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CAPITULO 1 INTRODUGAO GERAL C. R. Ellenport De acordo com Vesalius (1543), a anatomia “deve ser corretamente considerada como a base lida de toda a arte da medicina e como a sua intro- dugao essencial”. Deve-se entender também que a natomia apresenta uma grande parte da termino- logia médica ao estudante. ‘A anatomia é 0 ramo da biologia que lida com a forma ea estrutura dos organismos. Esta, portanto, ‘em intima relagio com a fisiologia, que estuda as fungées do organismo. ‘Etimologicamente a palavra anatomia significa separagio ou desassociacgao de partes do corpo. No periodo inicial de seu desenvolvimento, a anatomia tra uma simples ciéncia descritiva, baseada em ob- servagoes realizadas a olho nu € com o uso de ins- trumentos simples de dissecagao — bisturi, pinga € ‘outros. Naquela época 0 termo expressava adequa- damente a hatureza do objeto de estudo, Mas com a expansio do objetivo da ciéncia ¢ com o crescimento dos conhecimentos anatOmicos, tornaram-se ne- ceaviias subdivis6es € novos termos foram introdu- aidos, para designar areas especificas e métodos de trabalho. Com a introdugio do-microscépio, e seus ‘essbrios, tornou-se possivel estudar detalhes mais inos da estrutura de minisculos organismos até entao desconhecidos. Este campo de pesquisa desenvolveu-se rapidamente na ciéncia da anatomia microscépica ou histologia, como é convencional- mente distinguida da anatomia propriamente dita ou macroscépica. Da mesma forma, 0 estudo das transformacées que os organismos sofrem durante 0 desenvolvimento, logo obteve suficiente importan- cca para ser considerado, em termos praticos, como tum ramo separado, conhecido como embriologia. A aplicagio deste termo é geralmente limitada as fases iniciais do desenvolvimento, quando sio formados (0 tecidos e érgios. O termo ontogenia é usado para designar 0 desenvolvimento total do individuo. A historia ancestral ou filogenia das espécies € consti- tuida pelas modificag6es evolutivas que sofreu, mos- tradas pelos registros geolégicos. ‘A anatomia comparada ¢ a descrigio e a compa- ragdo das estruturas dos animais, e estabelece os cri- térios para a sua classificagdo. Através deste pro- cesso — sendo objeto de esttido inclusive formas ex- tintas — tem sido possivel demonstrar a inter-rela- ‘cao genética de varios grupos de animais ¢ elucidar S significado de muitas peculiaridades de estrutura, que de outia mancira seriam obscuras. As dedugoes telacionadas as leis gerais sobre forma ¢ estrutura, que derivam dos estudos de anatomia comparada, constituem a ciéncia chamada morfologia ou ana- tomia filoséfica. Contudo, 0 morfologista lida so- mente com os dados anatOmicos que sio necessarios para formar a base para as suas generalizagoes. O Eonhecimento anatémico necessirio para a pratica médica e cirtirgica é, evidentemente, de carater di- ferente e precisa incluir muitos detalhes que nao so de interesse particular para o morfologista ‘A anatomia especial ¢ a descrigio da estrutura de um simples tipo ou espécie, por exemplo, antropo- tomia, hipotomia. "\ anatomia veterinaria € 0 ramo que lida com a forma e a estrutura dos principais animais domésti- cos. £ geralmente estudada tendo em vista a forma- ge profissonale, portanto, € de carter altamente jescritivo. Sao utilizados trés métodos principais de estudo — 9 sistematico, 0 topografico € 0 aplicado. Este livro usa a abordagem sistematica, onde 0 corpo € visto como constituido de sistemas de drgios ou ap: telhos que séo semelhantes em origem e estrutura ¢ festio associados na realizagao de certas fungoes. AS divisdes da anatomia sistematica sao: (1) osteologia, descrigao do esqueleto (oss0s e cartilagem), cujas fungdes Slo apoiar e proteger as partes macias do corpo; (2) sindesmologia, descricao das junturas, Cujis fungoes sio dar mobilidade aos segmentos dos ‘Ossos rigidos e manté-los unidos atraves de fortes faixas fbrosas, os ligamentos; (3) miologia, descri- Go dos musculos e estruturas acessérias que funcio- fram para colocar os ossos € as articulacdes em mo vimento; (4) esplancnologia, descricao das visceras incluindo os aparelhos digestivo, respiratorio ¢ turogenital, o peritnio € as glandulas endécrinas); (5) angiologia, descricao dos érgaos da circulagao (coracao, artérias, veias, linfaticos e bago); (6) neuro- logia, descricao do sistema nervoso; sua funcao controlar e coordenar todos 0 outros érgaos € es truturas; (7) 6rgaos do sentido, que poem o indivi- duo em contato com o meio ambiente, ¢ (8) tegu- mento comum, que funciona principalmente como Um revestimento protetor do corpo, come uma parte importante do sistema regulador de tempera- tira, voltado para as sensagdes e com poderes limi- tados de excrecdo e absorcio. ““Ainda que a aquisicao ea organizacio do conhe- cimento anatémico seja facil para os iniciantes, quando aprendido por sistemas, os estudantes dos Campos de medicina precisam estar sempre atentos pars aprender as relagdes das varias