncia de apresentagao € na con- servagao de tempo. Mais ainda, a anatomia radiografica é uma ferra- menta essencial para o praticante e 0 auxilia muito a Visualizar anormalidades do corpo em vida, nao prontamente acessiveis a olho nu. Seria muito vanta- Joso para o veterinario neéfito se os seus instrutores, has ciéncias médicas veterinarias basicas, soubessem mais sobre as doencas e as anomalias encontradas 1 pratica, fase da medicina veterindria que ainda exige mais homens-hora do que qualquer outro campo reconhecido, Ser capaz de associar determi- adas areas ou regides anatémicas com os males de nimais, de ocorréncia mais comum, € mais de- scjivel para o estudante do que a dependéncia na memorizagio. Muitos instrutores, com consideravel experiéncia de ensino, podem lembrar-se de alunos que podiam citar quase literalmente 0 texto ou notagdes, mas que, 20 serem questionados um pouco mais, eram incapazes de reconhecer a estru- ura que foram solicitados a descrever. Tal “conhe- cimento”, que é pura memorizacio, obviamente nao éconhecimento algum. A anatomia til € a anatomia visual; 0 quadro das estruturas ¢ as relagées que podem ser visualizadas mentalmente, e nao as pala- ‘ras utilizadas para descrever a estrutura, Os raios X ajudam a desenvolver 0 quadro mental, ou melhor ainda, “o olho de raios X". COMO PODE A ANATOMIA® AJUDAR-ME NA RADIOLOGIA? Para ser proficiente na interpretacio radiografica (diagnose radiografica ou de raios X), € preciso pri- meio ter algum conhecimento sobre a anatomia da regido que foi objeto dos raios X. Trés elementos ou Compostos encontrados no corpo sadio ¢ normal re- Sultam nas “sombras” de raios X vistas na chapa. Eles sao: (1) Ar — na boca, nariz, seios paranasais, traguéia, pulmoes, estémago, intestino delgado de individuo em amamentacao, célon ¢ reto. (3) Agua no sangue (ela é a resposta para a densidade dos grandes vasos sangilineos) ¢ orgios cheios de san- ue, tais como 0 figado, o baco € os rins ¢ a bexi theia de urina, Os fluidos fetais no titero gravido ‘aumentam a densidade dese érgio em relagao & do estado nao gravido. E, por tiltimo, sio observadas Sombras no estomago ou intestino delgado logo apés a ingestao de fluidos. (3) Minerais — de principal Significacio € o calcio encontrado nos ossos e, as veres, no misculo € no epitélio dos individuos mais Yelhos. Isto é no¥malmente, mas nem sempre, atr buivel a algum ferimento ou doenga anterior. Torna-se perfeitamente evidente, entéo, que um conhecimento prévio da anatomia é absolutamente necessirio para se interpretar as valiosas informa ‘Goes diagnésticas disponiveis no exame radiografico 6u fluoroscépico de um animal. Uma compreensio precisa da morfologia dos ossos ¢ articulagdes, suas Uiferencas e sua idade, é primordial para a interpre- tagio precisa de uma radiografia. As variagdes no suprimento sangiiineo de determinados érgaos (Figs. 1-4 e 5, Aa E) ajudam o radiologista diferen- iar entre o normal e o patolégico. A inflamagio é a reagao do tecido vivo 3 irritagao. Ela € acompanhada por aumento no suprimento sangiineo ou o sin- toma cardial, “rubor” ou “vermelhidéo”, A menos que o tadiologista tenha alguma idéia do supri- mento sangiiineo, conhecido como normal a uma arte, nao serd capaz de diagnosticar corretamente a Inflamagao dessa parte quando ela for atingida por algum proceso de doenca. Pode-se ver, desta forma, que a avatomia é um conhecimento basico essencial para 0 radiologista consciente, ¢ que a radiologia pode ser um grande auxiliar para 0 anatomista € para o aluno de anato- mia na obtengio do “olho de raios X" das varias estruturas anatémicas, de modo que ele nao precise lembrar-se de palavras memorizadas. 0 QUE E COMO DEVO ESTUDAR? Infelizmente, o aprendizado de a vezes & considerado como um feito de men pura. E bem certo que para comecar, precisamos memorizar determinados assuntos, € depois usar repetidamente 0 que memorizamos a fim de reté- Jos. Muitas pessoas, que sio geralmente tidas como bons anatomistas, ndo alegariam possuir memorias particularmente boas. Na verdade, o estudo da ana- tomia deve ser direcionado no sentido da aquisicao de uma boa compreensio do assunto ¢ néo na lem- branca total de uma massa de mindcias. Qualquer dlinico pode assegurar que os detalhes anatémicos de que se lembra sao bastante limitados aqueles que ele usa com bastante freqiiéncia. A vantagem de ter-se conhecido outrora mais fatos situa-se, princi- palmente, nos conhecimentos gerais aos quais esta Aquisigao leva, a saber: (1) capacidade de com: preender o fundamental e nao a anatomia deta- Thada envolvida nos problemas clinicos particulares; € (2) facilidade relativa de reaprender ¢ expandir 0s znossos conhecimentos em um determinando campo, ‘caso seja necessario. (© falecido Professor Harry Lewis Foust, em de- terminada ocasiao, declarou a este escritor que “uma pessoa nunca aprendert demais, que é melhor aver aprendlido algo que nunca ser usado do que de repente precisar de alguma coisa que nunca aprende ‘Como a anatomia a uma ciéncia visual, em que as descrigdes. verbais sto sempre inadequadas, seu aprendizado requer a observagio cuidadosa, de pre- feréncia repetidamente e de perspectivas diferentes. Na anatomia grosseira, entio, o principal estudo tera que ser efetuado na sala de disseccdo, onde o repetido trato revisto é possivel. Diferentes pers- pectivas podem ser obtidas através da correlacio do que € observado na chapa de raios X ao que € efeti- vamente observado no espécime dissecado. Exceto para fins de comunicacées, ao prestar um ‘exame ou na conversa com os colegas, a anatomia *Comunicagio Pessoal — Harry Lewis Foust, exchefe do Depar- ‘amento de Anatomia Veterinaria, lowa State University, Ames, 1927 4 1951. 10 Figura 14. Arteriografia de um utero de bovino (espécime fresco injetado) vista dorsoventral, 9,5 dias apés 0 lustrando « magni funcionamento. © como uterino dircito foi 9 coro reprodusida na Fig. 15 A até E titil € a anatomia visual; © quadro de estruturas relagdes que podem ser obse ‘olho da mente” ou no “olho de raios X", e nao as palavras utilizadas para descrever a estrutura, QUANDO A ANATOMIA POUCO ATRAENTE SE TORNA ESPETACULAR? A estrutura que da a uma massa de protoplasma sua eventual beleza artistica é denominada esque leto: O esqueleto € composto de ossos e articulagdes GERAL BURSA Sf Corno uterino direito do estro, imde do suprimento sanguineo (hemodinimics) aos érgios reprodutivos da fémea, especialmente ao ovirio emt ‘révido para 0 primeiro e Unico bezerro desta vaca. A delineagio retangular representa a rea O veterinario ne6fito comega seu treinamento pro- fissional pela osteologia — 0 estudo dos ossos ~~ € sindesmologia — o estudo das articulagoes e dos li gamentos. O aluno iniciante recebe uma “caixa de ossos” © é solicitado a estudé-los. Isto pode tornar-se pouco atraente , a menos que ele possa receber demonstracdo de uma apresentagao interes- sante daquele oss0 ou articulagao, em uma chapa de raios X. Um 0350, por seu teor de calcio ¢ elevada radiopacidade, normalmente é a caracteristica mais marcante de uma radiografia, Poucos iniciantes em INTRODUGAO GERAL Figura 5, Arn ttere-orarinadrla de wn ae ina uevovental Wr usta hora apts o ini do “co ero) O (oltsS'de Grated em delneade pels seri, 0 a ae alas natin pos eas Berne i de coeur apa. poe Ob ote se rrcrnlicramenie mle dena de que edo sere 3 dois mercelre Nos naaesa he ees Aidoe ramads vocalr metal é ee mid rari st de formateladale ean ian quaresapte a th ch ean Ske rotgetee terantos 2 Selanne SRG se tarps sar” ou cceraiinerty Mi cuinene suo to com Se otra peleterse se grate tuedaviarioe oetoenia a SERN ftattimea ns Covmparie a0 plo eae (A lusraqo continue na pagina segue) Figura 1.5. Area Stero-ovariana direita de uma vaca, vista dorsoventral (Continuaga). C. Nove dias e meio apés a vinda do cio (inicio do sito). Area tetangular aumentada da Fig. 1-4 feo mano eo numero de ¥atos sangiiness para © corpo liteo e dentro dele (CL). O corpo liteo Mi iu seu manho miximo e doravante tornarse-d me- thor organizado e gradativamente regridit, t€ nio mais exisirformagao de novos foliculos, Um método de superar a “auséncia de cio” ou anestro€.a extirpa ‘Gio manual do corpo liteo através do reto E perigoso cextirpar um “corpo amarelo” ou corpo Iiteo neste ‘stigio do ciclo, por causa de uma possivel hemorra: Bia fatal, Deve-se esperar ateque o corpo liteo mestre Sinais de organizagao e regressio e/ou até que haja certeza de que o animal nio estd