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vuieny 4 . f easta- 2, Luterd Moa a SOBRE A WY AUTORIDADE SECULAR SOBRE A AUTORIDADE SECULAR de Martinho Luter SOBRE © GOVERNO CIVIL ide Judo Calving Tadao HEUO DE MAROO LETTE DE MARKO CARLOS HDIIARDO SIESENA MATOS Martins Fontes Sto Plo 1995 | as SOHNE A ALTORIUDE CTIA Segunda Parte Aré onde se estende a auronidude secular Chegamos agora & parte principal deste ser- mo. Aptendemos que nests tea deve baver autoridade secular € como se pode fazer dels tum uso benéfico € cristo, Agoru, devemos es- tabelecer quae longo € 0 alcance dessa autor dade, até onde pode estender seu brago sem ulsapassar seus limites € invadlir 0 governo € © reino* de Deus, Tratase de algo acerca do que devemos ter muica clarezi. Quando € dada ex: ccessiva liberdade de ueio [ao governo secu: (© dano que disso resulta é insuportivel e revol- tunte, mas t€-La confinada em limices denvasiaclo ‘esrreitos tambéin se- mgsira prejudicial. No. pri meiro caso hd punigio excessiva, e no cute, insuficiente, E mais toleravel, porém, errur no segundo caso: & sempre melhor um patife con- servar 8 vida do que um homem justo? ser mor to. Existem sempre patifes no mundo, e sempre existio, mas ha poucos homens justos (87:1 O primeiro ponte a ser notado & que tas dus partes em que se dividem os filhas de Adio (como dissemos zcima), uma 0 reino de Deus* sob Cristo, a outra 0 reino do mundo sod 2 autoridade’ (secular), tém cata uma sua propria espécie de lei". A experiéncia cotidiana mostrisnos suficientemente que cacit reino de ve ter suas pripriss leis © que nenbum reine ah gnc ae Suber Ce aes UTE mengnna Se no exist nada na Palayra de Deus quanto a I880, serd duvideso se € isso 0 que Deus quer. Se ele mesmo no ordenou zlguma coi- sa, nao hd meio de estabelecer que esta Ihe seja agradivel, Ou, antes, podemos estar cer tos de que nao Ihe € agradavel, pois ele quer ‘que nossa fé se baseie exclusivamente em suit divina Palavea; como cle afiema em Mateus 18 [na verdadc, 16,18): "Sobre esta pedra edifica- i E tumbém em Joie 10 [27 is escutam minha vor ¢ me co- nhecem, mas no escutam a voz dos estranhos € fogem deles,” Segue-se disso que, com suis ordens blasfemas, a sutoridade secular kings: SOBRE 4 AI TORE ADE SEC LAB as alms na danagao eterna. Pols isso significa obrigar as pessoas a acreditir que algo com certeza ageadari a Deus, quando 1880 nao € absolutamente certo; a0 contrary, € certo que desegrada Deus, uma vez que nao existe (texto no] Verbo de Deus para sancioné-to, Pois quem quer que acredite que algo seja correto quando de fato ¢ errado ou duvidoso nega a verdude, que € 0 proprio Deus, € cé em mentiras € etros. Portanto, € absoluta loucura cles nos orde- narem que acreditemos ma Igreia, nos Padres [du Igreja) € nos Concilios mesmo que nao exista Palavnt [expressal de Deus [quanto a0 que nos dizem para acreditar). $40 Gs apésto- lox do deménio, € ndo a Igreja, que divulgam essa especie de ordem. A lure ndo exige na da, 4 excegio do que € certo segundo a Pala- vr de Deus, Como, diz S30 Pedro [1Pd 4,11) Se ulguém fala, fugs-0 como se pronunciase ordculos de Deus.” Mas eles jamtats serao capa zes de mostear que os deeretos dos Concilios Slo » Vetbo de Deus, Bo que € ainds mais ni diculo € quando se arguments que, afinil, & isso que Os reis, us principes e #3 pessoas RE rulmente eréem, Mas, meus zimigos, no somos batizados em nome Ue reis © principes © das pessoas em gera, mus em nome de Cristo do proprio Deus, £ nosso titulo ndo € 0 de *reis” ou “principes” ov “pessoas em