partes, para Pom cada uma e com a superficie do corpo, porque 0 3 propésito final de seus estudos é visualiza-los em espécimes vivos. Em adigéo a disseccéo do corpo, 0 ei ds ssn pein Sp pb oo tudo da anatomia da superficie, da anatomia seccio- nal e da anatomia radiologica™ (Goss, 1966). © termo anatomia topografica designa os méto- dos pelos quais as posigdes relativas das varias partes do corpo sio rigorosamente determinadas. Pressu- poe um conhecimento bem sedimentado de anato- mia sistemitica, As consideragdes sobre os fatos ana- tomicose suas rele com a rug, diagnéstico fisico € outros ramos praticos vio denominados ana- tomia aplicada. TERMOS TOPOGRAFICOS Para que a posigio ea divegao das partes do corpo sejam indicadas precisamente, empregam-se certos termos descritivos que precisam ser conhecidos desde ji. Assumimos, na explicagio destes termos, que scjam aplicados a um quadripede na sua posi- Gio ereta normal (Fig. I-1). A superficie orientada em direcao ao plano de apoio (solo) é denominada ventral ¢ a superficie oposta, dorsal; os relat mentos das partes nest direcdo sto denomii de forma correspondente. O plano mediano longi tudinal divide 0 corpo em metades similares. Uma estrutura ou superficie que esti mais préxima do plano mediano do que uma outra é chamadia medial (ou interna) a ele, ¢ um objeto ou superficie que esta mais distante do’ plano medial do que um outro é€ chamado lateral (ou externo) a ele. Os planos para= lelos ao medial sio say lanos transversos ou segmentares cortam 0 €ixo mais longo do corpo petpendicularmente ao plano mediano, ou um 6rgao ou membro em Angulos retos ao seu eixo mais lonyo. Um plano frontal € perpendicular aos planos mediano ¢ transversal. O termo também ¢ usado em referéncia a partes dos membros ou de varios 6rgios cortados no mesmo sentido. O lado do corpo mai proximo 4 cabeca é denominado eranial ¢ 0 mais DORSAL CAUDAL PLANO _~ TRANSVERSAL GERAL proximo a cauda, caudal; as relagdes de estruturas Com respeito ao eixo longitudinal do corpo sio de- nominadas em conformidade, Com respeito as par- tes da cabega, o> termos correspondentes sio rostral € caudal. Certos termos s4o usados em sentido espe- Gial quando aplicados aos membros. Proximal e dis- tal expressam distancias relativas das partes em rela- ‘cao wo cixo longo do corpo. Abaixo do carpo os termos usados sto dorsal e palmar e abaixo do tarso, dorsal c plantar. Os termos superficial ¢ profundo (profundus) s30 siteis para indicar dist’ 1 partir da superficie do corpo. NOMENCLATURA (NAV, 1972) “Até 1895 no havia acordo geral sobre a nomen- clatura da anatomia humana ou veterinavia. Cada hagio possuia seu proprio sistema de terminolog; inda que houvesse uma base comum que se ester dia atvavéy da historia. Muitas estruturts possuiam nomes diferentes em diferentes puiises € muitas cram denominadas com 0 nome da pessoa que havia feito a sua primeira descrigao. Em muitos casos 0 mesmo 6rgio estava associado com os nomes de di- ferentes anatomistas em paises diferentes.” A partin daquela data tem havido diversas Nomina Anatomi. as; a primeira Nomina Anatomica Veterinaria in- ternacional foi publicada em 1968 (veja NAV 1968 € 1972 pana a su histOvia € membros) ‘Os seguintes principios, que esto, em grande parte, de acordo com os da N.A., tém servido como guias’no trabalho do Comité Internacional sobre Nomenckatura Anatomica Veterinivia (C.LN.A.V.) + Fora um niimero muito limitado de excecde: cada estrutura anatémica deve ser designada por um tinico termo, "2, Cada termo deve estar eri latim na lista ofi- Gial, mas os anatomistas de cada pais estio livres para traduzir os termos ofiias do iii para gua de ensino, PLANO MEDIANO \ * PLANO FRONTAL, VENTRAL Figura 1-1, Termos de posigho e diresio. INTRODUGAO GERAL "3, Cada termo deve ser, dentro do possivel, 0 mais curto e simples. |. Os termos devem ser ficeis de ser relembrados, ‘edevem possuir, acima de tudo, valores instrutivos € descritivos.” Estruturas que estao muito relacionadas topo- gvaficamente devem possuir nomes similares; por exemplo, atria femoral, veia Femoral nevvo emo. “6. Os adjetivos diferenciais devem ser geral- mente opostos, como maior € menor, superficial € profundo. “7. Os termos derivados de nomes préprios (epo- rnimos) nao devem ser usados. ‘Com respeito os termos de divecao, as seguintes regriis foram adotadas depois de longay delibera Gdes: 0s termos cranial e caudal aplicam-se a0 pey cago, to tronco, 3 cauda € aos membros, tao distais 5 quanto sejam da extremidade do antebrago ¢ da perna. Os termos dorsais e palmares so usados para ‘as maos e dorsais € plantares para os pés. Na cubeca, 0s termos rostral, caudal, dorsal e ventral sto pret ridos, com os termoy anterior, posterior, superior € inferior usados para poucas’ localizagoes, como 0 slo ocular a plpebras ¢ ous interno, Medi! € lateral sao usados em todo o corpo, exceto que axial c abaxial designam os lados dos dedos nos mamiferos domésticos, excluindo-ve 0 cavalo. “Nenhuma nomenclatura cientifica pode ser con- siderada completa e permanente enquanto houver pesquisa em seu campo. Pesquisa em anatomia geval dos animais domésticoy € realizada ativamente em todo o mundo ¢ tem sido aceletada pelo interesse nos problemas nao abordadoy pela NAV. Esperacse, portanto, que sejam necessarias freqiientes revi- BIBLIOGRAFIA coms, €,M. 1966, Gry's Anatomy of the Human Body. 28th ed Lea "E Febiger, Plladetphia Lint J 6 de. 1926. Atle ofthe History of Medicine. 