grivido. A extirpa 40 manual do corpo liteo antes do sétimo mes de ravider norm: Gtero-variana escus ramos 19 Menor, menos tortuous ede mene numero, apesar da aparente persstencia Uo supric mento sanguinea do corpo lito (CL) Enurctanta, corpo hiteo ests mostrando sina de organieas regressio, Algumas arterioles e capilares foram sue tities por Nbroblasion 0 que € evdeneinde wes ‘maior radiodensidade do “corpo atnarle’, Cone o compo liteo regride, ele perde seu poder de evr novo desenvolvimento foiular; ashy agort ie ha ecessidade de extirpiclo manwalmente para iieat A isrogdo continua na pagina segunte) INTRODUGAO GERAL Area stero-ovariana direita de uma sta dorsoventral Continuogde) E, Oto horas apts 0 inicio do proestro, Note a redugao pronunciada no tamanhe do corpo lteo, do cielo anterior Tambem ha ums red notivel anéria uteroariana. Este corpo iteo perdu © teu poder inistrio, pots um foleulo de Graaf ex {querda.O corpo lite acima continuarda regredin. tiastos e, eventalmente, 86 haverd presenga de te ido de cicatrizagao branco, Todo o eco teinico Elda coma “corpo branco” ou corpus albicans anatomia percebem que os exames de raios X do sistema esquelético atualmente representam cerca de 50 por cento dos casosrem pequenos animais € cerca de 95 por cento dos casos em grandes animais, apresentados na radiologia clinica. Exames esque ticos em cies s0 os procedimentos costumeiros para diagnosticar doengas ortopédicas, tais como a displ sia do cotovelo ou do quadril, pan-osteite eosinofi- lica, osteocondrite dissecante ¢ as fraturas mais co- muns. Exames de cavalos claudicantes incluem, ro- tineiramente, as radiografias dos dedos e membros em particular. A extensio da “podridio dos cascos” no gado.¢ mais facilmente determinada através de uma ou duas radiografias, Para se interpretar ade- quadamente estes males ortopédicos, primeira- mente é necessirio conhecer a aparéncia de um osso normal ¢ como ele vai aparecer em uma boa radio- grafia. Visdes obliquas de um 0580, ou visdes em que 08 pequenos 03805 carpicos ou tarsicos esto super- postos sao de interpretacio muito dificil, a menos que tenhamos desenvolvido nosso “olho de raios X' estudado a morfologia distinta de cada um dos pe: quenos ossos, e depois ser capaz de visualiza-los, mentalmente, em sua perspectiva apropriada, Muitas doengas de desenvolvimento envalvem 0 esqueleto, de uma maneira ou de outra. Portanto, 6 imperativo que 0 aluno aprenda os conceitos basicos da formacio dos ossos (osteogénese), e entenda por que os ossos possuem a capacidade de se remodelar Para suportarem determinadas tensdes neles exer- Cidas. As articulagdes sto absolutamente essenciais para a locomogao. A aparéncia radiogrifica de uma arti- culagio é quase tio impressionante quanto a de um 0880, O denominado “espago articular” inclui todas as estruturas entre as placas de osso subcondral de dois oss0s adjacentes. Elas sio a cartilagem articular, a sinévia, a gordura intracapsular, os ligamentos ¢ meniscos, em determinadas articulagées, que o aluno de anatomia tem obrigagio de aprender. Determinadas variagdes ésseas no esqueleto sto devidas a mudangas evolutivas. Um dos esqueletos mais simples para se comecar a estudar é 0 ics de um tinico dedo (solipedes) (Fig. ito mais facil de se estudar o dedo simples sior do cavalo € extrapolar-se para as espécies com Virios dedos, do que comecar com as espécies meno- res ¢ com varios dedos, em especial, radiografica- mente. No feto eqiiino observado na Fig. 15-22, no- tamos 0s grandes espacos, radioluscentes, entre os 0808 longos, as vértebras, e os ossos da pelve. Pelo que foi dito até agora, vocé explicaria a razio por que estas extensas ‘reas radioluscentes do feta nao podem ser demonstradas no adulto da mesma es Cie? Tenha certeza de que vocé sabe sua anatomia. Ela é a base sobre a qual todas as demais disciplinas médicas veterinarias s20 construidas. Ela é a base da medicina veterinaria, sua vocagao escolhida. Para voce, o aluno: Estude anatomia de todas as diferentes maneiras que vocé puder pensar além da memorizacao, de modo que sob circunstincias nor mais, bem como nas crises “de vida ou morte” voce possa imaginar um quadro preciso daquela parte do corpo que Ihe é solicitado tratar, mecdnica ou quimi- camente, por causa de doenga. HANTAUTN AE : 4 GERAL BIBLIOGRAFIA Anson, BJ. (ed.) 1966. Morris Human Anatomy. 12th ed. New York, P. Blakestem Disision, MeGrav Hill Book Co Emmerson, M.A. 1952. Xray therapy of some small animal dieses. Prec Book Am. Vet. Med. Assoc, 89th Annual Convention, Allanue City, June 23-26 Gardner, ED. J: Gay and 8 O'Rahilly. 1969, Anatoms: A gional Study of Human Structure 3d ed. Philadelphia, WB. Ssunder. Co, Goodwin, P. N.. EH. Quimby and R. H. Morgan. 1970. Physical Foundations of Radiology. sth ed. New York, Harper and Rom olinshesd, ‘1, 1967. Texthook of Anatom. nd ed. New York, Hocber Medical Division, Harper and Rom: Morgan. J.P. 1972. Radiology in Veterinary Orthopedics. Philadel hs, Les and Febiger Pansky, Band E. House, 1969, Review of Gross Anatomy. 2nd ed, ‘Landon, The Macmillan Co, Reuber, Wand ML A. Emmerson. 1939. Areriography of the in ternal genitals ofthe cow. J Amn. Vet Med. Assoc, 134-101-108. Schebltz, Hand H. Wilkens. 1968. Adas der Runtgenanatomie von ‘Hund und Prerd Berlin Paul Parey US. Dept of Commerce. 1960. Protection against radiation fom ‘sealed gamma sources, Handbook #73 of the National Council for Radiation Protection. National Bureau of Standards US. Dept. of Commerce 1961. Medical Xray protection vp to 2 rll volis Handbook #76 of the National Council fr Radia ton Protection, National Bureau of Standards Woodbume. RT. 1068 Essentials of Human Anatomy. 4th ed ‘London. Oxford Univereny Press VARIACAO ANATOMICA L.J. A. A anatomia € a ciéncia que lida com a estrutura dos organismos. Para fins de ensino, a anatomia grosseira pode ser limitada ao estudo a olho nu, au- xiliado pela disseccao, da arquitetura (estrutura'ma croxcépica) dos animais adultos normais (ou plan- tas), Um estudo abrangente da anatomia inclui um conjunto de varias ciéncias relacionadas, e é feito sob ‘nome genérico de morfologia, o estudo da forma. A estrutura e a arquitetura ou caraeteristicas mor- fologicas dos animais nao sio uniformes, e portanto, nao podem ser padronizadas. Por exemplo, hi mui. tas diferencas na pele das mesmas espécies. Mesmo no individuo, existem diferedcas entre érgios bila- terais (os303, misculos, articulagées, viscera, vasos, nervos). E um ditado anatomico que as variagbes sto os resultados mais “constantes”. Entretanto, € possi- vel estabelecer um padrao médio ou normal para qualquer grupo principal de animais, e reconhecer 0s desvios do padrao. Em cada grupo principal de organismos hé um plano geral de organizacdo. As variacdes nos deta- Thes do plano geral sio as caracteristicas da espécie; além do mais, € possivel um plano constitucional através do qual um individuo pode ser separado de outro. © plano geral de construgao baseia-se em princi pios morfoldgicos: (1) zigomorfismo; (2) metame- rismo; (3) tubulagio; e (4) estratificacao. 1, De acordo com o principio de zigomorfismo, cada animal pode ser dividido em metades direita e esquerda ou antimeros (partes ou pares opostos). A simetria bilateral grosseira nao subsiste apés um es- tudo preciso e detalhado (Guldberg, 1897). Orgaos pares ou homotipicos (dois érgios, sendo um em cada lado do corpo), tanto superficiais (olhos, ore- Ihas, tetas) como profundos (ovarios, testiculos, tins), apresentam ligeiras diferengas de tamanho, localizagao e relagoes. Os orgios impares (estrutura mediana unilateral ow dinica) também contribuem para esta assimetria; figado no lado direito, bago no esquerdo € 0 coragio predominantemente desviado DiDio para a esquerda. A esta assimetria morfol6gica bila- teral deve ser acrescida uma assimetria funcional (predominancia do uso de um lado ou do outro individuos direitos ou canhotos; a ovulagao nos bo- vinos corre mais freqiientemente no ovario di- reito). Variagdes unilaterais sao duas vezes mais fre- qlientes do que nas estruturas bilateralmente simé- tricas. 