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FREMOSOS CANTARES Antolegia da lirica medical galego portuguest Lénia Marcia Mongelli l w~ wv 0 € oe Ghat OS re i ly a a A] ee um/martinstontes xx ‘rewosos canrates Agradecimentos Muito obrgada a Fernando Maus de Faria ior, pro fessor da Universidade Federal do Par pela curds ig tagioe formatago dos textos das cantigsresponsablilade |e exige a mesma paciéncia de um copista medieval Muito obrigada ara Frateschi Viera, a Paulo Roberto Sod ea Marco Ricardo Cosh Muniz: mais do que amigos afetuosos, mais do que colaboradoresrigorosos e letores atentos dos originals eles 80 a “equpe” com quem tenho ‘enorme praze de trabalhat, quand menos pa certeza de ape comangamos ideas imac no qe resp 3 Pesquisa a vida academia. “Muito obrigada a Jodo Mongeli Nett, que de um eto muito proprio toma sempee tuo possivel INTRODUGAO Preliminares: que poesia é essa? Ech Auerbach fi dos pioneitos tedrcos da Literatu ‘2a chamara atengio para a precaredade de tertos conn “romantismo” “realism” ou “simbolismo” para eter mo vimentosliteritios especficos como Romantismo, Reals ‘mo e Simbolismo, historicamente cicunsertos, mo caso, a tum momento determinad do sécalo XIX com catacers tas geras muito propria, de certa maneitainconfund vis! De ideas fecundas como as dele firms, entre os erticos a constatagio de que uma coisa a “mods” roman tia rasta simbolisa datada no tempo e no espago om tra, muito diferente, a “attude” romantica! realist sin bolita, que transcende a ccunscrigao temporal e espacial Pata manifestar-se nos mais diferentes autores, nos quatro «antos do mundo, em qualquer epoca”. Assim & que, mos trou Auerbach foram *ealisas" tanto o “liso” omero guanto a “contemporinea” Virginia Wool, bem com sabe do “romantsmo" do iconocasta “realist” portpts vo FREMOSOS CANTARES ga de Queiris ou do “simbolismo” de nosso “romantica” Gongalves Dias do F-Juca Pirama, por exemplo. Eo que di et do "barToco” que declaradamente sustenta tantos dos Principios e da inventividade do Coneretsma'brasleca? ‘Oudo Modernismo (que se abi em leque para tendéncias varias), considerando-se que toda manifestagio artistca feomega por ser “mocerna” em seu tempo? ‘A um olhar mais get a impressto & que oTrovado rismo escapou largueza terminoligic gral, com refer 3 ‘spectldade de uma poesia rea que,em seus tezentos anos de vigencia no Onidente medieval distinguiu-se das ‘demas pea alianga com a musica e pela insergio em am biente feudal de restritas excolhas tematic. Basta dizer que “trovador”& aque que “canta em “Touvor vaslico” da “dama inatingivel” ou que se faz pasar pela “donzela” {que vai em “romaria” ats do “namorada” para se iden Fear imeshotamente ese acabougo como o magea unico da “poesia medieval” ~a qual, por iso mesmo, parece co tmegar emorrer em si mesma, sem a foxga supratemporal de tarroco/romantisma/realisma /simbolismo. 'No Brasil essa “dataco" do periado trovadoresc, que precsou esperar a maodemidade para se revista na este teza de suas implicagoes, acresceu-se da singularidade de ' pls ter passa 8 Historia como “descoberto” emt 1500 [Aor resistencia a aceitar como também “nosso” © que ‘scontece antes dese fto “inaugural ating Trowadors- 3. Campos D Pyrat HS Camp Tad pra mee ie 8 0d Se Pa at Das Ca mar ta ce fl a arc eyes ee dnp Ch ovi -rewososcovrates ‘voluntariamente até mesmo quando se oculta,por mais que nee o individual estoja dissolvido no geral. A Antologia 9 seguir alesta-o sem retoques. (0 "modelo" central explorado pelos trovadores res ‘me-se a um paradoxo: meu fem ¢ mew mal. imultaneidade esses dos polos € 0 que desnorteia e€ para esmiugé-los, ‘de ingulos as vezes insuspeitados, que o poeta canta ALE a Sita incde sobre a dualidade, quando menos porque es € a condigio primeira da zombaria — ser diplce. A partir dai, duas observagies precisam ser tas: 1) alata entre 0 Bem e@ Mal é das factas mais marcantes da dade Média, que concebe 0 mundo em relagbesanalgicas ene o agra ‘doe o profano este espethando aquce 0 microcosm tendo por referencia o macrocosmo Q teorrligino da contenda Blogorza-se no eterno confronto entre Deus e sua coor fivina x 0 Demdnio e suas micas infernas. Basta cotear fs cantiga profanas e as Caml de Santa Maria para que Salle aos olhos as fries fontiastematicasente a= gh ras a serern superadas para conquisar 0 amor da Muther ‘ou amor dager’ 2} 0 Amor assim coneebido ~ sempre ‘indie por contirios ~ velo de lange, da tradiglo clean eco-romana: Plato culos VV aC} Ovi culo) ‘Sto referencias por demais conhecidas, dente otras, para {que se precise insstir na peneragio dos concetos amoro- sos da Antigudade pela Made Média afora,emboea files ‘dx pla pica cist evitalzaos pela “asttelizag” Go odes ag eu cmt part eae ates Se (mipoets cal quetsdetmais Reto g pss es con “emancs dowa pcs no see ett mm Go tat ‘Species tren enh {Gia At do AT Maa Rese maw st a ei Ap vtmo0ucAO sow ‘cident no medievo central”, Peter Dronke oferece uma ‘boa masta de pocmas cots scritos no em ogo as em latin distibutdos por sequéncias conducts epigraman ee «¢ Michel Zink rasteia a diculdade de tesnicos © posts na ade Média para “adaptar ao intimsmo crit areconhe ‘da gandeza da iteratra antiga até que chegam ao ests toe indisolivelcasamento entre “amor” e “poesia” este sim, ao ver do autor, a maior cotruigio dos evades 3 evoiugio do lirsmo". O mérito dees, como, alii, de todo artista que se preze 0 teem “moweenizadatadigao. Os Provengais, Sua manera os galego-portugueses, também. Resta saber em qué. Qualguer resposta possvel deve ser formulada a partir do eame minucoso dat cantgas i das dentro de seu habitat estticoe sociocultural [As fontes manuscritas galego-portuguesas Enquanto da poesia chamada “provera”, que servia e insprago 8 galego- portuguesa, restaram em tomo de 55 Cancioneiros, mais ot menos 2582 eantiga endo 256, ‘em alguns desses Cancioneiros, companhadas da respec tiva melodia), compostas por 350 poetas (fora os anni 0 corps profane galego -portugus 6 escaso: grossa ‘mado, eés Cancioneitos, mais OW menos 1.664 cantigas (apenas 13 ineluem a pasta musica), da autor de 190 tro ‘adores ¢ ogra Esses'¢ mals alguns testemunhos esto assim disti- bulds: Concioner Ajuda (A), cuja denominagio se deve 17 Gam get, dea a i a ag apni a. sgprese tier AF bog eV # We a). at me Sit ais aes CAE Felt ato ee