geral”, mas o de cristios. [378] Ninguém pode ou de- ve estabelecer comanclos pura # alma, exceto aqueles que podem direcioné-la no tumo do Ue, sou At TORUDADE SECT a céu. Nenbum ser human, porém, pode fi22- lo; apenas Deus. E portanto, nas coisss que di- zem respeito a salvugio dus almas, nidit deve ser ensinado ou aceito a mio ser a Palavra de Deus. Outro ponto imporunte € o sequinte. Por mais estipidos que sejam, eles devemt admitir que no tem poder sobre a alma, pois nenhum ser humano pode sniquilar a alma ou wuzé-l a vida, ou encamini-la a0 céu ou vo inferno. F, se eles nao acreditarem em nés, entio Cristo vai mostré-lo com clareza mais que suficiente quando diz em Mateus 10 (24) “Nao temas os que matam 0 corpo & depois disso nada: mats podem fazer. Temei antes aquele que, depois de destruir 0 corpo, tem 0 poder de condenar uo inferno.” Com certez isto suficientemen- te claro: a almu € retirada das mios de todo © qualquer set humano ¢ colocada exclusiva- inente sob o poder* de Devs, Agora me digam fo seguinte: alguém que estivesse hicido darks fordens onde nao tem autoridade”? Voces pode riam igualmente ordenar que 2 Lua brifhasse por seu comando. Haveria algum senviclo se as pessoas de Leipzig devessem estubelever as leis para nés aqui em Wittenberg, 0u vice-ver- sa? Quem quer que tentusse isso receberit em agnidecimento uma dose de heleboro, para desanuviar sua cabega € curar seus resftiados, Mas é exatumente isso o que esto fazendo nosso imperador® e nossos judiciosos prinei- pes; eles deixam que o Papa, us bispos ¢ os sofists os liderem, 0 cago conduainde © ceRo, 2 SORA ACTORIDADE er La ordenando que seus siiditos tenham a crenga ‘que 0 principes consideram adequitd Pulavra de Deus. E entdo eles ins conservar 6 titulo de *Principes Cristaos”, que Deus proibiv. Outra maneira de captar esse ponto & a de que toda € qualquer autoridade s6 pode agtir, ¢ s6 deveria agir, onde possa perceber, saber, jolgar, semtenciar e modificar as coisas. Que cespécie de juiz seria aquele que julga as cegas, fem assuntos sobre 0s quais no pode escutar nem enxergar? Mas me digam: como pode um ser humano ver, conhecer, julaar e mudur os coragdes? Isso € da competéncia exclusiva de Deus. Como diz © Saimo 7 {10k *Deus sonda 0 coragao € os ins." E também [St 7,9]: "O Se- hor € o juiz dos povos" e Atos 10 [na verda- Ge, 1,24; 15,8) "Deus conhece os coragées.* E ainda Jeremizs 1 [de fato, 17,9): “Falso e ines- crutavel € 0 coragio do homem, Quem pode sondi-lo? Eu, o Senhor, que sondo 0 cora¢to & ‘es rins.” Um tribunal. deve ter um conhecimen- to exato do que deve julgar, mas os pensa- mentos ¢ as mentes das pessoas nio podem ser manifestos para ninguém a excecio de Deus. Portanto, é impossivel ¢ fitil ordenar ow coagie alguém a acreditar nisso ou naquilo. Exige-se aqui uma habilidacle diferente; a fore ‘ga? nao vai funcionar. Fico surpresa com esses lundticos 13791), visto que eles proprios tém um ditado: De occultis non iudicat ecclesia, a igre- ja nio é juiz em assuntos secretos. Ora, se [até mesmo! # Igreja, 0 governo espicitual, apenas 1 ke se 4 Ar RA cr Dak “3 rege axsuntos que sejam pablicos € abenos, com que direito @ autoridade secutur, em sus loucura, ouss julgar uma cise to secrets, ex pirical € escondiia quanto a fé Cada um deve decidir por sua conta e risco. em que deve acreditar ¢ deve cuidar para que ucredice corretamente. Ouiras pessoas nv po. dem ir para 0 céu ou pant o inferno em meu nome, ou abrir ou fechar [as portas do céu ou

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