2. O principio de metamerismo dirige a homolo- ia seriada (segmentar); isto é, os Orgaos ou estrutu- Tas dispostos de acordo com uma série linear longi- tudinal. Estas estruturas (por exemplo, vértebras, costelas, membros toracicos ¢ pélvicos) sao denomi- nadas homodinamicas; elas sio encontradas em uma sucessio traniocaudal de segmentos semelhantes do corpo. Nesta disposicao, um tipo de polaridade (presenga de pélos) pode ser reconhecido; no polo cranial, encontra-se uma concentragao do sistema nervoso, enquanto que em certos animais, como no homem, o polo oposto ou caudal € rudimentar. O metamerismo € melhor visto em embrides e torna-se menos evidente nos adultos; ele pode ser tracado principalmente no esqueleto, misculo, vasos € no sistema nervoso. O plano metamérico envolve 0 mesoderma dorsal (somitos) e € reconhecivel no tronco € no pescogo. Na cabeca, o mesoderma ventral determina a dispo- sigio de estruturas tais como os arcos branquiais (branquiomerismo). Na regio faringea, cinco arcos branquiais podem ser encontrados. Eles so assim denominados porque correspondem aos arcos que sustentam as bringuias (guelras) dos peixes. 3. O principio de tubulagao determina a pre- senga de um tubo dorsal ¢ ventral no corpo dos ver- tebrados. Do eixo de apoio do corpo, a coluna verte- bral, arcos 6sseos s4o emitidos em ambos os lados para formar um tubo estreito dorsal ou neural ¢ um grande tubo ventral ou visceral. O primeiro contém © sistema nervoso e estruturas relacionadas, ¢ 0 tl timo contém parte das visceras. Estes dois tubos esto circundados por um outro composto de pele € INTRODUGAO GERAL miisculos, Sabe-se que muitas visceras € vasos, por sua vez, S40 tubos cilindricos. 4, O principio de estratificagao governa a dispo- sigio dos orgaos € suas partes em camadas (ecto- derma, mesoderma e endoderma) que so formadas nos primeiros estigios de desenvolvimento. No adulto, a pele (tegumento comum) € formada por uma camada externa de epiderme composta de diversas camadas ou estratos (cérneo, licido, granuloso, espinhoso € basal), seguida de uma camada mais pro- funda de cério (derme) € pela camada mais pro- funda, a tela subcutdnea (com a tinica areolar, flscia superficial € tinica lamelar). Profundamente a tela subeutdnea, a fascia muscular circunda musculos dis- postos em camadas. Na maioria, os musculos originam-se, inserem-se, circundam, ow formam camadas entre ossos (musculos intercostais). Os ‘ossos estio cobertos por uma camada de peridsteo, ¢ sio formados por uma substdncia externa compacta, dentro da qual ha uma substincia esponjosa € em mui- tos, tuma parte central nao calcificada, a cavidade me- dular, Os ossos também podem formar compatti- mentos (por exemplo, o crinio) ow grades (por ‘exemplo, 0 t6rax) e eles protegem, respectivamente, 0s drgios do sistema nervoso central ¢ as visceras. Nos vasos, trés camadas sao reconhecidas: tinica externa, tinica média e ttinica intima. Na maioria das visceras, paredes semelhantes sto denominadas ti- nica serosa, tiinica muscular €.ttinica mucosa. Por sua vez, cada uma destas tinicas € formada por subdi visdes de camadas denominadas membranas. E evidente que o estudo da anatomia se restringe a determinados padroes inergntes aos animais, e que devem ser esperados desvios desses padrdes, tanto quantitativos como qualitativos, Na anatomia comparada, a palavra homologia refere-se a estruturas idénticas, que possuem a mesma origem e localizac4o em animais diferentes (membros toracicos de um cavalo ¢ asas de uma ave), (0 termo analogia indica apenas identidade de fun- ‘Gao (asas de insctos; pulmoes de aves.e guelras de peixes). Orgios homélogos 13 Fiamente a mesma fungio. Estes conceito: ha compreensio das variagdes € de seu significado morfolégico. Normal, em medicina veterinaria e humana, quer dizer sadio. Em anatomia, pode apresentar conota- gbes diferentes: (1) pode ser a estrutura mais fre- qiente (mais de 50 por cento) sob o ponto de a estatistico; (2) pode ser a estrutura mais ade- quada para realizar atividades étimas, sob as exigén- as fisiolégicas. Estrutura e fungio esti intima- mente inter-relacionadas em todos os niveis, desde mactosedpico até o microscépico; assim, “a forma a imagem plistica da funcao” (Ruffini, 1929) em cada fase ¢ em cada momento. Sob o ponto de vista evolutivo, é dificil acreditar em uma estrutura per manente ¢ sem funcio; ¢ (3) pode ser a “melhor estrutura como um resultado da selegao natural, sob 0 ponto de vista idealista Atualmente, 0 ponto de vista estatistico prevalece; assim, mesmo sem recurso as porcentagens, 0 nor- mal & a forma estrutural mais freqtiente, Ela € 0 ponto de partida para a identificacao de variagoes, anomalias € monstros. Normal pode ser considerado como indicativo de estrutura regular, As vezes implica corregao porque © anormal pode significar deformidade. Muitas vezes nao é encontrada uma clara linha divisoria entre a anatomia € a patologia para se estabelecer distinggo entre uma estrutura normal e outra anor- mal (ou patolbgica), Ligeiros desvios do padrao morfoldgico normal de um érgio sio denominados variagées*. O 6rga0 desviado é considerado como sendo apenas uma var riante. O desvio pode ser um aumento no nimero de paites (por exemplo, um masculo com um ni- mero superior & média de feixes), uma reducao de partes, ou uma modificagao de formato. Uma dis- tingdo € normalmente feita entre a modificacao de forma (normal) e a alteragao de forma (patoldgica) ‘Orgios rudimentares em um animal sio os que possuem um desenvolvimento melhor ou completo fem outra espécie. Eles dis vezes podem atingir de- senvolvimento completo nos primeitos estigios do animal, e depois tornar-se hipertrofiados ou atro- fiado: = A variabilidade dentro dos limites das espécies € a, regra. Por exemplo, ha uma espécie Homo sapiens (nto um “homem” ideal, mas simplesmente ho- mens), uma espécie Canis familiaris (nao 0 “cio” € sim “cies"), Em outras palavras, a espécie nao ¢ fixa, mas dentro de seus limites ha uma variabilidade de suas caracteristicas. Naturalmente ocorrem muta- ‘gBes nos genes que, por sua vez, produzem modifi- Cagdes nas estruturas controladas por aqueles genes. O nivel da observagao influencia a identificagao das variagées. Tanto mais proxima seja a observa- ‘Gao, tanto mais eficaz sera 0 reconhecimento de di- ferencas, e, conseqientemente, vari Variagdes podem ser encontradas nos desvios d (1) holotopia, a relagao entre 0 6rgio € 0 corpo como um todo; (2) sintopia, a relagao da estrutura € seus JSrgios adjacentes imediatos; (3) idiotopia, a relagio das partes de um drgio entre sis (4) histotopia, a relagao das camadas, tinicas ou tecidos de um érgao entre si (Pernkopf, 1953). ‘As estruturas normais s20 relativamente constan- tes. As veres a estrutura apresenta disposigées dife- rentes com porcentagens iguais de ocorréncia, cau- sando, destarte, dificuldade na designacao do pa- drio tipico. Por exemplo, nos caninos, a veia mesen- térica caudal sempre conduz para a veia mesentél cranial (100 por cento), mas la é uma tributé independente (50 por cento + 9,1) ou é formada pelo recebimento da veia ileocecocélica (50 por cento = 9,1) Oliveira, 1956). Quando uma estrutura apa~ rece em apenas 1 a 2 por cento da populacio, ela é denominada raridade. ios, 08 vasos sangiaineos e linfiticos cis do que os nervos, miisculos, 0850s so mais var ou ligamentos. *Desta forma, variagio normal € redundncia, * 16 Um grave desvio do padrao normal, acompa- nhado pela alteracéo ou depreciagéo da’ funcao, € denominado anomalia; por exemplo, o libio lepo- ino, 0 palato fendido ou a costela cervical no ho- mem. Uma anomalia grave, incompativel com a vida, € denominada monstruosidade, um monstro. Tais malformagées sio tratadas na teratologia. O pro- gresso na medicina, principalmente na cirurgia, tornou possivel a sobrevivencia de criangas nascidas com anomalias, que de outra forma deveriam ter sido consideradas como monstruosidades. Por outro lado, alguns medicamentos administrados durante a {gestagaio causaram o aparecimento de malformagées nos recém-nascidos. A planta Veratrum californicum, comumente denominada heléboro falsa induz a uma malformagao congénita do tipo ciclépia, nos carneiros, quando ingerida pela ovelha no inicio da gestacao (Binns et al., 1963; 1964), Além das chamadas “variagées individuais” exis- tem fatores gerais de variagio, a saber: (1) idade; (2) sexo; (3) raga; (4) bi6tipo; (5) evolucio; ¢ (6) meio ambiente. Estes fatores sio responsiveis pelo apare- cimento de variagdes em todos os sistemas do corpo. 