En ena TS A Zink ost wei a Mee ge PU, 28 Nein spin no wpt item ore ee "STA de gue xmas Ps ry Race snc Sty xv revesos cavtanss a encontrar se atvalente na Biblioteca do Palio da Aju ‘da em Lisboa, contém pate substancial apenas das canis ‘de amore estédatado de fina do século Xl e principio do XIV; sendo 0 mais antigo dos tr, conternporaneo a0 mo- ‘mento tovadorescr os utr dos, que retinem ostaes ge eros de cantiga (amor amigo, sano emule, se Pas realzadas na Italiana primeira metade do século XVI, ‘parentadas ente sie posivlmente derivadas do perdido rr das camigas do conde D. Peo (datado de 1340-1350) Cancion da Vaticna (V), por ertencer Biblioteca Apos- tlic Vatcana(e ainda lacunosamente copia, entre 085 culos XVI e XVII, pelo designade Cancioneiro da Branco Lary. da Universidade da Calis, rm Berkeley), e Can inetd Biter Nacional (B) (também eonhecido por ‘Coloce-Brancut devido ao humanist ialano que o man «dou copar, Angelo Colocd ao lugar onde foi encontrado ‘em 1875 na bibotec do conde Paolo Brac Cag, hoje de posse da Biblioteca Nacional de Lisboa eo mais comple tode todos, senda exemplar nico para cerca de 250 cant gas. Importante, quanto interpreta deste timo Can. Cloned, € a chamada Tioola Colecian, oferecendo wma lista de nomes e nimerosreconhecida como 0 catalogo ot {indice de autores e textos contidos em Dois outros fesemunhos, de fundamental interes, precsam ser lembvados:Fegansinho Vide (nome devido a0 su descobridoro veto madlenbo Reo Vind hoje tem biblioteca de NovaYork), contend sete catigas de amt _ge de Martim Coda, ss dels acompanhadas da espectiva uta musical ~ unico documento medieval que se conhece om textos e masta de atigas de amigo €o Posh Sharer (seu descobridor, em 1990, foo professor norte famericano Harvey L. Sharer, atualmente no Arquivo da Aaa vi et Gogh UMC ee eer i’ em oa ia vrroouco van. “Torre doTombo em Lisoa ¢oferecendo set antiga de amo, também musieada, de D. Dini. No cbmputo geal ho enormes as diiculdodes com que tem dese haver os estudionos que se propdem 3 trabathar ‘om esse material: 2 nia copia mais ou menos contem ppordnea aos trovadores (A) & parcial (3 cantign de anon, Chala de lacunas e muito mutda em wiris texton dos dis apograos italanos, B eV, as partes comuns a ambos ‘omrespordem quanto a0 nimero de autores ¢ cantigas, em bora est limo apresente dans grandes lacunae" ¢ aque, também com lacuras,tenha sido tansrito por sek dieren tes mios, resutando num conjunto de “notvel ¢ eviden- tsima desordem”=, emaranhado que Resende de Oliveira procurou destinchar™ Pr ultimo, os fidioges, historiado Fes ecrtcosespecaizados concordam em gue essas gra des recothas que nos chegaram ~além de lulhasavulss © yoemas exparsos no representa suet tego do que dove ter sido a producdo total dos trovadores © jogais ga lego-portugueses Bic tents yee tnt een ezemeioeneessas tad dsm Car case Caco de Sd he NBs ‘Ded eye tui Aen dane polis *=F Geren en 200. emosos cannes Sendo assim, & preciso estar ciente de que cada edigio «que se faz de um poema, de um auter, de um grupo de can tiga ou do cancioneiro todo representa uma tua pessoal, ue pode concord com ou corgi edie anteriores, mas Sempre com margem varsvel de nos ¢ de acetos que toda interpreta implica (a pontuacio, na atualizagio de sina na gafia das paavras, na reconsiugdo de verso, na ore nagio das estofes,naarbuigo do testo, naidentiicacio de topinimos ecitagies etc) Se o pimeito paso pura pene: trar no enigmstion mundo da lien trvadoesca€a fas ‘dade com a pra cantiga,o segundo 6, com crteza, 0c Ihecimento das wri verses que ha ou pode haver del, De postica ede Artes posticas ute ifculdade: as dlassificages genoldgica ea ter rminologia referene a tcricas de composigao das cantigas. Para a produio galego- portuguesa, um dnico documento restou,a Arte de Tovar abvindo © Cancinciro da Bibtecat Ihe wpncar fs come equpe 4 iP= dee sam tee ‘Scalpel sda cade ins decntiga As ens ade naa es pose ‘mies pige-poropana does Mt Foe, PA fense LT ‘ott Con rae oe 3107 tn) "For hong men Shh oa IAC? ena rasp in ‘kdb 1 Cg dn ATLA A Nene ae rp Lisbon eer Hp 3534 a comers ra atl Gb pelts con Er emaets hese promote § erro0uch0 woe [Nacional ragmentirio e comesando pelo capitulo TV do t= tulo 3, eltivo ds cantigas de amor e de amigo. Os dem ‘apflos,deV aI, tratam das cantiga de esr, de mal- dir, da tengo (texto dialogado), da canta devil (e di fil defingio e no representada nos Cancionciros)e da ‘antiga de seguir (rmodalidade de contafaco ou pari: ‘sifu 5 €6 se subdvidem em informagbes sobre t= Thos (staturas metrco-estrics),palaoraperduda (verso ‘sem comrespondénciarmica no interior da cobra), cantigas ‘teas (com sentido encadeado da primeira ima es- trove), finda arremate da canta), date (repetigdo de uma ‘mesima para em mesma posigGo em duas ow mais esto fes), mandoie (repetigao de palavas com varies morto- Jogicas),e mais alguma coisa sobre concordncias verbs, tiposeimicos, eros como cacefton (cada) ou ima en tne sons abertos e sons fechades Ftd “Apesar de sua ineivelimportincs, quando menos por ter padi definir eam boa margem de acerto as cant fs de amar /amig /scrioe malice (generosagrupados fos dois Cancioneios majors), &evidente que 3 Arte de ‘Troow~ ou aqullo que dela resto ~ nod conta da com: plendade da lites trovadoresca galego portuguesa, Ha Vista que nao hall noticias do paraiso (recurso rep tig) ou do lei prn (corre em geal nos dsticos paral liticos:repete-se 0 2v, da etrfe como Tv da estofe TI, (02 v. da esto Il como fv. da esr IV, e assim sees stvamente),emborasejam técicas que distinguem enfati- ‘amenteo lirismo peninsular. Dai que se recona com fe ‘quéncia as denominagées de origem provengal,apicada Poesagalego- portuguesa muitas vezes por "aproximago" nem sempre felzes no intent, porque o texto em evame se enguada mais nos dominios da excegio do que da regra ‘ereconhece-s antes 0 que no édo que o que é. Porexer plo, chanson de change (quando o tovador toca de seo), ‘hanson de ile (desrigio da namnoradatecendo), cam (0 Amante “despede- se" de sua dama, exon (defesa contra Innis efalns aus), mala an (qutsa conta a dana, oot REmosos cANTARES cprago dos amantes ao romper do ia, lerodos por sentinels), ec (= dso: quando a cana rome oma tomettia da sro et ence, ina 0 pra fant acre, on pa mone de pena ‘Ste, qe et sz fess que pa iment foto