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ISSN 1517-5545 Revista Brasileira de Terapia Comportamental « Cognitiva 1999, Vol. 1, n° 2, 135-142 O acesso a eventos encobertos na pratica clinica: um fim ou um meio? Roberto Alves Banaco! Pontificia Universidade Catdlica de Sao Paulo Resumo ‘Terapeutas comportamentais tém perguntado a seus clientes a respeito de eventos encobertas, com propésitos terapéuticos. No entanto, apesar dessa pritica ser possivel a partir de uma postura behaviorista radical, ela s6 se completa quando o terapeuta utiliza-se da informagao sobre eventos encobertos para acessar as contingéncias ambientais com as quis 0 cliente estiver em telagao. O presente trabalho alerta para o risco dos terapeutas contentarem-se com a informacao sobre os eventos internos, sem a busca de relagdes ambientais a partir dela. Pretende também discutir estas, questdes através do levantamento na literatura das possibilidades de planejamento de contin- géncias respondentes ¢ operantes que provoquem comportamentos abertos, respostas encobertas & relatos de eventos privados. Palavras-chave: behaviorismo radical; anélise funcional; terapia comportamental; eventos enco- bertos; modelos experimentais, Summary The access to covert events in clinic practice: a finality or an expedient? Behavior therapists, has asked to their elients about covert events with therapeutic proposes. However, despite this, practice be coherent with aradieal behavioristic approach, it claims the use of information to access environment contingencies where the client is inserted. This work advises about the risk of the therapist's satisfaction with the information about covert events, without the search of environmental relations from it. These issues are discussed through a survey in literature about the possibilities in planning respondents and operants contingencies that are capable of provoking overt and covert responses attached to private events reports Key words: radical behaviorism; functional analysis; behavior therapy; covert events; experi- ‘mental models. Antes de iniciar a discussio proposta pelo titulo deste trabalho, eu gostaria de rede- finir 0 termo “comportamento encoberto”. Ele tem sido usado por toda uma comunidade de terapeutas © pesquisadores comportamentais como sinénimo de uma ago que ocorre “dentro da pele” de um organismo. Nesse sentido, seria mais correto falar- mos de “respostas encobertas”, j4 que sabemos 1, Enderego para correspondéncia: Rua Cardoso de Almeida, 1018 apto, 32 - CEP: 05013-001 e-mail: rbanaco@zip.net que comportamento é mais do que uma resposta. Comportamento é uma relagio entre estimulos (antecedentes ¢ consegiientes) e uma resposta. Ao considerarmos 0 nosso objeto de andlise dessa maneira, facilmente poderiamos encon- trar situagbes as mais variadas, nas quais teriamos dificuldade em classificar 0 “compor- tamento” como encoberto (Moore, 1984). Vejamos os seguintes exemplos: (0 Paulo-SP- Roberto Alves Banaco s a t ‘Mivio da I Sis SE cae deatia algein—> Aooninar se —> Prcba ue rareide com noe a im canheido > Taqiartia —-p wesna pessoa complexe J i Diseininaga de timers «stain corporal —> fe conusio socinallalgia | Pesid do dasulpas Podemos identificat nestes exemplos varios estimulos (antecedentes ¢ conseqtientes) € varias respostas que poderiamos classificar como encobertos, mas jamais poderiamos cha- mar 0 comportamento, enquanto relagio, de encoberto, jé que os dois exemplos apresentam elos (estimulos e respostas) abertos. Portanto, durante todos estes anos passa- dos temos falado de comportamentos encober- tos quando estamos, na verdade, referindo-nos a respostas encobertas (talvez muito mais do que a estimulos encobertos). Geralmente, também, quando um tera- peuta comportamental refere-se a comporta- ‘mento (ou, a partir de agora, a uma resposta encoberta), ele esté se referindo a respostas que comumente podem ser chamadas de emog&es ‘ou sentimentos, ou a respostas que podemos chamar de pensamento (que podem conter ra- ciocinios, idéias, regras, descrigées ete.). De Rose (1997) faz mengo em seu artigo, que quando o pesquisador nao pode obter dados de observagaio sobre alguma contingéneia ‘que opera ou operou sobre as respostas que est estudando, utiliza-se de relatos verbais dos sujeitos que descrevam as contingéncias que necessita para poder analisar. 