1, Idade, Além das bem conhecidas diferencas de tamanho entre os animais recém-nascidos ¢ adultos, que podem resultar na idéia errénea de que o recém-nascido € meramente uma miniatura do adulto, existem variagdes particulares microscépicas € macroscépicas devidas & idade. (O timo cresce até a maturidade sexual, e depois torna-se um drgio atro- fiado em periodo’relativamente curto, de acordo com a espécie.) Até que se conhecam especifica- mente as mudangas que ocorxem do nascimento até a senilidade, nao se pode apreciar o chamado nor mal (Getty ¢ Ellenport, 1974). Algumas variagées dependentes da idade do individuo sio bem conhe- cidas: (a) abrasio, modificagao do formato da coroa do incissivo nos eqiiinos, bovinos ¢ carnivoros; (b) presenca de nuimeros maiores de anéis nos cornos dos bovinos velhos; (e) pélos brancos na cabega dos eqiiinos idosos; (d) afilamento da borda rostral da mandibula dos eqiiinos idosos; (e) perda da elastici- dade cutanea, principalmente nos caninos e bovinos idosos; (f) redugao da bolsa cloacal na ave adulta; (g) reducao no tamanho do seio para-anal nos caninos adultos ete. 2. Sexo. O dimorfismo sexual é facilmente reco- nhecfvel em todas as espécies de animais domésticos. Caracteres e diferengas sexuais secundarias, em muitos 6rgaos estdo presentes, além daquelas do sis- tema genital. Por exemplo, a pelve éssea da fémea adulta € bastante diferente daquela do macho. Os dentes caninos 840 bem desenvolvidos no eqiiinos: eles normalmente deixam de irromper nas éguas e, quando presentes, sio vestigiais (3 a 4 por cento das €guas possuem caninos maxilar e mandibular, 20 a 30 por cento posstiem apenas caninos mandibulares, © 6 a 7 por cento possuem apenas caninos maxila. res). Outras variagdes sexuais sio: (a) 0 tubérculo piibico dorsal é bem desenvolvido nos machos, prin- Gipalmente nos bovinos, ¢ subdesenvolvido nas GERAL ‘meas e machos castrados; (b) a plumagem das aves € mais longa e mais rica, no colorido, nos machos do que nas fémeas; (c) a altura das fémeas (principal- mente nas peruas e galinhas) é menor do que a dos machos; (d) a crista e a barbela sio menores nas femeas do que nos machos; (e) uma espora esti pre- sente nos machos (Gallus gallus domesticus) 3. Raga. Do ponto de vista genético uma raca de animais pode ser considerada “como uma populagao que difere significativamente de outras populagées com relagdo 4 freqiéncia de um ou mais dos genes que possui” (Ville et al., 1963). De acordo com os Mesmos autores, a raca “pode ser definida fenotipi camente como uma populagdo cujos membros, em- bora variando individualmente, sio distinguidos como um grupo por uma determinada combinacao de caracteristicas morfologicas € fisiolégicas que partilhiam por causa de sua descendéncia comum’. Pode-se colecionar milhares de animais da mesma espécie, embora se ignore seu relacionamento; al- guns podem ser ou nio parentes préximos ou dis- tantes, outros poderao nao ter nenhuma ligacio por parentesco. A curva de variagdo para a altura de uma tal populagio da espécie Canis familiaris nio pode ser valida para cada uma das numerosas ragas inclufdas. Ha muito tempo foi reconhecido que as espécies de Linnaeus compreendiam varios grupos diferentes de unidades secundarias — as ragas ou espécies elementares (Guyénot, 1950). Natural- mente, as diferengas entre esses grupos sao atribuf das ao fator racial de variagao, De modo que, em cada espécie, & possivel utilizar varias caracteristicas por todo o corpo para se identificar determinadas linhagens de animais ou ragas do homem. Exem- plos de variagdes de raca sao: (a) a barbela existente no Bos indicus e ausente ou rudimentar em Bos faw rus; (b) a prega prepucial umbilical presente em Bos indicus e fracamente desenvolvida em Bos taurus; (c) a corcova presente em Bos indicus ¢ ausente no Bos taurus; (d) a prega prepucial longa e pendular em Bos indicus ¢ a curta € nao pendular em Bos taurus; (e) a auséncia de corno em trés ragas de Bos taurus (an- gus mocho, Hereford mocho, shorthorn mocho); (£) a diregao dos chifres: vertical em Bos indicus (Ne- lore), para cima e do tipo lira no Guzer4, para baixo, para fora e para tris.no Gir; a auricula (do ouvido externo) & pequena, mével, longa e pendente em Bos indicus, exceto no Nelore, que apresenta uma curta € mével semelhante a (maioria) Bos taurus; (h) a aurf- ula (do ouvido externo), 0s ossos da face, o nimero de vértebras, a cor € a disposicéo do pélo sio dife- Fentes em trés racas de porcos; (i) o delineamento dorsal, a forma e o perfil do esqueleto da cabeca, a altura, 0 comprimento ¢ 0 peso: nas ragas de eqli- nos; (i) a cabeca (dolicocéfala no Colie e no cio de caca Tusso; mesocéfala no setter; braquiocéfala nos Boston terrier e no Pequinés), a altura (membros Jongos no greyhound; membros curtos no basset € no dachshund), a linha dorsal, 0 delineamento do corpo, a auricula (da orelha externa) diferem nas ragas de caninos, INTRODUGAO GERAL 4, Biétipo. A anatomia constitucional esté rela- cionada com 0s atributos fisicos do corpo. Isto per- tence especialmente as proporgdes de suas partes, conforme exemplificado pelo baixo, alto, gordo ou magro. Em outras palavras, pertence a seu biétipo ou constituigao.* © biétipo, em sua conotagao geral, refere-se is caracteristicas pertinentes morfologicas, bioquimi- cas, fisiologicas, psicologicas e patologicas (incluindo a psiquiatrica) e as tendéncias do individuo. Ela sobrepde-se ao padrao bioldgico da personalidade além de determinar caracteristicas tais como satide € longevidade. ‘A construsio fisica do corpo humano é determi- nada pela hereditariedade e influenciada pelo meio ambiente. A anatomia constitucional trata apenas das caracteristicas morfolégicas do biétipo. Usando-se um método de biometria, trés grupos principais podem ser identificados entre os muitos de transicao em toda raga e em ambos os sexos: lon- gitipo, braquitipo e mediotipo. As diferengas entre 0 mesmo 6rgio nos tipos extremos — longitipo € bra- quitipo — sio mais notaveis do que as demonstradas pelas ragas € Sexo. 5. Evolugio. Num proceso evolutivo muito longo, a espécie Homo sapiens aumentou de altura, enquanto sua constituigao tornou-se menos maciga (Villee et al., 1963). Sua capacidade cranial também aumentot, 08 ressaltos dsseos acima das aberturas orbitdrias diminuiram, sua cabega tornou-se “orto- met6pica” (tendéncia para uma fronte vertical, mais prontnciada nas mulheres). Os cavalos so um bom exemplo de ortogénese, ito é, evolugio de linha reta: do Eokippus ou Hyratotherium (pequenos ani- mais primitivos, que viveram no periodo Eoceno) mudancas ocorreram no tamanho forma, docu- mentadas principalmente por esqueletos ¢ dentes fosseis, através do Oligoceno (Miohippus), Mioceno (Merychippus), Plioceno (Pliokippus) até o Pleistoceno Recente (Equus). 6. Meio Ambiente. O desenvolvimento de carac- teres econdmicos (rendimento de leite, conformacao da carne) depende do meio ambiente (suprimento alimentar etc.) em que o animal € criado ¢ mantido (Hammond, 1947). Uma melhoria na forma e qua- *Consttuigao (da lati “cum” e“staruere") implica aida de corre- Iagao entre determinadas proporgbes das partes do corpo. a lidades dos carneiros Welsh para consumo foi con- seguida através de melhores pastagens ¢ de eruza- mentos seletivos. Variabilidade e Selecao. A selegio ¢ o cruza- mento de animais que mostram variabilidade em qualquer estrutura parece aumentar a variagao (Hammond, 1952). Por exemplo, o cruzamento de caneiros que ocasionalmente possuem quatro tetas {ao invés de apenas duas) levou a uma raga com tetas (Bell ¢ Bell, 1923). Cruzando-se animais que exibern um niimero de vértebras ¢ costelas maior do {que nas linhagens normais, podem ser obtidos cor- pos mais longos. Variacdes Especificas: Estas slo caracteristicas morfolégicas de determinadas espécies, conforme segue: (a) diverticulo suburetral da vaca (nao encon- trado nas éguas, cadelas € porcas); (b) diverticulo prepucial do porco; (c) fossa uretral do cavalo; (d) séncia da vesicula biliar no cavalo; (e) presenga da bolsa gutural no cavalo; (f) auséncia de incisivos ma- xilares nos ruminantes; (g) presenga do osso do penis no cio; (h) ossificacdo da cartilagem do septo Interatrial nos bovinos veihos; (i) presenga de fibras musculares no ligamento sesamoide proximal do bovino jovem; (j) ossificagao da esclera das aves adultas; (k) membrana nictitante, ou terceira pal pebra, integralmente desenvolvida nos coelhos ¢ ‘aves, parcialmente desenvolvidas no cavalo, menos desenvolvida no bovino, ¢ rudimentar nos cies € no homem Em termos amplos, de acordo com Guyénot (1950), ha dois tipos de variagoes: (1) somaticas ou ‘somagées” que aparecem no corpo ou soma dos animais ¢ nio sio hereditarios; ¢ (2) germinativas ou mutagdes que ocorrem nas células germinativas € sio hereditarias. Estas podem causar 0 apareci mento de novas formas e jé interpretaram, e aint interpretam, um papel na evolucdo em contr com as somagies. De acordo com Fischer (1952), as chamadas varia- ges anatémicas sio devidas a pares isolados de genes ¢ nio transmitidas isoladamente através da hereditariedade. Entretanto, a variabilidade € transmitida hereditariamente, dependendo de fato- res polithéricos do genoma geral. A conformagao individual das variagoes é suprida, em sua maior pelo denominado risco do desenvolvimento (Fi cher). te BIBLIOGRAFIA Ball, A @ and MG, Boil. 192, Saving the snipped breed, J Heredity 14:09-111 ‘inns W. LF James, j L Shupe and G, Everett. 