Paw da Tone o 8 ropa do modelo pela sit na pst (logo ene o cavalo e a aso Enum late amas) que o Wovador anes observa ot clncrve do qu "omer com 8 mga J cmp, oP Stonts att, empl gress ¢ poles verando te ‘ras mois plo e pessoas) au os galego porte Sfevedhuram, no era rombaris hula ene pare. Sfocesertarnos ats modes evans” 05 Sccangn de omar encnto dos mora 0 Pe Je Ua igs oem) c marinas (ano encnto e ti presen man com que on ros de hae Po tart deine menivos poticos mo comune nos Cando tos gal portuguese terns eum rl de snes croton de ue a Are de Tra € alga amosta No foveas ves oefng delet comeponde” 0 poema, ium dees models resulta em deter, 08 “desi {50 pormenor eniguecoer ante ao euros formas ilzados para aestut rag da canta alguns meade aia, tale pels ‘ands que ov rvadoresiapensaram as modules © fica ¢sonors do verso, esto mas claamente vise € ‘hima sand citron menos oncants canis de masa e deri emo corn exo); abr sg Iras rents em ada eof) esos a {risdacc dea ent) cobras dias (esa Fa @ {a dw cat) alan emo eg eas para a esoles pcs cto pra a pars); Poa Fama (rpetigo de paaa na mesa pogo de ima em tas asst) ab algues eatin a enigode con VA See wae sen ct Mn A ereo0ucho wool cepgies de versos estos, entre as quas os tovadores falego-portguesestinham suas prefertncias.E bem dis "unas dbs provengais" 0 met de eligao era o octossilabo ‘©0 decaslab ag ¢ 0 poema nio deveria conter mais ‘de quatro estofes, de sete versos ada uma, no formato de ‘marsra, © de quatro, no formato com rer, “Toda essa nomendatura,copiosa ¢ nao rao hermética, ‘aqui elencada nos quesitesesclarecedores dos poemas a tologiados, pode ser conterida nas chamadss aries psticas rmedievais, das quais a mats significativa compilagio para a eriago tovadoresca & Las Leys d'Amors, cuja primeira ‘versio se dove a Guilherme Motnir realizada entee 1530 1332. Com relacdo a essas potas, dos aspects <0 de nota) elas no eferem substancialmente dos ratados de Gramatica ede Retéicaantigos~atentas que esto 3 ma- rneira de comesar, deserwolvere terminar bem 0 dscurs, 3 naragio, 0 poems: 3 forma das palavras e 3 qualidade da ‘expresso, que entendiam por “omamento de estilo” fora tus difiis/ oman acts) 04 “cores da retin"; ula co cometae eficar dos tropes eatalogagao de assuntos ‘mais adequados a uma determinada forma de composi Editadas por E.Faral, a Ars eersfcatoria, de Matthew de Vendéme (1175), a Peria Nowa, de Geofiey de Vinsaut (1208-1213), ou a Parisians poetia, de ohn de Garlande (21), sio uma boa amostea de que nos séculos XI e XII 31. a to Lap: Lge a raga fe ox madi Comba Cab en pp He cn ‘renova tance d+ Ws an logy pte on at moons a fey et ee es 9 087, Racor optus a Xo a Xe or ond Champ "3 ange cfs ne Pa Ts 30 fy Dotan Gta ov cdr ta 3 me ng sper ee lence nae SECEEAtMonga ei tn tial pt sony Renosos cATARES as ligbes de Donato, Cicero ¢ Quintiliano continuavam em lena vga (econtinuario no minim até a primeira metade So século XVID 2) as pdtiens mas espciiamente volt ‘das para a prosigio dos trovadores, de que as Ley dAmors ‘so Cxemplares, foram compostas a partido século XIV" ‘em periodo je decadénca do Toxadorsmo~etém por fim, ho ger sistematizar,coloaralguma ordem teria, con ‘cvittale distibutva no conjunto da poesia profana entao vetha" de tes culos. S30, portanto, de efit retroativo e ‘evidenciam uma intengio ddstica prospectiva de ensnar a ‘compor a moda dos tewadores. Neste sentido e nesta hora ‘que se pode compecender o papel desempenhado plo De ‘ular eluent (1304-1305), de Dante Alighieri em dete do potencal das inguas vulgar, celeleizadas pelas mui tas catigas que dels fzeram so no meedevo europe, ‘Cab a pergunta: que lingua essa, galego- portugues? Fla esté nas oigens da formagio do ortugcs, 0 al se inser nam longo processo evolutvo das varia inguas fa ladas no Oxidente Peninsula a parti dos séeulos VI e DX. No “espago linguistic galego-portugués” como o chao yo Castro a naguele fempo era possivel identifica duas grandes reas uma, de diletos setentrionais(alego-port uc, asturoeonds eastelhan navaro-aragonés catalo) Sutra, para. centzo si de daltos mais conseradores com Sega ign ni ley taps rete as hana “ott ul set 0 hata nr Mga Ses ESOT Xr Ae pp 38 7 ral hte pags Gd igs Rg sys at ep oe ‘rsh uc dene ee on sine oa Fah AU Pe cas port Cag eet emg cm ‘runout Can ap hea ate ctl dps Se Oe ten0uGA0 vow ‘elagio ao latim vulgar, reduto de drabes berbetes da Mau ‘ka, hispano-godes mogérabese judeus. Dente os Virios fatos que promoveram on enconttose intersegbeslingusti cas entre escs grupos daletas est 3 chamala Reconguts ta erst, cujos belcosos avangos em sentido meridional levaram o galego-portugués também atéo sul peninsular, fem constanteierago” "Mas o que Ine confers pestigi fa te-se tornado a in ua de prediogio dos rovadoves, movimento iniiado ji na Drimeira metade do século XI, quando, atravessando os Pr- Feneus, potas ¢ jograis da Provera comecaram 8 vistar algumas corte yi pninsulares e logo congpstara am them os meios nobilisnuicoscastelhanone cases Como, alem dso, Santiago de Compostela, na Gaza, era centro de peregrinagio de enorme popularidade, para onde aco. Flam romeios das mals diversas egies fanaa qc ess ‘expansio do limo realizasse seu tojto galegor port ‘guts Sem contar ue foi nessa lingua que os propos res, ‘como D_ Dinis¢ D. Afonso X, ou nobres da estirpe de um DTedeo, Conde de Bacelas compuseram o seus antares", Aliana entre ogalego-portugués ea poesia labor para ‘que, princpalmente no Campo da fonética,o trabalho com “aaNet cea ea gu pt do id cme {Nc HR Lym rg) Re er, aha 8 pA “STAC Je Sain "A ew ding cm Ret SCC AT ee: mem toe ta Pes NBR at ire Sime pps at ical ao necenarumene sgn ges n hg rs. fee dpet pf Se any ona ccs inet ay {ean Sou abe Fie Tes toe cage he ‘i tie a'r” on he Laas yo rewpsos cantases ‘a mirica ea rma ajudasse a construira histria da pronsin ‘3a portuguesa a0 longo dos temps ‘Convém lembrar que o poten eftmico da inguagem posta fot explorado pelos tovadores junto com a musica, pisos poems eram feitos para ser cantados ¢ apresent thos em perfomnancs piblicas. Dos tpos de atividades sho referdon pelos pesqusadores": de um lado, em cteuto Principalmentelitirico, 0 estudo centiio e te6rico da Isc como disiplina do qundrcium,traigio bem repre sentada pelo De instutione musica, de Bosco (culo V0, tratado findamental