1. Anatomy. ‘Lewis, London, snina Anatomica 1966. 3rd ed, Excerpta Medica Foundation, ‘Amsterdam Nomina Anatomica Veterinaria. 1968. World Association of Veter Nomina Anatomica Veterinaria. 1972, 2nd ed, World Assoctton of Singer. €. 1937. A shor history af an “Greeks to Harvey. Dover. New V Vesaive, A194, De Humans Corp the furan body omy and phystology from the Hs Fabrica (The workings af ANATOMIA NA RADIOLOGIA M. A. Emmerson A IMPORTANCIA DA ANATOMIA PARA O RADIOLOGISTA “Para ser profciente no campo da diagnose ruioligica peut ibe jamaica com @ anatomia Ya- SCHEBITZ E WILKENS OQUEEA ANATOMIA RADIOGRAFICA? © posicionamento apropriado do paciente é de grande importincia para o radiologista veterinatio, a fim de obter a melhor radiografia possivel.* A melhor radiografia ainda é dificil de ser interpre- tada; a radiografia fraca € quase impossivel de ser No animal vv, nio € possivelcolocatoflme de raios X no plano frontal ow mediano efa a Fig. 1-1). Portanto ofeixe de ras X tera que pasar inteiramente através da cabegs, pescogo, pelt, ab- Afome. pee e eanda anes de ating semina emutdo do ime de alot X Quando o fee de raios X passa de lad a lado, ou de tina para belo, o poscionamenta € deignado conforme requ Enviada 4 exqucrds sida diel; bteral exquerda-dire. Entrada & dirt aida bexquerda; lateral dieita-esquerda. Entrada nas cosas —salda sobre a lina; dorsoventa Entroda sobre a linha —saida nas conan; ventrodorsal Para os apendices, 0 uso do "plano transversal” no sufeente. interpretada com preciso.” Desta forma, para se obter uma excelente radiografia, para fins diagnos- ticos, o paciente tem que estar adequadamente posi cionado. A aquisicio de conhecimentos anatémicos tidimensionais é, portanto, necessiria para que se seja cientifico ao invés de depender da sorte para a obtengao da melhor chapa de raios X. (O tratamento das lesdés internas de 6rgies espe- cificos com energia radiante (terapia de raios X, por exemplo) exige que o radiologista conheca a posigdo do érgao que esti doente, ¢ aproximada- Mente sua profundidade abaixo da superficie do corpo, para que receba o efeito miximo do feixe de 1ios X adequadamente direcionado. so venham a ser usados implantes de energia radiante, tais como sementes de radon ou agullias (0s seguintestermos de povcionamentasio de wso comum: Entrada anterior (ranisl) — saida posterior (caudal); vita anteriorposteir Entrada posterior (caudal) — saida anterior (cranial); vista posterioranterior Entrada lateral Entrada medial — sida lateral vista mediolateral A terminologia usada para orientar o interpretador de vistas cblguas wre Tadiografine tera que se relegada a0 estido "em Drofandidade” da radhologia vterindria sida medial; visa lateromedial de radio ou de cobalto, a adequada colocagao destes materiais no 6rgio doente requer conhecimentos anatémicos quanto ao érgao, bem como conheci- mento da putologia da condigao da doenga. A ana- tomia é basica para o sucesso na diagnose e no’tra- tamento das doengas dos animais quando se usa a energia radiante. POR QUE A ANATOMIA PRIMEIRO? Torna-se logo dbvio, para a pessoa que se prepara para a carreira nas ciéncias médicas, que 0 conheci- mento da morfologia normal do corpo ¢ a designa- 40 adequada das estruturas — através de nomen- claturg aceita tanto local quanto universalmente — é fundamental para o aprendizado, para a comunica- saove, eventualmente, nas contribuigées pura o avango da ciéncia médica. As doengas, muitas das quis S40 descobertas no inicio através de exames de aos X ou fluoroseépicos, s40 muitas vezes designa- das por pelo menos uma parte de seu nome anaté- mico (por exemplo, osteite, nefrite, artrite, com o 0880, Orgao ou atticulagdo especifica incluida na de- signacio). Que confusio caética nao seria se todos tivessem nomes diferentes para os érgaos do corpo, as doengas, ou as anormalidades anatomicas! Portanto € axiomatico que a anatomia seja basica e fundamental para 0 desenvolvimento, a aplicagao e © avango de todas as disciplinas da ciencia médica e da satide, incluindo a vadiologia © QUE E RADIOLOGIA? Por definigio, a radiologia € 0 ramo da ciéncia médica que lida com a aplicggio diagnéstica e tera- péutica da energia radiante, incluindo raios roent Ken, 0 radio, ¢ isdtopos radioativos.