1963.4 congenital yclapanjpe msiformation in lambs induced by maternal in Ststlon ef a tange plant Veratrum californieum Amer I. Vet Fee 2411681175. Binns WL. F-James and J, L. Shupe. 1964. Toxkcosis of Veratrum Taliornicums in ewes and ls eaonship tom congenital defor fhity in ambe. Ann. NY. Acad Set 3571-576 Bron A,-and U. Zimmer 195f, Anatomia dealt Animali Domes Tic Miianoy Casa Edie Valeri, Sd ed Costigi L 1981. Compendio Praico & Anatomia Umana. Napoli, (Casa Ete Idelson Fischer, E1952. Ueber das Wesen der anatomischen Varietaeten 2, menschi. Verertunga-und Konatt Iebre 31:217-242, GGetsy, He and €. R Ellenpore 1074. Chapter 2 n W. 1 Gay (ed): “Yt of Animal Experimentation, Vol 5, New York, Academic Guldbens G. A, 1897, Etudes sur la Dyssymétre Morphologique et Foneiionmeile chet THomme et es Verterés Superieures, Christiania 1 Avchehoug & Co ‘Guyénot E1980, La variation. 2nd ed, Pars, G. Doin et Cie. Edit. Hammond, J. 1947. Animal breeding in elation 10 environmental Conditions. Biol. Rev. 22:105-213 Hammond. 1. 1959, Farin animals Thetr Breeding, Growth, and Tmhertance: 2nd ed: London, E Arnold & Co OSTEOLOGIA GERAL* x R. Getty 0 termo esqueleto é aplicado para a armagio de estruturas duras que suporta e protege os tecidos moles dos animais. Em anatomia descritiva dos ani- ‘mais mais evoluidos na escala zoolégica ele é comu- mente restrito aos ossos e cartilagens, embora os | fpimentos que os unem possam muito bem ser in- cluidos. Em zoologia 0 terme é usado num sentido muito mais compreen. sivo'e inclu todo 0 suporte mais duro e estruturas de protect ‘Quando as estruturas duras estio situadas externamente, elas f fam um exoesqueleto, derivado do ectoderma, Exemplos dito Slo as conchas ecoberturas quitinosas de muitos invertebrados. a8, ‘Sseamas de peixes, os cascos de tartarugas eas penas, pelos © cascos Gos vertebrados mais evoluidos, O endoesqueleto (com 0 qual nos Scuparemos) € envolvido pelos tecidos moles, Ele ¢ derivado do, tmesoderma, com excegio da notacorda ou esqueleto axial primi- tivo, que é de origem endodérmica © esqueleto pode ser dividido injcialmente em tués partes: (1) axial, (2) apendicular, ¢ (3) espline- nico. Oesqueleto axial comprgende a coluna vertebral, costelas, esterno e crinio. O esqueleto apendicular inclui os ossos dos mem- bros. O esqueleto esplincnico ou visceral consiste de certos omos desertvolvidos na substineia de alguma das visceras ou Grgdos moles, como exemplo, 0 0350 do penis do cao e 0 0850 do coragdo do boi € carneiro. © niimero dos ossos do esqueleto de um animal varia com a idade, dependendo da fusio,durante o crescimento,de elementos esqueléticos que esto se- parados no feto ou no individuo jovern. Em adultos Ga mesma espécie, ocorrem variagdes numéricas constantes, por exemplo, o tarso do cavalo pode consistir de seis ou sete ossos € 0 carpo de sete ou ito; em todos os mamiferos domésticos, 0 numero de vértebras caudais (coccigeas), varia considera- velmente. ‘Os ossos (ossa) sio comumente divididos em wuatro classes de acordo com sua forma e fungao. (Esta classificagio nao é totalmente satisfatoria;_al- {guns 05505, por exemplo, as costelas, nao sio clara- mente classificados, e outros podem ser variavel- mente classificados) ‘Osos LONGOS (ossa longa). Os ossos longos sto tipicamente de forma cilindrica alongada com ex- tremidades alargadas. Eles aparecem nos membros, onde atuam como colunas de suporte € como ala- vancas, A parte cilindrica, designada didfise ou corpo (corpus), € tubular e limnita a cavidade medular {cavum medullare), que contém a medula dssea CAPITULO 2 492 05508 PLANOS (os«a plana). Os oss0s planos so ex- pandidos em duas diregoes. Eles proporcionam su- ficiente irea para insergao dos misculos e protegem (0s Grgios que cobrem. Esta classificagao inclui a es: cépula € muitos ossos do crinio. Os o3s0s planos consistem de duas Liminas de osso compacto com ‘sso esponjoso € medula dssea interpostos. A ca mada esponjosa nos ossos do cranio & designada di- ploe. Osos CURTOS (oss brevia). Os 03805 curtos, como 0s do carpo € tarso, apresentam dimensoes algo si- milares no comprimento, largura e espessura, Sua principal fungao parece ser aquela de difusio da Concussio. Os oss0s sesaméides, que sio desenvolvi- dos nas cépsulas de algumas articulagoes ou em tendées, podem ser incluidos neste grupo. Eles di- minuem a fricgdo ou mudam a direcao dos tenddes ou aumentam’a forga de alavanca (alavancagem*) para os miisculos e tendoes. (OsSOS IRREGULARES. Este grupo incluiria oxsos de forma irregular, como as vértebras € 0 0350s da base cranica; eles sto medianos e impares. Suas funcdes si varias e nao tao claramente especializadas como aquelas das classes precedentes. ESTRUTURA DOS OSSOS © sso € uma substncia viva com vasos sangiii- neos, vasos linfiticos e nervos. Ele cresce, ¢ est sux jeito a doenca, e quando fraturado cicatriza. Torna- se mais delgado e mais fraco pelo desuso ¢ hipertrofia-se para suportar o peso aumentado. Os ‘ossos tém uma estrutura organica de tecido fibroso € células. Sais inorginicos proporcionam rigidez aos (0880s ¢ os tornam opacos aos raios X. Os oss0s funcionam como uma armagao do corpo € como alavancas para os musculos e insergdes de miisculos, proporcionam protecio para algumas vis-" ceras (como coragio, pulmées, encéfalo e medula espinhal), contém a medula dssea que esta relacio- nada com a formacio de células sangilineas € re- serva de mineirais (como calcio e fosforo). Ele é con- siderado um 6rgao hematopoiético, pois cle ¢ a fonte de eritrécitos, hemoglobina, granulécitos € plaquetas. ‘A origem do oss foi, € ainda &, um fascinante estudo. Bidlogos, flosofos, antropslogos © mesmo teélogos tém dscutido e estudado a origem dos ensos através dos tempos, E necessrio um pouco de Para fungées mecinicase relagbes veja detalhes no Cap. 5, Bioes- titica e Biodinimica 19 10% % 20 reflexio para realizar e apreciar a importante contribuigio esignic ficado do osso para 6 corpo animal ¢ humano. Quando estamos estudando anatomia estamos in. teressados no que é normal. Entretanto, a dor é fre- qientemente a principal manifestagio de doengas que afetam um oss0. As investigagdes de Tructa (1968) sobre a origem do osteoblasto, a osteogénese em paleontologia, o mecanismo de calcificagio, a es- clerose e dor no osso, as forgas mecanicas e a forma do oss0, 0 crescimento e as glindulas endécrinas e as vitaminas € o crescimento seria interpretadas ¢ além disso estudadas em detalhes. A influéncia di- reta de pressiees ¢ contrapressées, as forgas mec. nicas atuando sobre 0 osso eo sistema esquelético ¢ as mecanicas de locomogao sio descritas em detalhe neste livro no Cap. 5. A pesquisa sobre a ultra. estrutura e a fungao do osso tem sido extensa desde 1958 (McLean). A arquitetura do 0350 pode ser melhor estudada por meto de cortes longitudinais ¢ transversos de espécime que foi macerada logo apés remogio da maior parte da matéria orgdnica. Estes mostram que © 080 consiste de uma camada externa de substan: compacta densa, na qual esti a substincia es- ponjosa mais frouxamente arranjada. Em ossos lon- gos tipicos, a dilifise est4 eseavada para formar cavidade medular (Fig. 2-1), A substincia compacta difere grandemente em espessura em varias situagdes, de conformidade com as press6es ¢ tenses para as quais 0 oss0 esta sujeto Nos ossos longos ela & mais espessa na ou proxime da parte média da didfise € adelgaca-se para as ex tremidades, Nas tiltimas, a camada é muito delgada: ela € especialmente densa e lisa nas superficies ar culares. Espessamentos circunscritos sio enconi dos em pontos que estio sujeiths a pressio ou tracao especiais. O 0350 compacto € composto especial. mente de substancia intersticial calcificada, matriz 6ssea, depositada em camadas chamadas