por toda a Kdade Média (os rimeitos ‘manuscrit musics conhecidosdatam do século DC naes fera da misica protana, do fim do século Xl}; de outro, 2s clea, praticas mncas reaizads no Saito de wna ‘ultra eminentemente eal, em sintoia com as danas, 0 teatro e todas as implicages a eles adstitas", mesmo quan ‘dos cltura era refinada earistoeratica, servindo-s€ mui tas vezes de metodenaetades de interpetacao™ AS cantgas trovadoreseas so uma bela demonsracdo do entrecruza mento de modos dstintes de entender a msicn, ‘Se os padres madaie da risa dos rvadores era ‘oncebides imagem do verso clssico; se a feoria musical ‘legate Ora rn SEES Same em At Se react cae oat ecanenyenrann apenpnpemetet SE Sake naa AL es pat le ace oar eats aera eeceeds EC ge Can he Nhl Mi le re 00 ‘o,f ton Ange Ue Caen 0 svrropucho soo sia de pert as normas da gramstica; se, na notagio da ‘melodia mvadoresca, os problemas maiores aparece 30 {quanto 8 altura dos sons, mas quanto a sua duragio relat ‘a fundamental os recursen mnemonics de ques potas sserviam, 6 esta lamentar que as eantiga galego Ports guesas nao dsponham da pauta musical conespondente, ficando para sempre perdidas possibilidades de aerscimos importantes interpretagio de textos que tanto se benef ‘Sam das “desvios"e do pormenorelouvar a sorte de poder four alguma coisa da misica de D. Dinise principalmen te,dobbelocancomei de amigo de Martim Codax, ase em sua totale’ ‘Talcomo estrutuadas no Prgmino Vide as cantigas deste ogra de origem galega esto dspostas em ordem se ‘quencial e compdem uma espécie de “ciclo narativo” acer ‘er dos amores de uma mocina, contadas poe cla 38 “on dlas do mar de Vigo" acetarmos tl oganizacio, a can tiga IV representa momento crucial de superior beleza em {que sozinha, sem a guarda de mie ou amigas, femente € ‘Shudons la montra-te disponiel” ‘ay Deus sb ort me amigo ‘om senheya esto Vi 3 Fc named! ‘Ay Deus sab ora me ado neu enVigo seneyea mao! © Em namo” usage prnge tee Cebpces Nol Cs es cos in apne ow béanpante MUS ad Ons Wd ahaha Op ot wl are gate ere spa is Ros 280. 9 soot repsos cantases Com’ eu senhoya estou enV, «nul gran nom ey coi! 9 Enc nano Coren enVign senha mania, ‘nua garda igo non tage! 12 Eom menor! uth garda non ey comigo, ergs meus olhos que chon igo! 15 Eto namonade! Enuthasgardas mig non ago, ‘gas mets oho que chon ambos! 1s Eo namonae! ws vee7, Leon) sess {eon mi mt omg 8a uc esta amt desert odes dee oi Ma tim Caco canine, namesciment Go exguo — prinpamente quando cotgado por aides mis {cana Cag Sons Mar tra 0 on enor disque deve ter sido aqua lac ola die tana go lege porta. © panorama histrico-cultural A posiatrovadoresca medieval é fendmeno de ocon- «ia ampla, O modelo provengal- porque é da Provenga que ‘hogar as primeas manifesta com feigio expecta” 5 Car Gute Dag de Agta (PI127 esi wl ng ar Se srooUpA0 2000 ~ estende-se,reprcute imitado no Nort da Franca entre ‘0s trowres: na Alemanha, com os Minnesingers ena tla, ‘onde os trovares compoem em provencal Na Peninsula Iria, ha pelo menos tes nicleos egionas-o da Catal nha, a que Se pode acrescentar Aragio, onde a convivenca ‘om os proven foi estreitae duradoura, até por proxi ‘dade ontetrias 0 que retardou oaparecmento do citalso ‘como lingua de poesia; 0 da teyido mais central, onde hi indicios de trovadores fequentando desde muito cedo a5 cores gas e senhoriais de Castel e Led (em um poema ‘Se 1133, Marcabru alude a Afonso; por stim, o ‘leo galogo-portugués. Qualquer que sje a letra que se faca desses poctas dos aspectos precsam ser levados emt conta: 1) as semeshangas avez em fungio do troneo eo ‘mum todos eles se serviram de uma ci iter, que tabeloce quase uma telacio de causalidade entre genero © tema um certo modo de eancebero amor ea siti, um va Jor moral atrbuido ao percalgos da conguita, um ertiseno ‘contido mas indsargado; 2) as diferenas: nao sos espa {9% acima reeridos sto dstntos entre s, cada um com sua ‘istrae ua propria ula inflaindo na linguagem e nos cence, como ainda virios anos, décadas até séculos podem separar a ascensio. apogee o declni do isto teexadoresco nos vitios higates. Pra ler bem esses, como quaisquer outros poetas a velha formula espago-tempora ‘ds “anidade na diversidade” continua sendo valid, ‘Com variagdes para mals ou para menos, entre 08 sé culos XI e XIV situa se a producio lira trovadoresca euro pia sendoo culo lo Seu momento de esplendor na Fe insula Trica, No censnio da Kdade Média Central foi que ‘ess poesia tomou forma identitae & al que ela se exph ethene eee eee ‘Sh Qu puter ama pr sn Se "Ramin K Str spree rede tit ae x Rewosos canranes 2 apar da rosa romance épico-cavaleleca que tanto deve ‘Tia imappnagdo de Chretien de Toye, oa datada de 11594 TH Dente avr tanstormayies por gue ‘0 Gcdente, neste longo period de teentos no bio das etruturaseconmias, poles soca menais tte” alguas de ote sigicago com om nono moos ‘vida n campo, o desenvolvimento das dade de for ta de comer buenas a rain ds unversdaes taclonalzaio das ngusscomegand a dean atin, ‘Saparvineto de user eptads em Cite ‘dada em 138) ecom as Orders Menantes nagar em Blemiea de Franco de Ao (1182-126) todas inter ligase intragao dnamicaments, aquest do Feudal tno é ual pas comprecdr a nates inte do sno trnadorsd, plo menos no qu ange 3 rego ater wea etlzago dela entre ohomem € a mulher Nadia como consoquencia do desaparecmento do Impéro Reman do Ocdente da vaso de ts Bt tan ged, aside eal cj evoluao& lena S1¢ € momento de que stamos ~ tem exa defnigh ds Sade Garsht"_ ont de sie cram ee film obigagdes de cdi ergo —sobetido mi Khar" ds parte de un home fe chomado rosa pars com oro homem Uv, chamado coor, © cbigage de proteioesustento da pate do sefor para com oss oigagdo de stent fem come eet na mal pate dos exe concen pol senor 20 se asa de om bem ‘haa ud" aa, portato, de uma rela con trata =o contrat eudo-raedc = ue em soiedade $5.0 params deus makina in nh a apo 1 et er nS aa ena sae a rg mene me EL Can Ones fa? Europe Anca ep i nom mode Ran Fans snrrooucho xu letivsta como a medieval, tia laos hierdnquicos de uma ‘expscie de parentesco artificial entre senor eyasalo, que ‘en referenlado por es tos: a "homenagem” ~ deelaragio ‘ebl do dessjode servi o”jramento de idelidade” tei {osobre a “Bb” ou reiguas de santos, ezes selodo com tumbeijo a “investidura™ quando o senor entregava. 