136 Considerando-se 0 terapeuta um inve tigador das contingéncias de vida de seus clientes, pode-se admitir também que ele utilize 0s relatos verbais para poder chegar aos dados que o levariam & andlise funcional Os terapeutas comportamentais passa- ram, nos iltimos tempos, a assi ir que pergun- tavam a seus clientes “o que vocé pensou nesse momento 2”, ou“o que voce esta sentindo agora 2”2 sem culpa, porque descobriram que o beha- viorismo radical ndo era avesso A busca desse tipo de informagao. De fato, Skinner aponta razGes, absoluta- mente cabiveis para explicar 0 que vem ocor- rendo na terapia comportamental que se utiliza da investigagdo acerca dos sentimentos das pes- soas em determinadas situagdes. Por exemplo: “Tentamos descobrir como autra pessoa se sente por varias razdes. Boa parte de nosso comportamento & reforcade por seus efeitos sobre os outros, e sera presumi- velmente mais reforgador se oefeito for claro, Assim, agimos para reforcar aqueles de ‘quem gostamos ou a quem amamos ou para evitar fer-los, em parte, por causa do que fare por sua vez. (A tendéncia poderia ser inata, de vez que ha um valor de sobreviven- cia, por exemplo, no comportamento de uma mae que alimenta seu filho, cuida dele e dos perigos © que, assim fazendo, propicia con- digdes classificadas como reforcadores posi- tivos e negatives; todavia, as contingéncias sociais de reforgo geram um comportamento comparavel). & importante que o recipiente revele que fomos bem sucedidos e ele o pode fazer informando seus sentimentos. Uma pessoa que esta sendo massageada diz que ‘a sensagao € boa; alguém para quem se esta tocando determinada pega musical diz que gosta dela, Quando tais‘sinais de sentimen- tos’ estejam ausentes, podemos perguntar ‘ou investigar de outro modo como uma pessoa se sente’, (1984, p. 151) 2, Para apontar alguns trabalhos iniciais, veja elit, 1993; Regra-Nalin, 1993; Otero, 1993; Bansco, 1993. © acesso a eventos encobertos na praca clinica: un fim ow um me Estudando Skinner também fomos capa- zes de justificar as nossas perguntas a respeito de eventos encobertos, niio apenas pelo estabe- Jecimento de uma boa relagio terapéutica, mas também por motivos de investigagao. A citaga mais repetida de Skinner a este respeito nos trabalhos de terapeutas brasileiros é "Uma andlise behaviorista ndo discute 2 utlidade prética dos relatos acerca da mundo interior, o qual é sentido e observado introspectivamente. Eles sto pistes(1)parao comportamento passado e as condigées que 0 afetaram, (2) para o comportamento atual e as condigSes que o afetam, e (3) para as condigées relacionadas com 0 comporta- to futuro.” (Skinner, 1984, p. 31), Através das “permissdes” de Skinner fomos entdo justificados a perguntar sobre o mundo interior dos nossos clientes. Esta “liberagsio” deu ao terapeuta com- portamental, digamos assim, uma “dimensdo mais humana” do tratamento clinico. Com estas duas perguntas basicas — “o que vocé sente quando...” ou “o que vocé pensa quando...” — © terapeuta comportamental tem como resulta- dos tanto vérias informagbes sobre a contingén- cia em operagdo quanto uma relagao terapéutica com seu cliente mais acothedora (em ttima anilise, mais reforgadora) do que quando nfo as utiliza, No entanto, é imprescindivel que tera- peutas comportamentais permanecam preacu- pados com a questo: 0 que serd feito com as informagBes sobre os eventos encobertos cole- tadas? Em varios congressos, ou. mesmo em sessdes de supervisio pode-se notar relatos de que os terapeutas esto perguntando aos clientes acerca de seus eventos encobertos ¢ em geral no tém utilizado a informagio como pistas para a obtengao de informagdes que levariam a ‘uma andlise funcional, Pior: algumas vezes tém 137 io? dado aos eventos encobertos o status de causa, como se eles fossem o fim, 0 propésito da inter- vengdo terapéutica. Isto torna nossa pritica idéntica a dos mentalistas (que tanto criticamos) © descaracteriza a intervengao behaviorista radical. Impossibilita a anélise funcional e 0 planejamento de contingéncias. Quanto a isto, Skinner (1984) em outros trechos ja alertava: ‘Acomunidade verbal pergunta ‘como voc se sente’ em vez de ‘por que voce se sente assim?’ porque tera maior probabil- dade de obter uma resposta. Tira vantagem da informagao disponivel, mas deve culpar 86 a si propria se néo houver outros tipos de informagao ao dispor.” (p.147, grifos acrescentados) “Pode parecer que ha uma razao mais forte de investigar os sentimentos alneios. Se ‘ndio € © comportamento que importa, mas como a pessoa se sente quanto a seu comportamento’, a descoberta dos sentimen- tos deveria consiitur o primeiro passo. Mas a maneira como uma pessoa se sente acerca de seu comportamento depende do compor- tamento e das condigbes de que é fungao, e podemos haver-nos com estas sem exami- nar sentimentos. Quando estamos ajudando pessoas a agir de forma mais effcaz, nossa primeira tarefa seré aparentemente modi= ficarthe a maneira de sentir e assim a maneira de agir, mas um programa mais efetivo serd mudar-thes a maneira de agir ¢ assim, incidentalmente, a de sentir. Numa andlise behaviorista, conhecer cutra pessoa é simplesmente conhecero que ela faz, fez ou faré, bem como a dotagtio genética e os ambientes passados e presen- tes que explicam por que ela 0 faz. Nao se trata de uma tarefa facil porque muitos fato- res relevantes esto fora do alcance e cada pessoa ¢ indubitavelmente Gnica. Mas nosso conhecimento de outrem é limitado pela acessibilidade, nao pela naturaza dos fatos. (1984, p. 151-152, gritos acrescentados), Skinner sugere portanto, que perguntar sobre os eventos encobertos pode ser win meio para oblermos informagées a respeito das Roberto Alves Banaco contingéncias nas quais o individuo esté inserido, mas jamais seré um fim. Eles nto explicardo a conduta dos individuos, J que a cultura (comunidade verbal) foi a responsavel por produzir individuos capazes de irem até o nivel encoberto de descrigao sobre 0s eventos comportamentais, caberia a nés, enguanto uma comunidade verbal diferenciada, partirmos desse ponto (como repertitio de entrada da pessoa) e instalar em seu repertério a observagio dos eventos externos (manipu- laveis) responsdveis tanto pelos sentimentos quanto pelos “comportamentos inadequados” que compdem sua queixa. Notem que a literatura que tem estudado eventos encobertos tem-nos considerado como um possivel “elo de cadeia comportamental” (por ex.: Tourinho, 1997). Enquanto nao for obtida uma relagio funcional com eventos externos, a anélise e a investigagio devem prosseguir (Banaco, Zamignani e Kovac, 1997). Por exemplo, na primeira cadeia apresentada neste trabalho s a t Sonsagio Tomar Ava da Smet "ama aalidy > C0 doaia a.anilise que consideraria uma queixa levaria & investigagao de eventos: a. antecedentes, do tipo: “o que vooe costuma comer ¢ beber antes de ter a sensagdo de azia?; Voce fuma?” ete b. conseqtlentes, tais como; “O que acontece, além da azia, quando voce come, bebe, fuma, ou deixa de comer, beber, fumar?”, Estas informagdes levariam a uma anilise externalista e, af sim, a uma possibili- dade de planejamento de intervengies. Talvez a questio fique mais complicada quando o terapeuta comportamental tem encontrado uma regra como antecedente para 138 uma resposta. A proximidade de nosso trabalho com os dos cognitivistas e suas teorias sobre crengas disfuncionais tém levado a intervengdes do tipo “Vocé nfo pode pensar assim. Pense de outro jeito”, Um terapeuta que se proponha a utilizar o referencial behaviorista radical deve obter da pessoa os dados que Ihe permita fazer uma intervengio ambiental; sem esses dados no pode parar a investigagio, Estaré no meio dela Sobre esse aspecto, Skinner (1984) discorre: ‘© que 6 que voc esta fazendo?' & frequentemente um pedide de maiores informagées. (...) Uma pergunta mais direta acerca de causas € “Por que vocé esta fazendo Isso?" @ a resposta é em geral uma descrigao de sentimentos: ‘Porque estou com vontade’, Tal resposta @ amidde aceitavel mas, se a comunidade verbal insistir em algo mais, poder perguntar 'Por que vocé est4 com vontade de fazerisso?' ea resposta sera entao uma referéncia a outros sentimentos ou (Finalmente) a circunstancias externas. Assim, em respostaa Porque voce est mudando sua