lamelas. Uniformemente espalhadas em todas as partes da substancia intersticial do osso hé cavidades, cha das lacunas. tas cavidades estio ocupadas por sea Ou ostedcito. Das lacunas iS passagens tubulares em todas as diregées. Estas penetram na substincia intersti das lamelas ¢ sto chamadas canaliculos. Estas rami- ficagdes canaliculares anastomosam-se aquelas de la. cunas adjacentes e assim formam um sistema conti nuo de cavidades ou vias que sio essenciais 4 nutri- Gio das células dsseas. Por outro, lado, as eélulas cartilagineas obtém sua nutrigio através da matriz hialina gelatinosa, A deposicio de sais de calcio na substincia intersticial do osso reduz sua, permeabi lidade e, portanto, a necessidade de canais Vasculares, A grande maioria das lamelas de oso compacto € arranjada concentricamente em torno dos canals vasculares longitudinais. Estas unidades cilindricas de estrutura sio chamadas sistema de Havers ou osteénio, Elas variam de tamanho © em seecio transversa os sistemas haversianos aparecem como anéis concéntricos em torno de uma abertura circu. lar. Os canais vasculares no osso compacto sio orien- tados em relagao a estrutura lamelar do osso cireun. dante. Os canais longitudinais no centro dos siste- GERAL Figura 2-1, Secgio sagital do grande osso metatirsico de cavalo (dlreito). Gm, Cavidade medular; En, forame nutrici; Sc, substincia compacta; Ss, substineia esponjors, Note a maior espessura dt substincia compacta da parte proximal da dis mas de Havers sio chamados eanais haversianos ou canais nutricios. Eles contém um ou dois vasos san gilineos c estio unidos a outros, e comunicam-se com a cavidade medular e com a'superficie via canais transversos, canais de Volkmann. Os ultimos nio sao circundados pelos arranjos lamelares concéntri- ‘cos mas atravessam 0 osso em um Angulo perpendi- Cular ow obliquo 88 lamelas. Os vasos sanghinbos to peridsteo ¢ endésteo comunicam-se com aqueles dos sistemas haversianos via canais de Volkmann, \ substaneia esponjosa consiste de delicadas Ii minas dsseas € espiculas que correm em varias dite. Goes € entrecruzam-se (Fig. 2-2). Estas sio deliniti= vamente dispostas de acordo com as solicitagoes me. canicas, tanto que os sistemas de Kiminas de pressio ® tensfo podem ser reconhecidos de conforiidaas com as linhas de presso € o puxar dos tendoes e ligamentos, respectivamente. Os intervalos entre as laminas sio ocupados por medula dssea e sao desig. nados espacos medulares. A substincia esponjosa forma a massa dos ossos curtos ¢ das extremidades dos ossos longos; nos tiltimos, ela nao esta restrita as OSTEOLOGIA GERAL extremidades mas estende-se também em uma dis- Lancia variavel ao longo da diifise. Alguns ossos con- tem espacos aéreos na substincia compacta ao invés de oss0 esponjoso e medula dssea ¢, por isso, sto chamados 0850s pneumiticos. As cavidades sio de- signadas seios ¢ sio limitadas por membranas mu- cosa; eles comunicam-se indiretamente com 0 ar ex: terior. Em certas situagdes as duas camadas compac- tas dos ossos planos nao estio separadas por 0ss0 esponjoso, mas fundem-se entre si; em alguns casos deste tipo 0 0ss0 € tao delgado que se torna transit cido, ou pode sofrer absorgio, produzindo, neste caso, uma falha ‘Os ossos planos da abébada craniana € lados s4o compostos de uma camada externa de substincia compacta, a lamina externa, uma camada interna de sso muito denso, t lamina interna ou tabua vitrea, eentie estas uma varidvel quantidade de oss0 espon- joso, aqui designado diploé (© peridsteo € a membrana que reveste a superfi- ie externa do asso, exceto onde ele esta coberto por cartilagem. E uma limina de tecido conectivo espe- cializado que € dotado de poténcia osteogénica, A Timina periéstica esta ausente naquelas areas das epifises dos ossos longos que sao cobertas por carti- lagem articular. O periésteo consiste de uma lamina externa fibrosa protetora ¢ uma limina interna celu lar asteogénica, Durante © crescimento ativo, a k mina osteogénica ¢ bem desenvolvida, mas depois tornase muito reduzida, A lamina fibrosa var muito de espessura, sendo, em geral, mais espessa ‘em situagées de exposicéo. A aderéncia do periésteo 0 osso tambem difere grandemente em varios lo- ais; cle € freqiientemente muito delgado € facil: mente destacivel onde € expessamente coberto por wr 2-2, Seegio transversa do mero esquerdo de cavalo. a tecido muscular que tem pouca ou nenhuma inser- Glo. O grau de vascularizagao depende da atividade do peridsteo. endésteo ¢ uma membrana fibrosa delgada que limita a cavidade medular e os canais haversianos maiores (canal nutricio do 0380). A medula dssea (medulla ossixm) ocupa os intersti- cigs do osso esponjoso e a cavidade medular dos os- sos longos. Ha duas variedades no adulto — verme- tha e amarela. No individuo jovern ha somente me dula 6ssea vermelha (medulla ossium rubra), mas de- pois esta é substituida na cavidade medular por me~ dula 6ssea amarela (medulla ossium flava). A medula 6ssea vermelha contém muitos tipos de células ca- racteristicas € € uma substancia formadora de san- gue, enquanto que a amarela é praticamente tecido adiposo ordinario. A medula éssea amarela € for mada por trocas regres medula Ossea ver~ metha, incluindo infiltagao gordurosa € degenera- io das células caracteristicas; logo, encontramos formas de transigao ou estagios no proceso. Em in dividuos idosos ou mal nutridos a medula dssea pode sofrer degeneragio gelatinosa, resultando na formacio de medula ‘dssea gelatinosa. A medula éssea rubra persiste no esterno por toda a vida e, logo, este é um local ideal para aspiragao € exame ‘Calhoun, 1954 a € b, 1955 ‘VAS0S E NERVOS. Os 0350s sio ricamente supridos por vasos sangitineos. E costume reconhecer dois grupos de artérias — as peridsticas ¢ as medulares. As primeiras ramificam-se no peridsteo € emitem jimimeros pequenos ramos que entram em diminu- tas aberturas (canais de Volkmann) na superficie € atingem os canais de Havers (nutricios) da substin- cia compacta, Outros ramos entram nas extremida- des dos oss0s longos e suprem 0 osso esponjosoe sua medula 6ssea. No caso dos ossos maiores — ¢ espe- cialmente os ossos longos — a grande artéria nutri- ‘cia ou medular (arteria mutricia) entra no chamado forame nutricio, passa num canal através d tincia compacta e ramifica-se na medula 6s quenos ramos dos vasos periostais também s ‘sso compacto da didfise. Os vasos metal epifisdrios que provem de artérias préximas das ar- ticulagdes, artérias articulares, suprem 0 0ss0 es- ponjoso e medula dssea das extremidades do osso. Estudos clinicos, experimentais € histoldgicos (Gardner, Gray ¢ O'Rahilly, 1969) indicam que a corrente sangtinea através da substincia compacta de oss03 adultos normais € no sentido superficial; fem outras palavras, do sistema arterial medular para 0s capilares da substncia compacta, dali aos capila- res do peridsteo e as insergGes musculares. As veias aiores do osso esponjoso, como regra, niio acom- panham as artérias, mas emergem principalmente proximo das superficies articulares. No osso elas sio desprovidas de valvulas. Os vasos linfaticos existem como canais perivasculares no peridsteo e nos canais de Havers da substincia compacta. Eles também formam uma delicada rede subperiéstica da qual procedem os vasos maiores, freqiientemente em Companhia de veias. Espacos linfticos existem na petileria da medula ésse Fibras nervosas acompanham os vasos sang neos do oso. Algumas das fibras sao vasomotoras, 22 ‘mas outras sdo sensitivas para o peridsteo. O peribs- teo é especialmente sensivel ao arrancamento ou tensio. Algumas terminagdes encapsuladas no pe- ridsteo sio’ proprioceptivas € provavelmente estio felacionadas a mediagdo de posigio ou sensibilidade DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO DO OSSO Q primitivo esqueleto embrionirio consiste de cartilagem e tecido fibroso nos quais os ossos desenvolvem-se. O processo é designado ossificacio ou osteogénese ¢ é elaborado essencialmente pelas células produtoras de osso, chamadas osteoblastos. ‘Qualquer célula que tem a propriedade de deposi tar uma matriz que calcifica-se, sem morver no pro- cesso, € um osteoblasto” (Trueta, 1968). E costume, portanto, designar como ossos membranosos aquue- les que sio desenvolvidos em tecido fibroso e como 03508 cartilagineos aqueles que sio pré-formados em cartilagem, Os principais ossos membranosos si0 aqueles da abdbada e lados do cranio © muitos dos ‘oxs0s da face, Os ox80s cartilaginosos compreendem, por