30 V3 alo algum objeto simbolizando o Feudo concedido. 0 teor ritualistico dessa toca, que com © pasar do tempo val to ‘mando fies cada vez mats espiritualzadas” ~ por isso theorvidas pel rca trvadoreses~, no esconde Sua on {gem militar alguém reruta¢ cotrata outros) por neces Sida de defesa e pag The(s) um prego por esse trabalho, Formam-se pequerim exéritos em dominios senhorias ¢ esenvalvese a cavalaria, Eva é cara da Buta guerre ‘aque, alm dos birbars,teve ue enfentarahorda mu ‘Gulmana,concentrada priniplmente na Foninsula Istica, "No momenta de que tatamos 0 espito geal éde Cr zadas", de "guerra santa”, com toda a cristandade unida pela defesa da fe pea conquista de Jerusalém. Numa ten Fetiva de concir ot heals mondsticn eo da caval, pa recem a chamaddas Oren Milare (Hesitation — de 1050, “Templirios-de 1118), que iam a figura ambigua do" mon ge guereio” (como um Galaaz), pronto para matar em Rome de Cristo, Empenhadosem instaurar 2 chamada “Piz {de Deus", os cristiosacorrem a todos os cantos onde exis ta alguna ameaga 3 hegemnia da igre de Roma ‘Newseconfexto expansionist, em que raze religions ‘se fundem inexricavelmenteaintresses poiftcose econ Imicos, quando a Reforma gregoriana prope a moralizagao cleo. prego apes, © umn, quando asaian $e: Cam ef na ca de cari do eon XI rnp i a ana rt Pa Dy Osa Lie Bg 70,186 xull _ReMosos canTanes ‘5 matrimonials unindo reinos em rvalidade coloeam na ‘dem do dao tema das linhagens ~to importante para © convivo aristico entre trovadores ¢ gras, nasce 0 Con- dado Portucalense. Assim que AfonsoVI resolve pe aj ‘daa guerrero francos para contr as nunca satisetas pre- tensdes de Yusuf ben Tsun (por vola de 1090) as fetes terras de Al-Andalus, no meio da delegaio enviada esta Raimundo de Borgonha, flo segundo”, que pessula ape ‘nas um condado sem importinca na rego do jrae commo ‘outros, sau de sua tera natal em busea de melhores con cligdes de vida. Por viteiasconseguidas,casou-se com Ur ‘aca, ha legitima de Afonso VI. rcebe como galadon sgoverno da Galizae de Porta, Mas precisou de au, {que lhe fot fereeido na pessoa do primo D. Henrique de Bor ‘Bonha, também filho segundo deslocado para a Hispsnia © fasado com D. Teresa, hha iegtima do mesmo Fe, que ‘concedeu a0 geno, em 1086, Poriale © Coimbra, anda | Galiza sb a autoridade de D. Raimundo. Surga pela pr mira vez, entre os ros Mino ee, um espago politea ‘mente unide, que motivou interminaveis queteas entte os dos condados.Asolugio veo com Afonso Henriques, lho dD. Teesa e D. Raimundo, primes tei de Tertgal por {quarenta ess anos (1139-1185)" ‘Assnalem se diss peulardades dessa conjuntra do ‘medevo hispanico, mais espeificamente gale. portagués, com fortes reflewos na eonsiguragio das catigs 1) por qua Sse sete séclos, om mugulmanas (Ymouros”, ho imaginao popula, fixados em Al-Andalus apossaramse de grande parte do solo peninsular, embora nos iim anos: rages Fe NE Me a Mao rom de mb reroocho xu ds incansiveis ofensivas ds cistios ~ principalmente dos grandes senhores da Norte ~« sua propria eso inter, lesestvessem confinados ao reino de Granada (cua que {da sed em 1492) As fronteiasteritoriais ¢ humanas en. tre muulmanos,cristose judeus extavam lange dese ho mogéneas, porque havia mudares (muulmanos vivendo ‘Sob dominio cristo), ber como mogiabes (cristo em te trio mugumano) 3s vezes se admitindo com tolerdncia, {is vezes se repeindo com acidez, mas sempre se absorven ‘dove tras cultrais'. Bom exemplo dessa socedade tr linge & 3 chamada Kharja~poema curto, de enorme varie dade linguistca", que arremata as mana hispano-sra bese hebraicas, eseritas na modalidade clta do abe e do hebvaicoItertios. Para as Haj se revindica, em met a infindvel polénica, uma das fontes de insprago das ca ties de amigo galego-portuguesas; 2) consepida a inde pendénca ej bem antes, Portugal vive as turas com Leo fe Castela, sempre no temor de ser novamente anexado [Aquelas coroas ode, no caso da Gaza, asistir 8 peer néncia de Santiago de Compostela sobre o antigo esplendor do bispad de Braga - cents que, 9 noroeste peninsular, tvaliznam na atengao do papado em Roma, Regites vii hase durante muito tempo Fagmentadas por partihas de bens ¢acordos sucessicos, foram palco de numerosas dis putas interns (iris cag de escrno maldize faze {clas mativos de zombana)e de um poder gio fortemente ‘centalzador dando ensej.a cotes que atuaram como ni ‘eos de cut e incentnaram marufestagesartsticas como ‘5 trovadoresca: Afonso DG de Leo coroado em 1188, i ‘no soberano daquelereino independent); Fernando Il, 0 Santo (1217-1252), ¢ se flo Afonso X. o Sabio (1252 1284), de Castel; Afonso I (1248-1279 eeu iho D. Di xuv Renosos cavtanes nis (1279-1325), de Rrtugal, fram alguns dos prncipais reinados em qu os monateastrouxeram ogra rovado res para o seu consfvio", quando ndo se tornaram es mece- nas da produce dees, Em suma, com mouros de um lado ecastelhano-Feone ses de auto, galego-portuguests, depos portugues ‘comgalegostiveram de shaver com ua realidad de gut” 12, com ecos evidentes na prosa pica, mas transparent: -mente expostatambeém nas cantigas ~ quando menos pelo motivo topic dapartda para ofosad, em suas verse JO abandon”, da “espera” da “satdade”, da “ta ment’. A representa imapstica dessa realidade, nos poetnas fz-se por meio da Muller al valonzada plo amor ‘em fim do amante que a assedia. A um olhar lige, tale tat parece io condizer com a tradicional figura histor <8 feminina, jridicamente inexpresiva, sem voz propria © fentregue a guard do pai oa do maid, servindo de repro ‘lutoaindispensivel 3 continuagao da especie rancada no ‘convent em easo de desobedincia ou espliada, na miss, fem situagao de viavez,condenada pela lea com instr: ‘mento de luxiniae detentora de atimanthas demon ‘Sine sno a anand oo apse Eee caea ome meta tae Mat ee “oe fon cmt dog ar soieraweltemrnpecns once Spore erga Ere ve aman oemcns 3 others nt step cnn ‘ss pre Sona oer vrropucho xv ‘A aparente inversio de paps a que os trovadoressubme tem sua dama, poderosa na conguista~0 que soa, dei clo, apenas a fvolidades de sali ~ esti na verdade, sl ‘lamente alicercada nas dierizes sociase ideolgcas do ‘metdiew central Peo mem ds dlas podem ser lembra clas para ajar a compreender um novo conceit de rela {go amarona (iam) ~ que &afinal a pedia-de-toque do Tirsmo galego-portugués: 