cadeira de lugar?’, uma pessoa pode dizer ‘A luz estava fraca’ ou ‘Para ter luz melhor para ler Perguntas desse tipo nem sempre sao corretamente respondidas, de vez que nem sempre sabemos por que agimos de determinada forma. Apesar da aparente intimidacie do mundo dentro da pele, e apesar da vantagem de que pessoa goza como observador de sua histéria pessoal, outra pessoa poderé saber melhor por que a primeira se comporta de determinada forma. O psicoterapeuta que tenla levar seu paciente a compreender-se esté presumivelmente salientando relagdes causais de que este ainda no havia tomado consciéncia." (ep. 29-30, grifos acrescentados). Poressas razdes, fica a pergunta: Como 0 relato sobre 0 mundo interior pode ser indica- tivo das relagdes contingenciais das quais 0 comportamento a ser modificado ¢ fungao? © acesso a eventos encobertos na pritica clinica: um fim ou um meio? O papel dos modelos experimentais na investigacao clinica Uma area pouco conhecida pelos tera- peutas comportamentais éa que estuda modelos experimentais, Em geral, clinicos no costu- ‘mam se interessar por estudos que relatem pes- quisa basica, mas é nela que encontraremos as pistas necessétias para utilizarmos as respostas verbais dos clientes a respeito de seus eventos privados. De fato, desde 0 século passado pesqui- sadores € tedricos tém se ocupado com o comportamento emocional. As posturas encon- tradas podem ser mais biolégicas e topograficas como as de Darwin; podem ser semelhantes &s que comesam a se preocuper com os estados corpéreos para definir a emogao como a de James; e podem ainda ser semelhantes aquelas que levavam em conta as reas cerebrais atingidas pelos estimulos para nomearem € explicarem os efeitos comportamentais da emoga0, como Cannon (Millenson, 1967). Millenson (1967), no entanto, propde uma andlise de possiveis paradigmas experi- mentais que levam a estados emocionais consi- derados por ele como primatios, tais como Raiva, Medo (Ansiedade) e Alegria. Esse autor propée algumas emogdes como resultantes de emparelhamentos pavlovianos, conforme descrito na Tabela abaixo: As epragesenocionais rindi ealuns de sus ees comportamentais| Uperacaode | None i fen foe | an _. avloviano | “emocao” Mm Supa pes jositivamente reforgadas, 5,5 | Ansioaie | Feta de apetetes aegatvanene relatos. ser] Facilitardo de alguns operates. S| Sacto | sauce iniormagao tisponivel Fumes mera se lgums operates. Vlr Sua | fara | lar de ataune destruicao aumentados. 139 Nesta Tabela, Millenson apresenta algumas operagdes de estimulos que podem causar os estados emocionais listados, assim como os efeitos dessas operagdes sobre 0 comportamento operante, A partir desse modelo explicativo das emogSes, Millenson props um sistema de coordenadas emocional. ; O sistoma de coorenatas emocional, Um modelo Tenor para epesentr Jnsedade sieraneas do intensidade nas Araensio Neder rater, A Atoreiment oe Hagan fava fate, Calera se ¥ ve Sobre esse sistema, Millenson afirma: “Este quadro de referencia nos permite representar a nogao de que algumas emogbes, aparentemente diferentes, podem ser consideradas como correspondentes a diferengas na intensidade do reforgador positivo ou negative em que estao baseadas, ‘As omogies retratadas nos extremos de cada vetor sto baseadas nos valores mais fortes dos reforgadores incondicionados rele- vantes e 0s termos utilizados para descrever 0s comportamentos sao escolhios apropria- damente. A medida que nos movemos em diregao a origem, a intensidade diminui. (..) Deve ficar clare que grande niimero de termos da linguagem comum de emogo podria ser colacado em algum pontonessa estrutura, da qual sdo vistos apenas trés niveis (alto, médio e baixo), (1967, p.423, grifos acres- centados). De fato, um problema que vern sendo exaustivamente apontado pelos pesquisadores da area refere-se ao relato verbal que permite 0 acesso aos eventos intemos ¢ emocionais dos individuos. Roberto Alves Banaco Quando assumimos que a comunidade verbal tem papel preponderante sobre a aprendizagem tanto do relato verbal desses eventos, quanto sobre a acurécia das auto- observagdes que levariam ao releto, podemos questionar a validade do procedimento de obtengdo de dados através