conseguinte, a maior parte do esqueleto. Cor- respondentemente, distinguimos ossificagéo in- tramembranosa e endocondral. O processo em que 00350 que se forma diretamente no primitivo tecido conjuntivo € chamado de ossificago intramembra- nosa, € no o3s0 formado em cartilagem preexistente € chamado de ossificagio intracartilaginosa ou en- docondral. Ossificagao intramembranosa é a forma mais simples de formagio dssea. A ossificagio intra- cartilaginea envolve os mesmos processos da forma- io 6ssea intramembranosa, mas ela é precedida por um periodo inicial de erosi0 cartilaginea e remocio, antes do inicio da deposi¢io gssea. Detalhes destes dois processos podem ser encontrados em qualquer livro-texto de histologia ou embriologia. Os ossos da base do cranio, coluna vertebral, pelve ¢ extremida- des sio chamados ossos cartilagineos porque sio formados primeiro por cartilagem hialina. O cres- cimento em comprimento dos ossos longos depende de ossificagio endocondral. Entretanto, seu cresci- mento em didmetro é 0 resultado da deposigio de nova membrana 6ssea debaixo do. periosteo. “A formagio de osso compacto da dikifise de um osso longo € quase inteiramente o produto de ossificagao intramembranosa subperidstica” (loom e Fawcett, 1968), Na ossifieagio intramembranosa, 0 processo inicia-se em um definido centro de ossificagao (punctum ossificationis), onde os osteoblastos circundam-se com uma deposicio de osso. O pro- cesso estende-se deste centro para a periferia do fur turo osso, desta forma produgindo uma rede de tra- béculas dsseas. Ay trabéculas rapidamente espessam-se e fundem-se, formando uma limina éssea que € separada dos assos adjacentes por tecido fibroso persistente. A parte superficial do tecido original torna-se peridsteo; sobre a face profunda deste, camadas sucessivas de 0380 peridstico io formadas pelos osteoblastos até que 0 0380 atinja sua espessura definitiva, O aumento na circunferencia resulta da ossificacio do tecido fibroso circun cente, que continua a crescer até 0 0ss0 atingir seu tamanho definitivo, GERAL Na ossificagao endocondral 0 processo é funda- mentalmente 0 mesmo, mas nao tao simples. Os os- teoblastos migram da face profunda do pericondrio ou peridsteo primitivo para a cartilagem e provocam a calcificagao da matriz ou substancia fundamental primitiva da tiltima, Os vasos invadem a area de cal- Cificagao € os condrécitos sucumbem e desaparecem, formando as primitivas cavidades medulares que silo ocupadas pelos processos do tecido osteogénico. Esta por conseguinte formada uma espécie de rede de trabéculas calcirias sobre a qual 0 osso é estrutu- rado pelos osteoblastos. Ao mesmo tempo, 0 0ss0 pericondral é formado pelos osteoblastos do perids- teo primitivo. A cartilagem calcificada ¢ erosada e absorvida pelas grandes células chamadas osteoclas- tos ¢ é substituida por osso depositado pelos osteo- blastos. Os osteoblastos também executam a fungio de absorgao do osso primario, originando as cavidae des medulares; assim, no caso dos ossos longos, 0 os80 esponjoso central primitivo € grandemente ab- sorvido para formar a cavidade medular do corpo € petsiste principalmente nas extremidades. A des- truigao da parte central e formagio do osso subpe- ridstico continua até 0 corpo do osso ter completado seu crescimento. Cada oss0 longo consiste de um corpo e duas ex- twemidades. O corpo € conhecido como diafise ¢ as extremidades do osso longo sio conhecidas por epi- fises. As extremidades das epifises de um osso longo em crescimento sio ambas inteiramente cartilagino- sas ou, se a ossificagao epifisaria iniciou, si das do corpo pelos discos epifisdrios cartilagineos. A parte do corpo proxima da disco epifisirio contém a zona de crescimento e oss0 neoformado, e é cha- mada metifise. O tecido dsseo da metifise e da epi- fise continuo no adulto. Na superficie articular das epifises dos ossos longos, a delgada camada cortical de 0ss0 compacto € coberta por uma camada de car- tilagem hialina, a cartilagem articular. Um oss0 longo tipico é desenvolvido a partir de twés centros primarios de ossificagao: um, que apa- rece primeiro, para a difise ou corpo, ¢ um para cada epifise ou extremidade. Muitos ossos tém cen- troy secundatios a partir dos quais 0s processos ou apofises desenvolvem-se (Figs. 3-1 e 15-27, 28, 37, 89 € 90). 0 esbogo precedente é considerado para 0s oss0s em crescimento, exceto quanto a0 comprimento. Aumento no comprimento pode ser brevemente explicado como segue: a provisio para a continu. dade da ossificagio de ambas as extremidades da difise & feita por uma camada de cartilagem de crescimento ativo — cartilagem epifiséria — que se interpoe entre a difise e a epifise. E evidente que quanto mais tempo esta cartilagem persiste e cresce, novo osso pode continuar sendo formado a suas ex- pensas e © aumento de comprimento é possivel. Quando a cartilagem epifisiria cessa o crescimento, cla sofre ossificacao, 0 oss0 € consolidado ¢ 0 au- mento em comprimento nao mais € possivel. Esta fusio ocorre completamente em periotios definidos nos varios ossos € € importante conhecer a época normal em que ela ocorre, pelo menos nos ossos miaiores dos membros, particularmente para a pré- pria interpretacao da anatomia radiografica. No OSTEOLOGIA GERAL caso dos ossos membranosos, o aumento em circun- ferencia € proporcionado pela ossificagao e forma- io de novo tecido fibroso circundante. |Apés 05 oss08terem atingido seu tamanho completo, 0 peribsteo tornavse relatvamente redusido e inativo no que concerne a sua camada onteogénicas a fungao osteogénica pode ser estimulada por vanas causas, como € bem visto na cicatizagio de fraturas © a ‘ocorréncia de alongamento Osseo. Profundas mudancas ocorrem no exqueleto apés 0 nascimento e durante o perfoda de crescimento os ossoss40 muito mais plsticos do que se supe. No potro recém-nascida, por exemplo, ¢evidente ‘que'os ossos metacarpico € metatarsic sia relavamente longos, € Pescipula e dmero curtos; também que, em geral, 28 dafises dos ‘sos lngos so delgadas em comparagio com as exttemidades. As \itias proeminéneias sto muita menos pronunciadas do que no Adulto, ea maior parte dos acidlentes menores est ausente, dando wos ossos Uma relativa aparéncta lisa, O perioda de crescimento pode ser considerado como terminado com 4 uniso das extremida ese diafises dos ossos longos e 2 fusio das partes de outros 03805, Durante a vida adult, 26 twocas exqueleticas procescam-ce mais lentamente; elas incliem # acentuagio das proeminencias © de presides maiores e 0 aparecimento das menores. Estes acidentes Secunditios sto principalmente relacionados s insergées dos il culos, tendaes e ligamentos, ou sio produzidos pela pressio exer- ‘ida por varias estruturas sobre ov ossos, Na Made avangad, ‘owifieagio invade mais ou menos extensamente 38 cartlagens © a6 insergoes dos tendbes e ligamentos. Trocas tenis, consistindo de diminuigso da matéria orginica e rarelagio do tecido ésseo, tor fam os ossox quebradigas © sujeitor a fratura PROPRIEDADES QUIMICAS E FISICAS DO OSSO oss0 seco consiste de matéria orginica ¢ inor- ganica na relacio de aproximadamente 1:2. A ma- téria organica da flexibilidade e elasticidade, ea ma- mineral endurece o tecido ésseo. A remoci matéria orginica pelo calor nao muda a forma geral de um 0550, mas reduz 0 seu peso para cerca de um tergo € 0 torna muito fragil. Por outro lado, a descal- Cificagao, embora nao afete a forma e tamanho do 0x80, torna-o mole e flexivel. A matéria organica (os- seina) quando fervida produz gelatina. A’parte or- inica do oss0 consiste principalmente de uma pro- teina chamada cokigeno 6sseo ou osseina. O oss mesmo é um tipo de tecido conjuntivo altamente expecializado que & duro e branco e contém células peculiares a ele. A dureza do osso é devida & deposi- ao de sais minerais na matriz organica mole. Em aidicao ao contetido aquoso, 0 oss0 consiste de dois principais componentes: (1) a trama orginica ¢ (2) i is inorganicos (cinza 6ssea). Entre as fibras col’igenas é encontrado um fluido, parecendo um fluido tecidual, uma substincia amorfa. tabela seguinte representa a composicio, em 100 partes, de oss0 de boi de qualidade média: Gelatina 33,30 Fosfato de calcio. Cs 57.35 Carbonato de cileo 385 Fosfato de magnésio 205 Carbonato ¢ coreto de sai 345 100,00 0.080 morto ¢ fresco tem uma cor branca amare. lada; quando macerado ou fervido, e clareado, ele € Branco. O peso espectica do osso compact fresco € de cerca de 1,9. Ele € muito duro e resistente a pres- sio. Sua resistencia A compressio € em torno de 1.239 kg/cm®, ¢ sua forga de tensio € em média de 23 914,4 kg/em?, consideravelmente mais elevada do que'a do carvalho branco. BIBLIOGRAFIA Bloom, W. and DW. Facet 1968. A Tentbook of Hstoouy: th ed ‘Philkdelpbia, W. B Saundery Company Calhoun, Me i984a"A cytological wt ult se. Am. 8c Hes. 15:1 ‘of eonal marrow. I, The Calhoun, Mi be 1954h" A estological study of costal marr HL The adult cow. Am. J vet. Hes. 15:399-404 Calhoun Me L.'3935" A cytological study of contal manne 1. ema ream scr Res Tea Campiette ‘he hina Vee, Rud Gardnet, Bs Dr 1 Gray and WO Rahilly. 