1) a oficalizagao, no século Xl, do sistema inhagistico regularizando assess formas de ‘estruturagio parental efazendo, pela norma agnatica, os ‘bens de fai converge para 0 primi Filho resltow em pongo neimoda para os demas imax, desprosidos ten ‘do que “arranjar-se” mediante casamentos prowess com hrereiras(on) que pudessem thes garantiro sustento, ele vou a Igeja a intervie severamente nas Unies cons ‘nea (de tendénciaendogamica) bem como a ele 50 ‘ea fungi da mulher no posto de mater familias: 2) na or sem desse raion, a gua simbica daViegem Maria — ‘© 0 culo mariano, incentivado por Bernardo de Claraval (1112-1153) tomou assento no século Xt como em casa pia, medelo de virtudeestoiismo e prseveranca, cons ‘Clnte das implica a matermidade e da regénca domes tic, subserviente a vontade mais forte que a sua. Esse con ‘ets mut itimista de “mulher honda” seve de conta [onto a nogio de “hoa para a nobreza — como supero ‘dade material” —e ajuda na moralizagio dow costumes" ‘Qual aconctusio? [Nenhuma grande poesia fea imitada a0 seu tempo. E inca galego portuguesa & uma grande poesia sab a moda eC gd Hae Cope Fy Able), Ma ‘Aa Hoe "Unc cna Lar Leap ACL a My ly p36 cao anata Sats cent spr dred pb i ph de demu ae on amen sie om (ars Rd fn Gor 8 xu _ReMosos caNTARES «que a ergs ea Feige repetitva que tomons Uma coisa 0 fost, pesoaleintransteve,varavel segundo cada leitor cada momento historic, outa bem dierent, ¢o recone: “ment rico, objet e centifio, das contribs dag la “moda” para a arte poeticasubsequente- Nao ¢ necesstio ‘enfatizr, em solo betico e até fora dele, alongevidade das Igdies trevadorescas~ ainda muito vivas nos secon XVI € XVI distoreidas no século XDX, desmaiadas mas perfeta mente audiveis na modemidade e plenas da pujanga das “redescobertas” no século XXI. Que a vor airona deo Roiz de Castelo Branco, poeta do Cancion Geral comp lado por Garcia de Resende em 1516, fazendo eco aos te mono cantares de trovadores ¢jogais na eriagio de oma ds jas do lism universal, possa dara dimensao dos te ‘Sours que vladamente se desvelam nesta Antologa (Cantiga Sua Partindose Senhora parte to trses meus por Wy me er, ‘Que muncs to Wises vistes ‘Sts enh por mngu. Tio tists, to saudosos, tao donne: da prt, tao canna, ta chorsos, tne mais desjnte ‘om mil ves que da vid, Parte i tts om rts tio fora esperar bem (gee munca tho Wises vite ‘Sts enhurs poe mgm." (90 Gam Gl, Cnt > Lia Bee 373 BIBLIOGRAFIA GERAL, Fontes ALFONSO X, EL SABIO. Las Siete Partidas glosadas por e! licenciado Gregorio Lopez. Impresso er Salamanca por Aradrea de Porters, ano de 1355 (edo: Boetn Oficial ‘el Estado, 1985, 3. ‘antigas de Santa Mara, W. Mettmann (ed), Mo Castalia 1986, 3 ANGLADE, J. (ed). Las Lage dAmors, Pris Toulouse, Ps ‘at 1919-1921, 4. 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Ta Introdugio veka wp lene sate ‘afc oe om ae ‘As cantgas de amor galego-portuguesastém sido ava- liadas em geal, de cans perspoctvas que a destavorccem: 1) por comparagSo com 8 am provengal, que Ihes servi cde modelo; 2) por constatagSo de que a cota (= sfrimen to) € quase set motivo tinco,repetido af nauseum e com [pougulssima varagdo.E quanio tem bastado a erica para Julgar“inferiores” as cantigas de amer,engessadas na fide de receturio formats tematicos, scans de amiga, mais lta eflexves, Se referidas asd as desvantagens pa recem ainda maiore, em vitude da profunda complex de que os trevadres provengaisimprimiram 8 tentaiva de ‘ences Amor, como bem o exrplifica a epigrafe estrada td Bernat deVentadoen, em que se renem procedimentos ‘que, por um lado, resem a tradiao cissica de poeta ¢, por outro, anunciam inguitagbes moderns, Femando Fessoa, Em contrapartida,o excerto da Ate de Toca, ac ‘ma, frnece como elemento distintvo tio-$6 a deinigio que tem sido tomada como bisica para identificar uma antiga fdeamor ~3 va masculina: se ees alam na primcia cob ‘Os dos aspectos merecem reparos a favor e contr. 1) Se o Trovadorsmo provengal fol a foate que alimentou 2 Inspiragao dos poeta linces na Kdade Média Central ~ na liana Alemanha, na Catakanha, no Noroeste peninsular, 4 FREMOSOS CANTARES neste tim caso fez com pelo menos ui sécuilo de an tecedéncia~, de fat indispensivelconhecer seu histrco, seus métodes, seu tema, suas técnica, sua linguagem, Sua misica ¢ seus principals artistas, quando menos para julgar com acertosemethangas dferngas que aproximam ‘elitanciam o pardmertoe suas imizages. Nes times ci {quenta ance esse incontornsvel trabalho comparativo tem lo exaustivamente feito por hildlogos histonadores rt os de art, iteratose, mais recentemente, por sociologos © lantrplogos, de moo ase poder dizer que, para além da ‘hfethma tela de esti dos textos das cantigns, 0 i ‘entiiotaxiondmicorelatvo 3 forma e ao conteudo delas ‘i satisftoriamente documentado’ Conta, para aan ‘ar dag, ¢ preciso percorrertambeim o camino inverse ‘aminar com oll indvidualzantes o legado galego-por- tugs em bisa do pormenot, do detalhe, da minucia porque So eles que singularizam e fazer a grandeza dos pocras “como costuma acontecer com ualguer boa poesia de ‘qualquer tempo, Prestaratengio ao texto em s para vtf- ira soo esrutural que cle dew a um ied que o an tecede érespeitar Ie, exo couse propria a visio de mundo, them como a especifiidade do tempo e do espago em que se insere, nam processo sistematicamente inerativo. 2) Salvo rrisimas exceges (de que ha exemplo, aqui em Ai ras Nunes cantiga n® XVII), a poesia amorosa dos tov ‘ores tata sim de urn sentimento inkl, porque no real ‘za, Mas js em 1934 Rodrigues Lapa chamava a atengSo, fm dislogo com Carolina Michaelis de Vasconcelos, para 0 fato de que em galego portuputs ess realidade travesti se cla vite que € com 08 poeta lamentam a separago are im 19% no aE Gaga camara tenemos Feats Cents nonce “tale tenses ¢ sie dese ce ‘icicles cp a lg pate Ae 1 (Sitncampt ns. St ee ap tn ‘axncas oe awon 5 ‘usa, as provagies, o desastossegp, a saudade. Se a ins téncia na imagem parece algo tedutor, € por essa mesma ‘ia que Lapa fala em “veedade pseolgica” em “densidad Inferior”: Os textos antologids do Thera para tata ‘mento do tema topico si tantose tho dverificados 0s es ttatagemasformais, to icos os matzes, que o amor contra Fado perdeafeigso monolficae desnuda-se nas reetan ‘das de suas desencontradase paradonais