do relato verbal, Por exemplo, no brithante estudo de Amo Engelmann (1978), foram encontradas avaliagdes absolutamente diferentes feitas por uma populagiio de universitirios homens € normalistas de quarto ano a respeito de locuedes. verbais que expressam estados subjetivos. Esses sujeitos foram cuidadosamente escolhidos & necessitavam ser membros da comunidade inglistica de fala portuguesa da regio da cidade de Sao Paulo para participarem do estudo. Foram excluidas da amostra pessoas nascidas fora do Brasil, filhos de estrangeiros para os quais o portugués nfo tenha sido a primeira lingua aprendida, pessoas criadas num ambiente bilingle e individuos que, mesmo tendo no portugués sus lingua materna empreguem outro idioma em casa, Alguns resultados ilustrativos podem ser vistos as piiginas 322 a 346 da obra citada, Ou seja, embora varidveis culturais tenham sido controladas, o fato de serem homens ou mulheres avaliando termos referentes a estados subjetivos revelou que os relatos a respeito deles nfo so necessariamente idénticos. Também de Rose (1997) apontou varias raabes pelas quais o relato verbal nao é neces- sariamente relacionado a0 evento interno observado, Levando em consideragio principal- mente as questdes culturais elencadas acima, ¢ por parecer-me mais pareimonioso em termos de operagdes de estimulos das quais asemogdes seriam resultantes, tomei a liberdade de adaptar 6 sistema de coordenadas emocional apresen- tado por Millenson para uma terminologia mais 140 adequada para a populagio brasileira, Dessa forma, destaquei a apresentago de reforgadores positivos da retirada de reforgadores negativos, € 08 coloquei em ordenadas que vio desde sua apresentagdo até sua retirada. O sistema de representagdo que proponho estd abaix: s Tear Ansiedade Ayeensio Tiere Praer Riva Haga s+ Aborrecimento tase ‘Neste esquema ainda é bom lembrar que, conforme Millenson aponta, “muitos fenémenos comportamentais 208 quais aplicamos 0 terma emogio nao ‘encontram um lugar nessa Figura, qualquer ‘que seja onivel de intensidade que escolher- mos. Esses, sugerimos, podem ser conside- rados como casos de emogbes primérias misturadas. Como as emoges primarias se mmisturam? (..) Porexemplo, um determinado S, € emparelhado sucessivamente com duas ou ts emogdes primarias.(..) Considere- mos o efeito que ocorre quando uma crianga rouba um doce. O doce namaoéumS,parao "doce na boca” mas também um S, para punigdo (S'), que tem alta probablidade de ocorrer. Essa combinagao particular (...) ocorre muito freqientemente na natureza para que seus efeitos tenham um unico nome, culpa’. (1967, 423-424), Estes sdio exemplos de emogdes “provo- cadas” por empacelliamento pavloviano. Skinner (1984) ainda lista uma série de emogdes possi- velmente associadas a esquemas de reforeo operante. ( 1 | a acesso a eventos encobertos na pratica clinica: um fim ou um meio? Em relagdo ao esquema de reforgamento continuo’ “quando certo ato é quase sempre reforgado, diz-se que uma pessoa tem uma sensagaode confianga. (..) © reforgo freqlente também suscita f@, Uma pessoa se sente segura ou certa de que seré bem sucedida, Experi- menta uma sensagao de dominio, de poder ou de poténcia, (...) O refergo frequente também origina e mantém 0 interesse por aquilo que a pessoa esta fazendo. Em tudo isso, 0 comportamento @ erroneamente atribuido aos sentimentos e nao as contin- géncias responsaveis por aquilo que sente.” (pp. $2-53), Quanto a esquemas intermitentes reforgamento: ‘Quando a razao entre respostas ¢ reforgos ¢ favordvel, atribui-se 0 comporta- mento comumente a: 1) zelo, ciligéncia ou ambigdo; 2) determinagao, obstinagao. persisténcia ou perseveranga (continuar 2 responder durante Iongos periodos de tempo sem resultados); 3) excitagao ou entusiasmo; ou 4) dedicagao ou compulsdo. “Todos os sistemas de jogos se baseiam em esquemas de reforgo de razo variavel, embora seus efeitos sejam geral- mente atribuidos a sentimentos. Afirma-se freqientemente, por exemplo, que as pessoas jogam por causa da excitacdo, mas esta 6 claramente um efeito colateral. Diz-se, aS vezes, que as pessoas jogam ‘para salisfazer sua sensago de mando, para

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