190%. Anatomy Kestonal ‘Study of Human Structure 3d cd. Philadlphas 8B Saunders or the nutrient artery inthe lang bunen ol mormmals MeLcan.F. C. and SiR. Urat. 1955. Bone: An Inmuctom othe Physloiowy uf Skeletal Thue. Chiesuo, University of Chicas Phemister, DB. 1995, Bone growth Rodah. Ku} T. Nicholson and EM "New York, MeCnww Hl Book Co ‘Smith: RN. 1968. The developing skeleton. Vet. Radhulogy 930-96 Strindler, A. 1935. Kinesilouy. Sprinufelé Il. Charles © Thema TruetsJ 1968 Studies of the Development and Deca of the Human, rime. Philadelphia, WB. Saunders Company Weinrunn.J. and H. Sicher 1947 Boneandioncs: Fundamentals St Lovie, The ©. v. Mosby Cu, Oleitor notara que nem todo osso € descrito neste capitulo; somente aqueles complicados, ou que re- quciram explicagao ou definigio devida a NAV (1968) nomenclatura, assim como aqueles que for- mam um padrio similar que é aplicdvel aos mamife- ros enumerados neste texto. Esta disposicio foi se- guida em ordem para evitar redundancia entre as, espécies. COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é formada por uma série de ossos chamados vértebras. Ela consiste de uma ca deia mediana, impar, de ossos irregulares que estendem-se do crnio & extremidade da cauda. No adult, certas vértebras fundem-se para formar uma simples massa 6ssea com a qual o cingulo pélvico articulase. As vertebras assim fundidas sto desig. nadas vertebras fixadas (ou “falsas"), distinguidas das vértebras méveis (ou “verdad: A coluna vertebral € subdividida para descrigao em cinco regides, que sio designadas de acordo com a parte do corpo na qual as vértebras estio situadas. Assim, as vértebras si0 denominadas cervieais, to- ricicas, lombares, sacrais ¢ caudais (coccigeas). A primeira vértebra na regido tordcica caudal ou lom bar que tem sua apéfise espinhos: corpo da vértebra € chamada vértebra anticlinal. As espinhas das vértebras precedentes sio inclinadas caudalmente. O nimero de vértebras em uma dada espécie € perfeitamente constante para cada regio, exceto na iiltima, tanto que a formula vertebral pode ser expressa (para o cavalo, por exemplo) como se segue: CrTxLeSsCa(Cy)ise1 perpendicular ao- As vértebras em uma dada regio tém caracter: cas através das quais elas podem ser distinguidas daquelas de outras regides, e as vértebras indivi dualmente tém caracteristicas especiais que sio mai ‘ou menos claramente reconheciveis. Todas as vérte- bras tipicas tém um plano estrutural comum, pode de inicio ser compreendido, Uma vertebra consiste de corpo, arco ¢ processos (Fig. 2-3). © corpo da vértebra (corpus vertebrae) & a massa ‘mais ou menos cilindrica sobre a qual as outras par- tes estdo formadas, As extremidades cranial extome ‘as eranialis [caput vertebrae ) e caudal (extremitas cauda- lis (fossa vertebrae) estao inseridas nas vértebras ad- {centes por discos fibrocartilaginosos interverte- rais e sto usualmente convexas € céncavas, respec- tivamente. A superficie dorsal € aplanada e entra na formacio do canal vertebral enquanto que a face ventral € limitada lateralmente e esti em relagao com varios musculos e visceras. Na regido tordcica, 0 corpo apresenta dois pares de facetas (fovene costales) has extremidades, para articulagio com a parte das cabecas de dois pares de costelas. O arco esta formado sobre a face dorsal do corpo. Ele consiste originalmente de duas metades laterais, cada uma das quais € constituida de um pediculo, ventral e uma limina dorsal, O pediculo forma a parte lateral do arco € est cortado cranialmente caudalmente pelas incisuras vertebrais (incisura ver- tebralis cranialts, caudalis). As incisuras de duas vérte~ bras adjacentes formam os forames intervertebrais para a passagem dos nervos espinhais ¢ vasos; em algumas vértebras, entretant6, hd completos fora- mes ao invés de incisuras, As laminas completam o arco dorsalmente, unindo-se uma com a outra me- dialmente na raiz da ap6fise espinhosa. Suas bordas sdo rugosas para a insergao dq ligamento amarelo. © corpo ¢ 0 arco formam um anel dsseo que en- volve o forame vertebral; a série de anéis vertebrais, com os ligamentos que os unem, fecha o canal verte. bral que contém a medula espinhal e seus envolt6- rios e vasos. Processo articular Figura 2.3. Primeira vértebra toréciea de cavalo, (Desenho ilustrativo da estrucura das vértebras ) GERAL Os processos articulares, dois craniais (processus articulares (zygapophysis] craniales) e dois caudais (pro- cessus articulares [zygapophysis) caudales), projetam. das bordas do arco, Eles apresentam superficies ar- tculares adaptadas aquelas das vértebras adjacen- les; a superficie restante é rugosa, para insergdes muscular e ligamentar. © processo espinhoso ou espinha é simples e projela-se dorsalmente do meio do arco. Ele varia muito de forma, tamanho € direcio em diferentes vértebras. Este [proceso proporciona insergio a miuscullos e ligamentos. Os processos transyersos sio dois, e projetam-se lateralmente dos lados do arco ou da junga0 do arco com 0 corpo. Na regio cervical, os processos tran: versos da terceira a sexta vértebras cervicais apre- sentam uma porgao cranial e caudal. A formacao é referida como processo costal (Fig. 2-3), que é 0 homélogo da costela na regio torcica. A parte caudal, ou processo transverso verdadeiro, sai do arco vertebral caudal a0 forame transverso. Os pro- cessos transversos sio perfurados pelo forame transverso que, nas seis primeiras vértebras, da pas. sagem 4 artéria € veia Vertebrais ¢ a um plexo de netvos simpaticos. O processo transverso da sétima vértebra cervical é desprovido de um forame trans- verso ¢ 05 processos transversos sio unietispides, ex- ceto no homem e€ no porco, que apresentam um forame. Na regiéo tordcica, cada um apresenta uma faceta para articulagao com o tubérculo de uma cos- tela (fovea costalistransversalis). Eles também dio in- sergio a mtisculos e ligamentos Algumas vértebras também apresentam uma crista ventral, tubérculo ventral ou um arco hemal. Processos mamilares sio encontrados, em muitos animais, nas vértebras toracicas caudais e lombares craniais, entre os processos transversos e articulares craniais ou sobre os tiltimos. Processos acessérios, quando presentes, estio si- tuados entre os processos transversos ¢ articulares caudais. Os corpos das vértebras esto unidos ou articula- dos por meio de discos intervertebrais fibrocarti ginosos, Para a embriologia da coluna vertebral ¢ notocorda o estudante deverd recorrer aos textos classicos de embriologia. Entretanto, sera mencio- nado que a notocorda é um suporte axial transitério ‘em torno do qual os segmentos da coluna vertebral so desenvolvidos. A notocorda atrofia-se e final- mente desaparece, mas a porcdo que fica nos centros dos discos intervertebrais persiste por toda a vida como parte do nticleo pulpaso central dos discos. O conhecimento deste fato € importante por causa dos roblemas clinicos originados de discos interverte- frais hertiados, cspectaimente’ tm peyisier ark mais (veja Bibliografia) DESENVOLVIMENTO. As vértebras desenvolvem-se por ossificagao na cartilagem que circunda a noto- corda e formam os lados do canal neural (Figs. 2-4, 5, 6 e 7), Ha trés centros primarios de ossificagio, um para 0 corpo e um para cada lado do arco. Centros secundarios aparecem mais tarde para o vértice do processo espinhoso (exceto na regiio cervical), para as extremidades dos processos transversos e pata as delgadas laminas epifisirias nas extremidades do corpo. Os trés centros primarios e as delgadas limi- (OSTEOLOGIA GERAL Figura 24. Primeiravérebratordcica de porco. Vista rani A proces esinhos; 8, proceso arc Ce D corp: A. B.C, sepitacntam Sas formadan do arco neural e D do centrum: todos SPectton termes descitnes sin apleados vertebra adult, O Shugo de une sertebraadutainclts parte do arco neural ce

You might also like