manifestades, oranto, os tens Le 2, que se entelagam, podem ser sedimensionados para que se oblenha a letra prazerosa {que os bes textos a suit merece: a) embora parentes sangineos,€ muito diferente a canta de amor gale portugues da cans provengal no ambient, na argumen: {agdo, no procesto de conguista, no othardeitado a senor, nna postua do amante,b) 0 interesse obsessivo pela coi leva devassa da afetvidade humanae de euslirites, quan dows obstsculas sto maiores do que a capacidade de resol ‘é-los,O sofrimento que dai decoere~retec0? Jogo poe tio? ~tem a referend lo oa “snceridade”, tj tonica «estan no sat, mas a“verossimihanga", com acento na Togica do retato moral a frca da feao. Tor que 0 panepirice da dor Porque o trovador ama uma mulher que no 0 quer (ou que diz ndo 0 querer) ea ‘quer le, no extremo opost,equista com pada. Esa con figurado impasse de um lado, cl, a dame sas meri que sempre se recs, que di "no" a todas as investiga, ue fe deta quando mult contemplar a distncia’; de outo, [iirc pete amt *Canuem oar goes ha nest saan rnaeeicieactgeeieetas Eee ores ie). Sai 6 FReMosos cavTanes cle, que nsste sem sucesso, que se curva a imperiosa von tae, que cumprerigorosos rtuas de submissio‘e que vive sequicso de deseo. Em circle vclso, as negaivas rec ddescem o amor. O substiato desse estado perene de exit so € “tenso*— nota contundente das cuatigas de amar fntre a imagem mental ou sonhada ea realidade coneeta tu tangivel separads por abisinos soca. O sono, ela rmatéria ce que € feito agui,superestima a reaidade. 'Na Antologa a seguir multipicam-se a aniteses, os paradowose os oxime, que S50 0 principal recurso ret co ulizad peles trovadores para relratar aquela “tensio de contaris" O espago fsco das cantigas~ que raramen te ulapassa o limite de quatro clase 9 disponigio das ‘mas ~ preferencialmente em abc ou alike (quando se trata de sextetos os heptetos eas oiavascostumam aces cenfar ainda a ima a)~colaboram para a coesio¢ 8 er lidade tautologica da confisso, represada inclusive nate petitidade dos poemas com refoes. Adama vsta simula ‘heamente como “bem” *mal” éa poaridade que cent Tia as atengbes: por mew mal & ue tan on pares, di “Martim Soares (antiga nV), falando por varios contem pordnees que reiteram queisume semelhante. ’Bem e Mal colada eta eminino, remem a das Aiteretes divegbes no imaginsrio da 6pocae sustentam al ‘gumas ambiguidades das cantgns de amor: 1) «amor da mulher eleva o amante eo fa tentar ser melhor para me: recé-la. Nas novela de caval, bater-se em des os en frentar perigos sobre-humanos, buscando destreza iia © resisténca espintual, tem por fim © gulandon prometido ‘ete pelo or pent Ru Langan jr a no mt te te mo Saas eee caxmcasoe awoR ? pela senhor como recompensa ao scrfco. A jo provengal ‘10 faze be galepo-portugues~ de tonalidades feentes, ‘mas uma especie de tase final no processo de conquista SNyntecedem posse que no se consuma” e edbram 3 teniso, Desse Angulo ~ do distanclamento, do ovor, 6o. respeito a designios superores~ as ates so litres ‘de esplitualidadee do misticismo cistos, a que a voga do culo 8 Virgem Mariano séeulo XU, por exemplo, dew novo alento e oientou discusses no émbito da faa, da ma: ternidade eda linhagem-A Dona de bow parce sen par & ‘escritahiperbolicamente na excencia de seus dates or porais como espelho de virtudes moras" composto que faz dela uma representagio de “santa” que o trexador “ado porque ez Deus os cor atl en que nunca pe) home ‘er mal (Estevao Peres Foi, cantiga n? XXV).2) O rever= 0 da medalha ¢igualmente poderoso:o amor da mulher pode ator aman, porque o mata spies 908 fos da came Tome-se por exemploa reacio deVidal ante a visto do peytobranco da amada: sente-se toleyto / com a {quer dar as heres (antiga n? 000. Em tempos de severas Interdgbes, quando area regula a sexualidade ereformu la asleis do casamento vsando a prociagdoe a contensso de desmandos, Amor tem dimensbes cas que os ova res, com seus desvarios, pom em sco “nos poets dessa ee ee =aa 7 Serer Riper oes Ss pe i pram de nn Dirthantectat cane amt at eo Spey tara wey Bese Dh 8 _nanosos cavtases poca, a expresso do deseja camalé tio viva e por vezes tho brutal, que & verdadeiramente impossvel equivocar se ‘quanto 3 natureza de suas apiragoes”” Santo Agostino Se pronunclara sobre os pergos da irupedo irrefrevel do lindo: “no momento pesiso em que a vluprsoaidade che 1.20 auge, osca-se quase por completo a razio e surge 3 treva do pensamento” Eva, que consegutu seduzir Ado e #6 Tevou 3 Queda, arrastando com ele a Humanidade, sim boliza, para o Ocidente erst, essa mulher por quem 0 ‘eovador compromete a iberdade a alma ‘A tensio nasce,no entanto, porque Bem ¢ Mal ~ epi ta-se- nose oerecem altemados, mas diode 0 mes ‘mo tempo", o que orienta vias excolhas xcas: ou d= “er Fan por agua que bot ¢ mal sempre na fe [oem conforme o canto precio de Fstevdo Fernandes de Ehas (antiga n° XXDQ), Por so a mes, dentre as convenes que enguadram o “amor cortés,€ tia na mais alka conta pelos trovadores: a “jsta medida”, a vtéia no regramen {6 dos propriosimpulsos,o rep a excestos & 0 ideal 3 {que vss o bom amar, para o convivi sauivel em sie tdide. Os clon pedaigicos educativos desse prinip fom todos os seus vnculos exdgenos, odriam ser toma os, contormej se fez, como mais um argument contra a “latvidade” ea favor ca “sensor” das cats de amor CContudo, como se verd nos teats a seguit a difeuldade de Gblarqueréncis que tem de ser dsfargdas e anseos ne fzados quae no ato mesmo de sua formilag30€ que Fez dos trovadores galego-portagueses os eximios manipuladores dda Lingua que sia, N3o se pode Ié Tos corrtamente som Tevar isto em conta 12D. de Rougemont Omer Ct Ro de iy Cnty, rang 78 So ac ancl cae A Mie de ‘te icp tp. Mt ln ane 80 ae mn Serer a se a ‘cwwmcasne won 9 DIBLIOGRAFIA ESPECIFICA ANDREAS CAPELLANUS. Dae, VIDAL-QUADRAS (o), so sti de Epes 198 Td ran: A CAPE) Indo dance Si Pass Mats Pot, 200] BAIADIER C-Canour a ngue de ls Sepercnalsaton, em inden a Mone A BM. Roos Rene © D ogra Pat (cos) Fars Ate 3H, p. 157-85. BELTRANN “La cerca conceal dela cng dame” 0 nr dos aos a | Cons de AHL. Blan eg) Ste Compose, Xn de alia 193 pp. 39-7. "Tome om ign Eesns Xr de she 1 GATENAVE M, POMRION,D; STRUBEL A. ZINK. ar aie a Moye ATs Pipe Lab 17 DINE Coa gmetad concep Team de mata no Conon de Mai mt © Cann de ‘Anan ans des Senigs de Comper Xnta de Ga ht pa DUR GD e do casament" em Mae Mii date do mem Do nore wine mae So ola Comput das Late 158, 1-10, nO ol rtm Hat das thes A Kae Mii C xpd Ze i a Ata, pp. [SPIRO SANTO. Ana “A pessoa do Amor acti de aor aloo -poriguea om Atos dt XI Cans dee AREA A Ge CL € tere (np), Uneradade de Ltn, 207, raf a “Lingug tin conta totais rb mF de FiblagHerenage 2 Mant Rogar Lapa Some La 8 pp 38 FRDALCOY "jt amor a cariga de amor galego-prtagues” stud uggren hone Pj Gye om EP “igre PL Genin ont, Sanka de Compostela Xenia de Calon tot pp aoe os Oneecin do amo segundo osteo Caco dt Tian Cane Moka Cn Ad ond), Sango de Compost, Ranta de Call 208, mane RAPIER. "Wes ts cnceptons courses dans es ae ‘esac etl Xr sce em Chr ato mui Ea e8.an nse Introdugio ean npr om ani tan isn ops ol ss ‘Ao contri das cantigas de amor, as eantigas de amigo galego-portuguesas sempre gozaram delango favor da cri ‘exedo palin Tanto que dearam ales pela modemidade fora: “a lira trovadoresca,€ mais em conereto a cantiga ‘de amigo serviy de base para um dos movimento poeticos ‘mals caracteristicos das vanguardas galegas o denominado ‘neotrvadorismo™, Essa benevolencia talvez se deva, 2 juizo dos especialists, sua maior Nexbiidade formal ete Inula, esa indsfrgvelfeigSo “popular, 20 ver dole tor comum, Nos dois esos, a impresoiniial €a de certa smarginalzagio relativamente a ngidez dos precitos nor ‘mativos da cortsia de exragio peovengal , portant, a de alguma iberdade nos wsos da imaginagio. Colabora para 2 _avalago positia a inguagem “realista”adotada pelos tro- ‘vadores,cetrada em elementos da Natureza com os quais ‘comvive muito de perto a mocinha donzela,resguardada do ‘ssédio do namorado ou do pretendente pela mie zoosa ‘Como toda e qualquer gneraizaio, suas vedades tm ‘que ser matizadas. Comegando pela que suscita os mais am- 2 eT Cann de Bi Nav is a 3 Cel rae ee ee ‘ale en ta Ee Meet ga © SE Se ie aan 2 REMOSOS cANTARES pos equivocos: “popular” nio significa necessariamente “ smpliidade", “ingenuidade”e contesido “fii” Peo con- {rito, o que se vera na antologaa seguir 6 intenso traba- Tho coma lingua, o preciosismo de originalssimas solusdes formals, 0s mesmos que os autores empregaram nas cat gs de amor, a ponto de ser hoje constatacio indiscutivel a {rsp fronteira genolgica amoriamigo em porgSo clevada de composgiesficando a distingo quase por conta do que tir a Art de Tooar~s elas alam a primeira cbr A mes mos temas embera coduzies por caminhos diversas ac ‘bam canaizados para a tetrica do “amor infeliz”: se, no primeira caso © amante sofre por abstacio porque rita {So pela dama que no quer eee amarga act infindvel, ‘nao menos doloroso,agu,€ 0 sofrimento da jover, aban” ‘donada pelo amigo por um sem-niimera derazbes¢igual- ‘mente sltra, & espera de que le wite. Padecer por "que- {er possuir” ou por “ter possuida” nao muda a essénca do ‘esto insatseto ‘Sees donzela quedxosa tem a chance de minorar sas angistias a0 divi las com a mae, as amigas confidentes,€ ‘com as lores aelaneios, as nascentes, 0 mar eas aves, se esse dslogo ~tantas veres mondlogo ~ diz das condi ‘hes de expresso dela, 0 resumir de forma quase nartati- ‘seu “caso de amor nada dito pode ser entendio 8s perficie a Natureza nas canis de amigo € simbslica, nos ‘molds analgicos em que a compeeendeu a dade Media. num bo cotatno e Arde pre ethan we “Eo’ on Dour tea e-em Fd ‘ham Ata 1 No dng armen er de Amo Fr ‘spearprgur ote srment pwn de sar af Se fan Ease un nde pH i. mei: ote emo aio me ne GARG 2 pp 304 tals do pensar ‘Sic sm ee a et pera puta syns canticase aoa 98 ‘A carga metaférica de escolhas leas que se repetem 3 ‘eaustio aponta para sensagSesinsinuadas nas entrlinhss, tum mundo submerso de sensalidadee erotismer, 0 mais cloguente porguanto retatado por imagens concrets, ¥ Sais: candos / casas /cabelos/ ita / panos et. ‘O conceito de “popular” é que ets em causa ¢coloca quests compas. A primeira dlas diz respeito a rigens ‘essa lirica de voz femunina, ratreada na tadigdo oral das cultura cominicas desde épocasrematas, com notirio pa ‘entescos entre si como sea de esperar de sua insrioem ‘uma "mentaldade” comum, Para as cates de amigo Pe ninsulares, por exemplo, no minimo confluem as herangas latina, mosarabe eoctnica.Habitosantiquissimos de Fes tas oligioras, de saudagées Primavera, de dangase balla- dos ao pé de fontes eas margens de ros, de gestuas 1 lnsnhaog rcs cate nace cur oR de rnb seers eh cud bs eae ‘stro amas xian oma sahara 3 ‘Mag Fe 2m me te i er me" reo de cs Gn can er ova et Sante de Compcert de seater a to 190 CeomalonSeC Melons mum stuns 9 ‘Cpe ea Se ona ope ale paps saan ‘mohammed ps Se ts pve mora ‘nin arson SoC ip Nese Mel 1 sigs des srtdopt etn At Bees ap oes ‘Sinn fot ns te Co Eas do ate 12 31 atl Rdg "Wvend ib de Sn ender eam At Cong de AMEN op. 998" ta de (iat gir tna mada que mupe end epee =e ‘alan posto mcd dem epoca it aka ep ping com poseconkr no Dec = nator Netter dA atin Uist Coomen 97 pi Names dene st thom cama aang munca gusto aca rar Tipe wnmloena ur ni me ap Bp oo _reMosos canTaReS tualsticos que “alam” peas primitvas sociedades igratas ‘do comportamentos “populares” de que esto repletas as ‘antiga de amigo. Contudo, esse magma de procedéncias slivers recebido da radgioe adaptado ao presente do me slew central étratadoestticamente por poetas cults, que ‘estillaam motivo pre: rovadorescos segundo oinstrumen tal erito ofrecido pela dscplinns do tiv (Grams «alRetéica/Dialética). Se alguma “simpliidade” ou “inge ‘uidade” exist, uma e outa si frjadas para prodzi al feito no “ouvinte, habituado aos espeticulos musicals fem que facimente se decfram recursos ecicos como oe fro, paralelismo eo leaa-prn ~ caractersticos de fat, da poesia de tipo popula. Tao cocso &o texto que resulta des satis visando 3 prodacio racial do “simples”, ie ‘hem a ausénca da pit musiealcomplementar- laren ‘vel lacuna ~ dimini onto harmonicna dos pomas Ea sa dramaticidade", peculiar & “representa” a que ser ‘ver as cantigs mais Eandnicas, ea como que embutida em strata dala. ‘A segunda questo que nos sugererevero conceto de poplar” ato de as cantigas de aig seem composts por homens", que usam da explendida etatepia de se er passar por mulheres para revelaro que ocorre no iti vB

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