* Todas as utilizagoes da energia vadiante na medi. cina, tais como a radiografia, a fluoroscopia, a tera. pia através de raios X e as utilizagées terapéuticus ou investigativas dos istopos radioativos, estio inelui- ncia da Radiologia. © QUE E RADIOLOGIA VETERINARIA? A radiologia veteriniria & 0 ramo da radiologia que lida principalmente com as aplicagées diagn dati cas ¢ terapéuticas da energia radiante nas doengas de todos os animais que por direito estao sob a juris- digao do veterinario.t Isto inclui todas as espécies domésticas, animais de zoolégicos e espécies exdticas utilizadas na pesquisa e normalmente designads como animais de laboratorio (Medicina de Animals de Laboratério). Além dos raios roentgen, as fontes mais comu mente usadas de energia radiante em medicina ve. terinaria so 0 radio ou sementes ou agulhas de 1a. don, placas ou agulhas de cobalto 60 (incluindo o fio) e 0s aplicadores beta. *Das exigéncias do Conselho Americano de Radiologia para o cer- tificado em radiologia, {Definigio modificads do Conselho Americano de Radiolog para satisfazerexigéncias da Medicina Veterinaria, GERAL © QUE E 0 RADIOLOGISTA? © radiologista € qualquer pessoa quialificada por treinamento nas ciéncias médicas e na fisica radiol6- gica para usar a energia radiante nas areas de diag- ose, terapia e pesquisa da medicina. © QUE SAO RAIOS ROENTGEN OU “RAIOS x"? Qs raios X foram descobertos em 1895 por \ thelm Conrad Roentgen, um fisico alemio (Emmer son, 1952). A historia da descoberta dos raios X uma das niais fascinantes na historia da ciéncia. Os raios X so ondas eletromagnéticas ou acimulos de energia na forma de ondas que se deslocam a 186,000 milhas por segundo, O comprimento da onda dos raios roentgen é extremamente curto. Os comprimeitos de onda utilizados nas diagnoses mé- dicas veterinarias sio de 0,1 a 0,5 A Os raios gama sio fisicamente idénticos aos raios X curtos, mas si0 emitidos por determinados elementos radioativos. O conceito de importincia para o estudante de anato- mia € que 0 feixe de raios X é tio mintisculo que pode. passar através dos atomos dos tecidos de um animal ¢ que apenas determinadis partes do feixe de raios X serao “paradas" ou “absorvidas” pelos eléctrons, protons ou néutrons em érbita nos tecidos expostos. Desta forma, é importante que o radiolo- gista veterinivio aprenda anatomia em tés dimen- ses. Excmplo: A sua frente hi um clo anestsado, Voctseecbe um daquclesamiquadorsiinets de chpevs de senhoras ¢€ als $l emnpurrs lo, de pona,srads do ora da equerda para Tein eres quarts 3 quits costs aio do eather cntc ligament suprsenpnhino e 9 eterno. Emivora sore nao pws realmente vers pont do altace penctrare emergirds cols ares tra anatmiea, ck ever er cp de visual cm su mete (doravanectaa comme seu "cho de as X7) ea estrus ques $lfnetesraena st cmergir no ado dro do peo Ager fine Iteralment,mihoes le alintes pasando aoanéso pr ‘oo que fare fede nos X quand ve tia una sehape de sor 3 cutadigrata do pete de ne, COMO OS RAIOS X MANIFESTAM SUA PRESENGA? Os raios X manifestam sua presenea, pelo menos, de quatro modos diferentes: (1) efeito fotografico: (2) efeito fuorescente; (3) efeito biolégico; e (4) efeito ionizante, EFEITO FoTOGRAFICO. Os raios X penetram na matéria s6lida; os de ondas de comprimento mais curtas possuem um maior poder de penetragao e s40 conhecidos como "raios duros”. Na sua passage através da matéria, 05 raios X sio absorvidos, sua jwantidade dependendo do niimero atémico eda densidade da substincia ubsorvedora. Osos Gace © seu teor de calcio, absorve raios X muito mais fa. cilmente do que os tecidos moles do corpo. Os raios que penetram no corpo fragmentam os cristais de brometo de prata, na emulsio de um filme de raios X, de modo que, ao serem revelados, estes Sio rapi- damente reduzidos ao “preto” da prata metilica, A isto denomina-se radioluscéncia, Os raios absorvi- dos por determinados tecidos (por exemplo, 0 0880) nao alteram os cristais de brometo de prata que so dissolvidos ¢ removidos no processo de fixacao, dei. xando o filme claro; desta forma, diz-se que 0 0ss0 € INTRODUGAO GERAL radiopaco. Entre estes dois extremos temos muitas gradagées de opacidade, de modo que o filme to- talmente processado torna-se agora um registro fo- tografico da capacidade de penetracio dos raios X re urna determina parte do corpo. Este registro & denominado um radiograma ou radiografia*, es- quiagrama ou esquiagrafia*, roentgenograma ou roentgenografin ou, pel leigos de chaps de raios EFEITO FLUORESCENTE, Quando 0 feixe de raios X tinge uma cartolina forrada com determinados Crista, ela faz com que esses cristais fluoresgam ou emitam luz visivel. As variagdes da quantidade de feines de raios X que atingem os cristais fuzem com que a imagem surja no exame fluoroscépico. EFEITO BIOLOGICO. Deve-se lembrar que os raios X sio sempre destrutivos para os seres vivos Quando a destruigao do tecido vivo nao for maior (Ox termos marcados com um asterisco (*) sio os mais comumente uvidos ou Usados. 7 do que possa ser reparado, muito pouca reagao dos tecidos € observada. Na pele nao pigmentada, a primeira reacio visivel ¢ a vermelhidao ou eritema; O sinal seguinte a queda dos pélos, ou depilagao; e, finalmente, vem a morte do tecido ou queimadura por raios X. A irradiacao por raios X, de todo 0 Corpo, altera a contagem sangitinea, é letal em altas doses'e pode causar mutagdes dos genes em doses menores. Doses repetidas de raios X so acumulati- vas, A exposigao desnecessaria aos raios X deve ser josamente evitada. EFFITO IONIZANTE. O ultimo método de detectar a presenga de raios X € 0 método de ionizagao. De ferminados gases recebem e retém uma carga elé trica conhecida. Quando um dispositivo tal ‘como uum medidor “t", ou medidor roentgen, for colocado em um feixe de raios X, as ondas eletromag removem ou neutralizam a carga elétrica contida, de modo que a perda de carga pode ser mensurada. Tal dispositivo € usado para calibrar ou determinar Figura 1-2. Feto de bovino imediatamente apés 0 segundo trimestre de gestach. tras caeifcadas esto realgadas. O bezerro nio possui nem ar ingpvado pues e traquéa invisives) nem aimento deglutido (nenum gas no est6mago, intestines, clon ou reto), & dif verse 0 Gafrogma eparando o peito ¢ 0 abdome) Note a homogencidade da densidade dos tecidos moles. Somente as estrutu GERAL Figura 1-3. Feto de bovino; o mesmo da Fig. 1-2, porém no sistema circulatorio foi injetado através das artérias umbilicals um meio sadiopaco. Note oe renhur ar nem gis nos trator espiratovio ou digestivo, a quantidade de raios X, produzidos por um deter- minado aparelho e usado para tratar de tumores € outras doencas. A unidade de mensuragio é 0 roentgen, designado por um “r" mintsculo. roentgen,* é uma dose de exposigio de radia- Go X ou gama, tal que a emissio, corpuscular asso- Giada por 0,001293 g de ar produz, no ar, ions car- regando uma unidade eletrostatica de quantidade de eletricidade de qualquer sinal. COMO PODE A RADIOLOGIA AJUDAR-ME NA ANATOMIA? A pressio de conhecimentos sempre crescentes, na medicina veterinéria ¢ outras ciéncias do setor de satide, tem sido um estimulo para o reexame dos meétodos de ensino da anatomia e de outras discip nas profissionais. Uma resposta superficial a ‘tal pressio € a de reduzir o tempo e 0 contetido dos USS. Dept. of Commerce, 1960, 1961 to que o sistema cireulatério possui na delineagio do térax e do abdome. A ciculagio fetal esté bem ilustrada. Ainda nao ha cursos de anatomia, Entretanto, as fronteiras em expansio, no campo clinico e outros relacionados muito provavelmente nao serdo sérvidas pelo ensino reduzido de anatomia, embora scja altamente provavel que avangos possam ser realizados na efi- iéncia da apresentagao da anatomia. Para ser eficaz, a anatomia terd que ser ensinada e aprendida como uma disciplina tridimensional, para que o pratican- te (ou cientista de animais de pesquisa, se for o caso) seja capaz de visualizar as modificagoes (pato- logicas ‘ou outras) que se realizam no corpo com vida. Embora a mesa de disseccio seja provavel- mente o melhor lugar para se aprender a anatomia tridimensional, 0 exame fluoroscépico ¢ ra- diografico de determinadas estruturas ou érgaos pode muito contribuir para a precisio da “foro men- tal" a ser desenvolvida pelo aluno. Por exemplo, € muito mais exata a determinacio das tensdes trabe- culares em um osso, através da radiografia, do que pela serragem do osso 20 meio. Um outro exemplo é © notavel melhoramento, no conceito mental do INTRODUGAO GERAL aluno, com relagao ao suprimento sangiineo.de um Srgio’ou especie espectico que pode ser obtido pela injegio, no sistema vascular, de uma tintura Tadiopaca ¢ a realizagao de sua radiografia (Figs. 1-2 ¢ 3). Ambos 0 exemplos apresentados criam uma imagem mental mais precisa e contribuem grande- mente para a eficiéncia de apresentagao € na con- servagao de tempo. Mais ainda, a anatomia radiografica é uma ferra- menta essencial para o praticante e 0 auxilia muito a Visualizar anormalidades do corpo em vida, nao prontamente acessiveis a olho nu. Seria muito vanta- Joso para o veterinario neéfito se os seus instrutores, has ciéncias médicas veterinarias basicas, soubessem mais sobre as doencas e as anomalias encontradas 1 pratica, fase da medicina veterindria que ainda exige mais homens-hora do que qualquer outro campo reconhecido, Ser capaz de associar determi- adas areas ou regides anatémicas com os males de nimais, de ocorréncia mais comum, € mais de- scjivel para o estudante do que a dependéncia na memorizagio. Muitos instrutores, com consideravel experiéncia de ensino, podem lembrar-se de alunos que podiam citar quase literalmente 0 texto ou notagdes, mas que, 20 serem questionados um pouco mais, eram incapazes de reconhecer a estru- ura que foram solicitados a descrever. Tal “conhe- cimento”, que é pura memorizacio, obviamente nao éconhecimento algum. A anatomia til € a anatomia visual; 0 quadro das estruturas ¢ as relagées que podem ser visualizadas mentalmente, e nao as pala- ‘ras utilizadas para descrever a estrutura, Os raios X ajudam a desenvolver 0 quadro mental, ou melhor ainda, “o olho de raios X". COMO PODE A ANATOMIA® AJUDAR-ME NA RADIOLOGIA? Para ser proficiente na interpretacio radiografica (diagnose radiografica ou de raios X), € preciso pri- meio ter algum conhecimento sobre a anatomia da regido que foi objeto dos raios X. Trés elementos ou Compostos encontrados no corpo sadio ¢ normal re- Sultam nas “sombras” de raios X vistas na chapa. Eles sao: (1) Ar — na boca, nariz, seios paranasais, traguéia, pulmoes, estémago, intestino delgado de individuo em amamentacao, célon ¢ reto. (3) Agua no sangue (ela é a resposta para a densidade dos grandes vasos sangilineos) ¢ orgios cheios de san- ue, tais como 0 figado, o baco € os rins ¢ a bexi theia de urina, Os fluidos fetais no titero gravido ‘aumentam a densidade dese érgio em relagao & do estado nao gravido. E, por tiltimo, sio observadas Sombras no estomago ou intestino delgado logo apés a ingestao de fluidos. (3) Minerais — de principal Significacio € o calcio encontrado nos ossos e, as veres, no misculo € no epitélio dos individuos mais Yelhos. Isto é no¥malmente, mas nem sempre, atr buivel a algum ferimento ou doenga anterior. Torna-se perfeitamente evidente, entéo, que um conhecimento prévio da anatomia é absolutamente necessirio para se interpretar as valiosas informa ‘Goes diagnésticas disponiveis no exame radiografico 6u fluoroscépico de um animal. Uma compreensio precisa da morfologia dos ossos ¢ articulagdes, suas Uiferencas e sua idade, é primordial para a interpre- tagio precisa de uma radiografia. As variagdes no suprimento sangiiineo de determinados érgaos (Figs. 1-4 e 5, Aa E) ajudam o radiologista diferen- iar entre o normal e o patolégico. A inflamagio é a reagao do tecido vivo 3 irritagao. Ela € acompanhada por aumento no suprimento sangiineo ou o sin- toma cardial, “rubor” ou “vermelhidéo”, A menos que o tadiologista tenha alguma idéia do supri- mento sangiiineo, conhecido como normal a uma arte, nao serd capaz de diagnosticar corretamente a Inflamagao dessa parte quando ela for atingida por algum proceso de doenca. Pode-se ver, desta forma, que a avatomia é um conhecimento basico essencial para 0 radiologista consciente, ¢ que a radiologia pode ser um grande auxiliar para 0 anatomista € para o aluno de anato- mia na obtengio do “olho de raios X" das varias estruturas anatémicas, de modo que ele nao precise lembrar-se de palavras memorizadas. 0 QUE E COMO DEVO ESTUDAR? Infelizmente, o aprendizado de a vezes & considerado como um feito de men pura. E bem certo que para comecar, precisamos memorizar determinados assuntos, € depois usar repetidamente 0 que memorizamos a fim de reté- Jos. Muitas pessoas, que sio geralmente tidas como bons anatomistas, ndo alegariam possuir memorias particularmente boas. Na verdade, o estudo da ana- tomia deve ser direcionado no sentido da aquisicao de uma boa compreensio do assunto ¢ néo na lem- branca total de uma massa de mindcias. Qualquer dlinico pode assegurar que os detalhes anatémicos de que se lembra sao bastante limitados aqueles que ele usa com bastante freqiiéncia. A vantagem de ter-se conhecido outrora mais fatos situa-se, princi- palmente, nos conhecimentos gerais aos quais esta Aquisigao leva, a saber: (1) capacidade de com: preender o fundamental e nao a anatomia deta- Thada envolvida nos problemas clinicos particulares; € (2) facilidade relativa de reaprender ¢ expandir 0s znossos conhecimentos em um determinando campo, ‘caso seja necessario. (© falecido Professor Harry Lewis Foust, em de- terminada ocasiao, declarou a este escritor que “uma pessoa nunca aprendert demais, que é melhor aver aprendlido algo que nunca ser usado do que de repente precisar de alguma coisa que nunca aprende ‘Como a anatomia a uma ciéncia visual, em que as descrigdes. verbais sto sempre inadequadas, seu aprendizado requer a observagio cuidadosa, de pre- feréncia repetidamente e de perspectivas diferentes. Na anatomia grosseira, entio, o principal estudo tera que ser efetuado na sala de disseccdo, onde o repetido trato revisto é possivel. Diferentes pers- pectivas podem ser obtidas através da correlacio do que € observado na chapa de raios X ao que € efeti- vamente observado no espécime dissecado. Exceto para fins de comunicacées, ao prestar um ‘exame ou na conversa com os colegas, a anatomia *Comunicagio Pessoal — Harry Lewis Foust, exchefe do Depar- ‘amento de Anatomia Veterinaria, lowa State University, Ames, 1927 4 1951. 10 Figura 14. Arteriografia de um utero de bovino (espécime fresco injetado) vista dorsoventral, 9,5 dias apés 0 lustrando « magni funcionamento. © como uterino dircito foi 9 coro reprodusida na Fig. 15 A até E titil € a anatomia visual; © quadro de estruturas relagdes que podem ser obse ‘olho da mente” ou no “olho de raios X", e nao as palavras utilizadas para descrever a estrutura, QUANDO A ANATOMIA POUCO ATRAENTE SE TORNA ESPETACULAR? A estrutura que da a uma massa de protoplasma sua eventual beleza artistica é denominada esque leto: O esqueleto € composto de ossos e articulagdes GERAL BURSA Sf Corno uterino direito do estro, imde do suprimento sanguineo (hemodinimics) aos érgios reprodutivos da fémea, especialmente ao ovirio emt ‘révido para 0 primeiro e Unico bezerro desta vaca. A delineagio retangular representa a rea O veterinario ne6fito comega seu treinamento pro- fissional pela osteologia — 0 estudo dos ossos ~~ € sindesmologia — o estudo das articulagoes e dos li gamentos. O aluno iniciante recebe uma “caixa de ossos” © é solicitado a estudé-los. Isto pode tornar-se pouco atraente , a menos que ele possa receber demonstracdo de uma apresentagao interes- sante daquele oss0 ou articulagao, em uma chapa de raios X. Um 0350, por seu teor de calcio ¢ elevada radiopacidade, normalmente é a caracteristica mais marcante de uma radiografia, Poucos iniciantes em INTRODUGAO GERAL Figura 5, Arn ttere-orarinadrla de wn ae ina uevovental Wr usta hora apts o ini do “co ero) O (oltsS'de Grated em delneade pels seri, 0 a ae alas natin pos eas Berne i de coeur apa. poe Ob ote se rrcrnlicramenie mle dena de que edo sere 3 dois mercelre Nos naaesa he ees Aidoe ramads vocalr metal é ee mid rari st de formateladale ean ian quaresapte a th ch ean Ske rotgetee terantos 2 Selanne SRG se tarps sar” ou cceraiinerty Mi cuinene suo to com Se otra peleterse se grate tuedaviarioe oetoenia a SERN ftattimea ns Covmparie a0 plo eae (A lusraqo continue na pagina segue) Figura 1.5. Area Stero-ovariana direita de uma vaca, vista dorsoventral (Continuaga). C. Nove dias e meio apés a vinda do cio (inicio do sito). Area tetangular aumentada da Fig. 1-4 feo mano eo numero de ¥atos sangiiness para © corpo liteo e dentro dele (CL). O corpo liteo Mi iu seu manho miximo e doravante tornarse-d me- thor organizado e gradativamente regridit, t€ nio mais exisirformagao de novos foliculos, Um método de superar a “auséncia de cio” ou anestro€.a extirpa ‘Gio manual do corpo liteo através do reto E perigoso cextirpar um “corpo amarelo” ou corpo Iiteo neste ‘stigio do ciclo, por causa de uma possivel hemorra: Bia fatal, Deve-se esperar ateque o corpo liteo mestre Sinais de organizagao e regressio e/ou até que haja certeza de que o animal nio estd grivido. A extirpa 40 manual do corpo liteo antes do sétimo mes de ravider norm: Gtero-variana escus ramos 19 Menor, menos tortuous ede mene numero, apesar da aparente persstencia Uo supric mento sanguinea do corpo lito (CL) Enurctanta, corpo hiteo ests mostrando sina de organieas regressio, Algumas arterioles e capilares foram sue tities por Nbroblasion 0 que € evdeneinde wes ‘maior radiodensidade do “corpo atnarle’, Cone o compo liteo regride, ele perde seu poder de evr novo desenvolvimento foiular; ashy agort ie ha ecessidade de extirpiclo manwalmente para iieat A isrogdo continua na pagina segunte) INTRODUGAO GERAL Area stero-ovariana direita de uma sta dorsoventral Continuogde) E, Oto horas apts 0 inicio do proestro, Note a redugao pronunciada no tamanhe do corpo lteo, do cielo anterior Tambem ha ums red notivel anéria uteroariana. Este corpo iteo perdu © teu poder inistrio, pots um foleulo de Graaf ex {querda.O corpo lite acima continuarda regredin. tiastos e, eventalmente, 86 haverd presenga de te ido de cicatrizagao branco, Todo o eco teinico Elda coma “corpo branco” ou corpus albicans anatomia percebem que os exames de raios X do sistema esquelético atualmente representam cerca de 50 por cento dos casosrem pequenos animais € cerca de 95 por cento dos casos em grandes animais, apresentados na radiologia clinica. Exames esque ticos em cies s0 os procedimentos costumeiros para diagnosticar doengas ortopédicas, tais como a displ sia do cotovelo ou do quadril, pan-osteite eosinofi- lica, osteocondrite dissecante ¢ as fraturas mais co- muns. Exames de cavalos claudicantes incluem, ro- tineiramente, as radiografias dos dedos e membros em particular. A extensio da “podridio dos cascos” no gado.¢ mais facilmente determinada através de uma ou duas radiografias, Para se interpretar ade- quadamente estes males ortopédicos, primeira- mente é necessirio conhecer a aparéncia de um osso normal ¢ como ele vai aparecer em uma boa radio- grafia. Visdes obliquas de um 0580, ou visdes em que 08 pequenos 03805 carpicos ou tarsicos esto super- postos sao de interpretacio muito dificil, a menos que tenhamos desenvolvido nosso “olho de raios X' estudado a morfologia distinta de cada um dos pe: quenos ossos, e depois ser capaz de visualiza-los, mentalmente, em sua perspectiva apropriada, Muitas doengas de desenvolvimento envalvem 0 esqueleto, de uma maneira ou de outra. Portanto, 6 imperativo que 0 aluno aprenda os conceitos basicos da formacio dos ossos (osteogénese), e entenda por que os ossos possuem a capacidade de se remodelar Para suportarem determinadas tensdes neles exer- Cidas. As articulagdes sto absolutamente essenciais para a locomogao. A aparéncia radiogrifica de uma arti- culagio é quase tio impressionante quanto a de um 0880, O denominado “espago articular” inclui todas as estruturas entre as placas de osso subcondral de dois oss0s adjacentes. Elas sio a cartilagem articular, a sinévia, a gordura intracapsular, os ligamentos ¢ meniscos, em determinadas articulagées, que o aluno de anatomia tem obrigagio de aprender. Determinadas variagdes ésseas no esqueleto sto devidas a mudangas evolutivas. Um dos esqueletos mais simples para se comecar a estudar é 0 ics de um tinico dedo (solipedes) (Fig. ito mais facil de se estudar o dedo simples sior do cavalo € extrapolar-se para as espécies com Virios dedos, do que comecar com as espécies meno- res ¢ com varios dedos, em especial, radiografica- mente. No feto eqiiino observado na Fig. 15-22, no- tamos 0s grandes espacos, radioluscentes, entre os 0808 longos, as vértebras, e os ossos da pelve. Pelo que foi dito até agora, vocé explicaria a razio por que estas extensas ‘reas radioluscentes do feta nao podem ser demonstradas no adulto da mesma es Cie? Tenha certeza de que vocé sabe sua anatomia. Ela é a base sobre a qual todas as demais disciplinas médicas veterinarias s20 construidas. Ela é a base da medicina veterinaria, sua vocagao escolhida. Para voce, o aluno: Estude anatomia de todas as diferentes maneiras que vocé puder pensar além da memorizacao, de modo que sob circunstincias nor mais, bem como nas crises “de vida ou morte” voce possa imaginar um quadro preciso daquela parte do corpo que Ihe é solicitado tratar, mecdnica ou quimi- camente, por causa de doenga. HANTAUTN AE : 4 GERAL BIBLIOGRAFIA Anson, BJ. (ed.) 1966. Morris Human Anatomy. 12th ed. New York, P. Blakestem Disision, MeGrav Hill Book Co Emmerson, M.A. 1952. Xray therapy of some small animal dieses. Prec Book Am. Vet. Med. Assoc, 89th Annual Convention, Allanue City, June 23-26 Gardner, ED. 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E um ditado anatomico que as variagbes sto os resultados mais “constantes”. Entretanto, € possi- vel estabelecer um padrao médio ou normal para qualquer grupo principal de animais, e reconhecer 0s desvios do padrao. Em cada grupo principal de organismos hé um plano geral de organizacdo. As variacdes nos deta- Thes do plano geral sio as caracteristicas da espécie; além do mais, € possivel um plano constitucional através do qual um individuo pode ser separado de outro. © plano geral de construgao baseia-se em princi pios morfoldgicos: (1) zigomorfismo; (2) metame- rismo; (3) tubulagio; e (4) estratificacao. 1, De acordo com o principio de zigomorfismo, cada animal pode ser dividido em metades direita e esquerda ou antimeros (partes ou pares opostos). A simetria bilateral grosseira nao subsiste apés um es- tudo preciso e detalhado (Guldberg, 1897). Orgaos pares ou homotipicos (dois érgios, sendo um em cada lado do corpo), tanto superficiais (olhos, ore- Ihas, tetas) como profundos (ovarios, testiculos, tins), apresentam ligeiras diferengas de tamanho, localizagao e relagoes. Os orgios impares (estrutura mediana unilateral ow dinica) também contribuem para esta assimetria; figado no lado direito, bago no esquerdo € 0 coragio predominantemente desviado DiDio para a esquerda. A esta assimetria morfol6gica bila- teral deve ser acrescida uma assimetria funcional (predominancia do uso de um lado ou do outro individuos direitos ou canhotos; a ovulagao nos bo- vinos corre mais freqiientemente no ovario di- reito). Variagdes unilaterais sao duas vezes mais fre- qlientes do que nas estruturas bilateralmente simé- tricas. 2. O principio de metamerismo dirige a homolo- ia seriada (segmentar); isto é, os Orgaos ou estrutu- Tas dispostos de acordo com uma série linear longi- tudinal. Estas estruturas (por exemplo, vértebras, costelas, membros toracicos ¢ pélvicos) sao denomi- nadas homodinamicas; elas sio encontradas em uma sucessio traniocaudal de segmentos semelhantes do corpo. Nesta disposicao, um tipo de polaridade (presenga de pélos) pode ser reconhecido; no polo cranial, encontra-se uma concentragao do sistema nervoso, enquanto que em certos animais, como no homem, o polo oposto ou caudal € rudimentar. O metamerismo € melhor visto em embrides e torna-se menos evidente nos adultos; ele pode ser tracado principalmente no esqueleto, misculo, vasos € no sistema nervoso. O plano metamérico envolve 0 mesoderma dorsal (somitos) e € reconhecivel no tronco € no pescogo. Na cabeca, o mesoderma ventral determina a dispo- sigio de estruturas tais como os arcos branquiais (branquiomerismo). Na regio faringea, cinco arcos branquiais podem ser encontrados. Eles so assim denominados porque correspondem aos arcos que sustentam as bringuias (guelras) dos peixes. 3. O principio de tubulagao determina a pre- senga de um tubo dorsal ¢ ventral no corpo dos ver- tebrados. Do eixo de apoio do corpo, a coluna verte- bral, arcos 6sseos s4o emitidos em ambos os lados para formar um tubo estreito dorsal ou neural ¢ um grande tubo ventral ou visceral. O primeiro contém © sistema nervoso e estruturas relacionadas, ¢ 0 tl timo contém parte das visceras. Estes dois tubos esto circundados por um outro composto de pele €

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